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15 DE JUNHO DE 2018

040ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA QUÍMICA

 

Presidência: LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

 

RESUMO

1 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - IZABEL DE JESUS PINTO

Anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, atendendo solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos, em "Homenagem aos Trabalhadores da Indústria Química do Estado de São Paulo". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Enaltece a categoria hoje homenageada. Discorre sobre os problemas políticos e econômicos que afetam o País. Comenta as consequências da aprovação da PEC do Teto, pelo governo federal, que congelou os gastos públicos por 20 anos. Adiciona que a medida causou prejuízos para o crescimento do setor industrial do País. Critica ações contra a contribuição sindical. Tece considerações sobre possíveis mecanismos para a reconstrução do Brasil. Destaca a importância dos trabalhadores do setor químico. Menciona ser autor da Lei 16364/17, que instituiu o Dia Estadual do Trabalhador da Indústria Química. Considera que o governo do ex-presidente Lula contribuiu para um País mais justo. Ressalta a importância da eleição de políticos que representem a classe trabalhadora.

 

4 - RAIMUNDO SOUZA SUZART LIMA

Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, discorre sobre o problema de desemprego na indústria química do País. Ressalta a importância do setor para o desenvolvimento do Brasil. Considera negativa a venda da parte da Odebrecht na Braskem. Defende a reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

5 - LUCILEIDE VARJÃO

Presidente Confederação Nacional do Ramo Químico, discorre sobre problemas de desemprego no País. Frisa a importância do setor químico para o PIB brasileiro. Defende maior representação da classe trabalhadora pelos políticos.

 

6 - HÉLIO RODRIGUES

Diretor de Relações Institucionais do Sindicato dos Químicos de São Paulo - Sindiquim, parabeniza a iniciativa do deputado Luiz Fernando Lula da Silva. Destaca a importância da participação popular nesta Casa. Valoriza os trabalhadores da indústria química, que, adiciona, geram riqueza ao País.

 

7 - ROSÂNGELA SANTOS

Vereadora de Embu das Artes e diretora licenciada do Sindicato dos Químicos de São Paulo - Sindiquim, comenta a importância dos sindicatos em defesa da classe trabalhadora. Considera que a reforma trabalhista trouxe retrocesso à CLT. Atribui o desemprego à atual política do governo federal. Defende a escolha de políticos que representem a população. Cita a dificuldade da inserção de mulheres na política. Parabeniza a categoria homenageada.

 

8 - FRANCISCO CHAGAS

Ex-deputado federal, frisa a importância do ramo químico para a economia do País. Considera golpe o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Critica medidas adotadas pelo governo federal atual, que, a seu ver, beneficiam a população mais rica em detrimento da classe trabalhadora. Faz considerações sobre a venda do pré-sal a empresas estrangeiras e seu impacto no valor do combustível. Destaca a importância da eleição de políticos que representem os anseios da população.

 

9 - MILTON NUNES DE BRITO

Presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC, manifesta preocupação com a possível reforma da Previdência. Menciona que, em 2040, a expectativa é de que 50% da população seja composta por idosos. Alerta para o risco de a maioria da população não atingir os requisitos para aposentadoria. Pleiteia a eleição de políticos que defendam os direitos de aposentados e pensionistas.

 

10 - JOSÉ BRÁS SOBRINHO

Presidente da Associação dos Aposentados do Sindicato dos Químicos de São Paulo, tece críticas ao governo federal atual. Defende a reeleição do ex-presidente Lula, cujo governo enaltece.

 

11 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Presta homenagem a trabalhadores da Indústria Química do estado de São Paulo, com a entrega de diplomas. Reitera a importância das eleições deste ano para a mudança do cenário nacional. Incentiva a participação da população nas eleições e na política. Discorre sobre os problemas do País nas áreas sociais, causados, a seu ver, pelo governo atual. Defende o ex-presidente Lula, cujo governo enaltece. Tece críticas a medidas do governo Temer, que, a seu ver, vão contra a classe trabalhadora. Defende a eleição de políticos do Partido dos Trabalhadores. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Fernando Lula da Silva.   

  

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para a sessão solene com a finalidade de homenagear os trabalhadores da indústria química.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será retransmitida pela TV Assembleia no dia 17 de junho, domingo, às 21 horas; pela NET, no canal sete; TV Vivo, no canal nove; e pela TV aberta, no canal 61.2.

Convidamos para compor a Mesa principal, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira; Raimundo Souza Suzart Lima, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC; Hélio Rodrigues, diretor de relações institucionais do Sindicato dos Químicos de São Paulo - Sindiquim; Lucineide Varjão, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico; Rosângela Santos, vereadora de Embu das Artes e diretora licenciada do Sindicato dos Químicos de São Paulo; Milton Nunes de Brito, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC; e Francisco Chagas, ex-deputado federal.

Com a palavra o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Eu queria ainda - uma falha da minha assessoria - convidar o meu querido Brás. Com certeza é o diretor mais elegante que tem aqui entre nós, presidente da Associação dos Aposentados do Ramo Químico aqui da capital. A ele uma salva de palmas. (Palmas.)

Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade de prestar Homenagem aos Trabalhadores da Indústria Química do Estado de São Paulo.

Queria neste momento convidar todos os presentes para em pé ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º sargento Gleidson Azevedo.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Esta Presidência agradece mais uma vez a essa fantástica Camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Muito obrigado. Em uma semana, duas vezes com a Camerata aqui é muito privilégio para este deputado. Muito obrigado, senhores.

Eu queria saudar a Mesa, meu amigo, irmão, Raimundo Souza Suzart Lima, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC. Eu queria saudar meu irmãozinho Hélio Rodrigues, diretor de Relações Institucionais do Sindicato dos Químicos de São Paulo, o Sindiquim, representando hoje a diretoria.

Queria saudar essa guerreira, Lucineide Varjão, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico. Saúdo a nossa vereadora Rosângela Santos, vereadora da cidade de Embu das Artes e diretora licenciada do Sindicato dos Químicos de São Paulo.

Queria saudar o Milton Nunes de Brito, o “Tijolinho”, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC. Queria saudar o José Brás Sobrinho, presidente da Associação dos Químicos de São Paulo. Queria saudar o meu amigo e irmão Francisco Chagas, ex-vereador da capital, ex-deputado federal e um grande representante do ramo químico na política mas, sobremaneira, na defesa do direito dos trabalhadores da indústria química. Eu queria saudar a todos e a todas aqui presentes e agradecer a presença de vocês em um momento extremamente complicado em que o nosso País vive.

A Assembleia Legislativa de São Paulo se reúne pelo terceiro ano consecutivo para homenagear o trabalhador da indústria química. Eu queria falar breves palavras para cada um de vocês e dizer que é com grande honra e imenso orgulho que venho a esta nobre Casa Legislativa, abrir a terceira edição desta solenidade. É uma justa homenagem a uma categoria de trabalhadores digna das nossas mais elevadas gratidão e admiração.

Lamentavelmente, essa homenagem se dá em um momento de grave recessão, com mais de 14 milhões de desempregados em nosso País. Após o golpe contra a presidente Dilma, eleita de forma legítima, desenharam-se uma série de outros golpes contra os mais humildes e a classe trabalhadora.

Houve um significativo corte em gastos sociais, com a redução da proteção social e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos. Ou seja, votaram e aprovaram, aqueles deputados golpistas.

Por 20 anos, não se terá qualquer investimento a mais do que está sendo feito hoje, na Habitação, na Educação, na Saúde, no Emprego e no Desenvolvimento Social. O que aconteceu? Simplesmente, a mãe do golpe.

Uma das piores medidas, ela condena gerações e gerações futuras por 20 anos. Pode nascer gente, que não vai ter mais vaga na escola, além do que temos. Por mais 20 anos, se a Saúde está péssima, não terá mais um centavo além disso.

Isso não são coisas que podem ser que aconteçam. São coisas que aconteceram. Tiraram a Dilma, e a primeira medida que eles tomaram foi a PEC do Teto. Vocês se lembram, quando aprovaram a PEC do Teto.

