08 DE
MAIO DE 2018
019ª
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
Secretaria: WELLINGTON MOURA e GILMAR GIMENES
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Convoca uma segunda
sessão extraordinária para hoje, a ser realizada dez
minutos após o término da presente sessão.
2 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, indaga acerca dos
trabalhos da presente sessão.
3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Presta esclarecimentos ao deputado
Carlos Cezar.
4 - CARLOS CEZAR
Solicita verificação de presença.
5 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando constatado
quórum. Encerra a discussão e coloca em votação o PLC 25/17, vetado
parcialmente.
6 - CARLOS CEZAR
Encaminha a votação do PLC 25/17, em
nome do Governo.
7 - CARLOS CEZAR
Solicita verificação de presença.
8 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Constata,
visualmente, quórum regimental.
9 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do PLC 25/17, em
nome do PTB.
10 - DAVI ZAIA
Para comunicação, faz comentário
sobre as discussões do dia no Colégio de Líderes desta Casa e sobre a sessão
ordinária realizada anteriormente. Considera ser necessário chegar a um
entendimento entre as lideranças.
11 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Tece elogios ao posicionamento do
deputado Davi Zaia. Avalia que os trabalhos do dia
foram proveitosos. Diz que é preciso, nesta Casa, buscar sempre a convergência
entre as diversas bancadas.
12 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, faz questionamento
sobre os trabalhos previstos para esta semana.
13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Presta esclarecimentos ao deputado
Campos Machado.
14 - DAVI ZAIA
Para comunicação, afirma que os
trabalhos nesta Casa devem sempre ser pautados pelo diálogo. Discorre sobre
entendimento acerca do PLC 25/17.
15 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Concorda com o pronunciamento do
deputado Davi Zaia. Coloca em votação e declara
aprovado o PLC 25/17, e rejeitado o veto. Lembra a realização da próxima sessão
extraordinária, prevista para as 19 horas e 59 minutos de hoje. Encerra a
sessão.
* * *
-
Abre
a sessão o Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob
a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com
base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de
bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão
extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente
sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 20a sessão extraordinária foi publicada
no D.O. de 09/05/18.
* * *
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB – PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, estamos agora...
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Estamos na sessão extraordinária, discutindo o acordo feito no Colégio de
Líderes quanto à derrubada do veto do Projeto de lei Complementar no
25, de 2017.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Vossa Excelência acabou de convocar
uma sessão extraordinária?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Convocamos uma sessão extraordinária com pauta de projetos de deputados,
conforme o acordo feito por unanimidade dos líderes do Colégio de Líderes.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O pedido de V. Exa. é
regimental. Convido os nobres deputados Wellington Moura e Gilmar Gimenes para auxiliarem a Presidência na verificação de
presença ora requerida.
Apenas lembrando a todos
os deputados que tínhamos um acordo firmado no Colégio de Líderes, que
infelizmente não está sendo cumprido hoje.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, é possível V. Exa. colocar
os projetos de deputados primeiro?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não é possível. E V. Exa. não
pode mais retirar o pedido de verificação de presença.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em
plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e
agradece a colaboração dos nobres deputados Wellington Moura e Gilmar Gimenes.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, Proposição em Regime de Urgência.
Veto - Discussão e votação - Projeto de lei
Complementar nº 25, de 2017, (Autógrafo nº 32233), vetado parcialmente, de
autoria do Sr. Governador. Institui o Programa de
Estímulo à Conformidade Tributária - "Nos Conformes", define
princípios para o relacionamento entre os contribuintes e o Estado de São Paulo
e estabelece regras de conformidade tributária. Parecer nº 433, de 2018, da
Comissão de Justiça e Redação, favorável ao projeto. (Artigo 28, § 6º da
Constituição do Estado).
Em
discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em
votação.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela liderança do Governo.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para encaminhar a
votação pela liderança do Governo, tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, inicialmente, quero lamentar a
forma como estão sendo conduzidos os trabalhos desta Casa, uma forma, no
mínimo, truculenta. Mas temos que respeitar. Alguém já disse que “quem pode, manda, quem tem juízo, obedece”. Vamos respeitar, se é assim
que V. Exa. pretende jogar. Eu lamento muito. Não foi
nessa escola que fui criado.
