24 DE
ABRIL DE 2018
018ª
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidentes: CAUÊ MACRIS e MARIA LÚCIA AMARY
Secretários: MARTA COSTA, RITA PASSOS e JOÃO CARAMEZ
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, pede aos seus pares
que contribuam para a celeridade da votação, em 2º turno, da PEC 5/16.
3 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, afirma que é
importante prosseguir com a discussão da PEC 5/16.
4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em discussão, em 2º turno, a
PEC 5/16.
5
- EDSON GIRIBONI
Discute a PEC 5/16.
6 - CAIO FRANÇA
Discute a PEC 5/16 (aparteado pelo
deputado Carlos Cezar).
7 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Presta esclarecimentos quanto ao
pronunciamento do deputado Caio França.
8 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, discorda do
deputado Carlos Cezar. Afirma que a PEC 5/16 foi discutida exaustivamente nesta
Casa. Critica os deputados que pretendem prolongar a discussão da matéria.
9 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Ressalta
que prosseguir com a discussão da PEC 5/16 é um direito dos parlamentares.
10 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz considerações sobre os debates
nesta sessão.
11 - JOÃO PAULO RILLO
Para comunicação, tece críticas ao
posicionamento dos deputados contrários à PEC 5/16.
12 - CARLOS
CEZAR
Para comunicação, responde ao
pronunciamento do deputado João Paulo Rillo. Enfatiza
que os deputados têm o direito à obstrução.
13 - CAIO FRANÇA
Para comunicação, rebate a
manifestação do deputado João Paulo Rillo. Defende
seu pronunciamento anterior.
14 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, pede à Presidência
que impeça o uso excessivo de comunicações por parte dos deputados.
15 - BARROS MUNHOZ
Discute a PEC 5/16 (aparteado pelo
deputado Campos Machado).
16 - JUNIOR APRILLANTI
Discute a PEC 5/16 (aparteado pelos
deputados Campos Machado e Carlos Cezar).
17 - MARIA LÚCIA AMARY
Assume a Presidência.
18 - FERNANDO
CURY
Discute a PEC 5/16 (aparteado pelos
deputados Marco Vinholi, Alencar Lula Santana,
Roberto Morais e Chico Sardelli).
19 - CARLOS
CEZAR
Solicita verificação de presença.
20 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença.
21 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, indaga acerca
do processo de verificação de presença.
22 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Presta esclarecimentos ao deputado
Campos Machado. Interrompe a chamada de verificação de presença, ao constatar
quórum.
23 - GIL
LANCASTER
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado Carlos Giannazi quanto à
postura de alguns deputados, nesta sessão.
24 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, concorda com o
pronunciamento do deputado Gil Lancaster. Destaca o posicionamento favorável
deste à PEC 5/16.
25 - CARLOS
CEZAR
Discute a PEC 5/16 (aparteado pelo
deputado Campos Machado).
26 - CARLOS
CEZAR
Solicita verificação de presença.
27 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado
quórum.
28 - ALENCAR
LULA SANTANA
Para questão de ordem, faz indagação
acerca dos nomes dos parlamentares usados no processo de verificação de
presença.
29 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, pede
esclarecimentos sobre a decisão da Presidência que permitiu aos deputados do PT
a inclusão de "Lula" em seus nomes parlamentares.
30 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Acolhe a questão de ordem do deputado
Campos Machado, para que seja respondida oportunamente pela Presidência
Efetiva.
31 - ALENCAR
LULA SANTANA
Para comunicação, afirma que os
deputados têm o direito de alterar o nome pelo qual são chamados no exercício
da função parlamentar.
32 - CARLOS
CEZAR
Solicita a suspensão dos trabalhos
por dois minutos, por acordo de lideranças.
33 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Defere o pedido e suspende a sessão
às 22h47min, reabrindo-a às 22h50min.
34 - CARLOS
CEZAR
Para comunicação, dá conhecimento de
acordo entre as lideranças, pelo qual se deu por discutida a PEC 5/16 por uma
hora e 44 minutos.
35 - CARLOS
CEZAR
Requer o levantamento da sessão, por
acordo de lideranças.
36 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Defere o pedido. Levanta a sessão.
* * *
-
Abre
a sessão o Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob
a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com
base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de
bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de fazer um apelo aos 94 deputados e
deputadas, para que nós possamos já entrar diretamente na votação, para que
todos os inscritos abram mão das intervenções de 15 minutos e também dos
encaminhamentos, até porque nós já fizemos isso agora.
Então, seria muito mais
salutar que nós já pudéssemos votar a PEC 5, porque eu vi que tem quase dez deputados inscritos para falar 15
minutos cada. Então, nós vamos sair daqui uma hora da madrugada e não vai ter
deputado para votar. Essa é uma forma de obstruir a PEC 5.
Então, em minha
opinião, o deputado que fizer uso da palavra agora estará obstruindo a votação,
e a PEC não será votada hoje. Então, proponho esse acordo, um acordo público.
Vamos votar automaticamente a PEC 5 sem discussão e sem encaminhamento.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, entendo a importância dessa PEC, entendo que nós
votamos em primeiro turno. Foi aprovada a PEC em primeiro turno, e cabe agora,
regimentalmente, mais uma discussão em segundo turno.
São seis horas de
discussão. Acho bastante salutar que o Regimento seja cumprido e que esta Casa
possa se debruçar, e que os deputados possam, na liberdade que têm, exercendo seu papel
parlamentar, exercer a discussão, que é cabível e que é pertinente a um projeto
dessa envergadura, uma vez que é uma Proposta de Emenda à Constituição
do Estado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Em discussão, em segundo turno, o Projeto de Emenda Constitucional nº 5, de
2016. Para discutir a favor, tem a palavra o nobre deputado Edson Giriboni.
O SR. EDSON GIRIBONI -
PV - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, acho que
esta noite marca um evento importante nesta Casa de Leis, o exercício da
democracia. Por todas as ações que foram feitas ao longo deste ano e do ano
passado, quero cumprimentar os agentes, os representantes desse movimento que,
educadamente, com coerência, com respeito, com argumentos, acabaram convencendo
a maior parte dos deputados da importância desse projeto. (Palmas.)
Sabemos da nossa responsabilidade. É um projeto de
grande impacto para as contas do Governo do Estado de São Paulo, mas nós
estamos dando um voto de confiança a todos os senhores. Esperamos que vocês
possam retribuir essa confiança que estão recebendo na noite de hoje da maioria
dos deputados da Assembleia. É assim que nós vamos construir uma sociedade
melhor, trabalhando com respeito, com coerência. Sabemos que
o Governo do Estado vai ter que fazer os seus ajustes, vai ter que se adequar,
mas eu tenho certeza de que o voto que nós demos hoje foi um voto
consciente, para o bem do estado de São Paulo, para o bem das contas públicas,
e vocês vão retribuir. Daqui a um, dois, três, quatro anos nós poderemos ter a
consciência ainda mais tranquila de que tivemos a convicção do acerto na data
de hoje. (Palmas.)
Quero cumprimentar o deputado Campos Machado, que foi
um grande líder, que se empenhou e conversou com todos os deputados presentes
nesta noite que depositaram o voto de confiança nos senhores. Temos a
consciência tranquila de que agimos hoje pensando no melhor para o estado de
São Paulo, pensando em retribuir o empenho que a categoria de vocês tem dado ao
nosso Estado. Saio com a consciência tranquila. Todos nós sairemos daqui com a
cabeça erguida, porque sabemos que o nosso voto representa uma melhoria para o
estado de São Paulo.
Parabéns! Vocês foram vitoriosos. O estado de São
Paulo é vitorioso.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, tem a palavra o nobre deputado Caio
França.
O SR.
CAIO FRANÇA - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente e Srs. Deputados, primeiro, eu queria
pedir a todos os agentes fiscais de renda e a todas as categorias, que até o
momento foram super corteses e educados, até pela formação que têm, que
possamos manter o alto nível da discussão. Até o momento, todos os deputados
que me antecederam, até mesmo aqueles que, assim como eu, neste momento
entendem que não é o mais adequado termos uma votação dessa magnitude, estamos
concordando com a necessidade de melhorar os investimentos no servidor público.
Portanto, pedimos que isso possa perdurar durante todo esse entrave.
Confesso a vocês, como já disse,
que não é uma tarefa fácil votarmos contra ou obstruirmos um projeto de lei com
a qual, em sua íntegra, nós concordamos. Só que, como tudo na vida, tem o seu
tempo certo. Primeiro, pelo o que falamos, pela
questão jurídica que envolve tudo isso. Este é um ano eleitoral, portanto, não
se pode dar aumento para nenhum servidor durante um lapso de tempo. A eleição
deste ano é em outubro, então é importante que possa ser discernida qualquer
dúvida a esse respeito.
Segundo ponto, como já disse, esta Casa é uma casa
política também. É claro que é natural que a política também esteja presente
aqui. Seria demagogia de qualquer um dizer que não há interpretações e que não
há movimentações políticas em cada ato que fazemos. Mas é a política feita com
respeito, com clareza, com transparência. Isso é coerência.
Por isso, meus amigos, fica a
minha dúvida e o meu questionamento a todos os colegas. O governador Márcio
França assumiu o Governo há menos de dez dias. Nós tivemos, ao longo destes
últimos anos, diversas oportunidades para poder travar esse debate. Pensem
vocês nos amigos auditores fiscais, nos outros colegas e nos demais servidores
que neste momento não estão sendo beneficiados com esse aumento.
O governador acaba de
assumir o Governo do Estado de São Paulo. Neste momento, o Brasil inteiro está
com dificuldade para pagar salário. Pensem no aumento que isso vai gerar. Em
quatro anos, será quase 1 bilhão de reais. Vejam só,
isso que estou fazendo não é dizer que sou contra, é dizer que na vida - e
claro, na política também -, há momentos para tudo.
