044ª SESSÃO
SOLENE EM
COMEMORAÇÃO DO DIA DO MAÇOM
Presidentes: CAUÊ MACRIS e ALDO DEMARCHI
RESUMO
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão.
2 - EDSON ONISHI
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa que convocara a presente
sessão solene, a pedido do deputado Aldo Demarchi,
para "Comemorar o Dia do Maçom". Convida o público a ouvir, de pé, o
"Hino Nacional Brasileiro", e o "Hino do Maçom".
Cumprimenta os presentes, parabenizando o deputado Aldo Demarchi,
proponente desta solenidade, pela tradição em homenagear os maçons. Saúda
nominalmente os maçônicos da Mesa. Destaca a atuação social da entidade.
Discorre sobre o momento político do Brasil, ressaltando o descrédito da
população para com a classe política. Pede o apoio da instituição no sentido de
se resgatar a confiança da sociedade. Reitera os parabéns ao deputado Aldo Demarchi pelo Dia do Maçom, comemorado em 20/8.
4 - ALDO DEMARCHI
Assume a Presidência. Agradece a
presença do presidente Cauê Macris.
5 - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO
Deputado estadual,
cumprimenta as autoridades presentes. Parabeniza os representantes da
maçonaria, que auxiliam, a seu ver, na construção da cidadania. Destaca a crise
pela qual atravessa o Brasil. Lamenta o número de desempregados no país. Tece
elogios aos maçons.
6 - ITAMAR
BORGES
Deputado estadual,
parabeniza o deputado Aldo Demarchi pela
iniciativa de reconhecer o trabalho da maçonaria. Faz coro ao discurso do
deputado Ramalho da Construção, no que tange à relevância do papel da maçonaria
em prol da sociedade. Dá, como exemplo, a prosperidade pela qual passou a
cidade de Santa Fé do Sul, na ocasião em que fora prefeito, ao aceitar a
contribuição dos maçons. Faz menção ao momento de crise ética, moral e
econômica pela qual passa o Brasil. Diz que os princípios da maçonaria se
tornam essenciais, visando atingir cada cidadão, em busca de melhores
resultados para a Nação.
7 - RONALDO
FERNANDES
Grão-mestre da Grande Loja Maçônica
do Estado de São Paulo, fala sobre o surgimento da maçonaria, que completa 300
anos na Inglaterra. Diz que, embora esta solenidade seja um momento de júbilo,
há de se fazer uma profunda reflexão no que tange aos problemas atuais do
Brasil. Sugere o Parlamentarismo como opção de sistema de governo. Aconselha à
valorização do voto. Cita características dos maçons, os
quais enaltece, e considera como agentes transformadores do mundo.
8 - FERNANDO
FERNANDES
Grão-mestre adjunto do Grande Oriente
Paulista, avalia que esta noite celebra a amizade dos membros maçons. Reitera,
como seus antecessores, a crise brasileira. Rememora o início de sua vida
profissional. Comenta construção de anexo em hospital de Presidente Prudente. Destaca
a igualdade e a unidade entre os maçons, o que, adita, os torna mais fortes.
9 - BENEDITO
MARQUES
BALLOUK FILHO
Grão-mestre do Grande Oriente de São
Paulo, faz menção aos ideários maçônicos que vigoram
desde o ano de 1822. Reflete acerca do zelo da entidade em busca de desígnios
maiores para a Pátria. Fala sobre a missão da maçonaria, a de edificação de
templos individuais e sociais, com base nas linhas mestras traçadas pelo grande
arquiteto do universo. Lembra os desafios da instituição, visando à volta do
equilíbrio da Nação, mais justa, ética e livre da corrupção. Defende a reforma
política, com o voto distrital misto, e o Parlamentarismo. Declara apoio ao
modelo de financiamento privado de campanhas eleitorais, exclusivamente por
pessoas físicas, amparadas por lei.
10 - PRESIDENTE ALDO DEMARCHI
Anuncia a entrega de diploma
comemorativo à GLESP, pelos 90 anos de fundação, ao grão-mestre da Grande Loja
de São Paulo, Ronaldo Fernandes. Tece elogios ao deputado Ramalho da
Construção. Saúda os componentes da Mesa. Ressalta a participação de
representantes de Rio Claro, sua cidade, nesta sessão. Agradece pela Comenda
Carlos Reis, a ele conferida, e outra, de membro honorário, recebida da Oficina
Maçônica União Paulista. Lembra a participação de membros maçons na Revolução
Constitucionalista de 1932. Ressalta o apoio da maçonaria a hospitais
filantrópicos. Parabeniza o deputado Itamar Borges por sua atuação parlamentar.
Fala de projeto que instituíra o Dia do Maçom. Demonstra orgulho por sua
trajetória maçônica, de 48 anos. Opina que para que haja desenvolvimento social
é necessário educação de qualidade, com a transmissão de valores elevados.
Ressalta a luta dos maçons pela manutenção da liberdade, baseada no respeito e
na tolerância. Afirma que construir um mundo melhor é o grande objetivo da
maçonaria, com foco na evolução de pessoas, cidades e sociedades. Comenta a
participação dos maçons na democracia. Avalia que o sucesso da entidade está em
sua capacidade de mobilização e da ação estruturada de seus membros. Lamenta
que a base da democracia esteja sendo corroída. Opina que isso ocorre em
decorrência da ignorância do povo brasileiro. Repudia que os índices de
analfabetismo ainda sejam altos. Diz acreditar que a mudança está na formação
de bons líderes, que levem o Brasil à ascensão. Questiona a atuação da
maçonaria de hoje. Conclui o discurso com três palavras para seus membros:
reflexão, decisão e ação. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON ONISHI - Boa noite a todos. Boa noite, senhoras e senhores, deputados, grão-mestres, irmãos da maçonaria, estamos hoje aqui na sessão solene que foi convocada para comemorar o Dia do Maçom. Para dar início à sessão, iremos compor a Mesa dos trabalhos.
Convido para tomar assento à Mesa o deputado Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; o deputado Aldo Demarchi, proponente desta sessão solene; Ronaldo Fernandes, o grão-mestre da Grande Loja do Estado de São Paulo; Benedito Marques Ballouk Filho, o grão-mestre do Grande Oriente de São Paulo; Fernando Fernandes, o grão-mestre adjunto do Grande Oriente Paulista; o deputado Ramalho da Construção e o deputado Itamar Borges.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Boa noite a todas e a todos. Em primeiro lugar, é um prazer muito grande recebê-los no nosso Legislativo paulista.
Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do Regimento Interno e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Gostaria de convidar todos os presentes, para que, em pé, possamos ouvir o Hino Nacional Brasileiro e o Hino Maçônico, executados pela Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento Elizeu.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
- É executado o Hino do Maçom.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em nome do nosso Legislativo, gostaria mais
uma vez de agradecer à Polícia Militar do nosso estado de São Paulo, que sempre
atende aos convites feitos por esta Casa de Leis. Muito obrigado.
Gostaria de iniciar a minha fala
saudando o proponente desta sessão solene, deputado estadual Aldo Demarchi, saudando os demais deputados presentes aqui, o
deputado Ramalho da Construção e deputado Itamar Borges. Gostaria de saudar o
Ronaldo Fernandes, grão-mestre da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo;
o Fernando Fernandes, grão-mestre adjunto da Grande Oriente Paulista; e o
Benedito Marques Ballouk Filho, grão-mestre da Gosp, Grande Oriente de São Paulo.
Senhoras e senhores, mais uma
palavra bastante breve. É comum e praxe aqui na nossa Assembleia Legislativa o
presidente da Assembleia fazer a abertura das sessões solenes e depois passar a
Presidência dos trabalhos ao proponente da sessão. Mas eu não poderia deixar de
passar ao deputado Aldo Demarchi, que foi quem fez a
proposta desta importante sessão solene, antes de dividir com cada um de vocês
algumas palavras em nome do nosso Legislativo Paulista.
Quero dizer da importância que a
maçonaria tem tido ao longo da história, desde 1822, quando, na questão da
independência do nosso país, ela teve um papel fundamental no convencimento de
D. Pedro, naquele momento, a proclamar a tão sonhada Independência. Também teve
um papel fundamental na proclamação da República, na abolição da escravatura e,
hoje, nos momentos mais atuais, nas ações filantrópicas, como manutenção de
escolas, manutenção dos hospitais e no trabalho filantrópico em si. Hoje, nós
vivemos um momento de descrédito, e precisamos da maçonaria ao nosso lado no
incentivo do resgate da confiança, no sentido do resgate da ética e da atuação
de cada um de nós dentro da vida pública.
Hoje nós vivemos um momento muito
delicado no nosso país. Estamos em um momento que é um divisor de águas, seja
na área econômica, na área política, ou naquilo que será feito para as nossas
próximas gerações. A atuação e a conscientização dentro da ética, da moralidade,
do civismo zelado, inclusive discutida dentro da maçonaria, são fundamentais
para que, nos dias de hoje, possam guiar a luz no caminho de todos os
governantes no nosso estado e no nosso País.
Eu não poderia deixar de
participar de um evento como este e de fazer essa reflexão com cada um de
vocês. Agradeço desde já todo o trabalho que é feito por cada uma das ações e
dos núcleos divididos em nosso estado de São Paulo. Muitas vezes esse trabalho
seria feito com responsabilidade do próprio Poder Público, que é ausente em
alguns momentos e faz com que atuações como a de vocês sejam necessárias. Mas, neste momento, mais do que isso, eu gostaria que toda essa
reflexão em relação a esse civismo e à moralidade dentro da vida pública,
aquilo que é pregado internamente dentro das lojas no nosso estado de São
Paulo, pudesse ser disseminada dentro da cultura daqueles homens públicos que
se colocam à disposição do povo para poder fazer o bem e fazer a diferença em
cada um de seus trabalhos.
Eu queria dizer que a nossa Casa
de Leis sempre estará aberta a todos vocês. Nós temos um respeito muito grande
pelo trabalho da maçonaria. Hoje, Aldo, dia 21 de agosto, estamos aqui para
comemorar o dia 20 de agosto, que é o “Dia do Maçom” no nosso estado de São
Paulo e no nosso País. É sempre um prazer que esta sessão solene seja no
Legislativo. Quero cumprimentar de antemão você e todos os deputados que
subscreveram junto a você para este dia. O nosso Legislativo está sempre de
portas abertas para todas as lojas maçônicas do nosso estado.
Muito obrigado. Passo neste
momento a Presidência de nossos trabalhos ao deputado Aldo Demarchi.
Uma ótima noite a todos vocês. Obrigado, gente.
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Aldo Demarchi.
* * *
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Agradeço ao nosso presidente, Cauê Macris, pela presença e por
oficialmente dar abertura a esta sessão solene, que representa realmente a Casa
do povo, a Assembleia Legislativa. Anuncio a guarda-marinha Cibele, neste ato
representando o comandante do 8º Distrito Naval, almirante Antônio Carlos
Soares Guerreiro, a quem nós agradecemos. Convidamo-la, então, para fazer parte
da Mesa.
Passo
a palavra ao nosso mestre de cerimônias.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON ONISHI – Sr. Presidente, faço o uso da palavra para fazer o registro das autoridades maçônicas aqui presentes: grão-mestre adjunto do Grande Oriente de São Paulo, Kamel Aref Saab; Dr. Jurandir Vasconcelos, grão-mestre de honra do Grande Oriente Paulista; Salim Zugaib, grão-mestre da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo, representando a Abeta, Associação Brasil Transparente; Roque Cortez Pereira, secretário de relações públicas do Grande Oriente de São Paulo; Cláudio Silva, secretário de transportes e hospedagem do Grande Oriente de São Paulo; Jari Rodrigues da Silva, grande representante da Grande Loja Maçônica do estado de Pernambuco; Armando da Silva Filho, grande secretário de entidades paramaçônicas da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo; Nilton Caccáos Júnior, fundador do Movimento Avança Brasil, representante do Shriners International e membro do Grande Oriente Paulista; Alexandre Pompeu, vice-presidente do Ilesp, Instituto de Lideranças Empresariais do Estado de São Paulo; Celso Ranucci Júnior, Grande Oriente de São Paulo, secretário adjunto de Cultura e Educação maçônica; Aleksandro Alencar, coordenador do Geap no Grande Oriente de São Paulo; Cláudio Roberto da Silva, secretário de transporte e hospedagem do Grande Oriente de São Paulo; Adriano Grandur, presidente do Tribunal Eleitoral do Grande Oriente de São Paulo; Valderez Ballouk, presidente da Frafem, Fraternidade Feminina do Grande Oriente de São Paulo; Nilson Ricardo, vice-presidente da Abracam e representante da Geap na Glesp; José Carlos Chibily, representando aqui o nosso irmão, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim; e Felipe Farah, representando o nosso irmão também, o deputado estadual Antônio Salim Curiati.