O que eles diziam? “É uma maneira de segurarmos os gastos.” Não é verdade. A PEC do Teto é uma maneira de segurar o emprego. É uma maneira de segurar o desenvolvimento social. É uma maneira de segurarmos o crescimento da indústria e o crescimento dos empregos. É isso o que aconteceu no nosso País.

Eu queria dizer que essa terceirização irrestrita que fizeram e a fragilização das entidades sindicais, eles praticamente tentaram matar os nossos sindicatos. Não vai acontecer, porque o nosso povo é de luta.

Mas, na medida em que eles desobrigam a obrigação da contribuição sindical, o que eles querem fazer? Quem faz a luta no nosso País, são os nossos sindicatos. Eles é que estão à frente, organizando e mobilizando. O que eles tentaram com isso? Simplesmente, calar os sindicatos: tirar dos sindicatos as suas tentativas de representar, sobremaneira o trabalhador.

É disso que estamos falando quando dizemos que, lamentavelmente, o momento que estamos passando é muito triste. E, sobremaneira, o consumo das nossas famílias está extremamente reduzido.

Hoje estive andando na rua e me deparei com uma família: pai e três filhos, todos desempregados. O pai, há quatro anos desempregado. Os filhos, há dois anos desempregados. O que eles estão fazendo? Vendendo o carro, vendendo a geladeira e vendendo o fogão. Daqui a pouco, vão ter que vender a casa deles e voltar a ocupar uma área para pessoas que não têm casa.

É um momento que passamos, muito triste. As trabalhadoras e os trabalhadores da indústria química, como protagonistas que são de histórias de luta, têm hoje pela frente a árdua tarefa de mobilizar-se, dialogar e assumir ações propositivas frente aos desafios impostos e a todas as afrontas que recaem sobre a categoria e sobre a classe trabalhadora.

Eleições livres e democráticas, com a participação do Lula - o maior representante da classe trabalhadora no mundo, e líder nas pesquisas pré-eleitorais - são um dos caminhos fundamentais na reconstrução de um país onde a agenda social e trabalhista seja prioritária.

A agenda prioritária, definida em um manifesto pelas centrais sindicais, fala sobre democracia, soberania e desenvolvimento com justiça social, trabalho e emprego. É exatamente nesse sentido que as lutas da classe trabalhadora precisam se pautar a partir de agora. Olhar para o futuro e compartilhar a responsabilidade de auxiliar a reconstrução da economia e do desenvolvimento do nosso estado e do nosso País.

Esta homenagem é, também, uma forma de reafirmar o nosso posicionamento nas trincheiras, ao lado desses companheiros e companheiras de luta. É, também, uma oportunidade de reflexão sobre a importância dessas trabalhadoras e trabalhadores que, através do setor químico, estão inseridas no nosso cotidiano, melhorando a nossa qualidade de vida. E que merecem ter assegurado o direito de exercer a sua atividade profissional de forma digna.

Sou autor da Lei 16.364, de 2017, que instituiu o Dia Estadual do Trabalhador da Indústria Química, a ser comemorado, anualmente, no dia 21 de julho em todo o estado de São Paulo.

Também sou um soldado a serviço dessa categoria, que tem em mim um fiel aliado nesta Assembleia Legislativa.

Dessa forma, quero iniciar esta sessão e dizer mais uma vez a cada um de vocês: o momento é triste, o momento é de muita luta, é um momento em que a elite brasileira, os donos deste País, aqueles que se acham donos, que são os donos das indústrias, os donos dos bancos, os donos das terras.

Eles são os donos da imprensa, do Judiciário, eles são donos do poder deste País. Eles vêm de forma irada. Eles não aceitam o Brasil que a classe trabalhadora fez, eles não aceitam o filho do trabalhador na universidade, eles não aceitam o fato de que o trabalhador pode ter sua casa, pode ter seu carro.

Eles não aceitam o fato de o trabalhador poder aposentar-se, ter direito, ora bolas. Eles não querem, acabaram com tudo.

Mas, eu quero dizer para vocês que nós vamos dar a volta por cima. Nós já fizemos isso uma vez. Conseguimos juntar todo o povo trabalhador deste País e eleger o nosso presidente da República, que construiu um País muito mais digno, muito mais justo, para todos, e não só para meia dúzia.

É importante, este ano, que é um ano eleitoral, elegermos representantes da classe trabalhadora. E quero dizer uma coisa para vocês: todos eles estão num único partido, que é o Partido dos Trabalhadores.

Costumo dizer nesta Casa que ou se está ao lado do povo, e, portanto, está no PT, ou se está contra o povo. Somos 94 deputados. Mas os que lutam pelos direitos básicos da nossa população somos apenas 18 deputados. Os demais estão aqui para representar outros interesses, que não são os interesses das famílias mais humildes deste País, os direitos dos nossos trabalhadores, o direito dos negros, o direito da mulher, o direito dos nossos aposentados, o cuidado com as nossas crianças, o respeito às nossas famílias.

Este ano nós vamos eleger o nosso futuro presidente da República; é um ano em que vamos eleger dois senadores no estado de São Paulo; é um ano em que vamos lutar para eleger pela primeira vez um governador que olhe para o nosso povo.

Desta vez, precisamos, ao eleger o Lula, eleger também deputados federais que possam dar suporte e ajudar o Lula a desfazer todas essas maldades que os deputados da elite implantaram no nosso País.

Da mesma forma, precisamos eleger o Marinho governador, e, ao mesmo tempo, eleger deputados estaduais que possam, aqui nesta Casa, ajudá-lo a retomar o estado de São Paulo, que foi o estado mais rico do País, mas é um estado em que, hoje, quando o filho do trabalhador não aprende absolutamente nada, aprova essa criança.

No ano seguinte ele não aprendeu nada. Sabe o que eles vão fazer de novo com essa criança? Aprovar, de novo. Eles não querem educar os nossos filhos, o filho do trabalhador, com medo daquela criança, amanhã, virar doutor e disputar com os filhos deles.

Agora, gente, quero finalizar minha fala dizendo uma única coisa: essa luta não é desta Mesa; essa luta é de cada um de nós que estamos aqui hoje, essa é a luta da nossa família.

Essa luta, se Deus quiser, nós vamos vencer.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

Eu queria, neste momento, pedir para dirigir-se ao público o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart. Convido você e a todas as pessoas para usarem a tribuna de honra. (Palmas.)

 

O SR. RAIMUNDO SOUZA SUZART LIMA - Boa noite, Luiz e Lucineide. Cumprimentando os dois eu quero cumprimentar a Mesa, cumprimentar os companheiros, as companheiras, os aposentados, as pensionistas que estão aqui e os dirigentes sindicais.

Hoje é um dia que seria de homenagem. Este é o terceiro ano em que estamos aqui. Mas, nós, trabalhadores, principalmente da indústria química, não podemos dizer que temos, neste País, nos dois últimos anos, algo para comemorar.

Temos tido só desemprego, perseguição, fome, uma situação dramática. Vimos as empresas na greve dos caminhoneiros. Várias empresas pararam. Consequentemente, os trabalhadores estão com esse problema, um problema que não é da classe trabalhadora, foi passado para os trabalhadores negociar essas horas paradas.

Então, estamos numa assembleia onde imaginávamos que no estado mais rico da nossa Nação a indústria cresceria e postos de trabalho seriam gerados. O que temos visto no estado de São Paulo é o inverso: desemprego aumentando, esta Assembleia Legislativa com a maioria dos deputados não tendo preocupação com a classe trabalhadora.

Então, é muito difícil. Um País que não tem a indústria química forte nunca vai se desenvolver.

A cada dia que passa ficamos mais tristes e ansiosos. Há informações de que a Braskem está para ser vendida para uma empresa holandesa. Tanto é assim que se investiu na grande indústria química, a quarta maior petroquímica do planeta Terra. Houve investimento, e foi o governo Lula que transformou a Braskem, com os problemas que temos, com as críticas que temos à Braskem - porque isso nós não estamos falando aqui -, é mais um patrimônio do povo brasileiro construído com dinheiro do BNDES, mais uma vez, como acontece com a Petrobras, vai ser entregue para os estrangeiros. Então, é um momento difícil. Mas, nós viemos aqui.

