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04 DE JUNHO DE 2018

037ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA 10 DE JUNHO - DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

 

Presidência: FERNANDO CAPEZ

 

RESUMO

1 - FERNANDO CAPEZ

Assume a Presidência a abre a sessão. Anuncia a composição da Mesa. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a pedido deste deputado, na direção dos trabalhos, para "Homenagear o Dia De Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas". Convida os presentes a ouvirem, de pé, o "Hino Nacional Português" e o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia exibição de vídeo para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

 

2 - ANTONIO MARCOS

Mestre de cerimonias, dá conhecimento de justificativas de ausência enviadas por autoridades e anuncia a presença de ranchos folclóricos aqui presentes.

 

3 - MANUEL MAGNO ALVES

Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, cumprimenta as autoridades presentes. Faz histórico do estabelecimento do dia 10/06 como Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Considera Camões um dos grandes escritores da literatura universal. Destaca o papel social e cultural exercido pelas comunidades portuguesas nos locais em que se estabelecem.

 

4 - PAULO LOURENÇO LOPES

Cônsul-geral de Portugal em São Paulo, saúda os presentes. Considera a comunidade luso-brasileira em São Paulo a mais importante e mais ativa do País. Comemora o crescimento de brasileiros com cidadania portuguesa. Destaca a importância do passado e da tradição na modernidade de Portugal. Enfatiza que os laços entre Brasil e Portugal vem crescendo nos últimos anos pois os brasileiros redescobriram Portugal e sua cultura. Convida todos a participarem da programação do evento de artes e design 'Experimenta Portugal 2018'.

 

5 - ANTONIO MARCOS

Mestre de cerimônias, anuncia a apresentação musical da fadista Glória de Lourdes. Faz breve biografias e anuncia a entrega de homenagens para os Srs. João Aderito da Silva Amaral; João Victor dos Santos Pereira; José Manuel Araújo da Silva; Júlio Luiz Marques; Ramiro Alves da Rocha Cruz; e Salvador Gonçalves Lopes.

 

6 - RAMIRO ALVES DA ROCHA CRUZ

Representante dos homenageados, saúda as autoridades presentes. Faz histórico de sua trajetória no Brasil. Menciona o papel exercido pelo Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo. Considera que deseja deixar como legado aos seus descendentes o nacionalismo. Exalta a excelência de ser português. Cita o Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino. Realiza agradecimentos gerais.

 

7 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Cumprimenta os presentes. Informa que este é o 11º ano em que propõe a realização desta homenagem. Considera que os portugueses têm no trabalho um grande valor pessoal. Faz histórico de sua relação com a comunidade portuguesa. Lembra sua atuação enquanto presidente desta Casa. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Fernando Capez.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Iniciamos a sessão com a finalidade de prestar homenagem ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e  com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Esta Presidência chama, para integrar a Mesa principal dos trabalhos, Sua Excelência, o presidente da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, Sr. Magno Alves. Uma calorosa salva de palmas. (Palmas.) Para completar a Mesa principal dos trabalhos, ele que está sempre prestigiando a Comunidade Luso-Brasileira aqui em nossas sessões solenes, Sua Excelência, o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço Lopes.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta não é uma sessão comum ou qualquer, é uma sessão solene. Sendo assim, obedece a rígida forma sacramental nos termos do Regimento Interno. Só pode ser convocada pelo presidente efetivo da Casa e solicitada por deputado com exercício em seu mandato nesta Assembleia, o segundo maior parlamento da América Latina. Esta sessão solene foi aprovada por unanimidade pelos deputados da Casa, e se realiza no plenário principal e mais importante, onde se fazem as votações e onde foi votada a Constituição do Estado de São Paulo de 1989. Esta sessão solene foi convocada com a finalidade de prestar homenagem ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Português e o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É reproduzido o Hino Nacional Português.

 

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- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Comunicamos a todos os presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida pela TV Assembleia no próximo sábado, dia 9 de junho, às 22 horas e dez minutos, pela NET - canal 7; TV Digital - canal 61.2; e pela TV Vivo - canal 9.

