04 DE
JULHO DE 2018
039ª
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS, CARLÃO PIGNATARI e
MÁRCIO CAMARGO
Secretaria: CHICO SARDELLI, ANDRÉ DO PRADO,
ROBERTO MORAIS e FERNANDO CURY
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Anuncia a discussão do
PL 123/18.
2 - CAMPOS MACHADO
Discute o PL 123/18 (aparteado pelo
deputado Rafael Silva).
3 - MARCO VINHOLI
Requer verificação de presença.
4 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado
quórum.
5 - FERNANDO CAPEZ
Para questão de ordem, solicita que o
tempo regimental do deputado Campos Machado para discussão da matéria em tela
seja respeitado.
6 - ENIO TATTO
Para questão de ordem, considera que
o Partido dos Trabalhadores realiza oposição de maneira consistente nesta Casa.
7 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, esclarece que não
há aliança entre PT e PSDB.
8 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado Teonilio Barba Lula.
9 - FERNANDO CAPEZ
Para comunicação, parabeniza a Etec Itaquera II "Tereza Aparecida Cardoso Nunes de
Oliveira", que foi considerada a quarta melhor escola pública da Capital.
Enaltece a atuação do deputado estadual Cauê Macris enquanto presidente desta Casa.
10 - RAFAEL
SILVA
Para comunicação, elogia a atuação
dos deputados Campos Machado e Teonilio Barba Lula
nesta Casa.
11 - MARCO VINHOLI
Para comunicação, manifesta sua
admiração e respeito pelos deputados Campos Machado, Teonilio
Barba Lula e Rafael Silva.
12 - MARCO VINHOLI
Discute o PL 123/18 (aparteado pelo
deputado Barros Munhoz).
13 - CARLÃO
PIGNATARI
Assume a Presidência.
14 - ROQUE BARBIERE
Para comunicação, manifesta
insatisfação em relação à pauta da Ordem do Dia que deverá ser apreciada
amanhã.
15 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, faz considerações
sobre a apreciação do PL 123/18, que trata do Instituto de Pagamentos Especiais
de São Paulo - Ipesp.
16 - JOÃO PAULO RILLO
Para comunicação, discorre sobre
projeto, de iniciativa do governador Márcio França, que trata do recrutamento
civil para cerca de 100 mil jovens em situação de vulnerabilidade.
17 - MARCO VINHOLI
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado João Paulo Rillo.
18 - CAMPOS MACHADO
Discute o PL 123/18.
19 - CAMPOS MACHADO
Solicita a suspensão dos trabalhos
por cinco minutos, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE CARLÃO PIGNATARI
Defere o pedido e suspende a sessão
às 23h36min; reabrindo-a às 23h42min.
21 - MÁRCIO CAMARGO
Assume a Presidência.
22 - CARLÃO
PIGNATARI
Discute o PL 123/18 (aparteado pelos
deputados Feliciano Filho e Campos Machado).
23 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, faz comentários
sobre o posicionamento do deputado Carlão Pignatari em relação à aprovação ao
PL 123/18.
24 - CARLÃO
PIGNATARI
Para comunicação, responde ao
pronunciamento do deputado Campos Machado.
25 - MARCO VINHOLI
Discute o PL 123/18 (aparteado pelo
deputado Sebastião Santos).
26 - CÉLIA LEÃO
Discute o PL 123/18 (aparteada pelo deputado
Campos Machado).
27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
28 - MARCO VINHOLI
Para comunicação, parabeniza a
deputada estadual Célia Leão e demais parlamentares pela atuação nesta noite.
Propõe alternativa de votação ao PL 123/18.
29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Suspende a sessão por três minutos às
00h36min, por conveniência da Ordem; reabrindo-a às
00h37min.
30 - CARLÃO
PIGNATARI
Discute o PL 123/18 (aparteado pelos
deputados Beth Lula Sahão, Ricardo Madalena, Roque
Barbiere e João Caramez).
31 - CARLÃO
PIGNATARI
Requer verificação de presença.
32 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado
quórum.
33 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, esclarece as razões
de seu apoio ao governador Márcio França. Comenta o posicionamento do deputado
Carlão Pignatari.
34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Encerra a sessão.
* * *
- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob
a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com
base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de
bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, Proposição em Regime de Urgência.
Discussão e votação – Projeto de lei nº 123, de
2018, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder
Executivo a extinguir o Instituto de Pagamentos Especiais de São Paulo – IPESP.
Com 23 emendas e Mensagem aditiva do Sr. Governador
propondo alterações. (Artigo 26 da Constituição do Estado).
Tem a palavra, para falar a favor, o nobre deputado
Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, sabe, deputado Barros Munhoz,
nós somos do interior, você, da sua Itapira, e eu, da minha Cerqueira Cesar.
Sabe como é minha doce cidade? Já contei aqui. Uma
cidade simples, como Itapira, humilde. Essa cidade, sempre digo, tem um belo
jardim. No jardim há um coreto. Nesse coreto, todo domingo à noite, lá vai a banda. A banda toca. Nós nos deslumbramos com aqueles
acordes. Daqui a pouquinho, o locutor recebe a visita de uma menina, chamada
Joana, que oferece a música “Terra tombada”, para Mário, como prova de muito
amor. Lá vai de novo o locutor e diz que Joana retribui a Mário...
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr.
Presidente, ..
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu
não concordo em ser interrompido, Sr. Presidente.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Peço perdão. Vou ouvi-lo na
sequência, sempre uma fala importante para nossa Assembleia.
Sr.
Presidente, solicito, regimentalmente, uma verificação de presença.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, me chama a atenção o comportamento do líder do PSDB. Eu estava
contando essa história exatamente para chegar ao PSDB. Mas como é que eu fui
interrompido nessa encaminhada em relação a duas caras tucanas?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O
pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres
deputados Chico Sardelli e André do Prado para auxiliarem a Presidência na
verificação de presença ora requerida.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em
plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e
agradece a colaboração dos nobres deputados Chico Sardelli e André do Prado. Continua com a palavra o
nobre deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Interrompido
que fui, deputado Barros Munhoz, quando acabei de tomar o trem da saudade, fui
lá para a minha pequena cidade, deputado Barros Munhoz, eu dizia exatamente da
Joana Calmaria, o Mário, e V. Exa. lembra deputado
Barros Munhoz, lá em Itapira, quando as meninas saíam da normalista, do normal,
da escola normal – a deputada Beth Sahão está
pensando que está no circo. Mas continuando, deputado Barros Munhoz, eu tenho
imensas saudades da minha cidade. E quando saí de lá, deputado Barros Munhoz,
para cursar a academia do Largo São Francisco, eu tinha 17 anos. Chego em frente à Catedral da Sé, apareceu uma pessoa e me disse:
“quer comprar?”. Tem muitas pessoas que acham que nós somos bobos, deputado
Barros Munhoz, que nós somos ingênuos só porque somos interioranos. O pessoal
que vem de Santa Catarina, do Sul, é o pessoal como o clã dos Tattos, iluminado
pela doçura e pela meiguice da Dona Inês. Eles acham que nós somos o quê? Que
nós somos simples, humildes e inocentes. Agora vem o PSDB aqui. Quem foi que
mandou esse projeto para esta Casa? Geraldo Alckmin do PSDB. Quem é que quer
obstruir? A liderança do PSDB. “Onde estou, para onde vou?”, dizia o deputado
Rafael Silva, com a sua cultura clássica, por quem eu tenho um grande respeito
e uma grande estima. O deputado Rafael Silva sabe que Frank Williams é quem
dizia: “não importa onde estamos, importa para onde vamos”. Aí eu pergunto:
para onde vamos, deputado Rafael Silva, se o próprio PSDB está obstruindo um
projeto do governador Geraldo Alckmin? Eu não sei mais o que faço. Qual é minha
bússola, deputado Barros Munhoz. Que faço eu hoje nesta noite? Daqui a pouco
chegamos à madrugada. Aí vem o orvalho caindo nas nossas cabeças e eu fico
indagando: o que quer o PSDB? O deputado Marco Vinholi acaba de pedir
verificação de presença. Eu quero fazer um repto para o PSDB. Eu quero ver o
PSDB votar contra esse projeto. Eu quero ver. Eu faço questão de ver o PSDB,
neste plenário, votando contra esse projeto; eu quero ver. Eu vou estar vivo,
se Deus quiser, para assistir o desfile de deputados no microfone de aparte “eu
digo “não”’. “Como é
que vota o deputado x?” “Não”. Eu quero ver. Eu preciso ver. Eu não
posso acreditar que nós vamos ter que discutir seis horas uma situação já
definida. Alguém tem alguma dúvida de como vai votar a bancada do PSDB?
Deputado Barba, nós que já cultivamos os chãos de fábrica, V. Exa. tem dúvida sobre para onde vai a nobre bancada tucana?
O difícil é assistir de quando em quando ao confronto entre socialistas e
tucanos. Não é brincadeira. Deputado Adilson Rossi, avô do netinho que é do PTB
mirim, eu indago: nós já ultrapassamos as 22 horas e
40 minutos...
O
SR. RAFAEL SILVA - PSB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Grande pensador e líder desta Casa, deputado Campos Machado, V. Exa. estava falando do
entendimento dos tucanos com o pessoal do PT. Existem entendimentos, o Eric
Blair, que é o George Orwell, morreu novo. Ele morreu com 46 anos, não tinha
47. George Orwell escreveu “A Revolução dos Bichos”. Escreveu depois também
“1984”, mas o que interessa é a “Revolução dos Bichos”, em que os bichos se
revoltaram contra os homens e no fim os bichos, depois de uma revolução, foram
liderados pelos porcos.
Tudo podia para os
porcos, para os outros, não. No primeiro momento, o bicho não pode andar com
duas patas, tem que andar com quatro. A superioridade dele é indicada pelas
quatro patas, mas no fim, já que se falou em acordo, o Bola
de Neve é o Trotski, que foi banido pelo Napoleão, que é o Stalin. Aquele que
idealizou essa coisa bonita foi o Major, mas ficou no ideal apenas, na
fantasia, no sonho, aí veio a prática.
No fim, encerrando a
minha participação, depois de os bichos serem traídos pelos porcos que eram os
líderes, os mais inteligentes, os bichos olharam pela janela na grande casa da
fazenda e viram os porcos negociando com os homens.
Os homens eram inimigos
dos animais e os homens foram banidos da fazenda porque os animais sofriam
muito nas mãos deles. Depois, passaram a sofrer mais nas mãos de outros bichos.
Estavam lá os porcos de pé, de terno, tomando uísque com os homens. Os animais
olhavam assim e não sabiam mais quem era homem e quem era porco, se misturaram.
Não acontece nesta Casa, não, mas quando eu vejo algum tipo de acordo eu me
lembro desse livro, que é um grande ensinamento do George Orwell.
Então, V. Exa. está falando do entendimento,
não estou fazendo comparação nenhuma, mas o livro nos ensina a pensar: Quem são
os homens? Quem são os porcos? É isso. Parabéns, deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Eu quero agradecer ao nobre deputado Rafael Silva pela peroração filosófica que
ele faz nesta noite. Nós temos que admitir as pessoas que sabem pensar. O que
eu estou dizendo, deputado Barba, V. Exa. não atendeu ainda. Eu estou dizendo que nós estamos no dia
4, caminhando para o dia 5 de julho. Estamos no recesso. Vem um nobre parlamentar
e diz: “Vamos fazer sessão na sexta-feira”.
No dia que joga a
Seleção Brasileira, como que é possível? Onde vamos arrumar 57 assinaturas com
57 votos, não é, deputado Vaz de Lima? Vossa
Excelência, quando vejo esses cabelos brancos sempre digo: “Que maravilha os
cabelos brancos do deputado Barros Munhoz. Lá vem o vento, as nuvens. São as
nuvens que transformam os cabelos pretos em cabelos brancos”.
Eu fico,
deputado Vaz de Lima, indagando se temos que votar, se vamos votar esse projeto
do Ipesp - eu falo aqui por 350.000 advogados -, se
ninguém do PSDB vai se arvorar em votar contra. Se temos
um acordo do presidente desta Casa. Para pautar, em seguida, o orçamento
impositivo, de que falamos nesta noite.
Para
que prolongar essa agonia? Parece um velho filme, “O Trem da Agonia”. Não é
possível! Quero exortar aos legítimos representantes do tucanato nesta Casa:
vamos antecipar o tempo. Vamos meditar, vamos refletir. Ainda temos que votar
vários projetos. Amanhã, quinta-feira, não vamos ter o
mesmo quórum. Haverá menos deputados. E sexta...
Quando
terminar a conversa paralela entre o presidente Cauê Macris, o deputado Vaz de
Lima e o deputado Itamar, eu continuo o meu pronunciamento e eu gostaria que
fosse descontado do meu tempo. Não é justo que o meu tempo não seja descontado
se Vossas Excelências... Já defendi aqui a volta da Presidência - é questão de
liturgia - lá para cima. Sim, lá em cima, no Olimpo, porque assim não teríamos
essa dificuldade, de prolongar o nosso pronunciamento, sendo interpelado por
vozes estranhas.
Mas
eu quero... Deputado Caramez, hoje V. Exa. defendeu a posição do deputado Cauê Macris, o presidente.
Quero fazer, novamente, um repto. Deputado Barros Munhoz, V. Exa. lembra-se dos discursos de Cícero contra Catilina? Ele dizia,
em latim: “Quosquem tandem, Catilina, abutere patientia nostra?” Eu digo hoje:
“Quosquem tandem, tucanos, abutere patientia nostra?” Até quando os tucanos
abusarão da nossa paciência? Por quanto tempo, ainda, essa audácia desenfreada?
