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05 DE MARÇO DE 2018

006ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM ÀS MULHERES QUE BRILHAM

 

Presidente: CLÉLIA GOMES

 

RESUMO

 

1 - CLÉLIA GOMES

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, nomeia a composição da Mesa e demais autoridades presentes.

 

3 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene para "Homenagem às Mulheres que Brilham", por solicitação desta deputada. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro" .Tece considerações elogiosas direcionadas às mulheres. Valoriza a capacidade feminina de superar momentos delicados na vida. Manifesta contentamento pela oportunidade de propor a solenidade. Faz breve relato de sua família. Valoriza a conquista de direitos femininos.

 

4 - EDNA VASSELO GOLDONI

Fundadora do Instituto Vasselo Goldoni, saúda os presentes. Informa que fora criada sob princípios de igualdade e valorização da mulher. Tece breve relato de sua mudança para a Capital, em busca da realização de sonhos. Assevera que assumira o protagonismo de sua história. Anuncia que passara fome e frio na cidade. Afirma que deixara a biomedicina e tornara-se vendedora. Noticia o recebimento de prêmios consecutivos, na categoria em que trabalha. Enaltece congressos e programas destinados ao reconhecimento da mulher. Aduz que espera homenagear cerca de 10 mil mulheres, com entrega de colar, no presente ano.

 

5 - DAMARIS DIAS MOURA KUO

Presidente da Comissão de Direitos e Liberdade Religiosa da OAB/SP, cumprimenta os presentes. Discorre acerca de encontro na região leste da Capital, com mulheres. Registra que apesar da importância da figura feminina em família e em espaços de convivência, o feminicídio é frequente no País. Acrescenta que a violência doméstica contra as mulheres é uma questão de saúde pública. Informa que a cada hora e meia há uma morte relacionada ao tema. Enaltece a campanha preventiva denominada "Quebrando o Silêncio". Tece considerações a respeito da Lei Maria da Penha. Lamenta a frequência de violência física, moral e psicológica contra a mulher. Defende o aperfeiçoamento do instrumento punitivo legal. Aduz que a presente semana favorece a reflexão e a tomada de decisões.

 

6 - MARTA LÍVIA SUPLICY

Presidente nacional da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil, saúda os presentes. Afirma que as mulheres presentes na solenidade representam a totalidade dos recantos do Estado. Diz que fora bem recebida quando mudou-se do Rio Grande do Sul para São Paulo. Enaltece o trabalho de movimentos que visam ao combate da violência doméstica e à promoção de saúde, de sustentabilidade e de respeito a gênero e à etnia. Reflete acerca de contingências a afetar mulheres, como o câncer de mama, a menopausa, o racismo e sua relação com o mercado de trabalho desigual. Informa que no intervalo de 11 minutos uma mulher é vítima de assédio sexual. Salienta a relevância de programas direcionados ao acolhimento de mulheres. Manifesta preocupação com o pleito eleitoral que se aproxima. Acrescenta que é mais importante a escolha dos representantes a exercerem mandato no Congresso Nacional. Conclui que a campanha "Um Mais Um" revela a disposição de obter um voto para uma mulher.

 

7 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Faz breve relato de sua representatividade no Estado. Informa que visitara todas as cidades em que fora votada. Agradece o voto de Andressa Ramos, da cidade de Elias Fausto.

 

8 - JINA PARKI

Procuradora do Estado de São Paulo, saúda os presentes. Discorre acerca de sua origem coreana e mudança para o Brasil, após moradia no Paraguai. Reflete sobre sua trajetória profissional e esforços direcionados à carreira como servidora pública. Valoriza o bom hábito da leitura, presente desde os 6 anos de idade.

 

9 - ADRIANA RAMALHO

Vereadora à Câmara Municipal de São Paulo, saúda os presentes. Comemora a importância do mês de março para as mulheres. Afirma que é tempo de recebimento simbólico de elogios, mas também de reflexão e de discussão intensa a favor dos direitos das mulheres. Lamenta diferenças salariais entre os sexos, na mesma função. Afirma que 52% das mulheres agredidas não denunciaram as agressões sofridas. Ressalta os benefícios dos avanços em tecnologia e em informação. Acrescenta que pesquisas virtuais do tema "feminismo" têm crescido. Lembra-se do ativismo de Malala contra a ingerência Taliban. Comenta manifestações levadas a efeito na entrega do Oscar, em Hollywood. Comenta o trabalho da Dra. Gabriela Mansur, idealizadora do programa "Tempo de Despertar", aplicado em Taboão da Serra, tendente a promover a conscientização dos homens quanto ao respeito à mulher. Defende debate plural e apartidário em benefício das mulheres. Manifesta a intenção de estimular mulheres a perseguirem espaços de liderança e de decisão na política. Conclui que Deus renova esperanças diante de decepções.

 

10 - EDSON SERBONCHINI

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de placas à homenageadas.

 

11 - HENRIETE MIRRIONE

Assessora de imprensa da deputada Clélia Gomes, anuncia a entrega de placa à parlamentar.

 

12 - PAULA ZAMPIERI

Cantora, faz interpretação musical.

 

13 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Clélia Gomes.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Bom dia, senhoras e senhores. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear as mulheres que brilham.

Comunico aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida no próximo sábado, 10 de março, às 21 horas, pela NET - canal 7; pela TV Vivo - canal 9; e pela TV Digital - canal 61.2.

Para compor a Mesa dos trabalhos, convido a deputada estadual Clélia Gomes, líder do PHS e procuradora especial da mulher na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; Sra. Ji Na Park, procuradora do Estado; Marta Lívia Suplicy, presidente nacional da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil; Damaris Dias Moura Kuo, presidente da Comissão de Direitos e Liberdade Religiosa da OAB/SP; Edna Vasselo Goldoni, fundadora do Instituto Vasselo Goldoni, que desenvolve o empoderamento humano, cuidado de gêneros e da sororidade entre as mulheres.

Por favor, podem sentar. Com a palavra, a deputada Clélia Gomes.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Bom dia a todos e a todas, principalmente a nós todas, mulheres, que estamos sendo homenageadas. Agradeço a presença de todas vocês.

Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 Srs. Deputados, Sras. Deputadas, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo a solicitação desta deputada, com a finalidade de homenagear as mulheres que brilham.

Quero agradecer a presença da Ji Na Park, procuradora do Estado; Marta Lívia Suplicy, presidente nacional da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil; Damaris Dias Moura Kuo, presidente da Comissão de Direitos e Liberdade Religiosa da OAB/SP; Edna Vasselo Goldoni, fundadora do Instituto Vasselo Goldoni, que desenvolve o empoderamento humano, cuidado de gêneros e da sororidade entre as mulheres. Muito obrigada.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do subtenente Edgar.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Esta presidente agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Muito obrigada.

Estou nervosa gente, são muitas mulheres. Eu sempre digo que falar de mulher, para nós mulheres, é muito fácil. Eu falo que somos um material humano, como diz a Marta, precioso. Somos mulheres de garra, personalidade. Mulheres que lutam todos os dias, umas para sobreviver, para se empoderar; outras lutam porque o dia a dia nos cobra tudo isso, para que sejamos fortes, principalmente quando temos perdas muito grandes dos nossos entes queridos. Nós mulheres acabamos fazendo - digo que não é dupla, tripla ou quádrupla - todas as jornadas que forem necessárias durante o dia.

Nós temos a força, fomos moldadas especialmente para aguentar todos os trancos, temos um dia lotado, somos as maiores políticas dentro e fora de casa. Muitos falam: “Como assim somos muito políticas?”. Somos as maiores políticas. Assim que nascemos, o primeiro presente que nossa mãe nos dá é uma boneca, não é Edna? Dali começa a nossa vida em família. As nossas bonecas são as nossas famílias que criamos, e queremos dela o melhor possível. Damos banho, comidinha de mentira, colocamos para estudar, brincamos e até batemos nas bonecas, porque de vez em quando levamos um safanão da mãe as socamos também. É normal, tudo isso é normal, não é agressão, é o que colocamos para fora.