Lamento
até a postura de um deputado por quem tenho muita consideração, o deputado Vaz
de Lima, que veio aqui querendo ofender, como se não pudéssemos nem fazer um
pedido. Eu estava, de forma muito educada, perguntando a V. Exa. se poderia requerer, se poderia fazer um pedido. Penso que o
direito de peticionar caiba a qualquer pessoa, a qualquer cidadão. Esse direito
não pode ser negado a ninguém. Mas, já que é dessa forma, vamos conduzir.
Quero
apenas dizer que, no Colégio de Líderes, tratamos que deveríamos hoje fazer a
discussão e o encaminhamento. Estávamos caminhando muito bem para uma emenda
aglutinativa ao projeto do Ipesp. É um projeto
importante para o Governo do Estado, um projeto que cuida das carreiras, que
cuida dos advogados. Eu também sou inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Tivemos uma manifestação extremamente importante do deputado Campos Machado a
respeito desse projeto. Sua Excelência é um lutador pela PEC 5. Ou seja, havia
várias tensões que estávamos tirando no Colégio de Líderes e aqui no plenário
da Casa. Infelizmente, fui tomado de surpresa quando já havia feito o pedido,
após três pedidos de prorrogação, e infelizmente foi dado o comando de
“rejeitado”, embora eu tivesse ouvido um comando para que os deputados que
fossem favoráveis permanecessem como se encontravam. Para mim, foi essa a
palavra. Vossa Excelência disse que ouvi errado, disse que o comando foi
dirigido aos deputados que fossem contrários. Porém, não vou ficar debatendo o
sexo dos anjos.
Quero
dizer que lamento que não tenhamos conseguido avançar em nenhum projeto. Penso
na discussão que estamos encaminhando neste momento, que é a discussão da
derrubada desse veto, à qual sou favorável.
Nós
fizemos um acordo nesta Casa e acordos devem ser cumpridos sempre, a todo o
momento. Não vou voltar atrás em meu posicionamento. No Colégio de Líderes, eu
já havia dito isso ao deputado Campos Machado, que foi quem costurou esse
acordo com várias entidades. Esse era o nosso posicionamento, de que esse veto
fosse derrubado. Não sou contra a derrubada do veto, pois não vou voltar atrás,
como muitos voltam.
Muitos
acham que não ter palavra é coisa normal, que alianças podem ser quebradas de
forma fácil e que aquilo que prometem não precisa ser cumprido. Há pessoas que
chegam a dizer que, em um casamento, as pessoas fazem juras de amor no altar e
depois mudam de ideia. Isso é verdade, podem até mudar. Mas mudam depois de um
trauma, sabendo que aquela folha nunca mais será a mesma, que os filhos terão
problemas sérios. Um rompimento é sempre algo traumático. Mas há pessoas que
acham que não ter palavra é a coisa mais comum do mundo. Não sou desses. Minha
escola, minha formação é de alguém que deve honrar a palavra, de alguém que
cumpre aquilo que promete. Lamento que, na política, hoje tão desacreditada,
nós tenhamos que viver papéis como esse, papéis de
pessoas que só fazem que a política, cada vez mais, seja feita com “p"
minúsculo, e não com “p" maiúsculo, de quem quer servir às pessoas, de
quem quer servir à sociedade, de quem quer fazer o bem às pessoas, e não o bem
a si mesmo. Há pessoas que estão preocupadas em si mesmas.
Conta a história de Dionísio, que era um tirano, que alguém um dia
queria assumir o seu lugar. Aquele rei tirano disse: “pode vir no meu lugar,
mas você ficará com uma espada no seu pescoço, amarrada com um fio de crina de
cavalo, e essa espada estará sobre a sua cabeça”. E quando a espada estava
sobre a cabeça, ele desistiu de assumir aquele posicionamento.