Hoje, vamos homenagear dois companheiros que, infelizmente, não estão aqui conosco, mas foram companheiros de luta que contribuíram para essas duas categorias que estão aqui, hoje, representadas: os químicos do ABC e os químicos de São Paulo.

Portanto, Luiz, essa é uma certeza da qual não temos dúvida: é Lula inocente, Lula livre e Lula presidente. Essa é nossa questão, Lula livre e Lula presidente, porque se não atingirmos Lula presidente e uma bancada de deputados federais e senadores para revertemos a situação dessa deforma trabalhista que foi colocada e contra a qual não temos nenhuma garantia, vamos estar aqui em 2019 em situação muito pior.

Temos que sair, ir às ruas pedir voto para o Partido dos Trabalhadores e para os nossos deputados estaduais, federais, senadores e governador, para que possamos, no início de 2019, reverter essa situação. Em nossa categoria o desemprego tem sido cada dia maior

Portanto, Luiz, contamos com você e com a bancada do Partido dos Trabalhadores. Vamos trabalhar fortemente para dobrar essa bancada e fazer o governador. Espero que em 2019 estejamos aqui comemorando nossa vitória com Lula presidente, Luiz Marinho governador e uma grande bancada de deputados estaduais.

Mais uma vez, em nome da categoria química, te agradeço muito por essa homenagem aos nossos trabalhadores, trabalhadoras e a todos os aposentados da categoria. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Gostaria, agora, de ouvir a nossa presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico, uma baiana porreta, nossa querida Lucineide Varjão, que vai fazer uso da palavra.

Lucineide, posso falar que você está indo para a Bahia na semana que vem?

 

A SRA. LUCINEIDE VARJÃO - É claro. Todo nordestino tem que dançar forró no São João. Como diz Gilberto Gil, eu vim da Bahia, mas algum dia eu ainda volto para lá.

Primeiramente, Luiz Fernando, muito obrigada. Essa é minha primeira vez nesse púlpito. Depois de três anos de homenagens que você faz aos trabalhadores e trabalhadoras do ramo químico, essa é a primeira vez que venho, até por conta de agenda não deu para eu participar das outras vezes, mas hoje estou aqui. Fiz questão de vir porque esse momento que estamos atravessando no País exige que estejamos conectados o tempo inteiro, falando sobre o que está acontecendo no Brasil, sobre essa conjuntura, sobre esse desemprego, como o Raimundo falou, sobre a miséria que vem atingindo a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo e o Brasil inteiro.

Eu ando bastante, viajo por alguns estados brasileiros e vejo que eles não estão diferentes do que aqui, mas acho que aqui a miséria se aglomera mais, porque a população é maior e o desemprego também é maior.

O ramo químico representa 31% do PIB brasileiro e, para nós, neste momento, vivendo essa situação e olhando o que está acontecendo, com o governo querendo privatizar a Petrobras, a Eletrobras e agora Raimundo chegou com essa novidade de que a Braskem está sendo vendida, são fusões e mais fusões, empresas indo embora, diminuição da taxa de emprego no ramo químico, então, para nós, é muito importante estar aqui, conversando com vocês esta noite.

Quando eu estava aqui na Mesa tinha os “flashes”, o trabalhador que está fazendo os flashes, de repente apareciam pessoas e eu ficava olhando para a cara delas. Umas que já contribuíram muito e ainda têm muito a contribuir, outros que estão chegando, mas que ainda vão contribuir muito vendendo sua força de trabalho.

Para nós, neste momento, é muito importante estar aqui e dizer que vocês são parte fundamental. O Luiz Fernando falava de 17 deputados comprometidos. Precisamos mudar a cara da Assembleia Legislativa, precisamos colocar mais deputados comprometidos, assim como o companheiro Luiz Fernando. Precisamos da representação de índios, mulheres, negros e jovens nesta Assembleia. Precisamos disso também no Congresso Nacional, que é um espaço extremamente conservador, homofóbico e machista.

Precisamos transformar toda essa sociedade, e isso só vai ser possível com a nossa participação, com a participação do povo, porque é assim que as transformações acontecem.

Finalizando, estou muito feliz porque algumas alterações conjunturais no mundo têm acontecido e me alertado para as transformações que podem vir a acontecer. Quando vemos o primeiro ministro da Espanha montando seu gabinete, seu governo, ficamos felizes com mais participação das mulheres. Nos sindicatos do estado de São Paulo eu vejo algumas alterações no que diz respeito à participação das mulheres, e acho que essa conjuntura vai nos levar à ampliação de mulheres.

Mas não queremos ter apenas mulheres como a Rosângela, lá em Embu das Artes, queremos Luiz Fernando e mais companheiros e companheiras comprometidos com a luta da classe trabalhadora. Essa é a minha mensagem, esse é o meu recado: que vocês reflitam no final de semana sobre o que está acontecendo no Brasil, em especial na cidade de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Agradeço a essa guerreira, Lucineide Varjão.

Passo a palavra, agora, ao Hélio Rodrigues, dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, mais um guerreiro. Temos uma meia dúzia de guerreiros na Mesa, mas os verdadeiros guerreiros estão aí, sentados.

 

O SR. HÉLIO RODRIGUES - Boa noite, companheiras e companheiros.

Saúdo a Mesa, a Rosângela e o Chagas, assim saúdo todos que estão na Mesa. Parabenizo o deputado Luiz Fernando pela terceira edição desta homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras da indústria química. É importante comemorar essa data aqui na Assembleia Legislativa, como foi bem falado, uma Casa do povo, mas pouco frequentada pelo povo, porque as oligarquias de São Paulo, o conservadorismo e o machismo desta cidade colocam o povo bem distante daqui. No entanto, em momentos como este, em que temos deputados comprometidos com a classe trabalhadora, podemos entrar e falar para a TV Alesp, podemos falar o que pensamos.

Este espaço é muito importante. É importante cada espaço que vai se abrindo, para que possamos, mesmo de uma forma muito reduzida, nos contrapor à hegemonia das comunicações que há hoje neste País. Já fizemos vários programas com o deputado na TV Alesp, em que pudemos nos posicionar em relação àquilo que está acontecendo na sociedade hoje.

Então, quero valorizar o dia de hoje e parabenizar os trabalhadores e trabalhadoras que estão presentes. Para nós do Sindicato dos Químicos, o dia de hoje, nessa terceira homenagem que é feita aos trabalhadores da indústria química, é muito importante. Nós temos um companheiro que será homenageado. Infelizmente, esse companheiro nos deixou neste ano, é o companheiro João Carlos.

Ele foi fundamental para a retomada do Sindicato dos Químicos de São Paulo, que estava sob a intervenção da ditadura militar. O João Carlos foi um desses companheiros que, durante muito tempo, gestou uma oposição a esses pelegos que ocupavam a direção do sindicato em 85, quando foi retomado pela classe trabalhadora. Hoje, para nós da direção dos químicos e para a categoria, este momento é muito importante. Não irei me aprofundar na conjuntura, porque os companheiros já se posicionaram brilhantemente aqui. Não quero ser redundante, só quero valorizar o dia de hoje, porque é o trabalho que gera riqueza. Se o trabalho gera riqueza, são os trabalhadores e trabalhadoras que geram riqueza.

Então, queremos que essa riqueza gerada seja cada vez mais partilhada pela classe trabalhadora. Parabéns a cada companheiro e companheira que está aqui hoje, com frio. O deputado falou que a minha jaqueta é muito quente e exagerada, mas é porque está muito frio lá fora. Cada um que está aqui hoje teve que enfrentar o trânsito de São Paulo e o frio que está fazendo. Quero agradecer ao deputado e, principalmente, a cada um desses companheiros e companheiras que serão homenageados. Queria registrar que a homenagem ao companheiro João Carlos Rossi nos toca muito, porque ele foi um grande companheiro da nossa categoria. Obrigado. Boa noite a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero agradecer a esse irmão, o querido Hélio. Rapidamente, quero convocar a nossa vereadora da cidade de Embu das Artes. Vejam que, quando o Sindicato dos Químicos elege uma mulher, elas são bonitas. Nós temos errado muito nos homens, porque o Chagas foi eleito vereador e deputado federal, e podemos apreciar como é feio.