Eu gostaria de registrar também as manifestações e os cumprimentos do nosso vice-governador e secretário de Desenvolvimento, Dr. Márcio França; as manifestações e os cumprimentos da presidente do Fundo Estadual de Solidariedade, D. Lu Alckmin; a manifestação do Dr. Wilson Fernandes, presidente do Tribunal Regional de Trabalho da Segunda Região; Dr. Gianpaolo Poggio Smanio, procurador-geral de Justiça; Dr. Silvio Hiroshi Oyama, presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo; Dr. Rodrigo Garcia, secretário de Habitação do Estado de São Paulo; secretário Helcio Tokeshi, secretário da Fazenda do Estado de São Paulo; Dra. Linamara Rizzo Battistella, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo; e, também, a manifestação do prefeito do Município de São Paulo, João Doria. Registro os cumprimentos da Loja Maçônica Inconfidência Botura, 330, de Indaiatuba; da Loja Marco Aurélio Bloomer, 581; e finalmente, da augusta Loja Maçônica Templários de Sangue Real, 577. Feito o registro, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Muito obrigado. Eu gostaria só de
comunicar aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo
pela TV Web e será transmitida pela TV da Assembleia
no próximo sábado, dia 26 de agosto, às 23 horas, pela NET, no canal 7 digital,
canal 612 e pela TV Vivo, canal 9.
Nós
gostaríamos, para iniciar os pronunciamentos, de ouvir o nosso colega, irmão,
deputado Ramalho da Construção.
O SR. RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Boa noite a todos e a todas. Cumprimento o nosso deputado Aldo Demarchi, proponente desta sessão, e o nosso grande
deputado Itamar Borges. Cumprimento os nossos grão-mestres, Ronaldo Fernandes,
Benedito Ballouk, adjunto Fernando Fernandes e a
nossa Cibele. Parabenizo a todos os irmãos pela comemoração deste grande dia, o
“Dia do Maçom”. Como disse aqui o nosso presidente Cauê,
a maçonaria está sempre presente na construção de uma cidadania justa e
perfeita, e hoje, mais do que nunca, meus irmãos, principalmente as grandes
autoridades, grão-mestres, o Brasil e o mundo precisa da maçonaria.
Estamos vivendo talvez a crise
mais longa que eu conheço no Brasil. Falam de 1929, mas, como não era nascido
em 29, eu quero falar pelo menos dos anos 50 para cá. E essa tem sido uma crise
longa, em que temos observado uma imensidade de empresas
quebrando, 14 milhões de trabalhadores que perderam o emprego, outros sete
milhões vivendo de subemprego, e outros cinco milhões que nem procuram mais
emprego. O Brasil passa por grande dificuldade nas áreas da Saúde, Educação e
Segurança Pública. Por isso, os irmãos da maçonaria anoitecem e amanhecem
construindo de verdade. Sou um operário da construção civil e tenho um orgulho
imenso, deputado Demarchi, de estar hoje na
maçonaria, sendo um pedreiro, um ajudante na construção de um Brasil melhor,
uma sociedade melhor. Mas, creio que todos nós nos espelhamos na maçonaria.
A maçonaria, como disse o Cauê, no Brasil, desde 1922, é reconhecida em qualquer
parte do mundo. Tenho um exemplo de quando eu visitei a Europa, no ano passado
- em especial, Londres -, por conta dos ataques que tinham na Europa,
acontecendo na França. Deputado Itamar Borges, eu estava acompanhado de mais
três pessoas e, por conta daquela exigência enorme, como sempre, procurei ser
organizado nas minhas coisas. Levei toda a documentação e ali estava a
documentação de hotel, de passagem, mas entre elas tinha um pequeno documento,
uma pequena quantia de dinheiro que levava e que tinha o símbolo da maçonaria.
O irmão, quando percebeu, simplesmente fechou os documentos e me convidou para
tomar um café durante a semana na casa dele.
Então, isto é a maçonaria:
aqueles que acreditam e que levam o irmão para casa. A maçonaria está sempre
colaborando, em todas as lojas, cada uma com seu tamanho, com as suas
possibilidades, para cuidar do idoso, para cuidar das crianças, para cuidar dos
mais necessitados, mas, principalmente, para que possamos ter um Brasil melhor,
um Brasil que realmente volte aos tempos em que a educação vinha do berço,
construída entre a família. A maçonaria é uma grande família. Por isso, mais
uma vez, quero parabenizar o Aldo Demarchi por esta
iniciativa. É um grande deputado, grande parlamentar, ao lado, aqui, do Itamar
Borges. Cumprimento todos os grão-mestres, veneráveis, que há anos têm dedicado
suas vidas e seus trabalhos, na construção de uma família melhor, da cidadania,
através da maçonaria. Mando um grande beijo a todos os irmãos, a todas as
cunhadas e aos sobrinhos do nosso Brasil.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Em seguida, teremos a satisfação de ouvir
nosso colega, deputado estadual, irmão Itamar Borges.
O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - Muito boa noite a todos e a todas. Quero,
querido colega e presidente desta solenidade, deputado, irmão, Aldo Demarchi, parabenizá-lo por mais esta iniciativa, já
tradicional nesta Casa, que presta homenagem, reconhece o valor da maçonaria e
do maçom para o estado e para o povo paulista. Portanto, deputado Aldo Demarchi, esta sua iniciativa, como disse o colega Ramalho
da construção, que eu quero cumprimentar e saudar também,
mostra o quanto esta Casa tem que cumprir a sua missão, que é
reconhecer, dar as mãos, buscar o apoio e a orientação da principal instituição
deste Estado. A maçonaria se destaca neste papel e nesta condição. Portanto, mais
uma vez, deputado Aldo Demarchi, o seu exemplo como
parlamentar e como irmão se traduz em tantos exemplos bons que nós temos e
recebemos do seu belo mandato como deputado estadual. Parabéns, mais uma vez,
por propor, aqui, esta comemoração do “Dia do Maçom” na maior Casa do Povo
estadual deste País, que é a Assembleia Legislativa do estado de São Paulo.
Cumprimento e saúdo, aqui, a loja
maçônica, o grão-mestre da nossa grande loja, representada pelo Ronaldo
Fernandes. Saúdo, aqui, também, o GOP, o Grande Oriente Paulista, representado
pelo grão-mestre Fernando Fernandes. Saúdo, da mesma
forma, a nossa Cibele, que está aqui, representando a Guarda Civil
Metropolitana. Saúdo o Gosp, Grande Oriente de São
Paulo, representado pelo Benedito Marques Ballouk Filho.