Muitas vezes, nós não
sabemos as posições que enfrentamos na vida, os lugares. Nós temos que saber
que em todo posicionamento nosso, em toda ação nossa, quem nos conduziu aqui,
quem paga nosso salário é a população, que espera que nós possamos honrá-la.
A espada, que hoje está
sobre nossa cabeça, é a espada daqueles que conhecem o nosso trabalho e sabem
se estamos produzindo, ou não, se estamos fazendo políticas propositivas, que
possam levar resultado às pessoas, ou não, ou se estamos fazendo política
pensando só em coisas pequenas.
Lamento que a imensa
maioria faça esse tipo de política, faça essa política pensando só em si mesmo.
E aí cai no descrédito, porque crédito é uma coisa que você tem, e quando você
a perde, é difícil recuperar. As pessoas podem até
passar por situações difíceis na vida, por situações extremas. Quando ela passa
por um momento difícil, mas ela tem caráter, e ela tem palavra, as pessoas
sabem da capacidade dessa pessoa, sabem que ela pode ir mais longe.
Duro é quando alguém
cai no descrédito. Embora muitas pessoas achem que podem zombar da população,
tenho a certeza de que o povo sabe enxergar. As pessoas sabem enxergar aqueles
que são corretos, aqueles que falam com o coração, e aqueles que sabem honrar a
sua palavra. A palavra dita nunca mais volta. A palavra que sai nunca mais
ocupará o seu lugar. Há muitas pessoas que não sabem do poder da palavra. E eu
lamento isso.
Lamento, que aqui na
Casa também há seguidores desse tipo de pensamento. Lamento que na Casa há pessoas que só pensam no seu quintal. E mede o quintal
dos outros pelo seu. Mede-se o quintal do vizinho, pela sujeira que existe no
dele. Mede-se com a régua que ele usa. Com a régua que usa para ele, ele também
mede as outras pessoas.
Temos que aprender a
medir as pessoas da forma correta, com lealdade, jogando o jogo de uma forma
sincera, respeitosa. Acho que faz parte de tudo aquilo que nós sentimos. Todos
podem se irar, indignar-se.
Eu confesso que estou
indignado nesta noite. Estou indignado nesse encaminhamento, não tenho nada
contra, mas não combinamos isso. O pedido do governo, e esse
projeto estava acoplado a um projeto do governo, era que nós votássemos
o Ipesp.
Lamento que, de forma
truculenta, abrupta, fomos atropelados. Mas amanhã é um outro
dia, e vamos continuar lutando aqui, bravamente. Não desistiremos. Somos
brasileiros e não desistimos nunca. Penso que os servidores públicos,
principalmente os fiscais de renda, que é de onde entra a maior parte da
riqueza do estado de São Paulo, merecem ser recompensados nesse acordo que foi
tratado lá atrás. Não merecem pagar o preço, por não haver sessão, por não
termos deputados na Casa.
Por esse motivo, eu
continuo sendo favorável. Não sou contra esse projeto. Não sou contra a
derrubada desse veto, mas lamento que os acordos aqui não são
cumpridos; eu lamento realmente.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Deputado Campos Machado, ainda
falta um minuto para encerrar o meu tempo de encaminhamento, mas percebo que
não temos 24 deputados no plenário desta Casa. Por isso, solicito, mais uma
vez, uma verificação de presença Sr. Presidente
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O
pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres
deputados Ed Thomas e Afonso Lobato para auxiliarem a Presidência na
verificação de presença ora requerida.
Esta Presidência
constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em plenário,
pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e agradece a
colaboração dos nobres deputados Ed Thomas e Afonso Lobato
Continua com a palavra
o nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - O deputado Marco Vinholi voltou.
Obrigado, deputado Marco Vinholi, eu estava sentido
falta de V. Exa. aqui na Casa. Vossa Excelência faz
falta. Eu tinha observado que V. Exa. tinha saído do
plenário.
Mas Sr.
Presidente, apenas para manifestar mais uma vez a minha indignação, o meu repúdio
completo à atitude de V. Exa. na noite de hoje, uma
atitude que eu não esperava, mas estou me acostumando com esse tipo de atitude
baixa, leviana e truculenta. Apenas isso, Sr.
