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20 DE MAIO DE 2016

028ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA ESTADUAL DO TRABALHADOR DA SAÚDE

 

Presidente: RAFAEL SILVA

 

RESUMO

 

1 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de Cerimônias, lê histórico da data. Anuncia a composição da Mesa.

 

2 - RAFAEL SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Rafael Silva, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Comemorar o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

3 - SIRLENE NOGUEIRA

Mestre de Cerimônias, nomeia as autoridades presentes.

 

4 - CANINDÉ PEGADO

Secretário geral da União Geral dos Trabalhadores, saúda todos os presentes. Ressalta o número de funcionários da Saúde, mais de 600 mil, no estado de São Paulo. Elogia o esforço desses profissionais, mesmo em condições inadequadas de trabalho. Tece comentários acerca da luta pela jornada de trabalho de 30 horas para a categoria.

5 - LUIZ VERGARA

Vereador à Câmara de Franca, elogia o empenho do deputado Rafael Silva em prol da classe dos trabalhadores da Saúde. Defende a jornada de 30 horas semanais e o piso nacional salarial para a categoria.

 

6 - ARNALDO FARIA DE SÁ

Deputado federal, parabeniza o deputado Rafael Silva por sua luta em defesa dos profissionais da Saúde. Critica as tentativas, do governo federal, de alterar a legislação que estabelece direitos adquiridos de trabalhadores. Destaca a necessidade de redução da carga horária de trabalho, por considerar extenuantes as atividades realizadas pela categoria.

 

7 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Diz que, a seu ver, a crise econômica no Brasil afeta principalmente os trabalhadores. Tece considerações acerca do pagamento dos juros da dívida externa brasileira. Comenta as projeções da economia para o futuro próximo. Enfatiza a importância do reconhecimento do trabalho realizado pelos profissionais da Saúde. Anuncia a entrega de troféus em homenagem a 13 profissionais da Saúde que atuam nos setores de enfermagem, administração e apoio, representando os cerca de 700 mil trabalhadores do estado de São Paulo. Expressa sua alegria em comemorar o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde, nesta Casa. Enaltece o trabalho desempenhado pela categoria. Faz reflexão sobre a política brasileira. Transmite mensagem de seu filho, Ricardo Silva, a todos os presentes. Elogia Edison Laércio de Oliveira pelo empenho em prol da área da Saúde.

 

8 - EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA

Diretor presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, tece elogios aos integrantes da Mesa de trabalhos e agradece a presença de todos. Presta homenagem a Pedro Alberto Tolentino, mentor, juntamente com o deputado Rafael Silva, da data comemorativa dos trabalhadores da Saúde. Repudia as decisões, em Brasília, em nome do ajuste fiscal. Critica o governo petista federal, por, a seu ver, não apoiar melhoras dos direitos trabalhistas dos profissionais da Saúde. Chama a atenção para a necessidade de se fortalecer a instituição sindicalista.

 

9 - PRESIDENTE RAFAEL SILVA

Enaltece Edison Laércio de Oliveira por sua luta em favor dos profissionais de Saúde. Faz reflexão sobre a política econômica brasileira, que, a seu ver, favorece os banqueiros e especuladores financeiros. Tece comentários acerca da relação entre corrupção e política no Brasil, e seus prejuízos à Nação. Defende a valorização dos trabalhadores em geral. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rafael Silva.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Bom dia, senhoras e senhores, representantes dos profissionais da Saúde do estado de São Paulo. Vamos dar início à nossa sessão solene. Para começar, vou contar um pouco para vocês do histórico desta data.

A valorização do trabalho do profissional da Saúde é uma luta iniciada pelo Sindicato da Saúde de Campinas e Região (Sinsaúde) há 21 anos. A primeira conquista foi registrada em 1990, quando a diretoria do sindicato negociou com os empresários a instituição da data como feriado para os trabalhadores. A partir de 2002, várias Câmaras de Vereadores aprovaram o12 de maio como “Dia Municipal do Trabalhador da Saúde”. Com o esforço deste e dos demais sindicatos da Saúde do estado, registramos 43 municípios paulistas que hoje homenageiam os profissionais da Saúde.

Porém, foi em janeiro de 2004 que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei nº 11.665, proposta pelo deputado Rafael Silva, institucionalizando o 12 de maio como o “Dia Estadual do Trabalhador da Saúde”. Desde então, a Assembleia Legislativa de São Paulo homenageia os trabalhadores da Saúde.

Vamos, agora, compor a Mesa. Convido o Sr. Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Queremos que tome assento à Mesa o deputado federal Arnaldo Faria de Sá.

Também é nosso convidado à Mesa principal o senhor Canindé Pegado, representando a União Geral dos Trabalhadores - UGT.

Representando os vereadores presentes nesta sessão solene, convidamos para tomar assento à Mesa o senhor Luiz Vergara, vereador por Franca e vice-presidente do Sindicato da Saúde daquela região.

Composta a Mesa, eu passo a palavra ao presidente, deputado Rafael Silva.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa a pedido deste deputado que vos fala.

Ela existe para homenagear o trabalhador da Saúde do estado de São Paulo e, por extensão, o trabalhador da Saúde de forma geral de todo o Brasil.

Esta Presidência convida a todos a ficarem de pé para ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Eu peço à nossa grande colaboradora, que faz parte da Federação dos Trabalhadores da Saúde na área da comunicação, Sirlene, que nomeie as autoridades presentes e passe mais algumas informações sobre a sessão solene que será apresentada na íntegra pela TV Alesp.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Gostaríamos de registrar a presença e agradecer ao doutor Maurício, vereador pela cidade de Itapira; o Sr. Claudinei da Rocha, vereador de Franca; o Sr. Osiris Paula Silva, vereador de Espírito Santo do Pinhal. Agradecemos também a presença do Sr. Paulo Pimentel, que nesta sessão representa o Sr. José Calixto, presidente da Nova Central Sindical. Agradecemos a presença de Marcelo Ramalho, presidente do PP de Franca.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será retransmitida pela TV Assembleia no próximo sábado, dia 21 de maio, às 23 horas pela Net, canal 7; pela TV Vivo Digital, canal 185; e pela TV digital aberta, canal 61.2.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Estamos passando a palavra agora a um grande amigo particular meu, amigo desta Casa e amigo do povo brasileiro, o Canindé Pegado, um grande líder da área sindical, da UGT, que se faz presente, sempre que possível, em todas as sessões que nós realizamos para homenagear o trabalho do pessoal da Saúde.