Permita-me esta breve introdução, grão-mestre Ballouk.
São Paulo está prestes a emprestar para o Brasil a sua história, a sua
contribuição, para que possa, como soberano grão-mestre do GOB, com a bênção de
nosso Arquiteto do Universo, conduzir com maestria, como tem feito em todos os
momentos que passaram e neste momento, os destinos do Grande Oriente do Brasil.
Que possa o nosso Arquiteto não só orientá-lo e iluminá-lo, mas também nos
conduzir, para que, de mãos dadas com nosso grão-mestre, façamos a nossa parte.
Que lá esteja, nos dirigindo, nos comandando e sendo nosso soberano, com sua
maestria que sempre teve. Desejo muito sucesso nessa empreitada.
Permitam saudar todos os demais
irmãos aqui presentes, saudando o nosso grão-mestre adjunto do Gosp, o Kamel Saab.
Assim, estendo meu cumprimento a todos os demais irmãos. Permitam-me, assim,
estender este cumprimento. É claro que
saúdo nossas mulheres. Saúdo a presença de cada uma das nossas cunhadas,
cumprimentando a Valderez Ballouk,
que é presidente da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul. São brevíssimas
palavras, mas eu não poderia deixar de falar duas coisas. Uma é o importante
papel que cada um dos irmãos e a maçonaria exercem. Eu vivi isso, como prefeito
que fui, em Santa Fé do Sul, antes de ser maçom. Depois, como maçom, iniciado em 93, pude experimentar o quanto o
município ganha quando ele se abre para receber as orientações e a contribuição
da maçonaria.
Aqui
na Assembleia, tive um privilégio. Por uma inspiração dos irmãos de Sorocaba, o
Cláudio e todos os nossos irmãos chegaram a mim com a proposta de trazer de
volta o projeto de lei, por meio do qual pudesse se tornar lei a implantação na rede pública estadual da disciplina
esquecida. Eu, quando estudei, tinha, lá, Educação Moral e Cívica, estudo dos
problemas brasileiros, que é a tradicional disciplina de cidadania. O projeto
de lei já passou por duas comissões nesta Casa. Caminha com o apoio do deputado
Aldo Demarchi. Caminha com o apoio do deputado
Ramalho e de tantos outros colegas desta Casa. Estou muito convicto de que, em
breve, mais esta contribuição da maçonaria vai se instalar na rede pública
estadual e trazer esse exemplo para os demais estados e
para todo o Brasil.
Por fim, quero dizer que, neste
momento de crise ética e moral, de crise econômica, de dificuldade, de
necessidade de superação, mais do que nunca, a maçonaria se torna ainda mais
importante, ainda mais necessária para a superação de todos esses problemas. Os
princípios da maçonaria se tornam fundamentais para que se possa, cada vez
mais, através das nossas lojas, dos nossos irmãos, da maçonaria brasileira e da
maçonaria de São Paulo, chegar a cada uma das sociedades, a cada um dos cidadãos
- em especial, neste trabalho fantástico iniciado aqui, em São Paulo, do nosso Geap, Grupo de Estudos de Ação Política. É através de ações
como essa e de seus resultados que se instala a nossa esperança, a nossa
confiança de que a retomada do Brasil será em caminhos como este. Mais uma vez,
a maçonaria se destaca. Portanto, eu finalizo dizendo que esta homenagem é
apenas um grão de areia perto daquilo que a maçonaria merece receber, para
reconhecer seu importante trabalho.
Parabéns à maçonaria. Parabéns
aos maçons. Parabéns a cada um dos irmãos, que, com certeza, representam aquilo
que há de melhor na sociedade deste Estado do nosso Brasil. Boa noite a todos. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Vamos ouvir agora as autoridades maçônicas,
iniciando com o pronunciamento do grão-mestre da Grande Loja de São Paulo,
Ronaldo Fernandes.
O SR. RONALDO FERNANDES - Boa noite a todos. Gostaria de saudar algumas autoridades aqui presentes, e em nome destes, estender o meu abraço fraterno a todos vocês que estão presentes nesta noite. Primeiro, gostaria de saudar o excelentíssimo, meu querido e fraterno irmão, Aldo Demarchi, deputado estadual, meu grande amigo de Rio Claro; o excelentíssimo senhor Itamar Borges, deputado estadual, meu querido irmão; o excelentíssimo senhor Antônio de Souza Ramalho, meu fraterno e querido irmão também; o eminente grão-mestre estadual, irmão Benedito Marques Ballouk Filho, do Grande Oriente de São Paulo, nosso eterno parceiro e também o sereníssimo grão-mestre adjunto, Fernando Fernandes, representando hoje Pascoal Marracini, ambos meus irmãos queridos. Saúdo também a Cibele, aqui representando o comandante do 8º Distrito Naval, muito obrigado.
Prezados irmãos, cunhadas e convidados, estamos aqui mais uma vez nesta Casa de Leis por convite deste querido e fraterno irmão - deputado estadual Aldo Demarchi - para juntos celebrarmos o dia do maçom, comemorado no dia 20 de agosto. A maçonaria vive um momento ímpar de uma história construída através de gerações e gerações. Na Inglaterra, se comemora os 300 anos da maçonaria regular. No Brasil, assim como na grande loja maçônica do estado de São Paulo, outras também festejam seus 90 anos ou mais de fundação. O Grande Oriente, por exemplo, completou 195 anos da sua fundação, e o Grande Oriente Paulista, 36 anos comemorados recentemente também de sua fundação. Levaríamos horas incontáveis se fôssemos relembrar os fatos citando nome de maçons que alicerçaram na construção da maçonaria e deste Brasil.
O momento agora é de festa, de júbilo, porém de profunda reflexão. Como construtores sociais, agentes de transformação, temos que promover mudanças internas e externas. É preciso selar um pacto, temos que nos organizar, unir forçar, cobrar ações nos desmandos, estancar o desvio de verbas destinadas à Saúde, Segurança e Educação para projetos de cunho pessoal e muitos deles destinados a contas no exterior. Exigir reforma política - quem sabe o parlamentarismo - e principalmente valorizar o voto.
Essas mudanças tão discutidas em redes sociais serão efetivadas quando os maçons, como os aqui reunidos nesta noite, tiverem vontade de promovê-las. Que outra organização pode fazer isso no mundo povoado de conflitos? Somente a maçonaria. Repito a frase de Thomas Jackson proferida na conferência dos grão-mestres recentemente em Madagascar: “Não é a maçonaria que vai mudar ou transformar o mundo; a maçonaria muda o homem, e o homem muda o mundo”. (Palmas.)
