10 DE
JULHO DE 2018
095ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CÁSSIO NAVARRO, CAUÊ MACRIS,
ANALICE FERNANDES e CEZINHA DE MADUREIRA
Secretaria: DOUTOR ULYSSES,
BETH SAHÃO, ENIO TATTO, CHICO SARDELLI e ROBERTO MORAIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CÁSSIO NAVARRO
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Defende a aprovação do PL 788/17, que
cria cargos para o Ministério Público do Estado de São Paulo. Manifesta apoio à
contratação de servidores, já aprovados em concurso público, para a Defensoria
Pública. Sustenta defesa para aprovação do PL 31/18.
3 - CÉLIA LEÃO
Lembra sua filiação, há 30 anos, ao
Partido da Social Democracia do Brasil. Discorre sobre a importância da
Política para a sociedade, enaltecendo os que atuam na vida pública.
4 - ANALICE FERNANDES
Discorre sobre o PL 347/18, que
dispõe sobre a jornada de trabalho de 30 horas semanais a enfermeiros, técnicos
de enfermagem e auxiliares de enfermagem no estado de São Paulo. Defende sua
aprovação, afirmando que se trata de proposição de interesse de toda a
população. Afirma que o exercício da enfermagem exige bastante capacitação e
dedicação.
5 - MARCOS
ZERBINI
Solicita a suspensão da sessão até as
17 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
6 - PRESIDENTE CÁSSIO NAVARRO
Defere o pedido e suspende a sessão
às 14h53min.
7 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reabre a sessão às 17h33min.
8 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, afirma que a bancada do
PSOL deseja que o PL 31 seja votado imediatamente. Parabeniza os ambientalistas
e militantes que defendem os animais. Considera que os mesmos deram uma aula de
organização e cidadania, trazendo para esta Casa uma pauta que nunca foi
debatida de forma ampla anteriormente no plenário. Destaca que o objetivo é
votar este projeto o quanto antes. Apela ao governador Márcio França para que
sancione o PLC 01/13, que garante aposentadoria especial aos professores
readaptados. Informa que estes professores adoeceram em razão das péssimas
condições de trabalho nas escolas. Esclarece que, apesar de terem sido
afastados das salas de aulas, continuam a trabalhar nas escolas, mas perderam o
direito da aposentadoria especial. Critica a política do PSDB em relação aos
servidores e professores. Diz que outros estados brasileiros já reconheceram
este direito, assim como a Prefeitura de São Paulo.
9 - ROBERTO TRIPOLI
Pelo art. 82, informa que trabalha há
40 anos com proteção animal. Menciona a criação do Centro de Triagem de Animais
Silvestres, no governo Luiza Erundina, que permitiu o tratamento de 50 mil
animais. Cita a criação de quatro hospitais públicos para tratamento gratuito
de cães e gatos em São Paulo. Diz ser esta uma novidade em nível mundial.
Lembra a proibição de carroças em São Paulo, rodeios, circo com animais,
exposição de animais exóticos e o projeto contra a caça, este aprovado por
unanimidade nesta Casa. Destaca a emenda aglutinativa a este projeto, assinada
por 63 deputados. Ressalta a realização de audiência pública para discutir o
assunto. Afirma que a discussão de urgência a diversos projetos tem o objetivo
de adiar a votação do PL 31. Pede que os deputados venham até a tribuna e
expressem as suas opiniões e para que cada um assuma a sua responsabilidade.
Diz que o mesmo tem que ser votado hoje.
10 - MARCO VINHOLI
Pelo art. 82, cumprimenta o
presidente Cauê Macris, que
considera um dos maiores quadros políticos da atualidade. Afirma que o mesmo
ensina a todos com a sua juventude e garra. Diz que o presidente ainda será o
futuro do estado de São Paulo. Destaca sua preocupação com a LDO, que se
encontra na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Menciona o projeto Jepoe, do governador Márcio França, que elencou 16 cidades
para participarem. Esclarece que, de acordo com o deputado Carlos Cezar, foram
escolhidas as cidades com os piores índices de criminalidade de suas regiões.
Contradiz os argumentos da escolha das cidades. Considera o projeto
eleitoreiro. Compara o mesmo com um projeto de Garotinho, no Rio de Janeiro,
que culminou com a sua cassação e prisão. Diz ser esta uma tentativa eleitoreira
de enganar a juventude paulista.
ORDEM DO DIA
11 - CARLOS
CEZAR
Solicita a prorrogação da sessão por
2 horas e 30 minutos, 2 horas e 29 minutos e 2 horas e 28 minutos.
12 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Coloca em votação e
declara aprovada a prorrogação da sessão por 2 horas e 30 minutos.
13 - FELICIANO
FILHO
Solicita uma verificação de votação.
14 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.
15 - JORGE CARUSO
Informa obstrução da bancada do MDB
ao processo de votação.
16 - MARCO VINHOLI
Informa obstrução da bancada do PSDB
ao processo de votação.
17 - FELICIANO
FILHO
Informa obstrução da bancada do PRP
ao processo de votação.
18 - ROBERTO TRIPOLI
Informa obstrução da bancada do PV ao
processo de votação.
19 - GILMACI SANTOS
Informa obstrução da bancada do PRB
ao processo de votação.
20 - BETH LULA SAHÃO
Informa obstrução da bancada do PT ao
processo de votação.
21 - RAUL
MARCELO
Informa obstrução da bancada do PSOL
ao processo de votação.
22 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Informa obstrução da bancada do DEM
ao processo de votação.
23 - CORONEL CAMILO
Informa obstrução da bancada do PSD
ao processo de votação.
24 - GUSTAVO PETTA
Informa obstrução da bancada do PCdoB
ao processo de votação.
25 - RICARDO
MADALENA
Informa obstrução da bancada do PR ao
processo de votação.
26 - CAIO FRANÇA
Informa obstrução da bancada do PSB
ao processo de votação.
27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Registra as manifestações.
28 - ALENCAR
LULA SANTANA
Para questão de ordem, questiona a
pauta da votação em andamento.
29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Responde o questionamento do deputado
Alencar Lula Santana. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação,
que não confirma a prorrogação da sessão. Coloca em discussão a urgência ao PL
1012/17.
30 - MARCO VINHOLI
Discute a urgência ao PL 1012/17.
31 - ALENCAR
LULA SANTANA
Discute a urgência ao PL 1012/17.
32 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Solicita comportamento regimental dos
presentes nas galerias.
33 - MARCO VINHOLI
Para reclamação, ressalta que o PT
está agora defendendo o governador Márcio França. Pede que o deputado Alencar
Lula Santana faça o levantamento de quantas emendas impositivas foram assinadas pelo governador Geraldo Alckmin no primeiro
semestre e quantas foram para o PT, e quantas emendas o PT teve no Governo
Márcio França.
34 - CÁSSIO
NAVARRO
Discute a urgência ao PL 1012/17
(aparteado pelo deputado Roberto Tripoli).
35 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovada
a prorrogação da sessão por 2 horas e 29 minutos.
36 - MARCO VINHOLI
Solicita verificação de votação.
37 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.
38 - MARCO VINHOLI
Informa obstrução da bancada do PSDB
ao processo de votação.
39 - REINALDO ALGUZ
Informa obstrução da bancada do PV ao
processo de votação.
40 - FELICIANO
FILHO
Informa obstrução da bancada do PRP
ao processo de votação.
41 - GILMACI SANTOS
Informa obstrução da bancada do PRB
ao processo de votação.
42 - BETH LULA SAHÃO
Informa obstrução da bancada do PT ao
processo de votação.
43 - CORONEL CAMILO
Informa obstrução da bancada do PSD
ao processo de votação.
44 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Informa obstrução da bancada do DEM
ao processo de votação.
45 - JORGE
CARUSO
Informa obstrução da bancada do MDB
ao processo de votação.
46 - ANTONIO
SALIM
CURIATI
Informa obstrução da bancada do PP ao
processo de votação.
47 - ROBERTO
MORAIS
Informa obstrução da bancada do PPS
ao processo de votação.
48 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Registra as manifestações. Dá
conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a prorrogação
da sessão por 2 horas e 29 minutos.
49 - ANALICE FERNANDES
Assume a Presidência.
50 - ENIO LULA TATTO
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17 (aparteado pelos deputados Marco Vinholi e
Itamar Borges).
51 - CAMPOS MACHADO
Para questão de ordem, solicita à
Presidência que peça aos presentes nas galerias que mantenham silêncio.
52 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Solicita aos presentes nas galerias
que mantenham silêncio em respeito ao orador que se manifesta.
53 - FELICIANO
FILHO
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado Campos Machado a respeito das manifestações nas
galerias da Casa.
54 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, solicita que a
Presidência leia artigo no Regimento Interno desta Casa que pede silêncio nas
galerias.
55 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, manifesta
contrariedade em relação ao posicionamento do deputado Campos Machado sobre a
livre manifestação do público presente nas galerias desta Casa.
56 - FERNANDO CAPEZ
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17.
57 - CAMPOS MACHADO
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17 (aparteado pelos deputados Fernando Capez
e Barros Munhoz).
58 - FERNANDO CAPEZ
Para comunicação, lembra sua atuação
enquanto presidente desta Casa. Defende a constitucionalidade do PL 31/18. Faz
considerações sobre a proibição do abate halal no
Brasil.
59 - ROBERTO TRIPOLI
Para comunicação, esclarece que
presidiu audiência pública sobre o PL 31/18, nesta Casa, de forma que houve
discussão a respeito do tema. Elogia a atuação do deputado estadual Fernando Capez.
60 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, defende que o PL
31/18 seja pautado no dia de hoje.
61 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, discorre sobre a
constitucionalidade do PL 31/18.
62 - BARROS MUNHOZ
Para comunicação, esclarece que, de
acordo com reunião do Colégio de Líderes, o PL 31/18 não deverá ser pautado no
dia de hoje nesta Casa para apreciação.
63 - JOÃO CARAMEZ
Para reclamação, questiona sobre a
pauta de votação da Ordem do Dia na sessão de hoje.
64 - FERNANDO CAPEZ
Para comunicação, defende a
apreciação do PL 31/18 nesta Casa no dia de hoje.
65 - CARLÃO
PIGNATARI
Para comunicação, faz considerações
sobre o abate halal no Brasil.
66 - CARLÃO
PIGNATARI
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17 (aparteado pelos deputados Fernando Capez,
Feliciano Filho, Roberto Tripoli, Beth Sahão e Campos Machado).
67 - CARLÃO
PIGNATARI
Requer verificação de presença.
68 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando constatado
quórum.
69 - BETH LULA SAHÃO
Para comunicação, cita denúncias de
corrupção contra membros do PSDB. Considera que a justiça é condescendente com
filiados a este partido.
70 - JOÃO CARAMEZ
Para comunicação, faz observações
sobre a pauta a ser apreciada esta noite neste plenário.
71 - BARROS MUNHOZ
Para comunicação, informa que, de
acordo com reunião do Colégio de Líderes desta Casa, ficou estabelecido que o
PL 31/18 não seria apreciado nesta semana.
72 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência. Faz
esclarecimentos sobre a pauta de votação determinada para o dia de hoje nesta
Casa, de acordo com o estabelecido entre os líderes partidários.
73 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, afirma que a
bancada do PT manifestou-se favoravelmente à apreciação do PL 31/18 nesta
noite. Rebate o discurso do deputado Carlão Pignatari sobre casos de corrupção
no PT.
74 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz esclarecimentos sobre a postura
dos líderes partidários com assento nesta Casa a respeito da apreciação do PL
31/18.
75 - JOÃO CARAMEZ
Para comunicação, critica obstrução
realizada pela bancada do PSDB em relação ao projeto de lei PL 123/18,
referente à extinção do Ipesp.
76 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz esclarecimentos sobre o andamento
dos trabalhos na sessão ordinária no dia de hoje.
77 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, comenta os projetos
de lei pautados para apreciação na Ordem do Dia nesta noite.
78 - MARCO VINHOLI
Para reclamação, demonstra
preocupação com decisões do governador Márcio França em relação à administração
do estado de São Paulo.
79 - MÁRCIA LULA LIA
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17.
80 - CARLÃO
PIGNATARI
Requer verificação de presença.
81 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando constatado
quórum.
82 - CARLOS
CEZAR
Para comunicação, rebate a fala do
deputado Marco Vinholi sobre o programa Jepoe, que propõe o alistamento civil para jovens em
situação de vulnerabilidade social, anunciado pelo governador Márcio França.
Defende a apreciação do PL 123/18, referente à extinção do Ipesp.
83 - ROBERTO
MORAIS
Para comunicação, interpela
favoravelmente à votação do projeto de lei do deputado Wellington Moura e do
governador Geraldo Alckmin. Pede que aquilo que foi acordado seja votado essa
noite.
84 - MARCO VINHOLI
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17 (aparteado pelos deputados Carlos Cezar e Chico Sardelli).
85 - CEZINHA DE MADUREIRA
Assume a Presidência.
86 - MARCO VINHOLI
Requer verificação de presença.
87 - PRESIDENTE CEZINHA DE MADUREIRA
Defere o pedido. Declara que seja
realizada a verificação de presença, que interrompe ao constatar quórum visual.
88 - JOÃO PAULO RILLO
Para comunicação, rebate o
pronunciamento do deputado Marco Vinholi sobre
críticas ao governo de Márcio França.
89 - MARCO VINHOLI
Para comunicação, considera que os
partidos PSB, PSOL e PT têm ideologia semelhante.
90 - FELICIANO
FILHO
Discute o requerimento de urgência ao
PL 1012/17.
91 - PRESIDENTE CEZINHA DE MADUREIRA
Convoca os Srs. Deputados para a
sessão ordinária de 11/07, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a
sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Cássio Navarro.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Doutor Ulysses para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – DOUTOR ULYSSES – PV - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CÁSSIO NAVARRO - PSDB -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito,
nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários
desta Casa, estamos praticamente entrando na última semana desse semestre
legislativo e a Assembleia Legislativa, provavelmente, na próxima semana,
estará em recesso parlamentar.
Mas, além do PL 31, que
queremos votar em caráter de extrema urgência, ainda hoje, também queremos
aprovar o PL 788, de 2017, que trata da criação dos cargos para os servidores
do Ministério Público.
É um projeto que já
está pronto para ser votado, inclusive consegui aprovar um requerimento de
urgência. Ou seja, o projeto tem todas as condições técnicas e jurídicas para
ser votado imediatamente, inclusive já com o requerimento de urgência aprovado.
É um projeto
importante, porque milhares de pessoas prestaram esse concurso e até agora a
Assembleia Legislativa não aprovou o projeto de lei que foi encaminhado pelo
Ministério Público Estadual à Assembleia Legislativa e aprovado em todas as
comissões. Como eu disse, está em regime de urgência, mas até agora nada do
projeto ser aprovado.
Não podemos sair sem
que esse projeto seja aprovado. Tive, recentemente, uma reunião com o
procurador-geral de Justiça. Eu, inclusive, fui a essa conversa com ele junto
com a presidente do sindicato dos servidores do Ministério Público, a Jacira, e
também de pessoas que prestaram o concurso. Fizemos um apelo a ele para que ele
jogasse o peso político do Ministério Público Estadual a fim de que a
Assembleia votasse o projeto.
Agora a bola está com a
Assembleia Legislativa. Somos 94 deputados e deputadas e faço um apelo, mais
uma vez - porque já fiz vários aqui da tribuna -, para que aprovemos, em
caráter de extrema urgência, o PL 788, de 2017.
É um projeto
estratégico para o Ministério Público. Não é criação de cargo para promotor ou
procurador, é para servidor. Sem funcionários o Ministério Público não
funciona. Ele tem um papel muito importante no combate à corrupção e à
improbidade administrativa, mas ele precisa dos servidores.
O Ministério Público
também vive um sucateamento: falta de estrutura e falta de funcionários. Outro
dia, falando com um promotor, fui levar uma denúncia e ele disse que levaria
quase um ano para fazer uma perícia, porque não havia peritos, não havia
funcionários para fazer esse tipo de trabalho.
Não adianta nada ter o
Ministério Público se ele não for equipado, tanto do ponto de vista material
como do humano. Por isso fazemos esse apelo para que o projeto seja aprovado em
caráter de extrema urgência.
Também quero fazer um
apelo à Defensoria Pública do Estado de São Paulo e, ao mesmo tempo, ao governo
estadual, para que haja a chamada dos aprovados do concurso de oficial de
defensoria e de agente de defensoria. O concurso foi realizado em 2015 e até
agora não houve a chamada.
A Defensoria Pública,
assim como o Ministério Público, precisa de funcionários e de servidores para
funcionar, para defender a população, dar atendimento e garantir o acesso à
Justiça pela população carente e pobre, que não tem condições econômicas.
Ainda não houve a
chamada desses servidores, então faço esse apelo à Defensoria Pública e ao
governo estadual. A Defensoria alega que não tem recursos, então que o governo
faça suplementação orçamentária a fim de que esses servidores sejam chamados
imediatamente, porque, sem eles, a Defensoria não funciona em sua plenitude.
Faço, assim, esse apelo, para que a Defensoria chame, em caráter de extrema
urgência, os oficiais de defensoria e os agentes de defensoria.
Por fim, apelo, mais
uma vez, pela aprovação imediata hoje, sem falta, do PL nº 31.
Temos que aprovar esse projeto, que é importante e
estratégico do ponto de vista ambiental e da defesa dos animais. Já debatemos
esse projeto, em exaustão, na Assembleia Legislativa. É um projeto que está na
pauta, pronto para ser votado. Ele não pode passar de hoje. O nosso empenho é
para que ele seja votado. Caso contrário, nós vamos obstruir a aprovação da
LDO, e a Assembleia não entra em recesso. Essa é a nossa posição do PSOL. Sem a
aprovação do PL nº 31, nós não vamos aprovar a LDO.
Sr. Presidente, muito obrigado.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Tem a palavra a nobre
deputada Célia Leão.
A SRA. CÉLIA
LEÃO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público presente,
telespectadores da TV Assembleia, hoje é um dia bastante significativo para
mim. Para a maioria das pessoas, talvez seja um dia comum, um pouco diferente
apenas pelo frio, mudança climática absolutamente normal. Estamos em julho, e é
inverno.
Para mim, é um dia com sabor diferente, porque tem
muito a ver com a história desta Casa e a história da vida pública que levamos
num caminho de 30 anos. Há 30 anos, eu estava me filiando ao PSDB, na data de
hoje. Isso significa dizer que temos uma vida partidária que faz a diferença na
vida de qualquer pessoa.
Não venho aqui para falar literalmente do PSDB,
partido em que estou há 30 anos. É um partido que eu respeito,
que tem história, liderança e razão da sua existência. É um partido que marcou
o seu trabalho nos executivos e legislativos deste país, quer seja na Câmara de
vereadores, Assembleias Legislativas de todo o Brasil, a Câmara Federal e o
Senado. Marcou ainda a Presidência da República, o Governo do Estado de São
Paulo e outros governos. É um partido que tem história, conteúdo e substância.
Quero falar sobre a
importância de fazer parte da vida pública e da vida política. Que as pessoas
não estejam filiadas a um partido político, é um direito delas. Acho que
deveriam ser filiadas a algum partido, mas, de qualquer forma, a escolha é
livre. Na escolha do partido, as pessoas fazem segundo as suas ideias e segundo
as suas convicções.
Agora, a única coisa
que não pode acontecer é não participarmos da política, achando que ela não é o
melhor caminho. Quero dizer que a política não é o melhor caminho, ela é o
único. Uma coisa é o melhor, em que temos algumas opções. Outra coisa é ser o
único. Você só pode fazer uma mudança na sociedade, uma mudança para melhor,
seja na área da Saúde, Educação ou Segurança Pública, se estiver diretamente
ligado à política ou a um partido político, dentro de um plenário, em um
parlamento ou em reuniões.
Enfim, as coisas não
acontecem por acaso. Deus existe, abençoa e perdoa. Deus é onipotente,
onipresente e onisciente, mas ele não vai fazer sozinho por sete bilhões de
pessoas. Estou absolutamente convencida, depois de 30 anos no PSDB e na vida
pública, com oito mandatos consecutivos, de que é a ação da mão humana que faz,
é a ação da mão humana que realiza e transforma. Se nós não fizermos, fica sem
fazer.
Não adianta ter só o balcão da reclamação, tem que ter
o balcão da reclamação e o balcão em que você vai elaborar e fazer alguma
coisa. Você só pode elaborar e fazer efetivamente alguma coisa através de
políticas públicas, seja dentro do Orçamento e da LDO, seja em projetos de
deputados, do Executivo, do Judiciário, ou projetos de iniciativa popular.
Então, aqui dentro desta Casa, as coisas acontecem.
Eu não poderia deixar passar o dia de hoje sem fazer
esse registro da importância da vida pública, da importância da vida política e
da importância da vida político-partidária. Cada um escolhe o seu partido,
comungando com ideais do mesmo grupo que faz parte do partido, seja “a”, “b” ou
“c”, mas elaborando alguma coisa, criando alguma coisa, fazendo alguma coisa,
porque ficar de braços cruzados, reclamando, mais do que omissão, isso é pura
covardia.
Isso não ajuda em nada
este país. Nós estamos chegando daqui a pouco em outubro e teremos eleições a nível de Brasil todo, e eu espero que a população...
Aliás, o Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral estão
parabéns, porque colocam na televisão, nas rádios, nos
jornais, dentro de uma propaganda, a importância da participação da população,
seja para votarem a, b, c ou d, não importa, mas que participe.
Então, nesse sentido, Sr. Presidente, eu queria que fazer esse
registro hoje, de que, para mim, este plenário em que nós pisamos é um plenário
sagrado, porque aqui, além do debate, aqui que as coisas acontecem. Aqui nós
podemos valorizar as dificuldades da sociedade, e nessa valorização dos
problemas que a sociedade vive, nós trazemos
aqui dentro debate, projetos, programas, LDO, o Orçamento, para minimizar e
para melhorar a vida das pessoas.
Isso é fazer política.