Tem a palavra Canindé Pegado.

 

O SR. CANINDÉ PEGADO - Bom dia. Quero cumprimentar meu nobre amigo. Nós estávamos aqui há pouco tempo falando de quanto tempo faz que nós nos conhecemos. Paramos para não revelar quanto literalmente nós já caminhamos por essa estrada da política e do sindicalismo brasileiro.

Estou falando do nobre deputado estadual Rafael Silva. Realmente, faz décadas que o conheço, sempre nessa luta em prol da defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo de São Paulo.

Quero cumprimentar meu grande amigo, grande deputado federal, grande defensor da classe trabalhadora brasileira, e em especial dos aposentados e pensionistas deste Brasil. Ele é referência no Congresso Nacional para todos nós, brasileiros, nobre deputado Arnaldo Faria de Sá.

Quero cumprimentar meu também grande amigo Vergara, vereador de Franca e sindicalista como vocês, da área da Saúde. Ele é um grande batalhador também em defesa dos interesses dessa categoria e do povo de sua cidade.

Quero cumprimentar meu grande amigo Edison Laércio de Oliveira, presidente desta Federação - igualmente longos caminhos percorremos na defesa dos interesses dos trabalhadores da Saúde do estado de São Paulo. Também no plano nacional, nosso secretário nacional dos trabalhadores da Saúde da União Geral dos Trabalhadores, todos os dirigentes sindicais aqui presentes, do plano da nossa federação. Os 13 sindicatos que hoje representam aqui 630 mil trabalhadores da Saúde do estado de São Paulo.

Para mim é um prazer muito grande estar com vocês. Conheço-os de várias atividades. Em todas as nossas confraternizações, fazemos questão de estar presentes, levando o nome da União Geral dos Trabalhadores, a segunda maior central sindical do país, central coirmã de outras centrais que estão aqui igualmente representadas, como a Nova Central Sindical e a CTB, que aqui está também representada por dirigente sindical da nossa categoria.

Todos atuamos no cenário sindical brasileiro em igualdade de condições. Portanto, trago aqui um abraço do nosso presidente, Ricardo Patah, que por se encontrar em viagem fora do país neste momento, mandou para você, Edison, e para todos os nossos companheiros dirigentes sindicais, um abraço e uma homenagem por esse importante dia.

  Às vezes procuramos saber por que homenagear os trabalhadores - não só dessa categoria, mas todos os trabalhadores. Que bom seria se todos os trabalhadores tivessem também o seu dia para ser prestigiado, homenageado e reconhecido.

 Temos convicção de que a luta, o trabalho de vocês em todo o cenário deste país, a luta pela Saúde, pela prestação de serviços de Saúde, é digna. Muitas vezes é utilizado um esforço sobre-humano por esses profissionais.

Há falta de condições de trabalho, falta de equipamento, falta de material, mas estamos lá para dar o melhor de nós. Por isso, Edison e demais companheiros, é que a UGT sempre esteve presente com vocês na luta em busca da consecução desse objetivo, que é um dos objetivos dos trabalhadores da Saúde, que é realmente conseguirmos a jornada de trabalho de 30 horas.

 Estamos há mais de dez anos nessa luta. O projeto está pronto para ser encaminhado para votação no plenário da Câmara dos Deputados. Porém, forças contrárias aos nossos interesses, advindas principalmente de segmentos empresariais da área da Saúde, e até mesmo de segmentos políticos dentro do Congresso Nacional, que fazem o lobby empresarial estão, até agora, travando essa possibilidade. Mas nós somos mais fortes e maiores do que esses que fazem lobby contrário aos nossos interesses. O trabalhador na Saúde precisa ser prestigiado e valorizado nas suas condições de trabalho, melhores salários e dignidade.

Portanto, é essa a palavra que nós trazemos, da União Geral dos Trabalhadores, em que a maior parte desses sindicatos está filiada, inclusive essa Federação. É na unidade de ação que a gente sabe que vai conquistar benefícios, condições de trabalho e melhores dias para o trabalhador da Saúde.

Parabéns a todos os trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, à Federação e a todos os dirigentes sindicais que estão aqui, e todos os nossos companheiros profissionais da Saúde. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Quando a gente fala de amigos é até esquisito, suspeito, mas é um grande amigo. Canindé Pegado é uma figura maravilhosa que se preocupa com a realidade dos trabalhadores desse país. Obrigado pelas palavras, Canindé, e pela presença mais uma vez aqui.

Tem outra figura, e digo figura porque é uma personagem importante que está sempre presente com a gente aqui, não apenas na sessão, mas antes. “Olha, como vamos fazer? Temos de organizar isso, organizar aquilo.” É o vereador Luiz Vergara, de Franca. Aproveitando, quero comunicar que o Dr. Ubiali, ex-deputado federal, esteve presente aqui, mas não pôde ficar. Ele está sempre com a gente e manifesta o carinho pelos trabalhadores desse setor.

Com a palavra Luiz Vergara, para a nossa alegria mais uma vez. (Palmas).

 

O SR. LUIZ VERGARA - Bom dia, deputado Rafael Silva, autor da lei que homenageia esses valorosos profissionais da Saúde; meu caro deputado Arnaldo Faria de Sá; meu colega da nossa filiada UGT, Canindé Pegado; nosso presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde, Edison Laércio de Oliveira; trabalhadores da Saúde e vereadores presentes, é uma satisfação estarmos aqui todo ano ao lado de vocês e reconhecer o trabalho e a defesa que vocês fazem dos profissionais da área da Saúde. Hoje, nessa comemoração e homenagem, nós somos felizes, mas preocupados com o futuro que o enfrentamento que a classe trabalhadora terá de fazer de agora em diante. E não é para ganhar, mas para manter os seus direitos conquistados ao longo de anos, com a luta pelas centrais sindicais, pela Federação, pelos nossos deputados. Há de se lembrar da luta do deputado federal Arnaldo Faria de Sá em defesa dos atendentes, que foi uma luta dura e difícil, e nesse momento temos duas para vencer, e será bastante difícil. Mas com a união da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal, das centrais sindicais, da Federação e dos próprios trabalhadores, temos de conquistar a jornada de trabalho de 30 horas, que é uma luta antiga, e o nosso piso nacional.

