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15 DE SETEMBRO DE 2017

52ª SESSÃO SOLENE com a finalidade DE HOMENAGEAR Martinho Lutero e João Calvino

 

Presidente: PEDRO KAKÁ

 

RESUMO

 

1 - PEDRO KAKÁ

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - SENG SOO KIM

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE PEDRO KAKÁ

Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, em "Homenagem a Martinho Lutero e João Calvino", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

4 - SENG SOO KIM

Mestre de cerimônias, anuncia apresentação do Grupo Musical de Presbíteros das Igrejas Coreanas de São Paulo, regido pelo presbítero Jiyu Silk Park.

 

5 - AGEU CIRILO DE MAGALHÃES JÚNIOR

Diretor do Seminário Teológico Presbiteriano "Rev. José Manoel da Conceição", faz histórico da Reforma Protestante e das diversas consequências por ela causadas, não somente no campo religioso. Descreve práticas adotadas então pela Igreja Católica, sobretudo a venda de indulgências e relíquias, que levaram Martinho Lutero a iniciar o movimento. Tece críticas à Inquisição. Dá detalhes da biografia e da formação intelectual de Lutero. Lamenta que, a seu ver, no mundo evangélico atual algumas práticas combatidas pelos reformadores tenham reemergido. Expressa sua esperança de que a fidelidade aos pilares da Reforma seja fortalecida entre os protestantes.

 

6 - SENG SOO KIM

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo com o "Hino oficial dos 500 anos".

 

7 - PRESIDENTE PEDRO KAKÁ

Cumprimenta o reverendo Ageu Cirilo de Magalhães Júnior, pelo seu pronunciamento.

 

8 - CLODOALDO WALDERMAR FURLAN

Presidente da Casa Editora Presbiteriana e do Conselho de Educação e Publicação da Igreja Presbiteriana do Brasil, agradece ao deputado Pedro Kaká pela iniciativa desta solenidade, e a todos os que contribuíram para a sua realização. Diz que a missão das igrejas protestantes é prosseguir a história da Reforma.

 

9 - JUAREZ MARCONDES FILHO

Secretário executivo da Igreja Presbiteriana do Brasil e presidente do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie, manifesta sua satisfação por participar desta solenidade. Destaca que é notável a celebração dos 500 anos do início de um movimento. Lê trecho bíblico que, a seu ver, sintetiza a mensagem transmitida por Lutero e Calvino. Discorre sobre o princípio da graça de Deus, fundamental à Reforma. Afirma ser necessário erguer a bandeira da justiça no Brasil, em um momento em que se tornam públicos diversos esquemas de corrupção na política. Fala acerca de como deve viver o cristão.

 

10 - SENG SOO KIM

Mestre de cerimônias, anuncia apresentação do Coral da União dos Presbíteros Coreanos do Brasil.

 

11 - PRESIDENTE PEDRO KAKÁ

Agradece ao reverendo Juarez Marcondes Filho pelo seu pronunciamento.

 

12 - JOSÉ INÁCIO RAMOS

Diretor do Instituto Presbiteriano Mackenzie, faz histórico da entidade. Observa que a meta principal do instituto sempre foi a educação. Ressalta que o Mackenzie adotou práticas diferentes das difundidas então, e que posteriormente se tornaram comuns no ensino. Elenca as contribuições de João Calvino, reformador de especial importância para o presbiterianismo, a variadas áreas do conhecimento, destacando suas ideias acerca da educação.

 

13 - VALDIR ANSELMO DE CASTILHO

Presbítero, discorre sobre o trabalho e os objetivos dos Gideões Internacionais, grupo do qual participa, e que faz a distribuição de Bíblias. Faz histórico de sua fundação. Considera que todas as pessoas são importantes para Deus.

 

14 - LINDBERG DE MORAES

Presidente da Fundação Social Democrata Cristã, destaca a contribuição da Reforma Protestante à humanidade. Incita a todos que não apenas falem sobre o cristianismo, mas principalmente o vivam.

 

15 - CLEANDER HEIDERICH

Capelão dos PMs de Cristo, alegra-se por estar presente a essa comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante. Relata o trabalho feito pelos capelães que prestam serviço, voluntariamente, à Polícia Militar.

 

16 - SENG SOO KIM

Mestre de cerimônias, enaltece o trabalho dos capelães que servem aos PMs de Cristo.

 

17 - PRESIDENTE PEDRO KAKÁ

Lê trecho do Evangelho segundo Lucas. Considera que a Reforma Protestante foi responsável por resgatar ensinamentos cristãos que haviam sido esquecidos pela Igreja Católica. Frisa o papel que a imprensa teve na difusão da Bíblia e dos escritos dos reformadores. Opina que o Brasil precisa de reformas em todos os aspectos. Declara que a promoção desta solenidade é um dever seu, como representante popular. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Pedro Kaká.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Senhoras e senhores, um excelente bom dia a todos, vamos dar início a sessão solene com a finalidade de homenagear esses 500 anos de grandes homens como Martinho Lutero e João Calvino, que fizeram a reforma protestante. E para compor a nossa Mesa, nós anunciaremos o senhor Exmo. Deputado Pedro Kaká, proponente desta sessão.