Hoje estou muito feliz de homenagear não só algumas mulheres - porque não dá para homenagear todo mundo -, mas todas as mulheres. Eu digo que venho de uma família de mulheres: minha mãe teve seis filhos, e cinco eram mulheres. Às vezes ela fala: “Parece que tive cinco homens e uma mulher”. Mas depois, quando ela vê a garra que as filhas têm, ela diz: “Não, eu tive cinco mulheres de caráter e personalidade”. Não importa que o mundo faça com que ela dobre as pernas para se quebrarem. Elas podem até ajoelhar, mas amanhã é outro dia, e elas estarão em pé, porque Deus é muito maior.

Então agradeço a todas vocês. Falar de mulher é falar de empoderamento. Eu e muitos de vocês levantamos todos os dias tendo que matar um leão para sobreviver. É falar que somos fortes, guerreiras e que temos por obrigação nossa - é aquela coisa dentro de nós - fazer o melhor e ser perfeitas. Sei que não somos perfeitas, mas tentamos trabalhar da melhor forma possível. Temos nossas famílias; muitos aqui, além de si próprios, ainda carregam uma família nas costas. Então, mulheres, parabéns, não por hoje, mas por todos os dias levantarmos e sermos o que somos.

Por todos os dias bailar em cima das nossas diferenças, dos nossos problemas; por levantar a cabeça, chorar e rir muitas das vezes em que queremos chorar; querer correr de medo e nervoso, mas tendo que estar em pé, olhando e dizendo: “Se eu não enfrentar, quem vai por mim?” Dizem que sou guerreira, mas digo que só sou mulher. E, como boa mulher, estou para qualquer guerra, principalmente quando falam sobre os meus direitos. Eu digo que sei dos meus direitos e conheço os meus deveres. E, como mulher, sei o que todas vocês sentem e pensam. Pela forma como pensamos, dizem que somos uma caixinha de surpresas, e eu falo que não. Nós somos a caixinha mais clara possível, mais transparente possível, mas quem nos diferencia é quem não nos entende.

Estamos aqui para uma evolução e, para mim, ela é de grande valia. Acredito que quanto mais eu sofrer, mais tiver persistência em mudar tudo que eu acredito estar errado, mais próximo desse Deus maravilhoso eu estarei. Então, minhas amigas, vamos à luta. Que Deus nos abençoe. Um ótimo evento a todas nós, um beijo no coração de todas vocês.

Quero agradecer a presença da Josy Moura, vereadora no Piauí; Ana Cristina de Sousa, vereadora de Iacanga; Regina Silva Costa, vereadora de Mirassolândia; Rose Santiago, presidente de honra da Cervi; Carol Aguiar, presidente da Liga das Mulheres Eleitoras de São Bernardo do Campo; Dra. Maria Geralis Soares Lima Passarello, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Santana; Dra. Marilene Barbosa Lima, diretora tesoureira da OAB de Santana; Regina Maria Santos, vice-presidente do estado de São Paulo da Libra; e nossa presidente do estado de São Paulo, a Marly Lamarca. Muito obrigada a todas vocês.

Tem a palavra Edna Vasselo Goldoni.

 

A SRA. EDNA VASSELO GOLDONI - Primeiramente, minha mais profunda gratidão pela homenagem. Eu gostaria de, mais uma vez, me apresentar a vocês: sou a Edna Vasselo Goldoni. Eu tinha um sonho de homenagear as mulheres, porque minha mãe dizia para mim: “Homenageie cada mulher com uma flor”. E, durante muito tempo, durante minha carreira profissional, sempre acreditei que nós mulheres poderíamos chegar aonde nós quiséssemos chegar. Minha mãe me ensinou isso. Sou filha de seis mulheres no interior de São Paulo. Ela nos criou nos ensinando a tratar todas as mulheres como se fossem uma flor, uma joia preciosa. Assim fui tratada.

Dela herdei o amor por todas as outras pessoas. Ela nos ensinou que eu teria que tratar todas as pessoas da forma mais absoluta e igual. E do meu pai, herdei a coragem, a garra, a determinação. Decidi mudar minha história, porque, filha de seis filhas mulheres, meu destino era viver numa cidade chamada Torrinha, ao lado de Brotas. Seria uma vida um pouco mais calma e tranquila. Me formei e vim para São Paulo com uma mala de comida e outra de roupas, e decidi começar minha trajetória. Lembro que quando cheguei à Estação da Luz, olhava para mim, para minhas malas e era o que eu tinha para começar minha carreira em São Paulo.

Lutei com toda minha fé, coragem e esperança. Por mais que meu pai não acreditasse que eu fosse sobreviver sozinha em São Paulo, deixando uma vida absolutamente tranquila no interior de São Paulo, porque lá estava tudo fácil, eu tinha um pai que me dava tudo, uma vida tranquila. Mas decidi assumir o protagonismo da minha história, e isso significa enfrentar as decisões que eu queria tomar. E qual era a jornada que eu teria que seguir? Posso compartilhar com vocês que passei fome e frio aqui em São Paulo, porque eu não tinha mais do que uma quitinete na Rua Caio Prado para poder sobreviver, e um pai dizendo: “Volta, porque você não vai dar conta”.

Mudei minha carreira, fui ser vendedora, porque acreditava que biomedicina não era aquilo que eu sonhava para mim. Fui ser vendedora e, ao longo da minha trajetória profissional, vivendo num mundo absolutamente masculino, queria ser efetivamente uma mulher, com minha capacidade e força de atuação. Eu só queria uma coisa: que as pessoas acreditassem na minha palavra e na capacidade do que eu poderia oferecer para elas. E aí ao longo dessa minha trajetória criei o grupo “Encontro Com Mulheres de Sucesso”, porque eu queria que cada mulher pudesse se unir numa única força, para que pudéssemos seguir uma trajetória muito mais plena e fácil.

Conquistei alguns prêmios durante essa trajetória e me orgulho por ser a única mulher a receber um único título, oito vezes indicada a melhor profissional de vendas da categoria em que atuo. Fui tricampeã. É óbvio que, quando ganhei meu primeiro campeonato, fiz o quê? Dediquei ao meu pai com a seguinte frase: “Pai, isso é o que fiz, essa é a minha trajetória. Sou a primeira mulher top profissional de vendas. Se você duvidava de que eu fosse capaz, aqui está a prova daquilo que eu queria, sendo mulher e conquistando vários prêmios, e também me dedicando a fazer com que cada mulher acredite efetivamente em sua força”.

Assumi vários papéis, fiz congressos de liderança feminina, representei o Brasil no congresso da ONU no ano passado. E o projeto que coroou minha trajetória é o que estou agora, o Instituto Vasselo Goldoni. Esse instituto inicialmente começou com um projeto chamado “Semeando Pérolas”. Posso dizer a vocês que, de tudo o que já fiz na minha vida até agora, esse é o projeto que mais tem trazido alegria e força. Esse projeto nasceu com o objetivo de homenagear a história de cada uma de nós. Eu tenho a minha história, que é absolutamente desafiadora, mas é a minha história. Agora, a cada uma de vocês, a cada olhar que vejo aqui em minha direção, vou dizer: vocês têm uma história de sucesso, vocês têm uma história e devem se orgulhar dela.

