07 DE AGOSTO
DE 2018
113ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES
Secretaria: WELSON GASPARINI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão.
Convoca os Srs. Deputados para duas Sessões Extraordinárias, a serem realizadas
hoje: a primeira dez minutos após o término desta
sessão e a segunda a ter início dez minutos após o
término da primeira. Informa a transferência da sessão solene, convocada para o
dia 24/08, às 20 horas, para prestar "Homenagem aos trabalhadores da
construção civil e das indústrias moveleiras do estado de São Paulo" para
o dia 28/09, às 20 horas, por solicitação do deputado Luiz Fernando Lula da
Silva.
2 - WELSON GASPARINI
Considera indispensável a volta das ferrovias no estado de São Paulo como forma de
desenvolver o transporte de cargas e humano. Informa que dia 09/07 foi aprovado
o Programa Nacional de Logística, que define as obras de infraestrutura
prioritárias para reduzir o gargalo no transporte de cargas. Cita a formação de
um Comitê de Governança para definir as prioridades de investimento. Diz estar
feliz por esta iniciativa do governo federal, que, se levada a sério pelo
próximo presidente do País, poderá gerar uma economia de 54 bilhões de reais em
sete anos. Menciona que em seu último pronunciamento, pediu que o governador
Márcio França elaborasse um Plano Estadual de Logística para o retorno do
transporte ferroviário em São Paulo. Discorre sobre o abandono de trilhos em
diversas regiões do Estado. Faz apelo para que o eleitorado brasileiro
participe ativamente do processo eleitoral, não votando em branco e nem
anulando o seu voto. Defende a reforma eleitoral no País, que pode ser
realizada pelos eleitores, escolhendo candidatos da sua região e cidade, com o
objetivo de acompanhar e fiscalizar o trabalho de quem votou.
3 - MARCOS LULA
MARTINS
Discorre sobre a crise de água
ocorrida no Governo Geraldo Alckmin. Menciona a realização, hoje, do seminário
"O papel do saneamento na redução da desigualdade social". Considera
os números dramáticos. Cita que em São Paulo já há falta de água à noite.
Relata números em relação ao desperdício de água. Lembra que as tubulações de
água são velhas, aumentando as possibilidades de vazamento e perda de pressão.
Destaca que é necessário trocar a rede de água e fazer investimentos neste
setor. Afirma que a situação do povo continua piorando em todos os aspectos da
vida.
4 - MARCO VINHOLI
Informa que na última semana, a OAB
entrou com um mandado de segurança com pedido de liminar, impedindo o aumento
da contribuição dos advogados para a Ipesp de 5 para
20 por cento. Diz ser possível agora analisar o projeto com calma, dando as
contribuições necessárias. Cita notícia, divulgada ontem no portal Uol, de que o Governo de São Paulo
suspendeu uma licitação por saber o vencedor 12 dias antes do pregão. Afirma
que o vencedor não apresentou a proposta mais barata. Menciona que irá iniciar
hoje a coleta de assinaturas para instalação de uma CPI para investigar a
Secretaria de Educação, para que seja feita a correta apuração deste caso.
5 - ENIO LULA TATTO
Discorre sobre notícia, divulgada em
jornal, que uma empresa subornou o Tribunal de Contas em quatro linhas do
metrô. Informa que uma destas é a linha lilás, que vai até a Chácara Klabin, e
que teve o seu início na época do Governo Mário Covas. Afirma que a bancada do
PT irá assinar a CPI do deputado Marco Vinholi, mas que também gostaria de
investigar os outros escândalos do PSDB. Discorre sobre a entrevista do
pré-candidato Geraldo Alckmin na Globonews, na qual
ele defendeu o seu secretário Wallace Casagrande, que hoje está preso. Destaca
que não se apura nada no estado de São Paulo. Comenta que as duas últimas
reuniões da Comissão de Finanças e Orçamento desta Casa não deram quórum.
Lamenta que os trabalhos na Casa estejam paralisados e nenhum projeto é votado,
inclusive a LDO. Lista os vários projetos a serem votados.
6 - TEONILIO BARBA LULA
Comenta sua visita ontem na Ecovias, para discutir o problema de falta de segurança e
de péssimas condições em um túnel que dá acesso à Volkswagen, em São Bernardo
do Campo. Menciona que durante o governo de Luiz Marinho na cidade, uma
patrulha da Guarda Municipal fiscalizava o local no período da noite. Informa
que a Ecovias comprometeu-se em resolver o problema,
mas pediu contribuição do Poder Público na questão de segurança. Menciona a
necessidade de envolvimento da Volkswagen nesta causa também. Agradece a
direção da Ecovias pela atenção. Considera que o
ideal seria a construção de uma passarela para atender a população, assim como
os trabalhadores da empresa. Ratifica as palavras do deputado Enio Lula Tatto.
Discorre sobre o confronto entre oposição e situação nesta Casa, impedindo o
bom funcionamento dos trabalhos legislativos. Pede que a Casa volte a cumprir o
seu papel legislativo.
7 - RAUL MARCELO
Menciona sua visita, ontem, a servidores da Procuradoria Geral do Estado, que defendem o
Estado em questões de interesse público. Considera que foram abandonados pelo
Governo os servidores que realizam a atividade meio do órgão. Relata que o
Governo diz que não tem dinheiro para atender as reivindicações da categoria.
