
4 DE NOVEMBRO DE 2025
48ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e CARLOS CEZAR
Secretaria: CARLOS CEZAR e DR. ELTON
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 17h21min. Coloca em discussão o PLC 49/25.
2 - DONATO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
4 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
5 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
6 - TEONILIO BARBA
Discute o PLC 49/25.
7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência.
8 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PLC 49/25.
9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita comportamento regimental aos deputados.
10 - DR. JORGE DO CARMO
Discute o PLC 49/25.
11 - BETH SAHÃO
Discute o PLC 49/25.
12 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a discussão do PLC 49/25. Coloca em votação requerimento de método de votação ao PLC 49/25.
13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PLC 49/25, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
14 - PAULO FIORILO
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PLC 49/25, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
15 - MÁRCIA LIA
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PLC 49/25, em nome da Minoria.
16 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao PLC 49/25, em nome da Federação PSOL REDE.
17 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
18 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação ao PLC 49/25.
19 - DONATO
Solicita verificação de votação.
20 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
21 - EDIANE MARIA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
22 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
23 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
24 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
25 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
26 - MARCELO AGUIAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
27 - DANILO CAMPETTI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
28 - ROGÉRIO SANTOS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
29 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
30 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
31 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
32 - CAPITÃO TELHADA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
33 - RAFA ZIMBALDI
Para comunicação, faz pronunciamento.
34 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Cumprimenta a jornalista investigativa Carla Albuquerque e a delegada do DHPP, Ivalda Aleixo, presentes no plenário. Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas e 33 minutos. Encerra a sessão às 19h23min.
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* *
ÍNTEGRA
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* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação do Projeto de lei Complementar nº 49, de 2025, de autoria do Sr.
Governador.
Estamos em processo de discussão.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Para uma
verificação de presença, por favor.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Solicito ao deputado Carlos Cezar, juntamente com o
deputado Dr. Elton, para que façam a verificação de presença. Dr. Elton.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o
quórum regimental. Agradeço ao deputado Carlos Cezar e ao deputado Dr. Elton
pela verificação de presença. Convido o deputado Teonilio Barba, que continuará
a discussão, para discutir contra.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente, uma breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem o tempo
regimental, Vossa Excelência.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Com muita alegria que registro a
presença aqui na nossa tribuna de honra da vice-prefeita de Tupã, a minha amiga
Joice Berni, que também é presidente do Republicanos, lá em Tupã, e também da
sua assessora, Mariana.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Cezar.
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* *
Joice, seja sempre muito bem-vinda aqui
na Assembleia Legislativa, leve um abraço ao nosso prefeito Renan Pontelli, que
juntamente contigo faz uma excelente administração em Tupã.
Inclusive, recentemente, receberam a
reforma da Praça dos 500 Anos, um investimento, um presente do governador
Tarcísio para prestigiar essa gestão exitosa de vocês na cidade de Tupã. Leve
também o nosso abraço a toda a querida população de Tupã. Nós estamos à
disposição aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado pela presença e fiquem
com Deus.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra
o deputado Teonilio Barba para discutir contra.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Carlos Cezar, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, saudar também a vice-prefeita, saudar a Delegação de Ruanda aqui
presente, sejam bem-vindos a esta Casa de Leis, maior Parlamento da América
Latina.
Srs. Deputados,
saudar aqui o público que nos acompanha aqui no plenário, são trabalhadores e
trabalhadoras em defesa da Furp, porque nós vamos continuar defendendo a
existência da Furp. Saudar as assessorias aqui do Parlamento, saudar quem nos
acompanha em casa e lembrar, Sr. Presidente, que não é a primeira vez que a
Furp é atacada.
Professora
Bebel se lembra, aqui no mandato de 2019 a 2021, eu era líder da bancada, líder
da oposição, quando o João Doria primeiro apresentou a reforma da Previdência,
depois a reforma administrativa e uma das empresas que ele queria fechar era
exatamente a Furp. Naquela época, tinha a Furp, tinha o Instituto Butantan,
tinha várias empresas, a Sucen e outras, a EMTU, a CDHU, era a minirreforma do
João Doria com o compromisso de entregar o patrimônio paulista na mão do setor
privado.
O João Doria
havia sido um bolsonarista igual é o Tarcísio. Um bolsonarista, tentou se
apresentar com pele de cordeiro, mas vestido com a pele de bolsonarista, e com
a mesma intenção de pegar aquilo que é patrimônio público no estado de São
Paulo e entregar na mão do setor privado.
O Tarcísio veio
com o mesmo conceito, com o mesmo princípio e com a mesma teoria e nós
resistimos duramente naquele projeto, inclusive tiveram deputados que votaram
junto comigo naquele projeto, votaram contra, mas que hoje vão votar a favor da
extinção da Furp.
Tem deputados
aqui que lá naquele mandato passado estavam comigo, meu amigo Conte Lopes,
Major Mecca, Danilo Balas, votaram todos contra. Não é que eles eram contra
entregar na mão dos empresários, eram contra o João Doria. Como hoje são
tarcisistas e bolsonaristas, vão votar para destruir, para extinguir a Furp e
entregar na mão do setor privado.
Olha, esse
filme nós já vimos, nós vimos o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso,
destruir a Vale do Rio Doce para entregar na mão do setor privado no valor, na
época, de três bilhões de reais, uma empresa que dois anos depois valia mais de
30 bilhões de dólares. O que o governo Tarcísio está fazendo com a Furp é
exatamente o que o FHC fez lá na época das empresas que ele queria privatizar.
Vão lá visitar.
Encontrei um deputado que eu respeito muito, meu amigo. Falou: “deputado Barba,
eu fui lá visitar a Furp. Tem coisa, remédio vencido, tem problemas”. E eu
acredito que tenha mesmo. Acredito. Sabe por que fazem isso? Porque o gestor
que está lá estava mandado para fazer dessa maneira, que é para sucatear para
poder defender a privatização, dizendo que com a privatização vai ter uma
melhor eficácia e melhor eficiência.
É assim que os
governantes que querem privatizar fazem com o patrimônio público. É dessa
maneira. Em alguns casos, não, nem precisou acontecer isso. Alguns casos, era
compromisso, mesmo, de entregar uma empresa que dava lucro com uma receita de
dois trilhões e 300 bi, 300 milhões de reais, que foi o caso da Sabesp. Tinha
saúde financeira boa, e foi aprovado aqui por essa bancada tarcisista e
bolsonarista.
E o Tarcísio é
um Bolsonaro, sabe, de... Não é pele de lobo, mas é pele de Bolsonaro. Porque
pele de lobo ainda é bom. Lobo é um animal bom. Não posso dizer que ser
bolsonarista é uma coisa boa. Para aqueles que acreditam, é. Para os que não
acreditam, não é.
Então nós vamos
olhando o que o governo vai tentando nesse período fazer com o patrimônio do
estado de são Paulo. Mas naquele momento, o presidente da Assembleia, chamado
Cauê Macris, e eu dizia para ele, presidente André do Prado: “Você vai ajudar a
derreter o PSDB”. O PSDB não derreteu, quase se volatizou. Elegeu 13 deputados
federais. Aqui na Casa, ainda elegeu a 3ª bancada, que são 9 deputados
estaduais. E, na Federação, 11 deputados.
E eu falava: “E
vocês, com esse projeto, vocês estão esquecendo que vocês estão destruindo a
Emplasa, a CPOS, a Sucen, tudo empresas públicas.” A mesma coisa que a base
bolsonarista está fazendo. A base tarcisista, nessa Assembleia, está fazendo.
Pode acontecer de serem derretidos, ou não.
Pode ser que
vários deputados desses que vão votar aqui a favor do projeto da extinção da
Furp, que nós somos totalmente contra. Uma empresa grande, da cidade de
Guarulhos. Me falha agora a memória onde é a outra. Me ajudem, alguém. Eu não
ouvi direito. Américo Brasiliense. A de Guarulhos sendo a maior.
E empresa que
fabrica remédios para doenças... O que é chamado “remédio morto”, porque o
custo, o retorno dele não é para dar lucro. O retorno dele é investimento na
saúde pública do nosso povo.
O que fez a
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo? Parou de comprar os remédios da
Furp. Passou a comprar do setor privado e pagar mais caro. E fizeram má gestão
também, para poder vender pouco para o Ministério da Saúde.
Se quisessem
realmente revitalizar a Furp, era só fazer uma boa gestão, cuidar do patrimônio
da Furp, melhorar o investimento e garantir que a Furp está... Tem que se
manter viva para fornecer remédios para diabetes, para alzheimer, para tudo que
é tipo de doença.
Então o que
houve nesse período foi um sucateamento. Qual a grande pergunta que nós temos
que fazer? Quanto gasta o Governo do Estado com as isenções para o setor
fármaco do Brasil e do estado de São Paulo, que é um dos setores mais ricos do
mundo, não é só no Brasil? E aqui tem 17 setores, que todo ano aqui tem
renúncia fiscal, que quando somar os quatro anos de governo do Tarcísio,
provavelmente, vai dar aí mais de bilhões de reais de renúncia fiscal para
esses setores.
Uma redução que
ele fizesse na renúncia desse setor de fármacos, com certeza, garantiria a Furp
em pé por mais dez, 15 anos tranquilamente. Mas não pode fazer, porque o
compromisso dele é aplicar e fazer renúncias fiscais para o setor privado. E
aquilo que tem de patrimônio público no estado de São Paulo ele tem que pegar e
entregar na mão do setor privado sem cobrar nada.
