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20 DE OUTUBRO DE 2017

154ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CORONEL CAMILO e CARLOS GIANNAZI

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Tece críticas à gestão de Geraldo Alckmin no que tange à área da Educação. Informa e repudia o fechamento de duas escolas, em Santos. Posiciona-se contrário à introdução do período integral na Rede Pública de Ensino. Discorre sobre o assunto.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

4 - CORONEL CAMILO

Faz reflexão sobre a desordem urbana, a seu ver, instalada na Capital. Chama a atenção do prefeito João Doria para problemas diversos. Cita, entre os exemplos, uma ocorrência na região do Brás, em que imigrantes enfrentaram a Polícia Militar durante confronto. Sugere a implantação da política de tolerância zero, nos moldes do que foi aplicado em Nova Iorque, pelo ex-prefeito Rudolph Giuliani. Lamenta o assassinato de um policial, nesta madrugada.

 

5 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência.

 

6 - CARLOS GIANNAZI

Faz convite para a audiência pública que acontecerá no dia 26/10, às 15 horas, neste Parlamento, para debater o PL 920/17. Tece críticas à matéria que, de acordo com o parlamentar, prevê o congelamento de salários dos servidores estaduais, além do aumento da contribuição previdenciária de 11 para 14% e outras perdas. Combate a falta de investimentos do governo estadual para com o funcionalismo. Informa manifestação popular no dia 27/10, na Avenida Paulista, com a participação de entidades, centrais sindicais, grupos organizados, população e servidores, também em resistência à propositura.

 

7 - CARLOS GIANNAZI

Comenta a intenção do prefeito João Doria de fornecer um tipo de ração humana para a população mais carente da Capital. Acrescenta que a ideia era também introduzir a farinata nas escolas municipais. Tece críticas ao prefeito, citando cortes feitos em sua gestão, como verbas para a assistência social.

 

8 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

9 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Anota o pedido. Faz coro ao discurso do deputado Carlos Giannazi sobre a importância da participação popular em audiência pública que será realizada no dia 26/10, para debater os efeitos do PL 920/17. Agradece aos participantes de sessão solene, nesta manhã, em "Comemoração ao Dia do Policial Militar Portador de Deficiência". Parabeniza os policiais militares pela dedicação na defesa do cidadão. Defere o pedido do deputado Carlos Giannazi. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra a realização de sessão solene em 23/10, às 10 horas, para "Homenagear o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de São Paulo". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Camilo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre deputado Coronel Camilo, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Alesp, público aqui presente, funcionários desta Casa, eu tenho denunciado, sistematicamente, o desmonte da Educação estadual.

Esse desmonte consiste em fechamento de salas, o fechamento de turnos, até mesmo o fechamento de escolas estaduais, procedimento que não para. E não para nem mesmo com aquela derrota histórica do governador Geraldo Alckmin, em 2015, quando ele tentou fechar 94 escolas e houve uma grande resistência dos alunos dessas escolas, com as ocupações de 250 escolas, e o governador foi derrotado.

 Ele teve que retirar aquele programa, aquele projeto, e demitiu o secretário de Educação. Todos nós acompanhamos aquele grande acontecimento histórico de derrota do governador Geraldo Alckmin. Imagina fechar escolas no estado de São Paulo; isso é um absurdo, é um crime!

Mas o governador Geraldo Alckmin não desistiu, porque ele continuou fechando não as escolas, mas os turnos, salas e mais salas foram fechadas através de várias manobras no processo de matrícula que ele controla pelos computadores, pelo sistema online. O fato é que agora ele voltou com carga total. Há duas semanas eu fiz uma denúncia aqui de duas escolas que o governo estadual está fechando em Santos. Duas escolas serão fechadas pela Secretaria da Educação na cidade de Santos. O Governo tenta, de uma forma compulsória, em muitas escolas, introduzir a escola de tempo integral no ensino médio. Nós não somos contra a escola de tempo integral. Acontece que o Governo está tentando introduzir a escola de tempo integral em regiões onde não há essa possibilidade, porque numa escola com 1500 alunos quando é introduzido o período integral, a escola só atende 500 alunos, os outros alunos serão transferidos para outras escolas, sem estrutura, escolas já superlotadas.

Então, estamos vivendo um desmonte da rede estadual já há um bom tempo. Portanto, do ponto de vista físico, como humano, também, com a falta de servidores, pois o Governo não contrata servidores para o quadro de apoio, não temos agentes de organização escolar, não temos professores. Mas agora o Governo está, literalmente, fechando escolas.