Parabéns hoje a todos que serão homenageados pelo trabalho e serviço prestado a nossa população de cada uma das cidades de vocês. Muito obrigado e parabéns! (Palmas.).

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Grande amigo Vergara, que usou a palavra como sempre, está presente todos os anos nessa sessão solene.

Tem um deputado federal de cuja luta em favor dos trabalhadores, principalmente da área da Saúde, tenho acompanhado há muito tempo. Ele está sempre presente com a gente. Quando ele tem algum compromisso, ele dá um jeito de passar por aqui e acaba participando de forma ativa, não apenas na sessão, mas no seu dia a dia de trabalho.

Arnaldo Faria de Sá tem uma história de vida em favor da classe trabalhadora, e, para a nossa alegria, está aqui mais uma vez e fará o uso da palavra neste momento.

 

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Bom dia a todas e a todos. Gostaria de cumprimentar o deputado Rafael Silva, brilhante presidente dos trabalhos. Acompanho há muito tempo a sua luta em defesa dos trabalhadores. Tenho certeza de que a sua visão acaba sendo mais ampla e mais sensível do que a de certas pessoas que não têm problema visual, elas não enxergam a realidade.

Parabéns, deputado Rafael Silva, que merece o nosso aplauso pela sua luta, pela sua garra e pela sua determinação. (Palmas.)

Quero cumprimentar o Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação, que faz um brilhante trabalho, supera as dificuldades. Eu comentava com a Sirlene, agora, sobre esse trabalho importante na Federação. Eu só reclamava da ausência da Sofia, mas já me explicaram o que aconteceu com ela. Ela não pôde estar aqui, mas onde quer que ela esteja, envio o meu abraço.

Quero mandar um abraço especial para o Canindé Pegado, sem dúvida nenhuma, um dos grandes dirigentes de centrais brasileiras. Nesse momento, a soma dos trabalhos das centrais é extremamente importante, porque a economia brasileira está em frangalhos. Querem culpar o trabalhador pelos problemas da economia brasileira e querem mexer na Previdência, roubando direitos dos trabalhadores, mas as centrais não deixarão isso acontecer. Parabéns, Canindé Pegado. (Palmas.)

Quero cumprimentar o Luiz Vergara, nosso vereador de Franca, que foi secretário de Saúde da cidade. Em nome dele, quero cumprimentar os outros vereadores já citados, que estão presentes. Quero dizer ao Vergara que, realmente, a luta é difícil, é desafiadora, mas vamos ter que enfrentar ir para cima e buscar resultados, porque sabemos que a situação é extremamente complicada, mas precisamos superar essas dificuldades.

É como diz a música, estávamos com a Dilma com problemas e entra o Michel com outros problemas. Na verdade, se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come. Estamos em uma situação extremamente dificultosa. É uma alegria poder estar aqui presente, neste momento, para cumprimentar todos os trabalhadores da Saúde. Peço licença, em nome do Paulo Pimentel, para cumprimentar os outros sindicatos que estão presentes. Quero lembrar também do Negão e do Silas, da Baixada.

A luta é desafiadora, mas, como lembrou o Vergara, quando lutamos pela questão do atendente de enfermagem, parecia uma luta que não teria resultado. Naquela época, brigávamos com o Cofen, com os Corens, que não queriam, de jeito nenhum, o atendente de enfermagem. Imaginem se não tivesse atendente de enfermagem, como seria a situação da Saúde. Seria pior do que ela já é. O atendente garante, sem dúvida nenhuma, atenção especial para os pacientes.

É preciso que consigamos resolver a situação da Saúde na área de jornada. Sabemos das dificuldades, mas vamos lutar para tentar resolver essa questão das 30 horas, porque, sem dúvida alguma, o trabalhador da Saúde tem um trabalho estressante, um trabalho extenuante e precisa ter esse reconhecimento não só na questão das 30 horas, da qual eu fui relator na Comissão de Saúde, mas também em relação ao piso salarial. Tem piso para todo mundo, e para o atendente de enfermagem, para o auxiliar de enfermagem, pessoal da Saúde, não tem esse mesmo tratamento. (Palmas.)

Nós sabemos que, na verdade, quem está ali, ao lado do paciente, todo dia, toda hora, é o pessoal da enfermagem. Por isso, tem até um ditado popular que todo mundo sabe. Na visita de médico, o médico passa e vai embora, quem segura o paciente é o pessoal da enfermagem, quem garante o dia a dia do paciente é o pessoal da enfermagem. Só falta fazer cirurgia, o resto o pessoal de enfermagem faz tudo. Sem dúvida nenhuma, eles não têm esse mesmo reconhecimento remuneratório. É por isso que nós temos que lutar por essa condição.

Como lembrou o Canindé Pegado, nós não podemos nos esquecer desses detalhes sem nos lembrar de outros detalhes importantes, que é a questão da situação referente aos aposentados e pensionistas. Querem acabar com o direito do aposentado e do pensionista neste País, querem aumentar o limite de idade para se aposentar.

Eles estão preocupados, Canindé, com uma coisa absurda, que o trabalhador está vivendo muito. Ora, que viva muito mais. Eles querem o quê? Que morra para não ter direito à previdência? Eles é que vão para o inferno, eles que morram, não o trabalhador. Coisa mais absurda, reclamar que o brasileiro está vivendo muito. Que viva muito mais. A qualidade do trabalho de vocês permite que as pessoas tenham longevidade. (Palmas.)

Sem dúvida nenhuma, lamentavelmente, falta dinheiro para tudo neste país e falta muito mais dinheiro para o SUS. O SUS deveria ter muito mais recursos, muito mais equipamentos. Quem segura a situação, quem garante a sobrevivência de um paciente, às vezes sem local de internação, sem local de acomodação, em uma maca no corredor, são vocês. Queremos que o trabalhador viva muito mais. Para que o trabalhador viva muito mais, precisamos garantir sobrevida especial para os trabalhadores da Saúde.

