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23 DE JUNHO DE 2017

33ª SESSÃO SOLENE COM A FINALIDADE DE ENTREGAR O PRÊMIO INEZITA BARROSO - 1ª EDIÇÃO

 

Presidente: BETH SAHÃO

 

RESUMO

 

1 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

2 - BETH SAHÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, para realizar a "Cerimônia de Entrega do Prêmio Inezita Barroso - 1ª Edição", por solicitação desta deputada, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

3 - MARCOS MARTINS

Deputado estadual, explica a importância do Prêmio Inezita Barroso, do qual foi proponente. Destaca a contribuição de Inezita Barroso à cultura brasileira, em especial no âmbito da música caipira.

 

4 - JOSÉ ÂNGELO

Mestre de cerimônias, anuncia apresentação da Corporação Musical 24 de Junho, sob a regência do maestro Ricardo Michelino.

 

5 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Presta homenagem, com a entrega de uma placa, pelo deputado Marcos Martins, à Corporação Musical 24 de Junho, pelos seus 93 anos de existência, na pessoa de seu maestro Ricardo Michelino.

 

6 - RICARDO MICHELINO

Maestro da Corporação Musical 24 de Junho, agradece pela homenagem e pelo convite para participar dessa solenidade. Ressalta o apoio da Prefeitura de Artur Nogueira à iniciativa.

 

7 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, dá início à 1ª edição de entrega do Prêmio Inezita Barroso. Informa que os dois primeiros prêmios, à dupla sertaneja Duo Glacial, indicada pela deputada Marcia Lia, e ao compositor Jesus Belmiro, indicado pelo deputado Marco Vinholi, seriam entregues em ocasião oportuna, dado que os agraciados não puderam estar presentes. Faz leitura de breve resumo biográfico de cada homenageado, e convida deputados para realizar a entrega dos prêmios.

 

8 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Expressa sua satisfação por prestar esta homenagem. Entrega o Prêmio Inezita Barroso ao cantor Léu, da dupla Liu e Léu.

 

9 - LÉU

Cantor da dupla Liu e Léu, declara-se honrado por receber este prêmio. Destaca a importância de Inezita Barroso para todos os músicos caipiras. Faz apresentação musical.

 

10 - ITAMAR BORGES

Deputado estadual, parabeniza o deputado Marcos Martins pela proposta de criar o Prêmio Inezita Barroso. Enaltece os demais deputados presentes. Faz elogio a Inezita Barroso, patronesse do prêmio. Justifica a homenagem e entrega o prêmio à Orquestra "Os Violeiros de Santa Fé", na pessoa do professor Roger, maestro do grupo, e do músico Onivaldo Cassimiro, que fazem apresentação musical.

 

11 - MARCOS MARTINS

Deputado estadual, destaca a justeza da homenagem à Orquestra de Violeiros de Osasco. Informa que Osasco recebeu o título de "Capital da Viola". Entrega o Prêmio Inezita Barroso à Orquestra de Violeiros de Osasco, na pessoa de Antonio Caldeira, presidente da Casa do Violeiro de Osasco, e do maestro Santiago.

 

12 - ANTONIO CALDEIRA

Presidente da Casa do Violeiro, agradece ao deputado Marcos Martins pelo apoio à música sertaneja em Osasco. Considera que um evento como este ajuda a divulgar a cultura popular.

 

13 - SANTIAGO

Maestro da Orquestra de Violeiros de Osasco, faz histórico do grupo, o qual, acrescenta, inspirou a criação de iniciativas similares.

 

14 - JOSÉ ÂNGELO

Mestre de cerimônias, anuncia nova apresentação da Corporação Musical 24 de Junho.

 

15 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, prossegue a entrega do Prêmio Inezita Barroso, convidando deputados para realizá-la, após fazer leitura de dados biográficos de cada homenageado.

 

16 - JOÃO PAULO RILLO

Deputado estadual, afirma que Inezita Barroso é um símbolo da cultura popular brasileira. Discorre sobre a arte do homenageado, que retrata a cultura e a vida do povo. Entrega o prêmio ao artista plástico Daniel Firmino.

 

17 - DANIEL FIRMINO

Artista plástico, agradece pelo prêmio recebido. Expressa sua admiração por Inezita Barroso. Comenta que sua pintura retrata o mesmo universo abordado pela música caipira.

 

18 - RITA PASSOS

Deputada estadual, enfatiza a relevância de Inezita Barroso para a preservação da música de raiz. Faz histórico da criação do Prêmio Inezita Barroso, proposto pelo deputado Marcos Martins. Justifica a homenagem e entrega o prêmio ao compositor Zinho do Violão.

 

19 - ZINHO DO VIOLÃO

Compositor, agradece pelo prêmio. Faz apresentação musical.

 

20 - WELSON GASPARINI

Deputado estadual, parabeniza o deputado Marcos Martins pela iniciativa do Prêmio Inezita Barroso. Descreve sua ligação pessoal e profissional, como radialista, com a música e poesia sertanejas. Entrega o Prêmio Inezita Barroso à Viola Show e ao músico Matheus Calil.

 

21 - MATHEUS CALIL

Músico do Viola Show, faz agradecimento pelo prêmio recebido. Declara ser fã de Inezita Barroso. Argumenta que o sucesso da música caipira tem origem nas tradições do povo brasileiro.

 

22 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Expressa sua alegria por homenagear uma jovem que busca dar sequência à tradição da música popular. Entrega o prêmio à cantora Bruna Viola.

 

23 - BRUNA VIOLA

Cantora, agradece pelo prêmio recebido. Fala sobre a importância, em sua carreira, de Inezita Barroso, a cujo programa compareceu diversas vezes. Diz sentir-se responsável por preservar o legado da música de raiz. Faz apresentação musical.

 

24 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Faz a entrega do Prêmio Inezita Barroso, em nome da deputada Leci Brandão, à compositora Valéria Leão.

 

25 - VALÉRIA LEÃO

Compositora, agradece pela homenagem recebida. Faz apresentação musical.

 

26 - JOSÉ ÂNGELO

Mestre de cerimônias, anuncia apresentação da Corporação Musical 24 de Junho, acompanhada da violeira Caroline.

 

27 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia, após leitura de breve resumo biográfico, a entrega do prêmio in memoriam à patronesse Inezita Barroso.

 

28 - MARCOS MARTINS

Deputado estadual, destaca que Inezita Barroso representa a música e a cultura do povo brasileiro. Enaltece todos os homenageados desta solenidade. Entrega o prêmio in memoriam à patronesse Inezita Barroso, na pessoa de sua neta, Sra. Paula Maia, e de sua filha, Sra. Marta Barroso.

 

29 - MARTA BARROSO

Filha de Inezita Barroso, agradece pelas homenagens rendidas à sua mãe. Manifesta sua emoção ao ver um prêmio ter Inezita Barroso como patronesse.

 

30 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Agradece a todos pela presença nesta solenidade. Reitera a importância da iniciativa do deputado Marcos Martins em propor a criação deste prêmio. Comenta que Inezita Barroso, ao iniciar sua trajetória na música caipira, desbravou um ramo antes dominado por homens, abrindo caminho para outras mulheres que a sucederam. Afirma que seu programa "Viola, Minha Viola" foi crucial para a carreira de muitos músicos sertanejos. Parabeniza todos os homenageados.

 

31 - JOSÉ ÂNGELO

Mestre de cerimônias, anuncia nova apresentação da Corporação Musical 24 de Junho.

