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02 DE OUTUBRO DE 2017

059ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO SR. DIVALDO PEREIRA FRANCO COM O COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

 

Presidente: RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

 

RESUMO

 

1 - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - LAÉRCIO FERNANDES VICENTE

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa e demais autoridades presentes.

 

3 - PRESIDENTE RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a pedido deste deputado, com a finalidade de prestar "Homenagem ao Sr. Divaldo Pereira Franco com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo". Saúda as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Comemora a destinação de recursos públicos à Casa Transitória da Feesp.

 

4 - SILVIA PUGLIA

Ex-presidente da Feesp - Federação Espírita do Estado de São Paulo, cumprimenta os presentes. Faz oração.

 

5 - ZULMIRA DA CONCEIÇÃO CHAVES HASSESIAN

Presidente da Feesp - Federação Espírita do Estado de São Paulo, tece elogios ao Sr. Divaldo Pereira Franco. Agradece pela oportunidade de participar desta solenidade.

 

6 - ROSANA AMADO GASPAR

Representante da Sra. Julia Nezer Oliveira, presidente da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, enaltece virtudes do homenageado, em nome da USE.

 

7 - PRESIDENTE RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

Destaca a presença, nesta solenidade, do pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus e diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e da Construção Civil, João Rodrigues. Anuncia a exibição de vídeo sobre a vida de Divaldo Pereira Franco. Anuncia homenagem, com entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, ao Sr. Divaldo Pereira Franco.

 

8 - DIVALDO PEREIRA FRANCO

Médium e orador espírita, saúda os presentes. Discorre sobre o trabalho de pacificação realizado por Mahatma Gandhi na Índia. Reflete sobre a homenagem recebida nesta solenidade, atribuindo-a à doutrina espírita. Destaca a necessidade de sentido psicológico existencial, que, para ele, está no servir e amar ao próximo. Situa o espiritismo como, a seu ver, o consolador anunciado por Jesus. Disserta sobre juventude e ética. Lembra pessoas que dedicaram suas vidas ao bem. Afirma seu compromisso com a disseminação do amor. Lamenta a crise social e moral da atualidade, que associa ao materialismo. Discursa acerca de ideias históricas a respeito de Deus e da vida, destacando o posicionamento de Allan Kardec e da religião espírita sobre o tema. Defende a solidariedade e a busca de felicidade em detrimento do individualismo, do consumismo e da busca pelo prazer. Lamenta as doenças psicológicas e o suicídio, os quais, a seu ver, estão ligados ao declínio dos valores morais. Compara o comportamento preconceituoso atual à realidade da Idade Média. Opina que cargos e títulos públicos não alteram a moralidade de indivíduos. Discorre sobre os diferentes estados de consciência do ser. Narra histórias sobre a lei de causa e efeito e o perdão. Exalta o papa Francisco por sua atuação religiosa. Salienta a importância psicoterapêutica do perdão para a renovação interior e a amenização da crise atual do mundo. Faz agradecimentos ao deputado Ramalho da Construção. Declama poema de gratidão a Deus.

 

9 - ADRIANA RAMALHO

Vereadora à cidade de São Paulo, tece agradecimentos e elogios a seu pai, o deputado estadual Ramalho da Construção. Cumprimenta autoridades presentes. Declara-se emocionada com o depoimento de Divaldo Pereira Franco, a quem faz elogios. Pontua a diversidade de religiões seguidas pelos membros de sua família. Reflete sobre Deus e a fé. Frisa a importância da doutrina espírita e de Jesus na cura de doença enfrentada por seu pai. Deseja a continuidade do exercício religioso do deputado e do homenageado desta solenidade. Faz votos de bênçãos aos presentes.

 

10 - PRESIDENTE RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

Saúda Washington Nogueira, autor de biografia de Divaldo Pereira Franco. Cita iniciativas políticas de reconhecimento da relevância do homenageado, a quem elogia e parabeniza pelos exemplos de vida e pelo trabalho social que desenvolve. Disserta sobre o papel da Feesp em sua vida. Agradece familiares. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Ramalho da Construção.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LAERCIO FERNANDES VICENTE - Senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Hoje, realizaremos a sessão solene com a finalidade de homenagear o Sr. Divaldo Pereira Franco, com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

Neste momento, convidamos para compor a Mesa o deputado Ramalho da Construção, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, e vice-presidente da central Força Sindical.

Nosso homenageado de hoje, médium e orador espírita, Sr. Divaldo Pereira Franco; representando a Sra. Julia Nezu, presidente da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, a Sra. Rosana Amado Gaspar; a Sra. Zulmira da Conceição Chaves Hassesian, presidente da Feesp - Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Com a palavra, o deputado Ramalho da Construção.

 

O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Bom dia a todos e a todas, estamos aqui em nome do nosso presidente Cauê Macris, nesta sessão solene com a finalidade de homenagear o Sr. Divaldo Pereira Franco, com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Esta é a maior homenagem que a Assembleia Legislativa concede, e queremos agradecer aos 93 deputados que assinaram comigo pela entrega deste Colar, uma das maiores homenagens que se dá a uma pessoa de vida pública, em especial Divaldo,que tem um trabalho social pelo mundo inteiro. Dias atrás encontrei Divaldo junto com minha esposa no aeroporto, ele mesmo puxando a mala, fazendo check-in. Encontramo-nos duas vezes, - porque eu estava com a sogra - quando desembarcamos e depois ele embarcando. Um menino com 90 anos de idade, que é um exemplo a ser seguido por todos nós.

Gostaria de cumprimentar a Rosana Amado Gaspar, que está representando a Dra. Julia, presidente da USE; a Zulmira, nossa presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo, acompanhada de diversos colaboradores; a Silvia Puglia, minha irmã querida, o marido foi secretário da Saúde de Osasco. E com a minha diretora. Eu falo que se não fossemos casados, eu me casaria com a Vera, porque além de linda, é muito simpática. A Vera distribui amor, principalmente na área de orientação, isso me deixa muito feliz de trabalharmos juntos.

Já fizemos a homenagem às autoridades da Mesa, e acho que deve estar chegando a vereadora Adriana Ramalho. Eu tenho uma filha vereadora na Capital, e com a ajuda de todo esse povo nós a elegemos com 29 mil e 756 votos, ela tem feito um bom trabalho na Assembleia. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, minhas amigas e meus amigos, colaboradores desta Casa, telespectadores, estamos aqui em nome do presidente da Casa, Cauê Macris, que me pediu para presidir esta solenidade, com a finalidade de homenagear Divaldo Pereira Franco, uma das maiores ou a maior autoridade espírita encarnada. Nós tivemos o Chico, e o Divaldo com certeza tem substituído muito bem, ele vai falar em seu discurso. Eu gostaria de falar da honra de estar aqui com todos os convidados presentes.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvir o Hino Nacional Brasileiro, sob a regência do sargento Gleyson Azevedo, da Camerata da Polícia Militar.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, através de seu maestro. É uma alegria estarmos sempre juntos aqui, muito obrigado.

Convido Silvia Puglia, nossa eterna presidente, uma mulher que anoitece e amanhece cuidando da área social. Divaldo, por iniciativa da Zulmira e da Silvia, o governador assinou na semana passada o projeto de lei que manda para a Assembleia o prorrogamento do comodato da casa transitória por mais 60 anos. Coube a mim ser o relator, já estou conversando com todos os deputados. Assim como foi a homenagem a esta grande autoridade espírita, que é Divaldo Pereira Franco, com certeza teremos aprovação dos 94 deputados para prorrogar o comodato da casa transitória por mais 60 anos.

Quem sabe daqui a 60 anos estejamos juntos renovando, se não encarnados, como espíritos. Divaldo que vai viver uns 170 anos, estaremos juntos aqui para assinar.