Da mesma forma, eu tive um importante apoio do Sindicato dos Químicos, sobretudo do ABC, na minha eleição. O pessoal tem dito que eu também não sou dos melhores. Então, já que temos uma moça bonita entre nós, é uma honra. Como disse a Lucineide, nós precisamos eleger mais mulheres, com um olhar de mãe, um olhar de luta. Existe um ditado que diz que sempre ao lado de um grande homem existe uma  grande mulher. Ultimamente, essa mulherada tem mostrado que, à frente de um grande homem, vem uma mulher abrindo.

Quero saudar e cumprimentar todas as mulheres e passar a palavra para a vereadora Rosângela.

 

A SRA. ROSÂNGELA SANTOS - Boa noite a todos e todas. Em nome do Chagas e do Hélio, quero cumprimentar todos os diretores dos sindicatos e mostrar a importância que eles têm na defesa dos trabalhadores. O Hélio esteve à frente, combatendo a terceirização, fez vários diálogos e vários debates, mas, infelizmente, com esse governo, a terceirização passou, prejudicando e precarizando o trabalhador.

O Chagas está hoje à frente da defesa do trabalhador e contra essa reforma trabalhista que trouxe um retrocesso muito grande à CLT. Deputado Luiz Fernando, quero agradecer pelo convite. O ramo químico merece ter homenagens, merece ter o respeito dos deputados. Precisamos ter deputados que defendem os trabalhadores. Infelizmente, hoje percebemos que não temos isso, senão não haveria tantos deputados a favor dessa reforma trabalhista.

Como assessora do Sindicato dos Químicos, conheci de perto toda a necessidade e toda a dificuldade dos trabalhadores. Hoje, representando o Sindicato dos Químicos, como vereadora na cidade de Embu das Artes, ainda vejo os trabalhadores e tenho um contato direto com eles. Todos os dias chegam currículos de pessoas com dificuldades de arrumar emprego. Eles procuram o gabinete, porque sabem dessa relação que tenho com os sindicatos, que é sempre em defesa dos trabalhadores.

Vejo a tristeza deles por não terem a possibilidade de arrumar um emprego, por conta desse governo que vem dificultando a geração de empregos. Infelizmente, só vamos conseguir mudar essa realidade com o nosso voto, com o nosso debate, mostrando a importância de termos pessoas comprometidas com a população. Hoje, há candidatos que falam que as mulheres têm que ganhar menos, porque engravidam; há candidatos que falam: “a população quer emprego ou quer direitos?”.

Infelizmente, só conseguiremos mudar essa realidade com o debate, com cada um de vocês mostrando a importância de termos pessoas comprometidas com a população. Caso contrário, não teremos igualdade, não teremos mais mulheres na política e não teremos moradia digna, porque o que esse governo Temer fez com a nossa população, tirando recursos da moradia, da Educação e da Saúde, é desumano.

Só podemos mudar isso com a nossa luta, com a nossa mobilização. Por isso que acredito que 2018 é Lula, porque o Lula é quem pensa na população.

Eu sou formada pelo ProUni, moro também em um empreendimento pelo “Minha Casa, Minha Vida”. São projetos como esses que dão oportunidades para pessoas como nós, que saímos da periferia, de ter um local digno e de poder fazer uma faculdade.

Então, em 2018, Luiz Fernando, espero que você esteja conosco novamente, porque você tem um trabalho excelente aqui na Assembleia, e tenho certeza que você vai continuar defendendo os trabalhadores, defendendo essa categoria tão importante.

Eu me sinto orgulhosa de estar aqui representando o Sindicato dos Químicos, representando as mulheres, porque como é difícil ganhar o nosso espaço. O machismo e o preconceito são muito grandes. Somos maioria e não conseguimos eleger tantas mulheres. É importante ter homens, mas é importante ter mulheres também, comprometidas, e que estejam ao lado do povo, porque não basta também somente ser mulher, tem que estar ao lado do povo.

Eu só tenho que agradecer e parabenizar todos vocês. Para mim é um orgulho muito grande poder estar aqui. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria agradecer a nossa vereadora e, neste momento, queria passar a palavra a esse guerreiro, lutador, que esteve nas linhas de frente, nos bastidores, e hoje é pré-candidato a deputado federal.

Gostaria de passar a palavra a meu irmãozinho, Francisco Chagas.

 

O SR. FRANCISCO CHAGAS - Boa noite a todas, a todos. Em primeiro lugar eu quero cumprimentar o nosso deputado pela iniciativa e, em nome da nossa querida vereadora Rosângela, que acabou de falar, e do Hélio, cumprimentar todos os homens e mulheres presentes.

Quero dizer a todos vocês, em primeiro lugar, da importância desse evento. É o terceiro, como  disse o deputado Luiz Fernando, para homenagear um setor estratégico para o Brasil, setor cujos trabalhadores são representantes e reprodutores de um determinado produto, sem o qual nada funciona. Avião não existe, remédio não existe, prédio não existe sem esse setor econômico, que na verdade é a mola de transformação de todo e qualquer ramo industrial, e hoje, inclusive, de serviço.

Então, parabéns, deputado Luiz Fernando, nosso deputado, por essa iniciativa. Eu tive também essa iniciativa aqui na Capital quando vereador. Eu trouxe para 5 de novembro. Faremos uma comemoração também conjuntamente, mas eu quero aqui dizer que isso... Especialmente neste momento, porque é o momento em que o povo trabalhador sofreu um golpe horrível, um golpe sem precedentes, essa é a verdade.

O golpe que nós sofremos com a cassação da presidenta Dilma sem nenhuma culpa, sem nenhum dano, sem nenhum crime, sem nada, foi uma coisa estarrecedora, que até hoje a população do Brasil e do mundo está tentando entender. O que aconteceu, de verdade, é o seguinte, para ser bem rápido e objetivo. O pessoal que perdeu a eleição em 2014 não ficou contente. Sabe aquele pessoal que perdeu eleição em 2014, que queria um país liberal, a radicalização do liberalismo, um estado mínimo, um estado sem intervenção, para proteger Saúde, Educação, Trabalho, Emprego, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia?

Então, é aquele pessoal que não se fez contente, porque foram impulsionados, inclusive, por uma articulação fora do Brasil, e isso cada dia é mais claro. O golpe que foi dado no povo brasileiro em 2014 foi um golpe articulado fora do Brasil. Isso é preciso entender.

Esse golpe, rapidamente, como disse já aqui o deputado: começou a se tomar decisões, para acelerar o processo de transferência de riquezas que foram distribuídas durante os governos Lula e Dilma novamente para a mão da elite brasileira e estrangeira, ou seja, dos rentistas, dos bancos.

Isso está cada dia mais claro. Não fosse assim, além das medidas que o deputado já falou... Vou citar algumas. Eles estão entregando o pré-sal. Eles estão entregando, e eu tive a felicidade, quando estive no Congresso Nacional, de votar os royalties do petróleo, para que 75% dos royalties pudessem ir para Saúde, Educação e Ciência e Tecnologia.

Eles encerraram essa etapa do desenvolvimento brasileiro e estão transferindo essa riqueza estratégica do Brasil, que é o pré-sal, para a mão das grandes companhias. Como? Vendendo as nossas reservas, nossos poços, a 46 centavos, Lucineide, o barril. O barril tem 166 litros de petróleo. Baixa a produção das nossas refinarias, que já estão pela metade, vende por 46 centavos um barril de petróleo brasileiro, e nós já éramos autossuficientes.

A Shell, Exxon e as grandes companhias produzem, refinam lá, dando emprego lá fora, e vendem para nós brasileiros o nosso petróleo refinado a preço de dólar. É por isso que teve a greve dos caminhoneiros. Os caminhoneiros não aguentavam pagar diesel, mas não são os caminhoneiros. Eu ando pela periferia de São Paulo, e o bujão de gás está 70, 80, 100 reais.