Convidamos o reverendo Juarez Marcondes Filho, secretário executivo da Igreja Presbiteriana do Brasil e presidente do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie. Convidamos o presbítero Clodoaldo Valdemar Furlan, presidente do Conselho de Educação e Publicação da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Convidamos o reverendo Ageu Cirilo de Magalhães Júnior, diretor do Seminário Teológico e Presbiteriano; o reverendo José Manoel da Conceição de São Paulo. Convidamos o reverendo Ademir Aguiar, presidente do Sino do Unido de São Paulo, e secretário executivo da Comissão Nacional Presbiteriana de Educação.

Neste momento, iremos todos juntos assistir a um vídeo de 26 segundos para dar início ao nosso trabalho nesta manhã.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Neste momento, com a palavra o nobre deputado Pedro Kaká, para dar início a esta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE -  Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Senhoras deputadas e senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Exmo. Deputado Cauê Macris, por solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear Martinho Lutero e  João Calvino.

Eu convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro e 1º sargento Eliseu.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Agradeço a presença da Banda da Polícia Militar pela execução do Hino Nacional.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida pela TV Assembleia no domingo dia 17 de setembro, às 21 horas pela NET, canal 7, pela TV Digital, canal 61.2 e pela TV Vivo, canal 9.

Sentimo-nos honrados em anunciar as demais autoridades presentes neste cerimonial. Eu gostaria de lembrar à senhora Tenente Vivian, representando o almirante Guerreiro do Comando do 8º Distrito Naval do estado de São Paulo; o Sr. José Inácio Ramos, diretor e presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie; pastor Everaldo Macedo, da Igreja Assembleia de Deus, o nosso irmão é da igreja do ministério de Madureira, e o então chefe de gabinete do deputado Pedro Kaká.

Reverendo Cezar Marinho, da Igreja Presbiteriana em Vila Buenos Aires. Reverendo João Marcos Vasconcelos, da Igreja Presbiteriana de A.E. Carvalho. Reverendo Rodolfo Rodrigues Salles, da Igreja Presbiteriana da Mooca. O reverendo Agnaldo Duarte de Faria, da Igreja Presbiteriana da Mooca.

Reverendo Cleuton Fernandes, da Igreja Presbiteriana do Brasil. Maurício Cardille, pastor da Igreja Presbiteriana de São Mateus e Capelão dos PMs de Cristo. Lindberg de Moraes, presidente da Fundação Social Democrática e Cristã. Reverendo Ivan Ferreira Guedes, da Igreja Presbiteriana do Brasil. Reverendo Wilson de Lima Lucena, da Igreja Presbiteriana do Brasil. Reverendo Gesiel da Silva Souza, da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Capelão Cleander Heiderich da PM de Cristo, Presbiteriano Centro. Reverendo Amauri Costa de Oliveira, da Igreja Presbiteriana da Penha. Valdir Anselmo de Castilho, presbítero da Igreja Presbiteriana da Penha.

Neste momento gostaria de relembrar que temos a presença da primeira dama do nosso Pedro Kaká, que nós não podemos deixar de apresentar, por favor, que todos conheçam a nossa primeira-dama, Lidiane Floresta. Também está presente o seu filho, Fernando Kikudome, por favor.

Nós também temos a presença do jornalista do jornal “O Dia”, o Sr. César Neto. Neste momento ouviremos a apresentação do Grupo Musical de Presbíteros das Igrejas Coreanas de São Paulo, sob a regência de presbítero Jiyu Silk Park, com as seguintes músicas: primeiro “Deus é tão bom”, e a segunda “A graça de Deus”. Convidamos o grupo musical para se apresentar.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Esse hino é de sola gratia, agradecimento ao Deus eterno pela graça derrubada a cada um de nós, e somente pela graça de Deus somos salvos. E, agora, a palavra está com o nosso presidente, para dar continuidade a nossa programação.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Esta Presidência convida e concede a palavra ao reverendo Ageu Cirilo de Magalhães Júnior, solicitando a sua presença na tribuna.

 

O SR. AGEU CIRILO DE MAGALHÃES JÚNIOR - Eu cumprimento o deputado Pedro Kaká, em nome de quem eu cumprimento a toda Mesa, e agradeço o esforço dele por esta solenidade. A Palavra de Deus nos diz no Salmo 112, no versículo quatro, que “ao justo nasce luz nas trevas”, e um dos lemas da reforma protestante foi justamente “post tenebras lux”, depois das trevas luz. O período da Idade Média, que durou cerca de mil anos, foi um período em muitos sentidos de trevas.

O povo não tinha acesso à educação, ao saneamento básico, apenas quem tinha direito a educação eram os nobres, os religiosos, e nesse sentido Martinho Lutero quando intencionava fazer uma reforma religiosa na igreja, não esperava que aquele movimento ganhasse vulto e expressão, e acabasse influenciando muitas áreas da sociedade.  Naquele período em que Martinho Lutero viveu, a Igreja Católica havia se inclinado para vários erros, no longo período da Idade Média.

 Eu destaco em minha breve fala quatro erros principais daquele período. O primeiro erro foi o comércio das indulgências, a Igreja Católica Apostólica Romana a partir do Século XII começou a taxar o perdão divino, uma espécie de pedágio. E o perdão bíblico, o perdão que Deus dá é gratuito, mas, a igreja passou a vender um documento chamado de indulgência, uma espécie de diploma, com letras garrafais, de forma que aquele que tivesse algum pecado teria que comprar esse documento para obter assim o perdão dos seus pecados.

