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12 DE ABRIL DE 2018

044ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidente: DOUTOR ULYSSES

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DOUTOR ULYSSES

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Manifesta-se indignado com decisão do Supremo Tribunal de Justiça de não encaminhar denúncia contra o ex-governador Geraldo Alckmin ao Ministério Público Federal, mas, sim, à Justiça Eleitoral de São Paulo. Considera que o político é protegido pelo Legislativo paulista e por setores do Judiciário.

 

3 - ORLANDO BOLÇONE

Registra que foram iniciadas as festividades de comemoração dos 50 anos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, cuja qualidade destaca. Menciona que Augusto Cury, um dos alunos ilustres da instituição, deve participar das atividades comemorativas.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Comenta preocupação que ainda não foi nomeado novo secretário de Estado da Educação após Márcio França iniciar a troca do secretariado no Governo do Estado. Discorre sobre problemas no Magistério paulista e na Secretaria da Educação. Manifesta expectativa de que o novo secretário da pasta seja, preferencialmente, um conhecedor da área.

 

5 - CORONEL TELHADA

Alerta para o número de policiais militares mortos no Rio de Janeiro. Considera que as forças de Segurança no Brasil são injustiçadas e desvalorizadas. Clama pela defesa dos policiais militares.

 

6 - ORLANDO BOLÇONE

Para comunicação, cumprimenta o deputado Coronel Telhada pela luta em defesa da Segurança Pública. Comenta a realização da 29ª Festa do Milho, em Jaci. Adiciona que os lucros com a festividade devem ser direcionados para benfeitorias na cidade. Parabeniza os municípios de Jales e Catanduva pelos seus aniversários. Discorre sobre sua relação com a cidade de Catanduva.

 

7 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, manifesta sentimento de pesar pela morte da filha do deputado Orlando Bolçone.

 

8 - CORONEL TELHADA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

9 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES

Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 13/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.

 

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O SR. PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – CARLOS GIANNAZI – PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Carlos Giannazi. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, não posso aqui deixar de registrar a minha indignação com essa decisão do STJ, da ministra do STJ, em não encaminhar a denúncia, a investigação, o processo contra o ex-governador Geraldo Alckmin para o Ministério Público Federal, para a equipe da Operação Lava Jato de São Paulo, e sim haver enviado para a Justiça Eleitoral, dando a entender que o crime praticado pelo governador é um crime menor, apenas um crime de caixa dois. E nós sabemos que não foi.

Ele é acusado, denunciado, há várias delações contra ele, tanto de 2010 quanto de 2014. Ele foi beneficiado, recebeu dinheiro de propina da Odebrecht para sua campanha eleitoral, mais de dez milhões de reais, intermediados pelo seu cunhado. Todos sabem disso, isso é público, é notório. E, no entanto, a blindagem aqui ao tucanato é tão grande que nem a Operação Lava Jato consegue investigar os tucanos em São Paulo. É um absurdo o que vem acontecendo aqui. O ex-governador Geraldo Alckmin renunciou agora ao cargo para ser candidato à Presidência da República e perdeu o foro privilegiado. Então, o processo dele tem que voltar para a 1ª instância. Ele tem que ser investigado, acabou o foro privilegiado para ele. No entanto, o STJ tomou uma decisão altamente equivocada, para não dizer outra coisa, na minha opinião e de muita gente do Brasil. Nós estamos perplexos com essa decisão de retirar da Lava Jato a investigação do Geraldo Alckmin. Um absurdo total.

O tucanato é mesmo blindado aqui em São Paulo por setores da Justiça, por setores do Ministério Público, por setores da imprensa, sobretudo da imprensa empresarial. Pela Assembleia Legislativa então, nem se fala. A Assembleia Legislativa é a que mais faz a blindagem do ex-governador Alckmin e do tucanato em geral. Nessa Assembleia Legislativa não passa nada. Em um Parlamento com 94 deputados, só 18 são de oposição.