Minha querida Silvia há um protocolo da Casa, e seguimo-lo falando na tribuna. Por favor.

 

A SRA. SILVIA PUGLIA - Exmo. Deputado Ramalho, excelentíssimos componentes da Mesa do evento e convidados aqui presentes, nosso bom dia. Vamos neste instante nos preparando para a prece de abertura deste magnífico evento. Para isso, vamos nos acalmar e aquietar, nos confraternizando para este momento tão importante. Fechando nossos olhos se necessário, para nos ligarmos ao plano espiritual aqui presente, os queridos bem feitores, em nome do mestre Jesus.

 

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- É feita uma prece.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Muito obrigado, querida irmã Silvia.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida pela TV Assembleia no sábado, dia sete de outubro, às 21 horas pela NET - canal 7, pela TV Digital - canal 61.2 e pela TV Vivo - canal 9.

Passo a palavra para a minha querida amiga, Zulmira da Conceição Chaves Hassesian.

 

A SRA. ZULMIRA DA CONCEIÇÃO CHAVES HASSESIAN - Bom dia a todos, que Jesus nos abençoe e ilumine cada vez mais. É com muita alegria que nos encontramos aqui, nesta homenagem tanto do plano material, como do plano espiritual. Agradecemos ao nosso querido Ramalho por sua dedicação, não só como político, mas também como aquele colaborador do bem, que dedica parte do seu tempo à nossa Federação Espírita do Estado de São Paulo. Homenagem justa e honrosa ao nosso querido Divaldo Pereira Franco, mais do que merecida por sua obra no bem, a todos aqueles assistidos e necessitados, tanto dos bens materiais, como espirituais. Quero agradecer por estar aqui neste momento, compartilhando com todos os senhores. Muito obrigada e muita paz.

 

O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Muito obrigado nossa presidente, querida Zulmira. Convidamos para fazer uso da palavra, representando a USE, a Rosana Amado Gaspar.

 

A SRA. ROSANA AMADO GASPAR - Bom dia a todos. É uma imensa alegria a USE estar representada aqui hoje. Representamos a Dra. Julia Nezu, que manda um fraternal abraço para o querido Divaldo, que tanto tem trabalhado para o movimento espírita no estado de São Paulo. É uma alegria muito grande, porque nos lembramos da irmã Sueli Caldas, que chama o Divaldo de semeador das estrelas. Ele é isso mesmo, por onde passa deixa seu brilho do amor e do bem, sem dizer realmente da pessoa que ele é, desprendida e amorosa para com todos nós. Nosso agradecimento em nome das 1.400 casas que a USE representa, e seus órgãos.

Estamos muito felizes por esta justa homenagem do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao nosso querido Divaldo. Muito obrigada, você merece muito mais que isso. Nós te amamos.

 

O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Muito obrigado, querida Rosana. Queremos agradecer à Silvia Márcia Barbosa, que está aqui representando nosso desembargador e presidente do Tribunal do Trabalho da 2ª Região, Wilson Fernandes; a tenente Mikaela, representando o vice-almirante Guerreiro, comandante do 8º Distrito Naval. Divaldo, ela é uma pessoa muito simpática. Em todas as homenagens da Assembleia, a tenente está junto conosco. O Waldir Beira Junior, presidente do Conselho da Sociedade Espírita de Proteção à Infância; Jonas Pinheiro, presidente da Associação de Desenvolvimento Espiritual Reencontro.

Antonio César Perri de Carvalho, ex-presidente da Federação Espírita Brasileira e ex-presidente da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo; Edson Sardano, secretário de Segurança de Santo André; Edna Freitas, representando o presidente do SinSaúdeSP, nosso querido irmão José Lião, que assim como o Divaldo, também está com quase 90 anos. Divaldo, fui o peão que construiu o prédio do Sindicato da Saúde do Estado de São Paulo, com a mão na massa. Concília Sarno Gonçalves e José Alberto Fregnani Gonçalves da Seara Bendita, Instituição Espírita. Da TV Mundo Maior e Rádio Boa Nova, a jornalista Mariana Fridman; o Janio Martins, representando o deputado Antonio Salim Curiati; e estava conosco o deputado Itamar Borges.

Também queria citar aqui o pastor João Rodrigues, da Igreja Assembleia de Deus e também diretor do nosso sindicato. Irmão que preside vários campos da Zona Sul, outro no Paraná, e outro com várias igrejas nos Estados Unidos. Tive a oportunidade de participar do aniversário do João, e o filho que o substitui nos Estados Unidos entrou ao vivo para homenagear o João. Divaldo, ele tem um trabalho muito importante na Igreja Assembleia de Deus. Tenho a honra de tê-lo como meu diretor, ter entrado junto no sindicato em 1987. Peço uma salva de palmas para o pastor João Rodrigues. (Palmas.)

Convido a todos para assistirmos um vídeo sobre a vida de Divaldo Pereira Franco.

 

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- É exibido vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Divaldo, primeiro vamos fazer uma homenagem a V. Exa., depois você usa a palavra. Quero convidar minha esposa Débora, para me acompanhar na entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo para a maior autoridade espírita do momento que nós reconhecemos. Em seguida vamos ouvir as palavras desse grande homem público, que tem dedicado toda sua vida aqui na orientação espiritual.

Estamos aqui também com uma aluna da Federação Espírita do Estado de São Paulo, que está oferecendo flores ao Divaldo Pereira Franco. Peço para que também fique ao nosso lado para juntos, entregarmos o Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao nosso homenageado.

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Com a palavra, nosso maior orador espírita e maior autoridade espírita que conhecemos no momento, seguidor do nosso Chico Xavier, Sr. Divaldo Pereira Franco.

 

O SR. DIVALDO PEREIRA FRANCO - Exmo. Sr. Deputado Ramalho da Construção, neste momento presidindo esta solenidade, em nome do digníssimo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nobres deputados presentes, digníssimas autoridades presentes ou representadas, queridos amigos e amigas representando instituições religiosas ou não, senhoras e senhores, nossos votos de muita paz. Rabindranath Tagore, fazendo uma análise da personalidade de Mohandas Karamchand Gandhi, denominou de Mahatma, alma nobre.

Esse Mahatma, já no declínio da existência, escreveu que esse único homem atingiu a mais elevada qualidade de amor e isso seria suficiente para neutralizar o ódio de milhões. Ele próprio logrou alcançar esse amor de excelência superior, libertando a Índia e o Paquistão da dominação britânica, sem derramamento de sangue. Portanto, Prêmio Nobel da Paz, apóstolo da humanidade. Quando recebi a notificação desta Egrégia Casa de Leis, informando-me da homenagem que me seria dirigida pelo nobre deputado Ramalho da Construção, detive-me a reflexionar nos motivos que levaram Sua Excelência a distinguir-me com a mais alta honra prestada pela instituição paulistana ao indivíduo.

Após uma análise criteriosa, cheguei à conclusão de que essa não era uma homenagem dirigida à pessoa que estou, mas à doutrina espírita. Doutrina que abracei desde os verdes anos da atual existência, e a qual procurei dedicar os melhores momentos da jornada terrestre. Doutrina que me tornou cidadão, que me ensinou a ética socrática, mas sobretudo, o amor de Jesus Cristo, convidando-me a servir. Como escreveu com propriedade Gabriela Mistral, Prêmio Nobel de Literatura Chilena: “O sentido da vida é servir; servem o ar, a terra, o vento, a vida”. Recordei-me que o notável psiquiatra austríaco Viktor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração de trabalhos forçados e destruição da vida, ao apresentar sua psiquiatria, que se tornou uma das correntes mais belas do século 20, teve a ocasião de acentuar que toda vida deve ter o sentido psicológico.