Nesse sentido foi que Martinho Lutero escreveu as famosas 95 teses e afirmações contra principalmente a venda do perdão divino. Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero aproveitando a véspera do “Dia de Todos os Santos”, em que o local estaria repleto de pessoas, afixou esse grande documento na porta da capela do castelo em Wittenberg, as pessoas no dia seguinte começaram a ler aquelas teses e a perceber o quanto a Igreja Católica estava em maus caminhos.

As indulgências eram vendidas por muito dinheiro para quem era rico, e a poucas moedas para os pobres. Quando os cavaleiros e as carruagens católicas e romanas chegavam à uma cidade com as suas bandeiras vermelhas, era um acontecimento. O povo parava e ia até a praça principal, e lá entravam em cena os famosos vendedores de indulgências. Homens muito eloquentes, muito aplicados na arte da persuasão.  O maior deles foi um homem chamado Tetzel, ele era um grande orador e em uma de suas falas dizia ao povo humilde ali reunido, que, no momento em que a moeda tilinta no fundo do cofre, a alma parte do purgatório e voa para Deus.

As pessoas manipuláveis ouviam essas coisas e ficavam impressionadas.  Tetzel completava: “Hoje à noite, na Igreja Católica você terá a chance de com poucas moedas tirar o seu avô e os seus pais do purgatório, venha e traga suas moedas”. E à noite a igreja ficava repleta de pessoas levando as suas moedas em uma tentativa de tirar os seus parentes de um fantasioso purgatório. Foi contra isso que Martinho Lutero se insurgiu e tentou reformar a igreja. Mas a igreja não queria reforma, e esse foi o primeiro grande erro.

O segundo grande erro foi o comércio das relíquias, supostos poços e peças de roupas, objetos pessoais de personagens bíblicos começaram a ser comercializados na Europa, e homens nobres e ricos começaram a adquirir esses bens e montar exposições. Por exemplo, o suposto crânio de João Batista percorreu várias cidades na Europa e isso atraía pessoas que formavam filas para ter acesso a esse crânio, e também a supostas roupas de José.

Havia uma cidade na Europa em que um frasquinho de leite era tido como um pouco de leite materno de Maria, e as pessoas faziam fila para ter acesso a esse leite. Hoje quando nós olhamos o mundo evangélico atual, nós vemos distorções parecidas, água de torneira sendo vendida como água do rio Jordão etc. Isso começa na Idade Média, com o comércio das relíquias. E foi contra isso que Martinho Lutero se insurgiu também.

O terceiro grande erro do período foi o tribunal da Santa Inquisição. A igreja se julgava detentora absoluta da verdade, e não apenas em assuntos religiosos, mas em todas as áreas, de forma que Galileu Galilei, observando o trabalho de Copérnico chegou à conclusão que o nosso planeta não era o centro do sistema, o nosso sistema não é geocêntrico, mas é heliocêntrico. Porém foi chamado pela Igreja Católica para se retratar, ele teve que se retratar, porque pelo contrário seria morto. Giordano Bruno não se retratou e foi queimado em praça pública com a língua cortada.

Aliás, língua cortada ou perfurada era um requinte de crueldade que a igreja fazia a aqueles que discordavam, porque a maioria dos cristãos quando ia para a fogueira por amor ao evangelho, ia cantando salmos. Era terrível para os inquisidores ver os crentes morrendo queimados e cantando salmos. Por isso, eles cortavam a língua daqueles mártires, o tribunal da Santa Inquisição foi uma mancha negra na história da humanidade. Muitos homens e mulheres piedosos foram levados à fogueira por apenas discordar do status quo, por discordar das ideias da Igreja Católica.

A quarta mancha que temos na Idade Média, um quarto erro, foi a corrupção de um modo geral, a corrupção financeira, a corrupção sexual, havia prostíbulos em Roma para sacerdotes. E havia um desconhecimento da Bíblia total por parte dos clérigos, na verdade um sacerdote naquela época estudava os documentos da Igreja, mas ninguém tinha estudo da Bíblia.  Quando Martinho Lutero começou a se dedicar a estudar a Bíblia, foi caçoado pelos seus colegas, mas foi por conta do seu estudo da Bíblia que ele conheceu a verdade.

Em 1512 ele adquire o título de doutor em teologia, que ele não queria, mas que era necessário para se tornar professor, e começa a ensinar. Durante o segundo semestre de 1515, e o primeiro semestre de 1516, ele ensina aos seus alunos o livro dos Salmos, e ensinando o livro dos Salmos Martinho Lutero não vê outra coisa, senão Deus irado contra os seus pecados. O medo de Lutero com relação a Deus era muito grande, ele não conseguia ver o Deus da graça, apenas o Deus que nos pune por conta dos nossos pecados.

No segundo semestre de 16 e primeiro de 17 ele começa a estudar o livro de Romanos, e quando chega ao primeiro capítulo de Romanos, capítulo um, versículo 16  ele lê que a justiça de Deus se manifesta no evangelho, ele percebe que todo aquele medo que ele tinha da justiça de Deus era infundado, porque a injustiça se manifestou em Cristo na cruz, que foi quem suportou toda a carga, todo o peso da ira divina.

