29 DE
JUNHO DE 2018
091ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e LECI BRANDÃO
Secretaria: LECI BRANDÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
Informa cancelamento de sessão solene, anteriormente convocada para 20/08, às
10 horas, para "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado
de São Paulo ao Sr. Ossamu Yamashita", a pedido
do deputado Pedro Kaká.
2 - LECI BRANDÃO
Critica a aprovação, em comissão
especial da Câmara dos Deputados, de projeto que trata de mudanças na
fiscalização e controle de agrotóxicos no Brasil. Agradece às deputadas Beth Lula
Sahão e Márcia Lula Lia, do PT, por discursarem a
favor da pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D'Ávila, em
relação à entrevista realizada pelo programa Roda Viva, da TV Cultura.
3 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Presta apoio a
pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D'Ávila, em relação
à entrevista realizada pelo programa Roda Viva, da TV Cultura. Considera que os
governos do PSDB destruíram o jornalismo da emissora. Pede ao governador Márcio
França que sancione o PLC 1/13, aprovado por esta Casa, que trata da
aposentadoria especial para os professor’es da Rede
Estadual de Educação. Cita que a jurisprudência nacional já reconhece esse
direito à categoria. Discorre sobre o PLC 24/15, de sua autoria, que beneficia
os professores categoria "O". Solicita a seus pares
apoio para a aprovação da proposição.
5 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
6 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Defere o pedido. Informa a
continuidade do primeiro período desta Sessão Legislativa, tendo em vista não
ter sido apreciado até o momento o PL 273/18, que trata da Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 02/07,
à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido a Sra. Deputada Leci Brandão para,
como 1ª Secretária “ad hoc”, proceder à leitura da
matéria do Expediente.
A SRA.
1ª SECRETÁRIA – LECI BRANDÃO – PCdoB - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Esta Presidência, atendendo à solicitação do nobre deputado Pedro Kaká, cancela a Sessão Solene
convocada para o dia 20 de agosto de 2018, às 10 horas, com a finalidade de
outorgar o colar de honra ao mérito do estado de São Paulo ao Sr. Ossamu
Yamashita.
Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa,
telespectadores da TV Assembleia, cidadãos que nos acompanham pelas galerias,
na última terça-feira, uma comissão especial aprovou o Projeto de lei nº 6.299,
de 2002, que trata do registro, fiscalização e controle dos agrotóxicos no
País.
Foram 18 votos a favor e 9 contrários. Entre os votos contrários, estão o
do nosso partido, PCdoB. Essa proposta flexibiliza o uso de agrotóxicos no
País, e agora esse projeto tem que ser votado no plenário da Câmara dos
Deputados.
Há muitas críticas a esse projeto, porque, em menos de 3 meses, houve
oito sessões, e a última foi realizada a portas fechadas, conforme informou o
“Congresso em Foco”. Apenas parlamentares, assessores da comissão e pessoas
credenciadas puderam acompanhar a discussão.
Essa falta de transparência não é mais tolerada pelo povo brasileiro. Se
a iniciativa é boa, por que tem que trancar a porta? Nós não entendemos isso.
Poderá haver alterações significativas em todo o sistema de aprovação, medição
e venda de agrotóxicos no País, o que pode facilitar o acesso e o uso de
agrotóxico, aumentando, inclusive, a quantidade de pesticidas nos alimentos.
Isso pode agravar os problemas da Saúde pública como câncer,
infertilidade, mutações, e o Instituto Nacional do Câncer já
se colocou contra a alteração e flexibilização do marco legal dos
agrotóxicos, Lei 7.802, de 1989.
Em nota, o Inca diz que “tal modificação colocará em risco as populações,
sejam elas de trabalhadores da agricultura, os residentes em áreas rurais ou
consumidores de água ou alimentos contaminados, pois vai acarretar na possível
liberação de agrotóxicos, responsáveis por causar doenças crônicas extremamente
graves”.
A Anvisa também é
contra, porque acredita que a proposta não contribui para a segurança alimentar
do nosso povo, e também não contribui para a saúde do agricultor.
Nós precisamos resgatar a democracia para atender os interesses do povo e
do País. Sabemos que é necessário contribuir para o desenvolvimento da
produção, mas não às custas da saúde da população.
Sabemos que existe muita gente aí que são donos das fazendas, enfim, o
povo daquele “grande poder”. Eles querem saber da parte comercial, da parte do
lucro, mas estão se lixando, simplesmente, para a saúde do povo brasileiro.
Eu queria também voltar a fazer um agradecimento às nobres deputadas Beth
Lula Sahão e Márcia Lula Lia, ambas do PT, pelo
pronunciamento que fizeram aqui em defesa da nossa pré-candidata à Presidência
da República, que é a Manuela d’Ávila, pela má conduta dos entrevistadores da
TV Cultura.
Lamentamos a forma com que uma mulher da qualidade e da sensibilidade da
Manuela d'Ávila, que é uma das poucas candidatas à Presidência que tem projeto
de Nação, foi tratada e lamentamos também a forma agressiva com que aqueles
“jornalistas” trataram-na.