Quem tiver aqui
tranquilidade para poder colocar a mão na consciência e pensar no momento que
nós estamos vivendo, faça isso. Tenho vários amigos aqui que já foram
prefeitos, que foram reeleitos nas suas cidades, que transitam com
tranquilidade nas suas cidades. E então eu escutei um colega dizer: “O Márcio
França é contra o servidor público”.
Vamos falar de
trajetória: primeiro, o Márcio França foi - e quem foi sempre será - servidor público.
Ele foi oficial de Justiça. Eu, no início do meu mandato, defendi muito os
oficiais de Justiça para que eles pudessem ter nível superior, e nós aprovamos
o projeto, com lapso temporal. Os colegas que estão presentes aqui vão lembrar
esse momento.
O Márcio França, atual
governador do Estado, está há 10 dias no cargo e nós aprovamos um projeto para
aumentar o salário dos servidores públicos da Assembleia Legislativa. O
presidente Cauê Macris
poderá reforçar isso que eu estou dizendo. Não havia outro motivo senão o
respeito para que o governador Márcio França sancionasse esse projeto, e o
presidente Cauê Macris sabe
muito bem disso. O então governador Geraldo Alckmin inclusive teve a
oportunidade de sancioná-lo e não o fez.
Como já disse hoje, o
ex-governador Geraldo Alckmin é uma pessoa que eu respeito, é quem eu hoje mais
admiro na vida pública. Portanto, eu não vou aceitar calado qualquer colega
dizer que o Márcio França não respeita o servidor. Estão aqui os servidores da
Assembleia, que lutaram junto com deputado Carlos Cezar, logo no início deste
Governo. Se não me engano, isso foi no primeiro dia de governo. Havia toda
condição de dizer: “Meus amigos, eu não tenho nada a ver com isso”. Pois bem,
ele, a pedido de todas as bancadas, a pedido do líder do Governo, sancionou o
aumento.
Por isso, eu acho que
precisamos ter coerência e respeito com a história de cada um dos colegas que
ocupam o cargo de deputado e hoje com o governador Márcio França. Nós não somos
contra o projeto e continuamos como signatários, tanto eu quanto outros muitos
colegas que aqui estão, porém há momento para tudo. O Márcio França inclusive
já se reuniu com os representantes da categoria. Eu estive presente, não foi
ninguém que me falou. Eu estive presente com a Sinafresp,
e o Alfredo está aqui e pode comprovar isso; e com a Afresp
- o Rodrigo, a quem eu também respeito muito, também pode confirmar isso.
Nós sabemos que nos
últimos anos muitas vezes não tivemos a possibilidade de ter esse tipo de
entendimento, mas ele já sinalizou que sabe que o servidor precisa ser
valorizado. Contudo, ele acabou de assumir o principal estado da Nação. Ninguém
está dizendo que é contrário ao objetivo principal da PEC, que é valorizar os
bons servidores, valorizar as carreiras que são importantes inclusive para
garantir arrecadação. Porém, meus amigos, eu já disse: há momento para tudo.
Vamos aprofundar essa
discussão, vamos garantir que essa PEC não influenciará os demais anos, vamos
ter segurança, porque as demais categorias, obviamente e com razão, vão nos
cobrar para que possam ter aumentos. Além disso, é claro que elas sabem que
seus aumentos não estarão nem perto do que essas categorias de hoje terão. E,
claro, serão menos pacientes. Então, talvez nós tenhamos que dar razão a todos
eles.
Alguns deputados que me
antecederam disseram que não estamos optando entre valorizar uma gama gigante
de servidores e os agentes fiscais de renda. É claro que não é essa a
discussão. Mas, como na vida política, no funcionalismo a política também está
enraizada. Não pensemos nós, deputados, que as outras categorias de servidores
- que merecem todo o nosso respeito - não estão acompanhando essas discussões.
É claro que estão. Acabei de receber a informação de que a Associação de
Servidores do Ministério Público disse: “deputado, fiquei feliz que vocês estão
aprovando a PEC 5; isso vai ter uma repercussão muito boa com os servidores,
vai repercutir em todas as categorias”. E então como ficaremos?
Ninguém quer fazer o
papel que eu e alguns amigos estamos, hoje, fazendo aqui: o papel de, em tese,
jogar contra o servidor. Como eu disse, minha família é recheada de servidores:
meu bisavô e meu avô foram médicos do serviço público do Estado, meu pai foi
oficial de Justiça e minha mãe foi professora da rede municipal. Portanto,
reconheço que precisamos sempre valorizar o servidor, mas devemos entender que
há momento para tudo.
O estado de São Paulo,
hoje, consegue entregar obras. Estive com o governador nos últimos dias em que
ele ocupou o cargo. Conseguimos entregar linhas de metrô que estavam atrasadas,
bem como hospitais lá no Vale do Ribeira, região tão sofrida, onde as pessoas
têm muita necessidade do serviço público. Também conseguimos entregar hospitais
na região de Sorocaba, entre muitas outras coisas. E mais coisas virão. O
Governo do Estado de São Paulo pode olhar para os demais e demonstrar que
muitas coisas boas foram feitas.
Como foi falado aqui, o
governador Márcio França vai garantir os mesmos bons valores que Geraldo
Alckmin garantiu enquanto foi governador, por quatro vezes. E falaram mal,
aqui, de Alckmin. Penso que o povo do estado de São Paulo não vive aqui, para
poder reelegê-lo por quatro vezes. Alguma coisa errada nós estamos fazendo...
Então, meus amigos,
precisamos, neste momento em que a política aflora, de
prudência e equilíbrio. Peço aos demais deputados aqui presentes que se
coloquem na situação do governador Márcio França. Aliás, não precisamos nem
dessa magnitude - imaginem que acabaram de assumir uma cidade. Em 10 dias no
cargo, aprova-se um aumento dessa proporção. Ninguém é contra. Os prefeitos têm
respeito pelo servidor público. Mas tudo tem o seu tempo.
Peço aos colegas que
coloquemos a mão na consciência e façamos uma análise, com muita transparência,
como tem sido feito com a Afresp e a Sinafresp. Eu disse a todos eles: “vamos ter calma, não
vamos pautar esse projeto agora”. Não queremos ocupar esta posição de parecer
que estamos jogando contra o servidor, até porque eu estaria brigando contra a
minha origem. Se hoje estou aqui, é porque muitos servidores me apoiaram, me abrigaram e acreditaram no que eu penso.
Meus amigos, precisamos
ter coerência e saber que o dinheiro público é sagrado. Todos os que estão
presentes têm zelo e sabem que o estado de São Paulo é diferente dos demais da
Nação. Não podemos comparar... Muitos falam, aqui, que todos os outros estados
já fizeram o aumento do subteto. Pois bem, vamos parar por aí, porque as
comparações com os outros estados não são positivas. E, claro, não pensem vocês
que isso parará aqui. Vai continuar com as demais categorias.
Hoje, foi com os
servidores do Ministério Público; amanhã, será com os da Secretaria Estadual de
Esporte. Depois de amanhã, serão os outros. E aí, vamos aprovar tudo? É claro,
nós queremos aprovar. Além de toda a necessidade e a justiça que faremos...
Obviamente, em ano eleitoral, quem é que quer ocupar essa posição?
Pouquíssimos.
Tenho
amigos aqui. Convivo com alguns agentes e auditores fiscais de renda. Na minha
região, o Flávio é um grande delegado, que tem ajudado muito a região inteira,
tem feito ações importantes. Porém, estive com ele no sábado em uma reunião em
que, por ocasião, nos encontramos. Falei: “Flávio, achei errado o que foi feito
no Projeto nº 25, no programa ‘Nos Conformes’, de ajuste de contas. Achei que
foi errado, pois tínhamos combinado com as categorias, com os agentes, com os
coronéis, com os delegados e com os professores que não haveria veto”. Acabou
vetando. O líder do Governo, Carlos Cezar, trouxe aqui a pronta ação do
governador Márcio França.
Meus
amigos, de minha parte, não há problemas em derrubar o veto. Se
foi combinado lá atrás, vamos cumprir. O que foi combinado pelo então
governador Geraldo Alckmin, nós cumpriremos. E inclusive pedimos para que fosse
pautado antes da PEC, para que pudéssemos, mais uma vez, sinalizar para todos
que não temos resistência a melhorias para o servidor.
Mas
tudo tem o seu tempo. Peço aos amigos que possam colocar a mão na cabeça e
refletir sobre tudo isso.
Concedo
um aparte ao nobre deputado Carlos Cezar.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado, quero parabenizar
V. Exa. pela palavra
contundente, firme e séria. Na verdade, esse Governo assume do governador
Geraldo Alckmin, que sempre trabalhou com responsabilidade, que sempre mostrou
qual era a direção para este Estado. Como V. Exa. colocou, este Estado não está como outros, que não conseguem
pagar o 13º, que não conseguem pagar fornecedores. Pelo contrário, está investindo
e é isso que esperamos que continue acontecendo.
O
nosso posicionamento não mudou, de jeito nenhum. Continuamos favoráveis, mas
não queremos que as coisas aconteçam de forma açodada ou de forma
irresponsável.
Ao
contrário de muitos, o governador Márcio França tem palavra. Ao contrário de
muitos outros, ele é um homem de palavra. Está impregnada em sua alma a questão
da lealdade e essa é uma lealdade que ele firmou com o governador Geraldo
Alckmin, de que daria continuidade aos bons projetos que ele desempenhou e que
todas as inovações seriam com muita responsabilidade. Visando essa
responsabilidade, visando sempre manter a sua lealdade, a sua coerência, com a
gratidão que ele tem pelo ex-governador Geraldo Alckmin, o Márcio França, hoje,
está dirigindo o maior Estado da Federação.
Então,
quero parabenizar V. Exa. e
dizer que estamos no caminho certo, pois não estamos mudando nossa palavra, não
mudamos de direção, não mudamos de entendimento. Entendemos que, para tudo, há
um tempo certo; para tudo, há um tempo oportuno. Não me parece que este seja o
melhor tempo, não me parece que este seja o melhor momento para votar dessa
forma como estão colocando, olhando muito o mundo político, olhando muito o que vai acontecer nos próximos dias, nas próximas
pesquisas. Muita gente está olhando para esse tipo de coisa, está fazendo
política de forma pequena.
