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20 DE MAIO DE 2016

029ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO METODISMO WESLEYANO

 

Presidente: CARLOS BEZERRA JR

 

 

RESUMO

 

1 - CARLOS BEZERRA JR.

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que o presidente Fernando Capez convocara a presente sessão solene, a requerimento deste deputado, com a finalidade de "Homenagear o Metodismo Wesleyano". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia oração, proferida pelo pastor Antônio José de Souza. Nomeia as autoridades presentes.

 

2 - ROBERTO DE LUCENA

Deputado federal, destaca a justeza desta homenagem. Declara que o metodismo influenciou todas as igrejas cristãs do planeta. Discorre sobre a vida e o legado de John Wesley, fundador do metodismo, e seu compromisso com as ações sociais. Ressalta que o movimento abolicionista na Europa teve início em meio aos metodistas. Avalia no que o legado de John Wesley é importante para o Brasil, hoje. Cita as instituições de ensino administradas por igrejas metodistas.

 

3 - PATRÍCIA BEZERRA

Vereadora da Câmara Municipal de São Paulo, elogia o trabalho do deputado Carlos Bezerra Jr. à frente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa. Relata que sua família sempre foi metodista. Explica como John Wesley considerava que o Evangelho devia vir acompanhado de ações sociais. Fala sobre as ações de combate à pobreza levadas a cabo pela igreja metodista onde cresceu. Diz que a transformação da sociedade deve partir da transformação íntima de cada um.

 

4 - STANLEY DA SILVA MORAES

Bispo e presidente do Conselho Superior de Administração das Instituições Metodistas de Educação, declara que a semente do Evangelho deve ser partilhada com outras pessoas. Lembra que a Igreja Metodista do Brasil é apenas uma das que foram influenciadas pelos ensinamentos de John Wesley, acerca de cuja vida discorre. Afirma que o amor ao próximo é um dos aspectos fundamentais da vida cristã. Faz histórico da atuação dos metodistas ao Brasil.

 

5 - PRESIDENTE CARLOS BEZERRA JR.

Anuncia apresentação do Coral Ceforte - Coral do Centro de Formação Teológica de São Paulo.

 

6 - ILDO SWARTELE DE MELLO

Bispo da Igreja Metodista Livre, fala sobre os trabalhos da Conexão Wesleyana de Santidade, que congrega várias igrejas de orientação metodista. Destaca que o pentecostalismo nasceu entre metodistas. Discorre sobre as posições teológicas de John Wesley. Afirma que é necessário não apenas proclamar, mas também viver o Evangelho, causando impacto positivo na sociedade. Comenta a defesa que Wesley fazia do abolicionismo. Apoia a comunhão entre todas as igrejas cristãs.

 

7 - EVANDRO TEIXEIRA ALVES

Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, representando os PMs de Cristo, enaltece o trabalho do deputado Carlos Bezerra Jr. Comenta que sempre fez parte de uma igreja metodista. Relata que há cerca de 25 mil policiais militares que se declaram evangélicos. Pondera sobre a atuação dos PMs de Cristo. Diz que a Polícia Militar é um campo propício à evangelização. Informa que a polícia é a instituição brasileira que mais registra suicídios entre seus membros. Considera necessário resgatar a herança wesleyana e seu ímpeto missionário nas igrejas.

 

8 - PRESIDENTE CARLOS BEZERRA JR.

Anuncia nova apresentação do Coral Ceforte; sucedida por oração, feita pelo bispo Adriel de Souza Maia.

 

9 - SINVALDO CORREA COELHO

Bispo e superintendente da 3ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista Wesleyana, expressa sua alegria por ter sido nomeado bispo em São Paulo. Destaca a justeza desta homenagem ao metodismo wesleyano. Discorre sobre o que caracteriza um verdadeiro metodista e sobre as capacidades requeridas de um pastor. Afirma que o metodismo causou grandes transformações onde foi pregado e vivido. Destaca a necessidade de dar à sociedade exemplos de ética. Faz citações bíblicas a respeito da conduta cristã. Profere oração.

 

10 - PRESIDENTE CARLOS BEZERRA JR.

Faz a entrega de certificados de celebração do Dia do Metodismo Wesleyano aos bispos Jamir Fernandes Carvalho, Sinvaldo Correa Coelho, Ildo Mello, Adriel de Souza Maia e Stanley da Silva Moraes. Declara que o critério pelo qual decide que homenagens prestará como parlamentar é a chance de registrar o legado cristão protestante no Brasil. Expressa sua satisfação por presidir esta solenidade. Faz e comenta citação de John Wesley, acerca da prática constante e universal do bem. Fala sobre projeto de lei, de sua autoria, que combate o trabalho escravo, propositura que afirma ter sido inspirada pelo legado de Wesley. Diz ser urgente lutar pela reforma da Nação. Dá conhecimento de mensagem, alusiva à solenidade, enviada pelo reverendo Paulo Roberto Garcia, da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil. Anuncia apresentação do Coral Ceforte.

 

11 - JAMIR FERNANDES CARVALHO

Bispo e superintendente geral da Igreja Metodista Wesleyana, faz agradecimento pela homenagem recebida. Afirma que John Wesley legou não apenas ensinos teológicos e uma tradição eclesiástica, mas também um modo de vida. Argumenta que o amor ao dinheiro é a raiz de grande parte dos males que afligem a sociedade contemporânea. Considera que apenas o amor a Deus e ao próximo é capaz de transformar as pessoas e, por consequência, o mundo. Faz oração.

 

12 - PRESIDENTE CARLOS BEZERRA JR.

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Bezerra Jr..

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR - PSDB - Boa noite a todos.

 Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Quero cumprimentar a todos os irmãos com a graça e a paz do Senhor aqui nesta noite. Eu me sinto muito feliz ao ver esta Casa ocupada pelos irmãos e transformada em um local de oração, de inspiração e de reflexão a partir das Sagradas Escrituras que dirigem nossas vidas e nossos valores, que são tão necessários a inspirarem a nossa Nação, especialmente no momento em que vivemos.

Esta sessão solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, deputado Fernando Capez, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear o Metodismo Wesleyano.

Comunicamos também aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Assembleia neste domingo, dia 22, às 21 horas pela Net, canal 7; pela TV Vivo, no canal 66 analógico e 185 digital; e pela TV Digital aberta, canal 61.2.

Neste momento, convido a todos para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do primeiro sargento Richard.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR - PSDB - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Nós gostaríamos de iniciar essa sessão com uma oração. O bispo Jamira faria a oração, mas teve uma pequena intercorrência médica e já já está voltando. Então, eu convido o pastor Antônio de Souza para que nos dirija em oração neste momento.

 

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- É feita a oração.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR - PSDB - Amém. Quero registrar as presenças do bispo Adriel de Souza Maia, editor nacional de “No Cenáculo”; do coronel PM Evandro Teixeira Alves, representante dos PMs de Cristo - aliás, uma menção especial ao coronel Evandro e aos PMs de Cristo, que fazem um belíssimo trabalho de humanização, de evangelização no âmbito da Polícia Militar, cumprimento especial ao irmão e a todos aqueles que representam os PMs de Cristo espalhados por todo o nosso estado.

 Também está conosco o pastor Ronaldo Cabrera, secretário-geral de Educação Cristã; o pastor Ataulfo Monteiro, secretário distrital da Igreja Metodista Wesleyana, de Vila Nivi; o pastor José Pedro Dutra, secretário de administração; o pastor Davi Arantes, superintendente distrital da Zona Sul, Igreja Metodista Wesleyana, e secretário regional de ação social; o pastor Antonio José de Souza, superintendente distrital do Alto Tietê; o pastor Carlos Cruz, superintendente do distrito de Guarulhos; pastor Eder Barbosa, superintendente distrital da Igreja Metodista Wesleyana e diretor do Ceforte.

Registro também as ilustres presenças do bispo Ildo Swartele, que nos honra muito, partilhamos amizade familiar por décadas, um homem de Deus, daqueles que a vida fala ainda mais alto do que os grandes sermões; do bispo Jamir Fernandes de Carvalho, superintendente geral da Igreja Metodista Wesleyana; do bispo Stanley da Silva Moraes, presidente do Conselho Superior de Administração das Instituições Metodistas de Educação; do bispo Sinvaldo Corrêa Coelho, superintendente da 3ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista Wesleyana, tenho uma alegria imensa de tê-lo me acompanhando na direção dos trabalhos nesta noite.