Mais tarde, repetindo o pensamento desse psiquiatra que recebeu nos Estados Unidos, mais de dez títulos de Doutor Honoris Causa em psiquiatria das melhores universidades norte-americanas. Carl Gustav Jung, o criador da psicologia analítica, corrobora que uma vida que não tem sentido psicológico é uma vida vegetativa. Então estive examinando que deveria dar à minha vida um sentido psicológico, e a doutrina espírita ofereceu-me esse objetivo psicológico no seu nobre postulado que fora da caridade, não há salvação. Então eu podia unir o pensamento de Gandhi a respeito da excelência da qualidade do amor, ao objetivo psicológico existencial, trabalhando com outros em favor de mim mesmo e da sociedade na obra do bem, que é defendida pelos postulados espíritas.

Cheguei à conclusão de que trabalhar no bem é um dever, não uma virtude. Que ter uma vida ética não nos torna diferentes de ninguém, porque essa é uma conquista do processo antropo-psicológico da criatura humana. Comecei a imaginar este momento, o que deveria dizer ao seleto auditório que me honra com sua presença? E conclui à semelhança da grande historiadora sueca, Prêmio Nobel de Literatura, Selma Lagerlöf, que não mereço a homenagem. Não a mereço porque dependente dos postulados espíritas, é o espiritismo que me concede a luz da razão e oferece objetivos existenciais, ilumina minha ignorância e me estende mãos generosas para amar e servir.

Desejo rogar a este auditório nobre perdão por não aceitar a homenagem, isto é, transferi-la ao espiritismo. Dei-me conta que não era uma homenagem à pessoa que sou, mas a essa doutrina libertadora cujo nome foi enunciado por Jesus Cristo quando prometeu o consolador. Deveria enxugar nossas lágrimas, diminuir nossos suores, repetir suas lições e dizer-nos coisas novas, porque naquele tempo não tínhamos condições de entender. Deste modo, nobre deputado, dignos corações presentes, transfiro ao espiritismo esta honra, e aceito o estímulo do vosso carinho, a bondade de vossos corações no crepúsculo de uma existência muito larga.

Victor Hugo teve uma bela página dedicada à velhice, na qual ele dissera que é o período da decrepitude das forças, das evocações desagradáveis, da melancolia, dos reveses da sorte, da solidão. E com todo respeito a esse nobre escritor neolatino, eu diria que, com o espiritismo, o declinar das forças físicas faculta o recrudescer das energias transcendentais. Aquelas evocações que seriam deprimentes transformam-se em grandes impulsos de aprendizagem e de desenvolvimento intelectual. Recordando-me de um filósofo argentino, diria que mocidade não é um período de verdor dos anos. Jovem, ipsis verbis, é todo aquele que pode olhar para o passado sem ter vergonha dos atos praticados, porque toda vez quando nos comprometemos com uma conduta que não corresponde à ética social, nem ao estatuto legal de cidadania do país, já não temos a juventude, a pulcritude, a nobreza, a coragem. Estamos amarrados ao nosso débito, à situação deplorável a que nos entregamos.

Então reconhecendo que estou num crepúsculo aureolado de um sol que tem plumas douradas de evocações sublimes, de momentos inolvidáveis, de afeições transcendentais, agradecendo a Deus a honra de ter me convidado e a outros, a trabalhar em sua seara, ao crepúsculo da última hora. Eis porque tenho a audácia de estar presente aqui, neste salão que evoca a personalidade nobre do Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-presidente da República do Brasil. De evocar personalidades que se entregaram ao bem, à semelhança de Albert Schweitzer, de Madre Tereza de Calcutá, de Francisco Cândido Xavier e milhões de pessoas anônimas, para dizer a todos vós, muito obrigado pela deferência, que tentarei honrar através de uma vida austera, edificante, pautada na lei do amor, para que dessa forma a sociedade seja melhor, mais feliz.

É uma redundância dizer que vivemos um momento muito difícil, um dos períodos mais difíceis da era moderna, a grande crise que se abate sobre a Terra. As incertezas que se desenham no horizonte do futuro entre nações poderosas, menos poderosas, mas tão atrevidas quanto aquelas poderosas. Eis o momento em que a economia do mundo assinala a queda do PIB em vários países, enquanto outros apresentam uma estatística de alta relevância. Uma época de crise social, defluente da crise moral, a perda dos valores éticos, muito bem definidos pelo notável teólogo e psicólogo americano Rollo May, que elucidou vivermos um período difícil como este por causa de três fatores que não cuidamos devidamente: o individualismo, o sexismo e o consumismo.

Na palavra notável desse pensador religioso e psicólogo emérito, o homem da cibernética que conseguiu a comunicação virtual e penetrou no macrocosmo, descobriu o buraco negro e a luz negra, pôde penetrar na consecução das galáxias e entender a grandiosidade do cosmo. Mas também viajar na direção das micropartículas e detectar o bóson de Higgs. Quem não tem uma maneira de expressar a diferença entre energia e matéria, define esse Bóson como sendo a partícula de Deus. Trazendo uma iluminação especial à mentalidade do materialismo dos séculos 17 e 18, quando o pensamento iluminista, iniciado pelo trabalho notável dos grandes pensadores, abriu as portas para a revolução cultural, mais tarde a revolução industrial, e na atualidade a revolução cibernética.

Hoje, quando podemos pensar em profundidade a respeito do que era mistério ontem, e termos a percepção de uma realidade que transcende a qualquer capacidade de imaginar, facilita-nos compreender a grandeza de Deus. Quando a física quântica ou das probabilidades assevera que essa partícula, o bóson de Higgs, astrofísico que pensou nela há 60 anos, e a concebeu matematicamente provando-a, mas que nunca pode ser detectada, e assim se logrou no ano passado, através de um acelerador de partículas por meio de choque de prótons. Então ser a partícula de Deus fascina-nos, porque o cientista do quilate dessa doutrina dobra-se diante da majestade do Criador. Majestade negada a partir daquele século 17, quando Lord Beauclerk e uma elite de pensadores divorciaram-se da fé cega, irracional, teológica, para se deterem diante da razão, o que levou no ano de 1792, no dia cinco de novembro, em Notre Dame, um pensador dizer a 15 mil pessoas presentes: “Deus é a razão, não temos por quê acreditar em Deus”.

Talvez preparando o terreno para Friedrich Nietzsche proclamar mais tarde que Deus havia morrido. E foi graças a esse desvio de cultura, por um lado saudável porque descobriu a razão, deu-nos a ciência, do empirismo à tecnologia, para que pudéssemos encontrar o motivo lógico da existência, e eliminar a possibilidade remota, vazia e mitológica de que fomos criados do nada. Quando se apresentou a grande teoria a respeito do Big Bang como sendo a origem de tudo, já que antes não havia nada, deparamo-nos com um paradoxo. Não havia nada, entretanto havia duas partículas que se chocaram e dali nasce este universo, porque provavelmente houveram outros. É possível que existirão outros universos, mesmo no conceito einsteiniano.

É fascinante notar que nesse momento de crise de cultura, cientistas da mais elevada postura cultural façam sua viagem de volta a Deus, para dizer que o universo não é fruto de um acaso, mas de uma causalidade absoluta. Allan Kardec teve a coragem de indagar, conforme podemos ler na questão número um da obra básica do espiritismo, o Livro dos Espíritos, “O que é Deus?”. E pela primeira vez na lógica, na filosofia, na teologia, a pergunta era feita corretamente. Porque até então ela era feita de uma maneira defeituosa, “Quem era Deus?”. A partícula “quem” significa o homem “que”. Allan Kardec interroga (Ininteligível.) e dá uma amplitude retirando desse Deus o caráter antropomórfico, as paixões, a impiedade, a preferência por um povo em detrimento de outro, a perseguição a esse, porque tinha cor tal ou qual, ou aquele outro por causa de sua conduta, produzindo condenações eternas.

