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29 DE SETEMBRO DE 2017

 

057ª SESSÃO SOLENE para a PROMOÇÃO DE MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS E DE SAÚDE PÚBLICA NO QUE TANGE AO COMBATE AO CÂNCER DE ESTÔMAGO E DIVULGAÇÃO DO PL 127/2017

 

Presidente: MÁRCIO CAMARGO

 

RESUMO

 

1 - MÁRCIO CAMARGO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - ARTHUR GALHANO

Mestre de cerimônias, nomeia as autoridades presentes.

 

3 - PRESIDENTE MÁRCIO CAMARGO

Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, para a "Promoção de Medidas Sócio-Educativas e de Saúde Pública no que tange ao combate ao Câncer de Estômago e divulgação do PL 127/17, que institui o Dia Estadual de Conscientização e Orientação sobre o Câncer de Estômago, a realizar-se, anualmente, no dia 28 de setembro". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Narra breve trâmite do PL 127/17, nesta Casa.

 

4 - BRUNO ZILBERSTEIN

Médico especialista em cirurgia do aparelho digestivo, professor do Departamento de Gastroenterologia da USP e professor "Honoris Causa" da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, presidente da International Gastric Câncer Society 2015/2017, faz palestra sobre o câncer gástrico.

 

5 - LAÉRCIO GOMES LOURENÇO

Médico presidente da Associação Brasileira de Câncer Gástrico e membro fundador da Sociedade Internacional de Câncer Gástrico, discorre a respeito da citada enfermidade.

 

6 - PRESIDENTE MÁRCIO CAMARGO

Elogia o trabalho dos deputados. Valoriza a política como instrumento de ajuda a pessoas. Clama pela renovação no exercício de mandatos eletivos. Coloca-se à disposição da sociedade médica. Cita a fé e o altruísmo como meios de suportar a existência da doença. Atribui importância à resignação e à resiliência. Agradece ao presidente Cauê Macris. Clama por políticas de prevenção ao câncer gástrico. Lembra autoria de projeto que culminara com a lei estadual de união e proteção da família. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Márcio Camargo.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ARTHUR GALHANO - Senhoras e senhores, bom dia. Vamos dar início à sessão solene com a finalidade de promover medidas socioeducativas e de Saúde Pública no que tange ao combate ao câncer de estômago e divulgação do PL-127/2017 de autoria do deputado Márcio Camargo que institui o Dia Estadual de Conscientização e Orientação sobre o Câncer de Estômago no estado de São Paulo, a realizar-se anualmente no dia 28 de setembro.

Para compor a Mesa anunciamos o deputado Márcio Camargo, proponente desta sessão solene. Também gostaríamos de convidar para compor a Mesa o senhor professor doutor Laércio Gomes Lourenço, médico pela Unifesp e presidente da Associação Brasileira de Câncer Gástrico; o senhor professor doutor Bruno Zilberstein, médico pela Universidade de São Paulo e ex-presidente do Internacional Gastric Cancer Society de 2015 a 2017. Com a palavra, o nobre deputado Márcio Camargo para dar início a esta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - MÁRCIO CAMARGO - PSC - Muito bom dia a todos. Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Cauê Macris. Por solicitação deste deputado, com finalidade de promover medidas socioeducativas, e de Saúde Pública, no que tange ao combate de câncer de estômago e divulgação do PL-127/2017, de autoria deste deputado, que institui o Dia Estadual de Conscientização e Orientação sobre o Câncer de Estômago, no estado de São Paulo, a realizar-se anualmente, no dia 28 de setembro, que foi ontem, quinta-feira.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ARTHUR GALHANO - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença das seguintes autoridades: Marcelo Mester, vice-presidente da região sudeste da ABCG; Sra. Marineide Carvalho, diretora da Comissão Científica da ABCG; Sr. Ulysses Ribeiro, coordenador cirúrgico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo; Sr. Joaquim José Gama Rodrigues, ex-presidente da Associação Mundial de Câncer Gástrico do Hospital Osvaldo Cruz; Sra. Maria Teresa Cruz Lourenço, diretora do Núcleo de Psico-Oncologia do AC Camargo, Instituto de Câncer.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida pela TV Assembleia, dia 30 de setembro, sábado, às 22 horas e 30 minutos. Pela Net canal 7, pela TV digital canal 61.2 e pela TV Vivo, canal 9.

 

O SR. PRESIDENTE - MÁRCIO CAMARGO - PSC - O Projeto de lei 127/2017 tramitou esta semana pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento desta Casa. Ele tem um parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, e a próxima etapa, irá para sanção do governador, portanto em breve, irá virar lei.

Nosso palestrante, Prof. Dr. Bruno Zilberstein é médico pela Universidade de São Paulo, especialista em cirurgia do aparelho digestivo, professor do Departamento de Gastrenterologia da USP e Professor Honoris Causa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. É presidente da Internacional Gastric Cancer Society, de 2015 a 2017, membro de inúmeras entidades especializadas da área, é também um dos diretores da Associação Brasileira de Câncer Gástrico e do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva.