Outro grande
incômodo que esse governo causa é não avaliar qual o retorno social que a Furp
dá. Quando eu começo a fornecer medicamentos, seja de alto custo ou de baixo
custo, seja ele sem retorno, mas para famílias de baixa renda. Esse governo não
se preocupa com isso, porque a preocupação dele está centrada, realmente, em
entregar dinheiro na mão do setor privado.
Gente, e eu
trabalhei no setor privado, na indústria por 21 anos. Eu conheço o que é o
setor privado e não sou contrário ao setor privado. Não tem problema. No caso
da Saúde, você pode ter duas indústrias, do setor público e do setor privado.
No caso da Saúde, você pode ter saúde pública de boa qualidade e a saúde
suplementar, que tem no Brasil hoje, que cuida de mais ou menos 50 milhões de
pessoas, e as duas sobrevivem.
No caso da
Educação, está aqui a Professora Bebel, é um sistema que é híbrido. Você tem o
sistema de educação pública, para atender a família de baixa renda, e tem o
setor privado, daqueles que podem pagar, vão lá, botam suas crianças desde o
ensino infantil até chegar no ensino médio.
Depois, paga os
vários cursinhos para os filhos disputarem as universidades públicas de
excelência que existem no estado de São Paulo, sejam elas universidades
estaduais ou federais.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. André do Prado.
* * *
No caso da
produção dos fármacos, a mesma coisa. Não existe um outro motivo que não seja
entregar um patrimônio público importante na mão do setor privado, porque não
existe outro motivo para que a base tarcisista e bolsonarista defenda a
extinção da Furp.
Quando nós
debatemos aqui, a minirreforma administrativa do João Doria, na época, estava
em proposto de extinção a Sucen, a EMTU, a CDHU, uma empresa, que agora não
lembro o nome, que cuida dos aeroportos - no total, eram dez empresas. Só a
Sucen, que combate as pragas, que combate o borrachudo, que combate vários
tipos de doenças contagiosas, tinha algo em torno de pouco mais de mil
trabalhadores.
A gente vai na
praia ali em Paquetá, aquele monte de borrachudo, a gente não sabe como é que
combate o borrachudo. Então os agentes da Sucen entravam a floresta mata
adentro, lá nas nascentes dos rios, onde colocavam o veneno, onde o borrachudo
vai lá, toma - é assim que você eliminava o borrachudo.
E o João Doria
foi eliminando o funcionalismo público. Eu vi vários deputados aqui, na época,
dizendo o seguinte: “Eu não voto contra o funcionalismo público, porque eu sou
funcionário público de carreira”. Estava correto quando eles diziam isso, mas,
neste projeto aqui, eles vão votar a favor porque eles são tarcisistas e
bolsonaristas.
O João Doria
tinha sido bolsonarista também, depois viu que cometeu um erro e deu uma
guinada, voltou da direita para o centro, mas não tinha mais tempo de
recuperar, de tanta maldade que fez junto com o PSDB aqui no estado de São
Paulo para o funcionalismo público ativo e inativo.
E eu avisava
para o Cauê, porque eu era o líder. Eu falava: “Olha, vocês vão derreter aqui o
PSDB no estado de São Paulo”. O João Doria foi um dos grandes líderes dessa
volatização do PSDB, que eu espero que não seja volatizado, viu, Mauro Bragato,
deputados e deputadas do PSDB? Porque é um partido importante, e quem faz a
democracia são partidos, as pessoas organizadas nos partidos.
O PSDB nasceu
como um partido da social democracia. Hoje tem alguns deputados do PSDB que
botaram as manguinhas de fora, estão fazendo discursos mais bolsonaristas do
que o Conte Lopes ou o Major Mecca. Tem deputados hoje do PSDB...
Vou até
preservar o nome aqui para não falar dele, mas faz um discurso mais
bolsonarista, Conte, do que o seu, mais bolsonarista que o do meu amigo Major
Mecca. Vocês estão perdendo para ele. Mas sempre foi um cara que conheci como
um deputado de centro, e não de extrema-direita.
Então, por isso
que somos pela rejeição desse projeto, pela manutenção da Furp e dos
trabalhadores da Furp. Mexeram, avançaram no texto, dizendo: “Olha, os
trabalhadores vão lá para o Instituto Butantan”. Mas a regra do Instituto
Butantan não é produzir remédios, é fazer descoberta de vacinas e trabalhar com
vários agentes do setor privado para produzir vacinas para o estado de São
Paulo e para o Brasil.
Muito obrigado
pela tolerância, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Teonilio Barba. Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a
palavra a deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento os assessores a
minha esquerda, também a minha direita, Srs. e Sras. Deputadas, público que
aqui está presente na luta pela Furp e também todos que nos ouvem e assistem
através da Rede Alesp.
É muito
difícil. Eu gostaria de estar subindo aqui para, de fato, pensar em um
processo, sim, de dar mais condições para que os trabalhadores da Furp pudessem
produzir mais remédios populares, porque trata-se de uma Fundação para o
Remédio Popular. Falar em “popular” parece que incomoda os ouvidos de quem
pensa o estado sob a lógica mercadológica. Nós não podemos aceitar isso.
A gente vem há
um tempo... Eu vou pedir um pouquinho de silêncio para a nossa bancada, porque
não estou conseguindo falar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, o silêncio da bancada
do Partido dos Trabalhadores, para que a Professora Bebel possa continuar a
discussão.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não, não me entrega, André. Por
favor, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Desculpe, Professora. Achei que a
senhora estava solicitando.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Desculpe, gente, pelo amor de
Deus.
Então, eu
estava dizendo isso: essa visão mercadológica é que permeia, porque falar em
modernizar não significa extinguir. Modernizar, você pode modernizar mantendo o
que está. Modernizar significaria... Na verdade, eu sou autora de uma proposta
que trabalha sim com a ideia de que um plano de modernização tem que, primeiro,
ser estratégico.
Estratégico
para quê? Para atender a população que precisa, né? Ele tem que ter uma
autossuficiência financeira, porque não dá, gente, para jogar nas costas dos
funcionários, está certo? E nem de quem precisa do serviço do remédio, do
produto da Furp sem, na verdade, ter investimento, ter financiamento. A gente
tem que ter claro o seguinte: garantir a atualização tecnológica e ampliação de
produtos, de medicamentos essenciais para o SUS, porque é esse que salva vidas.
É o sistema
único e público de saúde que salva vidas. Então, é disso que estamos falando.
Nós estamos falando da maioria da sociedade no estado de São Paulo que depende
de remédios populares em casos, até gratuitamente, em outros casos, a um preço
muito menor que o produzido nas farmácias privadas, deputada Ediane.
Vossa
Excelência sabe a diferença entre uma coisa e outra. Esta Casa já foi palco de
uma CPI que esteve à frente a deputada Beth Sahão. E aí, Sahão, então, quer
dizer, teve um trabalho brilhante de tal forma que saiu com uma redação
mantendo a Furp e fortalecendo até.
Ao mesmo tempo
que isso acontecia, deputada Ediane, é bom que também saiba que teve a CPI das
Universidades, era casado. Lá era para perder a autonomia universitária. Então,
as duas CPIs se conversavam.
Uma produzia
Ciência e Tecnologia - universidades -, e a Furp, que produzia concretamente os
remédios. As duas CPIs entraram na mesma data e saíram na mesma data. Saiu a
deputada Beth de cabeça erguida, eu e a deputada Leci Brandão de cabeça
erguida.
Por quê? Houve
aquilo que o deputado Barba disse. O que o deputado Barba disse? Ali ainda
tinha um princípio. Eles eram privatistas, mas com relação a essas questões,
não tinham acordo em derrubar tão simplesmente. “Era contra o João Doria”.
Sim, contra o
João Doria, mas, ao mesmo tempo, acabavam, na prática, defendendo um princípio
publicista. E nós temos que ter claro que tem serviços que têm que ser
públicos.
E não tem papo
de que media com isso ou media com aquilo. Não. O que é público é da população.
Se é da população, nós temos que garantir que a população tenha o devido
atendimento. Imaginemos que tivesse a criação de um Comitê de Gestão
Estratégica, com a participação de representantes da Secretaria da Saúde, de especialistas
em Gestão Farmacêutica, da sociedade civil, para planejar e supervisionar a
execução do plano. Gente, estou pondo isso aqui não por nada.
Estou dizendo o
seguinte: está falando que por ineficácia, ineficiência, tem que passar a Furp
para o Instituto Butantan. Eu não tenho nenhum óbice com relação ao Instituto
Butantan. Porque também o Instituto Butantan foi alvo de extinção nesta Casa.
Também o Instituto Butantan era para ser privatizado e nós seguramos aqui,
nesta Casa, com a ajuda de todos. Não foi só da bancada do partido. Todos foram
contra e a gente segurou. Segurou o Itesp, seguramos o Instituto Butantan.
Enfim, não seguramos a Sucen; ela está aí desmantelada.
Então eu estou
chamando atenção que o que nós não conseguimos segurar desmantelou, veja aí a
epidemia de dengue e de outros tipos de doença que estão acontecendo no estado
de São Paulo. Por quê? Porque a Sucen foi extinta. Agora a pergunta é: como é
que ficaram os funcionários?
