08 DE AGOSTO DE 2018
114ª Sessão Ordinária
Presidência: DOUTOR ULYSSES, CARLOS
CEZAR e CAUÊ MACRIS
Secretaria: CORONEL TELHADA, CÁSSIO
NAVARRO e WELSON GASPARINI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão.
Convoca duas sessões extraordinárias, a primeira a
realizar-se às 19 horas de hoje, e a segunda às 22 horas, ambas com a mesma
Ordem do Dia. Convoca duas sessões solenes: a primeira, prevista para as 20
horas de 13/09, em "Homenagem aos líderes evangélicos", por solitação do deputado Fernando Capez; e a segunda, a
realizar-se às 20 horas de 17/09, em "Homenagem à Escola Superior de
Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo", a pedido do deputado
Coronel Camilo.
2 - CORONEL TELHADA
Menciona sua participação em diversos
eventos relacionados à Segurança. Discorre sobre o assassinato da soldado Juliane. Ressalta que a
policial militar era mulher, negra e homossexual. Acusa
de hipocrisia os ativistas dos direitos humanos. Tece elogios ao secretário
estadual de Segurança Pública. Informa a morte de outros agentes de segurança.
3 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Dá as boas-vindas aos integrantes da
Juventude Cívica de Osasco, que visitam esta Casa a convite do deputado Márcio
Camargo.
4 - CARLOS GIANNAZI
Faz críticas às propostas
apresentadas pelos presidenciáveis, sobretudo Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro, para a Educação. Responsabiliza Alckmin pelos
problemas da Educação paulista. Combate a sugestão,
feita por Bolsonaro, de usar a modalidade a distância
para o Ensino Fundamental. Opõe-se à reforma do Ensino Médio, levada a cabo
pelo governo Temer.
5 - ORLANDO BOLÇONE
Comenta reportagem sobre a
peregrinação anual que fiéis fazem, em agosto, ao Santuário Bom Jesus dos
Castores, em Onda Verde. Pede o apoio de seus pares a projeto, de sua autoria,
que transforma a cidade em município de interesse turístico. Enfatiza a
importância da fé para a população brasileira.
6 - REINALDO ALGUZ
Tece comentários sobre ação, em
discussão no Supremo Tribunal Federal, que procura descriminalizar o aborto.
Expressa sua oposição à medida. Argumenta que o julgamento no STF desrespeita a
separação dos Poderes, por tentar, a seu ver, usurpar as funções do Congresso
Nacional. Pede à população que se manifeste sobre o tema.
7 - MÁRCIO
CAMARGO
Para comunicação, saúda os visitantes
da Juventude Cívica de Osasco. Descreve as atividades da entidade.
8 - VAZ DE LIMA
Declara seu posicionamento contrário
à descriminalização do aborto. Critica o Supremo Tribunal Federal, por não ter
rejeitado ação referente ao assunto. Alega que permitir o aborto feriria o
direito à vida, expresso na Constituição Federal. Afirma que o local legítimo
para discutir o tema é o Poder Legislativo.
9 - DAVI ZAIA
Solicita a suspensão dos trabalhos
até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de
lideranças.
10 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido e suspende a sessão
às 15h14min.
ORDEM DO DIA
11 - CARLOS
CEZAR
Assume a Presidência e reabre a
sessão às 16h31min. Coloca em votação requerimento de alteração da Ordem do
Dia.
12 - ENIO LULA TATTO
Encaminha a votação do requerimento
de alteração da Ordem do Dia, em nome da Minoria.
13 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência. Rebate críticas
feitas a sua atuação parlamentar pelo deputado Enio Lula Tatto. Discorre sobre
o papel político desta Casa.
14 - DAVI ZAIA
Para comunicação, fala acerca do
posicionamento histórico do PT neste Parlamento. Diz que, a seu ver, o trabalho
do presidente Cauê Macris gerou celeridade na tramitação de proposições
legislativas. Expõe entendimentos realizados entre parlamentares no Colégio de
Líderes.
15 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, esclarece sua
atuação recente como deputado. Desaprova licença do presidente Cauê Macris
durante o mês de julho. Elucida posicionamento da líder do PT, deputada Beth
Lula Sahão, a respeito da definição da pauta atual deste Parlamento. Reitera
críticas ao presidente Cauê Macris.
16 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reprova o pronunciamento do deputado
Enio Lula Tatto.
17 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do requerimento
de alteração da Ordem do Dia, em nome do PSOL.
18 - CÁSSIO
NAVARRO
Solicita verificação de presença.