 

32 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Beth Sahão.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Esta sessão solene tem a finalidade de realizar a cerimônia de Entrega do Prêmio Inezita Barroso - 1ª edição, uma iniciativa do deputado Marcos Martins, conforme Resolução nº 910, de cinco de julho de 2016, e regulamentada pelo Ato de Mesa nº 42, de 20 de dezembro de 2016.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida pela TV Assembleia no domingo, dia 25 de junho, às 21 horas, pela NET - canal 7; pela TV Digital - canal 61.2; e pela TV Vivo - canal 9.

Convidamos para compor a Mesa a proponente desta sessão solene, deputada estadual Beth Sahão, presidente da Comissão de Educação e Cultura; o deputado Marcos Martins, proponente do Prêmio Inezita Barroso; os deputados João Paulo Rillo, Welson Gasparini e Rita Passos; e a Sra. Marcos Barroso, filha da ilustre patronesse Inezita Barroso.

Com a palavra, a deputada estadual Beth Sahão.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Bom dia a todas e a todos. Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado Cauê Macris, atendendo solicitação desta deputada, com a finalidade de realizar a cerimônia de Entrega do Prêmio Inezita Barroso - 1ª edição.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Gostaria de também registrar a presença do deputado Itamar Borges. Desejo boas-vindas a todos vocês que estão presentes nesta sessão solene, nesta 1ª edição do Prêmio Inezita Barroso, um projeto idealizado pelo deputado Marcos Martins. Também queria convidar para fazer parte da Mesa a Paula Bandeira Maia, neta da Inezita Barroso. Por favor, muito nos honra.

Destaco a presença do Célio de Barros, vice-prefeito de Pardinho; Edésio Lopes, secretário de Cultura e Turismo do município de Artur Nogueira, representando neste momento o prefeito Ivan Vicensotti; Chico Almeida, coordenador de Cultura da Prefeitura de Pardinho, e diretor do Portal Casa dos Caipiras; Luiz Peixoto Frisente, representando a deputada Leci Brandão; e o Marcelo Rodrigues, representando o deputado estadual Antonio Salim Curiati.

Como temos muitos homenageados, vamos rapidamente passar a palavra ao deputado Marcos Martins, proponente do Prêmio Inezita Barroso.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Meus amigos e minhas amigas, todos os presentes nesta atividade tão importante para os caipiras de todo o País. Nesta 1 ªedição do Prêmio Inezita Barroso, respectivamente gostaria de cumprimentar as autoridades presentes que já foram lembradas, os artistas presentes - e destas pessoas, as mais principais, a família de Inezita Barroso. Cumprimento em especial nossas queridas Marta Barroso e Paula, filha e neta, por permitirem que este evento se concretizasse. Nosso muito obrigado a vocês e sua família.

Esta celebração tem por objetivo imortalizar o trabalho de Inezita de forma a ser sempre lembrado nesta Casa, homenageando aqueles que têm a vida e a tradição caipira como sua mãe sempre fez. Viva Inezita Barroso. Viva a música caipira. Viva a música sertaneja raiz do nosso país e estado. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito bem, deputado Marcos Martins. Temos mais alguns registros: Jovino da Costa Neves, representando a deputada Ana do Carmo; Julian Rodrigues, representando a deputada Marcia Lia; e Guilherme Viola, cantor e compositor da dupla Guilherme Viola e Marcel, da região de Jundiaí. Por enquanto são esses.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ ÂNGELO - Para a gravação do primeiro LP da Inezita, em 1958, foram feitas 11 músicas, e faltava uma. Ela teve a feliz ideia de incluir “Lampião de Gás”. Vamos ouvir esta música com a Corporação Musical 24 de Junho, de Artur Nogueira. Hoje é 23, amanhã eles fazem 93 anos. A Corporação Musical 24 de Junho, conhecida como a banda de Artur Nogueira, é mantida com subvenção da Prefeitura, sem fins lucrativos. A banda tem regência do maestro Ricardo Michelino, e participação da cantora Ieda Ribeiro.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito bem. Neste momento convido o deputado Marcos Martins para prestar uma homenagem à Corporação Musical 24 de Junho, por seus 93 anos de existência. Quem recebe o prêmio é o maestro Ricardo Michelino.

 

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- É feita entrega de placa.

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - Parabéns Ricardo, à toda orquestra e à cidade pelos 93 anos, comemorados amanhã. Receba esta homenagem.

 

O SR. RICARDO MICHELINO - Queria agradecer demais o convite desta Casa, especialmente do deputado, para que estivéssemos aqui. Nossa Corporação completa 93 anos amanhã, e é totalmente apartidária. Transitamos por todos os lados com muita alegria, e queremos ser convidados para ir às cidades de vocês. Agradeço todo o apoio do nosso secretário de Cultura, Edésio Lopes, e nosso Ivan Vicensotti, que não pôde vir, mas tem apoiado um trabalho que hoje atende mais de mil alunos.

Devo fazer uma justiça aqui: o trabalho começou através de uma emenda do deputado, cerca de sete anos atrás, para atender as crianças. Vou pedir a vocês uma salva de palmas ao nosso deputado, que nos ajudou. Lembro aos demais deputados que estamos abertos a todo tipo de ajuda, independente da sigla. A Corporação está aberta. Por favor, nos apoiem. Obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Daremos início à 1ª edição da entrega do Prêmio Inezita Barroso. O primeiro homenageado é a dupla sertaneja Duo Glacial, indicada pela deputada Marcia Lia. Infelizmente, a família do premiado, que receberia o prêmio in memoriam, não conseguiu estar presente. A deputada Marcia Lia fez a indicação e fará a entrega posteriormente, em solenidade, no município de Araraquara. O segundo agraciado é o compositor Jesus Belmiro, indicado pelo deputado Marco Vinholi, que também não pôde estar presente. O prêmio será enviado a ele posteriormente.

Vamos chamar o primeiro homenageado efetivo do dia, o cantor Léu. Gostaria de pedir que ele se coloque na tribuna, por favor. Walter Paulino da Costa é nascido no bairro de Congonhas, na pequena cidade de Itajobi, em São Paulo. Membro de uma família tradicional de cantadores, cresceu na lavoura de café e cereais, onde viveu parte de sua vida. Aos seis anos de idade já cantava com os irmãos mais velhos, fazendo parte do time de catira. Aos 20 anos de idade, Gabriel, seu pai, deixou a vida dura da lavoura. Foi então que, junto com seu irmão Lincoln Paulino da Costa, decidiu ir para a capital de São Paulo para tentar emprego em alguma fábrica.

Chegando a São Paulo, foram ao aniversário do programa “Brasil Caboclo”, na Rádio Bandeirantes. Após a transmissão do programa no ar, a festa continuou no auditório. Estavam presentes radialistas famosos da época, como Biguá, Zacharias Mourão, Capitão Balduíno, Muíbo Cury, e outros. Ao saberem que Lincoln e Walter eram irmãos de Zico e Zeca e primos de Vieira e Vieirinha, duplas já famosas, pediram para que cantassem algo. De agrado geral, marcou-se ali mesmo a estreia. Compraram os instrumentos e escolheram os nomes.