Quero agradecer às
companheiras Márcia Lia e Beth Sahão pela defesa
veemente que fizeram nesta Assembleia.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a Presidência
a Sra. Leci Brandão.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Nobre deputada Leci Brandão, que
está presidindo hoje a sessão, primeiro quero me associar ao que disse
V. Exa., quero me filiar a essa indignação que V. Exa. manifestou agora sobre o
“Roda Viva”, programa da TV Cultura.
É um absurdo o que vem
acontecendo com a TV Cultura já há um bom tempo, sobretudo com o programa “Roda
Viva”, que, historicamente, sempre foi um programa de referência, de
entrevista, de bom jornalismo. O que acontece é que o PSDB agora
instrumentalizou, transformou também o programa “Roda Viva” em um puxadinho
ideológico do PSDB e também do PSB, porque eles continuam, mesmo com a troca de
governo. Parece-me que não houve mudança dentro da TV Cultura. Ela continua
tucana, controlada pelos tucanos.
Foi um absurdo o que
eles fizeram com a Manuela d'Ávila, um massacre. Aquilo ali é um
antijornalismo. Não tem nada de jornalismo mais no “Roda
Viva”, que se perdeu completamente. Ele foi instrumentalizado da pior maneira
possível, pela ala mais podre do PSDB, por isso virou aquele lixo. Hoje o “Roda Viva” é um lixo.
Aquela entrevista foi
um absurdo. Como eles colocam um assessor do Bolsonaro
para entrevistar a Manuela d’Ávila? É um absurdo total. Ela desmascarou esse
assessor o tempo todo, dizendo que ele era assessor do Bolsonaro.
É o antijornalismo. Tinham que demitir todos esses diretores que estão por
detrás dessa farsa que hoje se tornou o “Roda Viva”,
deputada Leci Brandão.
Inclusive, nós temos
que fazer algo pela Assembleia Legislativa, pela nossa Comissão de Cultura, uma
proposta, uma investigação, porque a TV Cultura, sobretudo o programa “Roda
Viva”, está tendo um caráter altamente partidário e ideológico. Tomou lado
mesmo. Eles fizeram o mesmo com o nosso candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Aconteceu a mesma coisa. Enfim, vamos tomar
atitudes pela nossa Comissão de Educação e Cultura, deputada Leci Brandão. Sinta-se apoiada. Nós estamos filiados também
a essa grande luta que V. Exa. colocou
agora.
Mudando de assunto e de
tema, entrando no tema da Educação, que é uma área em que eu milito bastante, a
minha razão de estar na Assembleia Legislativa, eu gostaria de fazer um apelo
ao governador Márcio França. Nós aprovamos recentemente - inclusive com apoio
de V. Exa., deputada Leci Brandão - o nosso PLC nº 1, que eu apresentei no ano
de 2013. Eu construí esse projeto de lei complementar em conjunto com as
professoras readaptadas do estado de São Paulo. É um projeto simples, que
garante a aposentadoria especial para todas as professoras e professores
readaptados do estado de São Paulo que adoeceram em serviço e estão afastados
das salas de aulas, mas não das escolas. Eles continuam trabalhando, dando uma
grande contribuição para o funcionamento das escolas, para o projeto
pedagógico, porém eles não podem mais entrar em sala de aula. Mas eles
continuam professores, docentes.
No entanto, o estado de
São Paulo é um dos únicos que impede aposentadoria especial para o professor
readaptado, que é um direito conquistado. Nós conquistamos esses direitos já há
muitos anos, está escrito na Constituição Federal de 1988, mas o estado de São
Paulo, por uma interpretação da PGE... A PGE não é neutra, ela tem lado, ela é
orientada também. Sabemos que ela não está reconhecendo esse direito, o que é
um absurdo. Muitos professores entram na Justiça e ganham esse direito.
Enfim, nós aprovamos o
projeto nesta Casa, na semana passada, com o voto de todos os deputados e as
deputadas praticamente, e o governador vai vetar ou sancionar. Nós queremos que
ele sancione o PLC 1, de 2013, e garanta esse direito constitucional para todos
os professores readaptados do estado de São Paulo.
Faço esse apelo ao
governador e ao o secretário de Educação. O novo secretário que assumiu
recentemente até veio à nossa Comissão de Educação. Espero que ele faça gestões
junto ao governador para que o nosso projeto seja sancionado, para que o PLC 1,
de 2013, que garante a aposentadoria especial para os professores e as
professoras readaptados, seja sancionado e se transforme em uma lei.
Como eu disse, vários estados já reconhecem esse direito. Na
Prefeitura de São Paulo, foi uma luta que nós travamos. A Prefeitura de Santo
André inclusive aprovou um projeto baseado no que eu apresentei nesta Casa, o
PLC 1, de 2013. Lá em Santo André, o projeto já foi aprovado e já foi
sancionado.
Então, Sra. Presidente, eu digo que a PGE tem lado sim, um lado até
de orientação política, porque nós temos um caso exemplar que mostra isso.
