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16 DE ABRIL DE 2018

024ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À 50ª TURMA DE FORMANDOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO E LANÇAMENTO DO SELO COMEMORATIVO

 

Presidência: ITAMAR BORGES

 

RESUMO

1 - ITAMAR BORGES

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Tece considerações regimentais sobre a solenidade. Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene para prestar homenagem à "50ª Turma de Formandos da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e efetuar o lançamento de Selo Comemorativo", por solicitação deste deputado. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a apresentação de vídeo institucional. Anuncia apresentação musical do Coral Canta Santa, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, sob a regência do maestro Caio de Oliveira, com as músicas "Esse Seu Olhar", de Tom Jobim e "Vilarejo", de Marisa Monte.

 

2 - FLÁVIA COLLUCI YARCHELL

Presidente do Centro Acadêmico Manoel de Abreu (CAMA) da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, agradece os presentes. Menciona que é um desafio representar um corpo estudantil tão heterogêneo. Elogia a disposição dos alunos da Santa Casa em transformar a Saúde Pública do País. Enaltece a qualidade do ensino oferecido pela instituição.

 

3 - PAULO AUGUSTO AYROSA

Representante dos professores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, cumprimenta os presentes. Lembra sua trajetória na faculdade Santa Casa enquanto estudante e depois professor. Faz histórico da instituição. Menciona a missão da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo de orientar os estudantes com ética e responsabilidade social.

 

4 - PAULO CARRARA DE CASTRO

Diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, agradece esta homenagem à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e cumprimenta os presentes. Enaltece o princípio de dedicação ao próximo ensinado aos formandos. Destaca a formação humanista oferecida pela instituição a seus alunos.

 

5 - ROBERTO MITIAKI ENDO

Representante de todas as 50 turmas formadas pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, lembra sua formação enquanto estudante na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Discorre sobre tentativas de renovação das metodologias de ensino da instituição. Destaca a importância da formação humanizada oferecida pela Santa Casa. Enfatiza o papel social desempenhado pelo hospital.

 

6 - PRESIDENTE ITAMAR BORGES

Anuncia apresentação musical do Coral "Canta Santa" da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com as músicas: Tamba - Tajá, de Waldemar Henrique e Asa Branca, de Luiz Gonzaga.

 

7 - JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS JUNIOR

Presidente da Diretoria Executiva da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, cumprimenta os presentes. Destaca que a Faculdade de Ciências Médicas da Santa de São Paulo tem como mantenedora a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. Agradece ao Conselho Curador e à Irmandade da Santa Casa pela parceria.

 

8 - ANTÔNIO PENTEADO MENDONÇA

Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, menciona duas citações do autor Guimarães Rosa. Critica a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff na área da Saúde. Lamenta as dificuldades financeiras enfrentadas pela Santa Casa de São Paulo. Elogia os princípios éticos ensinados aos alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Faz histórico da instituição de ensino. Agradece aos professores da faculdade pelo profissionalismo.

 

9 - PRESIDENTE ITAMAR BORGES

Saúda, em nome desta Casa, os membros da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. Destaca que a faculdade oferece pesquisa e ensino de qualidade formando profissionais éticos. Lembra sua participação na criação da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas. Critica o subinvestimento de recursos públicos para as Santas Casas. Menciona lei, de sua autoria, que tornou permanente o auxílio financeiro do governo do Estado às instituições filantrópicas, chamado de Santas Casas SUStentáveis.

 

10 - TONICO RAMOS

Presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, cumprimenta as autoridades presentes, parlamentares, médicos e professores. Faz histórico da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Elogia a fundação por manter princípios éticos antigos e práticas modernas. Comenta a recente crise política no País.

 

11 - GERCÍLIO DE ASSIS

Representante do Cerimonial do Correios, conduz o lançamento do selo e do carimbo dos Correios em homenagem às 50 turmas formadas pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

12 - EDSON GONÇALVES DE ARAÚJO

Representante dos Correios, discorre sobre a homenagem dos Correios à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo com peça filatélica exclusiva.

 

13 - PRESIDENTE ITAMAR BORGES

Anuncia apresentação musical do coral "Canta Santa" da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo com a música "Rosa Amarela", de Heitor Villa Lobos, e "Gaudeamus Igitur", hino universitário popular inspirado na obra de J. Brahms. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Itamar Borges.

 

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O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Muito boa noite a todas e a todos.

 Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e  com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear as 50 Turmas Formadas pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e efetuar o Lançamento do Selo Comemorativo.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Assistiremos, neste instante, a um vídeo institucional. Convido a todos para que possamos juntos assistir a este vídeo institucional da nossa Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

 

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- É exibido o vídeo institucional.

 

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O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Viveu um pouquinho a história, não é, deputado Tonico Ramos?

Eu queria registrar algumas justificativas de ausência: do presidente da República, Michel Temer; do governador do Estado, Márcio França; de Bruno Covas, prefeito da capital; do secretário da Fazenda, Hélcio Tokeshi; de Nelson Baeta Neves Filho, secretário da Habitação; de José Renato Nalini, secretário da Educação; da senadora Marta Suplicy; do senador Airton Sandoval; do deputado federal Baleia Rossi; dos deputados estaduais Jorge Caruso, Jooji Hato, Léo Oliveira, João Caramez, Barros Munhoz e Coronel Telhada. E, também, do presidente do Tribunal de Justiça Militar, o senhor Paulo Prazak; do senhor Wilson Fernandes, desembargador presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região; do senhor Wilson de Oliveira Morais, presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo; do senhor Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente emérito da Fiesp; do senhor Vahan Agopyan, reitor da Universidade de São Paulo.

Entre outras justificativas de ausência que aqui recebemos. Quero, da mesma forma, dizer que essa solenidade tem a presença de cada um dos senhores e senhoras. Temos aqui a extensão da Mesa.

Depois de ter o privilégio de compor esta Mesa, ao lado do nosso queridíssimo ex-deputado desta Casa (ex-deputado federal, secretário da capital, secretário de Estado da Habitação, nosso ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado e, hoje, nosso conselheiro do Tribunal de Contas), esta grande liderança, este grande exemplo de homem público e de conselheiro: Dimas Eduardo Ramalho. É uma honra estar aqui ao seu lado.

É uma honra estar ao lado: do Dr. Penteado Mendonça, nosso provedor da Santa Casa de São Paulo; do José Candido de Freitas Junior, nosso presidente da Diretoria Executiva da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho; ao lado do sempre presidente desta Casa (e um professor, até hoje, dos 94 deputados desta Casa, que se inspiram na história deste grande líder) Tonico Ramos, que é o nosso presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho.

E também, neste momento histórico para a nossa fundação e para a faculdade de Medicina - que tem aqui o lançamento do selo - a presença do representante dos Correios, o senhor Edson Gonçalves Araújo.

Mas, ainda, compondo a Mesa, temos a extensão da Mesa. Que me permitam, ao citá-los, estar aqui, citando e cumprimentando a todos os senhores e senhoras presentes.

Temos aqui, a honra de ter mais três exemplos de homens públicos que passaram por esta Casa: o sempre deputado Jacob Pedro Carolo, que foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo entre 1971 e 1972; o deputado federal Faria Lima, uma história desta Casa; e o deputado - constituinte como foi - Tonico Ramos.

E o Antonio Carlos Tonca Falseti está aqui também, e nos honra. Portanto, Temos aqui quatro pessoas que ajudaram a fazer a história desta Casa. Cinco, com o presidente Dimas Ramalho, meu amigo Dimas Ramalho.