Somos encorajados pelos valores adquiridos quando nos reunimos em loja, na preservação de nossa ritualística, na presença constante e valorização da família, no trabalho árduo em desbastar as imperfeições do homem, para que esta realidade se concretize.
Faz-se necessário manter os irmãos motivados e capacitados em nossos augustos mistérios, uma vontade incontrolável de crescimento interior, mas acima de tudo, exige um coração fraterno compromissado com o próximo e alicerçado na crença que nos move que é o Grande Arquiteto do Universo. A nossa história nos habilita a cobrar mudanças. É necessário promover mudanças fundamentais dentro de nossa própria instituição e neste País. Só assim teremos um País mais justo e igualitário para todos.
Muito obrigado, um beijo no coração de cada um.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Usará a tribuna agora, o excelentíssimo
grão-mestre adjunto do Grande Oriente Paulista, nosso irmão Fernando Fernandes.
O SR. FERNANDO FERNANDES - Excelentíssimos deputados, caríssimos irmãos, Aldo Demarchi, Itamar Borges - que deu uma saidinha, irmão Ramalho, boa noite.
Boa noite aos queridos e muito estimados irmãos Ronaldo Fernandes, Benedito Marques Ballouk e à excelentíssima senhora Cibele, Guarda-marinha - representando o comandante do 8º Distrito Naval. É uma satisfação muito grande ter uma representante das Forças Armadas aqui. O mundo está mudando, meus irmãos. O mundo está mudando muito depressa. Seja muito bem-vinda.
Em primeiro lugar, eu gostaria de pedir desculpa a todos, porque eu não trouxe um discurso. Mas esta noite vem para celebrar a nossa amizade, a nossa predisposição em trabalhar para o nosso futuro. Nós estamos meus queridos irmãos, Aldo e Ramalho, atravessando - como vocês disseram - momentos muito turbulentos. Em todos os cantos de nosso País, das nossas ruas, são momentos tenebrosos. Charles Dickens, em um dos seus contos, escreveu: “Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos”, mostrando a balança eterna da fortuna nos nossos caminhos.
Mas, apesar de estarmos no pior dos tempos aí na rua - nós temos medo de uma criança de 12 anos que bate no nosso vidro para pedir uma bala - mas é o melhor dos tempos, por isso que viemos celebrar aqui a nossa amizade, a nossa predisposição em mudar, dentro e fora da nossa ordem, com o nosso exemplo, com a nossa vontade, com o nosso carinho. O Grande Oriente Paulista é o caçula aqui, e eu também, obviamente, caçula dentre os três, mas eu tenho que dar o meu testemunho da amizade com que esses dois grandes irmãos sempre nos receberam e sempre nos ensinaram, o querido irmão Ronaldo Fernandes, e meu querido irmão Ballouk.
Apesar de eu ser o caçula, desde muito cedo eu aprendi a seguir o exemplo da maçonaria, eu fui empregado de Francisco Rorato - empregado de carteira assinada - e desde aquela época, aquele senhorzinho franzino nos ensinava a verdadeira amizade, ensinava a fortaleza do seu caráter, mudando a cada passo, mudando a cada momento naquilo que nós deveríamos nos posicionar na vida. A maçonaria, no interior, meus irmãos, temos algumas divisões administrativas entre nós, representadas aqui pelas três potências, mas temos que celebrar no dia 20 de agosto o Dia do Maçom como verdadeiro dia da nossa amizade.
Só para citar um pequeno exemplo, eu fiquei extremamente impressionado na cidade de Presidente Prudente. Não foi o Grande Oriente Paulista, não foi o Grande Oriente de São Paulo e também não foi a Grande Loja do Estado de São Paulo. Foram os irmãos das três potências - unidos - que construíram com os seus braços, com os seus recursos, com os seus esforços, um hospital do câncer em um terreno baldio, anexo à Santa Casa de Presidente Prudente. (Palmas.)
É este exemplo que eu celebro nesta noite, como exemplo da verdadeira amizade. Meus queridos irmãos, que o Grande Arquiteto do Universo continue a nos iluminar, e, sobretudo, que nos dê clareza e sabedoria para entender o verdadeiro valor de todos esses irmãos aqui, do mais humilde ao mais rico, ao mais poderoso, nós somos iguais, e, sobretudo, unidos, nós somos mais fortes. Muito obrigado, meus irmãos.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Nos dará a honra agora, para fazer uma
mensagem diretamente da tribuna da Casa do Povo, o representante da potência
mais antiga do estado de São Paulo, grão-mestre do Gosp,
do Grande Oriente de São Paulo, Benedito Marques Ballouk
Filho.
O SR. BENEDITO MARQUES BALLOUK FILHO - Meu querido irmão e amigo Aldo Demarchi, que pelo vigésimo segundo ano traz a esta Casa de Leis os ideários maçônicos e faz com que todos possam, em uma única corrente, perceber o tamanho e a grandeza desta sacrossanta instituição, sediada em nosso País desde 1922. Gostaria de saudar o meu querido Fernando Fernandes, grão-mestre adjunto do Grande Oriente Paulista; o meu querido amigo, irmão, parceiro, Ronaldo Fernandes, muito bom estarmos juntos aqui; o meu irmão Ramalho, meu querido irmão e amigo de tantos e tantos anos; e a Cibele, representando aqui as Forças Armadas, em especial o 8º Distrito Naval. Quero cumprimentar todos os meus irmãos maçons na pessoa do meu parceiro, do meu amigo, do meu confidente, Kamel Aref Saab, e não tão menos, a minha querida esposa, Valderez Ballouk, presidente da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul.
Caríssimos irmãos, hoje eu não vou correr o risco do improviso, até porque se amanhã tiver que ficar registrado aquilo que nós possamos aqui discursar, o papel ajuda a nos defender, está certo, Aldo?
Caríssimos irmãos, nobres amigos, cidadãos de São Paulo e, por que não dizer, do Brasil. Daqui desta morada histórica da democracia paulista, nós, homens livres e de bons costumes, e acima de tudo, cidadãos zelosos pelos melhores desígnios de nossa pátria, entoamos em vós, em homenagem aos valores angulares que deitam suas luzes por toda a civilização. A maçonaria, há séculos, busca a edificação dos templos, individuais e sociais, guiada de acordo com as linhas mestras traçadas pelo Grande Arquiteto do Universo, tendo por ferramenta primordial a eterna busca da liberdade, da igualdade, e, sobretudo, da fraternidade.