Vocês merecem esta homenagem, que é pouco diante de tudo que vocês fazem. Portanto, estar aqui, hoje, é reconhecer a importância, o trabalho, a dedicação e o empenho de cada um de vocês. Se não fossem os trabalhadores da Saúde, nós teríamos uma crise da Saúde muito maior do que ela é. Vocês são os verdadeiros anjos da Saúde. Parabéns, e até a vitória final. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Agradecemos a participação e essas palavras valentes, corajosas, determinadas do jovem. Eu também sou jovem, viu? Eu e o Arnaldo Faria de Sá somos jovens, porque nós temos vontade, nós não nos entregamos, não é, Arnaldo? Parabéns, Arnaldo, por essas calorosas palavras.

Vamos homenagear os 13 profissionais da Saúde, representando as diversas regiões do estado de São Paulo. O Arnaldo colocou e é bom nós entendermos. O Brasil vive uma crise terrível. E essa crise afeta principalmente o trabalhador. Para o rico, se o Brasil estiver inviável, ele vai para os Estados Unidos, para a Europa, ele muda daqui. Já o trabalhador tem a sua condição de trabalho penalizada cada vez mais. Há o desemprego. Tudo isso vem prejudicar as pessoas mais simples.

Vivemos hoje essa terrível realidade no Brasil.

Só para se ter uma ideia de uma dívida pública, se nós analisarmos o que o Brasil paga de juros para os banqueiros e especuladores financeiros, veremos que são mais de 400 bilhões de reais por ano. Isso corresponde a um bilhão e 300 milhões por dia. Então o Brasil paga de juros mais de um bilhão para os banqueiros que financiam as grandes emissoras de televisão, de rádio e por esse motivo esse assunto não é muito divulgado.

Neste ano o Brasil vai ter um déficit primário entre 150 e 200 bilhões. Se nós somarmos com o comprometimento dos juros vamos ter, por dia, mais de um bilhão e 700 milhões de prejuízo, porque quando você fala em déficit primário os juros não entram. Se você somar tudo, o Brasil tem um comprometimento, hoje, de mais de um bilhão e 700 milhões por dia.

É impossível nós resolvermos essa situação, a não ser que lá em Brasília eles, realmente, consigam algo maravilhoso. Portanto, o trabalhador da Saúde, neste momento, merece, mais ainda, o nosso reconhecimento, porque os hospitais não têm aquela condição que deveriam ter. O trabalhador acaba sendo a figura mais penalizada. E ele continua ali acreditando, defendendo os interesses e a vida de pessoas que ele nem conhece. Chega lá um paciente que ele nem sabe quem é, mas ele vai lá dar os seus préstimos, dedicar a sua vontade de atender com calor, com humanidade e carinho a essas pessoas.

Agora são treze trabalhadores de diversas regiões do estado de São Paulo. Esses 13 profissionais representam cerca de 700 mil trabalhadores desse setor. Portanto, a homenagem não é tanto uma homenagem, e sim o reconhecimento de todo o valor de toda a categoria.

O Sr. Edison Laércio de Oliveira vai comandar mais uma vez todo esse trabalho de reconhecimento que a realizamos uma vez por ano.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIA - SIRLENE NOGUEIRA - Enquanto o presidente da Federação, Sr. Edison Laércio de Oliveira se posiciona, eu quero comunicar a vocês que esta sessão solene está sendo exibida, também, no plenário D. Pedro I, situado no 1º andar da galeria. Portanto, quem estiver de pé, se quiser se sentar pode se dirigir a esse plenário, onde outras pessoas já estão.

Dando início às homenagens vou chamar o primeiro homenageado que vem da região de Araçatuba, Fernando Antonio Ferreira Neves. O Fernando é auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Pereira Barreto e é também diretor do Sindicato da Saúde de Araçatuba. Convido também, o presidente da entidade, Sr. Erivelto Corrêa Araújo, para que receba a homenagem junto com o seu representante. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIA - SIRLENE NOGUEIRA - Pela região de Bauru, eu convido a presidente do Sindicato da Saúde daquela região, Sra. Vera Salvadio, para acompanhar a homenageada, Silvia Tineli Galhardo Mojoni. Ela é auxiliar de enfermagem no Hospital de Base, na Famesp de Bauru. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Pela região de Campinas, gostaria de convidar a presidente do Sindicato da Saúde, Sra. Leide Mengatti, para acompanhar a homenageada Olívia Maria Cesar, que é auxiliar de enfermagem na Sociedade Operária Humanitária de Limeira. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Convido a Sra. Elaine Amaral, presidente do Sindicato da Saúde de Franca, para acompanhar a homenageada da região, Deusdete Martins Dias de Paula, que é técnica de enfermagem no Centro Cirúrgico do Hospital do Coração. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de convidar a presidente do Sindicato da Saúde de Jaú, Sra. Edna Alves, para acompanhar a homenageada daquela região, Aparecida Corazza Alves, que é técnica de enfermagem na Santa Casa de Jahu. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Pela região de Piracicaba, gostaria de convidar a diretora do sindicato daquela região, Sra. Marli Coelho, para acompanhar a representante da homenageada. A região de Piracicaba faz uma homenagem póstuma a Nair de Almeida Correr, que era técnica de enfermagem na Santa Casa de Piracicaba e também era diretora do Sindicato da Saúde daquela região. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Convido o Sr. Sebastião Matias, presidente do Sindicato de Saúde de Presidente Prudente, para que acompanhe a homenageada daquela região, Maria Aparecida Guirao Sanches, que trabalha na Santa Casa de Presidente Prudente e é diretora do Sindicato da Saúde daquela região. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de convidar a Sra. Elizabeth Bertin, que é diretora do Sindicato de Saúde de Rio Claro, para que acompanhe o homenageado da sua região, Aparecido Batista da Silva, que é auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Rio Claro. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de convidar o Sr. Paulo Pimentel, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Santos e Região, para acompanhar a homenageada Maria José Félix de Lima, que é enfermeira no setor de Emergência do Hospital Municipal Saboya. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de convidar o Sr. Carlos José Gonçalves, presidente do Sindicato da Saúde de São José dos Campos, para acompanhar a homenageada da região, Claudenise Antônia Fernandes Rodrigues, que é técnica de enfermagem na Santa Casa Senhor dos Passos de Ubatuba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -  SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de convidar a Sra. Maria Cecília, diretora do Sindicato da Saúde de São José do Rio Preto, para acompanhar a homenageada da região, Belionice da Silva Ladeia, que é faturista na Associação Beneficência Portuguesa de  São José do Rio Preto. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Agora eu gostaria de convidar o Sr. Milton Sanches, presidente do Sindicato da Saúde de Sorocaba, para que acompanhe o homenageado daquela região, Antonio Carlos Leme, que é auxiliar de enfermagem no Hospital Estadual Leonor Mendes de Barros e diretor do Sindicato da Saúde de Sorocaba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Temos ainda mais um homenageado que vem da região de Ribeirão Preto, Maria Aparecida Balico Fernandes, técnica de enfermagem no Hospital São Vicente. A delegação daquela região teve problemas no trânsito e não conseguiu chegar até agora, mas está a caminho. Vamos deixar para fazer a entrega da homenagem quando eles chegarem.