Não sabe para
onde vai, joga para lá, joga para cá. Não. Tem que dizer também que está por
trás da Furp... tem funcionários, por trás dos funcionários tem famílias, e que
as coisas não podem ser feitas em um estalar de dedos. Tem que ter, no mínimo,
uma transitoriedade. Isso não pode acontecer em uma empresa, em uma fundação
tão importante, que é a Furp.
Também o
incentivo à pesquisa, ao desenvolvimento de novos medicamentos. Esse deveria
ser o projeto de lei que viesse para cá, para a Casa, não acabar com tudo.
Incentivo a novos medicamentos. Tem aí doenças que precisam ser pesquisadas.
Por exemplo, eu pego aí a psoríase, que todo mundo fica aí: “Olha, não tem
cura, passa uma coisa.”
Quem sabe,
pesquisar remédios, já tem alguns aí no mercado, mas outros também com que a
gente pode tratar, que a população precisa. Promoção de parcerias
público-privadas que visem modernização do parque industrial da Furp, sem a
perda de seu caráter público.
O que eu estou
dizendo? Isso, que a Furp pode ser uma poderosa capitalizadora, sim. Ela pode
se autossustentar se tiver uma gestão de fato, porque o que está faltando é uma
gestão. Não é que a Furp não funciona. Oxalá tivéssemos essa modernização de
gestão, a Furp se autossustentaria. Não só isso, mas também poderia oferecer
mais pesquisas para a formulação de remédio.
Outra questão
que é necessária também, já que quer discutir modernização: reformular a
estrutura de cargos e salários, respeitando os direitos adquiridos, atuais
trabalhadores e incentivando a atração de novos talentos, a ampliação e a
diversificação das categorias de clientes com foco em parcerias com o
Ministério da Saúde e outras redes de saúde estaduais e municipais.
Meus queridos e
minhas queridas, por óbvio, nós temos emendas, isso aqui é uma emenda minha, a
gente extingue e propõe este projeto que aqui eu apresentei para vocês. Mas eu
quero dizer uma coisa muito importante. Nós temos sistema único e público de
saúde. Nós temos um ministro que é aberto a fazer um regime de colaboração com
os estados e com o município, exatamente porque é sistema único e público de
saúde, SUS.
Eu quero dizer
que, então, fechando essa questão, eu acredito que o ministro Padilha, junto
com o secretário Eleuses, junto com o governador, poderia pensar uma saída que
não fosse a de extinção, muito embora não tenha sido o ministro Padilha que
propôs extinção. Mas, com certeza, o ministro Padilha apontaria saídas também
para que a Furp não fosse extinta aqui no estado de São Paulo.
Tem uma em
Américo Brasiliense e também a de Guarulhos, e é isso que precisamos deixar
claro. A Furp tem que ficar, porque, na verdade, ela atende a população
carente, e é pela população carente que nós estamos aqui, estou falando, por
óbvio, da bancada... A bancada de oposição aqui na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo.
Eu até acho que
tenha lá entre os colegas que não são de oposição, quem não concorde, quem não
concorda com a extinção da Furp, porque é retirar direito e retirar direito é
algo muito dolorido para uma população. Dói muito, por quê? Vai atingir no
bolso, diz que vai para o Instituto Butantan, mas não diz de que forma, não
tem... Entendeu?
Qual é o
impacto, deputado Jorge do Carmo? Qual é o impacto disso? Porque eles não têm
nenhuma preocupação com a vida dos funcionários, com a vida das pessoas que vão
precisar de remédio, porque o Instituto Butantan tem uma especificidade. Qual?
Produzir vacinas, como fez durante a pandemia do coronavírus - e produziu
brilhantemente, salvou vidas neste País.
Então, eu
acredito, sinceramente, que é um erro muito intenso desse governo, estar
extinguindo a Furp. E por último, para eu terminar minha fala, se a gente tem
tristeza, a gente tem alegria. Vocês têm ouvido falar do SUS da Educação. Sim,
foi aprovado e foi, inclusive, sancionado pelo presidente Lula na semana
passada.
Significa o
quê? Significa que nós vamos ter um sistema nacional articulado da Educação,
com regime de colaboração, para evitar essa questão de fragmentação no que diz
as políticas públicas fundamentais, Saúde, Educação, moradia, enfim, todas
essas que indicam isso, e ao mesmo tempo garantir a qualidade da Educação.
Isso seria o
ideal, que fosse debatido internamente em um conselho ou em um fórum em que tem
o SUS, e de lá retirar a melhor proposta para a Furp. Ter um regime de
colaboração. Fazer com que estados e municípios juntos chegassem. Agora, a
falta de dinheiro, desculpe, é falta de competência, no caso, para governar o
estado de São Paulo.
Agradeço.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Professora Bebel, dando sequência à lista dos oradores inscritos. Com
a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do Prado, presidindo
essa sessão extraordinária, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores aqui
presentes, público da TV Alesp, os policiais, público da galeria que bravamente
estão aqui na defesa do serviço público, na defesa da Furp, e lá estão exibindo
uma placa “Furp fica!”. Essa é a nossa luta aqui.
A luta para que
a Furp permaneça pública, deputado Suplicy, para que a Furp continue fazendo o
que ela sempre fez e sempre faz, que é a sua vocação, que é produzir remédios.
E quem... Somente um governo que não tem compromisso algum com a Saúde, com o
SUS, com o fortalecimento do SUS, que é o nosso maior desafio pela Saúde Pública,
que é o fortalecimento do SUS, é quem é capaz de apresentar um projeto dessa
natureza aqui na Assembleia Legislativa.
É certamente
quem acha que o serviço público não importa, não precisa de serviço público.
Defende o estado mínimo. Defende o estado que é... O particular é quem tem que
administrar. O estado não tem que administrar absolutamente nada. Esse é o
pensamento dos governos que por aqui passaram. Iniciando aí, como bem disse a
deputada Professora Bebel, o “Calcinha Apertada” chegou chegando, para
extinguir tudo.
Resolveu fazer
uma devassa. Vamos falar de algumas aqui, que vocês certamente vão se lembrar.
E esse governo, não diferente, com o mesmo propósito, com o mesmo espírito, com
o servidor público, com trabalhadores, sejam da Furp, ou sejam das demais
empresas que foram maldosamente privatizadas aqui. Esse é o pensamento e a
prática desse governo. Mas é um governo que o povo paulista...
Veio lá do Rio
de Janeiro, um forasteiro, aparecendo aqui, não sabia nem onde iria votar. Se
soltasse ele aqui, no dia da eleição, e não tivesse alguém para levá-lo até o
local onde ele iria votar, ele não saberia onde era. Porque não é São Paulo,
não conhecia os problemas do nosso Estado. Mas arrumaram domicílio para ele,
para ele ser candidato. Mas, enfim, o povo sabe bem o governante que quer. E aí
está o presente, infelizmente, e a gente paga um preço alto.
Fizemos aqui o
bom combate, defendemos aqui o patrimônio público. Nós fizemos aqui e esse
combate, e nós também vamos pagar um preço, e estamos pagando, infelizmente.
Vamos lá. A exemplo de Furp, que agora o governador resolveu acabar. Porque
remédio não é problema para ele. Ele não precisa. Os trabalhadores, as pessoas
mais pobres, “per capitamente” falando, é que precisam de remédio de alto e de
baixo custo.
É quem precisa
da fábrica de remédio, lá em Guarulhos, ou lá mesmo Américo Brasiliense. Mas o
governador não precisa. Certamente, os deputados e deputadas que vão votar a
favor da extinção da Furp também não precisam. Lamentavelmente, pensam para
dentro, para si. Acham que, pelo fato de eles não precisarem, não olham para
aqueles, e muitos deles, que votaram neles.
Muitos que
votaram nos deputados e deputadas aqui. Eu costumo dizer, onde eu moro, lá na
periferia, na zona leste, na Cidade Tiradentes, ou por onde eu ando, que muitos
deputados e deputadas vão lá, na época da eleição, ou depois, dizem que estão
do lado das pessoas, que estão defendendo eles aqui, que, nesta tribuna, são a
voz deles. Quando chegam aqui... Antigamente, a sessão extraordinária era às 19
horas, agora é um pouco mais cedo.
Chegava aqui às
19 horas e votava exatamente contrário daquilo que falava na comunidade, na
cidade, por onde andava durante o dia. É uma contradição. Mas o povo precisa,
cada vez mais, votar com consciência. Mas vamos lá. A Lei nº 17.293, de 2020,
do “Calcinha Apertada”, que resolveu extinguir a Sucen, resolveu extinguir o
Daesp, resolveu extinguir o Instituto Villa-Lobos, o Parque da Água Branca.
Resolveu
extinguir a CDHU. Só para vocês terem uma ideia: a CDHU, uma empresa que produz
moradia, que constrói moradia para baixa renda, para pessoas que, ao longo de
suas vidas, não conseguirão ter uma casa própria se não for por um conjunto
habitacional.
Seja ele da
CDHU, seja ele da Cohab, seja ele do programa “Minha Casa Minha Vida”, que,
brilhantemente, o presidente Lula faz. Pois é. Mas esse governo e o governo
anterior, com o voto da maioria dos deputados que ainda estão aqui, aprovou
aqui a extinção da CDHU.
