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18 DE MAIO DE 2017

024ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA DA COMUNIDADE TURCA

 

Presidente: CARLÃO PIGNATARI

 

RESUMO

 

1 - CARLÃO PIGNATARI

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene em "Comemoração do Dia da Comunidade Turca", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos.

 

2 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional da Turquia", seguido pelo "Hino Nacional Brasileiro", executados pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Dá conhecimento de mensagens alusivas à solenidade, enviadas por diversas autoridades.

 

4 - FERNANDO CAPEZ

Deputado estadual, relata visita que fez à Turquia. Faz histórico da lei que instituiu o Dia da Comunidade Turca, proposta pelo deputado Carlão Pignatari, a quem elogia. Transmite mensagem do prefeito João Doria. Diz que, no período em que presidiu esta Casa, buscou ampliar a relação dela com autoridades estrangeiras, conferindo-lhe uma dimensão internacional correspondente ao seu estatuto de maior parlamento da América Latina. Considera que, ao longo de tal esforço, o trabalho do Centro Cultural Brasil-Turquia foi um dos mais meritórios de que teve conhecimento. Cita frase de Winston Churchill acerca do otimismo.

 

5 - ANA HELENA CURTI

Presidente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, felicita-se pelo privilégio de presidir o conselho e acompanhar de perto seus projetos de divulgação cultural. Elenca iniciativas do gênero, dando ênfase ao intercâmbio entre artistas brasileiros e turcos. Aponta que a comunidade turca no Brasil, à qual deseja boas-vindas, aumenta a cada ano. Comenta a situação política da Turquia. Descreve encontro com Fethullah Gülen, mentor do movimento Hizmet.

 

6 - MUSTAFA GOKTEPE

Presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia, discorre sobre a premiação a ser feita nesta solenidade, que já ocorreu, em outros anos, na Câmara Municipal de São Paulo. Fala sobre as atividades do CCBT, fundado em 2011. Agradece aos integrantes da instituição, pelo trabalho. Analisa que os projetos da entidade têm impactado positivamente não apenas São Paulo, mas todo o Brasil. Defende os valores democráticos e os direitos humanos. Lamenta o clima político atual da Turquia.

 

7 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia o início da 3ª edição da entrega de prêmios do Centro Cultural Brasil-Turquia, fazendo histórico do evento e citando os laureados dos anos anteriores.

 

8 - EDUARDO SARON

Diretor do Itaú Cultural, entrega o primeiro prêmio à Sra. Ana Helena Curti, presidente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia. Destaca a justeza da homenagem, pela atuação da premiada junto ao meio artístico.

 

9 - ANA HELENA CURTI

Presidente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, agradece pela homenagem recebida.

 

10 - FERNANDO LOTTENBERG

Presidente da Confederação Israelita do Brasil, avalia que São Paulo é um lugar de tolerância. Expressa sua admiração pelo homenageado Peter Demant, a quem faz a entrega do segundo prêmio.

 

11 - PETER DEMANT

Professor de História e Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, manifesta seu orgulho por receber a presente homenagem. Agradece aos professores e intelectuais que o auxiliaram em sua trajetória acadêmica. Destaca o caráter pluralista e democrático da comunidade turca no Brasil. Frisa a importância cultural, acadêmica e geopolítica da Turquia. Observa que a coexistência entre os diferentes é imprescindível para a sobrevivência da humanidade.

 

12 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Entrega o terceiro prêmio à Sra. Clarita Costa Maia, presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB/DF e integrante do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia.

 

13 - CLARITA COSTA MAIA

Presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB/DF e integrante do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, discorre sobre a tese exposta por Stefan Zweig em seu livro "Brasil, o país do futuro". Faz comentário sobre o momento político que o Brasil atravessa. Elogia o movimento Hizmet.

 

14 - SERGIO FAUSTO

Superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso, entrega o quarto prêmio ao embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca, cônsul geral do Brasil em Istambul entre 2012 e 2015 e membro do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia.

 

15 - LUIZ HENRIQUE PEREIRA DA FONSECA

Cônsul geral do Brasil em Istambul entre 2012 e 2015 e membro do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, faz histórico de sua atuação como cônsul na Turquia, período no qual, aditou, recebeu muita colaboração do CCBT. Declara que a instituição deveria ser homenageada, por sua contribuição para o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países. Afirma que a missão do diplomata é abrir portas.

 

16 - SERGIO FAUSTO

Superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso, agradece pela oportunidade de realizar a entrega do prêmio. Lembra que tem raízes turcas. Lamenta a situação de presos políticos na Turquia.

 

17 - VALERIANO DOS SANTOS COSTA

Diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, entrega o quinto prêmio a Fernando Altemeyer, professor daquela universidade, a quem tece elogios.

 

18 - FERNANDO ALTEMEYER JÚNIOR

Professor de Filosofia, Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP e membro do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, agradece pela homenagem recebida. Relata ser descendente de judeus que sofreram nos campos de concentração. Expõe sua admiração pelo movimento Hizmet. Considera que o Brasil e a Turquia devem aprender um com o outro. Sustenta que a união pelo amor é a única esperança de futuro para a humanidade.

 

19 - LUIZ ALBERTO MACHADO

Vice-diretor da Faculdade de Economia da Faap, faz a entrega do sexto prêmio à Sra. Vanessa Braga Matijascic, professora da Unifesp e da Faap e conselheira acadêmica do Centro Cultural Brasil-Turquia. Narra os esforços de internacionalização da Faap. Cita projeto da universidade, que envolve a passagem de estudantes pela Turquia.

 

20 - VANESSA BRAGA MATIJASCIC

Professora da Unifesp e da Faap e conselheira acadêmica do Centro Cultural Brasil-Turquia, discorre sobre os projetos, criados pela entidade, direcionados a jovens. Afirma que é através da educação que se poderá criar uma geração de líderes éticos, e que esse trabalho começa no núcleo familiar. Tece comentários sobre os fundamentos do movimento Hizmet. Afirma que a paz é um dos valores mais nobres.

 

21 - CRIS OLIVIERI

Diretora da Olivieri e Associados Advocacia e integrante do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, entrega o sétimo prêmio à Unicamp, a ser recebido pelo Sr. Luís Cortes, professor titular da universidade. Enfatiza a importância do CCBT na divulgação da cultura turca. Enaltece o compromisso do movimento Hizmet com a diversidade. Destaca o papel da Unicamp no intercâmbio entre turcos e brasileiros.

 

22 - LUÍS CORTES

Professor titular da Unicamp, fornece detalhes a respeito do projeto de internacionalização da universidade. Comunica que um em cada três alunos da Unicamp passa por uma experiência no estrangeiro ao longo de sua trajetória estudantil. Agradece pelo prêmio recebido.

 

23 - ÁUREA VIEIRA GONÇALVES

Gerente de Relações Internacionais do Sesc-SP e integrante do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, entrega o oitavo prêmio à estudante Mikaela Akemi, participante do Festival Internacional de Língua e Cultura de 2016. Pondera que é uma honra fazer parte do CCBT. Comenta o papel do artista em relação à sociedade.

 

24 - MIKAELA AKEMI

Participante do Festival Internacional de Língua e Cultura de 2016, relata sua experiência no evento. Agradece pelo prêmio. Faz apresentação musical.

 

25 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI

Expressa sua alegria por presidir esta sessão solene. Informa que teve a oportunidade de conhecer as atividades promovidas pelo Centro Cultural Brasil-Turquia, às quais tece elogios. Lamenta o momento político pelo qual passa a Turquia. Comenta a crise política que assola o Brasil. Defende a renúncia do presidente Michel Temer. Parabeniza a comunidade turca, pelo seu dia. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlão Pignatari.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Boa noite a todos. Gostaria de pedir que todos se acomodassem, porque vamos iniciar a sessão.

Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de comemorar o “Dia da Comunidade Turca em São Paulo”, uma iniciativa do deputado Carlão Pignatari, conforme Lei Estadual nº 15.989, de 10 de novembro de 2015.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será retransmitida pela TV Assembleia no domingo, dia 21 de maio, às 20 horas, pela NET, canal 7; pela TV Digital, canal 61.2; e pela TV Vivo, canal 9.

Anunciamos a composição da Mesa: o proponente desta sessão solene, deputado estadual Carlão Pignatari; o Sr. Mustafa Goktepe, presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia; a Sra. Ana Helena Curti, presidente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia; o Sr. Embaixador Luiz Henrique da Fonseca, cônsul-geral do Brasil em Istambul entre 2012 e 2015, membro do Conselho Consultivo e do CCBT no Rio de Janeiro; a Sra. Clarita Costa Maia, presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB/DF, membro do Conselho Consultivo do CCBT na Turquia; o Sr. José Carlos Oliveira, superintendente do INSS do Estado de São Paulo, membro do Conselho Consultivo do CCBT em São Paulo.

Com a palavra, o deputado estadual Carlos Pignatari

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação deste deputado com a finalidade de comemorar o “Dia da Comunidade Turca em São Paulo”.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional da Turquia e o Hino Nacional Brasileiro, executados pela Banda da Polícia Militar de São Paulo, sob a regência do 3º sargento, PM Gleidson.