Eu gostaria de citar todas as autoridades presentes nesta sessão solene, a começar pelo querido deputado federal Arnaldo Faria de Sá; Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo; Canindé Pegado, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores - UGT; vereador Osiris Paula Silva, de Espírito Santo do Pinhal; Dr. Maurício, vereador da cidade de Itapira; Luiz Vergara, vereador de Franca e trabalhador da Saúde; Claudinei da Rocha, vereador de Franca; Paulo Pimentel, que neste ato representa José Calixto, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores; Sr. Marcelo Ramalho, presidente do PP de Franca; e, claro, gostaria de pedir uma salva de palmas ao nosso querido deputado estadual Rafael Silva. (Palmas.)

Deputado, eu gostaria de pedir ao senhor um tempo, pois o nosso representante de Ribeirão Preto chegou. Gostaria de pedir, excepcionalmente, já que estamos no final da sessão solene, à Sra. Carmen Lúcia, que é diretora do sindicato da Saúde daquela região, para que acompanhe a homenageada, Maria Aparecida Balico Fernandes, técnica de enfermagem no Hospital São Vicente de Paula. Por favor, peço que subam.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Bem, tiraram muitas fotos, não. Depois quero ver. Todo mundo vê, por que eu não tenho direito? O que é isso? Está vendo a proteção. Senão eles vão falar: “Cadê o Rafael na foto de Ribeirão?”

Gente, depois eu vou descer, tem o Hall Monumental e quem quiser tirar fotografia comigo, pega a minha fotografia e põe dentro da gaveta que a barata será expulsa.

  Edison, você sabe que nós temos os dias diferenciados na nossa vida e o dia da sessão solene em reconhecimento ao trabalho do pessoal da Saúde é o dia mais feliz que tenho dentro desta Casa, pode acreditar.

  Como deputado estadual, eu não tenho condições de mudar a realidade deste País. Eu procuro fazer a minha parte e esse reconhecimento é uma forma muito simples e muito pequena de eu falar para vocês que o trabalho que vocês desempenham é maravilhoso.

Infelizmente, Edison, o Brasil, em razão de uma série de coisas - inclusive essa estrutura político-partidária -, tem naufragado de forma terrível. São muitos partidos políticos e muita gente querendo levar vantagem, e quem vai para a Presidência tem de compor com um partido, com outro, e mais outro, e ainda mais um; tem de dividir, fatiar e deixar o pessoal roubar, isso é que é o pior - do contrário não governa. Mas o Brasil está chegando ao fundo do poço e espero que isso represente uma mudança em termos de consciência para os órgãos de comunicação e, principalmente, para os políticos, para a população em geral, para acompanhar, cobrar, fiscalizar.

Os políticos precisam entender que quem deve ser valorizado é o povo e, justamente as pessoas que mais precisam, infelizmente, são esquecidas. Nesse sentido, esta Casa tem a oportunidade de promover esse reconhecimento. Por isso que para mim, como deputado, o dia de hoje é o dia mais feliz que tenho no ano.

Edison, o meu filho Ricardo Silva, que é vereador em Ribeirão, gostaria de estar presente, mas ele é pré-candidato à prefeitura de Ribeirão Preto e está vivendo momentos de correria, de loucura. Ainda de noite ele me ligou e falou: “Pai, deixe para eles a minha homenagem.”

Ricardo foi candidato a deputado federal na última eleição. Teve 98.870 votos. Faltaram 1.130 para cem mil votos. É o primeiro mandato dele de vereador em Ribeirão Preto. Ele está com 30 anos. Ele não se elegeu porque o partido desmembrou. Então, ele pediu para agradecê-los pelo carinho. Muita gente o apoiou nessa última eleição para deputado federal.

  Agora vamos ter a palavra do Edison Laércio de Oliveira.

  O Edison eu conheço há muito tempo. Eu tenho conversado com ele e tenho visto nele - eu não enxergo, mas eu vejo com o sentimento - aquela vontade de valorizar o trabalhador da Saúde. Eu vejo nele, muitas vezes, uma revolta e ele me fala: “Rafael, este país poderia ser muito melhor para o trabalhador”. Ele não tem partido político. Ele fala: “O meu partido é o trabalhador da Saúde”. Mas ele tem muita coisa no íntimo dele que entende como existem coisa erradas na política, tanto de um lado como de outro - não é apenas de um lado, não. É uma estrutura política que o Edison coloca como nociva, principalmente nos últimos anos, aos trabalhadores deste País, principalmente aos trabalhadores desta categoria que ele representa com muita dignidade.

  Convido o Edison Laércio Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores na Saúde, para que faça uso da palavra.

 

O SR. EDISON LAÉRCIO DE OLIVEIRA - A quem eu não cumprimentei, o meu caloroso bom dia a todos e a todas.

Deputado Rafael Silva, quero externar a V. Exa. nosso agradecimento por essa data, por essa homenagem, por esse dia - em que nós trazemos de todos os cantos do estado de São Paulo trabalhadoras e trabalhadores, muitos deles pela primeira vez, para conhecer esta Casa, conhecer como se divulga, como se discute, e como se debate a estrutura política do estado de São Paulo. Nosso agradecimento.

Deputado Arnaldo Faria de Sá, meu amigo, um deputado cooperante, um deputado, acima de tudo, batalhador.

Vocês, que estão aqui hoje, têm a oportunidade de visualizar dois monstros sagrados da política. Quis o destino que tivéssemos hoje um na representação federal e outro na representação estadual. Esses dois homens dignificam a política deste País, apesar de todas as coisas que nós ouvimos, vemos e lemos. Por esses nós podemos dizer: “Eu coloco a mão no fogo”. São pessoas trabalhadoras, que buscam a representação, que não trocam de lado. São pessoas que, ao assumir compromissos, vão até o final.

