18 DE
JULHO DE 2018
100ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES e ANALICE
FERNANDES
Secretaria: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CARLOS GIANNAZI
Faz comentários sobre o andamento dos
trabalhos nesta Casa. Destaca a importância da deliberação do PL 30/13,
referente a reajuste do Poder Judiciário, do PL 31/18, referente ao transporte
de cargas vivas e o PLC 24/15, que trata dos professores categoria "O".
Critica a obstrução realizada pelo PSDB.
3 - WELSON GASPARINI
Destaca que o Brasil é o país em que
mais ocorrem assassinatos no mundo. Faz comentários sobre as condições em que
vive a população carcerária brasileira. Lembra os custos dos presos aos cofres
públicos. Lamenta que, de acordo com dados do IBGE, 13 milhões de brasileiros
vivam com até 210 reais por mês. Lista as qualidades que considera essenciais
em um político. Pede cuidado ao escolher os candidatos nas próximas eleições.
4 - MARCO VINHOLI
Destaca o trabalho realizado pelo
vereador Roberto Melchiori, da Câmara Municipal de
Novo Horizonte. Elogia a realização da palestra "Organizações Sociais e a
Saúde no Município", idealizada por este parlamentar na cidade de Novo
Horizonte. Manifesta-se contrariamente ao PL 31/18.
5 - MARCO VINHOLI
Solicita a suspensão dos trabalhos
até as 17 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
6 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido e suspende a sessão
às 14h55min.
7 - ANALICE FERNANDES
Reabre a sessão às 17h34min.
8 - CARLÃO PIGNATARI
Solicita a suspensão da sessão por
uma hora, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Indefere o pedido em razão da não
concordância das lideranças presentes em plenário.
10 - JOÃO PAULO RILLO
Pelo art. 82, afirma que foi dado um
passo importante ontem, sob a presidência da deputada Analice
Fernandes, para pautar o PL 31/18 e aquele que reduz para 30 horas a jornada de
enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Informa que ambos os projetos estão
sendo obstruídos, com declaração de votos em separado para evitar que os mesmos
venham para votação em plenário. Ressalta que o pedido de suspensão de uma hora
tem o objetivo de interromper o andamento dos trâmites no congresso de
comissões. Considera que está sendo realizada uma manobra para evitar que os
projetos fiquem prontos para votação em plenário. Diz ser esta uma oportunidade
para analisar o comportamento de cada deputado nesta Casa. Ressalta que o
capitalismo primitivo está dando as cartas neste Parlamento.
11 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Convoca os Srs. Deputados para
reuniões conjuntas das comissões de: Constituição, Justiça e Redação e
Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, às 19 horas e 15 minutos; e
Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações de Trabalho e
Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, cinco minutos após o término da
reunião anterior.
12 - BARROS MUNHOZ
Para questão de ordem, questiona se o
congresso de comissões em andamento será cancelado para que seja realizado
outro às 19:15.
13 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Suspende a sessão por dois minutos,
por conveniência da Ordem às 17h42min; reabrindo-a às 17h46min. Faz retificação
na convocação do congresso de comissões, convocando os Srs. Deputados para
reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Finanças, Orçamento e Planejamento
para hoje, às 19 horas e 15 minutos.
14 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, informa que a bancada
do boi, que representa os pecuaristas, está obstruindo a votação de projetos,
impedindo o funcionamento desta Casa e tentando inviabilizar a votação do PL
31/18. Diz estar esta bancada do lado dos maus-tratos, da crueldade e do
sofrimento dos animais, beneficiando um pequeno grupo. Menciona a obstrução no
congresso de comissões por esta bancada. Discorre sobre a outra obstrução,
realizada pelo PSDB, que visa beneficiar o ex-prefeito João Doria,
inviabilizando também a votação de vários projetos importantes e estratégicos.
Ressalta que, apesar de consumir um bilhão de reais do Estado, esta Casa é
altamente improdutiva, além de não representar os interesses da população.
Destaca que este Parlamento também não fiscaliza o Executivo e nem legisla. Faz
apelo à bancada do boi e ao PSDB para que sejam discutidos os projetos
importantes.
15 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Solicita comportamento regimental aos
manifestantes presentes nas galerias.
16 - CEZINHA DE MADUREIRA
Para comunicação, questiona os itens
da pauta de votação.
17 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Responde o questionamento do deputado
Cezinha de Madureira.
18 - CAIO FRANÇA
Para comunicação, registra a presença
de vereadores de Porto Ferreira, vereador Professor Sérgio e vereador Alan
João.
19 - GILMACI SANTOS
Pelo art. 82, afirma que a obstrução
é um instrumento legal desta Casa e que os deputados têm o direito de fazerem
isto, se acharem necessário. Considera que a obstrução feita por algumas
bancadas é regimental e legal. Diz que sempre foi favorável ao PL 31/18.
Comenta que foi ofendido nas redes sociais por pessoas mal intencionadas,
ofendendo sua crença. Informa que não há unanimidade da bancada em relação a
este projeto e que os deputados estão livres para votar da maneira que
quiserem. Diz não concordar com a maneira como as pessoas têm agido em suas
redes sociais e que não pode admitir ofensas a sua honra e a sua pessoa.
20 - BETH LULA SAHÃO
Pelo art. 82, cumprimenta a deputada Analice Fernandes pela direção dos trabalhos. Defende a
legitimidade da obstrução. Afirma que defende o PL 31 e o PL 347, assim como a
bancada do PT, na busca da proteção e respeito aos animais e a redução da
jornada de trabalho dos enfermeiros. Diz que as resistências à redução da
jornada de trabalho lembram o motivo da comemoração do Dia das Mulheres, no
qual elas estavam tentando reduzir sua exaustiva carga horária e foram
brutalmente assassinadas. Considera que o projeto já deveria ter sido pautado e
que deve haver transparência. Destaca que não haverá prejuízos, já que os
setores conseguirão se ajustar a uma lei honesta e decente. Menciona que as
pessoas devem saber quem é contra e quem é a favor do que estão defendendo.
Defende que os deputados devem ter maturidade e responsabilidade para
defenderem ou serem contrários ao projeto, já que ganhar ou perder é legítimo e
faz parte desta Casa.
21 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Pede silêncio aos visitantes nas
galerias. Lê o artigo 280 do Regimento Interno.
22 - FELICIANO FILHO
Pelo art. 82, afirma que os deputados
que defendem a aprovação do PL 31, de sua autoria, irão resistir às obstruções
realizadas nesta Casa. Diz ser totalmente favorável à aprovação do PL 347/18.
Ressalta que a aprovação do PL 31, além de resolver o sofrimento dos animais,
resolve também um problema social.
23 - WELLINGTON MOURA
Para comunicação, pede que seja lido
o artigo 280 do Regimento Interno pela Presidência.
24 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Atende ao pedido do deputado
Wellington Moura. Anuncia a presença de vereadores de Taboão da Serra para
acompanhar a aprovação dos projetos. Convoca os Srs. Deputados para reuniões
conjuntas das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável e Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, às
19 horas e 15 minutos; Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e
Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, cinco
minutos após o término da reunião anterior; Constituição, Justiça e Redação e
Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, cinco minutos após a última
convocação; Constituição, Justiça e Redação, Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável e Finanças, Orçamento e Planejamento para hoje, às 19 horas e 40
minutos; Constituição, Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do
Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, cinco minutos após o
término da última reunião; e Constituição, Justiça e Redação e Finanças,
Orçamento e Planejamento, para cinco minutos após o término da última reunião.
25 - BARROS MUNHOZ
Pelo art. 82, questiona a opinião do
ex-prefeito João Doria sobre o PL 31/18. Afirma que o governador Márcio França
é a favor do projeto e que irá sancioná-lo caso seja aprovado por esta Casa.
Enaltece a posição do governador do Estado. Diz respeitar todas as opiniões em
relação a este projeto, inclusive as contrárias à sua. Combate o pronunciamento
do deputado João Paulo Rillo. Afirma que a redução da
jornada de trabalho dos enfermeiros irá quebrar todas as Santas Casas e
hospitais filantrópicos do estado de São Paulo. Considera antiética a votação
deste projeto, que não passou no congresso de comissões. Destaca que defende as
Santas Casas do Estado. Discorre sobre o projeto do Ipesp,
que elevará a contribuição do pensionista e do aposentado de 5 para 20%.
Critica o que considera a paralisação total desta Casa.
26 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Pede comportamento regimental a todos
os manifestantes. Afirma que terá que cumprir o Regimento Interno e pedir que a
Polícia Militar esvazie as galerias. Diz que não irá responder ao deputado
Barros Munhoz, que está equivocado.
27 - JOÃO PAULO RILLO
Para comunicação, responde o
pronunciamento do deputado Barros Munhoz. Demonstra o seu orgulho em defender
os enfermeiros e os animais que sofrem maus-tratos.
28 - ANALICE FERNANDES
Suspende a sessão por dois minutos
por conveniência da ordem às 18h22min; reabrindo-a às 18h23min.
29 - JOÃO PAULO RILLO
Para comunicação, ressalta que sempre
tratou o deputado Barros Munhoz com respeito. Diz estar espantado com a
agressividade do deputado. Afirma que está preparado para discutir, caso seja
esta a opção do deputado. Esclarece que as pessoas devem assumir as suas
posições.
30 - BETH LULA SAHÃO
Para comunicação, diz estar perplexa
com o comportamento do deputado Barros Munhoz, que já foi líder do Governo
nesta Casa, presidente deste Parlamento e ministro. Critica a maneira como
discursou na tribuna, assim como tirou o microfone de sua mão. Considera que o
deputado passou dos limites do bom senso.
31 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, critica o
pronunciamento e a atitude do deputado Barros Munhoz. Afirma que o presidente Cauê Macris afastou-se para
resolver um problema particular. Esclarece que nenhum dos deputados é favorável
aos maus-tratos sofridos pelos animais. Diz ser contrário ao PL 31, posição já
conhecida pelo deputado Feliciano Filho, autor do projeto.
32 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, esclarece que as
discussões que estão ocorrendo nesta Casa se devem aos jogos de interesses de
candidatos ao Governo de São Paulo. Diz não concordar com a afirmação de que o
governador Márcio França é favorável ao PL 31, já que sua base evita a votação
do mesmo nesta Casa. Afirma que o PT é favorável a ambos os projetos, o que
pode ser demonstrado tanto nas discussões em plenário como nas reuniões de
comissões. Ressalta que as bancadas do PSOL, PCdoB e PRB também são favoráveis
aos projetos.
33 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, combate a afirmação
do deputado Enio Tatto Lula. Afirma que o governador
Márcio França já sancionou projetos da causa animal, entre eles o que proíbe a
caça, de autoria do deputado Roberto Tripoli, assim
como criou a Subsecretaria de Proteção Animal. Informa que o governador
sancionará o PL 31, caso seja aprovado pelo Plenário desta Casa. Pede um
posicionamento dos outros candidatos a respeito desta matéria.
34 - JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA
Para comunicação, disse ser Luiz
Marinho a favor dos PLs 31 e 347/18. Critica a
acusação pessoal feita pelo deputado Barros Munhoz ao deputado João Paulo Rillo. Pede que cessem as acusações pessoais.
