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29 DE MAIO DE 2017

074ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CARLOS GIANNAZI, CORONEL CAMILO e CORONEL TELHADA

 

Secretário: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CORONEL TELHADA

Informa que o deputado Jooji Hato sofreu AVC, desejando desde já seu pronto restabelecimento. Lamenta a morte do soldado PM Lucas Godoy Souza, integrante do 42º Batalhão da Polícia Militar Metropolitana, de Osasco, vítima de acidente de motocicleta durante perseguição a suspeito. Apela ao governador Alckmin para que conceda aumento salarial aos servidores da Polícia Militar.

 

3 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Comenta as dificuldades dos professores readaptados na Rede Estadual de Educação, em parte impostas por decisões equivocadas do governo estadual. Afirma que profissionais dessa categoria estão sendo transferidos a municípios distantes de suas residências. Considera esta atitude uma afronta aos direitos dos servidores e à qualidade da Educação Pública.

 

5 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL CAMILO

Discorre sobre a necessidade da revalorização salarial da categoria dos policiais militares. Comenta que a carreira tem série de riscos e restrições. Clama ao governador Geraldo Alckmin para que avalie imediatamente conceder reposição das perdas inflacionárias à categoria.

 

7 - CORONEL CAMILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

8 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 30/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20h, em "Celebração do Dia Estadual de Liberdade Religiosa". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CORONEL TELHADA - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Sr. Presidente, funcionários e assessores da Assembleia, aqueles que nos assistem pelos gabinetes, senhor e senhora policial militar aqui presentes, telespectadores da TV Assembleia. Acabei de receber a notícia de que nosso amigo Jooji Hato sofreu um AVC na última sexta-feira. Quero manifestar meu apoio ao deputado e à sua família, desejando, publicamente, seu pronto restabelecimento. Sabemos que o AVC é uma coisa complicada, mas, se Deus quiser, ele logo estará novamente aqui conosco. É um dos deputados que mais frequentam as sessões plenárias. Portanto, sentiremos muito sua falta enquanto estiver internado. Mas, se Deus quiser, logo ele estará novamente conosco na labuta diária da sessão ordinária.

Nesta segunda-feira, quero dizer a todos que, infelizmente, a Polícia Militar mais uma vez está de luto. Dessa vez, é um soldado do 42o Batalhão Metropolitano, na região de Osasco. Gostaria de exibir sua foto.

Foi na última sexta-feira, por volta de 17 horas. Ele estava de serviço na equipe da Rocam - Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas. Juntamente com outras viaturas, ele pilotava uma motocicleta, fazendo o acompanhamento de um veículo suspeito, quando um transeunte atravessou a rua. O policial não teve tempo hábil para desviar e, infelizmente, atingiu esse cidadão. Com o choque entre a motocicleta e o transeunte, o soldado Godoy caiu no solo, resultando em afundamento craniano. E ele estava de capacete.

O soldado Lucas Godoy Souza ficou uns dias internado no hospital e, infelizmente, nesse fim de semana, faleceu. Ele estava na Polícia Militar desde maio de 2014, portanto há três anos. Participou de várias ocorrências e era muito conceituado no 42o Batalhão Metropolitano, em Osasco. Era o orgulho de seus pais e a honra dos irmãos. Era muito querido pela tropa, mas infelizmente nos deixou nesse fim de semana. É mais um policial militar jovem que morre no cumprimento da missão, dessa vez num acidente de motocicleta.

E nós continuamos da mesma maneira na Segurança Pública, com deficiência salarial e com falta de valorização dos nossos homens e mulheres em todos os níveis, não só no estadual. Há dois anos, estamos aqui falando a mesma coisa: reajuste salarial, reajuste salarial, reajuste salarial... E nada é feito. Nossos homens têm um dos piores salários de Polícia Militar do Brasil. Apesar de São Paulo ser um dos estados mais pujantes da nação, é um dos que pagam pior seus funcionários públicos, em especial a Polícia Militar.