Presidente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Sr. Presidente, para encaminhar pela liderança do PTB.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Tem a palavra para encaminhar pela liderança do PTB, o nobre deputado Campos
Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, meu amigo deputado João Paulo Rillo, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nobre deputado Rogério Nogueira, meu amigo deputado André, deputado
Milton Leite Filho, deputados pelos quais tenho profunda admiração, grande
respeito e posso afirmar, de maneira taxativa, são parlamentares de altíssimo
quilate, parlamentares de primeira grandeza, que honram a maior Assembleia
Legislativa da América Latina. Mas deputado João Paulo Rillo, esta manhã
acordei pensando “será que hoje, efetivamente, é inimigo do ontem? O que é que
diferencia o hoje do ontem? A decepção”. Ontem eu dormi acreditando que hoje eu
veria a PEC pautada e aprovada. Constatou-se, então, João Paulo Rillo, que hoje
é inimigo do ontem. Mas o hoje é amigo do amanhã. Amanhã estarei novamente
nesta Casa pleiteando, rogando, pedindo em nome de milhares de pessoas, meu
caro deputado Carlos Bezerra Jr., pedindo em nome de milhares de pessoas que se
faça justiça; só me interessa a justiça. E por falar em justiça, nobre
presidente deputado Cauê Macris, eu havia dito e não sei por que voltei atrás.
Não sei quais foram as ponderações de V. Exa. que me convenceram a voltar atrás. Eu havia dito a V. Exa. e ao Colégio de Líderes que só ia votar o 25 se ele
estivesse caminhando juntamente com a PEC 05. O que é que me fez voltar atrás,
deputado Carlos Cezar? A esperança. A esperança, deputado Carlos Bezerra Jr.
Sr.
Presidente, V. Exa. quer me responder, por gentileza,
as questões que estou colocando a Vossa Excelência? Mas eu estou dizendo a V.
Exa. que porque razão eu voltei atrás, acatando os
pedidos de V. Exa., acreditando, como acredito em V. Exa., como acreditei desde o primeiro dia que V. Exa. lançou sua campanha a
presidente e ninguém acreditava. Eu acreditei.
Mas
o que eu imaginava? Que o PL 25 marchasse ao lado da PEC 5, não fossem separados. Aí vejo hoje que me encontro neste
plenário votando o PL 25. Não ouvi os termos do acordo do Colégio de Líderes,
mas me asseguraram as lideranças que lá estavam que havia sido feito um acordo,
e eu cumpro acordo. Sempre digo aqui que palavra dada, meus amigos, minhas
amigas, como diz o deputado Rafael Silva, é flecha lançada, não volta mais. Eu
deveria ter perguntado a mim mesmo o que o deputado Cauê Macris falou para me
convencer a votar o PL 25, o que ele me disse? Nada. E eu, deputada Leci
Brandão, me vi obrigado a dar a palavra ao deputado Cauê Macris que iria votar
o PL 25, tinha me esquecido que esse projeto caminharia junto com a PEC 5.
E,
deputado Cauê Macris, cumpro o que falo, não importam
as consequências. Hoje eu estava aqui nesta tribuna para defender um homem que
não está sendo defendido como deveria, o ex-governador
Geraldo Alckmin. Sou do PSDB? Não, mas ele é meu amigo, eu tenho lado. Como diz
o deputado, meu amigo, Enio Tatto, de maneira irônica, Campos Machado Alckmin.
Mas ele não fala por maldade. Ele sabe dos anos que estou aqui que eu nunca
descumpri uma palavra, e nunca mudei de lado. Hoje eu fui convencido pelo
deputado Cauê Macris, presidente da Casa, a votar o PL 25.