Neste momento assistiremos a um vídeo sobre Portugal.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Estão presentes também o vice-presidente Sr. Paulo Machado, em exercício da Casa de Portugal, representando o comendador Antonio dos Ramos, presidente da Casa de Portugal; nosso queridíssimo Marcelo Stori Guerra, presidente executivo da Casa dos Açores e grande amigo desta Casa; Manuel Caldas Fernandes, presidente da Casa do Minho; José Pinho, presidente do Arouca São Paulo Clube; Alcides Félix Terrível, vice-presidente do Centro Transmontano e vice-presidente do Hospital Igesp; a nossa amada Teresa Morgado, conselheira das Comunidades Portuguesas; Davi da Fonte, conselheiro das Comunidades Portuguesas; Vasco Monteiro, também conselheiro; Armando Torrão, do Jornal “Portugal em Foco”, sempre cobrindo os eventos da comunidade; Sr. Antonio Almeida e Silva, ex-presidente do Conselho Luso-Brasileiro de São Paulo, a quem devo ter me aproximado da comunidade portuguesa; Renata Afonso, da Revista Naus; Mirandinha, da TV Aberta "Orgulho de ser Luz"; Fátima Macedo, da Rádio Capital - Programa "Portugal - A Saudade de Você"; Odair Sene, do Mundo Lusíadas; Padre Armênio, da Igreja Brasilândia, do programa "Caravela do Fado".

Neste momento, passo a palavra ao nosso mestre de cerimônias, querido Antonio Marcos, que defenderá a sua tese de doutorado no próximo dia 12 de junho.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Muito obrigado, nobre deputado. Sejam todos bem-vindos a esta sessão solene alusiva ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Gostaríamos de fazer os agradecimentos às correspondências que fazem alusão e parabenizam a nossa comunidade por esta data. Ao professor Marco Antonio Zago, secretário de Estado da Saúde do estado de São Paulo; Dr. Paulo Prazak, presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo; Dr. Desembargador Wilson Fernandes, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região; Sr. Nelson Baeta Neves Filho, secretário de Habitação do Estado de São Paulo; professor e Dr. Vahan Agopyan, reitor da Universidade de São Paulo - USP; Coronel Telhada, deputado estadual de São Paulo; Dr. Davi Depiné, defensor público-geral do Estado de São Paulo.

Também gostaríamos de citar as correspondências recebidas parabenizando essa data, do Sr. Presidente da República do Brasil, Michel Temer; Sr. Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza; Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Luiz Carneiro; Sr. Primeiro Ministro de Portugal, Dr. Antonio Costa; o Sr. Prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Também gostaríamos de registrar a correspondência recebida pelo governador do Estado, Dr. Márcio França.

Gostaríamos também de agradecer aos ranchos folclóricos que gentilmente nos enviou suas porta-bandeiras a essas associações que tão bem representam a nossa comunidade não só em São Paulo, como no estado. Os ranchos folclóricos Pedro Homem de Melo, Casa do Minho de São Paulo, Veteranos de São Paulo do Rotary Club da Penha, Associação Portuguesa de Desportos e Casa de Portugal de São Paulo.

Neste momento, com a palavra, o Dr. Manuel Magno Alves, presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, para falar em nome de toda a comunidade portuguesa.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Apenas peço licença ao Antonio Marcos para saudar, ainda em tempo, o Sr. Raul Pereira, representando a Casa da Ilha da Madeira. E estou vendo aqui o Antero Pereira, presidente do Sindicato das Panificadoras de São Paulo, um símbolo único em todo o mundo, a contribuição da comunidade luso-brasileira ao Brasil. Em nenhum outro local do mundo tem o conceito de panificadora tal qual no Brasil. Muito obrigado pela sua presença.

 

O SR. MANUEL MAGNO ALVES - Senhoras e senhores, boa noite. Gostaria de iniciar esta pequena intervenção saudando o ilustre deputado Fernando Capez, proponente desta sessão solene. Saúdo também o nosso cônsul-geral de Portugal, Dr. Paulo Lourenço; a imprensa luso-brasileira, que está sempre cobrindo nossos eventos; os participantes dos ranchos folclóricos, que sempre colorem e animam as nossas festas; e a todos os senhores presentes que nos ajudam a fazer esta solenidade mais bonita e importante.