Na época do Lula, esse que está preso lá em Curitiba para não disputar eleição, era 12 reais o bujão de gás. Na época da Dilma... Sabe aquela mulher que botou a gasolina muito cara, a 2,75 reais? Hoje é cinco, seis. Eu já paguei, inclusive, no interior de São Paulo - não paguei, porque não dava para pagar -, nove reais no litro da gasolina.

Então, acho que hoje todos nós estamos cientes de que nós sofremos um golpe para transferir renda do pobre para o rico, e eu, sinceramente acho que... Estava conversando com deputado Luiz Fernando agora há pouco. Acho que todo mundo já entendeu. Todo mundo já entendeu, mas só que, mesmo com todo mundo já tendo entendido, tem uma parte que concorda, porque se beneficia, uma parte já está dizendo que não pode ser desse jeito e outra parte está com vergonha, aquele pessoal que foi à Paulista com a camiseta da CBF, do Fora Dilma. Nós precisamos cutucar esse pessoal, sabem por quê? Porque não tem jeito para nós, povo. Eu falo isso com a maior convicção, porque nós estamos dentro do Parlamento Paulista, talvez o maior parlamento do Brasil, nesta Assembleia Legislativa de São Paulo, e eu acredito na democracia. A democracia é o caminho para transformar o mundo pela política, a política de participação social, de desenvolvimento.

Nós precisamos tomar uma decisão clara, que é devolver ao Brasil o desenvolvimento que o País perdeu, devolver ao Brasil o processo de democracia, porque quando um candidato fica preso e as pesquisas dizem que ele ganharia no primeiro turno ou ganharia em qualquer cenário, não há democracia sem a participação dessa pessoa. Nós precisamos devolver ao Brasil a dignidade. As pessoas estão se sentindo humilhadas, porque sua vontade não foi assegurada através do voto que dedicaram a esse projeto de desenvolvimento social e econômico do Brasil, e foi aplicado outro programa.

Para encerrar, eu quero dizer uma coisa muito importante. Faltam poucos meses para que o povo brasileiro possa tomar uma posição. É muito importante nós termos de volta deputados como o Luiz Fernando. O Luiz Fernando tem uma atuação impressionante neste Parlamento, mas não é só no Parlamento não. O Parlamento é importante, a tribuna é importante, as medidas são importantes, as leis são importantes, mas é fundamental a capacidade do Luiz Fernando de mobilizar as pessoas. Todas as vezes que eu vim a este Parlamento a convite dele, a quem eu muito agradeço, nós encontramos muitas pessoas mobilizadas. Nós podemos eleger o presidente Lula, o povo pode resolver que ele seja o presidente, nós podemos fazer uma grande bancada federal e estadual, mas para derrubarmos a reforma trabalhista, ou a deforma trabalhista, para derrubarmos a emenda à PEC que tirou dinheiro da Saúde, da Educação, para trazermos de volta as nossas companhias, como a Petrobras, o pré-sal, para trazermos de volta as nossas empresas estratégicas para desenvolver o Brasil e o povo brasileiro ter dignidade, nós vamos ter que vencer esse processo e continuar mobilizados, porque vai ter que ter plebiscito, referendo com participação direta do povo, senão não vai acontecer.

Parabéns. Muito obrigado. Sucesso. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria agradecer ao irmãozinho Francisco Chagas. Saúdo, nas pessoas do Ronaldo, do Tonhão e da Amabile, todos os demais diretores do Sindicato dos Químicos do ABC e militantes. Quero saudar, em nome do Evandro - presta atenção, Evandro, estou falando com você -, em nome do Paulo Sérgio e da Sheila, os diretores da nossa regional de Diadema, bem como todos os associados ao nosso sindicato. Quero saudar, em nome do Daniel e do Tijolinho, os nossos diretores do sindicato de Santo André, do Deusdete, da Sílvia e do Bartolomeu, os nossos diretores e os associados do Sindicato dos Químicos de São Paulo. Quero saudar, mais uma vez, em nome do Tijolinho, todos os nossos associados da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC, em nome do nosso mais elegante membro da mesa - quando ele for ao microfone vocês vão perceber -, nosso querido José Brás Sobrinho. Saúdo todos os aposentados e associados da Associação dos Aposentados Químicos de São Paulo.

Queria, neste momento, convidar o Tijolinho, Milton Nunes de Brito, presidente da nossa Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC, para fazer o uso da palavra.

 

O SR. MILTON NUNES DE BRITO - Boa noite, companheiros e companheiras. Em nome do Luiz Fernando e da Lu, saúdo toda a Mesa. Companheiros, acho que é bom ficar por último, porque todo mundo já falou e sobra pouco para falar. Companheiros, é verdade, com toda a retirada de direitos, ainda bem que não fizeram a reforma da Previdência. Eu não tenho dúvida de que eles vão fazer.

Eu quero dar um dado para esse público que está aqui, de aposentados - vocês podem checar. Em 2040, mais de 50% da população será de idosos e de aposentados. Se você pegar um ônibus, verá que tem duas cadeiras reservadas para o aposentado, para a aposentada, para o cadeirante. Eu não vejo ninguém se lembrar dos idosos. Se você pegar trem, tem 14 assentos reservados para gestante, para idoso, para idosa.

Precisamos eleger deputados iguais ao Luiz, compromissados com o aposentado e a aposentada, porque os direitos já foram retirados e passaremos a ser a maioria, mais de 50% de aposentados em 2040. Está difícil para se aposentar. Para o cara se aposentar hoje, ele precisa ter, no mínimo, 65 anos de idade. Eu vejo um bebezinho ali na frente e me pergunto: será que esse bebê vai conseguir aposentadoria? Nem emprego tem, como ele vai ter uma aposentadoria, como ele vai contribuir? Luiz, eu estou trazendo três pessoas aposentadas de Santo André, pessoas que trabalharam 35 anos, 40 anos em uma empresa. E a nossa juventude hoje, será que conseguiremos passar 30 anos em uma empresa? A empresa está procurando cada dia mais aquela pessoa que produz no menor valor, porque quem faz o lucro são os empregados, são os funcionários.

Aqui eu vejo quantos de nós - também sou aposentado - por anos trabalhamos, por anos fomos massacrados, retiraram direitos nossos, para chegar até aqui? Agora vem um governo golpista tirar aquele pouco direito que nós tínhamos. Estão tirando, companheiros. Se nós não conseguirmos nos aposentar, este País não anda, porque quem gera a riqueza são o trabalhador e a trabalhadora.

Eu tenho certeza, companheiros... Depois de 2040 eu quero estar aqui, gostaria muito de estar aqui. Se não elegermos pessoas compromissadas que lutem pelos direitos do aposentado, da aposentada e dos pensionistas, nós não vamos fazer nada. Não vamos ficar em casa lavando a louça, ajudando. Muitas vezes a mulher tem tripla jornada. Muitas vezes ela se aposenta e vai ajudar a cuidar do neto, ou isso não é verdadeiro? Porque a mãe precisa trabalhar, o filho precisa trabalhar, e muitas vezes sobra para o aposentado - a avó, o avô - cuidar das crianças.

 Então, Luiz, nós precisamos sim eleger uma bela bancada, eleger o Lula, eleger o Governo de São Paulo para defender esses direitos dos aposentados e pensionistas. Hoje nós somos 30% e vamos passar a ser 50% de aposentados. Cadê os direitos, cadê as políticas que estão traçando para os aposentados e as aposentadas? Muito obrigado e boa noite a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria convidar para fazer uso da palavra o nosso mais elegante presidente da Associação de Aposentados. Não houve no Sindicato dos Químicos de São Paulo, nem do ABC, uma pessoa tão elegante como o Bras. Por isso queria convidar o nosso querido José Brás Sobrinho, presidente da Associação dos Aposentados do Sindicato dos Químicos de São Paulo, para fazer uso da palavra.

 

O SR. JOSÉ BRÁS SOBRINHO - Obrigado, Luiz Fernando, pelos elogios. Companheiros da Mesa, nós brigamos muito desde 1985, 1986, para eleger nossos vereadores, nossos deputados estaduais e os deputados federais lá em Brasília. É uma honra muito grande estarmos hoje presentes nesta Assembleia, inclusive ocupando os lugares dos deputados. É uma satisfação enorme estar aqui falando com vocês. Um boa-noite bem forte e Lula presidente, Lula livre! É isso aí, companheiros!