Mas,
presidente Cauê Macris,
sinto-me feliz, chateado com ontem e esperançoso no amanhã de que,
deputado Vaz de Lima, V. Exa. que
tanto tem caminhado ao lado da PEC 5, ajude, faça mais do que V. Exa. já fez; transformou-se em
questão de honra, deputado. Há coisas que vão além da nossa vontade, além da
nossa condição humana. São coisas que nos magoam, acompanham-nos a vida toda se
recuarmos. Vai chegar um dia em que V. Exa. vai perguntar a si mesmo: “por que não me fiz presente
naquele mês de maio de 2018, por que não insisti com os deputados daquela Casa,
por que não recorri aos 65 votos de deputados que não vão voltar mais atrás,
acrescido de votos, como o do deputado Milton Leite Filho, que se encontrava lá
pranteando o seu tio, que Deus chamou antes da hora?”
Deputado
Vaz de Lima, vamos fazer uma corrente. A deputada Leci Brandão, com toda a
humildade que a caracteriza, uma das maiores cantoras brasileiras, ícones do
samba, de uma simplicidade atroz, de uma humildade que não tem tamanho, ela
veio falar comigo: “Desculpe”, como ela me chama, “deputado Campos, não pude
estar aqui na última votação, mas hoje estou aqui e quero dizer que vou votar ‘sim’,
porque assinei e falei todas as vezes que fui convocada”. Por isso, deputado
Enio Tatto, V. Exa. que tem mania de perseguir o governador, o meu amigo sim,
meu irmãozão, olhe como eu assumo posição... Não vi
ninguém do PSDB vir aqui ainda aqui para assumir isso não. Até questionei o meu
amigo, meu irmão, Barros Munhoz. Ele foi líder do Governo, tem que estar aqui.
Eu estou aqui defendendo o Geraldo Alckmin e vou fazê-lo até o fim.
Não há hipótese de eu
deixar de defender o ex-governador Geraldo Alckmin. Não importa se os tucanos
gostem ou não gostem, o que eu sinto hoje é uma briga
de tucanos e socialistas aqui na Casa e as nuvens anunciam que teremos tempos
sombrios nesta Casa. Enquanto isso, quem padece? Os injustiçados da PEC 5.
Enquanto os tucanos e socialistas se agridem aqui em plenário, tomam posições
adversas, contrárias, nós temos que assistir a este racha, a esta disputa e a esse
combate.
Mas quero convidá-lo,
deputado Enio Tatto, com todo o seu ódio ao Geraldo -
V. Exa. destila ódio ao
Geraldo Alckmin -, que V. Exa. nos
ajude aqui a fazer justiça. Queria pedir que tucanos e socialistas se dessem as
mãos. Olhe que beleza seria se socialistas e tucanos se dessem as mãos nesta
noite para aprovarem a PEC 5, que não é nem do governo Geraldo Alckmin e nem do
governo Márcio França, é desta Casa.
É esta Casa que passa a
exigir a votação desta PEC. Deputado Enio Tatto, V. Exa. foi muito injusto comigo
hoje. Eu passei um ano e meio dizendo que o Geraldo Alckmin mandava no Palácio
do Governo e não aqui. Sr. Presidente, eu vou descer
da tribuna angustiado, mas esperançoso, sabendo que ontem foi maravilhoso a
mim, hoje, foi triste, mas amanhã eu tenho certeza absoluta que vai ser mais
alegre do que hoje, porque nós teremos justiça a ser feita aos homens e
mulheres que acreditam na aprovação da PEC 5.
O
SR. DAVI ZAIA - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, para registrar que hoje eu não participei do Colégio de Líderes
porque o líder do PPS é o deputado Roberto Morais. Não participei da
totalidade, mas participei de uma boa parte do Colégio de Líderes e acho que
com todas as divergências, opiniões que temos,
projetos que demandam encaminhamento nesta Casa, nós tivemos um Colégio de
Líderes muito proveitoso, conduzido por V. Exa., como
sempre, com a participação dos líderes, com a participação do líder do Governo,
discutindo não só os projetos mais gerais que são de interesse tanto do governo
como desta Casa, mas também discutindo a lista de projetos de deputados.
Sempre uma tarefa muito
difícil, V. Exa. sabe disso.