Lincoln já era apelidado de Liu, e aí foi só acrescentar Léu para o Walter. Foi no dia cinco de novembro de 1957 que estrearam no programa “Novidade Sertaneja”, apresentado por Zacharias Mourão. Em 1959, gravaram o primeiro disco, “78 Rotações”, pela gravadora Chantecler. Depois mais dez foram gravados, e com a chegada do LP, mais 31 no total. Atualmente, são 16 CDs. Em 1978, Liu e Léu criaram o selo Tocantins, onde lançaram vários artistas e a própria dupla, destacando neste período sucessos como “Sementinha”, “Mãe de Carvão”, “O Ipê e o Prisioneiro”, “Jeitão de Caboclo”, “Ano 2000” e outros mais. Ao longo da carreira, se destacaram ainda “Rei do Café”, “Boiadeiro Errante”, “Adeus Minha Terra”, “Rainha do Paraná”, “Caminheiro”, “Dona Saudade”, “Onde Eu Moro” e outros.

Em 2003, é lançado o CD “Jeitão de Caboclo”, que no ano seguinte recebe indicação para o Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de música regional. Em 2009, lançaram CD comemorativo dos 50 anos, e, em 2012, Lincon faleceu. Hoje, Walter Léu, com 80 anos de idade, mantem viva a origem musical que marcou sua família. Para entregar o prêmio ao cantor Léu, convidamos a deputada Beth Sahão.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito me honra fazer uma entrega para um artista que tem uma trajetória tão maravilhosa ao lado do Liu. É uma satisfação muito grande recebê-lo aqui na Assembleia e nesta sessão solene. Tenho certeza que nunca é tarde para homenagearmos aquelas pessoas que, com tanto sacrifício, fazem a cultura popular e caipira do nosso País. É um prazer muito grande, isto me emociona muito. Eu queria entregar o Prêmio Inezita Barroso, e disponibilizar o microfone para você falarem. Ao mesmo tempo, ia pedir uma palinha de alguma musiquinha para também ouvirmos, se não vão só receber o prêmio, virar as costas e ir embora. Pelo menos uma palinha, para termos o prazer de relembrarmos sua linda voz. Por favor, fique à vontade.

 

O SR. LÉU - Vocês lembram dos meus cabelos? Continuam brancos. A minha voz não é mais aquela, mas vamos tentar. Primeiramente, quero agradecer de coração a Inezita, esta pessoa maravilhosa que é querida por todos do sertanejo - dos que participam e dos que gostam da música. A Inezita foi nossa rainha e continua sendo. Meu muito obrigado à deputada Beth Sahão, e a todos que estão aqui presentes, os deputados. Só tenho a agradecer a Deus e a todos vocês por estar aqui neste momento recebendo este prêmio, este troféu que me honra muito. Muito obrigado.

Agora vou depender do maestro. Quem vai me ajudar? “Boiadeiro Errante”? Pode ser.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O próximo homenageado é a Orquestra de Violeiros de Santa Fé, indicação do deputado Itamar Borges. Gostaríamos de chamar Onivaldo Cassimiro à tribuna, por favor.

A Orquestra de Violeiros de Santa Fé teve início em 2011, por meio de um curso de viola caipira produzido pelo Sindicato Rural do município, em parceria com o Senar. O curso teve duração de seis meses, e ao fim deste período, os 25 alunos e o professor Fernando Barreto decidiram manter o projeto e formar uma orquestra de música de raiz. Fernando dirigiu a orquestra nos primeiros quatro anos, e quando deixou o município, os integrantes decidiram continuar o projeto, contratando João Guilherme Machado para conduzir o grupo.

Com foco na música caipira de raiz, a Orquestra de Violeiros de Santa Fé se tornou referência no município e outras cidades da região, se apresentando em festas e eventos, como o “Sonho de Natal”, e “Violas e Ponteios”. Com foco social importante, os músicos também se apresentam em entidades sociais e assistenciais da região. Uma importante ação da orquestra foi a apresentação beneficente em prol da Santa Casa de Misericórdia de Santa Fé do Sul. A iniciativa resultou na arrecadação de mais de 800 quilos de alimentos.

Por sua importante contribuição cultural e social, em 2016, a orquestra passou a ter apoio e ser mantida pela Prefeitura de Santa Fé do Sul. Com o trabalho e dedicação de músicos - tanto de homens, quanto mulheres de todas as idades - a orquestra mantém viva as tradições da música caipira de raiz. Convidamos o deputado Itamar Borges para fazer a entrega. Gostaria de chamar também o professor Roger, que faz parte da orquestra.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - Bom dia a todas e a todos. Quero cumprimentar a nossa presidente desta sessão solene, que também é presidente da Comissão de Cultura e Educação desta Casa, deputada Beth Sahão, da nossa Catanduva. Parabéns pela sessão solene, pela condução e pela bela forma de, junto com os colegas e a equipe, proporcionar este momento de resgate e homenagem à música raiz aqui do nosso estado de São Paulo e do nosso País.

Quero também saudar a ex-presidente desta comissão, que lá na tramitação vivemos este momento, a deputada Rita Passos. Recordo-me de cada momento da condução nos últimos dois anos de Comissão, e do momento em especial, quando concluiu com a aprovação destas homenagens por nossos colegas deputados e por esta Casa. Prestando esta justa homenagem à música de raiz, e homenageando também Inezita Barroso. É claro, uma saudação particular e em especial ao proponente, ao idealizador, aquele que buscou lá na raiz de sua origem a homenagem à música raiz. Parabéns, deputado Marcos Martins, sua iniciativa realmente foi muito grande e enaltece seu mandato ainda mais.

Saúdo o deputado João Paulo Rillo, que nasceu na cultura. A origem dele é o teatro, a música. Ele tem uma história em nossa São José do Rio Preto, e procurou apresentar e foi eleita, uma das homenageadas. Parabéns ao nobre batalhador e incansável deputado desta Casa, e defensor da cultura em nosso estado e País, Welson Gasparini, quatro vezes prefeito de Ribeirão Preto e deputado nesta Casa por tanto tempo, e também sempre defensor e apoiador. Aqui, a família, a Marta Barroso - filha, e a Paula Barreto - neta, representam cada um dos senhores homenageados.

Eu não podia deixar de estar neste momento, e comentava agora pouco, porque fui prefeito desta cidade homenageada por 12 anos. Quando fui prefeito, o Roger, maestro da orquestra, participava de um projeto social, e criamos o grupo de violeiros do projeto. Ele era aluno. Este projeto foi evoluindo, e em 2011, deixou de ser de nossas crianças do projeto social e passou a ser dos nossos adultos e de todas as idades. Com isso, através de uma iniciativa do Sindicato Rural, do Senar e agora com a Prefeitura. Quero justificar a ausência do prefeito Ademir Maschio. Santa Fé completa 69 anos de história amanhã e está tendo comemorações pela cidade hoje.

Amanhã terá uma solenidade lá com os 25 violeiros, para homenageá-los entregando este troféu a eles, na cidade. Mas o Onivaldo veio representar. E sem proteção nenhuma, por acaso ele é meu sogro, e faz parte da orquestra. O Roger é o maestro. Para não estender mais, agradeço a oportunidade deste momento, e digo que esta homenagem é merecidíssima, por tudo que esta orquestra faz. Além de manter vivas as tradições da música caipira e de raiz em Santa Fé e na região, tem se apresentado por todo o estado e levado esta cultura tão importante.

Eu pediria, plagiando a deputada Beth Sahão, que o professor Roger declamasse aqui “Cabocla Tereza”. Obrigado a todos. Parabéns à Orquestra dos Violeiros de Santa Fé do Sul. Faço a homenagem entregando a eles, parabenizando a todos os homenageados. Saibam que vocês foram dez, apenas dez escolhidos para receber esta homenagem na maior Casa popular deste estado. A Assembleia Legislativa é a Casa do povo, que homenageia os dez nesta manhã, porém, que todos se sintam honrados e orgulhosos. Mais do que isso, representam todos que fazem parte da história da viola caipira neste País. Hoje uma homenagem resgatando e preservando também Inezita Barroso.