Vossa
Excelência se lembra, lá da velha academia. Os tucanos não dizem nada. São
contra? “Não.” São favoráveis? “Sim.” Por que esse sofrimento? Hoje não vou
falar de Fernando Pessoa. Vossa Excelência sabe, até o Iago já sabe o que o tio
fala. O Iago é o filho do João Paulo Rillo e sabe o que eu ia dizer. Não vou
citar Fernando Pessoa hoje aqui. Mas quero indagar: será que estou sendo
muito...
Não
é possível! O relógio! Por favor, suspendam o meu tempo. Desculpem, não consigo
ter o meu raciocínio completado. Cada um tem as suas dificuldades. Sou doente.
Acho que tenho alguma doença, porque não consigo raciocinar tendo conversas
paralelas. Olha o tempo, olha o relógio correndo, e eu aqui.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu queria pedir aos
parlamentares que, por favor, possam prestar atenção à fala do deputado.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Eu não quero atenção, quero
educação.
O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Para que seja restituído, ao deputado Campos Machado, o
tempo que lhe foi tomado por essa paralisação.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Será restituído. Será
feito, deputado Campos, será feito.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Deputado Fernando Capez, eu me
emociono. Não choro aqui porque ainda não chegamos à meia noite. Mas estou
emocionado com a posição de Vossa Excelência. Eu queria, portanto, Sr. Presidente, que V. Exa., dentro da liturgia do seu
cargo, fizesse outra reunião, lá no outro canto do plenário, com a ilustre
bancada tucana.
O
deputado Roque Barbiere me disse: “Campos, as reuniões são feitas no plenário
ou na sala da liderança?” Eu disse: “Deputado, o PT já deu...” Sabem que o PT,
hoje, não é mais oposição. Não, não! Acham que o PT é oposição nesta Casa?
Acreditam?
(Voz
fora do microfone.)
Não
estou falando com Vossa Excelência! Não estou falando com Vossa Excelência!
Vossa
Excelência se inscreva aqui! Pare de falar bobagem, rapaz! Pare de falar
bobagem. Peça para se inscrever e fala! Vá se inscrever lá. Vá se inscrever lá,
rapaz! Vá se inscrever lá. Vossa Excelência é metido a
bravo! O que é isso, rapaz? O que é isso? Não vem com essa conversa mole! Não
vem com essa conversa mole, não. Leviano é Vossa Excelência! Leviano é Vossa
Excelência! Se é covarde, vai lá! Se
é corajoso, vai lá! Vai lá, vai lá! Quem? O PT não é traidor? Vá para
Curitiba. Eu nunca falei nada do PT, mas vá para Curitiba para conhecer o que é
gente boa. Vá para Curitiba.
Ah, deixa de conversa. Respeita?
Eu não estou falando com Vossa Excelência. Vossa Excelência gosta de ser o quê?
O bravo aqui? Ah, que seu partido, nada. O seu partido é o PDC, Partido de
Curitiba. Partido de Curitiba. Respeite V. Exa. a mim. Vossa Excelência me interrompeu, eu estou falando
aqui. Vossa Excelência não venha me interromper aqui.
Moleza? Eu não estou
preocupado com Vossa Excelência. Lá vai meu tempo. Ah, deputado, deixa, a
caravana passa, rapaz. Eu não estou preocupado com Vossa Excelência. Estou com
tanto medo que estou pensando o seguinte, deputado Barros Munhoz: eu estou com
tanto medo do deputado Barba, tanto medo... Não tem um buraquinho para eu me
esconder aqui, não?
O deputado Barba é
bravo. É bravo. Todo mundo tem medo dele na Casa. Leviano é Vossa Excelência.
Já falei 20 vezes para V. Exa.:
é leviano. E estou repetindo: é leviano. Leviano.
Vou voltar ao seguinte.
Eu estava me referindo ao PSDB. E disse que não tem oposição na Casa. Estou
mentindo, deputado Roque? Estou mentindo? Não estou mentindo.
Volto a fazer um apelo
ao PSDB. Deixando de lado a sua ignorância, que me interrompeu aqui sem aparte.
Eu não ataquei o PT. Vossa Excelência nem teve coragem de defender aqui o José
Dirceu, como eu defendi. O que é isso, rapaz? O que é isso? O que é isso?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, acho que o deputado Campos Machado está exagerando. Nós temos um
respeito enorme por ele, mas eu gostaria que ele se ativesse, no seu
pronunciamento, falando da sua bancada, de dois deputados.
A bancada do PT com 14
deputados tem liderança e tem decisão própria, tomada coletivamente pela
bancada do Partido dos Trabalhadores. Nós não precisamos de ninguém para
determinar se precisamos fazer oposição ou não.
Nós somos oposição,
sim, e não é ele quem vai determinar e fazer dar um conceito de que nós estamos
fazendo oposição ou não.
Então, atenha-se ao
PTB, sua bancada de dois ou três deputados, que a nossa bancada está muito bem
liderada.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Vossa Excelência está confundindo quantidade com qualidade.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Nossa bancada está muito bem
liderada pela deputada Bete Mendes.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Beth Mendes? Grande artista, Bete Mendes.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Beth Sahão.
Grande deputada do PT, do início do PT, saudosa deputada Bete Mendes.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Nem falar, ele falou. Confundiu tudo, agora.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Mas, atenha-se ao seu partido e
não venha provocar, não venha querer falar em nome da bancada do Partido dos
Trabalhadores, que nós temos líderes e temos posição tomada. Então, V. Exa. atenha-se ao seu partido.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Vossa Excelência quis diminuir a bancada do PTB por questão numérica. Questão
numérica.
Deputado Roque
Barbiere, ele quis confundir qualidade com quantidade.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Nós temos qualidade e
quantidade.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Eu não sei.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - É a população que determina
isso.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Eu não sei mais. Eu pensei que fosse.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Tanto é que é a segunda maior
bancada aqui no estado de São Paulo, é a maior bancada federal e tem um líder
que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para presidente da República.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Qual líder?
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - O presidente Lula, preso
injustamente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Olha, eu já cansei de defender o Lula aqui porque eu não sou covarde. Eu
defendi o Lula em reuniões do PTB. Vocês não vieram aqui defender João Paulo
Cunha, como eu defendi.
Eu tenho ainda 47
segundos. Eu quero fazer um apelo à situação e à oposição. Eu falei “oposição”,
deputado Barros Munhoz? À chamada oposição. Para que meditem, reflitam: vamos
votar esse projeto, que é muito importante para o estado. É muito importante
para o estado de São Paulo, não é importante para mim, não. Aqui ninguém vota
em caráter pessoal.
Por isso eu quero fazer
esse apelo final. Se podemos votar hoje, para que
votar amanhã ou na semana que vem?
Quero agradecer ao
deputado Rafael Silva. Deputado Rafael Silva, o deputado do PT não concordou
com a sua observação. Mas, V. Exa. fez
uma observação de ordem filosófica. Poucos entenderam a profundidade da sua
colocação.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu sou um
deputado de primeiro mandato. É lógico que eu não tenho todo o traquejo que têm
deputados que têm aqui dois ou três mandatos.
Eu me refiro, várias vezes, a vários partidos. Ao PSDB, ao PTB, ao
PSB, ao PPS, sempre no enfrentamento, na disputa política e na disputa
ideológica.
Deputado Campos
Machado, sua fala fez alusão à possibilidade de um acordo entre PT e PSDB, o
que levou a uma intervenção do deputado Rafael Silva. Induziu o Rafael Silva a
pensar que existia a possibilidade de existir isso, mesmo que se usando de uma
literatura. Isso é muito ruim. Isso não é bom para a democracia.
Não tenho problemas,
Campos Machado, em você subir naquela tribuna e atacar o PT quantas vezes você
quiser. O que não posso admitir é você falar que existe uma aliança entre PT e
PSDB, um acordo entre os dois. Isso é impossível. Um acordo pontual quando se
discute um projeto de deputado é uma coisa, agora uma aliança PT e PSDB?
Ninguém aqui imagina isso, isso só existe na sua cabeça.
Você é um tucano de
carteirinha, fala do PSDB, mas defende toda a liderança do PSDB. E isso é
legal, não tenho problemas com isso. Vossa Excelência é amigo
do Geraldo Alckmin, que cada um defenda os seus amigos. Eu defendo os meus
amigos do PT e ataco aqui a bancada do PSDB em todos os debates que faço, mas
com muito respeito. Encontre um deputado do PSDB aqui que diga que o deputado
Barba lhe faltou com o respeito. Nunca faltei.
Então, enquanto eu
estiver aqui, enquanto V. Exa. fizer
enfrentamento político com o PT, disputa política, eu não vou ter problema
algum. Mas, se você fizer alguma alusão a algum acordo, aliança ou coligação
entre nós e o PSDB eu vou reagir dessa maneira. Posso até ter exagerado, mas
espero que V. Exa. não
exagere. Não é a primeira vez que acontece isso, eu já havia lhe alertado.
Peço esse respeito.
Ataque, faça a disputa política, e vamos disputar
ideologicamente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
PARA COMUNICAÇÃO - Como eu poderia ter a pretensão de induzir um dos grandes
deputados desta Casa, o Rafael Silva? Um homem estudioso, que conhece
literatura, filosofia, política, como eu ia induzi-lo? É como se eu fosse dizer
ao Neymar como ele tem que jogar.
Peço desculpas,
deputado Rafael Silva; as pessoas não reconhecem seu valor, mas eu reconheço
seu valor e seu talento. Não é justo que pensem que V. Exa.
pode ser induzido por qualquer deputado desta Casa ou
por qualquer político.
Depois que confundiram
a Beth Sahão com a Bete
Mendes, o que V. Exa. quer
que eu faça? Estou procurando a Bete Mendes no
plenário e não consigo ver. Deve estar aqui, escondida em sua beleza, em sua
poesia. Ela deve estar aqui, a Bete Mendes e não a
Beth Sahão.
Aí vejo o deputado Vinholi apoiando o deputado Barba, que é meu amigo. Querem
que eu pense o que se o deputado Vinholi, líder do
PSDB, fica dizendo “muito bem, muito bem”, estimulando o deputado Barba, que é
meu amigo, reconheço. Posso ter extrapolado, mas ele é meu amigo e vai ser meu
amigo até o fim da vida.
Mas o deputado Vinholi estava aqui, sentadinho, dizendo “muito bem,
deputado, muito bem”. Vossa Excelência também sabe quem é a Bete
Mendes, deputado Vinholi? Sabe sim, sabe, sabe e sabe
bem.
Imagine o deputado Vinholi na linha contrária a nossa. Reconheço minha amizade
e fraternidade a Geraldo Alckmin. Não traio Geraldo Alckmin sob nenhuma
condição. Sou amigo, irmão dele e vou com ele até o fim em sua candidatura, ao
contrário de muita gente que só na frente diz que é “alckminiano” e que, por trás, fica abraçando o candidato a
governador que não é muito adepto da palavra lealdade.
O SR. FERNANDO
CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para otimizar
o tempo, irei incluir uma reclamação dentro da minha comunicação. Se possível,
peço que não soe o sinal enquanto o deputado Campos Machado estiver falando,
mesmo que seja automático. Peço que V. Exa. dê um
jeito, pelo menos enquanto o deputado Campos Machado estiver falando, para que
não toque a campainha, ainda que esta seja uma sinalização automática.
Em relação à comunicação, recebi uma informação de que
a Etec Itaquera II, dirigida pela valorosa professora Maria Inês Benvenuti, foi
classificada em quarto lugar, como a quarta melhor escola pública da Capital.
Quero parabenizá-la. Quero parabenizar o movimento da moradia, presidido pelo
Emerson Nunes. Quero parabenizar a Escola Técnica Tereza Nunes, cujo nome foi
em virtude de projeto de lei por mim encaminhado. Quero deixar esse registro
respeitoso.
Ao mesmo tempo, quero parabenizar V. Exa. por esse primeiro semestre deste ano legislativo. Vossa
Excelência conseguiu - com muita capacidade de liderança, muita competência e
muita articulação, sabendo manter a autoridade com sobriedade - elevar a
gravidade da função que ocupa como chefe do Poder Legislativo do Estado de São
Paulo. Graças a
essa sua atuação e postura, muitos projetos importantes vieram a ser votados e
aprovados.
Como sou da família judiciária, quero parabenizar o
empenho de V. Exa. pela aprovação do projeto da taxa
judiciária, que permitirá a independência financeira do Poder Judiciário,
agilizando a solução dos conflitos nesta Casa e no estado de São
Paulo. Parabéns a V. Exa. e
à Etec Itaquera II.
O SR. RAFAEL
SILVA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estava acompanhando
o deputado Teonilio Barba e o deputado Campos Machado. É igual acompanhar uma
partida de futebol com dois grandes times, um de cada lado. O deputado Barba
não é inexperiente, não. Ele tem muita experiência, apesar de ser novato nesta
Casa. É um grande deputado.
A bancada do PT, como o próprio deputado Campos
Machado reconhece, é uma bancada competente, que tem um trabalho a desenvolver,
e desenvolve. O deputado Campos Machado é muito competente e está há muito
tempo nesta Casa. Esse tipo de debate até enriquece o Parlamento. Não entendo
que tenha havido ofensas pessoais.
Repito: o líder Campos Machado é um grande deputado; e
o deputado Barba também é um grande deputado que participa de uma importante
bancada desta Casa. Era apenas para desfazer algum mal-entendido.