Política não é nada daquelas coisas que nós vemos na televisão, no jornal,
rádio, de roubo, corrupção, nada disso. Política é o
sentimento e o compromisso de fazer o bem. É o serviço e o servir. Quando
fazemos isso, de fato, nós estamos fazendo a política.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CÁSSIO NAVARRO - PSDB -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra a nobre deputada Analice
Fernandes.
A
SRA. ANALICE FERNANDES – PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, cidadãos
que nos acompanham pelas galerias, o que me faz usar a tribuna nesta
tarde, na condição de enfermeira, que sou de formação, é passar uma informação
muito importante para toda enfermagem do estado de São Paulo, que diz respeito
ao Projeto de lei nº 347, de 2018, que cria a jornada de trabalho de 30 horas
para toda enfermagem, para os enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares
de enfermagem em toda rede pública e privada do estado de São Paulo.
É muito importante e
gostaria, desde já, de me posicionar, porque nós tivemos na semana passada uma
vitória significativa. Graças a Deus, nós conseguimos a aprovação do Regime de
Urgência do PL 347, e também a aprovação dele no Congresso de Comissões.
Mais uma vez quero
agradecer todos os deputados e deputadas que fizeram parte desse Congresso de
Comissões e entenderam a importância do PL 347 na assistência ao paciente no
estado de São Paulo.
Também quero informar,
na tarde de hoje, que esta parlamentar continuará trabalhando incansavelmente
para pautar esse projeto ainda hoje, antes que esta Casa entre no recesso
parlamentar.
Por que aprovar o PL
347? A aprovação desse PL é extremamente importante,
porque, como eu acabei de dizer, nós vamos melhorar a qualidade da assistência
prestada ao paciente em todas as redes de Saúde do nosso estado. Nós vamos
diminuir os riscos que hoje nós temos de acidentes, de erros, e nós vamos criar
também um serviço de Saúde mais justo, um ambiente mais saudável e mais seguro.
Algumas pessoas podem
falar sobre a questão da legalidade do projeto, mas o PL 347 tem amparo legal
na Constituição, no inciso XIV, do Art. 7º, que prevê a redução de carga
horária para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva.
Outra
questão importante que deve ser abordada é a questão da isonomia, direitos
iguais para todos os profissionais. Nós sabemos que dentro da rede pública ou
da rede privada a enfermagem faz parte de uma equipe multiprofissional formada,
na sua maioria das vezes, por médicos, técnicos e auxiliares de laboratório,
técnicos e auxiliares de radiologia, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e
assistentes sociais. A enfermagem trabalha lado a lado com esses profissionais
e eles já têm garantida a redução da sua jornada de trabalho. Grande parte
desses profissionais trabalha com carga horária de 20 e de 30 horas semanais.
Outra
questão que eu gostaria muito de abordar na tarde de hoje, até por conta de ser
enfermeira de formação, é que o exercício da enfermagem precisa de estudo, de
capacitação, de formação constante. Esses profissionais que se dedicam em uma
carga horária semanal de mais de 36 horas têm um problema muito sério com essa
questão da capacitação, da sua formação, que tanto requer estudo e esses tipos
de condições em sua profissão. Quero lembrar ainda que essa é uma categoria
formada por 84% de mulheres, que hoje, na maioria das vezes, já possui uma
jornada dupla de trabalho, impossibilitando, muitas vezes, essa capacitação e
essa formação que ajudariam significativamente na atenção prestada aos
pacientes no estado de São Paulo.
Então,
quem quer uma Saúde melhor, uma assistência melhor para os pacientes, dada pela
equipe de enfermagem dentro das unidades de Saúde certamente estarão lado a
lado com a aprovação do Projeto nº 347, de 2018.
Muito
obrigada.
O SR. MARCOS ZERBINI - PSDB -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças
partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as
17 horas e 30 minutos.
O SR.
PRESIDENTE - CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o
solicitado pelo nobre deputado Marcos Zerbini e suspende a sessão até as 17
horas e 30 minutos.
Está
suspensa a sessão.
* * *
- Suspensa às 14 horas
e 53 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 33 minutos, sob a Presidência
do Sr. Cauê Macris.
* * *
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para falar
pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi
pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
presente que ocupa as galerias da Assembleia Legislativa, quero colocar duas
questões.
A primeira é em relação
ao PL 31, de 2018. Quero reafirmar que a bancada do PSOL deseja, luta e faz
gestões para que o PL seja votado imediatamente. (Manifestação nas galerias.)
Quero também
parabenizar todos os ambientalistas, os militantes da causa que defende os
animais, os protetores que estão na Assembleia Legislativa há muitos dias
fazendo um grande movimento, dando uma aula de mobilização, de organização e
cidadania. Vocês estão dando uma grande aula de cidadania e educando a
Assembleia Legislativa, pois estão trazendo para cá uma pauta que nunca foi
debatida de forma ampla. Ela sempre foi debatida em grupos mais restritos,
entre deputados que estão comprometidos com a causa da proteção aos animais,
mas nunca houve um debate em plenário, tomando conta de nossas conversas.
Então, vocês estão
politizando, no bom sentido, e ensinando a Assembleia Legislativa e os
deputados, chamando atenção para esse tema importante, para o combate aos
maus-tratos e à crueldade contra os animais. É um tema muito importante e que
deve ser debatido. O nosso objetivo agora é votar o PL 31, de 2018. Essa é a
posição do PSOL, que defendemos, inclusive, no Colégio de Líderes agora. Vamos
trabalhar nesse sentido durante toda a sessão.
Além disso, Sr. Presidente, quero fazer um apelo ao governador Márcio
França para que sancione o projeto de lei que aprovamos, o PLC 1, de 2013, que
garante a aposentadoria especial para os professores readaptados. É um projeto
que foi construído coletivamente pelos professores.
O professor readaptado
é aquele que adoeceu nas péssimas condições de trabalho da rede estadual, como
a superlotação de salas, a violência nas escolas, a
jornada estafante de trabalho e os baixíssimos salários. Tudo isso leva a um
grande adoecimento de centenas de educadores e educadoras. Esses professores
são afastados da sala de aula, mas continuam trabalhando nas escolas, cumprindo
uma função importante e estratégica na área da aprendizagem, de apoio ao
projeto político-pedagógico das escolas estaduais. Mas perdem esse direito
fundamental garantido pela Constituição Federal, que é aposentadoria especial
do Magistério, que foi a conquista histórica do Magistério Estadual. Foram anos
de luta.
Esse professor
readaptado continua sendo um professor, continua
pertencendo à carreira do Magistério. O estado de São Paulo é o único que não
reconhece isso. As interpretações da PGE são todas induzidas por essa política
de ódio dos governos tucanos contra os servidores e ela dá essa orientação para
a máquina administrativa. Então, esses professores são prejudicados.
O projeto que aprovamos
reconhece esse direito, como outros estados e prefeituras já reconheceram. A
Prefeitura de São Paulo reconhece. A Prefeitura de Santo André copiou o nosso
projeto - copiou no bom sentido, inspirou-se nele - e já o aprovou. Lá, já é
lei. Mas o estado de São Paulo, que é o estado mais rico da federação, com a
maior rede de ensino da América Latina, com cinco mil escolas e 300 mil
professores, e com o maior Orçamento de Educação entre os estados da América
Latina, prejudica os professores readaptados.
Então, faço um apelo ao
governador Márcio França para que não reproduza a política de ódio do PSDB,
sobretudo do governo Geraldo Alckmin, contra os nossos servidores e reconheça o
óbvio: o direito à aposentadoria especial para os professores readaptados.
Termino a minha fala
fazendo esse apelo ao governador Márcio França
e também reafirmando mais uma vez que a bancada do PSOL está disposta a
ficar aqui até as três horas da madrugada para votar o
PL 31, de 2018.
Muito obrigado.
O
SR. ROBERTO TRIPOLI - PV - Sr.
Presidente, peço para utilizar a palavra para falar pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra o nobre deputado Roberto Tripoli, para
falar em nome da liderança do PV.
O
SR. ROBERTO TRIPOLI - PV - PELO ART. 82 - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, Srs. Deputados Srs. Deputados, é raro eu vir
à tribuna. Sou mais um deputado de resultado e pouca imprensa, pouca mídia,
poucos de vocês me viram dando entrevista em rádio, televisão, mas há quase 40
anos trabalho na proteção animal, e com bom resultado.
Posso citar alguns
números, que podem ajudar os senhores a entender a nossa causa. Fizemos várias
leis no município de São Paulo. A primeira delas foi a
criação do Centro de Triagem de Animais Silvestres, no governo Luiza Erundina,
em 1989. Está no parque Ibirapuera e no parque Anhanguera.
Já foram tratados 50
mil animais por essa lei e por esse departamento da prefeitura de São Paulo,
sendo que um terço foi devolvido à natureza. Infelizmente um terço veio a
óbito, e o restante dos animais foi para criadouros conservacionistas.
Fora essa questão,
criamos os hospitais públicos. São três hospitais públicos para cães e gatos,
na cidade de São Paulo. Estamos indo para o quarto agora, na zona sul.
Inauguramos o primeiro na zona leste, zona norte, Butantã, e vamos para a zona
sul.
Esse projeto de
hospital público é uma novidade, em nível de planeta. Nós recebemos em São
Paulo jornalistas da França, do Japão, Estados Unidos, Holanda, que tem um
partido que só cuida de animais. É o único hospital no mundo que cuida dos
animais domésticos gratuitamente. E é o único hospital também que cuida dos
animais silvestres, no Brasil. Foi o primeiro centro a ser criado.
Em relação aos animais
domesticados, proibimos o torque de animal em São Paulo, ou seja, é proibido
carroça, cavalo puxando carroça em São Paulo.
Ajudamos também a
proibir o rodeio na cidade de São Paulo. Em São Paulo, o rodeio é proibido. E
vamos tentar levar para o interior também essa proposta.
Proibimos também com o
“circo legal não tem animal”. É proibida a exibição de animais exóticos em
departamentos e espaços. Essa lei é nossa também.
Aprovei também nesta
Casa o projeto contra a caça. Muitos deputados vieram a esta tribuna dizendo
que são contra o projeto contra a caça. Quero lembrar que o projeto foi
aprovado por unanimidade. Nenhum deputado aqui discutiu, nem aqui, nem no
Colégio de Líderes, nem no congresso de comissões. Nenhum deputado foi contra.
O projeto contra a caça
foi votado por 94 deputados. Houve uma emenda aglutinativa ao projeto, assinada
por 63 deputados. Então, não venham agora os deputados à tribuna, para dizerem que são contra, que vão entrar com uma Adin,
que vão fazer isso, que vão fazer aquilo. No momento, eu não estava aqui
para votar.
Agora, temos um projeto
importante de um colega nosso, o deputado Feliciano. O projeto é de extrema
importância. Eu, presidente da Comissão de Meio Ambiente, realizei uma
audiência pública, em nível internacional. Chamamos aqui o deputado Feliciano.
Chamamos aqui entidades de fora, vieram da Austrália. Houve tradução
simultânea. Esteve aqui o Ministério da Agricultura. Esteve aqui o
vice-presidente da Associação de Exportação de Gado. Esteve aqui a sociedade civil, alguns dos senhores estavam aqui.
Muitos deputados estão
falando que o projeto do deputado Feliciano não teve audiência pública.
Mentira! Nós fizemos uma grande audiência pública em nível internacional.
Agora estive no Colégio
de Líderes, reunido com os Srs. Deputados. Parece que não há consenso em nenhum
projeto. Isso tem, de pano de fundo, não votar o
projeto do deputado Feliciano. Então, nós vamos discutir agora uma urgência do
projeto Itamar Borges, vamos discutir uma urgência de outro deputado, que está
inscrito só para ir adiando o PL nº 31, que é o projeto apresentado pelo nosso
colega deputado Feliciano Filho. Então, mais uma vez quero pedir para os
deputados, para concluir, esse projeto não pode ficar parado. O deputado do
PSDB veio aqui na tribuna e falou “eu sou contra o projeto”. O que não pode é ficar
escondido atrás de saias.
Só para concluir, Sr. Presidente
Srs. Deputados, temos
que votar o PL nº 31, no dia de hoje. Assumam a responsabilidade: votem “sim”,
votem “não”. Qual é o medo que V. Exas. têm? Já teve
deputado ligado ao agronegócio que veio aqui e disse “sou contra”. Pronto. Qual
é o problema?
Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, se não votar o PL 31, este deputado não vai votar projeto nenhum.
Fora isso, quando voltarmos do recesso - que acho que vai ter - com certeza, eu
e o deputado Feliciano Filho, vamos bater na mesma
tecla. Queremos o PL nº 31. Então, ou os
senhores resolvem agora, ou vou ser obrigado, com a pressão popular, a votar na
volta do recesso. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, para requerer a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e
trinta minutos, duas horas e vinte e nove minutos e duas horas e vinte e oito
minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na
verdade, nós nem abrimos a Ordem do Dia, não cabendo, ainda, o pedido de
prorrogação dos trabalhos.
O SR. MARCO
VINHOLI - PSDB - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo
Art. 82, pela liderança do PSDB.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi
pelo Art. 82, pela liderança do PSDB.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, mais uma vez a Casa está cheia.
Terça-feira já pós Copa no Brasil, no resto do mundo tem Copa, mas aqui já não
tem mais Copa do Mundo. Então, atividade “full”,
todos a pleno vapor, projetos aqui de interesse da comunidade.
Primeiramente, quero
iniciar cumprimentando um grande companheiro deputado Gilmaci Santos. Muitas vezes
nós vimos a juventude distante da política, a
juventude indignada, a juventude acreditando que a política não seria o
caminho, deputado Gilmaci Santos, para fazer a
transformação que este País precisa. Movimento de rua, movimentos sociais,
jovens engajados em várias formas de se fazer política. Mas há muito não se via
jovens em mandatos, jovens cada vez mais se preparando, atuando para que
pudessem fazer diferença na carreira pública. E hoje aqui, iniciando a minha
fala, quero cumprimentar um grande jovem, um dos maiores quadros políticos
deste Estado, nosso presidente deputado Cauê Macris, que está presidindo esta Assembleia com honradez.
Deputado Cauê Macris, V. Exa. tem um valor muito
grande para nós por sua atuação, por tudo que V. Exa. nos
ensina com a sua juventude, com a sua garra, tudo que V. Exa. construiu dentro do nosso partido, no Legislativo paulista
se aproximando da sociedade, tudo que nós confiamos que V. Exa., sem sombra de
dúvidas, ainda será o futuro do nosso Estado. Quero, então, cumprimentar você,
meu grande amigo, nobre deputado Cauê Macris.
Querido Antonio Salim Curiati, quero colocar aqui a nossa preocupação com uma
série de temas. Um deles, colocado aqui de forma importante, que é a LDO. Estamos discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado,
está na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, sabemos que mais dia
menos dia vai vir aqui para plenário, e foi colocado nela um programa, que
venho falando aqui há vários dias, seria importantíssimo que existisse um programa
assim de construção para a juventude do
estado de São Paulo, mas não, um caráter eleitoreiro, como foi posto, o chamado
Jepoe do governador Márcio França. O líder do
governo, o deputado Carlos Cezar, esteve aqui outro dia. Eu citei a escolha
eleitoreira dos municípios, partindo daí a escolha dos municípios para o
projeto. Foram 16 cidades escolhidas, e ele me disse que foi tecnicamente
escolhido, republicanamente. As cidades que vão ter o embrião desse projeto
foram escolhidas porque têm o pior índice de criminalidade nas suas regiões. E
daí nós fomos atrás. Das 16 cidades escolhidas, 10 tiveram queda de homicídios
dolosos, em 2016 e 2017, duas estáveis e quatro com leve crescimento.
Daí
fui buscar lá atrás, quando foi feito lá em São
Vicente, que consideram que é o modelo para isso. Queria lembrar aqui que, no
período em que foi colocado esse projeto em São Vicente, tivemos uma redução de
30% em todo o estado de São Paulo. Em São Vicente, a vitrine para esse
programa, 27 por cento. Ou seja, menor do que no restante do Estado. Ora, de 16
municípios colocados como teste, nesse momento, 15 têm o IDHM alto. Eu poderia
citar aqui um por um, qual tem vinculação política com os quadros ligados ao
governo. Estamos diante de um projeto muito parecido com aquele feito pelo
Garotinho, no Rio de Janeiro, que culminou com sua cassação e prisão, naquele
momento: cheque cidadão, algum nome assim, um negócio parecido com esse. Perto
da eleição foi prometido aumentar o número exponencial de vagas, num modelo de
uma bolsa estabelecida por lá, e com isso a Justiça Eleitoral entendeu que
haveria um crime eleitoral naquele momento.
Estamos
diante de um descalabro muito similar àquele que foi colocado. Não tenho a
menor dúvida de que o programa poderia atingir mulheres, como não está
atingindo, poderia ter uma faixa de corte naqueles municípios que têm, de fato,
um problema de criminalidade. Poderia também colocar empregabilidade no bojo do
projeto, a questão da Educação, o vínculo com permanência em aula, com boas
notas, mas não tem. O que vemos, hoje, é que o estado de São Paulo é uma
tentativa meramente eleitoreira de enganar a juventude paulista.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem
do Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
* * *
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr.
Presidente, requeiro a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e 30
minutos, duas horas e 29 minutos e duas horas e 28 minutos.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou colocar agora o
pedido de prorrogação dos trabalhos por duas horas e 30 minutos.
Em
votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Sr.
Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta
Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os
Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis deverão registrar o
seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como
“não”.
* * *
-
É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
O SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr. Presidente, declaro a
obstrução da bancada do MDB e voto “sim”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Registrada a declaração de obstrução da bancada do MDB.
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr. Presidente, declaro a
obstrução da bancada do PSDB.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Registrada a declaração de obstrução da bancada do PSDB.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Sr. Presidente, declaro a
obstrução da bancada do PRP.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Registrada a declaração de obstrução da bancada do PRP.
O SR. ED THOMAS - PSB - Sr. Presidente, declaro a
obstrução da bancada do PSB e voto “sim”.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Registrada a declaração de obstrução da bancada do PSB.
O SR. ROBERTO TRIPOLI - PV - Sr. Presidente, declaro a
obstrução da bancada do PV.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Registrada a declaração de obstrução da bancada do PV.
O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Sr. Presidente, declaro a
obstrução da bancada do PRB.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Registrada a declaração de obstrução da bancada do PRB.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PT está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PT.
O
SR. RAUL MARCELO - PSOL - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSOL está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSOL.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do DEM está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do DEM.
O
SR. CORONEL CAMILO - PSD
- Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSD está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSD.
O
SR. GUSTAVO PETTA - PCdoB - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PCdoB está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PCdoB.
O
SR. RICARDO MADALENA - PR - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PR está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PR.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB
- Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSB está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSB.
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - Nós estamos votando
agora a prorrogação dos trabalhos?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Todos sabem que é prorrogação.
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - Sr.
Presidente, qual o número necessário para fazer a inversão?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Quarenta e oito.
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - Quarenta e oito
votantes?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB
- Sim.
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - Obrigado.
* * *
- É feita a verificação
de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, participaram
do processo de votação 47 Srs. Deputados: 46 votaram “sim” e este deputado na
Presidência, resultado que dá por rejeitada a prorrogação da sessão.
Lembro, ainda, que já
existem mais dois pedidos de prorrogação dos trabalhos, os quais serão colocados
em votação no momento oportuno.
Srs. Deputados e Sras.
Deputadas, há sobre a mesa requerimento solicitando
tramitação em Regime de Urgência para o Projeto de lei nº 1012, de 2017, de
autoria do deputado Itamar Borges.
Em discussão. Para
discutir a favor, tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde
a todos. Continuando, quero falar sobre um assunto importante, para o qual
todos os parlamentares presentes fizeram um grande esforço no fim do ano
passado. Foi uma conquista histórica da Casa e já havia ocorrido uma conquista
similar no Congresso Nacional.
Tantas vezes,
injustamente, as emendas parlamentares foram tratadas como algo que não fosse
bom para a população do estado de São Paulo, mas, através do avanço do
Congresso Nacional, foi implementada a emenda
impositiva.
Sabemos a importância
dos representantes que têm um contato diário, próximo, com suas bases poderem
dar satisfação e levar a elas essas importantes emendas, essas transferências
de recurso que fazem a diferença. Muitas vezes pensamos naquela cidade grande,
macro, que recebe uma emenda parlamentar como complemento, mas se esquece
daquela entidade lá na ponta, que depende daquele dinheiro para tocar seu
serviço.
Então, no fim do ano
passado, por unanimidade - uma conquista histórica deste parlamento - foi implementada, assim como já tinha sido no Congresso
Nacional, a emenda impositiva no nosso Estado. Ela consiste em 0.3% direcionado
para que os 94 deputados possam encaminhar emendas, metade para a área da Saúde
e metade para as outras áreas.
A partir disso,
iniciou-se esse processo. Esta Casa aprovou as emendas e fez, através da
aprovação de uma PEC, a possibilidade de que as entidades assistenciais do
estado de São Paulo pudessem receber seus recursos.
Essas entidades, há certo tempo, vêm sofrendo. A lei 13.019 alterou todo o
modelo de convênios das entidades assistenciais com o estado de São Paulo - com
o Brasil todo, mas no estado de São Paulo também. Eu trabalhei no social, sei
como isso pegou de perto.
Através da aprovação dessa PEC, instaurou-se uma nova esperança para as
entidades. Eu, pessoalmente, rodei muitas Apaes
do estado de São Paulo, muitas entidades ligadas à criança e ao adolescente no
estado de São Paulo, de combate à drogadição, de
combate à violência, uma série de serviços que o Estado não consegue cumprir,
mas que o terceiro setor faz.
Com
isso, esta Casa aprovou, por unanimidade também, um projeto de lei de minha
autoria, e de autoria coletiva dos nossos pares, com alterações ao Orçamento do
Estado, possibilitando, além de alterar essas emendas para entidades e
prefeituras, com que pudéssemos ter a correção de três pontos fundamentais que
tinham sido colocados no Orçamento do Estado.
O Hospital
Universitário da USP tem uma demanda muito grande para poder reestabelecer seu
efetivo, desde 2013. A região oeste de São Paulo clama por isso. A Unicamp, em
uma emenda importante, de custeio para a Unicamp. O deputado Ed Thomas
trabalhou muito para que pudéssemos ter recursos para melhorar o Itesp. Sua Excelência faz um trabalho junto aos assentamentos
e à agricultura familiar do estado de São Paulo.
