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12 DE JUNHO DE 2017

084ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CORONEL TELHADA e MARCO VINHOLI

 

Secretário: CORONEL CAMILO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Faz reflexão sobre a falta de investimento na área da Educação. Acrescenta que o problema se estende à estrutura física e material de escolas, bem como no que se refere aos servidores do Magistério. Denuncia reforma na Escola Estadual Agenor de Santos, em Mongaguá, que, adita, tem colocado a vida de alunos em risco.

 

3 - LECI BRANDÃO

Parabeniza o deputado Carlos Giannazi por defender a bandeira da Educação. Elenca atitudes preconceituosas e racistas, denunciadas recentemente pela mídia. Discorre sobre o tema. Defende o sistema de cotas para afrodescendentes. Destaca o trabalho realizado pelo deputado Marco Vinholi, em favor de minorias.

 

4 - MARCO VINHOLI

Lamenta o falecimento do humorista João Elias, de Catanduva. Dá conhecimento do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Ressalta projeto de iniciativa do senador José Serra. Comenta a discussão que acontecerá nesta tarde, para definir a permanência do PSDB no governo federal.

 

5 - CORONEL CAMILO

Discorre sobre nova operação da Polícia Militar, na região da Luz. Lê trechos de matéria jornalística sobre o assunto. Chama a atenção para os 24 caminhões de lixo, retirados da Praça Princesa Isabel, no centro da Capital paulista. Mostra fotos do local. Combate críticas por parte de segmentos da sociedade, contra ações realizadas na Cracolândia. Parabeniza os envolvidos no resgate de vidas.

 

6 - MARCO VINHOLI

Assume a Presidência.

 

7 - CORONEL TELHADA

Lembra o Dia dos Namorados, comemorado hoje. Parabeniza sua esposa pela data. Cita texto bíblico sobre o amor. Repudia os críticos de ações na Cracolândia. Sugere a adoção de um dependente químico por aqueles que condenam as iniciativas do Poder Público. Defende a internação compulsória de usuários de drogas. Comenta caso de adolescente que teve a testa tatuada.

 

8 - CORONEL TELHADA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

9 - PRESIDENTE MARCO VINHOLI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 13/6, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, para "Comemorar o Dia dos Conselhos Comunitários de Segurança e o Dia do Vizinho". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Coronel Camilo para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CORONEL CAMILO - PSD - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito que se encontra em plenário, nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, estamos, de fato, vivendo um grande massacre da Educação no estado de São Paulo, um massacre do ponto de vista do Magistério, da falta de investimento no Magistério e de todos os servidores da Educação, um massacre em relação à falta de investimento na estrutura até física e material das escolas.

Isso já vem acontecendo há mais de 20 anos, porque há mais de 20 anos o PSDB governa o Estado, e vem detonando a Educação, sucateando, degradando, não vem investindo corretamente, permite superfaturamento de obras, permite propinas.

Na Assembleia Legislativa já tivemos até a aprovação de uma CPI para investigar a FDE, a Fundação para o Desenvolvimento do Ensino, que foi boicotada pelo governo. Ela foi aprovada e não chegou a funcionar, porque o governo foi boicotando, como faz com algumas outras CPIs nesta Casa de leis.

Constantemente venho à tribuna denunciar a falta de investimento no Magistério. Falo muito da situação dos professores da categoria “O”, os professores readaptados, da falta de cumprimento da data-base salarial, não só para os professores, mas para todos os servidores.

Venho constantemente denunciando e cobrando investimento nessa área, mas também denunciando o sucateamento estrutural da rede estadual, o sucateamento e a degradação da rede, a irresponsabilidade, a leviandade que acontece na própria estrutura da Secretaria da Educação. Começa de cima, na Secretaria, com o governo, que não investe, e isso chega até a escola, que é a principal vítima de todo esse processo.