Allan Kardec faz a pergunta e os espíritos nobres redarguem: “É a inteligência suprema do universo, causa primeira de todas as coisas”, o que vai ajudar a filosofia a pensar a partir do século 19, que Deus é a causa incausada do universo. E então repetir: “eu existo, eu penso, logo a vida é uma realidade com significado”. Essa resposta levou o egrégio codificador do espiritismo a reindagar: “Que provas se têm da existência de Deus?” E a resposta obedece à física newtoniana, em um paradoxo, um postulado que adotais em vossas ciências, todo efeito provém de uma causa. E se nós somos um efeito inteligente, é óbvio que a causa geradora é também inteligente. Dessa maneira apresenta-se neste momento de crise uma perspectiva, uma esperança, porque a sociedade tem progredido através de crises.

A própria palavra no grego significa essa véspera do progresso. Todo passo gigantesco que a sociedade deu foi precedido de uma crise. Essa apresenta-nos muito mais grave, porque não é uma crise internacional, mas a crise da criatura humana. É o vazio existencial, o indivíduo que vive em solidão, resultado de uma sociedade que cultivou o individualismo em detrimento da solidariedade. É uma sociedade que estabeleceu o prazer como meta, deixando à margem a felicidade, que tem caráter transcendental. É a sociedade que, para poder ocultar sua deficiência, empurra-nos num mecanismo psicológico de fuga ao consumismo. Consumir e consumir-se, porque nada de fora preenche a solidão de dentro. Nenhum valor, mesmo naqueles que fazem parte dos dez primeiros da lista Forbes, das pessoas mais ricas da Terra, esse sentimento de amor, paz e harmonia não pode ser comprado pelos valores terrestres. Ele tem que ser elaborado pelo ético-moral do indivíduo, que propõe o self em primazia às necessidades do ego.

Toda vez que colocamos o ego a serviço das chamadas necessidades nossas, tombamos no individualismo e esquecemos-nos dos outros, olvidando que somos animais gregários, que nos necessitamo-nos uns dos outros e que todo aquele que se isola por essa ou aquela razão, que tem preconceito de qualquer natureza, inibindo a liberdade de outrem, encontra-se num transtorno psicopatológico, e em breve tomba na depressão e inevitavelmente caminha para o suicídio direto ou indireto. É por essa razão que nós estamos numa sociedade em crise, porque a crise do indivíduo que ainda não encontrou sua direção.

Há 200 anos um grande filósofo inglês, Thomas Hobbes, fez uma análise da sua sociedade industrial que começava na Inglaterra, e estabeleceu que o ser humano do seu tempo havia perdido o endereço de Deus, a soberba, o orgulho, a presunção, a inteligência, atingindo um nível de pequenez do intelecto moral, e dispensou Deus. Então predizia: “A sociedade vai entrar num declínio de valores morais”, e vemos que do ponto de vista intelecto-tecnológico atingimos o máximo, mas no ponto de vista ético-moral, ainda vivemos na barbárie. Recordemo-nos da madrugada trevosa que estamos defrontando em Las Vegas: um homem de 62 anos, sem motivo aparente, armar-se para matar.

Observemos a cidade do Rio de Janeiro, transformada num campo de batalha, e nosso País em paz sobre o ponto de vista civil. Observemos a violência urbana e covarde contra a mulher, contra as minorias, sejam raciais ou de conduta comportamental-psicológico. Diferenciamos muito pouco da média idade do passado, dos séculos VIII até o XII, de primarismo e primitivismo. Olvidemos da solidariedade e tornemo-nos solitários. A Unesco havia programado para o ano 2000 um memorando de seis itens, e um deles era voltar à solidariedade, o que vale dizer que em alguma época fomos solidários, mas agora éramos solitários. Era necessário voltar.

Então, é necessário que nos disponhamos a fazer uma auto-análise, perguntando: “Qual é o meu objetivo psicológico na vida? Porque estamos assim?”. Começando nossa tarefa de transformação ética para melhor, acabaremos com a crise. A autoridade que hoje nos governa era um cidadão que estava no meio social, e esse não era um cidadão nobre, o título, o cargo, o encargo não o modifica em absoluto. Servem de máscara para aparência, mas o caráter não sofreu mudança. O grande trabalho é a viagem interior na busca da plenitude, e nessa busca volvermos aos valores do Evangelho de Jesus, um grande número de nós está filiado a uma doutrina religiosa, vinculado. Periodicamente participamos dos seus cerimoniais, atendemos sua teologia, mas continuamos na avareza, no egoísmo, na sensualidade perversa, no erotismo, na perda do respeito ao próximo, no abandono aos invisíveis.

Tornasse-nos indispensável fazer uma reflexão e começarmos a perdoar-nos. A primeira proposta é o auto-perdão, não guardarmos mágoas de nós mesmos, e dizermos que somos seres em processo de evolução de consciência. Estagiamos em diferentes níveis de consciência, desde a de sono sem sonhos primários, até a consciência cósmica. Cristo estava na consciência cósmica e muitos de nós em situação privilegiada na economia, estamos na consciência de sono sem sonhos, como descreve muito bem Robert de Ropp, o mais notável neurologista dos Estados Unidos. Vivemos momento do auto-perdão.

Já que nos propuseram falar um pouco sobre perdão, é necessário começar em nós mesmos por intermédio da proposta desafiadora de Jesus Cristo. Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a vós mesmos. O auto-amor sai das páginas da velha teologia para nos dar a grandeza racional de sermos pessoas que merecem viver, e que temos a indispensável necessidade de sermos felizes na Terra. Não aguardarmos o reino dos céus que será consequência dos atos no reino terrestre. Temos de fazer o auto-encontro, termos a capacidade de compreender que erramos, mas que devemos ter oportunidade de reabilitarmo-nos. Que deveremos lutar por nosso aprimoramento intelecto-moral como assevera Allan Kardec.

Eu tenho o direito de errar, mas o dever de recuperar-me e desculpar-me pela ignorância, o maior adversário do divino ao lado do seu egoísmo. A possibilidade do perdão leva-me a entender também as deficiências alheias, a compreender. Se para me libertar das más inclinações é tão difícil, por que não é difícil também para meu próximo tolerá-lo? Se me posso permitir o direito de ser como estou, tenho o dever de respeitar aquilo que ele está conquistando. E caímos nessa proposta maravilhosa do perdão. Antes ideológica, o perdão era uma questão religiosa. Jesus asseverou que era necessário perdoar não uma ou sete vezes respondendo a Pedro, mas 70 vezes sete vezes. Então rogo permissão para narrar duas experiências.

A primeira delas através de Francisco Cândido Xavier, denominado o homem amor. Estava uma fila imensa e acercou-se uma senhora visivelmente preocupada. Encontrava-me ao lado e ela disse: “Chico Xavier, venho lhe fazer uma pergunta. Existe essa questão que se fez o mal, tem que pagar. É o karma”. Nós não aceitamos o karma, porque a palavra karma sânscrita e roda. Se fizermos o mal, temos que pagar pelo mal. Nós aceitamos a lei de causa e de efeito, agimos e temos consequências; se boas, progredimos; se más, reparamos. E continuamos no estado de evolução. “Então Chico Xavier, devo ter sido muito má em outra encarnação, porque tenho um péssimo casamento. Meu marido é um ébrio contumaz. Há 25 anos estamos casados, e eu então estive calculando as vezes que o perdoei, mais de duas mil. O Evangelho diz que devemos perdoar até 70 vezes sete vezes, são 490. Eu já perdoei mais de duas mil, então estou quite. Venho perguntar se devo divorciar-me, abandonar esse sujeito e deixa-lo viver, ser feliz”.

