040ª SESSÃO
SOLENE EM HOMENAGEM AOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA QUÍMICA
Presidência:
LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
RESUMO
1 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - IZABEL DE JESUS PINTO
Anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Informa que a Presidência efetiva
convocara a presente sessão solene, atendendo solicitação deste deputado, na
direção dos trabalhos, em "Homenagem aos Trabalhadores da Indústria
Química do Estado de São Paulo". Convida o público a ouvir, de pé, o
"Hino Nacional Brasileiro". Enaltece a categoria hoje homenageada.
Discorre sobre os problemas políticos e econômicos que afetam o País. Comenta
as consequências da aprovação da PEC do Teto, pelo governo federal, que
congelou os gastos públicos por 20 anos. Adiciona que a medida causou prejuízos
para o crescimento do setor industrial do País. Critica ações contra a
contribuição sindical. Tece considerações sobre possíveis mecanismos para a
reconstrução do Brasil. Destaca a importância dos trabalhadores do setor
químico. Menciona ser autor da Lei 16364/17, que instituiu o Dia Estadual do
Trabalhador da Indústria Química. Considera que o governo do ex-presidente Lula
contribuiu para um País mais justo. Ressalta a importância da eleição de
políticos que representem a classe trabalhadora.
4 - RAIMUNDO
SOUZA
SUZART LIMA
Presidente do Sindicato dos Químicos
do ABC, discorre sobre o problema de desemprego na
indústria química do País. Ressalta a importância do setor para o
desenvolvimento do Brasil. Considera negativa a venda da parte da Odebrecht na
Braskem. Defende a reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
5 - LUCILEIDE VARJÃO
Presidente Confederação Nacional do
Ramo Químico, discorre sobre problemas de desemprego no País. Frisa a
importância do setor químico para o PIB brasileiro. Defende maior representação
da classe trabalhadora pelos políticos.
6 - HÉLIO RODRIGUES
Diretor de Relações Institucionais do
Sindicato dos Químicos de São Paulo - Sindiquim, parabeniza a iniciativa do deputado Luiz Fernando Lula da
Silva. Destaca a importância da participação popular nesta Casa. Valoriza os
trabalhadores da indústria química, que, adiciona, geram riqueza ao País.
7 - ROSÂNGELA
SANTOS
Vereadora de Embu das Artes e
diretora licenciada do Sindicato dos Químicos de São Paulo - Sindiquim, comenta a importância
dos sindicatos em defesa da classe trabalhadora. Considera que a reforma
trabalhista trouxe retrocesso à CLT. Atribui o desemprego à atual política do
governo federal. Defende a escolha de políticos que representem a população.
Cita a dificuldade da inserção de mulheres na política. Parabeniza a categoria
homenageada.
8 - FRANCISCO
CHAGAS
Ex-deputado federal, frisa a
importância do ramo químico para a economia do País. Considera golpe o
afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Critica medidas
adotadas pelo governo federal atual, que, a seu ver, beneficiam a população
mais rica em detrimento da classe trabalhadora. Faz considerações sobre a venda
do pré-sal a empresas estrangeiras e seu impacto no valor do combustível.
Destaca a importância da eleição de políticos que representem os anseios da
população.
9 - MILTON NUNES DE BRITO
Presidente da Associação dos Aposentados
e Pensionistas Químicos do ABC, manifesta preocupação
com a possível reforma da Previdência. Menciona que, em 2040, a expectativa é
de que 50% da população seja composta por idosos.
Alerta para o risco de a maioria da população não atingir os requisitos para
aposentadoria. Pleiteia a eleição de políticos que defendam os direitos de
aposentados e pensionistas.
10 - JOSÉ BRÁS SOBRINHO
Presidente da Associação dos
Aposentados do Sindicato dos Químicos de São Paulo, tece
críticas ao governo federal atual. Defende a reeleição do ex-presidente Lula,
cujo governo enaltece.
11 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Presta homenagem a trabalhadores da Indústria Química do estado de São Paulo, com a entrega de diplomas. Reitera a importância das eleições deste ano para a mudança do cenário nacional. Incentiva a participação da população nas eleições e na política. Discorre sobre os problemas do País nas áreas sociais, causados, a seu ver, pelo governo atual. Defende o ex-presidente Lula, cujo governo enaltece. Tece críticas a medidas do governo Temer, que, a seu ver, vão contra a classe trabalhadora. Defende a eleição de políticos do Partido dos Trabalhadores. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência
e abre a sessão o Sr. Luiz Fernando Lula da Silva.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Senhoras
e senhores, boa noite. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo para a sessão solene com a finalidade de homenagear os trabalhadores
da indústria química.
Comunicamos aos
presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e
será retransmitida pela TV Assembleia no dia 17 de junho, domingo, às 21 horas;
pela NET, no canal sete; TV Vivo, no canal nove; e
pela TV aberta, no canal 61.2.
Convidamos para compor
a Mesa principal, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira; Raimundo Souza Suzart Lima, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC;
Hélio Rodrigues, diretor de relações institucionais do Sindicato dos Químicos
de São Paulo - Sindiquim; Lucineide
Varjão, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico; Rosângela Santos,
vereadora de Embu das Artes e diretora licenciada do Sindicato dos Químicos de
São Paulo; Milton Nunes de Brito, presidente da Associação dos Aposentados e
Pensionistas Químicos do ABC; e Francisco Chagas, ex-deputado federal.
Com a palavra o
deputado estadual Luiz Fernando Teixeira.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Eu
queria ainda - uma falha da minha assessoria - convidar o meu querido Brás. Com
certeza é o diretor mais elegante que tem aqui entre nós, presidente da
Associação dos Aposentados do Ramo Químico aqui da capital. A ele uma salva de
palmas. (Palmas.)
Havendo
número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Minhas senhoras e meus
senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado
Cauê Macris, atendendo à
solicitação deste deputado, com a finalidade de prestar Homenagem aos
Trabalhadores da Indústria Química do Estado de São Paulo.
Queria neste momento
convidar todos os presentes para em pé ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro,
executado pela Camerata da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, sob a regência do 2º sargento Gleidson
Azevedo.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Esta
Presidência agradece mais uma vez a essa fantástica Camerata
da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Muito obrigado. Em uma semana, duas
vezes com a Camerata aqui é muito privilégio para este
deputado. Muito obrigado, senhores.
Eu queria saudar a
Mesa, meu amigo, irmão, Raimundo Souza Suzart Lima,
presidente do Sindicato dos Químicos do ABC. Eu queria saudar meu irmãozinho
Hélio Rodrigues, diretor de Relações Institucionais do Sindicato dos Químicos
de São Paulo, o Sindiquim, representando hoje a
diretoria.
Queria saudar essa
guerreira, Lucineide Varjão, presidente da
Confederação Nacional do Ramo Químico. Saúdo a nossa vereadora Rosângela
Santos, vereadora da cidade de Embu das Artes e diretora licenciada do
Sindicato dos Químicos de São Paulo.
Queria saudar o Milton
Nunes de Brito, o “Tijolinho”, presidente da Associação dos Aposentados e
Pensionistas Químicos do ABC. Queria saudar o José Brás Sobrinho, presidente da
Associação dos Químicos de São Paulo. Queria saudar o meu amigo e irmão
Francisco Chagas, ex-vereador da capital, ex-deputado federal e um grande
representante do ramo químico na política mas,
sobremaneira, na defesa do direito dos trabalhadores da indústria química. Eu
queria saudar a todos e a todas aqui presentes e agradecer a presença de vocês
em um momento extremamente complicado em que o nosso País vive.
A Assembleia
Legislativa de São Paulo se reúne pelo terceiro ano consecutivo para homenagear
o trabalhador da indústria química. Eu queria falar breves palavras para cada
um de vocês e dizer que é com grande honra e imenso orgulho que venho a esta
nobre Casa Legislativa, abrir a terceira edição desta solenidade. É uma justa homenagem
a uma categoria de trabalhadores digna das nossas mais elevadas gratidão e
admiração.
Lamentavelmente, essa
homenagem se dá em um momento de grave recessão, com mais de 14 milhões de
desempregados em nosso País. Após o golpe contra a presidente Dilma, eleita de forma legítima, desenharam-se uma série de
outros golpes contra os mais humildes e a classe trabalhadora.
Houve um significativo
corte em gastos sociais, com a redução da proteção social e o congelamento dos
gastos públicos por 20 anos. Ou seja, votaram e aprovaram,
aqueles deputados golpistas.