Afirma que o Estado tem 350 bilhões de reais em dívida ativa, em razão do não
pagamento de impostos pelas grandes empresas. Lamenta a falta de propostas do
atual governador para recuperar este ativo e para melhorar a vida do Estado.
Considera necessária a realização de grandes auditorias para verificar todas as
empresas que não pagam os seus impostos. Destaca que, apesar dos servidores da
Procuradoria Geral do Estado fazerem o trabalho de cobrança desta dívida, estão
com o trabalho paralisado, em função da falta de reconhecimento de suas carreiras.
Faz apelo ao governador Márcio França para que abra negociação com estes
servidores.
8 - AFONSO
LOBATO
Lamenta o ritmo lento dos trabalhos
nesta Casa. Diz estar acompanhando atentamente a discussão sobre a descriminalização
do aborto até 12 semanas no Supremo Tribunal Federal. Informa que o aborto não
é crime em somente três casos e no restante é criminalizado. Demonstra sua
perplexidade com a possibilidade da vida de um ser humano não valer mais nada.
Afirma ser esta a sociedade do descartável. Considera que apesar do aborto ser
uma questão de Saúde pública, a vida tem o seu valor. Assume a defesa da vida
desde a sua concepção até a morte natural. Considera que está havendo uma
inversão dos valores, com a defesa da vida de animais, mas não dos seres
humanos. Pede que todos acompanhem esta ação. Diz estar indignado com a
desvalorização da vida.
9 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Convoca as Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças,
Orçamento e Planejamento, para reuniões conjuntas, a serem realizadas hoje às
17 horas e 30 minutos, 18 horas e 18 horas e 30 minutos.
10 - WELSON GASPARINI
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
11 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 08/08, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19
horas. Levanta a sessão.
* * *
- Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – WELSON GASPARINI – PSDB - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V.
Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se
hoje às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
Projeto
de lei nº 129/18, de autoria do Sr. Governador, que
autoriza o Poder Executivo a aprestar contragarantias à União em Operações de
Crédito Externas junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID, e ao
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, Bird,
e dá outras providências.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento
Interno, convoco V. Exas. para
uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da
primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia:
Projeto
de lei nº 129/18, de autoria do Sr. Governador, que
autoriza o Poder Executivo a aprestar contragarantias à União em operações de
crédito externas junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID, e ao
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, Bird,
e dá outras providências.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre
deputado Luiz Fernando Lula da Silva, transfere a sessão solene convocada para
o dia 24 de agosto de 2018, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os
Trabalhadores da Construção Civil e das Indústrias Moveleiras do Estado de São
Paulo, para o dia 28 de setembro de 2018, às 20 horas.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado
Welson Gasparini, pelo tempo regimental.
O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr.
Presidente em exercício, nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, telespectador da TV Alesp, volto a esta
tribuna para focalizar um assunto de grande importância para o estado de São
Paulo e, nesse sentido, peço atenção dos nossos deputados e das nossas
deputadas mas, principalmente, do governador Márcio França.
Já tive
oportunidade, nesta tribuna, de focalizar a indispensável volta das ferrovias
no estado de São Paulo como um grande modelo para desenvolver o transporte de
cargas e também o transporte humano.
Sr. Presidente, no último dia 9
de julho, o Programa Nacional de Logística do governo federal foi aprovado pelo
Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, cruzando diversos bancos de
dados e definindo as obras de infraestrutura prioritárias para reduzir os
gargalos do tráfego de cargas.
Para
implementá-lo o presidente Michel Temer assinou um decreto, dando-lhe peso de
lei - criando um comitê de governança - para definir as prioridades do
investimento. Fazem parte desse comitê representativo da Secretaria Geral do
presidente da República os ministros de Transporte, Minas e Energia, Agricultura,
Meio Ambiente, Planejamento e Casa Civil, além da empresa de planejamento e
logística responsável pela parte técnica do programa.
Eu fico
feliz por essa iniciativa do governo federal, lançando o plano nacional de
logística o qual, acredito, será levado a sério. Se for levado a sério,
efetivamente, pelo próximo presidente, poderá gerar uma economia de até 54
bilhões de reais em apenas sete anos. Isto é, a partir de 2025.
Esse
plano define os gargalos dos modais brasileiros e traz soluções para o Brasil
avançar, principalmente nas ferrovias para, em sete anos, ultrapassarmos o
transporte das rodovias em 100 por cento.
No
último pronunciamento que fiz a esse respeito, pedi ao governador Márcio França
para elaborar, com base nesse decreto federal, um plano estadual de logística,
para termos a volta do transporte ferroviário no estado de São Paulo, também
como meio de enriquecer a própria economia do estado pois,
em várias regiões, ainda existem cidades mantendo trilhos abandonados e
estações de trem que poderão ser recuperadas.
É triste
falar mas, em várias regiões do estado de São Paulo,
e, certamente, do Brasil, tem sido noticiado o roubo de trilhos das antigas
ferrovias, hoje completamente abandonadas.
Então,
governador Márcio França, aproveite esta oportunidade de estar no cargo de
governador para fazer um projeto definindo um plano estadual de logística. Leve
a sério isso e, temos a certeza, o próximo governador também dará sequência,
propiciando, com isso, uma melhoria considerável no transporte cargas e
transporte de passageiros.
Sem
dúvida, isso terá um grande resultado na economia do estado de São Paulo e do
nosso país. Eu peço ao Sr.