Essa lei aprovada foi
para o governador Márcio França. Quando foi para lá pedimos, na época, a
urgência, que ele pudesse sancionar esse projeto, mas, sobretudo, que pudesse
fazer ou a sanção ou o veto de maneira rápida. Eis que o governador levou esse
projeto até o limite do prazo. Quinze dias e, quase na vigésima quarta hora do
último dia, para vetar esse projeto. Os sonhos e expectativas de várias
entidades do estado de São
Paulo,
nas quais os parlamentares desta Casa colocaram emendas, ficaram frustrados.
Vimos uma série de políticas do Governo do Estado,
divulgando na imprensa. Vamos ver o que vai virar realidade ou não. O que vimos
foi a total frustração para as entidades assistenciais do estado de São
Paulo e para
esses três campos que coloquei aqui, sobretudo o HU, que tem cobrado, dia e
noite, a solução da questão. De forma urgente, temos que resolver essa questão
na Casa.
Por isso, gostaria de solicitar aos parlamentares
presentes que pudéssemos suspender os trabalhos e fazer um congresso de
comissões para preparamos o veto do governador Márcio França e, se possível,
derrubá-lo ainda hoje, em uma sessão extraordinária, fazendo justiça àquilo que
a própria Casa aprovou, corrigindo as emendas dos deputados.
Cito muito as entidades, porque nenhuma entidade do
Estado teve o seu convênio feito. Desse restante das emendas que ficou para
trás, a imensa maioria é para entidades assistenciais e para esses três campos
que citei: o HU, o Itesp e a Unicamp. Sabemos da
disputa que está colocada em vários temas, mas que possamos construir, hoje, a
derrubada desse veto. É um veto a um projeto dos 94 deputados, que acabou por
prejudicar, sobretudo, essas entidades.
É muito legal observarmos o estado de São
Paulo
preterindo entidades assistenciais para incentivar o recapeamento asfáltico. É óbvio que o
recapeamento é importante, os munícipes o querem. Agora, é muito prejudicial ao
estado de São Paulo preterir as emendas que são feitas para cuidar
daqueles que mais precisam. Não é o modelo que nós acreditamos, não é o modelo
que nós queremos para São Paulo.
Iremos trabalhar para que essa derrubada possa
acontecer ainda hoje. Questiono aos líderes presentes. O Partido dos
Trabalhadores está reunido, e levo a vocês essa questão. O PSOL e o PPS também
estão reunidos. Que possam levar em consideração todas essas questões. Há uma
preocupação muito grande em torno disso.
Sabemos também que essa LDO tem uma série de problemas
de redução de metas em locais estratégicos. Saúde é um deles. Falei aqui da
redução da meta nos funcionários do SUS e na fabricação de medicamentos que são
essenciais, sobretudo, para a camada mais pobre do Estado.
Na Educação, sabemos da importância da alimentação
dessas crianças. Muitos vão à escola e fazem a sua única refeição do dia. A
redução de metas nessa área para o próximo ano é algo que nos assusta. Que
possamos fazer um debate franco em torno disso. Na LDO, apresentamos o nosso
voto para ser debatido. Que o governo possa levar em consideração as nossas
ponderações, sobretudo nessas áreas que coloquei e na questão do alistamento
civil.
Hoje também ocorreu uma série de discussões no Colégio
de Líderes a respeito dos projetos de deputados. O pessoal do PL 31 e aqueles
que são contrários ao projeto estão aqui
reunidos. Neste momento, dificilmente temos consenso a respeito dos projetos de
deputados. Fora esse projeto, há outros projetos. Sei do projeto sobre a
enfermagem, da deputada Analice Fernandes. Esse
projeto tem muita importância para toda a comunidade da enfermagem.
O deputado Wellington Moura também está aqui, com o
seu projeto de proibição de consumo de bebida alcoólica no pátio dos postos de
gasolina. Eu sei da importância que tem isso, seja para o seu mandato, seja
para esta Casa, para o estado de São Paulo, essa discussão. Sabemos da
importância, e que, no momento correto, possamos avançar nesse tema.
Bom,
já estamos aqui em uma construção importante, querido Celso Nascimento. Nós
chegamos ao fim do semestre com uma série de projetos aprovados importantes
para o estado de São Paulo.
Semana
passada aprovamos o projeto do Detran.
Uma contribuição da Casa como um todo. A Assembleia Legislativa entendeu que o estado de São Paulo sofreria se esse
projeto não fosse aprovado, e respondeu de forma rápida e contundente a
sociedade paulista.
Vejo
aqui o deputado Fernando Capez, que também teve um
importante veto derrubado, no projeto das farmácias. Lutou muito para que isso
fosse concretizado. É um projeto relevante para o estado de São Paulo, e ele
conseguiu concluir esse trabalho nas últimas sessões.
Vejo
aqui deputado Gustavo Petta, preocupado com o projeto
das bolsas permanência para a Etec e para a Fatec.
Ele tem uma história de vida ligada a esse movimento, e eu me disponho a, junto
com V. Exa, poder produzir
uma emenda. Que possamos melhorar esse projeto e poder trazer ele também em um
futuro próximo aqui para este plenário.
Estamos
em um momento importante para o estado de São Paulo. Está aqui o pessoal do PL
31. Já me coloquei contrário ao PL 31, com todo respeito, carinho e admiração
pelo nobre deputado Feliciano Filho, talvez de forma menos brilhante de como o
deputado Barros Munhoz colocou na última semana a posição dele. O Barros é um
mestre da oratória, um mestre da política.
Hoje
fui questionado por um jornal por que eu seria contrário. Eu coloquei a minha
posição. Eu avalio que proibir no estado de São Paulo, mas com a continuidade das exportações
para outros portos, Pará, Paraná, não deve resolver o problema.
Então,
com todo carinho e respeito ao deputado Feliciano Filho, eu avalio que a regulamentação,
a produção talvez de uma emenda para o projeto... Que possamos construir essa
emenda juntos, querido Feliciano. Registrei aqui a sua luta, a sua construção
na defesa dos animais, e os motivos da minha discordância sobre o projeto, mas
vou me colocar para trabalhar, para que possamos construir uma emenda em
conjunto, e aí sim poderei dar apoio a esse projeto.
Minha ponderação é no sentido de que proibir
no estado de São Paulo,
mas continuar com a permissão em outros estados, só vai fazer esse animal
viajar mais.
Estamos
diante da classe produtiva do estado de São Paulo São Paulo. São Paulo é a principal barreira
sanitária para esses animais, é quem baliza todo o mercado de gado no País. É
passando aqui por São Paulo que se dá esse preço. Nós entendemos que essa
relação, assim como é no Uruguai, a regulamentação dessa exportação, o trabalho
para que aumente sim o cuidado com esses animais... Nós temos ali
regulamentado...
Que
aqueles que fazem, igual foi mostrado no vídeo, maus-tratos,
sejam punidos severamente, mas que também seja garantido o direito do produtor,
o direito do pecuarista, que é regulamentado aqui no País, e é uma profissão
digna, importante para o Brasil, para estado de São Paulo, que ela possa também
continuar e ser respeitada.
Eu
aqui não sou radical, não trabalho fora da razão, e tenho certeza que este é o
melhor caminho diante desse projeto. Poder construir saídas, em que temos uma
maior segurança de que esse animal não vai sofrer, mas é simplesmente
irracional proibir no estado de São Paulo, sendo que outros estados
vão continuar com a exportação, e nós vamos fazer esse boi viajar mais,
por um porto com uma fiscalização menor.
Ouvi
a ponderação: “mas São
Paulo
daria o exemplo”. Nesse caso, não. Nesse caso, o exemplo que estaria sendo dado
é um exemplo fora do que seria importante, tanto para a pecuária paulista, para
a questão da produção paulista, que é muito grande, é referência. Daríamos uma
incerteza tanto para esse mercado quanto para aqueles que defendem os animais.
Por conta disso, já declarei antes, de forma respeitosa, o meu voto. Nós vamos
trabalhar muito nesse sentido.
Eu acho, de forma muito
importante, que esse debate para a Casa fortalece tanto a democracia quanto o
posicionamento de todos os parlamentares. Essa questão da exportação de gado é
uma questão que não era debatida dessa forma nesta Casa e nos
trouxe até mais conhecimento, de que forma é feita, qual o papel do Brasil
nesse mercado, de que forma pode crescer e de que forma pode também se
regulamentar para estar dentro de critérios cada vez mais rigorosos de defesa
dos animais. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para falar contra, tem a palavra o nobre deputado Alencar Lula Santana.
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Quero cumprimentar todos que estão presentes no plenário, os protetores e os
demais presentes. Quero cumprimentar os colegas deputados, o presidente, os
servidores da Casa e quem nos acompanha pela TV Alesp.
Eu vou dividir o meu
tempo em três assuntos. Primeiro, quero parabenizar novamente todos os
protetores que estão presentes, na luta. A questão não é simplesmente
econômica, se vai ou não ganhar mais dinheiro, a questão é humana. Pode até
ganhar dinheiro, mas que, no mínimo, seja de forma humana, com respeito. O
Brasil pode dar o exemplo, o estado de São Paulo pode sair na frente, nesse
sentido. Então, parabéns a todos vocês. (Palmas.)
Acho que esta Casa tem
que terminar o semestre votando esse projeto. Ela tem que dar o exemplo. Não dá
para encerrar o semestre de forma silenciosa, adiando aquilo que pode ser
resolvido hoje. Aliás, já estamos atrasados, porque o compromisso era anterior.
Que tenhamos, no mínimo, dignidade de fazer isso, dar uma resposta à sociedade
de forma transparente. Que a posição verdadeira se manifeste através do voto
nesta Casa, que não continuemos, eventualmente, enganando as pessoas que aqui
estão. (Palmas.)
Vou deixar, novamente,
uma pergunta para vocês, que estão aqui, pecuaristas, gente do setor. Eu já
falei um pouco semana passada, mas agora vou ser até mais direto. Vou pegar
novamente o que está escrito naquela faixa. “Para quem não sabe, hoje, na verdade,
os animais são mais bem tratados e respeitados do que a maioria da população
brasileira”. A pergunta é para vocês: na fazenda, vocês são melhores tratados
que os animais ou não? Reflitam sobre isso. Depois, alguém, por ventura, pode
nos dar a resposta. (Palmas.)
Agora eu queria mudar
de assunto, porque nós vamos voltar, daqui a pouco, a falar sobre essa questão
da proteção. (Manifestação nas galerias.)
Pode responder, fique à
vontade. Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Peço, por favor, que a galeria não se manifeste. Não é lícita a manifestação.
Todos são sempre bem-vindos aqui, mas não é lícita a manifestação da galeria
durante o processo de debate no plenário. Peço,
mais uma vez, por favor, a compreensão de todos vocês para que a palavra do
deputado que está na tribuna seja garantida.
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - Para continuar, que
venha aqui, depois, algum deputado que seja contra o projeto e diga o
posicionamento deles, se são melhores ou piores tratados. Quem sabe o deputado
Barros, que falou semana passada, venha à tribuna e explique isso para nós.
Senhoras e senhores, vou abordar um assunto que chamou a atenção de todos no
final de semana, do deputado Capez, promotor de Justiça, homem do Direito, e
que foi pauta do noticiário, não só nacional como internacional. Eu queria,
quem sabe, ouvir V. Exa. se
pronunciar. Vamos dizer aqui qual a opinião de mais deputados, como o deputado
Campos Machado e outros, se o presidente Lula tinha direito ou não à liberdade.
Foi dada a sentença por um juiz, uma decisão, uma liminar que diz que ele
deveria ser solto. Ora, senhoras e senhores, o juiz de plantão, um
desembargador, não é um juiz qualquer. Ele é o desembargador titular daquele
tribunal.
No final de semana,
todo e qualquer fórum, todo e qualquer órgão de Justiça tem o seu juiz de
plantão responsável. Ele estava cobrindo o final de semana, e chegou para ele
um processo que teve entrada na sexta-feira. Chegou uma decisão, e ele mandou
soltar. Nós aqui, e parte da sociedade, pede ordem, senhoras e senhores. Pede
até a porrada para ter a ordem, mas, quando chega uma
decisão, uma ordem, a Polícia Federal, do governo Temer, do ministro da
Justiça... O super juiz Moro diz que não vai cumprir.
Ora, que ordem é essa?
Que ordem é essa? É a ordem pessoal, do meu desejo, do meu interesse, ou é a
ordem da Justiça? Nós contestamos a condenação do presidente Lula e vamos até o
fim contestando, não importa a concordância de A ou de B, mas nós estamos
procurando os meios adequados, estamos procurando a Justiça, a mesma que nos
condenou. O Lula está lá preso por uma ordem judicial, estamos contestando na
Justiça essa condenação e, do ponto de vista político, estamos denunciando.
Mas, senhoras e
senhores, para entender o que é um juiz de plantão, imaginem alguém que quebra
a perna, quebra um braço, fratura algum órgão e vai ao médico. O médico faz uma
cirurgia, engessa, faz o tratamento, e a pessoa se recupera. Dias depois ela
volta a ter um novo problema - tem uma nova fratura, ou procedimento não foi
adequado - e vai ao Pronto-Socorro, e lá está o médico de plantão.
Então, deputada Beth Sahão, nossa líder, o médico plantonista vai atender a
pessoa, e ela diz: “Eu fui atendida pelo médico tal”. “Mas esse médico está de
férias, então eu não vou atender. Volte depois, quando ele voltar”, diz o
médico. O que vocês acham disso? Ela vai esperar o médico voltar de férias para
ter o atendimento adequado?
Isso é corriqueiro, e
na Justiça também é. O juiz estava lá em Portugal, sei lá qual vinho ele estava
tomando, qual bacalhau ele estava comendo... Sem ele ser juiz do processo,
porque o processo não é da pessoa, é do juízo, deputado
Fernando Capez, é da vara, é da turma, o que
seja. Havia lá naquele momento um juiz titular, de plantão, como um médico
plantonista, para socorrer alguém, e ele deu sua sentença.
Daí prorroga daqui, não
cumpre a ordem, dizendo que o Moro disse que não era...Como
o Moro assinou a decisão de férias? Ele estava de férias lá em Portugal, mas
decidiu. Há uma nova decisão, e então vem o relator do processo também dizendo
que não cabe ao Moro, deputado Luiz Fernando, sendo que o problema alegado era
outro, era outra questão. Ele vai lá e também descumpre.
Há então uma nova
ordem, mandando soltar Lula sob pena de crime de desobediência,
e a Polícia não cumpre, deputado Campos Machado. Ela não cumpriu a ordem,
quebrou o sistema. O próprio Judiciário quebrou o sistema, que na verdade já
está quebrado há tempo, desde que deram o golpe - o que talvez muitos aqui aplaudiram, e por isso nós sofremos hoje.
Nova decisão é dada,
com prazo de uma hora. A Polícia Federal enrola daqui, enrola de lá... O
ministro da Justiça, Raul Jungmann, troca mensagens
de Whatsapp com uma deputada dizendo que a Polícia
Federal não ia cumprir a decisão, deputado Feliciano. O presidente do Tribunal
disse que não era para cumprir a decisão porque eles iam dar um jeito de
revogar a decisão, deputado Raul Marcelo. Ele trocou mensagens com a deputada
Maria do Rosário, do Rio Grande do Sul. Ele trocou mensagens dizendo isso.
Como pode um juiz cujo
processo não chegou até ele, dizer que vai reverter a
decisão do outro e mandar a polícia não cumprir a ordem? Ora, a ordem não era
válida? Qualquer pessoa que discordasse da decisão teria o direito de
contestá-la no sistema Judiciário brasileiro. Qualquer procurador teria o
legítimo direito de fazer isso. Mas não é possível qualquer juiz,
desembargador, mesmo ministro do STF ou ministro da Justiça - o que seja -
dizer que não vai cumprir a ordem. Gostaria que os deputados da ordem, aqui, se
manifestassem também sobre isso, que dissessem o que eles pensam,
o que eles acham, porque isso coloca em risco não a liberdade do Lula...
Com certeza, pela perseguição,
foi possível para perceber, de forma mais nítida, que mais um pedaço da máscara
do Moro caiu; um pedaço da máscara do Tribunal de Porto Alegre e da Globo e companhia também caiu. Mas provavelmente eles
iriam cassar essa decisão nesta semana. Ok, poderíamos não ficar contentes,
iríamos contestar. Mas iríamos através dos meios legítimos. E o que vimos não
foi isso.
Então, quero deixar
registrada aqui a nossa indignação, nossa repulsa ao que aconteceu no final de
semana em Porto Alegre. Moro, mais uma vez, demonstra que não é um juiz de
respeito. O presidente do Tribunal Federal Regional de Porto Alegre demonstra
mais uma vez que também está no meio do golpe. Agora, depois do episódio, estão
caladinhos. Decidem com a caneta... O cara não estava em trabalho no final de
semana, foi lá e revogou a decisão do outro sem provocação anterior. Onde já se
viu isso? Imagine, mais uma vez, se um médico de plantão pode ou não atender um
caso que chega até ele; ele passa a ser o responsável. Da mesma maneira, são os
juízes, promotores, defensores etc. de plantão.
Porém, o mais
importante aí é a percepção popular, que cresce a cada novo dia, de que Lula é vítima de um sistema que o persegue, que não quer que
ele seja eleito. Esse sistema deseja a exploração econômica, não só dos
animais, mas principalmente dos seres humanos. Esse sistema quer a venda das
nossas riquezas e reservas. Quer fazer conta só de sinal negativo para o povo:
tira daqui, tira de lá. Enquanto a vida, no dia-a-dia das pessoas, piora. A
fome e a miséria voltam. A situação econômica dentro da família piora a cada
dia. O jovem se vê diante de uma perspectiva negativa de futuro. É isso que esses caras estão fazendo. E que nós possamos refletir muito
bem sobre isso.
O deputado Marco Vinholi veio aqui também falar da nova política, de
políticos jovens. Não basta só a juventude para dizer que é bom. Nem basta só
dizer que é novo. Doria se postou como novo. Enganou o povo, primeiramente,
dizendo que era trabalhador. Mas é um político do rancor, do ódio, da
perseguição. Disse, também, que iria dar ração às pessoas - não para os animais
-, dizendo que iria resolver o problema da fome. Hoje, é candidato a governador
pelo PSDB, como se fosse novidade. Mas, deputado Marco Vinholi,
política tem que ser feita com coerência; não podemos fazer com hipocrisia como
fez mais uma vez o Doria, enganando o povo.
No final do ano
passado, ficamos aqui entre o natal e o ano novo para votar o Orçamento.
Manobras, imposições e autoritarismo foram feitos nesta Assembleia, burlando a Comissão de Finanças, Orçamento e
Planejamento, burlando o processo aqui no Parlamento, porque o PSDB queria
votar o Orçamento antes do final do ano. PSDB que nunca pagou as emendas dos
deputados. São irrisórios os pagamentos, isso quando eram voluntários. O
governo Alckmin também disse que pagou, na época do impositivo, agora no começo
do ano - balela, não pagou nada. Só fez propaganda, só fez média com os
prefeitos e deputados.
Agora, o PSDB quer
aumentar a emenda impositiva. Nós podemos votar, não tem problema nenhum. Vamos
apoiar isso, não tem problema, essa não é a questão. Mas não podemos terminar
votando só isso. Não podemos, temos que votar mais. E a pauta depende do
presidente da Assembleia Legislativa. Essa juventude, deputado Marco Vinholi,
tem que ser feita para valer. Não basta o rosto de jovem, tem que saber ser a
política da democracia, tem que saber ser a política da verdade, da coerência.
Hoje, nesta Assembleia
Legislativa, neste Parlamento, também há uma política de ódio presente. Talvez
não seja manifesta e nem todo mundo perceba, mas ela está presente nos
bastidores, nos pequenos atos de vingança. Nós fizemos e fazemos oposição ao
PSDB. Estamos em oposição ao governo Márcio França, a quem temos críticas.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Vossa Excelência me concede um
aparte?
O
SR. ALENCAR LULA SANTANA - PT - Não, o meu tempo está
acabando, só tenho segundos.
Hoje, o governador
Márcio França deu uma entrevista dizendo que o candidato dele é o Geraldo
Alckmin, o candidato que destruiu a Educação e a Segurança no estado de São
Paulo, o candidato contra a proteção animal, que é amigo dos fazendeiros. Sabem
quem é um dos coordenadores do Geraldo Alckmin? É do setor agropecuário, o
coordenador do programa nacional dele. Por isso também há resistência do PSDB
ao PL 31.
Então, espero que a
verdadeira política seja feita de forma transparente e que esta Assembleia
Legislativa dê exemplo. Não dá para esta Assembleia Legislativa continuar
fingindo, enganando o povo, e o PSDB tentando dizer que é o bonzinho, pois não
é nem um pouco.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, eu já venho dizendo isso desde o início do
governo Márcio França e está posto aqui: o PT defendendo o governo Márcio
França. É o mesmo campo político, não sei se é a segunda opção do PT, não sei
como estão as tratativas, mas, com a fala do deputado Alencar, fica evidente o
campo político que está posto.
Queria questionar o
deputado Alencar, para que nos traga quantas emendas impositivas foram assinadas pelo governador Geraldo Alckmin no período
do primeiro semestre e se houve alguma do PT ou não, e quantas emendas
impositivas o PT teve no governo Márcio França. Conseguimos ver de forma muito
fácil a postura republicana que existiu no primeiro
semestre, até a saída do governador Geraldo Alckmin, e o que aconteceu depois
da entrada do Márcio França, que não assinou nenhuma emenda impositiva e deu,
para os seus parceiros, os seus “autorizos”.
Fica evidente o campo
político do PT e do Márcio França, que é o mesmo, com a defesa do governo pelo
deputado Alencar.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para falar a favor, tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. (Ausente.)
Para falar a favor, tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo. (Pausa.)
Deputado Rillo, o
deputado Feliciano, na verdade, está inscrito contra o requerimento. Vale
lembrar que, se V. Exa. retirar sua inscrição, não
poderá mais se inscrever neste requerimento. O deputado Feliciano trocou.