Avançamos com vista, sim, a utopia. Não aquele ideal distante e abstrato, mas um sonho concreto, tangível e realizável que nos move permanentemente em direção ao progresso nacional. Hoje o Brasil atravessa uma imensa crise moral, onde a ética se transformou em intervalo para anunciar a próxima contravenção destinada à nação deste País. Não houve um só momento em nossa história em que a maçonaria se ausentou de agir em defesa da nação, somos como o vento, em alguns rostos batemos e incomodamos, e em outros, refrescamos. Mas somos livres na defesa do civismo e da ética nacionalista.
Em adversidades, meus irmãos, onde a nossa pátria ficou à deriva, lá estávamos nós de maneira subliminar, atuando diretamente para transformar o desafio em vitória. Não somos de contar ou bradar as nossas realizações, somos de inseri-la na história e defender os direitos do nosso povo. Neste momento, estamos mais presentes do que nunca, buscando a volta do equilíbrio desta nação, cada um de nós envolvido de corpo e alma nessa causa que nos requisita, teremos um Brasil justo, honesto, ético para o seu povo, queremos uma nação livre da corrupção e de suas consequências maléficas. Queremos que as nossas famílias possam caminhar livremente pelas ruas com segurança, queremos que os nossos jovens possam alçar seus voos e seus sonhos, com fraternidade e igualdade, queremos ser o braço amigo que irá amparar tudo aquilo que é cívico e democrático a este País maravilhoso e a este povo sem igual. Queremos que nossas ações de hoje possam orgulhar as gerações futuras e aqueles que confiam em nosso trabalho como obreiros do bem e defensores incansáveis do que é justo e perfeito.
Trabalhando por um futuro ideal, é necessária a reforma política que coloque a vontade popular, cada vez menos ecoada nos corredores do governo, de volta ao centro decisório do poder nacional, é evidente que a crise atual, potencializada que foi pelo vigente sistema político-eleitoral, grande gerador do descompasso entre as vozes populares e parlamentares, só pode ser solucionada pelo resgate da dignidade e pelo exercício da recuperação dos valores pátrios e cidadãos.
Hoje, a retomada do caminho em que a pluralidade dos clamores sociais encontra em plena ressonância do parlamento, desta maneira, serão incluídos, na seda democrática, todos aqueles há muito excluídos, seja pela falta de oportunidades, seja pela falta de confiabilidade nos rumos contemporâneos. Ainda não se concebe como possível uma quadra em que a responsabilidade fiscal impera que sejam desviados recursos dos mais imprescindíveis serviços públicos, para manutenção do jogo eleitoral, tendo como claro viés a manutenção de velhas oligarquias que tanto sangram nossa pátria, o Brasil.
É assim que se impõe a transição ao modelo parlamentarista de governo, em que o chefe de governo, oriundo do próprio parlamento, divide com este a responsabilidade pela execução governamental, imunizando-se das chantagens correntes no universo da política. Entretanto, esta sistemática só encontrará alguma viabilidade se acompanhada do voto distrital misto, em que o eleitorado nacional dividir-se-ia em 257 distritos, por volta de 565 mil eleitores cada. Sendo as outras 256 cadeiras ocupadas pelas regras da proporcionalidade eleitoral, acompanhada de uma subjacente e efetiva cláusula de barreira, cláusula de desempenho, desestimulante ao surgimento de legendas de aluguel, bem como o fim da possibilidade de coligações partidárias nas eleições realizadas sob a égide da proporcionalidade para fins de atingimento do coeficiente eleitoral.
Com a extinção de todo e qualquer financiamento público às campanhas, seja na forma de fundo, como partidário e de financiamento à democracia, seja na roupagem de subvenções, como as isenções tributárias no tocante às propagandas eleitorais gratuitas de rádio e TV, mas mantendo-se o financiamento privado, exclusivamente por pessoas físicas, limitadas por lei, haverá uma grande movimentação fortalecedora dos partidos, já que serão obrigados a se aproximar da população, sob o risco de enfraquecimento e extinção, que destoante de qualquer ideologia minimamente popular, resguardamo-nos no direito de permanecer vigilantes, contra qualquer iniciativa que possa prejudicar o luminoso caminhar brasileiro.
Agradecemos e colocamos à disposição para o diálogo franco em busca das melhores iniciativas para a população nacional, porque a maçonaria pode, a maçonaria é vigilante, a maçonaria é ativa e participa desta Pátria como sempre participou durante esses dois séculos de existência, muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Pela sequência, eu gostaria de saudar os
componentes da Mesa, meu colega deputado estadual Ramalho da Construção,
literalmente da construção.
Gostaria aqui de fazer uma menção
especial às nossas maiores autoridades maçônicas paulistas,
nosso sereníssimo grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo,
Ronaldo Fernandes; grão-mestre adjunto do Grande Oriente Paulista, Fernando
Fernandes; excelentíssimo grão-mestre do Gosp, Grande
Oriente de São Paulo, Benedito Marques Ballouk, e
também agradecer a participação da guarda-marinha Cibele, que neste ato
representa o comandante do 8º Distrito Naval, o almirante Antônio Carlos Soares
Guerreiro. Gostaria de agradecer imensamente a presença de todos os irmãos, as
cunhadas, principalmente aqueles que se deslocaram do interior para chegar
aqui, inclusive da minha terra, Rio Claro. Eu sei que, para chegarem aqui neste
horário, em uma segunda-feira, têm que sair de lá mais cedo, mas agradeço imensamente.É com muita alegria que recebemos todos aqui.
Antes de
iniciar a minha fala, peço licença, a permissão de todos, para fazer a entrega
de um diploma de reconhecimento desta Casa de Leis, da Assembleia Legislativa,
a Casa do Povo, à Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo, pela comemoração
de 90 anos de fundação dessa respeitável instituição, que tanto fez e ainda faz
pela defesa da nossa democracia e pelo progresso da sociedade do nosso estado e
do nosso Brasil.
Aproveitando, sereníssimo
grão-mestre, quero agradecer a comenda que recebi por esses 90 anos - comenda
Carlos Reis, que foi o primeiro grão-mestre da Grande Loja do Estado de São
Paulo - que foi a mim conferida e também ao nosso colega Ramalho da Construção,
muito obrigado.
Na questão da defesa da
democracia, quero somente citar um fato, que por si só explica a saga dos
maçons paulistas. Para preservar esse valor inestimável para o desenvolvimento
social, foi a loja União Paulista, que é filiada à
Grande Loja do Estado de São Paulo - da qual eu inclusive faço um registro aqui
- que me proporcionou pessoalmente um orgulho enorme na minha carreira
maçônica.
