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01 DE AGOSTO DE 2018

044ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: HÉLIO NISHIMOTO

 

Secretaria: DAVI ZAIA, CÁSSIO NAVARRO, ED THOMAS e GILMAR GIMENES

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - HÉLIO NISHIMOTO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, manifesta preocupação e indignação com a não discussão dos Pls 31, 347, e 123. Assevera que o PSDB, sob influência de João Doria, tem obstruído o trâmite dos projetos citados.

 

3 - PRESIDENTE HÉLIO NISHIMOTO

Coloca em discussão o PL 129/18.

 

4 - VAZ DE LIMA

Discute o PL 129/18 ( aparteado pelos deputados Carlos Giannazi e José Américo Lula da Silva).

 

5 - CÁSSIO NAVARRO

Para comunicação, tece considerações a respeito da falta de apoio de partidos ao PSDB.

 

6 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Vaz de Lima a respeito da aliança entre o PSB e o PT.

 

7 - VAZ DE LIMA

Para comunicação, reflete acerca da escolha de Márcio França, por Geraldo Alckmin, para compor a chapa que fora eleita. Afirma que em algum momento Geraldo Alckmin deve se sentir arrependido. Critica o pronunciamento do deputado Carlos Cezar.

 

8 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, elogia o governador Márcio França. Indaga por que o PSDB tem obstruído a votação do projeto do Ipesp.

 

9 - SEBASTIÃO SANTOS

Solicita verificação de presença.

 

10 - PRESIDENTE HÉLIO NISHIMOTO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que observa quórum.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Para questão de ordem, lamenta a pauta da sessão. Indaga à Presidência por que o projeto em tela superara a prioridade de projetos precedentes, a seu ver mais importantes. Critica a bancada do PSDB.

 

12 - PRESIDENTE HÉLIO NISHIMOTO

Afirma que a pauta da sessão é atribuição da Presidência efetiva.

 

13 - FELICIANO FILHO

Discute o PL 129/18.

 

14 - JOÃO PAULO RILLO

Discute o PL 129/18.

 

15 - SEBASTIÃO SANTOS

Solicita verificação de presença.

 

16 - PRESIDENTE HÉLIO NISHIMOTO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que não alcança quórum para a continuidade da sessão. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Hélio Nishimoto.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Proposição em Regime de Urgência.

Discussão e votação - Projeto de lei nº 129, de 2018, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder Executivo a prestar contragarantias à União em operações de crédito externas junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD, e dá outras providências. Com 10 emendas e mensagem aditiva do Sr. Governador propondo alterações. (Artigo 26 da Constituição do Estado).

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, primeiro quero manifestar nossa preocupação e ao mesmo tempo a nossa indignação com a não discussão e não aprovação do PL 31, do PL importante também, que reduz a jornada de trabalho das enfermeiras do estado de São Paulo, mas sobretudo também com a não aprovação, o maior absurdo que existe, do PL 123, do Ipesp.

É um absurdo o que está acontecendo, um crime contra os trabalhadores, advogados e cartorários, porque o projeto já está pronto para ser votado. Já houve discussão, há um consenso pela aprovação desse projeto, porém a bancada do PSDB, a mando do ex-prefeito Doria, seguindo orientação do ex-prefeito Doria, que agora é candidato ao governo do estado, está obstruindo o projeto.

Com isso, tivemos o início do desconto de 20% dos proventos dos aposentados e pensionistas da carteira previdenciária do Ipesp, um absurdo total. Os advogados e cartorários já foram vítimas de um estelionato, de um golpe praticado pelo PSDB, no estado de São Paulo, em 2009 e 2010. Agora estão sendo vítimas de um golpe dentro do golpe.

O desconto, que era de 5%, da contribuição previdenciária, pela não aprovação do projeto, foi para 20%, um crime, um atentado criminoso contra 40 mil trabalhadores que contribuíram, e continuam contribuindo, com o seu regime de Previdência.