Por 20 anos, não se
terá qualquer investimento a mais do que está sendo feito hoje, na Habitação,
na Educação, na Saúde, no Emprego e no Desenvolvimento Social. O que aconteceu?
Simplesmente, a mãe do golpe.
Uma das piores medidas,
ela condena gerações e gerações futuras por 20 anos. Pode nascer gente, que não
vai ter mais vaga na escola, além do que temos. Por mais 20 anos, se a Saúde
está péssima, não terá mais um centavo além disso.
Isso não são coisas que
podem ser que aconteçam. São coisas que aconteceram. Tiraram a Dilma, e a
primeira medida que eles tomaram foi a PEC do Teto. Vocês se lembram, quando
aprovaram a PEC do Teto.
O que eles diziam? “É
uma maneira de segurarmos os gastos.” Não é verdade. A PEC do Teto é uma
maneira de segurar o emprego. É uma maneira de segurar o desenvolvimento
social. É uma maneira de segurarmos o crescimento da indústria e o crescimento
dos empregos. É isso o que aconteceu no nosso País.
Eu queria dizer que
essa terceirização irrestrita que fizeram e a fragilização das entidades
sindicais, eles praticamente tentaram matar os nossos sindicatos. Não vai
acontecer, porque o nosso povo é de luta.
Mas, na medida em que
eles desobrigam a obrigação da contribuição sindical, o que eles querem fazer?
Quem faz a luta no nosso País, são os nossos sindicatos. Eles é que estão à
frente, organizando e mobilizando. O que eles tentaram com isso? Simplesmente,
calar os sindicatos: tirar dos sindicatos as suas tentativas de representar,
sobremaneira o trabalhador.
É disso que estamos
falando quando dizemos que, lamentavelmente, o momento que estamos passando é
muito triste. E, sobremaneira, o consumo das nossas famílias está extremamente
reduzido.
Hoje estive andando na
rua e me deparei com uma família: pai e três filhos, todos desempregados. O
pai, há quatro anos desempregado. Os filhos, há dois anos desempregados. O que
eles estão fazendo? Vendendo o carro, vendendo a geladeira e vendendo o fogão.
Daqui a pouco, vão ter que vender a casa deles e voltar a ocupar uma área para
pessoas que não têm casa.
É um momento que passamos, muito triste. As trabalhadoras e os trabalhadores
da indústria química, como protagonistas que são de histórias
de luta, têm hoje pela frente a árdua tarefa de mobilizar-se, dialogar e
assumir ações propositivas frente aos desafios impostos e a todas as afrontas
que recaem sobre a categoria e sobre a classe trabalhadora.
Eleições livres e
democráticas, com a participação do Lula - o maior representante da classe
trabalhadora no mundo, e líder nas pesquisas pré-eleitorais - são um dos
caminhos fundamentais na reconstrução de um país onde a agenda social e
trabalhista seja prioritária.
A agenda prioritária,
definida em um manifesto pelas centrais sindicais, fala sobre democracia,
soberania e desenvolvimento com justiça social, trabalho e emprego. É
exatamente nesse sentido que as lutas da classe trabalhadora precisam se pautar
a partir de agora. Olhar para o futuro e compartilhar a responsabilidade de
auxiliar a reconstrução da economia e do desenvolvimento do nosso estado e do
nosso País.
Esta homenagem é,
também, uma forma de reafirmar o nosso posicionamento nas trincheiras, ao lado
desses companheiros e companheiras de luta. É, também, uma oportunidade de
reflexão sobre a importância dessas trabalhadoras e trabalhadores que, através
do setor químico, estão inseridas no nosso cotidiano, melhorando a nossa
qualidade de vida. E que merecem ter assegurado o direito de exercer a sua
atividade profissional de forma digna.
Sou autor da Lei
16.364, de 2017, que instituiu o Dia Estadual do Trabalhador da Indústria
Química, a ser comemorado, anualmente, no dia 21 de julho em todo o estado de
São Paulo.
Também sou um soldado a
serviço dessa categoria, que tem em mim um fiel aliado nesta Assembleia
Legislativa.
Dessa forma, quero
iniciar esta sessão e dizer mais uma vez a cada um de vocês: o momento é
triste, o momento é de muita luta, é um momento em que a elite brasileira, os
donos deste País, aqueles que se acham donos, que são os
donos das indústrias, os donos dos bancos, os donos das terras.
Eles são os donos da
imprensa, do Judiciário, eles são donos do poder deste País. Eles vêm de forma
irada. Eles não aceitam o Brasil que a classe trabalhadora fez, eles não
aceitam o filho do trabalhador na universidade, eles não aceitam o fato de que
o trabalhador pode ter sua casa, pode ter seu carro.
Eles não aceitam o fato
de o trabalhador poder aposentar-se, ter direito, ora bolas. Eles não querem,
acabaram com tudo.
Mas, eu quero dizer
para vocês que nós vamos dar a volta por cima. Nós já fizemos isso uma vez.
Conseguimos juntar todo o povo trabalhador deste País e eleger o nosso
presidente da República, que construiu um País muito mais digno, muito mais
justo, para todos, e não só para meia dúzia.
É importante, este ano,
que é um ano eleitoral, elegermos representantes da classe trabalhadora. E
quero dizer uma coisa para vocês: todos eles estão num único partido, que é o
Partido dos Trabalhadores.
Costumo dizer nesta
Casa que ou se está ao lado do povo, e, portanto, está no PT, ou se está contra
o povo. Somos 94 deputados. Mas os que lutam pelos direitos básicos da nossa
população somos apenas 18 deputados. Os demais estão aqui para representar
outros interesses, que não são os interesses das famílias mais humildes deste
País, os direitos dos nossos trabalhadores, o direito dos negros, o direito da
mulher, o direito dos nossos aposentados, o cuidado com as nossas crianças, o
respeito às nossas famílias.
Este ano nós vamos
eleger o nosso futuro presidente da República; é um ano em que vamos eleger
dois senadores no estado de São Paulo; é um ano em que vamos lutar para eleger
pela primeira vez um governador que olhe para o nosso povo.
Desta vez, precisamos,
ao eleger o Lula, eleger também deputados federais que possam dar suporte e
ajudar o Lula a desfazer todas essas maldades que os deputados da elite
implantaram no nosso País.
Da mesma forma,
precisamos eleger o Marinho governador, e, ao mesmo tempo, eleger deputados
estaduais que possam, aqui nesta Casa, ajudá-lo a retomar o estado de São
Paulo, que foi o estado mais rico do País, mas é um estado em que, hoje, quando
o filho do trabalhador não aprende absolutamente nada, aprova essa criança.
No ano seguinte ele não
aprendeu nada. Sabe o que eles vão fazer de novo com essa criança? Aprovar, de
novo. Eles não querem educar os nossos filhos, o filho do trabalhador, com medo
daquela criança, amanhã, virar doutor e disputar com os filhos deles.
Agora, gente, quero finalizar minha fala dizendo uma única coisa:
essa luta não é desta Mesa; essa luta é de cada um de nós que estamos aqui
hoje, essa é a luta da nossa família.
Essa luta, se Deus
quiser, nós vamos vencer.
Muito obrigado a todos.
(Palmas.)
Eu queria, neste
momento, pedir para dirigir-se ao público o presidente do Sindicato dos
Químicos do ABC, Raimundo Suzart. Convido você e a
todas as pessoas para usarem a tribuna de honra. (Palmas.)
O
SR. RAIMUNDO SOUZA SUZART LIMA - Boa noite, Luiz e Lucineide. Cumprimentando os dois eu quero cumprimentar a
Mesa, cumprimentar os companheiros, as companheiras, os aposentados, as
pensionistas que estão aqui e os dirigentes sindicais.
Hoje é um dia que seria
de homenagem. Este é o terceiro ano em que estamos aqui. Mas, nós,
trabalhadores, principalmente da indústria química, não podemos dizer que
temos, neste País, nos dois últimos anos, algo para comemorar.
Temos tido só
desemprego, perseguição, fome, uma situação dramática. Vimos as
empresas na greve dos caminhoneiros. Várias empresas pararam. Consequentemente,
os trabalhadores estão com esse problema, um problema que não é da classe
trabalhadora, foi passado para os trabalhadores negociar essas horas paradas.
Então, estamos numa
assembleia onde imaginávamos que no estado mais rico da nossa Nação a indústria
cresceria e postos de trabalho seriam gerados. O que temos visto no estado de
São Paulo é o inverso: desemprego aumentando, esta Assembleia Legislativa com a
maioria dos deputados não tendo preocupação com a classe trabalhadora.
Então, é muito difícil.
Um País que não tem a indústria química forte nunca vai se desenvolver.