O SR. MARCO
VINHOLI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu cresci assistindo ao deputado Rafael Silva. Não
irei nem falar da minha admiração e respeito pelo deputado Campos Machado. Ao
longo de toda a minha vida, acompanhei o seu trabalho na Assembleia
Legislativa. É um grande professor. Quero falar do respeito que tenho por ele.
Também tenho muito respeito pelo deputado Teonilio
Barba. Temos grandes embates, seja na Comissão de Finanças, seja neste
plenário. No ano passado, na apresentação do Orçamento, tive embates duros com
o deputado Barba, mas sempre respeitosos, sempre dentro da política e do
regramento da Casa. Quero dizer aos dois do meu respeito e admiração.
Quando fiz o comentário, primeiramente, digo que o
deputado Barba nunca me despeitou pessoalmente. Politicamente, temos uma grande
divergência. PT e PSDB têm uma distância quilométrica e infinita, um conceito
de política completamente diferente. Estamos cada vez mais distantes,
inclusive. Do ponto de vista pessoal, aprendi com o deputado Campos Machado,
com o deputado Teonilio Barba e com todos os deputados desta Casa sobre a
importância disso, e pretendo levá-la no meu mandato.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Para discutir contra o projeto, tem a palavra o nobre
deputado Marco Vinholi.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos. Seguindo. Agora
as nossas galerias já vazias, pouca plateia, mas vocês estão resistindo,
acompanhando a Assembleia Legislativa
nesta noite.
A assembleia está produzindo
bastante neste semestre. Queria primeiro dizer à situação e à oposição, todos
aqui, entendo o papel de cada um politicamente, a importância que tem para cada
um estar aqui acompanhando o seu projeto.
Sei que tem muita gente
já cansada, dado o horário adiantado, mas é o respeito que nós temos por você.
Hoje já discutimos bastante, avançamos em projetos, como o projeto do Detran, também o projeto do
Tribunal de Justiça, cumprindo um compromisso importante desta Casa, avançando
com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Agora estamos
discutindo um pouquinho o projeto do Ipesp, projeto
esse que nós devemos aprovar em breve. O PSDB, como sempre, utiliza do
protagonismo que tem, da atuação que tem, para poder
melhorar o projeto, sempre colocando experiência, colocando tudo que tem, para
poder melhorar, principalmente para aqueles que são dessa importante carteira
no estado de São Paulo.
Hoje iniciamos uma
discussão na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Temos vários
membros da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento aqui. Deputado
Orlando Bolçone, deputado Edson Giriboni,
relator da LDO, fazendo um bom trabalho como relator da LDO, dialogando com as
bancadas, produzindo um texto responsável, mas que também valoriza o Parlamento
do estado de São Paulo,
através de seu relatório.
Deputado Vaz de Lima,
aqui presente também, deputado Enio Tatto, deputado Teonilio Barba. Estamos iniciando uma discussão importante
lá. Além da questão da austeridade, de poder manter a política responsável, que
foi tomada nos últimos anos em São
Paulo,
acompanhando as despesas, a diminuição do crescimento do estado de São Paulo,
há necessidade também de reparar no relatório que vai ser aprovado na comissão
algumas distorções constantes na LDO.
Queria colocar nossa
preocupação, com, por exemplo, a redução de 97 mil vagas na meta de matrículas
no Ensino Fundamental. Sabemos da importância do Ensino Fundamental no estado
de São Paulo, da importância de fazermos a manutenção daquilo que vinha sendo
investido e poder não aprovar essa queda na redução do número de matrículas
aqui no estado de São Paulo.
Nós temos também, além
disso, reduções significativas na manutenção e suporte da Educação Básica,
derrubando, de 2019 para o ano de 2018, um percentual de mais de 20% daquela
rubrica.
Além disso, o programa
Ler e Escrever, diminuindo de 2 milhões 500 mil alunos para 1 milhão e 500 mil
alunos. Redução drástica também. Tivemos outra redução na área da Educação, na
reposição de material permanente e alimentação. Sabemos quantas crianças que
frequentam a escola e fazem sua única refeição do dia, muitas vezes, na escola,
no Ensino Fundamental, e que necessitam do investimento pesado do Estado na
merenda escolar.
Vamos discutir bastante
disso que vem sendo colocado lá, e essas reduções, principalmente na área da
Educação, que parecem estar rompendo completamente a política que vinha sendo
feita pelo governador Geraldo Alckmin.
Na pasta da Saúde,
também, há uma preocupação muito grande na redução da produção e fornecimento de
vacinas, soros, medicamentos, sangue e hemoderivados.
Estamos com uma redução. No ano de 2018 tínhamos um bilhão e cem milhões para
isso; está caindo, em 2019, para 600 milhões. Uma redução drástica, em uma área
sensível do estado de São Paulo. Esses medicamentos vão principalmente para as
pessoas que usam o SUS, que necessitam e não têm dinheiro para comprar remédio.
Então pedimos para que possa ser avaliado nesse relatório da LDO. Vamos fazer a
discussão amanhã. Parece que o deputado Wellington Moura convocou a Comissão de
Finanças para avançarmos em torno desse debate.
A
própria meta dos servidores do SUS foi reduzida de 45.180 servidores para
40.000 em 2019, várias reduções em áreas estratégicas do estado de São Paulo.
Como falamos aqui, há também a nossa preocupação com Ciência e Tecnologia, que
teve também uma redução significativa no número de publicações que vai haver no
ano que vem.
Enfim,
o debate vai ser grande em torno da LDO. Nós devemos ter amanhã na comissão
ainda. Parece-me que hoje, no Colégio de Líderes, conversamos um pouco sobre a
possibilidade de na quarta ou quinta-feira da semana que vem trazer isso a
plenário. Nós vamos nos posicionar quanto a isso.
O
assunto principal, que me preocupa dentro da LDO - conversei hoje com vários
parlamentares em torno disso -, é uma bandeira do governador Márcio França, a
questão do alistamento civil. Sabemos que qualquer programa que
venha para a juventude do estado de São Paulo é importante, é benéfico, mas os
programas têm que ser feitos com critério, não só eleitoral, não só pensar
naquele que vai ser o melhor projeto para ganhar as eleições, mas aquela
política pública que, de fato, vai melhorar a vida da juventude
paulista. O projeto visa dar um contingente maior do que toda a Polícia Militar
do Estado de São Paulo, 100 mil jovens.
O SR. BARROS MUNHOZ -
PSB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É uma satisfação poder
aparteá-lo, V. Exa. que tem
sido uma grande revelação na Assembleia, com uma atuação brilhante, um grande
líder.
Queria
fazer uma ponderação. Alguns deputados daqui - e vejo aqui o querido Vaz de
Lima - viveram um momento delicado, difícil, e ele era o presidente da Casa
quando nós discutimos a extinção do Ipesp. Foi um
momento muito alto da história da Assembleia Legislativa de São Paulo. Eu era o
líder do Governo e comandei dezenas ou centenas de reuniões com todas as
entidades do funcionalismo público estadual. Nós, deputados, fizemos
incontáveis reuniões. Houve a apresentação de um número grande de emendas a
esse projeto. Nós chegamos, ao final das discussões, à mesa
do governador José Serra, com a presença do secretário Aloysio Nunes, da Casa
Civil, do secretário Marrey, do secretário Mauro
Ricardo, respectivamente da Justiça e da Fazenda, do ministro do Trabalho,
extraordinário ministro do Trabalho - faço questão de registrar -, Luiz
Marinho, o Gabas, que era o presidente do INSS. O encontro fantástico,
maravilhoso, de uma discussão feita de uma maneira mais elevada possível.
Nós
concordamos com 26 emendas, se não me falha a memória. A maioria, sem dúvida
alguma, da oposição. Foi uma coisa fantástica. Nós fizemos uma emenda
aglutinativa e realmente votamos. Naquela ocasião eu tive que enfrentar uma
grande pressão do governo. Eu era o líder do Governo. Em que sentido? Para não
extinguir a carteira dos advogados e a carteira dos serventuários,
O
deputado Giannazi está aqui, grande lutador. Você lembra perfeitamente. Foram
embates maravilhosos, embates fantásticos, a galeria sempre cheia. Construímos
aquele projeto, que foi o primeiro passo, no Brasil, para uma reforma eficaz da
Previdência.
Para
não me estender demais, nobre deputado Marco Vinholi,
agora eu não participei dessas discussões, mas eu acompanhei. O deputado Campos
Machado acompanhou. A OAB discutiu minuciosamente, de forma extremamente
aprofundada, os serventuários também, e
chegou-se a um entendimento. Eu acho que é extremamente importante nós votarmos
esse projeto.
Faço
um apelo, pois estamos assistindo a uma obstrução. Não se está questionando
este ou aquele ponto do projeto, está se fazendo a mais clássica obstrução que
existe na Casa. Então, sinceramente, eu faço um apelo: vamos votar. É o mesmo
apelo que eu tenho recebido do governador Geraldo Alckmin frequentemente.
“Barros, o que está havendo? Porque não se vota esse projeto?”.
Então
eu quero fazer este apelo, deputado Marco Vinholi,
com todo o respeito e admiração pelo trabalho de Vossa Excelência. Vamos votar
esse projeto. Há muita gente agoniada querendo que isso tenha um fim. É bom
para os advogados aposentados, é bom para os serventuários aposentados, é bom
para o estado de São Paulo. Este é o apelo que eu faço.
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Quero agradecer as palavras sempre carinhosas do deputado
Barros Munhoz, outro professor. Deputado Barros, eu ouvi o apelo. Nós estamos
avançando na discussão, estamos avançando no tempo de discussão. É um projeto
importante, vamos dar a nossa colaboração. Estive em reunião com o presidente
da OAB. Na sexta-feira eu liguei para ele, e na segunda-feira ele me ligou de
novo. Passei a emenda aglutinativa que estava sendo feita, nós estamos
discutindo, estamos avançando. É um projeto sem dúvida importante para o estado
de São Paulo.
Vejam
que engraçado o que eu descobri. Eu morava na Rua Leandro Dupré
quando tinha três, quatro anos de idade, e o presidente do Ipesp
comprou o meu apartamento. Descobri isso na semana passada, sujeito admirável.
Estamos avançando, estamos discutindo o projeto, assim como também a LDO.
Amanhã vamos discutir mais e não tenho a menor dúvida de que vamos encontrar o
melhor para o estado de São Paulo. Estamos construindo isso, e esta Casa tem a
responsabilidade para isso.
Eu falava um pouquinho da nossa preocupação
com o alistamento civil. Sem dúvida, todo investimento que é feito para a
juventude paulista é importante, mas com critério. Ter um contingente maior do
que o da Polícia Militar do Estado de São Paulo para ajudar velhinho a
atravessar a rua, não me parece uma política de estado. São
600 milhões de reais por ano, um orçamento maior do que o da Secretaria de
Cultura, um orçamento quase do tamanho do da secretaria de Desenvolvimento
Social.
Esse
modelo não é o modelo que nós queremos para o estado de São Paulo. Se tivermos
que discutir, às vésperas da eleição, projetos como esse, pensando somente em
ganhar a eleição, já conseguimos enxergar o que pode vir pela frente. Tenho
todo respeito pelo governador Márcio França. Eu milito nessa
área e acho importantíssimo o investimento na juventude, mas que pegue esse
recurso e coloque na Etec, na Fatec, pegue esse recurso
e coloque na Educação, pegue esse recurso e dê o aumento necessário para a
Segurança Pública, se é um projeto que tem como cunho a Segurança pública.
Eu
tenho visto nos últimos dias nos jornais que parece que amanhã esse projeto se
inicia. Eu vou avaliar também o formato que foi feito. Havia um programa
chamado Via 18 que nunca foi implementado de fato,
deputado José Américo, e então houve uma transferência de 83 milhões de reais
da Habitação para a implementação desse programa piloto neste momento.
Precisamos verificar a validade jurídica disso no momento pré-eleitoral,
verificar se este é o modelo correto e também verificar se, uma vez que for
feito isso, no ano que vem se está alterando esse projeto.
Eu já
falei muito com o deputado Carlos Cezar, é uma discussão franca que nós temos.
Eu tenho ponderado com ele, e também com outros parlamentares que militam nessa
área, essa preocupação que nós temos. Este é um projeto de 600 milhões de reais
em um momento difícil. Espero que possamos ter uma discussão maior sobre de
onde vai vir esse dinheiro. São 600 milhões de reais porque são 100 mil jovens
a 500 reais por mês, por 12 meses. Eu fiz essa conta hoje mais cedo.
Espero
que possamos aprofundar a discussão em torno desse projeto. Eu acho que, se
esse projeto for bem trabalhado, colocando a questão da Educação e da
empregabilidade, que é um conceito fundamental para isso, ele pode ser muito
melhor trabalhado. Agora, às vésperas da eleição, sair
divulgando que vai dar bolsa a todos os jovens do Estado sem qualquer vínculo
com empregabilidade ou com algum tipo de renda, sem vínculo com nada, me parece
um projeto meramente eleitoreiro. Nós vamos discutir isso a fundo, deputado Teonilio Barba, que já está esperando aqui. Mas vou
finalizando aqui esta minha primeira fala hoje.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlão Pignatari.