Muito obrigado, Arnaldo, pela presença.

Meu companheiro de diretoria, Luiz Carlos Vergara, diretor de comunicação da Federação, vice-presidente do sindicato de Franca, em sua pessoa quero saudar todos os demais diretores da Federação e diretores sindicais aqui presente.

Meu companheiro e irmão Canindé Pegado, aprendi a admirar o Canindé pelos ensinamentos, pela cultura e pela lealdade. No movimento sindical e na política não pode faltar lealdade, compromisso. Para mim, acima de tudo, de qualquer outra coisa, existe a lealdade. E o companheiro Pegado tem essa lealdade comigo. Eu agradeço por essa oportunidade de recebê-lo neste plenário.

Vereador Maurício, que também se encontra presente na extensão da Mesa, em sua pessoa quero saudar e cumprimentar todos os vereadores aqui presentes.

Quero fazer um agradecimento e ao mesmo tempo um reconhecimento. Quero fazê-lo na pessoa da Indaiá Gordo, que é colaboradora do sindicato de Jaú. Levante-se, por favor. Na sua pessoa, quero cumprimentar todas as colaboradoras e os colaboradores dos sindicatos filiados à Federação. São essas pessoas que dão o primeiro embate, o primeiro atendimento. Aquelas pessoas que vêm ao sindicato, muitas vezes, não sabem o porquê de estarem lá. Mas os colaboradores sabem. Com sua tranquilidade e alegria atendem a todos.

Quero nas pessoas das companheiras Leide, Vera, Elaine, Edna e Maria Hermann, parabenizar todas as mulheres, em especial aquelas que são dirigentes sindicais, porque além de terem todas as atividades do lar são mães, são guerreiras, são pessoas como vocês, a grande maioria neste plenário. São mulheres. Nas pessoas dessas companheiras eu agradeço a presença. (Palmas.)

Quero também agradecer aos presidentes de sindicatos aqui presentes, o companheiro Erivelto, o companheiro Paulo Richieri, o companheiro Sebastião Sérgio - também ausente - Paulo Pimentel, Carlos, Aristides e Milton - também guerreiros, pessoas que não medem esforços para defender seus ideais, defender essa categoria muito mais guerreira.

Senhor Presidente, deputado Rafael Silva, no dia de hoje nós devemos lembrar que este dia e esta homenagem também nasceram de uma batalha incansável de um companheiro que está ausente e cuja ausência faz um ano no dia de hoje.

Mas tenho a certeza absoluta de que, onde ele estiver, ele está olhando, alegre e contente, com seu jeito, com sua atitude, por todos nós, por todos aqueles que aqui estão e por aqueles que não puderam vir. Falo do companheiro Pedro Alberto Tolentino, que nos deixou no ano passado.

Mas, deputado, V. Exa. já lembrou, já pincelou que o País passa por uma dificuldade muito grande. E, lamentavelmente, a esperança que nós tínhamos 13 anos atrás foi, com o tempo, tornando-se cada vez mais distante, cada vez mais longínqua, uma vez que assumia, há 13 anos, um partido que dizia representar os trabalhadores. Um partido que tinha a ética como a sua bandeira maior de luta. Um partido que chegou, pelo seu líder maior, a dizer que no Congresso em que estava havia 300 picaretas, e que poderia, mais à frente, precisar.

Mas tão logo assumiu a Presidência da República, talvez por aquilo que o deputado Rafael Silva disse, pelas concessões que, ao chegar a esse cargo, têm que ser feitas - e o fez com os 300 picaretas, e mais alguns que assumiram -, acabou sendo elogiadíssimo, foi colocado como a coisa melhor do mundo, que o País tinha entrado nos trilhos, que o País realmente passaria a ser uma das potências mais invejadas do mundo.

  Só que tudo aquilo que é construído em cima de um banco de areia, acaba demolido. E o que estamos vendo hoje é isso aí, a demolição - talvez a mais desastrosa possível - de um partido, de um ideal, de uma história. E no último dia 12, por sinal, talvez presságios de Deus, no Dia do Trabalhador da Saúde, houve o afastamento da Sra. Presidente.

  Costumo dizer, e aqui falo pela primeira vez de público, que o poder às vezes é dado para as pessoas que, com a sua simplicidade, levam muito mais adiante do que aquelas que chegam ao poder com arrogância, do que aquelas que pegam o poder para achar que já está tudo dominado, como dizem os jovens.

E acabam vendo que não é bem assim, porque, Sr. Presidente, tudo aquilo que pregavam não foi feito. E a Saúde é o exemplo maior disso. Nesses últimos 13 anos, a Saúde piorou. Os trabalhadores da Saúde que o digam. Nós não tínhamos desemprego na Saúde, até há pouco tempo. Agora, a derrocada está começando a chegar também na Saúde.

Isso prova que as pessoas têm que continuar tendo humildade, quando assumem qualquer cargo, tratando, recebendo as pessoas com as mesmas condições que antes tinham, quando precisavam delas.

E fez mais, Sr. Presidente. Essa dinastia partidária acabou levando para o mesmo buraco o movimento sindical. Hoje na imprensa tudo é culpa do movimento sindical. Então, vamos derrubar o movimento sindical, vamos bater no movimento sindical, que só então o movimento sindical recua e nós faremos aquilo que o deputado Arnaldo Faria de Sá disse, aquilo que nós quisermos, para entregarmos o País àqueles que sempre mamaram nele, o banqueiro, o dono de rádio, de televisão, da imprensa em geral. Esses, sim, continuarão a mandar no País.

Como diz o deputado Arnaldo, precisa-se uma reforma da Previdência. Para quê? Para que não possamos alcançar aquilo que contribuímos, que pagamos durante a vida toda? Porque eles que querem isso, e vão aprovar, têm as suas aposentadorias “ad aeternum”, trabalhando quatro, oito anos como parlamentar. Elas são muito maiores do que aquelas recebidas pela grande maioria no País. Aquelas sim teriam que ser repensadas, e não a aposentadoria do coitado do trabalhador da Saúde, que trabalha 25, 35 ou 40 anos para receber, ao final de sua vida, mil e setecentos reais, em média.