O deputado João Paulo
Rillo está trocando sua inscrição, para falar contra.
Para falar a favor, tem
a palavra o nobre deputado Cássio Navarro.
O
SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Boa noite, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente que enche as
galerias nesta sessão de hoje. Cumprimento toda a equipe que faz a assessoria
de nossos trabalhos.
Este
requerimento de urgência do nobre deputado Itamar Borges, tenho
certeza que é importante, mas temos aqui, nesta Casa de Leis, a oportunidade da
discussão. Isso nem sempre é possível, de acordo com o entendimento de cada
deputado.
Já demonstrei,
inclusive por meio das mídias sociais, meu apoio a diversas matérias. Nenhum
deputado tem que vir a esta tribuna falar algo nas suas mídias sociais, nos
sites, e aqui dizer outra coisa, por causa da galeria cheia. Tem que respeitar
todas as pessoas que vêm aqui. Por isso temos que tratar todos os assuntos de
forma clara.
Confesso que na última
oportunidade que tive, de estar nesta tribuna, fui um pouco criticado. Mas hoje
escutei atentamente cada deputado que ocupou esta tribuna, e em momento algum
falei que estava obstruindo os trabalhos. Mas sofri muita crítica, na última
vez.
Por isso, acredito que a questão que coloquei aqui, no meu último pronunciamento,
sobre a transposição do rio Itapanhaú, já está bem
encaminhada, bem definida, porque muito antes deste momento pré-eleitoral, nós
já tínhamos discutido e visto tudo que era possível fazer para que a
Baixada Santista não tivesse dificuldades na questão da oferta de água para sua
população.
Vamos discutir muito
mais? Sem dúvida, porque a região está em pleno desenvolvimento, e precisa não
só de uma maior captação de água, mas precisa também de energia, que já falta
hoje para a região da Baixada Santista.
Tivemos também, há
pouco tempo, uma discussão sobre energia, sobre uma termoelétrica em um dos
municípios da Baixada Santista. Houve um movimento contra e perdemos a
oportunidade do aumento da capacidade de energia para a região, sem que
houvesse uma discussão plena, para que víssemos a nossa necessidade, que existe
para a região, de energia, de um aumento da energia.
Não discutimos e
perdemos essa oportunidade. E agora vamos ter que, novamente, fazer outras
discussões, em breve. Precisamos, sim, do entendimento dos ambientalistas, para
que eles entendam. Não acredito que haja um deputado aqui que queira ir contra
a natureza.
O
SR. ROBERTO TRIPOLI - PV - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - A
respeito desse rio, no litoral de São Paulo, a preocupação maior dos
ambientalistas é a questão do manguezal.
Retirando a água desse rio, para abastecer a questão da energia, reduzimos a
água doce que vem para o mar. A água doce encontra com a água salgada em
terras imersas, que propicia o nascer do plâncton, que é onde começa a vida
marinha e a vida humana.
Nossa preocupação é em
relação ao manguezal. Esteve aqui um pessoal da Faculdade de Oceanografia,
discutindo essa questão. Também esteve aqui a Cetesb e o Meio Ambiente, querendo ver de que forma
resolver a questão da energia, que é importante, como V. Exa.
colocou, e a outra questão é preservar a vida que é o
manguezal.
Só para deixar
registrado aqui, trabalhamos com a proteção na área ambiental, o que
questionamos é a questão do manguezal. Eles vão tentando resolver quanto vai
retirar de água, para não afetar o manguezal, porque vai desviar o córrego do
rio e vai afetar o manguezal. Então, nossa preocupação, por favor, não é com a
obra, é com o manguezal.
Muito obrigado pelo
aparte.
O
SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Seu aparte sempre
contribui com nossos pronunciamentos, nobre deputado.
A questão energética
não era no rio Itapanhaú, no município de Bertioga,
mas uma questão no outro município, ao extremo, em Peruíbe. De qualquer forma
contribui, porque a preocupação tem, sim, que ser sempre plena com a natureza.
E a questão dos manguezais na Baixada Santista tem que ser olhada com bastante
critério, porque fora essa questão de desenvolvimento, que
pode afetar a questão do meio ambiente, de manguezais, temos uma questão
de poluição descontrolada, que afeta muito mais, penso eu, neste momento em que
estamos.
Mas quero falar ainda
que no último momento fui bastante claro, e pude colocar esses pontos. Mas
quero dizer neste momento que o problema da Baixada transcende um pouco a
questão do meio ambiente, até porque nós temos um porto que é considerado o
maior porto da América Latina, e que tem dia e hora para acabar. Afinal nós
temos um calado de apenas 14 metros, que não recebe “big ships” hoje, que
acabam ultrapassando o Canal de Panamá e acabam não conseguindo aportar no
porto de Santos.
Pra isso temos que ter
uma discussão ampla. Afinal, vai mexer também com o meio ambiente. Vai ter toda
uma tratativa daquilo para que pode ser utilizado o
porto de Santos ou não, e sem dúvida, trabalhar em conjunto com os demais portos
que existem em nosso país. Seja o porto de São Sebastião, ou já no Rio de
Janeiro, no Paraná, mas tudo aquilo que nós acabamos não conseguindo utilizar
no estado de São Paulo, nós acabamos perdendo para outros estados.
Por isso que é importante essa discussão, para que não haja perda em nenhum
lado, para que tanto a parte produtiva possa trabalhar, mas que a parte
ambiental também seja respeitada, assim como também os ambientalistas. Por isso
eu digo da importância dessa discussão.
Só que - ainda lembro
bem - quando falamos do embarque em Santos, nós temos uma discussão há longo
tempo, que já proibiu o embarque em Santos, o que não é, penso eu, o mais
difícil. Afinal, a chegada ao porto de Santos está muito complicada. Estamos
discutindo a questão viária, que já há muito tempo está por se fazer a chegada ao porto, e que isso não é considerado.
Eu sempre digo que
chega num momento de eleição, período pré-eleitoral, muito se diz de
investimentos, seja na ligação seca Santos-Guarujá, da perimetral de Santos, da
melhoria da chegada ao Guarujá, porque tem a sua margem do porto também. Só que
isso tudo fica na fase da discussão. Não conseguimos progredir para que, realmente, consigamos um investimento necessário para poder
escoar a produção, e assim possamos receber toda parte de mercadoria através do
nosso porto de Santos, que fica entre Santos e Guarujá e que precisa, sim, de
um olhar clínico, para que ele possa ser modernizado, respeitando e não
afetando as questões ambientais.
Quero, ainda neste
momento, levar atenção de que nós estamos atravessando um momento aonde muito
vêm sendo discutidas questões eleitorais, através das questões políticas, se
falando em acordos partidários. E o que eu quero ver? Eu quero participar da
discussão. Eu quero ver candidatos que possam, realmente, ter
propostas para que possamos, realmente, discutir sobre propostas, para que
possamos mostrar um novo governo com metas, que apresentou propostas no
momento certo. Isso eu aprendi nos momentos que tive, seja nos meus mandatos, que tive em município como vereador, quando coordenei campanhas
eleitorais, ou mesmo aqui nesta Casa, onde acredito que, com planejamento, nós
construímos o futuro - e não com temas, que têm critérios para serem
discutidos, mas são colocados em um momento eleitoral, nem sempre para poder
trazer a transparência para aqueles que acompanham.
Afinal, sempre que há
este planejamento nós conseguimos construir. Agora, quando não há esse
planejamento, este é o momento da discussão. Talvez, o momento para se discutir
a questão da utilização do porto seja agora, para que os próximos governantes
possam de fato realizarem, e não matérias polêmicas
que chegam a esta Casa e nem sempre podem ser discutidas.
E hoje nós caminhamos
mais uma vez aqui tentando um acordo, para poder entrar em recesso e, por não
haver o acordo, ficam aqui muitos deputados tentando passar os seus projetos. E
por não haver acordo, a Casa não anda; não passa nada.
Eu quero levar em conta
qual o projeto que é mais importante. Eu tenho um projeto, que digo com
bastante orgulho nesta Casa, que fala sobre merenda, ou melhor, fala sobre a
avaliação e a orientação da alimentação nas escolas. Eu falo também num outro
projeto que tenho, bastante importante, que é da questão visual: mais de 80%
das pessoas perdem suas visões por falta de uma avaliação prévia, que é causada
por glaucoma e descolamento de retina.
E por que esses
projetos não podem ser discutidos também aqui nesta Casa? Talvez falte
interesse da população, ou talvez não foram
mobilizadas as pessoas para virem aqui. O que eu digo é o seguinte: eu não
gosto de enganar ninguém. Penso que nós temos que estar aqui para discutirmos
de maneira bastante transparente para podermos aprovar, aceitar ou rejeitar
cada projeto, o que não vejo acontecer, hoje, nesta Casa.
Por
isso fico bastante à vontade para discutir qualquer que seja a matéria, mas de
forma clara coloco que não sobressai nenhum tema aqui de importância maior de
um ou outro deputado. Temos que ter coerência entre todos os deputados,
esquecendo o que possa vir de aplausos ou vaias, mas que, de fato, esta Casa
discuta de forma responsável os temas de cada um, proposto por cada um dos
nobres deputados.
Dessa
forma, conseguimos caminhar. Se não for dessa maneira, vamos acabar passando
mais alguns dias aqui sem chegar a acordo algum e sem que possamos, de fato,
trazer uma resposta à sociedade, que clama por respostas da classe política.
Momento esse que não é o melhor assunto, tenho
certeza. Nas rodas de conversa a política não vai bem, mas por que não analisar
aqueles que você confiou o voto? Aqueles que de fato são seus representantes,
para que aí, sim, possamos construir uma sociedade melhor, de maneira clara e
responsável.
Com
o compromisso de cada um dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas vamos poder aprovar leis que realmente deem uma resposta e
garantia para uma sociedade, e não simplesmente ficar aqui num debate que não
leve a nada. Afinal nós colocamos aqui matérias polêmicas para trazer pessoas
para esta Casa, mas não conseguimos chegar aqui a um acordo para dar uma
resposta à sociedade, a essas pessoas que aqui frequentam,
que saem das suas casas, saem das suas regiões e vêm para cá esperando uma
resposta desta Casa, esperando um sim ou não, querendo aplaudir ou vaiar, mas
que querem escutar o posicionamento de cada um de nós, deste Legislativo, o
maior Legislativo da América do Sul, que tem a sua responsabilidade, mas que
nem sempre vem mostrando isso com atos, e que nem sempre nos dá prazer em
participar das discussões.
Quero
convidar cada um de V. Exas. para
que possamos fazer uma análise muito clara da função objetiva nossa nesse plenário,
que é discutir, cobrar e respeitar um ao outro de forma muito clara.
Respeitando cada um, nós vamos construir um futuro muito melhor, mas sem querer
colocar pela goela nenhum projeto que seja de lado A, lado B, de classe A ou
classe B. De uma forma responsável, nós conseguiremos fazer um parlamento muito
melhor.
Obrigado,
presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, vou colocar em votação o pedido de prorrogação formulado pelo nobre
deputado Carlos Cezar anteriormente, por duas horas e 29 minutos.
Em
votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O
pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai
proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados e
as Sras. Deputadas que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como
“sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.
* * *
- É iniciada a
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para
encaminhar à base do governo e a todos deputados que
votem “sim” à prorrogação dos nossos trabalhos porque temos na pauta dois
projetos importantes e entre eles o projeto do Ipesp,
sendo extremamente importante que seja prorrogada esta sessão.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSDB está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSDB.
O
SR. REINALDO ALGUZ - PV - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PV está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PV.
O
SR. FELICIANO FILHO - PRP - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PRP está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PRP.
O
SR. GILMACI SANTOS - PRB - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PRB está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PRB.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PT está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PT.
O
SR. CORONEL CAMILO - PSD
- Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSD está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSD.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do DEM está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do DEM.
O
SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do MDB está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do MDB.
O
SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PP está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PP.
O
SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PPS está em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta
Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PPS.
* * *
- É feita a verificação
de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados,
participaram do processo de votação 52 Srs. Deputados: 50 votaram “sim”, um
votou “não” e este deputado na Presidência, resultado que dá por aprovada a
prorrogação dos nossos trabalhos por 2 horas e 29 minutos.
Para discutir contra,
tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto.
* * *
- Assume a Presidência a Sra. Analice
Fernandes.
* * *
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que
nos assiste, pessoal a favor e contra o PL 31, gostaria de cumprimentar todos.
Gostaria de esclarecer
algumas coisas sobre o que está acontecendo na Casa. É bom para que as pessoas
que estão assistindo e, principalmente, para as que estão
presentes - que estão se manifestando de forma justa e ordeira, apesar de tudo
que sofreram, parece que teve até gente detida ontem - saibam o que está
acontecendo.
Está tudo orquestrado
aqui desde a semana passada. Eu diria que teve um momento muito importante na
semana passada que demarcou campo sobre o PL 31, sobre se ele vai entrar em
pauta ou não, com respeito a todos os deputados desta Casa. Esse momento foi a fala do nobre deputado - que respeitamos muito - Barros
Munhoz.
Ali se determinou tudo
o que vai acontecer nesta Casa e agora acho muito difícil que o PL 31 entre em
pauta. Por quê? Porque aqui as pessoas devem ser, no mínimo, coerentes. E o
deputado Barros Munhoz é coerente. Ele defende o que pensa, assim como também
defendemos o que pensamos. Na política você precisa ter lado, e não escamotear,
não falar uma coisa, pensar outra e agir de outra forma.
O que está acontecendo
no dia de hoje? Estamos discutindo algumas urgências e o PSDB, que é contra
determinado projeto, assim como é contra o PL 31 - o líder veio aqui e se
colocou - está obstruindo.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu
sou contrário ao PL 31, mas a bancada está livre. Tem gente a favor e gente
contra. Só para não cometer injustiça com os deputados da bancada.
O SR. ITAMAR BORGES - MDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
O requerimento que está em discussão neste momento é o requerimento de urgência
a um projeto de lei da minha autoria, porque eu não havia sido contemplado
anteriormente. Eu conversei, e acabou ficando para trás. O deputado Márcio
Camargo também pediu um dele, e eu pedi para incluir.
No entanto, eu entendi que ele iria vir para o
plenário com um acordo de discussão. Como estou vendo que não há acordo, dentro
do que o Regimento permitir, quero pedir a retirada do meu requerimento de
urgência para que se possa concluir, se assim permitir
o Regimento.
Como estou vendo que há discussão
contrária e favorável, e há uma obstrução em cima do meu requerimento, eu
retiro agora ou ao concluir a discussão, da forma que for possível, para
ajudar, para que os nossos trabalhos possam fluir e para que possamos
votar o projeto.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Vossa Excelência sabe que
não é possível a retirada. Vossa Excelência sabe que não é regimental.
O SR. ITAMAR
BORGES - MDB - Não, não sei se é regimental, estamos estudando.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Então, estou respondendo à
Vossa Excelência. Não é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO
LULA TATTO - PT - Obrigado. Nós estamos discutindo urgências de projetos em que há
consenso. Portanto, se há consenso - e só é urgência, não estamos nem debatendo
o projeto -, obviamente que, em um minuto, seria aprovada e terminaria. No
entanto, o que está em jogo aqui é o PL 31 e outros
projetos da Casa. É isso que está em jogo. O que está colocado? Está colocado o
seguinte: só há um deputado na Casa que pode pautar o PL 31. É só ele ter boa
vontade, perceber a mobilização de vocês e pautar o projeto.
Não venha me dizer que nunca foi pautado projeto em
que não havia consenso. Também não havia consenso na PEC 5. Só que, quando
mudou o governo, saiu o Alckmin e entrou o Márcio França, a PEC 5 foi pautada
mesmo sem consenso. Portanto, o único deputado que poderia colocar em pauta é o
presidente da Casa. Aí é do jogo: quem é favorável vota favorável, e quem é
contra vota contra. Só não vai ser pautado - e não vai - porque o presidente da
Casa não quer.
Portanto, ele tem lado. E o seu lado não é o lado dos
que são favoráveis ao PL 31. Essa é a grande verdade. Essa é a grande
realidade. Já estamos no dia 10 de julho. Nós da bancada do Partido dos
Trabalhadores não temos nenhum problema em ficar o mês inteiro trabalhando. Nós
queremos que todos os projetos sejam pautados. Que todos tenham a oportunidade
de ver o seu projeto apreciado.
Na maioria dos projetos do governo, nós somos contra.
Nós somos de oposição, tanto no governo anterior como no atual, e usamos os
instrumentos de oposição. Agora, quando não há consenso em projetos de deputados,
ele é pautado e decidido no voto. Em relação ao PL 31, com toda a mobilização,
argumentação e seriedade da organização de vocês, o presidente da Casa deveria
ter o bom senso de pautá-lo, mesmo que ele seja derrotado. Que ele paute o
projeto para que todos os deputados possam vir aqui e expressar quem é
favorável, como a bancada do Partido dos Trabalhadores, e quem é contra. Essa é
a verdade.
É isso que precisa: coerência. Não dá para fazer
política com hipocrisia. O cara tem a prerrogativa, e é só ele quem tem, mas
ele não pauta. Daí não dá para aceitar, não é democrático, não é do jogo. É a
mesma coisa quando, em um jogo de futebol, há apenas uma bola, e a criança
mimada pega a bola e vai embora. Essa é a verdade.
Então, pessoal do PL 31, com toda a luta, todo o
esforço, toda a mobilização e com toda a argumentação, aqui tem um foco, para
poder entrar em pauta. É o presidente da Casa. Se vocês não pressionarem, não
colocarem na cabeça dele que é um projeto que tem mobilização... A Casa sempre
respeitou quando tem mobilização. Contra ou a favor, é pautado o projeto.
No caso de vocês, vocês
não estão tendo a oportunidade nem de ver o projeto de vocês
pautado. Tanto é que, na semana passada, não deixaram votar nem a
urgência, que serve simplesmente para dar celeridade para votar o projeto, como
vocês viram.
Nós defendemos o
projeto pela causa, que é bonita, que precisa, que
defende vida, a vida animal. O animal sente também. O animal fica doente. O
animal entristece. O animal chora. Eu falo isso porque eu trabalhei na roça até
os 18 anos, e nós trabalhávamos na monocultura, e era normal, quando um boi
ficava cansado, com fome, ele sentia todas as dores que qualquer pessoa humana
sente. Então, a luta de vocês é justa, e por isso que somos a favor. Agora, o
presidente da Casa precisa pautar.
Semana passada, eu ouvi
um argumento aqui, mais uma vez de um deputado importante desta Casa, deputado
Barros Munhoz, que respeitamos muito. Ele considerou a vida de um animal como
um saco de soja. Isso é um absurdo, gente. Isso é um absurdo. Ele colocou como
se fosse questão de mercado, de receita, de dinheiro, de enriquecimento.
Essa foi a absurda comparação que foi feita. Para finalizar,
sinceramente, uma comparação igual a essa, se não viesse o deputado Barros Munhoz,
porque eu acho que não é o caso dele, qualquer argumentação semelhante, seria
de uma pessoa que tem o cérebro comparado a um grão de feijão. (Manifestação
nas galerias.)
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB
- Para discutir a favor do projeto, tem a palavra o nobre deputado Fernando Capez.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sra. Presidente, independente do
mérito, se o projeto é bom ou não, não é justo que o nobre deputado Fernando Capez seja alvo dessa manifestação. Eu não concordo.
Sra. Presidente, eu estou requerendo que V. Exa. leia o Art. 288 do Regimento
Interno.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB
- Artigo 280, deputado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Sra. Presidente, eu acho que a
questão de ordem é pertinente.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB
- Sim. Eu peço a todos os visitantes que nos acompanham nas galerias para que
permaneçam em silêncio em respeito ao orador da tribuna.
O
SR. FELICIANO FILHO - PRP – PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, eu queria só fazer uma contradita ao deputado Campos
Machado. Quando votamos a PEC 5, todo mundo se manifestou, educadamente, da
mesma forma que estão se manifestando aqui, e aí não teve problema de ordem.
O SR. FERNANDO CAPEZ -
PSDB - Sra. Presidente, a
galeria tem todo o direito de se manifestar. Pediria apenas que, como fizeram
com o deputado Enio Lula Tatto, após a manifestação,
sem interromper o discurso do orador, livremente se manifestassem, vaiando ou
aplaudindo, de acordo com seu entendimento.
O SR. CAMPOS MACHADO
- PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Com o devido respeito, V. Exa. não cumpriu o...
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB -
Cumpri, nobre deputado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Vossa Excelência não leu o texto do Art. 280.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, nobre
deputada.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Presidente...
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa Excelência já
falou.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Presidente Carlos Giannazi, V. Exa. permite que eu me dirija à presidente em exercício, nobre
deputada Analice, ou V. Exa.
quer assumir o lugar dela?
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu pedi a palavra
também.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB -
Depois de mim.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa Excelência já
falou.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB -
Deputado Campos Machado, esta deputada na Presidência já se manifestou a pedido
de V. Exa., com todo o respeito que tenho por V. Exa., e já passei a informação para todos os visitantes
desta Casa na tarde de hoje.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sra.
Presidente, apenas pelo carinho que tenho por V. Exa.
eu vou me silenciar. Vossa Excelência não foi correta
na resposta, mas, em respeito à velha amizade, eu vou me silenciar.
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sra.
Presidente, as manifestações têm que se dar com a anuência do orador na
tribuna?
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB -
Exatamente, nobre deputado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Só um minuto. Só
queria fazer um registro, deputado Fernando Capez.
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Em homenagem ao deputado Giannazi,
sim, desde que seja mantido o meu tempo.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO -
Queria registrar aqui a nossa contrariedade em relação à posição do deputado
Campos Machado, tentando tumultuar o processo, porque o deputado que foi vaiado
foi o deputado Enio Tatto. O deputado Enio Tatto sabe que aqui é lugar de vaias e de aplausos, e isso
faz parte da democracia.
Registro também que nós
somos contra esse artigo do Regimento Interno que ainda é do tempo da ditadura
militar, que tenta colocar mordaça e censura nas pessoas que estão assistindo
às nossas sessões. As pessoas podem vaiar e podem aplaudir, sim, os deputados.