35 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, combate o
pronunciamento do deputado José Américo. Considera o PT um partido pequeno
frente ao MDB, PSDB e PSB, em razão do mal que o partido provocou ao Brasil.
36 - GUSTAVO PETTA
Pelo art. 82, diz estar trabalhando
para a aprovação dos PLs 31 e 347/18, que considera
de extrema importância. Afirma que, apesar de estar nesta Casa há apenas dois
meses, poucas vezes em sua vida pública viu tanto desperdício de recursos
públicos e humanos, de tempo das pessoas e de descaso com a população, como tem
visto nas últimas semanas. Considera o ex-prefeito João Doria o responsável
pela paralisação dos trabalhos nesta Casa, impedindo a aprovação de projetos
importantes. Relata que João Doria, depois de mentir ao povo de São Paulo e não
cumprir sua promessa, quer ser governador do Estado, e para isto paralisa esta
Casa, utilizando-se de sua bancada para impedir a discussão destes projetos.
Esclarece que não é legítimo e nem correto impedir o debate público e a
aprovação da LDO.
37 - WELLINGTON MOURA
Para comunicação, combate o
pronunciamento do deputado Gustavo Petta. Discorre
sobre a falta de quórum na Comissão de Finanças e Orçamento, impedindo a
discussão da LDO.
38 - ENIO LULA TATTO
Para reclamação, esclarece que a LDO
é um mapa das diretrizes do estado de São Paulo e que o Orçamento é elaborado
baseando-se nela. Afirma que nada do que foi discutido com a sociedade civil
organizada e nem as emendas do PT foram acatadas. Informa que nem mesmo o
relator da LDO estava presente na reunião da Comissão de Finanças e Orçamento.
Reafirma o apoio unânime do PT aos PLs 31 e o 347.
Diz que quer derrubar o veto do projeto do Hospital Universitário e votar o
projeto do Ipesp e a LDO.
39 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, concorda com as
palavras do deputado Gustavo Petta. Diz estar
equivocado quem afirma que a base do Governo está impedindo a votação da LDO.
Afirma que querem trabalhar e aprovar a matéria, seguindo o que está
estabelecido na Constituição Estadual. Discorre sobre a necessidade de
aprovação do projeto do Ipesp, que beneficiará 400
mil advogados. Esclarece que a base do Governo quer votar tanto o projeto do Ipesp como o projeto elaborado pelo deputado Wellington
Moura.
40 - FERNANDO CAPEZ
Para comunicação, afirma que antes de
obedecer a Constituição Estadual, o deputado Carlos Cezar precisa obedecer o
Regimento Interno desta Casa.
41 - FERNANDO CAPEZ
Para reclamação, informa à
Presidência que o seu nome apareceu como subscritor da Emenda Substitutiva nº 1
ao PL 31, apesar de não reconhecer sua assinatura nesta emenda. Pede que o
documento seja retificado e que seja retirada a sua assinatura do mesmo. Afirma
ser favorável ao PL 31 sem esta emenda. Diz querer votar o projeto já. Defende
a aprovação do projeto de redução da jornada de trabalho das enfermeiras, que
considera importante para a Saúde pública.
42 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, demonstra seu
respeito por todos os deputados desta Casa. Ressalta que os deputados não podem
trazer a disputa eleitoral para dentro deste Parlamento. Afirma que o
ex-prefeito João Doria não tem nada a ver com esta Casa. Discorre sobre a falta
de quórum na reunião da Comissão de Finanças e Orçamento para discutir a LDO.
Considera que a LDO está sendo obstruída pela base do Governo. Diz ser este um
direito que está no Regimento Interno e que faz parte do Parlamento.
43 - DAVI ZAIA
Para comunicação, menciona a falta de
reuniões do Colégio de Líderes. Apela para que a presidente Analice
Fernandes use o Colégio de Líderes para construir um acordo para avançar os
trabalhos da Casa.
44 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Discorre sobre a sua tentativa de
fazer a reunião de Colégio de Líderes, sem sucesso.
45 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, exibe trecho de
matéria da "Folha de S. Paulo" sobre a "guerra" na
Assembleia Legislativa. Combate os pronunciamentos dos deputados Wellington
Moura, Barros Munhoz e Carlão Pignatari. Esclarece que as Santas Casas foram
quebradas pelo governo de 20 anos do PSDB em São Paulo.
46 - WELLINGTON MOURA
Para reclamação, afirma que não
pertence à base do Governo e que está fazendo o seu papel como presidente da
Comissão de Finanças e Orçamento. Reafirma novamente que ontem não conseguiu
quórum para a reunião de discussão da LDO.
47 - PRESIDENTE ANALICE FERNANDES
Convoca os Srs. Deputados para a
sessão ordinária de 19/07, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a
sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR. PRESIDENTE –
DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo
número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado
Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR. 1º SECRETÁRIO –
CARLOS GIANNAZI – PSOL - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV
Assembleia, eu quero dizer que nós temos uma pauta imensa de projetos para
serem votados na Assembleia Legislativa. E temos muitas prioridades.
Logicamente, o PL 31 é uma prioridade importante, assim como o projeto do Ipesp. Temos vários projetos, inclusive relacionados à Educação;
projetos de deputados e deputadas que tramitam aqui.
Temos, ainda, projetos
do Judiciário e do Ministério Público estadual, como por exemplo o PL 788, que
cria os cargos para os servidores do Ministério Público; não para a promotoria,
mas para os servidores. Um projeto importante, que já foi aprovado em todas as
comissões, mas até agora não foi aprovado. Inclusive, já apresentei um
requerimento de urgência. O requerimento já foi aprovado, mas o projeto ainda
não.
É um absurdo que a Casa
esteja paralisada, à deriva, sem norte e sem sul, por conta da obstrução da
bancada do PSDB. Essa bancada está fazendo uma obstrução selvagem e insana,
prejudicando não os deputados, mas o estado de São Paulo. Por exemplo, na
questão do Ipesp, a obstrução do PSDB prejudica
milhares de advogados e cartorários. Em relação a esse outro projeto que citei
- o projeto importante do MP -, também é prejudicada a própria instituição do
Ministério Público.
Sr. Presidente, também
quero ressaltar a importância da aprovação do PLC 30, de 2013, que reconhece
uma dívida do Tribunal de Justiça com os seus servidores. Trata-se de uma
dívida salarial de 10% de reajuste que não foi dado no passado. O Tribunal
encaminhou o projeto para a Assembleia Legislativa em 2013, e até agora não foi
votado - um absurdo total. O projeto já foi aprovado em todas as comissões e já
tem requerimento de urgência apresentado por mim. Já está em regime de
urgência, pronto para ser votado, já na pauta, e nada de aprovação. É um
projeto importante, porque os servidores do Judiciário estão com os seus
salários altamente defasados e arrochados.
Esse PLC 30/13 foi
fruto de uma grande mobilização: a greve de 2010, de 127 dias, talvez uma das
maiores greves do funcionalismo brasileiro. E eles conquistaram esse direito. É
uma reposição de perdas do passado, uma dívida que o próprio Tribunal de
Justiça reconheceu. O tribunal reconheceu e enviou à Assembleia Legislativa o
projeto de lei, para que ele fosse aprovado. Porém, até agora, por conta dessa
inércia, a Assembleia Legislativa não votou esse PL.
Antes de encerrar o
semestre legislativo, antes do recesso, que inclusive já está atrasado por
conta dessa obstrução selvagem e insana do PSDB, que visa apenas beneficiar o
ex-prefeito Doria, que é candidato ao Governo do Estado. É disso que se trata
essa obstrução: o Doria está mandando na Assembleia Legislativa, está dando as
coordenadas para a bancada do PSDB obstruir as nossas votações.
Então, Sr. Presidente,
temos que votar, além do PL 31, que proíbe o embarque de animais vivos nos
portos do estado de São Paulo, que é um projeto que trata dos maus-tratos, do
sofrimento e da crueldade contra esses animais que são transportados... É uma
matéria importante, um projeto importante.
Além desse projeto,
temos outros também fundamentais, como o do Ministério Público, o PL 788, que
trata das vagas do concurso público para os servidores; o PLC 30, de 2013, do
Poder Judiciário, que trata do reajuste, da dívida do passado; temos ainda o
nosso projeto, o PLC 24, de 2015, que trata dos professores da categoria “O”,
que acaba com a duzentena, que livra o professor
dessa interrupção do contrato. É um projeto importante que ainda não foi
votado, que acaba com a duzentena e garante que o
professor possa utilizar o Iamspe.
Então, estaremos aqui
fazendo todas as gestões para que esses projetos sejam aprovados, assim como os
outros projetos de deputados, que são estratégicos e importantes para o estado
de São Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Welson Gasparini.
O SR.
WELSON GASPARINI - PSDB - Excelentíssimo Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados: tomei conhecimento de recentes estatísticas demonstrando a
gravidade do momento vivido pela Nação Brasileira.
Sr. Presidente: por ano, 57
mil pessoas são assassinadas no Brasil. Vou repetir o número: 57 mil pessoas
são assassinadas no Brasil por ano. São dados oficiais. Somos o país com o
maior número desses crimes em todo o mundo. Treze por cento dos homicídios de
todo o mundo acontecem aqui no Brasil!
Como consequência dessa
insegurança e de outros crimes no Brasil temos, nas cadeias e presídios, mais
de 700 mil pessoas. Quase um milhão de brasileiros estão nos presídios
atualmente. É a quarta maior população carcerária do mundo conforme dados,
reitero, oficiais!
Nós não conseguimos ganhar o
Campeonato Mundial de Futebol, mas temos lugar especial no mundo nesse setor da
violência e da insegurança.
Outro problema: nos
presídios, nas cadeias, numa cela onde cabem 10 pessoas, temos, em média, 25
presos. Estamos aqui preocupados, e é bom, com a questão dos animais, que
sofrem, realmente, em vários setores, maus tratos. Isso acontece muitas vezes
no Brasil.
Mas, num presídio, no Brasil,
numa cela na qual cabem 10 presos, temos 25 presos. Como vivem esses seres
humanos? É porque praticaram crimes, em muitos casos furtos apenas e não
assassinatos, que estão nesses prédios.
Eu convidaria aqueles
idealistas, humanitários, preocupados com a saúde e a segurança dos animais, a
verem como a sociedade brasileira, os nossos governantes estão tratando, nos
presídios, seres humanos, muitos deles bandidos, é verdade, merecedores de
castigos e de estarem presos. Mas, ficarem uma média de 25 pessoas presas numa
cela onde cabem apenas dez, é terrível!
Gostaria ainda de, nesse
setor de segurança, dizer o quanto custa um preso, hoje, para os poderes
públicos no Brasil. Em média, nas cadeias, nos presídios, um preso custa, por
mês, cerca de 1.500 reais.
Um trabalhador, que vive das
muitas horas por dia dedicadas ao trabalho, muitos deles, mais da metade dos
trabalhadores brasileiros, recebe um salário mínimo, bem menos do custo de um
preso nas cadeias públicas do Brasil. Uma média de 1500 reais.
Outra situação grave também:
nesse setor, 56%, mais da metade dos presos, são analfabetos, não estiveram um
ano em escolas. Como podemos dizer ser o Brasil um país sério, ou podermos ter
orgulho de um País onde, nas cadeias, nos presídios, mais da metade dos presos
são analfabetos?