  Registro também as ilustres presenças das autoridades deputado federal Roberto de Lucena e da ilustríssima vereadora do município de São Paulo, Patrícia Bezerra. Em uma Câmara dos Deputados com 55 vereadores, apenas cinco mulheres, se destaca pelo belíssimo trabalho como cristã, em defesa das questões sociais, dos direitos humanos, dos valores da fé cristã, da família, enfim, a vereadora faz um grande trabalho.

Neste momento gostaria de convidar o nobre deputado Roberto de Lucena, para que faça o uso da palavra, para uma saudação a todos nós aqui nesta noite.

 

O SR. ROBERTO DE LUCENA - Quero saudar o meu irmão e amigo deputado Carlos Alberto, que preside esta sessão solene, que é o proponente desta sessão. Quero cumprimentá-lo pela iniciativa alvissareira, brilhante, pelo reconhecimento e pela homenagem justa à data que nos remete a um momento histórico, que deve ser celebrado a cada ano, que é celebrado no mundo inteiro e deve ser celebrado em todo o Brasil, e especialmente deve ser celebrado por nós, povo de São Paulo.

 Esta data não pertence aos nossos irmãos metodistas. Esta data remete a uma experiência espiritual de avivamento, que influenciou a igreja de Jesus, a igreja em todos os cantos do planeta.

Queremos louvar a Deus por sua iniciativa e parabenizá-lo. É justo, é correto, é oportuno. Na sua pessoa, quero cumprimentar todos os deputados estaduais que aprovaram, por unanimidade, a sua proposição. Peço que V. Exa. seja portador do meu reconhecimento e do meu cumprimento aos seus pares.

Quero cumprimentar a nossa vereadora Patrícia, que tem feito um belíssimo trabalho na Câmara de São Paulo, uma das câmaras municipais mais importantes do continente. É um desafio enorme estar militando em um mandato parlamentar em uma câmara dessa importância, dessa magnitude, exatamente no momento em que nós vivemos.

Gostaria de saudar todas as autoridades presentes, os pastores, os líderes, autoridades militares, civis, cumprimentando e fazendo menção de algumas dessas autoridades aqui. Bispo Stanley, presidente do conselho superior de administração das instituições metodistas de Educação, um amigo muito precioso; bispo Jamir Fernandes Carvalho, superintendente geral da Igreja Metodista Wesleyana; pastor Eder, meu grande amigo, superintendente distrital da Igreja Metodista Wesleyana; pastor Carlos Cruz; pastor Antonio José de Souza; meu amigo pastor Davi; pastor José Pedro; pastor Ataulfo; pastor Ronaldo Cabrera, secretário geral de educação cristã; coronel PM Evandro Teixeira Alves; bispo Adriel, é uma satisfação enorme revê-lo depois de algum tempo.

Quero saudar nosso bispo, de volta a São Paulo, trazido pelo Espírito Santo de Deus. Uma decisão do concílio traz uma nova inspiração, uma nova motivação. Bispo Coelho, seja bem vindo a São Paulo, a sua presença nos abençoa, a sua presença é uma benção, não apenas para a Igreja Metodista Wesleyana, mas para todos nós.

Quero rapidamente trazer aos irmãos uma saudação, lembrando que no dia 24 de maio nós vivemos a alegria desta data, que remete para o dia do coração aquecido, ou, dia do coração abrasado. É a data que lembra a experiência espiritual vivida por Wesley, fundador não de uma igreja, mas fundador de uma era, de um templo, de um mover do Espírito Santo que se organizou através de uma igreja que influenciou uma nação e um ministério profícuo por mais de 50 anos. Nos 50 anos que se seguiram a essa data, Wesley pregou em média três sermões por dia, a maior parte ao ar livre. Chegou a pregar em uma ocasião para aproximadamente 14 mil pessoas. Milhares saíram da miséria, da imoralidade, e cantaram a nova fé nas palavras do Hino de Charles Wesley, irmão de John. Os dois deram à religião o novo espírito de alegria e piedade.

Além de levar milhares de pessoas a professar a fé cristã, Wesley influenciou a sociedade de outras formas. Ele idealizou obras sociais dignas de destaque, como projeto de ir até os pobres, executado por ele, que era o responsável pela distribuição dos recursos arrecadados.

Essa iniciativa de Wesley, Sr. Presidente, que tivemos no início do século XVII, foi na verdade o primeiro programa de distribuição de renda do planeta, do mundo, e que nasceu na forma da prática, da prédica, da visão do Evangelho integral e do compromisso que o Evangelho de Jesus nos remete para com a comunidade onde a igreja está inserida. Wesley escreveu um compêndio de medicina, que foi largamente difundido. Apoiou a reforma educacional, a reforma do sistema prisional, e lutou pela abolição da escravatura. Aliás, todo movimento da abolição da escravatura que se desdobrou pela Europa e influenciou o Brasil nasceu no púlpito wesleyano.

  No Brasil, há um grande e forte povo que, seguindo os ensinamentos, os passos e o exemplo de John Wesley, vive para servir a todos, sendo solidário aos pobres, oprimidos, marginalizados e discriminados. É um povo que se dedica para propagar o amor entre os homens e que assumiu um compromisso enquanto família wesleyana, de pregar em terras brasileiras o Evangelho transformador, denunciando e buscando a erradicação de tudo que gera injustiça e tudo que gera a morte.

Lembro também, Sr. Presidente, autoridades presentes, minhas irmãs e meus irmãos, que o momento que Deus levantou Wesley, juntamente com grupo de jovens comprometidos com a santidade pregando esse Evangelho vivo da graça de Deus, era um momento em um ambiente de muita pobreza e de muita miséria no seu país e em toda a Europa, onde a corrupção generalizada impunha condições absolutamente desfavoráveis ao povo. E foi também no púlpito wesleyano que nasceu a grande resistência, a grande força que motivou e ajudou aquela nação a romper com os grilhões da corrupção. É um exemplo que tem nos atingido e influenciado a igreja, e tem descoberto que está exatamente em suas mãos e nos seus joelhos a possibilidade de enfrentarmos, e de enfrentarmos essa grande potestade de corrupção estabelecida no nosso país, e que começou a ser abalada. Se Deus quiser, essa geração vai vê-la cair por terra, e não vai cair sozinha. Vai levar com ela outros principados também, que tem oprimido o povo da nossa nação.

Quero caminhar para o encerramento, lembrando que nas áreas da Saúde e da Educação as igrejas de matrizes wesleyanas, como a Metodista, a Metodista Wesleyana, a Igreja do Nazareno, entre outras, destacam-se pela excelência e pela qualidade de suas unidades de ensino, e pelos métodos que são aplicados com ótimos resultados.

Quero transmitir aqui, portanto, o nosso respeito, o nosso reconhecimento - e também ser o portador do abraço da Igreja O Brasil para Cristo a todas as autoridades e lideranças presentes, e a todos os membros dessa grande família wesleyana do estado de São Paulo e de todo o Brasil. Que Deus abençoe nossas igrejas de matrizes wesleyanas, o nosso estado e o Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Era o que eu tinha a dizer. (Palmas.).

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR - PSDB - Obrigado, deputado Roberto de Lucena, representando também nesse ato a Igreja O Brasil para Cristo. Quero cumprimentar os irmãos d’O Brasil para Cristo também na pessoa do pastor Marcos Miranda, que também representa a denominação nesse ato.

Nesse momento, transfiro a palavra à vereadora da Capital, Patrícia Bezerra, para a sua saudação.

A SRA. PATRÍCIA BEZERRA - Boa noite a todos e a todas. Como disse, estamos em família, nessa noite, e vou dizer graça e paz a todos os irmãos nessa noite. Gostaria também de louvar a iniciativa do presidente. Não vou poder rasgar muito a seda -  porque a gente rasga a seda um para outro. Graças a Deus, o presidente dessa solenidade tem também à frente a Comissão de Direitos Humanos desta Casa, que realizou um belíssimo trabalho em busca da justiça. Aliás, tem muito a ver com a herança de John Wesley para todos nós. Eu o parabenizo pelo seu trabalho, pela temática, pela ousadia em questionar e combater frentes tão poderosas que também fazem parte, e que, de alguma forma, se contrapõem aos direitos humanos. É louvável tudo aquilo que você tem semeado nesta Casa, e tudo que você deixou de herança na Câmara Municipal também.