 

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- É executado o Hino Nacional da Turquia.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa do sargento e de todos seus componentes, muito obrigado por esta apresentação.

Gostaria de cumprimentar o Mustafa, presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia; a Ana Helena, presidente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia; o embaixador Luiz Henrique da Fonseca, com quem eu tive o prazer de almoçar no ano retrasado em Istambul, e ele foi cônsul-geral do Brasil em Istambul entre 2012 e 2015 e é membro do Conselho Consultivo do CCBT no Rio de Janeiro; a Clarita da Costa Maia, presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB do Distrito Federal e membro do Conselho Consultivo do CCBT em Brasília; José Carlos de Oliveira, superintendente do INSS do Estado de São Paulo e membro do Conselho Consultivo do CCBT em São Paulo.

Cumprimento, também meu amigo, meu irmão, deputado Fernando Capez, ex-presidente da Assembleia Legislativa e hoje nosso grande amigo, que se fez presente na nossa comemoração.

Acusamos, ainda, o recebimento de congratulações de pessoas impossibilitadas de comparecer: do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; da vereadora Janaína Lima; do Dr. José Renato Nalini, secretário de Estado da Educação de São Paulo; da senadora do Rio Grande do Sul, Ana Amélia; do Sr. André Magalhães, que está aqui representando nosso querido prefeito, João Doria.

Agradeço ao cônsul-geral da República da Argentina, Luis Ariel Castillo, que agradece o convite e diz que, infelizmente, por compromissos agendados anteriormente, não pôde comparecer. Quero cumprimentar também o André, que, como eu já disse, está representando o prefeito João Doria. Também à Sílvia Antibas, coordenadora de projetos da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo; ao João de Oliveira, que está representando o vereador Caio Miranda, da Câmara Municipal de São Paulo; à Isabel Peres, vice-coordenadora-geral na Ação dos Cristãos para Abolição da Tortura; à Maria Lúcia, diretora do Colégio Belo Futuro Internacional; ao padre José Oscar Beozzo, do Centro Ecumênico de Serviço de Evangelização e Educação Popular.

Gostaria de passar a palavra ao meu querido amigo, presidente Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Boa noite a todos os presentes. Em primeiro lugar eu gostaria de fazer uma carinhosa saudação ao meu amigo, como ele mesmo se referiu, meu irmão, não consanguíneo, mas por afetividade, deputado Carlão Pignatari.

Eu, como presidente da Assembleia Legislativa, no primeiro biênio, que se encerrou no mês de março deste ano, recebi um honroso convite do Hizmet e do Centro Cultural Brasil-Turquia para viajar para a Turquia e conhecer o trabalho que é realizado. Conhecemos Istambul, visitamos várias instalações culturais e educacionais do Hizmet.

Eu tive o direito de convidar um deputado, e eu convidei o deputado que, no meu modo de ver - dentro do PSDB, era o líder do PSDB, o maior partido nesta Casa -, poderia muito bem representar os anseios dos 94 deputados. Este deputado é o Carlão Pignatari.

A ele coube a imensa honra e a primazia de apresentar o projeto de lei que se converteu na Lei Estadual nº 15.989, de 10 de novembro de 2015, que comemora o “Dia da Comunidade Turca em São Paulo”. Por isso, meu querido Carlão Pignatari, V. Exa., comigo, fará grandes caminhadas dentro dessa nossa trajetória, da nossa atuação. Conte com o meu carinho, com a minha estima, com a minha lealdade e com a minha atuação ao seu lado sempre, dentro da política.

Quero também cumprimentar o meu querido amigo Mustafa - não o Contursi, do Palmeiras -, mas o Mustafa Goktepe, presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia. Meu amigo, parabéns pelo trabalho maravilhoso que vocês realizam na Turquia e aqui no Brasil. E parabéns pelo seu restaurante na Rua Augusta, que é muito gostoso. E tem um doce, no Líbano falam belewa. Como fala lá? Baklava. Uma delícia, parabéns. E já estou recebendo muitos pedidos, indicações do restaurante. Muito gostoso.

Cumprimento Ana Helena Curti, presidente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia. Sua Excelência, o embaixador Luiz Henrique da Fonseca, cônsul-geral do Brasil em Istambul entre 2012 e 2015, membro do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia no Rio de Janeiro. Um gentleman, um homem culto, um homem com enorme gabarito, com uma folha de serviço prestada, diplomacia brasileira, nos recebeu em Istambul de uma maneira extremamente gentil, com lhaneza no trato, e podendo mostrar de forma muito leve toda sua cultura, todo seu conhecimento, toda sua hospitalidade. Nós nos vimos só uma vez, ou duas, depois deste momento, mas me marcou profundamente. O senhor tem em mim um amigo, alguém que nutre pela sua pessoa um enorme afeto.

Gostaria de cumprimentar a Clarita Costa Maia, presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB do Distrito Federal, membro do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia em Brasília. Gostaria também de cumprimentar o José Carlos Oliveira, também conhecido como Oliveira, superintendente do INSS do Estado de São Paulo e membro do Conselho Consultivo do CCBT.

Noto, também, a presença - e gostaria de agradecer o comparecimento, do Dr. Fernando Lottenberg, presidente da Conib, que é a Confederação Israelita do Brasil, que se faz presente aqui representando, também, a comunidade judaica do estado de São Paulo, se fazendo aqui presente para apoiar este evento.

Também quero chamar a atenção para a presença do André Magalhães, assessor especial da Secretaria Municipal de Relações Internacionais. O prefeito João Doria me telefonou instantes antes de eu vir para cá comunicando que gostaria de estar presente, gostaria de dizer a toda à comunidade turca que façam da cidade de São Paulo a sua cidade. Que façam do Brasil, nosso País, sua segunda pátria - e desta cidade a sua cidade. Que os senhores se integrem cada vez mais e continuem trazendo esta cultura milenar, toda esta experiência, essa alegria de viver do povo turco.

E peço licença ao cerimonial, porque hoje eu vou comemorar o aniversário da minha filha mais nova, a Maria Eduarda. Eu vim para cá sob os protestos dela, mas prometi que faria o registro e retornaria para que fôssemos jantar. Então, eu peço licença ao cerimonial, ao prefeito João Dória - na pessoa do seu assessor especial, André Magalhães, que representa a cidade de São Paulo, que os recebe de braços aberto. Senti-me homenageado com a sua presença. Pode sentar no meu lugar e ocupá-lo. Eu nem tomei a água para deixar para você.

Na qualidade, durante dois anos, de presidente da Assembleia, quando votamos mais de 80 projetos encaminhados pelo governo para esta Casa, com auxílio do Carlão Pignatari, nós revimos todos os contratos, devolvemos mais de 25 milhões de reais para os cofres do Governo do Estado.

De todas as coisas que pudemos fazer, esta é uma das que mais me orgulho. Nós procuramos dar à Assembleia Legislativa de São Paulo uma dimensão maior do que a do estado de São Paulo. É o maior parlamento da América Latina, o segundo maior parlamento do País - só perde para o Congresso Nacional, que recebe cônsules, embaixadores do mundo inteiro. Precisa-se ter uma posição e uma dimensão internacional sobre vários temas e vários assuntos.

Assim, como presidente, sempre dediquei um enorme tempo à atuação de relações diplomáticas na Assembleia. Sempre visitando embaixadas, recebendo embaixadores, ouvindo sobre diversas culturas e procurando integrar, cada vez mais - como faz o prefeito João Doria, que dá a São Paulo um caráter internacional.

Dentro dessa relação, nós conhecemos o trabalho do Centro Cultural Brasil-Turquia. Que trabalho bonito. O que pode ser mais tocante, mais significativo, do que proporcionar educação de qualidade a quem precisa, às crianças da Turquia e no mundo inteiro? Esse é um trabalho que precisa ser prestigiado.

Eu estou aqui para dizer que, com toda minha força e com todo meu empenho, no que estiver ao meu alcance, não permitirei que o Centro Cultural Brasil-Turquia seja atingido em seu decoro, seja atingido em seu trabalho, sofra qualquer tipo de difamação.

Pelo contrário. Nós estamos concitando as universidades que mantêm convênio com o Centro Cultural Brasil-Turquia, todas as instituições que assim o fazem, para que se mantenham firmes neste propósito, que não recuem, porque é uma instituição democrática, é uma instituição importante - faz o bem, leva educação, apoio, conforto e solidariedade a todas as pessoas. Que nós façamos, daqui de São Paulo, a cidade que fará florescer cada vez mais este Centro Cultural.

Aqui está o Carlão Pignatari, um deputado que representa não apenas a capital, mas fortemente o interior. Aqui está, também, o deputado Fernando Capez e vários outros deputados que conhecem o trabalho de vocês. Tragam para nós as suas necessidades, tragam para nós as suas demandas, tragam para nós aquilo que nós podemos ajudar, para que jamais o trabalho que é feito seja apagado e que a verdade jamais seja ocultada por qualquer tipo de ação. Fiz questão e deixar isso registrado.