O PSDB, através da sua bancada, e a mando do ex-prefeito Doria, que manda agora na Assembleia Legislativa, está obstruindo a votação desse projeto. Nós não vamos votar nada, Sr. Presidente, enquanto não for colocado em pauta o PL 31, o projeto da enfermagem e o projeto do Ipesp. Essa é a posição do PSOL. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Vaz de Lima para falar a favor.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento os nobres pares, discutindo a esta hora - são sete horas da noite. Estamos em uma extraordinária. Venho a esta tribuna para dizer algumas coisas.

Primeiro, gostaria de passar um vídeo.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

* * *

 

O que é isso, Excelência? É exatamente isso: “O que é isso?”. Eu vim aqui para mostrar minha indignação. Absoluta indignação. Até porque isso aconteceu no Festival de Inverno de Garanhuns, Pernambuco, recentemente. E pasme, Excelência, pago com recurso público. Pago com recurso público.

Trato muito pouco desse tema, mas não posso aceitar isso. Desculpe-me. Acredito até que muitos que são adeptos da causa estão indignados com isso. Cadê o respeito à minha fé? Cadê o respeito àquilo em que acredito? Cadê o respeito à minha família? Não dá para aceitar. Venho aqui, nobre presidente, para demonstrar minha total indignação.

As pessoas que querem respeito têm que se dar o respeito. As pessoas que querem tolerância têm que se dar o direito da tolerância, não ser intolerante como esse pequeno grupo. Venho aqui em nome daqueles, líder, que acreditam, que creem. Nós cremos no Cristo. Nós cremos no Evangelho. Há outros que creem em outras coisas, mas há uma coisa que nos liga, presidente: o respeito à família, o respeito às crianças. Não posso acreditar que um punhadinho de gente, que até está a serviço de uma causa, possa fazer isso com recurso público, vilipendiado a fé, vilipendiado valores da família. E com recurso público. Onde estamos? O que vamos fazer?

Eu espero, sinceramente, que lá em Pernambuco algum deputado ou alguém de lá possa ingressar na Justiça, porque, na minha avaliação, isso pode se caracterizar como um ato de improbidade administrativa. Não é possível usar recurso público para isso. Sei que choca, sei que acontece o que os deputados fizeram, mas é preciso chocar, pois é preciso que a sociedade saiba que nós não admitimos essa coisa, porque respeitamos aqueles que pensam diferente de nós, mas queremos ser respeitados.

Eu lembro que eu estava aqui, logo no meu primeiro ano de mandato, quando um pastor chutou uma imagem. Eu fui o primeiro a vir aqui para dizer que não concordava com aquilo, porque é preciso respeitar a fé das pessoas, a preciso respeitar a crença das pessoas, é preciso respeitar as famílias das pessoas. Isso divide a Nação. Quero registrar e deixar aqui e vejo V. Exas. indignadas, como eu, por causa dessa situação.

Essa era a primeira situação que gostaria de colocar.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Deputado Vaz de Lima, V. Exa. me concede aparte?

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Eu poderia terminar toda a minha explanação para depois deixá-lo falar? Todo mundo vai ter os meus minutos. Eu tenho nove minutos ainda para falar. Então, eu deixo os minutos finais para isso para não perder o meu raciocínio.

Quero falar de outra coisa. Agora pouco, os jornais, as revistas, as mídias sociais, por certo a TV agora nesta hora está dando uma notícia: “PT e PSB acabam de fazer um acordo nacional”. De que maneira? Eu estou reproduzindo o que está na mídia; não, o que está na mídia. Eu vou deixar todo mundo falar no final. Assim: o PT abre mão de lançar candidatos em alguns estados, o PSB em outros estados, o PSB não lança candidatura nacional, portanto não vai apoiar o Ciro Gomes e tudo bem. Isso só confirma aquilo que alguns parlamentares, desta tribuna, o líder do meu partido inclusive, vem dizendo que  ‘PT e PSB, hoje, são irmãos siameses, inclusive em São Paulo, inclusive em São Paulo”. A mesma, a mesma ideologia que norteia Cuba, a mesma ideologia que norteia a Venezuela.

É assim deputados, exatamente isso que meu líder vem denunciando aqui e que agora acaba de se cofirmar totalmente.

Eu darei aparte em seguida deputado. Vou terminar e darei o aparte em seguida. Pode ficar aí que eu darei o aparte. Vossa Excelência terá um minuto.