Eu estou preocupado porque estou acompanhando um caso aqui da Capital, da Escola Estadual Miss Browne, que é uma escola da Diretoria Centro, situada em Perdizes. Essa é uma escola histórica, uma escola que atende a centenas de alunos e que foi uma das escolas ocupadas em 2015, porque o governador queria a fechar essa Escola Estadual Miss Browne. Essa escola seria fechada. Ela estava no pacote das 94 escolas que seriam fechadas. Como houve ma grande resistência, o governador teve que retirar aquele projeto. No final, aquele movimento teve o apoio da Defensoria Pública, do Ministério Público e até mesmo do Tribunal de Justiça. Enfim, esse movimento teve o apoio de toda a sociedade.

Só que agora o Governo volta com carga total tentando fechar a escola. Recebemos uma gravíssima denúncia que já estamos apurando junto à Secretaria Estadual de Educação de que uma parte da escola será fechada para abrigar um prédio da burocracia da Secretaria de Educação. Eles querem transferir para as instalações de uma escola estadual, que atende centenas de alunos do ensino fundamental e médio. Eles querem transferir a Diretoria de Ensino Região Centro-Oeste. Quer dizer, nem é Centro, a Escola Miss Browne pertence a essa diretoria, mas vão transferir a outra diretoria de ensino para uma parte desse prédio. Logicamente, o objetivo é ir fechando gradativamente a escola. Segundo informações que recebi, a escola só terá, com a vinda dessa Diretoria de Ensino Região Centro-Oeste, quatro salas. Hoje tem sete, oito salas. É um absurdo. Os alunos serão transferidos para outras escolas, talvez distantes daquela região. É um verdadeiro atentando, Sr. Presidente.

Vamos acionar o Ministério Público, a Comissão de Educação, e estamos fazendo uma indicação hoje mesmo para a Secretaria da Educação. Nós vamos tomar todas as providências porque é um absurdo fechar escola no estado de São Paulo. Essa não é a primeira, nem a segunda. Na semana passada, eu falei de duas escolas de Santos, e tenho denunciado exaustivamente o fechamento de salas, turnos, e também da tentativa do governo de impor em algumas escolas, em algumas regiões, a escola de tempo integral no ensino médio, que prejudica imensamente a maioria dos alunos.

Era esse o pronunciamento que queria fazer hoje, Sr. Presidente. Vamos tomar providências imediatas, o que já estamos fazendo em relação à Escola Estadual Miss Browne na região de Perdizes, da Diretoria Centro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo.

 

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, todos os presentes, telespectadores da TV Assembleia. Eu venho mais uma vez aqui falar de um grande problema que temos nos grandes centros, mas que, na cidade de São Paulo, está demais. Vim falar sobre a desordem urbana que diminui a nossa qualidade de vida. Essa semana nós tivemos cenas incomuns que, infelizmente, deveriam ser cada vez menores. Mas estamos vendo que está acontecendo o contrário. Ou seja, a desordem está se instalando na cidade de São Paulo.

Fica aqui o nosso recado ao nosso prefeito Doria, ao nosso secretário de Segurança Urbana, José Roberto, e a todos que estão empenhados nesse trabalho na Prefeitura de São Paulo. Tivemos, no Brás, uma revolta dos camelôs contra os policiais militares que estavam tentando colocar ordem naquela região. Estava tendo lá um comércio ilegal de mercadorias de origem duvidosa e, assim, houve um enfrentamento dos camelôs. E descobrimos, pela própria imprensa, que eram senegaleses, ou haitianos, no enfrentamento à Polícia de São Paulo.

São Paulo é sempre acolhedora, mas não podemos permitir que pessoas venham, inclusive de outros países, para causar desordem na cidade de São Paulo. A lei vale para todos, para quem vem de fora e para quem está aqui. A lei deve ser respeitada.

Fica aí o recado ao nosso prefeito, ao secretário de Segurança Urbana. Isso é prevenção primária. Vamos dar mais atenção a essa desordem da Capital para que isso melhore para evitar esses confrontos. Todos nós sabemos da importância da prevenção primária, porque o que aconteceu no Brás é crime, e essas pessoas desordeiras precisam ser responsabilizadas. Nós temos de parar de passar a mão na cabeça do infrator da lei, de tratar com paternalismo essas pessoas. Parece um crime menor, mas vai levar a crimes maiores. Por isso, a importância da prevenção primária.