E digo, querido Mustafa, que continue cada vez mais nesta luta. Winston Churchill - que muitos dizem e eu concordo, foi a personalidade mais importante do século XX - assumiu como primeiro ministro na Grã Bretanha no final de 1940, meses antes de Londres sofrer seu principal bombardeio, mais importante e tocante bombardeio. Ele dizia o seguinte: “O pessimista vê em cada oportunidade que lhe aparece apenas uma oportunidade, mas o otimista, que tem alegria de viver, que olha para dentro de si e buscas forças para superar os obstáculos, vê em cada dificuldade apenas uma oportunidade”.

Talvez o obstáculo que surja seja a alavanca necessária para que o trabalho de vocês seja cada vez mais reconhecido. Faça com o equilibrista, que, durante a sua trajetória, não olha para os lados existentes e jamais olha temeroso para baixo. Por maiores que sejam as vicissitudes que obstruem sua visão, ele sempre olha firme e adiante - é por isso que ele sempre chega e é por isso que vocês, cada vez mais, vão chegar mais longe.

Parabéns aos homenageados da noite de hoje, parabéns ao CCBT, parabéns à comunidade turca, à comunidade paulistana e paulista da Turquia.

Boa noite, um grande evento a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Ainda as pessoas que se fizeram manifestar pela ausência - o cônsul-geral do Canadá, Stéphane; o vereador Gilson Barreto; o vereador e agora secretário Gilberto Natalini, se justificando; a professora Dra. Maria Amalia Pie Abib, da reitoria da PUC/São Paulo; o Sidney Beraldo, que é o presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, justificando não poder vir.

Eu gostaria de convidar a Sra. Ana Helena Curti, presidente do Conselho Consultivo, para fazer uso da palavra.

 

A SRA. ANA HELENA CURTI - Boa noite para todos.

É bastante difícil falar depois do presidente Fernando Capez, mas eu juro que vou tentar deixar um depoimento que faça sentido para vocês.

Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer ao acolhimento desta Casa, à comunidade turca, ao Centro Cultural Brasil-Turquia e à homenagem que está sendo feita hoje à comunidade.

Agradeço meus colegas da Mesa e agradeço a oportunidade de estar à frente do Conselho Consultivo do Centro Cultural Brasil-Turquia, há alguns anos, e de ter o privilégio de acompanhar o trabalho que vem sendo desenvolvido por este Centro Cultural.

Cabe-me, sobretudo, pela área em que eu atuo, falar da importância da atuação do Centro Cultural Brasil-Turquia na área da cultura, sendo eu testemunha de muitas das ações que foram feitas ao longo desses anos e que foram transformadoras, não só para a comunidade turca que vive no Brasil, mas, sobretudo, para nós, brasileiros, que pudemos tomar contato com a cultura turca da melhor forma possível - através de projetos propostos e desenvolvidos pelo Centro Cultural Brasil-Turquia.

São muitas as atividades que vêm sendo desenvolvidas, e muitas ainda serão desenvolvidas, sobretudo na área da cultura, na área das artes, com intercâmbio entre profissionais. Quando o Centro Cultural apoiou a ida de artistas à Bienal de Istambul, quando trouxe a comitiva da Bienal de Istambul, quando fez parceria com o Centro Cultural São Paulo - por ocasião da diretoria do Ricardo Rezende aqui, sentado. Ou mesmo a parceria com o Itaú Cultural, aqui presente pelo Eduardo Saron. Aliás, vale lembrar, comemora os seus 30 anos de atividades - não o Saron, mas o Itaú Cultural, é claro. Saron não tem 30 anos ainda.

Muitos foram os projetos, e eu sou testemunha disso. Eu não me canso de dar um depoimento, que é de natureza bastante pessoal. Mas que eu acho que é bastante importante que as pessoas saibam que eu tive o privilégio, ainda maior, e a oportunidade de me aproximar ainda mais do movimento Hizmet quando fui, junto com a comitiva que foi no ano retrasado aos Estados Unidos, visitar Fethullah Gülen.

Assim, eu me sinto absolutamente privilegiada por ter tido a oportunidade de estar com essa figura. Eu posso dizer a vocês que só seu olhar transformou a minha vida. Nós tivemos a oportunidade de ficar com ele e ele teve a generosidade de responder a três perguntas. Na verdade, uma pergunta dividida em três momentos, - para dizer do momento político, do momento religioso, das questões não democráticas neste momento que o mundo vive e, sobretudo, a Turquia.

Então eu, na verdade, acabei ficando um tanto chateada com o presidente Fernando Capez, porque a frase que eu diria, o nosso prefeito Doria já mandou dizer. O que eu acho é que cada vez que nós comemoramos o “Dia da Turquia” aumenta o número de turcos aqui em São Paulo e no Brasil. Que vocês sejam muito bem-vindos.

Nós somos praticamente irmãos, e cada vez mais irmãos. Eu vejo que vocês têm uma esperança de construir nesta cidade, neste País, uma vida melhor, uma vida mais igualitária, uma vida mais democrática com os direitos garantidos. Nós também.

Então, neste momento, nós nos unimos para que possamos defender os direitos que todos temos neste mundo. E, mais do que isso, cabe dizer que uma das melhores ferramentas para se fazer isso é a cultura, ou mesmo a arte. É nisso que acreditamos e é nisso que o Centro Cultural Brasil-Turquia acredita. Os projetos vão continuar e nós não vamos esmorecer. Ao contrário, isso é combustível para que tenhamos cada vez mais uma atuação mútua importante e transformadora. Nós estamos nos transformando juntos.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Passo agora a palavra ao Mustafa, presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia, instituição que incentivou a iniciativa desta comemoração, e parceira na celebração desta querida data.

 

O SR. MUSTAFA GOKTEPE - Boa noite a todos.

Gostaria de começar agradecendo o deputado Carlão Pignatari. Também, ainda chamo de presidente o Capez. Os dois realmente foram os que abriram as portas desta Casa para nós, para a comunidade turca em geral.

Não quero citar um por um, repetindo os nomes das autoridades que estão presentes aqui, mas agradeço a todos. Da mesma forma agradeço aos conselheiros do Centro Cultural Brasil-Turquia - alguns estão aqui nesta Mesa, outros sentados entre vocês. Graças a eles que o Centro Cultural continua atuando tão firme e fortemente que consegue receber esses belos comentários.

Agradeço também aos apoiadores do Centro Cultural Brasil-Turquia, tanto turcos quanto brasileiros, tanto na pessoa física quanto como instituição - que são muitos. Uma parte está aqui, uma parte cumprimentou com mensagens, uma parte mandou e-mails pessoais ou mensagens.

Os amigos da comunidade turca - a maioria, praticamente, está aqui - e os amigos brasileiros que prestigiam este evento. Todos são bem-vindos, muito obrigado, porque significa muito para nós esta presença de vocês, este prestígio, principalmente nesses momentos difíceis que viemos passando, tanto na Turquia quanto como um efeito que se sente ainda no Brasil, devido a perseguição política que a Turquia sofre.

Esta data é comemorada pela segunda vez na Assembleia, o “Dia da Comunidade Turca no Estado de São Paulo”. Porém, teremos uma premiação daqui a pouco, uma homenagem, que será a terceira edição da premiação - as duas primeiras edições foram feitas em outro lugar, em outro espaço, durante a sessão solene na Câmara Municipal, também pelo “Dia da Comunidade Turca”. E esse dia na Câmara Municipal foi autoria do então vereador, José Carlos Oliveira, um grande amigo nosso, que era vereador quando instituímos essa lei, em 2014. Desde essa época é comemorado esse evento lá com muito apoio do Oliveira.

Acho importante essa apresentação, essa introdução, tanto do presidente Capez quanto da Ana Helena. Dos amigos que comentaram e, muito provavelmente, os que já nos conheciam, sabem o que é, o que faz o Centro Cultural Brasil-Turquia.

Muito resumidamente, eu diria que é uma instituição brasileira, com muito orgulho. Ela é brasileira nata, porém os fundadores são tanto brasileiros natos, como naturalizados - como no meu caso.

Por isso, ela carrega no nome tanto o nome da Turquia quanto o nome do Brasil. É uma instituição que tem o apoio das duas comunidades, fortemente, desde sua fundação, inclusive na sua atuação. Talvez na sua atuação ela tenha mais apoio, mais colaboração de brasileiros do que turcos, porque turcos, em números, são muito poucos.

Mas os brasileiros, vocês, que justamente abraçaram os valores que o Centro Cultural traz, estão tentando divulgar, ampliar. Teve muita aceitação por vocês, o que nos deixa muito contentes.

Graças ao Conselho Consultivo, que é presidido muito bem há três anos pela Ana Helena Curti, o Centro Cultural conseguiu abrir muitas portas em pouco tempo de existência. Nós fundamos o Centro Cultural em 2011 e, em seis anos, realmente, realizamos gigantescos eventos, que impactaram tanto São Paulo quanto o Brasil.