Presidente para enviar essa parte do
meu pronunciamento ao governador Márcio França, pedindo também a atenção dos
colegas nesta Casa.
Eu vou
estudar, dependendo da definição do governador, um projeto de lei para
instalar, no estado de São Paulo, um plano de logística para esse setor de
transporte, beneficiando principalmente o setor ferroviário.
Não é
feio copiar, tenho frisado sempre. Por isto mesmo, nós deveríamos copiar o
acontecido nos países mais desenvolvidos do mundo onde o sistema de transporte
ferroviário é prioridade número um. Sem dúvida alguma, o resultado para a
economia desses países é muito grande!
Sr. Presidente, quero, ainda,
fazer um apelo para os eleitores. Nós vamos ter eleições neste ano e é muito
importante o eleitorado brasileiro e o de São Paulo participarem
ativamente do processo eleitoral. Não adianta nada votar em branco, anular o
voto ou não comparecer para votar. Quem fizer isso estará cometendo um crime
contra o nosso país e contra as famílias brasileiras.
Vamos
reagir. Se a política está uma porcaria, se a política está suja, vamos limpar
a política. Isso só é possível, num regime democrático, através do voto. É isso
que devemos fazer. Também quero fazer um apelo. Eu defendo uma reforma
eleitoral neste país mas, antes das eleições, isso não
vai acontecer.
Os
eleitores, entretanto, podem fazer essa reforma. Como? Fazendo, por exemplo, a
eleição regional, escolhendo candidatos da sua região e das suas cidades
porque, depois, terá a oportunidade de acompanhar o que este candidato
conhecido, morando na sua cidade ou na região, está fazendo com o cargo
recebido através do voto.
Ele
poderá, sem dúvida alguma, fiscalizar aquele em quem votou, cobrando dele um
comportamento honesto e eficiente.
Vamos
mudar a cara da política no Brasil através do voto nessas próximas eleições!
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa é regimental e será prontamente atendido. Tem a
palavra o nobre deputado Marcos Martins.
O SR. MARCOS LULA MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público
aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaríamos de trazer um tema
que já debatemos por várias vezes. É o problema do saneamento, da água.
Todos se
lembram de que o governador Geraldo Alckmin, naquela crise de falta d’água, foi
à televisão e disse que não haveria crise e não haveria problema. O que nós assistimos
foi rodízio. Ele dizia que não haveria rodízio, mas houve rodízio. Houve
problemas de falta d’água. O desperdício foi arrojado pelas ruas, nos asfaltos
afora.
Falo
disso porque hoje houve um seminário da nossa bancada sobre o papel do
saneamento na redução da desigualdade social. Convidados: Amauri Polach,
Luciana N. Ferrara, Sávio Mourão e Marcelo Acerva.
Percebemos ali a preocupação e a contradição dos números e das expectativas que
são dramáticas.
Já está
faltando água em São
Paulo. Está faltando água à noite. O desperdício
continua acontecendo, assim como no governo anterior faltava água. Continuamos
tendo problemas, já há uma crise começando e nós precisamos refletir. Não há
nenhuma perspectiva de melhora, por mais que se falem.
Portanto,
é dramática a situação da água e do saneamento de maneira geral no estado de
São Paulo e no Brasil. Todas as expectativas são pensando no lucro dos
acionistas, a Sabesp perdeu sua função de levar água e esgoto, de universalizar
a água e o esgoto no estado de São Paulo.
Continuamos
tendo os mais variados problemas, como desperdício de água. Apenas 7% dos
vazamentos são visíveis por cima da terra ou do asfalto, aqueles vazamentos que
vemos. O total chega a 35%, o restante é embaixo da terra, não vemos.
A tubulação
de água é velha e tem seu tempo de vida já ultrapassado, o que aumenta o
desperdício da água. Retiram a pressão porque não existe possibilidade de
resistir à tubulação velha, aí retiram a pressão da água e o que acontece?
Falta água. É isso o que está acontecendo.
É
preciso trocar essa rede de águas e ter mais investimentos. Agora, com a holding, aumenta a tragédia de se pensar em mandar mais
dividendos, mais lucro para Nova York, para os acionistas. É mandar mais
recurso lá para fora. Quem produzir mais pode ter até um desconto.
Quem
mais pagou o pato são os pobres. Esse problema só piora depois do golpe lá de
Brasília contra a Dilma. A situação do povo só piora na Educação, na Saúde, no
saneamento, é um quadro dramático. Do Transporte nem se fala.
Assim,
presidente, eu gostaria de deixar esse registro dessa discussão que tivemos
hoje, aqui na Assembleia, sobre o papel do saneamento na rede da desigualdade
social. Isso vai aumentar a desigualdade entre o povo brasileiro.
Principalmente entre os mais pobres, que continuarão ficando mais pobres e a
concentração de renda para uma elite, em grande parte internacional, vai
continuar aumentando e piorando a vida do povo brasileiro.
Muita
gente não acreditava, achava que era contra a Dilma, mas agora a população
começa a acordar. Chegou o momento de abrir os olhos, não dá mais para
acreditar que não houve um golpe. O estado de São Paulo está cheio de
problemas. Não bastasse a falta de Segurança Pública, também temos sérios
problemas na Saúde e na água.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a
palavra o nobre deputado Marco Vinholi.
O SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, muito foi
falado nos últimos tempos aqui sobre a questão do Ipesp,
de que poderia estar prejudicando os advogados, por conta da mudança do
percentual cobrado da contribuição deles para o Ipesp.
