10 DE MARÇO DE 2017

023ª SESSÃO ORDINÁRIA

Presidentes: CORONEL TELHADA e LECI BRANDÃO

Secretário: LECI BRANDÃO

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

2 - LECI BRANDÃO

Comenta caso de caloura de 17 anos, da Fundação Getúlio Vargas, ofendida durante um campeonato esportivo pelo fato de ser negra. Repudia atos de racismo, os quais, a seu ver, devem ser combatidos.

3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Considera que os estudantes envolvidos no ato mencionado pela deputada Leci Brandão deveriam responder à Justiça pelo crime de racismo. Convoca os Srs. Deputados para sessão solene a realizar-se em 27/03, às 20h, com a finalidade de "Homenagear a Ordem Internacional das Filhas de Jó", por solicitação do deputado Luiz Carlos Gondim.

4 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência.

5 - CORONEL TELHADA

Anuncia a visita do vice-cônsul dos Estados Unidos para assuntos políticos, Byron Hartman, e de sua assessora, Luna Arlete Salvador. Menciona que esteve hoje em solenidade de aniversário do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado, em Franco da Rocha. Deseja sucesso aos novos dirigentes da corporação. Lê carta de cidadão chamado Roberto Reis, que tece elogios à Polícia Militar por serviço prestado a sua família. Cobra do governo estadual que os aprovados em concurso público das Polícias Civil e Militar sejam chamados para tomar posse dos cargos. Defende reajuste salarial para a categoria.

6 - CORONEL CAMILO

Para comunicação, endossa as palavras do deputado Coronel Telhada em relação à necessidade de nomeação dos aprovados em concurso público. Adiciona que dentistas e veterinários da carreira policial também deveriam ser empossados com celeridade.

7 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

8 - CORONEL CAMILO

Discorda de críticas feitas pelo deputado Carlos Giannazi à Polícia Militar do Estado, na sessão de ontem. Cita os princípios que norteiam a instituição. Justifica ações da polícia que têm como objetivo o restabelecimento da ordem pública.

9 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Faz coro às palavras do deputado Coronel Camilo quanto à importância da Polícia Militar.

10 - JOOJI HATO

Sugere a realização de blitze do desarmamento nos portões da Cidade Universitária de São Paulo (USP), além da instalação de câmeras de segurança pelo campus. Comenta a existência de dispositivo que detecta a saúde de árvores. Menciona que a utilização do aparelho facilitaria o processo de identificação de árvores com risco de queda na cidade de São Paulo.

11 - JOOJI HATO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

12 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 13/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra a realização das seguintes sessões solenes: hoje, às 20h, com a finalidade de "Comemorar os 90 Anos do Rotary Club de Santos"; e 13/03, às 10h, para "Homenagear o Lions Internacional". Levanta a sessão.

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido a Sra. Deputada Leci Brandão para, como 1ª Secretária “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

A SRA. 1ª SECRETÁRIA - LECI BRANDÃO - PCdoB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

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- Passa-se ao

PEQUENO EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Caio França. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada. (na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Márcio Camargo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Gilmar Gimenes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Coronel Telhada, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários da Casa, esta foi uma semana fantástica porque foi a Semana da Mulher, com muitos eventos dentro e fora desta Casa, mas infelizmente, hoje, venho falar de um assunto não muito agradável. Hoje, lendo a “Folha de S.Paulo”, fiquei extremamente indignada com mais um registro de racismo no nosso Estado. É incompreensível que num estado como São Paulo, o mais importante economicamente da Nação, continuem acontecendo essas coisas.

Uma bolsista do curso de Administração da Fundação Getúlio Vargas - uma das instituições mais conceituadas deste País - foi hostilizada durante uma atividade esportiva que praticava na faculdade. De acordo com a reportagem, uma pessoa não identificada na torcida gritou: “Neguinha aqui não.” Isso é um horror. A jovem tem apenas 17 anos, faz parte do programa de bolsas de estudo da faculdade que atende pessoas de baixa renda. O objetivo desse programa da Fundação Getúlio Vargas seria ampliar a diversidade e diminuir a elitização. É muito triste que tenhamos que lidar com esse tipo de situação em pleno século XXI. A única coisa que podemos fazer, de imediato, é denunciar aqui nesta tribuna, nesta Casa Legislativa, a Casa do Povo.