Posso dizer, sem nenhuma restrição, que muito devemos à comunidade turca pelo apoio, mas muito devemos também ao nosso Conselho Consultivo, que sempre colaborou conosco, separando tanto seu tempo quanto seu conhecimento e seu carinho conosco.

E faremos, talvez, um dever nosso - talvez um pouco atrasado. Faremos uma homenagem, não para todos eles, mas em nome de todos eles, para alguns deles - justamente nesta edição de hoje.

Esta Casa, também, já foi casa de um grande evento no ano passado - o Festival Internacional de Língua e Cultura, IFLC, que foi realizado no auditório Ibirapuera. O presidente Capez era anfitrião do evento como presidente da Assembleia naquela ocasião. E também o CCBT teve apoio desta Casa em outros grandes eventos, como conferências internacionais que realizamos no ano passado. Até o ano passado nós falávamos de cosias muito boas - de relações, de turismo, de cultura, das viagens que nós fazíamos para lá.

Como foi falado aqui, infelizmente o momento na Turquia não é dos bons. Principalmente quando se fala do Centro Cultural, do Hizmet e do Fethullah Gülen - que a Ana Helena e o Capez citaram aqui. Todos têm ciência do que está acontecendo na Turquia. Infelizmente, nós não temos muito o que fazer daqui - só continuar com mensagens positivas, promovendo aqui nossa formação. Nossos objetivos têm os valores democráticos, liberdades fundamentais e direitos humanos.

O que, justamente, é o que o Hizmet tem na sua essência, inspirado no Fethullah Gülen. O CCBT carrega isso fortemente nas suas atividades. Todas as atividades do Centro Cultural mostram isso.

São disponibilizadas no site do Centro Cultural tudo o que o Centro Cultural faz. Ele é aberto para todas as pessoas, e acho que muitos que estão aqui já estiveram no Centro Cultural ou em algum evento lá.

Portanto, eu, como presidente desta instituição, me sinto realmente muito orgulhoso e honrado por ter tanto apoio, tantos amigos. Embora tantas dificuldades que nós temos no nosso país, nós sentimos esse efeito aqui. Há uma perseguição sentida claramente, desde as universidades até as instituições culturais e oficiais. Inclusive esta Casa sente essa perseguição com uma pressão, infelizmente, política. Porém, deixa claro que é o que é de bom, o que cabe no direito internacional, o que cabe na democracia. O CCBT, fazendo tudo como faz, é muito bem-vindo - continuará fazendo.

Isso nos deixa muito contente, muito felizes. Sentimos que as instituições brasileiras vão abraçar essa instituição brasileira - Centro Cultural Brasil-Turquia, como tem feito até agora.

Eu agradeço muito a todos vocês. Mas, muito mais, realmente, aos nossos conselheiros e a nosso amigo Carlão Pignatari, que preside esta sessão.

Muitíssimo obrigado, amigos.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Daremos agora início à terceira edição de entrega de prêmios do Centro Cultural Brasil-Turquia.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O Centro Cultural Brasil-Turquia, CCBT, começou a realizar a entrega de prêmios em 2015, na sessão solene pelo “Dia da Turquia e da Comunidade Turca” na Câmara Municipal de São Paulo, para homenagear as instituições e personalidades que contribuem para promover o diálogo, a compreensão, o respeito, o entendimento intercultural, a coesão social e aproximação de países e povos.

A escolha dos nomes nos dois anos anteriores foi feita através de escolha dos conselheiros e da diretoria do Centro Cultural Brasil-Turquia. Em 2015, os premiados foram o reitor Marco Antonio Zago, da Universidade de São Paulo; Danilo Miranda, diretor do SESC no estado de São Paulo; Glória Perez, autora da novela Salve Jorge, que foi filmada na Turquia; e Alex de Souza, ex-jogador de futebol.

Em 2016, foram homenageados o diretor Carlos Costa, da Faculdade Cásper Líbero; o diretor Antônio Carlos Sartini, do Museu da Língua Portuguesa; Caio Luiz de Carvalho, diretor executivo da TV Bandeirantes; Guga Chacra, jornalista da TV Globo News e jornal “Estadão”; Zico, o ex-jogador e técnico de futebol.

 Começaremos, agora, a entrega dos prêmios do CCBT deste ano. Convidamos Eduardo Saron para entregar o primeiro prêmio. Eduardo Saron é direto do Itaú Cultural e membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, como representante da Federação Brasileira de Banco, Febraban. Por favor, senhor.

O primeiro prêmio do CCBT de 2017 vai para Ana Helena Curti. Ela é curadora de artes, professora da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado, FAAP, sócia da empresa Arte 3, é presidente do Conselho Consultivo do CCBT há três anos. Escolhida para receber este prêmio em nome de todos os conselheiros do CCBT de São Paulo, como homenagem por sua atenção e carinho com a comunidade turca, por sua atuação em prol da integração e sucesso desta comunidade e por suas iniciativas e colaborações pela convivência harmoniosa da sociedade turco-brasileira.

 

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- É entregue o prêmio.

 

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O SR. EDUARDO SARON - Boa noite.

É um prazer estar aqui, meus queridos. É realmente um momento de celebração entregar o prêmio para esta mocinha. É um momento ainda maior de celebração - é uma militante, é uma profissional. Ana Helena é uma gestora de cultura da maior preciosidade, do maior engajamento deste campo, que precisa ser celebrado.

Foi muito apropriado este prêmio para alguém que, há tantos anos, está nessa jornada. Mario Pedrosa dizia uma frase que eu acho que vem muito a calhar, não só para nós brasileiros, mas para os irmãos turcos: “Em tempos de crise, nada melhor do que estarmos próximos da arte.” E é nesse sentido que este prêmio tem muito mais a valer. Porque o Brasil, os nossos irmãos, passa por graves crises. E é preciso que, mais do que nunca, nós estejamos perto dos artistas e do fazer cultural.

E, se tem uma pessoa que, com o seu fazer, com sua profissão, não só está perto dos artistas, mas faz com que os artistas estejam perto de nós, é esta mocinha, que agora recebe o prêmio tão simbolicamente e tão gloriosamente dado pelos nossos irmãos turcos.

A você, meus parabéns, vamos celebrar.

 

A SRA. ANA HELENA CURTI - Será inevitável que eu diga que eu acabo de receber duas homenagens. Uma que é essa, que é de todos nós, e a outra porque eu fui chamada de mocinha duas vezes.

Eu só posso agradecer. Muitíssimo obrigada por você me enxergar uma mocinha, e que eu assim o seja. E eu dedico esta homenagem a todos vocês, porque se não fosse por vocês e pela relação que estamos travando entre os países e as comunidades, esta homenagem não faria o menor sentido.

Muitíssimo obrigada, presidente, todos vocês. (Expressão em língua estrangeira) a todos você, muitíssimo obrigada. É uma honra receber isso das mãos do meu querido amigo Eduardo Saron, não vou esquecer jamais. Obrigada.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos Fernando Lottenberg para fazer a entrega do segundo prêmio. Fernando Lottenberg é advogado e presidente da Confederação Israelita do Brasil, Conib. O segundo prêmio do CCBT vai para o professor Peter Demant. Ele é professor na USP, de História e de Relações Internacionais. Especializado em questões do Oriente Médio, do mundo muçulmano e das relações Islã-Ocidente. Membro do Conselho Acadêmico do CCBT. Escolhido para receber o prêmio anual do CCBT em nome de conselheiros acadêmicos do CCBT, em homenagem aos trabalhos acadêmicos que aumentam o conhecimento na sociedade e criam mais vínculos entre povos e religiões.

 

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- É entregue o prêmio.

 

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O SR. FERNANDO LOTTENBERG - Uma saudação rápida a todos os presentes, nas pessoas do Mustafa e do deputado Carlão Pignatari.

Fiz questão, como o Capez, com uma agenda apertada hoje, de estar aqui com vocês, de valorizar o trabalho que o centro faz, e também de passar uma mensagem de que São Paulo é lugar de tolerância. São Paulo é lugar de respeito e, aqui, a perseguição não tem lugar, a diferenciação por origem também não.

Assim como vocês, meus avós também vieram para cá perseguidos, de outros lugares. Então, fazemos questão de manter isso muito firme e muito vivo aqui.

E nada melhor do que o Peter, que eu aprendi a admirar já há muitos anos, com amigos comuns e nas suas obras, com artigos sobre o mundo mulçumano, com artigo sobre Israel. Professor em Jerusalém e aqui no Instituto de Relações Internacionais. Então, a escolha não podia ser melhor.

Muito obrigado pela honra de entregar este troféu para você.

 

O SR. PETER DEMANT - Muito obrigado.

Caros amigos do Centro Cultural Brasil-Turquia, aceito com uma mistura de orgulho e humildade o prêmio que vocês me outorgam hoje. Orgulho pela grandeza da ocasião e pela bela organização que vocês representam. Mas humilde, porque eu tenho profundas dúvidas do quanto minhas obram criam esses vínculos entre povos e religiões, que é o fim que nos junta aqui.