A data de 10 de junho celebra o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O Dia de Portugal começou a ser mais efusivamente comemorado, em termos nacionais de Portugal, a partir do Estado Novo, sob o governo de Antonio Oliveira Salazar. Até 25 de abril, quando ocorreu a Revolução dos Cravos, o 10 de junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça. Somente após 1978, converteu-se esse nome para Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Lembramos também nesse dia a morte de Camões, aquele que é considerado o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores da humanidade, que representava o gênio da pátria em sua face mais esplendorosa. Conta a história que teria Camões, com sua família, se fixado em Chaves, no norte de Portugal, migrando posteriormente para Lisboa e Coimbra. “Os Lusíadas”, todos nós conhecemos essa obra-prima, é considerada ainda hoje a principal obra da época moderna, face a sua grandeza e universalidade. Faleceu Camões, segundo consta, em uma casa pequena em Santana, Lisboa, e foi sepultado em uma cova rasa em uma das igrejas da proximidade - como era comum naquela época. Seus restos mortais repousam hoje no Mosteiro dos Jerónimos. Por tudo que Camões representou e representa para a nossa lusitanidade, entendo que devemos o saudar sempre.

Já as comunidades portuguesas evidenciam o significado da nossa história e da presença portuguesa, seja no Brasil ou nas diversas partes do mundo por onde nossa gente se espalhou, sempre contribuindo com o seu trabalho para o desenvolvimento de sua região e cidades, fazendo ainda maior este País  de acolhimento. Viva Portugal. Viva o Brasil. Obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Senhoras e senhores, neste momento convido o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Dr. Paulo Lourenço Lopes.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Ainda em tempo, anuncio a honrosa presença do Sr. Fernando Ramalho, presidente do Conselho Deliberativo da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

O SR. PAULO LOURENÇO LOPES - Boa noite a todos. Queria começar agradecendo o deputado Fernando Capez, por manter viva na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo essa boa tradição de celebrar, com a comunidade, o nosso dia maior. Agradeço também o Sr. Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, Dr. Manuel Magno Alves, que também saúdo efusivamente, aproveitando para desejar grande sucesso nesse mandato que agora iniciou.

Eu acredito que esse seja o meu quinto ou sexto ano, me corrijam se eu não estiver dizendo a verdade, que celebro nesta nobre Casa o dia nacional. Poderia testemunhar na qualidade de cônsul-geral ao longo desses anos o interesse desta importante Assembleia em se associar à mais importante data nacional. Isso é por si só um motivo de regozijo para a cada vez mais numerosa comunidade luso-brasileira. Aliás, aqui hoje, está sendo representada por muitos dirigentes e líderes associativos. Saúdo a iniciativa dos Srs. Deputados e ao proponente da sessão, mas sobretudo a iniciativa da comunidade luso-brasileira que, através do seu conselho e de suas associações, mantém bem viva essa importante tradição.

Nesse sentido, e à medida em que caminho para o término de minhas funções, permito com a clemência de todos ser hoje aqui um pouco mais audacioso e talvez até um pouco mais cândido nas observações que fui colhendo a partir dessa experiência de seis anos. Assumidamente feliz e realizado, como é do conhecimento de todos, em conviver próximo com a realidade brasileira, me tornei um observador apaixonado com a colônia portuguesa, essa que também é a maior metrópole de língua portuguesa do mundo. A comunidade luso-brasileira de São Paulo é hoje, ao meu entender, a mais importante e ativa comunidade luso-brasileira do Brasil. Não só se manteve fiel ao seu papel de guardiã e legisladora do nosso legado na cidade brasileira mais multicultural e influenciada por diferentes origens migratórias, como soube separar o essencial do acessório.

Ou seja, a força das relações entre Portugal e Brasil erradica em sua intimidade pessoal e familiar única no fato de tratarem relações do Estado e não da circunstância. Mudam os governos, seus titulares, a orientação, vêm as modas e até modismos, que vão e vêm, mas não muda a essencialidade do nosso relacionamento. E isso, essa comunidade sempre soube sabiamente preservar. A comunidade portuguesa, mesmo em suas transformações mais recentes, não é tanto uma colônia, mas porventura uma variante da própria sociedade brasileira, bem integrada e ramificada por todos os setores sociais que se sentem orgulhosamente portugueses e brasileiros.

O fato de estar crescendo de modo impressionante o número de brasileiros com cidadania portuguesa também colabora para essa conclusão. Esse duplo sentimento de pertença, reforçado por uma língua comum, ao invés de uma ambiguidade, tem na realidade permitido polarizar complementaridades, aumentar o trânsito da oportunidade e de ideias entre os dois países, e aproveitar extintos naturais de parcerias, juntando o que os dois países têm de melhor e mais singular para oferecer dos dois lados do Atlântico, inseridos em duas regiões distintas.