 Lutero vai escrever em um de seus livros que foi como se as portas do paraíso tivessem se aberto para ele quando percebeu que não precisava mais temer a Deus, e que todo o peso da ira de Deus havia caído no próprio Filho, de forma que quem está no Filho, agora está perdoado. Quem está no Filho, não merece mais a ira do Deus santo, porque o cordeiro suportou toda a ira divina. Aí é que nós vemos a conversão de Lutero.

Martinho Lutero então é excomungado da igreja em 1521, queima a bula que excomungava em praça pública e saí da igreja, e com ele muitos padres e freiras. Martinho Lutero vai se casar depois com Catarina de Bora, que era uma freira.  Muitos lares são construídos naquela época, e aquela que parecia uma reforma eminentemente religiosa avança pela Europa influenciando as artes, a cultura e a educação em diversos níveis da sociedade.

Nós louvamos a Deus porque ao justo Deus faz nascer luz das trevas. “Post tenebras lux”, foi o que Deus fez com a sua igreja, Ele preservou um povo fiel no decorrer da Idade Média, e no final levantou homens como Martinho Lutero, como João Calvino, para reformarem a igreja, para que a Palavra de Deus voltasse a ela.  Nós somos a herança, nós recebemos este legado. Hoje, a igreja brasileira precisa de muitas reformas. Muito do que acontece na Idade Média voltou a acontecer hoje e que Deus nos use, que nós sejamos aqueles que com uma voz profética possamos denunciar os erros da igreja atual, e possamos voltar ao genuíno evangelho de Cristo e Jesus. Amém.

 

TODOS - Amém.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Assistiremos a um vídeo com o “Hino Oficial dos 500 anos”.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Neste momento eu gostaria de apresentar alguns convidados que estão presentes para honrar a nossa sessão solene,  a presença do reverendo Ademir Aguiar, presidente do Sínodo Unido de São Paulo, e secretário executivo da Comissão Nacional Presbiteriana de Educação. Eu gostaria de saudar o nosso querido presbítero Rodrigo Mastro Pietro, da Igreja Presbiteriana de Aricanduva, também o Fernando Aguiar Nascimento, presbítero da Igreja Quarta Presbiteriana de Suzano, nossos agradecimentos a todos. Mais uma vez, com a palavra, o presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Antes, eu quero cumprimentar o Ageu, porque sempre quando encontramo-nos, ele me traz muita sabedoria, conhecimento e seguramente eu saio de forma muito honrosa e mais rico no conhecimento, e sobretudo a riqueza que o senhor sempre passou.

E eu quero convidar o presbítero Clodoaldo Waldemar Furlan, para fazer o uso da tribuna. Fique à vontade.

 

O SR. CLODOALDO WALDEMAR FURLAN - Eu quero saudar ao deputado Pedro Kaká, e através dele cumprimentar a Mesa, a minha palavra é de agradecimento em nome da Igreja da Presbiteriana do Brasil. Ao deputado Pedro Kaká, que tem aberto outras oportunidades para nós, há pouco tempo tivemos um trabalho no Vale do Anhangabaú, que foi muito bom, muito abençoado, e por iniciativa dele foi marcada esta sessão solene. A minha palavra vem dos 15 Sínodos do Estado de São Paulo. Os Sínodos do Estado de São Paulo são regionais, onde são jurisdicionadas todas as igrejas presbiterianas que estão em nosso Estado.

Então, em nome desses 15 presidentes, eu quero agradecer ao deputado por esta oportunidade, eu quero agradecer ao seu gabinete, ao empenho que ele tem feito para nós como Igreja Presbiteriana do Brasil, do estado de São Paulo.

Eu quero agradecer também ao doutor Kim, que de uma forma muito simpática tem nos auxiliado. Agradeço também ao reverendo Agnaldo que através do trabalho dele nós pudemos estar reunidos aqui hoje, e agradeço ao reverendo Juarez, que é secretário executivo do Supremo Concílio, e a Igreja Presbiteriana do Brasil tem um conselho maior, que é o Supremo Concílio. E o presidente do Supremo Concílio é o reverendo Roberto Brasileiro Silva, que, está sendo representado pelo reverendo Juarez, que é o secretário executivo do Supremo Concílio.

Queremos agradecer a todos que puderam estar conosco nesta manhã e que Deus possa abençoar cada vez mais a Igreja Presbiteriana do Brasil. Que possamos fazer muito mais história, que sejam 500, 501, 502 anos, e que assim possamos continuar defendendo a Palavra do Senhor, defendendo o Evangelho de Cristo Jesus de acordo com as Sagradas Escrituras. E o nosso muito obrigado, Deus abençoe a todos, Deus abençoe ao Sr. Presidente, deputado Pedro Kaká. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Na realidade  Clodoaldo, eu que agradeço toda esta oportunidade de estar participando desses 500 anos da Reforma, que com certeza engrandecem a todos nós. Em seguida, convido para que o reverendo Juarez Marcondes Filho faça o uso da tribuna.

 

O SR. JUAREZ MARCONDES FILHO - Excelentíssimo Sr. Pedro Kaká, digno presidente, e proponente da presente sessão, em nome de quem eu quero cumprimentar à toda a Casa Legislativa. Queridos colegas, presidentes de Sínodos do Estado de São Paulo, reverendo Ageu, presbítero Clodoaldo, reverendo Ademir, em nome de quem eu cumprimento os demais presidentes aqui presentes, bem como toda a família presbiteriana e meus queridos irmãos da Igreja Presbiteriana coreana.