É muito gostoso vir a uma cerimônia que, de alguma forma, faz alusão ao tempo de metodista que também tive. Costumo dizer que eu nasci em berço metodista. Meus pais sempre foram metodistas e quando eu nasci já nasci num lar metodista. Para mim é muito confortável, bispo Adriel - a quem tenho a alegria de reencontrar nesta noite, esposo da digníssima Mariluse, minha amiga que está me devendo um pão de queijo e um jantar. Fica anotado.

É muito gostoso vir aqui para falar de uma herança que foi plantada no meu coração, no coração de meus irmãos desde a infância. Nós crescemos na Igreja Metodista da região do Paraná, se eu não me engano é a sexta região, e ali nós aprendemos os fundamentos da vida prática de John Wesley.

Ele sempre teve essa preocupação com a graça que ele aprendeu no evangelho genuíno de Jesus Cristo e que foi incompreendida por muitos na sua época pelos seus contemporâneos - contemporâneos, inclusive, irmãos. Ele semeou essa graça também fazendo com que as pessoas compreendessem que o Evangelho de Jesus, desprovido de ação, que promovesse transformação social, nobre deputado Roberto de Lucena, era simplesmente letra.

Ele incutiu isso na semente do metodismo mundo afora e não foi por outra razão que, de alguma forma, teve uma influência tão grande dentro de seu país. Ele transformou a Inglaterra dos seus dias, inclusive do ponto de vista social. Essa foi a semente que foi plantada no meu coração, particularmente. Essa é a relação e o vínculo que eu tenho com o John Wesley e com a denominação metodista.

Eu passava parte de minhas férias de julho em alguma atuação específica, pontual, de combate à pobreza na minha cidade, que era Maringá. Sempre estivemos praticando aquilo que John Wesley nos deixou como chamamento e como herança, como legado da premissa básica do evangelho, que tem que transformar o mundo também do ponto de vista social.

Se eu tenho, hoje, o meu coração aquecido - às vezes ele precisa de mais aquecimento, às vezes ele precisa de um pouquinho mais de retorno às origens para ficar aquecido -, é porque eu fico imaginando que um homem com o coração aquecido foi capaz de transformar um país. Nós devemos ter o nosso coração aquecido para transformar as nossas igrejas, em primeiro lugar, para transformar as nossas cidades, as nossas comunidades, o lugar onde nós estamos plantados e, assim, por conseguinte, transformar uma nação.

Não começamos pela nação e depois chegamos à nossa vida. É primeiro do nosso coração, assim como foi com nosso mestre, que hoje comemoramos, John Wesley. Começamos a partir de uma experiência pessoal, de uma experiência íntima com o Espírito Santo de Deus, que aquece o nosso coração de tal maneira que fica impossível esconder uma cidade edificada sobre uma montanha, impossível esconder a candeia debaixo de um cobertor ou de qualquer coisa que o valha.

Eu me lembrei, neste momento, de uma música que marcou a minha passagem, a minha infância, a minha adolescência e também é muito familiarizada com vocês, que diz, e é um símbolo do metodismo, que:

“Não importa a Igreja que tu és se aos pés do

Calvário tu estás

Se o teu coração é igual ao meu, dai-me a

mão e meu irmão serás

Dai-me a mão, dai-me a mão, dai-me a mão e

meu irmão serás

Dai-me a mão, dai-me a mão, dai-me a mão e

meu irmão serás”

Juntos, com o coração aquecido, nós mudamos o País. Obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Grande vereadora Patrícia Bezerra.

Tem a palavra o bispo Stanley da Silva Moraes para nos falar sobre a Igreja Metodista do Brasil.

 

O SR. STANLEY DA SILVA MORAES - Aproveitando o gancho da vereadora Patrícia, também quero saudar os irmãos e as irmãs, começando pela Mesa e dizendo graça e paz.

Hoje podemos nos saudar na forma com que regularmente gostamos, porque temos pilares, que são a graça que promove a paz. Somos uma família e queremos saudar com uma deferência o nosso presidente, deputado Carlos Bezerra Jr., que tem nos representado muito bem na Assembleia, nos direitos humanos e, com muito mais extensão, guardando essa semente do Evangelho que nos foi confiada, não para nosso deleite pessoal, mas para ser partilhada. Somos todos, aqui, pessoas que têm uma raiz comum e a Igreja Metodista é uma das partes dessa grande família.

Nós nos alegramos de ser parte de uma grande família, o povo da santidade bíblica, e isso nos identifica por sermos uma comunidade que busca padrões éticos, que busca uma vida que reflita, através de cada ação, a presença do espírito de Deus, uma comunidade de coração aquecido, que nasce em um movimento de avivamento, em que as diferenças vão se fazendo sentir ao redor da comunidade por aquilo que Deus vai realizando.

Nós nos estabelecemos nos lugares diferentes do mundo e hoje somos uma igreja, dá para dizer, espalhada por todo o mundo, em diferentes denominações também, diferentes nomes, que tem em comum essa raiz com a característica de que a experiência pessoal com Deus, ocorrida na comunidade de fé, não foi em qualquer lugar.

 O Wesley acordou no 24, no seu costumeiro momento de devoção - a oração das cinco da madrugada -, e passou o dia em oração e inquietação porque havia na experiência pessoal dele algumas coisas bem solidificadas na vida de alguém que nasceu num lar cristão que muito jovem já era um pastor, que foi um pastor consagrado que se doou desde o berço.  Ele nasceu em um conflito entre o pai e a mãe, que tinham se separado por seis meses por questões doutrinárias. Quando se reconciliaram, nasceu o Wesley. Assim foi o primeiro encontro depois de um tempo em que a razão tomou conta da vida deles. E então o coração se esfriou. Na essência da experiência com Deus, nós nos encontramos com o Deus que é amor, que ama toda a sua criação.

Nós, como metodistas, estamos desde 1867 compartilhando a experiência que gozamos. E quando olhamos para John Wesley como aquele que nos introduziu naquilo que nós somos, que nos inspirou, e nós constantemente o revisitamos para nos reencantar com o Evangelho que ele descobriu, nós nos encontramos com alguém que tinha uma vida de fidelidade e uma profunda inquietação, porque o que ele fazia não dava fruto. Ele orava, não sentia respostas nas orações; ele pregava, não via as pessoas se converterem; ele saía em missão, não via transformações. E depois do dia 24 de maio ele podia pregar o mesmo sermão que ele pregava antes, e as pessoas caiam em pranto, tinham seu encontro com Jesus, mudavam radicalmente de vida e os frutos vinham em abundância, porque havia o diferencial da presença do amor de Deus na vida deles. Então ele continuou levantando cedo para orar, só que aquela oração o movia e o comprometia com as pessoas que estavam ao seu redor. Por isso que ele saía dali para as prisões, para cuidar dos presidiários.

Carlos Wesley, seu irmão, escreveu “Seis meninos”. Ele escreveu um hinário só para trabalhar com presidiários - um senhor hinário - entre os “Seis meninos”, porque ele aprendeu a amar o seu próximo. Ele não ia lá julgar quem estava preso. Essa não é a competência do crente. Sempre que um crente julga outro crente ele quebrou a sua comunhão com Deus. E John Wesley os julgava. Vocês não foram enviados para julgar, foram enviados para amar, e chamar as pessoas em que cada uma tenha uma experiência que é fundamental. E nós temos que nos conhecer nas experiências.