Faço este resgate para expressar o quanto o racismo é ultrapassado. E é ainda mais absurdo porque esse caso aconteceu numa instituição de notáveis, ou seja, jovens que deveriam demonstrar um maior nível de inteligência, no entanto fazem exatamente o contrário. Mas o que nos dá ainda esperança é a atitude dos colegas dessa estudante que foi hostilizada. Eles pararam o jogo na hora para denunciar o crime. A iniciativa da faculdade de abrir espaço para jovens de baixa renda também merece o nosso reconhecimento e deve servir de exemplo para que todas as instituições de ensino do nosso País façam o mesmo.

Por fim, quero aqui deixar, de forma muito simples e objetiva, meu recado: neguinha aqui sim. Aqui, na faculdade, nos Parlamentos, no Executivo, no Judiciário, no mercado de trabalho, na mídia: no lugar que ela quiser. Afinal de contas, nós estamos numa semana em que as mulheres reivindicaram tantas coisas, colocaram tantas questões de injustiça, de falta de oportunidade.

E nós, infelizmente, temos que ler sobre esse acontecimento nesta Tribuna. De qualquer forma, espero que a Fundação Getúlio Vargas tome providências. Além disso, agradeço aos alunos colegas dessa estudante que foi constrangida.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Deputada Leci, essas pessoas, esses alunos, deveriam ter sido presos, porque racismo é um crime inafiançável. O ideal é que tivessem sido presos para responderem pelo crime que cometeram.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Luiz Carlos Gondim, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “R” do Regimento Interno para uma sessão solene, a realizar-se no dia 27 de março de 2017, às 20 horas, com a finalidade de homenagear a Ordem Internacional das Filhas de Jó.

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- Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários desta Casa, quero dar ciência à Casa de que nós estamos recebendo a visita, hoje, do vice-cônsul para assuntos políticos do Consulado dos Estados Unidos, o vice-cônsul Byron Hartman, acompanhado de sua assessora, Luna Arlete Salvador, que estão aqui hoje nos visitando, conhecendo a nossa Casa. Quero dizer aos senhores que é um prazer recebê-los. Sejam muito bem-vindos. É uma honra para esta Casa ter pessoas como os senhores aqui nos visitando.

Sra. Presidente, hoje cedo estivemos em Franco da Rocha, onde foi comemorado mais um aniversário do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, aos 137 anos.

Cumprimento o Cel. Armani, que já havia assumido o comando do Corpo de Bombeiros, mas, hoje, na solenidade, assumiu o comando. Agradeço o Cel. Duarte pelo trabalho que fez até janeiro. Desejo sucesso ao Cel. Armani na sua nova missão.

A todos os nossos irmãos de armas e irmãs de armas do Corpo de Bombeiros - lembrando de todas as mulheres policiais militares e bombeiros militares - desejo muito sucesso e muita saúde para trabalhar bastante pela nossa população.

Normalmente, eu venho aqui falar de policiais militares que morreram. Infelizmente, eu soube que já morreu um policial militar hoje - se não me engano, o cabo Bispo, do 2º de Choque. Sofreu um acidente. Vou verificar a notícia e depois passo maiores detalhes.

Quero dizer também que recebemos uma carta de um cidadão chamado Roberto Reis. O Roberto Reis mandou um comunicado para o comandante-geral e encaminhou uma cópia para mim, que diz: “Prezados senhores autoridades militares acima citadas: na qualidade de um cidadão brasileiro que tem alguns militares na família”, ele cita o tenente Ronaldo Reis e o soldado Dimas Reis, “que acompanho a luta de cada militar existente em nosso País, e que muito sofrem com esse intitulado direito dos manos, venho muito honradamente elogiar essa instituição, a Polícia Militar pelo preparo e por terem em sua companhia os soldados Silvério e Wilson, do 47 Batalhão de Polícia Militar, na 1ª Companhia - São Paulo - por agirem e serem bons policiais. Faço isso como cidadão que reconhece o trabalho desses policiais, porque prontamente fomos atendidos quando meu filho de 18 anos de idade, que trabalha e estuda, foi assaltado por dois delinquentes portando uma arma e levaram a motocicleta e o celular do rapaz.

Com a ajuda dos policiais Silvério e Wilson recuperamos a moto e prendemos esses criminosos.

Quero deixar o meu muito obrigado a toda a Corporação e, em especial, a esses bravos soldados.”