* * *
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, hoje, durante a reunião do Colégio de Líderes, fiz um apelo aos
companheiros sobre um veto a um projeto de minha autoria que foi aprovado por
esta Casa, mas que o governador vetou. Seria a possibilidade de derrubada do
veto. Fui até aplaudido. Mas o presidente me disse que não vai colocá-lo amanhã
junto com os projetos de deputados. Eu sei que há gente que vai posar aí,
esperando ver seu projeto aprovado amanhã, e eu digo que vou verificar tudo o
que houver amanhã.
Quando der o horário de
verificação, estarei presente para verificar, para ninguém depois me acusar de
ser covarde, já que o presidente não quis colocar o veto. É um veto até
simbólico - é o “tag” das ambulâncias. Ele não quis
colocar e teimou comigo que não vai colocar porque não foi combinado. Mas eu
também não combinei nada com ninguém, então amanhã posso, tranquilamente, na
ausência do Campos Machado, pedir verificação de
votação de todos os projetos.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiramente quero fazer um pedido a todos
os deputados e deputadas desta Casa, porque eu posso ter exagerado. Campos Machado, apesar do meu sangue quente, aprendi a
conviver com V. Exa. nesta
Casa. Tenho muito respeito por V. Exa. e sei do respeito que V. Exa. tem por mim. Tenho respeito por todos os deputados e
deputadas. E tenho a honra de ter duas mulheres liderando a bancada de
oposição: a companheira Beth Sahão liderando a
bancada do PT e a companheira Ana do Carmo. Então, peço a tolerância dos
deputados a qualquer exagero da minha parte.
A segunda coisa é em
relação a esse projeto do Ipesp. Faz tempo que nós,
da bancada do PT, o estamos obstruindo. Mas fomos mexendo em algumas coisas e
ajustando o projeto. Nossa postura hoje, na reunião do Colégio de Líderes, foi
que para nós não há problema nenhum em votar o projeto do Ipesp.
A bancada do PT não está obstruindo o Ipesp. Nós
obstruímos até a hora em que não estava resolvido, de acordo exatamente com a
intervenção que fez o deputado Barros Munhoz agora. O aparte que ele fez ao
deputado Marco Vinholi foi importante, porque até
então não haviam sido criado os dois fundos, as reservas - o que se faz com a
sobra.
A partir do momento em
que isso foi evoluindo, nós fomos evoluindo, e a
bancada do PT deixou de obstruir. Então, só para deixar claro que a bancada do
PT, no Colégio de Líderes, indicou que votará a favor. Deve haver algumas
emendinhas, com certeza. Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Bem
longe da intenção de obstruir, que não é o caso desse projeto. Mas apenas para
registrar como estou impressionado com a desfaçatez de alguns integrantes do
PSDB, aqui, em relação à política do Márcio França, em especial essa de
transferência de renda para os jovens. Acho até legítimo você questionar a
metodologia: como se aproveita isso. Mas questionar o programa em si...
O País está na
conjuntura em que está, com esse nível de desemprego e
desesperança dos jovens. Acho que poderíamos só discutir no sentido de
aperfeiçoar o projeto. Mas fazer essa crítica, dizendo que não é o momento e
que poderia dar aumento... Ainda mais vindo de quem? De quem destruiu as
carreiras no estado de São Paulo, de quem ficou anos sem dar um centavo de
aumento para a maioria das carreiras. Vir falar isso agora... Olha, não vamos
ter outra saída. Está acabando o emprego, e a transferência de renda é
fundamental.
Vamos lembrar que os
mesmos que estão criticando esse projeto, hoje, são aqueles que criticavam o Bolsa Família. Eles, no governo federal, faziam transferência
para 600 mil famílias. Nos governos Lula e Dilma, a transferência foi para 11
mil famílias - 40 milhões de pessoas. Então, se eu fosse fazer alguma crítica a
esse projeto, seria a de que poderia ser ampliado. Posso questionar a
metodologia, o aprimoramento, mas questionar a transferência para jovens que
estão sem esperança, e que estão sem esperança por conta de um governo que
destruiu a esperança, é um pouco estranho. Mostra um pouco a pobreza política,
a miséria política em que se encontra a Assembleia Legislativa neste momento.
É esse fato inusitado: depois de mais de duas
décadas, o PSDB está fazendo oposição. Como ele nunca fez oposição e não sabe
fazer, está tendo essas crises de incoerências e contradições na tribuna.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero dizer que agora fico satisfeito: é um
projeto que é a cara do PSOL, do PT e do PSB. É justamente isso, deputado
Rillo.
Aliás, é um projeto que não tem projeto. Se você
fala em discutir o projeto, precisamos saber qual é o curso que vai ser dado
para esses jovens, qual vai ser a empregabilidade, com que modelo isso vai ser
feito. Mas pedir para a sociedade paulista pagar uma conta de 600 milhões por
ano, sem ter projeto, às vésperas da eleição, parece-me simplesmente um fato
eleitoreiro, para conseguir votos na eleição.
Nós temos uma diferença ideológica. O PSOL, o PT e o
PSB, esse campo é a favor dessa política. Nós somos contrários. Somos a favor
de dar emprego ao jovem, de dar dignidade. A juventude paulista não precisa de
nenhum favor.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Para falar a favor, tem a palavra o nobre deputado Roque Barbiere.
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Sr.
Presidente, faço a cessão do meu tempo ao meu líder, deputado Campos Machado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
É regimental. Tem a palavra o nobre deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Meu caro presidente, deputado Carlão Pignatari, meu amigo, deputado Celso
Nascimento, um velho poeta dizia o que é ser político: ser político é apanhar
uma rosa nas mãos e apertá-la firmemente; ao abrirmos a mão, não sabemos se
fala mais alto a dor dos espinhos ou o perfume que vem das pétalas. Essa é a
vida de um político.
Deixando os espinhos para o outro pronunciamento que
fiz e para entrar em um caminho de rosas, gostaria de fazer um apelo, deputado
Carlos Cezar. Vou usar a linguagem do grande líder deputado Barros Munhoz. Vou na linha do verbo “apelar”. Se somos todos
favoráveis, se somos todos do mesmo time, se temos a mesma bandeira, se
olhamos as mesmas estrelas, indago ao deputado Vinholi, líder do PSDB: vamos
encerrar a discussão e amanhã votar esse projeto, com o qual todo mundo está de
acordo? Temos que deixar a questão eleitoral para as eleições de sete de
outubro. Essa é a realidade. Estamos aqui com uma questão político-eleitoral.
Eu defendo a candidatura do Márcio França. Eu tenho
lado. Papini, o poeta, dizia que o homem deve ser
como a lua. Ele sai à noite, olha para cima e vê a lua cheia, ou nova, ou
minguante ou crescente, mas vê uma lua só. A hipótese de eu deixar a
candidatura do Márcio França é a hipótese de um brasileiro chegar a Marte.
Deputado Fernando Capez, cultor do direito, mestre
do direito constitucional, professor, V. Exa. foi
vítima de uma armação espúria, injusta, briga de dentro de casa, ciumeira,
português claro da minha Cerqueira Cesar.
Vossa Excelência tem um
papel preponderante. O Supremo veio e pôs uma pedra em tudo, sepultando a
covardia de muitos, que deveriam defendê-lo de uma grande injustiça, calcada em
cima de V. Exa., e em cima
de sua família.
Neste momento estamos
tentando construir um acordo, que não há desacordo. Deputado Raul Marcelo, V. Exa. que fez um papel
extraordinário na eleição de Sorocaba, corrija-me. Se não há ninguém contra,
diga qual o motivo por que nós não, pelo menos, encerramos a discussão? Não
temos tempo para mais nada.
Temos que votar a LDO,
o PT tem emendas, tem que defendê-las, não é isso, deputado Enio Policial Tatto? Vai ter que defender essas emendas. É justo. Há
projetos de deputados, que têm que ser votados. E nós estamos aqui. Nós
podemos, amanhã, cuidar de outros assuntos. Vamos encerrar.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu
gostaria, Sr. Presidente, de requerer que V. Exa. suspendesse os nossos trabalhos por cinco minutos, para
buscarmos um acordo, inclusive interrompendo o meu pronunciamento.
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Esta
Presidência pergunta se há acordo dos líderes.
Havendo acordo, está
suspensa a sessão por cinco minutos.
* * *
- Suspensa às 23 horas
e 36 minutos, a sessão é reaberta às 23 horas e 42 minutos, sob a Presidência
do Sr. Carlão Pignatari.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Tem a palavra por 10 minutos e 49 segundos, o nobre deputado Campos Machado.
* * *
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, atendendo a imperiosos pedidos, eu desisto
do meu tempo que tinha para discutir.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Márcio Camargo.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - MÁRCIO CAMARGO - PSDB - Para
falar contra, tem a palavra o nobre deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr.
Presidente em exercício, nobre deputado Márcio Camargo, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas. Ouvi atentamente a fala do deputado Campos Machado. Eu poderia vir
aqui agora e dizer: “Eu sou aliado, mas não sou alienado do Governo”. Mas eu
não faço isso; não farei isso. Não farei isso porque todos nós deputados temos
o direito de estudar, de entender o projeto para, aí sim, aprovar ou não.
Então, é uma discussão que nós temos que fazer. Temos ainda que votar a LDO,
temos que votar vários projetos dos deputados. O deputado Roque Barbiere fez
uma colocação, eu tenho um veto para ser derrubado, vou vir aqui, vou ser seu
parceiro amanhã, e o meu veto também não está pautado, para obstruir e
verificar todos os projetos que forem pautados amanhã. Então, nós não temos pressa;
nós temos que discutir. Os deputados que aprovaram os seus projetos foram
embora, e nós não conseguimos votar, nem derrubar um veto de um projeto que é
bom para o Estado, como é o seu projeto, deputado Roque Barbiere.
Acho que todos nós
temos que ter a consciência de dizer, pensar e votar da maneira de qualquer um.
Hoje já foi um dia muito especial para a Assembleia Legislativa. Hoje nós
votamos o projeto do Tribunal de Justiça, votamos um projeto para resolver
definitivamente por no mínimo dois anos, o Detran paulista, que é um dos melhores órgãos que São
Paulo tem. Vendo o deputado Marco Vinholi falar sobre
a LDO, acho que são projetos que têm que ser todos discutidos em todos os
sentidos.
Então,
nós estamos aqui hoje, vamos ficar aqui até meia-noite, uma hora, quando se
encerra esta sessão, para que todos tenham a clareza. Alguns têm mais
interesses que se votem os projetos; outros não têm tantos interesses, mas têm
aí, sim. O líder do Governo hoje acatou emenda da bancada do PT, fez um esforço
danado. Está trabalhando, eu acho que é o papel que está fazendo bem, fazendo
bem feito. Vi o deputado Rillo defender o projeto do
governador Márcio França.
Não
posso falar sobre o projeto porque, infelizmente, eu não li ainda o escopo
dele, mas não tenho nenhuma dúvida de que todo projeto que é
lançado à beira de eleição é um projeto eleitoreiro que pode ser bom, mas é um
projeto eleitoreiro, que pode ser ruim, não deixa de ser um projeto para
essa eleição. Não é isso que nós temos que fazer em São Paulo. Nunca houve um
aliciamento de deputados como nesses últimos três meses. Dez milhões de reais
para um, 20 milhões de reais para outro, 30 milhões de reais para outro.
Hoje,
um companheiro deputado assinou projetos na região dele de quase 30 milhões de
reais, beneficiando a sua campanha eleitoral. É do jogo político, ninguém pode
reclamar. Nós não podemos, eu não vou reclamar de maneira alguma dessa maneira,
mas esse é o aliciamento que está sendo feito hoje na Assembleia Legislativa,
dando recursos, passando verbas, fazendo propostas, que é o direito, é o jogo
de quem está no poder. Nenhum de nós tem que fazer nenhuma crítica a esse tipo
de política, uma política que nunca aconteceu nos 20 anos do governo do PSDB,
mas, agora, com três meses, está acontecendo.
Eu
vejo o deputado Campos Machado muito preocupado em aprovar o projeto do Ipesp. Está ali, prestando atenção. Ele, o deputado Roque
Barbiere e todos os deputados da base do governo, mas eu não tenho nenhuma
dúvida. Esse projeto será votado, será aprovado dentro do seu tempo, dentro da
sua hora. Por que essa angústia no apagar das luzes do semestre?
O SR. FELICIANO FILHO -
PRP - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu estava vindo nos corredores e ouvi V. Exa.
falar sobre a questão de votar projetos amanhã. Eu
estou com essa lista de amanhã, aqui, que me preocupa muito porque temos seis
projetos que estão pautados para a sessão ordinária, projetos de deputados que
têm consenso. Depois, na primeira sessão extraordinária, o que foi acordado no
Colégio de Líderes é que votaríamos o Ipesp, que
obviamente vai ter alguma objeção do PSDB. Depois, na segunda sessão
extraordinária, temos 32 projetos de deputados que são dissenso.
O
que eu percebi conversando com os deputados da Casa é que vai ser uma obstrução
total do item um ao item 32. O que vai acontecer? Não vai votar nada. Eu queria
fazer um apelo a todos os deputados que, se forem contra, venham aqui e falem “eu sou contra”, mas não obstruam, porque se obstruir
isso vai ser um efeito dominó. Por exemplo, o meu projeto vem depois de outro
que vai obstruir o meu. Eu vou obstruir o dele e assim sucessivamente vai
acontecer que não vai se votar nada.
Eu
quero fazer um apelo aos deputados para que nós marquemos posição. É contra,
vota contra, mas ninguém obstrua, porque senão essa lista não vai acontecer. O
próprio deputado Roque Barbiere já disse que, se não pautar o veto dele, ele
vai obstruir - e com legitimidade.