(Palmas.)
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Faço minhas as
palavras do deputado Giannazi, desde que após o término do discurso.
Em primeiro lugar, eu
queria informar à população que está nos assistindo de toda a problemática que
está se discutindo no Projeto de lei nº 31, apresentado pelo deputado Feliciano
Filho, que proíbe o transporte de animais vivos. Essa questão
foi alvo de uma medida cautelar de arguição de descumprimento de preceito
fundamental, ADPF nº 514, em que o ministro Edson Fachin
concedeu uma liminar à Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do
Brasil sob o argumento de que a lei municipal de Santos que proibiu o
transporte de animais vivos no Porto de Santos seria inconstitucional em razão
de a atribuição legislativa ser do Congresso Nacional.
Quero fazer uma série
de argumentações no sentido de que a lei do deputado Feliciano Filho não viola
a Constituição Federal, ela é constitucional. Sobre seu mérito, ela merece ser
aprovada. Por defender esse ponto de vista, vou fazer uma rápida digressão aqui
a respeito do tema.
O Art. 22 da
Constituição Federal dispõe que “compete privativamente à União legislar sobre”:
inciso VIII, “comércio exterior e interestadual”; inciso IX, “diretrizes da
política nacional de transportes”; inciso X, “regime dos portos, navegação
lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial”. Sob esse prisma, analisando
sob o enfoque formal de competência legislativa, poderia se chegar à conclusão
de que a competência para legislar sobre esse tema seja privativamente da União
e, por conseguinte, nós aqui, da Assembleia Legislativa, não teríamos
competência para legislar a respeito desse tema.
Na sequência, a Lei nº
8.171, de 17 de janeiro de 1991, estabelece os fundamentos e define os
objetivos e as competências para as ações e os instrumentos da política
agrícola nacional. Ela coloca nesse Art. 3º o seguinte: são objetivos da
política agrícola, dentre outros, inciso IV, “proteger o meio ambiente,
garantir o seu uso racional e estimular a recuperação dos recursos naturais”.
Pois bem, essa mesma lei federal, na esteira da competência do Art. 22 da
Constituição Federal, diz, no Art. 4º, que “as ações e instrumentos da política
agrícola referem-se a”, inciso IV, “proteção do meio ambiente”, e no seu Art.
3º, inciso XII, “são objetivos da política agrícola também promover a saúde
animal e a sanidade vegetal”.
Em seguida, nós temos
aqui a Instrução Normativa nº 3, de 2000, regulamentando essa Lei nº 8171, de
1991, e ela traz um dado muito interessante: “Dentre os objetivos de toda
política agrícola e pecuária nacional estão estabelecer, padronizar e
modernizar os métodos humanitários de insensibilização dos animais para o
abate”. E na sua definição diz: “Procedimento de abate humanitário é o conjunto
de diretrizes técnicas e científicas que garantam o bem-estar dos animais desde
a recepção até a operação de sangria”. Nisso consiste o processo de atordoamento
e insensibilização, que é o processo aplicado ao animal antes do abate para
proporcionar a ele um estado de insensibilidade, para que ele não sofra, para
que ele não sinta dor antes do abate.
Pois bem, com base
nisso, nós passamos a enfocar outros dispositivos constitucionais que dão
guarida ao projeto de lei apresentado pelo deputado Feliciano Filho, e esses
dispositivos, que estão previstos na legislação federal, estão de acordo com o
Art. 225, § 1º, inciso VII da Constituição que diz o seguinte: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: Inciso
VII - “Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a extinção dos animais ou
submetam os animais à crueldade”.
O Art. 32 da Lei dos Crimes Ambientais prevê a
prática de abuso, maus-tratos, mutilação ou ferimento de animais ou submetê-los
a tortura ou tratamento degradável, caracterizando isso como crime. Pois bem, o
que nós estamos vendo é que, no momento em que autoriza o transporte de animais
vivos para países que necessariamente só adquirem animais vivos - porque eles
possuem um determinado corte autorizado por restrições religiosas -, o Brasil
garante a proteção desses animais em solo pátrio, toma todas as providências
para que esses animais não sejam submetidos a tortura
ou sofrimento em solo pátrio, mas, ao mesmo tempo, se torna cúmplice quando
autoriza o transporte desses animais para locais onde serão submetidos a
sofrimento.
Eu vou ler para vocês
em que consistem essas restrições por caráter religioso, o corte que se chama halal, como é feito esse abate. Por questões religiosas, o
abate halal consiste no seguinte: “O animal deve ser
abatido por um religioso que tenha atingido a puberdade. Ele pronuncia um nome
santo ou recita uma oração e, em seguida, com a face do animal voltada para a
Meca, ele procede ao abate. O animal tem que estar vivo e não pode ser
insensibilizado” - portanto, ele está vivo e sentindo todo aquele sofrimento
que vai ser feito. “A faca deve estar bem afiada e não deve ser afiada na
frente do animal. O corte deve ser feito no pescoço, em um movimento de meia
lua. O animal é colocado de cabeça para baixo, é feito o corte na jugular, e
cortam-se os três principais vasos: jugular, traqueia e esôfago. O sangue deve
ser totalmente então retirado da carcaça”.
Vamos lembrar que,
nesse abate, o animal é sangrado sem o atordoamento. É feita uma grande incisão
na garganta para as vértebras, seccionando os órgãos da jugular e carótida, e
também a traqueia e o esôfago. Isso traz uma série de consequências, sendo a
primeira a regurgitação do conteúdo do estômago através do esôfago, o qual está
anatomicamente ao lado da traqueia. O animal continua com uma respiração muito
intensa, provocada pela agonia que pode durar de 15 minutos a
uma hora.
Vamos lembrar que ele
inala matéria fecal rica em germes de todos os tipos. Essa matéria é inalada
até os alvéolos pulmonares, que distribuem os germes no sangue muito mais
facilmente, porque a membrana não é muito fina e a circulação - vamos lembrar -
está sempre trabalhando durante esse período de agonia e ainda acelerada pelo
stress ao nível dos órgãos essenciais. Há um risco enorme de contaminação na
profundidade da carne, do modo como é feito o corte.
A morte indolor do
animal, imperceptível e serena, é uma determinação constitucional. A
Constituição Federal determina que o animal, no momento em que vai ser abatido,
não pode ser submetido a sofrimento. O abate tem que ser indolor,
humanitário. E por essa razão, todas as vezes
em que assim se procede, viola-se a Constituição. Todas as
vezes em que assim se procede, viola-se a legislação. Todas as
vezes em que assim se procede, viola-se a instrução normativa do Ministério da
Agricultura. Pois bem, se aqui em solo pátrio não podemos fazer isso, seria uma
hipocrisia autorizar a exportação de animais sabendo que isso vai ser feito em
solo estrangeiro. (Manifestação nas galerias.)
Há uma questão em que
se coloca o debate sobre a constitucionalidade, porque a primeira batalha vai
ser travada aqui no plenário; a segunda batalha será travada no Supremo
Tribunal Federal, quando houver arguição de inconstitucionalidade da lei. Ela
padece de uma discussão sob o aspecto formal: deveria ser uma lei federal,
portanto há um vício formal de inconstitucionalidade. Mas esse vício formal é
superado na medida em que o conteúdo desta lei atinge um mandamento
constitucional sob o ponto de vista material, do seu conteúdo. Por essa razão,
nós estamos defendendo, sob os aspectos da constitucionalidade e do conteúdo, a
imediata aprovação deste projeto.
Notem uma coisa:
segundo as informações que nós obtivemos, 95% do
transporte de animal vivo se dá no estado do Pará, de maneira que o alegado
impacto à economia, aqui, seria muito discutível. E, além disso, vamos dizer
como é feito o transporte desses animais vivos. Eu gostaria de exibir a
fotografia da forma como os animais se encontravam no navio “Nada” quando ele
ia fazer o transporte para a Turquia. Vejam como os animais estavam. Foi feito
um relatório por uma veterinária nomeada pelo juiz da 25a Vara
Federal, Djalma Moreira Gomes, curiosamente meu colega de concurso, que foi
promotor de Justiça antes de ser juiz federal.
Notem como é feito o
transporte. Isso é o transporte até o navio, para que depois ele faça uma longa
viagem para ser abatido mediante sofrimento sem insensibilização. O processo de
preenchimento dos caminhões que levarão o gado até o porto de Santos é feito
utilizando estímulos elétricos: bastões capazes de transmitir choques na parte
lombar ou costal dos animais. Após, os caminhões são lacrados e os animais são
levados a uma região conhecida como EP - estacionamento de pré-embarque -, onde
serão vistoriados pelo fiscal agropecuário federal, autorizando o processo de
exportação. Os caminhões seguem, então, para o porto de Santos, a aproximadamente 600 quilômetros de distância, levando de
12 a 14 horas a depender do fluxo, do trânsito e do congestionamento. Os
animais ficam confinados o tempo todo, em pé.
Nos veículos, há também
grades que transmitem choques elétricos para impedir que os animais se movam.
Durante o trecho terrestre, se observa a ocorrência de graves acidentes,
inclusive com fraturas ósseas, resultantes da frenagem veicular, manobras e
estradas esburacadas. No relatório de inspeção judicial feito no navio, a veterinária Magna Regina, servidora concursada da
prefeitura de Santos, relatou que os caminhões demoraram de oito a 14 horas
para chegarem ao porto, constatando grande quantidade de fezes e urina no
interior dos caminhões, que eram lançadas nas vias urbanas durante o trajeto.
Ou seja, pode-se deduzir a ocorrência de outro problema: toda a poluição que é
causada na cidade de Santos durante esse projeto.
Ao chegar à região do
porto, os animais são novamente verificados por fiscais agropecuários e
embarcados no navio por meio de rampas, sempre estimulados por choques
elétricos.
As condições do navio,
cuja viagem será de, no mínimo, quinze dias, são as piores possíveis. Uma vez
embarcados - no caso presente, eram 27 mil animais -, os animais são acomodados
em múltiplos andares mediante rampas e a circulação de ar é precária, uma vez
que há apenas aberturas laterais. Destacou a veterinária que há um expressivo
aumento da temperatura interna dos compartimentos decorrente da grande
concentração de animais e dos gases metano produzidos por eles.
A alimentação é feita
com ração industrial e água dessalinizada. Informação relevante: a dessalinização
da água do mar somente é feita com o navio em movimento, fato que restou
comprovado pela inspeção judicial, onde o fornecimento de água mostrou-se
precário e insuficiente.
Por vezes, observa-se a
falta de oxigênio no local, decorrente da grande concentração de gás metano,
provocando sufocamento dos animais, acompanhado do aumento da frequência
cardíaca, desmaios, coma e morte encefálica. O ambiente é propício para a
proliferação de fungos e bactérias e a consequente proliferação de patologias e
distúrbios nos animais.
Esse foi o relatório da
veterinária Magda Regina, no navio Nada. O que se tem em vista, então, é o
seguinte: ao mesmo tempo em que o Brasil, nessa exportação e transporte de
animais vivos, garante uma determinada logística para o setor, ele perde muito
com o seu conceito internacional na forma como está tratando os produtos que
exporta.
O
fim do transporte de animais vivos não necessariamente provocará o desemprego
em massa, mas uma migração para outro setor da economia, em que a aquisição de
animais para que sejam abatidos em frigoríficos e o transporte de carne
congelada substituiria essa forma, a meu ver - desculpem-me, não quero ser
indelicado -, primitiva e bárbara de obter ganhos econômicos.
(Manifestação nas galerias.)
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Para
falar contra, tem a palavra o nobre deputado Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Querida e simpática amiga e presidente Analice,
Srs. Deputados, deputado Barros Munhoz, V. Exa. foi secretário da Agricultura do estado de São Paulo e
ministro da Agricultura, ao contrário do deputado Enio Tatto,
que foi um excelente policial.
Eu não sabia que o deputado Capez tinha tanto conhecimento nessa área animal. Sabia que
o deputado Capez era um jurista emérito, um
especialista em direito constitucional, mas não sabia dessas qualidades dele,
que hoje fez a galeria ficar toda exaltada pelos seus profundos conhecimentos
do mundo animal. Saúdo o deputado Fernando Capez pela
sua posição, que foi aplaudida pela galeria.
Mas antes de entrar no meu
pronunciamento, quero fazer justiça ao deputado Barros Munhoz. O deputado Enio Tatto foi profundamente injusto com o deputado Barros
Munhoz. Fez considerações fora do contexto. Não se pode pinçar um texto do
contexto. O deputado Enio Tatto não foi feliz ao se
referir a V. Exa., um dos
grandes vultos desta Casa e da história do estado de São Paulo. Portanto, quero
aqui, hoje e agora, registrar minha solidariedade a V. Exa.
pela sua trajetória de vida.
Quero dizer ainda que o que foi
feito com o presidente Lula no último domingo foi um acinte, um desrespeito.
Não é mais o deputado Campos Machado que fala. É o advogado. A maior
autoridade, no domingo, estava de plantão, na área federal, desembargador.
Estava lá, para atender todas as demandas que ocorressem dentro da sua
jurisdição. Impetra-se um habeas-corpus. E o desembargador de plantão, federal,
defere o habeas-corpus. Expede o alvará de soltura.
Não competia ao juiz Moro, que recebe apenas 85 mil reais por mês, essa é a
verdade, não competia ao juiz Moro, mais artista global do que magistrado, ter
outra interpretação. Devia ter cumprido decisão judicial. Remetesse
posteriormente os autos ao relator, que poderia, na
segunda ou na terça, cassar a ordem. O que ele não podia
fazer, nem o juiz Moro, nem a Polícia Federal, é não cumprir a ordem do
desembargador de plantão.
Mas o PT é adversário. É
adversário, mas não é meu inimigo. E não sei fazer injustiça. Mas foi com o
Lula. Se fosse com outro qualquer, teria liberado. Expeça-se alvará de soltura,
em favor do paciente Luiz Inácio Lula da Silva.
O juiz
Moro estava de férias, acomodado, num banco de jardim. A água batia até
a porta da sua casa. O sol estava esplêndido. Ele fazia justiça às suas
maravilhosas férias. Como é que pode a Polícia Federal consultar um juiz de 1ª
instância, sobre uma decisão de desembargador de 2ª instância? Como é que pode
isso, deputado Enio Tatto?
Posso ser sincero? Foi o
maior presente que o PT ganhou, nos últimos 30 dias.
Essa injustiça fez bem ao PT. É na injustiça, na dor, que os homens crescem e
os partidos florescem mais. Aceitem, meus amigos do PT, a minha solidariedade
por essa flagrante injustiça, essa aberração, esse acinte, essa desmoralização.
Esse juiz Moro não merece o nosso respeito. Já disse aqui
que ele é mais protagonista de novela global do que magistrado.
Mas, vamos lá, deputado
Barros Munhoz. Estamos discutindo aqui a urgência, mas todos sabem. Qual é a
finalidade dessa urgência? É o projeto do Ipesp. Quem
enviou o projeto referente à extinção do Ipesp, para
esta Casa? Márcio França? Não. Foi Geraldo Alckmin.
E por falar nisso, deputado
Enio Tatto, ontem estive com o ex-governador Geraldo
Alckmin, juntamente com o governador Marconi Perillo,
seu coordenador. Nunca vi o governador tão animado, tão feliz, tão contente. Eu
me reuni por 40 minutos, marcamos quatro eventos fora do Estado.
Algum problema na galeria,
com vocês? Eu nunca vi, deputado Barros Munhoz, nos
últimos 90 dias, o governador tão animado. Saí de lá acreditando piamente que o
governador Geraldo Alckmin vai ser o novo presidente da República deste País.
Obrigado, amigo. As pessoas de bem aplaudem aqueles que são homens do bem.
Muito obrigado.
E volto. Quem mandou o
projeto para esta Casa? É a pergunta que cabe aqui hoje. Quem foi que enviou
este projeto, respondam os deputados do PSDB quem foi que enviou esse projeto
da extinção do Ipesp nesta Casa? Fui eu, o deputado
Barros Munhoz, foi o Neymar? Quem foi? Foi o
governador Geraldo Alckmin, que tem todo o interesse em aprovar esse projeto.
Quem é que está obstruindo, deputado Barros Munhoz? A bancada do PSDB. Eu não
consigo entender isso. Diga-me deputado Barros Munhoz, qual é o milagre, o que aconteceu, que passe mandraquiano
é esse que faz com que a bancada do PSDB passe o tempo todo obstruindo o
projeto que o governador Geraldo Alckmin enviou a esta Casa? Ele enviou este
projeto porque era ruim para o Governo? Ele enviou este projeto porque queria
magoar o nosso povo? O governador Márcio França retirou o projeto? Não, está aqui
para ser votado. Por que, então, os deputados do PSDB, minha cara, simpática e
doce presidente nesta Casa em exercício? Alguma coisa tem que ser explicada. Eu
não estou entendendo. É obstrução insana contra um projeto do Governo anterior.
Eu estava meditando e refletindo, deputado Barros Munhoz, o que teria
acontecido com a bancada tucana? Seria essa divergência que tem hoje com a
bancada socialista ou o quê? Eu não posso ter duas caras, eu não posso ter dois
lados.
Eu já disse aqui que o poeta Papini é quem tem razão. Quando chega a noite, lá vai o
poeta Papini e vê a lua. Ou é nova,
ou é cheia, é minguante ou é crescente. Eu não posso ver duas luas. E o
homem tem que ter uma cara só, como a lua. O que aconteceu? Será que o deputado
Fernando Capez, especialista na arte jurídica e no
campo da defesa animal, poderia me explicar qual mudança de comportamento da
bancada tucana, que era favorável ao projeto e de repente não é mais? Vossa
Excelência seguramente - e aqui ninguém duvida - poderia explicar para todos
nós esse milagre que sobreveio nesta Casa? Deputado Fernando Capez, grande especialista nesta defesa, aplaudido de pé
que foi, e com justiça, diga-me, deputado Fernando Capez,
quem mudou?
O SR.
FERNANDO CAPEZ - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Basta uma simples
convocação de uma sessão extraordinária e pautar o PL nº 31, agora, que nós
votamos o Ipesp.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sabe,
deputado Barros Munhoz, eu sabia que o deputado Fernando Capez...
Sra. Presidente, solicito a V. Exa.
que resguarde o meu tempo e leia o que quer dizer o
Art. 280.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Esta
Presidência solicita a todos os visitantes desta Casa que não se manifestem.
Temos um orador na tribuna e peço por gentileza que não se manifestem e que
respeitem o orador que está na tribuna.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu quero
outorgar, nesta noite, o título de demagogo da noite ao deputado Fernando Capez. Demagogo da noite. O grande demagogo que nessa noite
conseguiu iludir as pessoas como se fosse um mágico. Ah, vocês ouviram a
plateia delirante, deputado Barros Munhoz, entusiasmada com a demagogia
presente nesta Casa. Parabéns, deputado Fernando Capez,
mais um título no currículo de V. Exa., o demagogo do dia 10 de julho de 2018.
O SR.
BARROS MUNHOZ - PSB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado, a respeito do que foi falado pelo
deputado Enio Tatto, caberia qualquer tipo de
comentário, porque é tão absurdo... Eu quis dizer foi que o argumento de que a
exportação em vida prejudica financeiramente o estado de São Paulo não se
justifica diante da quantidade absurda, incomensurável de coisas que são
exportadas da mesma maneira. Seria melhor você exportar soja já
industrializada, o café já industrializado, o minério da Vale do Rio Doce já
industrializado, mas é obvio que isso nem sempre é possível.
Agora,
eu acho que as pessoas têm que realmente se declarar, e o que
está havendo aqui é uma incoerência que não tem tamanho. Esse projeto
chegou aqui em fevereiro de 2018. Essa questão de audiência pública é a pior
maneira de se esclarecer as coisas. Vossa Excelência comandou um processo de
discussão de uma emenda constitucional, uma PEC, a PEC 5, durante um ano e oito
meses.
O
presidente Fernando Capez, exercendo dignamente,
corretamente a presidência desta Casa, inúmeras vezes não
pautou projetos que as galerias pediram que fossem pautados; inúmeras vezes.
Então, na verdade, ele começa a fala dele como uma grande autoridade em defesa
animal, mas só se esqueceu de dizer que toda a legislação a que ele fez
referência é federal, refere-se a uma política nacional que não pode ser
modificada por estado algum da Federação. (Manifestação nas galerias.)
Então,
para concluir, nobre deputado Campos Machado, nós, conscientemente, acatamos e
respeitamos a posição de quem quer uma solução para isso. Aí pergunto o
seguinte: e quem faz o abate aqui no Brasil, respeitando esses métodos
desumanos, como diz o deputado Capez? Então, nós
somos contra o transporte de navio, e não o abate desumano do animal. Não; se
abater aqui, aí pode exportar. Israel exige abate semelhante.
Falei
demais, meu deputado Campos Machado, mas vamos ter muita oportunidade de falar
sobre esse assunto, apresentar ideias e soluções que não sejam demagógicas e
que explorem a boa vontade das pessoas em troca de voto. Vamos fazer coisa
séria. (Manifestação nas galerias.) Coisa séria que precisa ser feita.
Muito
obrigado, deputado.
O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Deputado,
permite-me um aparte?
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Deputado,
não tenho tempo mais.
Eu
gostaria de dizer que esse assunto precisa ser mais debatido. Não tenho ainda a
convicção, não voto por impulso. (Manifestação nas galerias.) Vocês estão indo
na onda da demagogia nesta Casa. Começo a verificar que vocês estão arrumando
adversários contra vocês. Continuem com essa pressão. Não aceito pressão, e o
meu partido, o PTB, foi o primeiro partido que criou a defesa animal. Eu não
aceito pressão. Vocês estão indo na contramão desta
Casa. Cada vez que vocês se manifestam dessa maneira indelicada, mais eu me
posiciono de que estamos navegando em mares nunca dantes navegados.
Queria
terminar, deputado Enio Tatto, dizendo uma velha
frase: quem anda descalço não plante espinhos. E agora faço questão absoluta
de, ao descer desta tribuna, ser delirantemente vaiado pelas pessoas que se
encontram aqui.