Então, não tem fiscalização do governo. Nada é autorizado aqui, nenhuma convocação de um secretário, de um presidente de uma estatal. Um projeto de lei aqui que possa de fato beneficiar a população é obstruído pela base do governo. Há um controle total. Nenhuma CPI que de fato investigue a corrupção, o pagamento de propina, o superfaturamento de obras no estado de São Paulo é aprovada. Essas CPIs são todas obstruídas pela base do governo.

A Assembleia Legislativa é um verdadeiro “puxadinho” do Palácio dos Bandeirantes, que não fiscaliza. Temos, ainda, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Desse não precisa nem falar, até porque, também, ele está sendo investigado pela operação Lava Jato. Tem conselheiro lá dentro citado em delação premiada, como tem também deputado aqui da Assembleia Legislativa envolvido.

Queria dizer isso, é uma blindagem mesmo. O que aconteceu agora com o ex-governador Alckmin, candidato à Presidência da República, nesse seu processo apenas confirma uma denúncia que nós estamos fazendo muitos anos, que é uma blindagem, não só da mídia e do Legislativo, mas também do Judiciário. Setores do Judiciário estão fazendo a blindagem do tucanato, do Alckmin, do Serra, do Aloysio Nunes.

Há uma proteção para que não haja investigação séria, profunda, para que não haja uma devassa em todas essas denúncias que nós acompanhamos no Metrô, na CPTM, na Secretaria da Educação. Não podemos esquecer-nos da máfia da merenda escolar, no DER, na Dersa, na Sabesp. Tem corrupção em todo lado, em vários setores da administração pública e não há investigação e, ainda por cima, há uma blindagem.

Para concluir, eu manifesto a minha total indignação, revolta e perplexidade com essa blindagem, que só se confirma mais uma vez através do STJ ter enviado o processo do Alckmin para a Justiça Eleitoral. Não, tem que enviar para a Lava Jato. Os promotores, os procuradores da Lava Jato estão esperando aqui em São Paulo. São 11 agora. Eram três, agora são 11. Eu inclusive tive uma reunião no ano passado com uma parte da equipe e com o coordenador. Eles querem investigar.

Agora, estão segurando. É um absurdo. Então, nós temos que reagir a isso e demonstrar no mínimo a nossa indignação com essa blindagem também de setores do Judiciário com o tucanato aqui em São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Doutor Ulysses, é uma honra trazer um tema tão caro para V. Exa. que é o tema da formação em Saúde, em especial em Medicina. Saúdo as Sras. Deputadas e Srs. Deputados presentes nesse momento na Casa, na pessoa do professor e deputado Carlos Giannazi.

O motivo que me traz, Sr. Presidente, o motivo primeiro, é um registro importantíssimo para a própria história da saúde no País, para a região noroeste, e em especial para a formação em Medicina. A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto completa 50 anos. Iniciam-se na segunda-feira as festividades. Vossa Excelência conhece um pouco dessa história, Sr. Presidente.

Nesses 50 anos, ela galgou de modesta faculdade de medicina do sertão, do oeste paulista, quando ainda era chamado de “boca do sertão”, para se transformar na faculdade de Medicina mais bem avaliada; tendo por três anos seguidos o primeiro lugar na avaliação do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) de seus alunos concluintes de curso.

A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto tem avaliação excelente, não só no Cremesp, mas também tem uma avaliação excelente nos órgãos, tanto o Ministério da Educação como o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Secretaria de Ciência e Tecnologia.

A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto tem uma característica diferenciada, juntamente com a Faculdade de Medicina de Marília. Ela é uma faculdade pública, mas não se financia com os recursos do ICMS como a Usp, a Unicamp e a Unesp.

Ela se financia com os recursos do estado e é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, que foi dirigida até o ultimo dia seis passado pelo governador Márcio França.

Na próxima segunda-feira assume em seu lugar, e já o cumprimentamos de início, o secretário Marcos Monteiro, que estava na Secretaria de Planejamento e tenho certeza que vai fazer um trabalho brilhante na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

Na segunda-feira as festividades vão se iniciar com uma palestra de um de seus alunos mais ilustres, que é hoje o escritor Augusto Cury. É o escritor mais lido do Brasil hoje, tanto no Brasil quanto no exterior, dos escritores brasileiros.

