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07 DE MARÇO DE 2016

004ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 60 ANOS DA FUNDAÇÃO SANTOS DUMONT E POSSE DA SUA DIRETORIA EXECUTIVA E CONSELHOS CURADOR E FISCAL

 

Presidente: CORONEL CAMILO

 

RESUMO

 

1 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - RICARDO FABRÍZIO

Mestre de Cerimônias, nomeia a composição da mesa e as autoridades presentes.

 

3 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Coronel Camilo, ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de "Homenagear os 60 anos da Fundação Santos Dumont e Posse da sua Diretoria Executiva e Conselhos Curador, Fiscal e Consultivo". Saúda as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

4 - RICARDO FABRÍZIO

Mestre de Cerimônias, faz breve histórico da instituição. Anuncia a exibição de documentário sobre a vida e obra do "Pai da Aviação", trecho da obra "Santos Dumont: O Homem Pode Voar".

 

5 - JOÃO BAPTISTA OLIVEIRA

Presidente do Conselho Curador da Fundação Santos Dumont, saúda os presentes. Reflete a respeito do que considera falta de memória do povo brasileiro. Tece considerações sobre o resgate do Museu da Aeronáutica, empreendido pela Fundação Santos Dumont. Cita paralelismo entre enunciado bíblico e a conduta de Santos Dumont.

 

6 - RICARDO FABRÍZIO

Mestre de Cerimônias, anuncia a entrega de Diplomas de Posse aos integrantes do Conselho Curador, do Conselho Fiscal, do Conselho Consultivo e da Diretoria Executiva.

 

7 - PAULO ROBERTO PERTUSI

Diretor-presidente da Fundação Santos Dumont, cumprimenta as autoridades presentes. Agradece ao deputado Coronel Camilo pela iniciativa da homenagem. Ressalta o desprendimento e abnegação dos integrantes da Fundação Santos Dumont. Faz reflexão filosófica a respeito de fala de Santos Dumont, a respeito do voo. Tece considerações históricas acerca do Museu da Aeronáutica. Considera a construção do 14 Bis o maior feito de Santos Dumont. Enumera protótipos de aeronaves sob responsabilidade da Fundação homenageada. Lembra a profusão de aeroclubes, na década de 60, a estimular novos aviadores.

 

8 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Faz agradecimentos gerais. Enaltece a relevância da solenidade. Acrescenta que há mulheres no grupamento aéreo da Capital. Parabeniza os empossados. Lembra os 75 anos da Força Aérea Brasileira. Aduz que 85% da população do Estado é atendida, com rapidez, pelos helicópteros Águia, da Polícia Militar. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Camilo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, o deputado Fernando Capez, com a finalidade de homenagear a Fundação Santos Dumont, que comemora 60 anos, e para realizar a cerimônia de posse dos membros de sua Diretoria Executiva, do Conselho de Curadores, do Conselho Fiscal e do Conselho Consultivo.

Passarei agora a nominar os integrantes da Mesa principal, já agradecendo por sua presença. Primeiramente, o diretor-presidente da Fundação Santos Dumont, major-brigadeiro do ar Paulo Roberto Pertusi. Parabéns pelo trabalho desta grande fundação e muito obrigado pelo grande apoio que deu à Polícia Militar de São Paulo, assim como hoje nos dá o comandante Damasceno. Muitas pessoas não sabem, mas naqueles idos nós precisávamos de apoio e o comandante nos dava aviões para mandar, de vez em quando, tropas para Presidente Prudente, para fazer frente aos problemas dos presídios.

Também saúdo o nosso ministro Walter Werner Bräuer. Muito obrigado pela presença, pelo exemplo de vida, obrigado por fazer parte da nossa Fundação.

O nosso sempre comandante, que vai nos deixar em breve, major-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante do IV Comar. Obrigado pela grande parceria.

O nosso deputado estadual de luta nesta Casa, Wellington Moura. Obrigado pela presença.

O meu mestre de oratória, a quem recorremos sempre, J. B. Oliveira, João Batista Oliveira, presidente do Conselho Curador da nossa Fundação Santos Dumont e o Prof. Tarcízio Roberto de Souza Barbosa, presidente do nosso Conselho Fiscal.