 Por falar no nome do Lula, eu sou o único cara químico e plástico que tomou cachaça na portaria da Volks junto com o Lula. Acho que não tinha mais ninguém, eu sou o único, porque a maioria na greve de 1980 foi mandada embora, não conseguiu mais arrumar emprego, não conseguiu mais nada.

Nós temos uma tarefa muito grande. Tivemos uma luta muito grande em 1990, 1992. Conseguimos 147 lá em Brasília, na porrada. Quem pagou isso foi o governo Collor de Mello e Itamar Franco. Vários companheiros que eu estou vendo aqui participaram várias vezes. Todo mês estávamos em Brasília, químicos e plásticos, que naquela época eram separados.

Naquela época estavam o Furlan, o seu Antonio, o seu Zé Francisco, o seu Zé Cecílio, o seu (Inaudível.), que está lá atrás com duas companheiras. Eu estava brincando com vocês, foi uma brincadeira, mas realmente não dava para botar uma van lá em São Miguel para vocês, fui obrigado a que vocês viessem na carteirada. Seu Joaquim, seu Dirceu, seu Maneco está sendo homenageado hoje, parabéns para você.

Estou vendo muita gente de São Miguel e da Lapa. Vamos para cima desse governo golpista que deu um golpe em toda a classe trabalhadora. Eles não se conformam de ter um governo nordestino, cabeça chata, ignorante fazendo um governo como Lula fez, com inflação de quatro por cento, desemprego de quatro por cento. Muitos companheiros nossos foram homenageados no governo Lula.

Este ano o salário mínimo foi abaixo da inflação, em vez de subir, ele desceu, está descendo. Precisamos botar o Lula lá presidente e todos os camaradas, deputados estaduais e federais, o nosso prefeito Marinho. O Marinho trabalhou junto comigo na Volkswagen em 1980, ele saiu da Volkswagen com a cabeça rachada e foi um dos 420 companheiros que naquela época, na greve de 1980, foram mandados embora por justa causa. Esses companheiros não conseguiram mais arrumar emprego no ABC.

Eu fiz a ficha na GM e o cara dos Recursos Humanos me disse que eu começava na segunda-feira. Quando eu voltei na segunda-feira, a minha vaga não estava mais lá, mandaram eu procurar emprego. Eu vi cair aqui em São Paulo o ministro da Fazenda. Nossas brigas lá não foram fáceis.

Todo mundo lá na manutenção e controle de qualidade tinha uma hora de refeição, 15 minutos de café e 15 minutos à tarde, mas as companheiras que trabalhavam nas máquinas tinham 15 minutos de jantar e 15 minutos de almoço. Era um absurdo. Eu disse: “Eu não me conformo”. Em 1985 ele não era ministro, foi ministro em 1986, então São Pedro chamou para morar lá no céu e nós ficamos livres dele.

Cada companheiro e cada companheira aposentada e os que não estão aposentados tem seus filhos, seus netos, suas noras. Temos que fazer muita campanha, principalmente com os nossos filhos, nossos netos, nossos vizinhos, toda a população. Eu sou um dos caras que vão trabalhar nessa campanha 24 horas, para o Lula voltar a ser presidente da República. Na cadeia, no céu, em qualquer lugar em que ele estiver, estou com ele. Ele esteve junto comigo, lutou comigo. Muito obrigado e até a próxima. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Eu queria agradecer. E agora nós temos os químicos do ABC, que têm, na Grande São Paulo, dois vereadores importantes. Um deles é em São Bernardo do Campo, que é o José Luiz Ferrarezi, que, por um problema familiar de saúde, não pôde estar aqui conosco. Mas, representando esse vereador, está aqui nosso irmãozinho Odésio, a quem eu quero pedir também uma salva de palmas. (Palmas.)

Agora, eu gostaria de convidar a Lucileide, o Hélio e o Raimundo, para que nos dirigíssemos ali. Vamos começar as homenagens. Teremos, hoje, 12 homenageados. Quero dizer a eles que vocês estariam recebendo... “Estariam recebendo” - vocês entenderam o tempo do verbo, não? Estariam recebendo um certificado e uma medalha. Mas tivemos problemas na elaboração das medalhas. Distribuiremos os certificados hoje, e, no decorrer desta semana, enviaremos a cada um de vocês essa medalha, que há dois anos vimos entregando aos homenageados.

Tivemos um problema, isso é normal. Tivemos um evento das entidades antialcoólicas, e os caras resolveram errar em quase todas as placas. Não erraram em uma, mas em quase todas. Hoje também somos vítimas desse processo, mas vamos corrigir e durante a semana vamos enviar aos homenageados.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Solicitamos que, ao serem chamados, se aproximem da tribuna para receber suas homenagens.

O primeiro homenageado é Alex Gonçalves de Moura, da Regional de Diadema do Sindicato dos Químicos da ABC. (Palmas.) Foi admitido na empresa FastPlas em 2010 e eleito para a Cipa e para a comissão de fábrica em 2012, com 90% dos votos. Atualmente, é estudante de direito na Faculdade de Diadema - FAD.

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O segundo homenageado é Dirceu Altherman. Tem 79 anos, nasceu em Amparo, São Paulo, e entrou nas indústrias plásticas na década de 60. Foi um dos fundadores da Associação dos Aposentados Plásticos no ano de 1992, que logo depois, em 1994, se unificou com os Químicos. Hoje, faz parte da diretoria da Associação dos Aposentados Químicos e Plásticos de São Paulo.

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Chamamos Elisabete Isabel Pereira, ex-funcionária da Plastifama e membro da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC.

 

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- É feita a homenagem.

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Para receber a homenagem em nome de João Carlos de Rosis, “in memoriam”, convidamos sua esposa, Sra. Rita Cecília Augusto Seixas de Rosis.

O Sr. João Carlos ocupou diversas secretarias do Sindicato dos Químicos de São Paulo, onde se sagrou personagem de grande relevância quando da ocasião da recuperação do sindicato em 1985, quando este se encontrava sob intervenção militar, e desde então atuou seriamente na coordenação de diversas secretarias.

Antes de seu falecimento, ocupava a Secretaria de Imprensa do Sindquim de São Paulo. Deixou um importante legado a todos os seus amigos e colegas de jornada sindical, tanto quanto nas lutas sociais, tendo sido, inclusive, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, bem como da Central Única dos Trabalhadores - CUT Nacional.

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Para receber a homenagem em nome de José Cícero da Silva, “in memoriam”, convidamos seus filhos Evelyn, Emilli e Guilherme.

Sr. José Cícero da Silva era funcionário da empresa Basf desde 1990. Foi eleito para a Cipa - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Lutou durante vários mandatos, exigindo melhores condições de trabalho, mais respeito à vida, à integridade física e à saúde mental dos trabalhadores na Basf.

Eleito na Comissão de Fábrica, combateu o autoritarismo da chefia, lutou pela redução da jornada de trabalho para 39 horas semanais, por aumento salarial e por participação nos lucros.

Como membro da rede de trabalhadores na Basf América do Sul, lutou pelo respeito às normas internacionais do trabalho e, com isso, ajudou a fortalecer a solidariedade internacional.

Como militante, sempre esteve presente nas lutas nas portas de fábricas dos químicos do ABC. Comprometido com a classe trabalhadora, extrapolou sua atuação sindical e coordenou por muitos anos o Núcleo dos Trabalhadores e Trabalhadoras Químicas Petistas de São Bernardo do Campo.

Cícero é um exemplo de pessoa que ajudou a construir os 80 anos de histórias e lutas do Sindicato dos Químicos do ABC. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima homenageada é a Lucineide Varjão Soares.

Oriunda da indústria plástica, foi diretora do Sindicato dos Químicos de São Paulo e, atualmente, é presidenta da CNRQ - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico.