Bom dia a todos e muito obrigado.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima agraciada é a Orquestra de Violeiros de Osasco, indicação do deputado Marcos Martins. Convidamos Antonio Caldeira e o maestro Santiago para receberem as homenagens. A Orquestra de Violeiros de Osasco foi a primeira orquestra de violeiros do Brasil, sendo fundada em 1967 por iniciativa do maestro Marino Cafundó, que reuniu diversas duplas de violeiros com o intuito de apresentar rodas de viola, e difundir cada vez mais a cultura da música dita caipira de raiz.

Em 1969, a Orquestra de Violeiros apresentou-se na Igreja Santo Antônio, na cidade de Osasco, na primeira missa do violeiro do Brasil. A partir de então, a orquestra passou a viajar pelo interior de São Paulo, se apresentando em inúmeros eventos, e também atendendo a vários convites de outros estados, como por exemplo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apresentou-se em Aparecida do Norte com mais de 145 violeiros na inauguração do Salão dos Romeiros. Realizou inúmeras apresentações em programas de rádio e TV, e também com grandes nomes da música brasileira, como Sergio Reis, Tonico e Tinoco, Cacique e Pajé, Décio Marques e outros.

Assim, ao longo desta brilhante trajetória a orquestra já gravou inúmeros discos. Em 1971, o maestro Marino Cafundó cria a Casa dos Violeiros do Brasil, ajudando a profissionalização dos músicos da Orquestra de Violeiros no município de Osasco, tendo até os dias de hoje atividades constantes, preservando e ensinando este patrimônio da cultura paulista, dita caipira de raiz. Um dos momentos especiais foi em 17 de abril de 2004, na Câmara Municipal de Osasco, quando a ilustre Inezita Barroso recebeu o Título de Cidadã Osasquense, e a Casa do Violeiro um cartão de prata.

Na oportunidade, a Orquestra de Violeiros fez apresentação musical em homenagem à Inezita Barroso. Convidamos o deputado Marcos Martins para fazer a entrega do prêmio.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Quero cumprimentar toda a orquestra, que já tem 47 anos de existência, de prestação de serviço, e recebe merecidamente esta homenagem - não só a orquestra, mas também a Casa dos Violeiros do Brasil, que juntos sempre ajudaram a cidade. Podemos não só prestar homenagem na Câmara junto com a Inezita Barroso, mas também dar o título à cidade de Osasco como capital da viola. Parabéns.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. ANTONIO CALDEIRA - Bom dia a todos. Quero agradecer ao Marcos e toda a equipe que tem ajudado. Tudo que ele tem feito pela cidade de Osasco dentro da música sertaneja, sócio de nossa Casa, é um prazer imenso não por ser deputado, mas por ser uma pessoa que nos ajuda. Através dele já conseguimos o título de Osasco - Capital da Viola, e hoje essa homenagem tão importante para nossa cidade e Casa. Quero agradecer em nome de toda a diretoria e todos os integrantes da orquestra que nos ajudam a manter nossa tradição em Osasco. Muito obrigado a todos, de coração. E vocês, que são de outras cidades, parabéns pela apresentação e pela equipe musical que vocês têm na cidade.

Obrigado a todos que estão aqui hoje. É importante quando tem um evento desses, para que quem não é do meio sertanejo também faça uma visita e ajude a prestigiar nossa música e a tradição de nossa terra. Muito obrigado Marcão.

 

O SR. SANTIAGO - Pessoal, em nome da Orquestra de Violeiros de Osasco, estou na condição de maestro, mas não sou maestro. Já passaram outros por lá. Nosso grupo se sente muito orgulhoso porque não somos os melhores, porém fomos o primeiro grupo criado por nosso Marinho Cafundó de Morais, hoje em memória. Ele criou esse grupo, e através dele surgiram as novas orquestras de violeiros de hoje. A primeira coisa é que a criação foi de Marinho Cafundó e depois de nossa origem, surgiram outras. Que surjam mais e mais grupos, que isso sempre se espalhe pelo Brasil e mundo a fora. Obrigado pessoal.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito obrigada. Quero registrar, também com muito prazer, a presença do deputado Fernando Capez, que já está fazendo parte da nossa Mesa. Obrigada Fernando.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ ÂNGELO - A conversa está muito boa, mas que tal colocar mais música nesta conversa? Que beleza de banda, que beleza de cantora é Ieda Ribeiro. Com vocês, um pouco de sertanejo.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito bem, muito linda a apresentação da orquestra. Queria também registrar a presença do Rafael Pitanga Guedes, representando a Defensoria Pública do Estado de São Paulo; e o Leonel Aguiar, colunista da Revista “Fama”.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O próximo premiado será o Daniel Firmino, indicação do deputado João Paulo Rillo. Gostaria de pedir para que viesse até a tribuna, por favor. Daniel Firmino coleciona prêmios desde seus primeiros contatos com a pintura. Conquistou o primeiro lugar no Salão Paulista de Artes Contemporâneas, e menção especial na 9ª Bienal Naïfs do Brasil 2008, em Piracicaba. Reconhecido primitivista urbano, é um dos fundadores da Associação Rio-pretense de Belas Artes.

 Participou de mostras individuais e coletivas em instituições como Sesi, Sesc e Senac, e tem trabalhos em acervo permanente na Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte de Rapollo, em Gênova, na Itália, Ecole Normale de la Charente, em Angoulème, na França, entre outros. Nascido em São José do Rio Preto, em primeiro de setembro de 1951, o primitivista urbano registra na tela sua admiração pela cidade natal, que lhe serve como inspiração. Chamamos o deputado João Paulo Rillo para fazer a premiação.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Bom dia a todos, quero cumprimentar todos os artistas aqui presentes, da orquestra, figuras importantíssimas da nossa cultura popular. Cumprimento em especial a Marta e a Paula, filha e neta dela que é a própria encarnação da cultura popular e sertaneja, nossa querida Inezita Barroso. Cumprimento a deputada Beth Sahão, que preside esta sessão; o deputado Welson Gasparini; meu amigo, companheiro de bancada e idealizador do projeto, deputado Marcos Martins; a deputada Rita Passos; e o deputado Fernando Capez, que foi presidente desta Casa. Foi na sua Presidência que consolidamos o Prêmio Inezita Barroso, com a iniciativa do deputado Marcos Martins.

O Prêmio Inezita é o prêmio da cultura popular. O Marcos Martins teve a sensibilidade de apontar uma pessoa símbolo que representa todos nós. É um prêmio da cultura e da arte popular. Hoje a esmagadora maioria dos homenageados são músicos. Minha indicação aqui é de um pintor primitivista, meu amigo Daniel Firmino, que representa tudo aquilo que é muito forte no imaginário coletivo. Daniel Firmino é um primitivista e pintor que conseguiu dialogar com o mundo, a partir da sua aldeia e cidade. O Daniel é daqueles que conseguem retratar em um quadro toda a expressão cultural, é aquele que um cidadão olha para o quadro e se identifica.

Sou nascido e criado em Rio Preto e desde a infância convivo na escola, nos espaços públicos com as telas do Daniel. É um pintor homenageado mundo à fora, com quadros em museus importantes do Brasil e do mundo. Não é por isso que fiz sua indicação, mas porque aquilo que é mais universal é o amor, o sentimento. Todos nós nos emocionamos quando ouvimos aqui Lampião de Gás ou o Léu cantando. É a mesma emoção que sinto quando olho um quadro do Daniel Firmino. Eu me reconheço em seus quadros. O povo simples se reconhece em seus quadros. É uma felicidade. Eu que desde a infância convivo com isso, fui me reconhecendo e me formando artisticamente pela pintura dele. Como deputado, hoje tenho a oportunidade de homenagear essa grande figura. É um prêmio tão simples e singelo, para um artista com a alma tão grande.