Sr. Presidente, tenho mostrado aqui, constantemente, fotos de escolas degradadas e sucateadas, e hoje trouxe mais uma, mais uma denúncia que recebi. Pretendo fazer isso sempre, como sempre fiz. Desde 2007, venho denunciando exatamente esse desmonte da Educação.

Recebi uma outra denúncia, de professores, colegas nossos da Rede Estadual de Ensino. Eu me refiro à Escola Estadual Agenor de Campos, na Baixada Santista, que fica no município de Mongaguá, no distrito de mesmo nome. A situação é grave. Está ocorrendo lá uma reforma do telhado, e a escola foi orientada a manter as aulas com os alunos frequentando a escola e correndo risco de vida.

Nós temos fotos aqui. Os professores me procuraram e me enviaram algumas fotos, mostrando a situação: uma obra que é feita em uma escola da rede estadual, com crianças brincando na hora do intervalo e com o risco de graves acidentes.

Um acidente pode matar, pode ceifar a vida de uma criança, de um funcionário ou de um professor da Escola Estadual Agenor de Campos. Os professores estão horrorizados e revoltados, os pais de alunos estão reclamando, porque aí faltou planejamento, faltou o mínimo de organização.

A diretora está preocupada, mas foi orientada pela Secretaria da Educação a manter as aulas. Eu digo que a Secretaria da Educação, até quando ela acerta, ela erra. Porque tem que fazer a reforma. Porém, tem que saber fazer a reforma, o período para se fazer. Se não dá para fazer com aluno, tem que suspender as aulas, é óbvio.

É uma questão de gestão, é algo óbvio.

Embora as fotos estejam escuras, elas mostram a obra sendo tocada, mas com as aulas em pleno funcionamento, com intervalo e com crianças brincando debaixo da obra. Isso é muito grave! Isso coloca em risco - como eu disse - a vida e a segurança das crianças, dos servidores da Educação e da própria comunidade que frequenta a escola.

Os pais estão horrorizados, e os alunos e os professores também.

Sr. Presidente, é um absurdo o que está acontecendo na rede estadual. Todos os dias eu recebo uma denúncia de escola sucateada, de escola degradada. Aliás, uma denúncia não. Recebo várias denúncias, mas aqui na tribuna eu não tenho tempo de dar visibilidade para todas, porque senão vou ficar o ano todo só falando sobre esse tema.

Mas eu tenho tomado providências, porque, em todas as denúncias que recebo, tenho acionado a Secretaria da Educação e a FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação. Em muitos casos, aciono o Ministério Público para que medidas sejam tomadas e os responsáveis pela improbidade administrativa sejam punidos com todo o rigor da nossa legislação.

E os responsáveis são o Governo, a Secretaria da Educação e a FDE. O diretor da escola não, porque ele está na ponta e não tem autonomia nenhuma. Não é ele quem faz a reforma; os responsáveis são a Secretaria da Educação, a FDE e o governador. Esses devem ser responsabilizados criminalmente, porque estão destruindo a Educação Pública do Estado de São Paulo.

Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde.

Deputado Carlos Giannazi, eu nem sonhava em entrar nesta Casa, mas eu era telespectadora da TV Alesp e via V. Exa. falar sobre os professores, sobre a questão da Educação. O que V. Exa. afirmou aqui é verdade. Eu sempre vi o deputado Carlos Giannazi receber denúncias e denunciar. É um guerreiro permanente em relação à Educação, e principalmente em relação aos professores. Parabéns pelo trabalho de Vossa Excelência.

Meu trabalho é falar de racismo. Porque acontece racismo todos os dias nesse estado e nesse País.

Sr. Presidente, a primeira dessas denúncias é sobre uma escola em Porto Alegre. Ela foi conivente com uma atividade que tinha o curioso nome de “E se nada der certo?”. Nela, os alunos se vestiram de faxineira, porteiro, vendedor e algumas outras profissões, apontando essas funções como sendo exercidas por pessoas que “não deram certo”.