Augusto Cury foi aluno da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, inclusive, da mesma turma do nosso diretor, doutor Dulcimar Donizeti de Souza, a quem quero render, nesse momento, as minhas homenagens.

É interessante que a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto se transformou em uma faculdade não só. Deixou de ser regional e estadual, e hoje é uma faculdade nacional.

No último vestibular, apenas um aluno da cidade de São José do Rio Preto foi aprovado, em uma concorrência de mais de 200 alunos por vaga. O detalhe é que o estado e o Brasil tiveram as suas atenções chamadas pela Faculdade de Medicina, pela alta qualidade de seu ensino e também pela qualidade de vida da cidade.

Quero fazer uma homenagem ao meu professor da pós-graduação na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, onde fiz o meu doutorado em Ciências da Saúde, que é amigo pessoal, da mesma época de V. Exa. na faculdade de Medicina na Usp, que é um dos maiores cardiologistas brasileiros, que é Domingo Marcolino Braile. É um grande médico, um grande cardiologista, que foi, por diversas vezes, coordenador da pós-graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e que deu uma contribuição, não só para a saúde, mas para todo o desenvolvimento da cidade na área da saúde, da ciência e da tecnologia.

Portanto, eu registro, com muita alegria e orgulho, e com o compromisso de continuar juntos e entendendo que a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto tem um papel fundamental no desenvolvimento da região noroeste paulista, no desenvolvimento do estado de São Paulo e, agora eu posso dizer, com humildade, mas também com determinação e compromisso, no desenvolvimento da ciência e tecnologia do País.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - De volta a esta tribuna, eu não posso deixar de registrar a minha preocupação com a falta de secretário de Educação. Nós estamos, praticamente, sem secretário de Educação. O Geraldo Alckmin renunciou na semana passada, nós já temos o novo governador que assumiu, que era o vice, o Márcio França, mas não houve ainda nomeação de um secretário de Educação.

A Secretaria de Educação cuida de, aproximadamente, cinco mil escolas - é a maior rede de ensino da América Latina, com quase 300 mil professores, quatro milhões de alunos -, e ela está acéfala, sem norte e sem direção.

Nós vivemos uma grande tragédia educacional no estado de São Paulo, com salas superlotadas, violência nas escolas, falta de funcionários, falta de agentes de organização escolar - as escolas estão com a falta desses servidores, porque ela não contrata, e precariza o trabalho desses servidores. Não há, com certeza, uma única escola no estado de São Paulo que tenha um módulo completo do quadro de apoio escolar.

Sem contar outras mazelas, como, por exemplo, a tentativa de implantação do CIS, o Contrato de Impacto Social, que representa uma privatização sofisticada da educação e uma transferência de dinheiro público para empresas privadas - um absurdo total. É uma experiência que eles querem fazer na rede estadual de São Paulo, que eu tenho denunciado exaustivamente. Já acionei o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Contas, realizei, nesta semana, uma audiência pública com professores da USP e da Unicamp, com professores e dirigentes da Apeoesp, alunos e pais para mostrar a perversidade desse projeto. A situação dos professores categoria “O”, que não foi resolvida, a situação dos professores readaptados, que estão sendo vítimas de verdadeiros ataques da Secretaria de Gestão, do Departamento de Perícias Médicas...

A última, agora, é a abertura de contratação para professores eventuais. Só agora que o governo autorizou a contratação de professores eventuais na rede estadual, mas só autorizou um por escola! Eu fico imaginando escola com três turnos, uma escola com 1.500 alunos, com 100 professores, mas a escola só é autorizada a contratar um único professor eventual. É um absurdo total.

Então, a rede continua à deriva: não há investimento na educação no estado de São Paulo. Os professores continuam tendo acesso a um dos piores salários do Brasil. E nós vivemos um paradoxo porque o estado de São Paulo é o mais rico da Federação. A Secretaria Estadual da Educação é a que tem o maior Orçamento de Educação, ela só perde para o MEC em toda a América Latina. Vivemos essa contradição. Ao mesmo tempo, ela é a que menos paga no estado de São Paulo.