Ainda bem que,
de forma sensata, ela não foi extinta, ela foi aprovada aqui, mas ela não foi
extinta. Tanto é que não tem o menor sentido a CDHU continuar produzindo
moradia, fazendo o seu trabalho, e ter sido aprovada aqui a sua extinção. Eu
apresentei um projeto aqui, que é o Projeto de lei nº 971, de 2023, que revoga,
propõe a revogação do inciso II, do Art. 1º, da Lei nº 17.293, que é a lei que
revogou muita coisa. Então, eu estou propondo que não tem sentido, se ela não
foi extinta.
Ainda bem que
não foi, porque continua prestando um serviço necessário para o estado de São
Paulo. Então, eu espero que os colegas aqui também possam aprovar esse projeto
de lei, porque a CDHU continua... Necessário se faz que continue ativa,
continue produzindo moradias para a população de São Paulo.
Outra extinção,
outra lei maldosa, aqui, acabou com a política da reforma agrária, aquela lei
de entregar as terras públicas para os grileiros, entregar o patrimônio do povo
paulista, que são aquelas terras devolutas, para os grileiros, para aqueles que
já estão usufruindo dela, a preço - grave bem - de banana.
Dez por cento
do valor da terra, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente. Por 10%,
míseros dez por cento. É como se você pegasse o patrimônio público, que não é
seu - se é público, não é seu -, e falasse: “vou vender para você, vou te dar
por dez por cento”.
Olha que
maravilha, quem não vai querer? Ao invés de deixar isso para o Movimento dos
Sem Terra, para os trabalhadores, pequenos produtores, para que produzissem
mais alimentos, para que a gente tivesse menos escassez de alimentos, para que
a gente tivesse um caminho mais curto entre o campo e a cidade.
Mas não: nós
estamos questionando essa lei aqui, porque no ano seguinte, este ano mesmo veio
um outro projeto para dar prosseguimento a essa maldade. Nós estamos
questionando isso lá no STF, e o governador do estado de São Paulo saiu daqui e
foi lá conversar no STF para que essa Adin não prosperasse, deputada Professora
Bebel.
E nós estamos
bravamente brigando, lutando aqui para que essa lei, essa Adin seja apreciada
pelo STF, e que ela revogue, antes que acabe com todo o patrimônio do estado de
São Paulo.
Mas é esse o
pensamento desse governo e dos deputados que certamente gostam, acham bonito
isso. Ninguém tem coragem de vir aqui defender. Os projetos são tão bons, na
visão, que ninguém vem aqui, tanto que aqui só se inscreve para falar contra;
para falar a favor, ninguém se inscreve. Quando se inscreve alguém para falar a
favor, é para dizer: “eu vou falar, mas eu vou falar contra”, que é para usar o
espaço de quem se inscreve a favor.
Outra maldade
que todos vocês perceberam aqui, que foi também uma guerra neste plenário,
neste estado, nós lutamos bravamente aqui. Eu costumo dizer que a gente pode
até cair, mas a gente vai cair sempre de pé, igual gato. Foi a privatização da
Sabesp. Olha que maldade, senhoras e senhores, foi aprovada nesta Casa.
A Sabesp é uma
empresa de 50 anos em São Paulo, uma empresa que sempre deu lucro, uma empresa
que sempre foi espelho, foi orgulho do povo paulista. Mas o governador tinha um
compromisso, tem um compromisso com o capital. Ele tinha que entregar isso aí,
porque isso fazia parte do projeto político dele quando se candidatou a
governador.
E o povo
paulista, hoje, está pagando, infelizmente, por ter água sem qualidade,
escassez de água agora. É problema de falta de chuva, é; mas é também falta de
política em investimento desse governo, que achou melhor entregar o patrimônio
público para o capital estrangeiro. Para o capital estrangeiro: não é nem para
gerar emprego, renda e desenvolvimento para o nosso Estado.
Então, além das
maldades - porque tem muitas, ficaria aqui a tarde inteira falando e não
terminaria -, tem uma maldade que foi um ano de luta, de batalha aqui. O
governo apresentou uma PEC, com o nome de PEC nº 9, de 2023, e nós ficamos um
ano aqui, deputada Professora Bebel, bravamente lendo relatório, obstruindo,
porque o governador queria - e quis, e fez, com o apoio dos deputados aqui -
retirar 5% do Orçamento da Educação.
O que significa
isso? A Constituição Estadual, a nossa Constituição do Estado, quando foi
promulgada nesta Casa, previa que o Estado tinha que investir no mínimo 30% na
Educação.
Mas, o
governador, com o apoio dos deputados aqui, achou que é muito dinheiro para a
Educação. Cortar 5 por cento. Vocês sabem quanto custa... O que significa isso,
gente? Por ano, no Orçamento do estado de São Paulo, a menos na Educação: 11
bilhões e 300 milhões por ano a menos na Educação.
Eu não sei,
gente, como é que um deputado ou deputada tem coragem de colocar a sua digital
para fazer uma maldade dessa. E depois ainda tem coragem de ir lá dizer que
está do lado do povo, que está aqui defendendo o povo e que vai precisar do
voto do povo para continuar deputado aqui. É lamentável, mas foi essa a outra
maldade que foi feita aqui neste plenário e foi aprovada aí a famigerada PEC
55, de 2024, que aprovou essa retirada, esse retrocesso para a Educação - mas
pensando na Saúde, não é?
Aliás, a
justificativa de que esse recurso tinha que sair da Educação era porque
precisava melhorar a Saúde. Pergunto para vocês: melhorou a Saúde onde? Onde
melhorou a Saúde?
Esses dias,
gente, eu fui em uma cidade aqui perto, na região bragantina, por nome Tuiuti.
Cidade pequena. Fui lá fazer uma visita, conversar com o pessoal. As pessoas
reclamam que não tem dipirona no posto, no único centro médico; não tem remédio
para enxaqueca.
Como é que a
gente vai extinguir uma empresa pública que produz remédio barato para as
pessoas terem... Para que não falte naquele posto, naquele centro médico, para
que não falte na UBS, onde você, onde sua mãe, seu pai, as pessoas menos
abastadas precisam desse recurso. Como é que tem coragem de fazer isso?
Sobre a lógica
incorreta - que nós achamos aqui - que é o Butantan, o Instituto Butantan, vai
absorver toda essa... Continuar essa produção. E vou dizer outra coisa aqui
para vocês. Só não extinguiram o Butantan aqui...
Só não
extinguiram o Butantan aqui - porque também estava no pacote da maldade, da Lei
17.293, que era o Projeto de lei 529, que era o projeto para extinguir o estado
de São Paulo quase todo. Só não extinguiram o Instituto Butantan, porque,
bravamente, deputados, nós da esquerda, da centro-esquerda, defendemos o
Butantan.
Imagine,
senhoras e senhores, se o Butantan tivesse sido extinto na pandemia da
Covid-19, naquela crise de saúde pública, em que milhões de pessoas morreram,
infelizmente, graças ao pensamento e ao comportamento de um governo
negacionista. Imagine se a gente não tivesse o Instituto Butantan.
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nós não podemos concordar com a
extinção da Furp. Em que pese tenham sido aprovadas emendas que foram...
Atenuou um pouco a maldade. Atenuou um pouco.
Mas,
conceitualmente, nós não podemos concordar que um patrimônio público deixe de
produzir remédio para o público, principalmente para as pessoas que mais
precisam, sob a lógica de que tem que entregar o patrimônio público, sob uma
extinção, para que uma outra entidade possa administrar, sendo que não é a
vocação do Instituto Butantan.
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nós vamos votar contrário à
extinção da Furp, porque nós entendemos que não é justo fazer isso com o povo
paulista.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Dr. Jorge do Carmo. Dando sequência à lista de oradores inscritos,
para discutir contra, com a palavra a deputada Beth Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputadas e deputados desta Casa,
público que está na galeria, servidores da Furp, essa instituição tão
importante, essa empresa tão importante, que infelizmente está sendo agora
votada para ser extinta.
Algo de que
vocês devem se lembrar, que nós já tivemos isso desde 2019, no governo do Doria,
porque eles são tudo muito parecidos. Então o governador Doria queria extinguir
a Furp. Na época, tinha um ruído de problemas com a superintendência.
Então nós
resolvemos aqui. Nesta Assembleia, foi montada uma CPI, da qual eu fazia parte
e acabei assumindo uma sub-relatoria. Nessa CPI, a gente começou a perceber que
o que, na verdade, estava prejudicando a Furp era uma PPP que foi feita, uma
parceria público-privada em Américo Brasiliense, onde foi construída, com
dinheiro público, uma fábrica da Furp, pegando, inclusive, os recursos da Furp
de Guarulhos, que era a matriz, para poder fazer essa construção. Depois foi
entregue para um laboratório farmacêutico privado para que ele pudesse fazer a
exploração da Furp de Américo Brasiliense.
Mas não foi só
isso. Não foram só os recursos para a construção. Foram os recursos que eram
repassados sistematicamente da Furp de Guarulhos para poder socorrer, muitas
vezes, a Furp de Américo Brasiliense. Com isso, a Furp teve um déficit. Claro,
porque, se você vai tirando, vai tirando, vai tirando recurso, chega uma hora
em que a empresa não consegue, às vezes, se manter.