A segunda situação aconteceu aqui em São Paulo, quando uma segurança que trabalha num shopping abordou um cliente que estava com o filho, um menino negro de sete anos. Ela perguntou se a criança estava incomodando clientes, pois não se permitem pedintes no local. Ou seja, criança negra em shopping é considerada pedinte. Isso é um horror.

A terceira situação foi protagonizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que se desculpou por ter chamado o ex-ministro Joaquim Barbosa de “negro de primeira linha” durante uma homenagem feita a Barbosa. Segundo o ministro, sua intenção era dizer que Barbosa se tornou um acadêmico negro de primeira linha. Mas foi infeliz na observação.

As três situações têm em comum o racismo. Isso escancara uma coisa que sempre digo aqui: nosso país divide as pessoas em primeira, segunda e terceira linha. Nós negros estamos sempre na última linha. Por causa desses estereótipos, enfrentamos, desde a infância, barreiras para nosso acesso à cidadania mais primária. Por esse mesmo motivo, mulheres negras que sustentam famílias como empregadas domésticas ou serventes de escola são humilhadas em seus locais de trabalho. É o caso de minha mãe, Dona Leci, que me orgulha muito. Já aconteceu com ela esse fato.

Por isso, quando, em meio a todas essas notícias, vejo a informação de que o Supremo Tribunal Federal validou uma lei de 2015 que prevê cotas em concurso para órgãos federais, tive a certeza de que estamos defendendo o que é justo e certo. Devemos ter cotas sim, até quando forem necessárias.

Mas também devo evidenciar que nós temos parlamentares, que inclusive não são de nossa etnia... Um deles está até presente aqui, o deputado estadual Marco Vinholi. É uma pessoa que, embora tenha pouca idade - posso falar isso porque sou muito mais velha do que ele -, vem fazendo atividades que têm a ver com as minorias, e de forma muito elegante, séria e respeitosa.

Somos brasileiros: o país do povo maravilhoso, país tropical, da música e de tanta coisa que Deus nos deu na natureza. Mas lamentamos muito o fato de que, infelizmente, algumas pessoas da sociedade brasileira ainda insistem em dividir nosso país, em achar que os negros não têm direito. A polícia está sempre perseguindo pessoas nos shoppings e em outros lugares. Isso é muito triste. Infelizmente, tenho que vir a esta tribuna sempre que acontece um fato como esse, assim como nosso colega Coronel Telhada vem aqui quando alguém faz algo contra a Polícia Militar, quando assassinam policiais. Cada um de nós está aqui defendendo um segmento, está defendendo o direito de outros. Afinal de contas, o povo do estado de São Paulo nos colocou nesta Casa para que possamos evidenciar as coisas ruins que acontecem. Para isso, existe o direito e existe a Justiça. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Tem a palavra o próximo orador inscrito aqui presente, o nobre deputado Marco Vinholi.

 

O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Hoje, inicio meu pronunciamento com uma notícia triste do nosso município de Catanduva. Trata-se do falecimento do Sr. João Elias, nosso conhecido Salim Muchiba, da Escolinha do Professor Raimundo, que sempre se orgulhou de ser um catanduvense. Iniciou seus trabalhos na radiodifusora de Catanduva. Deixo aqui uma homenagem a toda a população de Catanduva e ao João Elias, um humorista histórico que nos deixou na última semana.

Hoje também é um dia de luta. Estamos aqui fazendo um evento importante. Neste mesmo momento, está acontecendo aqui na Casa o dia mundial de combate à exploração do trabalho infantil. Lugar de criança é na escola. Temos, ainda hoje, crianças nos cruzamentos, crianças trabalhando em carvoarias no interior paulista: crianças sendo submetidas a trabalhos degradantes.

Hoje cedo iniciamos, juntos com o secretário Floriano Pesaro, a ex-secretária Luciana Temer, que é da área, importantes entidades, Ministério Público e Tribunal do Trabalho participando dessa atividade para articular toda a rede do estado de São Paulo no combate ao trabalho infantil.