Mas qualquer que seja o valor dessas, ninguém cria sozinho. Quero agradecer e homenagear a memória de meus saudosos pais, o apoio de minha família e de meus amigos.

Agradeço igualmente os múltiplos mestres e colegas intelectuais, que ao decorrer da minha trajetória têm compartido comigo os seus insights e sabedoria. E agradeço também o estímulo de meus alunos na USP e em outras escolas e universidades e, em particular, os esforços dos membros superativos de nosso grupo de trabalho, Oriente Médio e mundo mulçumano.

O Talmud ensina com justiça. Aprendi muito com meus professores, com meus colegas, porém aprendi mais com meus alunos.

Como filho um tanto rebelde do povo judeu, aprecio, em particular, a honra de receber o prêmio, neste dia da comunidade turca, das mãos de uma organização que representa o povo turco, majoritariamente mulçumano, mas que também se inspira em uma muito bem-vinda leitura pluralista e progressista do Islã.

E isso está acontecendo aqui, na Assembleia do mais populoso estado do Brasil, um dos maiores países de cultura católica, cristã e ocidental do mundo.

Nasci na Holanda, passei minha juventude na Bélgica e meus anos adultos em Amsterdã e em Jerusalém. E, depois, o Brasil me acolheu e proporcionou a oportunidade de ensinar e de pesquisar na USP. A honra da qual o CCBT me prestigia nesse momento e neste lugar, é para mim, portanto, repleta de simbologia.

Quando eu fui aluno na escola, meus professores enfatizaram que a Bélgica, colocada nessa grande fronteira entre os mundos latino e germânico, tem sido ao longo da história o campo de batalha de toda a Europa.

Sobre a Turquia, situada na fronteira entre a Europa e a Ásia, na linha de falha onde se digladiaram monoteístas irmãos - mas, não raramente, irmãos inimigos - não é exagero observar que, muitas vezes, ela foi o campo de batalha onde se decidiu o percurso da humanidade.

Impressionou-me positivamente que o Centro Cultural apresente uma visão da Turquia que nega a narrativa mononacionalista e excludente oficial, mas que, pelo contrário, reconhece os inputs das várias nações e religiões que ali moravam e contribuíam.

Através de suas obras educacionais, culturais, turísticas, científicas e hoje até gastronômicas, vocês do CCBT espalham e expressam uma mensagem de tolerância e coexistência entre povos e culturas. Não poderia ser maior o contraste entre a realidade da atuação do movimento Hizmet que vocês representam e as acusações absurdas que o governo turco levanta hoje contra ele.

A mensagem de Hizmet é, hoje em dia, mais atual e urgente do que nunca. No momento, quando as tecnologias são as mais poderosas já conhecidas, mas que também as mais desafiadoras crises se amontoam, nosso planeta é pequeno demais para abrigar 200 estados em competição, todos ciumentos de sua soberana superioridade. E mais dezenas de religiões e ideologias, cada uma certa de que só ela possui a receita perfeita para todos.

Além de toneladas de armas destruidoras e inúmeros tiranos e terroristas prontos para usá-las, estamos de acordo de que a coexistência entre as diferenças é imprescindível se quisermos sobreviver.

Necessária sim, porém ela é viável. Nossos estudos tendem a mostrar que a tolerância do outro e a cooperação entre grupos humanos contraditórios são possíveis, mas não são automáticos. Alcançar estas metas implica um árduo processo de aprendizagem e uma disposição para fazer e aceitar concessões mútuas.

Caros amigos do Centro Cultural Brasil-Turquia, vocês estão mostrando o caminho certo neste quesito. Nesta longa rota espero acompanhar vocês também no futuro.

Muito obrigado e continuemos para frente.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos o deputado Carlão Pignatari para entregar o próximo prêmio. Carlão Pignatari é empresário, deputado estadual, autor da lei estadual da comunidade turca no estado de São Paulo.

O próximo prêmio do CCBT vai para Clarita Costa Maia, ela é presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB Distrito Federal, consultora legislativa do Senado Federal, sócia da PMRAF Advocacia, membro do Conselho Consultivo do CCBT. Escolhida para receber o prêmio anual do CCBT em nome de todos os conselheiros do CCBT em Brasília, em homenagem a seus trabalhos pela manutenção e promoção das atividades da comunidade turco-brasileira e pela defesa dos direitos desta comunidade na esfera oficial e acadêmica.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. CLARITA COSTA MAIA - (Pronuncia-se em língua estrangeira).

Boa noite, Sr. Deputado Carlão Pignatari; Sr. Presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia e meu amigo Mustafa Goktepe; senhoras e senhores, Stefan Zweig judeu austríaco refugiado no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, maravilhado pela cultura inclusivista nacional, escreveu seu mais famoso livro “Brasil, o País do futuro”, tornado um epíteto nacional, cuja tese é de que vivemos nesta terra promissora o paradigma da convivência pacífica entre povos. De forma mais aprofundada, Zweig ressaltava que a excepcionalidade cultural brasileira era justamente a sua capacidade de não internalizar, absorver ou refletir as lutas do antigo continentes, do Oriente Médio, Ásia, das grandes, mas também naquela época, viciadas civilizações.

 Vivemos um momento que desafia a alma, o direito internacional e o direito brasileiro. Um momento em que as forças opositoras do princípio, do direito internacional da não intervenção pretendem fazer do nosso país palco das suas ambições. Uma ingerência inaceitável para um país com a dignidade do Brasil, de instituições sólidas e poderes constituídos de fato independentes, apesar de todas as suas vicissitudes.

Conhei o movimento Hizmet por meio do Centro Cultural Brasil-Turquia. O trabalho e a relação de amizade que desde então desenvolvemos aprofundaram a minha apreciação e o meu respeito pelas culturas turca e islâmica. E foi um encontro de almas, o diálogo intercivilizacional que o movimento Hizmet se propõe vai ao encontro do nosso espírito agregador e das nossas ambições nacionais, o que faz do Hizmet, em essência, portanto, um autêntico movimento brasileiro. Gratidão ao CCBT, gratidão a todos. Boa noite.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos Sergio Fausto para entregar o próximo prêmio. Sergio Fausto é cientista político, superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso. O próximo prêmio do CCBT vai para o embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca. Ele é embaixador, foi cônsul-geral do Brasil em Istambul entre 2012 e 2015, é membro do Conselho Consultivo do CCBT. Escolhido para receber o prêmio anual do CCBT, em nome de todos os conselheiros do CCBT no Rio de Janeiro, em homenagem a seu esforço para incrementar as atividades das pessoas e das instituições para maior conhecimento, convivência e integração das sociedades turca e brasileira.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. SERGIO FAUSTO - Muito obrigado, mas eu acho que houve um equívoco, eu que deveria ter entregado um prêmio ao Centro Cultural Brasil-Turquia, ao presidente Mustafa Goktepe e a todos seus colaboradores, porque no período em que fui cônsul-geral do Brasil em Istambul, tive esta honra, este privilégio, com a minha mulher embaixatriz Solange Greco da Fonseca, que aqui está presente, de receber muito apoio do Centro Cultural Brasil-Turquia. O Mustafa Goktepe e seus colaboradores propiciavam um intercâmbio de estudantes, de professores, de artistas, enfim, todos representantes da nossa sociedade do Brasil e da Turquia. O diplomata é suposto a abrir portas, mas por essas portas devem passar os representantes dos diversos setores da vida de nossos países. E assim que eu tive a oportunidade, como cônsul-geral, de receber ilustres políticos. Eu tive a honra e o prazer de receber o presidente Fernando Henrique Cardoso, que, com o apoio do Centro Cultural Brasil-Turquia, foi lançar seus livros traduzidos para o turco, pelo Centro Cultural Brasil-Turquia, com muito sucesso, e foi muito bem recebido. O senhor, como superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso, eu peço, por favor, que transmita ao senhor presidente o orgulho que eu tive de recebê-lo em Istambul e de ver a importância que toda a nação turca prestou ao nosso ex-presidente.

Também o senador Cristóvão Buarque apresentou seus livros traduzidos para o turco, por intermédio do Centro Cultural Brasil-Turquia, do Mustafa Goktepe, e tantos outros. Recebi também a visita do então presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Fernando Capez, do vereador José Oliveira, do nosso deputado Carlão Pignatari, a quem cumprimento, e por seu intermédio, a todos os membros da Mesa, e que peço transmitir a todos os membros da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo os meus cumprimentos por iniciativa de celebrar aqui o dia da comunidade turca, e de ter presente a representação do Centro Cultural Brasil-Turquia, que precisa tanto do nosso apoio. Então, eu que devia estar dando este prêmio, porque o Centro Cultural Brasil-Turquia favoreceu, estimulou as relações bilaterais entre as nossas nações.