Senhoras e senhores, primeiramente eu gostaria de trazer uma saudação do digníssimo presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, o reverendo Roberto Brasileiro Silva, era o seu propósito estar aqui hoje, mas, a sua agenda é bastante carregada e impediu-o de chegar aqui. Está no Rio de Janeiro atendendo a outro compromisso que já estava anteriormente agendado.

É uma satisfação muito grande estar nesta Casa de Leis, mais uma vez a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nos traz a segurança de que este País vive o Estado Democrático de Direito, de que temos a nossa Constituição Federativa do Brasil, que norteia a nossa vida nacional. Esta Casa de Leis convoca uma sessão solene para homenagear uma efeméride que completa 500 anos.

Não são 500 dias, não é um período curto de tempo, é uma celebração notável e eu tenho dito que com toda a certeza nenhum de nós participou dos 400 anos da reforma, e provavelmente não participará dos 600 anos também, então vamos aproveitar esta celebração memorável.

O reverendo Ageu fez um esforço histórico extremamente precioso, pontual e de maneira muito palpitante lembra-nos das razões pelas quais chegamos àquele acontecimento.

 Eu deixo convosco a palavra do apóstolo Paulo na carta a Tito, nestes termos: “Porquanto a graça de Deus se manifestou o salvador a todos os homens, educando-nos para que renegadas as impiedades e paixões mundanas, vivamos no presente século sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador, Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniquidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso e de boas obras”.

O coral tem toda a razão quando escolhe o seu repertório afirmando que Deus é bom, e a manifestação da sua bondade tornou-se completa por intermédio da sua graça. Eu não entendi nada do que vocês cantaram. Mas tocou o meu coração a sua musicalidade, e sabendo o tema que era ali entoado, eu creio que estamos em boa companhia da celebração desta manhã. Porque, de fato foi a mensagem da graça de Deus há 500 anos que revolucionou o planeta, e diante de tudo aquilo que aqui já nos foi colocado de equívocos, de enganos e erros, bradou-se com toda a força, com todo o vigor a partir de Wittenberg, no sul da Alemanha, e a partir dos escritos de Martinho Lutero e de tantos outros que o acompanharam.

Vibrou-se a partir da Suíça, de Genebra, dos lábios e da pena de João Calvino, a mensagem da graça de Deus, ele é bom, e a sua bondade manifestada primeiramente por ter criado todas as coisas que existem, inclusive a você e a mim. E ter nos feito a Imago Dei, a imagem e semelhança de Deus, é muita bondade a graça de Deus.

Mas a graça de Deus não para aí, porque mesmo tendo rompido com a bondade e com o amor do Senhor, tendo-lhe voltado as costas, Deus não deixou de ser gracioso e veio buscar-nos na pessoa do seu filho Jesus. A visão bíblica que se realça a partir da reforma - porque ela é um movimento de retorno às Escrituras - é marcada por esse movimento de criação, queda e redenção, graça de Deus.

E a mensagem que tem ecoado nesses cinco séculos é justamente essa: a graça do Senhor se manifestou, salvadora a todos os homens, a partir daí ela vem nos educar, vem nos formar, vem nos fortalecer, vem traçar um rumo, um modo diferente de viver na extensão plena da nossa vida, no cotidiano, na vida comum do lar, nas nossas relações comerciais, no nosso trabalho, na formação acadêmica, nos projetos que temos para o futuro da vida política, e na vida como cidadãos que somos. A Igreja Presbiteriana do Brasil é cidadã, absolutamente envolvida com a sociedade para iluminar todos os caminhos obscuros, todas as realidades que se acham em trevas com o evangelho da luz de Deus.

Então, a graça de Deus se manifestou salvadora, educando-nos para que vivamos no presente século de forma sensata, justa, e piedosa. Três elementos imprescindíveis para nossa vida há 500 anos e hoje também. Um viver sensato, equilibrado, ajuizado, prudente, e não exacerbado, harmônico, justo. E sensata e justa deve ser a nossa vida, nesses tempos de tanta corrupção, é preciso que se erga a bandeira da justiça neste País.

O que é certo, é certo. O que não é certo, não é certo, e ponto. O que é bom é bom, o que é ruim, é ruim, e não podemos mais navegar por essas ondas que nos levam hora para um lado e hora para o outro. Existe um caminho retilíneo. Mas não paramos aí, a graça de Deus nos educa para vivermos sensata, justa e piedosamente, essa é a vida espiritual, é a vida de comunhão com Deus.

É a vida de serviço a Deus, é deixar-se inundar pela sua benção, pela sua comunhão, pelo seu espírito que habita o nosso coração. E finalizamos o soprar da graça de Deus sobre nós, levando-nos a viver uma vida que aguarda a volta gloriosa do Senhor Jesus. Eu acabei de receber aqui uma mensagem - que talvez alguns venham a receber - que em duas frases resume essa história bíblica falando sobre graça e glória. Graça é glória iniciada, glória é graça consumada.

A graça de Deus abriu o caminho para que nós vivamos para a glória Dele, mas quando a glória do Senhor transbordar, como as águas cobrem o mar, então a graça terá cumprido completamente a sua missão. É isso que nós almejamos, a gloriosa vinda do Senhor Jesus, é isso que a reforma proclama. É isso que Martinho Lutero levantou como bandeira, não apenas a partir de 31 de outubro de 1517, mesmo antes, e a partir disso então ganhando toda a Europa e demais continentes. Nós somos herdeiros dessa mensagem.