Sejam todos bem-vindos.

Convido a todos os presentes para, em pé, entoarmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela banda da Polícia Militar, sob a regência do subtenente Emerson.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Mais uma vez agradeço à banda da nossa querida Polícia Militar de São Paulo.

Agora, sim, uma salva de palmas a estes homens e mulheres que fazem essa grande unidade da Polícia Militar. (Palmas.)

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Assembleia no próximo sábado, dia 12, às nove da noite, pela TV Net canal 7, pela TV Vivo canal 66 analógico e 885 digital e pela TV digital aberta canal 61.2.

Quero continuar na saudação a mais algumas autoridades e personalidades que prestigiam este evento.

Quero saudar o Exmo. Dr. Luiz Edmundo Marrey Uint, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo; o Dr. Rezkalla Tuma, presidente do Conscre; Dr. Arles Gonçalves Jr., representando o presidente da OAB - São Paulo, Dr. Marcos da Costa; Dr. Dário M. Lima, representando a Prefeitura Municipal de Guarujá; Coronel PM Nomura, representando o Dr. Fábio Meirelles, presidente da Faesp - que foi o meu comandante da Polícia Ambiental quando eu comandava a PM -; Sr. Rufino Rodrigues de Oliveira, presidente da Associação dos Salva-Vidas do Estado de São Paulo; Coronel Luiz Flaviano Furtado, chefe de gabinete da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania - nosso amigo -; Sr. Anibal Martinez, presidente da Associação dos Amigos da Base Aérea de Santos - Abast; Sr. Antonio Carlos Franquini, presidente da Associação Paulista Viva, junto com a nossa presidente Vilma; Coronel Leônidas Pantaleão de Santana, coordenador de sustentabilidade da Cruz Azul de São Paulo, que foi meu chefe da inteligência no comando da PM; Sr. Rui Robson da Paz, do Centro de Estudos de Distribuição de Títulos e Documentos de São Paulo; Sr. Khaled Fayez Mahassen, presidente do Centro de Pesquisa da Cultura Libanesa; Sr. Tárek Yassar Mahassen, diretor da Lynden Operadora de Turismo; Sr. Carlos Barone, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Aeroclube de São Paulo; Comandante Décio Correa, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Formação Aeronáutica; Sr. Murilo Pinheiro Lima Cipriano, vice-presidente do Instituto Histórico Geográfico de Santos, Sr. Paulo Vazquez Alvarez, secretário da Associação Amigos da Base Aérea de Santos, Sr. Ricardo Jamil Hajaj, presidente do Club Homs.

Passo a palavra ao nosso Mestre de Cerimônias, Sr. Ricardo Fabrízio.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIA - RICARDO FABRÍZIO - No prosseguimento, senhoras e senhores, faremos a leitura alusiva ao aniversário da Fundação Santos Dumont.

O cenário nos remete a 1956. O famoso slogan "50 anos em 5" impulsionava o País rumo à modernidade e ao desenvolvimento económico. O imenso salto tecnológico proporcionado à humanidade cinquenta anos antes pelo inventor do avião, Alberto Santos Dumont, com o voo do 14 bis, era enaltecido país afora.

Foi então que um grupo de beneméritos e idealistas, durante as festividades do cinquentenário do primeiro voo, mobilizou-se pela criação de uma entidade que tivesse como metas preservar a história e a cultura aeronáutica do país e fomentar o desenvolvimento da aviação brasileira.

Para isso, a nova instituição deveria, entre outras atividades, promover contínua homenagem às obras dos pioneiros brasileiros, divulgar assuntos ligados à aviação, realizar exposições, seminários e cursos e incentivar o estudo e a pesquisa de temas aeronáuticos e espaciais.

Mas isso, apenas, não bastava. O sonho de se criar no Brasil o primeiro museu de aviação, acalentado há muito tempo, poderia ser finalmente concretizado. Assim, graças à iniciativa desses visionários, foi criada, naquele ano de 1956, a Fundação Santos Dumont, incluindo entre os seus objetivos a implantação do museu de aeronáutica de São Paulo e a contribuição para a instalação e a manutenção de outros museus de aviação no País.