Hoje a Igreja Metodista está espalhada em todo o Brasil. Somos uma pequena Igreja no Brasil, mas também espalhada por todo o mundo, já somos uns oitenta milhões de metodistas. E se formos olhar nossa grande família, eu nem sei dizer quanta gente está por aí. O que eu sei é que Deus tem nos usado. Nós somos instrumentos do Senhor e o colocamos como o centro da nossa vida, e para nós a grande diferença está aí. Qual é o centro da minha vida? Muita gente se coloca no centro e aí dura pouco, porque a nossa vida é cheia de nossas limitações. Mas quando o centro da nossa vida é Jesus Cristo, aí há a transformação que Deus faz ao nosso redor, e a sociedade muda e o sal se torna saboroso, dá sabor, a luz torna-se iluminadora da vida de todos. E o Evangelho vai se espalhando, e uma grande comunhão vai se fazendo. E aí se unem a pregação do Evangelho como expressão primeira da fé, o convite ao encontro com Deus e, deste momento, nascem as ações que vão alcançando as outras pessoas na área da Educação, na área social, na área da Saúde, e então nós podemos pensar em tudo que as pessoas precisam. É a cura das famílias, já ouvimos exemplos aqui, e todas as demais ações que Deus propicia àqueles que o amam.

É muito bom nos reunirmos para celebrar o Deus que nos chama, o Deus que nos envia, o Deus que manda os frutos ao ministério que ele confia a cada um de nós. Que Ele seja com esta Casa, e que esta Casa possa ser uma Casa em que os frutos da presença de Jesus aqui possam ser sentidos por toda a população do nosso Estado. Amém. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Ouviremos nesse momento o Coral Ceforte, Centro de Formação Teológica de São Paulo, aliás, que faz um lindo trabalho. Estive lá entre elas algumas vezes onde tive a honra de poder ministrar a palavra, e eu sou um admirador do trabalho dos irmãos do Ceforte.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Tem a palavra o bispo Ildo Swartele de Mello, da Igreja Metodista Livre.

 

O SR. ILDO SWARTELE DE MELLO - Graça e paz a todos. Louvo a Deus por este momento, neste dia especial, e parabenizo meu amigo deputado Carlos Bezerra Jr. por esta iniciativa.

Também falo em nome da Conexão Wesleyana de Santidade, que é um movimento do Espírito Santo que está sendo espalhado por todo o Brasil. É um movimento de unidade em torno do nosso legado em comum, principalmente em torno da mensagem de santidade, que é a mensagem que o Brasil mais precisa neste momento, meus irmãos.

Citarei algumas igrejas de origem wesleyana, espero não esquecer nenhuma: Igreja Metodista, Igreja Metodista Wesleyana, Igreja Metodista Livre, Igreja Metodista Renovada, Igreja Metodista Internacional, Igreja do Nazareno, Igreja Holiness e Igreja do Exército da Salvação. Há também a Comunidade da Graça, e membros do Brasil para Cristo, inclusive pastores, estão se aproximando.

  Não sei se vocês sabem, mas o próprio Movimento Pentecostal, aquilo que aconteceu na Rua Azusa, aconteceu em uma igreja metodista, com um obreiro, William Seymour, que era metodista de carteirinha. Então, foi nesse ambiente de santidade da busca do poder de Deus que se deu o que nós conhecemos como Igreja Assembleia de Deus. Isso tem um pé no metodismo, e louvamos a Deus por isso.

  O mais lindo dessa mensagem é que, se é fato que Santo Agostinho, Calvino e Lutero enfatizaram o pecado original e seus efeitos drásticos e falaram sobre a importância da mensagem da graça, é verdade que Wesley compreendeu que a mensagem da graça vai muito além de promover a justificação, muito além de apenas conferir ao pecador o perdão dos pecados.

Meus irmãos, a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos que, renegadas as paixões mundanas, vivamos no presente século em piedade e em santidade. E isso é possível. O que é impossível para os homens é possível para Deus.

Nós temos uma mensagem que diz o seguinte: Deus, em Cristo, não está promovendo apenas o perdão dos pecados, mas está promovendo transformação de vida e regeneração, que é a base da santificação. Recebemos um novo coração, recebemos a mente de Cristo, a plenitude do espírito e o poder de Deus para sermos suas testemunhas.

Meus irmãos, o mundo está cansado de lero-lero, de ouvir falar, de pregação. Eles precisam ver aquilo que aconteceu nos dias de Wesley - vidas transformadas e gente que foi totalmente mudada, assim como o próprio Wesley, como já foi dito, mudado no coração e na alma, uma nova criatura, uma testemunha viva de que Deus está entre nós e que Cristo veio para desfazer as obras do diabo em todas as suas instâncias.

Se Jesus muda uma vida, ele muda também uma família. Se ele muda uma família, ele muda um bairro. Ele é capaz de impactar uma cidade inteira, assim como aconteceu nos dias de Wesley - um impacto que alcançou o país e que se estendeu para outros países.

Wesley acreditou tanto no poder da graça para suplantar os efeitos do pecado original que ele ousou desafiar um mal milenar: a escravidão. Por conta disso, um dos seus discípulos, William Wilberforce, parlamentar inglês, propôs no parlamento inglês o fim do tráfico negreiro, o fim da escravidão, algo que seria impensável naqueles dias, com tantos obstáculos políticos, sociais e econômicos. Pensaram: “Como? Se nós pararmos com isso, os nossos inimigos, outros países adversários, vão continuar a fazer e vão crescer mais economicamente. Não podemos, não dá, ainda que seja razoável.” Porém, mais de 20 anos de luta e de perseverança se passaram e houve ali o primeiro país a decretar o fim da escravidão. Isso foi um efeito em cadeia que alcançou o Brasil.

Wesley dizia o seguinte, já nos seus dias: “A cana de açúcar está sendo produzida com mão de obra escrava, sabiam disso? Cumpre aos metodistas não consumir açúcar em protesto.” Foi o primeiro movimento, foi a primeira igreja - Igreja Metodista - a assumir que não pode haver escravos entre em nós.

Gente, isto é tremendo! Nós precisamos entender o espírito de Wesley. Wesley nunca foi sectário, nunca quis abrir outra igreja. Aliás, ele nunca deixou de ser anglicano. Ele queria que se cumprisse em seus dias a oração de nosso senhor Jesus Cristo, que orou pela unidade da igreja.

Meus irmãos, a santidade passa pelo fato de sermos submissos ao senhorio de nosso senhor Jesus Cristo e a termos ele como cabeça, o cabeça de um corpo para que haja, finalmente, um só pastor e um só rebanho. Isso, pelo poder do Espírito Santo, é possível. O mais lindo é ver que os nossos corações, abrasados pelo espírito, começam a se aproximar uns dos outros. Quanta comunhão linda e bonita tem havido entre nós, quanto desejo de estarmos juntos, quanta coisa maravilhosa do espírito está começando a acontecer e está se espalhando pelo Brasil inteiro, a começar por mim.

Essa canção que foi cantada aqui é inspirada na frase de Wesley: “Se o seu coração é igual ao meu, dá-me a mão e meu irmão será.” É um testemunho para este mundo, este mundo que vive em guerra, com famílias e países se destroçando, conflitos internos, com tanta injustiça, tanta maldade, tanta dissensão. Precisamos ver que Jesus realmente é o príncipe da paz, a começar em nós.

Que a luz de Cristo brilhe e que nós, como sal da terra e como luz do mundo, possamos cumprir a nossa missão. Obrigado pela oportunidade. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Com a palavra o coronel Evandro Teixeira Alves, que neste ato também representa os PMs de Cristo.

 

O SR. EVANDRO TEIXEIRA ALVES - Vossa Excelência, deputado Carlos Bezerra Jr., meu amigo pessoal, nosso parceiro dos PMs de Cristo, proponente desta homenagem às igrejas da tradição wesleyana. Eu estava me lembrando com a minha esposa, minha companheira de 25 anos de casados, dos tempos que frequentávamos o CPP com o seu pai, pastor Carlos Alberto Bezerra, ainda jovem, e como os nossos laços e ligações já são bastante antigos.

Deputado federal Roberto de Lucena, também nosso parceiro dos PMs de Cristo, que teve a chance de conhecer um pouco da nossa missão - ele trabalhou um pouco com a gente e temos gente nossa trabalhando com ele na sua assessoria.

Vereadora Patrícia, quando tive a oportunidade de cumprimentá-la e apresentá-la à minha esposa, Carla, eu falei: “Vereadora, está aqui uma eleitora sua”.