Alguns observarão que é exatamente isso que está acontecendo hoje entre Portugal e o Brasil. Eu concordaria que nunca como hoje os brasileiros olharam com tanta curiosidade e interesse na terrinha, como se costuma dizer aqui, onde nunca investiram, residiram, fizeram turismo ou colocaram seus filhos para estudar, como agora. Isso é verdade. Até diria mais, que para que esse ciclo de descobrimento tivesse sido possível, foi preciso que a comunidade luso-brasileira, esta que está aqui hoje representada, desempenhasse um papel por vezes invisível e até incompreendido do lutar pela integridade da nossa herança e legado, em que às vezes atrevo-me a citar, até o passado parece incerto.

Foi só graças a esse estilingue que vai buscar balanço do passado e a tradição, que podemos hoje revoar as surpresas de um país europeu contemporâneo e antenado. Não há modernidade portuguesa sem tradição. E aproveito, mais uma vez, como já foi feito aqui, para saudar os ranchos folclóricos e porta-bandeiras presentes conosco. Agora que os paulistas conhecem melhor a realidade portuguesa, o grande desafio da comunidade luso-brasileira também é ela própria sujeita a mudanças sociológicas, é de saber interpretar esse novo ciclo e criar condições que permitam garantir sua longevidade e capacidade dentro da sociedade em que está integrada.

Estou persuadido de que a escala dos laços entre os dois países está crescendo aceleradamente, com a complexidade, diversidade da presença brasileira em Portugal, gerando oportunidades únicas para a comunidade associativa e empresarial lusa, potencializadas pela crescente proximidade entre nós, pela revolução da dupla nacionalidade, pela iminência de um acordo União Europeia e Mercosul e pela recuperação da economia. Se me permitissem deixar aqui pistas que poderão ajudar a animar uma nova fase na vida associativa dessa comunidade que aprendi a conhecer, respeitar e amar, elas seriam essas. Aproveitar a disponibilidade, a hospitalidade desta nobre Casa e de vasta maioria de seus deputados para dinamizar decididamente a Frente Parlamentar que já existe, ou para criar um grupo de amizade luso-brasileira que possa ir ao encontro dessa nova dinâmica de relacionamento entre São Paulo e Portugal.

Outra pista será usar o projeto de criação da futura Escola Portuguesa de São Paulo, no Sumaré, viabilizada graças à generosa cessão do Governo do Estado de São Paulo de um edifício do parque de ensino da rede estadual como um novo dínamo agregador e mobilizador para essa comunidade. Tenho poucas dúvidas hoje de que essa comunidade saberá acompanhar essas mudanças e se necessário, se reinventar. A vejo hoje mais consciente de seus desafios, me permitam a candura, e alguns bem complexos por sinal. Mas a sua coragem, solidariedade e lealdade são o verdadeiro trunfo e resiliência. E sobre essas qualidades, tenho seis anos de certezas.

Minhas senhoras e senhores, gostaria também de aproveitar essa ocasião para convidar todas e todos para participarem, na medida do possível, dessa extensa programação do Experimenta Portugal, cujo vídeo viram no início desta sessão. É a quarta edição de uma chancela criada pelo Consulado Geral aqui em São Paulo, uma chancela exclusivamente paulistana. Esse ano com a duração de três meses de evento. Acho que essa chancela já não pertence só ao Consulado Geral, mas faz parte do calendário da cidade. Acho que isso é particularmente sintomático. Gostaria de convidá-los para participar dela, em especial do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que o Consulado Geral organizará no próximo dia 16 de junho, através de um concerto na Sala São Paulo, aqui muito perto.

Por fim, resta me dar um testemunho público de apreço pelo acolhimento e atenção com que sempre fui recebido aos mais variados níveis nesta Casa. É sempre uma alegria para mim constatar um reforço claro do seu relacionamento institucional, quer com a República Portuguesa ou com o Consulado Geral, que tenho a honra de chefiar. Fazendo votos muito sinceros para que esta Assembleia Legislativa continue dando à numerosa e generosa comunidade luso-brasileira de São Paulo, hoje aqui também vivamente representada pelos agraciados de hoje, o carinho e, mais importante, a representação política à altura de sua história, coisa que certamente essa comunidade saberá retribuir e honrar.