O crime sempre tem três lados: o infrator, a vítima e o ambiente, que é responsável por 60% dos crimes. Já diz a Teoria das Janelas Quebradas, de George Killing.

Nós precisamos implantar um pouco mais na cidade de São Paulo o que fez o prefeito Giuliani em Nova York com o Tolerância Zero. Eu não preciso ser tão drástico como lá porque aqui os órgãos do governo não conseguem atender, como lá, as reivindicações da própria sociedade, mas eu não posso permitir crime a céu aberto durante o dia, confronto com a Polícia. Se durante o dia está ocorrendo confronto com a Polícia, imaginem o que está acontecendo à noite. Ou seja, mais um grande problema para o nosso policial.

Dentro dessa linha ainda quero fazer um destaque e lamentar a morte do policial militar cabo Etori Placido. Estava chegando em casa de moto com sua mulher Maria Elisabete Clorado quando houve uma tentativa de assalto. Descobriram que era policial. Ele reagiu e acabou sendo alvejado e morto. Sua mulher, Maria Elisabete Clorado, foi ferida e levada para o hospital. Esta inversão de valores é que leva tudo isso à agressão: agressão aos policiais, agressão aos agentes da lei. Certos estão lá em Brasília o major Olímpio, o capitão Augusto - e aqueles que militam pela Segurança Pública - em tornar mais rígidas as leis àqueles que investirem contra os agentes de segurança, contra os agentes do estado, como a maioria dos países fazem: ou seja, agredir alguém do estado tem a pena agravada ou às vezes, como é em alguns estados americanos, responde por dois crimes: o crime propriamente dito de agressão e o crime de estar agindo contra um agente do estado.

Então fica aqui o sentimento de pesar à família do nosso Etori, que nos deixou, e os votos de que a Maria Elisabete se restabeleça logo.

Vamos mudar este País começando pelas escolas.

Nós precisamos voltar a discutir valores na sala de aula: valores de família, de ética, de moral, de respeito principalmente, que é o que está fazendo em nossa sociedade e que leva a isso. E lógico: não aceitar que pessoas que vêm de outros países cheguem aqui e achem que aqui é uma terra sem lei.

Eles têm de responder e ser responsabilizados por isso. Não estou dizendo que não tenham de ser bem acolhidos. São Paulo sempre foi acolhedora.

O que não podemos permitir é que se venha aqui praticar delitos a céu aberto enfrentando as Forças de Segurança.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Camilo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero mais uma vez lembrar a todos, deputadas, deputados, sobretudo a população, que dia 26 faremos uma grande audiência pública neste plenário contra a aprovação do PL 920 do governador Geraldo Alckmin, que congela os investimentos nas áreas sociais no estado de São Paulo. É uma cópia da PEC 55, Emenda Constitucional 95, e do PLP 257, da ex-presidente Dilma, porque além de congelar investimentos nas áreas sociais como fez Temer, o projeto - se aprovado - vai congelar os salários, os salários já congelados e confiscados dos servidores estaduais. Vai também congelar as promoções, a evolução funcional de todos os servidores, inclusive abrindo espaço para o aumento da contribuição previdenciária de 11 para 14 por cento. Será um dos maiores arrochos salariais de toda a história do nosso estado.

A audiência pública será com as entidades, com os servidores, com a população porque é um projeto que não ataca só os servidores. Ataca também a população, que será prejudicada porque não haverá investimento mais em Educação, em Saúde pública, Segurança Pública. Vai diminuir o atendimento nessas áreas. Um absurdo.

Dia 26 todos aqui na Assembleia Legislativa e no dia 27, sexta-feira, faremos uma grande manifestação na Avenida Paulista com várias entidades, centrais sindicais, grupos organizados, população, servidores. Todos farão essa manifestação contra o sucateamento dos serviços públicos, mas, sobretudo também, contra o PL 920/2017. Exigimos a sua imediata retirada aqui do plenário porque se trata de um grande arrocho, de um grande confisco, sobretudo salarial, dos nossos servidores.

Essa política de arrocho salarial já começou há muitos anos e foi intensificada com o PSDB no governo. Começou com o Covas, depois no primeiro mandato do Alckmin, Serra, segundo, terceiro e quarto mandato do Alckmin. Espero que seja a última gestão dele aqui e que ele nunca mais volte a ser governador de São Paulo. Aliás, espero que o PSDB não governe mais no estado de São Paulo, porque o estado está destruído nas suas políticas públicas, nas suas políticas sociais, pelo tucanato.