Só agora, depois de quatro anos e após muita luta, é que o governo ofereceu uma pequena reposição de perdas inflacionárias, que não chega a ter nenhum impacto significativo no salário dos professores. Deu agora um reajuste minguado de apenas sete por cento, quando deveria ter oferecido, no mínimo, 31%, o que ainda seria insuficiente.

Hoje, esta é a situação da rede estadual: salas superlotadas, violência nas escolas, falta de funcionários e professores, não porque eles faltam, mas porque não há contratação ou concurso público. Quando há concurso, o governo não chama. Tivemos que acionar o Ministério Público para obrigar o governo a chamar os professores concursados. Fomos ao Geduc lutar pelos professores PEB I, PEB II e outros servidores de outras áreas da própria Secretaria da Educação.

Isso acontece em todas as secretarias, no TJ, no Ministério Público, na Defensoria Pública, na Sabesp e no Metrô. Já realizei infindáveis audiências públicas com grupos que não são chamados. Eles foram aprovados no concurso de provas e títulos, já passaram pelo exame médico e escolheram as vagas, mas não foram chamados depois. Criou-se uma expectativa, e esses servidores não foram chamados.

Hoje, esse é o quadro da Secretaria da Educação. Ela continua sem norte, sem direção e acéfala. Espero que o secretário tenha o bom senso de nomear alguém - pelo menos, é por pouco tempo, somente até o final do ano - que seja, no mínimo, comprometido com a Educação, que não responda a nenhum processo na Justiça e que não seja investigado pelo Ministério Público. Espero que seja alguém da área da Educação, um profissional da Educação, alguém que conheça profundamente a Rede Estadual de Ensino.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, quero comentar mais uma ocorrência. Refiro-me ao 35º policial militar morto no Rio de Janeiro. Na realidade, são 38 policiais mortos no Rio de Janeiro. Desses 38, 35 são policiais militares.

Na terça-feira, dia 10 de abril, foi morto o subtenente Anderson Cláudio da Silva. Ele estava aposentado, e o seu carro foi baleado mais de 40 vezes no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. Esse subtenente Anderson Cláudio da Silva havia sido, inclusive, motivo de uma matéria, em junho de 2015, do “Domingo Espetacular”, na Record.

O subtenente Anderson Cláudio da Silva contou histórias de policiais vítimas de perdas ósseas que foram submetidos à reconstrução. À época, ele havia sido baleado em uma ocorrência e precisou passar pelo tratamento após ser baleado em serviço durante uma incursão no Morro do Chapadão, na zona norte carioca. Quando foi baleado, ele pertencia ao 41º Batalhão, no Irajá. Porém, ela já havia trabalhado no 9º e 16º Batalhão.

Esse subtenente recebeu várias homenagens nos batalhões em que passou e colecionava menções honrosas por serviços prestados à população fluminense. Ele era um policial militar aposentado, detentor de inúmeros elogios, já havia sido baleado em outras ocorrências e foi motivo de uma reportagem no “Domingo Espetacular”.  

Nessa terça-feira, carro dele foi baleado com mais de 40 tiros. Pergunto aos senhores deputados, a todos que nos assistem aqui, isso é roubo? Isso é tentativa de roubo? É claramente uma execução. Claramente uma execução de mais um policial militar.

Em 2010, fui vítima de uma tentativa de execução. Onze tiros na porta da minha casa, quando eu comandava a Rota, e ninguém se apercebe disso. Todo mundo acha normal nós tomarmos tiro na porta de casa.

Como no caso do colega aqui, do subtenente Anderson Claudio da Silva, aposentado, ser fuzilado, executado, com mais de 40 tiros no seu carro. Todo mundo acha normal. Interessante isso. Ninguém se manifesta. Onde estão as passeatas em prol desse policial?