E notei o sorriso de Chico Xavier, o sorriso que tem os mineiros. Ele deu aquele sorriso jovial, e quando ia responder deteve-se, e percebi que ele captou de Emanuel, seu guia espiritual, uma resposta adequada. “A questão é realmente perdoar 70 vezes sete vezes cada vez que a pessoa errar”. E ela disse: “Então não acaba nunca”, e saiu revoltada. Sorrimos. Passaram-se os meses e voltei a Uberaba. Ao voltar, entre conversas digo: “Chico, e aquela senhora voltou?” E ele disse: “Não te conto”. Toda vez que dizemos “não te conto”, é porque vamos contar. “Aconteceu, Divaldo, que dois ou três meses depois, vejo na fila aquela senhora de negro. Era uma indumentária que traduzia o luto. Estava de luto fechado, tudo negro. Eu a reconheci, mas não lembrei-me da questão. Ela cercou-me e perguntou: ‘Chico, lembra de mim?’, e eu disse: ‘Sim, lembro’. Não lembrava. Ela disse: ‘Eu sou aquela que perguntou’ - ‘Ah, dos sete vezes 70 cada pecado’ - ‘Pois é Chico, não é que meu marido morreu? Foi bom eu ter ficado com ele até a última hora, mas agora uma questão. Ele era um ébrio, mas quando estava lúcido era uma maravilha’, porque morreu, melhora. ‘Então Chico, é tanta saudade que eu tenho dele, porque coitado, era uma dependência, mas ele era muito bom. Então eu sei que existe vida espiritual, será que Deus já o perdoou? Onde ele está? Como ele está, Chico?’”.

Chico sorriu e me contou: “Eu indaguei quantos anos ele esteve ao seu lado como ébrio’ – ‘25 anos Chico’ - ‘Sabe como ele está, minha filha? Bêbado no além, porque está continuando com a dependência emocional’”. Então o perdão não implica na superação do crime, e é exatamente sobre isso que gostaria de referir-me. Perdoar não é conivir com o ato indigno do outro. Do ponto de vista psicológico, perdoar é não devolver a ofensa. Mas não é aceitar a ofensa de maneira indigna, porque o erro é sempre o erro, e o problema é do errado. Hoje o perdão já não é mais teológico, é psicoterapêutico. Quem perdoa goza de saúde, porque o ódio, o ressentimento, a mágoa, o desejo de desforço e de vingança produzem determinados elementos mórbidos em nossa câmara neurológica. E nossos neurônios absorvem essas ondas de animosidade, de antipatia, esses vírus que cultivamos com rancor. E normalmente quem odeia, tem menos cinco anos de vida em relação a quem perdoa.

Quem perdoa é uma pessoa livre e madura, capaz de entender que o outro é inferior e que deve ter tolerância para com ele. Mas não é achar que está certo. Ele cometeu o erro, então lhe dou o direito de ser como é. E mesmo que ele não mereça o perdão, eu mereço livrar-me do sentimento mau que ele colocou em meu pensamento. Eu mereço perdoar para ser livre, mas aquele que cometeu o delito mantém-se devedor, e terá que ressarcir em ações benéficas, aquilo que produziu em ações prejudiciais. Esse é o perdão de natureza psicológica.

O segundo fato é muito curioso: durante a 1ª Guerra Mundial, a Armênia foi vítima da Turquia, e isso passou historicamente despercebido. A destruição da Armênia no enclave da Turquia foi um dos mais perversos genocídios do século 20. Aliás, o Papa Francisco no ano passado abordou esse tema para desgosto da Turquia, e foi favorável aos armênios, porque esse homem é um verdadeiro cristão, como poucos semelhantes a ele existiam na Terra. Então, naquela época eclodiu a 1ª Guerra Mundial. A Turquia, em 1915, invadiu a Armênia e naquela invasão, em dois anos, assassinou 500 mil armênios desarmados. Estou repetindo a história universal, sem nenhum caráter político. E naturalmente os armênios até hoje, segundo a imprensa, sofrem a consequência de sua minoria.

Certa manhã durante aqueles dias uma família modesta do interior fazia o desjejum. E entrou uma pequena tropa, arrombou a porta da casa e um homem de baixa estatura, com quepe à frente ocultando-lhe a vista, sacou do revolver e matou o cavaleiro que estava sentado à cabeceira da mesa, e matou a senhora que estava do outro lado. E estavam duas meninas, uma de 13 e outra de 15 anos. Ele pegou a de 13 e jogou à soldadesca e a estuprou, matou e destruiu. A outra ele levou para ser sua escrava sexual. Ela esteve no bordel que ele construiu para a soldadesca e a ele próprio, um pervertido do gênero, e se passaram os anos. De uma ou outra forma, quando ela era apenas um cadáver que respirava, conseguiu fugir e desapareceu na noite dos tempos.

Estamos agora em Istambul, por volta de 1928, quando numa clínica para atender problemas dermatológicos muito graves, chega um paciente. Ele trazia uma dermatose não diagnosticada, e estava às portas da morte. O corpo exsudando odores pútridos morria lentamente. E os médicos recusaram a atendê-lo pelas emanações de apodrecimento de sua carne. Mas colocaram-no numa ala quase isolada, e o diretor da clínica chamou uma enfermeira e disse: “Você que é dedicada, poderia tomar conta desse miserável? Ele não passará dessa noite. Para que não morra sem o amparo da ciência”. Ela disse: “Mas eu nasci, me dedico à enfermagem porque amo a vida e desejo salvar vidas.” “Então você nos faria o favor de ficar com ele até o momento do óbito?” “Com muito prazer”.

A enfermeira foi à área de isolamento e começou a tirar aquela carne em decomposição, a limpá-la, até chegar à parte em que produzia hemorragia, a parte saudável. Não havia ataduras, estamos por volta dos anos 20. Então através de um tecido que começou a lavar no pôr-do-sol, o homem não morreu naquela noite e nem na manhã seguinte, nem naquela tarde, nem durante a semana, nem no mês. Seis meses depois teve alta, absolutamente recuperado, porém com as sequelas e cicatrizes das mãos de aço da decomposição. Acercou-se do diretor da clínica, e agradeceu-o, como era uma autoridade civil ou militar, disse: “Vou recomendá-lo ao Ministério da Saúde. Sua clínica é admirável, porque estava morto e em coma, e fui salvo graças a essa especificidade de tratamento”.

O diretor agradeceu e disse: “Mas a clínica não tem nenhum merecimento, mas daquela enfermeira”, e apontou uma jovem de uns 27, 28 anos de semblante melancólico, mas de uma habilidade, de um sentimento incomparável. “Agradeça sua vida a ela”. O homem era baixo e usava um quepe que lhe cobria parte da testa. Aproximou-se da jovem, lhe estendeu a mão e disse-lhe: “Foi a senhorita que cuidou de mim. Aliás, fiquei intrigado durante o tratamento, a senhorita é muda, por acaso? Falava monossílabos, não dialogava comigo.” E ela disse: “Não era necessário, eu teria que tratar da doença e do doente. Para o doente, um silêncio respeitoso; para a doença, a atividade terapêutica”. Ele disse: “Que interessante, noto que seu turco tem certo acento armênio, é verdade?” “Sim, sou armênia.” “Quero lhe contar algo muito curioso. Durante a guerra entre a Turquia e a Armênia eu estive lá, e lutei. Eu estive no seu país, um país encantador.” E ela disse: “Eu sei, eu recordo-me do senhor. Eu recordo-me daquela primavera em que o selvagem arrombou a porta da minha casa, e sem uma palavra matou meu pai, a seguir matou minha mãe, pegou minha irmãzinha jovem e atirou-a aos chacais, que a devoraram. E tomou de mim e levou-me para a escravidão sexual, me explorou. Mas esse homem foi o senhor, eu me lembro.