Essa é uma importante ação que estamos realizando na Casa hoje, querido Coronel Telhada. Também, quero aqui manifestar que saiu na última semana, no jornal “O Estado de S. Paulo”, o projeto de lei do nosso senador José Serra, que visa subsidiar as santas casas do nosso País.

Então, aqui no estado de São Paulo vemos a realidade das santas casas precisando desse apoio. Esse é mais um projeto genial do senador Serra. Estão previstos dois bilhões em subsídios para essas instituições.

Aqui na matéria se diz sobre a importância desse assunto, uma vez que as dívidas chegam a 22 bilhões. Esse projeto visaria cuidar do custeio e amortizar a dívida tributária dessas santas casas. Seria fundamental que esse projeto fosse aprovado. Parabenizo o senador José Serra por isso.

Hoje nós devemos ter, mais tarde, pela executiva nacional do PSDB, a discussão sobre o papel do partido frente a situação em que se encontra o País.

Quero manifestar aqui meu total apoio à responsabilidade que o PSDB tem sobre o País: responsabilidade para combater o desemprego de 14 milhões de brasileiros. A sociedade precisa do trabalho do PSDB nesse sentido.

Além disso, o PSDB tem o papel fundamental de ajudar nessa travessia, de fazer o País chegar do outro lado. Como se diz na Constituição, que possamos ter eleição para presidente, para deputados e para governadores normalmente, no ano que vem.

Que o PSDB possa ampliar seu trabalho no governo, que possa ampliar seu papel fundamental, não somente para apoiar o governo, mas para apoiar o povo brasileiro num momento tão duro, tão importante, da nossa democracia.

Quero deixar, em nome dos prefeitos e em nome da população da minha região, que acompanha essa crise política e econômica que o Brasil vive com muita atenção, a nossa responsabilidade com o País neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo.

 

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários desta Casa, achei que hoje eu veria notícias melhores nos jornais.

Vi essa nova operação da Polícia Militar lá na Luz. Aliás, a Polícia Militar nunca saiu dali, daquela região da Cracolândia. Se você, que está nos acompanhando, passar por lá, o único órgão que nunca sai de lá e está sempre tentando melhorar as coisas é a Polícia. Vai lá que você vai encontrar uma base da Polícia Militar.

Como eu dizia, Sr. Presidente, até aqui nos jornais sai: “Operação da PM ocorre sem confronto”. E têm traficantes presos, usuários presos. Só para se ter uma ideia do que aconteceu na Cracolândia: foram apreendidos dois quilos de crack. Para você entender, com dois quilos de crack dá para fazer pelo menos mil pedras de crack. Com dois quilos de cocaína dá para fazer mil pedras de crack.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Marco Vinholi.

 

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Ou seja, é muita coisa para uma região de microtráfico, de consumo capilarizado, como na Cracolândia. Então, é bastante coisa. Dois suspeitos de tráfico foram presos. Vinte e quatro caminhões de lixo saíram da Praça Princesa Isabel.

Sr. Presidente, eu me pergunto: por que essa hipocrisia? Por que cada vez que alguém tenta fazer uma ação na Cracolândia ou dar continuidade à ação alguém vem criticar?

Quero mostrar os usuários que estão lá causando uma desordem sem tamanho, botando fogo naquelas barracas que eles constroem.

 

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- É feita exibição de fotografia.

 

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Por que nós temos que ser sempre do contra? Eu vim para cá ouvindo os absurdos no noticiário pela manhã: Cremesp criticando a ação da Polícia hoje na Cracolândia, da mesma forma o pessoal que se escuda sob o manto dos Direitos Humanos, médicos, juristas.

Quero fazer um convite a você que está criticando mais esta ação do Poder Público, que acho correta, comandei a região por dois anos, portanto conheço a região. Sempre que se tentou fazer alguma coisa, vem essa hipocrisia de ficar criticando.