Gostei muito da fala de que somos uma caixinha, e vou complementar sua frase: somos uma caixinha cheia de pérolas dentro de nós. Cada desafio, cada enfrentamento, cada dor é uma pérola que nós estamos fazendo dentro de nós mesmas. E o projeto “Semeando Pérolas” quer dizer exatamente isso, acredite nesse poder que você tem dentro de si, porque é esse poder, conectado com a força maior de todo o bem, que podemos chamar de Deus ou força maior, dependendo da ideologia de cada uma, que nos leva muito mais longe daquilo que imaginamos chegar. Porque sem ele não somos protagonistas, não somos empoderadas. É esse poder que eu convoco para cada uma de nós, para seguirmos em frente e nos unirmos num propósito, assumirmos nosso protagonismo enquanto mulheres, nos orgulharmos de sermos mulheres efetivamente.

Sendo mulher, nós sabemos de todas as nossas capacidades de atuação em nossa vida pessoal, profissional e voluntária. Em todos os papéis que formos executar, que possamos ser inspiração para outras mulheres. Que as mulheres possam olhar para nós e falar: “O que eu significo? O que posso contribuir para cada mulher que está ao meu lado?”. E nós temos muito para fazer juntas, temos que exercer a sororidade, essa força que nos une, nos torna mais fortes, mais unidas, mais empoderadas e encorajadas. Vamos efetivamente, cada uma de nós, fazer uma reflexão interior e dizer: “Cheguei até aqui, mas onde quero chegar?” Eu sei onde quero chegar nos próximos anos da minha vida, hoje eu garanto para vocês que vivo o futuro que sonhei, como mãe, esposa, filha e voluntária. Eu vivo um futuro que tracei para mim.

Em cada capítulo da minha vida, eu assumi meu protagonismo e enfrentei tudo o que tinha que enfrentar, não deleguei para ninguém, eu assumi, enfrentei e realizei, e quero convocar milhares de mulheres a assumirem esse protagonismo. O Instituto Vasselo Goldoni nasceu com o projeto “Semeando Pérolas” e, ano passado, nós homenageamos mais de duas mil e cem mulheres com meu colar de pérolas, que quero colocar em cada mulher por onde passo, quero colocar um colar e convocá-la.

Este ano, o instituto vem com um projeto mais audacioso, nossa meta é atingir mais de dez mil mulheres com nossos colares. Temos visitado comunidades, hospitais e empresas gratuitamente. Nós não cobramos a palestra, eu faço palestra voluntariamente e não cobro nem por ela, nem pelo colar. Agora, já estamos recebendo doações para o projeto, que inicialmente foi custeado pela minha própria empresa. Este ano queremos muito mais, queremos fazer mais ações com outros grupos de mulheres que estão fazendo trabalhos maravilhosos, queremos crescer e nos unir.

O que eu deixo de mensagem para vocês é que temos que assumir efetivamente o nosso protagonismo. Convoco vocês para estarem junto conosco. Temos várias mulheres brilhantes, não só aqui no palco, mas cada uma de vocês. Que hoje comece minha amizade com muitas mulheres aqui presentes, para que possamos estar juntas. Gentilmente, gostaria de homenagear todas as mulheres presentes com meu colar de pérolas, gostaria de abraçar cada uma de vocês e deixar meu colar como minha homenagem para cada uma, nesta semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher. Mas temos que celebrar nossas conquistas todos os dias, essa é apenas uma data comemorativa.

Um carinhoso abraço e que a força que nos une possa ser muito maior do que todas as diferenças que precisamos enfrentar em nosso dia a dia.

Gratidão.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Com a palavra, Damaris Dias Moura Kuo.

 

A SRA. DAMARIS DIAS MOURA KUO - Bom dia a todas. Sempre somos surpreendidas, as mulheres têm essa naturalidade: quando são surpreendidas, demonstram.

Então, quando vi meu nome, olhei para a deputada e falei: “Nossa”. Nós temos essa naturalidade e acho que isso marca o que nós somos.

No sábado, eu falava para um grupo de mulheres na região leste de São Paulo e chamei-as para o lugar de onde eu estava falando, chamei todas as mulheres.

Eu tinha a sensação, quando olhava para o público, de que nós tínhamos muitos homens também, mas quando pedi às mulheres que se levantassem e viessem, o auditório ficou vazio. Eu falei: “Pensei que tínhamos homens e mulheres em igual medida”. Mas, quando elas se levantaram e vieram até o palco, o auditório ficou vazio. Nós éramos maioria esmagadora naquele lugar, que é um lugar para todos. Essa é a indicação da força que nós, mulheres, temos e que podemos exercer na sociedade em que vivemos. Eu gostaria de falar de coisas bonitas no dia de hoje, porque somos bonitas, e estamos bonitas hoje. Sou baiana, então peguei um vestido bem colorido, como gostamos lá na Bahia. Já estou aqui há 20 anos.

Mas gostaria só de fazer um registro de alerta. Embora sejamos tão importantes para a sociedade e nossas famílias, para os espaços de convivência que todas nós temos, os dados consolidados da Organização Mundial da Saúde são de que somos o quinto país que mais mata mulheres no mundo. Não são mulheres que morrem porque foram atropeladas ou assaltadas, morrem porque são mulheres. A sua condição de mulher faz com que ela seja vítima da mais atroz violência neste País. E o que mais nos assusta é que os dados indicam que a maior parte dessas mulheres são violentadas e morrem dentro de suas próprias casas. Estamos falando de um problema de Saúde Pública no Brasil. A violência doméstica contra a mulher é um problema de Saúde Pública no País.

A cada hora e meia - e há uma subnotificação muito alta desses números, porque esses são os casos denunciados e catalogados pela estatística, no Brasil, uma mulher morre. Certamente durante o tempo que passarmos aqui nesta grande celebração, algumas mulheres terão morrido, vítimas da violência contra a mulher. Há quase 15 anos, nós fazemos parte de uma campanha mundial aqui no Brasil. Ela se chama “Quebrando o Silêncio”. Não sei quantas das mulheres que aqui estão já ouviram falar. Na verdade, é uma campanha de prevenção, porque reprimir é quando as coisas já aconteceram. Para nós, é muito mais produtivo prevenir, conscientizar, chamar a atenção e alertar.

Eu faço palestras sobre violência doméstica contra a mulher há muitos anos e atendo mulheres vítimas de violência doméstica. São histórias muito tristes, desde mulheres que não podem usar um creme hidratante... Deputada, eu atendi uma mulher que tinha cinco anos de casada e seu marido não a deixava usar um creme hidratante. Não podia usar um perfume, porque se ela se embelezasse e perfumasse, certamente, segundo ele, era para outro homem. É o que chamamos de violência moral.

A Lei Maria da Penha - sobre a qual precisávamos falar muito mais - completou 11 anos de idade e não serviu de freio social para que a violência contra a mulher recuasse. Recuou apenas no ano seguinte à sua aprovação, em 2007. Mas a lei fala de violência moral, essa que não viola a integridade física, mas a moral da mulher. A violência psicológica viola a emoção da mulher e às vezes dói mais que a física, a dor da alma pode doer muito mais que a dor do corpo.

Então, só para encerrar, eu sempre faço um chamamento, porque ficamos indagando o que está faltando para que a violência contra a mulher recue neste País? São políticas públicas, são legislações mais aprimoradas? Mas temos uma legislação de proteção à mulher considerada uma das mais modernas do mundo, que é a Lei Maria da Penha. Será que precisamos de um aperfeiçoamento do nosso instrumento legal? Muitas perguntas nos vêm. Eu não tenho as respostas, mas tenho uma certeza: de que nós, mulheres, somos os agentes que precisam se comprometer no combate à violência contra nós mesmas.