O SR. CARLÃO PIGNATARI
- PSDB - O meu veto também.
O SR. FELICIANO FILHO -
PRP - O de V. Exa. também. O que eu acho é que os deputados que estão aqui têm
a prerrogativa e têm a legitimidade de terem os seus projetos votados nesta
Casa, de serem submetidos ao plenário, e não com obstrução. Vota “sim”, vota
“não”. Esse é um valor, é uma reivindicação inalienável do deputado. É um apelo
que faço ocupando o tempo de V. Exa.,
a quem eu agradeço.
Muito
obrigado, deputado.
O SR. CARLÃO PIGNATARI
- PSDB - Ouvi com atenção o deputado Feliciano, que está
muito preocupado com o transporte de animais vivos para abate fora do País. Mas
nós aprovamos, alguns dias atrás - infelizmente, eu
não estava na Casa -, num acordo de lideranças, o projeto proibindo a caça no
Estado de São Paulo. No segundo semestre, vamos ter que voltar a discutir esse
projeto.
Temos
um animal na nossa região e em quase todo o interior de São Paulo, que é o javaporco. É o javali que foi cruzado com o porco e virou
um porco do mato. É o javaporco, que está destruindo
plantações de milho, de soja, de sorgo, em todo o interior de São Paulo. Causa
um prejuízo enorme à produção de alimento aqui no Estado de São Paulo. Isso me
preocupa.
As
pessoas que conhecem o norte e o noroeste de São Paulo: tínhamos ali a caça controlada
do javaporco. Hoje, a partir da sanção do governador
- não sei se foi ontem ou anteontem - isso foi proibido. Não é mais possível.
Vão comer as nossas produções e não vamos poder... Vai esperar que o Estado faça a regulação? Nunca vamos ter a qualidade... Nunca mais
vamos ter as nossas roças com tranquilidade.
Poderíamos,
aqui, mostrar vários vídeos. Vejo que cada um dos projetos dos deputados
interessa a ele. Interessa a ele! Não interessa à grande maioria, não interessa
à coletividade.
A
grande maioria dos projetos que está aqui interessa para fazer a campanha
eleitoral. Agora que estamos chegando próximo às eleições, começa a aparecer
todo esse tipo de projeto.
Infelizmente,
ontem não tivemos sessão, pela morte de um ex-deputado daqui da Assembleia
Legislativa. Tínhamos gente, aqui, dos dois lados: do lado que apoiava o
projeto do transporte de animais, e outro que era contra esse projeto. Hoje,
não tivemos. Tivemos apenas de um lado só.
Espero
que consigamos... Eu já disse isso ao deputado Feliciano, que é o autor do
projeto. Sou contra o projeto. Vou votar contra esse projeto. Não é possível
tolhermos uma atividade que rende emprego e dá renda ao Estado de São Paulo,
virmos aqui, a Assembleia Legislativa de São Paulo... Em minha opinião, é um
projeto inconstitucional.
O
regramento desse tipo é da lei federal. Mas, infelizmente, até que se entre com
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ou não... Ninguém é a favor de
maus-tratos aos animais, ninguém. Nenhum dos deputados que estão aqui. Todos
nós somos a favor de que o animal seja bem tratado.
Temos
que fazer uma regulação melhor. Temos que fazer um transporte melhor. Temos que
fazer um embarque melhor. Temos que fazer com que os navios sejam melhores.
Ninguém quer animal sofrendo. Mas não podemos tirar o direito da pessoa, que é
regido por uma lei federal: o direito de fazer uma exportação de um animal
vivo, o bovino. deputado Feliciano.
O SR. FELICIANO
FILHO - PRP - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Não vou entrar no mérito da
posição contrária. Mas eu queria parabenizá-lo pela posição. Vossa Excelência
dá um exemplo aqui. Vossa Excelência fala: “Eu vou votar contra.” Vossa
Excelência não obstrui, manifesta a sua vontade, manifesta a sua intenção, mas
V. Exa. faz um trabalho que
não obstrui os demais. Obviamente, discordo do mérito com relação a isso. Mas o
respeito pela postura e pela posição que tem como deputado.
Muito
obrigado, e parabéns.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Vejo que temos que votar o projeto do Ipesp, um
projeto que é a carteira dos advogados. Temos que fazer um entendimento
minucioso do que é esse projeto. Como vai ser? O dinheiro,
aquele 1 bilhão e pouco que há hoje na carteira do Ipesp,
vai para o Tesouro do Estado. Como o Tesouro do Estado vai repassar isso
aos advogados? Imediatamente, ou no decorrer de 20 a 30 anos? É isso que temos
que entender.
Entendo
que o governador Geraldo Alckmin enviou esse projeto à Assembleia Legislativa
para ser apreciado pela Assembleia Legislativa. Ligou para o deputado Campos
Machado. Para mim, o ex-governador Geraldo Alckmin nunca ligou, pedindo a
aprovação desse projeto. Porque ele sabe que vamos discutir, em cada momento, a
história. Temos que estudar. A cada dia, podemos discutir cada vez mais.
Podemos entender melhor o projeto. Podemos aperfeiçoar.
Esse
projeto tem uma aglutinativa ou algo para entrar, que não li, não conheço,
desconheço. Essa aglutinativa já está aí, já está na Casa. Não li ainda, e eu
gostaria de ler. Não vejo nenhum... Vejo os deputados virem aqui “sou a favor”, “sou contra”. Quero ver, quero ler, tenho o
direito.
Eu
fui eleito pelo povo paulista para ler, estudar e defender o que eu penso, o que eu acho. Ninguém pode mais falar sobre isso
aqui. Eu acho que não é um direito.
Quando eu vejo o
deputado Campos Machado nessa defesa – porque ele é socialista, firme do
governo Márcio França – eu fico animado, porque é um deputado que todos nós
respeitamos, e respeitamos muito, nesta Casa, com cinco, ou seis, ou sete
mandatos. Cada vez mais me dá vontade de voltar a esta Casa para aprender com o
tempo de mandato que esse deputado tem.
Pois não, deputado
Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- COM ASSENTIMENTO DO ORADOR – Deputado Carlão Pignatari, eu tenho lado. Esse é
o meu problema. Eu não devia ser assim. Eu devia ser como todos são. É que eu
tenho cara, lado. Eu não apoiei e não apoio o João Doria exatamente por
respeitar o governador Geraldo Alckmin.
Agora, eu queria só
fazer uma indagação a Vossa Excelência. Vossa Excelência ainda tem dúvidas
sobre se V. Excia. vai votar
favorável ou contrário ao projeto do Ipesp?
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Se fosse hoje, eu votaria
contrário.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Eu aposto qualquer coisa que V. Excia. vai votar favoravelmente ao projeto.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Poderá ser. Se me convencer que
o projeto é bom para o Estado de São Paulo, eu vou, sim. Não é por causa da
carteira de advogados. Não é isso. Eu não estou aqui para defender a classe
“a”, “b" ou “c".
Eu quero entender e
votar com a minha consciência. E ninguém falou aqui de João Doria, ou disso, ou
daquilo. Nós estamos falando que o senhor está aqui defendendo o Governo. O
senhor sempre defendeu todos os governos nos últimos 30 anos.
Mas é a maneira. Todo
mundo respeita por isso. Então, mas eu não estou aqui para discutir nesse
sentido com o senhor.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Vou responder a V. Excia. já.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, eu não quero que o senhor
responda. O senhor não precisa me responder. Não estou aqui para tirar
satisfação. Estou dizendo que estou aqui há dois mandatos e nos dois mandatos o
senhor é Governo, não interessa quem seja o governo.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- E o senhor, foi contra?
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - “Eu sou aliado, mas não sou
alienado de nenhum dos governos que passaram aqui na Assembleia Legislativa de
São Paulo.”
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Não diga.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É assim que nós fazemos na
Assembleia Legislativa de São Paulo. “Não sou.” Cansei de ouvir isso aqui neste
plenário. Então, é a mesma coisa para mim. Sou aliado do governador Geraldo
Alckmin, defendo-o.
Ele vai ser o próximo,
o futuro presidente da República.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Será?
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Vai ser, vai ser. Vai ser, vai ser, não tenho nenhuma dúvida.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Não, vai ser.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Mas, eu não sou alienado. Eu
voto com a minha consciência, como o senhor sempre disse isso aqui. Cansou de
obstruir projeto do governador Geraldo Alckmin. Cansou de ficarmos aqui até
uma, duas, três horas da manhã, por sua obstrução.
Então, eu não consigo
entender por que nós não podemos estudar melhor esse projeto? Qual é o
problema? Será que se não aprovar hoje cai a
república? Não é isso. Nós podemos aprovar isso amanhã, aprovar semana que vem.
Eu não entendo essa preocupação de imediatamente ter que aprovar um projeto
porque o Governo quer. Não é assim.
Eu acho que todos nós
temos o direito de defender aqueles que nos elegeram. E eu estou aqui para
votar é com a minha consciência, à minha maneira. Então, eu não tenho nenhuma
preocupação com isso, presidente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
– PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o deputado Carlão Pignatari me emociona.
Desde que ele chegou aqui, ele é Governo. E defende o governador Geraldo
Alckmin com uma convicção que eu nunca vi antes. Nunca vi antes.
Aqui tem políticos
oportunistas e políticos governistas. Desde que eu cheguei aqui eu sou aliado
do PSDB do Geraldo Alckmin. Agora, porque eu não concordei com uma traição, eu
estou apoiando o governador Márcio França.
Vossa Excelência acha
que esta discussão não é política, eleitoral? É sim. Mas, quero fazer aqui um
desafio. Eu fico o mês de julho inteirinho sem vir aqui se o deputado Carlão
Pignatari votar contra esse projeto.
Eu fico indagando para
mim mesmo? O que teria acontecido? O que teria mudado? Por que as estrelas
estão seguindo um outro caminho se V. Exa. vem aqui e faz um discurso
como esse?
Vossa Excelência nunca
foi alckmista. Não, não foi. Vossa Excelência é
turista, coisa que eu não posso aceitar, porque eu não aceitei o que foi feito
com o Geraldo. Vossa Excelência aceitou, passivamente. Eu, não. E eu não sou do
PSDB.
Mas, eu não quero
atrapalhar o andar da carruagem. O deputado Carlos Cezar já veio quatro vezes
no meu ouvido para eu não mais discutir, razão pela qual vou encerrar. Mas
voltarei amanhã, para traçar toda a sua trajetória governista.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Fui citado pelo deputado
Campos Machado, então quero dizer a ele que não vou ser induzido a votar da
maneira que ele gosta ou como ele pensa.
Não estarei aqui amanhã,
deputado, fique tranquilo, pode fazer o que quiser amanhã. Nunca pedi para V. Excia. votar a favor e nem contra.
Estou dizendo que desde que o conheço V. Excia. é Governo. Fazer o quê? É um direito que V. Excia. tem. Não estou dizendo
isso, mas é um direito que V. Excia. tem.
Vossa Excelência apoiou
Cláudio Lembo. Ai, meu Deus do Céu. É assim. Acho que
V. Excia. deve dar palpite
nos candidatos do seu partido, não nos do meu. No PSDB escolhemos
eu e nós, membros do partido. Dos nossos, hoje, o candidato do PSDB à
Presidência da República é Geraldo Alckmin e o candidato ao Governo de São
Paulo é o Doria.
Vossa Excelência pode não
acreditar, pode acreditar em quem quiser. O deputado Enio Tatto
já disse aqui, acho que V. Excia. deve
cuidar do seu partido; do nosso, do PSDB, cuidamos nós. Fique preocupado com o
seu partido, não com o nosso. Com o nosso já está tudo certo. Temos candidato a
prefeito, a governador, a presidente.
Sabe o que V. Excia. está parecendo, deputado?
Um homem que eu respeito, como V. Excia., está parecendo aqueles meninos emburradinhos: ou faz do
jeito que eu quero ou eu vou embora. Não é assim. Sou aliado, mas não sou
alienado, escutei esse discurso um milhão e meio de vezes. Até quando? Não
estamos falando de traição, estou dizendo que V. Excia.
sempre foi Governo.
Vamos parar com essa
discussão que não vai levar a nada. Vá lá e defenda o seu projeto. Temos o
direito de fazer o que achamos melhor.
O
SR. PRESIDENTE - MÁRCIO CAMARGO - PSDB -
Para discutir a favor, tem a palavra o nobre deputado Milton Vieira. (Ausente.)
Tem a palavra o nobre deputado Wellington Moura. (Ausente.) Tem a palavra o
nobre deputado Fernando Capez. (Ausente.) Tem a
palavra o nobre deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Abro mão da palavra.
O SR. PRESIDENTE -
MÁRCIO CAMARGO - PSDB - Para falar contra, tem a palavra o
nobre deputado Welson Gasparini. (Ausente.) Tem a
palavra o nobre deputado Gilmar Gimenes.
O
SR. GILMAR GIMENES - PSDB - Passo meu tempo para o meu líder,
Marco Vinholi.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite
a todos. Seguimos essa importante sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo
com uma discussão saudável.
Falavam ali um pouco o
deputado Campos Machado e o deputado Carlão. Sou testemunha do empenho dos dois
no Governo Geraldo Alckmin, do empenho dos dois no projeto do Ipesp. O deputado Campos deu sua colaboração, o deputado
Carlão também está dando, agregando a esse importante projeto do estado de São
Paulo importantes valores e trazendo soluções.
Deputado Barba, sou
testemunha da sua luta pela implementação desse
projeto do Ipesp. No Governo Serra também foi feito
algo para poder construir essa segurança para os advogados.