Nós
não somos contra. Nós vamos nos posicionar, no momento
oportuno, da maneira que entendermos ser a mais correta. Mas este não é o
melhor momento. Fazer as coisas sem discussão, de forma a querer impor ou
mostrar um poder maior...
Para
concluir, quero apenas parabenizar V. Exa. pela coerência e pela firmeza, como líder da bancada do PSB,
e por ter, no momento certo, se posicionado.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostaria de fazer um
registro sobre a procedência do que disse o deputado Caio França em relação à
posição do governador Márcio França sobre a sanção do projeto de lei dos
servidores da Assembleia Legislativa.
Realmente,
o Márcio França sancionou o projeto corretamente, na data correta. O que
aconteceu é que, infelizmente, ele publicou no dia errado. Com essa publicação
no dia errado, ele entrou no processo eleitoral. Então, houve a sanção na data
correta, e a publicação fora do prazo legal.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero discordar do deputado Carlos Cezar,
quando ele fala que falta debate da PEC 5. Estamos há
um ano discutindo a PEC 5 aqui, no plenário, nas comissões, na tribuna, no
Colégio de Líderes. Já discutimos à exaustão a PEC 5.
Fico indignado,
revoltado, e vários deputados também, sobretudo os nossos servidores, porque
estamos assistindo agora, neste momento, a um golpe na PEC 5, porque há nove
pessoas inscritas. Vossas Excelências estão dando um golpe e prejudicando as
pessoas que vieram de longe, do interior. Temos várias delegações aqui, de
Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Araçatuba. Isso é um descaso, uma
irresponsabilidade com os nossos servidores.
Acabamos de votar a PEC
aqui, no primeiro turno, com mais de 60 votos. É só votar agora em segundo
turno. Repito, é um golpe na PEC 5 e, sobretudo, um golpe nos servidores que
vieram de longe, acompanhar a sessão.
Haverá, dentro de
alguns minutos, um esvaziamento. Não teremos mais número para votar a PEC 5
hoje. Essa é a verdade dos fatos. É uma armação, é um golpe.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para discordar, mais uma vez, do
deputado Carlos Giannazi. Ele fala que essa PEC já
foi amplamente debatida, enfim, nós debatemos a PEC e estamos exercendo o
direito da democracia, direito de parlamentar.
Aliás, aqui é o
Parlamento, que existe exatamente para isso, para nós discutirmos e debatermos.
Se há pontos ainda que precisamos esclarecer, pontos
jurídicos, pontos eleitorais, outros pontos que devemos debater, o deputado Giannazi, em vários momentos, usou de todos os instrumentos
de obstrução para ficar debatendo aqui, e nós nunca contradizemos.
Esse é um direito que
ele exerceu, e esse é um direito democrático que temos aqui, e que vamos
exercer. Se no momento oportuno da votação houver um outro
placar como esse, nós vamos aplaudir e, quem sabe, até estaremos juntos.
Podemos estar, como já estivemos, em muitos
enfrentamentos.
Mas este é o momento do
debate. Lamento muito que V. Exa. queira
cercear o direito de debater, de falar, num Parlamento. Se nós não pudermos, ao
menos, debater, discutir um projeto que já está previsto, que será votado em
dois turnos, com seis horas de discussão, se V. Exa. está querendo impedir o cumprimento, nós estamos no lugar
errado. Apenas isso.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, só fazer um pedido de gentileza. Na verdade, os
microfones de aparte, quando se trata de uma comunicação, devem ser utilizados
para uma comunicação. Se toda fala for utilizar os microfones de apartes, por
uma comunicação, para debater temas, não vamos entrar na discussão do projeto,
que é nossa principal finalidade no dia de hoje.
Tem a palavra o nobre
deputado Gileno Gomes, para falar a favor do projeto.
O
SR. GILENO GOMES - PROS - Sr.
Presidente, passo meu tempo para o nobre deputado Barros Munhoz.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra o nobre deputado Barros Munhoz, para utilizar o tempo do nobre
deputado Gileno Gomes.
O
SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de comunicar aos deputados e ao
público presente que eu percebi aqui a estratégia feita.
Até deputado que votou
a favor vai agora se inscrever, para passar a palavra para outro, ou vai ocupar
a tribuna, no sentido de enrolar o processo, o que é absolutamente natural,
deputado Carlos Cezar. Mas, vamos parar com hipocrisia aqui. Acho que V. Exa. teve um relâmpago de lucidez
e admitiu que estão num processo de obstrução do projeto. Isso é limpo, é do
jogo. Resistiremos aqui. Infelizmente hoje provavelmente nós não vamos
conseguir votar, porque vai haver um esvaziamento, uma diáspora parlamentar,
como disse meu companheiro Raul Marcelo, daqui a pouco haverá uma grande
dispersão aqui. Agora, V. Exa. disse
que precisa conversar. Também é um pedido muito gentil. Se V. Exa. puder ocupar a tribuna para
de fato discutir tecnicamente o projeto seria interessante, porque até agora
vocês não fizeram isso. Até agora vocês estão passando a vergonha de pagar pela
incoerência de ter sido a favor um dia e contra hoje. Ainda assim é um pedido
muito gentil que eu sei que V. Exa. tem o direito de ocupar a tribuna e ficar em silêncio,
inclusive, durante 15 minutos para obstruir; é do jogo. Agora é um pedido que
faço, já que V. Exa. falou “ah, temos questões técnicas, questões
jurídicas”. Se V. Exa. puder
discorrer sobre elas seria muito importante para subsidiar o debate. Do resto,
é uma comunicação mesmo. Portanto, comunico a todos vocês presentes aqui que
está lançada a estratégia de obstrução, da PEC Nº 5 na noite de hoje.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência, mais uma vez vai fazer um apelo aos deputados - todos vão falar
quantas vezes forem necessárias - mas nós estamos no processo de discussão do
projeto. Todas as vezes que forem feitas comunicações nós não avançaremos no
processo de discussão; mas é um direito de cada deputado de fazer a
comunicação. Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só lamento que o deputado João Paulo Rillo se esquece quantas vezes ele foi à tribuna para falar
de assuntos totalmente alheios daquilo que estava sendo discutido. Eu não tenho
dificuldade nenhuma. Já expliquei no momento do encaminhamento, já falei dos
pontos divergentes tecnicamente, juridicamente da questão eleitoral. Mas,
atendendo ao pedido do deputado João Paulo Rillo,
farei, oportunamente, vou discorrer por outros temas também; nós temos para
discutir. Vamos fazer todos outros temas, vamos trazer ao debate várias
questões aqui e isso faz parte do Parlamento. E vamos exercer com a maior
nitidez, coerência e clareza e transparência. É claro que desde o primeiro
momento, desde que abriu esta sessão eu fui o primeiro a fazer o encaminhamento
e dizendo que neste momento nós éramos contra a aprovação desse projeto. E
continuo contra, continuo votando contra. Eu não estou mudando o
posicionamento. Atendendo, então, ao pedido de V. Exa., vou à tribuna, vou discorrer sobre vários outros temas,
que nada tem a ver com este debate, mas vou discorrer também dentro do tema,
porque nós temos tempo para isso.
Vou atender ipsis litteris o pedido de V. Exa., o pedido de todas as
bancadas desta Casa, porque estamos aqui para isso. Tecnicamente também da
forma que eu puder debater com Vossa Excelência. Eu não sei formar o
convencimento de Vossa Excelência; gostaria muito de fazê-lo. Mas, já que V. Exa. tenha a esperança, talvez, de
que a minha fala possa trazer um convencimento a V. Exa.,
pois acho muito difícil, acredito que V. Exa. já está convencido que essa matéria tem que ser votada
agora, nesse momento, imediatamente; eu discordo, e respeito a posição de V. Exa. que gostaria que fosse votado
agora. Mas peço a V. Exa. e
a todos os parlamentares desta Casa que respeitem também o nosso direito de
debater, de discutir, como já respeitei tantas vezes que fiquei até uma hora da
manhã, duas horas da manhã, várias vezes debatendo o Orçamento, ou ouvindo
leitura de peça orçamentária. Enfim, isso faz parte do nosso debate, faz parte
do processo político aqui. E eu continuo me posicionando contra. Não há nisso
mentira, não tem hipocrisia como falei no primeiro momento que ocupei essa
tribuna.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu fui o único a usar a tribuna. Se o
deputado João Paulo Rillo disse que os deputados que
aqui estão...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Caio França, V. Exa. tem a
palavra. Vamos conceder todas as comunicações que forem solicitadas. E claro
que estamos pedindo, até para um bom andamento do trabalho, que possamos evitar
as comunicações. Mas V. Exa. tem
a palavra.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro que essa indagação do deputado João Paulo Rillo não pode ser seletiva. Vimos aqui por várias vezes a
bancada do Partido dos Trabalhadores falar do Lula livre, falar de “Bolsa
Família”, enfim, falar de temas que, com todo o respeito, não tem nenhuma
relação com a atual discussão. Portanto, nós não podemos fazer uma indagação
seletiva. Ou a indagação é feita para todos ou não é feita. Eu respeito muito o
deputado João Paulo Rillo, sei que
é um brilhante tribuno, é um deputado que dialoga muito bem, mas - pelo menos
da minha parte - não será ele que vai pautar o que temos que fazer na
tribuna. Se por várias vezes a bancada do Partido dos Trabalhadores além de
outros deputados de outros partidos, tiveram posturas como essa eu confesso a
vocês que - até o momento - eu falei sobre momento de aprovação da PEC Nº 5,
não fui falar de plano de governo de “a” ou de “b”. Portanto, entendo que fui
coerente na fala que fiz. Como fui o único deputado inscrito e o deputado João
Paulo Rillo veio falar, senti que a indagação foi
para mim, por isso fiz questão de vir aqui falar. E concluo: a indagação que
foi feita não pode ser seletiva, ou para todos, ou para ninguém.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Com todo
respeito, Sr. Presidente, não é justo, não é possível o que está acontecendo
agora aqui. Estamos tendo muito mais tempo de reclamação, de comunicação, de
oração, sentimento, e enquanto isso não se discute o projeto.