Deputado, eu também posso dizer que desde a sua primeira candidatura como vereador desta nossa cidade o senhor conquistou o meu voto e o meu coração. Até hoje sou seu eleitor. Digo que, como representante dos PMs de Cristo, nós o apoiamos em todas as suas iniciativas porque conhecemos o seu trabalho, sabemos da honestidade com que esta Casa vive a imagem do deputado Carlos Alberto. Se um dia o deputado ouvir de Deus aquela voz dizendo assim: “Meu filho, alce voos mais altos”. O senhor pode ter certeza que terá o nosso apoio. Somos dentro da Polícia Militar em torno de 25 mil policiais militares que, ao preencherem seus cadastros, se dizem evangélicos. Eu posso dizer que somos um grande exército.

Bispo Ildo, meu amigo pessoal, que também tem um irmão que é policial militar e conhece bem a nossa vida, o nosso trabalho. Bispo Stanley, também nosso bispo metodista.

Eu sou metodista de berço e costumo dizer às pessoas que, o dia em que Jesus me chamar, quero continuar na Igreja Metodista. Formei-me na Faculdade de Teologia da Universidade Metodista. Meus pais foram metodistas, minha esposa é metodista, meus sogros são metodistas. Eu sou um metodista nato.

Bispo Sinvaldo, a quem temos a oportunidade de honrar e dignificar a sua ramificação dentro das igrejas de orientação wesleyana. Bispo Jamir, também fazendo parte dessa tradição wesleyana. Eu não poderia deixar de citar o nosso grande amigo, parceiro e conselheiro, bispo Adriel de Souza Maia, nosso grande companheiro dos PMs de Cristo. Ele estava no fundo, mas vou ousar citar o seu nome, pastor Emílio, presidente da Associação dos Editores Cristãos, nosso parceiro, editor da Feira Literária Internacional Cristã, que também trabalha com a nossa querida vereadora. Grande amigo nosso, pastor Arlindo, que está sentado ao lado do bispo Adriel, também foi nosso cooperador por grande tempo dentro dos PMs de Cristo.

A todos os representantes das igrejas, a todas as autoridades, a nossa saudação como Polícia Militar do Estado de São Paulo e como PMs de Cristo.

Eu pensava que seria muito oportuno fazer lembranças históricas a respeito da vida de John Wesley e, no nosso português tupiniquim, por que não chamá-lo de João Wesley? Foi um personagem que tivemos a chance de estudar muito nos bancos escolares da Faculdade de Teologia, muitos livros já tive a oportunidade de ler a respeito da sua família, mas, talvez, não ousasse fazê-lo depois dos discursos desses amados bispos que aqui estiveram.

Como esta semana está próxima do dia 24 de maio, a data da experiência do coração aquecido de João Wesley, na rua Aldersgate, em Londres, poderia dizer aos amados irmãos e irmãs e às autoridades eclesiásticas da igreja de tradição wesleyana que estão aqui: é preciso resgatar essa herança wesleyana nas nossas igrejas, onde quer que estejam; é preciso resgatar todo esse aquecimento, todo esse calor do coração que aconteceu na experiência de John Wesley em 24 de maio; é preciso trazer a experiência missionária que João Wesley viveu quando cavalgou pregando por toda a Inglaterra, quando pegou aquele navio com os “quakers”, a experiência que teve evangelizando os índios na América do Norte, voltando completamente frustrado de lá porque achou que todo o seu trabalho missionário tinha sido em vão. Até o momento em que Deus provoca na vida de João Wesley essa experiência maravilhosa e transformadora.

Eu poderia tentar fazer uma lembrança de tudo isso, mas seria jogar palavras para que vocês obtivessem conhecimento que os bispos já tiveram oportunidade de fazer. Portanto, acho muito oportuno trazer um presente às igrejas de tradição e orientação wesleyana, principalmente nesta semana comemorativa da experiência de John Wesley.

E o presente é uma instituição que aprendemos a amar, a respeitar e a fazer parte dela, que se chama Polícia Militar do Estado de São Paulo, uma instituição que tem os PMs de Cristo. Hoje, estou representando o coronel Alexandre Marcondes Terra, nosso presidente, amigo também do Sr. Presidente proponente desta solenidade. A Polícia Militar é uma grande família, a que chamamos família policial militar. Se fizermos as contas entre os policiais que estão na ativa, os que estão aposentados e as pessoas que estão ligadas a esses policiais, entre dois e três dependentes por policial, teremos uma família de aproximadamente meio milhão de pessoas só no estado de São Paulo.

Esse é o presente que as igrejas de tradição wesleyana estão recebendo hoje. Costumo dizer que a nossa corporação é um campo que está em branco, como dizem as Sagradas Escrituras, pronto para ser ceifado. Existem vidas, almas, pessoas que estão por trás daquele colete à prova de balas, que estão com aquele cinturão preto, armadas, dentro de uma viatura. Por que não lembrar o Corpo de Bombeiros, do policiamento de choque, do policiamento ambiental, do policiamento rodoviário, do policiamento de trânsito, do policiamento comunitário? São seres humanos, que foram criados e formados à imagem de Deus Pai Todo Poderoso.

Na semana passada, estive nesta mesma tribuna, numa sessão que o deputado Celino Cardoso promoveu, a Semana da Cidadania e Segurança, estabelecida por meio de uma lei recente, de janeiro de 2016. Costumo dizer que o policial, especificamente o policial militar, não recebeu uma varinha de condão na sua cabeça e foi transformado em policial militar do nada. Ele foi criado num bairro, no âmbito de uma família, escolheu servir à instituição Polícia Militar, foi voluntário, Deus o vocacionou para trabalhar e defender a sociedade.

Por isso, digo que a polícia e a igreja são duas instituições que fazem parte do eixo do bem. Polícia e igreja, juntas, podem trabalhar integradas porque fazem parte do mesmo eixo. É aquele eixo que procura promover o bem-estar, que procura buscar o nomos social, a ordem social, o bem-estar para o ser humano, a maior obra-prima de Deus.

Costumo dizer também que quando satanás designa os seus demônios e as suas legiões para infernizar, para atacar estas duas instituições, as de defesa do ser humano - Polícia, Forças Armadas, Guardas - e o diabo para provocar suas armadilhas e ciladas contra a Igreja, ele não vai colocar simples demônios para poder nos incomodar. Ele vai colocar os piores. É por isso que a Polícia passa por uma situação tão crítica. Ela é muito atacada e os seus membros sofrem muito com isso.

  A nossa profissão, a nossa instituição infelizmente é a que tem o maior número de suicídios registrados no Brasil.

  Portanto, o presente é: Igreja, acorde, viva a experiência de poder trabalhar evangelizando o policial militar do seu bairro, o policial militar que está ali promovendo a segurança para a sua comunidade, para a sua Igreja, para a sua família.

Nós temos um projeto chamado “Polícia e Igreja”. Acredito que alguns dos senhores possam ter recebido uma ligação da pastora que coordena esse projeto juntamente com o Coronel Camilo pedindo para que apoiem o projeto. Esse projeto é simples, nada mais é do que cada instituição policial no estado de São Paulo - são 1680 endereços de quartéis da PM dentro de São Paulo - receber o apoio espiritual de pelo menos três igrejas evangélicas. Este é o nosso projeto.

Portanto, está lançado o desafio e o presente. Tudo já está padronizado, customizado, você não precisa fazer esforço nenhum, nós já temos o projeto desenhado. Basta que você pastor, líder, quem quer que seja, coloque a sua Igreja à disposição para evangelizar, para falar de Deus, para falar de Jesus Cristo para a nossa Polícia.

Tenho dito com muita convicção que quando Deus transforma a nossa Polícia, a instituição que defende o ser humano, o paulistano, o paulista, Ele faz com que ela seja melhor e sirva melhor à comunidade. Assim, teremos uma sociedade melhor e todos nós sairemos ganhando.

Portanto, Igreja, este é o presente que estamos dando, este é o presente que o Governo do Estado de São Paulo deixa à disposição das igrejas, este é o presente que o nosso comandante-geral coronel Ricardo Gambaroni compreendeu, convocou-nos como Igreja e falou: “Vocês têm as portas abertas em qualquer quartel da Polícia Militar do Estado de São Paulo.”