Também quero cumprimentar: o superintendente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Carlos Augusto Meinberg; o diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, doutor Paulo Carrara de Castro; o superintendente da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, Antonio Shenjiro Kinukawa; o diretor-clínico da Santa Casa, Nelson Gonçalves; o doutor Paulo Ayrosa - representando os professores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa - e a esposa Elisabeth. Ao cumprimentar o doutor Paulo, cumprimento e abraço todos os professores, todos os diretores e coordenadores, que completam aqui a família da nossa faculdade. Doutor Roberto Mitiaki Endo, representando todas as 50 turmas formadas na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

E, claro, não poderia faltar: representante dos alunos e presidente do Centro Acadêmico Manoel de Abreu da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, Flávia Colluci Yarchell. Cumprimento ela e estendo este cumprimento a todos os alunos que compõem a Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

Neste momento, assistiremos a uma apresentação musical do Coral Canta Santa, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, sob a regência do maestro Caio de Oliveira, com as músicas: “Esse seu Olhar”, de Tom Jobim; e “Vilarejo”, de Marisa Monte.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE – ITAMAR BORGES - PMDB - Seremos brindados com mais apresentações do coral.

Dando sequência, convidamos para usar a palavra, falando em nome dos alunos, Flávia Colluci Yarchell, presidente do Centro Acadêmico Manoel de Abreu.

 

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A SRA. FLÁVIA COLLUCI YARCHELL - Boa noite a todos.

Eu venho aqui, hoje, em nome dos alunos e representando o Centro Acadêmico, que é o nosso órgão de representatividade máximo. Gostaria de agradecer esta oportunidade de falar aqui; queria agradecer à Faculdade de Ciências Médicas, da Santa Casa de São Paulo, a nossa querida Santa; e à Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho por esta oportunidade.

Primeiro, eu gostaria de dizer que é uma missão muito difícil estar aqui representando um corpo estudantil tão extenso. Eu entrei na faculdade em 2016 - eu sou da 54ª turma. No ano em que eu ingressei, se formava a 49ª. Desde então, eu vi entrar na faculdade a 55ª e a 56ª.

Acabei tendo contato também com alguns antigos alunos da faculdade na nossa vivência - são os que chamamos de “velhos”. Muitos deles têm bastante contato com a gente e fazem questão de continuar conhecendo os trabalhos que fazemos dentro da faculdade e dando muita atenção para que tudo seja feito de forma muito bem feita e para que a qualidade do nosso trabalho seja sempre mantida.

Eu tive contato, em especial, com alguns velhos em aulas da própria faculdade ou ligas acadêmicas - ou, até, nos treinos do basquete, que eu frequentei no primeiro ano.

O que todos estes alunos têm em comum (foi o que eu percebi e é por isso que eu venho falar aqui hoje)? É um carinho muito especial pelo hospital em que a gente estuda e onde a gente trabalha.

É injusto dizer que a massa de alunos é homogênea. Nós temos pessoas muito diferentes na faculdade: temos pessoas que dedicam muito tempo treinando para o Intermédio, temos pessoas que realizam congressos acadêmicos, que organizam ligas, que desempenham um trabalho incrível entretendo pacientes dentro da Santa Casa ou que desenvolvem atividades de cunho político ou debates. Tem quem faça de tudo e tem que não faça quase nada, mas todas as pessoas têm uma coisa em comum, que faz com que a gente não tenha um corpo estudantil segregado, que é este carinho pelo hospital, que eu comentei anteriormente.

Quando eu entrei na faculdade, a Santa Casa já estava passando por um período bastante difícil. Eu tive contato com algumas pessoas que me falaram que quem fez o hospital superar toda essa situação tinham sido as próprias pessoas que trabalhavam lá - porque elas tinham muito amor pelo o que faziam, por aquele lugar e pelos pacientes que lá estão internados.

Falaram que eu sentiria esse amor um dia - e foi dito e feito. É muito difícil dizer como esse amor se desenvolve em cada um, mas eu posso dizer como ele se desenvolveu em mim. O meu amor pela Santa Casa surgiu muito de um incômodo com várias coisas que eu encontrei por lá: as filas que são grandes; o atendimento, que poderia melhorar ainda mais, mesmo que fosse muito bom. O meu amor surgiu também da noção de que eu tenho pessoas do meu lado que podem fazer isso comigo.

No final das contas, todas as atividades que desenvolvemos têm este objetivo em comum: melhorar o nosso hospital e manter tudo o que há de bom nele. Por isso, nós temos esta unidade tão forte.

A nossa Santa Casa é muito especial e muito diferenciada das outras - eu acredito que a faculdade é o que permite isto. É verdade que vivemos tempos muito difíceis na saúde como um todo. O SUS sofre muito com a falta de recursos e nós vemos o quanto os nossos pacientes sofrem junto. Eu acredito que, se tivermos o mesmo empenho que os alunos têm para melhorar o hospital e a Santa Casa, nós podemos fazer coisas incríveis para a saúde pública no País. Eu acredito que os alunos da Santa Casa que já se formaram e os que estão se formando hoje vão fazer a diferença.

Eu queria agradecer a cada pessoa envolvida em todos os aspectos que fazem com que o ensino na faculdade seja tão incrível, mas, infelizmente, o tempo aqui é escasso. Então, queria deixar um agradecimento muito especial a todos os nossos professores, aos funcionários, às pessoas que pensaram nas grades e nas melhores formas de estudar e que se dedicaram para fazer esta faculdade ser o que ela é hoje.

Que venham as próximas 50 turmas, e depois mais 50 turmas. Que continuemos a fazer este trabalho muito lindo que a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo tem feito. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Quero registrar, com muita alegria e honra, a presença do nosso sempre secretário de Saúde do Estado de São Paulo, o amigo Dr. Guedes, acompanhado da sua esposa Liliane. (Palmas.)

Convido agora o Dr. Paulo Ayrosa para falar, representando os professores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Ele é professor das lutas em defesa das nossas Santas Casas, não só da Capital, mas de todo o Estado e Brasil. É um exemplo. A frente parlamentar deve muito pelos seus conselhos e orientações.

 

O SR. PAULO AUGUSTO AYROSA - Senhores e senhoras, nobre deputado Itamar Borges, presidente desta sessão, nobre Dr. Tonico Ramos, presidente do Conselho Curador da Santa Casa São Paulo, e demais membros da mesa, boa tarde.

É uma honra sem precedentes subir neste púlpito, representando os professores e alunos que construíram estes 50 anos de sucesso da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Recebi o convite para proferir estas palavras com medo por não estar seguro do meu mérito em representar todos os senhores professores, mas com a certeza e a confiança de que - após 36 anos vividos,  pisando diariamente o chão vermelho e caminhando sobre os arcos dos corredores daquele lindo prédio situado entre a Rua Dr. Cesário Mota Júnior e a Rua Dona Veridiana -  carrego algo em meu coração que possa ser partilhado, ou até mesmo fazer parte da alma e das memórias de milhares de médicos e professores que ali passaram, ali encontraram acolhimento e ali descobriram o caminho da nobre arte da cura.

Espero não cansá-los ao contar uma história familiar ao homenagear a 50ª Turma da nossa faculdade, lembrando-os de um causo de família. Para os mais jovens, ressalto que a nossa querida Santa Casa está cheia de histórias de família, sejam das famílias moradoras do seu entorno e das ruas vizinhas, como a Rua Dona Angélica, Dona Veridiana, Itu Cesário Mota, entre outras, ou aquelas que doaram parte do seu patrimônio intelectual ou financeiro para viabilizar a própria existência da nossa amada faculdade. Basta citar o nosso patrono da fundação mantenedora, Sr. Arnaldo Vieira de Carvalho.