Em todos os setores, eu vi no consulado, nós tínhamos o setor de promoção comercial, onde muitos dos importadores e exportadores turcos foram parar por intermédio do Centro Cultural Brasil-Turquia. A cultura é a base de tudo. É pela cultura que se desenvolvem relações nos diversos campos da atividade humana. Eu vou levar com muito orgulho para casa este prêmio, mas devo dizer que este prêmio, Mustafa, é seu e do Centro Cultura Brasil-Turquia. Eu agradeço muito, tive imensa honra de receber este prêmio da mão do superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso. Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ HENRIQUE PEREIRA DA FONSECA - Eu também, na mesma linha do embaixador, vou dizer que quem deveria aqui agradecer ao centro sou eu. Serei muito breve. Primeiro por me reconectar com as minhas raízes turcas, a família da minha avó paterna é de Izmir, Urla, um pequeno povoado. Judeus turcos saíram da Turquia quando Mustaf Kemal assumiu, e vieram para o Brasil. Então, voltar para a Turquia, sem nunca ter ido, mas sendo de lá, foi uma experiência extraordinária. Pela mão destas figuras maravilhosas aqui e com Mustafa, melhor ainda.

Tão importante quanto a reconexão com as minhas raízes e esta amizade que se criou entre nós, foi a possibilidade de conhecer intelectuais e jornalistas turcos de grande qualidade e que, infelizmente hoje, ou estão no exílio ou estão presos. Eu queria lembrar o nome do Sahin Alpay, que é o grande jornalista, cientista político turco, um homem de 70 e poucos anos de idade, que se encontra preso há nove meses. Padece de várias doenças e o seu único crime foi expressar livremente o seu ponto de vista. Aliás, com grande qualidade. Então, para terminar, eu acho que é o momento de comemorar o trabalho de vocês, mas lembrar que a Turquia hoje se transformou em um país em que cidadãos, por pensarem diferente, são demitidos do serviço público, têm suas finanças estranguladas, são colocados na prisão. É um dos exemplos mais dramáticos de autocracia no mundo de hoje. E acho que isso não pode passar sem registro no Dia da Comunidade Turca. Contem conosco, no limite das nossas possibilidades, para que, ao menos aqui no Brasil, os reflexos dessa situação terrível não cheguem aqui. Infelizmente tem chegado, porque a representação diplomática da Turquia aqui se transformou em uma correia de transmissão do regime repressivo do Erdogan. E isto é absolutamente inaceitável em um país democrático como é o Brasil. Muito obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos o Valeriano dos Santos Costa para entregar o próximo prêmio. Valeriano dos Santos Costa é diretor da Faculdade de Teologia PUC São Paulo, que foi nomeado pelo arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, para fazer esta entrega em seu nome. O próximo prêmio do CCBT vai para o professor Fernando Altemeyer Junior, professor na PUC São Paulo, de Filosofia, Teologia e de Ciências da Religião, coordenador do curso Civilização Turco-Islâmica na PUC São Paulo, e membro do Conselho Acadêmico do CCBT. Escolhido para receber o prêmio anual do CCBT, em nome de conselheiros acadêmicos do CCBT, em homenagem aos seus trabalhos com diálogo interreligioso e intercultural, pela coordenação dos cursos relacionados com a cultura turca na PUC São Paulo e pelos trabalhos de aproximação das sociedades turcas e brasileiras.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. VALERIANO DOS SANTOS COSTA - Quero cumprimentar a Mesa, diretora, deputado. Foi uma grande surpresa, eu estava ali quietinho, não imaginava que ia conceder este prêmio tão importante para um grande amigo, mas um grande amigo que eu admiro há muito tempo pela sua inteligência e pela sua capacidade, abertura de comunicação e de estabelecer diálogo com o diferente.

Você, Fernando Altemeyer, sabe que isto é o seu dom, sua vocação, é a beleza que você carrega no seu coração junto com toda sua família. Estou realmente honrado com esta oportunidade e espero que você continue sendo o professor que é, o amigo que é, o intelectual que é, o acadêmico que é, por muitos e muitos anos. Eu acho que, como membro da igreja também, você só honra a comunidade de fé a que você pertence.

 

O SR. FERNANDO ALTEMEYER JÚNIOR - Queria muito agradecer, em primeiro lugar, minha família e meus alunos que estão lá. Amigos de longe, de muitos anos de São Sebastião. Minha prima que está aí e a comunidade Merhaba. Eu deveria dizer também a Mustafa (Pronuncia-se em língua estrangeira). Eu sou sobrinho de um judeu de campo de concentração, e isso descobri muito longe e tardiamente. E aprendi a amar os judeus, profundamente, porque o meu tio viveu isso e me amava muito, está vivo até hoje, não está no Brasil. Ele me deu de presente um kippah que trouxe de Israel, para que eu lembrasse que indiretamente eu sou judeu. E eu sendo cristão, porque diria não sou judeu? Sou.

Conheci a comunidade islâmica, sou professor de cursos do Islã, conheço profundamente o Islã, mas não conhecia um islâmico. Como você pode conhecer o Islã se você não conhece um muslim, uma pessoa que pode se curvar diante do senhor Deus, Alá, e saber que ele tem um nome e o nome dele é compaixão, este é o nome de Deus. (Pronuncia-se em língua estrangeira). Ganhei um presente. Ele me trouxe um pequeno rosário de orações turcas, das mãos de Fethullah Gülen. Você ganhou coisas dele. Eu ganhei. Eu uso de vez em quando para rezar pela Turquia e pelo Brasil, por essa catástrofe que nós vivemos de corrupção de todos os partidos, agora até de um presidente golpista que nos roubou a dignidade. E eu penso que aqui está a necessidade que Gülen, que o movimento Hizmet e a PUC de São Paulo querem sempre ser: uma voz de profecia, uma voz de esperança. Não posso comparar o Brasil à Turquia porque aqui não há 17 civilizações, mas aqui há 300 povos. Povos nascidos aqui. E há, depois, 57 povos, senhor embaixador, que vieram aqui. Húngaros como meu tio, alemães como meus avós, espanhóis, italianos e agora turcos, para fazer a comunidade humana viver essa unidade que só se faz no respeito à diferença. Mas eu acho que a Turquia nos ensina, neste momento duro do Brasil, e o Brasil também ensina a Turquia no movimento duro da Turquia, que o que está à nossa frente é o que nos move, não o passado. Porque os ditadores serão todos esquecidos, nós lembraremos sempre daqueles que deram a vida pelas pessoas, aqueles que salvaram os judeus nos campos de concentração. Aqueles que salvaram os islâmicos nos campos de concentração e perseguição e cristãos e judeus, e aqueles que salvaram cristãos nos momentos de terrorismo e morte na União Soviética, na Ucrânia, na Albânia e em tantos lugares.

Aqui nesta Casa, nós tivemos muitas pessoas que foram perseguidas e estão marcadas no seu corpo por essa expressão. Eu conheci aqui muitos, amigo pessoal, por exemplo, do grande Mário Covas. Tenho emoção de ter isso na minha vida. Mas também gente do PT, da esquerda, gente até da luta armada, e, especialmente, gente que tem o principal sentido da mudança do mundo, a utopia feita no amor de cada dia.