A cada dia que passa ficamos mais tristes e ansiosos. Há informações de que a
Braskem está para ser vendida para uma empresa holandesa. Tanto é assim que se
investiu na grande indústria química, a quarta maior petroquímica do planeta
Terra. Houve investimento, e foi o governo Lula que transformou a Braskem, com
os problemas que temos, com as críticas que temos à Braskem - porque isso nós
não estamos falando aqui -, é mais um patrimônio do povo brasileiro construído
com dinheiro do BNDES, mais uma vez, como acontece com a Petrobras, vai ser entregue
para os estrangeiros. Então, é um momento difícil. Mas, nós viemos aqui.
Hoje, vamos homenagear
dois companheiros que, infelizmente, não estão aqui conosco, mas foram
companheiros de luta que contribuíram para essas duas categorias que estão
aqui, hoje, representadas: os químicos do ABC e os químicos de São Paulo.
Portanto, Luiz, essa é
uma certeza da qual não temos dúvida: é Lula inocente, Lula livre e Lula
presidente. Essa é nossa questão, Lula livre e Lula presidente, porque se não
atingirmos Lula presidente e uma bancada de deputados federais e senadores para
revertemos a situação dessa deforma trabalhista que foi colocada e contra a
qual não temos nenhuma garantia, vamos estar aqui em
2019 em situação muito pior.
Temos que sair, ir às ruas pedir voto para o Partido dos Trabalhadores
e para os nossos deputados estaduais, federais, senadores e governador, para
que possamos, no início de 2019, reverter essa situação. Em nossa categoria o
desemprego tem sido cada dia maior
Portanto, Luiz,
contamos com você e com a bancada do Partido dos Trabalhadores. Vamos trabalhar
fortemente para dobrar essa bancada e fazer o governador. Espero que em 2019
estejamos aqui comemorando nossa vitória com Lula presidente, Luiz Marinho
governador e uma grande bancada de deputados estaduais.
Mais uma vez, em nome
da categoria química, te agradeço muito por essa homenagem aos nossos
trabalhadores, trabalhadoras e a todos os aposentados da categoria. Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Gostaria, agora, de ouvir a nossa presidente da Confederação Nacional do Ramo
Químico, uma baiana porreta, nossa querida Lucineide
Varjão, que vai fazer uso da palavra.
Lucineide,
posso falar que você está indo para a Bahia na semana que
vem?
A
SRA. LUCINEIDE VARJÃO - É claro. Todo nordestino tem que
dançar forró no São João. Como diz Gilberto Gil, eu vim da Bahia, mas algum dia
eu ainda volto para lá.
Primeiramente, Luiz
Fernando, muito obrigada. Essa é minha primeira vez nesse púlpito. Depois de
três anos de homenagens que você faz aos trabalhadores e trabalhadoras do ramo
químico, essa é a primeira vez que venho, até por conta de agenda não deu para
eu participar das outras vezes, mas hoje estou aqui. Fiz questão de vir porque
esse momento que estamos atravessando no País exige que estejamos conectados o
tempo inteiro, falando sobre o que está acontecendo no Brasil, sobre essa
conjuntura, sobre esse desemprego, como o Raimundo falou, sobre a miséria que
vem atingindo a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo e o Brasil inteiro.
Eu ando bastante, viajo
por alguns estados brasileiros e vejo que eles não estão diferentes do que
aqui, mas acho que aqui a miséria se aglomera mais, porque a população é maior
e o desemprego também é maior.
O
ramo químico representa 31% do PIB brasileiro e, para nós, neste momento,
vivendo essa situação e olhando o que está acontecendo, com o governo querendo
privatizar a Petrobras, a Eletrobras e agora Raimundo
chegou com essa novidade de que a Braskem está sendo vendida, são fusões e mais
fusões, empresas indo embora, diminuição da taxa de emprego no ramo químico,
então, para nós, é muito importante estar aqui, conversando com vocês esta
noite.
Quando eu estava aqui
na Mesa tinha os “flashes”, o trabalhador que está fazendo os
flashes, de repente apareciam pessoas e eu ficava olhando para a cara
delas. Umas que já contribuíram muito e ainda têm muito a contribuir, outros
que estão chegando, mas que ainda vão contribuir muito vendendo sua força de
trabalho.
Para nós, neste
momento, é muito importante estar aqui e dizer que vocês são
parte fundamental. O Luiz Fernando falava de 17 deputados comprometidos.
Precisamos mudar a cara da Assembleia Legislativa, precisamos colocar mais
deputados comprometidos, assim como o companheiro Luiz Fernando. Precisamos da
representação de índios, mulheres, negros e jovens nesta Assembleia. Precisamos
disso também no Congresso Nacional, que é um espaço extremamente conservador,
homofóbico e machista.
Precisamos transformar
toda essa sociedade, e isso só vai ser possível com a
nossa participação, com a participação do povo, porque é assim que as
transformações acontecem.
Finalizando, estou
muito feliz porque algumas alterações conjunturais no mundo têm acontecido e me
alertado para as transformações que podem vir a acontecer. Quando vemos o
primeiro ministro da Espanha montando seu gabinete, seu governo, ficamos felizes com mais participação das mulheres. Nos
sindicatos do estado de São Paulo eu vejo algumas alterações no que diz
respeito à participação das mulheres, e acho que essa conjuntura vai nos levar
à ampliação de mulheres.
Mas não queremos ter
apenas mulheres como a Rosângela, lá em Embu das Artes, queremos Luiz Fernando
e mais companheiros e companheiras comprometidos com a luta da classe
trabalhadora. Essa é a minha mensagem, esse é o meu recado: que vocês reflitam
no final de semana sobre o que está acontecendo no Brasil, em especial na
cidade de São Paulo. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Agradeço a essa guerreira, Lucineide Varjão.
Passo a palavra, agora,
ao Hélio Rodrigues, dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, mais um
guerreiro. Temos uma meia dúzia de guerreiros na Mesa, mas os verdadeiros
guerreiros estão aí, sentados.
O
SR. HÉLIO RODRIGUES - Boa noite, companheiras e companheiros.
Saúdo a Mesa, a
Rosângela e o Chagas, assim saúdo todos que estão na Mesa. Parabenizo o
deputado Luiz Fernando pela terceira edição desta homenagem aos trabalhadores e
trabalhadoras da indústria química. É importante comemorar essa data aqui na
Assembleia Legislativa, como foi bem falado, uma Casa
do povo, mas pouco frequentada pelo povo, porque as oligarquias de São Paulo, o
conservadorismo e o machismo desta cidade colocam o povo bem distante daqui. No
entanto, em momentos como este, em que temos deputados comprometidos com a
classe trabalhadora, podemos entrar e falar para a TV Alesp,
podemos falar o que pensamos.
Este espaço é muito
importante. É importante cada espaço que vai se abrindo, para que possamos, mesmo de uma forma muito reduzida, nos contrapor à
hegemonia das comunicações que há hoje neste País. Já fizemos vários programas
com o deputado na TV Alesp, em que pudemos nos posicionar em relação àquilo que
está acontecendo na sociedade hoje.
Então, quero valorizar o
dia de hoje e parabenizar os trabalhadores e trabalhadoras que estão presentes.
Para nós do Sindicato dos Químicos, o dia de hoje, nessa terceira homenagem que
é feita aos trabalhadores da indústria química, é muito importante. Nós temos
um companheiro que será homenageado. Infelizmente, esse companheiro nos deixou
neste ano, é o companheiro João Carlos.
Ele foi fundamental
para a retomada do Sindicato dos Químicos de São Paulo, que estava sob a
intervenção da ditadura militar. O João Carlos foi um desses companheiros que,
durante muito tempo, gestou uma oposição a esses pelegos que ocupavam a direção
do sindicato em 85, quando foi retomado pela classe trabalhadora. Hoje, para
nós da direção dos químicos e para a categoria, este momento é muito importante.
Não irei me aprofundar na conjuntura, porque os companheiros já se posicionaram
brilhantemente aqui. Não quero ser redundante, só quero valorizar o dia de
hoje, porque é o trabalho que gera riqueza. Se o trabalho gera riqueza, são os
trabalhadores e trabalhadoras que geram riqueza.
Então, queremos que
essa riqueza gerada seja cada vez mais partilhada pela classe trabalhadora.
Parabéns a cada companheiro e companheira que está aqui hoje, com frio. O
deputado falou que a minha jaqueta é muito quente e exagerada, mas é porque
está muito frio lá fora. Cada um que está aqui hoje teve que enfrentar o
trânsito de São Paulo e o frio que está fazendo. Quero agradecer ao deputado e,
principalmente, a cada um desses companheiros e companheiras que serão
homenageados. Queria registrar que a homenagem ao companheiro João Carlos Rossi
nos toca muito, porque ele foi um grande companheiro da nossa categoria.