A sociedade logo se mobilizou. Governo, força aérea brasileira, familiares, amigos ou simplesmente entusiastas dos feitos de Alberto Santos Dumont e de outros heróicos pioneiros, como João Ribeiro de Barros, Augusto Severo, António Guedes Muniz, Ada Rogato e Edu Chaves, doaram inúmeros aviões de notável valor histórico, equipamentos aeronáuticos, objetos pessoais, documentos, quadros e fotografias, para que tudo isso pudesse constituir o acervo do novo museu. Esse precioso cabedal compôs o Museu de Aeronáutica de São Paulo, idealizado pelo comandante Amadeu da Silveira Saraiva e tendo entre os seus fundadores expoentes como Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, e Assis Chateaubriand.

Primeira organização do género no País, o Museu de Aeronáutica de São Paulo foi inaugurado em 16 de outubro de 1960 no Parque do Ibirapuera, na Oca, empolgando e cativando expressivo número de visitantes durante muito tempo. Até o final dos anos setenta já haviam sido registradas mais de cinco milhões de visitas ao museu. Ao longo dos anos, muitos dos jovens que visitaram o museu tiveram seus ideais e vocações despertados pelo contato com a aviação e seus pioneiros. Valores importantes para uma sociedade como coragem, determinação e caráter foram continuamente transmitidos às várias gerações que lá estiveram.

Os idealizadores desse projeto compreenderam muito bem que cultura, ciência e tecnologia - tão necessárias ao desenvolvimento de uma nação -, precisavam ser apresentadas de forma lúdica e marcante aos visitantes de todas as idades, e assim o fizeram.

No ano em que completa 60 anos - o seu jubileu de diamante - a Fundação Santos Dumont, fiel a esse legado, foca seus olhos no futuro. E começa hoje a construí-lo, contando para isso com o trabalho desprendido e abnegado de seus diretores e conselheiros, bem como com o inestimável apoio das autoridades, das instituições públicas e privadas e, certamente, de toda a sociedade brasileira.

Parabéns à Fundação Santos Dumont.”

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns. Uma salva de palmas para a nossa fundação. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RICARDO FABRÍZIO - No prosseguimento, passaremos a exibir um documentário sobre a vida e a obra do Pai da Aviação, destacando que esse filme, com duração de aproximadamente 20 minutos, é uma versão reduzida do documentário completo intitulado “Santos Dumont: o homem pode voar”.

 

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- É feita a exibição do vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhores, uma salva de palmas para a apresentação que tivemos.

(Palmas.)

Passamos a palavra ao presidente do Conselho de Curadores da Fundação Santos Dumont, Dr. J. B. Oliveira.

 

O SR. JOÃO BAPTISTA OLIVEIRA - Ilustre mesa, a quem cumprimento na pessoa de seu presidente, deputado Coronel Camilo, e na pessoa do presidente da Fundação Santos Dumont, brigadeiro Pertusi. Cumprimento todos os demais integrantes da mesa, conselheiros, diretores, senhoras e senhores.

Tem-se dito que o brasileiro não tem memória. É triste constatar que é uma realidade porque fatos, acontecimentos e pessoas que, em outros países, gerariam grandes homenagens e a perpetuação de seu nome e de seu feito entre nós, passam em brancas nuvens quando não, simplesmente, se descontinuam.

Nós tivemos, em São Paulo, a partir de 1956, a Fundação Santos Dumont; a partir de 1960, o nosso Museu da Aeronáutica, em um ponto nobre e emblemático da nossa cidade, o Ibirapuera. Peças extraordinárias de um acervo riquíssimo e inigualável lá se encontravam até que um prefeito achou por bem tirar dali a Fundação e o Museu.

Isso seria inadmissível em qualquer país do mundo. Afinal de contas, estamos falando do país do pai da aviação. Nenhum outro país tem essa glória. Contudo, aconteceu isso que estamos relatando. Em um primeiro momento, as peças foram abrigadas no Cemucam - Centro Municipal de Campismo de Cotia. Depois, as peças foram espalhadas em outras unidades, especialmente as da Força Aérea Brasileira, que as acolheu para protegê-las.