Agradeço meu irmão, padre Valeriano, em nome do seu cardeal, Odilo, de me oferecer este presente. Eu estou me sentindo o próprio Zico ganhando uma bola de futebol aqui, mas eu olhei com muita atenção e é um globo terrestre e eu acho que Erdogan nunca fará isso, porque ele não tem capacidade, porque ele tem ódio no coração. Mas nós faremos, nós faremos uma ponte que não será só da Europa para Ásia, como há em Istambul, nós faremos um túnel que vai unir o Brasil à Turquia, e este túnel será feito pelas crianças turcas nascidas no Brasil e pelas crianças brasileiras nascidas na Turquia. É aqui que está o futuro da humanidade, quando estivermos unidos no amor. É isto que Deus quer de cada um de nós. Salaam Aleikum.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos Luiz Alberto Machado para entregar o próximo prêmio. Luiz Alberto Machado é economista, professor e vice-diretor da Faculdade de Economia da FAAP. O próximo prêmio do CCBT vai para a professora Vanessa Braga Matijascic, ela é professora visitante da Unifesp, professora titular de relações internacionais da FAAP, é conselheira acadêmica do CCBT. Escolhida para receber o prêmio anual do CCBT, em nome de conselheiros acadêmicos do CCBT, em homenagem aos projetos com os jovens dos dois países que procuram contribuir à democracia e aos valores na sociedade em que vivem. Parabéns.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. LUIZ ALBERTO MACHADO - Eu queria agradecer e cumprimentar o deputado Carlão Pignatari e o Mustafa Goktepe, em nome dos quais eu cumprimento a Mesa. Quero dizer da minha satisfação pessoal, também representando a Fundação Armando Álvares Penteado, de estar aqui entregando este prêmio para nossa professora, que dá aula em vários lugares, mas também na FAAP felizmente. Eu estou completando 36 anos de FAAP e vivi um período muito feliz dela, porque hoje se fala muito em internacionalização universitária, mas em 1985, quando eu estava chegando à FAAP, eu fui representá-la na busca de fortalecimento das relações com algumas universidades na Inglaterra que tinham sido conhecidas na época pelo professor Roberto Pinto de Souza, que foi, na verdade o grande transformador da FAAP em um conjunto de universidades. De lá para cá, eu vivi momentos muito interessantes e tive a oportunidade, inclusive, de ser idealizador de uma série de projetos, dois dos quais eu me sinto muito honrado. Um deles é o Fórum FAAP de Discussão Estudantil, uma simulação de comitês da ONU que os alunos de Relações Internacionais da FAAP organizam para estudantes de ensino médio de vários locais, seria só de São Paulo, mas hoje vários estados participam, e que é um projeto tão vitorioso que as 580 vagas se esgotam em horas. Vários, e vários colégios que gostariam de participar, mas a gente não pode atender porque tem limitações físicas. E quando eu vi o que era o envolvimento dos estudantes em um evento dessa natureza, eu percebi como é completamente irreal a ideia de que os estudantes são alienados e desinteressados. Muitas vezes essa alienação, esse desinteresse, se deve mais à incapacidade dos professores e dos cursos que não evoluíram do que propriamente a eles. A primeira vez que eu participei foi acompanhando estudantes da FAAP nesse mesmo evento para universitários em Brasília, eu falei: “Isso é um sonho de qualquer educador”. Os alunos brigavam para ter extensão da jornada e não para cortar a jornada. Eles continuavam negociando até nos jantares, nas baladas e assim por diante. Eu falei: “Poxa vida, isto é o meu sonho”. Então, quando os estudantes da FAAP passaram a fazer isso, quando o aluno é colocado na condição de protagonista, ele mostra que de alienado não tem nada. E quando eu vi o sucesso do fórum, uma simulação, eu imaginei fazer simulações de missões empresariais ou acadêmicas, e desde 2007, a FAAP tem realizado missões dessa natureza. Eu mesmo já acompanhei alguns alunos a vários lugares. Mas, dentro dessas missões, uma de maior sucesso, nós já fizemos três vezes, foi o caminho de Abraão, onde estudantes e professores da FAAP tiveram oportunidade de visitar países que, enfim, fizeram parte do trajeto do projeto Abraão há quatro mil anos atrás, entre os quais a Turquia, Israel, a Palestina, e assim por diante. Não há nada melhor do que isto, sobretudo para quem estuda relações internacionais, porque é uma aula ao vivo. É aprender valores tão importante como a tolerância, respeito à diversidade, busca da democracia. Então, o projeto Caminho de Abraão é um projeto que inclusive em São Paulo tem uma representação maior ainda, porque tem todo ano a Caminhada da Paz, que simbolicamente começa no Monte Líbano e acaba na Hebraica, mostrando a possibilidade de convivência pacífica entre povos. São Paulo, como já foi mencionado aqui, é uma cidade global e uma cidade da convivência, da tolerância, valores que a Vanessa enfatiza nas aulas que ela ministra magistralmente para os alunos de Relações Internacionais.

 Vanessa, parabéns, é mais do que justo este prêmio que você está recebendo e parabéns pela escolha ao Centro Cultural Brasil-Turquia.

 

A SRA. VANESSA BRAGA MATIJASCIC - Boa noite, boa noite presidente Mustafa, do Centro Cultural Brasil-Turquia. Boa noite, professor Machado, é com muito gosto que recebo este presente de suas mãos. Eu sempre peço permissão para os meus colegas turcos para falar os nomes da forma como nós leríamos em português. Então também um boa noite ao querido coordenador da plataforma jovem. E é justamente para os jovens, embora eu tenha uma variedade muito grande de público aqui presente, me sinto muito lisonjeada com a homenagem e também com o público, que eu gostaria de direcionar a minha fala. E até mesmo na fluidez eu acho que consigo cativar mais este público jovem.

Em detrimento do dia que nós nos encontramos, em detrimento dos últimos anos que se fala bastante de crise de lideranças, lideranças que tenham valores éticos, é realmente na sala de aula que nós temos a oportunidade de conseguir passar esses valores éticos para os nossos estudantes. E esse encontro com a comunidade turca aconteceu justamente em um espaço que eu considero sagrado, que é, um deles, a sala de aula. Recebendo alguns estudantes turcos e, principalmente, aprendendo com as experiências deles e ajudando, facilitando o processo de aprendizagem, e conhecendo o movimento Hizmet. E cada pessoa carrega consigo um valor que é supremo. Eu tenho diversos valores, mas com certeza paz é uma palavra que está na trajetória tanto da minha família aqui presente, seja pelo nome, por exemplo, do meu avô e do meu pai Zvonimir, que é de origem croata. Zvono significa sinos; mir, paz. Então, eu tenho na minha família esta mensagem: sinos da paz. E com o movimento Hizmet eu aprendi também que existia esta vertente que valorizava a paz e fui, gradativamente, aproximando o Centro Cultural Brasil-Turquia, conhecendo os trabalhos da plataforma jovem, principalmente os eventos que circulam em torno desses valores. Paz, democracia, ou governos representativos e direitos humanos.

 E achei interessante fazer a ponte com uma outra rede de pesquisa, que é minha forte identidade, então pesquisas em assuntos de paz, conflitos e estudos críticos de segurança, que é uma parceria que existe também por meio da minha pessoa, mas envolvendo outros integrantes e consolidando estes laços que nós temos com o Centro Cultural Brasil-Turquia. Então, eu acredito que todos estes valores que eu mencionei agora não são apenas ensinados em sala de aula. Nós, professores, os pesquisadores, mas principalmente os educadores, conhecendo os valores das famílias brasileiras e conhecendo também os valores das famílias turcas, eu acho que este dia também é um dia de prestar homenagem aos primeiros educadores e educadoras das jovens lideranças, que são os pais e mães. Com certeza este trabalho começa no núcleo familiar e depois se estende para salas de aula do ensino fundamental, ensino médio, no parâmetro brasileiro e, depois, eu tenho o privilégio de receber esses jovens no ensino universitário, seja para encaminhá-los com esses valores éticos para o mercado profissional, seja até mesmo para incentivá-los a continuar nessa boa trajetória, no retorno à Turquia, se for da escolha, mas também encaminhar alguns dos meus estudantes, quando eles têm interesse, para a área de pesquisa.

Então, a partir desta homenagem que eu gostaria de dedicar a todos os jovens aqui presentes neste auditório, que vocês continuem olhando no seu entorno os bons exemplos de liderança, sejam as lideranças existentes dentro da família, jovens que vocês conhecem dos grupos de que participam, as lideranças universitárias e até mesmo as lideranças religiosas, como já foi aqui mesmo mencionado.

Muito obrigada a todos os presentes e a todos os integrantes da Mesa. É grande a minha satisfação de estar pela segunda vez na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. E estendo meus cumprimentos também à nossa segunda Casa que é a Câmara dos Vereadores. Muito obrigada a todos e uma boa noite.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos Cris Olivieri para entregar o próximo prêmio. Cris Olivieri é diretora da Olivieri e Associados Advocacia, atua com consultoria para cultura, comunicação e entretenimento. Membro do Conselho Consultivo do CCBT. O próximo prêmio do CCBT vai para o professor Luis Cortez da Unicamp. Ele é professor titular da Faculdade de Engenharia Agrícola, e vice-reitor executivo de Relações Internacionais da Unicamp. Unicamp foi escolhida pelas iniciativas de internacionalização que promoveram o estabelecimento de parcerias com instituições, inclusive turcas. Destacamos também os trabalhos de intercâmbio e programas interculturais, como a abertura do curso de língua e cultura turca no Instituto de Estudos da Linguagem.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. CRIS OLIVIERI - Bom, eu sou conselheira do CCBT com muita honra, muito prazer. Nós que fazemos parte do conselho só temos a agradecer, porque é uma experiência de aprendizado intenso. Nós tínhamos, para quem mora no Brasil, essa coisa que todo mundo é turco, uma coisa meio genérica, e quando você vai para o CCBT, você descobre que não é nada disso e tem esta oportunidade de ir à Turquia, de entender a cultura, especialmente de entender o movimento que mandou estas pessoas para cá, que são todas muito especiais.

O Brasil é diverso mesmo, recebe e acolhe, mas acima de tudo, eles também acolheram muito, se colocaram à disposição, são diversos, são respeitadores da diversidade, abraçaram a cultura brasileira e todas as outras. É um islamismo moderno e bacana de ser visto, e que eu acho que acrescentou muito ao Brasil. E, neste momento especial, que o Brasil possa acolher estas pessoas que vieram trazer tanto de si para nós e que permitiram este intercâmbio intenso com a Turquia, todas as pessoas do conselho e muitos outros convidados foram para a Turquia, não como meros turistas, mas para esse olhar incrível de você ir com alguém daquele lugar, e que te mostra a cultura e o respeito por todas as pessoas que lá estão. Foi um aprendizado, uma experiência única, e eu acho que agora é o momento de nós aqui, como brasileiros, apesar da confusão que estamos, acreditamos que a democracia aqui é muito forte, então de nós podermos, dentro desta democracia, criar um espaço até que a Turquia reencontre o seu caminho e possa recebê-los de volta. A Unicamp fez um papel importantíssimo neste intercâmbio, de pode valorizar esta cultura, de dar apoio para a Turquia, de dar apoio para a cultura toda de lá, e especialmente de continuar este trabalho, apesar de todas as pressões políticas e diplomáticas que vem sofrendo.