Somos muito agradecidos a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por poder comemorar uma data que não poderia passar em brancas nuvens nesse querido estado de São Paulo. E que Deus abençoe a todos, muito obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Neste momento convidamos o diretor e presidente, Sr. José Inácio Ramos, do Instituto Presbiteriano para compor a Mesa. 

Ouviremos o hino com o Coral da União dos Presbíteros Coreanos do Brasil.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Eu não poderia deixar de cumprimentar também o reverendo Juarez Marcondes Filho, que proferiu aqui para nós na data de hoje, de forma brilhante e eloquente, e com muita sabedoria. Eu, na Presidência desta sessão, não posso deixar de convidar o reverendo José Inácio Ramos, diretor e presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, uma entidade que cumpre esse papel. Um papel importantíssimo, não só no âmbito espiritual, mas na educação, gostaria que o senhor pudesse fazer o uso da tribuna.

 

O SR. JOSÉ INÁCIO RAMOS - Bom dia a todos, e ao nobre deputado Pedro Kaká, mentor desta importante sessão solene, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, esta Casa do povo, para a celebração desta importante data. Eu agradeço o título de reverendo, mas eu sou presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil com muito orgulho e honra. Eu já sou presbítero há 30 anos, e sirvo ao Senhor na Igreja Presbiteriana Nacional em Brasília.

Deus me deslocou para São Paulo, e desde julho do ano passado presido essa bela casa de ensino, o Instituto Presbiteriano Mackenzie, e o senhor foi maldoso comigo, colocando-me para falar depois do reverendo Ageu e do reverendo Juarez, é muito difícil. Aos ensinamentos advindos da bela fala do reverendo Ageu e do reverendo Juarez -os nossos líderes- me coloca em uma situação difícil, mas eu quero trazer à memória coisas que são preciosas e voltadas ao Mackenzie.

O Instituto Presbiteriano Mackenzie está na cidade de São Paulo desde 1870, estamos completando agora no mês de outubro 147 anos, e o nosso negócio no bom sentido é a educação. Estamos fazendo a educação de qualidade desde o início dos nossos trabalhos, a responsabilidade social que é muito cantado em verso e prosa no Brasil de hoje, nós já fazíamos desde o início ao colocarmos nas mesmas salas de aulas as crianças, filhas e filhos dos senhores de engenho com os filhos dos escravos, meninos e meninas em uma mesma sala de aula, abolindo a palmatória.

Também abolimos outros castigos físicos que eram impostos aos alunos até então. O Mackenzie se diferenciou a partir de uma visão de Deus, através da ação de um casal de missionários presbiterianos que aqui estavam. Eu louvo a Deus por todos que, ao longo desses 147 anos passaram pelo Mackenzie e contribuíram para que o ensino de educação fosse feito sempre com qualidade. Temos os melhores quadros de professores, desde a educação infantil até a pós-graduação. Temos excelentes instalações em nossos colégios, faculdades e na universidade aqui de São Paulo, porque todos de São Paulo a conhecem bem, e ouviram falar desde criança do Mackenzie e da sua qualidade. Mas eu quero me voltar a João Calvino, o nosso precursor reformista e grande referencial da nossa confissão, da Igreja Presbiteriana. Especificamente a John Knox, que originou o presbiterianismo.

Mas João Calvino na sua empreitada reformista trouxe conceitos revolucionários em todas as áreas do conhecimento, movimentos na área educacional a qual agora eu me dirijo. As melhores escolas e universidades mundo afora pós-reforma sofreram influência de Calvino. Os ensinamentos, a orientação, a forma de governo, as forma de compor essas grandes universidades foram originadas dentro da orientação primeira de João Calvino.

Então nós temos um novo mundo, na América, grandes universidades que obtiveram os bons fluídos da reforma do século 16, e  João Calvino, essa âncora que jogou luz sobre vários aspectos em todas as áreas do entendimento, seja na pintura, nas artes, na música, na educação propriamente dita. E o Mackenzie hoje é um beneficiário de todo esse movimento instituído por João Calvino, a partir da sua predisposição a dar um novo rumo a aquele rompimento feito por Lutero em um tempo anterior.

Então, eu como presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil, tenho grande alegria de estar nesta Casa do povo para celebrar com todos os irmãos aqui presentes, este belíssimo coral, celebrar a dádiva de Deus para o povo e para a humanidade, que foi a reforma protestante do século 16. Nós do Mackenzie estamos realmente jubilosos por esse fato, essa efeméride de 500 anos atrás que veio impactar grandemente tudo aquilo que fazemos hoje. Muito obrigado pela oportunidade e que Deus abençoe a todos, obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - Passarei a palavra ao nosso presidente, novamente.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Eu aprendi que nada é por acaso, nenhuma folha cai da árvore sem a permissão de Deus, e de repente eu, na Presidência desta Casa, respondendo para o momento glorioso, jubiloso disse ao reverendo José Inácio, diretor e presbítero: “Quem sabe um dia o senhor não chega à Presidência”.