Aí eles
começaram a dizer que a Furp de Guarulhos era ineficiente. E nós provamos,
nessa CPI, com os relatórios que nós fizemos, com as diligências que nós
fizemos, tanto em Guarulhos quanto em Américo Brasiliense, com visitas, com
conversas com os servidores, nós observamos que havia um processo sistemático
de desmonte da Furp, de desvalorização da Furp.
Eu me lembro
que nós fizemos aqui nesta Casa uma audiência pública no mês de dezembro, salvo
engano que lotou esse Auditório Franco Montoro. Tinha mais de 500, 600 pessoas
que vieram para dizer que a Furp não poderia ser extinta, muito menos vendida
naquela ocasião.
Em seguida, nós
tivemos, infelizmente, a pandemia. E o Doria acabou deixando um pouco de lado a
tentativa dele de extinguir a Furp, porque aí tinha que cuidar da pandemia no
estado de São Paulo. Inclusive, como já disseram aqui anteriormente, a
valorização, voltou a valorizar o Instituto Butantan, que também estava na
linha de privatização ou de concessão.
Essa era a
intenção dele. Mas aí ele recuou, porque veio a pandemia, e ele percebeu que,
se não fosse o Instituto Butantan, mais pessoas morreriam, porque nós não
teríamos a produção de vacina a tempo de poder evitar que mais mortes
ocorressem naquele momento.
E nós fizemos o
sub-relatório, e um outro deputado da situação fez um relatório, fez outro
relatório. Nós tivemos quatro relatórios nessa CPI. E o que foi aprovado não
foi o do relator Alex Madureira, que foi o relator escolhido pela base do
Governo aqui na Casa, foi o do relator, do deputado Thiago Auricchio, na época.
Exatamente um
relatório que dizia da viabilidade da Furp, de como ela poderia se recuperar,
de como ela poderia continuar produzindo os seus mais de 37 medicamentos.
Medicamentos que, inclusive, numa das oitivas que nós realizamos naquela
ocasião e trouxemos o ex-secretário de Saúde, o secretário Giovanni Cerri...
E ele disse,
nas próprias palavras, eu não vou me esquecer disso, que havia medicamentos, e
aí também o pessoal que está fazendo a rodinha podia esperar um pouquinho para
conversar depois, não é, deputados e deputadas? Viu, meu líder querido? Para a
gente poder aqui se concentrar.
Ele próprio
disse que a Furp produzia o Benzetacil, por exemplo, para citar um dos
medicamentos que era utilizado no Hospital das Clínicas e que os laboratórios
privados se negavam a fazê-lo, sabe por quê? Porque laboratório privado quer
produzir medicamento que dá lucro.
A Furp tinha o
objetivo, sempre teve e continua tendo até hoje, de produzir medicamentos que
os laboratórios privados não fazem, mas que são muito importantes e benéficos
para determinadas doenças, como é o caso do próprio Benzetacil. E mais do que
isso, a Furp sempre produziu medicamentos para entregar para a Secretaria
Estadual de Saúde, de modo que essas medicações possam chegar aos municípios.
Eu me lembro
muito bem também, desde a época em que nós governávamos Catanduva, de como era
importante a medicação que chegava da Furp, porque era praticamente um valor
muito irrisório, mas que atendia grande parte das demandas por medicamento da
população, e continua atendendo hoje, porque ela vai para a Secretaria daqui. E
não é só no estado de São Paulo, são em outros estados também.
Mas o que o
governo faz e que sempre vem fazendo ao longo dos anos? Sucateando
paulatinamente a estrutura da Furp. Devagarzinho vai destruindo uma coisa aqui,
não abre mais concurso, se as pessoas se aposentam não colocam ninguém no
lugar. Eu me lembro de que uma servidora da Furp, quando nós fizemos a
diligência...
Não uma, vários
dizendo da demora, por exemplo, da importação de insumos da Índia e da China,
que eram importantíssimos para poder fabricar determinados medicamentos. Eles
começaram a sucatear esta estrutura até o ponto, às vezes, de provar isso que
eles estão querendo fazer hoje, que é simplesmente extinguir.
Um desrespeito
enorme do governador Tarcísio, e não é um desrespeito só com a Furp em si
enquanto empresa pública, é um desrespeito para com os servidores desta
empresa, muitos dos quais especialistas nesta área de produção, pesquisadores
dedicados nesta área de produção de medicamentos, mas um desrespeito também com
a população paulista, especialmente com a população que faz uso da Rede Pública
de Saúde e que precisa de medicamentos que são distribuídos gratuitamente, e
mais do que isso, medicamentos que a gente pode confiar, medicamentos de
qualidade.
Mas isso o
governo pouco se interessa... Na verdade, o governador Tarcísio eu não sei para
quem ele vai governar mais, porque ele está extinguindo tanta coisa, ele está
privatizando tanta empresa, ele está terceirizando tantas funções que são de
obrigação do estado, como por exemplo a Saúde que grande parte dela hoje está
na mão de organizações sociais que a cada período são denunciadas por desvio de
verbas, como é o caso de uma que estava administrando a Saúde da cidade aonde
eu moro.
Então eu não sei para quem esse governo quer
governar. Eu acho até que eu desconfio que ele quer fazer um governo para se
preparar para ver o que ele vai disputar neste momento de pré-campanha, ou vai
disputar o governo estadual, ou vai disputar o governo federal.
Eu acho que é
para isso que ele se prepara, eu acho que é para isso que o governador tem se
preocupado ao longo da sua gestão aqui e não com o bem-estar da população, pelo
contrário, longe disso, longe de querer melhorar a Saúde da população, porque
quem tem interesse em melhorar a Saúde da população não coloca uma empresa como
esta em extinção.
Nós fizemos uma
audiência pública... Aliás, eu quero aqui fazer um parêntese, para poder dizer
sobre as audiências públicas. Audiências públicas aqui nesta Casa não têm
levado a absolutamente nada, porque do jeito que a gente entra, a gente sai da
audiência pública.
Embora ali,
ouçam pessoas que são contrárias e outras pessoas que são a favor, mas na
verdade elas têm quase nada contribuído, muito pouco contribuído com o debate.
A gente espera que em uma audiência pública, quando você finaliza essa
audiência, haja um resultado capaz de transformar ou de mudar o mínimo que seja
aquele projeto que está sendo discutido. Não é o caso.
Na Furp não
aconteceu isso, a única coisa que o governo concordou em fazer e que - vou
dizer uma coisa para vocês, olho com muita desconfiança isso - foi retirar o
Art. 4º, que impede a venda das áreas que estão instaladas, seja em Guarulhos,
uma área nobre de 200 mil metros quadrados.
São 10 hectares
no meio de Guarulhos, uma área importante que cresce os olhos de investidores
imobiliários que ficam com cócegas nas mãos para poder comprar aquela área e
fazer construções que sejam altamente rentáveis para o bolso de grandes
construtoras e de grandes imobiliárias.
O fato de o
governo ter retirado esse Art. 4º não nos dá nenhuma segurança de que - nenhuma
- essa venda, essas áreas, não podem retornar em outro projeto de lei aqui na
Assembleia Legislativa para serem vendidas, para serem alienadas, nada disso
nos garante. Por que? Tirou.
Mas até aí,
como esse governo, às vezes, fala uma coisa de manhã e executa outra à tarde,
como é que nós vamos poder acreditar que essas áreas, de fato, irão pertencer
ao Instituto Butantan, que poderão fazer disso um espaço para ampliar as suas
atividades?
E por falar em
Instituto Butantan, quero dizer o seguinte para vocês, mais ainda, o Instituto
Butantan não tem a expertise de produzir medicamentos. O Instituto Butantan é
maravilhoso, mas o Instituto Butantan produz vacinas.
Essa é a grande
contribuição que esse instituto faz à Saúde, não só do estado de São Paulo, mas
de todo o País, esse é o Instituto Butantan. Isso é tão verdadeiro que o
presidente do instituto que estava aqui, que participou da audiência pública,
não sabia dizer o que, de fato, iriam fazer com a Furp.
Embora seja um
cientista, mas não está ali para isso, está ali para pesquisar, essa é a função
dele. Fazer a gestão do instituto, mas ao mesmo tempo incentivar as pesquisas
tão importante para a saúde da população que são realizadas pelo Instituto
Butantan.
Então do fato
de ser transferido isso para o Butantan não dá para vocês nenhuma garantia. E o
pior, e o pior, a situação dos servidores, que essa ainda é a pior de todas.
Porque vocês não sabem o que vai ser do futuro de vocês, qual será a segurança
jurídica que vocês terão quando a Furp for extinta.
Para onde vocês
serão transferidos, a qual regime vocês serão submetidos? Quer dizer, é mais
uma... E isso no projeto não fala nada e na audiência pública também não
disseram nenhuma palavra sobre essa questão. É mais um questionamento que deixo
aqui.
Para encerrar,
Sr. Presidente, quero dizer que nós temos convicção que o nosso voto será
contrário à extinção da Furp, porque isso é um absurdo. Porque, na verdade,
isso é uma crueldade com a Rede Pública de Saúde, com a produção de
medicamentos e atinge em cheio a população mais pobre do nosso Estado.
Muito obrigada,
Sr. Presidente. (Palmas.)
O
SR. PESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Beth Sahão.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
Deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, vou
abrir mão da minha inscrição, porque vou encaminhar para poder dialogar com o
deputado Alex Madureira.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ok, deputado
Paulo Fiorilo. Então retiro a sua inscrição.