Sr.
Presidente, já foram ultrapassados todos os limites do bom senso,
principalmente do respeito a esta Casa. Uma comunicação por nada, outra por
muito menos, e enquanto isso a PEC não está sendo discutida. Peço que a
Presidência interfira para que não tenhamos que ficar aqui nessa lenga-lenga.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS – PSDB – Tem a palavra o nobre
deputado Barros Munhoz.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, Srs. colaboradores da Assembleia, senhoras e senhores que nos
honram com suas presenças, telespectadores da TV Assembleia, se é por mera
ignorância transijo, mas se falas para menosprezar a minha alta prosopopeia,
dar-te-ei o esquitiripapo no alto da sinagoga e
cairás prostrado no solo pátrio com o crânio reduzido a cinzas cadavéricas.
O
que eu falei? Também não sei. Não sei. Quantas vezes fazemos isso aqui. Quantas
e quantas vezes. O que estou querendo dizer, Sr.
Presidente, é que V. Exa. teve
uma iniciativa louvável no começo do seu mandato, querendo mudar nosso
Regimento. Ninguém aguenta mais isso. O que se está fazendo com esses
respeitáveis e admiráveis servidores públicos já se fez com outras categorias
dezenas de vezes. Já se fez com outros interessados em outros projetos centenas
de vezes. Por quê? Porque o nosso Regimento é arcaico. Aliás, o nosso Brasil
está arcaico, regredindo a passos largos. Quem assiste, hoje, a uma sessão do
Supremo Tribunal Federal imagina que estamos na Idade Média. É um escândalo um
juiz, um desembargador, um ministro ficar lendo quatro horas um voto, cinco
horas um voto. Não existe isso no planeta Terra, só no Brasil, um campeonato de
vaidades que não tem fim. E aqui na Assembleia é a mesma coisa, seis horas para
se discutir um projeto com urgência.
Algumas
pessoas se lembram, o Rui Falcão nos ajudou, presidiu uma comissão fantástica
que alterou nosso Regimento. Sabem quantas horas eram? Doze. Sabem quantos
projetos se votavam? Um a cada dois meses, projetos pacíficos, não tanto, mas
era isso que se votava. Então, estamos utilizando - eu até sou estreante nessa
função, porque nunca obstruí, sempre fui governo e normalmente governo não
obstrui, mas estamos aqui fazendo o que o nosso Regimento permite que se faça.
E há absurdos ainda maiores, vir aqui pedir uma verificação de presença; quando
dá o quórum de 24, saem dois ou três e um minuto após
vem aqui e pede de novo. Mas há um absurdo que é maior ainda: quando alguém
apresenta um voto em separado numa Comissão, não há limite de tempo para ele
ler o seu voto. E quantas vezes fiquei aqui no projeto
que autorizava a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil: o Rui Falcão
ficou 17 horas lendo. Há quem se lembre disso. E olhem que a leitura do Rui
Falcão era uma leitura agradável. Ele foi meu colega de classe, de turma de
1967, mas, enfim, nós estamos em desacordo com a sociedade, minha gente. Nós
estamos ficando para trás. A nossa linguagem... Parece etrusco o que nós
falamos perante a nossa juventude e o nosso desinteresse pela atividade
legislativa decorre muito disso também.
Eu sou de um tempo em
que segunda-feira, às 15 horas, este plenário ficava lotadinho para o Pequeno
Expediente, para o Grande Expediente. As sessões iam até duas, três horas da
manhã, discutia-se de verdade. Lembro-me de debates fantásticos,
extraordinários. O Zé Dirceu contra o Aloysio Nunes, enfim, a Luiza Erundina
contra o Maurício Najar, e assim por diante. Você
entrava em um táxi, o motorista ligava o rádio, estava irradiando a sessão da
Assembleia Legislativa de São Paulo. Era Conceição da Costa Neves contra o Hilario Torloni. Enfim, temas elucidativos.
Ontem, eu liguei a
televisão, nem sei que horas da madrugada eram, e assisti a uma coisa
fantástica, uma coisa maravilhosa. O Wilson Ferreira Júnior, que eu tive a
honra e o prazer de conhecer como presidente da CPFL. Aliás, genro do Arthur
Alves Pinto, nosso querido colega, companheiro daqui. Ele deu uma aula sobre a
não privatização da Eletrobrás, que não é isso de que se trata, respondendo a todas perguntas com absoluta propriedade.
Então, minha gente, em
primeiro lugar, se há alguém que não tem culpa alguma do que está acontecendo
com os servidores na limitação de seu teto, que é profundamente injusta, não é
o governador Márcio França. Nós também, alguns que estão aqui, inclusive eu,
temos responsabilidade nisso. Absurdo é não haver uma exigência com
responsabilização para o governador que não quer que se dê aumento, para que os
servidores não tenham aumento de teto.
Este é o mal que tinha
que ser coibido e não foi por nós. Nós podíamos ter feito uma PEC dizendo isso
e estabelecendo uma punição, porque também na lei se fala que tem que dar
aumento na data-base e não se dá e não acontece nada. Também na Constituição se
fala que tem que ter uma data-base e se dar o reajuste, senão não estaríamos
nesta situação.
E quando se questiona
alguma condição do governador Márcio França, há algumas pessoas que me
perguntam: “Mas será que ele é bom mesmo?” Eu só tenho uma resposta. Ele foi
eleito prefeito de São Vicente, a sua terra. Ele governou os quatro anos do seu
mandato e depois foi reeleito com 93% dos votos do seu povo. Recorde nacional
em toda a história política e eleitoral do Brasil. Então, é boa gente, é bom
administrador, é bom governante e eu tenho certeza de que ele está imbuído do
melhor propósito.
Eu conversei com ele hoje ainda. Ele também
está preocupado em solucionar esse impasse, é lógico que está. Eu também
concordo com quem diz que já se discutiu bastante aqui. Aliás, eu cada vez que
ouvia o PT ou PSOL dizer: “Por que atropelar?...” Quem era louco para falar
isso era o Zico Prado. O projeto estava aqui há um ano e meio e a gente
discutindo quando podia. Diziam: “Está atropelando, este projeto precisa ser melhor discutido”.
Então, eu concordo que
ele já foi discutido, mas sempre há uma oportunidade de alguma luz. Nós já
encontramos soluções aqui quando ninguém mais acreditava ser possível qualquer
solução. Nós chegamos a situações muito semelhantes à de um time que está
precisando do gol e marca aos 49 minutos do segundo tempo. Então, eu quero com
essas tergiversações recheadas de alguma coisa de conteúdo - talvez - dizer que
esse é um roteiro que estamos trilhando, a meu ver erradamente.
Não
é por aí. Temos que repactuar o funcionamento na nossa Casa. Não dá. Tudo isso
é autorizado, permitido e incentivado pelo nosso Regimento! Vossa Excelência é
até cobrado porque, tendo tido a oportunidade de falar, não falou. Quero dizer
que respeito a posição de todo mundo nesse tema tão
importante.
Fui
líder do Governo há até pouco tempo. Não há uma pessoa que possa dizer que
pressionei ou induzi a votar assim ou assado. É um tema da maior
responsabilidade, da maior importância, e que deve ser decidido pela
consciência de cada deputado.
As
circunstâncias mudam. Mas não mudam de um lado só. Disse-se aqui que algumas
pessoas eram a favor e ficaram contra. Mas tem mais gente que era contra e
ficou a favor. Bem mais.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro
quero deixar claro ao plenário que sempre estive de um lado só: do lado da PEC.
Nunca mudei, as pessoas mudaram, eu não.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB
- Indiscutivelmente, indiscutivelmente.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - O que verifico aqui, é uma grande
contradição. Não estamos discutindo a mesma coisa. Estamos discutindo o
subteto. Já está em todos os estados do país, só não está aqui. Onde estão os
aumentos, que ainda não compreendi?
São
quatro anos para cumprir o objetivo dessa PEC,
estimulando um exército que está paralisado, sem apoio, sem incentivo, sem
nada. O tempo de V. Exa. esvai-se
e quero deixar bem claro. Estamos agora - com todo o respeito - discutindo o
sexo dos anjos. Com todo o respeito. Não há mais nada a discutir. (Palmas.)
Qual
é a magia? Qual é a mágica, em Direito, que vai modificar os artigos que
compõem a PEC? Não tem. Vossa Excelência sabe disso, é uma questão política,
eminentemente política. Vossa Excelência fez elogios ao Márcio França, e quero
comungar com Vossa Excelência. É um homem de bem, simples, humilde e de
família. Vamos apoiá-lo.
O
problema é: ele, o governador Márcio França, não está sendo bem alimentado, não
está sendo bem subsidiado, não está sendo aconselhado. A posição que se toma
hoje não é a melhor posição. Nesse momento, temos que arrecadar,
buscar dinheiro. Quem é que arrecada? Quem arrecada é o pessoal da Fazenda!
(Palmas.)
Portanto,
deputado Barros Munhoz, V. Exa. sabe
que é meu amigo e meu irmão. Não quero polemizar com Vossa Excelência. Sabes
disso, que a polemização leva a posições duras, e não
quero tomá-las, nem recebê-las. Só quero fazer um apelo, se possível: por que
vamos prolongar tudo isso? Por que vamos prolongar a agonia para alguns? Se
para alguns é agonia, para nós é alegria. Para que prolongar essa situação?
Com
essa lista de mais de 60 deputados, não há como a PEC não ser aprovada. É
questão de tempo, de relógio. Vossa Excelência vai ter uma posição muito
importante, não só nessa Casa. Vamos entrar na campanha eleitoral. Vamos ficar
aqui - desculpe por eu entrar em um tema meio polêmico - discutindo aqui, horas
e horas, dias e dias. O tempo tem asas, e vamos nos preocupar com o principal:
eleger o nosso candidato. (Palmas.)