Quando tenente - quase 30 anos atrás - isso jamais seria pensado, isso era inconcebível.

Quando eu chegava a um comandante e falava: “Comandante, eu queria fazer uma reunião com os evangélicos pelo menos uma vez por semana”, ele dizia “Você é maluco. Aqui é quartel, aqui não é igreja. Você vá falar de Deus lá fora.”

Hoje a situação se inverteu completamente. Os comandantes estão ligando para os PMs de Cristo, estão ligando para os pastores e lideranças evangélicas do nosso estado e convidando para que eles entrem nos quartéis para falar de Deus e para mostrar que a Polícia pode ser muito melhor do que é hoje.

Que Deus honre e valorize todas as igrejas de tradição wesleyana.

O presente foi dado e se você quiser ter um momento de palavra comigo para poder conhecer um pouco mais do nosso trabalho, estou à disposição.

Muito obrigado, deputado, pela proposição e pelo convite. Saibam que estamos juntos para que Deus seja honrado e glorificado acima de tudo e de todos.

Deus nos abençoe. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Agradeço a palavra e cumprimento especialmente o coronel Evandro Teixeira Alves pedindo que leve um abraço especial também ao coronel Terra e a todos os irmãos PMs de Cristo que fazem esse trabalho maravilhoso de acompanhamento e de resgate espiritual a tantos PMs em nosso estado.

Neste momento, mais uma vez, ouviremos o Coral Ceforte, Coral do Centro de Formação Teológica de São Paulo.   

 

* * *

 

  - É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Parabéns ao Coral Ceforte, do Centro de Formação Teológica de São Paulo.

Feitas as considerações e as ponderações aqui no uso do microfone nesta sessão, eu gostaria de fazer um pedido ao bispo Adriel de Souza Maia, para que nos dirigisse num momento de oração, antes da reflexão bíblica e das homenagens finais da noite.

Peço que neste momento o queridíssimo bispo Adriel de Souza Maia nos dirija em oração.

 

* * *

 

- É feita a oração.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Amém. Obrigado, bispo Adriel.

Neste momento, então, a reflexão bíblica fica a encargo do bispo Sinvaldo Corrêa Filho. Ele é de uma família queridíssima de irmãos preciosos, que tanto têm feito pela história do Evangelho no País.

Oficialmente o recebemos. Seis meses já se passaram da sua posse como bispo, mas é a primeira vez numa cerimônia pública que o recebemos. Sinta-se na sua casa, na Casa do seu estado, que te acolhe como bispo e que reconhece o trabalho pastoral seu e de sua família, levando um abraço especial ao seu irmão tão precioso, o pastor Silmar Coelho.

 

O SR. SINVALDO CORRÊA FILHO - Excelentíssimo Sr. Deputado Estadual Carlos Bezerra Jr., mui digno proponente desta cerimônia, que a preside tão belamente; Exmo. Sr. Deputado Federal Roberto de Lucena, que muito nos agracia com sua presença; Exma. Sra. Vereadora por São Paulo Patrícia Bezerra, a quem agradecemos e temos a honra de ter conosco; Ilmo. Sr. Coronel Evandro Teixeira Alves, que nos dirigiu a palavra e abriu todas as casernas da Polícia Militar, aproveito o ensejo para orientar a todos os wesleyanos que estão sob a minha orientação que a partir de hoje entrem nos quartéis.

Excelentíssimo e reverendíssimo senhor bispo Jamir Fernandes Carvalho, mui digno superintendente-geral da Igreja Metodista Wesleyana, que atendeu nosso convite e nos honra com sua presença; Excelentíssimos e reverendíssimos bispos Stanley da Silva Moraes; bispo Ildo, da Igreja Metodista Livre; bispo Adriel de Souza Maia, a quem temos o prazer de rever todos nesta cerimônia.

  A todos os irmãos e amigos, pastores, familiares, àqueles que nos assistem pela Web, pela TV, que a graça e a paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo permaneça reinando sobre todas as suas vidas, mas não somente sobre as suas vidas, mas também sobre toda a Nação brasileira. Que Deus nos abençoe grandemente.

  Antes de entrarmos nas nossas considerações, quero dizer que fui recebido aqui pelo deputado Carlos Alberto, dizendo que retorno a minha casa, e por incrível que pareça, os meus conterrâneos do Rio de Janeiro não me consideram mais fluminense. Alguém me disse, após a eleição e nomeação para São Paulo: “Você está feliz, não?” E eu respondi: “Eu, por quê?”. Ao que retrucaram: “Você está voltando para sua terra.” Mas esqueceram que sou petropolitano? Na verdade, não me considero mais petropolitano. Eu me considero cidadão do mundo, seguindo a palavra de John Wesley, que disse que “o mundo é a minha paróquia”.

  Pela terceira vez retorno a São Paulo. Certamente Deus tem algo a realizar ainda na minha vida, e através da minha vida. Hoje, através deste ato, comemoramos o Dia do Metodismo Wesleyano e do coração abrasado, ou aquecido, um dia fundamental para a vida, a ética moral e a fé de todo cristão que fundamenta sua história de vida no Metodismo Wesleyano.

  Ao refletirmos e fazermos uma analogia sobre o que significa ser pastor, e sobre o que significa possuir a experiência wesleyana e do coração abrasado, não podemos desvincular um fato do outro. Ter um sentimento wesleyano significa ser e ter um coração aquecido ou abrasado. Não é possível ser um verdadeiro metodista se o seu coração não for aquecido, se o seu coração não for abrasado.

É capital à fé, essencial à alma, primordial ao culto, imperativo ao crescimento, imprescindível ao milagre, imperioso ao desenvolvimento, forçoso à história, mister à vocação e ao chamado, que todo metodista wesleyano seja cheio do poder do Espírito Santo, tomado por um desejo ardente de levar vidas a Cristo, vigoroso na busca do crescimento e da maturidade cristã, clamoroso por ser instrumento de Deus, no uso dos dons espirituais e ministérios da palavra, amante apaixonado da vida devocional, da oração, dos clamores e jejuns, das vigílias e consagrações, tanto pessoal como com todo o rebanho, sobre o seu pastoreio.

É basilar conduzir o rebanho pela linha de esplendor sem fim do povo chamado metodista, priorizando os fundamentos da doutrina cristã wesleyana, enfatizando os grupos pequenos, os dons e ministérios ativos e frequentes em cada reunião, desenvolvendo meios de promover ação social mútua e contínua entre seus membros, alcançando os de fora da comunhão com os serviços dos santos, mantendo a vida de comunhão diária no partir do pão, no suprir das necessidades, nas orações e no investimento evangelístico e missionário, para a expansão da igreja local e da igreja do Senhor em toda terra, por toda terra, até os confins da terra.

É mandatário lembrar e regozijar com a história da igreja, com a história do Pentecostes, com a história de Wesley, com a história metodista e com as transformações que os princípios do Metodismo Wesleyano produziram e produzem por onde foi pregado, ensinado e primordialmente vivenciado.

É efetivo recordar a vocação, o chamado coração ardente e apaixonado dos primeiros passos na fé, as experiências sobrenaturais, os sinais, os prodígios, os milagres, as maravilhas. O coração abrasado de homens tomados por uma vida de santidade, de busca dos dons, de reencontro com o fogo que arde continuamente sobre o altar, e cuja chama não se apaga, dispostos e deixar tudo e seguir o chamado do Divino Mestre.

É urgente ser metodista wesleyano na acepção da palavra e da história bíblica wesleyana metodista e metodista wesleyana. É mister a postura ética cristã que age e influência a sociedade hodierna, caótica e corrompida, destituída e afastada de Deus, ao reencontro com seu Criador, por meio de um exemplo vivo de wesleyanos do tempo presente, que pregam Cristo como Senhor e Salvador, único caminho para o retorno da criação, a sua constituição original com Deus.

Por meio de ações práticas e sensíveis ao sofrimento e dor de cada ser humano que se encontra ao seu lado, seja no trabalho, nos estudos, na vizinhança de sua residência, ou mesmo da paróquia onde expressa, com seus cânticos, louvores a Deus.