Então, governador Geraldo Alckmin, mais uma vez aqui estamos de público solicitando a V. Exa. o reconhecimento devido à carreira policial militar. Falamos com V. Exa., na última sexta-feira, que há um claro de mais de cinco mil homens e mulheres na nossa corporação. Vossa Excelência tem sobre sua mesa, só aguardando assinatura, o início do novo curso para soldados. Há uma perspectiva de 4.600 homens e mulheres a iniciarem o curso de imediato, tão logo V. Exa. autorize. E mais uma vez estamos aqui pedindo a V. Exa. que assine, autorize esse início de curso, porque todos os municípios estão com falta de efetivo. A cidade de São Paulo tem falta de efetivo de policiais militares, lembrando que a formação desses novos policiais vai demorar um ano para que estejam em condições de trabalhar nas ruas. Portanto isso já era para ter sido feito ontem, é urgente.

Esses homens e mulheres são vocacionados para essa carreira, vide o exemplo do soldado Lucas Godoy Souza, que neste final de semana deu sua vida em prol da sociedade paulista. Mais um policial militar que falece no cumprimento da missão, e o mínimo que este Estado pode fazer é reconhecer esse sacrifício, reconhecer os policiais que ainda estão na luta, no combate contra o crime.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Camilo.

 

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Sr. Presidente, solicito que minhas palavras sejam encaminhadas ao comandante do 42º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, dando os pêsames não só ao batalhão, mas à família do soldado Lucas Godoy Souza, e também ao Sr. governador do Estado, mais uma vez apelando pelo reajuste salarial da nossa querida Polícia Militar.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, estamos hoje com uma audiência pública, tratando de uma questão muito importante, que é um projeto de lei que nós apresentamos sobre o vale-alimentação dos servidores aposentados das universidade públicas.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

Mas gostaria, Sr. Presidente, de aqui fazer uma grave denúncia, que inclusive já fiz, em relação à Resolução nº 18, de 2017, publicada recentemente no dia 10 de abril no Diário Oficial, penalizando ainda mais os professores readaptados da rede estadual, professores que já são penalizados porque adoeceram no trabalho, foram vítimas das precárias condições de trabalho da rede estadual, da superlotação de salas, da violência, da jornada estafante de trabalho, do assédio moral. Falo não só de professores, mas de vários servidores, inclusive do Quadro de Apoio. Mas como se não bastasse isso, depois que o professor é readaptado e não pode mais lecionar em sala de aula, presta algum tipo de trabalho importante. Deveria estar participando das atividades da escola, auxiliando no projeto pedagógico, só não poderia entrar em sala de aula, porque está readaptado. Mas ele é marginalizado nas escolas, muitas vezes vítima de outro assédio moral, de perseguição, de menosprezo e desse processo de marginalização.

Mas como se não bastasse isso - foi readaptado, adoeceu no trabalho, depois é discriminado porque é readaptado -, não contente com tanta penalização, o governo Alckmin, através da Secretaria de Educação, publicou no Diário Oficial uma resolução, mudando o módulo dos professores readaptados. E com isso está criando uma grande confusão, e eu diria uma grande desumanidade contra os professores readaptados. Quando o professor entra em readaptação, fica readaptado na sua própria escola, numa escola, logicamente, perto de sua residência. O governo mexe nessa estrutura e faz uma transferência em massa de professores readaptados para regiões distantes das suas casas, das suas realidades e das suas escolas, onde eles tinham lotação, afrontando inclusive o direito de remoção desses professores. Um absurdo. Temos vários casos de pessoas que estão adoecendo agora mais ainda. Estou acompanhando os professores de Iporanga, que foram transferidos para Apiaí. Isso quebra o vínculo daquela pessoa com a escola, com o projeto pedagógico, com a comunidade escolar em que estava trabalhando há 10, 15 20 anos mesmo como professores readaptados. Temos notícias de professoras readaptadas que são obrigadas a viajar 160 quilômetros todos os dias porque foram transferidas de forma autoritária por esta Resolução nº 18. É um crime, é uma afronta à dignidade humana dos professores readaptados da rede estadual.

Já acionei o Ministério Público estadual, as entidades representativas do Magistério. Tanto o CPP, como a Apeoesp já acionaram a Justiça entrando com mandado de segurança. A Aspresp, Associação dos Professores Readaptados do estado de São Paulo, também está entrando com mandado de segurança, quem nos informou foi a nossa coordenadora presidente Profa. Rosi Tomura, inclusive tenho o documento que nos encaminhou dando conta desse mandado de segurança criticando veementemente a posição do governo estadual em fazer essa transferência para lugares distantes, para outras realidades, que não têm nada a ver com a pessoa, que vai adoecer ainda mais porque isso vai trazer custo à pessoa, vai ter de pagar condução, vai ter despesa, enfim, um absurdo.