Agradeço a presença de todos vocês e ao Daniel, por ter permitido que eu marcasse a legislatura fazendo esta homenagem a ele. Ele não vai cantar nada porque o instrumento dele é o pincel, as grandes partituras estão na tela. Mas que ele pudesse falar alguma coisa. O Daniel tem uma passagem interessante nesta Casa. Quando Nelson Mandela saiu da cadeia e visitou o Brasil, ele esteve aqui. Era o governo da Luiza Erundina, e ele esteve na Assembleia. O Daniel entregou pessoalmente uma de suas obras ao nosso querido e tão importante Nelson Mandela. Agora quero passar a palavra ao Daniel Firmino.

 

O SR. DANIEL FIRMINO - Bom dia a todos, eu só quero agradecer. Como o João falou, eu sei retratar a cultura popular, não sei cantar. Canto de vez em quando nos botecos escutando a música “Marvada Pinga”, então por isso fiquei bastante contente com essa homenagem vindo de uma cantora que admiro muito. Meu pai já cantava muito as músicas dela, e eu também ouvi muito esse programa que ela fazia na TV Cultura. Tem um trabalho com o Tião Carreiro e Pardinho, que ilustrei livros e capas. Posso dizer que apesar de ser pintura, fala muito sobre o universo sertanejo.

Também tem outra, faço a transição das pessoas do campo para a cidade. Eu tenho um quadro que se chama “Saudade de Matão”, e retrata uma favela. Um cara que mora na favela, mas tem saudade do sítio. Então é esse sentimento que passo dentro das minhas telas. É só isso. Obrigado ao João Paulo e a todos vocês.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Queria registrar a presença do Fabio Cerqueira, diretor de cultura do Instituto PluriCidade de Valinhos; e a Jerci Maccari, presidente da Sociedade Filarmônica de Valinhos.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O próximo agraciado é o Zinho do Violão, indicação da deputada Rita Passos. Convidamos o Zinho para chegar à tribuna, por favor.

Luiz Marino da Silveira Leite, Zinho do Violão, radialista, apresentador, cantor e compositor, popularmente conhecido como Zinho do Violão, mora em Itu e é casado com a dona de casa Celi de Jesus Saviolli e tem três filhas, Daniela e as gêmeas Ana Paula e Ana Carolina. A música caipira de raiz está em seu DNA, desde os 10 anos de idade canta e toca canções deste gênero. Na infância, quando frequentava espetáculos de circo foi assistente de palco da conceituada dupla Tião Carreiro e Pardinho. Na infância e adolescência foi calouro de rádio vencedor em sua cidade, tocando e interpretando canções caipiras da época, como “Menino da Porteira e “Beijinho doce”.

Nos anos 80, com seu talento musical, foi calouro vencedor em diversos programas de rádio, televisão e também cantou para Inezita Barroso em seu programa Viola Minha Viola. Convidamos a deputada para fazer a premiação.

 

A SRA. RITA PASSOS - PSD - Bom dia a todos e a todas. É uma alegria muito grande estar aqui nessa manhã, que é inesquecível com certeza. Vamos começar nosso final de semana muito mais alegre. Que manhã deliciosa que nós estamos passando aqui hoje, não é mesmo? Primeiramente quero cumprimentar a filha da Inezita Barroso, a Marta, e sua neta Paula. Aliás, são muito parecidas com a mãe.

Gostaria de dizer que já estive uma vez na TV Cultura, quando teve uma apresentação da obra de Inezita Barroso, e suas fotos desde menina. Em diversas fases da vida enxergamos lá a Paula, muito parecida, e um pouco com mais idade a Marta. As duas são muito parecidas, mas não cantam e não tocam. São pessoas maravilhosas. Conversei bastante com elas, estão sentadas ao meu lado, e de fato não podemos deixar a música raiz morrer.

Quero cumprimentar nossa presidente da Comissão, Beth Sahão; o ex-presidente desta Casa, o Fernando Capez. Quero dizer que quando foi apresentada por nosso deputado Marcos Martins a ideia de se fazer esta homenagem anualmente, foi quando eu era presidente da Comissão de Educação e Cultura, e o Capez era presidente. Então foi graças à abertura que ele deu, e a aprovação de que isso acontecesse que estamos aqui hoje. Não fosse a abertura que ele tivesse dado, a aprovação e viabilização dele, não estaríamos curtindo esta manhã tão gostosa e premiando esses verdadeiros artistas. Quero agradecer imensamente ao Fernando Capez, que teve a sensibilidade de ver a grandiosidade desta homenagem que nosso deputado Marcos Martins estava propondo, e foi adiante. Passou pela comissão e aprovamos. Foram indicados muitos artistas, tínhamos que escolher apenas dez e hoje estamos aqui.

Quero cumprimentar os deputados aqui da nossa Casa, o Welson Gasparini e o Rillo. Enfim, estou muito feliz por estar aqui. Digo que, falando com a filha e a neta da Inezita Barroso, elas me informaram que em setembro, na Avenida Paulista, no Itaú Cultural, também terá uma apresentação da obra de Inezita Barroso. Não podemos deixar a música raiz morrer, porque é muito importante para que nosso País continue com música bonita e de sentimento. Todas as letras das músicas têm sentimento. Muitas vezes você chora, se emociona e, às vezes, é até curada quando escuta uma música que toca seu coração. Enfim, não podemos deixar a música raiz morrer de jeito nenhum. A Inezita Barroso foi e é uma pessoa que continua sendo exemplo para tantos artistas.

Meu homenageado é o Zinho do Violão. O nome dele é Luiz Marino. Se vocês falarem o nome em nossa região, o pessoal não sabe quem é; tem que falar Zinho do Violão. Pena que não foi falado antes que poderia trazer instrumento, porque ele toca violão e vários outros instrumentos, faz um show de fato. Vocês vão concordar comigo, existe festa boa sem música? Pode ser a melhor festa, a melhor comida, os melhores convidados, mas se não tiver música, não é festa boa. Agora você pode até ter uns quitutes muito sofisticados, com muita quantidade, mas se tiver uma música boa, a festa fica incrível com certeza.Não existe festa boa se não tiver música, por isso estamos aqui nesta manhã, nesta premiação, que está se tornando muito mais bonita por ter música.

Quero parabenizar o Zinho do Violão, uma pessoa muito querida e conhecida no estado todo. É uma pessoa com quase 50 anos de carreira e uma voz incrível. Já esteve com a Inezita Barroso e sempre foi seu fã. E continua levando a música de raiz por onde passa. Quero parabenizar nosso homenageado, e ao mesmo tempo quero parabenizar também a todos que estão recebendo esta homenagem nesta manhã. Dizer que é a primeira edição, porque os outros anos também serão apresentados. Vocês vão concordar comigo, que o primeiro ninguém esquece.

Parabéns ao meu querido amigo Zinho do Violão, que agora também vai cantar uma música para vocês conhecerem um pouco do seu trabalho. Muito obrigado a todos, e que Deus abençoe. Um ótimo final de semana a todos.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. ZINHO DO VIOLÃO - Bom dia a todos. Primeiramente quero agradecer a Deus, nosso Pai eterno, por essa oportunidade. Parece que estou dormindo e sonhando, porque não é possível estarmos em um espaço maravilhoso como este. Não esperava na minha vida. Devo isso à nossa querida deputada, da nossa querida cidade de Itu, Rita Passos. Obrigado Rita, e à minha família também. Maestro, dá para puxar para nós?