O que podemos esperar de uma
pessoa que não teve chance sequer de frequentar uma escola, de aprender as
pequenas letras, os pequenos números, para poder viver em paz na sociedade?
Ainda no campo social, eu
gostaria de informar outro dado estatístico, também preocupante: o IBGE mostra
que 13 milhões de brasileiros vivem, hoje, com 210 reais por mês. Como pode se
alimentar corretamente? Como pode viver uma pessoa recebendo, em média, 210
reais por mês? São números, Sr. Presidente, presentes nas estatísticas
oficiais.
A pergunta que fazemos é: o
que nós estamos fazendo, para modificar essa situação? Quando eu digo nós, não
somos apenas nós deputados, mas todos os brasileiros que se acomodam nesta
situação, aceitando essa triste realidade. Vamos reagir. E a grande reação pode
ser feita agora na época das eleições. Precisamos de dirigentes que deem um
futuro melhor ao nosso País, garantindo escolas para as crianças para não
continuarmos tendo um número tão grande de analfabetos; garantindo Saúde para
não termos hospitais onde não existam vagas para doentes e as filas sejam
impressionantes.
Ora, como podemos ficar
quietos com esta situação? Vamos mudar. Dependemos muito dos nossos
governantes. E se existe muita corrupção, muita incapacidade, é porque o
eleitorado não está escolhendo bem os seus dirigentes. Agora é o momento de
verificar isso, escolher bons representantes dotados das seguintes qualidades
fundamentais: honestidade, que está faltando muito aos nossos políticos e
governantes e capacidade; mas não basta apenas ser honesto, ele tem de ter
capacidade para exercer aquele cargo para o qual está sendo eleito.
Honestidade, capacidade e, ainda, idealismo. Ele tem de ser uma pessoa de
convicções, bons sentimentos, boa religiosidade e acreditar que, amando o nosso
próximo, nós podemos fazer um país mais feliz. E a quarta virtude é coragem
porque hoje, para ser político e ser administrador público o candidato precisa,
além dessas qualidades, ter muita coragem para enfrentar esses graves problemas
vividos pela Nação brasileira.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Marco Vinholi, pelo tempo regimental.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente em exercício, nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, a Assembleia Legislativa segue firme, o deputado Welson
Gasparini sempre um dos melhores oradores da Casa, um discurso ético, assim
como é sua vida, uma construção ao longo de tanto tempo fazendo um serviço para
a região de Ribeirão Preto e pelo estado de São Paulo como um todo.
Quero aqui fazer uma
breve fala, até porque o Pequeno Expediente nós usamos para isso mesmo. Quero
aqui cumprimentar o deputado Carlos Cezar, o deputado Davi Zaia,
o querido deputado Carlos Giannazi.
Temos um grande companheiro, no município de
Novo Horizonte, o Dr. Roberto, uma pessoa dinâmica, que faz um trabalho
completamente diferente naquela cidade, ele trabalha muito pela Saúde pública
no município de Novo Horizonte. Ele está no seu primeiro mandato como vereador,
trazendo uma proposta nova, dialogando com a sociedade e trabalhando,
principalmente, nos temas da Saúde pública.
No dia de ontem, o Dr.
Roberto fez uma importante palestra no município. As Organizações Sociais e a
Saúde no Município.
A palestra foi um
grande sucesso. O professor Dr. Henry Atique esteve
na Câmara Municipal de Novo Horizonte. Já tive notícias de lá, a comunidade
toda participou desse processo e o Dr. Roberto Melchiori
fez um grande sucesso com essa palestra.
O Dr. Roberto Melchiori, que trabalha junto às escolas municipais, um
processo de prevenção com as crianças, faz um trabalho muito forte nessa área,
não só da Saúde pública, através da Santa Casa de Novo Horizonte, que sempre
estamos atrás de mais recursos para ela que é uma grande potência municipal,
tendo toda a comunidade, inclusive a Maçonaria, envolvida nesse processo e
também o seu trabalho nos postos de Saúde, na Saúde pública que ele faz tão
bem.
Então,
minha homenagem de hoje vai para o Dr. Roberto, que faz esse trabalho tão
importante para o município de Novo Horizonte.
O
pessoal contrário ao PL 31 já está chegando. Esse pessoal já me parou hoje,
esse pessoal de Sales, pessoal da nossa região. Podem contar comigo. Tenho me
declarado, desde o início desse processo, contrário ao Projeto de lei 31. Tenho
o entendimento de que só vai piorar para todas as partes envolvidas, seja
fazendo com que o boi tenha que ir até o estado do Pará, estado do Paraná, mas
enfim vou falar mais na hora que tiver o debate quente aqui, com todos os lados
presentes, que essa é a hora de colocarmos nosso posicionamento.
Mas
estou com vocês, sejam bem-vindos a esta Casa. (Manifestação nas galerias.)
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta
Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30 minutos.
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES -
PV - Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência
acolhe o solicitado pelo nobre deputado Marco Vinholi
e suspende a sessão até as 17 horas e 30 minutos.
Está
suspensa a sessão.
* * *
-
Suspensa às 14 horas e 55 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 34
minutos, sob a Presidência da Sra. Analice Fernandes.
* * *
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo
entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão
dos trabalhos por uma hora.
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Não há acordo entre os líderes.
O SR. JOÃO
PAULO RILLO - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança
da Minoria.
A SRA. PRESIDENTE – ANALICE FERNANDES -
PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a
palavra o nobre deputado João Paulo Rillo pelo Art.
82, pela liderança da Minoria.
O SR. JOÃO
PAULO RILLO - PSOL - PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público aqui presente, para vocês que estão nos acompanhando
ansiosamente hoje e não puderam comparecer ao congresso de comissões, quero
explicar o que está acontecendo.
Ontem, conseguimos dar um passo importante sob a
Presidência da deputada Analice Fernandes.
Conseguimos chamar o congresso de comissões para três projetos, entre eles o
projeto que proíbe o transporte de carga viva no estado de São
Paulo e o
projeto que reduz para 30 horas a jornada de trabalho de enfermeiros, técnicos
de enfermagem e auxiliar de enfermagem. O que aconteceu?
Os representantes dos interesses ocultos e econômicos
desta Casa da pior pecuária, não da boa pecuária ou da boa agricultura, e os
representantes dos piores interesses na Saúde, os grandes hospitais
particulares e os planos de saúde, estão operando uma obstrução, apresentaram,
em separado, votos intermináveis para obstruir e não permitir que o projeto
venha ao plenário.
O deputado Carlão Pignatari pediu a suspensão de uma
hora. Não houve acordo. Por quê? Porque se não suspender a sessão aqui, é
obrigado a suspender o congresso de comissões. Se o congresso de comissões for
suspenso, tem que interromper a leitura. Se a leitura é interrompida, o projeto
não fica pronto e não pode entrar na sessão extra.
Estamos conversando com a presidente Analice Fernandes para ver uma forma regimental para tentar
driblar essa opressão financiada na Casa pelos piores interesses, que tentam
impedir a votação desses dois projetos importantes: um que reduz a jornada de
trabalho para enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, e outro que
proíbe o transporte de carga viva no estado de São Paulo. (Manifestação nas
galerias.)
Então, estamos explicando para vocês, até porque está
tenso. Fiquei muito chateado em presenciar uma cena lamentável, desleal e
desnecessária de obstrução, mas é do jogo político. O importante é que vocês
também estão compreendendo pedagogicamente como funciona a Casa e estão
participando ativamente, estão sendo atores importantes nesse processo.
Eles fizeram uma manobra para tentar impedir que o
projeto fique pronto para vir a plenário. Nós iremos conversar com a presidenta
da Assembleia, deputada Analice Fernandes, e propor
algo para que possamos driblar essa obstrução, essa forma muito ruim que eles
estão utilizando para avançar.
É do jogo político. É do jogo político. O importante é
que vocês estão presenciando como cada um se comporta nesta Casa e como as
pressões existem, a pressão transparente, a pressão ética, de cara limpa, feita
de maneira franca, olho no olho, que vocês fazem, e que é saudável, e a pressão
subterrânea dos piores interesses econômicos que acontece nesta Casa. Às vezes,
não percebemos quem está operando, mas estão operando.
Isso acontece em todos os segmentos; neste momento,
acontece aqui também. É o capitalismo mais selvagem e mais primitivo que está
dando as cartas na Assembleia, mas nós, juntos, resistiremos.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Esta Presidência convoca, nos termos do
disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do
Regimento Interno, reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e
Redação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje, às 19 horas e 15 minutos, no plenário
Tiradentes, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 31, de 2018, de
autoria do nobre deputado Feliciano Filho, que proíbe o embarque de animais
vivos no transporte marítimo e/ou fluvial, com a finalidade de abate para o
consumo, no estado.
Esta Presidência convoca, nos mesmos
termos, reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação,
Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje, cinco minutos após o término da última
convocação, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 347, de 2018, de
autoria desta deputada, que dispõe sobre a jornada de trabalho de 30 (trinta)
horas semanais aos enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de
enfermagem que exerçam as funções no poder público, rede privada e
filantrópica, no estado.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Sra. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela
liderança do PSOL.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sra. Presidente, a minha indagação é a seguinte. Está cancelado esse
congresso que estava havendo, para haver um às 19 horas e 15 minutos? Esta é a
pergunta.
A SRA. PRESIDENTE -
ANALICE FERNANDES - PSDB - Nós
não entramos na Ordem do Dia. Os trabalhos estão suspensos por dez minutos.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Se está convocado um outro, eu
entendo que cancelaram esse.
O SR. WELLINGTON MOURA
- PRB - Sra. Presidente, V. Exa. suspendeu os trabalhos aqui no plenário, ou V. Exa. está se referindo ao congresso? Por gentileza.
O SR. CARLOS CEZAR -
PSB - Não. A presidente
respondeu apenas que está suspensa a comissão.
O SR. WELLINGTON MOURA
- PRB - Mas V. Exa. tem uma bola de cristal? Eu não entendi, porque ela
falou: “estão suspensos os trabalhos por dez minutos”. Aparentemente, ela está
suspendendo os trabalhos aqui no plenário.
O SR. CARLOS CEZAR -
PSB - Não houve requerimento de
pedido de suspensão e não houve acordo.
O SR. WELLINGTON MOURA
- PRB - Por isso que eu estou
perguntando.
A SRA. BETH LULA SAHÃO
- PT - Houve um pedido de
suspensão dos trabalhos, e o deputado Roque Barbiere não concordou.
O SR. WELLINGTON MOURA
- PRB - Mas ela acabou de
suspender os trabalhos. É isso, Sra. Presidente?
O SR. CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Sra. Presidente, eu
estou com a palavra.
O SR. WELLINGTON MOURA
- PRB - Eu estou tirando uma
dúvida com a presidente, por gentileza. É uma questão de ordem, estou
perguntando para a presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por conveniência da
ordem, esta Presidência vai suspender os trabalhos por dois minutos.
Está suspensa a sessão.
* * *
- Suspensa às 17 horas
e 42 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 46 minutos, sob a Presidência
da Sra. Analice Fernandes.