Vamos à palestra, portanto, Dr. Bruno Zilberstein. O tema da palestra é “O câncer do estômago, uma abordagem a nível mundial”.

 

O SR. BRUNO ZILBERSTEIN - Senhoras e senhores, meus colegas, nobre deputado Márcio Camargo, a quem em público, em nome da Associação Mundial de Câncer Gástrico e da Associação Brasileira de Câncer Gástrico, agradecemos o espírito cívico e o espírito social que nos guiou até esta etapa. Farei alguns breves comentários, tentarei falar em linguagem leiga, embora não seja a mim apropriado, como médico, mas mostrar a relevância desse problema, desta afecção ao redor do mundo.

Na verdade lidamos com um milhão de novos casos de câncer gástrico ao ano no mundo e, só na Ásia, são 500 mil pessoas afetadas por este problema. O que constrange muito é que a semelhança de número de pessoas anualmente afetada, esse mesmo número de pessoas morrem em consequência ao câncer gástrico por ano, sendo que esta doença, esta afecção é perfeitamente curável na situação em que a nossa medicina chegou. Aqui, a proporção de homens para mulheres, dessa vez os homens ganham, dois para um. E no Brasil, representamos 2% da incidência mundial.

Embora o Brasil represente 2% da incidência mundial, o interesse dos núcleos especializados por esta afecção no sentido de oferecer à população ações cada vez mais eficazes fez com que o Brasil, na década de 99, com a presença do professor Gama Rodrigues aqui presente, com a presença do professor Paulo Kassab e Carlos Malheiros da Santa Casa, representados aqui, fundassem a Associação Brasileira de Câncer Gástrico, que hoje é contemplada através de uma ação do nobre deputado para fincar o Dia de Combate ao Câncer Gástrico.

Não paramos aí, difundimos e lutamos pela difusão e pelo incremento ao diagnóstico e tratamento dessa afecção e sediamos, sob a Presidência do professor Gama, e com a secretaria do doutor Paulo Kassab, o Congresso Mundial de Câncer Gástrico, reunindo naquela ocasião mais de 43 países preocupados com a abordagem desta afecção. E aqui, um aspecto do salão de conferências naquela ocasião em 2007. Continuamos e motivamos os nossos amigos da América Latina e sediamos em 2012 o I Congresso Panamericano de Câncer Gástrico, onde conseguimos trazer mais de 40 profissionais de todas as nações que se importam com essa afecção para aquele evento, em Porto Alegre.

Em 2014, motivamos a Comunidade Europeia e tivemos o Congresso de Câncer Gástrico Europeu. Também continuamos a incentivar os colegas da América Latina em 2014, no Uruguai, sediamos o II Congresso Panamericano e nessa ocasião a Associação Mundial de Câncer Gástrico, e a Associação Brasileira de Câncer Gástrico fundaram a Associação Latino-americana de Câncer Gástrico que abrangem todos os países ao sul do Rio Grande. Em 2015, tivemos o privilégio de novamente ser agraciados pela comunidade internacional, e sediar o Congresso Mundial de Câncer Gástrico, dessa vez com 72 países presentes, com mais de 2 mil médicos interessados e preocupados com esse tipo de problema. O aspecto dessa cerimônia, e indo diretamente a esta afecção, temos que chamar para que possamos entender as repercussões e para onde estamos caminhando, temos que entender que chamamos o câncer gástrico de adenocarcinoma e que ele pode ser de um tipo bem diferenciado, bem definido, e um tipo mal definido. Essas informações são necessárias para entender a tendência epidemiológica desta afecção. Pasmem, graças a Deus, aparentemente, a incidência está diminuindo. Só que essa incidência tem que ser avaliada, entendida e compreendida do porquê está acontecendo. A incidência do câncer gástrico está sim caindo nos países desenvolvidos, e o primeiro fator é a dieta e o estilo de vida. Eu poderia mudar dieta e estilo de vida por uma palavra muito simples: geladeira. É a conservação dos alimentos, o câncer gástrico é das populações menos favorecidas, o câncer gástrico afeta as populações que não têm acesso a boa alimentação, a boa higiene. É uma questão de Saúde Pública, e isso destaca mais uma vez a importância do nobre deputado de ter afiançado e dado crédito à instituição deste dia para o combate ao câncer gástrico.

Então, temos que entender que embora a incidência esteja diminuindo, o que acontece é que isso está diminuído em países desenvolvidos. Portanto, temos que lutar cada vez mais para melhores condições de vida para de fato termos a possibilidade de erradicar esta doença. Se por um lado, em países desenvolvidos, a incidência está caindo, o seu aspecto está mudando, nós estamos lidando com populações mais idosas. Isso é um fato, todos nós verificamos que cada vez mais a idade do jovem está passando dos 50, dos 60 e dos 70, e hoje estamos falando dos sexalescentes, ou seja, antes eram adolescentes, agora nós somos sexalescentes, e isso acontece com as afecções, só que nós temos que nos preocupar em termos terapêuticos, porque cada vez mais vamos ter que tratar pessoas de idade mais avançada.