Quando achávamos que toda maldade já tinha sido feita contra os professores readaptados, eis que o secretário Nalini publica esta resolução afrontando ainda mais a dignidade e a saúde dos servidores da Educação que estão readaptados.

Já fui ao Ministério Público estadual, as entidades já entraram com mandado de segurança, a Associação dos Professores Readaptados também, há toda uma mobilização nesse sentido. Portanto, vamos continuar cobrando do governo estadual para que faça a revogação imediata desta criminosa e desumana resolução, que só piora ainda mais a vida e a saúde dos professores readaptados.

Sr. Presidente, passo a ler documento que recebemos da Aspresp para que conste no "Diário Oficial" do Poder Legislativo a fim de todos tenham informações a respeito desta afronta, deste crime, mais um crime que o governador Geraldo Alckmin está cometendo contra o Magistério paulista, agora contra os professores readaptados.

Eis a íntegra do documento a que me referi:

Associação dos Professores Readaptados do Estado de São Paulo

Mococa, 15 de Maio de 2017.

Ilmo. Sr. Deputado Carlos Giannazi

Deputado Estadual

Prezado Senhor,

A Aspresp - Associação dos Professores Readaptados do Estado de São Paulo - lamenta a forma como a Resolução SE 18 de 10-04-2017 foi elaborada. As informações contidas na mesma não só desrespeitaram as condições dos professores readaptados como também gerou uma sequência de dúvidas às Diretorias de Ensino e às escolas sobre como deveriam agir, gerando até mesmo dúvida ao Juiz que não compreendeu que a Resolução deveria ser implantada imediatamente. Foi publicada em Diário Oficial e desconsiderou a voz dos sujeitos diretamente atingidos. Isso nos dá a certeza de que a Secretaria de Educação não mantém em sua gestão a mesma “democracia” exigida das Unidades Escolares por meio do projeto “Gestão Democrática” com todos os segmentos do coletivo escolar (pais, comunidade, alunos, professores e funcionários). O que a SEE prega como verdade educativa, quando não age como tal?

Diante do ocorrido, o Jurídico da Aspresp entrou com Mandado de Segurança, tentando impedir que tais medidas arbitrárias se tornem um agravante à saúde dos professores readaptados do Governo do Estado de SP. Já há precedentes.

Como outra medida, a Associação tentou entrar em contato, por diferentes meios, com CGRH e, após o Ofício nº1, em 24 de abril de 2017, direcionado à Srª Carmen Lúcia Machado Passarelli, Coordenadora do CGRH, mas não obtivemos dela nenhuma resposta, ratificando o descaso conosco.

Nota-se o vergonhoso modo como foi aplicada a Resolução e a desorganização que podemos ver na estrutura da SEE do Estado de São Paulo. Temos os levantamentos de todas as Diretorias de Ensino, mas em uma única nota é impossível relacionar tantos desencontros. Há, por exemplo, Diretorias que ainda não informaram a Resolução aos Readaptados, mesmo passados os prazos. Por outro lado, outras que adotam com o readaptado tratamento desrespeitoso ou por desconhecimento, pois automaticamente atribuíram nova Sede de frequência pela pontuação, sem orientação clara. Entretanto tiveram que retroceder por ordem judicial nesta última semana.

Questionamos essa arbitrariedade da Secretaria de Educação. As medidas que adotam conosco nos mostra que não há interesse em fazer uma reestruturação digna que aproveite respeitosamente nossa vontade de continuar contribuindo para a Educação Pública de São Paulo, profissão para a qual depreendemos anos de preparo. Somos estigmatizados como “encostados” que podem fazer qualquer coisa, muitas vezes até desrespeitando o ROL de Atividades. Não existe o olhar voltado para a valorização do trabalho do readaptado, que pode fazer a diferença.

Necessitamos nos afastar das salas de aula para poder amenizar os problemas de saúde, mas como poderemos melhorar se, professores que ficaram excedentes têm que sair do seu vínculo, do trabalho já realocado, “re”-adaptado e, embora com problemas de saúde física, psíquica e social, cumprem e bem, muitas vezes há anos, suas atividades. Segundo o que propõem a tal Resolução SE 18 de 10-04-2017” muitos professores seriam obrigados a se deslocar para uma escola distante de sua sede, até l60 km.