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, primeiro, quero parabenizar o presidente
Cauê Macris por ter construído, no Colégio de Líderes, um acordo que
possibilitasse o projeto apresentado pelo deputado Feliciano Filho vir a esta
tribuna e ser pautado para discussão. Segundo, lembrar ao deputado Barros
Munhoz que o projeto do deputado Feliciano Filho é de 2018. Eu já não era mais
presidente da Casa e, portanto, não poderia pautá-lo. Durante o meu mandato de
2015/2016, em que V. Exa. ocupou brilhantemente a
vice-presidência, nós retiramos mais de mil itens da pauta. Eram vetos que
travavam a pauta e atrasavam a votação.
Votamos mais de mil
vetos e vários projetos de deputados também. Quero dizer que,
no caso desse projeto, o PL 31/2018, entendemos que pela competência concorrente
do estado e da União para legislarem sobre Meio Ambiente, em razão das posturas
legislativas federais do próprio Art. 225 da Constituição, o projeto
apresentado pelo deputado Feliciano Filho não se reveste de
inconstitucionalidade material sob o ponto de vista do seu conteúdo. De
maneira que ele poderá resistir, sim, pela competência dos estados a uma
discussão no Judiciário.
No mais, não podemos
ficar profetizando e adivinhando o que vai acontecer, por isso eu acredito
nesse projeto. E mais, com relação ao corte halal ou
halial, a maneira como é feito, respondendo ao nobre deputado Barros Munhoz -
um dos maiores debatedores de tribuna que eu já vi, ao
lado do deputado Campos Machado -, o que o caracteriza é o animal não ser
insensibilizado antes dele. E todas as instruções normativas do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinam obrigatoriamente que ele seja
insensibilizado.
Portanto, esse corte
não é feito aqui no Brasil, não é autorizado aqui no Brasil e eu considero uma
política hipócrita você proibir o sofrimento do animal aqui e ser cúmplice do
sofrimento do animal fora. Por isso que eu apoio o projeto do deputado
Feliciano Filho e aqui não há nenhuma demagogia, apenas apoiar o projeto
apresentado por um colega deputado estadual com uma longa e larga militância na
área da Defesa Animal e do Meio Ambiente.
O
SR. ROBERTO TRIPOLI - PV - PARA COMUNICAÇÃO - Eu, como
presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, presidi
uma audiência pública sobre essa questão do PL 31/2018. Esteve presente um
veterinário da Austrália, teve tradução simultânea, várias pessoas participaram:
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; o vice-presidente da
Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos; da associação dos
exportadores; veterinários. Enfim, foi uma grande audiência com tradução
simultânea.
Por favor, não digam
que não houve discussão. Queria também parabenizar a fala do deputado Fernando Capez com conhecimento de causa não só jurídica, mas também
na proteção animal. Nesse sentido, quero deixar registrado: houve audiência
pública, teve a discussão, a população e os deputados estavam abertos para se
posicionarem.
Muito obrigado.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Deputado
Fernando Capez, eu gostaria muito de aplaudir, gostei
da sua fala, mas eu não entendi. Vossa Excelência talvez pudesse esclarecer que
parabenizou o presidente da Casa, deputado Cauê Macris, por pautar o projeto, mas o projeto não está
pautado e não foi pautado em nenhum momento. Nós estamos discutindo a urgência
de outro projeto.
Vossa Excelência tem
alguma informação - porque ajudaria e deixaria todos nós contentes e todo o
plenário - de que o projeto seja pautado ainda hoje? Talvez fosse interessante.
Só para colocar que não está pautado, não foi pautado. Seria interessante que
fosse pautado, inclusive, no dia de hoje. O projeto não foi pautado, não é?
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Ainda
não, deputado.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Tomara que seja pautado no dia de
hoje.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Tomara
que seja pautado.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra.
Presidente, deputado Barros Munhoz, o deputado Fernando Capez
fez altíssimas considerações sobre o que é constitucional ou não. Vossa
Excelência, da velha e querida Academia do Largo São Francisco, sabe que é
tênue o fio que separa o constitucional do inconstitucional.
Os mesmos argumentos que ele
tem, eu também teria para dizer que é inconstitucional. O problema é que ele é
um professor de Direito Constitucional. A fala dele vem de livros, palestras.
O que não quer dizer que eu
não esteja correto quando digo que pode ser inconstitucional. Pode ser
constitucional, mas pode ser inconstitucional, deputado Barros Munhoz.
Não é a palavra do deputado
Fernando Capez a definitiva, a respeito desse
projeto. Não é definitiva. Portanto, deputado Barros Munhoz, quero, mais uma
vez, cumprimentar o deputado Fernando Capez pela aula
que deu esta noite, mas não há como afirmar, de maneira peremptória, que este
projeto é constitucional.
Vejo ares de
inconstitucionalidade. Posso estar equivocado, posso estar errado, deputado
Barros Munhoz. Mas eu preciso verificar melhor. Eu não tenho como votar esse
projeto na situação em que ele se encontra. Nós vamos ter que debater muito.
Façam tantas audiências
públicas quantas forem necessárias, ou congresso: seja lá o que for. Não são os
australianos que vão dizer aquilo que nós vamos fazer.
Portanto, deputado Barros
Munhoz, meu amigo, deputado Fernando Capez, eu
preciso analisar esse projeto, inclusive sob o aspecto condicional. Eu ainda não
me convenci se o projeto é constitucional ou não.
Nós temos o direito - a não
ser que alguns deputados não queiram - de verificar desta maneira.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Apenas para
dizer que o Projeto 31 não está pautado para esta noite, e nem será, segundo
informou o presidente da Casa, no Colégio de Líderes, nem amanhã.
Foi claríssimo. Ele
disse isso. Ele relatou que vai cumprir o acordo que houve na semana passada.
Não vai pautar, nem hoje, nem amanhã. Então, minha gente, eu queria dizer que a
coisa mais fácil do mundo é tentar obter o aplauso, tentar obter o apoio.
Agora, o que eu condeno
é inventar, criar problema onde não existe, para aparecer. Porque, na verdade,
não está pautado o 31 para hoje, nem para amanhã.
O presidente da Casa,
segundo o Colégio de Líderes, decidiu hoje contra o voto de três partidos, foi
decidido que não. Manteve-se o decidido, o acordado, na reunião passada. Foi
isso que aconteceu. Isso é claro. Todo mundo que participou do Colégio sabe
disso.
Essa é a verdade.
O
SR. JOÃO CARAMEZ - PSB - PARA RECLAMAÇÃO - Sra. Presidente, quero que a senhora me ajude a colocar as
minhas ideias em dia, em ordem. Costumo dizer que aqui é uma casa de louco. E
eu acho que estou ficando louco. Eu não estou entendendo mais nada.
Será que se as galerias
estivessem vazias, nós estaríamos aqui discutindo, ao invés do requerimento de
urgência, o projeto do Feliciano?
Já disse a ele que sou
a favor, mas não é justo um projeto que está na relação daqueles que não têm
acordo, ser exaustivamente discutido; e aqueles que têm acordo, nem serem
votados.
Temos projetos tão
importantes quanto o PL 31. Tem o PL 31, que salva a vida dos bois, e tem o meu
PL, que salva a vida de seres humanos.
Não é justo perdermos
todo esse tempo, a pauta não andar, por causa de um projeto que não está
pautado, e nem vai ser. Não sou líder, mas acompanhei a discussão no Colégio,
hoje. Não será pautado. Então, não é justo perdermos todo esse tempo e a pauta
não andar.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB -
Gostaria de pedir a colaboração de todos os parlamentares para que possamos dar
continuidade à discussão do Projeto de lei 1.012, de 2017, de autoria do
deputado Itamar Borges.
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Com todo o
respeito ao deputado Enio Tatto, com quem dividi a
Mesa Diretora dos trabalhos desta Casa no primeiro biênio
desta legislatura, reitero - não tenho nenhuma procuração para defender
o presidente Cauê Macris -,
que foi pautada e aprovada a urgência.
Eu não estava no Colégio
de Líderes, mas, a meu ver, as lideranças que estavam lá presentes é que devem
dizer que acordo é esse que tirou da pauta de hoje o Projeto 31.
E acho que devemos,
sim, ficar falando e obstruindo esse projeto, seja ele a urgência do deputado
Itamar Borges ou de outros projetos, até criar um fato político para voltar a discussão e pautar o 31. (Palmas.)
Veja,
os deputados que estão a favor do agronegócio, e é lícito e igualmente nobre
que sejam, que votem contra o projeto. Quem é a favor da proteção animal que
vote a favor, mas vamos votar. Essa foi minha luta quando eu era presidente da
Casa. A Assembleia tem que legislar, votar projetos,
discutir temas. O que não pode é ficar esse rame-rame
e não se vota nada.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB -
Para falar a favor do projeto, tem a palavra o nobre deputado Gilmaci Santos.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO -
Deputado Campos Machado, o deputado Capez deu uma
aula aqui, com palavras bonitas, sobre corte halal ou
sobre a matança halal.
Primeiro, que o que ele
disse são meias verdades. O halal
é abatido no Brasil. Não há nenhum problema em se abater, é só a linha de
produção, a linha de matança, estar virada para a Meca. Essa é uma das regras
do corte halal ou da matança halal.
Então, não é porque não
se pode matar corte halal aqui que se está exportando
boi em pé. Isso não é verdade. Já disse ao deputado Feliciano que sou contrário
a esse projeto por outras razões, não por essa que o deputado Capez fez a colocação aqui.
O
SR. GILMACI SANTOS - PRB - Quero passar meu tempo ao deputado
Carlão Pignatari.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Dos meus quinze minutos o deputado Campos
Machado quer usar os cinco minutos iniciais, não finais.
O SR.
FERNANDO CAPEZ - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Estou muito
feliz, deputado Carlão Pignatari, porque nesta Casa nós voltamos a discutir
temas objetos. Aqui se discute muito pessoas, ataques pessoais, mas discutir
ideias só enobrece o Parlamento.
O que eu quis dizer é que o
abate feito no Brasil, obrigatoriamente, é precedido da insensibilização do
animal. O animal não tem sofrimento durante o abate aqui no Brasil. Quando isso
é feito em países que têm restrições religiosas, por imposições religiosas, não
se pode fazer a insensibilização.
Então, quando compactuamos
com a exportação do animal, estamos compactuando com uma prática que é proibida
aqui. Sabemos que vai ser feito lá e, mesmo assim, estamos compactuando. Foi
nesse sentido a minha colocação, para deixar meu ponto de vista.
Claro que V. Exa., desse assunto, até pelo ramo
de atividade que desenvolve, entende como ninguém.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, nobre deputado
Fernando Capez, grande jurista e orador. Quero dizer
a V. Excia. que eu avisei o
deputado Feliciano Filho, desde o primeiro dia, da minha contrariedade a esse
projeto. Nenhum dos 94 deputados da Assembleia Legislativa é favorável ao
sofrimento do animal, aos maus-tratos aos animais.
Se esse for o problema, temos que acertar a
regulamentação. Temos que fazer leis para que o transporte possa ser feito da
maneira adequada, assim como o abate e o transporte marítimo. Hoje, inclusive,
chegou um convite a esta Casa. Para os deputados que estiverem à disposição,
entre o dias 20 e 25 de julho, haverá um navio no
Porto de Santos ou de São Sebastião, para que todos possam conhecer.
Sra. Presidente, peço que
tenhamos, no mínimo, o direito de ir e conhecer, porque eu não conheço. Quero
ir lá e ver o que acontece.
O SR.
FELICIANO FILHO - PRP - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Carlão Pignatari, em
relação a esse convite para que as pessoas se dirijam até o navio e vejam onde
os animais ficam antes de ir para o embarque, o nosso questionamento não é
esse. Depois que entra no navio, daí para lá, não há ninguém para ir. Por isso,
quero fazer o seguinte convite: que todos entremos no
navio e vamos fazer a viagem com os bois até a Turquia, para assistir ao abate
deles lá. (Manifestação nas galerias.)
Não adianta ficarmos fazendo demagogia. O que está
acontecendo aqui é que alguns estão tentando ganhar tempo, porque sabem que, se
o projeto vier para o plenário, eles perdem. Então, estão querendo ganhar tempo
para convencer aqueles deputados - são 58 favoráveis - a mudar o voto. Eles querem
ganhar tempo.
O deputado Roberto Tripoli
já fez uma audiência pública aqui. Estamos discutindo o sexo dos anjos. Eu só
queria enfatizar que tudo isso aqui é balela, não é verdade. Então, vamos todos
entrar em um navio. Eu sou o primeiro a entrar no navio, ir até a Turquia e
assistir. (Manifestação nas galerias.)
O SR. CARLÃO
PIGNATARI - PSDB - Vejo o deputado Feliciano Filho fazer a sua defesa. É seu direito. O
projeto é dele e eu não tenho nada contra, mas tenho o
direito de, pelo menos, conhecer o que está acontecendo. Ou não? É essa a
discussão que temos que fazer.
O SR. ROBERTO TRIPOLI - PV - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Muitos não participaram da audiência que promovemos aqui. Há um deputado que
disse: “não interessa o que a australiana falou”. Na verdade, deputado, nessa
audiência pública, a australiana foi quem viajou no navio que levou os animais.
Ela filmou toda a situação dentro do navio.
Nós vimos, na audiência pública, a situação desses
animais. O deputado Feliciano Filho não comentou, mas os animais doentes - se
não há como tratá-los, porque as fezes tomam meio metro de altura, e não há nem
onde trabalhar - são jogados no mar, fora tirar os seus olhos.
Estou à disposição de conhecer com Vossa Excelência.
Gostei porque acho que V. Exa. é
um dos únicos que vêm aqui e assumem uma posição. “Sou contra o seu projeto”,
assim como foi contra o meu. Gosto de gente assim, que vem e diz que é contra.
Agora, a maioria fica discutindo e discutindo, mas não assume a posição de que
é contra. Gosto que V. Exa. vem
aqui e fala que é contra. Nós já sabemos que V. Exa. é contra. Na audiência pública, estava bem claro como foi o
transporte.
Muito obrigado.
O SR. CARLÃO
PIGNATARI - PSDB - Ótimo. O convite foi feito. Eu gostaria de ir, porque não conheço. Quero
ir sim. Quero ter o direito de, pelo menos, ter a minha opinião. Não preciso
ter a opinião do deputado Feliciano Filho, ele é favorável, ou de outros
deputados. Na nossa bancada, metade é favorável e metade é contrária. É um
direito que cada um dos deputados tem, mas eu acho que é uma
discussão que nós temos que fazer na hora que o projeto vier. Disse ao Feliciano, desde o primeiro dia, que
não faria obstrução ao projeto, mas que nós discutiríamos e votaríamos. Eu acho
que é assim que nós temos que fazer. Cada um tem o direito de se manifestar.
Venho falar, rapidamente,
sobre o pronunciamento do deputado que, infelizmente, não está aqui, Alencar
Santana, sobre o golpe que foi dado no domingo. Um golpe que esperaram na
sexta-feira ser o desembargador substituto, um desembargador nomeado pela
ex-presidente Dilma, que foi petista durante 19 anos, que entrou com uma ação
contra o juiz Sérgio Moro.
Assim que ele assumiu, meia
hora depois, entraram com o pedido de Habeas Corpus do
ex-presidente Lula. É um direito que eles têm. Eu não vejo nenhuma dificuldade.
Não sou advogado, mas acho que o golpe que tentaram dar foi dos três deputados
advogados do PT, e não do juiz Sérgio Moro que, para mim, é um homem sério, um
homem correto, um homem decente.
Eu acho que nós temos que
fazer as defesas das boas pessoas que estão nos ajudando a passar este Brasil a
limpo. Temos que ajudar as pessoas que estão defendendo um País melhor, para
que o dinheiro vá para a Educação, para que o dinheiro vá
para a Saúde, para que não vá para o bolso de meia dúzia de pessoas.
Deputada Márcia Lia, V. Excia. pode se inscrever e falar o
tempo que quiser. Não há nenhum problema.
O que eu vejo são os erros
que os petistas, alguns... Eu não gosto de generalizar, já disse várias vezes,
mas o erro de alguns dos petistas, que aí sim estão querendo fazer com o
Brasil.
Estão
querendo fazer confusão no Judiciário, confusão em todos os lugares onde eles
entram. Se foi correta a decisão, se não foi correta,
eu acho que hoje a presidente do STJ disse que as duas ações foram irregulares,
do desembargador que deu, e do juiz Sérgio Moro, ao fazer a interferência.
Então, eu acho que é isso que
nós temos que discutir. Para você entrar com um Habeas Corpus, na hora de
cuidar das férias forenses, não sei como é que chama, você tem que ter um fato
novo. Sabe o fato novo que eles escolheram? Que o presidiário Luiz Inácio Lula
da Silva é pré-candidato a presidente da República. Esse foi o fato novo, um
fato que tem sido divulgado nos últimos dois anos em todos os lados do Brasil.
Não dá. Eu acho que tem que
ser, porque eu gostaria que fosse derrotado na urna. Aí sim que é justo, mas,
infelizmente, quem comete crime está na cadeia, está preso, cumprindo uma
sentença de mais de 12 anos.
A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Sra. Presidente, queria apenas lembrá-lo
que esse juiz de primeira instância e a confusão jurídica que V. Exa. coloca, a insegurança
jurídica que V. Exa. coloca,
não foi responsabilidade do PT.
Muito pelo contrário, é
responsabilidade de um juiz de primeira instância, que não tem o direito
constitucional de fazer as sentenças que ele fez, de elaborar as sentenças que
ele elaborou.
Ele condenou uma pessoa sem
terminar o trânsito em julgado, cuja condenação rasgou a Constituição Federal
em diferentes etapas dessa Justiça, uma Justiça que é parcial, que está
absolutamente contaminada.
Essa mesma justiça arquivou
as denúncias do Aécio, não prospera a denúncia contra o Serra, não prosperam as
denúncias contra o ex-governador Geraldo Alckmin, não investiga as denúncias do
Metrô, coloca o Paulo Preto livre, tira o Paulo Preto da prisão.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Deputada Beth Sahão,
primeiro, peço para V. Excia. não
medir o meu partido pelo seu.
A SRA.
BETH LULA SAHÃO - PT - Eu não estou medindo.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não faça isso.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Eu
gostaria que o tempo fosse preservado. Tem um orador na tribuna.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não meça com a mesma régua. Vossa Excelência
vem comparar Geraldo Alckmin com Lula? Eu não entendo. Olha como dá chilique.
Eu não entendo isso. Vamos lá.
Inscrevam-se, façam as suas defesas com o tempo, os 15 minutos, a que V.
Excias. têm direito. Não há
nenhum problema nisso na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Vamos
fazer uma discussão sobre isso.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Deputado Carlão, V. Exa. tem
razão. Olha o absurdo. O que tem o Geraldo Alckmin a ver com tudo isso? Eu não
aceito que deputados petistas venham aqui e, sem nenhuma prova, nada, nada de
nada...
A SRA.
BETH LULA SAHÃO - PT - E qual a prova contra o Lula, deputado?
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Eu não estou me referindo a
Vossa Excelência. Nenhuma prova, nenhum indício de
prova veemente contra Geraldo Alckmin. É um homem simples, humilde,
profundamente correto e honesto. Eu não poderia, nesta oportunidade, aceitar as
insinuações da deputada Beth Sahão
- aliás, eu troco, não sei se é Beth Mendes ou Beth Sahão,
porque depois que o deputado Enio Tatto falou Beth
Mendes eu não consigo ver o nome correto.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr.
Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - O pedido
de V. Exa. é regimental.
Convido os nobres deputados Enio Lula Tatto e Beth
Lula Sahão para auxiliarem a Presidência na
verificação de presença ora requerida.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
A SRA. PRESIDENTE -
ANALICE FERNANDES - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência constata número regimental de
Srs. Deputados e Sras. Deputadas em plenário, pelo que dá por interrompido o
processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres
deputados Beth Lula Sahão e Enio Lula Tatto. Devolvo a palavra ao nobre deputado Carlão
Pignatari, pelo tempo remanescente de um minuto e 39 segundos. Estava
aparteando o deputado Carlão Pignatari o nobre deputado Campos Machado.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pena que o deputado Fernando
Capez não se encontra aqui, pois ele fez uma alusão
aos deputados que defendem a agropecuária.
Sra.
Presidente, hoje eu ouvi falar pela primeira vez em halal.
Eu preciso aprender, ver o que é isso. Deputado Carlão
Pignatari, V. Exa. é do
ramo, eu não sou. Eu tenho que estudar
isso com mais profundidade. Eu não defendo nem o pessoal da agropecuária, nem o
pessoal ativista. Eu quero saber o que quer dizer a palavra halal.
Eu tenho que ver o tipo de corte que é, o prejuízo que
tem. Eu vou contratar uma veterinária para ser minha assessora, para me
fornecer todas as informações possíveis para que eu possa vir a plenário e
discutir com propriedade. Posso até ler
um parecer da veterinária. Eu não posso votar sem conhecer profundamente o
assunto.
Deputado Carlão Pignatari, eu
quero agradecer pelo aparte concedido e dizer que V. Exa.
foi brilhante na noite de hoje respondendo, com muita
propriedade, as insinuações e as aleivosias de toda a bancada petista, que não
se conforma de nós termos um candidato da estatura moral e política do Dr.
Geraldo Alckmin, nosso futuro presidente da República.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, deputado Campos Machado. Eu vejo a
preocupação e o desespero da bancada petista quando se fala em Geraldo Alckmin,
porque eles sabem que ele vai ser presidente da República, sabem que o sempre
prefeito João Doria vai ser governador de São Paulo. Esse é o grande desespero
que fica para os petistas e os partidos que são apêndices do petismo.
Esta é
uma discussão muito boa que todos nós temos que fazer aqui na Assembleia
Legislativa de São Paulo. Quero dizer que eu tenho um prazer enorme, deputada Beth,
de fazer essa discussão com V. Excia., pelo grande conhecimento que V. Excia.
tem. Vossa Excelência é uma deputada séria, uma
deputada correta, que tem por obrigação defender os corruptos do seu partido.