Olha só que coisa interessante, eu fico imaginando, nós escondemos por um momento as coisas, somos capazes de escamotear por dias, às vezes por meses, alguma coisa, mas não somos capazes de fazer isso a vida inteira. Por isso é que estamos vendo no plenário da Casa exatamente esta composição entre a base de sustentação do atual chefe do Executivo, do PSB, com a bancada do PT. Isso estava sendo articulado. Isso vinha sendo articulado, tudo bem, regra do jogo, mas não queira esconder o seu jogo. Acusam-nos de composições. Esta é uma composição que todo mundo tem que saber: PT e PSB são duas faces, no Brasil, da mesma moeda. É isso que nós temos que colocar. E o que nós vamos discutir daqui a pouco nas eleições será: como o País será exatamente e que tipo de país nós queremos? Que tipo de Governo nós queremos? Para onde nós queremos que o País caminhe?

Então, eu tenho o dever de, nesta tribuna, a usar depois dessas informações, de apontar. Então, senhor governador, não fique chateado quando o candidato da minha coligação chamá-lo de Márcio Cuba, ou de Márcio Venezuela, porque é exatamente isso que está em curso. Não farão isso aqui em São Paulo, mais ou menos, para tentar não grudar as dificuldades, mas é assim, é exatamente assim.

 Então, queria deixar isso aqui, com toda liberdade. É uma informação que eu estou dando. Eu ia até falar na primeira parte da minha fala aqui. Como podemos nos calar sabendo disso? A sociedade não ia entender.

Então, fica aqui o meu registro. Nós vamos ter um tempinho ainda para ouvir os deputado Giannazi, e José Américo também, dentro dos meus 15 minutos, só que eu quero recapitular.

Indignado com o que vi, que passou lá. Dá asco, nojo, como também estou indignado com essa coisa subterrânea sendo feita no País, com o aval de Sua Excelência, o governador Márcio França.

Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, Vaz de Lima, com todo o respeito que eu tenho a Vossa Excelência, que é cristão, é evangélico. Também tenho uma formação cristã, sou católico, mas ligado à teologia da libertação. Minha formação veio das Comunidades Eclesiais de Base, de uma outra visão religiosa do cristianismo, bem diferente da formação de Vossa Excelência.

Eu não fiquei nem um pouco chocado com o que vi, porque nós entendemos que o cristianismo, que Cristo está nos povos marginalizados. (Manifestação nas galerias.) Jesus Cristo, Deus, está sim no travesti, no homossexual, na prostituta, no menor abandonado. Todas as pessoas trazem dentro de si Deus, o Espírito Santo.

Agora ele falou certo. Jesus é travesti, nesse sentido. É outra interpretação. Agora, não sei por que Vossa Excelência está indignado como cristão. Acho que essa é uma visão muito ligada à Idade Média ainda, muito medieval. Então, outros cristãos não ficam indignados.

 

O SR. VAZ DE LIMA – PSDB - Totalmente indignado. Absolutamente indignado. É claro que indignado. Eu quero respeito. Nós respeitamos aquilo que V. Exa. acredita e pratica na vida. Nós respeitamos. O que não queremos é que desrespeitem a nossa crença.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Mas não houve desrespeito algum.

 

O SR. VAZ DE LIMA -  PSDB - Como? Chamar Jesus Cristo de travesti, de bicha não é desrespeito, deputado Carlos Giannazi? Faça-me o favor. Vamos discutir outras coisas. Isso daí, por favor.

Vamos discutir coisas sérias. Isso daí não dá para discutir.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa Excelência é que não está discutindo seriamente. Vossa Excelência está fugindo do debate. É uma visão preconceituosa, homofóbica.

 

O SR. VAZ DE LIMA – PSDB - Vossa Excelência usa muitas vezes isto para defender, e nós respeitamos. Estou usando isso aqui para defender os meus valores de família e a minha crença, que não são as suas, certamente. Certamente, graças a Deus, não são as suas.

Deputado José Américo.

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA – PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -  Só queria dizer o seguinte. Quando V. Exa. fala essa história do PSB, que ele é irmão siamês do PT, quero dizer que existe realmente uma similitude entre o PT e o PSB.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Similitude ou simbiose, Excelência?