E ele sorriu: “Você lembra de mim?” “Lembro, porque a vítima nunca esquece o algoz. Embora o algoz quase nunca se lembra das vítimas, eu lembro-me do senhor.”- “Quando cheguei para morrer você lembrou-se de mim?” “Lembrei.” “E por que não me matou?” “Eu pensei nisso, porque dediquei minha vida a procurá-lo, para matá-lo da forma que destruiu minha família, mas eu me tornei cristã. Quando eu tinha o senhor em minhas mãos e poderia descarregar a arma do meu ódio, eu lembrei-me daquele homem na cruz, que diante de seus algozes pediu a Deus perdão por eles. E como sou cristã, eu perdoei Sua Excelência. Claro, não concordo com os crimes que Sua Excelência praticou, mas quero dizer-lhe que o perdoo”. Ele então ficou estupidificado.

Essa lição notável faz parte de uma obra publicada nos Estados Unidos que se chama “Perdão Radical”, que o pastor evangélico polonês-americano fala que temos necessidade de perdoarmo-nos, de perdoar a sociedade injusta, de perdoar as situações difíceis e de trabalhar em favor de um mundo novo, em favor de uma criatura melhor. Não podemos permitir que o mal dos maus nos faça mal. Deveríamos manter nosso status de bom, porque seria o mesmo que a luz ter medo da treva. Somente existe treva pela ausência de luz, e existe o mal por causa da falta de amor. Nosso amor não é tão grande que possa entender o transtorno mental, o moral, o transtorno existencial das demais criaturas.

O perdão é uma necessidade psicoterapêutica. Quando nós perdoamos, produzimos oxitocina, adrenalina, dopamina em nosso cérebro, que são os neuropeptídios do amor. E quando nós amamos, nós nos transformamos. A vida se torna muito mais bela. A beleza da paisagem não está nela, mas nos olhos de quem a contempla. Num momento de alegria tudo é belo, num momento de dor tudo é triste. Dessa forma os gregos estabeleceram que o tempo tem dois tempos: o solar e o emocional. Temos o tempo de 24 horas e o tempo da emoção. Quando estamos felizes, como o tempo passa rápido. E quando estamos infelizes, como o tempo se arrasta lentamente. Então, o perdão é uma necessidade para esta crise. Olhar para o outro desarmado, olhar amado amando, ter a coragem de ver no outro não alguém que pode nos atacar, mas alguém a quem podemos libertar da pequenez.

Lembrar-nos de Jesus, que desceu a uma meretriz, ele desceu uma mulher adúltera, nas tascas entre os mais miseráveis, e não se fez pequeno. É o descer subindo, descer para levantar aqueles que jazem na pequenez. Nunca necessitamos tanto de alguém como Jesus nesta hora de tecnologia. Nunca necessitamos tanto de paz como agora. Mas não a paz comprada, a paz que é a harmonia íntima entre a mente que cumpre o dever, a emoção que aceita a verdade e o corpo que se prepara para servir.

É por essa e outras razões que seria parcimonioso prolongar. Aqui estando convosco, agradeço humilde e emocionadamente ao digno deputado, a honra que confere ao espiritismo através de mim, um pobre servidor da causa. E para dizer a todos vós, que a vida merece ser vivida hoje, agora, não quando vier o Natal, não quando conseguir tal posto. Neste momento, viver intensamente, porque o corpo é muito fugaz. Uma picada de alfinete infectado destrói-nos a vida física. Um pequeno corte dá-nos uma hemorragia, até o momento em que os vasos fazem um coágulo tampão e nos impedem de morrer. Uma emoção, qualquer coisa, e então vivermos intensamente em paz de consciência, sabendo que estamos cumprindo com nosso dever e trabalhando para que os outros despertem para tornar o mundo melhor, diminuindo a crise pela nossa transformação moral para melhor.

Somente temos o que agradecer. Deus nos premiou de tal forma tão maravilhosamente que não nos damos conta, somente percebemos quando nos ocorre algo fatal. Então eu diria: “Senhor, desejo agradecer suas bênçãos. Muito obrigado, Senhor, por tudo que me deste, por tudo que me dás. Obrigado pelo ar, pelo pão, pela paz. Obrigado pela beleza que meus olhos veem no altar da natureza, olhos que fitam o céu, a terra e o mar. Que acompanham a ave ligeira que voa fagueira pelo céu de anil, e se detém na terra verde e salpicada de flores em tonalidades mil. Muito obrigado Senhor, porque posso ver meu amor, mas diante da minha visão descubro aqueles que são evidentes, os cegos que se debatem na multidão, que choram na solidão, que sofrem na solidão. Por eles, eu oro”.

Imploro-te com comiseração, porque sei que depois dessa lida, na outra vida eles também enxergarão. Muito obrigado pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus, ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, da melodia do vento nos ramos do romeiro, as lágrimas que choro nos olhos do mundo inteiro. Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar. A melodia dos imortais que se ouve uma vez e não se esquece nunca mais. A voz melodiosa canora melancólica do boiadeiro e a dor que geme que chora no coração do mundo inteiro. Pela minha faculdade de ouvir, pelos surdos te quero pedir. Porque sei que depois dessa dor do seu reino de amor, eles voltaram a ouvir. Obrigado pela minha voz, pela sua voz, pela voz que ama, pela voz que ajuda, pela voz que legisla, pela voz que atende, pela voz que entoa uma canção exibindo vosso nome com infinita ternura e gratidão.

Mas diante da minha faculdade de falar, eu descubro na Terra os que sofrem de afasia. Eles não falam de noite, não falam de dia. Eu oro por eles porque sei que depois dessa prova na vida nova, eles cantarão. Obrigado por minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, pelas mãos que semeiam, pelas mãos que agasalham. Mãos de ternura que libertam da amargura, mãos dos adeuses que limpam feridas, que enxugam lágrimas, suores das vidas. Pelas mãos que apertam mãos, mãos de poesia, mãos de sinfonia, mãos de cirurgias, mãos de psicografias. Pelas mãos que atendem a velhice, a dor, o desamor. Pelas mãos que nos seios embalam o corpo de um filho alheio sem receio. E pelos pés que me levam a andar sem reclamar.

Muito obrigado Senhor, porque posso bailar. Diante do meu corpo perfeito te quero rogar. Por aqueles que são aleijados, deformados, amputados, paralisados e não se podem movimentar, eu oro por eles porque sei que depois dessa expiação, na outra reencarnação eles também bailarão. Obrigado por fim, pelo meu lar. É maravilhoso ter um lar, especialmente se dentro dele existe a figura do amor, amor de mãe ou de pai, de mulher ou de marido, de filho ou de irmão, de amigo, de alguém que me dê a mão porque é muito triste viver na solidão, pelo menos na companhia de um gato ou de um cão. Mas se eu a ninguém tiver para me amar, nem o teto para me agasalhar, nem uma cama para repousar, nem aí reclamarei, e perdoarei a vida.

Então te direi: obrigado, Senhor porque nasci. Obrigado Senhor porque creio em ti, pelo teu amor. Obrigado Senhor pela sua atenção. Muito obrigado, senhores.

 

O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Que maravilha ouvir as palavras desse seguidor de Deus, das orientações do mestre Jesus.

Convido para fazer uma saudação à vereadora Adriana Ramalho, da Capital. Divaldo, na minha casa há uma razoável democracia, porque sou espírita, a Adriana é da Igreja Batista Renovada, minha mulher é católica, e tenho uma filha espírita, a jornalista. Tenho um filho e quatro filhas, sou um homem que não tem nada a pedir para Deus, só agradecer. Tenho uma filha psicóloga, uma dentista que dá curso pelo mundo inteiro, a Adriana é advogada e agora está na vida pública com muito sucesso. E tenho um filho que trabalha comigo.