É um dos dois membros representantes da América Latina, como co-presidente do Sindicato Global dos Trabalhadores dos ramos químico, metalúrgico e das indústrias de vestuário e alimentação, o IndustriAll Global Union. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Convidamos Manoel Conceição Filho. Tem 69 anos e nasceu em Embu-Guaçu. Em 1973, entrou nas indústrias químicas. Logo depois, já se associou ao Sindicato dos Químicos e hoje faz parte da Associação dos Aposentados Químicos e Plásticos de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima homenageada é Maria Antonia Rodrigues, ex-funcionária da empresa Blitz e membro da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima homenageada é Rosângela Santos, vereadora de Embu das Artes.

Diretora licenciada do Sindicato dos Químicos de São Paulo, descobriu, na busca pela casa própria, a vocação para as causas sociais. Rosângela Santos organizou e foi determinante na edificação do condomínio residencial Casa Branca, entregue em 2013 para 140 famílias de Embu das Artes. Uma prova de sua coragem e firmeza.

Idealizou e fundou a Associação Comitiva Esperança - ACE em 2015, instituição voltada para o futuro, o bem comum e a qualidade de vida na cidade.

Em 2010, teve início a sua militância no movimento sindical, como assessora do Sindicato dos Químicos de São Paulo - Subsede Taboão da Serra/Embu das Artes.

Sua atuação sempre se pautou pela intransigente defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e na organização das mulheres da categoria química.

Atualmente, é vereadora em Embu das Artes e quer seguir sua trajetória de mulher batalhadora pela inclusão, cultura, esportes, moradia, trabalho, renda, educação e saúde para todos. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O próximo homenageado é o Sebastião da Silva. Nascido na zona da mata em Caratinga, município do interior de Minas Gerais, ingressou em colégio militar aos 13 anos de idade. Posteriormente, cursou colegial técnico e também se formou como ferramenteiro pelo Senai de Ponte Nova, em Minas Gerais.

Mudou-se para São Paulo em 1973 e, durante sua trajetória profissional, trabalhou em cerca de 15 empresas do setor metalúrgico. Foi um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos por um ano.

Em 1989, ingressou no setor plástico e químico e, em 2002, recebeu o convite para fazer parte da diretoria do Sindicato dos Químicos de Osasco, enquanto ainda atuava na empresa KJ Reunidas. Hoje, Sebastião da Silva é aposentado. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O último homenageado da noite é Valdir Marques, ex-funcionário da empresa Solvay e membro da Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE -  LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Queria, mais uma vez, cumprimentar todos os homenageados. Como já foi dito por vários companheiros da Mesa, este é o terceiro ano em que comemoramos o Dia dos Trabalhadores da Indústria Química, prestando esta homenagem na Assembleia. Quero lembrar aos homenageados que no decorrer desta semana os senhores receberão a medalha comemorativa, porque senão ficam os passados. Mas nós vamos reparar isso no decorrer da semana.

  Quero finalizar esta homenagem lembrando a cada irmãzinha aqui dentro, a cada irmãozinho, a cada telespectador da TV Assembleia, que está acompanhando na transmissão direta que está sendo feita hoje pela internet, seja no programa que será reprisado, que vamos comunicar o dia; todos os diretores da Mesa entrarão em contato, para dizer sobre a programação.

  Ah, já me corrigiram. No dia 17 de junho, domingo, teremos a transmissão, a reprise da homenagem que prestamos hoje, às 21 horas, pela Net, canal 7, pela TV Vivo, canal 9, e TV aberta, canal 61.2.

  Quero reiterar, para cada um de vocês, que este ano é um ano em que nós vamos ajudar a decidir o futuro dos nossos filhos e netos. Simples assim. Em nome das pessoas mais humildes, das pessoas que estão a dois, três, quatro anos desempregados, quero pedir, em nome daquelas pessoas que serão demitidas na segunda, terça ou quarta-feira, enquanto esses chupa-cabras estiverem em Brasília, no Congresso Nacional: vamos escolher que futuro teremos.

Cada um de nós, os telespectadores da TV Assembleia, vai decidir que futuro queremos para nossas crianças, para os nossos idosos, para as nossas mulheres, para nossas famílias, por todos aqueles que são discriminados, seja pela cor, pela opção sexual, seja até por torcer para o Palmeiras, como o Hélio. E são discriminados os palmeirenses, e têm que ser mesmo, eles não têm mundial.

  Aproveitando este momento de descontração, quero dizer da seriedade das próximas eleições. Não são eleições para irmos votar. Não é isso, não se trata disso. Há muitos trabalhadores, muitos parentes nossos, dentro da nossa casa, muitos vizinhos, muitos sobrinhos, pais, filhos, irmãos, que estão dizendo que não querem saber de política. Quero lembrar cada um de vocês. No dia em que o trabalhador jogar a toalha, aí os ricos arrebentam de vez a vida do nosso povo. Não temos o direito de não ir à urna.

Um parente nosso não tem direito de não ir votar. Precisamos, sim, porque no dia em que aquelas pessoas de bem não vão votar, os eleitores de um Bolsonaro da vida, de corruptos que existem em nosso País, e que estão dizimando a vida do nosso povo mais humilde, os eleitores deles vão. E aí, o que está ruim vai ficar muito pior. Muito pior.

Aproveitando este ensejo, quero falar com todos os telespectadores da TV Assembleia: vote, participe. Vote em quem tem preocupação com o povo brasileiro. Temos visto o que o PSDB fez no País, enquanto governou. Vimos o que o PSDB fez no estado de São Paulo com a Educação, com a Saúde, com a Segurança Pública.

Hoje, o pobre não tem segurança para sair de casa. A trabalhadora doméstica, o trabalhador vai para o ponto de ônibus, para pegar um coletivo para chegar ao seu trabalho e perde seu celular, perde a sua bolsa. Por quê? Porque, nunca, no estado de São Paulo, esse governo que esteve aí por mais de 20 anos, investiu nas nossas crianças e nos nossos jovens, não cuidou deles, não deu a eles oportunidade.

O PSDB criou, no estado de São Paulo, o crime organizado e o exportou para outros estados e outros países. É a grande obra. Tem gente que diz que o PSDB não fez nada. Como não?! O crime organizado é obra dele, por não ter, durante 20 anos, proporcionado para as nossas crianças, para os nossos jovens educação, cuidado e oportunidade.

Eu sou pai - já sou até avô - e sei que se eu não educar meu filho - se não der oportunidade para essa criança, não cuidar de educar, de formar essa criança - e ele não tiver oportunidade, a chance dele delinquir é muito grande, ao mesmo passo que eu também sei que se eu educar meu filho, se eu cuidar desse filho e ele tiver oportunidade, esse cidadão vai ser um homem de bem e vai dar orgulho aos pais.

O que acontece com o estado de São Paulo? Você coloca seu filho para estudar, se o menino não aprender nada eles passam esse menino para o próximo ano escolar de qualquer jeito. O que eles querem formar com isso? Um cidadão? Essa criança não aprendeu a pensar, a desenvolver o seu cérebro. E, para piorar, a merenda, a cada dia que passa, vemos nos noticiários que há roubo de merenda nas prefeituras do estado de São Paulo, especialmente agora no PSDB lá da minha cidade de São Bernardo do Campo - quem é de lá sabe do que estou falando. Falo do grande escândalo. Tem o prefeito de Mauá que está preso. O prefeito de Mongaguá, também do PSDB, acharam milhões na casa dele. Sabe de onde é proveniente esse dinheiro? Do pão da boca de uma criança humilde, que muitas vezes vai à escola para comer.

Portanto, não adianta ficarmos reclamando. Sabe de quem é a culpa disso? Dos maus políticos e de nós eleitores; nós, eleitores, somos os culpados. Eu tenho culpa. Sabe qual é a minha culpa? Eu não fui conversar com o João, com a Maria, com o Benedito, não discuti na minha igreja, não discuti no chão da fábrica, não discuti na minha família e não discuti no boteco.  Quero dizer para você que não gosta de política, e para você, telespectador que também não gosta, você está ajudando a ter uma péssima política no nosso País. Precisamos passar a gostar da política, porque quem decide se vai ou não ter escola para o nosso neto, sabe quem é? É o político. Se vai ter uma Saúde decente, ou vai ter Saúde como o Doria deixou aqui em São Paulo, sabe quem decide isso pessoal? É o político. Se o policial militar vai ganhar um salário de fome e vai ter que fazer bico, e vai ser morto na rua é o político. Eu não sei se vocês sabem que a maioria dos policiais que morrem, como por exemplo, soldados, cabos e sargentos, eles ganham salário de fome. Por isso eles precisam fazer bico e não descansam e depois, muitas vezes erram, cometem erros e até abusos.