Na última semana tivemos uma decisão, um mandado de segurança com
pedido de liminar impetrado pela OAB Seccional São Paulo, impedindo o
governador Márcio França de cobrar esse aumento de 5 para 20% da contribuição
dos advogados aqui do estado de São Paulo.
Tendo em vista isso, caiu por água abaixo o argumento do governo
que tentava, de todo modo, passar aqui na Casa o
projeto sem os ajustes necessários, sem a garantia de que esses recursos vão
para o lugar devido, que são os advogados e serventuários do estado de São
Paulo. Resolvida a questão, podemos analisar com calma
o projeto do Ipesp, dar as contribuições necessárias
e aprová-lo no momento certo.
Na tarde de ontem recebemos a seguinte notícia pelo portal Uol: “O governo de São Paulo
suspende licitação após reportagem do Uol revelar que
já sabia o vencedor 12 dias antes do pregão.” É uma denúncia muito séria de que
a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo teria direcionado uma licitação
no valor de 5.680 milhões de reais. A
agência de viagens Armazém Turismo e Eventos foi declarada
a vencedora da licitação, mesmo sem ter apresentado a proposta mais barata na
concorrência. Nós, que temos tanta demanda na área da
Educação, temos uma preocupação muito grande com a aplicação correta desses
recursos. Portanto, iniciamos hoje a coleta de assinaturas para implementar uma
CPI nesta Casa que possa investigar a Secretaria de Educação, especialmente
esse caso que nos deixa estarrecidos em relação ao modelo de gestão que está
sendo posto, investigar esse tipo de irregularidade.
A sociedade pede, clama, nesse momento do País, por isso. Peço
então aos nossos pares que puderem colaborar, que
assinem esse pedido de CPI, para que possamos apurar de forma necessária a
aplicação de recursos na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Boa tarde a todos.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a
palavra o nobre deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, fiquei contente de ver o líder do PSDB falando
que vai colher assinatura para abrir uma CPI sobre essa licitação na área da Educação,
em que o resultado foi publicado pela Uol alguns dias
antes de abrir os envelopes. Que bom, não é? Talvez se o deputado Marco
Vinholi, líder do PSDB, estivesse aqui, teríamos diversas CPIs abertas aqui.
Por exemplo, essa que o jornal, e ele deve ter lido hoje: “Empresa subornou o
Tribunal de Contas em quatro linhas do Metrô, afirma delator.” Linha Ouro,
Linha Lilás.
Pena que
ele não está aqui para ouvir: é interessante que a Linha Lilás é aquela que vai
do Capão Redondo até a Chácara Klabin, que começou em 98, na época do Mário
Covas. Os primeiros escândalos começaram nessa data.
Lá
também, quando o Serra, do PSDB, era governador, a “Folha de S.Paulo” publicou seis meses antes o ganhador de cada lote
daquele pedaço de metrô. E aí deu um bafafá danado. Nós pedimos CPI e
obviamente não foi aberta. Foi suspensa a licitação, e, depois, ficou tudo como
era antes.
Sabe
quem era o presidente, naquela época? O Sérgio Aveleda,
que é secretário do Doria e do Covas, foi substituído
hoje, novamente. Em seis meses eu acho que ele foi substituído três vezes de
cada pasta.
Então,
deputado Marco Vinholi, pode ter certeza de que a bancada do Partido dos
Trabalhadores vai assinar a sua CPI. Mas, queremos também apurar os outros
escândalos do governo tucano aqui no estado de São Paulo.
Assim
como do Metrô, da CPTM, da calha do Tietê, do rodoanel, trecho sul. Está sendo
construído o trecho norte. Só de um contrato, tem mais de 600 milhões de
superfaturamento.
O
presidente do Dersa, secretário Casagrande, está preso até hoje. Ele era o
secretário de confiança do governador Geraldo Alckmin. Inclusive, o governador
Geraldo Alckmin, tanto no Roda Viva quanto na Globonews, na entrevista onde todos os pré-candidatos
estavam sendo entrevistados, ele se engasgou todo para defendê-lo. Mas,
defendeu o secretário Wallace Casagrande. Vai ter que explicar muito para
tentar justificar toda a corrupção, todo o dinheiro desviado e a falta de
apuração do Governo do Estado de São Paulo.
É
impressionante. Quando a Dilma era presidente, ela tinha que saber de tudo que
acontecia na Petrobras, uma empresa. Agora, aqui em São Paulo, o governador
Alckmin e o governador Serra não precisam ficar sabendo nem do cara que está na
antessala, nem do secretário que está ligado diretamente a ele; não é o
presidente de uma estatal, mas o secretário direto, que está na Casa Civil, que
é secretário de Governo, não fica sabendo de nada.
Em São
Paulo realmente é uma barbaridade. Não se apura nada e fica tudo como está.
Esta denúncia, por exemplo, de que passava 22,5 milhões para os conselheiros do
Tribunal de Contas do Estado, ninguém ficou sabendo? Com todas as denúncias que
fizemos aqui, com tantos pedidos de CPI para apurar a questão do Metrô, nós
nunca conseguimos passar as 18 assinaturas. É fechado, é uma caixa preta, nós
não conseguimos quebrar.