Acho que essa é uma das coisas que, onde quer que estejamos, não importa a religião, mas que possamos ter oportunidade de servir. Por isso vamos ouvir uma saudação da vereadora, que tenho muito orgulho, não pelo fato de estar na vida pública, mas de estar sempre conosco. Nasceu e desde criança sempre trabalhou em projetos sociais, em especial pela periferia de São Paulo. Hoje continua servindo de outra forma, na Câmara Municipal de São Paulo, é líder da bancada. É a primeira vez que temos uma mulher líder de bancada em nosso partido, o PSDB. E também faz parte de várias comissões e conselhos. Tenho muito orgulho de você, vereadora. A palavra é sua.

 

A SRA. ADRIANA RAMALHO - Já é difícil falar assim, logo de cara ser surpreendida com essas palavras. Já início falando que te amo muito meu pai, você é o ser humano que mais amo nesta vida. Você é o orgulho e minha inspiração. O que eu puder fazer para cada vez mais te fortalecer, vou fazer, nem que tenha que perder as solas dos meus pés para caminhar lado a lado com você, e batalhar nessa missão que Deus te deu aqui na Terra, te amo muito.

Bom dia a todas e a todos. Com muito carinho cumprimento meu pai, o deputado estadual Ramalho da Construção, e com muito carinho e emoção cumprimento Divaldo Franco, uma inspiração para nossa Nação. Zulmira, a presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo, por quem tenho uma imensa admiração e carinho, porque sempre me recebe com os braços abertos e um afeto incomparável; Julia Oliveira, presidente da União da Sociedade Espírita do Estado de São Paulo; Sônia Barros, representando o desembargador-presidente do Tribunal do Trabalho da 2ª Região, Wilson Fernandes; Edna Freitas, representando o presidente do SinSaúde de São Paulo, minha amiga que amo de paixão; Irlas Bezerra, filha da minha amiga maravilhosa Francez Bezerra, tenho um grande carinho por vocês duas. Quero aproveitar e cumprimentar a equipe, toda a assessoria do deputado Ramalho e esse grupo que caminha com ele lado a lado há tantos anos.

O sentimento que tenho neste momento é de emoção, por ouvir as palavras do Divaldo Franco, as palavras de Deus e de Jesus. Ele é um instrumento de Deus na Terra. Esse instrumento que há mais de 50 anos vem sendo usado pelo poder de Deus, estendendo essas mãos humanas para ajudar a quem tanto precisa. Meu pai colocou aqui que a democracia mora em casa; ele é espírita, minha mãe é católica, eu sou evangélica. Mas Deus é um só. Deus é único. Esse Deus que conhece todo e qualquer coração, que até mesmo antes de pensarmos, ele já sabe o que se passa dentro de nós. Eu tenho o costume de dizer que podemos enganar qualquer pessoa, muitas vezes podemos enganar até a nós mesmos, mas não enganamos a Deus. Ele sabe os corações bem-intencionados, Deus conhece quem de fato se doa por um propósito, e não por propostas. Deus honra e ilumina o caminho do ser humano de bem, que busca evoluir. Eu digo que a crença serve para nós mesmos, para que possamos melhorar a cada dia e a cada instante.

Minha crença sou eu dentro do meu templo, é Deus que mora dentro de nós. A vida do meu pai Ramalho da Construção foi construída na doutrina espírita. A história de luta e de superação, um homem que hoje defendo não só porque é meu pai, mas sim porque eu, Adriana Ramalho, sou uma cidadã que admira esse homem que enfrentou inúmeros desafios, apegado ao poder e amor de Deus. A maioria de vocês que conhecem o Ramalho da Construção sabem o quanto foi difícil enfrentar o maior obstáculo da vida dele e de nossa família. Conto isso aqui justamente para mostrar o quanto Deus opera milagres e na vida daqueles que têm fé, e o quanto a doutrina espírita foi fundamental em nossas vidas, e fundamental para salvar a vida do meu pai Ramalho da Construção.

Meu pai quando foi diagnosticado com câncer, - e a Zulmira acompanhou muito bem - os médicos disseram que ele não teria nem quatro meses de vida, e que nem um milagre salvaria a vida do meu pai. Foi assim que nós fomos comunicados. Somos cinco filhos, todos nós amamos muito esse grande homem. Confesso que me sinto a mais puxa-saco dos cinco filhos, filha coruja. E que desespero foi saber que em tão poucos meses eu perderia meu pai, a minha referência. Mesmo diante de tantos conflitos internos e de tantas coisas que acontecem em nosso seio familiar, foi um baque. Fiquei mais impressionada ao ver meu pai no dia seguinte levantar, tomar um banho e ir trabalhar.

Ele enfrentou a doença trabalhando, se dedicando à vida do próximo. E tem tanta gente que nem sabe o tanto que ele já fez por tantas vidas, por tantas pessoas. Ele passou por quatro cirurgias, quimioterapia, radioterapia, usou bolsa de colostomia, foi difícil. Mas, hoje faz dez anos que o Ramalho está curado, e quem deu a ele essa cura e o novo fôlego de vida foi Jesus, portanto, tudo que fazemos é pela honra e glória do nome do nosso Deus, do nosso Jesus.

Atribuo à Federação Espírita a maior parte desta cura. Porque foi lá que, mais do que nunca o meu pai se apegou na palavra do senhor, e este instrumento de Deus, Divaldo Franco e todos vocês da Federação Espírita se uniram nesse único amor, em oração, em tratamento espiritual para poder acalentar o espírito do meu pai Ramalho da Construção, e lutaram juntos para que hoje pudéssemos dizer: “Ele está curado”.

Que emoção falar aqui nesta tribuna, ver que um parlamentar tem usado o Parlamento para ressaltar e homenagear estes grandes instrumentos, que levam pelo mundo a fora o nome e o ensinamento de Jesus. Pai, que orgulho; Divaldo, que emoção, dois homens que eu vejo uma luz que brilha tão forte, e ao adentrar neste plenário o quanto eu pude sentir a presença do Deus vivo.

E que vocês continuem essa obra, que continuem de forma muito mais intensa, alcançado vidas e agregando nessa missão tantas pessoas e espíritos que levam com seriedade a missão de Deus. Que levam os ensinamentos de Jesus com amor, Divaldo estamos sim vivendo uma era muito triste, da depressão, do abandono, das famílias desestruturadas, mas não podemos desistir e devemos continuar a luta.

Mais do que luta, continuar semeando o amor, e não ter vergonha jamais de falar o nome de Deus, não importa onde estejamos, se é dentro do templo ou fora dele. Seja em grandes Parlamentos, ou em grandes reuniões, ou até mesmo semeando o amor de Jesus para aqueles que acham que não acreditam nele. Deus ora e cuida de todos, de forma muito igual, porque o amor é que prevalece. Deixo aqui a minha gratidão a todos vocês, gratidão por serem pessoas que semeiam com sensibilidade, é muito importante sim, estudar, se aprimorar, adquirir conteúdo.

Digo mais, o importante é ser QI elevado e estar avançando na sociedade por sua competência, mas de nada adianta isso se perdermos a sensibilidade do coração, de nada adianta, então que todo esse conteúdo seja aplicado com propriedade e com sensibilidade. O Colar de Honra ao Mérito Legislativo esta manhã está sendo para uma pessoa que o recebe de forma merecida. E que vai servir de inspiração para que muitos fechem os olhos e façam um balanço de suas vidas, e entendam que isto aqui é apenas uma honraria, um reconhecimento, mas que os discursos precisam ser deixados de lado e as práticas precisam estar em primeiro lugar.