Ela iniciou um filho meu há 16
anos atrás na sublime ordem. Agradeço imensamente aqui o proponente. Depois de
13 anos, ele acabou sendo venerável daquela loja, da União Paulista.
E também, muito obrigado por ter
recebido um título de membro honorário daquela oficina, tudo isso me enche de
orgulho porque faz parte, evidentemente, da minha história maçônica, que já tem
48 anos.
E quando eu falo que é agradável fazer parte
da história de uma oficina como a União Paulista, é porque ela é um dos polos
principais da Revolução Constitucionalista de 32, quando o povo de São Paulo se
insurgiu contra a ditadura de Getúlio Vargas, para exigir que fosse elaborada
uma constituição nacional, e o retorno do Brasil a um regime democrático.
Que papel bonito. Isso porque
líderes daquele movimento, entre eles Júlio de Mesquita Filho, o seu grande
líder civil, eram membros da loja da União Paulista, daquela oficina.
Na
questão social, evidente que os membros da Grande Loja, em conjunto com os
nossos irmãos das outras duas potências que aqui são representadas nestes 90
anos da Grande Loja, têm uma importante e reconhecida atuação no que se refere
ao auxílio e provimento a incontáveis instituições sociais em todas as áreas,
destacando-se na Assistência Social e na Saúde, principalmente.
Os maçons têm relevante
participação na manutenção de diversos hospitais filantrópicos e de Santas
Casas em nosso estado. Em particular, o Hospital de Olhos de Sorocaba, o
Hospital do Câncer de Barretos, o Hospital Próvisão
de São José dos Campos, que funcionam maravilhosamente bem.
Fazendo esta pausa, então, eu
gostaria de pedir aos sereníssimos grão-mestres, tanto o nosso irmão Ballouk, e do Grande Oriente Paulista, o nosso irmão
Fernando Fernandes, que é o grão-mestre adjunto, para que, por favor, entreguem
ao nosso grão-mestre da Grande Loja um diploma de reconhecimento desta Casa aos
90 anos de trabalhos bem sucedidos daquela instituição.
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Desculpa, Itamar, vou citar seu nome
também. É que você faz um belo trabalho que nos ajuda bastante aqui na Casa.
Presidiu recentemente o 36º aniversário do GOP. Fazer menção à
sua atuação aqui também é um orgulho para nós.
O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - Dizeres do diploma de reconhecimento: “A Mesa Diretora
da Assembleia Legislativa de São Paulo, na data em que se comemora o Dia do Maçom,
confere o presente certificado de reconhecimento à Grande Loja Maçônica do Estado
de São Paulo pelos 90 anos de fundação e pelos relevantes serviços prestados em
prol da sociedade paulista por esta nobre instituição que, por meio de seus
membros, realiza significativos serviços à frente de muitas entidades de
benemerência e assistência social em nosso estado. São Paulo, 21 de
agosto de 2017”.
Assinam deputado Cauê Macris, presidente; deputado
Luís Fernando Ferreira, 1º secretário, e
deputado Estevam Galvão, este nosso irmão, 2º secretário.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Meus irmãos, os deputados do estado de São
Paulo, onde se encontram, sem dúvida nenhuma, mais da metade de todos os maçons
do Brasil, reconhecendo a importância histórica e social dos maçons, aprovaram
aqui, em 1983, o Projeto de lei nº 3.889, que instituiu o “Dia do Maçom”.
Confesso que cheguei nesta Casa
há 23 anos e esta comemoração não existia há muito tempo. Existia a data, e eu
quero fazer uma menção justa a dois grão-mestres que me incentivaram e me deram
todo o apoio nesses 22 anos em que fazemos esta sessão, que é o ex-grão-mestre Salim Zugaib, da
nossa Grande Loja, e também o ex-grão-mestre Jurandir
Vasconcelos, do nosso GOP.
Itamar e Ramalho, aqui no
Parlamento Paulista, creio ser eu, com meus 48 anos de atividade maçônica, o
deputado com maior tempo como membro dessa ordem iniciática
e filosófica denominada maçonaria. Iniciado em 1969, aprendi nas hostes da
maçonaria, entre outras coisas, que o progresso de qualquer sociedade depende,
entre tantos requisitos, da educação, da liberdade, do respeito, do trabalho, e
da tolerância.
Nesse sentido,
preconiza a doutrina maçônica que, para o desenvolvimento pessoal dos
indivíduos e, decorrente disso, para o desenvolvimento social, é necessário que
o cidadão tenha uma educação de qualidade, onde um dos atributos principais é a
transmissão de valores morais elevados, que insere nas pessoas um comportamento
de respeito a um estamento legal e social, em
especial com o seu semelhante.
Havendo esse
comportamento social respeitoso, obviamente, encontraremos a natural tolerância
entre as pessoas, principalmente porque isso permite a existência de uma
sociedade livre e impregnada de bons costumes, e o mundo reconhece isso, e de
uma forma mais ampla, reconhece também a contribuição da maçonaria universal
para o progresso da humanidade, tanto nos aspectos científicos como
filosóficos, como na luta pela manutenção da liberdade dos indivíduos, baseada
no respeito e na tolerância.
Eu mesmo, em todos esses anos de
convivência ininterrupta dentro do ambiente maçônico, não só reconheço como
comprovo os valores dessa nobre doutrina, voltada para o ensinamento e para a difusão
de uma filosofia progressista, humanista, que se for seguida com determinação,
pode nos conduzir a um mundo mais justo, fraterno e perfeito.
Dito isso, ainda não fica claro
para muitos os objetivos da maçonaria e para procurar esclarecer esse ponto, posso
dizer que essa ordem iniciática e filosófica que tem
a grande obra de construir um mundo melhor, inicia sua
ação utilizando-se da sua doutrina e de seus valores com o trabalho para
construir pessoas melhores, comunidades melhores, sociedades melhores, tudo
isso nessa mesma ordem. A maçonaria, os maçons, fruto dessa instituição,
durante a história, conseguiu cumprir seus objetivos em todos os quadrantes do
mundo, de norte a sul, de leste a oeste. Haja vista, como já dissemos,
o grande reconhecimento que ela detém. Os maçons sempre se destacam na
construção, constituição e proteção de sociedades democráticas, baseadas nos
valores de liberdade, na igualdade e nos bons costumes.
No Brasil, não poderia ser
diferente. Os maçons são sempre participativos de todos os movimentos
libertários e de defesa à democracia de nossa história. E como fizeram isto?