Obrigado. Boa noite a todos. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Quero agradecer a esse irmão, o querido Hélio. Rapidamente, quero convocar a
nossa vereadora da cidade de Embu das Artes. Vejam que, quando o Sindicato dos
Químicos elege uma mulher, elas são bonitas. Nós temos errado muito nos homens,
porque o Chagas foi eleito vereador e deputado federal, e podemos apreciar como
é feio.
Da mesma forma, eu tive
um importante apoio do Sindicato dos Químicos, sobretudo do ABC, na minha
eleição. O pessoal tem dito que eu também não sou dos melhores. Então, já que
temos uma moça bonita entre nós, é uma honra. Como disse
a Lucineide, nós precisamos eleger mais mulheres, com um olhar de mãe, um olhar
de luta. Existe um ditado que diz que sempre ao lado de um grande homem existe
uma grande mulher. Ultimamente, essa
mulherada tem mostrado que, à frente de um grande homem, vem uma mulher
abrindo.
Quero saudar e
cumprimentar todas as mulheres e passar a palavra para a vereadora Rosângela.
A SRA. ROSÂNGELA SANTOS - Boa noite a todos e todas. Em nome do Chagas e do
Hélio, quero cumprimentar todos os diretores dos sindicatos e mostrar a
importância que eles têm na defesa dos trabalhadores. O Hélio esteve à frente,
combatendo a terceirização, fez vários diálogos e vários debates, mas,
infelizmente, com esse governo, a terceirização passou, prejudicando e precarizando
o trabalhador.
O Chagas está hoje à frente
da defesa do trabalhador e contra essa reforma trabalhista que trouxe um
retrocesso muito grande à CLT. Deputado Luiz Fernando, quero
agradecer pelo convite. O ramo químico merece ter homenagens, merece ter o
respeito dos deputados. Precisamos ter deputados que defendem os trabalhadores.
Infelizmente, hoje percebemos que não temos isso, senão não haveria tantos
deputados a favor dessa reforma trabalhista.
Como assessora do Sindicato
dos Químicos, conheci de perto toda a necessidade e toda a dificuldade dos
trabalhadores. Hoje, representando o Sindicato dos Químicos, como vereadora na cidade de Embu das Artes, ainda vejo os
trabalhadores e tenho um contato direto com eles. Todos os dias chegam
currículos de pessoas com dificuldades de arrumar emprego. Eles procuram o
gabinete, porque sabem dessa relação que tenho com os sindicatos, que é sempre
em defesa dos trabalhadores.
Vejo a tristeza deles por
não terem a possibilidade de arrumar um emprego, por conta desse governo que
vem dificultando a geração de empregos. Infelizmente, só vamos conseguir mudar
essa realidade com o nosso voto, com o nosso debate, mostrando a importância de termos pessoas comprometidas com a população.
Hoje, há candidatos que falam que as mulheres têm que ganhar menos, porque
engravidam; há candidatos que falam: “a população quer emprego ou quer
direitos?”.
Infelizmente, só
conseguiremos mudar essa realidade com o debate, com cada um de vocês mostrando
a importância de termos pessoas comprometidas com a população.
Caso contrário, não teremos igualdade, não teremos mais mulheres na política e
não teremos moradia digna, porque o que esse governo Temer fez com a nossa
população, tirando recursos da moradia, da Educação e da Saúde, é desumano.
Só podemos mudar isso
com a nossa luta, com a nossa mobilização. Por isso que acredito que 2018 é
Lula, porque o Lula é quem pensa na população.
Eu sou formada pelo ProUni, moro também em um
empreendimento pelo “Minha Casa, Minha Vida”. São projetos como esses que dão
oportunidades para pessoas como nós, que saímos da periferia, de ter um local
digno e de poder fazer uma faculdade.
Então, em 2018, Luiz
Fernando, espero que você esteja conosco novamente, porque você tem um trabalho
excelente aqui na Assembleia, e tenho certeza que você vai continuar defendendo
os trabalhadores, defendendo essa categoria tão importante.
Eu me sinto orgulhosa
de estar aqui representando o Sindicato dos Químicos, representando as
mulheres, porque como é difícil ganhar o nosso espaço. O machismo e o
preconceito são muito grandes. Somos maioria e não conseguimos eleger tantas
mulheres. É importante ter homens, mas é importante ter mulheres também,
comprometidas, e que estejam ao lado do povo, porque não basta também somente
ser mulher, tem que estar ao lado do povo.
Eu só tenho que
agradecer e parabenizar todos vocês. Para mim é um orgulho muito grande poder
estar aqui. Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria
agradecer a nossa vereadora e, neste momento, queria passar a palavra a esse
guerreiro, lutador, que esteve nas linhas de frente, nos bastidores, e hoje é
pré-candidato a deputado federal.
Gostaria de passar a
palavra a meu irmãozinho, Francisco Chagas.
O
SR. FRANCISCO CHAGAS - Boa noite a todas, a todos. Em
primeiro lugar eu quero cumprimentar o nosso deputado pela iniciativa e, em
nome da nossa querida vereadora Rosângela, que acabou de falar, e do Hélio,
cumprimentar todos os homens e mulheres presentes.
Quero dizer a todos
vocês, em primeiro lugar, da importância desse evento. É o terceiro, como disse o deputado Luiz Fernando, para
homenagear um setor estratégico para o Brasil, setor cujos trabalhadores são
representantes e reprodutores de um determinado produto, sem o qual nada
funciona. Avião não existe, remédio não existe, prédio não existe sem esse
setor econômico, que na verdade é a mola de transformação de todo e qualquer
ramo industrial, e hoje, inclusive, de serviço.
Então, parabéns, deputado
Luiz Fernando, nosso deputado, por essa iniciativa. Eu tive também essa
iniciativa aqui na Capital quando vereador. Eu trouxe para 5 de novembro.
Faremos uma comemoração também conjuntamente, mas eu quero aqui dizer que
isso... Especialmente neste momento, porque é o momento em que o povo
trabalhador sofreu um golpe horrível, um golpe sem precedentes, essa é a
verdade.
O golpe que nós
sofremos com a cassação da presidenta Dilma sem nenhuma culpa, sem nenhum dano,
sem nenhum crime, sem nada, foi uma coisa estarrecedora, que até hoje a
população do Brasil e do mundo está tentando entender. O que aconteceu, de
verdade, é o seguinte, para ser bem rápido e objetivo. O pessoal que perdeu a
eleição em 2014 não ficou contente. Sabe aquele pessoal que perdeu eleição em
2014, que queria um país liberal, a radicalização do liberalismo, um estado
mínimo, um estado sem intervenção, para proteger Saúde, Educação, Trabalho, Emprego,
Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia?
Então, é aquele pessoal
que não se fez contente, porque foram impulsionados, inclusive, por uma
articulação fora do Brasil, e isso cada dia é mais claro. O golpe que foi dado
no povo brasileiro em 2014 foi um golpe articulado fora do Brasil. Isso é
preciso entender.
Esse golpe,
rapidamente, como disse já aqui o deputado: começou a se tomar decisões, para
acelerar o processo de transferência de riquezas que foram distribuídas durante
os governos Lula e Dilma novamente para a mão da elite brasileira e
estrangeira, ou seja, dos rentistas, dos bancos.
Isso está cada dia mais
claro. Não fosse assim, além das medidas que o deputado já falou... Vou citar
algumas. Eles estão entregando o pré-sal. Eles estão entregando, e eu tive a
felicidade, quando estive no Congresso Nacional, de votar os royalties do
petróleo, para que 75% dos royalties pudessem ir para Saúde, Educação e Ciência
e Tecnologia.
Eles encerraram essa
etapa do desenvolvimento brasileiro e estão transferindo essa riqueza
estratégica do Brasil, que é o pré-sal, para a mão das grandes companhias.
Como? Vendendo as nossas reservas, nossos poços, a 46 centavos, Lucineide, o barril. O barril tem 166 litros de petróleo.
Baixa a produção das nossas refinarias, que já estão pela metade, vende por 46
centavos um barril de petróleo brasileiro, e nós já éramos autossuficientes.
A Shell, Exxon e as grandes companhias produzem, refinam
lá, dando emprego lá fora, e vendem para nós brasileiros o nosso petróleo
refinado a preço de dólar. É por isso que teve a greve dos caminhoneiros. Os
caminhoneiros não aguentavam pagar diesel, mas não são só
os caminhoneiros. Eu ando pela periferia de São Paulo, e o bujão de gás está 70, 80, 100
reais.