O câncer que antes incidia mais nos homens, hoje passou a incidir mais nas mulheres, e além disso daqui, o do tipo mal, o câncer do mal, o tipo difuso, é por isso que dei aquela apresentação, incide agora em maior proporção, infelizmente, com um prognóstico melhor. E vejam esse gráfico, pouco didático, mas o que ele quer mostrar é o seguinte, que nas populações de baixa renda, o que acontece nas áreas de risco, a incidência do câncer gástrico do mal é maior do que o do bem, o que reforça nossa atitude em termos de Saneamento Básico. Ele também pode se apresentar à semelhança dos diferentes canceres como precoce, ou seja, pouco avançado, não de diagnóstico precoce, mas no sentido de que não evoluiu bastante, e o câncer muito adiantado ou avançado.

Qual é a importância disso? Senhoras e senhores, o câncer gástrico precoce é curável, à semelhança do câncer de útero, de próstata, de mama. Nós podemos curar o câncer com métodos simples, não-cirúrgicos, inclusive. E qual é o ensinamento disso, que mais uma vez reforça essa atitude social aqui consolidada? O diagnóstico, ainda, no nosso meio, é muito parco. Detectamos apenas 12 a 18% de canceres gástricos precoces, diferente dos países mais adiantados, aonde 50% dessa afecção é detectada na sua fase precoce com possibilidade de quase 100% de cura. Nos guiamos pelos ensinamentos do Oriente, esse é um algoritmo de tratamento, e a escola cirúrgica brasileira, já que o câncer gástrico é de tratamento basicamente cirúrgico, se guia pelas orientações da Associação Japonesa de Câncer Gástrico. Estamos evoluindo para a cirurgia minimamente invasiva do câncer gástrico, não vou cansá-los com a agressividade do tratamento cirúrgico, mas hoje em dia realizamos essas operações por tratamento minimamente invasivo, e essas técnicas no Brasil, bem sedimentadas, com uma boa divulgação pelos nossos docentes, estão sendo cada vez mais aplicadas ao redor do mundo.

Também estamos evoluindo em cirurgia robótica. O Brasil, que há menos de dois anos tinha apenas cinco robôs já tem mais de 30 espalhados pelo País, e cada vez mais se sedimenta esse progresso em benefício de nossos pacientes. Isso permite a utilização de instrumentais altamente sofisticados, diminuindo sensivelmente a agressão cirúrgica e permitindo uma recuperação mais precoce dos nossos pacientes. Novos métodos de imagem trazidos principalmente da Alemanha e da França nos guiam no tratamento dessa afecção, chamando a cirurgia guiada por imagem, evitando traumas, danos, e permitindo uma recuperação mais rápida e um tratamento mais preciso de nossos pacientes.

Estamos evoluindo da época de Billroth, o pai da cirurgia gástrica, para a cirurgia do futuro, guiada por imagem. Evoluímos também ao redor do mundo entendendo a biologia molecular desta afecção, que nos guiou para o sequenciamento do tratamento da afecção e na terapia gênica, que significa mandarmos medicamentos dirigidos ao tumor diretamente, matando o tumor sem afetar o hospedeiro, a pessoa humana.

Então, a terapia gênica está se tornando uma realidade e nesse sentido, já existem drogas eficazes, aumentando significativamente a sobrevida dos pacientes portadores de câncer gástrico.

Também, a quimioterapia tem se tornado mais suave, mais eficaz, mais efetiva, aumentando significativamente a sobrevida, e nós participamos, temos a honra de participar de todos esses ensaios terapêuticos ao redor do mundo, com a representatividade da escola brasileira. O guia naturalmente segue a Associação Japonesa de Câncer Gástrico e a Associação Mundial de Combate ao Câncer, e nós como Associação Mundial de Câncer Gástrico utilizamos um veículo de grande repercussão, que é o Gastric Câncer, esta revista do qual o Brasil participa intensivamente, para divulgar nossas pesquisas, nossos resultados e a nossa contribuição para melhoria do tratamento desta afecção. Concluindo, diria que é necessário que caminhemos para o diagnóstico precoce no sentido de tratarmos radicalmente os pacientes, oferecer aos pacientes tratamentos cada vez mais precisos através da cirurgia minimamente invasiva, termos acesso a terapia-alvo, a terapia gênica, e permitirmos que esses pacientes usufruam de um tratamento quimioterápico adequado.