Que a expressão de amor e louvor a Deus seja traduzido em atos e posturas wesleyanos, que alcancem os necessitados a nossa volta e os conduzam à esperança de dias melhores. Que em meio à crise de liderança existente em nossa Nação, cada wesleyano se levante em graça e com misericórdia, e se torne um exemplo vivo de trabalho, serviço e amor ao próximo. E que o exercício de nossa fé se transforme em obras palpáveis, para dirimir, ao menos um pouco, a angústia de um povo que se encontra desafortunado pelas muitas vergonhas que nos foram impostas por homens destituídos do mínimo de moral e amor ao próximo. Esta comemoração nos conduz à experiência de Wesley, expressada pelo termo “coração abrasado” ou “coração aquecido”, que é de conhecimento de todo cristão de origem metodista, sempre lembrada e comemorada por ocasião da data de 24 de maio.

Esta linda história de esplendor sem fim, vivenciada pelos primeiros irmãos metodistas, deve ser cultivada para darmos continuidade a este maravilhoso encontro com o Espírito Santo, que foi proclamado no livro de Joel, em seu capítulo segundo.

Ser um wesleyano e ter um coração abrasado é confiar que, ainda que a árvore seja cortada, ela se renovará e dará aos seus rebentos, Jó 14:7. Ser um wesleyano e querer um coração abrasado é buscar em Deus um coração puro e renovado por um espírito inabalável, Salmos 51:10. Ser um wesleyano e possuir um coração aquecido é ter a certeza absoluta de que mesmo o que é e o que já se foi e passou Deus fará se renovar, Eclesiastes 3:15.

Ser um wesleyano é esperar com o coração aquecido e ter as forças renovadas para voar como a águia, correr fortalecido e caminhar encorajado, Isaías 40:31. Ser um wesleyano é crer com um coração abrasado, é saber que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã, pois grande é a sua fidelidade, Lamentações 3:23. Ser um wesleyano é transformar-se por um coração abrasado, é renovar a mente para experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, Romanos 12:2.

Ser um wesleyano é viver com o coração aquecido, é possuir o espírito de Deus, que concede inteligência e sabedoria para interpretar os seus mistérios, Daniel 4. Ser um wesleyano é encher-se de um coração aquecido e isto como consequência de um batismo com o Espírito Santo e com o folgo em Cristo Nosso Senhor, Mateus 3:11.

Ser um wesleyano é amar com um coração abrasado e ir por todo o mundo, fazendo discípulos de todas as nações, Mateus 28:19, pregando o evangelho do reino, que é um evangelho de justiça, paz e amor, que deve ser estendido a todo ser humano, não importa a sua crença, religião ou condição de vida.

Ser um wesleyano é falar com o coração abrasado, é saber que o Espírito Santo nos ensinará todas as coisas. Ser um wesleyano é receber um coração abrasado, é permanecer em oração até que do alto sejamos revestidos de poder. Ser um wesleyano é estar com o coração aquecido, cheio do Espírito Santo, é pregar com poder e autoridade, vendo os sinais de prodígio do Senhor. Ser um wesleyano é ver a glória do Senhor com um coração aquecido, é amar mesmo os seus algozes e inimigos e declarar-lhes perdão, Atos 7:55.

Ser um wesleyano é crescer com o coração abrasado, é ter paz, edificar-se e caminhar no temor do Senhor e no conforto do Espírito Santo. Ser um wesleyano é servir com o coração abrasado; isto como resultado de um chamado profundo e uma vocação divinamente inspirada em vidas que oram e jejuam, ouvindo as orações do Senhor e clamando por aqueles que estão ao seu redor.

Ser um wesleyano é andar com o coração aquecido, é ter o testemunho de Deus em sua vida por sinais, prodígios e milagres, distribuídos pelo Espírito Santo, segundo a sua boa vontade. Ser um wesleyano é clamar com o coração abrasado, é declarar todos os dias: “Aviva, ó Senhor, a tua obra no decorrer dos anos e, no decurso dos anos, faze-a conhecida, lembra-te da tua misericórdia”. 

Ser um metodista wesleyano de coração abrasado e de coração aquecido é não se esquecer de que Wesley foi aquecido pelo Espírito Santo e transformado por sua entrega pessoal a Cristo Jesus, que verdadeiramente é o único caminho, o único Senhor e Salvador. Ele é o único que tem todo o poder nos céus e na terra e que pode mudar todo aquele que assim o desejar e entregar-se a ele.

Parabéns, amados ouvintes. Parabéns a todos aqueles que, de alguma forma, professam os princípios wesleyanos. Parabéns àqueles que possuem este honroso título no cerne de sua fé, que o honram com todas as suas forças; de coração, eles amam a Igreja e, por todos os seus dias e com todas as suas ações, glorificam a Deus e servem ao próximo, assim como Cristo fez.

Ser um wesleyano é não se calar em meio às injustiças, é não se contentar com um pouco de Deus, mas proclamar bem alto que Jesus Cristo é o Senhor, que Jesus Cristo é a solução e que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Que o Senhor nos abençoe. Que o Senhor, de um modo todo especial, deputado Carlos Bezerra Jr., abençoe o estado de São Paulo, representado neste ato por Vossa Excelência.

Que esta Câmara Legislativa seja agraciada todos os dias pela unção, graça e misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que estes atos que o irmão tem proposto e que tem acontecido mais uma vez nesta data sejam marcos espirituais para transformar, restaurar, recuperar e operar milagres através dos nossos deputados. Peço permissão para encerrar a minha prédica com uma oração e convido a todos para ficarem em pé.

 

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- É feita a oração.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - Amém. Agradeço as palavras do bispo Sinvaldo Corrêa Coelho, o cumprimento pela prédica e agradeço imensamente em nome de todos os deputados desta Casa não apenas pelas palavras, mas também pela oração proferida nesta noite, que fica registrada como legado wesleyano a esta Casa.

Depois do que foi dito, registrado, das orações aqui feitas, poderíamos tranquilamente encerrar esta noite por aqui, mas ela se encerrará com o reconhecimento àqueles que representam o povo que hoje traz o legado da tradição wesleyana, da tradição espiritual e social de John Wesley sobre seus ombros.

Queria, então, pessoalmente, fazer a entrega de uma lembrança, de um diploma de reconhecimento, aos bispos Jamir Fernandes Carvalho e Sinvaldo Corrêa Coelho, representando a Igreja Metodista Wesleyana.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Também chamo, representando a Igreja Metodista Livre, o bispo Ildo Swartele de Mello, e, representando a Igreja Metodista do Brasil, os bispos Stanley da Silva Moraes e Adriel de Souza Maia.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Pelas minhas considerações finais aqui, para nos despedirmos, depois daquilo tudo que vimos, ouvimos, da maneira com que fomos abençoados, vamos fazer o encerramento da seguinte maneira, vou fazer considerações finais, a seguir vou pedir ao coral que faça sua última apresentação. Então Joanir nos dirigirá em oração, fazendo a benção final da noite.

Homenagear é, talvez, a tarefa mais complexa de um parlamentar. Nossa tarefa é legislar, fiscalizar as ações do Executivo e também homenagear. Mas tenho, nesses 16 anos de vida pública, tanto eu, quanto a vereadora Patrícia, adotado um critério de homenagem que tem sido trazer e expor o legado cristão e o legado cristão protestante para que fique registrado, através de exemplos e de ações, para as futuras gerações. Isso que fazemos nesta noite é gravado, diagramado, registrado nos Anais da Casa. Enfim, daqui a 50 anos,  alguém por aqui passará e verá que o povo de tradição wesleyana estava lá, estava marcando, apontando caminhos, fazendo prédicas, falava sobre essas questões, falava sobre valores, falava sobre combate à corrupção, falava sobre combate à pobreza, falava sobre uma fé comprometida socialmente, falava sobre uma fé transformadora. Eles falavam e apontavam caminhos de futuro. Sinto-me muito feliz por ter visto o que vi aqui nesta noite. Sinto-me muito feliz por, em sendo um instrumento tão pequeno, ter sido também escolhido por Deus para promover este encontro aqui nesta noite.