Em fevereiro de 1982, iniciei a minha jornada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Era o primeiro dia de aula, e eu estava naqueles pisos avermelhados, entre aquelas paredes de tijolinhos centenários. Parecia que eu estava flutuando, como vocês estavam flutuando há pouco. Flutuava naquele momento e, devidamente matriculado, me juntei aos colegas da 20ª Turma. Fomos, então, para o chamado anfiteatro do quarto ano, hoje rebatizado em homenagem ao professor Emilio Athié.

Aquela era a nossa aula inaugural. A sala estava cheia, e quase não havia lugar para todos, porque os nossos veteranos também queriam ver a aula inaugural e participar daquele momento tão importante. Os momentos passavam, e eu nem percebi que o professor Maffei nos brindava com lindos temas e goles do seu conhecimento.

Em pouco tempo, dei-me conta de que eu estava no templo da cultura médica paulistana e que as palavras proferidas pelos professores que nos recebiam de coração e braços abertos soavam como salmos de uma bíblia sagrada do conhecimento médico. Voltando no tempo, entendo claramente o porquê desse meu entusiasmo. A sensação inebriante que eu vivia naquele momento, aquela sensação corpórea nova, era porque eu tinha vivido tudo isso na minha família.

O meu coletivo familiar lembrava a Santa Casa. Tudo isTo era tema corriqueiro nos almoços de domingo na casa do meu avô, o querido maestro Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão, professor emérito da nossa Faculdade de Medicina da Santa Casa. Como não sentir e viver a Santa Casa em meu inconsciente, sendo neto de um professor tão respeitado daquela instituição, de alguém que, em tempos difíceis da nossa história política, contrariou os seus próprios conceitos políticos conservadores e se juntou aos alunos para homenagear outro aluno recém-morto durante o regime militar? O professor Ayrosa, meu avô, pagou o seu preço - e alto - em uma noite no Dops com os seus alunos.

Nasci em 63, ano da fundação e da aula inaugural da nossa faculdade. Quis o destino que minha mãe me desse o nome de Paulo Augusto, em homenagem ao seu irmão Paulo Augusto Ayrosa Galvão, brilhante clínico e infectologista que, ao retornar de uma temporada de especialização na Universidade de Cornell, trouxe para a nossa Santa Casa as bases da grade pedagógica do recém-criado internato.

Tal feito, associado aos anos dedicados à docência na cadeira de infectologia da nossa faculdade, rendeu ao professor Paulo Augusto Ayrosa Galvão a honraria de ter o seu nome como patrono de um dos auditórios da faculdade. Não sou eu. Muitos alunos andam por lá, e eu digo que aquele não é eu, mas sim o meu querido e honrado tio.

Durante anos, Paulo Augusto e Augusto Leopoldo compartilharam momentos no corpo docente e discente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Eles se dedicaram incansavelmente à construção de um ideal. Hoje, o chamamos de missão da nossa Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Esta missão foi revalidada no fim do ano passado, isto é, promover, com excelência, o ensino, a pesquisa e extensão, a atenção à saúde, oferecendo à comunidade profissionais com formação científica, ética, humanística e responsabilidade social.

Em 82, meu avô já estava aposentado, mas, com o meu ingresso naquele ano na faculdade, no curso de medicina, éramos quatro da família Ayrosa circulando entre os muros de tijolinhos da Santa Casa. Eram três gritando “Areguá” nas festas e nas competições. Para mim, foram anos maravilhosos. Nos anos seguintes, eu tinha aulas de anatomia no antigo prédio da morfologia, ensaios da Batu Santa e treinos do time de handebol. Eu tive a honra de ser do comando do Batu Santa no meu quarto.

Era uma honra estar ali, seguindo um destino ou simplesmente construindo uma carreira de profissionais dedicados à saúde. Quis o destino que, ao invés de seguir a carreira clínica da minha família, eu entrasse numa outra área nobre, talvez ainda mais nobre, que é a de cuidar da saúde da mulher.

Foi no Departamento de Ginecologia, guiado pelo professor Sebastião Piato e apadrinhado pelo meu saudoso professor e amigo Nilson Donadio, que dei os meus primeiros passos na vida acadêmica. Foi uma longa jornada: residência médica, especialização, mestrado, doutorado, titulações de professor e instrutor até professor-adjunto, até a recente nomeação para dirigir o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia.

No entanto, não vou deixar que estas lembranças familiares roubem momentos tão importantes desta nossa faculdade. Eu não sou o único neto, não sou o único sobrinho e não sou o único filho de médico que fez parte desta história cinquentenária. Ao longo destes 50 anos de vida da Faculdade Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, foram muitos os nomes que se destacaram na construção da marca e do conceito Santa Casa. São pessoas de todas as raças e credos que tinham em comum o prazer de ajudar ao próximo, que acreditaram que educação e saúde são realmente a base para uma sociedade melhor.

Eles eram médicos, engenheiros, administradores, advogados, gente do bem que se dedicou à construção da nossa Santa Casa, do nosso Verdão do Arouche, como costumamos cantar. Esta é a faculdade que aprendemos a amar e cuidar. Por esta razão, sempre quisemos que os nossos filhos e netos ali voltassem para estudar. Isto é verdadeiro até hoje.

Hoje, somos dois Ayrosa na Santa Casa, o alfa e o ômega, um no começo e o outro já mais para o fim da sua carreira, com o sólido respeito à história, mas conscientes de que, para construir o futuro, devemos ter o nosso próprio eu e do ambiente em que estamos. O presente e o futuro da Santa Casa são feitos por cada um de nós. A vocês, alunos da 50ª; a vocês, colegas professores; a vocês, todo o corpo de alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa; eu declaro o meu respeito e desejo muito sucesso em suas carreiras.

Desejo que as glórias do passado não os embriaguem e não confundam a sua visão. Para usar um termo mais obstétrico, eu desejo que não seja uma distócia em seus caminhos, mas que estas glórias sirvam de lastro para a construção de um futuro ainda melhor.

Desejo que vocês façam parte deste lindo movimento que invade os nossos corredores, sempre buscando renovação e melhoria da estrutura física, dos métodos pedagógicos, do corpo docente e, por que não dizer, do próprio corpo discente.

Finalizo desejando a todos uma noite iluminada e aos queridos alunos e colegas da Santa Casa eu desejo um grande Areguá. Boa noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o Dr. Paulo Carrara de Castro, diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

O SR. PAULO CARRARA DE CASTRO - Deputado Itamar Borges, presidente desta sessão; Antonio Penteado Mendonça, provedor da Santa Casa; Tonico Ramos, presidente do conselho curador; demais membros da Mesa, estendo meus cumprimentos.  Senhoras e senhores, queria dizer, em nome da diretoria da faculdade, que é uma grande honra estar aqui hoje falando em nome dela e recebendo esta homenagem.

É uma justa homenagem, pela justeza do propósito que a faculdade tem, que é formar bons profissionais, profissionais que sejam boas pessoas, que cumpram o ideário  que envolve não só a irmandade, mas também a faculdade, que é fruto deste ambiente, um ambiente que, há 450 anos, se propõe a ajudar os outros, a acolher as pessoas, a tratar dos seus males, a estudar os seus males e compartilhar dos seus males.

Formar 50 turmas e se propor a formar mais 50, ou, quem sabe, quantas outras, é um enorme propósito, de pessoas que vão atuar na área da Saúde. Eu sempre falo, quando estamos no ambiente da formação, que quando uma pessoa decide se tornar um profissional da área da Saúde, ela já tem que se posicionar em uma condição de que ela passa a não ser a pessoa mais importante do mundo. Os outros são.

Portanto, temos que nos comprometer a nos dedicarmos às outras pessoas, o tempo todo. Este propósito é um propósito espelhado na maneira como nós tentamos, ou buscamos, formar e continuar a formação dos alunos.