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA - PT -  O PSB tem sido nosso aliado em vários momentos, em vários estados, exceto em São Paulo. Em São Paulo, o PSB é aliado do governador Geraldo Alckmin. O governador Márcio França, com todo respeito a ele e a V. Exa., foi vice-governador do Geraldo Alckmin. Ele apoia o Geraldo Alckmin.

Então, eu acho que V. Exa. está fazendo um manejo para tentar esconder esse fato. Acho que quem desviou a linha foi o Geraldo Alckmin e vocês ao adotarem o PSB.

Nós somos aliados do PSB. Não tenho problema nenhum em dizer que somos irmãos siameses do PSB. Agora, em São Paulo, vocês adotaram o Márcio França. Como diz na Bíblia, pariram Mateus e agora estão com problemas para carregá-lo. Acho que esse é o problema.

Muito obrigado.

 

O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de informar a todos que acompanham esta sessão que, embora haja discussão dentro desta Casa para saber qual o posicionamento de cada partido e quem são as pessoas que acompanham, o PSDB tem Geraldo Alckmin e João Doria, que são parceiros de partido. Tirando esses dois nomes, não há mais ninguém ligado com o PSDB.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiramente, quero manifestar a minha indignação ao ver algo tão horrendo. As pessoas que estão aqui e aquelas que estão em suas casas nos assistindo não mereciam ouvir tamanha blasfêmia que foi passada pelo deputado Vaz de Lima.

Lamento muito a falta de respeito com a fé que temos e com o nome que, segundo a Bíblia, está acima de todos os nomes. Ao nome de Jesus, todos os joelhos, um dia, se dobrarão. Toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, e não o desprezará.

Quero lamentar a forma desrespeitosa desse deputado veterano da Casa, que deveria fazer jus aos seus cabelos brancos. Ele deveria respeitar as pessoas que foram escolhidas pelo presidente nacional do partido dele, que foram escolhidas pelo candidato à Presidência do Brasil, Geraldo Alckmin.

Ele foi escolhido para ser o seu vice-governador e o seu secretário, sabendo que ele iria disputar a Presidência, e sabendo que o Márcio França seria governador do Estado. Hoje, o Márcio França é governador do Estado e tem feito um grande trabalho.

Lamento muito o que foi falado pelo deputado Vaz de Lima, por quem tenho muito respeito. Talvez porque perdeu os cargos que tinha, as nomeações que tinha na cidade de Rio Preto, onde reinou por mais de 20 anos, ele venha dessa forma desrespeitosa, chamando o governador de Márcio Cuba. Para que fazer um negócio desses? Que coisa feia, deputado. Vossa Excelência é maior do que isso.

Não preciso ficar respondendo a V. Exa. e nem ofendendo o candidato que abandonou esta cidade, que não tem palavra. É um candidato que disse que tanto faz, no casamento, quando você jura fidelidade ao altar, mas depois se separa. Então, por isso, eu poderia assinar um documento, falar várias vezes que ficarei quatro anos e, depois, desistir disso, querer ser governador e presidente.

Eu lamento. Vossa Excelência não merece as minhas respostas, mas estou aqui apenas para fazer jus. Apenas isso, Sr. Presidente.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Quero responder, evidentemente, ao orador que me antecedeu. As pessoas são o que são. Não tenho nenhuma dúvida de que o governador Geraldo Alckmin, ao fazer, naquele momento, esse entendimento, acreditasse - até porque queria o apoio do PSB naquele momento - que aquilo que passamos ali - e o deputado que me antecedeu também está se sentindo indignado - esteja sendo gasto com recursos públicos de um estado gerido pelo PSB.

Quero, primeiro, fazer esse registro. Muito provavelmente o governador Geraldo Alckmin se arrependeu ou se arrependerá disso. Enfim, coisa dele.

Em relação à outra situação colocada, não vivi e não vivo de cargos. O PSB sim. Quer ficar 6, 8 meses no governo, mas faz questão de trocar o faxineiro. É isso. Faz questão de trocar o faxineiro da repartição. Foi isso que fez, é isso que está fazendo em todo lugar.