Sei que se todas nós mulheres oferecermos o ombro, o colo, a palavra, nos prepararmos para ajudar uma mulher... Eu já fui procurada por mulheres que não sabiam o que dizer para uma amiga que estava apanhando em casa. O que ela deve fazer, onde ela deve ir? Existe uma cartilha do Ministério Público de São Paulo, queria que vocês a conhecessem. Não só é extremamente didática sobre os tipos de violência, os sintomas e sinais, mas tem uma relação de todos os lugares na cidade e no estado de São Paulo onde essas mulheres podem buscar ajuda jurídica, médico-hospitalar e psicológica. Claro que sabemos que as coisas não funcionam como deveriam, mas precisamos de algum lugar para buscarmos ajuda e esses lugares existem. Nós podemos encaminhar mulheres, estar atentas ao sofrimento de uma mulher. Precisamos viver para nós e para as outras mulheres que estão ao nosso redor.

Então, por favor, queridas, esta é uma semana de reflexão e de tomada de decisões. Eu sou uma mulher que pode fazer a diferença na vida de outra mulher. Conheça a campanha “Quebrando o Silêncio”: www.quebrandoosilencio.org.br. Os materiais são extraordinários, as revistas, cartilhas e gibis podem ser solicitados e distribuídos para que juntas possamos ser as maiores colaboradoras no combate a uma das violências que já se transformaram em problema de Saúde Pública neste País, que é a violência contra a mulher.

Quero encerrar com uma palavra de gratidão pelo convite e pela oportunidade de receber esta homenagem aqui hoje. Todas nós estamos representando as outras mulheres que não estão aqui. Estou representando minha avó, que tem 94 anos e está no interior da Bahia. Estou representando minha mãe, de 74 anos, que está lá no interior da Bahia. Estou representando tantas outras mulheres da minha família, do meu convívio e da minha religião, da OAB de São Paulo, um exército de mulheres advogadas lutando para conquistar seu espaço. E estamos na Comissão de Liberdade Religiosa da OAB, também atendendo intolerância religiosa contra mulheres, praticada por seus maridos no ambiente doméstico.

A última palavra é que tenham uma feliz Semana da Mulher, um feliz Dia da Mulher. Vamos nos dar as mãos para que ocupemos este País, como nunca foi preciso. Da força, da devoção e dedicação de todas nós, mulheres. Parabéns a todas. Obrigada, deputada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Convido agora, para fazer uso da palavra, Marta Lívia Suplicy. Quero informar que também temos a presença da Mayara Martins, representando a vereadora Adriana Ramalho.

 

A SRA. MARTA LÍVIA SUPLICY - Bom dia a todas. Vou falar isso para os homens também, porque todas as criaturas de Deus estão aqui dentro hoje. Agradeço em especial a querida companheira de jornada, deputada Clélia Gomes. Sempre falo para as minhas meninas da Libra e da Virada Feminina, que sororidade é isso. Queria uma salva de palmas de vocês, porque aqui tem mulheres de todos os recantos de São Paulo. Tem mulheres de Porto Ferreira, de Santo André, aqui unidas pelo mesmo propósito. (Palmas.)

Quando cheguei a este Estado há 22 anos - sou gaúcha, como vocês podem perceber pelo meu sotaque ainda existente - tive a honra de conhecer outras mulheres que me deram a mão. A Clélia foi uma delas. Era uma liderança comunitária na ocasião, e tive o prazer de conhecer e ajudar seu trabalho, e hoje vê-la sentada no Parlamento, que é o que esperamos como Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil, tudo que foi falado aqui. Quando fizemos a Virada Feminina, quero dizer que falamos que íamos sair da discussão e partir para a ação. A discussão é importante, os seminários são importantíssimos, as palestras idem, mas a mão na massa é infinitamente.

Dra. Damaris, quero dizer para a senhora que ano passado na Virada Feminina nesta Casa e plenário, passaram 120 movimentos do combate à violência contra a mulher. Entre eles, se discutiu prevenção, o júri simulado esteve aqui, os filhos das vítimas, que são os herdeiros dessa história, infelizmente. Então quero dizer para a senhora que nesta Casa, com o apoio da Procuradoria, se discutiu seis pilares; educação, saúde, violência contra a mulher, sustentabilidade, e principalmente gênero e etnia.

 Cinquenta a mais que teremos este ano, porque nós da Liga das Mulheres Eleitoras, a qual presido, e tenho a honra no estado de São Paulo de ter a Dra. Marli Lamarca, uma salva de palmas para ela, nós não somos responsáveis só em clicar o voto. Somos mulheres, temos câncer de mama, nós tiramos um filho da faculdade por não termos mais condições de pagar, nós temos mais de 50 e estamos passando pela menopausa, não temos espaço no mercado de trabalho. As mulheres negras, que discutimos em gêneros e etnias, pior ainda. São as que sofrem maior violência diária. E complementando seus dados, Dra. Damaris, a cada 11 minutos uma mulher sofre assédio. Então neste momento que estou aqui falando, tem alguma mulher sendo assediada e tendo que engolir, porque precisa do trabalho.

Só vou fazer um parêntese, e quero ser bem breve. Esta semana estive no Ceará a convite do governo cearense, para falarmos sobre a nossa Virada Feminina, que é de todas vocês. Quando falamos em sororidade, Edna, falamos que cada uma de nós é responsável por eu estar aqui, e por cada uma, e cada grupo que defende empregabilidade, violência contra a mulher, é responsável pelo acolhimento através do Bem Querer Mulher. Pela prevenção através do Eu Sei Me Defender, da Érica Paes, aquela moça da novela da Globo, que veio conosco na Virada, lançou o projeto, que está virando lei, já é um projeto federal andando. Nosso modelo de união fez surgir a Rede Brasil Mulher, que vocês estão vendo na novela e tenho a honra de representar no estado de São Paulo. A vereadora Adriana Ramalho e nossa querida procuradora cuidam do institucional.

Nós não podemos mais nos entender sós. Independente da vida de cada uma, da realidade de cada uma, o que uma sofre no sertão do Cariri, como vi mulheres de lá sofrendo de nanismo, mulheres que caminham cinco quilômetros para buscar água. Quando estamos passando pela crise hídrica por aqui, ficamos desesperados em comprar mais água, em guardar em cisternas, elas não têm, caminham cinco quilômetros porque não têm água nem para fazer sua comida. Então essa é a realidade, pode não ser a nossa aqui em São Paulo, mas é a realidade da mulher brasileira, e essa somos nós.

Quero concluir dizendo a vocês que estamos muito preocupados sobre quem será nosso novo presidente. Eu, como liderança de uma entidade de direito ao voto, vou dizer para vocês que vamos nos preocupar com as bancadas de deputados estaduais e federais, porque essas são mais importantes do que o Executivo que vamos escolher. E por favor, a Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil e a Virada Feminina vão lançar uma campanha dia 27 de maio. Anotem porque queremos todas vocês aqui: ouvindo, discutindo e buscando soluções para o problema de cada nicho de vocês.

Vamos lançar uma campanha chamada Um Mais Um. , você vai adorar o Um Mais Um. Essa moça quando foi candidata, não tinha dinheiro, não tinha apoio, ela bateu de porta em porta e foi a mais votada, eleita presidente da Câmara. Você nos representa, realmente, parabéns. Eu quero dizer para vocês que o Um Mais Um quer dizer isso, posso até ter meu candidato, porque achamos que a boa representatividade não tem sexo, mas só para entender nossas pautas, eu acho que a Dra. Damaris falou uma coisa muito importante, e falei isso lá no Ceará junto com a representatividade da queridíssima Lei Maria da Penha. É um avanço, mas precisamos de muito mais, se os números estão aumentando, temos que parar de só discutir e ir à luta, por isso juntamos todos esses movimentos.