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB
- Nobre deputado Campos Machado, eu concordo com muitas das colocações que V. Exa. fez.
Mas, quero lembrar que
esse expediente de obstrução é frequentemente utilizado, não há dúvida alguma
de que se está obstruindo. Não vamos querer inventar, discutir sexo dos anjos.
É disso que se trata, realmente.
Agora, é lógico que
isso não acontece pelo simples prazer de judiar dos deputados, de judiar das
pessoas que estão aqui aguardando o resultado, ansiosamente, já pleiteado há
tanto tempo.
É lógico que é se
buscando, talvez, uma última tentativa de entendimento. Desejo, de coração, que
isso ocorra. Se isso não ocorrer, aos perdedores as batatas; para os
vencedores, a vitória.
Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Para falar contrariamente, tem a palavra o nobre deputado Junior Aprillanti.
O
SR. JUNIOR APRILLANTI - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários
desta Casa, agentes fiscais do estado de São Paulo, venho a esta tribuna para
justificar.
Todos acompanharam a
minha posição: eu votei “não” ao projeto da PEC nº 5. Tenho grandes amigos
agentes fiscais. Sou do Aglomerado Urbano de Jundiaí. Tenho amigos que
estudaram comigo na USP - estudei na USP -, tenho amigos que estudaram comigo
no ginásio, no colegial - hoje é ensino fundamental e ensino médio - que hoje
são agentes fiscais.
Vários deles me
procuraram, vários conversaram comigo. Mas, sou vice-líder do PSB, sou do PSB,
tenho compromisso com a minha bancada do PSB, tenho compromisso com o líder do
Governo, Carlos Cezar, tenho compromisso com o líder do PSB, Caio França, e
respeito o pouco tempo que o atual governador Márcio França está como
governador.
Hoje é dia 24, o Márcio
França assumiu no dia 6 de abril. São 18 dias. Acredito que ele ainda nem tenha
definido quem vai ficar na Secretaria da Fazenda - se vai ficar o que está ou
se vai haver alguma mudança.
Então, não acho certo,
não acho justo, o Márcio, que está assumindo agora, que está abrindo as gavetas
do Governo do Estado. Falo isso porque eu já fui vice-prefeito, e até o
prefeito me falava isso: que o vice nem cheque assina.
E eu sei que por ser
vice-governador - por mais que ele tivesse uma função de secretário -, ele não
conhece de todo o mecanismo do Governo do Estado, até porque o PSDB está há
mais de 20 anos no Governo do Estado, 24 anos, salvo engano.
Então, sei das
dificuldades. Não acho justo o governador, em tão pouco tempo, resolver uma
situação que vem se alastrando por mais de ano.
Sou deputado estadual
há um ano e quatro meses. Estou aprendendo, esta é a minha primeira experiência
no Poder Legislativo. Eu procuro ter coerência nos meus atos - apesar de
diversas pessoas terem me procurado - e ter respeito, principalmente, aos
paulistas, que são 45 milhões de habitantes.
Sou de família de
servidores. Sou um servidor. Vim da gestão privada, mas sou um servidor, desde
2005 estou na gestão pública. Minha mãe é professora aposentada, ficou 25 anos na rede pública de Jundiaí. Minha irmã é
diretora concursada, trabalha há muito tempo na Prefeitura de Jundiaí. Meu pai
é um serventuário da Justiça há pelo menos 40 anos ou mais.
A minha irmã é médica e
também trabalha em hospital. Sei do seu trabalho e das suas dificuldades.
Pessoal, como deputado estadual, do mesmo jeito que sou cobrado por vocês, funcionários públicos e agentes fiscais, também sou cobrado
pelos policiais militares, que são 90 mil no estado, pelos policiais civis, que
são mais de 30 mil, pelos professores do estado, que são mais de 200 mil, e
pelos demais servidores públicos. Sou cobrado por melhorias, reajustes,
aumentos salariais e condições melhores de trabalho.
Portanto, temos que
pensar não apenas em uma categoria ou em uma classe, mas em todos. No atual
momento, com quase 13 milhões de desempregados, temos que pensar no próximo.
Sou deputado de todos, da população paulista, dos 45 milhões de habitantes. Por
isso, achei que, neste momento, o melhor caminho era não aprovar a PEC.
Respeito a decisão da maioria. Foram 67 votos a favor
da PEC 5 no primeiro turno.
Não participei do
começo, nunca assinei nenhum requerimento, até porque cheguei depois. Conversei
com diversos agentes e vários amigos que, inclusive, estudaram comigo na
faculdade ou na infância. No entanto, procurei ter a minha coerência com a
população paulista, sobretudo com as pessoas que estão desempregadas.
Quem aqui neste
plenário não tem um amigo ou um conhecido que está desempregado? Duvido que
alguém não conheça um desempregado. Sabemos das dificuldades. Vim do setor
privado, trabalhei em três empresas no setor privado, em que metas são sempre
colocadas, mês a mês, para você desempenhar, se motivar e colher os frutos. Sei
da dificuldade que é o setor privado. Também não tiro a razão de vocês do setor
público.
Quero, inclusive,
reconhecer o trabalho de vocês. Durante todo esse tempo que estive aqui na
Assembleia, um ano e quatro meses, vocês sempre estiveram presentes,
organizados, mobilizados e sempre com muita educação. Em relação a isso, temos
que tirar o chapéu para vocês. Diferente de outros segmentos e outras
categorias, vocês sempre procuraram conversar com todos os deputados de uma
forma cordial, respeitosa e sempre com muita calma e serenidade, sem qualquer
tipo de barulho, ou seja, sempre de forma objetiva, clara e pacífica.
Então, a luta de vocês
é reconhecida pela minha pessoa como deputado estadual, mas, neste momento, a
minha consciência falou mais alto. Juro mesmo, falou mais alto. Conversei com
diversos agentes e vários amigos que estudaram comigo. São amigos que estudaram
na USP, em Bauru. Fiz a USP em Piracicaba. Conheci um dentista que deixou a
profissão para ser agente fiscal. Tenho outros amigos que se formaram comigo na
faculdade de Direito e hoje são agentes fiscais, porque sabem que a
estabilidade é muito importante nos dias atuais.
Ter um cargo,
concursado, com estabilidade, é importante demais, é fundamental. Costumo dizer
isso. Tive a oportunidade de ser secretário de obras em Jundiaí. Falava para os
meus engenheiros que ter um cargo, concursado, com estabilidade e salário
razoável, nos dias de hoje - e 20 mil não é um salário ruim - é muito
importante para cuidar da sua família.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Nobre deputado Junior Aprillanti, primeiramente,
quero dizer que V. Exa. não
é a única pessoa ou o único deputado que se preocupa com o desemprego no estado
e no País. Em segundo lugar, V. Exa. tem muitos amigos que são agentes fiscais. Deve também ter
amigos que são professores universitários e que estão deixando o estado de São
Paulo para ir a
outros estados.
O
SR. JUNIOR APRILLANTI - PSB - Eu não conheço nenhum
que esteja deixando.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Em Campinas, a Unicamp abriu um concurso e ninguém se habilitou. Os seus amigos
fiscais devem, porventura, lhe ter dito que aqui ninguém quer aumento. O que
eles estão pleiteando é o subteto, não é aumento.
São quatro anos, sendo
que o primeiro ano, 2019, não tem despesa nenhuma. Não é privilégio, é questão
de Justiça. Por que todos os estados da Federação têm subteto e só o estado de
São Paulo que não tem? (Manifestação nas galerias.)
Talvez os seus amigos
de faculdade não tenha explicado tal coisa, mas eu peço desculpa, licença, para
dizer que todas as categorias contempladas por essa PEC não querem o teto,
querem o subteto, e não tem ninguém hoje que se encontra aqui nesta galeria
ganhando 20 mil reais por mês, ninguém. (Manifestação nas galerias.)
O que existe hoje é uma
depreciação do salário. Jamais eu teria coragem, tendo vindo também de
servidores públicos - meu pai era dono de cartório em Cerqueira César, perto de
Avaré. Fomos humildes. Não tivemos dinheiro para cursar escolas particulares.
Tenho respeito por eles, mas acontece que nós estamos hoje empunhando uma
bandeira.
Não é justo que nós
queiramos igualar. Pitágoras disse que imaginar ou pretender que todos sejam
iguais é maior desigualdade que existe. Estamos defendendo apenas o chamado
subteto. Não é nada extraordinário.
Tenha certeza de que,
se V. Exa. conversar com
todos os seus colegas, ilustres colegas de infância, e fazer um debate com
eles, puro, simples, V. Exa. vai
entender o porquê da presença desses senhores e senhoras nesta noite na
galeria. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. JUNIOR APRILLANTI - PSB - Sim, inclusive amigos
meus formados na USP largaram a sua profissão de origem e foram prestar
concurso. Conheço vários, inclusive, por causa da estabilidade, do salário
inicial. Isso dá uma tranquilidade para as pessoas, isso é claro para mim, não
tenho dúvida nenhuma.
Porém, o que eu quero
dizer, Campos Machado, não é que o aumento, o reajuste ou o subteto é injusto.
Aliás, tem gente que não gosta disso, mas eu gosto de fazer essa comparação,
até porque eu vim da gestão privada.
O estado de São Paulo é
uma grande empresa. Tudo bem, não tem um fim, não tem o lucro
como finalidade, mas tem departamento de compras, tem funcionário, tem processo
de contas, tem tudo, como funciona uma empresa.
Normalmente, em uma
organização, em uma empresa, o cara que mais ganha é o presidente dessa
empresa. Então, eu sou até contra essa questão do redutor. A lógica era o
presidente dessa empresa chamada Governo do Estado, que é o governador, ter o
maior salário.
É justo. Eu entendo
assim. Eu entendo assim, até porque ele se dedica para isso, apesar de a gestão
pública ser totalmente diferente da gestão privada, e isso eu falo também
porque eu vivi a gestão privada e agora estou vivendo a gestão pública.