Quando o Alckmin ainda era governador, e até ontem isso acontecia, a PGE
sustentava, através dos seus pareceres, que as faltas médicas e as licenças
médicas dos professores da Rede Estadual de Ensino não eram computadas para a
aposentadoria. Isso era uma orientação, era o parecer da Procuradoria Geral do
Estado.
Mudou o governador,
mudou o entendimento da PGE. Acho que ela foi orientada a rever esse parecer,
essa posição, e agora saiu um novo parecer, uma nova orientação da PGE dizendo
que a falta médica e a licença médica contam como aposentadoria especial para
os professores e os profissionais da Educação - para o Magistério, no caso, que
tem aposentadoria especial.
Então é um absurdo o
que vem acontecendo aqui em relação a essas interpretações pseudojurídicas da
PGE. Eu digo que a PGE tem lado, ela é orientada também politicamente para
atender os interesses do governo, e não os interesses dos servidores. Ela
sempre nega, sempre coloca em prática também a política de ódio do governador
contra os nossos servidores, negando qualquer tipo de direito, mas isso mudou
em relação a essas faltas médicas e licenças médicas.
Nosso projeto aprovado
vai nessa direção de garantir o direito à aposentadoria especial para os
professores readaptados do estado de São Paulo. Portanto, faço este apelo ao
governador Márcio França para que ele não dê continuidade à política de ódio do
Alckmin, porque o Alckmin massacrou os servidores públicos em todos os níveis,
em todos os aspectos. Espero que o governador Márcio França sinalize dizendo
que ele é diferente do Alckmin, que ele vai sancionar o nosso PLC 1, de 2013.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB -
Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Obrigado, Sra. Presidente. Quero fazer o meu segundo
e último pronunciamento da tarde de hoje na Assembleia Legislativa sobre outro
projeto. Eu tenho essa luta com os professores readaptados e tenho outra luta, também na área da Educação, que é a questão dos
professores da categoria O, a defesa da dignidade e dos direitos dos
professores categoria “O”, que V. Exa. também defende com muita veemência.
Eu apresentei um projeto
de lei em 2015, o PLC 24, de 2015, que foi aprovado em todas as comissões.
Todas as comissões aprovaram o projeto. Consegui aprovar agora um regime de
urgência para ele. Ele está pronto para ser votado na Ordem do Dia.
Esse projeto de lei é
muito importante porque ele acaba, definitivamente, com as interrupções dos
contratos dos professores que são contratados pela Lei nº 1093/2009, sobretudo
os professores da
categoria “O”, que são vítimas da famosa duzentena ou
da quarentena - a legislação às vezes é
alterada de acordo com os interesses do Governo e com a nossa mobilização
também.
O fato é que essa
situação não pode mais existir no estado de São Paulo. Temos que resolver
definitivamente o que vem acontecendo, a precarização dos contratos dos professores
da categoria “O”. Queremos acabar com a duzentena, com a quarentena, enfim, com
a interrupção dos contratos. O PLC nº 24/2015 resolve essa situação. Ele acaba
com a duzentena, com a quarentena, com a interrupção do contrato e ainda
garante que o professor possa também utilizar o Iamspe. Eles não têm
assistência médica. Ele é um professor, considerado pelo Estado, de 5ª
categoria. Ele tem os seus direitos reduzidos. Direitos previdenciários,
direitos trabalhistas, tudo é reduzido para ele. E ele não tem direito à
assistência médica. O professor da
categoria “O” não pode utilizar o Iamspe, não pode utilizar o Hospital do
Servidor Público Estadual.
Portanto, o nosso
projeto ataca dois pontos: o fim da duzentena, o fim da quarentena e acesso ao
Iamspe para todos os professores da categoria “O”. Só depende, então, da
Assembleia Legislativa votar o projeto que, como eu disse, está pronto para ser
votado. Inclusive, aprovei um requerimento de urgência, colocando o projeto já
como urgência, até porque essa questão é urgente. Só no início deste ano nós
perdemos 20 mil professores da categoria
“O”, que foram demitidos. Se nada for feito até o final do ano nós vamos perder
mais 30 mil professores. Será uma demissão em massa de professores da rede
estadual. Um verdadeiro massacre que vem sofrendo os professores da categoria
“O”. Temos professores categoria “V” que sofrem bastante. Enfim, os professores
da categoria “O” são a grande maioria hoje da contratação da Lei nº 1093.
Faço aqui este apelo
aos 94 deputados, para que nós possamos votar imediatamente o nosso PLC nº
24/15, que acaba com a quarentena, com a duzentena e garante a utilização do
Iamspe, do Hospital do Servidor Público, para os professores da “O”.
Muito obrigado, Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sra.
Presidente, havendo acordo entre as
lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 9º, § 4º , da Constituição do
Estado e tendo em vista a não apreciação do Projeto de lei nº 273/18, que
dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2019, esta
Presidência informa a continuidade da sessão legislativa.
Assim, havendo acordo
entre as lideranças, convoco V. Exas. para a sessão
ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a
sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão
às 15 horas e 03 minutos.
* * *