* * *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sra. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas e público aqui presente: os protetores dos
animais, o pessoal da enfermagem e o pessoal do Fórum das Seis. Estamos
chocados com o que está acontecendo aqui na Assembleia Legislativa e que não
vem de hoje, mas já de alguns dias. Nós estamos passando por uma obstrução
rasteira, selvagem e insana de dois grupos que estão inviabilizando o
funcionamento da Assembleia Legislativa.
O primeiro é um grupo
que representa a bancada do boi, o setor dos pecuaristas. Temos alguns
deputados que são verdadeiros serviçais, empregados dos pecuaristas. Foram
eleitos com o voto da população, mas estão a serviço desse setor, do poder
econômico. Todos nós já conhecemos esse pequeno grupo que tenta inviabilizar a
aprovação do PL 31. É um grupo que já se manifestou na tribuna e nas comissões,
já apresentou emendas ao PL 31.
Esse grupo tem lado:
está do lado dos maus tratos, da crueldade e do sofrimento dos animais. Esse
grupo se comporta dessa maneira para beneficiar um pequeno setor, uma pecuária
de quinta qualidade do estado de São Paulo, que não gera divisas para o estado,
não gera emprego aqui, mas sim em outros países. E mesmo que gerasse algum tipo
de economia ou emprego, nada disso justificaria o que eles estão defendendo.
Nós somos contra os
maus tratos, o sofrimento e a crueldade com os animais. Nada justifica que isso
esteja acontecendo no estado mais rico da federação, no estado mais importante
- eu diria - da América Latina. Esse é um dos grupos que estão obstruindo a
discussão do PL 31 de forma rasteira, não só no plenário, mas também nas
comissões e no Congresso de Comissões. E vai tentar obstruir o tempo todo.
Estávamos nesse Congresso de Comissões que está em curso agora, acompanhando.
É lamentável o que está
acontecendo nesse congresso. E no próximo também, que foi convocado pela
presidente Analice Fernandes, para as 19 horas e 15
minutos. Eles vão usar todas as formas de obstrução, uma obstrução rasteira.
A outra obstrução é do
PSDB. A bancada do PSDB perdeu totalmente o rumo. Para beneficiar o ex-prefeito
Doria, aquele prefeito do aplicativo, aquele prefeito “fake
news” que acabou com a cidade de São Paulo, cortando
orçamento das áreas sociais, como Educação, Saúde, Assistência Social e Meio
Ambiente... Esse ex-prefeito agora manda na Assembleia Legislativa, ele manda
na bancada do PSDB e está inviabilizando votações importantes, como a do
projeto do Ipesp e da LDO.
Queremos votar vários
projetos importantes e estratégicos que estão sendo obstruídos. Primeiramente,
pela bancada do boi, pois essa tentativa de mostrar serviço aos pecuaristas por
parte de alguns serviçais, alguns deputados serviçais da bancada pecuarista, da
bancada do boi, inviabiliza a aprovação de vários projetos. E também por parte
da bancada do PSDB.
Queremos votar o
projeto da redução da jornada de trabalho das enfermeiras no estado de São
Paulo. É um projeto importante. Queremos votar o PL 31 e outros projetos de
deputados. Há vários projetos importantes que devem ser votados. Há também o
projeto do Ipesp e outros projetos. Apresentei vários
projetos que gostaria de votar, mas aqui não se produz nada.
Como eu já disse, a
Assembleia Legislativa consome um bilhão de reais do Orçamento do Estado de São
Paulo e é altamente improdutiva. Além de não votar nada, ela não representa os
interesses da população e não fiscaliza o Poder Executivo. É uma vergonha. Se a
Assembleia fosse extinta, o povo de São Paulo nem sentiria falta dela. Eu não
defendo isso, logicamente, pois o Poder Legislativo é importante, mas ela se
presta a ser desimportante e não representar a população, muito menos
fiscalizar o Executivo, e muito menos legislar. Quando ela legisla, no geral,
legisla para o poder econômico, para os grandes grupos econômicos ou para o
governo.
Então, faço um apelo à
bancada do boi e também à bancada do PSDB para que cessem a obstrução e
possamos, pelo menos, debater o PL 31. Que venham debater aqui no plenário, e
não na comissão, obstruindo e tentando impedir que esse projeto venha para
votação no plenário. A grande arena da democracia é aqui dentro do plenário.
Vamos usar os microfones e fazer o debate em torno do PL 31 e de outros
projetos.
Faço esse apelo em nome
da liderança do PSOL, para que haja uma colaboração da bancada do boi. Vocês já
mostraram serviço aos pecuaristas, eles já sabem que vocês estão trabalhando
para eles. Não precisam fazer tanta média assim. Vocês são bons empregados dos
pecuaristas. Eles vão retribuir aos deputados que estão defendendo, mas não tem
sentido parar a Assembleia Legislativa e obstruir toda a pauta de projetos.
Repito: são projetos importantes e estratégicos para a população do estado de
São Paulo.
Muito obrigado.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. GILMACI SANTOS - PRB - Sra. Presidente, peço a palavra
para falar pelo Art. 82, pela liderança do PRB.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Gilmaci Santos pelo Art. 82, pela liderança do PRB.
(Manifestação nas galerias.)
Eu gostaria de pedir
silêncio às galerias. É uma satisfação muito grande receber os visitantes, os
apoiadores dos mais diversos projetos nesta Casa, todas as tardes. Porém, peço
que todos respeitem o orador que ocupa a tribuna.
O
SR. CEZINHA DE MADUREIRA - PSD - Sra. Presidente,
gostaria de saber de V. Exa. quais são os itens da
pauta para votação de hoje.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Nobre deputado,
nós nem entramos na Ordem do Dia. Os deputados estão se manifestando pelo Art.
82.
O
SR. CEZINHA DE MADUREIRA - PSD - Há algum acordo de
lideranças para alguma votação no dia de hoje?
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Esta
Presidência convocou congresso de comissões, a realizar-se às 19 horas e 15
minutos.
O
SR. CEZINHA DE MADUREIRA - PSD - O congresso de
comissões será para quais projetos?
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - A apreciação do
PL 31, que está sendo obstruído, e do PL 347, que também recebeu emenda de
plenário ontem, nesta Casa.
O
SR. CEZINHA DE MADUREIRA - PSD - Muito obrigado, Sra.
Presidente. Mais uma vez manifesto o meu apoio ao PL 31.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente,
quero anunciar a presença dos vereadores de Porto Ferreira, vereador Professor Sérgio
e vereador Alan João, que nos acompanham aqui hoje. Agradeço a presença de
ambos.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - É uma alegria
esta Casa receber os vereadores, acompanhados do nobre deputado Caio França.
Tem a palavra o nobre
deputado Gilmaci Santos.
O
SR. GILMACI SANTOS - PRB – PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que
nos acompanha nas galerias, apenas para tentar esclarecer algo que não tenha
sido dito de forma correta.
O que está acontecendo
neste momento, nesta Casa, nesses dias, é algo totalmente legal, regimental. A
obstrução faz parte do Regimento, da legalidade desta Casa. Os Srs. Deputados
têm o direito, sim, de fazer obstrução da maneira que eles acharem que seja
legal, ou da maneira que seja legal regimentalmente. As bancadas têm o direito
de fazer, os partidos têm o direito de fazer a obstrução que eles acharem
necessário fazer.
E o que está
acontecendo aqui hoje nada mais é do isso. Alguns deputados, algumas bancadas
acham que querem fazer obstrução, e estão fazendo de maneira regimental e
legal. Então, não há nada de errado em relação a isso.
Quero dizer, em relação
aos deputados e ao PRB, que infelizmente as pessoas que têm acompanhado, que
têm feito as suas vigílias, que têm feito o acompanhamento e pedindo a
aprovação do PL 31, algumas pessoas, desculpe-me pela maneira de me expressar,
que não têm conhecimento da realidade, talvez nem saibam o que estão fazendo, o
que estão falando.
Este deputado sempre
foi favorável, sempre disse que no momento em que o projeto fosse pautado, nós
estaríamos votando a favor. Infelizmente algumas pessoas irresponsáveis têm
entrado em nossa rede social de maneira irresponsável, ofendendo-nos moralmente,
ofendendo pessoalmente, ofendendo a nossa fé, a nossa crença, de maneira
irresponsável, que talvez não tenham andado com vocês que estão aqui na
galeria, que têm frequentado nosso gabinete.
A todo momento este
deputado deixou claro que quando o projeto entrasse em plenário, votaria
favoravelmente. Eu disse ontem que na nossa bancada não há unanimidade, e a
bancada está livre para votar da maneira que quer. Alguns deputados votam “sim”
ao 31, e há deputados que votam “não” ao 31.
Este deputado sempre
deixou claro que é favorável. Entrou o projeto, estaremos votando
favoravelmente.
Mas, infelizmente,
pessoas mal informadas, ou talvez mal intencionadas, têm entrado de maneira
incorreta, desleal, para ofender a nossa pessoa, ofender a nossa crença, a
nossa fé, e ofender até o nosso mandato. Isso não é correto. Isso acontecendo,
pode até atrapalhar o nosso posicionamento em relação ao PL 31.
Então, as pessoas que
nos ouvem neste momento, que vão nos ouvir, com certeza, entendam. Nós já
falamos isso, já nos comprometemos com isso, que nosso voto será favorável. Mas
não concordamos com a maneira como essas pessoas irresponsáveis têm agido nas
nossas redes sociais, como disse, cobrando.
Pode-se cobrar a votar,
claro, é um direito de vocês. Pode entrar na nossa rede e cobrar o “voto 31”.
Nós estamos aqui para isso. Mas não podemos admitir que as pessoas, de maneira
irresponsável, entrem para ofender a nossa honra, a nossa pessoa. Não
concordamos.
Volto a repetir para
aquelas pessoas que foram ao nosso gabinete. Quando o projeto entrar em
plenário, acreditem, este deputado votará favoravelmente.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sra. Presidente, peço a
palavra para falar pelo Art. 82.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Tem a palavra a
nobre deputada Beth Sahão, para falar pelo Art. 82,
pelo tempo regimental.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT – PELO ART. 82 - Sra. Presidente, inicialmente quero
cumprimentá-la pela condução dos trabalhos. Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público na galeria, o deputado Gilmaci estava dizendo
sobre a legitimidade de voltar a votar ou não. Obviamente que isso é legítimo.
As pessoas aqui podem escolher o que elas defendem. Eu já escolhi. Eu defendo o
PL nº 31, como também defendemos o Projeto de lei nº 347. E não só eu, mas
também toda a bancada do Partido dos Trabalhadores, porque entendemos que esse
é um projeto legítimo, um projeto que busca a proteção dos animais; apenas
isso. É um projeto que busca tratar os animais com respeito; apenas isso. E
somos favoráveis também à redução da jornada de trabalho dos enfermeiros. Claro
que sim, porque isso é um absurdo.
Sabe ao que me remete
quando nós temos resistências na redução da jornada? Isso me lembra de quando
nós comemoramos o Dia Internacional da Mulher.
O Dia Internacional da
Mulher, todos nós sabemos que se comemora no dia 8 de março, exatamente porque
as mulheres estavam tentando reduzir a exaustiva e anormal jornada de trabalho
de 16 para 12 horas, naquela ocasião, e foram brutalmente assassinadas através
de um processo de asfixia na indústria em que elas trabalhavam.