Na época do Lula, esse
que está preso lá em Curitiba para não disputar eleição, era 12 reais o bujão
de gás. Na época da Dilma... Sabe aquela mulher que botou a gasolina muito
cara, a 2,75 reais? Hoje é cinco, seis. Eu já paguei,
inclusive, no interior de São Paulo - não paguei, porque não dava para pagar -,
nove reais no litro da gasolina.
Então, acho que hoje
todos nós estamos cientes de que nós sofremos um golpe para transferir renda do
pobre para o rico, e eu, sinceramente acho que... Estava conversando com
deputado Luiz Fernando agora há pouco. Acho que todo mundo já entendeu. Todo
mundo já entendeu, mas só que, mesmo com todo mundo já tendo entendido, tem uma
parte que concorda, porque se beneficia, uma parte já
está dizendo que não pode ser desse jeito e outra parte está com vergonha,
aquele pessoal que foi à Paulista com a camiseta da CBF, do Fora Dilma. Nós
precisamos cutucar esse pessoal, sabem por quê? Porque não tem jeito para nós,
povo. Eu falo isso com a maior convicção, porque nós estamos dentro do
Parlamento Paulista, talvez o maior parlamento do Brasil,
nesta Assembleia Legislativa de São Paulo, e eu acredito na democracia.
A democracia é o caminho para transformar o mundo pela política, a política de
participação social, de desenvolvimento.
Nós
precisamos tomar uma decisão clara, que é devolver ao Brasil o desenvolvimento
que o País perdeu, devolver ao Brasil o processo de
democracia, porque quando um candidato fica preso e as pesquisas dizem que ele
ganharia no primeiro turno ou ganharia em qualquer cenário, não há democracia
sem a participação dessa pessoa. Nós precisamos devolver ao Brasil a dignidade.
As pessoas estão se sentindo humilhadas, porque sua vontade não foi assegurada
através do voto que dedicaram a esse projeto de desenvolvimento social e
econômico do Brasil, e foi aplicado outro programa.
Para
encerrar, eu quero dizer uma coisa muito importante. Faltam poucos meses para
que o povo brasileiro possa tomar uma posição. É muito importante nós termos de
volta deputados como o Luiz Fernando. O Luiz Fernando tem uma atuação
impressionante neste Parlamento, mas não é só no Parlamento não. O Parlamento é
importante, a tribuna é importante, as medidas são importantes, as leis são
importantes, mas é fundamental a capacidade do Luiz Fernando de mobilizar as
pessoas. Todas as vezes que eu vim a este Parlamento a convite dele, a quem eu muito agradeço, nós encontramos muitas pessoas
mobilizadas. Nós podemos eleger o presidente Lula, o povo pode resolver que ele
seja o presidente, nós podemos fazer uma grande bancada federal e estadual, mas
para derrubarmos a reforma trabalhista, ou a deforma trabalhista, para derrubarmos
a emenda à PEC que tirou dinheiro da Saúde, da Educação, para trazermos de
volta as nossas companhias, como a Petrobras, o pré-sal, para trazermos de
volta as nossas empresas estratégicas para desenvolver o Brasil e o povo
brasileiro ter dignidade, nós vamos ter que vencer esse
processo e continuar mobilizados, porque vai ter que ter plebiscito,
referendo com participação direta do povo, senão não vai acontecer.
Parabéns.
Muito obrigado. Sucesso. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Queria agradecer ao irmãozinho Francisco Chagas. Saúdo, nas pessoas do Ronaldo,
do Tonhão e da Amabile, todos os demais diretores do
Sindicato dos Químicos do ABC e militantes. Quero saudar, em nome do Evandro -
presta atenção, Evandro, estou falando com você -, em nome do Paulo Sérgio e da
Sheila, os diretores da nossa regional de Diadema, bem como todos os associados
ao nosso sindicato. Quero saudar, em nome do Daniel e do Tijolinho, os nossos
diretores do sindicato de Santo André, do Deusdete,
da Sílvia e do Bartolomeu, os nossos diretores e os associados do Sindicato dos
Químicos de São Paulo. Quero saudar, mais uma vez, em nome do Tijolinho, todos
os nossos associados da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do
ABC, em nome do nosso mais elegante membro da mesa - quando ele for ao
microfone vocês vão perceber -, nosso querido José Brás Sobrinho. Saúdo todos
os aposentados e associados da Associação dos Aposentados Químicos de São
Paulo.
Queria,
neste momento, convidar o Tijolinho, Milton Nunes de Brito, presidente da nossa
Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC, para fazer o uso da
palavra.
O SR. MILTON NUNES DE
BRITO - Boa noite, companheiros e companheiras. Em nome do
Luiz Fernando e da Lu, saúdo toda a Mesa.
Companheiros, acho que é bom ficar por último, porque
todo mundo já falou e sobra pouco para falar. Companheiros, é
verdade, com toda a retirada de direitos, ainda bem que não fizeram a reforma
da Previdência. Eu não tenho dúvida de que eles vão fazer.
Eu
quero dar um dado para esse público que está aqui, de aposentados - vocês podem
checar. Em 2040, mais de 50% da população será de idosos e de aposentados. Se
você pegar um ônibus, verá que tem duas cadeiras reservadas para o aposentado,
para a aposentada, para o cadeirante. Eu não vejo ninguém se lembrar dos
idosos. Se você pegar trem, tem 14 assentos reservados para gestante, para
idoso, para idosa.
Precisamos
eleger deputados iguais ao Luiz, compromissados com o aposentado e a
aposentada, porque os direitos já foram retirados e passaremos a ser a maioria,
mais de 50% de aposentados em 2040. Está difícil para se aposentar. Para o cara
se aposentar hoje, ele precisa ter, no mínimo, 65 anos de idade. Eu vejo um
bebezinho ali na frente e me pergunto: será que esse bebê vai conseguir
aposentadoria? Nem emprego tem, como ele vai ter uma aposentadoria, como ele
vai contribuir? Luiz, eu estou trazendo três pessoas aposentadas de Santo
André, pessoas que trabalharam 35 anos, 40 anos em uma empresa. E a nossa juventude
hoje, será que conseguiremos passar 30 anos em uma empresa? A empresa está
procurando cada dia mais aquela pessoa que produz no
menor valor, porque quem faz o lucro são os empregados, são os funcionários.
Aqui
eu vejo quantos de nós - também sou aposentado - por anos trabalhamos, por anos
fomos massacrados, retiraram direitos nossos, para chegar até aqui? Agora vem
um governo golpista tirar aquele pouco direito que nós tínhamos. Estão tirando,
companheiros. Se nós não conseguirmos nos aposentar, este País não anda, porque
quem gera a riqueza são o trabalhador e a trabalhadora.
Eu
tenho certeza, companheiros... Depois de 2040 eu quero estar aqui, gostaria
muito de estar aqui. Se não elegermos pessoas compromissadas que lutem pelos
direitos do aposentado, da aposentada e dos pensionistas, nós não vamos fazer
nada. Não vamos ficar em casa lavando a louça, ajudando. Muitas vezes a mulher
tem tripla jornada. Muitas vezes ela se aposenta e vai ajudar a cuidar do neto,
ou isso não é verdadeiro? Porque a mãe precisa trabalhar, o filho precisa
trabalhar, e muitas vezes sobra para o aposentado - a
avó, o avô - cuidar das crianças.
Então, Luiz, nós precisamos sim eleger uma
bela bancada, eleger o Lula, eleger o Governo de São Paulo para defender esses
direitos dos aposentados e pensionistas. Hoje nós somos 30% e vamos passar a
ser 50% de aposentados. Cadê os direitos, cadê as políticas que estão traçando
para os aposentados e as aposentadas? Muito obrigado e boa noite a todos.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria convidar para fazer uso da
palavra o nosso mais elegante presidente da Associação de Aposentados. Não
houve no Sindicato dos Químicos de São Paulo, nem do ABC, uma pessoa tão
elegante como o Bras. Por isso queria convidar o nosso querido José Brás
Sobrinho, presidente da Associação dos Aposentados do Sindicato dos Químicos de
São Paulo, para fazer uso da palavra.
O SR. JOSÉ BRÁS
SOBRINHO - Obrigado, Luiz Fernando, pelos elogios.
Companheiros da Mesa, nós brigamos muito desde 1985, 1986, para eleger nossos
vereadores, nossos deputados estaduais e os deputados federais lá em Brasília.