Neste momento agradeço, mais uma vez, ao presidente da Associação Brasileira de Câncer Gástrico, professor Laércio Lourenço, e ao nobre deputado Márcio, que nos permitiu esta oportunidade. Muito obrigado a todos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ARTHUR GALHANO - Continuando esta solenidade, nosso próximo palestrante é o professor doutor Laércio Gomes Lourenço, que é médico pela Unifesp, possui mestrado e doutorado em gastrenterologia cirúrgica pela Universidade Federal de São Paulo, atualmente coordenador de cirurgia do aparelho digestivo da Fundação Osvaldo Ramos, Hospital do Rim e Hipertensão. É professor associado da disciplina de gastrenterologia cirúrgica do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo, presidente da Associação Brasileira de Câncer Gástrico e membro fundador da Sociedade Internacional de Câncer Gástrico. Coordenador do grupo de estudo em tumores neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Vamos à palestra, então, professor doutor Laércio Gomes Lourenço, com o tema “A realidade brasileira do câncer de estômago”.

 

O SR. LAÉRCIO GOMES LOURENÇO - Bom dia a todos. Eu agradeço a presença de todos, deputado Márcio Camargo, mais uma vez, faço das palavras do professor Bruno as minhas palavras, aos colegas presentes, este dia muito importante para nossa associação e para todo o evento de câncer de estômago. Como foi dito pelo professor Bruno, muito bem-dito, a importância do câncer gástrico no mundo e vamos nos ater ao câncer gástrico no Brasil, a realidade que enfrentamos todos os dias. A Associação Brasileira de Câncer Gástrico foi instituída em 1999, com esta finalidade. São cerca de 23 mil casos novos por ano e, infelizmente, os dados brasileiros são subestimados, não temos os dados precisos da real situação que enfrentamos não só do câncer de estômago, como das várias afecções do câncer no nosso País.

Mostrando alguns aspectos do câncer, a palavra geral no nosso País, o Brasil é um país muito grande e essas informações são dispersas nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, o IBGE, e mostra que a região sudeste tem uma incidência maior, não porque ela incide mais, mas porque provavelmente migram as pessoas para São Paulo e para o sul do País em busca de tratamento médico. Para o sexo feminino e o sexo masculino, e especificamente na região de São Paulo para o câncer de estômago, nos diferentes sexos você vê incidência maior. Sabemos que o estado do Pará é, sem dúvida, o grande representante na incidência de câncer de estômago em nosso País.

Nossa associação foi fundada em 1999, com uma iniciativa de muitos dos que estão aqui, principalmente o professor Gama Rodrigues, e teve elaboração para que criássemos um banco de dados, uma ideia da atual situação, da realidade brasileira frente ao câncer de estômago, pois havia uma série de informações que não batiam com os dados internacionais. Esse foi criado pelo doutor Pedro Kassab, falecido pai do ministro Gilberto Kassab, que nos auxiliou na formação de todo o estatuto da nossa instituição.

Essa associação engloba todos os especialistas das áreas profissionais, como oncologistas, cirurgiões, radiologistas, patologistas, endoscopistas, clínicos, psiquiatras, epidemiologistas, no sentido de entender melhor essa situação. É um grupo aberto para que todos possam participar. Mas por que se teve a ideia de criar um dia, especificamente, para falar e conversar sobre câncer de estômago? Primeiro, qual é a importância? É uma doença muito importante e incidente no nosso País, com alto índice de mortalidade. O que difere de outros países? Faltava uma homogeneidade na comunicação entre as diversas áreas do nosso País, faltavam também dados confiáveis para esses resultados, nós não tínhamos um tratamento homogeneizado. E o principal: Por que outros países tinham resultados muito melhores do que o nosso? Como foi dito pelo professor Bruno, que nas últimas publicações do Japão, 65%, quase 70% dos diagnósticos de câncer de estômago feitos no Japão, são precoces. Aqui, nas melhores estatísticas, não passam de 14%, fora de São Paulo chega a 5%. Será que não somos os bons médicos de fazer diagnóstico? Então, foi tudo isso que nos levou a participar desses congressos internacionais e entender, trazer essa realidade para a nossa situação.

E por que criar esse dia? Porque faltava o que se podia melhorar, o que podíamos fazer? Quais seriam as políticas sociais na nossa área profissional para mudar essa realidade? Essa é uma doença que traz um elevado custo financeiro, hoje é muito comum se falar em custos. Recentemente, tivemos um fórum de Saúde, em São Paulo, no qual o ministro da Saúde acha que é preciso diminuir de 7 mil e 500 hospitais para mil e 500 hospitais, há uma controvérsia em todas essas informações. É uma doença que traz um custo social e financeiro muito alto, quando diagnosticada nas fases avançadas.