Hoje, nós estamos revertendo esse processo, fazendo história, porque estamos assistindo ao início do resgate do Museu de Aeronáutica e Espaço, empreendido pela Fundação Santos Dumont. Todos nós que estamos aqui fazemos parte dessa história. É, portanto, uma noite memorável para todos, que deve ficar em nossa memória.

Termino esta breve alocução lembrando-os que Santos Dumont, entre outras coisas, cumpriu uma profecia. Está lá no livro de Gênesis: “Deus, ao criar o homem, disse que ele teria domínio sobre os animais da terra, sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus.” Não só teve o domínio como foi muito além pela sua tenacidade, perseverança e espírito. Esse é o mesmo espírito que norteia todos nós.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Muito obrigado, mestre J. B. Oliveira. Gostaria de saudar mais algumas personalidades que estão nos acompanhando e nos prestigiando com as suas presenças.

Saúdo o Sr. Jaber Makul Hanna Saadi; o Sr. José Rodrigues Pinto Zacarias, representando o presidente do Creci-SP, Dr. José Augusto Viana Neto; o nosso brigadeiro-do-ar José Maria de Farias; o nosso amigo do PSD João Francisco Aprá; o coronel-aviador Reginaldo Pontirolli, da Força Aérea Brasileira; o coronel Edilberto de Oliveira Melo, esse grande historiador, que tem três livros sobre a aviação da força pública da Polícia Militar, meu professor; o coronel-aviador Jayme Ferreira Junior, chefe do Estado-Maior do 4º Comando Aéreo Regional; o Sr. Adolfo Bolivar Savelli, conselheiro e coordenador-geral do Conselho Cívico e Cultural da Associação Comercial de São Paulo, representando o nosso amigo Dr. Alencar Burti.

Saúdo ainda a Sra. Lia Zalszupin, da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro da Consolação e Adjacências; a Sra. Marta Lilia Porta Campoamor Regairás, presidente do Conseg; o Sr. Ney Cardoso, representando o nobre deputado Antonio Salim Curiati e todos os nossos amigos presentes. Senhores e senhoras, sejam muito bem-vindos.

Devolvo a palavra ao mestre de cerimônias.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIA - RICARDO FABRÍZIO - Senhoras e senhores, neste momento procederemos à entrega dos diplomas de posse aos integrantes do Conselho de Curadores, do Conselho Fiscal, do Conselho Consultivo e da Diretoria Executiva da Fundação Santos Dumont.

Solicitamos aos presentes que reservem os aplausos para o final da cerimônia.

 

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- É feita a entrega dos diplomas.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RICARDO FABRIZIO - Senhoras e senhores, peço agora uma calorosa salva de palmas a todos os membros da diretoria executiva e dos conselhos da Fundação Santos Dumont. (Palmas.) Feita a entrega à Diretoria e aos Conselhos, neste momento, o deputado Coronel Camilo, presidente desta sessão, fará a entrega do diploma ao diretor-presidente da Fundação Santos Dumont, major brigadeiro-do-ar Paulo Roberto Pertusi. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Mais uma vez, boa noite a todos. Gostaria de anunciar a presença do coronel-aviador Neubert, comandante do Parque da Aeronáutica de São Paulo. Seja muito bem-vindo.

Senhoras e senhores, gostaria de agradecer a presença de todos e repetir aqui meu mestre, J. B. Oliveira: nós estamos começando hoje um grande trabalho pela Fundação Santos Dumont.

Conto com o trabalho de todos. Que nós possamos resgatar os valores, a história e as tradições, aprender com o passado olhando para o futuro, e com esses exemplos viver cada vez mais e melhor o nosso presente.

Hoje celebramos 60 anos da Fundação Santos Dumont, demos posse a essa grande plêiade de amigos, todos dedicados, tenho certeza. São voluntários que irão nos ajudar a resgatar a história. Vimos com grande tristeza o que tem acontecido com a nossa história, como o fechamento do museu da TAM.