Com a palavra o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT - Sr. Presidente, seguindo a
orientação do líder da bancada, eu também retiro a minha inscrição e vou ser
designado para fazer o encaminhamento.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Encerrada a
discussão. Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.
Há sobre a mesa o método de votação
apresentado pelo deputado Gilmaci Santos. Em votação o requerimento do método
de votação.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Para encaminhar pela bancada do
PT os deputados Marcolino e Paulo Fiorilo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Então fará tempo compartilhado por encaminhamento o
deputado Paulo Fiorilo e Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras.
Deputadas e funcionários da Furp que nos acompanham aqui no plenário.
Sr. Presidente,
já na semana passada tinha feito aqui a minha defesa contrária à extinção da
Furp no estado de São Paulo. E nós estamos falando da única empresa pública no
estado de São Paulo que tem a capacidade, a condição de produzir remédios e
medicamentos não só para o estado de São Paulo, mas para todo o País.
E essa decisão
que o governador apresenta, distinção de uma empresa tão importante quanto
essa, está mexendo não só com o Governo do Estado de São Paulo, mas com todos
os municípios do nosso estado ou quase a totalidade.
Hoje, a Furp
garante medicamentos a 550 municípios do estado de São Paulo. Quinhentos e
cinquenta municípios. O “Dose Certa” já foi entregue a partir de 95 a 2020.
Hoje muito mais, há 25 bilhões de frações unitárias entregues no estado de São
Paulo. A Furp é a produtora de boa parte dos remédios também que são entregues
pelo governo federal, a “Farmácia Popular”.
Essa é a
empresa que o governador Tarcísio está propondo extinguir, desmontar. Por mais
que ele fale “Vai ser uma parceria entre o Butantan e a Furp”, em momento algum
o projeto vem como uma fusão, como uma incorporação. Ele veio com proposta, o
projeto, de extinção da Furp no estado de São Paulo.
A gente
conseguiu fazer aqui uma adequação. Vai retirar a questão da alienação da área
da Furp, tanto aqui em Guarulhos como na Américo Brasiliense, mas tire em
relação a esse projeto. Mas não tem uma proposta depois, de enquadramento.
Quem é que vai
fazer a gestão da Furp a partir do momento da aprovação desse projeto? Vai
continuar sendo a mesma direção? Vão ser os mesmos cargos de confiança que vão
ser indicados pelo governo? Como é que vai ficar essa adequação?
Com certeza
esse debate, Dr. Jorge do Carmo, não foi discutido entre a Furp e o Butantan. E
nós vimos, na audiência pública, o desconforto que tinha das pessoas que estão
representando ali a Furp e mesmo quem estava ali representando o Instituto
Butantan. E nós sabemos que são ações diferentes - uma em relação às vacinas,
outra em relação aos remédios.
Nós vimos os
dados que foram trazidos pelos servidores da Furp, pelas pessoas que estão ali
no dia a dia, fortalecendo essa empresa pública no estado de São Paulo, que
basta investimento, que basta modernização, que basta a ampliação dos turnos,
que basta ampliar o número de servidores para fazer o atendimento dessa empresa
tão importante, que nós resolveríamos o problema de você que está nos acompanhando
aí na UBS que falta remédio, aí na UPA que falta remédio, aí nos hospitais da
sua cidade que falta remédio.
Agora, se está
faltando remédio no estado de São Paulo, como é que o governador Tarcísio
simplesmente apresenta um projeto para extinguir uma empresa tão importante
quanto essa? E o que a gente percebe é que ele entrou para governar o estado de
São Paulo com a saga de vender tudo o que é público no estado de São Paulo. Foi
assim com a Sabesp, foi assim com a Emae, foi assim com o par da CPTM, com o
par do Metrô.
Agora a Furp é
a bola da vez. Já extinguiu a EMTU, e hoje nós não temos mais EMTU. Até então,
era a EMTU e a Artesp. Hoje, já não existe mais a Artesp, então é um processo
de desmonte de ponta a ponta.
Desde que o
Tarcísio assume o Governo do Estado de São Paulo, dá a impressão que é um
fetiche que ele tem: “Preciso privatizar, preciso dialogar ali com a Faria
Lima”. Então como é que ele dialoga com a Faria Lima? Dialogando, mostrando que
iria desmontar uma empresa tão importante quanto a Furp é.
Por isso que a
nossa bancada do Partido dos Trabalhadores, em respeito aos servidores da Furp,
em respeito à população do estado de São Paulo, em respeito às pessoas que nos
elegeram para representar um Estado forte, um Estado que de fato valorize o
servidor e o serviço público, que a nossa bancada do Partido dos Trabalhadores,
nós seremos contrários ao projeto ora apresentado pelo governador Tarcísio.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, aqueles
que nos acompanham aqui das galerias, pela TV Alesp, aqui a gente veio para
fazer o encaminhamento do método, mas eu preciso fazer um registro.
Nós vamos
encaminhar um método que, na minha opinião, é um equívoco, porque o projeto não
contribui com a sociedade, não valoriza um bem público que pode e que deve
produzir remédios populares para aqueles que mais precisam, mas eu não me
espanto.
Aliás, quem
deveria se espantar são os deputados da base, principalmente aqueles, deputado
Conte Lopes, que não receberam as emendas do governador. Aliás, é estranho,
porque a gente olha a lista e alguns receberam muito, outros não receberam
nada. Eu acho que os deputados que não receberam deveriam ter aqui, agora, a
oportunidade de dizer ao governador: “Sr. Governador!”.
O desrespeito
só pode ser pago desta forma, votando “não” a este projeto ou, quem sabe, não
dando quórum a ele, até porque, eu vou dizer mais, esse governador tem feito
barbaridades neste estado. Vamos fazer aqui uma retrospectiva rápida.
O que está
acontecendo na Secretaria de Finanças, agora nós temos um delator. A gente
falava de um bilhão, agora está falando de 11 bilhões, 11 bilhões! Deputado
Reis que me corrija, se eu estiver enganado. E assim, lá é funcionário que
trabalhava home office lá em Roma.
É, assim,
impressionante, porque é um secretário, junto com o governador, que prometeu
para várias categorias deste estado atividades econômicas importantes que
fariam melhorias e não fizeram, mas a gente podia continuar.
A questão da
Segurança Pública, a gente tem dois grandes problemas, tem o crime organizado.
Que não me venham com bravatas e lorotas de dizer que tem que bater, tem que
prender, porque o governador deste estado está aqui há três anos, dez meses e
quatro dias, e eu não vi, absolutamente em nenhum momento, uma atitude do
governador para fazer o combate ao crime organizado, deputado Gilmaci, líder
desse governo.
Aliás, esse
governo tem uma coisa impressionante, deputado Gilmaci, é prometer e não
entregar, porque se entregasse, quem sabe o estado de São Paulo pudesse dar
exemplo para o Brasil do combate ao crime organizado - não tem feito.
Segunda
questão, a insegurança permanente das pessoas neste estado. Nós vimos um
taxista ser assassinado a sangue frio, nós vimos uma menina do interior que foi
assassinada. Estou falando dos dois últimos acontecimentos.
E o governador,
ao contrário de se preocupar em fortalecer o Estado e utilizar um instrumento
importante, que é a Furp, para poder valorizar os seus trabalhadores, produzir
remédios populares, fazer com que a planta de Américo de Brasiliense funcione,
que a planta de Guarulhos funcione, não, ao contrário, mexeu no projeto, tirou
artigo. Mudou artigo? Beleza, mas aqui nós precisamos deixar claro.
Quantas vezes o
governador não sinalizou, dizendo que era favorável a determinada emenda,
depois que o projeto foi aprovado, e vetou? E aí veto aqui ninguém derruba.
Aliás, eu estou para ver. Derrubamos um veto aqui da deputada Andréa... Do
Paulo Correa, desculpa, mas eu acho que foi o único, se eu não estiver
enganado, nesta legislatura.
Então, assim,
nós vamos entregar de novo um cheque em branco para o governador para ele fazer
o que quiser? É inadmissível isso, deputado Gilmaci! Aliás, os deputados da
base deveriam dar agora a resposta ao governador, que desrespeitou vários
deputados. Não estou nem falando da oposição, porque a oposição não teve um
tostão liberado agora nas emendas da Saúde. Nem um tostão, nenhum!
Enquanto os
deputados da base, alguns tiveram dez, 12, 15 milhões; outros 400 mil, outros
zeros. Zero! Então, está na hora de os deputados terem hombridade. Eu não vou
nem usar outra expressão aqui, que acho que não merece, mas acho que os
deputados deveriam vir ao microfone, ou votar “não” ou, melhor ainda, nem
comparecer à votação que vamos fazer.
Isso sim seria
uma resposta importante para o governador entender o que é esta Casa, porque
ele não entendeu. Ele está preocupado com Brasília, está preocupado com o
Bolsonaro, com a anistia, mas não com o estado.
Então, deputado
Gilmaci, líder deste Governo, ponha a mão na consciência, convença o
governador, faça com que ele volte a trabalhar. Quem sabe assim a gente pudesse
avançar, não para ele ter outro mandato, mas para ele encerrar logo esse.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem,
presidente. Para indicar a deputada Márcia Lia para encaminhar pela liderança
da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Com a palavra, a deputada Márcia Lia para
encaminhar pela Minoria.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa noite aos colegas, boa noite às pessoas que
estão na defesa da Furp, aos nossos servidores. Dizer que essa situação que o
estado vem criando ao longo dos anos, agora mais aprofundada ainda neste
governo do governador Tarcísio de Freitas, é um descalabro.