Aliás, uma palavra que é bem propícia é “formandos”. Porque eu sempre digo que, apesar de eu não ter me graduado na Santa Casa, eu me formo na Santa Casa até hoje. Nós não paramos de nos formar na Santa Casa, e eu tenho certeza que acontece como aquele que acordou morto, não é isso? Quando nós paramos de nos formar, já não estamos fazendo mais nada.

Nós estamos sempre nos formando na Santa Casa, ou como profissionais ou como pessoas. Então, esse ambiente é espetacular. Eu queria ressaltar algo que tenho sempre falado. É um exemplo de um colega não formado na Santa Casa, mas que fez a residência lá e que hoje é uma pessoa muito importante em um hospital muito importante da cidade, e que veio me perguntar uma vez por que os médicos, os fonoaudiólogos, os enfermeiros, as pessoas formadas na Santa Casa eram diferentes das formadas em outras escolas.

Nós procuramos não nos compararmos muito, porque, às vezes, isto pode ser bom, mas também pode não ser bom. Eu disse: “Olha, mas por que você acha que nós somos diferentes?”. “Porque tratam melhor, se relacionam melhor com todos”. Eu falei: “Olha, é porque a gente se esforça para ser assim mesmo, e isto faz parte da nossa missão”.

Como o Sr. Paulo comentou, é nossa missão ter respeito ao próximo, reconhecer os direitos humanos, ter responsabilidade social, ser humanista. Tudo isto faz parte da nossa formação. Como disse Sr. Malheiros, devemos encarar nesta formação muito mais como uma ciência humanística do que como uma ciência biológica.

Eu vou terminar dizendo, deputado Itamar Borges, uma frase que eu usei na minha posse, e eu acho que ela espelha muito bem isto. A faculdade se constituiu com professores e pessoas do mais alto gabarito técnico e humano, e isto já estava até no parecer do professor Deolindo Couto, que habilitou a faculdade na época do Ministério da Saúde, com esta frase no seu parecer.

Eu queria terminar dizendo uma frase grande Guimarães Rosa. Ele dizia o seguinte: “É junto dos bons que a gente fica melhor.” Então, muito obrigado pela homenagem, e eu estendo este agradecimento por todas as diretorias da faculdade, anteriores a nós, e me congratulo com todos os professores, alunos, com o corpo administrativo e o corpo dirigente da faculdade.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB -  Tem a palavra o Dr. Roberto Mitiaki Endo, representando todas as 50 turmas formadas pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

O SR. ROBERTO MITIAKI ENDO - Boa noite a todos os componentes da Mesa. Ao mesmo tempo em que me sinto honrado, eu tenho esta responsabilidade de ser testemunha viva do início de uma Faculdade de Medicina sediada dentro de uma instituição secular, cercada dos tradicionais muros e da arquitetura gótica que nos cerca, com a qual convivemos o tempo todo.

Chegamos à faculdade para cursar um curso que víamos outros colegas seguirem, mas nada disto foi cumprido. Nosso calendário era bastante diferente. Nos dois primeiros anos, nós tivemos um estudo do homem normal; no terceiro ano, do paciente, do doente; no quarto ano, das doenças; e no quinto e no sexto ano, já estávamos atuando nas enfermarias, atuando praticamente como médicos, com orientação, e nossos tutores, orientados pelo Dr. Ayrosa Galvão, que era o nosso coordenador do internato.

Minha turma, por exemplo, que foi a primeira turma, começou em 1963, mas iniciou seu ano letivo somente em maio, dia 24 de maio. Então, durante 5 anos, nós não tivermos férias. Aproveitamos muito o convívio com os professores.

Isto foi de uma grandeza, porque podemos conviver não só com os professores, mas, durante a homenagem ao cadáver, quando realizávamos uma missa durante a Páscoa, tínhamos uma convivência grande com os nossos professores, e tínhamos atividades sociais, estimuladas, principalmente, pelo mordomo do Hospital Central, Dr. José de Alcântara Machado Filho. Ele dizia: “Vocês têm que também ter um uma atividade social”.

Então, tínhamos uma noite de maio e uma noite de setembro, quando fazíamos eventos sociais, com grandes orquestras no Clube Pinheiros, no Salão do Aeroporto. Havia uma união muito grande dos alunos e professores.

Quando chegamos ao final do curso, acabamos percebendo que havia uma estrutura didático-pedagógica por trás disso tudo. Não era nada improvisado, era todo um sistema baseado na reforma do senador Abraham Flexner, um senador americano que, em 1890, fechou mais de 80 faculdades de medicina e manteve 77 funcionando até 1977, achando que esse número era suficiente para a formação de médicos na América. Este modelo, até hoje, continua funcionando no nosso hospital. Vai merecer uma mudança, porque é uma visão hospitalocêntrica na formação do médico.

Hoje em dia, existem outras estruturas didáticas, como o sistema PBL - Problem Based Learning, que se alastrou pelo mundo. Nós tivemos uma faculdade que seguiu este modelo, já tendo esta estrutura durante uns 15 anos, mas que não se consolidou totalmente, a Faculdade de Medicina de Marília, que também foi fundada pela vontade e orientação do Dr. Christiano Altenfelder Silva. Nossa faculdade cedeu os professores para começar o seu funcionamento.

Ao mesmo tempo, havia uma preocupação, já na década de 80, quando começou a haver uma proliferação muito grande das faculdades de medicina, não tanto quanto nos dias atuais. Constituiu-se a Cinaem - Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino Médico. O Dr. William Saad Hossne, ex-presidente da Fapesp, professor de cirurgia da Faculdade de Medicina de Botucatu, foi um dos grandes incentivadores nesta tentativa de renovação.

Eu lembro que, por volta do 35º ano de existência da faculdade, o Dr. Emílio Athié fez uma análise crítica, dizendo que não bastava formar profissionais médicos, técnicos. Cada um de nós que viramos professores tínhamos uma responsabilidade: tornar jovens adolescentes homens competentes, honrados, baseados no nosso exemplo. Então, isto seguia uma doutrina antiga, apregoada pelo Jean-Jacques Rousseau, um grande filósofo e pedagogo.

Eu me lembrei de umas palavras ditas por um botânico visitando uma cidade da África. Ele olhou uma frondosa África e elogiou muito a ramagem de uma das árvores que existia nos jardins. E perguntou para o indivíduo responsável pela conservação desta área. Ele disse: “Esta árvore só tem 200 anos. É preciso manter isto com cuidado este tempo todo. Se você quiser plantar uma árvore com uma ramagem tão frondosa como esta, tem que começar já.” Foi assim que o Dr. Emílio Athié resolveu fazer esta comparação, quando ele foi encarregado pelo Dr. Christiano Altenfelder de erguer uma escola dentro do quadrilátero do Arouche. Ele disse: “Nós não podemos perder tempo, temos que começar logo.”.

Nosso curso era muito criticado pelos outros professores das faculdades tradicionais, porque nós tínhamos o contato precoce com o paciente, como explicou o Dr. José da Silva Guedes. No primeiro ano, já tínhamos aula de propedêutica, já tínhamos aula nas comunidades dos pacientes que vinham para a Santa Casa. E tínhamos também uma necessidade de ver a parte emocional dos pacientes - tínhamos o curso de psicologia e psiquiatria. Tudo isto começando ao mesmo tempo. Isto durante os seis anos do curso. Este tripé, que mais tarde foi chamado de pedagogia bio-psico-social, foi que manteve esta escola em um padrão muito elevado, durante muitos anos da existência. Nós somos frutos desta formação humanizada.