Querem empurrar isso mais para frente. Saúde, nem pensar ou dizer o que fazer. Contudo, aparecem uns iluminados da vida que querem recriar a CPMF para a Previdência. Ora, a CPMF foi criada para a Saúde e nada mudou. Muito pelo contrário, nunca chegou um tostão desse dinheiro da CPMF para a Saúde.

Esta Federação tem história de luta e fez passar no Conselho Estadual de Saúde o “não” à CPMF. Foi o único estado deste país que, ao chegar à Conferência Nacional, foi obrigado a dizer “não” à CPMF. À época, estava como ministro o Sr. Adib Jatene, contra quem não há comentários.

Agora, aparece de novo a história da CPMF. Quem vai pagar somos nós, trabalhadores, ninguém mais. No dia 13, assumiu o governo o presidente interino Michel Temer. A primeira coisa que fez foi àquela arruaça de ministros, sem nenhuma mulher. Não colocou uma mulher. Por quê? Este país é tocado por mulheres. Houve um desrespeito às mulheres e agora tentam consertar, porém, quando um vaso cai, ele jamais será reconstituído.

Sr. Presidente, apesar de estarmos em festa, eu tenho essa obrigação. Contudo, as pessoas que saíram de Prudente, Dracena, Araçatuba, Rio Preto e de todas as cidades que compõem este Estado, vêm aqui para receber, através do projeto de V. Exa., a homenagem e o respeito do povo do estado de São Paulo.

Este governo que terminou ou que foi suspenso no dia 12 foi o governo que não deixou votar o piso nacional da enfermagem e o projeto das 30 horas. Foi o governo que vetou o projeto do então deputado Carlos Sampaio, aprovado no Congresso Nacional, que criava o Dia Nacional dos Trabalhadores da Saúde, inspirado no projeto de V. Exa., deputado Rafael Silva. O ex-presidente Lula vetou o projeto. Esse era o governo dos trabalhadores.

  Há tantas e tantas coisas não feitas. Poderão dizer que muitas foram feitas. Como eu disse, foram construídas em um banco de areia, porque as coisas estão a cair. Quero fazer um apelo a V. Exa., deputado Arnaldo Faria de Sá, para que apresente um projeto no Congresso Nacional. Quem sabe, neste monte de negociação que está ocorrendo, V. Exa., que tem um apreço muito grande do presidente interino da República, poderá fazê-lo entender e, assim, sancionar uma lei.

Quem sabe possamos encher aquela Casa de Leis, em Brasília, com pessoas decentes, com trabalhadores e com pessoas que vivam o dia a dia e a angústia de uma pessoa doente e de seus familiares. (Palmas.)

Sr. Presidente, para finalizar, gostaria de agradecer a todos. Quero agradecer a todas as delegações e ao gabinete de V. Exa. por este trabalho. Agradeço por ter nos ajudado a promover e organizar este evento. Agradeço ao Abraão que, mesmo distante, continua nos ajudando e indicando o caminho para que esta Casa esteja sempre cheia.

Gostaria de agradecer ao Cerimonial e ao companheiro Vergara que também nos auxiliou neste processo. Quero fazer um agradecimento especial à Sirlene que, além de assessorar a Federação e de organizar este processo, ainda faz às vezes de mestre de cerimônia.  

Também fiquei feliz, presidente, e fico muito honrado por ter entregado um troféu a todos, mas um me chamou a atenção em especial. É uma pessoa de meu convívio há 40 anos. Trabalhou comigo no saudoso Grupo Sabin, em Santo Antônio, na Samcil e assim por diante. Falo do meu companheiro Aparecido, que hoje está em Rio Claro exercendo a função de técnico de enfermagem.

Isso me engrandeceu, me envaideceu e me fez lembrar quando cheguei à Saúde, lá atrás, em 1900 e qualquer coisa. Ainda sinto saudades dos tempos em que víamos os sindicatos buscando seus direitos, em salões, como esse, lotados. Nunca se esqueçam disso. O sindicato, por tudo que possa ter, ainda é a esperança de termos um trabalhador organizado, reconhecido e, acima de tudo, respeitado.

Muito obrigado e um bom retorno a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Agradecemos não apenas as palavras e a participação do presidente da Federação, Edison Laércio de Oliveira, mas, principalmente, a dedicação que ele tem por essa categoria, o sentimento de civismo, de brasilidade, de cidadania, de ética em favor da categoria.

Peço à competente Sirlene que faça mais alguns comunicados.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SIRLENE NOGUEIRA - Gostaria de registrar a presença de José Carlos Bido, assessor parlamentar, neste ato representando o deputado Celso Giglio.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PDT - Lembro-me, há mais de 20 anos, quando fui convidado por uma entidade dos funcionários do Banco do Brasil para participar de um seminário. Nesse seminário tínhamos deputados federais, senadores e autoridades da área financeira.

Convidaram-me para participar porque sou aposentado pelo Banco do Brasil, trabalhei também fora do banco, em auditoria e em uma série de setores. Pelo conhecimento que eu tinha de todo esse setor e por minha participação em outros eventos, me convidaram.

Edison, encerrando minhas palavras naquele encontro, pedi para imaginarmos um sujeito chegando a uma fazenda. Ele vai conhecer uma fazenda, a situação da fazenda, e vê um urubu em cima da cerca, um urubu em cima das árvores, outros correndo pelo chão, todos gordos, viçosos, bonitos, fortes. Ele diz que, pela cara do urubu, percebe que a fazenda anda bem, o próprio urubu é forte.

Então, ele entra na fazenda, vê a vaca morta, o cavalo morto. Ou seja, a economia da fazenda, o que ela tem, está se deteriorando. A vaca morrendo, o cavalo morrendo e o urubu feliz. Aí falei - e talvez algumas pessoas não tenham gostado - que o cavalo e a vaca representavam a economia, o urubu o banqueiro, o especulador financeiro, que se enriquece com a desgraça da fazenda.

Naquele momento o presidente era o Fernando Henrique. Não defendo um partido ou outro, não critico um ou outro, critico uma realidade e os partidos estão inseridos na realidade. Fernando Henrique, naquele momento, já estava valorizando os banqueiros, já havia as taxas elevadas de juros.