Assina Roberto Reis.

Faço questão de ler isto para mostrar que a nossa Polícia trabalha. Eu até conversava com o vice-cônsul Byron há pouco explicando que muitas vezes só se fala dos erros da Polícia Militar. A Polícia Militar não é perfeita, sabemos disso, comete erros, tem problemas, mas ela tem muito, muito, muito mais acertos do que erros, só que a nossa imprensa não divulga isso, as nossas autoridades não valorizam a nossa Polícia. Então somos obrigados, o Coronel Camilo e eu, a vir aqui diariamente lembrar que a Polícia Militar é a que cuida da vida do cidadão, que cuida dos bens do cidadão, recebendo um mísero salário e sem ser valorizada pelas nossas autoridades.

Quero aproveitar a oportunidade para, mais uma vez, fazer uma cobrança.

Fiz duas Indicações - quero mostrar, do contrário ninguém acredita porque político não tem muita credibilidade - que pedem que se dê posse a aprovados em concurso público, no caso para oficial administrativo da Polícia Militar (o pessoal já prestou exame, está aguardando a nomeação), para agente penitenciário (há um número grande de vagas, pessoas foram aprovadas no concurso e não foram chamadas) e para investigador e delegado.

Portanto, solicito ao governador Geraldo Alckmin providências no sentido de dar posse a esses cidadãos, que prestaram concurso, passaram e estão aguardando a nomeação. E mais uma vez, publicamente, como vimos fazendo há dois anos, pedir a atenção do senhor governador do estado para a sua Polícia Militar dando um reajuste salarial para a sua Polícia. Há três anos, coronel Camilo, estão sem receber qualquer reajuste. Sabemos da pretensão do senhor governador do estado à campanha presidencial do ano que vem, trabalharemos para isso, mas é necessário também que valorize o funcionalismo público, em especial a Polícia Militar. Eu sofro muitas críticas por estar no PSDB, partido do governador do estado, e não ver S. Exa. valorizar a Polícia. Eu digo ‘não, ele valoriza.’ Tudo bem que valoriza, mas tem de dar dinheiro também, nós temos dívidas, temos filhos, temos problemas para resolver junto às nossas famílias e o policial militar é um cidadão digno, honrado e que merece ser valorizado por todos da sociedade, principalmente na parte salarial.

Senhor governador do estado, por favor, não se esqueça da Polícia Militar, dê no mínimo um reajuste agora para este mês de março, já que o ideal seria no mínimo 30, 40% de aumento, porque é o que esta classe merece.

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, quero fazer coro com o nosso Coronel Telhada e pedir ao governador do estado também, além dessas nomeações a que ele fez menção, para que olhe um pouquinho para a Polícia Militar. Ele deixou abrir concurso, mas temos ainda dentistas e veterinários para serem nomeados. Então vou incluir nessa lista do nosso colega Coronel Telhada, também dentistas, veterinários da Polícia Militar e médicos, porque já começa a existir defasagem. O concurso nem saiu e já está havendo defasagem.

Fazendo coro ainda com o Coronel Telhada quero pedir ao nosso governador do estado para que olhe um pouquinho mais para a Polícia de São Paulo; pegar um pouquinho daquele superávit que ele disse ter de um bi e meio há questão de um mês mais ou menos e investir na Polícia.

Quero falar um pouco também do Orçamento que nós aprovamos para o senhor, governador, de 206 bilhões de reais no estado de São Paulo, só um bilhão a menos do que o ano anterior, para ser usado como o senhor sabe fazer. O senhor é um estadista, é um governante. Governar é saber estabelecer prioridades. Que eleja, Sr. Governador Geraldo Alckmin, a Segurança como uma das prioridades do seu governo.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Gileno Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Cezinha de Madureira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo.

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Coronel Telhada, meu amigo de tantos anos, todos os presentes, telespectadores da TV Assembleia, eu venho a esta tribuna para falar mais uma vez de ordem. Vou repetir: ordem. E vai a minha fala especificamente para o nosso deputado Giannazi, que ontem veio aqui e fez sérias críticas à Polícia Militar de São Paulo. Infelizmente, naquele momento, não houve tempo de eu descer do meu gabinete, mas queria deixar bem claro para todos, não só para o deputado Giannazi: o que a Polícia Militar faz é fazer cumprir a lei.