Até hoje, a maioria das escolas tenta seguir este exemplo, tenta seguir o exemplo do nosso internato, que é chamado, hoje em dia, de preceptoria. Na época, nós tínhamos tutores. Cada grupo de seis internos, quintanistas e sextanistas, tinha um professor que o acompanhava em todas as atividades, na enfermaria, na cirurgia, os tutores. Este ainda é o desejo de muitas escolas.

Eu sou fruto deste tipo de metodologia de ensino médico, que ainda é considerada uma estrutura que realmente reformou o ensino médico no Brasil, reconhecida pela Academia Americana de Educação Médica e também pela Abem - Associação Brasileira de Educação Médica, que antigamente era nas escolas médicas. Nós tentamos, ao longo dos anos, à medida que os professores foram se aposentando, manter este exemplo da humanização.

Cada um que se recorda do símbolo da faculdade, aquela cobra estilizada com a cruz no meio, se abstrair a cruz e fechar o círculo, vai ter o desenho de uma bureta, porque, naquela época, nos anos 60 para 70, o modelo idealizado para a Educação, para a medicina, era a evolução da bioquímica. Hoje, mudou tudo. Então, temos que nos adaptar, porque esta é uma luta insana que muitas escolas estão tentando, e acredito que nós ainda temos condições de adequar as novas conquistas que a medicina adquiriu durante estas décadas todas, para que o ensino seja verdadeiramente eficaz, sem perder a humanidade.

Esta é a mensagem que eu gostaria de trazer, que torna os alunos da Santa Casa sempre orgulhosos da sua formação. O Dr. Ayrosa acabou de falar também que esta parte da humanização é muito importante para a formação médica. Muito obrigado pela oportunidade de prestar meu depoimento. Orgulho-me de pertencer à primeira turma que sofreu este tipo de educação médica baseada em conceitos firmes e rígidos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Vamos assistir a mais uma apresentação musical do Coral Canta Santa, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com as músicas “TambaTajá”, de Waldemar Henrique, e “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o Dr. José Cândido de Freitas Junior, nosso querido amigo Juca, presidente da diretoria executiva da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS JUNIOR - Boa noite a todos, senhoras e senhores. Deputado Itamar Borges, comandante desta solenidade, grande defensor partícipe de todos os assuntos da Saúde, em nome de quem cumprimento a todos os membros do Poder Legislativo; meu querido presidente do conselho curador, Dr. Tonico Ramos, representando os nossos conselheiros presentes aqui; Dr. Antônio Penteado, digníssimo provedor da Irmandade Santa Casa de São Paulo, em nome de quem também saúdo a todos os representantes, médicos, componentes da diretoria de toda a Irmandade; Dr. Edson, representando os Correios nesta solenidade; Dr. Paulo Ayrosa, representante dos professores; acadêmica Flávia Yarchell; meu querido professor e amigo Dr. Pedro Jabur, o médico mais antigo da Irmandade, que ainda convive naquele ambiente, professor de todas as turmas.

Caros amigos, o que está acontecendo hoje nesta sede do Poder Legislativo é muito raro, porque reúne uma entidade de 460 anos, que é a Santa Casa, juntamente com os Correios, com seus 350 anos, atravessando o Brasil desde a colônia, e a Assembleia Legislativa, sede do Poder Legislativo. Por uma feliz coincidência, isto dá perto de mil anos. Eu não me lembro de ter lido nada que tivesse três entidades conjuntas em uma cerimônia, logicamente tirando a Igreja Católica, a Coroa Britânica, a Casa Imperial do Japão, etc.

Então, nesta oportunidade, está acontecendo a feliz ideia que se teve de, através do nosso presidente do conselho curador, procurar os Correios e fazer alguma coisa que significasse a trajetória da Faculdade de Ciências Médicas, escola esta que começa depois que a Santa Casa tinha uns 400 anos. Em 1560 a Santa Casa começou, por volta de 1950, 1960, um grupo de médicos liderados pelo professor Emílio Athié e pelo provedor da época, Dr. Christiano Altenfelder.

Eles perceberam, com muita propriedade, que, com a saída da USP do campo de ensino prático da Irmandade e também da Unifesp, com a criação do Hospital das Clínicas e do Hospital São Paulo, aquele ambiente ficou um pouco vazio de acadêmicos. Então, eles imediatamente foram atrás, por decisão de um grande empresário, o Dr. Camilo Ansarah, que mostrou a necessidade de que fosse criada uma fundação que fosse gerir os assuntos do ensino como mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas. Isto ocorre por volta de 10 anos depois desta decisão de 1950 e poucos. Em 1962, cria-se então a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, que passa a ser a mantenedora da Santa Casa.

Então, eu acho que esta oportunidade é muito feliz, porque o lançamento do selo comemorativo de 50 turmas de médicos e médicas formados pela Faculdades de Ciência Médicas mostra uma etapa da sua vida. Tomara que a gente tenha mais 50 turmas daqui uns tempos, evidentemente com toda esta simbiose, esta participação conjunta com a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Portanto, sempre lembrando que a célula mater de tudo isto foi a Irmandade, praticamente chegando a cinco mil e tantos alunos.

Finalizo lembrando que, na última avaliação do MEC, esta trajetória é coroada de êxito, com a obtenção do conceito 5 para o curso de Medicina e também do ranqueamento independente, no caso pela “Folha” e outros, em que a escola passa a ser a primeira das privadas e a nona no ranking geral, no qual as oito primeiras são públicas.

Eu quero então agradecer a oportunidade que eu tive de dizer estas palavras e, em nome da diretoria executiva, agradecer ao Conselho Curador e à Irmandade da Santa Casa, que tem permitido este convívio de formação. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB  - Ouviremos agora nosso provedor da irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Antônio Penteado Mendonça.

 

O SR. ANTÔNIO PENTEADO MENDONÇA - Deputado Itamar Borges, que preside esta sessão, em seu nome saúdo a todas as autoridades. Dra. Dulce, nossa diretora, em seu nome saúdo a todos os professores, médicos e alunos que compuseram e compõem este cenário maravilhoso que é a irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Vou dizer que começo com desculpas: ninguém havia me contado que eu iria falar. Então, vou falar absolutamente de improviso, o que não é um problema muito sério, na medida em que faço isso há 29 anos, todos os dias, no rádio brasileiro.

O professor Carrara terminou citando Guimarães Rosa. Eu começo com duas citações de Guimarães Rosa que me parecem bastante apropriadas para este momento da Santa Casa. A primeira é a seguinte: “Sapo não pula por boniteza, mas por precisão.” Eu aprendi que sapo pula por precisão na hora em que tive a felicidade de cair numa segunda frase de Guimarães, que diz: “Todo mundo tem sua hora e sua vez.

Por que sapo pula por precisão? Porque estamos atravessando uma crise que não tem tamanho. E nós pulamos alto, pulamos baixo, pulamos para um lado e para outro. A verdade é que a irmandade da Santa Casa de Misericórdia vai fazendo o que é possível em um País que não tem o menor respeito pela saúde do próximo. Lamentavelmente, o Brasil não tem qualquer respeito pela saúde do próximo.

É triste, mas o prejuízo causado pela ex-presidenta catadora de vento Dilma Rousseff nos cofres da Petrobras - e não estou falando da roubalheira, mas do prejuízo consequente da sua incompetência - é de 60 bilhões de reais. Ou seja, 600 milhões - 1% disso - são aquilo de que os 2.100 hospitais filantrópicos brasileiros precisariam para fechar suas contas em 2018. Tenho a impressão de que, depois de dizer isto, não se faz necessário mostrar a imensa falta de respeito de um País que entra com menos de 200 bilhões de reais - divididos por três, são um pouco mais de 60 bilhões de dólares - para custear a saúde do brasileiro. E sendo que a imensa maioria deste dinheiro - quase 65% - entra por conta dos planos de saúde privados, e não por conta do governo.