 

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- É feita apresentação musical.

 

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O SR. ZINHO DO VIOLÃO - Valeu gente, obrigado. É apenas um versinho dessa música imortal que Inezita gostava tanto de cantar. Deus abençoe a todos.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Registro também a presença do Amadeu Paulistano, da Estância Turística Pirajuense, do programa Recanto Sertanejo.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima agraciada é Viola Show e Matheus Calil. Convido o Matheus para vir à tribuna tribuna.

Viola Show e Matheus Calil vem desenvolvendo a preservação e tradição em defesa e fomentação da cultura caipira no estado de São Paulo. Um dos aspectos comportamentais que mais se evidencia é o amor pela profissão e a essência da cultura caipira em seu DNA. Viola Show e Matheus Calil é considerado ícone no cenário da defesa da cultura caipira, e está na estrada há mais de 20 anos. Matheus cresceu ligado ao campo, ao lado do avô pecuarista. Acompanhou comitivas de boi, é apaixonado por música raiz desde a infância e hoje é um dos maiores colecionadores de LPs caipiras do Brasil, de duplas antológicas como Zico e Zeca, Vieira e Vieirinha, Tonico e Tinoco, Raul Torres, Liu e Léu, Sulino e Marrueiro, Tião Carreiro, dentre muitos outros.

Hoje, aos 44 anos, faz da paixão da infância seu trabalho e tem uma história de sucesso no segmento, com realização em projetos. Além disso, promove Festivais da Cultura Caipira e Queima do Alho com o objetivo de manter e preservar a cultura e tradições. Convidamos o deputado Welson Gasparini para fazer a entrega do prêmio.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Presidente Beth Sahão, ilustre presidente da Comissão de Educação e Cultura desta Casa. Saúdo também, e especialmente, meu colega e amigo Marcos Martins, autor desta importante iniciativa que presta homenagem muito grande à memória de Inezita Barroso, fazendo com que tenhamos grandes chances de destacar pessoas que, sem dúvida alguma, têm desenvolvido um trabalho muito bonito, demonstrando a importância de nossa cultura da música sertaneja.

Saúdo também meus queridos companheiros deputados Fernando Capez, Rita Passos e o João Paulo Rillo. Quero saudar também a filha e a neta de Inezita Barroso, Marta e Paula. Vocês já ouviram, porque estamos prestando esta justa homenagem ao Viola Show e Matheus Calil. Devo dizer a vocês que me emocionei muito desde o começo desta solenidade. Sou radialista também, e desde moço tinha um programa na emissora de rádio de Ribeirão Preto que se chamava Tarde Sertaneja. Tive o prazer de todas as músicas que foram tocadas ou cantadas aqui, eu cantei junto e muito emocionado. Eu até gostaria, porque tenho dois filhos que formam uma dupla sertaneja - Mauricio e Marcelo, queria que fosse um trio, mas sou desafinado, então não pude participar. Mas tenho orgulho em falar que meus filhos representam uma dupla sertaneja.

No programa sertanejo que eu apresentava, como eu não era bom cantor, gostava muito de declamar as poesias sertanejas que foram declamadas aqui. Todas lindas. Eu me lembrei nesse instante daquela celebre: “Ah, pois então eu lhi conto a estória que ouvi conta. A razão pro que nasci branca i roxa, a frô do maracujá. Maracujá já foi branco, eu posso inté lhe ajurá, mais branco qui caridadi, mais brando do que o luá”. E ele continuava, mas não estou abusando de vocês. Mas me emocionei muito, cheguei às lágrimas, e acredito que vocês também, com as homenagens que foram prestadas aqui.

Matheus Calil, que Deus ilumine seus passos e que você continue desenvolvendo esse trabalho tão bonito em benefício da cultura sertaneja. Também à filha e à neta de Inezita Barroso nossa homenagem. A você, Matheus, entrego esta bonita homenagem da Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. MATHEUS CALIL - É um momento de muita emoção realmente. Queria agradecer à filha e à neta de Inezita Barroso, eu que tenho praticamente todos os LPs da sua mãe. Tenho em casa e escuto. Minha filha de três anos também escuta, então vai passando de geração para geração uma cultura, uma música que é verde e amarela, uma música imortal, que tem raiz e nasceu nos grotões do Brasil, de acordo com a vida do caboclo e do caipira. Então esse legado, essa história vamos levar para sempre. Isso faz parte do DNA do Brasil.

Sou fã e admirador, o Léu sabe, ele é um dos que sou mais fã. Fui muito fã de Zico e Zeca, sou até hoje, porque a música deles é imortal. Zico e Zeca já cantaram ao meu lado, já estive ao lado de Vieira e Vieirinha dançando catira, também de Jacó e Jacozinho, Tião Carreiro e Pardinho. Hoje qualquer dupla sertaneja que faz sucesso canta modas que são sucessos antológicos, que não são fabricados do dia para a noite. São sucessos que fazem parte dos meus filhos e dos nossos netos, para sempre em nossa vida.

Muito obrigado deputado Gasparini, ele que foi prefeito quatro vezes em Ribeirão Preto, uma cidade caipira que cresceu e urbanizou, mas defende e preserva as culturas de um povo que trabalha e produz, um povo que está ligado também ao agronegócio. Tudo isso é ligado a essa cultura caipira, o mundo do rodeio, da queima do alho, das tradições do boiadeiro. Prova disso é o sucesso da Festa do Peão de Barretos, com 62 anos preservando a tradição de uma queima do alho e a moda de viola até hoje. Muito obrigado e vamos defender a cultura caipira até nossa morte.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima agraciada é Bruna Viola, gostaríamos de convidá-la para chegar até a tribuna, por favor. Cantora e violeira, a jovem cuiabana que aos 11 anos, quando já ouvia os ídolos da música caipira Tião Carreiro e Inezita Barroso, empunhou a viola caipira que hoje traz como sobrenome artístico. Sua carreira ganhou novos horizontes a partir do lançamento do álbum “Sem Fronteiras”, em agosto de 2015, aparecendo na programação musical de vários rádios do estado de São Paulo e em todo o país, tendo ótima repercussão do público e da crítica especializada. Exímia violeira, excelente performer e carismática, Bruna conquistou seu espaço na música caipira de raiz. Simples e quase sempre de jeans e camiseta, até mesmo no palco, transporta sua vivência no universo rural em que foi criada, montando e laçando cavalos, ouvindo muita música caipira.

Sua intenção é deixar um nome, uma história na música de raiz. Sempre que se falar de viola, as pessoas lembrem do seu nome e do seu trabalho, levando a viola caipira brasileira para todo o Brasil e exterior, trilhando a estrada do sucesso e escrevendo brilhantemente sua história. Convidamos a deputada Beth Sahão para fazer a entrega do prêmio.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Eu vou dispensar todas as apresentações porque já estou ocupando pela segunda vez esta tribuna, mas fico muito feliz por estar entregando esse prêmio à Bruna, uma menina ainda. É novinha, jovem, que faz tanto sucesso e preserva uma cultura importante, que tem uma bonita postura como artista, e que certamente poderá levar adiante aqueles artistas mais antigos que estão aqui, e que às vezes deixam um pouco mais de lado suas carreiras. Saibam que ela é o resultado do trabalho de vocês. Diga-se de passagem, um resultado artístico bem-acabado. Uma menina que tem um futuro brilhante pela frente.