Participei, em 1997, de um encontro na Globo News. O encontro foi com um cidadão representando uma grande empresa de consultoria, uma empresa reconhecida, um cidadão da área da psicologia, também famoso no mundo todo, e eu. Eu estava lá como político e falei da realidade do comprometimento do Brasil no futuro se não mudasse seu rumo.

Esse economista, no ar, falou: “Não, deputado, não é bem assim”. Então tivemos aquele debate. Aí veio o intervalo e ele falou: “Deputado, apenas para você não pensar que sou um idiota, você tem razão; quando você falou que o Brasil estará comprometido no futuro se não mudar o seu rumo em relação ao pagamento de juros, as taxas de juros mais altas do mundo”. Ele falou: “Mas a minha empresa presta serviço para banqueiros, para empresários de vários setores, para governos e eu não posso falar o que você fala. Mas repito, não sou idiota. Se você falar no ar, agora, eu vou desmenti-lo, mas saiba que não sou idiota.”

O Brasil caminha realmente para essa situação se não mudar o seu rumo. Não mudou. Pelo contrário, de uns anos para cá piorou. Não tivemos investimento nos setores produtivos. Os banqueiros, os especuladores financeiros se fortaleceram como urubus. E a economia nacional degringolou. De uns anos para cá, repito, piorou a situação. Tem uma pessoa ligada a mim, em Ribeirão Preto, que tem um estabelecimento comercial. Preste atenção, você, trabalhador; você, dirigente sindical, essa pessoa está com depressão. As vendas diminuíram e o gerente da firma teve que dispensar alguns funcionários. Alguns desses funcionários choravam e pediam. O gerente não teve como. Não teve como. Ele disse que se a situação melhorasse, eles seriam chamados de volta. Trabalhadores estão chorando, desesperados. O Brasil tem 12 milhões de desempregados. Não são apenas 12 milhões de pessoas que sofrem. O número é elevado, 12 milhões, mas para cada desempregado há uma família que sofre. Eu vejo na política, através de hipócritas e de idiotas. Hipócrita, aquele safado que mente para as pessoas; idiotas são aqueles que falam e acreditam: “Coitado não sei de quem, que perdeu o cargo, coitado não sei de que político.” Que vá para o inferno aquele político que está rico.” (Palmas.)

Eu digo, Edison, Arnaldo, Canindé, Vergara, todos os vereadores aqui presentes, autoridades: Coitado do povo brasileiro. Pagamos os impostos mais altos do mundo. Em outros países, como a Finlândia, a Noruega, a Dinamarca, pagam impostos altos, mas todo mundo vive bem. No Brasil, não. A Petrobras era a empresa principal da Nação brasileira, orgulho, e está quebrada, vendendo imóveis, prédios, refinarias que tem fora do Brasil. E tem uma dívida gigantesca. E quando o político rouba, não é apenas aquilo que ele roubou que entra como prejuízo, não. Para favorecer uma grande empresa, eles ganham ali 100, 200 milhões, 500 milhões. E a empresa dá um prejuízo para a nação de muitos e muitos bilhões. Então para roubar um pouco, eles deixam o país naufragar em tristeza.

Por que falo isso? O Canindé estudou Filosofia também, eu sou formado na área de Filosofia, tenho pós-graduação na área de Sociologia. Tenho praticamente 50 anos de estudo na área da Psicologia, e tenho formação na área de Administração, de Economia. Lecionei, em cursinhos, Português, Matemática, Contabilidade então conhece um pouco da realidade e posso dizer que o Brasil - não é opinião, não, opinião é quando falamos que amarelo é mais bonito que o vermelho -, em números objetivos, vive a pior situação, o pior caos de toda a sua existência. Pela realidade dos compromissos, pela dívida pública, por tudo isso e pela realidade da política brasileira, com dezenas e dezenas de partidos, cada qual querendo um espaço, esse espaço representa lucro para meia dúzia e prejuízo para toda a nação brasileira, principalmente para as pessoas que trabalham e são mais necessitadas. Perde-se o emprego, vem o desespero. Hoje, temos cerca de 70 milhões de pessoas inadimplentes, com conta de água, luz e aluguel para pagar.

E temos gente que fala: “Olha o golpe; coitado de não sei quem, que perdeu o cargo”. Coitado desse povo que acreditou e acredita. Edison Laércio de Oliveira, a sua sensibilidade e sua luta em favor dessa categoria deveria ser a luta de muitos políticos que mandam neste País. Arnaldo Faria de Sá. Sei de seu compromisso com o trabalhador. Canindé Pegado. Sei da sua luta. Luiz Vergara também. Vocês, presidentes de sindicatos, vieram de vários pontos do estado de São Paulo. E vocês trabalhadores saíram de madrugada. Vocês não estão sendo homenageados, estão homenageando esta Casa. Sinto-me homenageado pelo trabalho de vocês, pela dignidade que vocês têm. E vocês não são respeitados como deveriam neste País.

Quero agradecer ao pessoal do Cerimonial, ao pessoal da TV Alesp e da Taquigrafia. Esta é uma sessão oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Tudo aquilo que aqui aconteceu e foi dito vai constar do Diário Oficial do Poder Legislativo, vai entrar para os Anais da história desta Casa de Leis. A Federação vai receber cópias desse Diário Oficial. Minhas palavras serão transmitidas pela TV Alesp amanhã às 23 horas, no canal 7 da Net.

Abraão Jr., meu assessor, teve um problema, o irmão dele faleceu também. Ele está em Ribeirão Preto. Quero agradecer à Sílvia e à Sueli, da minha assessoria; ao Carreirinha, que esteve correndo por aqui também desde cedo; ao Serginho, ao Neto e à minha esposa Maria Clara, que me acompanha em tudo que faço; e ao Edison Laércio de Oliveira. Agradecer a esse pessoal todo, que colaborou para que esta sessão se realizasse. Continuem assim, nessa luta digna. Canindé também, no sindicalismo. De coração, muito obrigado a vocês pela presença.

Quero esclarecer que eu gostaria de tirar foto com todas as pessoas homenageadas, mas, como único deputado estadual presente nesta sessão. Estou na Presidência, e o Regimento indica que a sessão não pode ser realizada sem a presença do presidente. Assim, não pude descer para tirar fotografia, mas gostaria de ter feito isso. Que Deus ilumine a todos. Em nome desse povo sofrido, que precisa do hospital, presto a vocês minhas homenagens e meu reconhecimento.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 55 minutos.

 

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