Neste cenário, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo está viva e funcionando até hoje, mesmo desabastecida, comendo o pão que o diabo amassou e passando, todos os dias, pelos nove círculos do inferno. Ela atende à saúde, e atende por um custo até quatro vezes menor do que o custo de um hospital público. Neste cenário, a Santa Casa tem o privilégio de possuir uma entidade dentro dela, sua parceira ou companheira, usem o nome que quiserem. Trata-se da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Esta escola não é uma escola, mas uma instituição, porque não ensina apenas o que é a medicina, ensina o que é a vida. Dá lição de moral, de ética social, de comprometimento - o comprometimento de 8.300 funcionários, de que tenho o privilégio de ser, indiretamente, o empregador, na medida em que sou o provedor da Irmandade.

No meio de uma aflição sem tamanho, da mais absoluta falta de recursos, do desabastecimento quase completo das despensas do hospital, eles trabalham, trabalham e trabalham. Não como dizia a prefeitura, mas trabalham de verdade, entregando aquilo que se espera que eles entreguem, que é um mínimo de saúde para 2.600.000 pessoas que todos os anos batem às nossas portas, para tratamentos que vão de uma unha encravada a um transplante de coração ou rim. Tenho um orgulho extraordinário de ser o provedor da Santa Casa.

Por que eu disse que todo mundo tem sua hora e vez? A Santa Casa tem 460 e poucos anos. Eu, 180 anos atrás, já fazia parte da história da Santa Casa. Eu sou, em linha direta, da sexta geração de irmãos que compõem a Mesa da Santa Casa. E tenho o privilégio de ter dois provedores antes de mim. Isto cobra um preço imenso. Não tenho o direito de não ser o provedor da Santa Casa na hora em que mais ninguém queria ser. Vocês vão dizer: “É fácil”. Eu juro por Deus a vocês que não é. É mais fácil o São Paulo ser campeão brasileiro do que ser provedor da Santa Casa.

Mas há o outro lado, o lado bom e bonito. O lado que, todo dia, me faz chegar em casa, antes de tudo, comovido. É a entrega do corpo clínico - dos médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, auxiliares de enfermagem, pessoal da limpeza, pessoal da segurança e de todos que de alguma forma têm ligação com a Santa Casa. É uma coisa espantosa, em um mundo cada vez mais materialista, em que se diz: “Quero o meu o mais rápido possível, por dentro ou por fora.” Os funcionários, os colaboradores, os médicos, professores e alunos da Santa Casa dão uma aula do que é ser um ser humano.

Um ser humano é alguém composto por um corpo, uma alma e um espírito. Eu poderia dizer que o corpo da Santa Casa é o hospital; a alma é a Faculdade de Medicina, que agora entrega 50 turmas formadas de médicos altissimamente qualificados e reconhecidos como os melhores entre os melhores de qualquer lugar do mundo; e o espírito são os 450 anos desta instituição extraordinária, que, embaixo de chuva, sol ou qualquer tempo, não se furta a cumprir sua missão. Na medida do possível, o faz sem alarde, sem “oba-oba”; na medida do possível, trabalha com o que ela pode ter à sua disposição para fazer aquilo que foi criada para fazer nos idos de 1498 em Lisboa, e por volta de 1555, antes de a Vila de São Paulo se chamar Vila de São Paulo.

Meu muito obrigado a todos os professores da Faculdade de Medicina da Santa Casa. Vocês pertencem diretamente à Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. Mas, indiretamente, cada um de vocês é um soldado na linha de frente do que a Santa Casa tem que fazer e tem que oferecer. E vocês fazem isto com uma qualidade impressionante, que não fica devendo nada ao Hospital das Clínicas, ao Hospital São Paulo ou a qualquer outra faculdade de medicina instalada no Brasil e fora do Brasil.

Vocês fazem a diferença; vocês são a diferença. Da mesma forma como todos os outros colaboradores da Santa Casa, cada um no seu nível hierárquico, cada um na sua obrigação, cada um com sua responsabilidade, vocês fazem a diferença. Muito obrigado por eu ser o provedor de um corpo com a qualidade, o comprometimento e o profissionalismo de cada um de vocês. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Antes de ouvirmos a última palavra da noite, que será do Dr. Tonico Ramos, presidente do Conselho Curador, e de realizarmos o lançamento do selo, peço permissão para deixar aqui o meu cumprimento à nossa Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, à Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e à nossa Santa Casa de São Paulo.

Peço permissão para deixar aqui uma saudação desta Casa, a Casa do Povo de São Paulo. Aqui, em nome dos 94 deputados, e com a aprovação deles, por unanimidade, registro a honra e a satisfação que é, para esta Casa, ser o palco da sessão solene em homenagem às 50 turmas de formandos da nossa Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e, da mesma forma, ser o palco da cerimônia de lançamento do selo postal e do carimbo comemorativo pelas 50 turmas formadas em medicina pela nossa Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Tudo o que esta Casa fizer em homenagem e reconhecimento, desde a história de todos os colegas que aqui registramos e que nos honram com suas presenças e que, por aqui, ajudaram a construir a história, é muito recente perto da história da nossa Santa Casa. Quero, então, dizer que é um prazer recebê-los aqui na Assembleia Legislativa, ainda mais por esse motivo tão nobre.

Recebi a missão de propor e presidir esta sessão solene deste amigo, Tonico Ramos, ex-deputado, ex-presidente desta Casa e, hoje, nosso presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, a mantenedora da faculdade. Também recebi, na sequência, de meu amigo Dr. José Cândido de Freitas Júnior, presidente executivo da nossa fundação.

A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, como todos nós sabemos, promove a pesquisa e o ensino de excelência, formando profissionais de saúde com visão, ética humanística, responsabilidade social e extrema capacidade científica. Porém, temos que dizer que este arcabouço de conhecimento oferecido pela faculdade é também possível graças à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Como eu disse, ela foi fundada há mais de quatro séculos. A nossa Santa Casa é considerada um dos mais importantes centros de referência hospitalar do Brasil.

Eu fui vereador, comecei minha carreira política muito jovem, na cidade de Santa Fé do Sul, extremo noroeste do estado de São Paulo, com 20 anos de idade. Fui prefeito com 24 anos de idade. Depois, fui prefeito por mais duas vezes e, em seguida, vim para a Assembleia Legislativa.

Foi lá, como prefeito, que aprendi a importância da Saúde, da Santa Casa, da Universidade. Quando cheguei a esta Casa, criamos a Frente Parlamentar das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos da Assembleia Legislativa. Inclusive, a criação desta frente parlamentar foi um de meus primeiros atos como deputado estadual, quando assumi o meu primeiro mandato nesta Casa. 

A minha intenção era - e  ainda é - apoiar as demandas destas entidades tão importantes para o atendimento da Saúde Pública do País e também de São Paulo, mas que atravessam uma grave crise financeira, causada, principalmente, pelo subfinanciamento, como o nosso provedor acabou de colocar. Quantos debates vivemos e trouxemos para cá ou levamos para Brasília, para a secretaria ou para o governador?

Há três anos, o Governo do Estado criou o programa “Santas Casas Sustentáveis”, que, por uma lei de minha iniciativa, tornou-se permanente. É um programa inovador que premia e valoriza as boas práticas, o bom atendimento e a boa gestão, ao mesmo tempo em que organiza e integra os serviços de Saúde Pública prestados no estado. Esta foi uma das conquistas que tivemos na defesa e no apoio às nossas Santas Casas.

Porém, temos ainda muito, mas muito, por lutar e alcançar. Diga-se de passagem, teremos um bate-papo ainda esta semana para tratar de temas nesse sentido. Da mesma forma, estivemos juntos na fundação na semana passada.