É um absurdo esse projeto. Ele tem que ser retirado imediatamente e essa é a nossa grande luta. Por isso que estamos mobilizando e chamando todos os trabalhadores, toda a população para se colocarem contra esse projeto, que no final das contas tem como objetivo central transferir os recursos públicos para os credores da dívida pública.

É disso que se trata o projeto. É a transferência do nosso orçamento público para banqueiros nacionais, internacionais, para os especuladores e rentistas da dívida pública, e esse ajuste fiscal vai prejudicar a população. O Alckmin apresentou o projeto, já fez o acordo com o governo federal da renegociação da dívida, já assinou um termo e agora está correndo atrás do prejuízo porque tem que aprovar o projeto de lei e entregar a contrapartida.

Eles têm uma conta e a conta é o congelamento dos investimentos nas áreas sociais e mais arrocho nos servidores. É isso que o projeto exige de cada estado que adere à renegociação, ao alongamento da dívida com o governo federal. Não podemos aceitar isso, até porque o estado de São Paulo já melhorou a sua arrecadação. Estamos acompanhando, debatendo o orçamento, e a previsão é de que o estado vai arrecadar 10 bilhões de reais a mais.

Teremos um orçamento de 216 bilhões de reais para o ano que vem. Estamos recebendo agora o documento do investimento na folha salarial dos servidores do estado e ele não chegou nem no limite prudencial, nem no limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal, está abaixo do limite. São três limites na Lei de Responsabilidade Fiscal: o limite de alerta, o limite prudencial e o limite máximo. Ele nem chegou no limite de alerta, então o governo estadual, o governo Alckmin, o governo do PSDB, nunca investiu nos servidores.

É uma vergonha isso. Ele aproveita a suposta crise econômica do Brasil, porque a crise é para os pobres, para os trabalhadores, não para os rentistas, não para os especuladores, para os banqueiros, que vivem e sugam todo o orçamento público através da dívida pública, dos juros que pagamos da dívida pública. Vamos às ruas, vamos ocupar a Assembleia Legislativa no dia 26 e no dia 27 vamos ocupar as ruas de São Paulo para que o PL 920/2017, que representa um verdadeiro confisco salarial e um ataque à prestação de serviços públicos à população, seja retirado imediatamente.

Em relação à pauta do estado era isso que eu queria dizer, que vamos continuar mobilizando os servidores e a população. Gostaria de fazer antes do encerramento mais um rápido pronunciamento. Vossa Excelência citou o prefeito Doria no seu pronunciamento e a situação da cidade. Não posso deixar de registrar e também de comemorar a derrota que o prefeito Doria teve ontem. Ele foi obrigado a voltar atrás naquela sua ideia preconceituosa, prepotente, de colocar ração humana na merenda escolar da rede municipal. Ele queria dar ração humana, produzida com produtos vencidos, que iriam ser descartados ou iriam para o lixo. Ele queria dar alimento estragado, através dessas pílulas, para as nossas crianças da rede estadual.

Ele anunciou isso sem consultar a Secretaria da Educação, sem consultar o Conselho de Alimentação Escolar, porque há procedimento, normas e legislação sobre merenda escolar e alimentação. Há nutricionistas que fiscalizam; não é assim. Ele é muito marqueteiro, ele vive do marketing. Ele anunciou e depois tentou correr atrás do prejuízo.

Só que percebeu que não foi possível introduzir a ração humana nas escolas municipais. Pior do que isso, ele foi duramente criticado por toda a sociedade. Até mesmo o Ministério Público entrou com uma investigação contra esse granulado que ele diz ser milagroso e algo que acaba com a fome. Na verdade, é um suplemento alimentar. Ele foi muito criticado por vários setores da sociedade, pelos professores e pelos pais dos alunos. Os pais ficaram extremamente revoltados.

Ontem, participei de um ato no Vão Livre do Masp, com muitas mães de alunos, com as crianças, sobretudo da educação infantil, protestando contra a introdução da comida estragada na Rede Municipal de Ensino. Isso é um absurdo! Estamos vivendo um momento dramático da história do Brasil. Um prefeito está querendo colocar comida estragada. Ele disfarça, falando que é ração humana. Dá um nome bonito para esse produto, tentando introduzi-lo.

Porém, ele foi derrotado e voltou atrás, porque não havia viabilidade nenhuma. Isso mostra que o prefeito está totalmente despreparado para governar a cidade. É um marqueteiro de quinta, de décima categoria. Ele não tem projetos para a cidade de São Paulo, que está à deriva. Ele só quer fazer marketing pelo Facebook e pelo celular. Só pensa na sua candidatura à presidência da República e mais nada. Viaja pelo Brasil, foi para a Itália e depois para Goiás.