Tudo isso nos levou a criar, a estudar a possibilidade, tivemos o apoio e a colaboração fundamental do deputado Márcio Camargo para que isso se tornasse uma realidade como hoje. A ideia se espalhou, vários colegas do País também se interessaram na ideia, e fora do País também. Temos o processo no Ceará, no Piauí, Rio Grande do Sul, onde a incidência também é alta. No Pará que, recentemente, é o estado, do ponto de vista científico, que tem melhor capacidade do estudo em genética do País, eles conseguem fazer estudos de primeira linha, porque eles têm um problema grave, que é o câncer de estômago no estado. Então, temos hoje São Paulo, Paraná, Piauí, Pará, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, com a ideia de criar o Dia Nacional de Conscientização do Câncer de Estômago. É muito maçante ficar falando de câncer, câncer, câncer. Aqui nós queremos conscientizar, e estamos com o apoio do senador Ronaldo Caiado, para que isso também se torne uma realidade nacional.

Já temos algumas estratégias para que isso se efetive. Temos um livro, que possui uma repercussão interessante, que é “Cuide de seu estômago”, onde receitas são feitas para que você tenha um hábito alimentar muito mais saudável, não só para câncer de estômago, mas para a vida. É necessário definir a população de risco, as pessoas com tendência maior. Quem nos ensinou isso muito bem foi a Aids. Não adiantava fazer um programa de esclarecimento para todo mundo. Você tinha que focar indivíduos para ter resultados, e por isso tivemos os resultados que temos hoje.

Educação, pois nenhum povo evolui sem educação. Então, faz parte do nosso projeto educar o povo, para que ele possa ter toda a informação, facilitar o acesso à informação, para que ele possa compreender a situação e também ser responsável pela própria saúde, e participar como cidadão.

Endoscopia, falou em doença do estômago, o exame que se impõe é endoscopia. Queremos desmistificar a endoscopia como exame agressivo, chato, que possa trazer algum malefício. Hoje, a tecnologia ajudou muito, temos exames bem feitos, profissionais capacitados, e tem que ter tempo para fazer uma endoscopia adequada, não pode ser volume, que isso dificulta o diagnóstico. Tem que ter paciência, ter tempo para o profissional fazer o exame.

E, por fim, naqueles onde tudo foi falho e a pessoa foi diagnosticada com câncer de estômago, ter o que o professor Bruno muito bem falou: acesso ao tratamento. Medicina é uma só, as condições do indivíduo podem favorecer um conforto maior ou menor dentro de uma instituição, mas o tratamento tem que ser o mesmo, de ponta, de qualidade e para qualquer pessoa.

E as longas filas, que temos isso como realidade. Você pede um exame, e infelizmente, pelo sistema, temos um retardo do diagnóstico que é significativo. Doutor Márcio, tive a oportunidade de nesse um ano em que conversamos, de ver seu gabinete, a sua assessoria, receber inúmeros pedidos, muito mais de assistência médica do que de emprego. Assistência médica para fazer tomografia, endoscopia, que não conseguiam, então isso vai ser uma das nossas lutas, de tentar o acesso das pessoas aos exames, para que tenha seu diagnóstico feito.

É interessante também atuarmos com os profissionais de Saúde, os médicos, clínicos gerais e não só com os pacientes, porque o câncer gástrico é uma doença sorrateira, pode não ter, no início, sintoma nenhum, é preciso pensar nas possibilidades. Então, através de workshops, simpósios, educação continuada, discussão de casos, hoje dispomos da internet, das redes sociais, para que as pessoas possam, os profissionais de Saúde também participem, pensem na possibilidade, e tenham sua atuação no diagnóstico dos pacientes. Todo o nosso objetivo vai ser agora a prevenção. Não estamos falando nada que não se fala há mais de 50 anos, prevenção é melhor do que qualquer outra forma de tratamento.

Vou dar um dado do SUS de 2016: quando a doença é diagnosticada em uma fase inicial, nós chamamos de estadiamento 1, aqui especificamente não tem de estômago, mas tem de canceres que são incidentes e importantes, como pulmão, mama, reto, e vocês veem que as barras mostram que na fase inicial, no estádio 1, o custo em reais de 3 mil pode chegar a 49 mil em outros tipos de neoplasia. Uma fase intermediária, o custo quadruplica, estou falando do custo para a sociedade, para os nossos impostos, e na fase 3, que infelizmente em câncer de estômago que é a nossa realidade, os custos são estratosféricos. Fala-se muito em custos, e dessa situação temos que participar, a sociedade tem que participar, para o próprio bem. Vou dar alguns dados, infelizmente não temos esses dados tão fortes da nossa realidade, mas nos Estados Unidos, por exemplo, os custos com câncer, em termos gerais, chegam a quase 900 bilhões de dólares por ano. Infelizmente, doença cardíaca ainda é a principal, mas nos Estados Unidos está em segundo lugar. No Brasil está em primeiro lugar. O câncer já ultrapassou a doença cardíaca nos Estados Unidos, e nesse caso, a análise feita pelas duas instituições da Organização Mundial de Saúde, mostra que estão computados os gastos com tempo de vida perdido do indivíduo, que fica inativo.