Para concluir, quero aqui, mais uma vez, voltando para o tema e para a importância deste ato, dizer da honra e da satisfação que esta Casa tem em sediar este momento de homenagem.

Portanto, cumprimento novamente os formandos das 50 turmas da Faculdade de Ciências, nossos doutores e nossos profissionais, assim como todos os egressos de cada uma dessas turmas, e os professores, alunos, colaboradores e membros do corpo diretivo, enfim, a todos os que ajudaram a construir esta história de 50 turmas de formandos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Parabenizo, mais uma vez, este momento e esta cerimônia em que teremos, entre tantas homenagens, o lançamento do selo. É apenas mais uma.

Presidente Tonico Ramos, presidente José Cândido, provedor, nosso queridíssimo comandante do hospital, que fique aqui o registro de reconhecimento desta Casa e do povo de São Paulo à história e à importância de nossa Santa Casa, da nossa faculdade e, é claro, da nossa fundação.

Parabéns a todos e muito obrigado, em nome da Assembleia Legislativa de São Paulo. (Palmas.)

Agora, tem a palavra o Dr. Tonico Ramos, presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, que retorna à tribuna desta Casa.

 

O SR. TONICO RAMOS - Excelentíssimo presidente deputado Itamar Borges, Mesa composta, que homenageio com toda a minha boa vontade e experiência, tomo a liberdade de homenagear a todos os parlamentares desta Casa, na pessoa do ex-presidente Jacob Pedro Carolo, presente ao nosso lado, à direita. É história viva desta Casa, deste estado e deste País. É uma honra estar me manifestando a respeito dele em sua presença. Quero, sim, homenagear a todos os médicos e professores pelo secretário Guedes. Professor Guedes, você orgulha a classe médica do Brasil.

Devo falar da fundação, mas, antes de iniciar, quero saudar o meu filho Antônio Augusto Lemos Ramos, que está aqui representando a minha família para dizer à minha esposa: “Olha, ele estava lá mesmo, Maria Eliza”.

A Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, seus professores, funcionários, familiares, amigos e - por que não? - São Paulo e o Brasil comemoram hoje, nesta Casa de Leis, as 50 turmas de médicos e médicas diplomados por aquela instituição.

Em 1963, chegaram os primeiros alunos em busca de conhecimento, na possibilidade de exercer suas vocações. Hoje, 16 de abril de 2018, podemos afirmar que foi um período gigante de ensino, desenvolvimento, emoções e alegrias. Vimos uma impressionante revolução tecnológica impactar todos os setores de nossas vidas. Vivemos suas consequências em todos os setores. A prática da medicina sofreu profundas modificações, num crescendo sempre. Ainda assim, no Brasil disposto de tecnologia de ponta e índios que não conhecem brancos, temos instituições fortes, e uma democracia em consolidação.

  Fui presidente desta Casa, presidente da Constituinte de 1989. Convivo com o bom conflito. De uma lado, uma fundação que oferece melhores conhecimentos aos alunos e, de outro lado, como homem público, registro um certo desconforto com a crise instalada no nosso País.

  A aprovação da lei anticorrupção desencadeou uma revolução surda, em um novo capítulo da nossa história. Uma presidente da República afastada por impeachment, um ex-presidente da República julgado, condenado, preso. Ministros, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores presos. Dezenas de empresários presos. A droga fora do controle. As facções criminosas dominando os presídios, extrapolando seus muros e aterrorizando o cidadão comum, as instituições tão fortes e consolidadas.

  O Poder Judiciário - o Ministério Público, a Polícia Federal - trabalha à luz da Constituição Federal, e alimenta nossas esperanças de um País saneado e melhor. Estamos longe do fim, e atos isolados continuam a exigir explicações das autoridades. Vereador e motorista são assassinados à luz do dia. Homens carregando fuzil, sem punição. Menores educados para conviver com o ilegal. Apartamento com caixas de papelão, contendo milhões de reais, sem origem. Repatriações de milhões de reais em paraísos fiscais. Centenas de pessoas do governo e da livre iniciativa investigadas. Bilhões de reais identificados e desviados.

  Repito, ainda não terminou. Há muita investigação, muita gente a ser julgada, muita justiça a ser feita num ambiente democrático.

Pergunto: o que a revolução tecnológica e a revolução ética ainda em curso têm a ver conosco? Respondendo, olhando para trás, para viver orgulhosos, que a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho soube entrar na mão do tempo e trazer os avanços para o ensino da Medicina, promovendo uma medicina baseada em princípios antigos e as melhores práticas modernas.

  Olhando para estes últimos anos de agitação, de notícias falsas, de muita especulação, de uns contra os outros, a fundação mantém-se digna, assentada na sua sólida base e contribuição cultural, sendo bom referencial para os seus alunos, também de Enfermagem, Fonoaudiologia, Radiologia e Sistema Biomédico. Logo, justificando a conquista da Faculdade de Medicina, um grau de excelência, o máximo na avaliação do Ministério da Educação.

  Somos a única escola particular entre as 10 consideradas melhores do País, conforme os rankings estabelecidos pela mídia nacional. O nosso olhar sereno para o futuro é assegurado pela certeza de fazermos bem-feito em qualquer terreno, em qualquer canto.

Assim é o pensamento e as ações do Conselho Curador. Aos membros dos conselhos anteriores, e aos atuais conselheiros, nossa gratidão pelo apoio recebido. Ao Dr. Paulo Eduardo Fonseca, vice-presidente do Conselho; ao Dr. José Cândido Freitas Júnior, presidente da Diretoria Executiva; ao Dr. Paulo Carrara, diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e ao Dr. Antonio Shenjiro, superintendente, nosso agradecimento pelo companheirismo.

Por fim, ressalvo o trabalho corajoso do provedor, Dr. Antonio Penteado, em comandar, com habilidade, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, uma instituição centenária. Agradecemos aos responsáveis pelo setor da Filatelia dos Correios, pela emissão do selo comemorativo do feito das 50 turmas, lançado oficialmente hoje. Aceite todos os nossos médicos e médicas dessas 50 turmas. Nossos parabéns, o nosso muito obrigado! Saibam que nós continuamos ligados a vocês. Felicidades. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB -  Neste momento, convido o representante do Cerimonial dos Correios, Gercílio de Assis, para conduzir o lançamento do selo e do carimbo.

 

O SR. GERCÍLIO DE ASSIS - Boa noite a todos. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e os Correios têm a honra de lançar, nesta Casa de Leis, o selo e o carimbo comemorativos, criados especialmente para homenagear as 50 turmas formadas em Medicina, pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Neste momento, peço à equipe técnica que projete no telão a imagem do selo e do carimbo, para que todos possam apreciar.

 

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- É feita a apresentação da imagem do selo e do carimbo.

 

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O SR. GERCÍLIO DE ASSIS - Como podemos observar, com fundo verde em degradê, o selo estampa em destaque o número 50, estilizado, que alude às 50 turmas formadas pela Santa Casa, com a inclusão da marca da instituição, inspirada no símbolo da Medicina, o bastão de Asclépio. O carimbo comemorativo segue a mesma temática do selo.

Senhoras e senhores, para conduzir o rito de obliteração do selo postal, convidamos o gerente de região de Atendimento dos Correios de São Paulo Metropolitana, Edson Gonçalves Araújo. Os Correios têm a honra de convidar para a próxima obliteração, o Dr. Antônio Penteado Mendonça, provedor da irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. (Palmas.)

 

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  - E feita a entrega de um álbum filatélico.

 

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  O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Também vou pedir que ele aguarde ao lado do deputado, por gentileza. Obrigado.