Como conseguiram influir tanto na história da
civilização, a ponto de se tornarem uma lenda? Isso é muito fácil de responder.
Conseguiram tamanha projeção por meio do conhecimento, da organização, da
disciplina, da sagacidade e principalmente pela capacidade de mobilização e
ação estruturada de seus membros. Esses atributos começaram a ser arquitetados
desde 1717, com a instituição da Grande Loja da Inglaterra. A maçonaria mundial
começou a se estruturar de maneira padronizada e se expandir por todo o mundo,
com uma uniformidade invejável e sem precedente até então.
Dessa forma, seus ideais foram
levados para todos os lados do planeta e serviram para mudar, revolucionar o
mundo. Tal revolução resultou em mudanças de regimes de governos e até no
nascimento de inúmeros países, tudo inspirado nos ideais da liberdade e da
democracia. Até a democracia moderna tem a mão de um maçom. Montesquieu, embora
francês, foi iniciado na maçonaria quando passou pela Inglaterra e, após essa
estada, e por volta de 1740, escreveu sua grande obra, a principal obra dele,
“Do espírito das leis”, onde consolida os conceitos vigentes até o presente, de
um governo democrático, onde o Poder é dividido em três esferas: o Executivo, o
Legislativo e o Judiciário. E se a gênese dos princípios da democracia moderna
teve a mente e a mão de um maçom, o nascimento de inúmeros países também a
tiveram, principalmente no nosso continente, o continente americano.
Desde a independência dos Estados
Unidos, o primeiro país no mundo a adotar o sistema republicano de governo,
espalhando-se pela formação de novos países da América Latina, nos séculos
XVIII e XX, também contaram com uma destacada
participação de membros da maçonaria. Além de participarem de movimentos
literários e de implantação de regimes democráticos em inúmeras localidades do
mundo, os maçons, quando constatavam ameaças, também atuavam na defesa da
democracia e da liberdade, combatendo incansavelmente a tirania, a injustiça e
a corrupção.
E o Brasil? Isso também ocorreu
no Brasil? A resposta é sim e nesse pronunciamento vou me abster de discorrer
sobre isso, porque já o fiz por vários anos aqui nesta mesma Casa em sessões
como esta. Já abordamos essa história, já citamos exaustivamente,
detalhadamente, todos esses fatos. Entretanto, ao analisarmos a situação atual
do nosso País, como foi bem dito nesta tribuna hoje, podemos notar que aqueles
valores idealizados pela doutrina maçônica para existência de um verdadeiro
estado democrático estão ameaçados. Não preciso recapitular nada porque essas
ameaças estão sendo noticiadas diariamente na mídia.
Exemplos de impunidade, desmandos
e uma enorme gama de acontecimentos mostram àqueles instruídos, como devem ser
os maçons, que a base da democracia, que são os elevados valores morais, está
sendo corroída por pessoas que se valendo de autoridades ou influência fazem
uso disso para se locupletarem, favorecerem seus apaniguados
por meio de desmandos e da corrupção. Lava Jato, Zelotes, e diversas outras
ações de órgãos ligados ao sistema judiciário tentam mitigar a corrupção
endêmica que assola o País. Porém, a sociedade como um todo, embora atônita,
mesmo vendo tudo que está acontecendo e tudo mais que está sendo desvendado
ainda, continua prostrada ante a todo esse mal e se submetendo àqueles que,
mesmo denunciados, se mantêm investigados e investidos nas autoridades de seus
cargos.
E por que isso está acontecendo
em nosso País? A resposta a essa pergunta também não é nada difícil. Isso
ocorre porque, embora o Brasil seja uma das dez maiores economias do mundo,
pode ser considerado um dos países com o maior número de ignorantes, haja vista
que 70% da nossa população é considerada de
analfabetos funcionais, o que dificulta enormemente a consolidação de uma
democracia verdadeira, com igualdade e liberdade plena.
Essa situação
faz com que, pela ignorância do povo, existam obstáculos institucionais para o
surgimento de novas lideranças, e para a aeração das instituições, resultando
em um estado viciado e burocrático, que em vez de servir a sociedade como seria
sua missão, castiga e explora o povo em benefício de poucos imorais e corruptos
que se perpetuam no poder, sem a existência de uma oposição competente e também
munida de bons ideais.
Desta forma, o que falta, afinal de contas, para que o Brasil possa reverter
essa situação? Também é fácil responder isso. Basta que haja líderes
bem-intencionados, devidamente qualificados, para a missão de conduzi-los rumo
ao verdadeiro desenvolvimento.
Por essa razão, por termos falado
tanto em nossos encontros anuais sobre a maçonaria história e filosófica, sobre
a correlação entre a maçonaria política, sobre diversos diagnósticos nacionais
e sociais, e tantos outros temas, quero me abster de alongar ainda mais esse
discurso, reiterando que no Brasil estamos precisando de mais líderes e maior
participação de pessoas de bem. Assim, como a maçonaria historicamente sempre
foi uma escola de filosofia e um centro de informação e de formação de líderes,
gostaria de colocar alguns pontos para nossa reflexão.
A maçonaria ainda continua a
formar líderes? Ainda mantemos a estrutura e a capacidade de mobilização? Os
maçons estão cumprindo a sua missão? Como são pontos para reflexão, não vou
aqui externar minha opinião, mas acredito que as três maiores autoridades da
maçonaria paulista, que aqui estão compondo a nossa Mesa, poderiam colocar em
discussão nas mais de 1500 lojas no estado de São Paulo, uma discussão
conclusiva sobre se nós maçons de hoje estamos replicando aquilo que nossos
antecessores fizeram, em benefício do progresso da humanidade, do resguardo da moral elevada, do combate à tirania e da defesa da
verdadeira democracia.
A partir da compilação desses
resultados, grão-mestres, tenho certeza, dessas
discussões poderá sair um novo direcionamento para uma efetiva participação dos
maçons brasileiros, para se estancar as mazelas oriundas dos desmandos, da
corrupção, que estão assolando nosso grande Brasil. Algo precisa ser feito, e
nós maçons deveríamos estar prontos para fazer. Estamos? Será que estamos? E
para terminar, neste momento, este encontro do ano de 2017, quero deixar aqui
apenas três palavras: reflexão, decisão e ação. Muito obrigado.
Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários, aos serviços de Som, Taquigrafia, Atas, Cerimonial e Imprensa, à TV Legislativa, às assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.
Está encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 28 minutos.
* * *