E por isso ela é digna desta justa homenagem que lhe prestamos aqui na Assembleia Legislativa hoje, com o Prêmio Inezita Barroso. Ficamos muito felizes por entregar este prêmio a você. Parabéns.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Agora vamos ouvi-la, e também para ela dar uma “palinha” aqui para nós, se não você vai deixar os presentes frustrados se não cantar um pouquinho.

 

A SRA. BRUNA VIOLA - Bom dia gente, obrigada pela presença de todos vocês. Estou honrada demais por estar aqui recebendo o prêmio da minha querida rainha, que sinto muita falta. Tive a oportunidade de ir oito vezes ao programa. Quero agradecer primeiramente a Deus, por ter me dado esse dom de tocar os instrumentos - violão e viola caipira. Obrigada deputada Beth Sahão, que honra. Obrigada pelas palavras.

Quero agradecer minha família, minha mãe principalmente, que infelizmente não pôde estar presente aqui hoje; ela está no Mato Grosso, mas acompanha minha carreira inteira. Esse ano completo 13 anos de carreira, com 24 anos, resgatando a música caipira. Eu me sinto na obrigação e tenho a responsabilidade de dar sequência ao que nossa querida rainha lutou a carreira inteira, que foi a música caipira. Sinto-me na responsabilidade de continuar esse legado. Podem ter certeza que não vamos deixar a música raiz morrer não. Obrigada pela presença de todos vocês e pelo carinho.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito bem, Bruna, parabéns. Gostaríamos de também parabenizar o ilustre artista e cartunista que fez a arte dos prêmios, as placas e banners que vocês veem por aí da 1ª edição do Prêmio Inezita Barroso. Também citar a presença do José Elias de Goes, presidente da Intersindical de Osasco e região, acompanhado do diretor da mesma entidade, Sr. Everaldo Baida; Sergio Vieira, do Instituto Jatobás, representando a família do Tião Carreiro; e do Sidney Belém, diretor comercial da Casa dos Caipiras da cidade de Pardinho.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima agraciada é Valéria Leão, indicação da deputada Leci Brandão. Convidamos para que se coloque na tribuna, por favor.

Nascida na cidade de Goiânia, veio para São Paulo aos quatro anos com sua mãe cantora e compositora, Fátima Leão, e seu pai também cantor e compositor, Felipe, que atualmente canta com o parceiro Falcão, atrás de trabalho. Cresceu vendo seus pais no meio artístico e tomando gosto pela música desde pequena. Sua primeira música foi feita e gravada quando ainda tinha 14 anos de idade. Aos 21 anos já sentiu seus sucessos gravados por grandes cantores nacionais. Tem músicas gravadas no pagode, gospel, forró e até comercial no exterior. Valéria Leão, assim chamada no meio sertanejo, acredita que ainda escreverá sua melhor música.

Convidamos a deputada Beth Sahão para fazer a entrega, em nome da deputada Leci Brandão.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Seja bem-vinda Valéria, quero dizer estou nesse momento representando a deputada Leci Brandão, que não pôde estar presente, e certamente foi muito feliz por ter lhe indicado para receber esse prêmio, do qual você é merecedora. Faço questão de entregar em suas mãos. Sinta-se homenageada. Estendo os cumprimentos também à deputada Leci Brandão por ter lhe selecionado para este prêmio, Parabéns.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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A SRA. VALÉRIA LEÃO - Bom dia. Quero agradecer primeiramente a Deus, porque para mim é uma honra. Sou filha da música sertaneja e venho trabalhando muito para dar continuidade. No ano passado, graças a Deus, tive uma música mais tocada do país com muito trabalho e esforço, entre outras do meu repertório. Só tenho a agradecer a Deus e à Inezita, ao deputado Marcos Martins pela iniciativa, à deputada Beth e principalmente minha família, que me acompanha sempre em todo lugar. Obrigada a todos. Não sei se vocês já ouviram falar de uma música que se chama “50 Reais”, acabei com o futebol da quarta-feira dos homens.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ ÂNGELO - Em 72 a Inezita regravou uma toada, de autoria do Capitão Furtado e Irmãos Laureano. A letra é mais ou menos assim, vou contar com a ajuda do Rafael, violeiro da banda, para fazer.

 

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- É feita declamação de poesia.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ ÂNGELO - Que poesia! Inezita foi “violeira”, ainda criança começou a tocar viola quebrando preconceitos numa época em que mulher não podia tocar viola. Hoje, dando continuidade a esta história, temos mulheres jovens “violeiras”. Vou chamar a “violeira” Caroline, a caboclinha de Botucatu, hoje aqui representando o Pardinho. A Caroline participou várias vezes do Viola Minha Viola. Vai interpretar, acompanhada da banda da Corporação Musical 24 de Junho, “Flor do Cafezal”.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Muito lindo. Linda voz. Queria também destacar ainda a presença do Miltinho Carvalho, da Coluna Sertaneja do Jornal "Primeira Página", da cidade de São Carlos; o Nivaldo Garotinho, vereador de Salto, da região da Rita.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A última e mais importante homenageada dessa solenidade é a patronesse Inezita Barroso, in memoriam. Convidamos a filha Marta Barroso e a neta Paula para receberem a homenagem do deputado Marcos Martins.

Inezita Barroso, de nome Ignez Magdalena Aranha de Lima, foi uma das maiores e mais reconhecidas artistas contemporâneas. Atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão, foi uma das maiores cantoras brasileiras. Doutora Honoris Causa em Folclore Digital pela Universidade de Lisboa, Inezita atuou também em espetáculos, álbuns, cinema e teatro, bem como produzindo espetáculos musicais de renome nacional e internacional. Adotou o sobrenome Barroso ao se casar em 1947, aos 22 anos, com o advogado cearense Adolfo Cabral Barroso, com quem teve uma filha, Marta. Nascida numa família apaixonada pela cultura e principalmente pela música brasileira, Inezita começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena, com sete anos.

Com o primeiro disco, vieram também os primeiros sucessos: o clássico samba “Ronda”, de Paulo Vanzolini e a caipiríssima “Moda da Pinga”, de Ochelsis Laureano e Raul Torres, que se tornou a mais célebre das interpretações. Inezita ultrapassou a marca de cinquenta anos de carreira e de oitenta discos gravados, entre 78 RPM, vinil e CDs. Apresentou por 35 anos, de 1980 até sua morte em 2015, o programa de música caipira Viola Minha Viola, pela TV Cultura de São Paulo.

Inezita é reconhecida também pelos prêmios importantes que recebeu, como o Troféu Roquette Pinto, como Melhor Cantora de rádio; o prêmio Guarani, como melhor cantora em disco, além de ganhar também o Prêmio Saci de cinema. Em 2003, foi condecorada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com a Medalha Ipiranga, recebendo o título de comendadora da música raiz. Em novembro de 2014, foi eleita para a Academia Paulista de Letras. Convidamos o deputado Marcos Martins para fazer a premiação.

 

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- É feita entrega do prêmio.

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - Esse é o resgate da música caipira e do pensamento do povo brasileiro. Inezita representa isso, e por isso aprovamos e foi criada esta homenagem, esta premiação. É a principal homenagem, recebida pela filha Marta e a neta Paulinha. Por gentileza, vocês têm o microfone.