Um dia ouvi que a Virada Feminina era uma colcha de retalhos, e é. Porque colcha de retalhos aquece, enfeita, faz você ter uma cobertura. O que trazemos para vocês realmente não é a discussão, mas quem pode me ajudar na saúde, na educação. Um Mais Um é o seguinte: o seu deputado com o qual você tem responsabilidade por esse voto, você tem o compromisso, mas a obrigação, de conseguir um voto para uma mulher. É sua manicure, sua faxineira, a moça que está sentada ao lado do seu banco no ônibus. Vão falar para ela, “você quer mudança? Você quer políticas públicas efetivas?” E essas políticas vão sair do seu um mais um, ou mais dois, mais três, quem você conseguir convencer a votar numa mulher. Nós queremos mais mulheres, mas que sejam com qualidade.

Por isso temos uma preocupação com cursos de capacitação, informação. Eu parabenizo a Clélia por estar sempre buscando isso, sempre me perguntando e indo atrás. Clélia, você é um exemplo para mim, porque dificilmente uma parlamentar tem essa coragem que você tem de me ligar e perguntar se isso pode ou não. Isso é humildade e responsabilidade com o seu eleitor. Quero dizer para vocês levarem esse espírito do Um Mais Um, a partir do momento que seja uma mulher representando vocês, ela sabe o que cada uma de vocês passa fisiologicamente, pessoalmente, diante do mercado de trabalho e da violência. Vamos pensar nisso.

Semana da mulher não é só essa semana, como fazemos na Virada, como tem os Dez Tons de Rosa de Barueri, da nossa querida Geani, não é hoje, mas sempre, constantemente. Vamos nos olhar, umas como as outras. Não temos mais tempo, e não é mais moderno deixarmos uma para trás, é obrigação da agenda, não deixar ninguém para trás. Então levem adiante a consciência do Um Mais Um. Vamos ajudar mais mulheres no Parlamento, porque só quem vive na carne o que nós vivemos, pode saber o que precisamos. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Quero chamar para compor a Mesa nossa vereadora do Estado de São Paulo, Adriana Ramalho, presidente da Comissão de Segurança Pública e vice-presidente da Comissão de Finanças. Quero falar da presença de uma grande amiga.

Gente, eu tenho uma história para contar. Eu tive um voto numa cidade, eu voltei em todas as cidades que tive voto, e numa delas fiquei pensando: “Elias Fausto, onde fica?” Claro que nessas minhas andanças, a Damaris agora, fui conhecer Elias Fausto. Mas já tinha esquecido, porque voltei em todas as cidades, mas quem eu ia agradecer um voto nessa cidade? Não tinha noção. E conheci a Andressa Ramos, secretária-diretora de Arte, Cultura e Turismo de Elias Fausto, representada pelo prefeito Mauricio Baroni.

Conversei com ela pela primeira vez, ela ficou me olhando, parecia que queria falar alguma coisa, Andressa? E fiquei quietinha. Pode levantar, para todos te conhecerem, eu gosto de fazer essas coisas. Da segunda vez que fui lá ela me disse assim: “Deputada, a senhora sabe que teve um voto em Elias Fausto?” Eu falei: “Soube, mas não consegui voltar para agradecer”. Aí ela falou assim: “Fui eu, deputada”. Mas eu fiquei tão feliz, porque se faltava alguém para agradecer, era ela. Então Andressa, mais uma vez, na frente de todas as mulheres, gratidão por tudo. Você é uma benção. Muito obrigada.

 Com a palavra, Ji Na Park.

 

A SRA. JI NA PARK - Bom dia. Nem sabia que tinha que falar aqui hoje, não sou muito boa para falar em público, eu gaguejo e tremo, fico roxa, vermelha. Eu sou boa para falar com poucas pessoas, não com muita gente, e aqui tem tanta gente que fez tanta coisa, e eu, na verdade, não fiz nada, apenas tentei dar o meu máximo no lugar onde estava colocada. Sou coreana, nasci em Seul, e meus pais saíram da Coreia quando eu tinha seis anos. Fomos para o Paraguai, onde morei em Assunção, dos seis aos dez anos, e cheguei aqui no Brasil com dez anos, desde então moro aqui em São Paulo. Apesar de não parecer, tenho 48 anos, o pessoal deve achar que tenho 30 e poucos, falam: “Essa menininha, parece que não sabe de nada, o que será que ela faz da vida?”.

Antes de ser procuradora há sete anos, eu era empresária no ramo de modas. Minha família tem confecção de roupas no Brás, então trabalhei com eles, mas veio a crise, e cheguei à conclusão que não gostava muito de instabilidade. Sem nunca ter advogado, apenas tinha a OAB, que logo depois de me formar tirei, e engavetei bonitinho, continuei pagando a anuidade, mas nunca tinha advogado. Em 2006 resolvi, com 36 anos e uma filha adolescente, estudar para concurso público. Quando falei isso, todo mundo olhou com uma cara, “mas você é louca, como assim?” Desde 92 quando me formei, até 2006, tinha mudado tudo praticamente, era como se eu nunca tivesse feito faculdade de Direito na vida, eu tinha esquecido quase tudo. A única coisa que eu sabia um pouquinho era sobre direitos trabalhistas, porque trabalhava com os funcionários da loja, e entendia um pouquinho de locação e direito comercial, só isso.

Aí fui com a cara e coragem me matricular no Damásio, fiz uma meta, não sabia quanto tempo ia durar, sem saber da realidade dos concursos, de começar a trabalhar com 40 anos. Eu estudava de segunda a sábado, religiosamente. Eu comecei a recusar convites para sair, e só ia para jantares de família quando tinha aniversário, ainda pedia para eles marcarem o jantar perto da Liberdade, porque o Damásio ficava lá. Então eu só podia almoçar lá, porque tinha que faltar na aula para ir no jantar, então no máximo eu faltava uma aula.

No começo foi bem difícil, porque eu não tinha uma metodologia de estudos, fazia muito tempo que tinha parado de estudar. Cheguei a estudar 16 horas por dia, mas aí vi que 16 horas você só ficava cansada e não rendia frutos. Até que fui tentando e errando, e consegui chegar numa metodologia minha, que deu certo para mim, pode ser que não dê certo para os outros. Em dois anos e meio consegui passar em dois concursos para analista, inclusive num deles bombei na prova de formatação e digitação, tenho até vergonha de falar, porque era uma anta com computador.

Passei na prova da Procuradoria da Fazenda Nacional. Como eu tinha passado, fiquei superfeliz e fiz uma megafesta com as pessoas que passaram comigo. A festa foi justamente no dia em que passou a vigorar a Lei Seca, fiz uma festa open bar com todo mundo que passou no concurso comigo, e todo mundo ficou com medo da Lei Seca, falando em ir de táxi, porque até antes disso todo mundo bebia e dirigia. Como somos concurseiros, não podemos ter BO, porque senão não conseguimos passar no concurso e tomar posse, aí fiz uma megafesta e fiquei esperando. Passou um ano e nada, prorrogaram o concurso e comecei a ficar desesperada.

Abriu concurso para a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, e resolvi prestar essa prova. Eu já não estava mais estudando, estava indo mais para fazer social no cursinho, eu ia lá para conversar com as pessoas. Eu prestei e passei nessa prova. O mais engraçado de tudo é que minha única experiência jurídica foi como estagiária da PAJ em 91, 92, e a primeira prova que fiz quando comecei a estudar para concurso, foi justamente para a Procuradoria Geral do Estado. Para minha grande felicidade, na primeira prova que fiz, fui supermal. Eu achava que de cem questões, se chutasse, 50% pelo menos você conseguiria acertar, mas não foi possível, eu acertei 36. Mas foi muito bom, porque isso me fez ver que na sorte não funciona, tem que estudar mesmo. E a partir daí fui estudando que nem uma xiita. Desculpa esse termo, porque hoje em dia é pejorativo. Mas, estudei muito mesmo.