Teve um problema na USP e o deputado disse que ele foi quase atingido. Trouxe aqui pedaços de artefatos explosivos, mas queria mostrar como é que a Polícia Militar de São Paulo trabalha. São três os princípios que norteiam a Polícia Militar de São Paulo. Primeiro, direitos humanos - respeito incondicional aos direitos humanos; segundo, polícia comunitária - trabalhar interagindo com o cidadão para ter a melhor informação, matéria- prima do serviço de inteligência; terceiro, trabalhar com gestão, as melhores práticas - tablets, sistema radar, sistema Detecta, Infocrim, Fotocrim, Copom online, tudo para melhor atender o cidadão de São Paulo. Só que, quando a ordem é quebrada - como aconteceu na USP, que estavam tentando de novo invadir dependências da USP, como a Reitoria -, isso tem de ser enfrentado.

Estão culpando muito o nosso reitor da USP, mas se quebrou a ordem, alguém tem de intervir. Não podemos deixar acontecer como aconteceu em 2007, quando invadiram a Faculdade de Direito da USP. Eu era comandante da região Centro e tive de fazer a desocupação. O Coronel Telhada era meu comandante também, do 7º Batalhão, fizemos a desocupação e tiramos 300 desordeiros que teriam entrado na USP. Estavam até fazendo show, levando mantimentos, dentro das Arcadas do Largo São Francisco. Entraram às 19 horas e às duas e meia tiramos todos.

Depois do meu comando, aconteceu também a invasão da Reitoria da USP: 72 alunos entraram na Reitoria e ficaram alguns dias. Nós fizemos, com uma autorização, a reintegração de posse. Pegamos alunos dormindo, tinha bebida, droga, e esses alunos pintaram a reitoria com desenhos obscenos, desenharam viaturas tombadas, quebraram móveis. Todos foram indiciados. Na Faculdade de Direito da USP, em 2007, 290 foram para o distrito policial, e na Reitoria da USP, 72 alunos.

Provavelmente, deputado Carlos Giannazi, é isso que aconteceu de novo na USP, que é um patrimônio nosso. Outra coisa: a polícia não vai lá porque ela quer. Aliás, a reintegração de posse, que não seja essa na USP, mas qualquer outra, a polícia nem gosta de fazer.

Mas, infelizmente, a polícia é a encarregada de manter a ordem, de colocar as coisas em ordem, de restabelecer a ordem. E não é aquela ordem que V. Exa. sempre fala aqui, referindo-se à ditadura. Não é nada disso. É a ordem para que as pessoas convivam bem, a ordem do respeito, que prima para que conceitos não sejam distanciados. Falo de conceitos que devem estar juntos, como direitos e deveres. É isso que a polícia faz.

Outros conceitos que têm sido desatrelados: liberdade e responsabilidade. Se estão tentando invadir, irão responder por seus atos. São livres para fazer o que quiserem? São, mas irão responder pelos atos que praticaram ou tentavam praticar quando foram impedidos pela polícia.

Fica aqui o nosso repúdio àquela fala. O deputado vem aqui, fala e é como se a polícia tivesse levantado e falado: “Vou à USP jogar bomba em cima de alunos”. Não é isso o que acontece. A polícia é chamada para restabelecer a ordem. Gostaríamos que a polícia nunca precisasse entrar na USP, onde deveríamos ter a maior e melhor comunidade de todos os lugares da cidade e do estado de São Paulo, pois é uma comunidade de educação.

Fica aqui o nosso reparo àquela fala. Acho que não havia todas as informações. Chegaram aqui e trouxeram imagens que foram mostradas na imprensa, mas não todas. Essa é outra briga nossa: só trazem imagens do momento da ação policial. Peguemos as imagens do todo, desde o início, de tudo o que aconteceu. Só então teremos uma visão geral do trabalho.

Para você que está nos assistindo: a Polícia Militar está aqui para proteger o cidadão, o patrimônio e a dignidade das pessoas e assim sempre o fará. Parabéns a nossa Polícia Militar, uma instituição em que você pode confiar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Obrigado, deputado. Vossa Excelência colocou muito bem: graças à Polícia Militar, mais um problema foi evitado. Eu falava agora com nosso vice-cônsul. O senhor vê que aquilo que conversávamos foi confirmado. A Polícia Militar é obrigada a agir em situações que, muitas vezes, são até indesejáveis e antipáticas. Essas atitudes são criticadas, mas são muito necessárias para que se mantenha o controle e a paz social.

Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Coronel Telhada, Srs. Deputados, telespectadores, quero dizer a todos que ouvi atentamente o pronunciamento do nobre deputado Coronel Camilo e gostaria de fazer uma sugestão, que não será de um policial ou de um técnico em segurança, mas de um médico, um médico que fez várias leis, como a Lei Seca e a lei das câmeras de segurança, que seriam colocadas em locais em que tivemos ocorrências policiais.

A função do médico é preservar e prolongar a vida, mas isso não está acontecendo. Precisamos da gloriosa Polícia Militar - e das outras polícias - para garantir o direito de ir e vir e para trazer qualidade de vida a todos nós.

A USP é um local em que há estudantes e onde deveriam imperar a qualidade de vida e a ordem pública. É uma cidade de estudantes, futuros dirigentes deste País. São nossos herdeiros.

Caro deputado Coronel Camilo, por que não se faz blitz do desarmamento nas portas e portões da Cidade Universitária? Por que o indivíduo tem que entrar lá com metralhadora, com punhal, com armas brancas, com revólver calibre 38, com AR-15? Por quê? Qual é a necessidade de se entrar na Cidade Universitária com armas? São armas que infelicitam a vida das pessoas, armas contrabandeadas, roubadas, de numeração raspada, de uso do Exército e das polícias, mas estão nas mãos de marginais.

Por que não fazem blitze? Por que não se colocam as câmeras de segurança que aprovamos nesta Casa na Cidade Universitária, em pontos estratégicos? O diretor sabe, todos sabem onde há ocorrências. A colocação de câmeras irá ajudar o monitoramento dos homens que trabalham pela segurança dos alunos da Cidade Universitária.

A quem interessa essa desordem pública? Eu não tenho nenhuma empresa de segurança. Eu não ganho dinheiro com a violência, não sou policial, sou médico, tenho uma clínica médica. Vários deputados vêm a esta tribuna a todo instante, como o Coronel Camilo e o Coronel Telhada, e nós estamos todo santo dia aqui para falar da violência que aí está. Quero parabenizar o nobre deputado Coronel Camilo pela sua preocupação. Não sou um expert em Segurança, mas clamo e brigo pela vida, e a vida não combina com a violência, assim como álcool não combina com direção.

Quero também falar de outro assunto: as enchentes que ocorrem na cidade de São Paulo e muito nos preocupam. Fiz várias leis para evitar esse tipo de acidente, e quero dizer nesta tribuna na tarde de hoje que recebi a visita do Sr. Rogério Iório, que trouxe um aparelho que detecta se uma árvore está saudável ou se está condenada. A prefeitura não tem agrônomos suficientes para analisar todas as árvores que estão em volta da Assembleia Legislativa, do Paraíso, da Vila Mariana, do Parque Ibirapuera. Essas árvores caem nas tempestades, nas chuvas, e danificam a rede elétrica, matam pessoas, destroem casas e automóveis e dificultam o trânsito de uma forma ímpar.

Precisamos detectar por que essas árvores caem. Perguntei a esse senhor quanto custaria o exame de árvores com esse aparelho, que parece um tomógrafo, um raio X, e ele disse que seria em torno de 150 a 250 reais. Não temos agrônomos suficientes para examinar todas essas árvores, mas a própria Eletropaulo ou a prefeitura poderiam contratar esse serviço. Até mesmo o próprio cliente que tem uma árvore em frente à casa que ele acha que pode estar contaminada por cupins poderia contratar esse serviço.

Assim, provavelmente poderíamos trazer mais economia para o município, pois o exame de uma árvore custaria em torno de 200 reais.

O Sr. Rogério Iório me procurou no dia 08 deste mês para mostrar esse aparelho. Se Deus quiser, ele poderá oferecer esse aparelho ao município, à Eletropaulo e aos cidadãos que têm árvores prestes a cair e que danificam, matam e nos prejudicam tanto. Termino meu pronunciamento agradecendo a tolerância pelo tempo que excedi e com a esperança de que possamos ter mais qualidade de vida.

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 90 anos do Rotary Club de Santos, e da sessão solene a realizar-se na segunda-feira, às 10 horas, com a finalidade de homenagear o Lions Internacional.

Está levantada a sessão.

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 05 minutos.

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