E hoje nós vemos também
gente que defende os interesses de grandes investidores na Saúde, de
Organizações Sociais Privadas na Saúde ir contra a redução de um trabalho
igualmente exaustivo dos enfermeiros e que merecem a redução da jornada de
trabalho para 30 hora, que merecem.
Quero dizer mais uma
coisa para vocês: às vezes, aqui nesta Casa, as pessoas mudam de partido, mas
não mudam de lado. Elas mudam de partido, mas não deixam de defender aquilo que
elas sempre defenderam, que é os interesses dos grandes capitalistas. É isso
que nós estamos discutindo aqui, porque esse projeto já era para estar aqui
pautado. O pessoal vem aqui e fala “não, mas eu quero votar”. Mas chega na hora
fica enrolando, fica embromando, fica se utilizando de expedientes do Regimento
Interno para poder prorrogar essa votação, para poder protelar essa votação. E
isso o que acontece. Tem que ser dito, sim. Tem que dar transparência. E não me
venha com pseudodiscursos de que “olha, vamos ter prejuízo aqui, vamos ter
prejuízo lá”.
O capitalismo, devido a
seu caráter selvagem, como bem colocou o deputado João Paulo Rillo aqui, ele se adéqua, se adapta, ninguém vai ter
prejuízo, nenhum setor vai ter prejuízo. Os setores podem muito bem se ajustar
às novas realidades, podem muito bem se ajustar a uma lei que é honesta, que é
decente e que protege os animais. É isso que está em jogo. E quando nós subimos
aqui na tribuna para apontar que esses expedientes estão sendo adotados aqui,
isso não é para prejudicar nenhum deputado. Eles podem realmente fazer isso.
Mas é para dar a transparência, é para vocês saberem quem é contra e quem é a
favor daquilo o que vocês estão pleiteando. E todas às vezes que isso
acontecer, nós vamos ocupar a tribuna e vamos vir aqui e apontar, sim.
Vamos apontar porque
nós cansamos de marcar Congresso de Comissões e vai lá e não sai nada, vem aqui
e diz “vamos pautar”, mas também não sai nada. “Não, vamos votar na sessão
ordinária”, também não sai nada. Daí eles falam “vamos pautar uma sessão
extraordinária”, também não se vota nada. Que é isso?! Então, é preciso ter
maturidade, ter responsabilidade para dizer o seguinte: “nós vamos votar
contra”. O deputado Feliciano Filho sempre tem destacado isso: “olha, os
deputados que votam contra, votam contra, e os deputados e deputadas que votem
a favor, votem a favor”. E aí nós vamos ver quem é quem; não tem problema
nenhum.
Ganhar ou perder é
legítimo. Ganhar ou perder faz parte desta Casa. Eu já tive projetos que eu
perdi, mas já tive projetos que nós ganhamos; não tem problema nenhum. Mas
vamos ganhar ou perder, mas com luta, vamos ganhar ou vamos perder, mas com
hombridade, com decência, com história, com trabalho, com lado. E é esse lado
que nós defendemos Sra. Presidente. Muito obrigado, Sra. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Eu gostaria de
pedir silêncio a todos os visitantes da Assembleia e lembrar do Art. 280: Os
espectadores não poderão estar armados e deverão guardar silêncio. Por favor,
por favor! (Manifestação nas galerias.) Eu peço silêncio.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Sra.
Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE
FERNANDES - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Feliciano
Filho, pelo Art. 82.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - PELO
ART. 82 - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente,
nossos irmãos de luta, protetores que vão resistir até o final, tenho certeza
disso; queria, primeiramente, fazer uma solicitação, um pedido para todos os
deputados desta Casa que fazem parte das comissões para não entrarmos nesse
jogo, vamos deixar eles obstruírem. Obviamente eles estão no papel deles, então
nós vamos resistir. O deputado Enio Tatto falou agora
para mim, agora há pouco na Comissão, e é verdade: o deputado Enio é uma pessoa
muito sensata, que tem sempre um raciocínio muito lógico, eles não vão nos
cansar. Vamos até o final. Se precisarmos entrar madrugada adentro aqui no
congresso de comissões, nós entraremos. Não tem problema, nós não vamos
abandonar o barco. Vamos até o fim. Se eles quiserem ir até o final para nos
cansar, vamos cansá-los também, porque nós vamos resistir até o final. Quem
está aqui a favor dos animais, está a favor dos animais, (Manifestação nas
galerias.) porque vocês imaginem a resistência que esses boizinhos devem estar
tendo agora no navio, o sofrimento deles. (Manifestação nas galerias.)
Quero
dizer também...
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE
FERNANDES - PSDB - Por favor, gostaria de pedir que todos
os visitantes respeitem o orador da tribuna. Quero garantir a palavra ao
deputado Feliciano.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Este
deputado está totalmente favorável ao PL da nossa querida presidente, deputada Analice Fernandes. Vamos votar juntos, que é uma justiça
com os enfermeiros. (Manifestação nas galerias.)
Eu
queria agora falar...
O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - O
Art. 280, Sra. Presidente. Eu gostaria, por gentileza.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE
FERNANDES - PSDB - Deputado Feliciano, eu preciso atender,
nesse momento, o pedido do deputado Wellington Moura, para lembrar todos os
nosso visitantes do Art. 280 desse Regimento, que todos os visitantes façam
silêncio quando estiver um orador na tribuna. Por gentileza.
Devolvo
a palavra ao deputado Feliciano Filho.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Eu
queria repetir o que eu disse esses dias: o Projeto de lei nº 31 não só vai
resolver a questão do sofrimento desses boizinhos que padecem tanto nessa
viagem, depois da forma como são abatidos, mas ele também resolve uma questão
social que está nos avizinhando. O deputado Barros Munhoz, como foi advogado,
inclusive disse umas palavras muito bonitas na Comissão, e eu queria agora
retribuir ao deputado Barros Munhoz e dizer o seguinte: em economia, precisamos
analisar a propensão do efeito multiplicador numa demanda agregada efetiva.
Então é isso que está acontecendo se não aprovarmos esse projeto.
Qualquer
pessoa, uma senhora aposentada que tem sua aposentadoria, ela vai chegar à
farmácia e o remédio vai estar mais caro porque não tem os componentes do boi
com os quais são feitos os remédios. O setor calçadista, de couro; então o
genro, o marido, o filho dela vai estar desempregado na indústria de calçados,
na indústria de medicamentos. Isso é em cadeia. Essa demanda agregada efetiva
no mercado de concorrência monopolítica é trágico. Então nós estamos falando
aqui não só do sofrimento dos animais, mas de economia, de dinheiro e também da
questão que é incongruente. Já falei várias vezes aqui que o lucro é incompatível
com a legalidade de maus tratos. Como pode colocar dentro de 18 metros
quadrados 23 bois? Vou ratificar aquele desafio que fiz a V. Exa., a todos os deputados que estão defendendo, que
façamos uma viagem de navio para a Turquia, onde os animais estão indo, e vamos
observar até o final. Convido V. Exa. a pactuar
daquilo que eu prometi aqui. Se não houver maus tratos eu renuncio ao meu
mandato e quero que V. Exa. renuncie ao seu também e
de todos os demais.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Gostaria de
pedir silêncio mais uma vez aos nossos visitantes, por favor.
Eu gostaria neste
momento de anunciar a presença de alguns vereadores da cidade de Taboão da
Serra: vereadora enfermeira Érica Franquini, que
visita a Assembleia Legislativa nesta tarde; vereador Ronaldo Onishi e vereador Cido da Yafarma. É uma alegria muito grande tê-los aqui na tarde de
hoje acompanhando a aprovação e a condução dos trabalhos do PL 31/2018 e do PL
347/2018.
Gostaria novamente de
fazer convocações para deixar bem claro a todos os deputados e deputadas deste
plenário.
Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta da Comissão
de Constituição, Justiça e Redação; da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável; da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento,
a realizar-se hoje, às 19 horas e 15 minutos no plenário Tiradentes com a
finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 31, de 2018.
Nos mesmos moldes
convoco reunião conjunta da Comissão de Constituição, Justiça e Redação; da
Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho; da Comissão de
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, cinco minutos após o
término da última convocação, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº
347, de 2018.
No mesmo disposto
convoco reunião conjunta da Comissão de Constituição, Justiça e Redação; da
Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, cinco
minutos após o término da última convocação, com a finalidade de apreciar o
veto ao Projeto de lei nº 367, de 2018.
Ainda, convoco
novamente nos mesmos termos reunião conjunta da Comissão de Constituição,
Justiça e Redação; da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 19
horas e 40 minutos, no plenário Tiradentes, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 31, de 2018.
Nos mesmos moldes,
convoco reunião conjunta da Comissão de Constituição, Justiça e Redação; da
Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho; da Comissão de
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, cinco minutos após o
término da última convocação, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº
347, de 2018.
Também nos mesmos
moldes convoco reunião conjunta da Comissão de Constituição, Justiça e Redação;
da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, cinco
minutos após o término da última convocação, com a finalidade de apreciar o
veto ao Projeto de lei nº 367, de 2018.
O SR. BARROS
MUNHOZ - PSB - Sra. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança
do PSB.
A SRA.
PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - O pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra o nobre deputado Barros Munhoz pelo Art. 82, pela
liderança do PSB.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB - PELO ART. 82 - Sra. Presidente,
Srs. e Sras. Deputadas, colaboradores da Assembleia, Srs. e Sras. que nos
honram com suas presenças, telespectadores da TV Assembleia, eu queria começar
fazendo uma pergunta: qual é a opinião do candidato João Doria sobre o PL
31/2018?
Ele é a favor do PL
31/2018 ou é contra? Porque o governador Márcio França disse que é a favor e
disse que se for aprovado ele sanciona. E deu liberdade a todos nós, inclusive
seus companheiros como eu aqui nesta Casa, de votarmos de acordo com as nossas
consciências e as nossas convicções. Eu quero enaltecer a posição do governador
Márcio França, respeitá-la, como respeito a do deputado Feliciano, que é da
causa, como respeito aqueles que são da causa dos animais; respeito vocês, que
estão aqui, todo esse tempo; respeito a Luiza Mell,
que dedica grande parte da sua vida para fazer isso, embora, às vezes, de
maneira inadequada, atacando pessoas sérias, honestas. (Manifestação nas
galerias.)
Mas, agora eu quero
dizer uma outra coisa, minha gente. Bismarck deu uma grande lição ao mundo
quando disse: “Ah, se o povo soubesse como são feitas as salsichas e a
política”.
Os senhores veem aqui:
o deputado Rillo parece um herói. “Porque acordos
envolvem interesse econômico... Porque não sei o quê...”. Ele é um grande
orador. Está pensando que ainda está no diretório da faculdade dele: “Porque os
capitalistas... Porque o capital...”
Discurso de 1960, 1964,
1970, entendeu? Totalmente superado, totalmente fora da realidade. Só serve
para eleger algumas poucas pessoas. Então, como ele quer ser um desses, ele
está nessa linha.
Mas, ele veio aqui e
esculhambou com a administração da Casa. Eu fiquei, no lugar do deputado Cauê, indignado. Falou: “Esta Casa nunca esteve como está,
no fundo do poço, avacalhada, e tal e tal. Porque não sei o quê, porque não sei
o quê, porque não sei o quê.”
E, agora, eu quero dizer
aos senhores o que está realmente acontecendo: pode falar que é a bancada do
boi.