Como preservar a saúde que já exige gastos e uma qualidade de vida com o custeio de viagens para trabalhar? Todos estão desesperados, pois entendem que pagarão para trabalhar e pouco sobra para se cuidar. Qual a justificativa sensata usada para mudar a vida de um docente readaptado que obteve o direito legal da oportunidade de se movimentar pela Resolução de 2014? Por essa Resolução anterior muitos professores readaptados se estabeleceram em outros locais tanto na vida profissional como na particular, casando-se e fixando emprego e residência.

Esperamos, portanto, que abram diálogo para que seja mostrado o trabalho que os professores readaptados estão fazendo em suas Unidades Escolares, até então desconhecido por certamente desinteresse, por aqueles que estão no topo da hierarquia.

Rosimari Nunes de Araújo Tomura

Presidente

Rg 18.895.310-3

Contato: e-mail: presidência@aspresp.com.br

Tels: (19)36565184 / (19)992964608 / (19) 981739096

Pronunciamento da Aspresp

A Aspresp -Associação dos Professores Readaptados do Estado de São Paulo- vem lamentar a forma como foi elaborada e como foi implantada a Resolução SE 18 de 10-04-2017.

Tão mal Elaborada, que nem o Juiz entendeu que seria para ser implantada agora e implantada ao contrário do que pregam; Gestão Democrática. Onde?

A Associação já entrou com Mandado de Segurança, através do seu Jurídico, afim de garantir que esses absurdos possam adoecer mais a saúde do professor readaptado do Governo do Estado de SP. Já temos precedentes.

A Aspresp, ao tomar conhecimento da citada Resolução, tentou entrar em contato com CGRH através de várias formas e finalmente do Ofício nº1 direcionado à Prof Carmen Lúcia Machado Passarelli, Coordenadora do CGRH, datado em 24 de abril de 2017, sem nenhuma resposta.

Total descaso conosco.

Nota-se o vergonhoso modo como foi aplicada a Resolução e a desorganização que podemos ver na estrutura da SEE do Estado de São Paulo.

Temos os levantamentos de todas as Diretorias de Ensino, e em uma única nota é impossível relacionar tantos desencontros.

Tem Diretorias que não informaram ainda a Resolução aos Readaptados, mesmo passado prazos, no entanto tem outras, que tentando livrar-se daquilo que acha que não produz, ou por puro desconhecimento, já atribuiu Nova Sede de frequência de imediato pela pontuação, sem orientação e teve que voltar tudo.

Isso só nos mostra que não há interesse em fazer uma reestruturação que venha beneficiar a Educação do estado de SP com trabalho do docente Readaptado, pois ainda somos estigmatizados, de encostados que não querem trabalhar.

Não existe o olhar voltado para a valorização do trabalho do readaptado, daquele que faz a diferença.

Como melhorar se, professores que ficaram excedentes tem que sair do seu vínculo, do trabalho já realocado, “re”-adaptado em uma função que já exerce, para ir trabalhar distante de sua sede, até l60 km com problemas de saúde física, psíquica e social, já que não ganha salário nem para custear as viagens?? Todos estão desesperados!

Qual a justificativa sensata usada para mudar a vida de um Docente readaptado que foi dado a oportunidade de movimentar na Resolução de 2014??, Ele se estabeleceu em outros locais, hoje ele não tem mais vínculo com o passado. Já se casou, mudou-se, vendeu casa, cônjuges arrumaram emprego e outros.

Esperamos que abram as portas para que seja mostrado o trabalho que os professores readaptados estão fazendo em suas Unidades Escolares e que a hierarquia maior desconhece, porque não tem interesse em saber.

Rosi Tomura

Presidente da Aspresp

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo.

 

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia SP, vou falar também ao nosso governador Geraldo Alckmin.

Governador, o policial de São Paulo pede socorro. A situação está no limite. Agora em agosto vamos completar três anos sem reajuste salarial. O policial está sempre à frente de tudo. Aconteceu qualquer problema nas estradas, está lá o policial. No salvamento, como hoje de manhã, por exemplo, aconteceu um acidente grave na Marginal. Nossos policiais militares, os bombeiros, estavam lá, assim como na Cracolândia, neste final de semana, durante a madrugada, protegendo aqueles que estão dispersos na Praça Princesa Isabel.