Quando foi o caso da vereadora que protegia os bandidos, todo mundo foi para a rua gritar, fazer passeata. Até o Papa mandou recomendações. E para esse pai de família, que defende a sociedade? Onde está a manifestação? Não há nenhuma.

As pessoas me perguntam por que a Segurança Pública está ruim. A Segurança Pública está ruim, meus amigos, por esse motivo, por conta dessa maneira hipócrita e porca como é tratada a Polícia Militar e todas as forças de segurança. Essa maneira bandida como os governos tratam as forças de segurança, criminosa.

Eu cheguei agora, atrasado, hoje, porque estava no Fórum da Barra Funda, onde eu fui depor como testemunha em uma ocorrência da Rota de 2010. Trata-se de uma ocorrência na qual o então tenente Veiga, hoje capitão, e mais três policiais da Rota, receberam uma informação, perseguiram um criminoso do PCC, que tinha um fuzil dentro do carro, uma pistola, e mais cocaína.

Perseguiram esse criminoso, trocaram tiros e mataram aquele safado daquele bandido. Aquele bandido era um dos autores do atentado que eu havia passado, um mês antes daquela ocorrência. A minha ocorrência foi dia 31 de julho de 2010 e esse safado morreu dia primeiro de setembro de 2010, um mês depois.

Fui ao local, reconheci o corpo dele como sendo o autor dos disparos. Oito anos depois, os policiais estão sendo julgados. Já se passaram oito anos. Dia 31 de julho vamos completar oito anos.

Só para conhecimento dos deputados e do pessoal em casa. Sabem quanto esse tenente, hoje capitão, já gastou com advogado? Setenta e cinco mil reais. Cada policial militar já gastou mais de 40 mil reais com advogados.

Não estou criticando o advogado. O advogado está fazendo o serviço dele. Eu estou criticando o Governo do Estado, a Secretaria de Segurança Pública, que não se preocupa com a sua tropa, que não se preocupa com seus policiais.

O policial militar trocou tiro em serviço, para salvar a vida dele ou de outro. É um serviço plenamente legalizado, uma ocorrência legalizada. O vagabundo do PCC, armado de fuzil, e os policiais são obrigados a vender carro, vender casa, vender o que não têm para poder pagar advogado.

Bandido tem advogado esperando na porta da cadeia. O PCC paga advogado para os seus membros, para os seus bandidos, e o estado não cuida da sua polícia. Setenta e cinco mil reais. Eu pergunto aos deputados e a todos que me assistem aqui. Quem tem 75 mil reais para dar para advogado aqui hoje. E o policial militar que ganha dois mil e quinhentos, três mil reais? Os senhores acham que ele tem condição disso?

É uma hipocrisia. É uma falta de vergonha o que o governo faz com a Polícia Militar. É uma falta de vergonha. Antigamente, eu, como policial militar, quando nós nos envolvíamos em ocorrência de resistência, onde havia a morte ou ferimento de um bandido, a Caixa Beneficente da Polícia Militar nos encaminhava e nos dava um advogado para nos defender. Acabou isso. Até isso acabou.

Eu pergunto a todos aqui. Qual a disponibilidade do policial em atender uma ocorrência, ganhando uma porcaria de um salário, com risco de tomar tiro e morrer, ouvindo - não vou dizer o termo, respeitando as senhoras presentes - porcaria de todo mundo que não sabe o que é ser policial, da imprensa, de autoridades que nunca sentaram o traseiro em uma viatura, nunca tomaram um tiro e nunca viram ladrão trocar tiro conosco?

O pior, se ele se defender ou defender outra pessoa e matar o bandido, vai acontecer isso. Ele vai ter que vender o que ele não tem para pagar o advogado, e isso acontece todos os dias, com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, com a Polícia Técnico-Científica, com a Administração Penitenciária, com os GCMs, com as Forças Armadas, com a Polícia Federal. É a mesma situação. É vergonhosa a atitude de todos os governos, federal, estadual e municipal, com suas forças de segurança. Isso precisa mudar.