É uma honra muito grande estarmos hoje presentes nesta Assembleia, inclusive
ocupando os lugares dos deputados. É uma satisfação enorme estar aqui falando
com vocês. Um boa-noite bem forte e Lula presidente, Lula livre! É isso aí,
companheiros!
Por falar no nome do Lula, eu sou o único cara
químico e plástico que tomou cachaça na portaria da Volks junto com o Lula.
Acho que não tinha mais ninguém, eu sou o único, porque a maioria na greve de
1980 foi mandada embora, não conseguiu mais arrumar emprego, não conseguiu mais
nada.
Nós
temos uma tarefa muito grande. Tivemos uma luta muito grande em 1990, 1992.
Conseguimos 147 lá em Brasília, na porrada. Quem pagou isso foi o governo
Collor de Mello e Itamar Franco. Vários companheiros que eu estou vendo aqui
participaram várias vezes. Todo mês estávamos em Brasília, químicos e
plásticos, que naquela época eram separados.
Naquela
época estavam o Furlan, o seu Antonio, o seu Zé
Francisco, o seu Zé Cecílio, o seu (Inaudível.), que está lá atrás com duas
companheiras. Eu estava brincando com vocês, foi uma brincadeira, mas realmente
não dava para botar uma van lá em São Miguel para
vocês, fui obrigado a que vocês viessem na carteirada.
Seu Joaquim, seu Dirceu, seu Maneco está sendo homenageado
hoje, parabéns para você.
Estou
vendo muita gente de São Miguel e da Lapa. Vamos para cima desse governo
golpista que deu um golpe em toda a classe trabalhadora. Eles não se conformam
de ter um governo nordestino, cabeça chata, ignorante fazendo um governo como
Lula fez, com inflação de quatro por cento, desemprego de quatro por cento.
Muitos companheiros nossos foram homenageados no governo Lula.
Este
ano o salário mínimo foi abaixo da inflação, em vez de subir, ele desceu, está
descendo. Precisamos botar o Lula lá presidente e todos os camaradas, deputados
estaduais e federais, o nosso prefeito Marinho. O Marinho trabalhou junto
comigo na Volkswagen em 1980, ele saiu da Volkswagen com a cabeça rachada e foi
um dos 420 companheiros que naquela época, na greve de 1980, foram mandados
embora por justa causa. Esses companheiros não conseguiram mais arrumar emprego
no ABC.
Eu
fiz a ficha na GM e o cara dos Recursos Humanos me disse que eu começava na
segunda-feira. Quando eu voltei na segunda-feira, a minha vaga não estava mais
lá, mandaram eu procurar emprego. Eu vi cair aqui em
São Paulo o ministro da Fazenda. Nossas brigas lá não foram fáceis.
Todo
mundo lá na manutenção e controle de qualidade tinha uma hora de refeição, 15
minutos de café e 15 minutos à tarde, mas as companheiras que trabalhavam nas
máquinas tinham 15 minutos de jantar e 15 minutos de almoço. Era um absurdo. Eu
disse: “Eu não me conformo”. Em 1985 ele não era ministro, foi ministro em
1986, então São Pedro chamou para morar lá no céu e nós ficamos livres dele.
Cada
companheiro e cada companheira aposentada e os que não estão aposentados tem
seus filhos, seus netos, suas noras. Temos que fazer muita campanha,
principalmente com os nossos filhos, nossos netos, nossos vizinhos, toda a
população. Eu sou um dos caras que vão trabalhar nessa
campanha 24 horas, para o Lula voltar a ser presidente da República. Na cadeia,
no céu, em qualquer lugar em que ele estiver, estou com ele. Ele esteve junto
comigo, lutou comigo. Muito obrigado e até a próxima. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Eu
queria agradecer. E agora nós temos os químicos do ABC, que têm,
na Grande São Paulo, dois vereadores importantes. Um deles é em São Bernardo do
Campo, que é o José Luiz Ferrarezi, que, por um
problema familiar de saúde, não pôde estar aqui conosco. Mas, representando
esse vereador, está aqui nosso irmãozinho Odésio, a
quem eu quero pedir também uma salva de palmas. (Palmas.)
Agora, eu gostaria de
convidar a Lucileide, o Hélio e o Raimundo, para que
nos dirigíssemos ali. Vamos começar as homenagens. Teremos, hoje, 12
homenageados. Quero dizer a eles que vocês estariam recebendo... “Estariam
recebendo” - vocês entenderam o tempo do verbo, não? Estariam recebendo um
certificado e uma medalha. Mas tivemos problemas na elaboração das medalhas.
Distribuiremos os certificados hoje, e, no decorrer desta semana, enviaremos a cada um de vocês essa medalha, que há dois anos vimos
entregando aos homenageados.
Tivemos um problema,
isso é normal. Tivemos um evento das entidades antialcoólicas, e os caras
resolveram errar em quase todas as placas. Não erraram em uma, mas em quase
todas. Hoje também somos vítimas desse processo, mas vamos corrigir e durante a
semana vamos enviar aos homenageados.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO
- Solicitamos que, ao serem
chamados, se aproximem da tribuna para receber suas homenagens.
O primeiro homenageado
é Alex Gonçalves de Moura, da Regional de Diadema do Sindicato dos Químicos da
ABC. (Palmas.) Foi admitido na empresa FastPlas
em 2010 e eleito para a Cipa e para a comissão de
fábrica em 2012, com 90% dos votos. Atualmente, é estudante de direito na
Faculdade de Diadema - FAD.
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO
- O segundo homenageado é Dirceu Altherman. Tem 79 anos, nasceu em Amparo, São Paulo, e
entrou nas indústrias plásticas na década de 60. Foi um dos fundadores da
Associação dos Aposentados Plásticos no ano de 1992, que logo depois, em 1994,
se unificou com os Químicos. Hoje, faz parte da diretoria da Associação dos
Aposentados Químicos e Plásticos de São Paulo.
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO
- Chamamos Elisabete Isabel Pereira,
ex-funcionária da Plastifama e membro da Associação
dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC.
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO
- Para receber a homenagem em nome
de João Carlos de Rosis, “in memoriam”,
convidamos sua esposa, Sra. Rita Cecília Augusto Seixas de Rosis.
O Sr. João Carlos
ocupou diversas secretarias do Sindicato dos Químicos de São Paulo, onde se
sagrou personagem de grande relevância quando da ocasião da recuperação do
sindicato em 1985, quando este se encontrava sob intervenção
militar, e desde então atuou seriamente na coordenação de diversas secretarias.
Antes de seu falecimento,
ocupava a Secretaria de Imprensa do Sindquim de São
Paulo. Deixou um importante legado a todos os seus amigos e colegas de jornada
sindical, tanto quanto nas lutas sociais, tendo sido, inclusive, um dos
fundadores do Partido dos Trabalhadores, bem como da Central Única dos
Trabalhadores - CUT Nacional.
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO
- Para receber a homenagem em nome
de José Cícero da Silva, “in memoriam”, convidamos
seus filhos Evelyn, Emilli
e Guilherme.
Sr. José Cícero da
Silva era funcionário da empresa Basf desde 1990. Foi eleito para a Cipa - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Lutou
durante vários mandatos, exigindo melhores condições de trabalho, mais respeito
à vida, à integridade física e à saúde mental dos trabalhadores na Basf.
Eleito na Comissão de Fábrica, combateu o autoritarismo da chefia, lutou pela redução da
jornada de trabalho para 39 horas semanais, por aumento salarial e por
participação nos lucros.
Como membro da rede de
trabalhadores na Basf América do Sul, lutou pelo respeito às normas
internacionais do trabalho e, com isso, ajudou a fortalecer a solidariedade
internacional.
Como militante, sempre
esteve presente nas lutas nas portas de fábricas dos químicos do ABC.
Comprometido com a classe trabalhadora, extrapolou sua atuação sindical e
coordenou por muitos anos o Núcleo dos Trabalhadores e Trabalhadoras Químicas
Petistas de São Bernardo do Campo.
Cícero é um exemplo de
pessoa que ajudou a construir os 80 anos de histórias e lutas do Sindicato dos
Químicos do ABC. (Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
A SRA.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO -
A próxima homenageada é a Lucineide Varjão Soares.
Oriunda
da indústria plástica, foi diretora do Sindicato dos Químicos de São Paulo e,
atualmente, é presidenta da CNRQ - Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Químico.