O Dr. Jorge
apresentou aqui um resumo de várias entidades, de várias leis que prejudicam o
povo paulista em várias áreas, na área da Saúde, na área da Educação, na área
da Agricultura, na área da reforma agrária, e por aí vai.
Agora, estamos
diante da extinção da Furp. Por que o governo do estado está acabando, Gilmaci,
com a Furp? Porque ele alega que a Furp é deficitária. Ora, não é extinguindo
um serviço tão essencial como a produção de medicamentos que a gente resolve o
problema da asfixia financeira e das dificuldades pelas quais a Furp passa.
Como a gente resolve problemas dessa natureza? É com gestão, é com
administração eficiente, é com planejamento estratégico, é chamando os
servidores para motivação.
Eu tenho visto,
eu passo sempre em frente à Furp na cidade de Américo Brasiliense. Foi
construída uma fábrica imensa - mas ela é gigantesca! - para a produção de
medicamentos, para poder entregar medicamentos aos hospitais, para pessoas que
estão em situação de vulnerabilidade. Essa fábrica foi inaugurada quatro vezes.
Quatro vezes
nós tivemos o pessoal inaugurando a fábrica da Furp de Américo Brasiliense.
Quatro vezes. Só que ela nunca funcionou na sua plenitude, pela incapacidade
dos gestores públicos, pela dificuldade que têm os Governos do Estado de São
Paulo de fazer com que as coisas funcionem de fato.
A gente viu
aqui a situação da Sabesp. Disseram para a gente, tentaram nos enganar dizendo
que a Sabesp precisava ser privatizada, porque os serviços melhorariam
extremamente e também que as tarifas seriam reduzidas. Ainda bem que nós, do
PT, não acreditamos, não é, gente? Porque o fornecimento da água suja... Quando
chega água, ela chega marrom, suja.
E agora o
governo está se colocando para disponibilizar água, para o povo de São Paulo,
de esgoto, água suja. Eles vão tratar a água e vão pôr no nosso copo, pôr na
nossa comida, pôr na nossa vida. Água suja. É isso que nós estamos vendo.
E a questão da
Furp lá em Américo Brasiliense, ela é um elefante branco imenso que ninguém
conseguiu fazer com que ela atingisse os seus objetivos. Eu tenho recebido
também, deputado Gilmaci, muita reclamação dos servidores da área da Saúde do
Hospital de Américo Brasiliense, que é do lado da Furp.
Maus tratos,
assédio moral, porque eles privatizaram, eles entregaram o serviço, que era um
serviço de excelência do Hospital Nestor Goulart Reis, eles entregaram esse
serviço para o privado. E como a gente já sabe, o privado visa lucro, e não
será diferente, Sr. Presidente, agora na fabricação de medicamentos.
Ao invés do
Governo do Estado sentar com o governo federal, com o Ministério da Saúde,
sentar com os hospitais, sentar com o Hospital do Servidor, que é o próximo,
hein? Eles não querem colocar dinheiro no Iamspe.
Eu tenho
recebido muitos servidores, muita gente que precisa e que usa o plano de saúde
do Iamspe com uma preocupação enorme, porque vai ser o próximo. Eles não vão colocar
aquilo que a lei manda que o Governo do Estado faça, que é colocar sua
cota-parte para financiar o Hospital do Servidor e todo o trabalho que o Iamspe
presta interior afora.
Nós vivemos uma
época... E aí eu quero chamar a atenção do governador. Governador, o senhor
está desmontando o estado de São Paulo. Governador, os servidores da Saúde
ainda estão com vale-coxinha. Governador, o senhor precisa motivar os
servidores públicos, para que a gente não chegue nesse ponto que está chegando
a Furp, que está sendo extinta.
Tudo aquilo que
o Governo do Estado acabou... A Sucen, por exemplo, que era uma prestação de
serviços extremamente eficiente, acabou. E por aí vai. Governos que se sucedem
um atrás do outro, um atrás do outro, fazendo o desmonte das políticas públicas
no estado de São Paulo.
Enquanto o
presidente Lula reconstrói o Brasil, enquanto o presidente Lula faz com que o
nosso País cresça, com que o nosso País se apresente como uma grande Nação, uma
grande Nação - palmas para o presidente Lula -, aqui, no estado de São Paulo, é
o inverso.
Aqui é a
extinção da Furp, aqui é a Lei nº 17.557 que entrega terras para os grandes
latifundiários, pagando tão somente dez por cento do valor da terra nua. Está
errado. Nós não podemos aceitar que o patrimônio do povo paulista seja
entregue, seja jogado no esgoto, porque nós sabemos quem é a maior parte das
pessoas que está recebendo.
As pessoas que
estão recebendo essas terras, deputado Donato, são pessoas ricas, são pessoas
que não cumprem os requisitos do Estatuto da Terra e nem das leis que regem os
processos da reforma agrária; nós estamos vendo. Sr. Governador Tarcísio de
Freitas, o senhor está desmontando o estado de São Paulo. Se olha para a Saúde,
é um desastre.
Se olha para a
Educação, é um desastre. Se olha para os incentivos fiscais e se olha para o
que está acontecendo com os auditores, são bilhões, bilhões, bilhões de reais
que estão indo ralo afora por esquemas de corrupção montados dentro da
Secretaria da Fazenda. Esquemas que vilipendiam o povo paulista, que tiram
dinheiro da Educação, que tiram dinheiro da Saúde, que tiram dinheiro da
Assistência Social, que tiram dinheiro de políticas públicas.
O estado de São
Paulo está na contramão da história do Brasil, na contramão, deputada Bebel,
daquilo que o presidente Lula faz para melhorar a vida do povo pobre, para
melhorar a vida daqueles que precisam de farmácia popular, daqueles que
precisam de moradia,” Minha Casa, Minha Vida”, daqueles que precisam de
políticas para sobrevivência.
E aqui no estado
de São Paulo é extinção, é fim, é cisão, é fechamento, acaba, termina, ninguém
motiva o servidor, e ninguém cuida daquilo que poderia melhorar a entrega de
medicamentos para o povo paulista. É muito triste.
É muito triste
o que a gente está vendo acontecer no estado de São Paulo. A Furp tem por
missão fornecer medicamentos para o povo pobre, e agora o governador acaba,
entrega para a iniciativa privada um patrimônio público, e nós não vamos
aceitar.
Portanto, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores vota contra esse projeto de desmonte, e
nós vamos contar para todo mundo do estado de São Paulo que o governador
Tarcísio está desmontando o estado de São Paulo.
Muito obrigada.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Ediane Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Para a Monica
encaminhar o roteiro pela Bancada do PSOL/Rede.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra a deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa
tarde a todos. Quero saudar os trabalhadores da Furp aqui presentes pela
mobilização. A gente sabe que, diferente de 2020, dessa vez a fábrica não parou
e os servidores não estão aqui por manter a fábrica funcionando.
Mas também
porque, diante de uma ameaça de extinção, salários e empregos estão colocados
em xeque, o que assusta o trabalhador e a trabalhadora nesse momento, mas que
os que estão aqui presentes estão fazendo uma grande luta.
Bom, eu quero
falar e dialogar com quem está me acompanhando de casa, ou com quem tem
visitado o estado de São Paulo. Está faltando medicamento aí na sua cidade?
Está faltando medicamento no postinho? No ano passado, a gente teve um grande
apagão de medicamento para alta pressão. Sumiram dos postinhos.
Esse ano, pode
parecer bobagem, mas é verdade, está faltando dipirona. Diversas cidades têm
escrito para o nosso mandato falando que no postinho de saúde está faltando
dipirona. Já faltou imunossupressor para transplantado.
O Sistema Único
de Saúde, o SUS, é completamente dependente, porque tem quase exclusivamente a
Furp para a produção de medicamentos de HIV-AIDS e tuberculose da Furp.
Enquanto a população vê sumir o medicamento de distribuição gratuita no SUS,
enquanto a população sente o desinvestimento na Saúde, e o desinvestimento na
Saúde no estado de São Paulo é geral, generalizado, está todo mundo sentindo
isso.
Eu vou dar um
exemplo aqui de uma escolha política: ontem eu fui fazer os balanços da emenda
impositiva. Eu não acesso emenda involuntária, debaixo dos panos, orçamento
secreto, nem nada disso. Eu tenho o rigor da lei, o 0,06 por cento de emenda
como a lei manda, e 50 por cento para a Saúde.
Sabe quanto o
governador pagou das minhas emendas da Saúde? E é tudo hospital regional,
hospital estadual, UBS. Seiscentos mil reais das minhas emendas da Saúde. O
povo sofrendo, morrendo, e ele contingenciando o dinheiro da Saúde.
Por que eu
estou começando a falar sobre o sumiço do medicamento do postinho, da falta
proposital de investimento na Saúde, só porque eu sou de oposição, e das
pessoas morrendo sem medicamento e sem assistência? Porque o governador tende a
administrar o estado como um balcão de negócios.
Eu fui
perguntar para todo mundo por que da extinção da Furp. Todo mundo fala: “Ah,
não sei quantos milhões, cento e poucos milhões, quase 200 milhões de déficit”.