Infelizmente esse é um papel que V. Excia. tem, que não serve para mim. Na minha
opinião, se alguém do meu partido tem que ser preso, eu não vou dizer
que foi golpe. Isso não serve para mim. Temos ainda hoje e amanhã para fazer
essa discussão aqui no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. Muito
obrigado.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, primeiro eu queria dizer ao deputado Carlão
Pignatari que já começa pelo presidente do partido dele, o ex-deputado Eduardo
Azeredo, que já foi preso, condenado e não tem mais recurso. Depois vem o
Aécio, que tem quantas e quantas denúncias, malas de dinheiro com provas
cabais, com provas materiais. Depois vêm as denúncias contra o Serra, as
denúncias contra o Aloysio...
O problema é que nós temos uma Justiça
absolutamente condescendente com o PSDB. Historicamente, nos últimos anos tem
sido assim, essa história infelizmente não mudou. Quem é punido aqui é o Lula,
mesmo sem provas, em um julgamento que fere todas as regras constitucionais.
Isso não é dito por mim, isso é dito pelos principais juristas deste país,
aqueles que conhecem a Justiça neste país, aqueles que
conhecem as leis neste país.
Então é preciso deixar
claro que corruptos o seu partido tem de monte, deputado Carlão Pignatari. Eu
também o respeito bastante, somos quase vizinhos, mas não posso jamais
concordar com a sua afirmação. E mais: o ex-governador Alckmin patina nas
pesquisas com três pontos, quatro pontos, e o Lula tem trinta. Vejam aqui o “Twitter” que o site “El País” colocou no domingo. O “Twitter” registrou 1.148.000 menções ao presidenciável
Lula, 80% delas positivas. Então, esse é o cara mesmo, como disse Barack Obama.
É o cara que o brasileiro quer, para poder recuperar a esperança do povo
brasileiro. Esse é o cara - Luiz Inácio Lula da Silva. É por isso que o povo
está muito bravo com a prisão injusta do Lula.
Só para concluir, eu
queria dizer ao pessoal do PL 31 que o PT tem o tempo inteiro insistido para
que se paute e vote o projeto. (Manifestação nas galerias.) Quero reafirmar
nosso compromisso nesse sentido. Obrigada, Sra.
Presidente.
O
SR. JOÃO CARAMEZ - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, não consigo conceber o que está acontecendo
nesta Casa. Estamos enveredando por um caminho que não tem nada a ver com
aquilo que estamos querendo discutir aqui. O maior problema
estão sendo as eleições agora. (Manifestação nas galerias.) Eu quero
acreditar que toda essa obstrução feita pelo presidente desta Casa... Quero que
todos saibam que é o presidente quem está obstruindo, porque o acordo era a
votação do Ipesp e projetos de deputados na Ordem do
Dia. E, de repente, o presidente pauta um requerimento de urgência que entrou
minutos antes de iniciar esta sessão.
Agora, se ele pauta o
requerimento de urgência, ele poderia pautar qualquer outro projeto, inclusive
o trinta e um. Volto a dizer: não concordo com o que está acontecendo nesta
Casa. Pelo amor de Deus. Também não quero acreditar que tudo isso não seja
influência de uma disputa eleitoral que se avizinha. Cada um tem o seu
candidato, sua preferência, mas não podemos trazer as nossas preferências para
dentro desta Casa. Devemos ter discernimento, afinal de contas, vivemos em uma
democracia.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Só para um
esclarecimento: eu gostaria de corrigir meu querido companheiro, amigo e
colega, deputado João Caramez. Foi
combinado, sim, no Colégio de Líderes, que seriam colocados esses dois
requerimentos. Não houve omissão, esquecimento, nem nada. O presidente disse
que seriam colocados esses dois requerimentos. É importante que se frise isso.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Agradeço suas palavras, deputado Barros Munhoz. Só para deixar claro: eu não
estava aqui, mas na minha sala, porém, ouvia exatamente o que dizia o deputado
João Caramez. Ele está mal informado. Todas as ações
que estão sendo pautadas hoje têm acordo por unanimidade dos líderes. Quanto
aos dois requerimentos de urgência, nenhuma posição contrária. Isso foi pedido
pelos deputados Itamar Borges e Carlão Pignatari, esse último representando o
PSDB. É por isso que os dois requerimentos estão aqui.
Em relação à pauta que
tem se discutido, só dois partidos foram contrários à
pauta que está sendo colocada: o PRP, representado pelo deputado Feliciano
Filho; e o PSOL, representado pelo deputado Carlos Giannazi.
Todos os outros partidos concordam com a pauta que está sendo estabelecida, inclusive o PSB de V. Exa.,
deputado João Caramez. Então, acho que quem vem aqui
fazer ilações sobre o que está acontecendo tem que tomar muito cuidado, pois
muitas vezes não questionou o próprio líder partidário a respeito da posição do
partido.
Então, o governo foi
favorável, o próprio PSB, partido de V. Exa., foi favorável, bem como todos os outros partidos da Casa.
É difícil porque, muitas vezes, aqueles que nos assistem não estão acompanhando
ou não conhecem os instrumentos regimentais que a Casa tem. É muito fácil vir
ao microfone e colocar suas posições, mas, no momento do Colégio de Líderes,
quando é para defender realmente a posição, não defende.
Então, fica muito fácil
fazer essa crítica. Mais do que isso: fazer uma crítica dizendo que o
presidente da Casa está obstruindo a sessão, acho que
é um equívoco de V. Exa., um equívoco muito grande por parte de Vossa
Excelência.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a minha líder, deputada Beth, colocou aqui
que a bancada do partido defendeu que fosse pautado o PL 31 no dia de hoje.
Então, coloque as coisas corretas.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não defendeu, deputado Enio.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - E defendeu também que as duas
urgências fossem pautadas, pois há consenso. Acabei de falar na tribuna que,
quando há consenso, em dois minutos resolve-se o problema e entram os projetos
seguintes.
No mais, quero falar ao
deputado Carlão Pignatari que eu entendi a acusação e a forma que ele colocou
contra o PT. É para que ajudemos a obstruir os trabalhos no dia de hoje.
Mas vou falar
seriamente, olhando para os seus olhos: lave a boca com creolina antes de falar
do Partido dos Trabalhadores e do Lula. Vossa Excelência não tem moral para
falar do Lula e chamá-lo de corrupto e presidiário. O povo brasileiro está
defendendo o Lula, não precisa de uma pessoa da sua qualidade para falar mal do
Lula. O povo brasileiro o defende, ele está liderando todas as pesquisas. Há
uma reação mundial para que ele seja solto.
Vossa Excelência, antes
de falar do Lula, fale do Aécio, do Alckmin, do Serra, fale do Beto Richa, do prefeito de vocês de Mongaguá. Acharam um monte
de dinheiro na casa dele, um prefeito de uma cidade tão pequena. Fale do Marconi Perillo e de todos
os denunciados, aqueles que têm dinheiro na Suíça e que estão soltos até hoje,
principalmente o Serra.
O Lula não tem uma
acusação contra ele, não existe uma prova contra ele. Então, volto a dizer,
olhando em seus olhos: antes de falar do Lula e do PT, lave a boca com
creolina. Vossa Excelência não tem moral para falar isso do PT e,
principalmente, do presidente Lula.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Antes de continuar - e eu vou passar a palavra a todos os deputados que pedirem
-, quero deixar uma coisa registrada: a deputada Beth não defendeu.
Os únicos líderes que
fizeram a defesa do não cumprimento do acordo que foi feito na semana passada
por unanimidade foram os deputados Carlos Giannazi e Feliciano Filho, além do
deputado Tripoli, que defendeu uma posição própria,
diferente, inclusive, do partido dele. Mas considerando os partidos - V. Exa. estava lá e presenciou isso -, esses foram os únicos líderes
partidários que defenderam posições contrárias para que pudéssemos pautar o PL
31.
Quero deixar claro
também que este presidente pautou duas vezes o Projeto nº 31 e cumpriu todos os
acordos pré-estabelecidos entre os líderes. Porém, como presidente da Casa, não
cabe a mim questionar posicionamentos sobre o projeto,
mas mediar. Se tenho 99% dos líderes caminhando em uma
direção e um ou dois por cento dos líderes caminhando em outra direção, tenho
obrigação de levar a Casa para onde a maioria dos líderes está caminhando.
A deputada Beth deixou
muito claro. Fiz questão de perguntar pessoalmente, líder por líder, para que
não tivesse qualquer tipo de dúvida a respeito da pauta de hoje.
O
SR. JOÃO CARAMEZ - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero me penitenciar. Não
sou líder. Acompanhei a reunião de líderes e quero me penitenciar por ter me
referido ao nome de Vossa Excelência.
Mas o que vejo é uma
obstrução da bancada do PSDB, uma bancada da qual participei e com a qual
convivi durante 23 anos. Essa obstrução não está levando a nada. E por conta do
projeto do Ipesp? Pelo amor de Deus, não tem
cabimento um negócio desses.
É um projeto enviado
pelo nosso ex-governador Geraldo Alckmin. Não foi o Márcio França que enviou
esse projeto. Se fosse um projeto do atual governador, eu até relevaria essa
obstrução, mas não é. Acho que temos que solicitar aos deputados,
principalmente do PSDB, que ponham a mão na consciência e parem de obstruir.
Vamos votar aquilo que estava acordado. Vamos discutir os requerimentos e votar
os projetos acordados. E depois outros projetos que haverão de vir.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço
a penitência de V. Exa., deputado João, do seu feitio
como grande parlamentar. Só esperava essa posição de Vossa Excelência. Claro
que eu aqui falo pela Casa, e não pela bancada do PSDB. Quem fala é o líder
Marco Vinholi. Este presidente tem tentado de todas
as maneiras fazer que a Casa possa fluir da melhor
maneira possível.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu me sinto muito bem deste lado aqui, por
incrível que possa parecer. Eu me sinto de lado, eu estou muito bem aqui.
Sr.
Presidente, quero fazer justiça a Vossa Excelência. V. Exa.
está cumprindo um acordo feito com todas as bancadas,
inclusive a do PT. E querer atribuir a V. Exa. a não pautação de outros projetos é meio complicado.
Vossa Excelência fez questão
de perguntar duas ou três vezes para cada líder. Eu mesmo repeti duas vezes.
Pensei que V. Exa. não
estivesse ouvindo, e estivesse meio surdo. Perguntou para mim duas ou três
vezes. Essa é obstrução do PTB? Eu falei que essa é do PTB, dentro do acordo
que V. Exa. fez.
Não há como contrariar esse
acordo. Mas quero reiterar a proposta que já fiz hoje, no Colégio de Líderes, Sr. Presidente. Podíamos votar o Ipesp,
que é um projeto que deve ter o apoio do governo, do governador Geraldo Alckmin
e do governador Márcio França, e votar o projeto do Orçamento Impositivo. É
isso que esta Casa precisa votar. Não adianta ficar iludindo quem está aqui na
galeria.
Sr.
Presidente, vamos tentar esse acordo.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Primeiro, já foi esclarecida a questão do Colégio de
Líderes. Não havia acordo. Acho importante, o deputado Barros Munhoz focou mais
cedo, hoje não está pautado, e não deverá ser pautado o PL 31, uma vez que
temos a galeria cheia, contrários e a favor.
Nós não temos problema,
nós trabalhamos pela aprovação do projeto do governador Geraldo Alckmin, mas
temos um problema sério com o uso, do governador Márcio França, da máquina do
estado de São Paulo. Ele o vem fazendo, por exemplo, com as propostas na LDO,
como por exemplo no uso, nos últimos dias, com
promessas nunca vistas desse tamanho, no estado de São Paulo, parece que o
estado de São Paulo está à venda. Uma preocupação enorme sobre o uso que vem
fazendo, com recursos, transferências de recursos prometidas e com que dinheiro
vai ser pago.
Nossa preocupação é
enorme com o que vem sendo feito com o estado de São Paulo. Nós seremos
vigilantes, defender o legado construído a duras penas pelo governador Geraldo
Alckmin. Temos certeza, como disse o deputado Carlão Pignatari, de que será o
próximo presidente do Brasil. Acreditamos fielmente.
Depois vou falar um
pouco sobre o juiz plantonista, 20 anos filiado ao PT. Foi da Casa Civil no
governo Lula, e fez um descalabro jurídico e também político, na última semana,
na sua operação Tabajara, para liberar o presidente Lula, réu e condenado pela
Operação Lava Jato.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra, para falar contra o requerimento de urgência, a nobre deputada
Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero
começar cumprimentando todos que se encontram neste plenário. Quando for
pautado o PL 31, a bancada do PT, de forma unânime, votará favoravelmente. Por
inúmeras razões que foram colocadas aqui nesta tribuna, acho desnecessário
ficar repetindo.
Quero também dizer a
todos que o que está acontecendo aqui, hoje, é algo risível,
no mínimo, porque isso de dizer que o governador Márcio França - e eu não tenho
procuração para defender o governador Márcio França - está fazendo política com
o dinheiro do Governo do Estado de São Paulo, eu quero dizer que isso
foi feito durante 24 anos pelo PSDB. Não tem nada diferente; absolutamente nada
diferente. É tudo do mesmo jeito, tudo feito da mesma forma.
E não é por menos que o
estado de São Paulo está na situação que se encontra: a Educação destruída, a
Saúde com muitos problemas, a falta absoluta de Segurança pública. Nós que andamos por esse Estado - e eu ando muito esse estado de
São Paulo - podemos comprovar a situação desesperadora em que se encontram as
políticas públicas, a situação em que se encontra o salário dos professores, o
salário dos nossos policiais, a falta de estrutura na Polícia Técnica, na
Polícia Científica, no Instituto Médico Legal. Enfim, em todos os cantos
temos verificado a situação lamentável em que se encontra o estado de São
Paulo.
Por isso mesmo que o ex-governador Geraldo Alckmin tem 1% na pesquisa espontânea e
tem de três a cinco por cento, dependendo do instituto que faz a pesquisa, não
mais que isso, inclusive perdendo feio no estado de São Paulo, mas feio, porque
o povo reconheceu o que foi feito no estado de São Paulo. E lá no
Nordeste, a situação é ainda mais difícil. O ex-governador Geraldo Alckmin tem
2% lá no Nordeste. Portanto, eu não sei aonde é que eles pretendem modificar
essa situação. Isso porque, na verdade, os votos do governador Geraldo Alckmin
foram para o Bolsonaro. É disso que se trata. É disso que nós estamos falando
aqui. Ele não alavanca. Pode botar um guindaste, pode botar o que quiser para
levantar que não levanta. É essa a situação que vive o PSDB neste País.
Agora, quero me
reportar como advogada que sou, como advogada que
advoguei por muitos anos, quero dizer para todos que nos ouvem e nos assistem
pela televisão, que foi o maior descalabro, o maior escândalo jurídico que foi
feito no último dia oito, no último domingo. É uma vergonha! E esse Judiciário
está absolutamente sem credibilidade na sociedade brasileira. Se fizer uma
pesquisa hoje nem dois, nem três por cento da população brasileira acredita
mais no Judiciário. Nem nós advogados acreditamos mais no Poder Judiciário.
Eles destruíram totalmente a credibilidade que o Poder Judiciário tinha neste
país. E olha que era um dos órgãos, uma das instituições que tinha o maior
respeito e a maior credibilidade.
É disso que eu vou
falar agora que se trata. O golpe que deram na presidente Dilma Rousseff, sem
que ela tivesse cometido nenhum crime; nenhum crime! Aquela história de
pedalada, uma semana depois eles aprovaram e legitimaram, eles legalizaram a
famosa pedalada. E hoje, o Sr. Michel Temer, um déficit que estava estimado em
89 bilhões já está em mais de 300 bilhões pelo Sr. Michel Temer. E vamos dizer
mais. Vejam a quantidade de pessoas desempregadas neste país.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr.
Presidente, acho que está tão boa a discussão que a deputada Márcia Lia está
fazendo, que eu gostaria de pedir uma verificação de presença.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Convido os deputados Chico Sardelli
e Roberto Morais para auxiliarem esta Presidência.
* * *
-
É iniciada a chamada.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Constatado quórum
regimental, esta Presidência agradece aos deputados Chico Sardelli
e Roberto Morais pelo auxílio no processo de verificação de presença.
Devolvo
a palavra a nobre deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Voltando
a minha fala, quero dizer que depois do golpe dado no povo brasileiro, hoje
temos, entre desempregados formais e informais, quase 28 milhões de pessoas
desempregadas, passando fome, passando necessidade, sem conseguir pagar suas
contas. E lembrar que esse golpe dado no povo brasileiro tinha um objetivo
claro, que era vender o patrimônio do povo brasileiro. Eles venderam, e estão
vendendo e privatizando tudo o que é possível e mais um pouco. Eles venderam as
nossas plataformas do petróleo do pré-sal, que era a riqueza que ia garantir a
Educação e a Saúde do povo brasileiro. Eles estão vendendo a Eletrobrás, eles estão vendendo tudo aquilo que significa riqueza lá na
Amazônia. Eles estão vendendo e acabando com absolutamente tudo que o povo
brasileiro tem. Eles vão dizimar a possibilidade do povo
brasileiro ser um povo soberano, ser um povo altivo, ser um povo que tem
autoestima. Eles fizeram uma reforma trabalhista para atender os patrões. Não foi para atender vocês, trabalhadores rurais, boiadeiros,
foi para atender o patrão de vocês. Não foi para atender o povo trabalhador. O
povo trabalhador que se lasque.
Lá na cidade de Franca,
no mês seguinte à reforma trabalhista que entrou em vigência em novembro do ano
passado, dez mil pessoas foram demitidas. O sindicato dos trabalhadores, dos
sapateiros, fez 10.000 rescisões na cidade de Franca em dezembro do ano
passado. É disso que se trata. É da destruição do povo brasileiro, é da entrega
do nosso patrimônio para os americanos, é da entrega do nosso patrimônio para
os chineses, é da entrega do nosso patrimônio para todos os estrangeiros, e o
povo brasileiro que fique à míngua morando em favela, morando embaixo de lona.
É disso que eu estou
falando. Esse golpe foi um consórcio do PSDB com o MDB e é por isso, meu povo,
que eles prenderam o presidente Lula. Porque o presidente Lula se for candidato
- e nós vamos registrar a candidatura dele -, ele vai ser o próximo presidente
da República deste País. Por isso é que eles mantêm o presidente Lula preso
político, e é por isso que os juízes que têm um pouco de
sensatez estão defendendo que retomemos o Estado Democrático de Direito e
acabemos com esse estado de exceção que temos neste País. É uma vergonha
para nós, advogados. É uma vergonha para os juristas que de fato defendem a
lei, defendem a ordem, defendem o Judiciário.
O que foi feito no
último domingo... Um juiz de primeira instância e um desembargador que estavam
de férias... Não existe isso. Isso é um negócio impensável, inimaginável. Esses
dois juízes macabros simplesmente desrespeitaram a ordem institucional deste
País. Pegaram a Constituição, o Código de Processo Penal e toda a legislação e
rasgaram e jogaram no latão de lixo. Nós
estamos atônitos. Os grandes juristas deste País estão atônitos. Os juízes que
têm consciência...
Eu tenho um amigo lá em
Araraquara, terra onde eu tenho a minha família, que é procurador aposentado e
professor de Direito Penal. Conversando com ele essa semana ele me disse que quando vai lecionar, quando ele entra na sala de aula para
lecionar, ele não sabe mais o que fala para os alunos, porque o que está
escrito no texto da lei é diferente do que os juízes estão aplicando no
dia a dia no Judiciário. É disso que se trata. É uma vergonha.
Hoje, os juízes não são
mais imparciais. Hoje, eles têm lado, eles têm partido político. Hoje, eles não
defendem. E tem uma coisa muito grave que eu quero chamar a atenção de todos
vocês. Se eles fazem isso, se eles mantêm um inocente preso
da envergadura do presidente Lula, um líder mundial, um homem amado por milhões
e milhões de brasileiros, o que eles não são capazes de fazer com um jovem
negro da periferia que for pego por eles?
Hoje, é o presidente
Lula, amanhã pode ser qualquer um de vocês que não tenha direito à presunção de
inocência, qualquer um de vocês que não tenha as garantias constitucionais.
Qualquer um de vocês pode ser preso. Não venha me falar que lá no PSDB só tem
santinho. Não venha me falar isso; não é verdade. Já foram citados inúmeros
nomes aqui de pessoas que estão envolvidas em corrupção até o pescoço. É disso
que estamos tratando esta noite nesta Casa: do desmonte do Estado, da falta de
credibilidade das instituições e da vergonha que o Supremo Tribunal Federal,
pelo seu acovardamento, está infligindo ao povo brasileiro.
O povo brasileiro está
envergonhado da Justiça. O povo brasileiro está envergonhado porque o nosso
estado democrático de direito, a nossa soberania e a nossa democracia estão
todos no latão do lixo.
Os nossos servidores
públicos são mal remunerados no estado de São Paulo, a Segurança pública
inexistente. As escolas: V. Exas. não
têm noção a situação calamitosa que estão as escolas que eu visito no estado de
São Paulo. Falta estrutura para os professores; falta ânimo, falta salário,
falta tudo para o professor, que é quem, na verdade, ensina os nossos filhos,
cuida dos nossos filhos, prepara os nossos filhos para o futuro.
Agora, eu pergunto: que
futuro? O futuro que estão entregando, jogando fora, que está longe do povo
brasileiro, que está sendo entregue para os Estados Unidos, para a China e para
os países da Europa.
É isso que o povo
brasileiro precisa acordar e enxergar. Lula foi preso por uma única e exclusiva
razão: porque ele fez programas sociais para retirar o povo da miséria, ele fez
o Bolsa Família, ele fez o Minha Casa, Minha Vida, ele
fez o Prouni, ele fez o Fies, ele fez o Luz para
Todos, ele deu água para o povo nordestino.
É por isso: porque o
povo brasileiro chegou a ser a sexta economia do mundo. Agora, com o governo
Temer, já estamos na 17ª posição. Estamos caindo em
todos os sentidos.
Nós, no mesmo diapasão
da minha defesa em relação ao presidente Lula, às políticas sociais, eu quero
fazer a defesa do PL 31. Quero fazer a defesa para que tenhamos respeito com os
animais, com as pessoas, com o povo que defende a autonomia e a soberania desse
povo brasileiro.