19 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a chamada de verificação de presença, interrompida quando constatado
quórum.
20 - CÁSSIO
NAVARRO
Para comunicação, tece
esclarecimentos sobre o pedido de verificação de presença que fez. Reprova
críticas ao presidente Cauê Macris. Defende direito de licença dos
parlamentares. Faz elogios à atuação da deputada Analice Fernandes à frente
desta Casa, na ausência do presidente Cauê Macris.
21 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado
o requerimento de alteração da Ordem do Dia.
22 - CARLOS GIANNAZI
Requer verificação de votação.
23 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Determina que seja
feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
24 - CARLOS GIANNAZI
Informa que a bancada do PSOL está em
obstrução ao processo.
25 - TEONILIO BARBA LULA
Informa que a bancada do PT está em
obstrução ao processo.
26 - MILTON LEITE FILHO
Informa que a bancada do DEM está em
obstrução ao processo.
27 - CÁSSIO
NAVARRO
Informa que a bancada do PSDB está em
obstrução ao processo.
28 - GILMACI SANTOS
Informa que a bancada do PRB está em
obstrução ao processo.
29 - ANTONIO
SALIM
CURIATI
Informa que a bancada do PP está em
obstrução ao processo.
30 - EDSON GIRIBONI
Informa que a bancada do PV está em
obstrução ao processo.
31 - JORGE
CARUSO
Informa que a bancada do PMDB está em
obstrução ao processo.
32 - CAIO FRANÇA
Informa que a bancada do PSB está em
obstrução ao processo.
33 - ANDRÉ DO PRADO
Informa que a bancada do PR está em obstrução
ao processo.
34 - MARTA COSTA
Informa que a bancada do PSD está em
obstrução ao processo.
35 - FELICIANO
FILHO
Informa que a bancada do PRP está em
obstrução ao processo.
36 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Registra as manifestações. Anuncia o resultado
da verificação de votação, que não atinge quórum regimental.
37 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, faz questionamento
sobre a pauta das sessões extraordinárias de hoje. Reivindica a não apreciação
imediata do PL 129/18, em respeito a entendimentos entre os parlamentares no
Colégio de Líderes, uma vez que não há consenso acerca da proposição.
38 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Tece os esclarecimentos solicitados.
Informa que os entendimentos a que se referira o deputado Enio Lula Tatto
diziam respeito apenas a proposituras de autoria de deputados, e não do
Governo. Comunica que o PL 129/18 tem prazo para aprovação, sob
pena de perder seus efeitos.
39 - FELICIANO
FILHO
Para comunicação, faz apelo para que
a tramitação do PL 129/18 ocorra nos horários habituais de trabalho desta Casa.
40 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece que existe a possibilidade
de realização de sessões de votação em horários não costumeiros. Acrescenta que
esta é uma prática que já foi adotada em outros momentos por este Parlamento. Defende
a manutenção de plena atividade nesta Casa.
41 - CÁSSIO
NAVARRO
Solicita a prorrogação da sessão por
um minuto. Solicita o levantamento dos trabalhos, por acordo de lideranças.
42 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anota os pedidos.
43 - CÁSSIO
NAVARRO
Para comunicação, tece elogios à
postura de respeito, por parte do presidente Cauê Macris, ao Regimento Interno
desta Casa, segundo o qual, acrescenta, existe a possibilidade de realização de
sessões fora dos horários usuais.
44 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reitera seu posicionamento sobre o
tema em debate.
45 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, faz apelo para que
as decisões acerca dos horários das sessões parlamentares sejam tomadas de
acordo com entendimentos realizados no Colégio de lideres, o que, a seu ver,
confere legitimidade a elas.
46 - VAZ DE LIMA
Para comunicação, saúda o presidente
Cauê Macris por sua conduta. Discorre a respeito de ocasiões anteriores em que,
para atender prazos, esta Casa funcionou em horários não usuais.
47 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz considerações sobre a
possibilidade de convocação de sessões deliberativas às
segundas e sextas-feiras.
48 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, critica a
priorização, a seu ver, do PL 129/18, em detrimento de outras proposições com
maior relevância social para o estado de São Paulo.
49 - VAZ DE LIMA
Para reclamação, reprova o
pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Defende o posicionamento do
presidente Cauê Macris na definição da pauta desta Casa. Pede a aplicação
rigorosa do Regimento Interno, sobretudo em relação a manifestações populares
no Parlamento.
50 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Pede comportamento regimental dos
presentes às galerias.