Muito obrigado a todos. Viva Portugal. Viva o Brasil. Viva São Paulo.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Muito bem. Aproveito para ainda em tempo anunciar a honrosa presença do Sr. Ildefonso Garcia, do Centro Cultural 25 de Abril; a professora Fernanda Magnota, coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP; Carlos José Rodrigues, presidente da Casa de Portugal do Grande ABC; Marcia Maria Rodrigues, presidente do Elos Clube do Grande ABC; e Maristela Bignardi, assessora de imprensa do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Senhoras e senhores, antes de chegarmos ao ápice desta noite, que será feita a homenagens aos que estão aqui conosco, gostaríamos de trazer essa grande fadista Glória de Lourdes, acompanhando dos guitarristas Marcos Sabó e Alexandre Martins.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Senhoras e senhores, chegamos ao ápice desta noite, em que a comunidade luso-brasileira irá homenagear esses homens, pessoas que realmente fazem o nome da nossa comunidade ter o real valor - do trabalho e da alegria. Aquilo que faz não só essa cidade de São Paulo crescer, como também todo o nosso País.

Senhoras e senhores, vamos chamar o primeiro homenageado desta noite, Sr. João Aderito da Silva Amaral. A entrega será feita pelo presidente desta Mesa, deputado Fernando Capez.

Nascido em 18 de outubro de 1948 na pequena aldeia de Seixas, conselho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, região central de Portugal, João Aderito da Silva Amaral teve uma infância pobre ao lado de quatro irmãos, mas muito feliz pelos campos de futebol e salões de baile. Veio junto à juventude a obrigação de servir ao seu país. Esteve por quatro anos na tropa, três deles em radiotransmissores na Guiné Bissau. Assim como sua pátria, além de terras africanas, descobriu também o Brasil quando cruzou o Atlântico em 1973. Apesar de já ter vencido a origem humilde e o horror à guerra, a vida de imigrante não foi tão fácil, ainda mais seguido de uma viuvez.

Combatendo a saudade eterna do solo lusitano e em festas da comunidade portuguesa em São Paulo, e principalmente na Associação Portuguesa de Desportos, João Amaral fez a vida. Com dois filhos e dois netos, considera seu maior legado ter passado para sua descendência o amor incondicional à nação valente e imortal.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Nosso próximo homenageado é João Victor dos Santos Pereira. Nascido em nove de fevereiro de 2000, aos quatro anos de idade torna-se um dos mais novos componentes do Rancho Folclórico do Arouca São Paulo Clube. Em 2015, torna-se o mais jovem diretor do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo. A convite do então presidente, Dr. Antonio de Almeida e Silva, assumindo a diretoria do Comitê Juventude. Um ano após sua adesão ao conselho, torna-se também coordenador do Portal do conselho, modernizando-o e introduzindo a seção “Nosso Folclore”.

Foi componente também do Rancho Folclórico Pedro Homem de Melo e hoje está coordenando e dirigindo a formação do Rancho Folclórico Rainha Santa de Arouca, a fim de preservar as tradições das serras de seus avós. Atualmente estuda na Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP, onde ingressou no curso de Relações Internacionais, obtendo a primeira colocação no vestibular. Sempre incentivando as raízes de sua família tradicionalmente arouquense e madeirense, difunde e preserva essas tradições com muita vontade e vigor.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Chamamos agora José Manuel Araújo da Silva. Nascido em 26 de novembro de 1956 em Peso da Régua, distrito de Vila Real - Portugal, viveu por lá até 1974, quando mudou-se para Torre de Bom Corvo, distrito de Bragança. Lá morou e trabalhou em oficinas de motocicletas e participou de diversas corridas de motociclos.

Chega ao Brasil em 1977, em São Paulo. Aqui, tornou-se ourives e proprietário da Joalheria Lusitana Joias. Participa e colabora com diversos ranchos folclóricos e casas regionais de São Paulo, ajudando a divulgar e manter o folclore português em terras paulistanas. É conhecido na comunidade como “Manuel das Joias”. Recebendo sua homenagem, José Manuel Araújo da Silva.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Júlio Luiz Marques, brasileiro, casado com Valeria Patrícia Miranda Marques, possui um filho de 19 anos, o João Felipe Miranda Marques. Nascido em 29 de julho de 1956 na cidade de São Paulo, é filho de Antonio Luiz Marques, português, e de Celeste de Paulo Marques, brasileira e filha de portugueses. Possui cidadania portuguesa. É formado em Engenharia Mecânica.