Está aqui também o
deputado Feliciano, que lutou bastante pelo seu projeto e teve uma importante
vitória hoje, aprovando o regime de urgência e também no congresso de
comissões, deixando seu projeto pronto. É uma luta e o deputado Feliciano está
até agora acelerado por conta dessa luta. Sei o quanto o projeto é importante
para V. Exa., apesar da
divergência com o próprio projeto. Sei a luta que V. Exa.
faz, que é sincera e aguerrida pela causa animal aqui
do estado de São Paulo. Valorizo e acho muito importante o seu trabalho nesta
Casa.
Mas, neste momento,
meia-noite e cinco, vejo os deputados participando desta sessão. O deputado Vaz
de Lima, da região de São José do Rio Preto, que também faz uma discussão
importante. Descobri há pouco, o deputado Edson Giriboni
me passou que não iremos ter
Comissão de Finanças amanhã. Poderemos discutir a LDO e avançar nessa discussão
na próxima semana.
Há um tema que nos é muito importante. Ao longo dos
anos, vimos, com muita preocupação, a diminuição dos funcionários no Hospital
Universitário da USP. No ano passado, chegou ao seu limite. O Coletivo Butantã,
uma comissão de pessoas que moram na região, professores e
funcionários estiveram nesta Casa e reivindicaram uma pauta de vários
partidos. Tivemos essa emenda no Orçamento do ano passado.
Agora, vários parlamentares desta Casa fizeram emendas
à LDO para que possamos ter essa solução, esse encaminhamento para o Hospital
Universitário da USP. Sei que o deputado Carlos Giannazi tem uma emenda, assim
como o deputado Carlos Neder. Eu também fiz uma emenda.
Com certeza, uma das nossas principais lutas no
Orçamento vai ser para aprovar, na LDO, essa questão do Hospital Universitário.
Há pouco recebi uma mensagem deles, que estão empolgados com essa possibilidade
de ter esse avanço. Sabemos que, dificilmente, pelo prazo, irão conseguir fazer
um concurso público nesse período, mas que possa haver um encaminhamento
definitivo para eles ao fim desse processo.
Nós discutimos um pouquinho essa questão dos royalties
do petróleo para as universidades. No ano passado, o deputado Edmir Chedid
conseguiu incluir isso na LDO. Pela primeira vez, aconteceu o encaminhamento no
Orçamento do estado para este ano. Esperamos avançar ainda mais com a LDO e,
consequentemente, com o Orçamento do estado no fim do ano.
Estou aqui com essa voz leve, trazendo para vocês
assuntos importantes para o estado de São Paulo, porque sei que muitos, com
o adiantado da hora, já estão com os seus ouvidos cansados com tantas sessões
em que trabalhamos hoje, mas serei sucinto nas palavras em torno da LDO.
Trouxe também a nossa preocupação. Apresentamos um
voto em separado na Comissão de Finanças, voto que representa a nossa
preocupação com o fomento ao ensino profissionalizante. Tivemos uma redução em
torno disso. Por conta do chamado alistamento civil, a proposta na LDO é que
façamos uma alteração no Plano Plurianual. Foi necessário incluir no projeto da
LDO essa revisão do PPA 2015/2019. Essa revisão foi proposta apenas duas
semanas após a posse do nosso governador. Sabemos da importância desse projeto
para a Casa. Vamos levá-la muito a sério, trazendo essa discussão de forma
profunda na próxima semana.
A deputada Célia Leão conduziu hoje a nossa CCJ, com
brilhantismo. É a nossa Margaret Thatcher da CCJ. Hoje, avançamos ainda mais.
Acho muito importante quando esta Casa produz e avança com projetos de
deputados, como aconteceu hoje. Há uma série de discordâncias. Por exemplo, em
relação ao projeto do deputado Wellington Moura, que proíbe a
venda de bebidas alcoólicas no pátio de postos de combustíveis, sou
contrário ao projeto e votarei contra ele, mas defendo até o final a sua
possibilidade de vir ao plenário e ser votado.
Também há o projeto da deputada Célia Leão que dá
isenção para as pessoas com necessidades especiais nos ônibus intermunicipais.
É um projeto antigo e justo da deputada Célia Leão que não acarreta, muitas
vezes, um custo maior para as empresas de ônibus.
Eu estava na antessala do governador Geraldo Alckmin.
Na época, estavam algumas associações de aposentados. Há uma em Catanduva que é
muito forte. O presidente da Associação Nacional dos Aposentados, o Warley,
também estava lá. Quando foram
disponibilizados os dois assentos gratuitos para as pessoas acima de 65 anos, o
governador instituiu e baixou. Então, acima de 60 anos aqui no estado de São
Paulo você tem
que informar 24 horas antes, e os lugares ociosos são disponibilizados para as
pessoas acima de 60 anos.
Então, são projetos
como esse que engrandecem a Assembleia
Legislativa, muitos de consenso, como temos votado aqui, outros mais
polêmicos. O deputado Feliciano tem um, outros deputados têm outros. Por isso é
importante trazer ao plenário, e é por isso que...
Assim como você,
deputado Barros Munhoz, eu votei hoje pelo regime de urgência para todos os
projetos. O deputado Vaz de Lima, nosso responsável, centroavante lá na
Comissão de Finanças, tenho certeza de que vai discutir a fundo essa LDO. É da
área e conhece as questões orçamentárias do estado como ninguém.
Bom, avançando aqui
ainda. Nós estamos aqui em um momento especial do estado de São Paulo. Nós
temos a oportunidade de manter a austeridade que foi feita nos últimos anos no
Governo Geraldo Alckmin.
Não podemos ser
contaminados pelo período eleitoral e criar, a troco de talvez ganhos
eleitorais, talvez passar para a população possíveis ilusões, possíveis
expectativas que, na prática, não vão se comportar.
Sabemos da dificuldade
orçamentária. Tínhamos uma expectativa muito grande de poder deixar de patinar no nosso País, mas que tem sido
frustrada recentemente. Nós já não temos a mesma expectativa de crescimento
para este ano, e nem para o ano que vem, nem para o outro.
Na própria LDO está
colocado isso. Vimos no projeto da LDO nacional, neste momento, estão até
colocando uma banda, para que sejam regulados os reajustes dentro da realidade
econômica do estado, e aqui não pode ser diferente. Dinheiro não cai do céu.
Temos já uma frustração na arrecadação do estado, deputado Davi Zaia, que também é da área. Que possamos fazer essa LDO com
responsabilidade, levando em conta todos esses aspectos.
O pessoal está
conversando animadamente aqui no plenário, de forma salutar. Colegas, companheiros
de Casa, mas quero avançar com a nossa fala. Temos toda a expectativa de
colaborar. O deputado Carlão Pignatari falava muito bem, colaborar com esse
projeto do Ipesp, discuti-lo a fundo, agregar mais
valores a ele.
O próprio presidente da
OAB: eu conversei na segunda-feira com ele, encaminhei para ele a emenda
aglutinativa. Tinha ali que verificar algumas situações. Amanhã vou ligar para
ele novamente. A nossa Ordem dos Advogados do Brasil, tão importante, tão
responsável. Cumprimento nosso presidente Marcos da Costa, assim como todas as
entidades.
Eu sei do esforço que o
Governo está fazendo hoje para tentar aprovar esse projeto, e valorizo. Estão
aqui deputados da base até tarde para poder fazer. A oposição também está
presente em plenário.
Que nós avancemos nesta
discussão. Nós demonstramos o quanto esta Casa é aguerrida, o quanto o trabalho
da Assembleia Legislativa de São Paulo segue firme, deputado
Jorge Wilson Xerife do Consumidor, V. Exa. que faz um trabalho sempre buscando lutar pelo consumidor,
pelos direitos das pessoas.
Eu vejo a indignação de
V. Exa. tantas vezes, quando
V. Exa. entende que um
projeto que é contrário aos direitos dos consumidores é pautado nesta Casa.
Vossa Excelência defende com tanta veemência, força. Assim como faz na
televisão, V. Exa. aqui
neste plenário faz com a mesma força, esse mesmo guerreiro que é para a
população paulista é aqui também nesta Casa.
Na semana que vem vamos
discutir a questão das emendas impositivas também, deputado Carlos Cezar.
Discussão que levaremos para a semana que vem. Vossa Excelência e o deputado Gilmaci Santos estão conversando, talvez sobre esse mesmo
assunto. Sei da importância, da relevância que tem para vocês, mas que nós
possamos também, através desse quadro de emendas, avançar cada vez mais na
independência, também na valorização das bases, tão importantes, dos deputados desta Casa. Além da
possibilidade de ter os valores revistos, temos a possibilidade também de que
as emendas sejam feitas no primeiro semestre para que possamos suprir as
expectativas da sociedade.
Ano
passado nós criamos uma PEC, do deputado Carlão Pignatari, permitindo que as
entidades assistenciais do Estado possam receber de novo as emendas
parlamentares. Acho que nós temos que avançar, também verificando a questão de
custeio, deputado Bolçone, tão importante. Que essas
entidades que frequentamos com tanto carinho, com tanta proximidade - eu sei o
trabalho que V. Exa. tem
junto a elas - possam receber recursos para custeio. Sabemos que investimento é
importante, compra, reforma, mas sabemos o quanto as entidades penam para pagar
o 13º, pagar tantas vezes o salário daquelas pessoas que tocam o trabalho do
dia a dia.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Cauê Macris.
* * *
Esperamos
ver isso acontecendo. Não deu certo no primeiro semestre. O governador Márcio
França não fez as emendas parlamentares e havia uma expectativa muito grande
com essas das entidades, tinham sido geradas para as entidades. Nós todos
fizemos emendas para isso, mas esperamos que com essa correção que vamos fazer,
mudando a PEC no orçamento impositivo, possamos ter essas questões sanadas.
Além
disso, mesmo este ano, espero que possamos ter no segundo semestre as emendas
parlamentares com as entidades. O deputado Sebastião me cobra com insistência
essa questão das entidades, o Coronel Camilo também, mas eu sei que o deputado
Sebastião tem na região de Barretos uma série de entidades com grande
expectativa em torno disso.
O SR. SEBASTIÃO SANTOS
- PRB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Só para colaborar com a
fala de Vossa Excelência, veja que nós estamos praticamente a 24 horas de
podermos ter os recursos do Condeca, do fundo do
direito da criança e do adolescente do estado de São Paulo, sendo aportados
ainda nas contas das prefeituras do nosso Estado.
As
Apaes estão pedindo socorro,
para o nosso governador poder assinar ainda hoje. Hoje é o último dia para que
elas possam assinar os recursos que estão no fundo e que trariam muitos
benefícios às várias Apaes
que foram priorizadas para esse orçamento do Condeca,
que deu quase 69 milhões. As entidades podem após, mas os municípios estão
perdendo em prol da criança e do adolescente. Vossa Excelência falou muito bem,
com muita propriedade sobre esse assunto. Nós não podemos nos esquecer dele.
O SR. MARCO VINHOLI -
PSDB - Agradeço as palavras, nobre deputado Sebastião
Santos. Quero dizer que esse assunto que V. Exa. trouxe, do Condeca, é fundamental
na discussão desta Casa. Devo voltar a esta tribuna ainda hoje para fazer uma
discussão aprofundada. Conselho da Criança e do Adolescente, um instrumento
fabuloso para poder garantir os direitos das nossas crianças, dos nossos
jovens, para poder subsidiar projetos importantes, sobretudo no terceiro setor
do estado de São Paulo.
Quero,
também, registrar a presença do nobre deputado Gilmaci
Santos, aguerrida bancada do PRB presente, lutando sempre pelo social nesta
Assembleia.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para falar contra, tem
a palavra a nobre deputada Célia Leão.
A SRA. CÉLIA LEÃO -
PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente Cauê Macris,
nobres líderes, nobres deputados e deputadas desta Casa, assessorias, leitores
do nosso Diário Oficial, telespectadores da TV Assembleia, enfim, todos aqueles
que possam estar absolutamente conectados a esta hora do dia - porque já passa
da noite do dia de ontem. É meia-noite e vinte, portanto já estamos no novo
dia.
Gostaria
de fazer alguns registros, mas, antes desses registros, eu só gostaria de dizer
que eu aprendi - aliás, todos nós aprendemos, não tenho esse privilégio - que a
vida é dinâmica, extremamente dinâmica. Isso é bom, e a política é tanto quanto
mais dinâmica do que a vida. Contra fatos não há argumentos, não tenha dúvida
disso. O que você vê, o que está acontecendo, não precisa ninguém falar nem
escrever para alguém poder ler, é só ver.
Eu
penso que uma casa legislativa como a nossa - nós representamos o povo do
estado de São Paulo, 46 milhões de brasileiros e estrangeiros que moram aqui -
e todas as outras casas legislativas, as quais têm o meu respeito e sempre o
terão, são mais ou menos como uma roda gigante: ora parte dos parlamentares
está subindo, ora parte deles está descendo. Isso serve para todas as casas
legislativas do Brasil, dos estados e dos municípios, e digo isso sem nenhuma
conotação de que quem suba ou desça seja melhor ou pior, não é esse o espírito
da minha fala, mas só para dizer da mudança de posições, de entendimentos e de
defesas.