Se
somos maus para os animais, com certeza seremos maus para
as pessoas também. é disso que se trata. É da forma
como nós tratamos as questões do nosso País.
Então, meus amigos,
minhas amigas, eu não vou ofender pessoalmente ninguém esta noite porque isso
não é do meu feitio. Agora, quero dizer para vocês que o povo brasileiro
precisa acordar; não pode continuar adormecido, porque, senão, na hora que o
povo brasileiro acordar, vai ser tarde demais.
Não vai sobrar nada.
Não precisaremos nem de Exército mais, porque todas as nossas riquezas terão
ido embora do Brasil.
Nós vamos pedir, de
forma muito frequente, para que possamos colocar o PL 31 em votação rapidamente
porque é isso que o povo deseja. Deputado Feliciano, estamos juntos com V. Exa. na defesa do PL 31. Pode
contar com a bancada do PT.
Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de
lamentar a fala do deputado Marco Vinholi, mas dizer
que ele fez um reconhecimento. Ele reconheceu a grandeza do trabalho que o
governador Márcio França vem desenvolvendo.
Ele reconhece que os
programas, como o Jepoe, recém
lançado, que atende cinco mil jovens de 16 a 18 anos, é um programa de
sucesso. Já foi sucesso no passado e tenho certeza que vai dar oportunidade
para os jovens, sobretudo para aqueles de maior vulnerabilidade.
Agora, lamento que
estejamos aqui, hoje, em uma sessão com apenas dois projetos em pauta. O
projeto do deputado Wellington Moura e o projeto do Ipesp
que, como já foi dito aqui reiteradas vezes, foi encaminhado
a esta Casa pelo ex-governador Geraldo Alckmin. Se ele estiver assistindo,
imagino que fique até triste, porque a bancada do partido do qual ele é o
presidente nacional, o candidato a Presidência da República, que todos nós
esperamos que seja o presidente do Brasil, está obstruindo. Ele deve ficar
extremamente entristecido.
Mas isso tudo faz sentido
nas palavras do líder do PSDB. Mostra uma preocupação grande, porque o
candidato dele vem caindo nas pesquisas. É uma rejeição de mais de 55% só aqui
na Capital. Isso talvez justifique o motivo de ele estar tão preocupado com o
nosso governador Márcio França, tão preocupado com as ações que ele vem
fazendo.
Às
vezes as pessoas pensam que quando apoiamos alguém, principalmente aqueles que
mais precisam, é porque aquilo vai dar voto. É claro. As pessoas só votam
naqueles que elas reconhecem estar trabalhando por elas, e o governador Márcio
França, realmente, tem trabalhado, e muito, principalmente para os jovens, que
precisam de oportunidade.
Isso,
daqui a 88 dias, vai cessar, porque as urnas vão falar mais alto. Mas talvez aí
o líder da bancada do PSDB vai se acalmar mais ainda, porque vamos votar não só
o Ipesp.
E
só para deixar registrado, há uma ação aqui na Casa querendo que tenhamos um
recesso branco. Não precisamos disso, porque V. Exa. foi muito feliz com a pauta que foi aprovada na semana passada.
Votaríamos o Ipesp hoje, aprovaríamos projetos de
consenso, uma PEC que tramita na Casa e, depois, a LDO.
Mas,
se isso não for possível, vamos discutir a LDO o tempo todo. Estamos aqui para
trabalhar. As pessoas votaram em nós para que possamos permanecer aqui.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a
palavra o nobre deputado Cezinha de Madureira.
O SR. CEZINHA DE
MADUREIRA - PSD - Gostaria de passar meu
tempo ao deputado Marco Vinholi.
O SR. ROBERTO MORAIS
- PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria que
votássemos os projetos do deputado Wellington e do governador Alckmin. Pedimos
que aquilo que foi acordado seja votado essa noite.
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Quando comecei a falar hoje era boa tarde, agora já é
boa noite. Boa noite aqui a toda a plateia e aos nossos colegas deputados
presentes aqui nesta noite.
Primeiramente,
um esclarecimento sobre o PL 31. Falei durante a fala do deputado Enio Tatto. Peço desculpas, até fui um pouco mal educado, cortei
a fala, mas só para dizer que temos gente a favor e contra o projeto dentro da
bancada. Tem gente com história a favor da luta, como a deputada Célia Leão,
que é a favor, a deputada Analice, Maria Lúcia e
outras. Assim como temos deputados contrários, que têm a sua divergência com o
projeto. Estou fazendo justiça a esses deputados que são a favor e também aos
que são contrários.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Cezinha de Madureira.
* * *
Quero
falar sobre nossa preocupação, o deputado rebatia minha fala, mas quero dizer
que nossa preocupação é justamente essa, o estado de São Paulo, a preocupação
eleitoral com o Márcio França, por enquanto, com todo o respeito, é baixa. O posicionamento dele e toda a condição eleitoral
hoje não traz um porquê para isso. O que traz sim é a
utilização exacerbada da máquina do estado de São Paulo.
A capa do “Estadão”,
na última semana, colocava mais de 500 milhões anunciados em transferência,
quando sabemos que, desses 500 milhões, só cento e pouco se concretizam.
Cria-se uma grande expectativa em torno dessas transferências, mas apenas uma
pequena parte delas se concretiza. Estão fazendo uso eleitoral da transferência
de recursos da máquina pública.
Na questão do programa
do alistamento, temos a discussão em torno do caráter eleitoreiro até da
escolha dos municípios. Deputado Carlos Cezar, gostaria que V. Exa. comentasse a escolha desses municípios, primeiro para
contrapor o posicionamento sobre o índice desses municípios. Dos 16 municípios
que estão sendo assistidos, 15 têm o IDHM alto. Se o projeto é sobre Segurança
Pública, por que a escolha desses municípios? É uma escolha política?
Queria colocar o meu
contraponto. Temos o governador Márcio França fazendo um trabalho meramente
eleitoral nessa questão. Eu ouvia a deputada Márcia Lia, com muita preocupação.
O que está acontecendo? Existe uma aliança, de fato, entre PT e PSB? Seria o
Márcio França o plano B do PT? O Plano F do PT?
Quero também dizer
que, na última semana, estivemos no município de Patrocínio Paulista, na região
de Franca. É um município que faz parte da bacia leiteira do estado de São
Paulo. Inaugurou-se lá uma importante cooperativa da Coonai. São 77 anos de
Coonai. É uma cooperativa histórica, que trabalhou até com café. Talvez seja a
principal cooperativa que atua no Programa Vivaleite no estado de São Paulo.
Lá, através de recursos do Bird e do Programa
Microbacias II, conseguiu instalar esse importante equipamento, que irá
beneficiar vários cooperados, mais de 200 cooperados daquela região.
Sabemos o quanto o
governador Geraldo Alckmin se empenhou para que esse programa fosse construído
no estado de São Paulo. Estive lá presente. Quero deixar os meus cumprimentos
ao Marcelo Avelar, da Ocesp; ao Márcio Freitas, o nosso presidente da OCB e ao
seu irmão Eduardo Freitas, que constroem, ao longo de toda a sua vida, desde o
seu pai, essa importante cooperativa.
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Marco Vinholi, agradeço o aparte de Vossa Excelência. Desses 16 municípios
que foram contemplados, temos, inclusive, municípios do partido de Vossa
Excelência. Agora, estou ficando preocupado, porque vocês começaram a expulsar
pessoas que entendem que o governador Márcio França está fazendo um grande
trabalho.
Recentemente, expulsaram o prefeito de Penápolis, um
grande prefeito que tem feito um grande trabalho. Por quê? Porque esboçou, tem
simpatia, mas está sendo expulso do partido de Vossa Excelência.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr.
Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - CEZINHA DE MADUREIRA - PSD - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata quórum visual.
Continua com a palavra
o nobre deputado Marco Vinholi.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Nobre deputado Marco Vinholi, apenas quero lembrar V. Exa.
que esse projeto que o nosso governador Márcio França
apresenta, o Jepom, que cuida de jovens, é um projeto
exitoso, é um projeto de transferência de recurso. Porque o governador Márcio
França tem uma característica. Ele é um homem que cumpre a palavra. Ele, quando
empenha a palavra, cumpre.
Esse projeto ele não
está falando de agora. Ele fala a vida inteira, desde que ele assumiu como
vice-governador. Era um projeto que ele havia desenvolvido lá em São Vicente,
que havia sido exitoso em São Vicente, que havia gerado resultados, que tem
testemunhos de jovens que estavam na margem da periferia, na marginalidade,
prontos para irem para o caminho errado, e que acabaram
encontrando uma profissão, uma direção, um caminho.
É esse projeto que ele,
como tem palavra, prometeu lá atrás e está cumprindo agora. Está cumprindo no Governo do Estado, e está tendo adesão,
e por isso, talvez, cause tanta preocupação.
Então, eu quero fazer esse
justo reconhecimento. Esse projeto deu certo lá em São Vicente e dará certo no
estado de São Paulo. Eu quero encerrar meu aparte para o deputado Feliciano
Filho poder falar também.
O
SR. CHICO SARDELLI - PV - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Marco Vinholi,
eu tenho visto com frequência os ataques que V. Exa. deliberadamente tem
feito ao governador Márcio França.
Tenho sido testemunha,
por onde ando, por onde passo, do trabalho do governador Márcio França,
principalmente em poder cumprir tudo aquilo que ele disse quando no exercício
de cargo de vice-governador. São Paulo está avançando. As prefeituras estão
reconhecendo. A população está reconhecendo o mérito de um homem que tem
palavra, um homem que cumpre aquilo que faz.
Agora, os ataques, no momento
oportuno, no momento eleitoral, eu acho até que são saudáveis, para poder fazer
o contraponto - ponto, contraponto. Agora, insistentemente, sinto e ouço calado a posição de V. Exa., aqui
contrário. Talvez contrário por ser contrário, porque, verdadeiramente, V. Exa. percebe que governo Márcio
França está andando, que aquilo que foi prometido está acontecendo.
Prefeitos, prefeituras,
cidadãos contentes - e a sua preocupação demonstra uma preocupação, em minha
opinião, eleitoral. Eu não poderia deixar de fazer essas colocações, e vou
encerrar, para poder deixar o nosso companheiro Feliciano poder fazer uso da
palavra.
Cuidado no ataque,
porque toda ação tem uma reação, e principalmente a reação política da
comunidade, do cidadão, dos munícipes, daqueles que efetivamente veem o
trabalho verdadeiro do nosso governador Márcio França em prol dos municípios,
principalmente os municípios do interior, em prol do nosso estado de São Paulo.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Nobre deputado Chico Sardelli, meu amigo, nobre deputado Carlos Cezar, V. Exa. ia bem até falar na reação.
Eu confesso que nós não
mediremos esforços para segurar o estado de São Paulo da forma que deixamos.
Confesso que a política feita... E quem faz política
eleitoreira aqui no estado de São Paulo é o governador Márcio França, neste
momento, seja através da LDO, de um projeto que exclui as mulheres e tenta dar,
da mesma forma que o Garotinho deu lá no Rio de Janeiro o tal “cheque cidadão”,
aqui no Estado de São Paulo, uma promessa de bolsa.
Se puder, vai ser uma
bolsa universal. Toda a população do estado de São Paulo, a partir de agora, tem bolsa, é só ir
lá pegar. É só votar na eleição e depois está tudo certo. Mas tudo bem. Eu não
fiz nunca nenhum ataque ao governador Márcio França, mas sim à política implementada por ele, e vou continuar a fazer, porque eu
acredito que o estado de São Paulo não pode ir para esse caminho.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CEZINHA DE MADUREIRA - PSD -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, para discutir contra, tem a palavra o nobre
deputado Feliciano Filho.
Sr.
Deputado, ele não pode passar o tempo dele. Ele está inscrito contra e o outro
está a favor.
O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Há algum tempo eu percebo o deputado Marco Vinholi na tribuna fazendo fortes críticas ao governador
Márcio França, o que é um direito, é da disputa política. Agora, o que está
enjoando é ele ficar ameaçando o povo de São Paulo. Ele acabou de dizer que vai
fazer de tudo para o estado de São Paulo permanecer como eles deixaram, isto é,
universidade sucateada, um dos menores salários de professores, um dos menores
salários de policiais, um índice de desenvolvimento abaixo da média nacional
nas principais regiões. Ou seja, V. Exa. tem que parar de ameaçar, porque deixar o Estado como está,
é uma ameaça ao povo de São Paulo. Essa é a observação que eu faço.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro foi o
PT, agora é o PSOL na bancada do Bloco, do PSB, do Márcio França. É justamente
isso, estamos em campos distintos. PSB, PT e PSOL defendendo o governo Márcio
França e o PSDB defendendo o governo Geraldo Alckmin.
O
SR. FELICIANO FILHO - PRP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público
presente, eu quero enaltecer a grandeza desses nossos irmãos que estão aqui,
ativistas. Muito embora eles já estivessem aqui há dias, na esperança de votar
o PL 31, agora, mesmo sabendo que o PL não está pautado, continuam aqui de
forma aguerrida, porque têm Deus no coração, têm compromisso com os animais.
Com o mesmo sentimento
que eles têm aqui, eu quero fazer uma comparação. Eu sei que muitos deputados
vão achar muito estranho, porque não têm convivência diariamente com animais.
Eles são seres sencientes. Quem aqui já viu um boizinho no pasto lambendo o
rostinho do outro, o amor que eles têm? Quando você tira um bezerrinho do
caminhão, a vaca corre atrás da viatura, do carro, fica desesperada, é uma
choradeira. A única diferença que existe entre o amor de um animal pelo seu
filho e de um ser humano pelo seu filho é que eles não podem se defender. É a
única diferença que existe.
Com relação à questão
de maus-tratos, eu vou falar daqui a pouco. Quero dizer em respeito a todo esse
pessoal, aos meus irmãos de luta que estão aqui, que ninguém
está sendo pago para vir aqui, ninguém tem marmita, ninguém tem van, ninguém
tem nada. São profissionais. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CEZINHA DE MADUREIRA - PSD -
Por gentileza, a plateia, enquanto o orador estiver falando, não pode se
manifestar.
O
SR. FELICIANO FILHO - PRP - São profissionais de diversas
profissões, atividades, mas estão aqui de corpo e alma. Eu fico imaginando
quando fiz o desafio de fazermos a viagem de navio, junto com os animais. Eu
faço esse desafio para todos aqueles que pediram para ir ao navio, que pediram
para ir ao entreposto. Não. Vamos entrar no navio. Tem deputado que tem coragem
de vir aqui defender essa minoria que está trabalhando em benefício próprio.
(Manifestação nas galerias.)
Não se pronunciem aqui,
porque o pessoal é educado. O pessoal não está se pronunciando. Não admito
falta de educação e respeito. Existe um orador na tribuna. Eu não admito, de
forma nenhuma, que ajam diferente aqui.
Se nós entrarmos nesse
navio, eu fico imaginando - o boi é senciente - se ele soubesse, a caminho da
Turquia, com o final trágico, o que nós estamos fazendo aqui, diante de tudo o
que foi exposto. Os maus-tratos são inquestionáveis. Alguns deputados começaram
a dizer que era “fake” aquele vídeo. O vídeo que nós
mostramos aqui aconteceu no Brasil. Foi a Magda que entrou por força judicial.
Se quiser, nós passamos aqui, nós temos o vídeo. É que esses vídeos que nós
passamos são do mundo inteiro.
Quando vêm animais da
Austrália, aqueles carneiros que morrem por falta de ar, são cozidos, são
jogados ao mar. A própria veterinária da Austrália, que
esteve no evento do Tripoli, disse que teve que fazer
nucleação, tirar os olhos dos animais por conta de todo aquele efeito do gás
metano, que acaba prejudicando os animais, eles acabam sendo cozidos.
Portanto, quanto à
questão de maus-tratos, não há o que se discutir. Há 70 rabinos do mundo todo
que estão pedindo o fim da exportação de gado vivo. Benjamin Netanyahu pediu agora publicamente para que parem com isso
lá. A esposa dele inclusive o parabenizou publicamente, porque ninguém suporta
mais esse crime de maus-tratos. Não pode, de forma nenhuma, o dinheiro
prevalecer diante do sofrimento. O que é isso? Onde nós estamos?
Falar de emprego? Isso
não vai mudar nada. As pessoas aqui estão sendo massa de manobra. Ninguém vai
perder emprego, pelo contrário. Em vez de o caminhão ir para o navio, vai para
o matadouro, o que é revertido em renda para a sociedade através dos tributos.
Compararam aqui essa questão com a soja, com minério de ferro, mas soja e
minério de ferro têm sentimentos, sentem dor, sofrem? Que comparação mais
esdrúxula!
Estão tentando ganhar
tempo para tentar mudar o voto de algum deputado. Até ontem, nós tínhamos 58
deputados favoráveis, 20 deputados em dúvida e 16 contrários. Eles estão
querendo tempo para trabalhar para mudar voto, mas o deputado que é íntegro não
vai mudar. Três deputados me procuraram e disseram que eles estão conversando
com várias pessoas. Um deles disse: “Tentaram conversar comigo, mas eu não abro
mão, porque eu tenho integridade. Eu sei o que eu estou
fazendo, eu sei do sofrimento dos animais, eu sei que é bom para a
sociedade”.
Isso vai ser revertido
em prol da sociedade, em vez de enriquecer alguns poucos pecuaristas que vieram
aqui com cordão de ouro e não saem dos corredores da Assembleia. Havia aqui uma
Hilux entregando marmitex
para todo mundo. Alguém aqui tem Hilux entregando
alguma coisa? O pessoal está aqui comendo sanduíche e bolacha, não há dinheiro
envolvido aqui não, aqui há legitimidade.
Quero dizer o seguinte:
por que não pautam esse projeto? É uma vergonha o que acontece nesta Casa. O
deputado tem seu direito inalienável, até por conta de respaldo popular. Eu
tenho 188 mil pessoas que querem esse projeto pautado aqui. Eu tive voto em 643
municípios do Estado que esperam isso. Eu fiz um juramento quando cheguei a
esta Casa, de trabalhar para a sociedade, de trabalhar para o estado de São
Paulo, e não para meia dúzia de pecuaristas.
Eu não tenho dúvidas de
que os deputados contrários, que também são meia dúzia, hoje 16, sofrerão a
cobrança em seus locais. Tenho certeza disso. Vamos sair para as ruas
perguntando quem é a favor e quem é contra. Eu duvido que haja alguém que seja
a favor do sofrimento. Eles mesmos vêm a esta tribuna dizer “Nós não somos a
favor do sofrimento, precisamos discutir mais, precisamos fazer uma audiência
pública”.
A audiência pública já
foi feita, com muita propriedade, isso é balela. Isso é para jogar para frente,
seja lá com que interesse. Isso é mentira, e o Regimento desta Casa permite,
deixando a maioria dos deputados subjugados em função de 16 que ficam fazendo
esse jogo de obstrução. Hoje foi nossa vez de fazer obstrução nesta Casa. Quero
parabenizar e agradecer aos deputados que firmaram compromisso com todos vocês,
que foram de gabinete em gabinete.
Quero dizer a alguns
deputados que estão mudando o voto, arrumando pelo em ovo, porque estão escutando
o outro lado e querem arrumar uma desculpa para mudar de lado. Toda hora é uma
desculpa... Desculpa porque não sei o que, desculpa porque jogaram tinta,
desculpa porque há um artigo que não me convence... Quem quiser arrumar desculpa, que arrume e vote contra. Faça como o deputado
Carlão Pignatari, venha a esta tribuna e fale que vota contra, e acabou. O
deputado tem que ter hombridade e dignidade para vir à tribuna e falar: “Sou
contra o projeto”, em vez de ficar nesse jogo de empurra.
Para mim, o deputado Cauê Macris, nosso presidente,
tem o poder discricionário de pautar esse projeto, como disse o deputado Enio Tatto. Ele está trabalhando com os projetos de consenso e
de senso. Eu não quero mandar em presidente nenhum, mas estou vendo a comoção.
Hoje ficou tudo parado porque cada deputado veio à tribuna, um mostrou a
questão jurídica, outro mostrou a questão de maus-tratos, enfim, ninguém está
suportando mais. Ninguém vai arredar pé daqui.
Acho que é melhor votar
logo esse projeto, quem for contra vota não, quem for a favor vota sim, e vamos
acabar com isso. Vamos acabar com isso, vamos parar de demagogia, de inventar
desculpas. (Manifestação nas galerias.) Eu tenho vergonha disso que está
acontecendo nesta Casa. Quando as pessoas me cobram lá fora, eu me sinto
envergonhado. Como deputado, venho até aqui e não tenho meus projetos pautados
para serem deliberados em plenário, pois o plenário é soberano.
Isso é uma vergonha! O
País vivendo o que estamos vivendo. E agora vivemos, dentro de casa, na Assembleia,
a mesma situação, em que alguns poucos deputados começam a arranjar um jeitinho
para tentar barrar um projeto que tem legitimidade total, tem a maioria dos
votos no plenário. Coloquem no plenário para votar, para ver se aprova ou não
aprova; para ver quem tem dignidade, hombridade e quem tem conversa mole. É
isso que precisamos fazer, para ver quem é quem nesta Casa. E vamos parar de
balela.
Tenho um texto aqui
para ler, mas obviamente não vai dar tempo. “Ah, preciso ouvir mais, preciso
saber mais”. Isso é desculpa, é balela de quem está num grupo pequeno e, em vez
de defender a sociedade, fica defendendo meia dúzia de pecuaristas. Muito
obrigado. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - CEZINHA DE MADUREIRA - PSD - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo da presente sessão, antes de dar
por encerrados os trabalhos, esta Presidência, nos termos do Art. 106, inciso
III, do Regimento Interno, adita à Ordem do Dia da sessão ordinária os
seguintes projetos de lei vetados: Projeto de lei no 981, de 2015;
Projeto de lei no 93, de 2017; Projeto de lei no 809, de
2017; Projeto de lei no 220, de 2017; e Projeto de lei no
86, de 2018. Esta Presidência, ainda, convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental,
informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, com os
aditamentos ora anunciados.
Está
encerrada a sessão.
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Encerra-se a sessão às 21 horas e 31 minutos.
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