Estamos trazendo de volta nosso avião Jahu, para mostrar para a juventude esses grandes exemplos. Quero ressaltar também a importância de trazer a história de quem foi a Ada Rogato, a maior aeronauta brasileira. Quero informar também que o nosso agrupamento aéreo de São Paulo também já conta com mulheres como pilotos de helicópteros. Isso é muito importante.

Quero saudar e parabenizar o meu comandante, esse grande amigo, que me ajudou muito no comando da Polícia Militar, como eu disse. Hoje ele parece um aspirante quando está lidando com a nossa Fundação Santos Dumont. Parabéns ao nosso brigadeiro Pertusi, por liderar essa grande equipe, por conseguir congregar tanta gente boa para resgatar a memória de Santos Dumont, neste ano em que comemoramos 110 anos de seu primeiro voo.

Parabenizo também todos os conselheiros que tomaram posse hoje, os nossos diretores. Já deixo, desde já, o meu gabinete aqui na Assembleia Legislativa à disposição. Farei todo o possível para ajudar - não só como integrante do conselho curador.

Isso vai ao encontro, inclusive, do que nosso presidente, nobre deputado Fernando Capez, pretende fazer da Assembleia Legislativa. Ele quer trazer a população para dentro da Assembleia Legislativa, ele quer construir espaços para que as pessoas frequentem a Casa.

Reitero os meus respeitos à nossa Força Aérea Brasileira, que também completa 75 anos de existência. É uma grande parceira das forças que trabalham em prol da paz, em prol da boa convivência, como é a nossa Polícia Militar de São Paulo.

 Eu sempre prestigiei a nossa Polícia Militar e o nosso agrupamento aéreo. Tenho grande estima pelo comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Ricardo Gambaroni, a quem eu deixo nosso reconhecimento, o nosso agradecimento.

O coronel Gambaroni me ajudou, quando eu era comandante da Polícia Militar, a instalar mais cinco bases pelo interior do estado. O coronel Gaspar também está aqui. Ele desceu uma vez no meio da serra, perto da minha casa, para fazer um socorro. Não sei como ele pousou o helicóptero ali no meio das árvores.

Nós dobramos o número de bases do agrupamento aéreo, de modo que hoje 85% da população do estado de São Paulo está a 15 minutos de um helicóptero águia da Polícia Militar. Pretendemos que isso chegue a 100% muito em breve, aumentando mais ainda o número.

Hoje o helicóptero é um grande veículo para a Segurança Pública. Chega muito rapidamente, principalmente no interior do estado, nas grandes fazendas, nos locais mais distantes.

Gostaria, então, de parabenizar todos, agradecer a presença, dizer mais uma vez que meu gabinete está aberto, desejar muito sucesso a nossa diretoria executiva, aos nossos conselhos consultivo, fiscal e curador. Desde já, parabéns, muito obrigado pela disposição de todos, pela dedicação de todos, que estão demonstrando desde já em nossa Fundação Santos Dumont.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, convidamos todos que foram diplomados dos conselhos e da diretoria executiva para que se coloquem à frente para um registro fotográfico deste momento tão especial.

Perdão, antes disso passo a palavra ao major brigadeiro-do-ar Paulo Roberto Pertusi. Desculpe, major-brigadeiro.

 

 O SR. PAULO ROBERTO PERTUSI - Excelentíssimo senhor deputado estadual Coronel Camilo, que preside esta sessão, deputado estadual Wellington Moura, tenente brigadeiro-do-ar Walter Werner Bräuer; major brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Damasceno; Dr. João Batista de Oliveira; e professor Tarcízio Roberto de Souza Barbosa; em nome dos quais cumprimento a Mesa e os demais presentes nesta sessão solene em homenagem aos 60 anos da Fundação Santos Dumont e para a cerimônia de posse dos novos integrantes da gestão que vai até o ano de 2019.

Primeiramente, quero dedicar especial agradecimento pela homenagem prestada à Fundação Santos Dumont nesta Casa do povo, especialmente ao nosso conselheiro, deputado Coronel Camilo, que desde o primeiro momento em que conheceu o nosso ideal, a proposta da Fundação, se propôs a ajudá-la, como tem feito efetivamente, colaborando para que fosse realizada esta sessão solene, propondo-a. Ela foi aceita pelo presidente, deputado Fernando Capez. E o deputado Coronel Camilo tomou uma série de providências práticas, em prol do andamento da Fundação Santos Dumont. Deputado Coronel Camilo, muito obrigado por sua inestimável ajuda.