O nosso policial, Sr. Governador, possui uma série de restrições que outras carreiras não possuem. O risco de morte do policial de São Paulo é seis vezes maior do que o do cidadão comum, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, conforme pesquisa publicada em 2015. Ele está exposto. Morre só por estar fardado. Morre protegendo o cidadão de São Paulo. Ontem morreu o policial Godói, que foi enterrado hoje no mausoléu da Polícia Militar. Sem falar nos feridos. É por isso que temos o mausoléu da Polícia Militar, para enterrar os nossos heróis.

Precisamos um pouco mais do Estado de São Paulo do que apenas entregar a bandeira para a família. Precisamos de um salário digno. Outro ponto: o policial militar possui uma série de restrições de direitos. Ele não pode brigar. É por isso que eu estou aqui falando neste plenário. Ele não pode se sindicalizar, fazer greve, se filiar a partido político. O policial garante a manifestação de todas as outras classes trabalhadoras, que é um direito que ele não possui. Por isso, governador, pedimos encarecidamente. Tudo continua aumentando: IPVA, mensalidade escolar, alimentação, inflação, plano de saúde. Estamos sem reajuste desde 2014, lembrando que em 2013 também não houve reajuste. Se considerarmos a inflação do período, o tempo é maior ainda.

Além disso, Sr. Governador, o policial de São Paulo possui uma exigência fora do comum por ele estar fardado, por ser o representante do seu governo. Em todos os locais do Estado ele é muito cobrado, até mesmo por coisas que não são de polícia, como menores na rua e pessoas em estado de necessidade. Até parto o nosso policial faz dentro da viatura, porque o serviço de saúde não chega. Pense um pouquinho no seu policial. Nossa associação de cabos e soldados publicou recentemente que 83% da nossa tropa está endividada. Isso, inclusive, passou até nos jornais televisivos. Alguns possuem duas ou três dívidas diferentes. Não estão conseguindo pagar as suas contas.

Aliás, alguns fazem empréstimo para pagar empréstimo. Estamos trabalhando muito forte agora para melhorar a educação financeira e para que eles troquem dívidas caras por baratas, porque dívidas eles sempre terão. Mais uma coisa, Sr. Governador: até o nosso comandante geral, neste final de semana, falou para o jornal “Folha de S. Paulo”. A entrevista era sobre outra coisa, mas veja a preocupação do nosso comando. Ele disse: “Gostaria que a reposição salarial fosse imediata”. Tudo deságua no comando geral da instituição. Nós estamos precisando de um reajuste. Todos, indistintamente, inclusive os que estão no topo da carreira.

Recentemente vim aqui falar sobre a PEC nº 5. O senhor não aumenta o próprio salário e todos os funcionários estão restritos a ele. Vamos melhorar um pouquinho, nem que seja um pouquinho para todo mundo. Nós estamos querendo apenas a reposição para que o policial que faz esse grande trabalho consiga sobreviver. Durante a vida toda, esse policial não ganha lá essas coisas e no final da vida ele espera ganhar um pouco melhor.

Agora, o senhor tem divulgado coisas boas, como a operação delegada, pela qual o policial da ativa pode trabalhar no dia seguinte. Falou também sobre o bônus, que atinge o pessoal da ativa, e a diária de alimentação, que foi bastante aumentada, mas isso não alcança os nossos veteranos. Ontem, recebemos uma carta dos veteranos dizendo que muitos estão em uma penúria também, porque as coisas da ativa - de áreas, Dejen, Delegada - não atingem esse pessoal.

Vamos dar uma reavaliada nesse governo, pegar um pouco do que está sendo investido no interior do estado, em outras áreas, e pagar um pouco melhor o funcionalismo. Aliás, todos eles - professores, médicos -, mas defendo muito o policial militar porque ele não tem voz e não consegue falar diretamente ao senhor. Ele não pode fazer greve, e, principalmente, Sr. Governador, o policial militar de São Paulo está sendo o sustentáculo do seu governo. Se alguma coisa não funciona é o nosso policial militar que vai ajudar e sustentar a democracia no seu estado.

Pense no seu policial militar de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com os seguintes projetos:

- Projeto de lei Complementar nº 10, de 2017.

- Projeto de lei nº 199, de 2017.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quinta-feira, e os aditamentos anunciados, lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se hoje às 20 horas, com a finalidade de celebrar o Dia Estadual de Liberdade Religiosa, instituído pela Lei nº 15.365/14.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 54 minutos.

 

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