Ele não tem nenhum compromisso com a cidade. É o prefeito do aplicativo, dos cortes. É um bom gestor para cortar as áreas sociais. Ele corta tudo. Cortou a merenda escolar, cortou o Leve Leite, cortou o TAG, o transporte escolar das crianças, cortou até o módulo de professores, cortou as verbas da Cultura e da Assistência Social, e possui essas ideias malucas e preconceituosas.

Para ele, pobre tem que se alimentar com granulado, com ração feita a partir de produtos com a validade duvidosa. É isso que ele oferece para os pobres e para quem votou nele, inclusive. A população mais pobre e mais carente foi vítima do seu marketing do bom gestor. Ele dizia: “eu não sou político, sou gestor”. Isso é uma balela. Ele é político sim; e um dos piores, reproduzindo, na prática, a velha política. O fisiologismo e o clientelismo são com ele mesmo, sobretudo a demagogia. Agora ele introduz esse marketing ostensivo e vazio.

Sr. Presidente, para finalizar, marketing tem prazo de validade. Está acabando. Em três ou quatro meses, ele será hostilizado em praça pública em São Paulo, assim como hoje é hostilizado e rejeitado o presidente Temer. Queria fazer esse registro. Foi uma vitória da sociedade da cidade de São Paulo, que se mobilizou, pressionou, e fez com que ele voltasse atrás com essa ideia preconceituosa e agressiva de introduzir ração humana na merenda escolar. Vale lembrar que ele também cortou a merenda escolar. Ela foi diminuída na sua gestão. Ele tem que parar de fazer cortes nas áreas sociais. Ele é o gestor dos cortes, das tesouras, que acelera mesmo os cortes nas áreas sociais.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Eu reforço as suas palavras. Venham à Assembleia Legislativa na próxima quinta-feira, dia 26, às 15 horas, no Plenário Juscelino Kubitschek, onde teremos uma audiência pública sobre o Projeto de lei nº 920, de 2017.

Do jeito que está, não podemos aprovar este projeto, pois ele não está claro. Pretendemos que o governo mude o projeto, apresente outro ou seja claro, ou então que se construa aqui uma emenda aglutinativa que deixe claro que, mesmo com essas limitações que estão sendo feitas, continuaremos tendo promoções, progressões de carreira e reajustes.

Não estou falando em aumento, mas em reajuste, pois nem isso o governador tem dado. Faz três anos que ele não dá reajuste para a Polícia Militar, para a Polícia Civil e para a Polícia Científica. Isso precisa estar claro no projeto. Do jeito que está, não pode passar. Então, convido a todos para que estejam aqui na próxima quinta-feira, às 15 horas, no Plenário Juscelino Kubitschek.

Ainda gostaria de agradecer a todos que estiveram pela manhã na sessão que fizemos em homenagem aos policiais portadores de deficiência. Fizemos uma homenagem à Associação dos Deficientes Físicos da Polícia Militar de São Paulo, com entrega da medalha “Eterno Guerreiro”. Eles são eternos guerreiros. Estiveram presentes vários policiais que perderam sua higidez, principalmente paraplégicos, mas também com outras deficiências de mobilidade, que perderam essa mobilidade porque entregaram essa vida na defesa do cidadão de São Paulo.

Então, parabéns a todos os policiais militares, especialmente a esses que se feriram no cumprimento do dever, às vezes pelo patrimônio de pessoas que eles nem conhecem. Então, parabéns! Para quem quiser assistir a essa solenidade, ela será reprisada pela TV Assembleia no dia 22, próximo domingo, às dez horas da noite.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se na segunda-feira, às 10 horas da manhã, com a finalidade de homenagear o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Deixo aqui o meu convite a todos vocês, a todos os telespectadores da TV Assembleia. Faremos uma homenagem aos Águias da cidade. Hoje, são 31 aeronaves, 26 helicópteros, que fazem o serviço, protegendo a população no estado todo. Oitenta e cinco por cento da população de São Paulo está a 15 minutos de um helicóptero Águia, que desce em qualquer lugar - na praia, na periferia, nos Jardins - para salvar vidas. Então, eles serão homenageados na próxima segunda-feira, às dez horas da manhã. Estão todos convidados.

Que Deus proteja a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 04 minutos.

 

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