Eu não tinha dinheiro para fazer concurso em outro lugar, acho que o mais longe onde fui fazer concurso foi em Santos e Jundiaí, ambos para as prefeituras. Enquanto o pessoal na época do Orkut postava foto de que foi fazer prova no Nordeste, no Sul, em Santa Catarina, onde ninguém passa - só vai para passear. Eu não tinha dinheiro para fazer isso, porque não tinha dinheiro para passagem, comprar livros, hotel, não tinha dinheiro para nada. Então, o que eu fazia? Chegava muito cedo ao cursinho e pegava os livros novinhos que tinha do Damásio, e já reservava para estudar.

Também, foi a melhor época da minha vida, porque minha filha estava na pré-adolescência e deu para curtir para caramba com ela, deu para aproveitar o tempo com ela, ter conversas com ela. Então, apesar de não ter um puto no bolso, foi uma das melhores fases da minha vida, porque eu tinha uma meta que queria conseguir, e consegui. Com 40 anos fui nomeada, num sábado, quando saiu a nomeação da Procuradoria Geral do Estado. Segunda-feira saiu a nomeação da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, e aí pude escolher, foi tão bom fazer essa escolha.

Eu medi e pensei qual era melhor, fiz a pesquisa com conhecidos. Como eu tinha muito tempo de OAB, para mim era muito mais vantajoso assumir na Procuradoria Geral do Estado, inclusive porque minha filha, quando tomei posse, estava no segundo ano do colegial, e estava com um problema de adaptação no colégio. Então eu não podia ir para uma unidade de provimento, que seria meu caso se assumisse a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Então, tomei posse na Procuradoria Geral do Estado. Fui trabalhar num dos lugares considerados mais difíceis da Procuradoria, que é a Seccional de Mogi das Cruzes, setor de Poá.

Sem nenhuma experiência, no dia seguinte já tinha prazos. Saía publicação e eu olhava e pensava: “Meu Deus do céu, o que tem que fazer aqui?” Eu ligava de Poá para Mogi, para meu chefe: “Carlos, por favor, saiu uma publicação aqui e eu não tenho nem ideia do que tenho que fazer, você pode me ajudar?” Eu ligava todos os dias, até pegar confiança e fazer as coisas. Eu peguei um caso muito grande do Estado, do Hospital e Maternidade São Marcos, peguei justamente esse processo, e lá fui aprendendo junto com os estagiários, com os funcionários. Fui aprendendo a trabalhar, e defendi o Estado em vários casos de erros médicos, outros de servidores.

Depois de dois anos e oito meses teria um novo concurso de ingresso para novas pessoas. Consegui ir para uma consultoria jurídica da Administração Penitenciária. De Poá, fui para Santana. Pensei: “Nossa, agora estou super perto de casa”, porque Poá, da minha casa, dava 50 quilômetros para e ir e 50 para voltar. Eu pegava estrada todo dia. Como o esquema é muito diferente, porque o advogado do contencioso é meio combativo, o problema já está feito e você tem que defender o Estado. Agora, numa consultoria, você tem que fazer um parecer opinativo, orientando o Estado e a Secretaria a fazer a coisa certa. Então, de repente, eu tive que mudar todo meu linguajar, de “Não pode isso e aquilo” para “Salvo engano, recomendo, opino”. No começo foi bem difícil.

Mas tive muita sorte, porque peguei uma chefe maravilhosa, que foi pegando de levinho conosco. Fui começando bem devagarzinho, até que fui pegando a experiência, fui estudando. Um parêntese: desde os seis anos de idade eu leio vorazmente. Eu andava no ginásio com a “Veja”, era minha revistinha de cinco minutos. Qualquer hora que parava eu dava uma lida na revista, nos livros. Eu não sei quantos livros já li na minha vida, já li livros de biblioteca, jurídicos, não jurídicos. No fundo, não sei nada, mas converso um pouquinho sobre qualquer coisinha. Até de carro eu sei um pouquinho, de investimento, sou uma clínica geral, a vida foi me treinando.

Depois de certo tempo, acho que três anos e pouco, um belo dia recebi um telefonema do gabinete: “Dra. Ji Na Park, pedimos que você compareça ao gabinete.” Aí, fui lá: “Você vai ser removida compulsoriamente para a Secretaria de Segurança Pública”. E assim, há quase dois anos, fui removida compulsoriamente para a Secretaria. Eu achava que depois de três anos e pouco na Consultoria da Administração Penitenciária eu já estaria bem escolada. Cheguei à Segurança Pública, tinha muitos assuntos que eu nunca tinha visto na vida, inclusive recebi de presente uma pilha de 20 processos de imobiliário, que eu nunca tinha feito na vida.

Enfim, acho que já falei demais, é mais ou menos isso. O que eu posso falar de mim é que grandes feitos eu não fiz, sei que sou uma pessoa que gosta de batalhar, de lutar, que vai atrás das coisas. É isso. Agora, eu recebi muito da vida. Este ano tive vários problemas de saúde, e por conta disso decidi que chegou a hora de eu doar meu tempo para a sociedade. Minha filha de 23 anos já saiu de casa, já está crescida e encaminhada. Meus pais - graças a Deus, somos uma família que cuida dos pais, então eles são cuidados, hoje mesmo levei meu pai para fazer exame de sangue e tudo mais. Fazemos um rodízio entre os irmãos para cuidar deles.

Agora quero doar meu tempo, então essa é minha proposta. Já recebi muito da vida. A Procuradoria mudou minha vida. Com 40 anos, finalmente, virei independente da minha família, desmamei, foi muito bom desmamar e finalmente ser independente. Queria agradecer pelo convite, desculpe se falei demais, porque falo pra caramba. Dizem que nem pareço coreana, porque falo pelos cotovelos, é porque sou sagitariana com ascendente em gêmeos, imaginem, fala que só. Tem que dar uma brecada mesmo.

Agradeço bastante pela oportunidade de conversar com vocês.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Gente, e ela disse que não tinha feito nada. Parabéns Ji Na. Com a palavra, nossa vereadora Adriana Ramalho.

 

A SRA. ADRIANA RAMALHO - Bom dia a todas e todos. Cumprimento com muita alegria a minha amiga deputada estadual Clélia Gomes, uma inspiração e exemplo para todos nós, principalmente, parlamentares mulheres; cumprimento minha amiga Marta Lívia Suplicy, presidente da Libra; Ji Na Park, procuradora do Estado. Também sou sagitariana - supersagitariana -, mas vou buscar falar um pouquinho menos. Cumprimento a Damaris Dias, da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB; Edna Goldoni, do Instituto Vasselo Goldoni; Cumprimento todas e todos que são representantes de grandes autoridades, que já vi algumas.

Em nome de todas as mulheres guerreiras, cumprimento vocês na pessoa da Dila, minha amiga integrante da Libra, e digo para vocês o seguinte: o quanto é importante o mês de março para nós mulheres. Eu tenho o costume de dizer - e a Marta já me ouviu falar disso por algumas vezes - que nós precisamos comemorar todas as datas comemorativas. É muito bom receber atenção, flores e elogios. Na próxima quinta-feira, acho que todas nós vamos receber isso.

É um gesto gentil, que gostamos, sim, mas também é um momento de reflexão. Precisamos discutir com mais intensidade o que nós precisamos buscar, e como direcionar o debate de direitos e espaços para nós mulheres, principalmente quando falamos sobre autonomia da mulher, melhores salários. Ainda em pleno 2018, nós mulheres, e muitas tantas outras que exercem funções iguais ou semelhantes aos homens, ganham 70% a menos do que o salário deles.