 

O SR. LUÍS CORTEZ - Muito obrigado. Eu estou recebendo esta homenagem em nome da Unicamp. Fico muito contente que estejamos fazendo esta cerimônia bonita aqui na Assembleia Legislativa, que é a Casa do povo paulista. E é o povo paulista que nos paga na Unicamp, recebemos generosamente 2% do ICMS e é isto que nos mantém. E a Unicamp se orgulha muito de ter um projeto de internacionalização. O nosso reitor não pôde estar presente hoje, professor Marcelo Knobel, mas me pediu para vir, expressamente, receber este prêmio.

Nós temos um grande projeto de internacionalização, a nossa ambição é fazer do nosso aluno um elemento de transformação no mundo. Hoje, para os senhores terem uma ideia, um em cada três alunos formados na Unicamp tem experiência internacional. E esse é um número significativo para um país como o Brasil, longe de muitas outras nações. E quando o Mustafa esteve na Unicamp alguns anos atrás, encontrou aqui comigo um amigo, porque eu gosto muito da Turquia, tenho grandes amigos em Istambul, amigos que eu conheci nos Estados Unidos, e vivemos juntos danças e jantares. Então eu sou um apaixonado pela cultura turca. Fiquei muito contente de ser através de mim que essa cultura iria entrar pela Unicamp. Eu fico muito contente de receber este prêmio pela minha universidade. Muito obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos Áurea Vieira Gonçalves para entregar o próximo prêmio. Áurea Vieira é gerente de Relações Internacionais do SESC São Paulo, membro do Conselho Consultivo do CCBT. O último prêmio do CCBT vai para Mikaela Akemi, estudante no Centro Educacional de Diadema, e na Escola de Música do Theatro Municipal de São Paulo. Participou do IFLC, Festival Internacional de Língua e Cultura em 2016. Escolhida para receber o prêmio anual do CCBT, em homenagem aos trabalhos de divulgação da cultura brasileira em edições do IFLC, Festival Internacional de Língua e Cultura no Brasil, Austrália, Bélgica, Alemanha e Romênia. Parabéns.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. ÁUREA VIEIRA GONÇALVES - Boa noite a todos da Mesa, boa noite a vocês presente. É uma honra ser parte do Conselho Consultivo do CCBT, do Centro Cultural Brasil-Turquia aqui em São Paulo, eu represento o SESC São Paulo, juntamente com a minha amiga Andrea Nogueira, gerente do Centro de Pesquisa e Formação.

E para mim é muito importante dar este prêmio para você, Mikaela, porque você representa a unicidade que o CCBT sempre apostou na hora de fazer um festival da cultura e da língua, unindo culturas e línguas em vários países e fazendo com que esses talentos que às vezes estão por aí, se revelem no palco. E eu, como representante do SESC São Paulo, sei que o palco é lugar de artista, é lugar de gente que está unindo outros conceitos, fazendo com que a gente questione o mundo, fazendo com que nós tenhamos grandes projeções a respeito da realidade, a respeito de vários conceitos que são colocados para nós, a respeito da arte e de como a arte entra na nossa vida. Então, parabéns a você e parabéns ao Centro Cultural Brasil-Turquia, que é sim um lugar de resistência, e nós estamos junto com vocês resistindo, porque a democracia é, acima de tudo, um valor muito importante para todos nós.

 

A SRA. MIKAELA AKEMI - Primeiramente, boa noite para todo mundo. Eu vou falar um pouco da experiência que eu tive no IFLC representando o Brasil e levando um pouco da nossa cultura brasileira e um pouco da turca também, para seis países. Eu fui para Austrália, para Romênia, para Alemanha, para Suíça, para Áustria e para Bélgica. E lá no IFLC, para mim, foi a experiência mais importante da minha vida, já tive algumas, mas esta com certeza ficou marcada e não vai dar para esquecer.

Bom, tanto no IFLC, organizado aqui pelo Centro Cultural Brasil-Turquia, quanto em outros eventos do IFLC que participei, eu não imaginava que iria conhecer tantas pessoas em um lugar só. Que iria ter a oportunidade de conhecer um pouco da cultura de diversos países e que criaria tantas amizades, e além de tudo, seria tão especial. O IFLC foi onde eu pude perceber que o mundo não é aquilo que conhecemos, e sim o que temos a conhecer ao longo do tempo. Que tudo pode ser mais bonito se sorrimos, cantamos, dançamos e fazemos o que nós gostamos. Que a amizade é uma coisa única e é o que realmente devemos preservar. E tenho certeza que, se todas as pessoas tivessem a oportunidade que eu e alguns amigos tivemos no IFLC, o mundo seria bem melhor, sem dúvida, não teria tantas guerras e a união entre as nações iria ser o que realmente importa.

Então, eu gostaria de agradecer à minha professora, Regina Kinjo, do coral infanto juvenil da Escola de Música do Theatro Municipal de São Paulo. Ao Sr. Mustafa e a todos do Centro Cultural Brasil-Turquia, pela oportunidade que eu tive. Obrigada. Eu esqueci de ressaltar uma pessoa que é muito importante, a Paloma, que ajuda a gente em tudo no festival, então gostaria de agradecer à ela. E agradeço bastante a todos vocês que estão presentes hoje aqui. Obrigada.

 

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- É feita uma apresentação musical.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Com a palavra, o deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Bom, meus amigos, acho que hoje todos nós tivemos momentos de muita alegria e de muita emoção nesta comemoração do Dia da Turquia em São Paulo. Tivemos muitas falas e considerações sobre o grande trabalho que o CCBT faz na Turquia e fora dela. Eu tive o prazer e a honra de conhecer o trabalho das escolas, dos empresários, as pessoas que ajudam a construir uma Turquia cada vez melhor e agora, passando por inúmeras dificuldades onde a intolerância faz mal, faz muito mais mal aquele que pratica a intolerância. Então o tempo é o senhor da razão.

Um dos homenageados usou uma fala de que o perseguidor, o intolerante, não está marcado na linha do tempo de ninguém, e ninguém quer conhecer este tipo de situação, principalmente nos anos que nós estamos. Eu fico muito entristecido quando eu vejo quem conheceu há dois anos um dos mais belos países que eu já tive a oportunidade de conhecer, nós vemos hoje a grande dificuldade política e daqui a pouco vai ser econômica, daquele país. Uma coisa empurra a outra.

Hoje, nós, os brasileiros, estamos passando por uma dificuldade enorme. Instalou-se aí há 10, 12 anos, um governo em que a prática da corrupção fez com que todos os partidos que estivessem ali se tornassem o que estamos vendo hoje. Eu achei um erro - perdão, hoje não é dia de falar - grotesco, o presidente interino, o presidente golpista, o presidente que está lá hoje, deveria ter renunciado hoje. Não é possível mais nenhum de nós, o nosso povo, com mais de 14 milhões de desempregados, que está passando e estamos vendo o que está passando e o que está acontecendo hoje. E podem ter certeza, eu conheço um pouco, eu tenho frigorífico de aves, então eu tinha um relacionamento, quando eles eram pessoas normais, o Wesley e o Joesley, há mais de 20 anos. Nos últimos dez anos modificou e se alterou tudo o que ele tinha. Então vai sair muita coisa ainda disso que nós estamos passando.

Mas eu acho que hoje é dia de comemorarmos a democracia e dizer, em nome da Assembleia Legislativa de São Paulo, do Governo de São Paulo, do André que está aqui representando este prefeito moderno, que graças a Deus São Paulo elegeu na última eleição, que vocês sejam sempre muito bem-vindos. E colocar o gabinete, a Assembleia Legislativa, para que na medida do possível, o que pudermos fazer para poder amenizar o sofrimento das famílias que estão lá passando por coisas escabrosas, estaremos sempre, Mustafa, nos colocando à disposição. Agradeço ao Mustafa e ao CCBT.

E também gostaria de agradecer e dizer, eu fui também ao restaurante dele e fiz a propaganda para os meus filhos, no primeiro fim de semana após, os meus dois filhos que moram aqui também foram lá e gostaram muito, Mustafa. Eu acho que temos que elogiar e agradecer sempre o grande profissionalismo que o Mustafa coordena, o Centro Cultural Brasil-Turquia, porque isto é importante, traz arte, traz educação, e que traz esta beleza que é a comunidade turca aqui em São Paulo. Parabéns a todos.

Convidamos a todos para a abertura da exposição belíssima que eu tive o prazer de ter visto, preparada pelo CCBT no Espaço V Centenário, sob o título “A Descoberta do Brasil pelos Turcos”, e para o coquetel turco e o concerto turco de música clássica.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das Assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta cerimônia. Uma boa noite a todos.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 10 minutos.

 

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