Iniciou seus trabalhos no grupo da família em 1981, onde atua até hoje, no ramo de transportes. Representa seu grupo em diversas entidades de classe e tem como hobby carros antigos. É torcedor da Portuguesa, ex-diretor da Casa de Portugal, membro do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira e apaixonado pelas coisas portuguesas. Colabora com diversas entidades e associações luso-brasileiras. Visita Portugal sempre que possível.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Para receber sua homenagem, Sr. Ramiro da Rocha Cruz. Nascido em 1947, filho de lavradores de Vila Verde, freguesia de Marecos, cidade de Penafiel. Em 1959 aportou em Salvador, onde trabalhou no comércio da Cidade Baixa. Em 1961 imigrou para o Rio de Janeiro. Em 1965 veio para São Paulo exercendo muitas funções, de balconista a cozinheiro. Em 1969 se estabeleceu no bairro do Ipiranga.

Em 1974, aos 27 anos, fundou a TKT Transportadora. Em 1983 retorna os estudos e faz prova de primeiro grau e se matricula no segundo grau em 1985. Prestou vestibular para Direito. Em 1989 formou-se bacharel em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU. Em 1990 é aprovado no exame da OAB e também se registra na Ordem dos Advogados de Portugal. Em 1993 fica sócio do Lions Club Campos Elíseos e torna-se presidente do Conselho Superior Consultivo da Federação Internacional da Comunidade Lusíada.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - O próximo homenageado será o senhor Salvador Gonçalves Lopes. Natural de Gondar, Vila Nova de Cerveira – Portugal. Trabalhou dos 12 aos 17 anos no ramo de gastronomia na cidade de Lisboa, onde adquiriu gosto para continuar a trabalhar no ramo de hotelaria e gastronomia. Em 1967 chegou ao Brasil e começou a trabalhar como copeiro e garçom no Restaurante Porta do Sol, em Santos. Depois de um ano foi para o Canadá, onde residiu por cinco anos. Durante esse período, trabalhou, estudou, se casou e teve dois filhos. Em 1973 voltou ao Brasil a pedido do pai para assumir os negócios da família, e desde então nunca mais parou, fazendo crescer sua gama de empreendimentos e inaugurando novos hotéis.

Atualmente a família está na terceira geração, com os filhos seguindo o pai. É representante das entidades do setor de turismo da Federação dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo, onde ocupa cargo de vice-presidente; CNTUR - Confederação Nacional de Turismo de Santos; e Conselho Municipal de Turismo de São Vicente. É sócio-diretor desde 1997 do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira. E em 2015 assumiu, pelo quarto mandado, a Presidência, cargo que também ocupou de 2000 a 2006. Atualmente, de 2012 até 2020. Na diretoria do SinHoRes foi o responsável da retomada das obras da nova sede e inauguração do Espaço Gastronômico Minho.  

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Neste momento, falando por todos os homenageados nesta noite, o Sr. Ramiro Alves da Rocha Cruz.

 

O SR. RAMIRO ALVES DA ROCHA CRUZ - Boa noite a todos. É com profunda emoção que represento os homenageados desta noite. Para falar em nome deles, começo em nome do presidente desta Assembleia, do presidente da comunidade e o meu amigo, Dr. Paulo Lourenço Lopes, digníssimo cônsul-geral, que tem feito dessa nossa cidade e de tudo por nós e pelo país a que pertencemos. Resolvi aceitar não só a homenagem, como também falar pelos homenageados porque estou neste País há 59 anos. Foi onde pude desenvolver o melhor de mim, também compartilhar com nossas entidades, de forma plural e sempre com muito carinho e amor. Tenho sempre muito amor para dar.

Mas, nesta noite, fiquei pensando o que dizer para todos vocês, para essa plateia cheia de gente importante, doutores. Queria também deixar um abraço especial ao Dr. Antonio de Almeida pelos 12 anos que tão bem comandou esse conselho da comunidade. Tenho certeza que você, presidente Magno, terá muito trabalho, porque superar o mestre será mesmo uma obra sua. Estamos aqui para ajudar no que for preciso, como já lhe disse oportunamente. Mas falando pelos homenageados, estive pensando o que falaria. Podemos dizer muitas coisas, e até gostaria de falar por essa data importante para nós portugueses, nossa raça, porque agora mudaram o título de Camões para Portugal, e raça de Portugal para Camões, e comunidades no nosso caso.