É
um dos dois membros representantes da América Latina, como co-presidente do
Sindicato Global dos Trabalhadores dos ramos químico, metalúrgico e das
indústrias de vestuário e alimentação, o IndustriAll
Global Union. (Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
A SRA.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos
Manoel Conceição Filho. Tem 69 anos e nasceu em Embu-Guaçu. Em 1973, entrou nas
indústrias químicas. Logo depois, já se associou ao Sindicato dos Químicos e
hoje faz parte da Associação dos Aposentados Químicos e Plásticos de São Paulo.
(Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
A SRA.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A
próxima homenageada é Maria Antonia Rodrigues, ex-funcionária da empresa Blitz
e membro da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC.
(Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
A SRA.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A
próxima homenageada é Rosângela Santos, vereadora de Embu das Artes.
Diretora
licenciada do Sindicato dos Químicos de São Paulo, descobriu,
na busca pela casa própria, a vocação para as causas sociais. Rosângela Santos
organizou e foi determinante na edificação do condomínio residencial Casa
Branca, entregue em 2013 para 140 famílias de Embu das Artes. Uma prova de sua
coragem e firmeza.
Idealizou
e fundou a Associação Comitiva Esperança - ACE em 2015, instituição voltada
para o futuro, o bem comum e a qualidade de vida na cidade.
Em
2010, teve início a sua militância no movimento sindical, como assessora do
Sindicato dos Químicos de São Paulo - Subsede Taboão da Serra/Embu das Artes.
Sua
atuação sempre se pautou pela intransigente defesa dos direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras e na organização das mulheres da categoria
química.
Atualmente,
é vereadora em Embu das Artes e quer seguir sua trajetória de mulher
batalhadora pela inclusão, cultura, esportes, moradia, trabalho, renda,
educação e saúde para todos. (Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
A SRA.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O
próximo homenageado é o Sebastião da Silva. Nascido na zona da mata em Caratinga, município do interior de Minas Gerais, ingressou
em colégio militar aos 13 anos de idade. Posteriormente, cursou colegial
técnico e também se formou como ferramenteiro pelo Senai de Ponte Nova, em Minas Gerais.
Mudou-se
para São Paulo em 1973 e, durante sua trajetória profissional, trabalhou em cerca de 15 empresas do setor metalúrgico. Foi um dos
diretores do Sindicato dos Metalúrgicos por um ano.
Em
1989, ingressou no setor plástico e químico e, em 2002, recebeu o convite para
fazer parte da diretoria do Sindicato dos Químicos de Osasco, enquanto ainda
atuava na empresa KJ Reunidas. Hoje, Sebastião da
Silva é aposentado. (Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
A SRA.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O
último homenageado da noite é Valdir Marques, ex-funcionário da empresa Solvay
e membro da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC.
(Palmas.)
* * *
- É feita a homenagem.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE -
LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria, mais uma
vez, cumprimentar todos os homenageados. Como já foi dito por vários
companheiros da Mesa, este é o terceiro ano em que comemoramos o Dia dos
Trabalhadores da Indústria Química, prestando esta homenagem na Assembleia.
Quero lembrar aos homenageados que no decorrer desta semana os senhores
receberão a medalha comemorativa, porque senão ficam só
os passados. Mas nós vamos reparar isso no decorrer da semana.
Quero finalizar esta homenagem lembrando a cada irmãzinha aqui
dentro, a cada irmãozinho, a cada telespectador da TV Assembleia, que está
acompanhando na transmissão direta que está sendo feita hoje pela internet,
seja no programa que será reprisado, que vamos comunicar o dia; todos os
diretores da Mesa entrarão em contato, para dizer sobre a programação.
Ah, já me corrigiram. No dia 17 de junho, domingo, teremos a
transmissão, a reprise da homenagem que prestamos hoje, às 21 horas, pela Net,
canal 7, pela TV Vivo, canal 9, e TV aberta, canal
61.2.
Quero reiterar, para cada um de vocês, que este ano é um ano em que
nós vamos ajudar a decidir o futuro dos nossos filhos e netos. Simples assim.
Em nome das pessoas mais humildes, das pessoas que estão a dois, três, quatro
anos desempregados, quero pedir, em nome daquelas pessoas que serão demitidas
na segunda, terça ou quarta-feira, enquanto esses chupa-cabras estiverem em
Brasília, no Congresso Nacional: vamos escolher que futuro
teremos.
Cada um de nós, os
telespectadores da TV Assembleia, vai decidir que futuro queremos para nossas
crianças, para os nossos idosos, para as nossas mulheres, para nossas famílias,
por todos aqueles que são discriminados, seja pela cor, pela opção sexual, seja
até por torcer para o Palmeiras, como o Hélio. E são
discriminados os palmeirenses, e têm que ser mesmo, eles não têm
mundial.
Aproveitando este momento de descontração, quero dizer da seriedade
das próximas eleições. Não são eleições para irmos votar. Não é isso, não se
trata disso. Há muitos trabalhadores, muitos parentes nossos, dentro da nossa
casa, muitos vizinhos, muitos sobrinhos, pais, filhos, irmãos, que estão
dizendo que não querem saber de política. Quero lembrar cada um de vocês. No
dia em que o trabalhador jogar a toalha, aí os ricos arrebentam de vez a vida
do nosso povo. Não temos o direito de não ir à urna.
Um parente nosso não
tem direito de não ir votar. Precisamos, sim, porque no dia em que aquelas
pessoas de bem não vão votar, os eleitores de um Bolsonaro
da vida, de corruptos que existem em nosso País, e que estão dizimando a vida
do nosso povo mais humilde, os eleitores deles vão. E aí, o que está ruim vai
ficar muito pior. Muito pior.
Aproveitando este
ensejo, quero falar com todos os telespectadores da TV Assembleia: vote,
participe. Vote em quem tem preocupação com o povo brasileiro. Temos visto o
que o PSDB fez no País, enquanto governou. Vimos o que o PSDB fez no estado de
São Paulo com a Educação, com a Saúde, com a Segurança Pública.
Hoje, o pobre não tem
segurança para sair de casa. A trabalhadora doméstica, o trabalhador vai para o
ponto de ônibus, para pegar um coletivo para chegar ao seu trabalho e perde seu
celular, perde a sua bolsa. Por quê? Porque, nunca, no estado de São Paulo,
esse governo que esteve aí por mais de 20 anos, investiu nas nossas crianças e
nos nossos jovens, não cuidou deles, não deu a eles oportunidade.
O PSDB criou, no estado
de São Paulo, o crime organizado e o exportou para outros estados e outros países.
É a grande obra. Tem gente que diz que o PSDB não fez nada. Como não?! O crime
organizado é obra dele, por não ter, durante 20 anos, proporcionado para as
nossas crianças, para os nossos jovens educação, cuidado e oportunidade.
Eu sou pai - já sou até
avô - e sei que se eu não educar meu filho - se não der
oportunidade para essa criança, não cuidar de educar, de formar essa criança -
e ele não tiver oportunidade, a chance dele delinquir é muito grande, ao mesmo
passo que eu também sei que se eu educar meu filho, se eu cuidar desse
filho e ele tiver oportunidade, esse cidadão vai ser um homem de bem e vai dar
orgulho aos pais.
O que acontece com o
estado de São Paulo? Você coloca seu filho para estudar, se o menino não
aprender nada eles passam esse menino para o próximo ano escolar de qualquer
jeito. O que eles querem formar com isso? Um cidadão? Essa criança não aprendeu
a pensar, a desenvolver o seu cérebro. E, para piorar, a merenda, a cada dia
que passa, vemos nos noticiários que há roubo de merenda
nas prefeituras do estado de São Paulo, especialmente agora no PSDB lá da minha
cidade de São Bernardo do Campo - quem é de lá sabe do que estou falando. Falo
do grande escândalo. Tem o prefeito de Mauá que está preso. O prefeito de
Mongaguá, também do PSDB, acharam milhões na casa dele. Sabe de onde é
proveniente esse dinheiro? Do pão da boca de uma criança humilde, que muitas
vezes vai à escola para comer.
Portanto, não adianta
ficarmos reclamando. Sabe de quem é a culpa disso? Dos maus políticos e de nós
eleitores; nós, eleitores, somos os culpados. Eu tenho culpa. Sabe qual é a
minha culpa? Eu não fui conversar com o João, com a Maria, com o Benedito, não discuti na minha igreja, não discuti no chão da fábrica, não
discuti na minha família e não discuti no boteco. Quero dizer para você que não gosta de
política, e para você, telespectador que também não gosta,
você está ajudando a ter uma péssima política no nosso País. Precisamos passar
a gostar da política, porque quem decide se vai ou não ter escola para o nosso
neto, sabe quem é? É o político. Se vai ter uma Saúde
decente, ou vai ter Saúde como o Doria deixou aqui em São Paulo, sabe quem
decide isso pessoal? É o político. Se o policial militar vai ganhar um salário
de fome e vai ter que fazer bico, e vai ser morto na rua é o político. Eu não
sei se vocês sabem que a maioria dos policiais que morrem, como por exemplo,
soldados, cabos e sargentos, eles ganham salário de fome. Por isso eles
precisam fazer bico e não descansam e depois, muitas vezes erram, cometem erros
e até abusos.