E aí eu me pergunto, quando é que a Saúde tem que dar lucro? Quando é que a
Saúde deixou de ser investimento? Só se for para entregar para a iniciativa
privada.
Vou dar um
exemplo, Emilio Ribas, outro, assim como a Furp, de segurança para o estado de
São Paulo. O que eu falo de segurança, gente? É, quando o estado de São Paulo
enfrentar uma crise, ter capacidade de incidir cientificamente. O Emilio Ribas
é um hospital de segurança.
Todas as
endemias, epidemias, etc., vão parar lá, enquanto a gente aprende a lidar com o
fato. Foi assim na Covid, foi assim na epidemia de dengue ano passado, e é
assim com o metanol agora. Boa parte dos primeiros internados por contaminação
do metanol foram parar no Emilio Ribas, um hospital de segurança do estado de
São Paulo, “quarterizado”.
Sabe o que está
acontecendo com a gestão privada do Emilio Ribas? Eles estão contratando
médicos e enfermeiros por plantão de 24 horas. Você vai lá e faz um bico de 24
horas. Você recebe o seu salário. Um hospital altamente especializado, com um
rodízio enorme de trabalhadores.
Uma enfermeira
que trabalha 24 horas em um hospital daquele não consegue nem achar onde é que
fica a farmácia e os instrumentos quanto mais da conta, da complexidade. A
Furp, deputados e deputadas, é uma fundação de segurança do estado de São
Paulo.
Ano passado,
quando a gente teve o surto de dengue, o estado mandou e a Furp aumentou a
produção de soros para dar conta da epidemia de dengue. Enquanto a farmácia
assumiu ou aumentou o preço, o governo do estado garantiu boa parte da
distribuição de soro, via SUS, porque pode tomar uma decisão de estado para a
Saúde.
Aí vocês vêm me
falar de 200, 100 e poucos, de déficit, etc. É investimento na Saúde. As
pessoas estão precisando. O governo do estado poderia enxergar como
investimento, mas enxerga o estado como um balcão de negócios. Aí eu vou falar.
A saúde das pessoas nunca vai ser superavitária.
As necessidades
das pessoas nunca serão superavitárias, porque é investimento na Saúde. A Furp,
assim como o Instituto Butantan - que agora, depois de provar o seu valor a
duras custas depois da epidemia de Covid-19 -, estava na lista do governador
João Dória para a extinção, junto a outras 33 empresas públicas na legislatura
passada.
A gente travou
uma luta aqui, porque ter fundações públicas capazes de produzir medicamento e
vacina é estratégico para dar conta das demandas da Saúde. Conseguimos tirar a
Furp. Conseguimos tirar o Instituto Butantan da lista de extinção. O que
aconteceu na sequência no ano seguinte, segundo ano da gestão João Dória?
Covid-19.
O Instituto
Butantan ficou famoso, Doria foi lá tirar foto com vacina, fez coletiva de
imprensa, começou a exportação. Está superavitário e todo mundo reconhece a
importância do Instituto Butantan. Mas, na Furp, o governador João Dória deixou
um gestor para extinguir a Furp, apesar de ela não estar na nossa extinção.
Por quê? Pense.
A fábrica tem capacidade de produzir um bilhão de medicamentos por mês, de
operar em três turnos, de ter as duas plantas funcionando. Os senhores acham
que, com a falta de dipirona no postinho, falta comprador para a Furp? Só no
serviço público, entre prefeituras e o próprio governo do estado, o governo
poderia ampliar muito a produção e a venda.
Mas o que
aconteceu, e se os senhores conversarem com o atual gestor da Furp, indicado
pelo Tarcísio, ele vai poder contar para vocês como contou para mim, foi uma
escolha de governo, do João Doria, deixar a Furp sangrar e minguar. O déficit
da Furp é uma escolha política, e não, que essa seja a métrica.
Escolheu-se
deixar a Furp funcionando em um turno só, ter contratos que são antigos, e não
abrir novos. Sabe qual é o tamanho da demanda de canabidiol no SUS? É enorme, e
a Furp produz. Então, se o governador do Estado quiser assumir novos contratos,
tem capacidade de produção, é só contratar.
Agora,
encaminhar para o Instituto Butantan pagar as contas, fazer a gestão, vender a
fábrica, fazer o que quiser, é abrir mão de suprir a necessidade de medicamento
das pessoas no postinho. O Instituto Butantan não responde o que vai fazer com
a Furp.
Não está
preparado e vai ter que arcar o seu orçamento. O relator disse, ao acatar a
emenda que tira a venda dos imóveis da Furp, que isso está implícito no
projeto. Ou seja, tudo pode ser, tudo pode acontecer. Nada está garantido e
explicado.
Enquanto isso,
idosos vão continuar morrendo, porque o SUS não tem remédio para alta pressão.
O que o governador João Doria está fazendo aqui é escolher deixar de reduzir
medicamento básico, que falta no postinho. (Voz fora do microfone.) O
governador Tarcísio, seguindo a cartilha do João Doria, deixa de produzir
medicamento que falta no postinho, e que pode matar as pessoas.
Vocês não têm
nenhuma garantia que o Instituto Butantan, com a demanda que tem, de aumentar a
produção de vacina que todo mundo concorda que é necessário, e que tem
investimento público para isso, não vai optar por produzir mais vacina. Porque
tem seus clientes, contratos e mercados.
E vai continuar
faltando remédio para alta pressão no postinho de Saúde.
Obrigada.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
Cabe agora uma breve comunicação do deputado Suplicy? Deputado Suplicy, por
favor.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não,
dois minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Caro presidente André do Prado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, quero, primeiro, justificar que, ainda ontem, não pude comparecer ao
velório da Clara Charf.
Ela que, aos
100 anos, depois de se dedicar inteiramente ao progresso social brasileiro,
infelizmente faleceu. Ela, que foi companheira de Carlos Marighella. E sempre
batalhou pela democratização do Brasil de forma pacífica. Eu gostaria não
apenas de fazer esta homenagem a ela, mas também a uma outra pessoa que ficou
preocupada.
Será que se
está definindo a homenagem ao grande, e um dos melhores deputados que nós
tivemos no Brasil, Chopin Tavares de Lima? Porque, ao se extinguir a Fundação
Furp, o momento urbano... No fundo, a Fundação do Remédio Popular tem o nome de
Chopin Tavares de Lima, que nasceu em 1926, e faleceu em 2007 e que tão bem
representou o povo de São Paulo, o povo brasileiro. Era um homem progressista
que muito batalhou contra a ditadura militar. E eu convivi com ele, ao tempo em
que era tão amigo de Jorge da Cunha Lima, Paulo Cotrim, e tantos outros.
Então eu fico
preocupado. Esse projeto, além de tudo que meus colegas aqui falaram, do
Partido dos Trabalhadores, do PSOL, de como ele está, simplesmente, querendo
passar para o setor privado algo que não está comprovadamente dito que vai ser
melhor, inclusive para termos mais remédios para serem distribuídos pelo
Sistema Único de Saúde, em São Paulo. Então expresso aqui também meu voto
contrário.
Voto “não” ao
projeto, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
Em votação o requerimento de método de
votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao
requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de
método de votação.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Uma verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Faremos, então, a verificação de votação.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos
proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste
momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que
as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem
conhecimento da votação que se realizará.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSOL REDE em
obstrução.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido Liberal
em obstrução.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr.
Presidente. PDT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PDT em
obstrução.
O
SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Colocar o Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos
em obstrução.
O
SR. ROGÉRIO SANTOS - MDB - Pela ordem,
presidente. Colocar o MDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - MDB em
obstrução.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar a Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB
Cidadania em obstrução.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente. União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil em
obstrução.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução. Agora já deu? (Vozes fora do microfone.)
Tendo, então, transcorrido os quatro
minutos, o sistema eletrônico agora ficará aberto para que as Sras. Deputadas e
os Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais
expostos em suas mesas.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem,
presidente. Colocar o Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Capitão Telhada. Progressistas em obstrução.
O
SR. RAFA ZIMBALDI - CIDADANIA - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Rafa Zimbaldi.
O
SR. RAFA ZIMBALDI - CIDADANIA - Deputado André, só
para registrar a presença aqui da nossa jornalista investigativa, a Carla
Albuquerque, que está aqui com a gente, e a delegada da DHPP, a Aleixo, Ivalda
Aleixo, que está aqui conosco, falando um pouquinho do trabalho da DHPP.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Rafa. Estão registradas as presenças. Sejam todas bem-vindas.
(Palmas.)
Não havendo mais deputados que queiram
fazer o seu voto pelo sistema eletrônico, abriremos então os microfones de
aparte para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não conseguiram pelo
sistema eletrônico possam fazer pelos microfones de aparte.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais deputados interessados em realizar o seu voto, pergunto às Sras. Deputada
e aos Srs. Deputados se gostariam de alterar o voto. (Pausa.)
Não havendo deputados interessados em
alterar o voto, passaremos à proclamação do resultado. Votaram “sim” 41
deputados, mais este presidente, totalizando 42 votos, quórum insuficiente para
a aprovação do método de votação. (Manifestação nas galerias.)
Antes de dar por encerrado, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento
Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se
hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a
finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 49ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
05/11/2025.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está encerrada
a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 19 horas e 23
minutos.
*
* *