Quero desejar a todos vocês no dia de hoje, que essa luz que Deus emana continue entrando e adentrando aos vossos corações. E que possamos cada vez mais solidificar a nossa família, que possamos cada vez mais ser movidos por esse amor de Deus. E se no dia a dia formos tomados pelas emoções da carne, que no decorrer da noite possamos orar a Deus e pedir perdão como o Divaldo aqui colocou, e no dia seguinte, pedir a Deus para estar dentro de nós, em nossa frente, ao nosso lado, nos direcionando com sabedoria.

E agradecer todo o dia de manhã e todo dia a noite, o fôlego de vida. Porque Deus é que nos concede esse fôlego, que Deus nos abençoe, muito obrigada por me ouvirem. Obrigada por me dar a palavra, meu pai, e parabéns por estar aqui fazendo o que a gente mais anseia todos os dias, semeando o amor dentro desta Casa Legislativa, em reconhecimento ao Divaldo Franco, parabéns e muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Pessoal, quero agradecer publicamente as palavras da vereadora Adriana Ramalho, querida filha, estamos encaminhando para o encerramento. Mas, eu não poderia deixar de cumprimentar o Washington, que é o biógrafo do Divaldo Pereira Franco. Washington fique de pé, por favor. Divaldo, foi o Washington quem teve a iniciativa de fazer esta homenagem merecida, estamos trabalhando em outras. De deputados que já receberam este Colar, se eu não me engano foi só um quem recebeu, só o Salim Curiati, acho que o ex-presidente concedeu. E a próxima que está em andamento, vamos acertar os problemas de agenda, será outra medalha importantíssima que é a Medalha Anchieta, que será feita pelo nosso governador do Estado, Geraldo Alckmin. Obrigado, Washington.

Eu confesso Divaldo, que íamos preparar até outro auditório, imaginávamos que haveria mais gente, mas eu estava imaginando ali que a sua palestra não foi apenas para os encarnados, me pareceu que aqui tinha milhões de espíritos assistindo a sua palestra. Eu acho, e não tenho dúvida, que milhões estariam aqui, então teríamos que agradecer e parabenizar pelo trabalho social que o senhor faz em todo planeta, não só no Brasil, não só na Bahia, não só através das casas das crianças que o senhor cuida. Mas a Adriana falou um pouco aqui Divaldo e até acabamos fazendo um livro sobre isso, realmente eu passei por uma prova razoável. Eu só soube disso uns cinco anos depois, que chamaram a família e falaram que eu tinha três meses de vida, se resistisse à quimioterapia e a radioterapia simultânea.

Manoel, por favor, pode ficar em pé? Queria uma salva de palmas para o Manoel, porque além de ser expositor da Federação Espírita, o Manoel com a Cleusa Maria, que não está mais entre nós, mas que está aqui a Sílvia, a Zunira, muito obrigado, pode se sentar, eles encaminharam a todas as áreas da Federação Espírita para que eu tivesse lá uma assistência espiritual. (Palmas.)

E foi ali que muitas vezes, além da bolsa de colostomia cheia de tubos, e o Manoel que não é só espírita, mas também médico, nos acompanhou em todos os passos, já faz dez anos que continuamos servindo. Acho que até não desencarnei naquela época, Divaldo, porque tenho muitos pecados para pagar ainda. Pagar aqui na Terra, talvez não precise de outra reencarnação.

A doutrina espírita para mim é um grande exemplo, em um momento difícil em 1976, eu saía de um canteiro de obras onde morava e com um pensamento de voltar e saltar da última torre do prédio. Foi quando encontrei uma pessoa que depois de passar pela igreja da Sé, a Conceição, me convidou para a Federação Espírita, só que até hoje eu procurei todas as Conceições do mundo, e nunca encontrei essa Conceição.

Depois de 27 anos, a minha irmã acabou recuperando uma foto, e a Conceição, Divaldo, foi minha mãe que desencarnou com câncer aos 44 anos de idade. Mas somente 27 anos depois é que eu me deparei que aquela Conceição, que na época até eu interpretei como se fosse uma garota de programa ou coisa parecida, foi a minha mãe. Hoje eu continuo no trabalho, e quero agradecer as minhas filhas, minha esposa Débora, que tem me acompanhado e sido uma grande companheira, e dizer que o câncer para mim foi um grande exemplo, até para eu acreditar que existem doenças.

Aos 58 anos, quando eu já estava com o câncer, Divaldo, eu achava que doenças não existiam, e eu fazia muita comparação, tinha trabalhado comigo um senhor, o Abel Pereira, que desencarnou com 112 anos e não por causa de doenças. Ele trabalhava 12, 14 horas por dia, e morreu por uma infecção hospitalar, ele já estava doente, e foi levado ao hospital pelo bisneto. E foi um grande exemplo que acompanhamos, ver o Abel com 112 anos e lúcido. Então, eu vejo o Divaldo hoje com 90 anos, e o senhor vai passar dos anos do Abel, com certeza, servindo e orientando, e com lucidez, que eu acho que é o que importa para todos nós.

Gostaria de agradecer aqui a todos os colaboradores da Casa, a todos os funcionários de carreira, a minha equipe, a equipe lado a lado da vereadora Adriana Ramalho, e por estarmos aqui nesta manhã, com esta justa homenagem, como disse Adriana, a um homem de Deus. Um homem que nasceu com essa faculdade de servir incansavelmente, o Divaldo continua servindo pelo mundo todo. Vocês viram, e com certeza todos nós assistimos o vídeo aqui. Mas o Divaldo é muito mais do que isso, com certeza, é o exemplo para ser seguido por todos nós, dependendo ou não da religião de cada um, da fé de cada um.

Eu quero agradecer aqui a Federação Espírita que nos ajudou a organizar esta sessão; a Sílvia; a Zunira; a Vera Braga; a todos, por estarmos aqui com essa homenagem a Divaldo, que você transfere e os espíritos têm razão, através dos espíritos você tem sido o interlocutor para nos orientar, você é um homem de moral, voltado a Deus, um espírito não se aproxima de qualquer um. Os bons espíritos, os espíritos de luz, com certeza se aproximam daqueles que têm moral, um propósito, e Divaldo, o senhor é esse exemplo para todos nós. Não é fácil, o senhor disse aqui nessa palestra e em tantas outras. Ontem, a minha esposa assistia alguns vídeos teus que estavam na internet, e cada vídeo que ela ligava se via um exemplo diferente de ser e ver.

Tem seres humanos que vêm para este planeta, assim como Jesus, para fazer a diferença. O Chico, que eu estive umas quatro ou cinco vezes, fazia essa diferença, e o senhor, como disse Adriana, cada ambiente que o senhor entra, onde chega, acompanha essa luz que para todos nós, que alguns têm a condição de ver, sabemos que é uma luz que domina e ilumina não para cegar, ilumina para que possamos enxergar muito mais.

Parabéns, Divaldo. Que Deus continue iluminando por mais 60 ou 70 anos. Que o senhor continue pregando e sendo esse exemplo que eu assisti no aeroporto, de felicidade, puxando a própria mala, fazendo o seu check-in e embarcando sozinho, isso ao ver, me dá força e razão para que eu acredite que se eu não desencarnei quando tinha 58 anos, agora com 68, eu quero assistir as suas palestras por mais 70 anos.

Um grande beijo, Divaldo. Mais agradecemos a presença de todos, que Deus os ilumine e que o mestre Jesus seja realmente a nossa luz em todos os momentos, muito obrigado por vocês terem vindo nesta manhã, participar desta homenagem merecida ao nosso Divaldo Franco, um grande abraço.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial, à Imprensa, à TV Legislativa, às Assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Declaro encerrada a presente sessão. Obrigado.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 12 minutos.

 

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