Quem fez isso se não o
vice-governador Márcio França, que foi vice-governador do PSDB, e hoje é
governador do Estado, e que aceitou essa situação. Quando nós falamos de
eleição de políticos, quero lembrar a cada um de vocês que aqui estão que,
político tem que fazer diferença. São vidas que nesta Casa se decidem e que
nesta Casa tem decidido muito mal. Sabe por quê? Porque o eleitor elege, não
aqueles que vêm aqui para lutar, para ser sério, para fazer justiça social, mas
aqueles que, embora sejam representantes do povo, defendem o interesse do rico.
Isso acontece aqui. E de quem é a culpa? Sabe de quem é a culpa? É do eleitor e
muitas vezes de cada um de nós aqui que vamos lá, votamos e achamos que está
bom. Tem uns que estão dizendo que não vão nem votar.
Quero pedir a cada um
de vocês que participem do processo eleitoral, pois é muito importante a
participação de vocês. O maior líder político deste País está preso. Ele é um
dos maiores políticos do mundo. É um trabalhador como vocês aqui, como você que
nos assiste da sua casa, e o único crime que esse homem cometeu foi cuidar
decentemente do nosso pobre, foi olhar o filho do trabalhador, foi dizer o
seguinte: “Não adianta dizer que eu não sou racista, eu preciso fazer políticas
afirmativas, eu preciso fazer cotas para os negros porque eu quero formar esse
povo. Eu preciso criar uma Secretaria da Mulher porque a mulher é discriminada
no meu País. Eu preciso cuidar disso e cuidar daquilo, eu preciso levar água
onde não tem água e levar luz onde não tem luz”. Esse é o crime que o Lula
cometeu. Esse é o único crime que o Luiz Inácio Lula da Silva cometeu. Posso
dizer uma coisa para vocês? Se isso é crime, pode prender essa Mesa toda aqui,
porque todos nós estamos dando a nossa vida na construção de uma sociedade
melhor. Se o Lula é criminoso, eu também sou, e todos nós aqui desta mesa
somos, e todos vocês também são, porque vocês são sindicalistas para lutar pelo
direito do trabalhador. É isso ou não é?
E esse é o crime do
Lula. Não existe uma única prova. Mas ele queria só alguma coisa, um
telefonema, uma coisinha de Whatsapp, um papel, pode ser papel de padaria,
dizendo que aquele apartamento era dele. Mas não
existe nada, nada, nada; não existe, não conseguiram uma única prova. E esse
juiz Sérgio Moro, servindo os banqueiros, os capitalistas, os fazendeiros, os
grandes industriais, a elite podre deste nosso País. É a isso que esse Sérgio
Moro serve, porque o direito é para ser respeitado, o direito de cada um. Não
posso mexer no direito dos outros. Como vou mexer no seu direito? E o
Judiciário, a serviço da elite, rasgou uma Constituição e prenderam um cara,
por um único motivo: se ele estiver solto, vai ser presidente da República, e a
prioridade dele é o povo mais humilde deste País, e não é isso que a elite
deste País quer.
E
você? O que vocês vão fazer com isso? Quero perguntar para essas duas jovens,
quero perguntar para os nossos aposentados, quero perguntar para você que está
na ativa, quero perguntar para você, telespectador da TV Assembleia: O que
vocês vão fazer? Vocês vão assistir ao jogo do Brasil na Copa, ou vão
aproveitar e depois do jogo dizer: “Vem cá, filho, quero conversar com você.
Vem cá, meu irmão, vem cá meu primo, vem cá, minha vizinha, vamos aproveitar. O
Brasil ganhe, empate ou perca, fale de política, porque essa eleição é decisiva
para o nosso País”.
O
Brasil foi tirado do mapa da fome. O Temer, o Ali Babá e seus 40 companheiros,
o PSDB, o DEM, PP, PSD, todos esses partidos que estão do lado do Temer, congelaram
por 20 anos os investimentos para a Saúde, para a Educação,
para a Moradia, para o Emprego, para o Desenvolvimento Social,
Econômico, em tudo. Foram eles que tiraram o direito trabalhista; acabaram com
os direitos do empregado. São eles que vão tirar a aposentadoria logo depois da
eleição. Vão tirar a aposentadoria do nosso povo. Já perdemos essa luta. Não
fomos nós, foi o eleitor que elegeu mais gente deles do quem defende o povo.
Não foi um golpe no PT; não foi um golpe na Dilma; não é um golpe no Lula. É um
golpe no nosso povo, um golpe no nosso trabalhador, um golpe no negro, um golpe no índio, um golpe na nossa comunidade LGBT, um golpe no
jovem que começou a sonhar com a faculdade, um golpe na nossa sociedade.
Quem está dando? A quem interessa isso? À elite, aos patrões. Daqui a pouco
eles vão pegar o chicote para cuidar do nosso povo. Só está faltando isso.
Agora,
tem jeito. Participe dessa eleição; não proteste, não. Não podemos deixar
companheiro nosso votar no Tiririca; não podemos deixar companheiro votar no
Alexandre Frota, um ator pornográfico. Sua grande contribuição para a sociedade
foi fazer um filme pornográfico. É um débil mental, e ouço gente dizer que vai
votar, para senador, em Alexandre Frota. Hoje vi na imprensa o Datena. É um radialista que ganha bilhões e bilhões e
bilhões de reais, que tem inclusive denúncias. Não estou dizendo que tenha
cometido, ou não, mas existem denúncias de que ele tenha uma forma de gestão
muito complicada nos seus negócios. E estão falando em votar nele para senador.
Vou dizer uma coisa: dentre todos os candidatos, há duas pessoas que poderão
trabalhar ao lado do povo de São Paulo. Um se chama Jilmar
Tatto e o outro, Eduardo Suplicy. E o resto? O resto
está ali para defender o rico. E como vamos nos posicionar? Temos candidato ao
governo, o Luiz Marinho, ex-presidente da CUT, ex-ministro do Trabalho do
governo Lula, ex-ministro da Previdência, ex-prefeito de São Bernardo. Vocês
sabem de que lado ele está na política, se é do peão ou do patrão? Alguém tem
dúvida? Temos vários deputados federais. Do que adianta eleger o Lula e não
eleger vários deputados federais? Do que adianta eleger o Marinho e não eleger
vários deputados estaduais do PT?
Finalizo
dizendo o seguinte: esse jogo só está começando, e nós podemos ganhá-lo. Nós
ganhamos esse jogo em 2002. Pela primeira vez na história do Brasil, e umas
poucas vezes no mundo, a classe trabalhadora chegou ao governo. Fizemos um
Brasil diferente e reelegemos o Lula. O Lula criou sonhos e deu oportunidades
para todos. Sabem o que ele fez? Elegeu a Dilma, uma mulher que ninguém
conhecia. E o trabalhador reelegeu mais uma vez a Dilma. Então, ainda tem
jeito. Temos poder, somos maioria. Não podemos deixar nunca um Bolsonaro ser votado, um homem que disse que teve quatro
filhos homens e que no quinto fraquejou, nasceu uma mulher. É isso que aquele
débil mental externou numa entrevista. É um homem que virou para uma deputada,
que defende o trabalhador, e disse que não a estuprava porque ela não merecia.
Se ela merecesse, ele a estupraria? Ele defende o estupro? Isso é certo? É um
homem que prega o ódio, a violência, e vejo trabalhador, filhos de
trabalhadores falarem que ele é um mito. Mito do quê? Isso é o próprio capeta.
Nós temos que nos posicionar.
Aqui
hoje só veio dirigente sindical, ex-trabalhador,
trabalhador. Vocês são todos lideranças. Façam a parte
de vocês. Vamos construir uma São Paulo muito melhor. Vamos construir um Brasil
muito melhor. Isso está nas nossas mãos.
Deus
abençoe a nossa luta, o nosso Brasil, a nossa classe trabalhadora, os nossos
sindicatos, que lutam pelo trabalhador, e Deus abençoe cada um de vocês.
Está
encerrada a sessão.
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Encerra-se a sessão às 21 horas e 25 minutos.
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