  Os Correios, agora, têm o prazer de convidar o Dr. José Cândido de Freitas, presidente executivo da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. (Palmas.) Na sequência ele é agraciado com a peça filatélica que ele acabou de obliterar.

 

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  - É feita a entrega da peça filatélica.

 

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  O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Também vou pedir a gentileza do Dr. José Cândido de Freitas de se juntar ao deputado. Os Correios, agora, têm o prazer de convidar para obliterar o selo, o presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, Dr. Tonico Ramos. (Palmas.)

 

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  - É feita a obliteração do selo.

 

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  O SR. GERCÍLIO DE ASSIS - O presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, Dr. Tonico Ramos, posa, agora, com o álbum com a peça filatélica. (Palmas.)

Eu vou pedir ainda para o Dr. Tonico Ramos não ir para lá junto aos demais - desculpe - porque o senhor foi incumbido de receber a réplica do carimbo comemorativo em nome da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, que é a mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O Edson vai entregar ao senhor a replica do carimbo.

 

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- É feita a entrega da réplica do carimbo. 

 

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  O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Obrigado, Dr. Tonico Ramos. Os Correios têm o prazer de convidar agora o diretor do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São Paulo.

 

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  - É feita a entrega do álbum da peça filatélica obliterada.

 

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  O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Obrigado Dr. Carlos.

  Os Correios têm o prazer de convidar, agora, para obliterar o selo, o Dr. José Mansur, conselheiro da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. Perdão, houve uma inversão na ordem dos nossos obliterantes. Na verdade, quem está obliterando é o Dr. Pedro Jabur, médico decano da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com todo o merecimento.

 

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  - É feita a obliteração do selo.

 

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O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Obrigado, Dr. Pedro Jabur. Muito merecida esta homenagem também ao senhor; é muito merecida esta homenagem. Muito obrigado. (Palmas.)

Agora, os Correios têm a honra de convidar para obliterar o selo, o Dr. José Mansur, conselheiro da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. (Palmas.)

 

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  - É feita a obliteração do selo.

 

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  O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Obrigado, Dr. José Mansur. Agora, os Correios têm a honra de convidar para obliterar o selo o Dr. Luís Fernando Nogueira, conselheiro da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho.

 

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  - É feita a obliteração do selo.

 

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  O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Agora, o Dr. Luís Fernando Nogueira é agraciado com o álbum filatélico.

 

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  - É feita a entrega do álbum filatélico.

 

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O SR. GERCÍLILO DE ASSIS - Obrigado Dr. Luís Fernando Nogueira pela participação.

  Encerrando esta série de obliterações, os Correios têm o prazer de convidar o Dr. Luis Sampaio Gouveia, conselheiro da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho. Desculpem-me, mas fui informado de que ele não se encontra presente. Portanto, vamos dar prosseguimento à solenidade.

  Uma vez que todas as autoridades já obliteraram a cartela e foram agraciados com seu álbum, convidamos todas as autoridades para se reunir aqui ao centro, junto com nosso representante dos Correios, para nós fazermos um registro fotográfico conjunto.

  Dr. Guedes se encontra? Por gentileza, pode vir para cá? Nós o estamos convidando, com muita honra, para participar deste momento para obliterar o selo, por gentileza.

 

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  - É feita a obliteração do selo.

 

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  O SR. GERCÍLIO DE ASSIS - E agora o Dr. Guedes é presenteado com o álbum filatélico, com o selo que ele acabou de obliterar.

 

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  - É feita a entrega do álbum filatélico.

 

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O SR. GERCÍLIO DE ASSIS - Realizada a última obliteração peço que ele se junte a todos aqui em linha. Todos, agora, comporão um registro fotográfico ao lado do representante dos Correios. Por favor, Dr. Guedes. Pode abrir o álbum, por gentileza? Isso mesmo, deixem aberto, preferencialmente, com a cartela carimbada aberta também, porque afinal de contas este é um momento histórico e vai ficar para a posterioridade.

  Muito obrigado. Convidamos agora todas as autoridades que estavam na Mesa para retomar os seus lugares. 

Muito obrigado a todos pela participação. Vou pedir ao representante dos Correios, Edson Gonçalves de Araújo, para permanecer aqui no local. Por gentileza, Edson! Porque neste momento nós o convidamos para proferir suas palavras.

 

O SR. EDSON GONÇALVES DE ARAÚJO - Sr. Presidente desta sessão solene, deputado Itamar Borges; presidente da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, José Cândido de Freitas Junior, em nome dos quais saúdo as demais autoridades; senhoras e senhores, boa noite.

É com grande satisfação que os Correios lançam, hoje, o selo e o carimbo postal. Comemoram a formação de 50 turmas de Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Antes de mais nada, é importante destacar que os selos e os carimbos deixaram de ser meros comprovantes de pagamento pelos serviços postais. Eles ganharam dimensão simbólica maior ao representarem, hoje, a arte das comunicações, retratando personalidades e reverberando eventos de ampla satisfação social. Imagens reproduzidas no reduzido espaço do selo e do carimbo são uma forma de contar história, legar às futuras gerações o registro oficial daquilo que nós consideramos socialmente relevante. Diante do tema das comemorações desta noite, nossas equipes de trabalho entenderam que as peças hoje lançadas deveriam ter um tratamento diferenciado por reunirem educação e saúde. Em quaisquer destes dois recortes de abordagem, o selo e o carimbo assumem enorme importância por se enquadrarem na interseção de dois tópicos definidores por excelência da qualidade e vida de um povo.

Nesta noite, portanto, estamos recolocando o tema para discussão da sociedade, ao mesmo tempo em que prestamos justa homenagem à Santa Casa, ao seu corpo diretivo, aos professores e aos seus alunos passados e do presente. Que este selo possa reforçar a luta constante desta instituição e de todas as turmas que por ela passarem, no sentimento de estabelecer na prática a saúde como tópico indissociável da cidadania.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. GERCÍLIO DE ASSIS - Nossos agradecimentos ao gerente dos Correios, Edson Gonçalves de Araújo, por suas palavras. E o convidamos a retornar à Mesa. 

Senhoras e senhores, lançadas oficialmente as peças filatélicas alusivas à data celebrada, comunicamos que o carimbo comemorativo permanecerá em uso por 30 dias na Agência de Correios Campos Elíseos, situada na alameda Glete, 1045, Santa Cecília, São Paulo. Após este período, o carimbo permanecerá por dois meses na Agência Filatélica Dom Pedro II, estabelecida no mezanino do mesmo prédio histórico dos Correios, no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.

E ao final deste prazo, o carimbo será incorporado ao patrimônio do Museu Nacional dos Correios, em Brasília.

Sem dúvida, esta é uma celebração histórica. E como forma de marcar esta data para os nossos convidados, comunicamos que ao final desta sessão solene todos serão agraciados com uma lembrança contendo o selo personalizado, o selo postal lançado hoje, especialmente dedicado a 50 turmas formadas em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Neste momento devolvemos a palavra ao presidente desta sessão solene, deputado Itamar Borges.

Boa noite a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Muito obrigado.

Assistiremos, agora, à última apresentação musical do Canta Santa da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, sob a regência do maestro Caio de Oliveira, com as músicas “Rosa Amarela”, de Heitor Villa Lobos, e “Gaudeamus Igitur”, hino universitário popular, inspirado na obra de J. Brahms. 

Informamos, mais uma vez, que esta sessão solene será transmitida pela TV Assembleia, no domingo, dia 22 de abril, às 21 horas, pela NET, no canal 7; pela TV Vivo, no canal 9; e pela TV Digital, canal 61.2. Além de estar sendo transmitida ao vivo pela internet.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Parabéns e muito obrigado.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades presentes, a minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria-Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Alesp e das Assessorias Policias Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta sessão.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 10 minutos.

 

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