Mas queria lembrar as palavras de John Wesley, afinal dele lembramos aqui nesta noite: “Faça todo o bem que puder, por todos os meios que puder, de todas as maneiras que você puder, em todos os lugares que você puder, em todas as vezes que você puder, para todas as pessoas que você puder, enquanto você puder.” A fala de Wesley traz a diretriz para todos nós que somos comprometidos com o Evangelho do Reino, da causa da justiça, com as questões da justiça social e dos direitos humanos. Wesley foi um homem que amou o próximo e que nos ensinou, sim, com seus sermões, mas que nos ensinou com sua vida. Sua pregação caminhava junto com seu compromisso social. Wesley era o pregador que, no púlpito de sua igreja, anunciava a mensagem transformadora do Evangelho e, ao descer do púlpito, saía e ia às portas das minas de carvão denunciar a exploração do trabalho infantil, denunciar a exploração do trabalho escravo, e dizer que aquilo era pecado diante de Deus, porque todos os homens foram criados iguais e criados à imagem do Criador.

Identifico-me profundamente com o legado wesleyano, não apenas pelos amigos, pelas relações que nos unem, pela participação, pela honra de ter a minha comunidade participando da conexão wesleyana e de santidade. Como presidente da Comissão de Direitos Humanos aqui desta Casa me identifico especialmente com a luta de Wesley e de seu discípulo, William Wilberforce, contra a escravidão.

Aqui nesta Casa apresentei um projeto de lei contra a escravidão moderna, porque a escravidão ainda acontece nos nossos dias, que pela graça de Deus se transformou em referência nacional e internacional. É o projeto de lei que cassa o registro de ICMS das empresas; na prática fecha as empresas que forem flagradas explorando trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Eu estava aqui sentado pensando, lembrando-me de Wesley e do que aprendi dele ao longo da minha vida. Numa visita ao estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, ele viu de perto o sofrimento dos escravos, à época, e isso o impactou profundamente. A última carta que ele escreveu, uma semana antes de falecer, foi dirigida a exatamente William Wilberforce, parlamentar inglês responsável pela lei que derrubou o tráfico negreiro e a escravidão na Inglaterra, e por consequência em todo o mundo. E a carta era de encorajamento a ele na luta contra a escravatura.

Lembrava-me de que há dois anos, quando fui convidado por causa da lei que aprovei aqui nesta Casa, a falar no alto comissariado dos direitos humanos da Organização das Nações Unidas, em Genebra, viajava no avião e lia, porque eu pensava: Deus, o que vou falar lá, com tantas nações? Lembro-me que o material que tinha em mãos eram as cartas entre John Wesley e William Wilberforce, John Wesley aconselhando espiritualmente Wilberforce a se manter firme na luta, dizendo a ele o quanto aquela luta tinha de compromisso espiritual, do quanto o compromisso espiritual reflete no compromisso com a justiça. Lembro-me de que naquele dia, naquela sexta-feira, lá na cidade de Genebra, naquele plenário da Organização das Nações Unidas, encerrei meu discurso, inspirado por Wesley, por Wilberforce, pelo reverendo Martin Luther King, lembrando as palavras do profeta: “Como o direito, como a água e a justiça, como um rio caudaloso, o legado wesleyano é maravilhoso”. É o legado do coração aquecido, da paixão pela pregação do Evangelho, da paixão pelas manifestações do espírito, mas é também um legado de denúncia e enfrentamento da injustiça e de transformação social de uma nação.

Dois séculos se passaram, e o nosso coração permanece aquecido pelas mesmas causas. John Wesley acreditava que a pobreza era resultado de estruturas injustas. O espírito de militância do nosso irmão Wesley permanece até hoje em toda a fraternidade metodista, e cito aqui na minha fala o Plano Nacional Missionário, aprovado no 19o Concílio Geral da Igreja Metodista no Brasil: “Conscientizar sobre os novos desafios com relação à família, orçamento doméstico, violência contra a mulher e trabalho infantil, que precisam ser trabalhados pela Igreja, analisando o contexto social onde a Igreja está inserida, desenvolvendo projetos de acolhida, transformação social e evangelização. Desafiar a Igreja a fazer uma leitura de conjuntura e estar atenta aos sinais dos tempos.”

Eu parabenizo a todos vocês, meus irmãos metodistas, em suas diferentes expressões denominacionais e missionais. Encerro minha fala dizendo aos irmãos que, mais do que nunca, é tempo de nos lembrarmos de Wesley, que nos conclamava a espalhar a santidade bíblica pelo mundo e a lutar pela reforma da nação. O mundo é nossa paróquia. Como diz um dos meus poetas prediletos, Sérgio Vaz, um poeta urbano, da nossa cidade, que nem se inspirou no Wesley, mas me traz uma boa lembrança sobre o legado wesleyano: “É preciso manter o coração em chamas para manter os sonhos aquecidos”. Que Deus mantenha o legado do coração em chamas, para que este País seja mais justo, menos violento e mais parecido com o reindo de Deus. Em nome de Jesus, amém. (Palmas.)

  Convido nosso coral para que faça a última apresentação da noite. Então, teremos a benção do bispo Jamir Fernandes de Carvalho. Quero também fazer o registro de que recebemos uma mensagem de congratulações encaminhada pelo reverendo Paulo Roberto Garcia, reitor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil - Fateo. Agradeço também pelos livros recebidos, “Estatuto e Regimento Interno da Igreja Metodista Wesleyana”, das mãos do bispo Sinvaldo, assim como o manual de doutrinas “Assim Cremos”. Vou guardar em lugar especial do meu gabinete, inclusive como lembrança e respeito ao legado dos irmãos que tanto nos inspiram.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Faço um agradecimento especial ao Coral Ceforte. Obrigado pela participação de vocês, que enriqueceu demais nossa sessão nesta noite. Fica aqui o registro.

Tem a palavra, com sua bênção final, o bispo Jamir Fernandes Carvalho.

 

O SR. JAMIR FERNANDES CARVALHO - Sr. Presidente, deputado Carlos Bezerra Jr., senhoras e senhores, prezados irmãos, a paz do Senhor! Gostaria, primeiramente, de agradecer a homenagem que fora feita e agradecer ao bispo Sinvaldo e à 3ª Região pelo convite para estar aqui, nesta noite memorável, inesquecível na minha vida. Agradeço, de todo o coração, aos líderes das igrejas de raízes wesleyanas e metodistas que estão aqui. Estou muito grato e feliz com tudo o que ouvi aqui.

Quero dizer, também, que eu considero que essa homenagem, Sr. Deputado, não é apenas a uma denominação ou a uma religião. Eu entendo que essa homenagem é a um estilo de vida, a um modo de vida. Carlos e João Wesley conseguiram viver e influenciar, impactar uma sociedade decadente, que foi a sociedade londrina no séc. XVIII.

Entendo que vivemos um período difícil, de crise, mas essa crise tem um fundamento e os males que enfrentamos, hoje, são exatamente baseados em um mal maior, que é o amor ao dinheiro. O amor ao dinheiro traz no seu bojo os males da corrupção, da violência, da desigualdade social, do desamor ao próximo e ao sagrado. Ainda que esta Casa consiga aprovar leis que vão dirimir esses males, eles não serão combatidos efetivamente, a não ser que consigamos implantar nos corações um amor, não ao dinheiro, mas à pessoa bendita de Jesus Cristo.

O amor ao Senhor e ao próximo, na verdade, são as ferramentas que nós temos para impactar esta Cidade, este País e o mundo. Esse coração aquecido faz com que lutemos por isso. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos fará a diferença, como fez na vida de Carlos e João Wesley. Que Deus nos abençoe e nos dê essa condição de vivermos isso, para a glória do nome do Senhor.

Muito obrigado por essa rica oportunidade de estar aqui e poder dar essa breve palavra. Quero convidá-los a se colocar em pé. Vou orar, então, e abençoar, mais uma vez, este local, esta cidade e o nosso querido Brasil.

 

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- É feita a oração.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Faço um agradecimento especial ao bispo Jamir, ao bispo Sinvaldo e, nas pessoas deles, a cada um dos bispos. Faço um agradecimento especial e uma menção honrosa à presença de cada um de vocês.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som desta Casa, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Assembleia e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta sessão.

Que Deus nos abençoe.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 31 minutos.

 

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