Eu não tenho autoridade clerical para fazer essa promoção, mas sendo o instrumento do Senhor, eu sei que algum movimento há para o meu lapso e o meu equívoco. Como o tempo ainda nos permite, eu gostaria de saber se alguma pessoa aqui presente também quer fazer o uso da tribuna, como disse o Marcondes, 500 anos é uma data ímpar. Eu deixo aqui então e faço o convite, quem gostaria de se pronunciar e fazer o uso da tribuna.

 

O SR. VALDIR ANSELMO DE CASTILHO - Quero saudar a todos na paz do Senhor, meu nome é Valdir Anselmo de Castilho, eu sou presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil, filiada à Penha. Eu faço parte de um ministério chamado de  os “Gideões Internacionais”, e esse ministério já está há 118 anos no mundo, nós estamos em 200 países, em 89 idiomas, e esse ministério é interessante porque começou com três pessoas, três jovens. Começou com um jovem cuja mãe, no leito de enfermidade, pediu para que ele nunca se apartasse da Palavra de Deus, que é a Bíblia sagrada, e a Bíblia se tornou uma fiel companheira dele em toda a sua peregrinação.

Ele era vendedor, esteve em uma competição nos Estados Unidos e o hotel em que ele estava hospedado não tinha vaga, então foi dividida essa vaga com outra pessoa que compartilhou com ele. Ele pediu licença para que ao deitar ele pudesse ler a Palavra de Deus. E aquela pessoa que estava com ele também era evangélica e achou interessante, porque ele não tinha o hábito de levar a Bíblia.

E naquele dia, com aquele ato, naquele instante, surgiu a ideia de eles colocarem Bíblias nos hotéis, e foi conclamado, reunido para que tivesse um encontro de pessoas para fundar essa associação chamada os “Gideões Internacionais”, hoje no Brasil. Só que nesse encontro só apareceu mais uma pessoa, foram três pessoas. E esse trabalho hoje já está em 200 países, e nós fazemos a distribuição deste exemplar, deste Novo Testamento nas escolas, nos presídios, nos hospitais, como se fossem cadernos para leitos hospitalares.

Fazemos para as autoridades militares, civis, porque nós entendemos que a Palavra de Deus não volta vazia, e através da semeadura desse Novo Testamento, nós temos ganhado muitas almas para Cristo. Porque as igrejas em muitos lugares não podem entrar, e como nós temos várias denominações, nós poderíamos adentrar a este local. Então, eu agradeço pela oportunidade de poder estar falando do ministério dos “Gideões Internacionais” no Brasil.

É um privilégio muito grande poder fazer parte desse ministério, ao olharmos para as pessoas, podemos ver que as pessoas são importantes para Deus. Eu tive uma oportunidade de falar com uma autoridade, olhando para ela e dizendo que ela é um vaso de barro. Poderiam perguntar-me: “por que um vaso de barro, e não de ouro ou de prata?”, Porque o ouro e a prata com o calor derretem, e o barro com o calor se torna mais consistente. Então, eu vejo o nobre deputado como um vaso de barro, mais resistente, mais firme, e que Deus possa abençoar-nos. Agradecemos a Deus pelo oxigênio que estamos respirando nesta manhã. A todas as autoridades presentes, que Deus abençoe a todos.

 

TODOS - Amém.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - O nosso presbítero Valdir Anselmo de Castilho, presbítero da Igreja Presbiteriana da Penha. Pela ordem, nós temos mais dois convidados. E pela primeira vez eu vejo acontecer na sessão plenária o que o nobre deputado faz, e que dá democraticamente a todos poderem falar, de comentar, e eu vejo isso de uma forma muito bonita, de uma excelência grande, porém nós temos que respeitar o nosso tempo.

Portanto, teremos mais duas pessoas inscritas para falarem, para que não ultrapassemos o tempo limite que temos aqui, regimentalmente na nossa Casa. E então vamos convidar o reverendo Lindberg de Moraes, para poder a tribuna conforme o presidente o fez.

 

O SR. LINDBERG DE MORAES - Bom dia, na pessoa do nobre deputado eu saúdo a toda a Mesa; em nome do nosso querido reverendo Juarez e todos os nossos presbiterianos, nosso querido reverendo e presbítero José Inácio, saúdo a todos os mackenzistas, família que me acolhe há mais de 22 anos.

Eu sou pastor na Zona Leste de São Paulo, Igreja Presbiteriana de Vila Eutália e a Sínodo Paulistano, a quem eu tenho a honra de representar neste momento, eu sou da executiva do presbitério também paulistano. É com muita alegria que nesta tribuna recebemos esta oportunidade de apresentar mais uma vez, ao longo dessas comemorações a importância da reforma para a formação humana. É exatamente isso que nos prende, na função de pastor, de educador, a contribuição da reforma que vai para além de qualquer composição eclesiástica.

Ela alcança o mundo, ela não tem fronteiras, como foi dito aqui pelos meus colegas que antecederam com essa importância da reforma para a humanidade. E não haveria reformadores se não tivessem seus antecessores, e se não tivessem as ideias de Cristo lançadas ao mundo, portanto é realmente uma ocasião para se lembrar e ser celebrada. Que essas ideias sejam cada vez mais difundidas com a práxis, vivida conforme ensinamos, para que possamos combater o mal que Jesus Cristo tanto combateu, que era a hipocrisia.