Não podemos também deixar de enaltecer a sua competente equipe, liderada pelo incansável coronel Danilo Antão, que não mediu esforços, junto com seus comandados, para viabilizar a realização desta solenidade. Muito obrigado, coronel Danilo Antão.

Agradeço, também, a todos aqueles que, integrando os conselhos e a diretoria da Fundação, aceitaram fazer parte desse desafio, de forma voluntária, desprendida e abnegada. Com certeza farão com que, quando passarmos os nossos cargos daqui quatro anos, entreguemos uma fundação que será orgulho de todos nós. Aos nossos conselheiros e diretores, muito obrigado.

Eu começo as minhas breves palavras com uma frase extremamente simbólica, dotada de significado todo especial. Ela diz o seguinte: “Não se espante com a altura do voo. Quanto mais alto, mais longe do perigo. Quanto mais você se eleva, mais tempo há de reconhecer uma pane. É quando se está próximo do solo que se deve desconfiar.”. Alberto Santos Dumont.

A Fundação Santos Dumont aqui chega querendo voar alto e pronta a se reinventar, fiel à parêmia de que inventar é transcender, cunhada por quem lhe deu nome, Alberto Santos Dumont. Reinventar-se repetindo a expressiva atuação que outrora teve ao criar o Museu de Aeronáutica de São Paulo, em 1960, no pavilhão hoje conhecido como Oca, projetado por Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera. Ali esse museu permaneceu por mais de 30 anos. São Paulo teve, nesses 30 anos, o pioneiro e o maior entre os museus aeronáuticos da América do Sul, idealizado pelo comandante Amadeu da Silveira Saraiva, com apoio de Francisco Matarazzo Sobrinho e de Assis Chateaubriand, grande impulsionador da difusão da aeronáutica civil Brasil adentro.

É mais do que hora de reinventarmos, ou reinaugurarmos se preferirem, esse museu tão caro à nossa memória, em memória dos ilustres pioneiros que fizeram voar a imaginação de todos, dentre eles João Ribeiro de Barros, Antônio Guedes Muniz, Ada Rogato - já a citaram aqui -, Edu Chaves, aviador paulista que, dentre outros feitos, criou a primeira escola de aviação do País, em Guapira, estado de São Paulo, em 1912, e foi precursor da Escola de Aviação da Força Pública, hoje Polícia Militar do Estado de São Paulo, também a primeira do Brasil; e o tenente da mesma Força Pública, João Negrão, que foi piloto de hidroavião Jahu, que fez a famosa travessia do Atlântico Sul em 1927. A nossa ligação com a Polícia Militar, com a Força Pública já remonta mais de 100 anos. Todos esses pioneiros e outros, que não daria tempo para mencionarmos agora, tiveram como seu mestre inspirador Alberto Santos Dumont, carinhosamente apelidado Petit Santos pela elite parisiense, local em que revelou sua genialidade e projetou seus feitos.

Dentre tantas proezas notáveis, já mostradas no extrato do documentário a que os senhores e as senhoras assistiram há pouco, nós temos que reforçar o seu maior feito. O lendário 14 Bis, a bordo do qual se elevou com o próprio impulso de seu motor, voou por 60 metros, a uma altura variável de dois a três metros, e pousou adiante, para estupefação de todos que ali estavam no Campo de Bagatelle, no dia 23 de outubro de 1906, data que é hoje considerada “Dia do Aviador” e “Dia da Força Aérea Brasileira”. Dele infelizmente só restou o cesto de vime, dentro do qual Santos Dumont pilotava a máquina, preciosidade que pertence ao acervo da fundação que leva o seu nome, a nossa Fundação Santos Dumont.

Por que não falar do elegante Demoiselle, que ainda hoje, mais de um século depois, não se desfigura diante dos atuais e modernos ultraleves? Dessa singular aeronave foram produzidas várias versões, uma das quais, em forma de réplica, pertence à Fundação Santos Dumont e está exposta no Hall Monumental desta Assembleia.