E, aí,
nós vemos o líder. Só porque eles estão há três meses
na oposição, não estão acostumados com isso, já pedindo uma CPI do Márcio
França para licitação da Educação. Não sei não se essa licitação não foi feita
antes, no governo Geraldo Alckmin. Vamos até fazer esse levantamento.
Mas,
deputado Marco Vinholi, pode colher assinaturas, que a bancada do PT vai
assinar essa. Gostaríamos que se assinassem as nossas também.
Sr. Presidente, agora vou falar
sobre a situação da Casa. Este deputado e o deputado Barba, por mais de duas
vezes, hoje, estivemos na Comissão de Finanças e Orçamento, mas foram duas
reuniões que não deram quórum.
Somente
apareceram lá o deputado Barba, eu e o presidente Wellington Moura. Isso é um espelho
da Casa; isso tem um culpado: o presidente da Casa. É ele que está à frente
disso.
Ele está
fazendo isso por causa da pequenice e do estreitismo político. E, como eu coloquei, eles não sabem
fazer oposição. A Casa simplesmente parou. Nós não votamos nem a LDO, e não se
vota mais nenhum projeto.
O que
esperamos de um presidente que faz uma consulta no Colégio de Líderes para
perguntar para os líderes se eles querem trabalhar, ou não, até outubro?
Em uma
articulação jamais vista em um parlamento, a maioria dos líderes decide, junto
com o presidente, não trabalhar. Acho que trabalhar deveria ser uma cláusula
pétrea dos legislativos, do Regimento. É impressionante, nunca vi isso: colocar
em votação se temos que trabalhar, ou não. Eles
pediram aos eleitores, à população de São Paulo, se ela nos autoriza a não
trabalhar até outubro?
Pois
bem, o presidente determinou que o Legislativo do estado de São Paulo não
precisa trabalhar até outubro. Foi disso, na verdade, que ele fez a consulta.
Há diversos projetos para serem votados. Projetos, não de interesse dos
deputados, mas, principalmente, do estado de São Paulo. Projetos do Executivo,
como o da Sabesp, o projeto do Ipesp. Os protetores, ativistas, com o PL 31,
ficaram seis semanas aqui, mobilizando, dando vida a esta Casa, se
manifestando, reivindicando. Ele simplesmente jogou dentro da gaveta.
Agora,
antes do dia 7 de outubro, está decretado, no estado de São Paulo, na
Assembleia Legislativa: o presidente determinou que não se vote
mais nada. Ou seja, que os deputados não precisam mais trabalhar aqui dentro da
Casa. Obviamente, as comissões também não vão dar quórum. Se o presidente toma
essa iniciativa, junto com alguns líderes, de paralisar a Casa, vai paralisar
tudo. Infelizmente, essa é a situação.
Nunca vi
um presidente – estou aqui desde 2002 – que tomasse uma decisão e colocasse
para votar... Antes de colocar os projetos polêmicos em plenário, como o PL 31
e o das enfermeiras, ele colocou em votação para ver se deveríamos trabalhar ou
não. Obviamente, articulados, decretaram que não precisamos mais trabalhar até
o dia 7 de outubro.
Infelizmente,
essa é a situação do Legislativo do estado de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba pelo tempo regimental.
O SR.
TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
funcionários desta Casa, público, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde.
Essa tribuna de hoje, presidente Ulysses... Ontem
fui fazer uma visita à Ecovias, na sede central da Ecovias, lá em São Bernardo
do Campo, no quilômetro 28,5 da Imigrantes. Para poder
discutir uma situação de trabalhadores da Volkswagen que usam,
no quilômetro 23,5 da Anchieta, o túnel de acesso à Volkswagen.
Quem usa esse túnel? Esse túnel, quem usa, são os
trabalhadores da Volkswagen e os moradores que moram na região do Montanhão,
Jardim Silvina, Parque Seleta, Golden Park, Vila São José, Ferrazópolis. São os
trabalhadores dessa região que usam esse túnel para acessar a fábrica ao ir
trabalhar e, também, quando saem do trabalho. É um túnel que se encontra em
péssimas condições. A Ecovias tem atendido. Sempre que vamos à Ecovias, eles
têm atendido.
O problema é a falta de segurança. Durante o governo
Marinho, lá em São Bernardo do Campo, o Marinho deixava ali uma patrulha da
Guarda Municipal para dar uma fiscalizada. Principalmente no período da noite,
no qual há assaltos, mulheres ameaçadas de estupro e várias condições péssimas.
Também há moradores de rua que acabam dormindo nesse túnel.
Fomos bem recebidos. A Ecovias encaminhou, de
maneira correta, tudo aquilo que reivindicamos. Comprometeu-se a resolver o
problema. Mas precisa de uma contribuição do poder público, tanto do Estado
quanto do município, na questão da Segurança. Também é necessário que a empresa
Volkswagen, onde trabalhei por cinco anos e fiz a minha militância, tenha que
ter uma responsabilidade.
Para, de vez em quando, botar o pessoal da portaria
dela para dar uma olhada. Principalmente para poder
garantir condições de segurança para o público usuário daquele túnel.
Então, foi uma boa reunião. É
uma reivindicação do povo da região onde moro. Estive lá com a vereadora Ana
Nice, o Valdir Rios, que é diretor do sindicato, a Aninha, que também é
diretora do sindicato, juntamente com minha assessoria, para discutir essa situação.