Uma pesquisa feita pelo Datafolha apontou que, no ano de 2017, 503 mulheres sofreram agressão a cada hora no Brasil, e 52% desse número não denunciou, não teve coragem de denunciar. Tantos programas, como o 180, foram um avanço, mas o quanto nós ainda precisamos fazer para conseguir ter nossa voz, realmente, na sociedade? Digo que estamos avançando em tecnologia e comunicação - ela tem sido uma grande aliada para podermos alcançar um público jovem, mas também os homens, as autoridades que ainda não prestam atenção, e não respeitam o direito da mulher.

Essa tecnologia fez um levantamento entre 2014 e 15, e, no período de 21 meses, aumentou em 1.117% o número de pesquisas do termo “feminismo”. Mas, muitos ainda insistem em não entender o que é feminismo, o que é a luta das mulheres. Fico muito esperançosa quando vejo mulheres como a Malala, que enfrenta o Talibã, sinto-me esperançosa quando vejo Hollywood tirar de baixo do tapete casos de assédio sexual agora, depois de décadas. Fico muito orgulhosa de saber que muitas mulheres abriram caminhos para que pudéssemos traçar, abriram as porteiras. Mulheres pioneiras, como Alzira Soriano, Jerônima Mesquita, ainda em vida a nossa guerreira delegada Rose, Dra. Guiomar, Dalva, Maria da Penha. Aqui, nesta Mesa, mulheres corajosas nos inspiram.

Mas, pela primeira vez, vou falar o quanto precisamos de organização. Nós precisamos nos organizar. Precisamos aglutinar e mobilizar para poder intensificar as ações, para que essas ações tenham força. Mas, precisamos, em dados momentos do nosso tempo, nos dividir, e cada uma ir para um canto do Brasil, da cidade, para poder intensificar essa voz. Minha amiga Edilene, que me trouxe para a Libra, é uma dessas guerreiras que leva e não cansa, que reúne forças todos os dias.

Estou no meu primeiro mandato como vereadora da cidade de São Paulo, no meu primeiro ano de mandato. Lutei muito, e muito, dentro daquela Câmara para aprovar uma lei, que é o Tempo de Despertar. Lutei por essa lei porque tive a benção do Senhor Jesus de me apresentar uma mulher guerreira, que é a Dra. Gabriela Mansur. Ela implantou o Tempo de Despertar em Taboão da Serra, ela é a idealizadora desse programa. Ela lutou, implantou, e em dois anos de existência, de exercício desse programa, a reincidência de 65% caiu para dois por cento.

Esse programa atende e conversa com o agressor, para mostrar a ele que o que ele faz é errado, é crime, fazer com que ele se conscientize dos seus atos, e não os cometa mais. Que ele possa entender o significado da família e o respeito pela mulher, que ele tenha a oportunidade de restabelecer os laços familiares, e possa assim construir uma nova família, e dar valor a essa mulher. Lutei muito para aprovar essa lei, porque, de fato, a política é difícil. Nós, mulheres que buscamos estar na política, sofremos. Eu sempre falo e não vou me cansar: eu tenho todos os dias renovado minha esperança, todos os dias tenho buscado colocar em prática o que falamos aqui na tribuna: sororidade.

Convidaram-me, semana passada, para participar de um debate com um grupo do partido, a juventude e algumas mulheres. Sou do PSDB, e quando perguntei quem eram as mulheres que iam participar, eram mulheres de nome, inclusive autoridades que estão na vida pública. Eu falei: “Então, se esse é o tema, por que só mulheres do meu partido? Vamos convidar mulheres de outros partidos, vamos ampliar esse debate. Inclusive, sugiro que façam o convite para a vereadora Janaína Lima, do Partido Novo.” Vamos ampliar e colocar em prática, porque se nós mulheres não dermos os exemplos, como vamos exigir que a lei seja cumprida?

Precisamos, agora, de organização. Por isso, deputada Clélia, digo aqui: que orgulho ser sua amiga, que orgulho ser convidada por você, pela Marta, para estar sempre em plenários e eventos como este. Vocês são exemplo de o que nós mulheres precisamos fazer. Que sempre tenhamos essa oportunidade de debater, e que mais mulheres como vocês possam vir para a política, e mostrar como se faz.

Finalizo dizendo que foi difícil estar presidente de uma Comissão de Segurança Pública, e este ano me tornar vice-presidente da Comissão de Finanças, a segunda comissão mais importante da Câmara Municipal. Muito difícil dialogar, avançar, conseguir esse espaço, inclusive com alguns homens falando “não” para mim. Eu sempre fui muito briguenta; sagitariana fala muito e briga muito. Mas eu tenho aprendido a ter jogo de cintura, porque a política ainda exige isso. Então, agora a briga é diferente: é com um sorriso no rosto e muita persistência -, e sem que esses que me disseram “não” esperarem, fui eleita vice-presidente com unanimidade dos votos. A minha luta nos próximos anos é assumir a Presidência - ou da CCJ ou de Finanças - e estimular outras mulheres vereadoras a lutarem por esses espaços. Inclusive, já as tenho chamado para nos organizar e fazer a política para nos defender, ocupar esses espaços de liderança e decisão.

Que Deus esteja sempre à nossa frente, em qualquer religião, porque Deus é um só, em qualquer parte do mundo. Que esse Deus vivo, que existe sim, possa nos direcionar, nos trazer sabedoria e nos manter com os pés no chão. Por mais que busquemos estudar, nos aperfeiçoar, jamais deixemos isso subir para a cabeça, porque do pó nós viemos e ao pó vamos retornar, sem levar nada. Que entendamos que a vida é uma missão. As decepções vêm - e estou muito decepcionada nos últimos dias -, mas é Deus que renova a esperança e não nos faz desistir, e sim persistir.

Que a luta continue, e que nós, mulheres, cada vez mais nos fortaleçamos na fé e na união. Que todas que vão receber, e desde já parabenizo pelo Dia Internacional da Mulher, com muito amor, carinho e conscientização do que a vida nos traz, e do que essa luta significa. Parabéns a todas. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Quero agradecer à Sônia Abrantes Costa, que não pôde estar aqui, mas mandou suas amigas. Muito obrigada por todas estarem aqui.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Pessoal, neste momento vamos dar início às homenagens. Convido a deputada e outras integrantes da Mesa para que venham à frente. Vou chamar as homenageadas pelo nome, e falar um pouquinho da vida de cada uma delas. Acabando as fotos, por favor, retornem às cadeiras para chamarmos a próxima. Vamos dar início.