Um cristianismo tão falado e não vivido é tão cruel quanto aquele que desejava ser reformado. Que possamos ter de fato esta data guardada em nosso coração, quando esta Casa presta mais um grande serviço, Também o nobre deputado por este justo e bonito ato de abrir a porta ao plenário, demonstrando o verdadeiro significado da democracia. Aqui como presidente da diretoria executiva da Fundação Democrática Cristã, eu também deixo o meu abraço, a minha responsabilidade e solidariedade, em continuar com os princípios reformados e contribuindo para a formação humana, sobretudo, para o povo de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Neste momento queremos relembrar a presença do reverendo José Carlos Piacente Júnior, ele está representando a chancelaria do Instituto Presbiteriano Mackenzie, nossos agradecimentos ao caríssimo reverendo José Carlos Piacente Júnior, presente na Casa.

Convidamos então o nosso capelão Cleander Heiderich, dos PMs de Cristo da Presbiteriana do centro, para o uso da palavra neste momento. Lembrando que daqui a alguns minutos precisaremos encerrar, não pressionando o caro irmão.

 

O SR. CLEANDER HEIDERICH - Sr. Presidente Pedro Kaká, obrigado pela oportunidade. Eu sou pastor presbiteriano há 33 anos pela graça de Deus, e eu me alegro em estar nesta sessão em homenagem aos 500 anos da reforma. Realmente, temos muito a comemorar e agradecer.

Pela graça de Deus também junto com mais alguns colegas que estão aqui no plenário, eu faço parte de um ministério chamado PMs de Cristo. A liderança está sobre a responsabilidade do coronel Alexandre Terra e nós temos trabalhado junto com a Polícia Militar do Estado de São Paulo, e pela graça de Deus, o serviço de Capelania já se faz presente em todo o estado de São Paulo. Em todas as unidades da Polícia Militar, há um capelão, e o nosso trabalho é voluntário, nós somos pastores, presbíteros, membros de igrejas evangélicas e estamos presentes em todo o estado de São Paulo, levando aos nossos policiais uma palavra de esperança, uma palavra de conforto.

Porque infelizmente, eu creio que é do conhecimento das autoridades aqui presentes, na Polícia Militar o número de suicídios é muito alto, o número de invalidez também, por problemas de várias ordens, principalmente emocional. E quando a igreja chega e leva a Palavra de Deus a essas pessoas, realmente o atendimento deles melhora muito nas ruas e também a sua vida no lar, a sua vida conjugal, então essa é a nossa missão. Em nome dos PMs de Cristo agora eu estou aqui agradecendo esta oportunidade, e eu gostaria de deixar se for permitido, Sr. Presidente, ao senhor um exemplar que temos distribuído aos nossos policiais, que é chamado de “Presente Diário”, um devocional, uma meditação para cada dia. Deus abençoe a todos, obrigado pela oportunidade.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SENG SOO KIM - A PM de Cristo é uma entidade muito importante entre os nossos queridos irmãos e policiais militares. Eu reconheço esse trabalho porque conheço-o de uma forma muito específica. Agradecemos aos colegas capelães que estão presentes aqui, inclusive por telefonemas. Acabei de receber 15 minutos, o nosso coronel Terra enviou uma mensagem de agradecimento ao nobre deputado Pedro Kaká, para poder apresentar - e já foi apresentada - a Capelania da PM. Queremos mais uma vez engrandecer a presença dos senhores aqui nesta Casa.

Neste momento passaremos a palavra para o Sr. Presidente, Exmo. Deputado Pedro Kaká, para palavras de encerramento do caro deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO KAKÁ - PODE - Pela manhã uma leitura de Lucas 12, versículo 14: “Veio de forma muito oportuna, estejam também vocês preparados, porque o filho do homem virá em uma hora em que não espera”. Esses 500 anos que nós comemoramos, uma reforma que resgata aquilo que o Senhor Jesus Cristo sofreu na cruz e nos livrou. E permitiu que nós - e todos nós - livremente possamos ter acesso direto com o Senhor.

Naquela época, por volta do final de 1500, tivemos um fato determinante: Gutenberg, com a máquina, permitiu a popularização da Bíblia, porque naquela época poucos tinham acesso ao poder, ao monopólio da verdade e do saber.  Veio aqui o diretor do Mackenzie, José Inácio Ramos, com 147 anos de história da educação, além de ensinar aquilo que Jesus nos deixou, forma pessoas cidadãs, tão oportuno neste momento em que o Brasil precisa dessa reforma.

A reforma que com certeza, começa com a reflexão e seguramente amplia em todos os setores: na música, nos esportes, no conhecimento, e também na política brasileira. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo cumpre o seu dever e papel, e não é dado aos senhores isso, senão como um dever de quem representa e quer uma sociedade melhor.

Uma sociedade que tem as bênçãos do nosso Senhor, seguindo as orientações que estão aí, nas Escrituras Sagradas, que eu tive o prazer e a honra de receber aqui, que eu vou levar com muito carinho para casa, e acrescentar nas minhas leituras. Quero, portanto agradecer a Deus, à minha família - Lidiane, ao meu filho Fernando -, e a outros que não puderam estar aqui presentes.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial, à Imprensa, à TV Legislativa, às assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Declaro encerrada esta brilhante e gloriosa sessão solene, feita por todos nós, com a bênção do Senhor, meu muito obrigado a todos os senhores.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 41 minutos.

 

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