Há muitos temas que poderiam ser desenvolvidos para eu falar para vocês. Falar da excelência que é ser português é óbvio, temos mais de 800 anos de nação. É a única nação do mundo que predomina com o mesmo nome. Temos uma língua que é falada por mais de 300 milhões de pessoas - e o Brasil é quem melhor a trata, muito embora existam discussões acadêmicas, que para nós não tem importância. Então poderia falar de quem somos, mas gostaria de deixar um legado. Neste momento, deixo para meus filhos e netos brasileiros, que estão aqui - peço que vocês se levantem, fiz questão que viessem. Meus filhos e netos, minha esposa. Por que eu quis que vocês viessem? Porque temos que deixar para vocês um legado especial. E aos meus netos e filhos brasileiros, o legado que mais gostaria é ter certeza que daqui uns anos esse nacionalismo tão necessário nas pessoas, tão importante para o crescimento da sociedade, que essa educação que tenho passado seja adquirida por mais de 200 milhões de pessoas que vivem nessa terra, mas pelos mais novos que vêm aí, de terem orgulho de ser brasileiro.

Isso será muito importante para todos os nossos descendentes. É por isso que tenho certeza que os homenageados aqui hoje devem confirmar que esse é um desejo de todos. Que a nossa sociedade ganha uma nova estrutura na educação. Mas vou ter que falar mais algumas coisas. Um agradecimento à Glória de Lourdes por ter cantado com sua linda voz e seus executores de guitarra e violão. Como os assuntos eram muitos, decidi apenas fazer agradecimentos. Busquei a certa forma de fazer esse agradecimento, e encontrei o Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino. Esse tratado foi desenvolvido por um professor e reitor da Universidade de Lisboa, em uma palestra que fez aos seus colegas brasileiros em Brasília.

Ele dizia que não basta dizer: “Obrigado”. É preciso que esse agradecimento tenha um sentido mais profundo. É esse sentido que quero tentar transformar para vocês. Isso que estamos recebendo hoje é a forma que tem que cair e calar fundo em nosso peito para dizer: “Muito obrigado, sociedade, por eu ter tido a oportunidade de fazer alguma coisa a mais do que simplesmente ser um homem casado com filhos e netos”. Nós fizemos algumas coisas por nossas entidades. Eu faço muito pouco se comparado a outras pessoas que aqui estão, mas faço a minha parte. E se todos nós fizermos nossa parte, o mundo será muito melhor.

Agradeço a quem nos recomendou para sermos homenageados, à comissão que me convidou para ser o orador da turma. E fico muito feliz em dizer que nesse Tratado de São Tomás de Aquino ele relata, e o professor António Manuel Sampaio da Nóvoa diz: “Agradecer superficialmente é simples. Agradecer em um segundo plano e profundamente em nível mais pujante só em português se consegue”. Muito obrigado, fico lhes grato. E assim entendo que nossos companheiros devem estar gratos por terem sido recomendados e homenageados nesta noite. Me sinto profundamente emocionado de ter amigos aqui, inclusive da nossa entidade do Elos ABC, está aqui a nossa presidente, que vieram nos prestigiar. Isso nos enche de orgulho e responsabilidade.

Isso nos vincula ao nosso conselho da comunidade, que faço parte, aos amigos e ao que já fizemos. É essa profundidade de agradecimento que eu queria deixar para vocês. E faço isso em nome dos nossos homenageados desta noite. Deixo um muito obrigado por essa oportunidade, por terem me convidado e me dado a oportunidade de falar por eles. Muito obrigado a todos. Fico imensamente grato.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Parabéns, bonito.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANTONIO MARCOS - Senhoras e senhores, antes de voltar a palavra ao deputado Fernando Capez, proponente desta sessão solene e presidente desta Mesa, gostaria de agradecer aos nossos apoiadores: São Cristóvão Saúde, a BBR Agropastoril Ltda, ao Banco Caixa Geral Brasil, a EDP - Energias de Portugal, ao Sindicato da Panificação do Estado de São Paulo - SampaPão, o restaurante A Bela Cintra, a Casa de Portugal e Rede Parque Estacionamentos. Aos nossos apoiadores, muito obrigado. Uma salva de palmas a todos eles. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Recebi aqui uma ficha dizendo que passou por aqui o meu grande amigo Coronel Telhada, uma salva de palmas. A sua esposa está aqui também. Um abraço Telhada, parabéns pelo seu trabalho, sobretudo, na área da Segurança e, aqui na Assembleia, como um grande companheiro. (Palmas.)