Não estamos falando de custos de tratamento. Por que isso está acontecendo, e na América Latina? Temos uma possibilidade de 2011, dados de 2011, de 335 mil mortes por câncer na América Latina, também esses dados devem estar subestimados. Isso deve-se ao envelhecimento, é uma doença crônica, não que o jovem esteja livre dessa situação, mas não é comum, deve-se também à urbanização, poluição, sedentarismo, hábitos alimentares, álcool e fumo. Quais são nossos desafios? O desafio é querer mudar a situação. A curto prazo não dá, a médio sim e a longo, com certeza, para mudar esse cenário especificamente de câncer de estômago.

Melhorar os dados da população, ter dados mais reais, se você tem dados confiáveis pode atuar mais efetivamente, aumentar a sobrevida e ter o cidadão como foco que é o objetivo de todo esse processo. Vamos atuar no conjunto com outras entidades que falam do fumo, o fumo para o câncer de estômago é muito importante. Parem de fumar, mantenha cigarro longe dos filhos, controle o álcool, faça atividade física, controle a obesidade. Só com essas medidas, você pode reduzir em 30% a incidência de câncer em termos gerais, todos os tipos de câncer. Nos Estados Unidos, o SUS americano, eles têm um programa específico de prevenção e investem muito nisso.

Na América Latina, o Chile apresenta um programa específico para câncer de estômago muito bem organizado e conseguiram resultados que são os melhores da América Latina. E no nosso país, no Brasil? Mostra que os custos com tratamento seriam sete vezes menores, se a prevenção fosse eficiente. O diagnóstico precoce, isso são dados do Ministério da Saúde, onde o ministério informa que a prevenção é importante, em todos os sentidos, e que a sociedade deve se mobilizar com capacitação de todos os profissionais que participam no cuidado de paciente com câncer. A sociedade privada, Poder Público, médicos, todos os profissionais.

Esse foi um dado que em um congresso mundial de câncer, chamada Asco, foi falado por um pesquisador em câncer de pâncreas, ele acha que os estudos mostram que o câncer é uma doença muito complexa, e certamente nunca vai ter uma droga mágica que venha a curar tudo. Isso foi uma situação muito preocupante, e foi publicado em uma revista de altíssimo impacto, que é a Science. E ele achava que o dinheiro está muito direcionado para a pesquisa de novas medicações, que são importantes e estão dando um controle da doença, e que ele achava que se 1% dessa verba fosse para prevenção, a história poderia ser diferente.

Senhores, o câncer dificilmente será curado. Mas, com certeza, ele pode ser evitado e controlado, que é o que se consegue hoje em grandes situações e situações específicas com sucesso. Eu gostaria de finalizar agradecendo todas as instituições que estão participando, e que tem todas o mesmo objetivo: vencer o câncer. Agradeço a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncologia Clínica; o Colégio Brasileiro de Cirurgiões; a Sobed, que é a Sociedade Brasileira de Endoscopia, que tem participação efetiva no nosso projeto; a Federação Brasileira de Gastroenterologia; o Isesp; a Sociedade Brasileira de Cancerologia; a Sociedade Brasileira de Cirurgia Digestiva. E, por fim, a ideia é todos juntos contra o câncer, a ideia é geral, mas nós estamos nessa situação também. Gostaria de agradecer as instituições que também de alguma forma com seus docentes, com os seus membros, participam dessa associação e que também têm uma atuação muito importante nesse processo, e que hoje se inicia e que nós vamos progredir para o ano que vem.

Para finalizar, gostaria de homenagear o deputado Márcio Camargo. Márcio, queria agradecê-lo por toda sua participação, sem isso nada seria possível, como membro honorário da Associação Brasileira de Câncer de Estômago.

Bom, se eu fosse falar de todo o currículo do professor Gama, seria bem complicado, então eu queria pedir ao professor Bruno, por favor, o patrono.

 

O SR. BRUNO ZILBERSTEIN - Eu vou pedir para o professor Joaquim Gama Rodrigues, que é a pessoa, um ser humano que, não vou falar muito porque eu me emociono, mas se estamos todos aqui hoje, é graças a ele. Então, ele não pode ser membro honorário, ele é membro fundador, mas é nossa homenagem, nossa gratidão, ao grande homem, ao grande ser humano, professor Joaquim Gama Rodrigues, patrono do Dia da Conscientização sobre o Câncer do Estômago.

 

O SR. LAÉRCIO GOMES LOURENÇO - Por fim, o câncer não escolhe a pessoa, e nem a pessoa o escolhe. Pessoas normais, famosas, ricas, pobres, sofreram o problema do câncer de estômago e tem essa situação. Pessoas alegres. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MÁRCIO CAMARGO - PSC - Antes de dar prosseguimento, gostaria de cumprimentar e agradecer a presença da Ângela Maluf, secretária adjunta da Secretaria de Saúde do município de Cotia, acompanhada da enfermeira Paola Marisca. Vou me dirigir à tribuna, tenho pequenas palavras de agradecimento também.