Em vez de ficar criticando na segunda-feira, levante cedo no domingo e vá lá ajudar o Poder Público na Cracolândia; em vez de ficar curtindo a família, faça o que esses policiais militares fizeram ontem, faça o que o secretário de Segurança Pública fez, faça o que o prefeito fez. Vamos trabalhar para melhorar a vida das pessoas em vez de ficar sentando atrás da mesa de seu gabinete criticando. Faça a sua parte. Vocês que são do Conselho de Medicina, em vez de criticarem, ajudem a melhorar a situação. Vamos somar e não criticar quem faz. É muito fácil criticar. Precisamos parar com essa hipocrisia.

Está de parabéns o prefeito João Doria. Fico muito à vontade para falar, pois nem do meu partido é. Parabéns prefeito João Doria pelo trabalho feito na Cracolândia; parabéns à Polícia Militar, ao coronel Nivaldo e todos os que estiveram presentes no domingo enquanto esses de segunda-feira ficam criticando. Parabéns coronel Dimitrios, coronel Celso Luiz, coronel Marcelo Viana, coronel Cangerana, comandante da região Centro e parabéns a você policial militar que esteve lá fazendo esse trabalho difícil de lidar com as pessoas. Vocês, sim, merecem o meu reconhecimento, vocês estão resgatando essas pessoas. Todos criticam, mas fazer ninguém faz. Jogar pedra é mais fácil.

Fica aqui o convite a você que estava criticando hoje na CBN, na Jovem Pan, nos jornais. Agregue valor: pegue um sábado ou domingo e vá ajudar, procure o Poder Público, veja de que forma você pode colaborar em vez de ficar sentado em seu gabinete fazendo criticas.

Precisamos parar com essa hipocrisia.

Quero mostrar umas fotos de lá: vejam o pessoal ateando fogo na praça. A praça ficou tomada. Ela não é terra de ninguém. O espaço público é mais que a minha casa. O espaço público é de todos nós e precisa ser cuidado. Todos têm direito de andar, de ficar, mas não de destruir como estavam fazendo estes que lá estão.

Parabéns Dr. Mágino, secretário de Segurança Pública, pela ação da sua Polícia na região. Contará sempre com o apoio desta Casa de Leis. Nós queremos melhorar a vida das pessoas, diferentemente desses críticos de plantão, que ficam sentados em seus gabinetes criticando quem está na rua tentando resolver. E a continuidade é importante.

Parabéns à Polícia Militar, parabéns ao prefeito João Doria pela continuidade da ação. A primeira foi em 21 de maio, se não me falha a memória, e agora na Nova Luz.

Este é o caminho. Vamos enfrentar os problemas.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCO VINHOLI - PSDB - Parabéns, Coronel Camilo, pelo pronunciamento em relação ao combate, pelo Poder Público, ao tráfico de drogas.

Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, assessores, senhoras e senhores policiais militares presentes, telespectador que nos assiste pela TV Assembleia SP, ouvi atentamente os deputados que me antecederam, mas antes de entrar no assunto propriamente, quero lembrar - não é um assunto político, mas familiar e todos nós temos família - que hoje é o dia dos namorados.

Apesar de muitas vezes criticados, apesar de sermos chamados de violentos, fascistas e outros ‘istas’ mais, quero lembrar que nós policiais militares somos os grandes defensores da sociedade e como tal o que mais praticamos é divulgar o nome de uma boa sociedade, uma sociedade que aja com democracia, uma sociedade que aja com amor. Enquanto houver amor nas famílias, com certeza ocorrerão menos problemas. Aliás, se houvesse mais amor na sociedade, nós teríamos menos problemas. Está escrito em Coríntios, palavra de Paulo, que o amor supera tudo. Pena que as pessoas que não vão à igreja nunca devem ter ouvido falar em Coríntios. Acham que Coríntios é um time de futebol. Não conhecem a Bíblia. Infelizmente, é nato das pessoas ignorantes. Está escrito em Coríntios que o amor supera tudo.