Eu entendo assim, nós
estamos discutindo uma coisa porque o salário do governador está congelado, não
teve reajuste por vários anos, e hoje segurou todos
demais funcionários que estão abaixo, ou que estão no corpo de servidores
públicos do estado de São Paulo.
Então eu defendo, na
verdade, o aumento do salário do governador, que seria o presidente de uma
grande empresa chamada Governo do Estado de São Paulo.
Então, só para
justificar o meu voto, justificar a minha posição, mas reconhecer o trabalho e
a mobilização de vocês; e as coisas acontecem na gestão pública com a
organização e mobilização.
Vocês estão de
parabéns. Um abraço.
O SR. CARLOS CEZAR -
PSB - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quero cumprimentá-lo e falar da lucidez de Vossa
Excelência, que, desde os tempos acadêmicos, já via essa situação que o poder
público exerce. Diferentemente de muitos, que não conhecem o que é ser um
vice-prefeito, ser um agente público, V. Exa. chegou nesta Casa com a responsabilidade de que suas ações
aqui vão ter repercussão no futuro. As suas ações de hoje repercutirão no
futuro, V. Exa. vai
responder por elas. Por isso, V. Exa., de forma coerente, defende o governador Márcio França,
que assumiu o governo há pouco mais de dez dias.
Há pouco mais de dez dias ele sentou na cadeira e,
como V. Exa. disse, ele
ainda nem equacionou todos os seus secretários e está, agora, nesta Casa,
aprovando uma PEC que vai dar repercussão, já com seus efeitos, daqui 12 meses,
porque vai ser promulgada agora. É uma iniciativa desta Casa, de votar essa PEC
louvável, mas ela precisa ser debatida. Nós vamos debatê-la cada vez mais.
Quero cumprimentar Vossa Excelência.
* * *
-
Assume
a Presidência a Sra. Maria Lúcia Amary.
* * *
A SRA.
PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Para falar a favor, tem a palavra o nobre deputado Fernando
Cury.
O SR. FERNANDO CURY -
PPS - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa noite, nobres colegas, queridos deputados presentes. Boa noite, Sra. Presidente. Boa noite, todos os amigos presentes nas
galerias. Boa noite, assessores, toda assessoria. Boa noite, funcionários desta
Casa. Desejo um “boa noite” especial aos nossos telespectadores. (Palmas.)
Hoje é um dia importante e, tenho certeza, muito
esperado por todos nós, principalmente por vocês que nos acompanham. Eu
gostaria de destacar três ou quatro pontos importantes nesta minha fala na
noite de hoje.
O primeiro ponto é sobre fato de nós estarmos aqui,
particularmente no meu caso. Eu tive a oportunidade de disputar a minha
primeira eleição no ano de 2014, como candidato a deputado estadual. Quis Deus
e os 86.000 paulistas que eu pudesse estar aqui como deputado. Tivemos a
oportunidade de ganhar as eleições. Como eu disse, foi a primeira vez que fui
candidato. Embora eu tenha vindo de uma família de políticos - meu pai foi
prefeito duas vezes na minha cidade, foi presidente da Dersa na época do nosso
saudoso e sempre governador Mário Covas, foi fundador do PSDB em mais de 100
cidades na região central, centro-oeste, sudoeste do estado; meu irmão,
prefeito João Cury, de Botucatu, foi prefeito da nossa terra por oito anos,
presidiu a FDE e agora é o nosso novo secretário da Educação do estado de São
Paulo -, nunca tinha exercido a política e nunca tinha me candidatado a nada,
mas tive a oportunidade de vencer as eleições.
Quando vencemos as eleições, chegamos a esta Casa com
muita vontade de trabalhar, com muita disposição para contribuir para um mundo
melhor, ajudar aqueles que mais precisam, debater
ideias, debater projetos, dar suporte para o Poder Executivo, sempre procurando
fazer política com P maiúsculo, da melhor forma possível, podendo cada vez mais
construir uma sociedade mais justa, mais igual, mais fraterna e, acima de tudo,
mais cristã. Essa é a nossa vontade e é dessa forma que venho trabalhando no
meu mandato, desde o dia 15 de março de 2015, quando fui empossado. É dessa
forma, no meio de tantas figuras que estão nesta Casa há cinco, seis, sete
mandatos, e junto de queridos amigos novatos que entraram junto comigo, dia e
noite, noite e dia, dentro desta Casa, viajando o Estado inteiro, trabalhamos
muito para que possamos dar nossa contribuição da melhor forma possível. Foram
três anos trabalhando assim, e tenho certeza de que será dessa forma este
último e derradeiro ano do nosso mandato. Tenho percebido que os colegas também
estão imbuídos dessa mesma linha de trabalho e de raciocínio, senão não
estariam aqui.
Gostaria de dizer que
nós defendemos um Governo que começou lá atrás, que começou em 2010. É um
legado de 24 anos praticamente que vamos completar agora do governo do PSDB,
mas, no meu caso, defendo o legado desde o final de 2010 e início de 2011, com
o governador Geraldo Alckmin e seu Governo de responsabilidade, de austeridade,
de responsabilidade com o dinheiro público, de responsabilidade com as pessoas
e com o funcionalismo.
Eu sou novo, completei
38 anos, mas as pessoas mais antigas falam que nós temos hoje a crise mais
longa e mais aprofundada da história do nosso País. No estado de São Paulo não
é diferente, principalmente para os municípios, que são o elo mais fraco dessa
corrente e sentem na ponta as dificuldades dessa crise econômica e financeira.
Dessa forma, com mãos
de ferro, sabendo fazer uma gestão firme, o nosso governador Geraldo Alckmin e
o Governo do Estado de São Paulo atravessou essa maior crise da história com
tranquilidade. Houve momentos de dificuldade, é claro, mas ele soube fazer a
sua travessia, e acho que esse é um dos pontos mais importantes do nosso
governador. Diferentemente de estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e
Rio de Janeiro, que não têm sequer condições de poder pagar o salário de seus
servidores em dia...
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sra.
Presidente, observo que não temos 24 deputados presentes em plenário. Solicito
regimentalmente uma verificação de presença.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - O
pedido de V. Exa. é
regimental. Convido as nobres deputadas Marta Costa e Rita Passos para
auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- PARA QUESTÃO DE ORDEM - Nessa contagem, os deputados que manifestam presença
e depois saem do plenário são contabilizados?
A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - São contados como presentes.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Tenho
a impressão de que já cumprimos a exigência de 24 deputados.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Não
há 24 deputados presentes no plenário no momento.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - E
aqueles que já responderam? Não são contados? É nova exigência regimental? Eu
respondo “presente” e tenho que ficar aqui? Não posso sair do plenário?
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Pelo
Regimento, teriam que estar os 24 presentes no plenário. Quem respondeu e saiu
não está mais presente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sra.
Presidente, com o devido respeito, não é isso que aprendi em 28 anos como
deputado nesta Casa. Se o entendimento está sendo mudado, fico preocupado.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em
plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e
agradece a colaboração das nobres deputadas Rita Passos e Marta Costa.
Continua
com a palavra o nobre deputado Fernando Cury.
O
SR. CHICO SARDELLI - PV – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quero parabenizar V. Exa. pelo brilhante trabalho, ao
nosso grande prefeito de Botucatu, futuro secretário da Educação. Estaremos lá,
na quinta-feira, para prestigiá-lo. Não poderia haver uma escolha melhor e bem
sucedida, do nosso governador Márcio França que, há poucos dias, assumiu o
Governo, e tem feito um trabalho já diferenciado.
Só espero que a batalha
política que se desenha dentro do Parlamento, através de falas, de
considerações, não deixe se inebriar, as lideranças políticas, que terão suas
posições. Nós não podemos deixar que isso contamine
uma administração, com certeza, capaz, competente, transparente, de um homem
probo, que é o governador Márcio França. Não tenho dúvida nenhuma.
Quanto a todos aqueles
que estão na ânsia de ver a PEC 5 aprovada, nós também, desde o primeiro
momento estivemos juntos. Continuamos juntos nesse trabalho, em função de tudo
aquilo que efetivamente possa corrigir esses erros e desmandos do passado.
Era isso, deputado
Fernando Cury.
O
SR. FERNANDO CURY - PPS - Obrigado, deputado Chico. E para concluir, chegando praticamente no final do meu discurso,
quero aqui fazer coro às palavras do deputado Chico Sardelli
pedir e até implorar aos nossos pares desta Casa para que o clima de
estabilidade política e de boa condução dos trabalhos desta Casa possam continuar
nos próximos oito meses, até o término desse Governo, que não há dúvidas, no
meu entendimento, será o próximo Governo do Estado de São Paulo, a partir de
2019.
E por fim, destacar de
fato, a importância do dia de hoje, pois vocês todos esperam desde lá do ano
2003 quando tivemos a Emenda 41 editada, na época do nosso, então, presidente
Lula, e os estados todos tiveram os seus subtetos vinculados ao Tribunal de
Justiça.
São Paulo hoje tem o
menor subteto, junto com o estado do Espírito Santo. Esses são os dois únicos
estados da Federação que ainda possuem essa vinculação. Porém, Espírito Santo,
com uma capacidade financeira muito maior, e o estado de São Paulo tem hoje o
menor subteto.
Sabemos que no primeiro
ano não geraremos ônus nenhum, custo nenhum para o Governo do Estado. No
segundo ano, cerca de 300 milhões, saindo de 70 para 80 por cento da vinculação
aos desembargadores. No terceiro ano, aproximadamente de 500 a 600 milhões,
atingindo praticamente 90 por cento e no quarto e último ano, 800 milhões,
atingindo praticamente os 100 por cento.
Quero dizer que nós
tivemos aqui a aprovação do PL 25, que gerou a Lei nº 1320/18, o projeto dos
conformes, que na sua primeira atuação, até o final do ano, vai gerar para os
cofres públicos praticamente mais de um bilhão de reais para o Governo do
Estado. E neste projeto nós saímos de ter um fisco repressor, está aqui o nosso
querido deputado Vitor Sapienza, para um fisco
orientador, que vai melhorar a vida do contribuinte no estado de São Paulo.