Aqui foi feito com o
deputado Rillo um grande conluio. Aliás, quem
organizou esta pauta da extraordinária foi o deputado Rillo.
Esse conluio é feito lá na sala da Presidência: é lá que é o escurinho dos
acordos. Não é acordo nenhum que se faz para beneficiar trabalhador, gente que
caleja as mãos.
Está aqui o acordo que
foi feito. É o seguinte: “Presidente Analice, a
senhora assume a Presidência. Cauê, o senhor se
afasta, e nós vamos votar esse projeto das 30 horas.”
Essa é a negociação.
Esse projeto quebra todas as Santas Casas do estado de São Paulo, todos os
hospitais filantrópicos. Ele não passou. (Manifestação nas galerias.)
É fácil tentar jogar a
opinião pública contra a gente. Grupos vêm aqui, que merecem o nosso respeito,
contra a gente. Mas, a verdade é essa. Por que está se votando? Esse projeto
não passou no Congresso de Comissões.
É até antiético,
presidente, a senhora pautar esse projeto. A senhora assume a Presidência e
cuida do seu interesse? Porque isso daí é um projeto só do seu interesse, só
vai dar voto para a senhora. Porque ele é inconstitucional flagrantemente. Ele
quebra todos os hospitais.
Então, é fácil vir
aqui. Eu estou defendendo as Santas Casas quebradas no estado de São Paulo,
estou defendendo quem faz Saúde. Agora, eu não sei se é por isso que o deputado
Rillo agora acha que não deve mais obstruir.
Porque, quando ele era de
oposição, ele obstruía. Agora ele não é mais de oposição.
Posso dizer mais, sobre o projeto do Ipesp, ontem eu vi o presidente da OAB, que tem 350 mil
advogados, sentadinho ali no banquinho, porque não pode explicar o que vai
acontecer. A contribuição do pensionista e do aposentado do Ipesp
vai só para 20%, de cinco para vinte.
O deputado Carlos Giannazi
tem o Canto, que é meio doidão assim, mas que é o grande defensor desse projeto
hoje, porque foram anos e anos de discussão. Também está na negociação para não
votar. Isso é o que está acontecendo, a paralisação total da Assembleia, uma
vergonha inominável.
Não estamos votando nada. Estamos abaixo do nível mais
baixo que poderíamos estar. Deputado João Paulo Rillo,
V. Exa. faz assim com quem achar que pode, mas comigo
V. Exa. não faz, porque eu não devo absolutamente
nada na minha vida e não aceito esse seu modo de acusar injusta, infame e
criminosamente.
A SRA.
PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Não irei responder ao deputado Barros Munhoz, porque
não é verdade o que V. Exa. manifestou na tribuna, de
uma maneira equivocada. (Manifestação nas galerias.)
O SR. JOÃO
PAULO RILLO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, quero começar pelo final
da fala do deputado Barros Munhoz, que disse que eu faço acusações levianas.
Não falou contra quem eu faço. Ele acabou de falar que eu me reuni com V. Exa. na Presidência, em um conluio, e afastei o presidente.
Ele atribui a mim um poder que eu gostaria de ter.
Deputado Barros Munhoz, não tenho esse poder. Não fui eu quem afastou o
deputado Cauê Macris, não
me reuni com a deputada Analice Fernandes para montar
pauta nenhuma. Já que V. Exa. está incomodado com
acusações sem provas, se quiser eu dou um aparte para V. Exa.
provar que eu me reuni para organizar a pauta e que eu afastei o deputado Cauê Macris.
Em relação à pauta que V. Exa.
disse que eu defendo, que V. Exa. chama de conluio,
quero dizer que, para mim, é um grande orgulho defender os enfermeiros, os
técnicos e auxiliares de enfermagem, os animais que são maltratados e os seus
protetores e protetoras.
Lamentavelmente, essa agressividade de V. Exa. é espantosa. Realmente alguém deve ter prometido
alguma coisa para alguém e não está conseguindo entregar. (Manifestação nas
galerias.)
O SR. BARROS
MUNHOZ - PSB - Com licença, eu quero que V. Exa. fale o que
não tem hombridade de falar.
A SRA.
PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Esta Presidência, por conveniência da Ordem, suspende
os trabalhos por dois minutos.
Está suspensa a sessão.
* * *
- Suspensa às 18 horas
e 22 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 23 minutos, sob a Presidência
da Sra. Analice Fernandes.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Devolvo a
palavra para o nobre deputado João Paulo Rillo.
O
SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sra.
Presidente, todos foram testemunhas. Está sendo pedagógico o processo, porque
vemos quem, de fato, está tentando tumultuar. Sinceramente, não irei responder
a esta tentativa de agressão do deputado Barros, porque eu sempre o respeitei,
sempre o admirei na Casa e estou espantado com a sua agressividade.
Espero que pare por aí,
porque se, de fato, ele quiser entrar em uma discussão de ética e biografia,
estou preparado para discutir com ele qualquer coisa que quiser. Espero que
cesse por aí, mas se não quiser cessar, não irei entrar em baixaria, não
partirei para agressão física, não irei partir para agressão pessoal e para
desonra, porque não faço política dessa maneira. (Manifestação nas galerias.)
Está exposto aqui. É
natural, as pessoas têm que assumir uma posição. Tem um conflito na Casa, um
conflito de interesses.
Eu não tenho problema
em assumir o meu lado, de que lado que eu estou. Agora, quem está com problema
em assumir o lado, em expor a sua posição... Eu não posso fazer nada. A vida é
assim, e a parte boa desse grande contratempo que a Assembleia vive é isso. As
feridas e a verdade estão expostas de maneira muito clara, para quem quiser
ver.
A SRA. BETH LULA SAHÃO
- PT – PARA COMUNICAÇÃO - Primeiramente, eu quero dizer
que fiquei espantada com os lampejos de truculência e de agressividade do
deputado Barros Munhoz. É um deputado que foi presidente desta Casa, que foi
líder do governo, que foi ministro.
Ele tirou o microfone
da minha mão. Eu pensei: ele não vai tirar o microfone da minha mão, ele vai me
agredir. Eu fiquei perplexa. Essa é uma coisa. A outra coisa que eu lamento é
que o deputado Barros Munhoz tenha usado a terminologia rasteira que ele
utilizou nessa tribuna.
O deputado Barros
Munhoz passou dos limites do bom senso e da crítica que nós temos o direito de
fazer aqui.
O SR. GUSTAVO
PETTA - PCdoB - Sra. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82.
A SRA.
PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - O pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra o nobre deputado Gustavo Petta
pelo Art. 82.
O SR.
CARLÃO PIGNATARI - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente. Eu
quero apenas discordar de alguns
termos que o deputado, ex-presidente desta Casa, Barros Munhoz, usou em relação
ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Cauê Macris.
Não é possível ele dizer que
o deputado se afastou por vontade própria ou por conluio, ou por barganha com
V. Excia. ou com algum outro deputado.
Ele se afastou porque tinha
um problema para resolver, e se afastou regimentalmente. Então, não é possível
mais as pessoas virem aqui e fazerem a ilação de uma pessoa que não está
presente, que está com problema e está resolvendo esse problema.
Eu sou como o deputado João
Paulo Rillo. Eu não tenho nenhuma dificuldade de
dizer que nenhum dos deputados desta Casa é favorável a maus-tratos aos
animais, nenhum dos deputados. Mas você comparar maus-tratos aos animais com o
embarque de bois vivos é completamente equivocado.
Eu sou contra o PL 31, e já
disse isso ao deputado Feliciano. Não tenho nenhuma dificuldade de dizer isso.
Então, temos que ter respeito pelas pessoas e pela opinião de cada um dos
deputados.
Agora, o que aconteceu hoje
aqui... Eu acho que um ex-presidente da Casa não pode fazer um ato de baixeza
como o que foi feito hoje. Não é possível mais isso na Assembleia Legislativa
de São Paulo.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, eu queria colocar o seguinte. Essa briga que está
ocorrendo aqui está sendo orientada não aqui dentro. Nem nos porões, nem nos
cantinhos, nem nos escurinhos aqui dentro. Essa briga está sendo orientada lá
fora, e aqui tem jogos do interesse de três grandes candidatos, que são
candidatos a governador do estado de São Paulo.
Primeiro é mentira que
o Márcio França é favorável ao PL 31. Ele fala que vai sancionar, mas põe a
tropa de choque aqui, como o Barros Munhoz, para evitar que aprove.
Em segundo lugar, os
deputados Marco Vinholi, Cauê
Macris e Carlão Pignatari estão fazendo o papel e o
serviço que o Doria manda, porque eles são contra. E o deputado Itamar Borges,
que é outro leão, está fazendo o serviço de quem é contra o PL 31 e o projeto
das enfermeiras, que é o Paulo Skaf. Agora, eu quero
colocar a posição da bancada do PT: nós somos favoráveis tanto ao 347 quanto ao
31, e demonstramos isso em plenário e lá na comissão. (Manifestação nas
galerias.)
Então, quero deixar bem
claro isso, porque ontem, por exemplo, havia deputados fazendo discursos
inflamados aqui. Hoje, eles nem apareceram na comissão para ajudar a fazer com
que sua bancada mudasse de posição. Uma coisa é fazer, aqui, discurso
individual. Mas todos eles são orientados pelas bancadas e pelos candidatos a
governador do estado de São Paulo. Aqui, vocês podem ter certeza: bancada
unânime, tanto em relação ao 347 quanto ao 31, é o PT, o PSOL, o PCdoB e o
partido do deputado Feliciano Filho e mais outros. Os grandes partidos estão
dividindo propositalmente, para inviabilizar os dois projetos. Essa é a grande
verdade.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, eu quero lamentar
as palavras do deputado Enio Tatto, por quem tenho
grande respeito, mas falar no nome do governador... Ele tem líder do Governo
aqui. O governador já manifestou, via rede social, que sancionará a aprovação
de projetos desta Casa, projetos de defesa da causa animal. Criou uma
Subsecretaria de Proteção Animal. O governador sancionou um projeto que proíbe
a caça, de autoria do deputado Roberto Tripoli. Já
afirmou que vai sancionar esse projeto caso a Casa aprove.
Deputado Enio Tatto, na bancada do PSB, liderada pelo deputado Caio
França, nós temos 11 deputados. Deles, nove são favoráveis. Eles estão aqui e
estavam no congresso de comissões. Acho que V. Exa.
não percebeu a presença do nosso líder lá. Talvez não tenha enxergado. Mas
Orlando Bolçone está dando quórum no congresso de
comissões; e eu, Ed Thomas e Adilson Rossi estamos aqui. Deputado, a democracia
fala disso. Na bancada de V. Exa., nós, em vários
projetos de outros tempos, já tivemos dificuldades. Mas a democracia fala
disso.
Agora, V. Exa. suscita algo que acho interessante: o governador
Márcio França já se posicionou. Eu gostaria de ouvir também o posicionamento
dos outros candidatos. Qual é a posição deles quanto ao embarque de boi vivo
aqui no estado de São Paulo? Qual é o pensamento do candidato de V. Exa., Luiz Marinho? Qual é o pensamento do propenso
candidato que abandonou a cidade de São Paulo, João Doria? Qual é o pensamento
deles com respeito a esse projeto importante que proíbe o embarque de boi vivo
e que quer cuidar bem da proteção animal?