Homenageada Damaris Dias Moura Kuo. Advogada especialista em diretos fundamentais pela Universidade de Coimbra, presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, membro do Fórum Interreligioso da Secretaria da Justiça do Estado, e da diretoria da Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania. Conferencista nacional e internacional, há 15 anos desenvolve um trabalho intenso de combate à intolerância humana, em defesa da liberdade religiosa, de cultura, paz e combate ao abuso e violência contra mulheres, crianças e idosos.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Chamo agora Dora Alice Gisondi, casada e mãe de três filhos (sendo que um já se encontra no plano espiritual), é avó de quatro netos. É ex-professora, que transformou a dor da perda do filho junto com o marido e amigos, em um trabalho social na região da Zona Norte, no bairro Jardim Parque Casa de Pedra, a Obra Social André Marcel - Centro Espírita Elo Amor, que nasceu em 2002. Desde então, realiza ações e projetos que levam um pouco de cultura e ajuda para crianças, jovens e adultos, além de realizar atividades normais de um espaço kardecista.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Edna Vasselo Goldoni, graduada em biomedicina e saúde pública e pós-graduada em administração de empresas e marketing de serviços. Atualmente ocupa os cargos de diretora comercial da Prime e diretoria Conar 2018. É também integrante da comissão organizadora do 1º e 2º Congresso de Liderança Feminina em parceria com a ONU Mulheres. Além de ser fundadora do Instituto Vasselo Goldoni, que desenvolve o empoderamento humano, cuidado de gêneros e sororidade entre as mulheres.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Chamo agora a Dra. Isabel Paegle, mestre em Psicologia da Saúde, realiza acompanhamento de pacientes no pré e pós-operatório em cirurgias bariátrica e metabólica. Também é sócia diretora do Bari Consulta, objetivando atendimento de qualidade e responsabilidade na área bariátrica, com planos acessíveis para os pacientes.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Agora a Dra. Jacira Reis, advogada. Tem seu trabalho pautado na defesa e preservação dos direitos das mulheres, atuando como consultora jurídica e motivacional. Jacira é também escritora, palestrante e presidente do Instituto de Defesa e Apoio à Mulher. Seu trabalho é pautado na valorização da mulher como ser humano, salientando que essa é dotada de capacidade e potencialidades capazes de construir e gerir suas próprias vidas, e objetivando a ampliação de sua participação na sociedade com poderes de decisão.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Maria Gorete da Silva, assistente social. Trabalha com a população em situação de rua há sete anos. É também vice-presidente da Casa de Apoio Brenda Lee, uma instituição de acolhimento a mulheres portadoras de HIV. É também ativista do movimento LGBT.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Marília Castelo Branco. Mãe de três filhos, Leia, 37 anos; Natan, 34 e Tales, que hoje teria 13 anos. Seu terceiro filho nasceu com uma doença genética grave, a Síndrome de Edwards, com expectativa de vida de 30 dias. Acompanhando Tales por um ano e cinco meses, Marília notou a grande carência das famílias de crianças com problemas semelhantes por informação e contato com outros pais experientes. Assim, criou uma comunidade na extinta rede social Orkut e, a partir daí, nasceu a Associação Síndrome do Amor, que hoje acompanha 1.407 famílias em todo o Brasil e em alguns países do exterior.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora a Dra. Marisa Prote. Trabalhou por 30 anos como assistente social na Prefeitura de São Paulo e foi uma das primeiras profissionais do segmento a desenvolver projetos nas áreas de remoção de submoradias nas subprefeituras de Freguesia do Ó, Pinheiros e Lapa. Implantou o Pontas de Feiras, projeto destinado aos ambulantes, deficientes e idosos com necessidades básicas de sobrevivência. Ao se aposentar da prefeitura, atuou na gestão do prefeito Miguel Haddad, de Jundiaí, como assessora de gabinete. Atualmente desenvolve ações em comissões humanitárias.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora a Sra. Marta Lívia Suplicy, presidente nacional da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil, cujo objetivo é levar educação política e apoiar lideranças, lutando por mais mulheres em cargos de representatividade. Ativista e líder de movimentos femininos há mais de 20 anos, é idealizadora da Virada Feminina, movimento global de empoderamento da mulher. Atua também como conselheira do Bem Querer Mulher, diretora política do Elas por Elas, vice-presidente do Instituto da Capacitação Feminina, conselheira da Confederação Nacional de Trabalhadores Universitários, além de membro do Movimento da Mulher Municipalista e fundadora da Amubra - Associação de Mulheres Brasileiras.

 

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- É entregue placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido Nana Soares, jornalista formada pela ECA-USP. Dedica-se pessoal e profissionalmente à promoção dos direitos das mulheres e pessoas LGBT. É cocriadora da campanha contra o abuso sexual no Metrô de São Paulo, jornalista freelancer e editora do projeto Força Meninas, que forma garotas para a liderança. Possui um blog homônimo no Estadão para discutir violência contra a mulher e é fundadora do podcast Pop Don’t Preach, que discute a relação entre feminismo e cultura pop.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Ana Caroline Nunes, jornalista e mestre em políticas públicas. É ativista pela segurança de mulheres no espaço público. Junto com sua amiga Nana Soares, sugerem ao Metrô a criação de ações de combate ao abuso sexual no transporte público. É também diretora da ONG SampaPé, que trabalha para melhorar as condições do caminho.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Chamo agora a Dra. Patrícia Salmona, médica pediatra e geneticista. É presidente do Departamento Científico de Genética da Sociedade de Pediatria de São Paulo e conselheira do Departamento Científico de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria. É também diretora do Pronto-Socorro do Hospital Infantil Darcy Vargas. Especialista em síndrome de Down e membro da equipe do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Paula Zampieri, cantora profissional. Já se apresentou várias vezes na Europa, na África, na Ásia e em Israel. É professora universitária das disciplinas de canto lírico popular e coral na Faculdade Mozarteum, além de ministrar palestras motivacionais no Brasil e no exterior.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Pinah, a Maria da Penha Ferreira Ayoub, a cinderela negra do Carnaval, que foi destaque na escola de samba carioca Beija-Flor, onde inclusive encantou a realeza. Quem não se lembra da Pinah dançando com o Príncipe Charles no final dos anos 70, e mais recentemente com o Príncipe Harry, filho do futuro rei da Inglaterra? A eterna musa do samba, modelo e cantora formada, abraçou a cidade de São Paulo há 40 anos, quando se casou com Elias Ayoub. Hoje seu maior orgulho é sua filha Cláudia, artista plástica. Atualmente, além de se dedicar ao Carnaval, Pinah é também empresária, gerando empregos e renda para a capital paulista.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Railda Gomes, paulistana e moradora do bairro da Vila Maria. Estudou magistério na Escola Estadual Padre Anchieta e pedagogia na Universidade Nove de Julho. Durante anos, lecionou em escolas da Zona Norte, além de alfabetizar centenas de adultos no projeto Mobral. Hoje é querida e respeitada por diversos alunos que ainda a encontram pela região onde reside, sendo um exemplo de mulher guerreira, que dedicou grande parte de sua vida ao ensino e à educação da população da cidade de São Paulo.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Convido agora Valdeniza Sire Savino, que trabalha há 30 anos como psicóloga, pedagoga, palestrante e escritora, prestando consultoria em autoconhecimento. Hoje ela desenvolve um atendimento a crianças em ludoterapia e atende adultos e idosos com terapia convencional na Zona Norte de São Paulo. Além disso, realiza trabalho voluntário na Obra Social André Marcel - Centro Espírita Elo Amor.

 

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- É entregue a placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - EDSON SERBONCHINI - Neste momento solicito que todas permaneçam aqui embaixo.

 

A SRA. HENRIETE MIRRIONE - Agora vamos fazer uma quebra de protocolo. Vou pedir a ajuda da Marta Lívia para entregarmos um prêmio para uma homenageada especial. Esta mulher que será homenageada foi indicada por seus amigos, colaboradores e entidades porque, para essas pessoas, ela caracteriza a força da superação e do poder feminino. Vencendo todas as adversidades de uma vida em família, ela superou a violência doméstica. Hoje é casada, mãe de dois filhos, com dois netos lindos. Ela se encontrou na vida religiosa e política.

Tornou-se, inclusive, a primeira mãe de santo a ser eleita deputada estadual nesta Casa. Os pilares políticos desta mulher são principalmente a luta contra a violência feminina, a diversidade religiosa e a inclusão de mais mulheres na política. Vamos entregar a homenagem à deputada estadual Clélia Gomes. Por favor, uma salva de palmas. Como ela é uma mulher como todas nós, o prêmio vai ser igual ao de todas as homenageadas aqui presentes. Muito obrigada, Clélia, e obrigada a todas as mulheres que foram homenageadas aqui hoje. (Palmas.)

 

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- É entregue a placa.

 

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A SRA. HENRIETE MIRRIONE - Para todas as mulheres que estiveram aqui, há um chaveirinho na mesa de cada uma. Há um presente para todas as mulheres aqui. Agora chamo a Paula Zampieri, para cantar para nós. Por favor, Paula, venha até aqui.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Alesp e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta sessão.

Está encerrada a sessão. Muito obrigada a todas vocês.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 21 minutos.

 

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