 

O SR. CARLOS CESAR - PSB - Vossa Excelência está sendo leviano, deputado.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Não, leviano não estou sendo, estou apenas dizendo aquilo que vejo a todo momento no Diário Oficial.

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Deputado Carlos Cesar, o deputado Vaz de Lima está com a palavra e ainda tem aproximadamente meio minuto.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Foi isso. O partido da boquinha, hoje, em São Paulo, é o PSB. Ele sim, só vive de boquinha. Boquinha aqui, boquinha ali.

Respeite meus tantos anos aqui sem nenhuma marca. Os outros não, entraram e já estão cheios de pintinha, porque querem ser o partido da boquinha no estado de São Paulo.

 

O SR. CARLOS CESAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Lamento esse desespero. Estou vendo que o PSDB está desesperado, sobretudo o deputado que me antecedeu. Acho que ele está vendo que o Doria não cresce nas pesquisas e talvez isso justifique esse desespero.

Ele vê que seu candidato, que não tem palavra, que não cumpre o que prometeu à população, não cresce nas pesquisas. Pelo contrário, cai a cada pesquisa.

Já o atual governador tem implantado medidas efetivas, que têm ajudado as cidades. E, ao contrário do que ele fala, é bom lembrar quantos secretários do PSDB estão no governo. Ele deveria ser justo e elencar os secretários do PSDB que estão no governo e dizer por que ele não vota o projeto do Ipesp, do governador Geraldo Alckmin. Se é um projeto importante, que os advogados querem, por que ele está obstruindo? Por que o PSDB não quer ver esse governo prosperar e a população ser atendida?

Quero, apenas, lamentar essa baixaria do deputado que me antecedeu aqui.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres deputados Cássio Navarro e Davi Zaia para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Constatado quórum visual, esta Presidência agradece aos nobres deputados Davi Zaia e Cássio Navarro por auxiliarem no processo de verificação de presença.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, estou aqui perplexo, não só eu, mas vários deputados, porque esse projeto que entrou na pauta, agora, deu entrada recentemente aqui na Assembleia Legislativa e passou na frente de outros projetos que já estávamos debatendo, que são para nós e para a população do estado de São Paulo projetos prioritários. Estranhamente esse projeto atravessou a pauta porque trata de um empréstimo. Refiro-me aqui ao Projeto de lei nº 31, que é um projeto importante, estratégico. (Manifestação nas galerias.) Refiro-me aqui ao projeto do Ipesp, que os nossos advogados e cartorários estão sendo prejudicados. Houve já um aumento do desconto nos proventos dos pensionistas e dos aposentados de 5 para 20 por cento. Um absurdo, Sr. Presidente, um crime monstruoso cometido pelo governo do Estado e com o aval da Assembleia Legislativa, que não vota o projeto. A emenda aglutinativa, que foi construída coletivamente, que melhorou muito o projeto original, reduz esse desconto de 20 por cento. Então, é estranho que um projeto que trata de um empréstimo milionário para a Sabesp para despoluir o Rio Pinheiros, por exemplo, atravesse a pauta. Tanto dinheiro já foi jogado fora na despoluição dos nossos rios, isso nunca funcionou no estado de São Paulo. E também o projeto da enfermagem e de tantos outros que são mais importantes e já estavam sendo debatidos.

Então levanto esta questão de ordem, esta pergunta para a Presidência, por que esse projeto, estranhamente, passa na frente de outros projetos que são aqueles que nós, da Assembleia Legislativa, queremos, de fato, debater, discutir e aprovar, sobretudo porque esse é o interesse da população do estado de São Paulo.

E repudio aqui veementemente a obstrução feita pela bancada do boi, contra o Projeto de lei nº 31. Não é nem bancada do boi, é a bancada contra o boi. (Manifestação nas galerias.) Mas sobretudo a bancada do PSDB, que está dando um golpe dentro do golpe em relação aos advogados contribuintes do Ipesp, da Carteira Previdenciária do Ipesp e também os cartorários.

É inconcebível, deputado Barros Munhoz, que o projeto não tenha sido aprovado até agora. Essas são as nossas prioridades aqui na Assembleia Legislativa.