Os projetos de deputados demandam que cada partido possa se manifestar sobre
todos eles e tivemos lá um bom entendimento do meu ponto de vista, porque
conseguimos fechar o acordo da votação do veto ao PL 25, um projeto que já foi
votado nesta Casa depois de uma ampla discussão. Tivemos também acordo em
relação a projetos de deputados e tivemos a nossa sessão ordinária, que transcorreu
normalmente e na qual o líder do Governo, exercendo a sua função, tinha o
desejo - colocou no Colégio de Líderes - de que se votasse um projeto de
interesse do governo, o projeto que trata do Ipesp, que não teve acordo.
Mas já tivemos várias
vezes essa atuação do líder do Governo, mesmo sem acordo, insistindo na votação
de um projeto que o governo considera importante. Aliás, não só o governo
porque, no Colégio de Líderes, outros líderes que têm interesse no projeto
manifestaram a importância. Quer dizer, é um projeto importante para o estado
de São Paulo, que é o projeto que trata do Ipesp. Acho que devemos fazer um
esforço para caminhar.
Foi extremamente ruim o
fato que nós tivemos. Tendo havido solicitação da prorrogação da sessão, isso
não foi colocado em votação. É praxe colocar-se, embora seja uma prerrogativa
do presidente conduzir. Tudo isso são pequenas coisas que vão gerando um clima
que não nos ajuda.
Quero fazer um apelo.
Tenho conversado com os diversos líderes. Vamos poder votar, agora, o PL 25, o
veto. Vamos poder votar os projetos dos deputados. Vamos fazer o Congresso de
Comissões. Que possamos ter um trabalho com a harmonia necessária para conduzir
bem aquilo que temos conversado, para dar sequência a esse Colégio de Líderes
que foi tão proveitoso.
Registro a atuação
importante de V. Exa. como presidente. O líder do
Governo tem trabalhado firme para defender as posições do governo, o que é
extremamente legítimo. Tenho certeza que, dentro desse processo democrático,
vamos poder caminhar bem. É o registro em função do que aconteceu hoje e do
resultado do Colégio de Líderes, que foi muito bem conduzido por V. Exa. e com uma boa atuação do nosso líder do Governo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputado Davi Zaia, permita-me fazer um elogio à
posição de Vossa Excelência. Acho que V. Exa. está com
total razão. O papel deste presidente é conseguir buscar as convergências da
Casa.
Esta é uma Casa plural,
que tem diversos entendimentos, que, muitas vezes, são contraditórios. Mas
hoje, em que pese o Colégio de Líderes carregado em relação à pauta, considero
que o Colégio de Líderes foi extremamente proveitoso.
Tivemos e buscamos
diversas convergências que vão resultar em um proveitoso trabalho hoje, amanhã
e quinta-feira. Acho que essa é a convergência inicial. Infelizmente, existe um
projeto de interesse do governo que não tem convergência. Esse projeto tem
discordâncias por várias bancadas, não é uma bancada só. Não tem convergência.
Inclusive, dentro dessa
proposta, houve um acordo firmado no Colégio: o deputado Giannazi faria uma
reunião com um grupo que discutiria esse projeto e o deputado Giannazi não
avançou nessa conversa. Existe outra solicitação do PT, que é contra o projeto
e tem emendas que quer discutir. Então, é um dia a cada dia. O fato de não
darmos o comando de “rejeitado” - e coloquei, sim, em votação esse processo - é
única e exclusivamente buscando as pautas de convergência da Casa.
Estamos fazendo esse
trabalho em uma linha harmônica. Esse Projeto 25 foi um excelente trabalho
feito pelo então líder do Governo, deputado Barros Munhoz, que buscou a
convergência dessa emenda aglutinativa, que toda a Casa votou e aprovou por
unanimidade. O Colégio de Líderes é unânime em relação à aprovação desse
projeto. E os projetos da Casa, os projetos de deputados, que têm convergência
também, ninguém tem nada contra os projetos.
Este presidente está
buscando a harmonia. Essa é a harmonia que queremos. Essa é a harmonia que
vamos trabalhar. Claro, essa harmonia em relação a outros entendimentos depende
de diálogo. Acho que aqui é uma casa de diálogo. O deputado Campos foi muito
brilhante na sua colocação em relação às outras demandas que temos em relação a
outros projetos. Vamos sempre buscar o diálogo e o entendimento.