Se não houvesse amor, seria como o metal que soa, mas não faz barulho. O amor é tudo na vida. Hoje, por ser o Dia dos Namorados, queria concitar as pessoas a, neste momento, lembrarem de suas famílias, de seus filhos. O que tem a ver com o Dia dos Namorados? Tudo começa com o Dia dos Namorados. A família é constituída através do seu primeiro namoro, ou, enfim, de uma namorada ou de um namorado que você adquire ao longo da vida e irá se tornar o seu marido ou a sua esposa.

Em seguida, vocês constituem família, filhos, netos, bisnetos. A sociedade é feita disso, de família. Gostaria de aproveitar a oportunidade e mandar um beijo para minha esposa Ivania, que é minha namorada desde 14 de novembro de 1978. Portanto, em novembro, nós faremos 39 anos de namoro. Parabéns, porque ela me aguenta por todos esses anos e me aguentar não é fácil. Então, ela merece todo o elogio do mundo. Parabéns, Ivania. Muito obrigado. Amo você e nossas crianças. Deus abençoe sempre.

Voltando ao assunto Segurança, ouvi o Coronel Camilo falar sobre a Cracolândia e queria parabenizar a prefeitura pela ação. Nós não podemos deixar de agir. Sempre haverá críticos de plantão. Aqueles que não fazem porcaria nenhuma, mas criticam. Aqueles que valorizam o crime e criticam quando a polícia age. Isto é a coisa mais normal do mundo. Eu estava vendo no jornal antes de vir para o plenário que, salvo engano, mais de 120 toneladas de lixo foram retiradas da Praça Princesa Isabel em quase um mês, dois meses, que esses “crackentos” ficaram lá. “Nossa, o Coronel Telhada falou ‘crackento’!”. “Crackento”, pois é o que eles são. Mais de 120 toneladas de lixo.

Eu digo sempre para quem está com dó que eu tenho um ótimo remédio. Vá lá, pegue um “nóia”, leve para casa e cure, trate. Você vai ajudar a sociedade. Eu venho aqui falar o nome de todos que fizerem isso. Ficaremos eternamente gratos. Você que critica a polícia, você que critica as ações da prefeitura, vá até a Cracolândia e adote um indivíduo, um “nóia”, um “crackento”. Leve para sua casa, alimente, dê roupa, dê dinheiro para ele, faça com que ele seja uma nova pessoa. Eu estarei pronto para te elogiar.

Porque você, que é o que mais critica, é o que menos faz. Aliás, só critica. Não faz nenhuma ação meritória. Só critica, e de críticos o inferno está cheio. Nós precisamos de pessoas que trabalhem. Parabéns à Polícia Militar. Parabéns à Prefeitura de São Paulo. Parabéns à Guarda Municipal. Parabéns à Polícia Civil, que tem agido forte e tem que continuar agindo. Só existe uma saída para a Cracolândia: é a internação compulsória. Quem está falando não é o Coronel Telhada. Eu tenho uma filmagem de uma fala do médico Dráuzio Varella. Ele veio na CPI do Crack, da qual eu era o vice-presidente, e ele, que é uma sumidade no assunto, falou: “A única solução para aqueles indivíduos é a internação compulsória. Ponto.”. É simples assim. Fora disso, é como enfeite de penteadeira, não serve para nada. Fora disso, é barulho, não serve para nada.

A única solução é a internação compulsória, mas no Brasil as pessoas não querem resolver o problema. Todos querem empurrar com a barriga. Todos querem mais problema, porque quanto mais problema houver, é mais jeito de eu desviar dinheiro, é mais jeito de eu fazer o dinheiro público desaparecer no meio dessa trama toda. É mais jeito de esconder as besteiras que os políticos fazem, porque o pessoal está preocupado com outros assuntos. Nós aqui queremos resolver o assunto, sim. Aliás, nós falamos qual a solução há muito tempo e ninguém nos ouve. Por quê? Porque não interessa.