Sendo assim, fui e sou
favorável a este projeto porque acredito que vamos ter um
novo modelo dentro da Secretaria da Fazenda trabalhando com vocês, e vocês se
dedicando, cada vez mais, para que o novo Governo, que se instala a partir de
agora, tenha uma nova musculatura, tenha uma nova cara através desse conceito
para que possamos defender o legado desse trabalho todo feito praticamente nos
últimos oito anos do Governo do PSDB, que nós defendemos aqui nesses
três anos de mandato e continuaremos defendendo nos próximos oito meses do
governador Márcio França.
Desejo sorte ao nosso
governador e que Deus o abençoe nessa sua trajetória, nessa sua caminhada. Boa
noite a todos. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas.
O
SR. GIL LANCASTER - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria
apenas de defender minha honra aqui quando o nobre deputado Carlos Giannazi, falou que todos os deputados que se inscreveram
são golpista.
Eu não sou golpista.
Todos sabem da minha honra, da minha honestidade, da minha transparência, do
meu trabalho nesta Casa e não deixaria de me defender aqui porque, hoje, pela
primeira vez, e mais de três anos nesta Casa, eu tenho a honra de trazer a
minha esposa para assistir esta sessão para prestigiar essa categoria e não deixaria, não eu, mas os colegas que se inscreveram, serem
chamados de golpistas.
Acho que o nobre
deputado se enganou, deve desculpas aos nobres deputados. O deputado Caio
França foi claro em dizer que o governador não é
contra essa categoria. Se o deputado Carlos Giannazi
olhasse no painel, veria que eu votei “sim”, e vários colegas do PSB votaram
“sim”. Portanto, nós não somos contra essa categoria.
Estou aqui pedindo essa
oportunidade para me defender. Eu não sou golpista, deputado Carlos Giannazi. Acho que V. Exa. se enganou. Respeito o seu trabalho, respeito muito o seu
tipo de trabalho nesta Casa e não vou deixar V. Exa. me chamar de golpista e nem aos colegas do PSB assim como
também de outros partidos desta Casa, porque eu não sou golpista. Muito
obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Tem
a palavra o nobre deputado Gil Lancaster.
O
SR. GIL LANCASTER - PSB - Para passar o meu tempo para o
deputado Carlos Cezar.
O SR. CAMPOS MACHADO
- PTB – PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, faço questão
absoluta de sair em defesa do deputado Gil Lancaster. Desde o primeiro momento
dele manifestou a sua posição favorável à PEC 5. Em nenhum momento ele recuou. Em
nenhum momento ele deixou de cumprir a sua palavra. (Manifestação nas
galerias.) Posso assegurar que o deputado Gil Lancaster é um homem de bem,
homem de caráter. E a senhora, dona Suzana, tenha orgulho de seu marido. Ele é
um homem de bem. Ele a ama profundamente, e não há palavra mais linda do mundo
de que a palavra amor. Tenha a certeza, dona Suzana, que o seu marido é um
homem que vai acompanhá-la pela vida toda, respeitando e defendendo a senhora.
E hoje ele apenas usou a palavra para defender a sua dignidade, e muito mais
para mostrar à senhora que ele é um homem de coragem, correto, de caráter, e
caráter de um homem é seu destino.
Parabéns,
dona Suzana, por ter um marido como o deputado Gil Lancaster, de quem tenho
orgulho de dizer que é meu amigo, e me atrevo a chamá-lo de meu irmão de fé.
Parabéns, dona Suzana. Que não seja essa a única vez que a senhora venha a esta
Casa, porque política sem mulheres - volto a repetir o que digo sempre - não
passa de um jardim sem flores e um céu sem estrelas. Que Deus proteja sua
família, dona Suzana. (Manifestação nas galerias.)
A SRA.
PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Cezar, para discutir contra.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sra.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, quero também me
somar às palavras do deputado Campos Machado com relação ao caráter, à honradez
do deputado Gil Lancaster, um servo de Deus, honrado, que veio a esta Casa
mostrar o que é seriedade, o que é ter palavra, o que é ter compromisso, o que
é ter gratidão. Então, parabéns a Vossa Excelência. Cumprimento sua esposa,
nossa querida Suzana; seja bem-vinda a esta Casa, e a todos que aqui estão.
Parabéns pelo marido, pela família linda que vocês têm, pela família bendita
que vocês têm. Que Deus os abençoe cada vez mais.
Quero
aqui me colocar mais uma vez. Falando sobre a honradez do deputado Gil
Lancaster, lembro bem as palavras do nosso governador Márcio França, que no seu
discurso de posse se referiu ao ex-governador Geraldo Alckmin, dizendo que no
seu dicionário a única palavra que vem antes da palavra lealdade é a palavra
gratidão. Lealdade é algo que temos que ter impregnada na nossa alma, ser leal
aos nossos princípios, a nossa família, às pessoas que nos confiaram voto, aos
amigos, aos companheiros, mas a gratidão também é fundamental.
Passamos
esses últimos anos sendo base do governo, ajudando nos
mais diversos projetos, ficando aqui até uma, duas horas da manhã, sempre
discutindo matérias importantes. Aí, servíamos para ser base, mas na hora em
que assumimos o governo, esse governo de continuidade de alguém leal ao
governador Geraldo Alckmin, alguém que o próprio governador apoia, não servimos
mais. Gratidão, esquece. O que foi feito, esquece. Aí
se esquece de tudo. É triste isso, é triste a falta de reconhecimento.
Já
foi dito aqui, que o governador Márcio França, em seu primeiro ato oficial
tomou uma atitude que não precisaria fazer, não era sua obrigação. Todo
governador deixa as despesas desta Casa para que o presidente sancione, mas
havia aumento de salário dos servidores da Casa, para o qual não havia passado
o prazo, e o presidente da Casa não havia chamado para que ele sancionasse.
Ficamos até as 11 horas da noite do último dia do
prazo, pedindo para que ele assinasse, porque entendíamos a necessidade dos
funcionários da Casa, que não tinham nada a ver com isso. E o governador, com a
sensibilidade de sempre, sancionou em seu primeiro ato. Não tinha como a
publicação ser no dia anterior, só poderia ser no próximo dia. Aí temos outra
questão jurídica sobre a qual não vou entrar aqui no debate, mas o que me traz
a esta Casa é a seriedade deste momento em que estamos vivendo, da discussão dessa PEC, que eu fui desafiado pelo deputado João Rillo, que, aliás, não está mais aqui. Sra.
Presidente, antes de continuar, observo que estão faltando alguns deputados do
PSOL aqui, que não tem 24 deputados na Casa.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - O
pedido de V. Exa. é regimental.
Convido os nobres deputados João Caramez e Marta
Costa para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM
- Os nomes da lista correspondem aos nomes do plenário? Eu gostaria depois que
trocassem os nomes da lista, que os nomes do plenário que nós colocamos, a bancada do PT... O que foi cantado foi outro. A
bancada do PT pediu que o nome parlamentar dela tivesse o nome “Lula”. O que
está sendo cantado é outro.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em
plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e
agradece a colaboração dos nobres deputados João Caramez
e Marta Costa.
Continua com a palavra
o nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sra.
Presidente, apenas para confirmar, foi me pedido aqui que falasse um pouco
tecnicamente. Eu quero mais uma vez trazer à memória dos Srs. Parlamentares que
nós estamos tratando da questão do subteto, do teto remuneratório das
categorias importantes que servem ao nosso estado.
Diz a lei eleitoral, o
Art. 73, inciso VIII, a respeito das condutas vedadas aos agentes públicos em
campanhas eleitorais: “são proibidas aos agentes públicos, servidores ou não,
as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre
candidatos nos pleitos”. O caput do Art. 73 fala que são vedadas essas ações
entre os candidatos nos pleitos eleitorais. No inciso VIII ele afirma de forma
expressa...
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sra.
Presidente, com anuência do orador eu queria levantar uma questão de ordem que
acho muito importante para a Casa. Estou
verificando que o plenário... Eu sempre conheci o deputado Alencar...
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Peço que segure meu tempo, por
favor.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Questão de ordem não dá para segurar tempo.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Questão de ordem não está contando
tempo.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Então V. Exa.
questione o Regimento Interno.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Questão de ordem tem que segurar o
tempo. Vossa Excelência está com uma dúvida regimental.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Não é por mais três, quatro
minutos que nós vamos criar um caso uma hora dessas. Sra.
Presidente, eu verifico que o meu amigo, deputado Alencar Santana, passou a
usar o nome de Alencar Lula Santana e eu vejo Ana Lula do Carmo, Beth Lula Sahão, Carlos Neder Lula, Enio Tatto Lula. Quando é que o Sr.
Presidente definiu? Eu quero questionar essa decisão do Sr.
Presidente. Deputado Caruso, como é possível? Ele deferiu quando?
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - A
questão de ordem será levada ao presidente efetivo da Casa.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Estamos invertendo tudo aqui. Como
é possível? Defendo que: prisão só depois de transitada em julgado a sentença.
Por isso, sou favorável que se dê ao Lula o direito de se defende em liberdade.
Isso é constitucional. Mas colocar o nome de Lula nos deputados? Acho que
estamos passando dos limites.
Isso
é regimental? Posso pôr meu nome “Campos Machado Neymar”?
Se eu puder pôr “Campos Machado Neymar”, “Roque
Barbiere Moro”, “Jorge Caruso Scafi” - não é
possível, Sra. Presidente - “João Paulo Rillo Mofarrej”, “Fidel Castro”.
Sra.
Presidente, questiono isso porque acho...
A SRA.
PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Essa Questão de
Ordem será levada ao presidente efetivo. Tem um orador na tribuna.
O SR, ALENCAR LULA SANANA - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, da mesma maneira que ele fez Questão de Ordem,
eu também posso. Ou tem diferença de partido? Qual é o nome do deputado Ed
Thomas? Do deputado Gil Lancaster? Do deputado Campos Machado? Do deputado
Pedro Kaká? Do Coronel Telhada? Do Delegado Olim? Do
Davi Zaia? E tantos outros! Portanto, deputado
Campos, o nome parlamentar é uma escolha! Assim como os outros têm direito, nós
também temos.