Quero mais uma vez deixar os nossos cumprimentos dos 94 deputados da maior Assembleia Legislativa do País, o segundo maior parlamento da América Latina, que em sessão solene reconheceu todas as indicações feitas pelo Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, para engalanada, poder outorgar essa comenda de mérito a João Aderito da Silva Amaral, João Victor dos Santos Pereira, José Manuel Araújo da Silva, Júlio Luiz Marques, Ramiro Alves da Rocha Cruz e Salvador Gonçalves Lopes. Cumprimento também todos os seus familiares que têm razões de sobra para festejarem e ficarem orgulhosos por esta singela homenagem, que é um retrato de como os senhores pautaram suas vidas como verdadeiros exemplos.

Quero também dizer, aqui nesse 11º ano, que presido a sessão solene em homenagem ao Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, que tenho um grande orgulho de, como deputado, ter durante meus três mandatos de deputado estadual, sempre tido essa oportunidade de realizar esta homenagem. Meu contato com a comunidade portuguesa começou ainda nos tempos em que fui promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, combati a violência das torcidas organizadas e, com isso, comecei a ter um maior relacionamento com os clubes e seus dirigentes. Desde logo, me chamava a atenção a comunidade portuguesa ligada ao esporte, em nossa querida Portuguesa de Desportes. O saudoso Eneias que tanto nos emocionou nos anos 70.

Ali comecei a me aproximar da comunidade e ver seus verdadeiros e principais valores. Muitas vezes eu perguntava para o meu pai: “Mas por que as panificadoras dão certo com os portugueses e seus descendentes, e muitas vezes não dão certo com outros?” E meu pai falou: “Somente um português para aguentar o ritmo de trabalho de abrir quatro e meia da manhã uma panificadora, dar a ela o tratamento de excelência e fechá-la próximo da meia noite”. Essa questão do trabalho sempre ficou muito marcada em mim, a admiração pelo trabalho. Segundo, a forma como os portugueses criavam seus filhos e valores familiares: a harmonia, a gentileza, a educação, a disciplina.

Todos esses valores sempre me fizeram ser um grande admirador da comunidade luso-brasileira. Eu perdi um amigo como todos vocês, o nosso comendador Almeida e ele me falava muito, sempre relatando com muito orgulho. Ele que me disse sobre esse modelo das panificadoras aqui. Você tem na França a boulangerie, nos Estados Unidos aqueles 7-Eleven, postos rápidos, e no Brasil essa contribuição, dentre tantas outras, que vocês deram e hoje é tão arraigada na cultura do paulistano. Mas, acima de tudo, um exemplo que vocês sempre deram. E mais do que tudo: a harmonia. O brasileiro herdou do português a harmonia, a capacidade de se relacionar bem com todos os povos sem preconceitos ou qualquer tipo de distância ou segregação. Essa talvez tenha sido de todas, a maior contribuição cultural.

E daqui prossigo com muito orgulho, como tive a honra de ser o deputado mais votado de São Paulo, o presidente desta Casa e com certeza continuarei, a despeito de tudo que possam tentar fazer. Continuarei, porque tenho a convicção de que sou uma pessoa do bem e só faço o bem. Sempre pauto a minha conduta pelos princípios que recebi da minha família. E, assim como presidente desta Casa, quando pude comandar um orçamento de um bilhão e 200 milhões de reais, renegociar os contratos e promover mais de 80 milhões em cortes nos contratos desta Casa, quando ela aprovou 81 projetos do Poder Executivo sem a política de toma lá dá cá: “Aprovo se me der emenda parlamentar”. Isso aqui nunca teve. Sempre procuramos pautar e elevar o nome do Poder Legislativo. Talvez tenha sido esse o meu grande pecado.

Encerrando minha fala, quero dizer na síntese do Antonio Almeida e Silva. Quando nos conhecemos eu não entendi o que você quis dizer com isso, mas quanto mais fui convivendo com a comunidade, compreendi ser a mais pura verdade. Você me disse: “Capez, eu não tenho culpa por ser português, apenas tive sorte”.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, os funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Alesp, das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade. Convido a todos para saborearem um delicioso coquetel que será servido aqui no Salão dos Espelhos. Deus abençoe a todos.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 33 minutos.

 

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