Quero avisar que estou tomando providências. Faremos documentação, projetos de lei e iremos atrás do governador, porque essa situação não pode continuar assim. Se nós queremos polícia na rua, nós temos que valorizar quem nos defende, nós temos que defender quem nos defende. É preciso parar com essa pouca vergonha de tratar bandido como vítima e tratar policial como algoz.

Mais um subtenente aposentado, um homem que foi elogiado várias vezes e que estava curtindo sua aposentadoria quando foi fuzilado com mais de 40 tiros. E não vai ser o último, assim como não foi o primeiro. Eu não fui um desses porque naquele dia o meu anjo da guarda e Deus me deram a chance de poder estar aqui. Era para eu ser estatística também.

Isso precisa mudar urgentemente. Governos, tomem vergonha na cara. População, defenda quem defende vocês. Nós estamos tomando providências junto ao governador, porque essa pouca vergonha não pode continuar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Nobre deputado Coronel Telhada, quero cumprimentá-lo pela sua luta em defesa da segurança e em defesa, em especial, da PM, pela qual temos grande carinho e respeito.

São três os motivos, Sr. Presidente, que me trazem a esta tribuna, datas extremamente importantes. A primeira é que no domingo se realiza em Jaci a chamada Festa do Milho, que vai, inclusive, ser um dos fatos que contribuem para que a cidade de Jaci se transforme em município de interesse turístico - já está em fase final de aprovação.

A 29ª Festa do Milho é onde se reúne, a cada domingo - são dois domingos -, 50 mil pessoas e dois mil voluntários. Os recursos vão para mais de 70 obras, desde unidades de tratamento de dependência química a hospitais, como, por exemplo, a Santa Casa de Aparecida, o Hospital de Prudente, o AME de São José do Rio Preto, o Hospital de Rosana e, inclusive, um hospital barco a ser inaugurado no Rio Amazonas a pedido de Sua Santidade, o Papa Francisco. Domingo é um dia de muita comemoração em Jaci e em toda a região.

O segundo comunicado é que neste sábado a cidade de Jales completa 77 anos. Ela é uma cidade referência, capital da 8ª Região Administrativa. A cidade de Jales tem um papel fundamental. De lá saíram grandes líderes, inclusive o saudoso deputado Roberto Rollemberg, que passou por esta Casa e depois foi deputado federal e secretário de governo. Então, quero me solidarizar e dar um abraço especial na população, através do prefeito Flávio.

Finalmente, Sr. Presidente, quero fazer um registro muito especial dos 100 anos que completa a cidade de Catanduva, na pessoa do prefeito Afonso Macchione. A cidade de Catanduva também tem uma Faculdade de Medicina que está sempre entre as melhores avaliadas do estado de São Paulo. A cidade de Catanduva tem um papel no desenvolvimento da 8ª Região Administrativa. Ela é a segunda cidade da 8ª Região Administrativa e tem um papel fundamental nesse desenvolvimento.

Abraçarei pessoalmente a população de Catanduva através de seu prefeito, Afonso Macchione, porque foi lá que fiz meu primeiro curso superior, de História. Sou da segunda turma da Fafica. Lá também minha saudosa filha Karina teve seu primeiro emprego, um estágio na Cocam, já trabalhando com Ciência, Tecnologia e Inovação, em especial Tecnologia da Informação. Portanto, Catanduva mora no meu coração. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de me solidarizar mais um vez com o nosso querido amigo deputado Orlando Bolçone pelo passamento de sua filha, a Karina. Ele sabe do carinho que nós temos por ele e do sentimento que tivemos pela terrível perda de sua filha de 41 anos. O carinho que temos por V. Exa., deputado Orlando Bolçone, faz com que essa dor seja ainda maior. Estamos orando muito por V. Exa., por sua esposa e por sua família. Tenha o nosso apoio total neste momento difícil por que V. Exa. e sua família passam.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo disposição constitucional, adita à Ordem do Dia da sessão ordinária os seguintes projetos de lei vetados: Projeto de lei nº 932, de 2015; Projetos de lei nº 841 e 940, de 2016; e Projetos de lei nº 307, 337, 535 e 729, de 2017.

Havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 12 minutos.

           

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