Quero agradecer à direção da Ecovias, que nos recebeu
bem. O Saulo, o Marcelo e o Fábio nos receberam bem, foram muito atenciosos e
compromissados em atender a reivindicação dos trabalhadores.
Eu moro na região desde 1955
e aquele túnel já existia. Ele foi criado junto com a instalação da Volkswagen.
Como o tempo passa e aumenta a população, como vai aumentando a quantidade de
chuvas e a drenagem não dá conta, o ideal seria construir uma passarela. Vamos
acionar a Artesp para que ela cuide disso para atender os moradores daquela
região, os trabalhadores da Volkswagen e de outras empresas que ficam dentro do
condomínio da Volkswagen.
Por último, quero ratificar
as palavras do companheiro Enio Tatto. A denúncia dele está correta. Nesta
Casa, hoje, temos um bloco de oposição, que sempre fomos nós, do Partido dos
Trabalhadores, do PCdoB e do PSOL.
Com a troca do governo pelo
outro governo auxiliar... O PSB e o Márcio França sempre foram extensão do PSDB
aqui no estado de São Paulo. Eles faziam tudo juntos, mas agora racharam,
dividiram, pois trocou o governo. E o Doria manda na bancada de deputados do
PSDB, mas não só do PSDB, pois há um grupo formado por quatro ou cinco partidos
que são aliados e que são mandados pelo João Doria, pois são seus apoiadores. E
há o bloco do Márcio França, além do bloco do MDB, isolado, com quatro
deputados, quatro nobres companheiros deputados. E nós, do bloco de oposição.
Vejam bem: quem não está
deixando a Casa andar, neste momento, é o governo do PSB, extensão do PSDB, junto
com o próprio PSDB. O relator da LDO está no bloco de apoio do PSB, o deputado
Edson Giriboni, que não aparece nas reuniões da Comissão de Finanças. Já
entregou um relatório faz tempo, mas não aparece. A bancada do PSDB também não
aparece, o único que aparece é o líder. Vai só o presidente da comissão, que
também é ligado ao bloco do PSDB. Então, a articulação para não ter quórum,
para as coisas não acontecerem...
Se não me engano, a única
coisa que está andando é a CPI das OSs, com uma bela
participação do nosso companheiro Carlos Neder, da bancada do Partido dos
Trabalhadores. Mas o resto não está andando, não está funcionando.
Hoje não tem Colégio de
Líderes, não funciona. Onde está o Colégio de Líderes? Hoje deveria haver
Colégio de Líderes, para discutirmos. Onde está a responsabilidade do
presidente? É necessário, independentemente de os projetos serem polêmicos ou
não, que discutamos os projetos dos deputados.
Vejam bem o absurdo: quem
está fazendo obstrução ao projeto do Ipesp? O projeto
do Ipesp é do Geraldo Alckmin e quem está fazendo
obstrução é a bancada do PSDB, juntamente com seus partidos aliados. Estão
esvaziando e não deixam que discutamos o projeto. No começo, nós obstruímos,
pois éramos contra o projeto. Depois, ele foi remodelado, foram criados os dois
fundos, e então topamos discuti-lo. Entendemos que houve avanços.
Então, a Casa não funciona.
Não vai funcionar hoje. Estão convocadas duas sessões extraordinárias, mas não
sei se haverá quórum. Estaremos aqui para cumprir a nossa tarefa, mas é
necessário que esta Casa saia da aba do governo em exercício e passe a cumprir
seu papel legislativo, que é de legislar e fiscalizar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Raul Marcelo.
O SR. RAUL MARCELO - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, servidores da
Assembleia Legislativa, as pessoas que acompanham a sessão pela TV Assembleia
ou pelas redes sociais, eu estive visitando ontem os servidores da nossa
Procuradoria Geral do Estado, a nossa PGE que faz advocacia no nosso estado. A
PGE está espalhada em todas as regiões do Estado de São Paulo, ela é
importantíssima para fazer a defesa dos interesses do nosso estado, sobretudo
na questão dos imóveis, na dívida ativa e uma série de outras demandas para o
interesse público do nosso povo. No entanto, a atividade-meio
da PGE, que são aqueles servidores que fazem o papel mais burocrático, muitas
vezes até mais difícil, está num completo abandono por parte do Governo do
Estado de São Paulo. Já tivemos reajustes e processos de implementação de
incentivo aos advogados, aqueles que fazem a advocacia, mas os servidores que
fazem atividade-meio ficaram à mercê desse processo, e se lançaram numa luta
reivindicatória que, aqui em São Paulo, está se colocando publicamente como uma
paralisação. E, no interior do estado de São Paulo, uma vez por semana, as
sedes da Procuradoria Geral do Estado também param para colocar essa questão na
Ordem do Dia.
Eu estou
assomando esta tribuna para declarar o meu total apoio aos servidores da
atividade-meio da Procuradoria Geral do Estado. O governo disse que não tem
dinheiro para poder atender as reivindicações, tanto reajuste do prêmio de
incentivo conhecido como PIC, como também a reestruturação das carreiras para
que nós possamos ter esses servidores qualificados nessa área tão cara para o
nosso estado. Hoje o estado de São Paulo tem 350 bilhões de reais registrados
na sua dívida ativa: é uma montanha de recursos. São 100 bilhões a mais do que
o estado vai arrecadar esse ano.