A SRA.
PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Devolvo a palavra ao
deputado Carlos Cezar.
O SR. GIL LANCASTER - PSB
- Foi citado o meu nome. Eu gostaria de dizer ao nobre deputado que o meu nome
original é Gil Lancaster mesmo, só para esclarecer a dúvida.
A SRA.
PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Devolvo a palavra ao
deputado Carlos Cezar que está na tribuna.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB
- Sra. Presidente, voltando a falar da questão que foi
indagada pelo deputado João Paulo Rillo, que o
observo aqui. Tecnicamente, deputado João Paulo Rillo,
essa PEC, que trata do subteto do estado de São Paulo... Diz a Lei Eleitoral
que é vedado aos agentes públicos...
Em
ano eleitoral, existem algumas condutas que são vedadas. Entre elas, o inciso
VIII do Art. 73 diz: “fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da
remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu
poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo
estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.” É isso o que
fala. Agora vamos entender o que está dizendo o texto da lei.
O
texto da lei diz de forma clara “revisão geral de remuneração”. É bom deixarmos
claro que o caráter geral dessa lei afeta todo o funcionalismo público,
indistintamente. Então é de caráter geral. A regra aproveita a todos e, é
claro, supera a perda inflacionária do período de janeiro a abril de 2018, que
seria o período aceitável para a concessão de reajuste remuneratório. Além do
que, o beneficio virá antes da pose dos deputados, como diz a Lei Eleitoral
“até a posse dos eleitos”. Esse benefício virá.
Alguns
vão dizer assim: “Teto não é reajuste.” É verdade, teto não é reajuste. Mas é
beneficio pecuniário. Tanto isso é verdade, que os servidores estão lutando, é
uma conquista que se espera ter. Muitos estão dizendo: “Apesar de ser um
beneficio pecuniário, mas ele só virá daqui a 12 meses.” (Manifestação nas
galerias.)
É
verdade, só virá daqui a 12 meses. Mas a mera percepção já é um benefício. É
como se falasse assim: “Vou receber. Tenho um direito, um dinheiro para
receber, mas daqui a 12 meses.” Esse dinheiro, se descapitalizar
ele, os juros e o caramba, já pode ter ele à vista. Quer dizer, isso, no mundo
jurídico, estou afirmando, é a dúvida que eu tenho, e tenho o direito de ter.
Essa é a dúvida, porque estamos vivendo um período eleitoral.
Alguém
colocou que eu deveria elencar essa questão jurídica. Estou elencando o meu
pensamento, a questão que tenho, juridicamente. Tem também uma questão que fala
assim: A vedação inscrita no inciso VIII do Art. 73 da Lei 9.504, de 1997 - ou
seja, a Lei Eleitoral - restringe a revisão geral de perda do poder aquisitivo
dos servidores públicos ao longo do ano eleitoral, além desse valor até a posse
dos eleitos. Ou seja, a aprovação por via legislativa de proposta de
reestruturação de carreiras de servidores não se confunde com revisão geral de
remuneração.
Portanto, não encontra
neste projeto amparo legal para aprovação. Esse é o entendimento de alguns
pareceres que eu tenho aqui e que podem ajudar a elucidar essa situação.
Não estou afirmando, e
já disse isso ao nobre deputado Campos Machado no Colégio de Líderes, que no
Direito nem sempre dois mais dois são quatro. Não estou dizendo que isso aqui é
cláusula inacabável.
Pelo contrário, é por
esse motivo que estamos discutindo isso. Estou mostrando, expondo, quais são
alguns dos pontos que a mim ainda gera certa dúvida que precisa ser esclarecida.
Quero ter a consciência tranquila de que não estou incorrendo numa prática
eleitoral - o que, para nós, é vedado neste momento. Isso pode ser encarado
incorretamente, já que somos agentes públicos.
Eu não afirmo que isso
será encarado incorretamente; afirmo que há uma possibilidade e que existe uma
visão.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Caro amigo, irmão, deputado Carlos Cezar.
Nós recebemos hoje no
Colégio de Líderes o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele disse
que há uma diferença entre princípios do Direito e princípios de direito.
Quero dizer a V. Exa. que se temos interpretações
jurídicas diferentes neste caso, se a Assembleia Legislativa, em primeiro
turno, optou por ter mais de 60 votos, e o meu amigo governador Márcio França
entender que é inconstitucional e que é ilegal, sabe o que deve fazer o Sr.
Governador?
Entrar com uma Adin. É o Judiciário que vai decidir quem está correto: os
que estão defendendo a PEC nº 05 ou os que se colocam contra, em razão de uma
possibilidade remotíssima, que não existe, de eventual infringência
da lei eleitoral.
Se for o caso, está lá
o Judiciário. Existe para quê? Para responder pendências jurídicas. Dessa
maneira, digo a Vossa Excelência: eu respeitarei a decisão do Judiciário. Eu,
como advogado militante por anos e anos, nunca disse aqui que era advogado, se
tinha conceito, se não tinha conceito, escritório. Não importa isso. Aqui, nós
somos todos deputados. Não quero me posicionar como advogado.
Quero dizer que neste
caso não há nenhuma infringência à lei eleitoral,
deputado Caruso. Vossa Excelência acaba de dizer que refere a durante o ano de
2018. Vamos discutir o que agora, deputado Chico Sardelli?
Vossa Excelência tem todo o direito, como V. Exa. me disse no Colégio de Líderes, de ter o seu entendimento.
Eu o respeito
inteiramente. Só que nós temos posições diferentes, estamos a caminho de
aprovar a PEC - porque o primeiro grande passo já foi dado. Deixemos ao
Judiciário a tarefa de dizer se é legal ou ilegal, constitucional ou
inconstitucional, se afronta a lei eleitoral ou não.
Deputado Carlos Cezar,
V. Exa. está cumprindo o seu
papel como Líder do Governo.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Agradeço a Vossa Excelência. Eu
fui indagado dos meus posicionamentos. Tecnicamente é isso. Sempre defendi a
PEC 05, sou signatário dela, não acho que ela não mereça ser votada no momento
oportuno. Apenas entendo que estamos vivendo um momento eleitoral.
No momento em que o
governador Geraldo Alckmin ainda estava no comando, por diversas vezes nesta
Casa fizemos várias ações e eu não vi nenhum deputado - ou vi pouquíssimos
deputados - defenderem a PEC 05.
Acho a PEC importante,
mas este não é o momento em que devemos votá-la. O governador Márcio França
está assumindo este estado agora, um estado importante da federação, o estado
mais rico da Federação, com a incumbência de avançar mais ainda, sobretudo em
pontos importantes, como os servidores públicos no estado. Eles são servidores
importantes.
Sra.
Presidente, quero destacar os fiscais de renda, que são meus amigos. Tenho
amigos em Sorocaba, como o Ulysses, o Xilion e o
Rodrigo Espada. Há muito tempo tenho conversado com eles. Temos a Desirée, do Sindicato. Já citei o caso dos servidores
públicos da Casa. Isso não nos impede de mostrar o nosso ponto de vista e o
nosso posicionamento. Neste momento, não achamos que tenha que ser feito dessa
forma, cumprindo um interesse muito mais político do que de atender a uma
categoria importante.
Para que São Paulo seja este Estado
pujante e vencedor, é preciso ter funcionários bem remunerados, sejam eles os
fiscais da Fazenda, coronéis, policiais militares, professores - que estão nas
escolas sofrendo, muitas vezes, eles estão sofrendo
com os alunos -, ou os médicos, que estão dando plantões de mais de 20 horas
por dia para terem um salário digno. Ou seja, toda a categoria dos servidores
públicos merece o nosso respeito.
No entanto, precisamos
encontrar os caminhos certos e os meios corretos. Não entendo que este momento
seja o mais adequado. Se o estado de São Paulo tem a arrecadação que tem e consegue
fazer investimentos, é porque tem uma Fazenda que funciona e cumpre o seu
papel, que faz a porta de entrada. Votamos o projeto que faz parte do Programa
nos Conformes, que é importante, que gera mais arrecadação e utiliza muito o
trabalho desses servidores.
Nós reconhecemos isso.
Reconhecemos aquilo que foi acordado, inclusive, com o sindicato, com a
associação dos fiscais da Fazenda e com as outras entidades que participaram. A
questão foi vetada não pelo governador atual, mas pelo ex-governador Geraldo
Alckmin. Hoje, no Colégio de Líderes, nós acordamos sim que poderia ser
derrubada. Depois, infelizmente, no Colégio de Líderes, todos os acordos caíram
por terra, porque fomos tomados de forma açodada.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Para
discutir a favor, tem a palavra o nobre deputado Davi Zaia.
O
SR. CARLOS CEZAR
- PSB - Sra. Presidente, havendo
acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a
suspensão dos trabalhos por dois minutos.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, tendo
havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre
deputado Carlos Cezar
e suspende a sessão por dois minutos.
Está suspensa a sessão.
* * *
- Suspensa às 22 horas
e 47 minutos, a sessão é reaberta às 22 horas e 50 minutos, sob a Presidência
da Sra. Maria Lúcia Amary.
* * *
O SR. CARLOS CEZAR - PSB – PARA
COMUNICAÇÃO - Sra.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, dado por
uma hora e 44 minutos de discussão, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sra.
Presidente. Quanto fica discutido então?
A SRA.
PRESIDENTE – MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Uma hora e 44 minutos.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sra. Presidente, só para eu compreender. Eu entendi que é uma hora e meia,
mais uma hora e 44 minutos. É uma hora e meia somada
com uma hora e 44 minutos? Não?
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Uma
hora e 44 minutos é o total discutido. Correto?
Boa
noite, Sra. Presidente.
A SRA.
PRESIDENTE – MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta
Presidência vai levantar a sessão, ficando preservado o tempo remanescente.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 22 horas e 51 minutos.
* * *