Magnânimo e desprendido, Alberto Santos Dumont jamais requereu qualquer patente dos seus inventos, tornando-os de domínio público e permitindo, inclusive, que seu Demoiselle fosse fabricado por países como a França, a Alemanha, os Estados Unidos e a Holanda, contribuindo com a sua fidalguia para a rápida difusão da aviação mundo afora naqueles tempos.

Não podemos aqui discorrer sobre todos os pioneiros. Vamos, então, simbolicamente, focar nos anos 1950 - época da criação da Fundação Santos Dumont - e reverenciar aquele que, tomado de iniciativa criadora, deu asas à imaginação e concebeu o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, e o centro tecnológico CTA, em São José dos Campos.

Esse vislumbre de longo alcance do brigadeiro Casimiro Montenegro Filho frutificou, dotando o Brasil de um corpo altamente especializado de profissionais de engenharia, aeronáutica e outras áreas, capaz de embrionar a Embraer e levar o nosso conselheiro, coronel Ozires Silva, no comando da empresa, a capitanear o projeto e a fabricação da aeronave Bandeirante, cujo protótipo também pertence à Fundação Santos Dumont e está exposto em São José dos Campos, passo inicial para a implantação da hoje pujante indústria aeronáutica brasileira - visão de poucos, benesses para muitos e, sobretudo, para este Brasil, tão carente de empreendedores capazes de sobrepujar a mediocridade que impera.

Há que transcender, como já dizia Santos Dumont. Por esse motivo, é proposta da Fundação Santos Dumont a divulgação e a difusão da aviação brasileira nos diversos segmentos da sociedade, como medida capaz de resgatar a sua importância no progresso da Nação. Ao mencionarmos o progresso da Nação, lembramo-nos, com orgulho, das asas da nossa Força Aérea Brasileira, através dos voos pioneiros do Correio Aéreo Nacional, o querido CAN, levando a integração nacional aos mais longínquos recantos do nosso território.

Sonhamos, inclusive, em reviver os tempos idos da década de 60 do século passado, quando a profusão de aeroclubes espalhados pelo interior do Brasil acendia nos jovens locais a paixão por voar, mais do que a eventual profissão. O que despertava era mesmo paixão.

Não se trata, aqui, de nostalgia, mas de racionalidade, posto que, dentre todas as profissões, esta é aquela que, vencendo a gravidade, dá ao ser humano a nítida noção do engenho com que fomos brindados por Deus, e de como suprir as nossas próprias limitações naturais. Santos Dumont provou que o homem, apesar da sua ossatura compacta e constituição pouco aerodinâmica, foi, sim, feito para voar.

A Fundação Santos Dumont, assim, mais uma vez agradece a homenagem a ela prestada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A partir de hoje, a instituição está renovada. Seus integrantes irmanados farão tudo o que for necessário para torná-la protagonista no seu campo de atuação. Compõem seus quadros civis e militares absolutamente comprometidos com os mesmos ideais que levaram à sua criação em 1956 - pessoas respeitadas em seu meio e entusiastas, não apenas da aviação, mas também da preservação da história. A Fundação Santos Dumont de hoje, consciente da importância do legado que carrega, não se afastará do paradigma de utilizá-lo em benefício da sociedade brasileira.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - RICARDO FABRÍZIO - Parabéns. Nós agradecemos pelas palavras do diretor presidente da Fundação Santos Dumont, major-brigadeiro-do-ar Paulo Roberto Pertusi. Passamos a palavra ao presidente desta sessão, o deputado estadual Coronel Camilo.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhoras e senhores, mais uma vez, muito obrigado. Antes do encerramento, então, faço o convite que o nosso cerimonialista estava fazendo, para que todos os membros do conselho venham à frente, para fazermos uma foto em conjunto. Também aviso que, após o término, nós teremos um coquetel no salão ao lado, que se chama Waldemar Lopes Ferraz, para comemorar o retorno dessa grande fundação.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Assembleia e às assessorias das polícias Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 56 minutos.

 

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