Então,
pode soar um pouquinho diferente ou até pitoresco nós, do PSDB, estarmos aqui,
à meia-noite e vinte, fazendo algum debate de projetos importantes, todos eles
sérios, decentes, que outrora certamente este grupo não faria. Mas existe uma
explicação bastante razoável para isso. Os governos, assim como a vida e a
política, também mudam, e obviamente os parlamentares que estão mais próximos
ou mais distantes têm que ouvir suas bancadas ou sua rede
de deputados que estão proximamente ligados, coligados, com mesmas ideias ou
mesmas posturas. Isso é um pouco exatamente o que acontece neste momento aqui
na Assembleia, para que as pessoas possam entender um pouco.
Alguns
falam que parece casa de maluco, mas eu quero dizer que nenhum dos 94 deputados
desta Casa tem qualquer similaridade com pessoas que não tenham absoluta
consciência dos seus deveres, dos seus trabalhos e dos seus compromissos. Aliás,
para nós seria sempre muito fácil. Existem partidos que declaradamente são oposição, como o PT e PSDB, ou vice-versa, e não é de
hoje, não estou trazendo nenhuma novidade. Mas
eu quero aqui resgatar e dizer que, independentemente da sigla partidária,
todos os partidos têm, da minha parte, respeito absoluto, assim como todos os
deputados e deputadas desta Casa, independentemente da conotação
político-partidária. Para chegar até aqui, nós usamos, no bom sentido, o
convencimento da sociedade para ter dela aquilo que é mais sagrado, deputado
Pedro Kaká. O mais sagrado para uma sociedade, ou para um indivíduo, ou para um
cidadão, é a sua confiança.
Quando
nós detemos a confiança dessa pessoa, ou de 100 mil pessoas, ou de 80 mil
pessoas, ou de 200 mil pessoas, significa dizer, arrisco dizer isso respeitando
o mesmo Deus que todos comungam, que nós vimos a esta
Casa de forma sagrada. E o chão que nós pisamos aqui, para mim, é um chão
sagrado, porque nele estão as esperanças, os sonhos,
os desejos, as vontades, os problemas e os medos de - pelo menos aqui em São
Paulo - 46 milhões de pessoas. Então, nós temos que honrar o nosso voto, a cada
instante e a cada tema, com cada grupo, seja do partido que for,
do debate que for, do projeto de lei que for - temos a obrigação de fazê-lo.
E é exatamente com esse
espírito que venho aqui. Eu gostaria de falar, neste tempo, de duas situações
que me parecem absolutamente importantes num primeiro momento. Primeiramente,
de um projeto de lei nosso que, como disse o deputado Marco Vinholi,
não entrou neste ano e nem no ano passado; já tem um tempo de discussão. E
nunca conseguimos avançar a contento daquele segmento; ou do nosso segmento,
Rafael Silva, que, me parece, tem direito.
Outro dia, ouvi uma
palavra que não me desceu bem: privilégio. E eu fico pensando no que é
privilégio para um grupo de pessoas que, no Brasil, hoje, somam 24,9% - vamos
fechar em 25%. Ou seja, são 45 milhões de pessoas têm algum tipo de
deficiência, somados os de mobilidade reduzida. Significa dizer que desse
grupo, lamentavelmente, pouquíssimas pessoas - um percentual muito pequeno -
tiveram direito. Foram até cerceados, naquele momento, por suas famílias, por
uma sociedade injusta e preconceituosa. Grande parte desse grupo não foi aos
bancos escolares, não estudou, não se qualificou. Para
muitos deles, a deficiência, ao longo do tempo, trouxe grandes dificuldades.
Então, apresentamos um
projeto para só dar aquilo que, me parece, de forma clara, é o direito dessas
pessoas. Quando se fala em que as pessoas possam transitar, dentro dos
municípios do estado de São Paulo, ninguém está falando de pegar um avião e ir
a Miami passear. Não é esse o espírito do projeto. Mas que as pessoas com
deficiência possam, com limite de passageiros... Para não atrapalhar o
empresário, que é absolutamente necessário e imprescindível para o
desenvolvimento de qualquer nação. É o empresário que faz crescer a sociedade,
com geração de emprego e renda. Então, ninguém quer extorquir empresário,
ninguém quer abusar da boa vontade do sentimento de solidariedade e de respeito
do empresariado com a sociedade e, principalmente, com os mais carentes.
Mas se trata de fazer
uma viagem de Campinas a Ribeirão Preto, por exemplo, com duas vagas
reservadas, quando o pedido for feito com antecedência de 48 ou 72 horas - aí,
o projeto, na hora de ser regulamentado, vai colocar os parâmetros. Não me
parece que isso vá atrapalhar a vida de qualquer cidadão brasileiro, de norte a
sul deste país, e principalmente os nordestinos, mineiros, goianos, sulistas - ou seja quem for - que morem em São Paulo. E dará direito a
essas pessoas que, por muitas vezes, de fato, não têm condições de fazer essas
viagens. Parece-me um projeto relativamente simples e extremamente justo.
É uma grande honra ser
aparteada pelo deputado Campos Machado. Nós crescemos.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputada Célia Leão, é meia-noite e meia. Vossa Excelência está adoentada e há menos de 24 horas estava internada no hospital. E aqui, hoje, caminhando com a noite, com a madrugada de orvalho, V. Exa. Defende, como ninguém, uma causa que conhece profundamente. Ninguém, mais do que a deputada Célia Leão, sabe das angústias, do sofrimento, da discriminação e da tristeza que envolvem a vida de uma pessoa com deficiência. A primeira coisa que fiz, logo que assumi a presidência do PTB, foi criar o “PTB Inclusão Social”. A pessoa com deficiência não precisa de esmola, precisa de oportunidade. E a maior deficiência que existe é a de caráter, não a física.
Eu não podia, a esta hora
da madrugada, deixar de cumprimentá-la, deputada Célia Leão. É uma das maiores
expressões desta Casa e deste estado, uma mulher de valor que soube transpor
todos os obstáculos. Como diz o velho provérbio árabe: o rio, para atingir seus
objetivos, tem que aprender a contornar os obstáculos. Vossa Excelência, assim
como o deputado Rafael Silva, enfrentou todos os obstáculos e merece, deste deputado, o reconhecimento.
Tentei impedir que V. Exa. usasse
a tribuna, pois, volto a dizer, V. Exa. estava
internada há menos de 24 horas, no hospital. A deputada está aqui hoje,
maltratada pela gripe, com febre. O cachecol em seu pescoço demonstra que ela
não está bem. Mas está cumprindo o seu dever, sua
obrigação e sua responsabilidade.
Deus queira que
tenhamos sempre outras “Célias Leão” nesta Assembleia Legislativa, neste estado
e neste país.
A
SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - Amém, deputado. Muito obrigada
pelas palavras de V. Exa., que só vêm somar e
corroborar com esse tema, que é um tema de todos. Não tenho a menor dúvida
disso. Não é um tema de um segmento separado da sociedade.
Queria acrescentar - e o tempo me permite, embora já
terminando - que não é privilégio, em hipótese alguma, quando um projeto de lei
dessa natureza – não precisaria ser de minha autoria para ser um bom projeto.
Por acaso, é de minha autoria, porque defendo e vivo essa causa há muitos anos.
Mas é um projeto que vem restituir às pessoas com deficiência aquilo que é direito delas, para que elas possam, de fato, em seu ir e vir,
cumprir com aquilo que elas querem fazer, seja o que for. E como diria o
jargão popular: por preços módicos.
Isso não vai fazer diferença na vida de ninguém, não
vai atrapalhar a vida de nenhum empresário, em absoluto. Pelo contrário: hoje,
os grandes empresários, as grandes empresas ficam melhores e mais bem vistas no
ranking daquelas que são ganhadoras de seus 100%, ou quase isso, quando elas
atendem o social. Uma grande empresa que não tem olhos, sentimentos, projetos e
programas para o social, por melhor que ela seja,
jamais alcançará o primeiro lugar no ranking.
Eu não sei como esta Casa vai funcionar amanhã,
deputado Cauê Macris, pois esta Casa, todos os dias, é uma caixinha de
surpresas. E é natural, não é nenhuma crítica. Pensamos que vai ser de um jeito
e, às vezes, termina de outro. Mas, para amanhã, ficou acordado que votaríamos
projetos de deputados, projetos com acordo e sem acordo. Eu já não sei em que
time o nosso projeto está, se no dos acordados ou no dos sem acordo. Mas a
verdade é que é um projeto que está no meio dos projetos a serem analisados.
Eu, de verdade, espero... Não é porque outros
deputados tiveram projetos aprovados, pois acho que é justo que os 94 os
tenham. Mas, independentemente de um ser aprovado e outro não ser aprovado, não
é questão de inveja ou de ciúmes, não é isso,
mas é um projeto que, de fato, vai acrescentar para as pessoas com
deficiência aquilo que situações adversas da vida lhe tiraram.
E há uma última coisa que eu gostaria de
acrescentar, antes que meu tempo termine: é exatamente a questão que o deputado
Sebastião trouxe ao microfone de apartes. Nós, que trabalhamos com pessoas com
deficiência, acabamos trabalhando também - e o deputado Rafael Silva sabe disso
- com todos os segmentos da sociedade que acabam sendo chamados de minorias.
Somados, não seríamos minoria, seríamos maioria. Acabamos sendo, nesta minoria,
discriminados. E a criança, lamentavelmente,
do nosso País, ainda não está no patamar em que deveria estar. Os índices
mostram isso, as pesquisas mostram isso. O sofrimento das crianças mostra isso.
Que hoje, na data de
hoje, que começa agora à meia-noite e 35, que o governador de
São Paulo possa, de fato, assinar a última chance, oportunidade, para que
recursos nossos do estado possam chegar aos municípios do estado de São Paulo,
para cuidar exatamente dos problemas que não são soluções, dos problemas que
as nossas crianças têm.
Eram essas as minhas
considerações. O tempo terminou, e teremos oportunidade em outro momento. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, para cumprimentar a
deputada Célia Leão. Falou muito bem aqui o deputado Campos Machado, mesmo
adoentada vem aqui, aguerrida, Margareth Thatcher da CCJ, exemplo de
professora, das principais parlamentares do estado, sem sombra de dúvida.
Parabéns, querida deputada Célia Leão.
Parabéns também a todos
os deputados que estão aqui nesta noite, trabalhando. A bancada do PRB, aguerrida,
firme, forte, a bancada do PSDB, bancada governista, oposição.
Conversando agora com o
deputado Carlos Cezar, chegamos a uma proposta de acordo, que quero propor aos
pares, de darmos uma hora por discutida e finalizar os trabalhos.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Questiono
todos os líderes, se existe o entendimento para ceder mais uma hora por
discutido o projeto.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não
concordo, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Uma
hora a mais do que já foi discutido. Já temos uma hora antiga, de acordo.
O
SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Temos 35 minutos para acabar a
sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência suspende a sessão por três minutos.
* * *
- Suspensa à meia-noite
e 36 minutos, a sessão é reaberta à meia-noite e 37 minutos, sob a Presidência
do Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra, para falar contra o projeto, o nobre deputado Vaz de Lima.
O
SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Sr.
Presidente, regimentalmente, quero passar o meu tempo. Como dois dos nossos
deputados, da nossa bancada, querem muito falar, fizeram um apelo enorme, que
fiz um acordo com eles.
Vou ceder sete minutos
e meio, não mais que isso, para o deputado Carlão Pignatari, e os outros sete
minutos e meio para o deputado líder, Marco Vinholi.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra o nobre deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. O deputado Vaz de Lima dividiu
igualitariamente o tempo, para cada um de nós. Vejo o deputado Roque Barbiere
aqui, atentamente, querendo ouvir a nossa fala. Ele está gripado, deputado Davi
Zaia, está gripado. Então, nós temos essa impressão
para que possamos fazer essa discussão sobre a matéria em questão e aperfeiçoar
esse projeto do Ipesp. Esse é um projeto que, a meu
ver, é de muita relevância. Afinal de contas, é uma carteira secular que tem um
compromisso... Sr. Presidente, como estamos discutindo
um projeto de extrema importância, solicito regimentalmente uma verificação de
presença.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O
pedido de V. Exa. é
regimental. Convido os nobres deputados Roberto Morais e Fernando Cury para
auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em
plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e
agradece a colaboração dos nobres deputados Roberto Morais e Fernando Cury e
devolve a palavra ao orador, deputado Carlão Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr.
Presidente, como eu estava dizendo, eu chamei o deputado Geraldo Cruz, meu
companheiro, deputado Enio Lula Tatto para ficarem
juntamente com a deputada Beth Sahão, lá no cantinho
de sempre. Mas agora eles não foram para o cantinho; não sei o que aconteceu
hoje. Estavam tomando água; não foi isso?
Eu não consigo entender
essas mudanças radicais que, às vezes, acontecem. Não estou falando nome; não
falei nada!
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Deputado Carlão Pignatari, eu estava observando V. Exa., falando na sua primeira intervenção, e falei assim: “as
pessoas mudam não é mesmo? Fala a verdade, as pessoas mudam bastante”. Vossa
Excelência que fez defesas veementes aqui em relação a esse projeto, por
exemplo, e agora se coloca contra. E agora V. Exa. diz que não entende como é que funciona esse processo de uma
pessoa que estava de um lado e hoje está do outro. Parece um camaleão. Aliás,
está cheio de camaleões aqui, hoje, nesta Assembleia.
Então, só para poder
dizer que nós sempre estivemos aqui. Aliás, até do ponto de vista do espaço
físico, a bancada tucana quis ocupar o espaço que, tradicionalmente, é nosso.