Parabéns à nossa Polícia Militar. Parabéns ao prefeito Doria. Eu quero, mais uma vez, enaltecer a figura do policial militar aqui nesta Casa, que é tão duramente criticado, e dizer: Sr. Governador, o senhor continua não apoiando a sua polícia. A sua polícia continua ganhando um salário de fome. Continua desvalorizada. Até quando, Sr. Governador? Essa semana, todos viram nas redes sociais o indivíduo que teve a testa tatuada.

Aliás, estão tendo várias críticas, prós e contras. Você é pró ou contra, Sérgio? É a pergunta que não quer calar. O Wagner, motociclista, deve ter a opinião dele; o Marcos também tem a sua.

Foi boa ou foi errada aquela atitude? Na minha opinião, foi errada. Aquilo não se faz; você está fora da lei. Se todos nós nos acharmos no direito de fazer o que bem entendemos, nós teríamos uma cidade fora da lei e isso não é bom para ninguém. Amanhã ou depois, alguém pode invocar com alguma coisa que o seu filho fez de errado e querer fazer a mesma coisa com ele. E, aí, você vai justificar o quê? Então, eu entendo que é uma atitude errada.

Sabe por que aconteceu isso? O senhor, que está me assistindo em casa, sabe por que aconteceu isso? Porque o nosso governo é fraco; porque a nossa polícia está desvalorizada; porque a nossa Justiça é uma piada. A população não aguenta mais ficar na mão de bandido; a população não aguenta mais uma polícia que não aja firmemente contra um crime; uma Justiça que coloque, realmente, o bandido na cadeia e faça com que ele cumpra a pena. Isso é somente a ponta do iceberg para mostrar que a sociedade não aguenta mais.

Eu sempre digo aqui: a minha grande preocupação é que um dia nós voltemos ao velho oeste, onde todo o cidadão queria fazer justiça com as próprias mãos. Muita gente vai me ouvir falar e vai dizer: “até parece, esse Telhada tem umas ideias”. Até acontecer um problema com a sua família, com a sua esposa, com a sua mãe, com os seus filhos. Aí, você, que é contra a violência, vai querer matar o bandido. Aí não, aí ele pode morrer: “mexeu com a minha família”.

Então, é muito fácil dar uma de moralista e bonzinho quando a pimenta não é no seu olho. Aí é fácil querer ser bonzinho; aí é fácil querer criticar. Agora, quando é com a gente, a pessoa quer matar e arrebentar. Sabe o que é isso? Resultado de uma Justiça hipócrita e de uma polícia desvalorizada.

Por isso, eu não posso concordar com essa atitude. Se nós falarmos que uma atitude dessa é correta, nós estaremos aqui dizendo que cada um pode fazer o que quer, que não precisa mais de polícia. Nós podemos dizer que cada um faz o que quer: mata quem quiser, tatua na cara de quem quiser... Mas não. O que nós precisamos é uma polícia forte; o que nós precisamos é de uma lei forte, que coloque o bandido na cadeia. Se ele for condenado a 30, 40, 50 anos, que ele cumpra esse tempo - e não essa pouca vergonha que é o estado brasileiro de hoje.

Eu me preocupo muito e trago essa preocupação diária aqui. Mas não posso deixar de elogiar e parabenizar as nossas polícias.

Quero também, mais uma vez, falar para o Sr. Governador: não esqueça das suas polícias. Em novembro, serão quatro anos sem reajuste. Até quando, Sr. Governador?

Muito obrigado.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCO VINHOLI - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de quinta-feira.

Lembrando-os, ainda, da sessão solene a realizar-se hoje, às 20h, com a finalidade de comemorar o Dia dos Conselhos Comunitários de Segurança e o Dia do Vizinho.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 09 minutos.

 

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