Esta pauta de hoje é
uma pauta de diálogo e convergência, e é uma pauta de união do trabalho
legislativo.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
– PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, se eu bem ouvi, V. Exa.
referiu-se a que teremos pautas definidas para quarta
e quinta-feira.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Os projetos de deputados que nós acertamos hoje e que foram deliberados por
unanimidade de todos os líderes; apenas esses que têm convergência.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- E quinta-feira também?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É.
Como nós temos projeto para Congresso de Comissões, a ideia é fazermos esta
pauta que foi definida no Colégio uma parte na quarta e uma parte na
quinta-feira, como são muitos projetos.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- E teremos, porventura, algum Colégio de Líderes em que se possa discutir e
programar temas outros?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não,
deputado Campos. Nós temos, ainda, o estabelecimento desta pauta. São, se não me engano, quase 20 projetos que foram
deliberados pelo Colégio de Líderes.
É uma pauta bem extensa
que nós temos para deliberar ao longo da semana. A proposta é dividirmos os
trabalhos entre terça, quarta e quinta-feira, e fazer essas deliberações nesses
dias.
Terça-feira da semana
que vem, um novo Colégio de Líderes para, aí sim,
conseguirmos estabelecer uma nova pauta convergente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Mas, nesta quarta e quinta-feira nós teremos condições de continuar
dialogando sobre a possibilidade de verificarmos outras situações, outras
condições.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Campos, esta é uma Casa de diálogo; o que nós mais fazemos aqui é dialogar.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Indago se, porventura, V. Exa. estará
amanhã aqui, pois gostaria de marcar uma audiência com V. Exa.
para dialogar francamente sobre os altíssimos
interesses desta Casa e do Estado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não
precisa marcar audiência comigo, deputado Campos. Eu estou na Casa o dia
inteiro hoje, amanhã e quinta-feira, no horário que V. Exa.
julgar conveniente, apenas vá à minha sala, pois será
um prazer recebê-lo. Como sempre, nós sempre dialogamos.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Quero cumprimentá-lo pela sua decisão, que vem sendo tomada há vários meses,
há anos, de sempre dialogar. Amanhã eu gostaria de dialogar com V. Exa. sem armas, sem pré-condições,
pensando unicamente na história desta Casa e deste estado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Perfeito, deputado Campos.
O
SR. DAVI ZAIA - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - De fato, esse é o
espírito que presidiu o Colégio de Líderes. Da mesma forma que o deputado
Barros Munhoz, enquanto líder do Governo, teve um trabalho relevante, que foi
construir uma proposta aglutinativa do 25.
Mesmo com esse trabalho
do deputado Barros Munhoz, o projeto foi vetado pelo governador. O líder do
Governo Carlos Cezar, que agora exerce a liderança, também trabalhou de maneira
muito diligente para que tivesse a convergência de todos os partidos, inclusive
do Governo, para que pudéssemos dar consequência ao trabalho do deputado Barros
Munhoz e de todos os líderes desta Casa, derrubando o veto por consenso.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Estou de acordo, novo vice-líder do Governo, deputado Davi Zaia, com o trabalho do deputado Carlos Cezar. Na verdade,
nós levamos esse Projeto nº 25 à pauta no Colégio de Líderes da semana
anterior. O deputado Carlos Cezar pediu mais uma semana, inclusive, para
trabalhar esse projeto internamente no governo, e trouxe a devolutiva, depois
de um brilhante trabalho do deputado Carlos Cezar, liberando a votação da
derrubada desse veto, consagrando, então, o trabalho que foi elaborado e
executado pelo deputado Barros Munhoz.
Em votação o projeto.
As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao projeto e
contrários ao veto queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado o
projeto e rejeitado o veto.
Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de
encerrá-la, lembra V. Exas. da
segunda sessão extraordinária a realizar-se, com a pauta já definida.
Está encerrada a
sessão.
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- Encerra-se a sessão
às 19 horas e 49 minutos.
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