Mais uma vez meu muito bom dia, falo um pouco alto aqui, nós estamos um pouco acostumados de falar nesta tribuna, onde nós discutimos nesta Casa de Leis, tantos projetos para o estado de São Paulo, tão importantes. E ficamos muito contentes pelo convite do nosso amigo, doutor Laércio. Cumprimento-o e o parabenizo por todo esse trabalho, doutor Laércio. Ele foi médico do meu falecido pai, médico da minha família também, fez cirurgia de um sobrinho, Gabriel, por isso quero agradecer muito. Fico muito contente e honrado em poder colaborar um pouco nesta Casa de Leis. A classe política hoje não é tão bem vista no País, com tantos acontecimentos que vemos.

Eu estava em Brasília, doutor Laércio, nessa semana. Estivemos lá na terça e na quarta-feira, e vimos o quanto trabalha um deputado. Hoje, a notícia mostra o o que é mais ou menos, ou o que é o ruim. O que é bom não mostra tanto, tanto é que algumas televisões foram convidadas hoje a estarem aqui. Se fosse algum tipo de escândalo, estaria cheio de televisão aqui, mas como é uma causa nobre, que talvez não dê tanta repercussão na mídia, eles não estão divulgando. Querem pegar as coisas ruins para mostrar, mas tem muita coisa boa sim na política, e através da política, podemos ajudar muita gente.

Esse é um instrumento para ajudar as pessoas, nada mais vale a política se não for para ajudar as pessoas. Doutor Laércio, quando nos engajamos nessa causa, aceitando o convite de estar como deputado estadual, foi para fazer justamente isso: ajudar o maior número de pessoas. Somos um instrumento muito grande - as associações, nós cidadãos, ajudando no dia a dia -, mas com esse instrumento político e fazendo parte da política, podemos colaborar ainda mais.

Então, foi essa a nossa decisão: aceitar o convite, o desafio de estarmos, como deputado estadual, e procuramos fazer o melhor a cada dia. Sinto-me muito honrado em poder colaborar um pouco, e deixar aberta a Assembleia Legislativa, que é de todos nós, de toda a população. Estamos aqui temporariamente, o tempo que a população quer que nós permaneçamos. Temos deputados aqui, inclusive um médico, o doutor Salim Curiati que tem 11 mandatos como deputado estadual, é o recordista, está com 90 anos e atua como deputado estadual nesta Casa. A renovação tem que ser feita na política, tem que renovar, e acho também que quem é bom, deve continuar. Esse é um instrumento político muito importante, a participação do jovem na política. Quem não gosta de política vai ser governado por alguém que goste, então a política faz bem sim à saúde, à população. Mas, agradeço mais uma vez, doutor Laércio, o convite. Me sinto, como falei, muito honrado. Agradeço o doutor Bruno também, com essas brilhantes palavras e o nosso patrono, doutor Joaquim Gama.Deixo à disposição nossa Casa de Leis, nosso gabinete aqui na Assembleia Legislativa. Mais uma vez, agradeço o título de membro honorário, vou colocar com muito orgulho no nosso gabinete aqui, nós vamos levar com muito carinho sim.

Quando resolvi ser candidato a deputado estadual, um dos principais objetivos foi conseguir lutar pela família. Meu lema de campanha, sugerido pelo meu filho que completou 21 anos antes de ontem, foi “Força, fé e família”. Esse lema tem tudo a ver com essa terrível doença que acontece na sociedade, de forma cada vez mais intensa nos dias atuais e faz as nossas famílias sofrerem tanto.

O câncer é uma doença que começa silenciosa, geralmente, e de repente, em um espaço de tempo muitas vezes curto, faz com que se torne fatal e ainda pega todos nós de forma desprevenida. É preciso de muita força para combater o câncer. Força de vontade, disciplina e determinação. Força de caráter, e nunca deixando de lado a fé, o acreditar, o altruísmo, uma força de Deus que não sabemos às vezes de onde vem, mas vem sim de Deus. Quando o doutor Laércio nos procurou no gabinete, há algum tempo, tivemos a ideia de propor esse singelo projeto de lei, com objetivo principal de alertar a sociedade desta terrível doença, e com os princípios da Educação e Conscientização, que são sem sombra de dúvida, uma das principais armas no combate à essa doença. O câncer de estômago recentemente vitimou personalidades famosas, já apresentadas aqui, como o ator Paulo Silvino e tantas outras personalidades, que quando os assistimos na televisão, as enxergávamos como seres acima dos comuns, mas não, estão aí como todos nós, e, portanto, cabe aqui dentro de nossas casas, e das nossas atividades, dos nossos trabalhos, fazermos esses pequenos gestos de ajudar de alguma forma a combater essa doença tão terrível. O objetivo aqui, hoje, é fazer um gesto para combater o câncer de estômago.