Ali, naquele canto esquerdo, em que nós fazemos as nossas reuniões
emergenciais. Hoje, estavam lá os tucanos fazendo reunião. Falei: “Mas o que é
isso, gente?”.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Nós estamos aqui à
direita do plenário, como sempre estivemos. É sempre assim, mas quando eu ouço
a deputada Beth Sahão falar de camaleão e mudança, é
uma coisa de que nós precisamos. Eu não estou dizendo, deputada Beth Sahão, já disse isso para o deputado Campos, para o
deputado que me antecedeu. Eu não sou contra o projeto. Eu quero apenas
entender melhor o projeto. Só isso. Quero ver a aglutinativa, como é que foi
feita, o que é que vai mudar, o que vai alterar. Eu
acho que nós temos que fazer esse tipo de análise de cada um dos projetos para
não cairmos, como caímos aqui na história do javaporco,
do javali.
Vossa Excelência sabe
que esse é um grande problema na nossa região. Nós estamos com uma associação
de produtores preparando uma ação direta de inconstitucionalidade em cima desse
projeto de lei e vamos tentar ver se conseguimos com que o Tribunal de Justiça
dê uma liminar para suspender isso, que foi um grande erro que a Assembleia
Legislativa fez, do javali.
Isso foi muito ruim
para a área produtiva do Estado de São Paulo, mas eu não estava aqui dia 22,
foi um acordo, foi votado simbolicamente neste plenário e sancionado pelo
governo. Eu vejo que isso é uma coisa que ficou ruim. Por isso que nós temos que analisar cada um dos nossos projetos para não
cairmos nessa enrascada que caímos, que foi o projeto da caça, uma
tragédia para o interior de São Paulo todo, onde estão destruindo muitos...
O
SR. RICARDO MADALENA - PR - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Isso foi discutido entre os líderes e o seu líder estava aqui e foi aprovado
por unanimidade. Eu acho que tem que ter o respeito com o deputado Tripoli.
Obrigado.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É uma opinião que V. Excia. tem, nobre deputado. Não é
a minha opinião e nem da associação da qual faço parte. Eu não fiz
questionamento nenhum a nenhum dos líderes. Eu disse que eu não estava aqui, eu
não votei. Mesmo que estivesse não ia valer meu voto porque foi feito por
votação simbólica. Eu tenho o maior respeito pelo deputado Roberto Tripoli, mas as pessoas que não conhecem a área rural de
São Paulo, que não conhecem a produção... O tanto que isso vai dar problema em
todas as culturas em São Paulo.
A associação nossa vai
ingressar com uma ação direta de inconstitucionalidade para que possamos tentar
minimizar o grande prejuízo que esse projeto de lei deu, aprovado por
unanimidade. Vou ter que dizer que foi com meu voto porque foi por unanimidade.
Foi uma votação simbólica, mas que vai atrapalhar - e atrapalhar muito - todas
as regiões. As pessoas não entendem que tem porco, desses javaporcos,
de 200 quilos, de 300 quilos.
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Sem
querer magoá-lo, qual seria a associação de Vossa Excelência?
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Associação dos
Produtores Rurais de Votuporanga.
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB - E nós, o Partido
Trabalhista Brasileiro, também estamos preparando uma Adin porque esse animal é importado, ele não é natural do
Brasil. Ele não pertence a nossa fauna, veio trazido da Ásia e da África. Ele
come não só o milho que nós plantamos, a cana. Ele
come até as pessoas. Pesa mais que um touro. Pesa 250
quilos, 230 quilos, 240 quilos. O dente dele é maior que este microfone.
Em especial com o
javali, eu não estava aqui presente, não estou culpando ninguém, cada um vota
do jeito que quiser e nós nos socorremos da maneira que quiser. O PTB vai
também entrar com Adin porque, realmente, o javali
não é nosso, ele não pertence a nossa fauna. Na Constituição, está a proteção à
fauna, à fauna brasileira. Não fala para proteger a fauna da Ásia.
Nós só podemos matar barata agora. Barata, rato, grilo, esse tipo de coisa. E se
a sucuri estiver engolindo o meu filho, faço o que com
ela? Deixo? Não, está errado.
Ele
contraria todas as normas do Ibama,
do governo federal, contraria tudo. Essa é a razão por que podemos fazer juntos essa Adin, a vossa
associação com o PTB, ou separado, não importa, porque estamos com ela quase
pronta para dar entrada no começo da semana, no dia útil depois do jogo do
Brasil. E parabéns pelo seu pronunciamento.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Parabéns.
Imagino que é bom se o Partido Trabalhista Brasileiro também entrar. Acho que é
ótimo. É ótimo para sanarmos um problema que foi criado, principalmente do javaporco, que é um animal que não é daqui. Foi um
cruzamento. Houve alguns produtores... Na nossa região há muitos produtores. E
há muito javaporco, que está trazendo risco às
pessoas. O deputado Roque fez uma colocação muito boa. Já vi dente de javaporco de mais de 12 centímetros. É sim senhor! Mais de
12 centímetros.
Na
caça controlada, tínhamos profissionais de abate desses animais, para controlar
essa tragédia que estava acontecendo nas produções, principalmente de milho,
soja e sorgo, no Norte e Noroeste do Estado de São Paulo. Vejo com muita
preocupação.
Por
isso nós, do PSDB, queremos analisar todos esses projetos que vêm aqui. Quero
pedir encarecidamente ao presidente da Assembleia que paute, assim que
possível, o veto.
Só
tenho um veto. Não quero o projeto de lei, quero o meu veto. Que se derrube o
veto para que possamos ter... Há muitos deputados que já aprovaram um, dois,
três projetos nesta Casa. Não aprovei nenhum, mas há um veto que eu gostaria -
e gostaria muito - de derrubar na próxima sessão. Vejo, com muita preocupação,
falarmos sobre isso.
Vejo,
também, que vamos ter outro embate amanhã, na extra, onde teremos outra vez o
transporte de animais. Ninguém aqui é favorável a judiar dos animais ou haver
maus-tratos. Somos favoráveis, sim, que haja o transporte. Eu já disse isso ao
autor da lei. Há 30 e poucos projetos. O deputado Roque disse que vai obstruir
e verificar cada um dos projetos amanhã. Vai ficar aqui apenas para isso.
Estamos vendo que amanhã, também, os deputados de consenso vão aprovar os seus
projetos.
Hoje,
fiquei um pouco no Colégio de Líderes e gostei da fala da deputada Beth Sahão. Ela fez uma fala que... Não sei se foi ela ou o
deputado Enio. As pessoas têm o projeto delas aprovado por consenso, vão
embora, e tranquilo. Quem não tem, um fica aqui obstruindo o projeto do outro.
Acho que a Assembleia Legislativa não é para isso.
Por
isso um projeto que representa uma carteira de mais de 1 bilhão tem que ser
analisado, e muito bem analisado, em cada um dos pontos. Principalmente a
aglutinativa que será apresentada aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Sr.
Presidente, no nosso horário, temos que fazer a discussão hoje, ainda. Temos
mais um orador inscrito para podermos fazer a nossa segunda extra que termina,
agora, à 1 hora da manhã.
Vejo
aqui o deputado João Caramez, que há tanto tempo eu
não o via no plenário até uma hora dessa. Que
maravilha. Acho que esse é um deputado que luta pela nossa região e pela nossa
Casa. É um bom amigo que fiz por muito tempo no meu partido. Ficou aqui fazendo
as discussões, as impressões, fazendo todas as... Sempre socialista, sempre foi
um socialista, um sujeito que sempre defendeu o socialismo brasileiro.
O SR. JOÃO CARAMEZ - PSB -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Continuo o mesmo, deputado, defendendo os
interesses do governo. Continuo o mesmo. Quantas noites
ficamos aqui, defendendo o nosso querido governador Geraldo Alckmin.
Continuo o mesmo, defendendo o governo. Por quê? Porque continuo acreditando no
governo do PSDB. O Márcio França é a continuidade do governo do PSDB porque,
afinal de contas, quem o escolheu foi o nosso futuro presidente da República,
Geraldo Alckmin. Estranho muito, V. Exa. achar estranha a minha presença aqui.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Não, estranho não acho, não. Até fiquei feliz em revê-lo aqui na
Assembleia.
O SR. JOÃO CARAMEZ - PSB -
Depois de muito tempo. Mas estranho, muito mais ainda, V.
Exa. usar a tribuna tantas
vezes quanto usou hoje.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É para nós podermos. O senhor
tem que ficar sempre impressionado.
O
SR. JOÃO CARAMEZ - PSB - Tantas e quantas vezes o senhor
usar a tribuna eu ficarei aqui olhando, observando atentamente, porque eu só
aprendo com Vossa Excelência.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Muito obrigado, deputado João Caramez, mais um socialista nato na Assembleia Legislativa
de São Paulo.
Eu gostaria de pedir prorrogação,
mas não pode, é extra. Mas, tenho que pedir desculpa ao líder do PSDB porque eu
acabei ultrapassando o seu tempo, porque o deputado Vaz de Lima deu sete
minutos para um, sete minutos para outro.
E, agora, está acabando
o tempo, mas nós temos ainda mais dois oradores inscritos para poder encerrar
esta nossa. Mas, aqui, eu acho que não é uma discussão se você é a favor ou
contra. É uma discussão de nós podermos compreender e analisar cada um dos
artigos de um projeto de lei que, pelo que eu vejo, é de extrema importância
para o Governo do Estado de São Paulo.
Eu não sou contra;
quero apenas ter o direito, como todos os deputados desta Casa, como eu já vi
pessoas ficarem aqui quatro, cinco, seis vezes analisando cada um dos nossos
projetos e das nossas histórias, porque é assim que nós temos que fazer.
Então, eu vejo que hoje
é um dia, amanhã, logo cedo, estaremos aí de volta. Depois, à tarde, na Ordem
do Dia, à noite, nas duas extras que acontecerão aqui na Assembleia
Legislativa, vou ficar com meu companheiro Roque Barbiere, que falou que vai
verificar todos os projetos - os que têm consenso e os que
não têm consenso, não é isso, deputado Roque? Inclusive os da primeira
extra.
Porque não colocou o
veto, que eu acho um veto de extrema importância, de se dar o passe livre para
as ambulâncias, que já não pagam pedágio no Estado de São Paulo. Elas poderiam
desviar daquelas grandes filas que se formam nos pedágios das rodovias
paulistas. Principalmente em época de feriado, um doente, ou isso e aquilo.
Parabéns pelo seu
projeto, deputado. Hoje foi aplaudido no Colégio de Líderes, mas não colocou o
projeto em votação. Mas vai colocar. Nós temos esperança de que antes de votar
a LDO, antes de encerrarmos este semestre, vai ser derrubado o seu veto, não
tenho nenhuma dúvida sobre isso.
O presidente Cauê disse que não tinha trato. Não houve mesmo hoje acordo
para colocar vetos, mas que, na próxima semana, nós podemos acordar de derrubar
os vetos que estão aí.
Era somente isso, nobre
presidente, nobres amigos.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
– PARA COMUNICAÇÃO - Vossa Excelência virou o presidente da Casa? Não, eu quero
saber.
Deputado Carlão
Pignatari, me concede a palavra, deputado presidente Carlão Pignatari. Não, mas
depois de tanta ironia V. Exa. me
concede? Não, eu preciso saber se V. Exa. preside a Casa. Concede-me a palavra, deputado Carlão
Pignatari?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Tem a palavra o nobre deputado Campos Machado, lembrando que temos ainda três
minutos para encerrar a sessão.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- Sr. Presidente, nem posso falar em apenas três minutos. Mas, quero
cumprimentar o deputado Carlão Pignatari. Um homem que diz que há anos eu falo:
“Sou aliado, mas não sou alienado”.
O deputado Carlão
Pignatari hoje fez um discurso que me empolgou. Eu vou chegar na minha casa hoje e vou me derramar em lágrimas, deputado
Roque Barbiere. Aquela defesa de Geraldo Alckmin, incisiva, determinante,
consciente.
Mas, como nós nos
sentimos desiludidos. Eu quero responder ao deputado Carlão Pignatari por que motivo apoio o governador Márcio França: porque eu não tenho
cara de traidor. Não aceito traição em hipótese alguma.
Invoco o testemunho do
deputado Roque Barbiere; estou aqui há 28 anos, nunca aceitei traição. Não é
agora que eu vou aceitar. Estamos aqui brincando de coisa séria. O PSDB vai ter
que votar esse projeto, deputada Beth Sahão, e sabe
disso.
O deputado Carlão
Pignatari, primeiro, de maneira irônica, veste-se de um Dom Quixote ao
contrário. Sem o escudeiro Sancho Pança e sem o cavalo Rocinante.
Esse é o Dom Quixote moderno, o Dom Quixote de
Votuporanga.
Não estou atropelando o
PSDB, longe disso, quero distância do PSDB. Só tenho carinho por um amigo meu
de 20 anos chamado Geraldo Alckmin. Diz o deputado Enio Tatto
que eu sou o Campos Alckmin. Não importa. Nunca mudei
de lado. Nosso partido vai apoiar Geraldo Alckmin e não de maneira
sub-reptícia, como acontece no PSDB, que não é palanque dele.
Ele está triste,
machucado. Não estou me metendo em nada do PSDB, estou dizendo o que estou
sentindo do homem. Ontem ele foi ao sindicato dos engenheiros para ser
sabatinado e não tinha um tucano.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputado Campos, faltam cinco segundos para encerrarmos a sessão.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Sr. Presidente, então quero saudar V. Exa., desejar
uma boa noite e pedir que beije as crianças por mim.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência a dá por encerrada.
Está encerrada a
sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão à 01 hora.
* * *