Precisamos
então arregaçar as mangas e ir à luta para recuperar esses recursos. São muitas
vezes empresas que se profissionalizam e não pagaram as suas dívidas, e ficam
esperando programas de parcelamento de dívida. Enquanto eles não vêm, o
dinheiro que era para pagar impostos, sobretudo ICMS, fica aplicado em títulos
da dívida pública e fica rendendo mais do que se tivesse pagado os impostos. Aí
o governo lança um programa de parcelamento de dívida, as empresas entram, os
juros são amortizados, a mora também é amortizada. Ou seja, fica muito bom não
pagar os seus impostos aqui no estado de São Paulo para algumas grandes
empresas, que têm grandes bancas de advocacia: 350 bilhões. E nós precisamos,
enquanto estado, sobretudo aqueles que dependem - o nosso estado tem muitas
pessoas nessa situação - da presença ativa do governo de São Paulo para poder
ter uma estrutura familiar decente, para poder ter muitas vezes um pré-natal
decente, como é o caso das mulheres grávidas que não conseguem sequer ter uma
consulta com clínico-geral para fazer um pré-natal.
Nós
precisamos ter Delegacia da Mulher aberta aos finais de semana, e com presença
no estado São Paulo, o que hoje não temos. A única delegacia que abre aos
finais de semana é aqui na Capital, que chega a ser uma vergonha para a luta
das mulheres no nosso estado. Nós não temos escolas em condições adequadas, não
temos estrutura médico-hospitalar em condições adequadas; as nossas
universidades públicas ainda são um sonho dos jovens, filhos de trabalhadores.
Muitas vezes é mais fácil ganhar um prêmio de uma loteria do que passar numa
universidade de ponta aqui do Estado de São Paulo, em carreiras como medicina
aqui na USP, ou as áreas de engenharias na Unicamp.
O estado
de São Paulo tem muito a fazer, e para fazer na área da Ciência e da
Tecnologia, da Saúde, da Segurança, precisa de recursos.
É um
absurdo o atual governador do estado, que ficou três anos como vice, aquele
jogador que fica no banco de reservas, e quando entra em campo esmoreceu. Não
apresentou nenhuma proposta para esta Casa, nessa área que, na minha avaliação,
é área fundamental, que é uma proposta inovadora, criativa, que envolve o
conjunto da sociedade, para recuperar esses ativos, 350 bilhões de reais.
Era
preciso, na verdade, fazer uma grande auditoria. Precisamos saber quais são as
empresas amigas. Será que está a Odebrecht, a Friboi, a Camargo Corrêa, a OAS?
Quais são as empresas que não pagam seus impostos em São Paulo? É mais do que
um orçamento anual, 350 bilhões.
E é a
PGE que faz esse trabalho, junto com a Fazenda Pública, mas
sobretudo a PGE, no processo de negociação, de cobrança dessas dívidas.
E está aí, com os servidores parados na atividade-meio, porque não são
reconhecidos.
Parece
que o atual governador Márcio França está dando de ombros para esse movimento.
Meu Deus do Céu! Se os servidores que fazem a cobrança dos nossos impostos
estão parados, o governador deveria, no primeiro dia, já chamá-los para uma
reunião. Ah, não é possível atender 100%? Então, vamos negociar 25%, 10%,
colocando em perspectiva um ano, dois anos, mas vamos reanimar esses servidores
da PGE.
O que
não podemos admitir é que tenhamos, num momento de
crise, como esse, de crise grande, em que a população demanda mais por Saúde
Pública, porque infelizmente trabalhadores perderam seus empregos. São 14
milhões de desempregados, nesse atual governo, e sem contar os que não procuram
mais empregos, porque já estão no desalento. São 30 milhões de brasileiros, compatriotas
nossos, que estão vendendo pano de chão nos semáforos, vendendo balas, para
poder levar o leite para casa.
E o
estado de São Paulo, com 350 bilhões de reais para receber, o governador deixa
de ombros o setor que faz essa cobrança, que são os servidores da Procuradoria
Geral do Estado.
Estávamos,
dias atrás, com os funcionários da Fazenda também em operação tartaruga.
Estavam aqui, no plenário desta Casa.
Se as
atividades que são essenciais para o estado de São Paulo, para poder funcionar,
inclusive, a máquina pública, para o atual governo parece que não faz
diferença, deixa parar.
E o dado
concreto é que ontem estive na minha cidade, visitando a Procuradoria Geral do
Estado, a PGE, e estavam lá, parados, todos os servidores da atividade-meio,
porque o prêmio de incentivo está defasado, não há reajuste e reestruturação da
carreira há décadas, e as pessoas estão sem motivação para trabalhar.
Quero
fazer aqui um apelo ao governador do estado, governador Márcio França, para que
abra uma negociação, ele, governador, e não a direção da PGE, Sr. Governador, com os servidores da atividade-meio da PGE.
Se tivermos ali, os servidores motivados, e um projeto que eu ainda aguardo
nesta Casa, de cobrança da dívida ativa, projeto inovador.
Afinal
de contas, ficou três anos no banco de reservas do
governador do estado. Aliás, Sr. Presidente, é uma
frustração profunda, porque Miguel Arraes, que é o partido do atual governador
do estado de São Paulo, foi governador em Pernambuco. O homem que, em defesa da
democracia, disse: ‘Não fujo do Palácio dos Príncipes aqui em recife, não vou
fugir, porque fui eleito para o povo. Se quiserem, vão ter
que me tirar do governo”. E saiu de espinha reta e cabeça erguida, do
governo de Pernambuco, quando o Brasil viveu tempos difíceis, tempos sombrios,
de 64 a 79.