Então para V. Exa. depois responder essa questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Deputado, já temos a posição. Não cabe questionamento sobre isso, porque a prerrogativa é do presidente de fazer a pauta.

Tem a palavra para discutir contra, o nobre deputado Feliciano Filho.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários desta Casa, meus irmãos de luta presentes, quero falar sobre uma coisa muito importante: alguns princípios de vida, que é a questão do reconhecimento do erro e do perdão.

Acho que são três palavras um tanto ausentes, hoje, no Brasil. Temos que nos aproximar delas. Digo “erro” porque o presidente desta Casa, ontem, cometeu um erro bárbaro, bárbaro.

Eu nunca vi um erro tão grande quanto o que o presidente desta Casa cometeu. Primeiro, ele errou com 62 deputados que são favoráveis ao PL 31; não permitiu que esses deputados mostrassem a suas bases, mostrassem para o seu eleitorado, seu caráter, sua dignidade, sua honra e seu sentimento para com aqueles que não podem se defender.

O presidente retirou a chance e o direito inalienável de esses deputados poderem mostrar para seus eleitores a que vieram e o que estão fazendo aqui com o dinheiro público que ganham, que honram o dinheiro público, que fazem aqui a vontade da sociedade.

O presidente desta Casa tirou o direito deles, numa véspera de eleição. Isso é um erro muito grave, imperdoável. Cometeu, também, um outro erro, com a própria sociedade. Nós estamos aqui a serviço da sociedade. O erro foi tão grande que está retirando da sociedade o poder de discernimento.

Agora nas eleições a sociedade tem que saber em quem vai votar. O PL 31 já extrapolou as barreiras do Brasil. Estamos recebendo - não só eu, mas todo o grupo - manifestações do mundo inteiro apoiando o PL 31 - e no Brasil, senadores, deputados federais e artistas, enfim, todos os segmentos.

Esse PL já é da nação brasileira, não pertence mais só a nós aqui. Fico indignado. Como é que pode o presidente da maior Assembleia Legislativa da América Latina retirar da sociedade - que o colocou aqui - o direito inalienável de saber em que o seu deputado vai votar.

Como é que pode ficar o projeto para depois das eleições? Isso é uma jogada sórdida, suja, imoral, antiética; o presidente errou, e errou muito. Eu nunca vi um presidente desta Casa cometer um erro tão grave, que é anular a vontade da sociedade. Isso é inadmissível.

Agora tem uma questão da admissão do erro. Mas quero falar também que errou não só com os deputados e com a sociedade: errou também com os ativistas que estão aqui há praticamente sete ou oito semanas. Eles não estão sendo financiados por ninguém, não têm Hilux distribuindo marmita, não têm ônibus para vir aqui.

Eles estão vindo aqui às suas próprias expensas; eles estão comendo aqui comida que os restaurantes vegetarianos e veganos estão mandando de forma graciosa por defenderem também a causa.

Aqui não existe dinheiro envolvido. É o amor contra o dinheiro. É isso que está acontecendo nesta Casa. Muitas máscaras estão caindo aqui.

Outro erro grave que ele cometeu foi com os animais. Esse erro com os animais é absurdo: neste momento, existem milhares de animais que estão no navio indo para o Oriente, para serem mortos de forma trágica, regurgitando o próprio sangue com a degola; não tem processo de insensibilização.

Além disso, muitos desses animais chegam sem os olhos, por conta da amônia da decomposição de fezes e urina e vômito. São animais que viajam em menos de um metro quadrado daqui até lá.

Eu já desafiei deputados desta Casa a irem comigo ao navio e irem até a Turquia: se os animais não estiverem sofrendo, se o abate não for de forma sofrida, eu renuncio ao meu mandato.

Mas, também quero que o deputado que for comigo tenha a coragem, a idoneidade e a hombridade de entrar naquele navio comigo também renuncie ao mandato.

Vamos parar de ficar escondidos nas sombras e nos corredores, atrás de Colégio de Líderes onde não entra nem assessor. (Palmas.)