Não quis aqui ficar passando dados, números, estatísticas, valores, pois muito já foi dito nas brilhantes palestras que me antecederam. O que quero sim é me colocar à disposição de todos vocês, da sociedade, da sociedade médica, como um soldado, um agente indutor e alavancador de políticas públicas em prol de mais Saúde e de dias melhores para todos. Vocês médicos com certeza devem ter muito orgulho de sua profissão, o salvar vidas é muito nobre, o ajudar o próximo é estimulante e realizador. Li uma matéria esses dias, onde em um evento do Departamento de Oncologia da Santa Casa de São Paulo, a palestrante, doutora Marineide Carvalho, oncologista daquela renomada instituição de saúde disse a seguinte frase: “A nossa missão não é lutar contra a morte, a morte é um complemento da vida. A nossa real missão é fazer com que esse ciclo se encerre com menos dor”.

Esse espírito cristão e de ajuda ao próximo é fundamental, sempre com resignação e resiliência, e por isso me coloco o meu gabinete, esta Assembleia Legislativa, com meus outros 93 colegas, deputados, à disposição dos senhores, para juntos podermos sensibilizar as autoridades do Executivo, governos, gestores de Saúde dos governos federal, estaduais e também os municipais. E também os privados, para fazermos sempre essa cruzada de Assistência Social, que são sempre prioridades, mas a questão de Saúde é fundamental, pois sem saúde não se vive com qualidade, não se pensa com tranquilidade, não se produz com eficiência e não se dá um sorriso com alegria e leveza.

Quero agradecer ao nosso presidente da Casa, o deputado Cauê Macris, um jovem lutador, com 32 anos, no segundo mandato de deputado estadual, dois mandatos de vereador na cidade de Americana e, hoje, um lutador. Ele teve compromissos externos, ele gostaria de ter feito a abertura, mas não pôde comparecer por motivos agendados anteriormente, mas vou deixar aqui o meu registro de agradecimento ao nosso presidente Cauê Macris.

O Estado precisa investir mais em políticas de combate e tratamento do câncer, principalmente em orientação à população e exames preventivos, com mais endoscopias e endoscopistas na rede pública. Isso iremos pedir cada vez mais aos nossos governos, fica mais barato prevenir do que remediar, sem sombra de dúvida. O momento é de crise econômica, os governos estão com poucos recursos, e como diz sempre o nosso governador Geraldo Alckmin, o cobertor é curto. Hoje o problema não é só de gestão, é também de falta de recursos e investimentos. Temos muitas áreas prioritárias do governo, como as questões de Educação, Segurança Pública e Assistência Social, mas a questão de Saúde é fundamental, pois sem saúde não se vive com qualidade, não se pensa com tranquilidade, não se produz com eficiência e não se dá um sorriso com alegria e leveza. Nenhuma família consegue ficar em paz ou tranquila quando um parente está com a grave enfermidade.

Encerrando, gostaria de citar duas frases que li como mensagem de motivação para pacientes com câncer na Rede Humaniza, do SUS: “Enfrentar o câncer é acreditar que a ciência acompanhada da fé pode ter resultados bem melhores” e “A vida é muito mais do que viver, é sorrir”.

Se fosse para resumir tudo que conversamos nesse um ano, e os trabalhos que vamos iniciar, já conversando com o doutor Laércio para no ano que vem fazermos um grande evento, nós também temos o privilégio de sermos autores da lei estadual da união e proteção da família. Essa lei foi aprovada e sancionada pelo governador e, todo mês de maio, fazemos um grande evento na Assembleia Legislativa. Este ano, no mês de maio, tivemos quase mil idosos. O papel do idoso na construção da família brasileira, tivemos temas e palestras, isso temos divulgado bastante também.

E com o nosso tema de hoje, com esse projeto de lei que brevemente vai ser sancionado, tenho certeza, pelo nosso governador Geraldo Alckmin, nós queremos promulgar isso também, deixar mais uma vez a Assembleia Legislativa, doutor, não só anualmente, mas semanalmente, quando o senhor precisar, nós temos auditórios aqui de 10 pessoas, 50, 200, mil pessoas, então quando quiser, esta Assembleia Legislativa é da população, a população tem que entender isso, que este grande palácio aqui é para usar em causas nobres como essa.

Quero agradecer novamente a todos por estarem aqui hoje nesta grande cruzada, meu muito obrigado e que Deus nos abençoe. Quero agradecer também o Instituto Mônica Viana, Sociedade Brasileira de Cancerologia, a Federação Brasileira de Gastrenterologia, a Federação Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica, o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, a Sociedade de Endoscopia Digestiva, o Instituto Vencer o Câncer, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Aos médicos, à doutora Monica Valverde Viana, ao doutor Laércio Gomes, mais uma vez, meu muito obrigado, doutor. Doutor Bruno, e à doutora Nora Forones.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial, à Imprensa,à Secretaria-Geral Parlamentar, à TV Legislativa, às Assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a presente sessão, agradeço mais uma vez a presença de todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 26 minutos.

 

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