Quem fez isso se não o vice-governador Márcio França, que foi vice-governador do PSDB, e hoje é governador do Estado, e que aceitou essa situação. Quando nós falamos de eleição de políticos, quero lembrar a cada um de vocês que aqui estão que, político tem que fazer diferença. São vidas que nesta Casa se decidem e que nesta Casa tem decidido muito mal. Sabe por quê? Porque o eleitor elege, não aqueles que vêm aqui para lutar, para ser sério, para fazer justiça social, mas aqueles que, embora sejam representantes do povo, defendem o interesse do rico. Isso acontece aqui. E de quem é a culpa? Sabe de quem é a culpa? É do eleitor e muitas vezes de cada um de nós aqui que vamos lá, votamos e achamos que está bom. Tem uns que estão dizendo que não vão nem votar.

Quero pedir a cada um de vocês que participem do processo eleitoral, pois é muito importante a participação de vocês. O maior líder político deste País está preso. Ele é um dos maiores políticos do mundo. É um trabalhador como vocês aqui, como você que nos assiste da sua casa, e o único crime que esse homem cometeu foi cuidar decentemente do nosso pobre, foi olhar o filho do trabalhador, foi dizer o seguinte: “Não adianta dizer que eu não sou racista, eu preciso fazer políticas afirmativas, eu preciso fazer cotas para os negros porque eu quero formar esse povo. Eu preciso criar uma Secretaria da Mulher porque a mulher é discriminada no meu País. Eu preciso cuidar disso e cuidar daquilo, eu preciso levar água onde não tem água e levar luz onde não tem luz”. Esse é o crime que o Lula cometeu. Esse é o único crime que o Luiz Inácio Lula da Silva cometeu. Posso dizer uma coisa para vocês? Se isso é crime, pode prender essa Mesa toda aqui, porque todos nós estamos dando a nossa vida na construção de uma sociedade melhor. Se o Lula é criminoso, eu também sou, e todos nós aqui desta mesa somos, e todos vocês também são, porque vocês são sindicalistas para lutar pelo direito do trabalhador. É isso ou não é?

E esse é o crime do Lula. Não existe uma única prova. Mas ele queria só alguma coisa, um telefonema, uma coisinha de Whatsapp, um papel, pode ser papel de padaria, dizendo que aquele apartamento era dele. Mas não existe nada, nada, nada; não existe, não conseguiram uma única prova. E esse juiz Sérgio Moro, servindo os banqueiros, os capitalistas, os fazendeiros, os grandes industriais, a elite podre deste nosso País. É a isso que esse Sérgio Moro serve, porque o direito é para ser respeitado, o direito de cada um. Não posso mexer no direito dos outros. Como vou mexer no seu direito? E o Judiciário, a serviço da elite, rasgou uma Constituição e prenderam um cara, por um único motivo: se ele estiver solto, vai ser presidente da República, e a prioridade dele é o povo mais humilde deste País, e não é isso que a elite deste País quer.

E você? O que vocês vão fazer com isso? Quero perguntar para essas duas jovens, quero perguntar para os nossos aposentados, quero perguntar para você que está na ativa, quero perguntar para você, telespectador da TV Assembleia: O que vocês vão fazer? Vocês vão assistir ao jogo do Brasil na Copa, ou vão aproveitar e depois do jogo dizer: “Vem cá, filho, quero conversar com você. Vem cá, meu irmão, vem cá meu primo, vem cá, minha vizinha, vamos aproveitar. O Brasil ganhe, empate ou perca, fale de política, porque essa eleição é decisiva para o nosso País”.

O Brasil foi tirado do mapa da fome. O Temer, o Ali Babá e seus 40 companheiros, o PSDB, o DEM, PP, PSD, todos esses partidos que estão do lado do Temer, congelaram por 20 anos os investimentos para a Saúde, para a Educação, para a Moradia, para o Emprego, para o Desenvolvimento Social, Econômico, em tudo. Foram eles que tiraram o direito trabalhista; acabaram com os direitos do empregado. São eles que vão tirar a aposentadoria logo depois da eleição. Vão tirar a aposentadoria do nosso povo. Já perdemos essa luta. Não fomos nós, foi o eleitor que elegeu mais gente deles do quem defende o povo. Não foi um golpe no PT; não foi um golpe na Dilma; não é um golpe no Lula. É um golpe no nosso povo, um golpe no nosso trabalhador, um golpe no negro, um golpe no índio, um golpe na nossa comunidade LGBT, um golpe no jovem que começou a sonhar com a faculdade, um golpe na nossa sociedade. Quem está dando? A quem interessa isso? À elite, aos patrões. Daqui a pouco eles vão pegar o chicote para cuidar do nosso povo. Só está faltando isso.

Agora, tem jeito. Participe dessa eleição; não proteste, não. Não podemos deixar companheiro nosso votar no Tiririca; não podemos deixar companheiro votar no Alexandre Frota, um ator pornográfico. Sua grande contribuição para a sociedade foi fazer um filme pornográfico. É um débil mental, e ouço gente dizer que vai votar, para senador, em Alexandre Frota. Hoje vi na imprensa o Datena. É um radialista que ganha bilhões e bilhões e bilhões de reais, que tem inclusive denúncias. Não estou dizendo que tenha cometido, ou não, mas existem denúncias de que ele tenha uma forma de gestão muito complicada nos seus negócios. E estão falando em votar nele para senador. Vou dizer uma coisa: dentre todos os candidatos, há duas pessoas que poderão trabalhar ao lado do povo de São Paulo. Um se chama Jilmar Tatto e o outro, Eduardo Suplicy. E o resto? O resto está ali para defender o rico. E como vamos nos posicionar? Temos candidato ao governo, o Luiz Marinho, ex-presidente da CUT, ex-ministro do Trabalho do governo Lula, ex-ministro da Previdência, ex-prefeito de São Bernardo. Vocês sabem de que lado ele está na política, se é do peão ou do patrão? Alguém tem dúvida? Temos vários deputados federais. Do que adianta eleger o Lula e não eleger vários deputados federais? Do que adianta eleger o Marinho e não eleger vários deputados estaduais do PT?

Finalizo dizendo o seguinte: esse jogo só está começando, e nós podemos ganhá-lo. Nós ganhamos esse jogo em 2002. Pela primeira vez na história do Brasil, e umas poucas vezes no mundo, a classe trabalhadora chegou ao governo. Fizemos um Brasil diferente e reelegemos o Lula. O Lula criou sonhos e deu oportunidades para todos. Sabem o que ele fez? Elegeu a Dilma, uma mulher que ninguém conhecia. E o trabalhador reelegeu mais uma vez a Dilma. Então, ainda tem jeito. Temos poder, somos maioria. Não podemos deixar nunca um Bolsonaro ser votado, um homem que disse que teve quatro filhos homens e que no quinto fraquejou, nasceu uma mulher. É isso que aquele débil mental externou numa entrevista. É um homem que virou para uma deputada, que defende o trabalhador, e disse que não a estuprava porque ela não merecia. Se ela merecesse, ele a estupraria? Ele defende o estupro? Isso é certo? É um homem que prega o ódio, a violência, e vejo trabalhador, filhos de trabalhadores falarem que ele é um mito. Mito do quê? Isso é o próprio capeta. Nós temos que nos posicionar.

Aqui hoje só veio dirigente sindical, ex-trabalhador, trabalhador. Vocês são todos lideranças. Façam a parte de vocês. Vamos construir uma São Paulo muito melhor. Vamos construir um Brasil muito melhor. Isso está nas nossas mãos.

Deus abençoe a nossa luta, o nosso Brasil, a nossa classe trabalhadora, os nossos sindicatos, que lutam pelo trabalhador, e Deus abençoe cada um de vocês.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 25 minutos.

 

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