É uma vergonha! O Colégio de Líderes tem que acontecer aqui. Vou protocolar um oficio, na próxima semana, pedindo para que o Colégio de Líderes aconteça aqui, aos olhos da sociedade. E não, escondido entre quatro paredes, onde nem a assessoria pode entrar.

É por isso que o País não sai dessa situação. É o mesmo sistema de sempre, um sistema em que o Brasil não vai caminhar. É imoral, é antiético! Vou falar o seguinte para Vossas Excelências: há a questão do reconhecimento do erro. Isso é sublime. O deputado Barros Munhoz, que está aqui presente, se exaltou. Entendeu que atingiu, que extrapolou. Ele veio aqui e se desculpou. Ele teve a hombridade e a dignidade. Isso é uma virtude. Ele veio aqui, olhou para aquela câmera, e disse: “Reconheço que errei.

Eu sei, deputado, que muitas pessoas do movimento o perdoaram. E, até, muitas pessoas parabenizaram V. Exa. pela sua atitude. Espero que o deputado, presidente desta Casa, faça o mesmo: reconheça o erro, porque isso é uma virtude.

Não sei se o orgulho e a arrogância que ele tem tido nesses dias vão permitir que o faça. Mas acho que isso é um crescimento pessoal, ele deixar isso de lado e ser humilde. É um princípio básico, um dos maiores princípios, até na evolução pessoal e no relacionamento interpessoal, que é a questão da humildade, de ter o reconhecimento de que errou.

Aí sim, acredito muito que as pessoas... Não serão os animais que estão naquele navio. Não será só este deputado. Mas a sociedade, que não suporta isso. Tenho certeza de que ela também vai perdoar. Porque reconhecer o erro, pedir perdão e voltar atrás é sublime. Precisa ter humildade para isso.

Eu gostaria muito que o presidente desta Casa reconhecesse o erro que cometeu com 62 deputados desta Casa, que cometeu com toda a sociedade, com os ativistas dos animais. Que voltasse atrás e pautasse o PL 31 ara que pudéssemos mostrar para a sociedade quem é quem, e quem é a favor de quê.

Porque eu duvido que se sair para as ruas mostrando a realidade do que acontece, quero saber se alguém vai ser favorável à tortura e ao sofrimento. Eles falam que vão colocar em um navio cinco estrelas, como um deputado daqui da Casa apresentou, que qualquer pessoa queria viajar nele. É um absurdo. Sabemos que não vale só a questão aqui. O problema é o abate lá.

Vamos parar de hipocrisia! Vamos ter coragem! Vou parar e passar o tempo que me resta, que é pouco, para passar um pedacinho de um vídeo, que eu quero que os deputados assistam.

Para encerrar quero, também, ratificar o que o deputado Giannazi acabou de dizer. Plantaram um projeto de última hora, que ninguém sabe o que é. Não recebi uma cópia desse projeto. Os projetos prioritários foram banidos e varridos. Colocaram um projeto de última hora, em um acordo que não sei onde foi feito. Não vi e não recebi cópia desse projeto como líder. Estão tentando enfiar goela abaixo.

Podemos ser voto vencido. Mas jamais vou deixar passar um projeto, pelo menos da minha parte, da minha consciência, de votar uma coisa que não sei do que se trata.

Por favor, gostaria que passasse o vídeo, por gentileza.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Sr. Presidente, o tempo...

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Para concluir, deputado Feliciano Filho.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Vou concluir, muito embora todos os deputados passem do tempo. Mas nosso deputado da Baixada Santista infelizmente não quis que eu passasse a realidade.

 

O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Acho que dois minutos estão de bom tamanho.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Não há problema, deputado. Já estou encerrando. Faltaram sete minutos desse vídeo, mas na terça-feira vou reapresentar. A melhor parte - melhor para vocês entenderem; para os animais, é a pior parte - é daqui para frente. Muito obrigado a todos. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Para falar a favor, tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas...

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres deputados Ed Thomas e Gilmar Gimenes para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É feita a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a Presidência constata a presença de 22 Sras. e Srs. Deputados, número insuficiente para a continuidade dos trabalhos, e agradece a colaboração dos nobres deputados Ed Thomas e Gilmar Gimenes.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 20 horas e 09 minutos.

 

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