Então, só quero deixar
muito claro, como líder do Governo, que o governador já manifestou que
sancionará tão logo esta Casa, que representa o povo de São Paulo, diga que é
favorável a esse projeto.
O
SR. JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só queria informar, rapidamente, que
a posição do candidato Luiz Marinho é a favor do PL 31. Nossa bancada é
unânime. E também a favor do projeto dos enfermeiros. (Palmas.)
Mas quero me dirigir ao
deputado Barros Munhoz. Ele teve um momento muito triste de sua vida. Mas o
pior de tudo... Ele está me ouvindo agora. Ele fez uma acusação pessoal ao Rillo no congresso de comissões. Então, deputado Barros, se
V. Exa. está fazendo acusação pessoal às pessoas, o
deputado Rillo falou que está preparado. E eu também
estou, viu?
Vossa Excelência não
está se contendo mais, está alterado, fazendo acusações pessoais. Vossa
Excelência fez uma acusação ao deputado Rillo. Tome
cuidado, V. Exa. não pode fazer esse tipo de coisa.
Fez uma insinuação a uma sacanagem que foi feita contra o Rillo
pela imprensa, que publicou um apelido. Vossa Excelência fez uma referência a
isso. Não faça esse tipo de coisa, pois, depois, quando as pessoas te
atacarem... Vossa Excelência também tem problemas. Quando começarem a te
atacar, V. Exa. não reclame.
Eu vou entender como
ataque pessoal quando V. Exa. vier atacar o PT aqui.
Vem aqui e ataca! Vem aqui, que eu vou falar! Vem aqui, Barros Munhoz!
(Manifestação nas galerias.)
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Por gentileza,
por favor, quero garantir a fala de todos os deputados desta Casa.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra.
Presidente, ouvi atentamente e fiquei muito feliz com alguns trechos da fala do
deputado Enio Tatto.
Primeiro, quando ele se
referiu a três grandes candidatos: o do MDB, o do PSDB e o do PSB. Ele já sabe
que o candidato dele é um pequeno candidato e por isso está fazendo esse tipo
de colocação.
Segundo, quando ele
disse que grandes partidos estão aqui dividindo no meio. Ele citou o PSB, o
PSDB, o MDB, mas não citou o PT, pois ele sabe que o PT é um partido pequeno,
infelizmente, em razão do que eles fizeram no Brasil. O mal que fizeram no
Brasil, eles estão trazendo e contaminando e deixando todos eles do tamanho que
eles merecem ser.
Muito obrigado.
O
SR. GUSTAVO PETTA - PCdoB - PELO ART. 82 - Sra. Presidente,
parlamentares, público presente, em primeiro lugar, quero dizer, em nome do meu
partido, o PCdoB, que temos trabalhado nesta Casa tanto pela aprovação do PL 31
- nós já utilizamos esta tribuna para registrar a nossa posição -, como também
pela aprovação do Projeto nº 347, que regulamenta as 30 horas para os
enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. São dois projetos de extrema
importância e, ao longo de meu pronunciamento, irei descrever um pouco o porquê
de nosso apoio.
Sra. Presidente, quero
utilizar a tribuna neste momento para falar que estou nesta Casa há dois meses.
Realmente, poucas vezes em minha vida pública vi tanto desperdício de recursos
públicos, de recursos humanos, de tempo das pessoas, de atenção e compromisso
de diversas pessoas que vêm a esta Casa com a expectativa de aprovar projetos.
Nunca vi tanto descaso com a população do estado de São Paulo como tenho visto
na Assembleia Legislativa nesses últimos meses e, em especial, nessas últimas
semanas.
É importante dizer que
o responsável por isso tem nome. O responsável pela paralisia da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo é o ex-prefeito de São Paulo e candidato a
governador João Doria e sua turma, seu partido aqui na Assembleia Legislativa.
São eles que estão paralisando esta Casa. São eles que estão impedindo a aprovação
de projetos importantes. São eles que estão impedindo a aprovação de projetos
como o PL 31, como o projeto que regulamenta a questão da enfermagem e como a
LDO, que precisa ser aprovada com urgência nesta Casa para que o governo possa
planejar o Orçamento de 2019.
É isso o que está
acontecendo nesta Casa. Por quê? Porque João Doria, que mentiu à cidade de São
Paulo, que mentiu ao povo paulistano e não cumpriu sua promessa de se manter
como prefeito durante quatro anos, agora, quer ser governador. Pelo seu
capricho, pelas suas intuições, pelos seus interesses eleitorais, paralisa a
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Ele paralisa esta Casa e utiliza
sua bancada, que é uma bancada grande, legítima, eleita pelo povo de São Paulo,
para impedir a discussão e aprovação de projetos importantes.
Isso é uma vergonha. É
legítimo, na democracia, oposição e situação. Mas não é legítimo, e não é
correto, pelo menos, uma oposição que impede o debate público sobre projetos
importantes, que impede a aprovação da LDO, que está na Constituição do Estado.
A Constituição diz que devemos aprovar a LDO antes do recesso.
Esta Casa está
submetida a esses caprichos, a esses interesses, de um candidato mentiroso, de
um candidato que enganou o povo de São Paulo, que agrediu os professores quando
faziam manifestação pelos seus direitos, através da Guarda Municipal de São
Paulo, e que ofereceu farinata para resolver o
problema da segurança alimentar.
E agora quer levar esse
projeto fracassado, esse projeto mentiroso, esse “fake”
para o estado inteiro de São Paulo, e paralisa os trabalhos da Assembleia
Legislativa.
Quero aqui trazer a
nossa posição muito clara. Queremos, e vamos batalhar pela aprovação do PL 31,
porque sabemos da importância desse projeto, pela questão dos direitos dos
animais, e também pelo modelo de desenvolvimento que queremos para o nosso
Estado e para o nosso País.
Nós vamos batalhar de
maneira incansável, pelo projeto da deputada Analice,
que é um projeto muito importante. Quero aqui registrar a presença do Sindicato
Estadual dos Enfermeiros, da presidenta e dos demais diretores que estão aqui
presentes.
Mas quero deixar claro
a esta Casa. Esta Casa está paralisada. Esta Casa está envergonhando o estado
de São Paulo, por conta dos caprichos de João Doria, o ex-prefeito que mentiu à
cidade de São Paulo, e que agora paralisa esta Casa, através da sua bancada.
Muito obrigado.
O
SR. WELLINGTON MOURA - PRB - PARA COMUNICAÇÃO - Acho
que o deputado Gustavo Petta se engana, ao falar que
esta Casa está sendo paralisada pela gestão Doria.
Ontem, na Comissão de
Finanças, Orçamento e Planejamento, dois deputados que são do PT ficaram do
lado de fora. Havia quatro deputados. Estávamos eu, o deputado Vinholi, e mais outros deputados. Para não dar quórum,
faltaram os dois deputados do PT. Acho que há um engano nesta Casa, para
enganar essa população que está vindo aqui hoje, tanto para votar o projeto de
V. Exa., como do deputado Feliciano.
Hoje novamente a
comissão esvaziou. Hoje eles estiveram, mas nem o relator aparece. Não há
interesse nem do relator. Apresentamos o relator, e a pessoa não aparece na
comissão. Não aparece de manhã, não aparece de tarde. Temos que ficar, às
vezes, desmarcando, porque nem o próprio relator aparece.
Isso é uma vergonha,
Sra. Presidente. Eu gostaria, sim, que o governo Márcio França explicasse isso,
que é o que não está presente lá na comissão, porque o governo do PSDB está
presente. O PRB está presente. O DEM está presente. E não sei o que acontece,
tanto com a base do Márcio França, como também com a base do PT, que somem,
desaparecem da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.
Por isso não votamos a
LDO. Por isso, infelizmente, nada acontece aqui. A culpa também pertence ao PT.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sra. Presidente,
ele me citou. Quero pedir, com todo respeito ao deputado Wellington Moura.
Estávamos discutindo a LDO. A LDO é o mapa das diretrizes orçamentárias do
estado de São Paulo. É onde estão decididas as metas do estado para os próximos
dois biênios. Nós elaboramos o Orçamento do Estado baseado na LDO.
Qual o problema da LDO
hoje, e que nós não demos quórum ontem? Porque nada que foi discutido com as
entidades, com a sociedade civil organizada, as emendas que foram apresentadas
pelo PT, por diversos partidos, nada foi acatado. Nem sequer o relator, nomeado
por ele, estava presente na reunião.
Portanto, lá é outro
jogo. Misturar o 31, o 347 com a LDO é não querer o debate. A bancada do PT
apresentou emendas para melhorar a LDO. Estamos à disposição, tanto é que ele
não teve a coragem de colocar hoje que, na reunião que ele convocou para hoje,
quem estavam presentes éramos eu e o deputado Teonilio
Barba Lula e, tanto do lado do Geraldo Alckmin, quanto do lado do João Doria,
esvaziaram e não deu quórum hoje. Então, deputado Wellington Moura, dê a
informação correta. Fica feio V. Exa., como
presidente da comissão, omitir as informações; dê a informação correta. De mais
a mais, o PL nº 31, e o Projeto de lei nº 347, têm o apoio unânime do PT, não
tem um deputado sequer do PT que vai votar contrário. E esse posicionamento não
é de agora não, pois desde o início nós nos posicionamos favoravelmente a esses
dois projetos. Assim como nós queremos derrubar o veto do HU e queremos votar o
Ipesp nesta Casa, e votar a LDO, mas uma LDO decente
para o estado de São Paulo. Está dito.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Quero aqui fazer
um justo reconhecimento das palavras proferidas pelo deputado Gustavo Petta. Foi muito feliz a colocação feita pelo colega em
dizer que está equivocado quem fala que existe aqui uma base do Governo que
está impedindo a votação da LDO. Muito pelo contrário. Não fomos nós que
colocamos assinaturas querendo que não houvesse sessão aqui do dia 17 ao dia 31
de julho. Pelo contrário, nós queremos trabalhar.
Quero lembrar a todos
que um dia, ao tomar posse nesta Casa, eu assumi o meu quarto mandato
parlamentar, sendo o segundo aqui nesta Casa, jurei cumprir a Constituição. E a
Constituição fala que enquanto não se votar a LDO não haverá recesso - vamos
trabalhar.
Só para lembrar também,
Sra. Presidente, foi feliz também o deputado Gustavo Petta,
porque há interesse, sim, do ex-prefeito de São Paulo que deixou a cidade para
disputar o Governo, porque assim impede que vote aqui o projeto do Ipesp que vai beneficiar 400 mil advogados. A não votação
desse projeto impede que 17 mil advogados possam receber a sua restituição,
possam sacar o seu fundo, vai fazer com que 400 mil advogados, aqueles que são
participantes da carteira do Ipesp, ao invés de pagar
cinco por cento, eles vão ter que pagar 20% pelo atraso e dos atrasados. Enfim,
não é a base do governador Márcio França que está emperrando esta Casa. A base
do governador Márcio França que quer, que vote o projeto que está na pauta
agora para votar, matéria que podemos votar agora em dois ou três minutos.