Esse
homem, grande brasileiro, Miguel Arraes, fundou o PSB - Partido Socialista
Brasileiro. E hoje temos um governador aqui em São Paulo, que ficou três anos
no banco de reservas. Eu achava que nós teríamos, já, aqui na Assembleia,
pautados projetos na área da Segurança Pública, projetos para a Educação e
projetos para recuperar a dívida ativa.
E até
agora o atual governador do estado de São Paulo, que ficou três anos na
reserva, entrou em campo e não mostrou a que veio. Não mandou uma única
matéria, para de fato mudar o futuro, mudar a administração pública no nosso
estado. Fica aqui a cobrança. Já que agora está tarde para mandar algum
projeto, pelo menos que receba os servidores da Procuradoria Geral
do Estado para atender as suas reivindicações.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Afonso Lobato.
O SR. AFONSO LOBATO - PV -
Boa tarde a todos. Boa tarde aos servidores desta Casa, ao Sr.
Presidente e ao público que nos acompanha pela TV Alesp.
Dificilmente
eu venho a esta tribuna para fazer alguma crítica a esta Casa, até porque
acredito nela. Acho que esta é uma Casa que tem uma responsabilidade diante do
atual momento político de desesperança, de descrédito por parte da população a
respeito da classe política. Mas, quando você deixa os seus
afazeres, de atender as suas bases, e se dispõe a vir a esta Casa em uma
terça-feira, que é um dia normal de trabalho, de atividades - para ir e vir até
a minha cidade, Taubaté, eu ando em torno de 300 km -, chega aqui e a Casa está
sem definição, às moscas, é frustrante, é decepcionante para quem quer
trabalhar, para quem quer ver a coisa andar. Sobretudo, o custo desta
Casa. As pessoas pagam seus impostos, a população.
De
fato, eu acho que nós temos que nos debruçar diante disso e encontrar alguma
alternativa, porque senão nós não temos nem cara para dizer à população “vote
em mim, porque eu vou trabalhar por vocês”. Nós queremos trabalhar, mas não
encontramos muitas razões nesta Casa. Ainda bem que o trabalho se desenvolve de
mil e outras formas.
Hoje,
Sr. Presidente, eu venho aqui porque estou
acompanhando muito atento a discussão, a audiência pública no Supremo Tribunal
Federal. A audiência pública foi chamada pela ministra Rosa Weber para discutir
a questão da descriminalização do aborto até doze semanas. O aborto não é crime
em três casos. No restante, o aborto é criminalizado. Existe então um pedido do
PSOL e, portanto, a ministra Rosa Weber convocou essa audiência pública.
Eu
fico perplexo diante desta realidade e me pergunto como é que nós conseguimos
inverter as coisas. Como é que é a vida de um ser humano não vale absolutamente
nada mais? Como é que nós vivemos em uma sociedade do descartável, aquilo que
não serve se descarta? Acho que estão invertendo as coisas. É questão de Saúde
Pública? É questão de Saúde Pública e tem que ser tratado como questão de Saúde
Pública, não simplesmente retirar uma criança como se fosse algo que tivesse
estorvando, algo que fosse um empecilho. Onde está o valor da vida?
É
por isso que, mais uma vez, nós assumimos a defesa da vida desde a sua
concepção até a sua morte natural. Nós percebemos a vida de muitas formas sendo
agredida, não somente a vida do feto, que, por conta da incompetência do poder
público de poder trabalhar e fazer com que, de fato, a Saúde Pública funcione, aquilo que é efeito se torna causa, a inversão dos
valores. Defende-se com unhas e dentes a vida de um animal e não se defende a
vida do ser humano. Fico pensando na vida do ser humano não somente
intrauterina, nos seus primeiros meses, que é a vida que já se forma, que vai se desenvolvendo.
De
fato, nosso compromisso é com essa vida, mas também com a vida do ancião, a
vida daqueles que já produziram e hoje não produzem mais nada, a vida daqueles
que não são mais úteis para a sociedade e, portanto, fazem parte dos
descartáveis. Onde nós queremos chegar, onde o ser humano está querendo chegar?
Portanto, eu acho que é importante que todos nós nos debrucemos sobre esse
assunto, acompanhemos as discussões e, sem nenhuma paixão, seja ela de qual
ordem, seja religiosa, seja política, mas que nós possamos olhar os fatos de
maneira racional, madura, científica e perceber que, realmente, nós precisamos
assumir uma postura na defesa incondicional da vida.
Era isso que tinha a dizer,
manifestando aqui a minha preocupação e, sobretudo, a minha indignação diante
dessa desvalorização da vida. Vamos juntos trabalhar na defesa da vida e na
defesa de um País melhor.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do disposto do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relação
do Trabalho; Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje às 17 horas
e 30 minutos, 18 horas e 18 horas e 30 minutos, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 347/18, de autoria da nobre deputada Analice
Fernandes, que dispõe sobre a jornada de trabalho de 30 horas semanais aos
enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem, que exerçam as
funções no poder público, rede privada e filantrópica do Estado no Salão Nobre
da Presidência.
O SR.
WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente,
havendo acordo das lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária da amanhã, à hora regimental, com a
mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os
ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas. Está levantada
a presente sessão.
* * *
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Levanta-se a sessão às 15 horas e 37 minutos.
* * *