 

A SRA. MARTA BARROSO - Só tenho a agradecer muito mesmo pela lembrança do nome da minha mãe, agradecer ao meu amigo que teve essa inspiração de fazer este prêmio, e a todos vocês que estão aqui presentes, todos que foram falar comigo emocionados pelo nome da minha mãe. Nós também estamos muito emocionadas por essa lembrança, e por ter a certeza de que o nome dela está sendo eternizado e não será esquecido. Toda sua batalha pela vida inteira na música brasileira tendo continuidade, isso é muito importante. Era importante para ela e é importante para nós.

Eu só tenho a agradecer em nome de toda a família a tudo isso que está sendo feito. É muito gostoso e reconfortante saber que nossa mãe é tão querida, agradeço a cada um de vocês. Muito obrigada.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Quero cumprimentar a todos os deputados que participaram; Itamar, Welson, a Beth, o Rillo e a Rita. A todos, meus agradecimentos pela presença e pela dedicação a esta música e homenagem à Inezita Barroso, que precisam continuar o seu trabalho, homenageando e dando oportunidade para pessoas que não recebiam. Mas ela fazia isso, e nós temos que fazer. Todas as dificuldades que tivemos para chegar a isso, esperamos superar no próximo ano, para podermos aprimorar e melhorar essa homenagem. Agora vamos ver se tiramos uma foto com a Mesa, por gentileza.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Quero destacar também a presença do deputado Carlos Giannazi aqui em nossa solenidade. Queria agradecer a presença de todos vocês nessa solenidade, cumprimentar os deputados que ficaram do início ao fim e também indicaram vários homenageados; deputada Rita Passos, deputados João Paulo Rillo, Welson Gasparini, Itamar Borges, Fernando Capez, Giannazi. Quero fazer um destaque mais que especial ao deputado Marcos Martins pela brilhante ideia que teve.

Nós fizemos hoje uma sessão, o deputado Rillo ainda comentava comigo aqui, que mais do que nos emocionar, toca profundamente nossos corações. Emocionamos-nos em vários momentos, desde quando vimos as pessoas com mais experiência e trabalharam num momento de dificuldade, até aquelas que hoje são mais jovens e responsáveis por manter, transmitir e reproduzir todo esse legado da música caipira.

Além de tudo, quero saudar a família da homenageada Inezita Barroso, e dizer para a Marta e para a Paula, filha e neta, que todo domingo ouvia logo cedo o programa Viola Minha Viola, não por mim, mas por causa da minha mãe. Todos os domingos pela manhã, ela mora do meu lado - tem minha casa, meu jardim e a casa dela, e ela mora sozinha. Mas estamos sempre juntas, evidentemente. Aprendi as músicas da Inezita com minha mãe, que é uma mulher doce. Adorava ouvir o programa da Inezita.

Eu quero destacar algumas coisas da Inezita. A primeira delas é que temos que entender que ela era uma mulher e desbravou um segmento que não existiam mulheres praticamente. Era muito difícil. Agora que as mulheres começam a fazer um peso diferenciado na música caipira e sertaneja. Mas quando a Inezita iniciou sua trajetória não tinha mulheres, então ela bancou isso. E mais do que isso, e falo porque sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, e acho que isso precisa ser destacado na trajetória profissional de uma artista que recebeu todas as homenagens que poderia receber ao longo de sua vida profissional, inclusive como membro da Academia Paulista de Letras, reconhecendo seu importante valor num gesto de reconhecimento cultural, pela preservação e manutenção de nossa cultura.

Além disso, como uma pessoa que trabalhou até muitos anos, quase 90 anos. Isso tem que ser saudado por todos nós, porque é uma disposição para a vida, um amor para com a vida e sua profissão, para seu canto e sua obra, e também pelas oportunidades que ela deu a todos os artistas jovens, e que muitas vezes não têm como aparecer na mídia tradicional, sabemos disso. É muito difícil vermos um Léu em algum programa de televisão de grande audiência, mas no programa da Inezita Barroso ele tinha sua oportunidade, como tantos outros. Quero que vocês levem desta Casa, da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia, comissão essa que presido ao lado de outros deputados e deputadas, em especial o deputado Marcos Martins, nossos cumprimentos.

Que vocês saibam que essa edição é a primeira, mas vai se perpetuar aqui na Casa. Terá a segunda, terceira e daqui dez, 20, 30 anos seus netos e bisnetos virão receber, as pessoas serão homenageadas através do nome de Inezita Barroso, que está se perenizando aqui na Assembleia Legislativa, num poder importante como o Legislativo e em todo o estado de São Paulo. Parabéns à família, à filha, à neta. Parabéns a todos aqueles que foram homenageados. Essa cerimônia foi muito bonita mesmo. Às vezes as cerimônias são tão formais, mas esta daqui graças a Deus foi bastante à vontade.

Isso é importante, esta é uma Casa que não é nossa, mas do povo paulista e de todas as suas manifestações culturais. Muito obrigada a todos pela presença, e parabéns mais uma vez, deputado Marcos Martins, pela iniciativa. Para finalizar vamos ouvir a última apresentação da Corporação Musical 24 de Junho, sob regência do maestro Ricardo.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ ÂNGELO - Quero dizer que não é a última, mas a penúltima. Depois que a deputada encerrar a sessão vamos convidar todos os homenageados para virem ao palco, para cantarem junto a última, que será “Saudade Matão”. Inclusive para que os fotógrafos aqui presentes possam tirar fotos dos homenageados todos juntos. Para anunciar à penúltima, queria anunciar que em 53 a Inezita foi gravar um disco. Lembram daquele “78 Rotações”, que só tinha duas músicas? O Lado A era a “Marvada Pinga”, e faltava uma. Ela lembrou-se da música do seu amigo Paulo Vanzolini, e foi assim que surgiu a primeira gravação de “Ronda”.

 

O SR. - Em nome da nossa instituição, a Corporação Musical 24 de Junho, de Artur Nogueira, São Paulo, quero agradecer o convite tão feliz desta Casa, e a homenagem recebida por nossa instituição. Gostaria de dizer que nossa cidade está aberta para visitas de todos. Agradeço por todo o apoio que recebemos no município, do nosso prefeito Ivan Vicensotti, e quero agradecer também o deputado Cauê Macris, que já esteve várias vezes em nossa instituição, e tem dado um apoio muito efetivo para que hoje possamos atender 1075 alunos.

Gostaria muito de receber cada um de vocês em nossa cidade para conhecer um pouco mais da nossa corporação e do Projeto Retreta. E também, o convite final, se poderíamos fazer um grande coral aqui. É possível? Se eu fizer Lampião de Gás...

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JOSÉ ÂNGELO - Maestro, se me permite, queria justamente anunciar a presença da Jucimara Lins, agora em carreira solo, nossa baita cantora.

 

O SR. - Então vamos combinar o seguinte, essa que vamos tocar agora é a última. Mas se assim que acabarmos, nosso coral ficar enlouquecido, arrancar o cabelo, rasgar a roupa e falar para tocar mais uma, tocamos a final. Combinado? Vamos para a nossa última. Terminou, o que vocês têm que fazer? Gritar, pedir, rolar, rasgar a roupa do maestro, e aí tocamos a última.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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O SR. - Vocês sabem que na minha vida inteira nunca vi tanta gente fingida junto, parece sincero. Agora sim queria chamar a participação de todos os homenageados para virem aqui junto com os músicos. Dividimos o microfone, e fazemos um negócio bem legal aqui. Os que cantam, não cantam, que pintam, todos eles. Vamos fazer uma música aqui, que vai ser muito legal.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Imprensa da Casa, à TV Legislativa, às assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 32 minutos.

 

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