Temos apenas os projetos do Wellington Moura e o projeto do Ipesp,
que gostaríamos que fosse aprovado, que vai beneficiar a 400 mil advogados.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Deputado Carlão
Pignatari, o deputado Fernando Capez estava na fila e eu gostaria de atender e
ser muito democrática nesta Casa. Ouço atentamente todos os deputados.
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu
tenho enorme respeito pelo deputado Carlos Cezar, mas antes de obedecer à
Constituição ele precisa obedecer a fila e obedecer o Regimento Interno desta
Casa. Claro que a Constituição é maior que o regimento. Mas, se não se obedece
nem o Regimento Interno vai querer obedecer a Constituição? Obedece-se o menor para, assim, obedecer ao
maior.
O
SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Sra.
Presidente, eu tomei um grande susto hoje, porque apareceu o meu nome como
subscritor da Emenda Substitutiva nº 1 ao PL nº 31, e eu não reconheço a minha
assinatura nesta emenda. Eu peço que seja retificado o documento e retirada a
minha assinatura desta emenda, porque isso não corresponde à realidade. Então,
por favor, retifiquem porque eu sou favorável ao PL nº 31, sem esta emenda, que
admito foi uma manobra protelatória, uma proposta de obstrução. Eu não estou
nem obstruindo, nem tão pouco protelando; eu quero votar já. E, de antemão, vou
dizer o seguinte: vou a essa tribuna defender o projeto. Está de parabéns,
deputada Analice Fernandes, primeira enfermeira a
assumir o cargo de deputado estadual e que está exercendo a Presidência. Dizer
também que a redução da jornada semanal de trabalho é uma questão importante,
inclusive de Saúde Pública, e não só de prerrogativa da categoria dos
enfermeiros.
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Deputado
Fernando Capez, esta deputada na Presidência acata o pedido de V. Exa. e em tempo oportuno verificará o pedido feito da
assinatura na sessão de ontem.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA
COMUNICAÇÃO - Vossa Excelência sabe
que tenho um respeito enorme por todos os deputados desta Casa. Ouvindo alguns
trechos da fala do líder do Governo, deputado Carlos Cezar, uma pessoa que
respeito muito, não podemos trazer para dentro desta Casa uma disputa
eleitoral. Eu, pelo menos, não falei no nome do governador Márcio França, ao
qual tenho respeito, é o governador do Estado, mas acho que o ex-prefeito João
Doria não tem nada a ver com a disputa e com o debate que há na Casa.
Ontem,
estávamos na Comissão de Finanças, fazendo a defesa do presidente da Comissão
de Finanças, Wellington Moura, em cinco deputados, e o deputado Barba estava na
porta. Se entrasse na sala da Comissão, mesmo com a obstrução da base do
Governo, porque não havia nenhum deputado lá da base do Governo, havia apenas
os mais novos aliados do Governo. O PT, o PSOL, o PCdoB -, que não estavam
também. Mas o deputado Barba estava lá de prontidão e não entrou. Se tivesse
entrado, teria dado quórum e teríamos começado a discutir as emendas da LDO, a
LDO, que era o que o deputado Wellington Moura programou
ontem, na Comissão de Finanças. E hoje também. Então, acho que obstrução está
havendo de todos os lados. Não podemos ter isso. Acho que temos que fazer um
consenso nesta Casa e fazer as votações, e cada deputado votar da maneira que
tem. O PSDB não tem consenso para votar o Ipesp. É
uma opção do PSDB. Qual é o problema? Nenhum. Acho que é um direito que nós
temos. Então a partir de agora estamos aí para continuar esse debate. Vamos
levar; vamos empurrar isso para a frente. Temos que começar a dizer as
verdades. A verdade é a seguinte: a LDO está sendo obstruída pela base do
Governo, porque assim que votarmos a LDO encerramos o semestre legislativo.
Eles estão obstruindo, estão no direito, está no Regimento, não podemos
reclamar do que está escrito no Regimento. Obstrução faz parte do Parlamento.
Não adianta ficarmos com essas acusações, porque não vai levar a nada.
Acusações pessoais não podem haver aqui. Vejo alguns deputados exaltados,
nervosos. Não é isso o que queremos. Isso para mim é baixaria. Lá no meu
interior de São Paulo é baixaria. Não podemos ter isso. Vamos levar para a
frente, vamos pautar os projetos. Quem é a favor vota a favor, quem é contra
vota contra.
O SR. DAVI ZAIA - PPS - PARA
COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tenho
acompanhado esse debate com muita atenção e o clima nesta Casa nesse momento.
Já tivemos aqui embates dificílimos em torno de projetos, profundas
divergências, mas sempre conseguimos fazer isso com muita tranquilidade. Quero,
portanto, registrar aqui que tivemos o deputado Barros Munhoz, com seu discurso
veemente, como nós estamos acostumados, mas também tivemos o discurso do
deputado Rillo, do deputado Giannazi,
que além de defenderem o projeto, suas posições, como nós estamos fazendo, defendendo
o que entendemos contra um projeto, fazem referências nominando bancadas, que é
um direito de fazer, mas na verdade é um desprestígio, porque aqui as bancadas
que temos são as que são definidas no painel, e todos os deputados aqui, tendo
posições que concordam com a minha ou discordam, merecem e têm recebido meu
respeito.
Mas
eu queria fazer um apelo a V. Exa. porque estou aqui
há três mandatos e tivemos aqui os deputados Vaz de Lima, Capez, Samuel
Moreira, Barros Munhoz como presidentes desta Casa e todos
os presidentes, nos momentos de intenso debate... O Colégio de Líderes, que é
tão criticado, sempre foi um espaço para que encaminhássemos um mínimo de
acordo. Nesta semana, infelizmente, nós não tivemos o Colégio de Líderes e é
por isso, talvez, que estejamos nessa situação de embate na qual, em alguns
momentos, precisamos suspender a sessão.
O meu apelo
é que adotássemos esse encaminhamento, que é salutar, de ouvirmos o Colégio de
Líderes como uma instância importante e que V. Exa.,
como presidente em exercício - eu reconheço que o presidente em exercício tem
os mesmo direitos regimentais do presidente efetivo da Casa -, se utilizasse
desse expediente do Colégio de Líderes para minimamente construir um acordo
nesta Casa e podermos avançar a pauta. E que se abstivesse de conduzir de
maneira unilateral, sem ouvir os líderes partidários.
Acho que
seria uma boa medida para que conduzíssemos esse debate com a grandeza que o
povo de São Paulo merece e esta Casa deseja realizar.
A SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Respondendo ao deputado Davi Zaia e,
com todo o respeito a ele, ontem esta deputada na Presidência tentou fazer esse
Colégio de Líderes e foi por obstrução. Os trabalhos foram levantados por 15
minutos.
Nós pedimos
o levantamento por mais 15 minutos ou 30 minutos e, infelizmente, não tivemos
sucesso para essa negociação acontecer. Esta Casa precisa trabalhar porque a
população paulista nos paga para isso, e nós estamos aqui trabalhando.
Tem a
palavra o nobre deputado Teonilio Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidenta, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, matéria
publicada no jornal “Folha de S. Paulo” da guerra na Assembleia Legislativa. O
bloco partidário PSDB, DEM, PRB, PSD e PP totaliza 34 deputados. Depois tem
mais um bloco PSB, PV, PPS, PR, PTB, PSC, PROS, PODE e PRP, que somam 32
deputados.
Botaram o
MDB no bloco da oposição, o que é mentira. O MDB está entre os dois. Então, PT,
PCdoB e PSOL somam 19 deputados. Esses 19 deputados, presidenta, sofreram duas
acusações há pouco. Ontem, foi muito maldosa a colocação do deputado Wellington
Moura. Ontem, realmente eu estava lá. Se eu entrasse dava quórum, mas eu não
sou base governista. Base governista é que tem que garantir quórum. Quem tinha
que garantir o quórum era o deputado Davi Zaia, que é
base governista, é o deputado Edson Giriboni. Eu não
sou da base.
O deputado
Davi Zaia é um dos líderes da atual base governista e
esses dois blocos que eu citei são farinhas do mesmo saco, governaram oito
anos, estão com uma briga temporária. Por oito anos no estado de São Paulo, o
PSB era uma extensão do PSDB. Hoje, nenhum deputado do PSDB na comissão. Eles
estão obstruindo o Ipesp. Nenhum deputado do PSDB,
nenhum deputado do governo. Estávamos lá eu, o deputado Enio Tatto e o deputado Wellington Moura. Foi maldosa a
sacanagem que V. Exa. nos fez neste microfone,
deputado Wellington Moura. Vossa Excelência, como presidente da comissão, não
poderia fazer isso.
A outra
coisa que tem são esses lampejos que dão no deputado Barros Munhoz, no deputado
Carlão Pignatari, que são da base do agronegócio, são da bancada do boi, com
mais alguns deputados. Eu respeito essa militância. Eu disse isso, respeito a
bancada do agronegócio, mas cheguem e digam a verdade, digam que são do
agronegócio. Vossa Excelência fala que é, V. Exa.
fala que é contra o projeto. Tem uns que ficam mentindo na tribuna. Sabe o que
são esses lampejos? É o espírito autoritário que V. Exas. herdaram de um modelo de sociedade escravocrata. É
isso que V. Exas. herdaram. É por isso que vocês têm
esses lampejos de autoritarismo.
Há a mesma reação
quando falo do projeto das enfermeiras. As enfermeiras têm que trabalhar 30
horas semanais. Todo o pessoal da Saúde. Ai, falam assim: “As Santas Casas e os
hospitais estão quebrados.” Sabem por que estão quebrados, as Santas Casas e os
hospitais? Foram os 20 anos de governo do PSDB no estado de São Paulo. Vossas
Excelências quebraram o modelo de Saúde, desde Mário Covas até agora. Esse
espírito autoritário é que leva V. Exas. a isso.
O
SR. WELLINGTON MOURA - PRB - PARA RECLAMAÇÃO - Sra. Presidente,
mais uma vez estamos vendo um golpe nesta Casa. O primeiro foi no Orçamento do
ano passado, em que, infelizmente, o PT leu, em sílabas, todo o seu voto em
separado.
Agora, mais uma vez
acontece isso. Acredito que isso tem que acabar. Tem que se demonstrar. Nós não
somos base do Governo. Eu não sou base do Governo. Eu estou fazendo o meu papel
como presidente da Comissão de Finanças, que é pautar.
Agora, se o relator não
aparece, se os deputados do PT ficam para fora da porta, esperando dar quórum,
Sra. Presidente, eu não tenho o que fazer. Eu, como presidente, só tenho como
pautar. Eu não tenho como ser mais do que um. Mas, é o que está parecendo.
Eu trouxe uma
transparência, deputado Teonilio Barba, que é
verdadeira. Desculpa, mas V. Exa. ficou da porta para
fora. Hoje, V. Exas. apareceram; mas, ontem, V. Exas. não estavam presentes. Quantas pessoas estão aqui
esperando? Os deputados estão vindo à Casa para votar a LDO. LDO essa que não
consegue sair da Comissão. Por que não sai da Comissão? Não sai da comissão
porque, infelizmente...
A
SRA. PRESIDENTE - ANALICE FERNANDES - PSDB - Tempo
esgotado, deputado.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo da
presente sessão, esta Presidência a dá por encerrada.
Está encerrada a
sessão.
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- Encerra-se a sessão
às 19 horas.
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