51 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, defende o direito
de participação popular nos trabalhos desta Casa. Atribui ao presidente Cauê
Macris a responsabilidade por não pautar projetos de interesse social. Reprova
a possibilidade de convocação de sessões de forma não habitual, o que geraria,
a seu ver, desconfiança da sociedade em relação aos interesses ocultos de
projetos de lei priorizados. Discorre sobre
responsabilidades da Sabesp em casos de poluição ambiental, crises hídricas e
enchentes de São Paulo. Cita propostas parlamentares de investigação da
instituição. Critica possível proposta de CPI, de autoria do PSDB, para
investigar Márcio França, que considerou oportunista.
52 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Enfatiza sua responsabilidade na
definição da pauta desta Casa, a qual, acrescenta, foi estabelecida a partir de
consulta a lideranças partidárias, respeitando o posicionamento da maioria
delas. Reprova críticas do deputado Enio Lula Tatto ao
andamentos das atividades deste Parlamento.
53 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, reitera reflexões
acerca de possíveis interesses ocultos em relação ao PL 129/18. Questiona a
autorização de concessão de benefícios a empresas que usualmente financiam
campanhas eleitorais, às vésperas dos pleitos estaduais. Critica a postura
autoritária, a seu ver, do deputado Vaz de Lima, em relação à participação
popular nesta Casa. Discorre sobre democracia.
54 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Esclarece sua conduta em relação às
manifestações do público presente às galerias. Considera a possibilidade de
fechamento do espaço, para garantir o direito à fala dos deputados eleitos, se
houver concordância das lideranças partidárias.
55 - FELICIANO
FILHO
Para comunicação, critica a postura
do presidente Cauê Macris no que diz respeito à participação popular nesta Casa.
Considera que há condutas discrepantes em relação a diferentes grupos de
manifestantes. Diz que, a seu ver, isto pode gerar uma crise de credibilidade
neste Parlamento.
56 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reprova a incitação por alguns
parlamentares, segundo ele, ao posicionamento agressivo de manifestantes.
Discorre sobre a sua conduta e a de outros parlamentares durante a tramitação
da PEC 5/16. Reitera como se posicionará diante de manifestações nas galerias.
57 - VAZ DE LIMA
Para comunicação, reitera defesa do
cumprimento rigoroso do Regimento Interno, sobretudo no que diz respeito às
manifestações de pessoas presentes às galerias. Critica parlamentares que, a
seu ver, enxergam a realidade somente a partir de sua própria perspectiva.
Discorre sobre as funções do Parlamento. Exige o respeito a decisões
democraticamente tomadas pela maioria.
58 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Discorre acerca do desvirtuamento da
noção de democracia. Defende o conceito de democracia representativa.
59 - FELICIANO
FILHO
Para comunicação, concorda com a
noção de democracia em que as decisões são tomadas pela maioria. Acrescenta
que, sendo assim, o PL 31/18 deveria ser apreciado, uma vez que essa teria sido
a deliberação da maioria. Defende a abertura do Colégio de Líderes para a
população, o que, a seu ver, geraria transparência pública. Compara a atuação
da deputada Analice Fernandes e do presidente Cauê Macris na presidência desta
Casa.
60 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Enfatiza que fora eleito por voto
popular como deputado e por eleição legítima como presidente desta Casa.
Informa que a mudança de regras regimentais, tais como o
sigilo das reuniões do Colégio de Líderes, podem ser propostas por todos
os deputados. Compromete-se a respeitar as decisões tomadas pela maioria, neste
ínterim.
61 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, defende mudança das
regras regimentais em relação à manifestação do público presente às galerias.
Considera legítima a participação popular em órgãos públicos. Aponta que
existem diferentes conceitos de democracia. Diz que, a seu ver, só há
democracia na presença possível do conflito. Comunica que o PT fora contrário à
definição de pauta adotada pelo Colégio de Líderes. Acrescenta que, a seu ver,
os horários para apreciação PL 129/18 precisam ser debatidos no colegiado, e
não ser definidos unilateralmente pelo presidente, o que poderia gerar
desconfianças em relação às intenções da proposição.
62 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reitera que consultaria o Colégio de
Líderes, nesse ínterim. Descreve como fora definida a pauta atual deste
Plenário. Enfatiza seu posicionamento de abertura para o diálogo. Insiste na
possibilidade de alteração do Regimento Interno por iniciativa de qualquer
parlamentar.
63 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, aponta que,
atualmente, não há proposições que contem com consenso dos deputados, uma vez
que a apreciação de apenas algumas delas gera oposição a outras. Defende a
manutenção plena dos trabalhos legislativos para votar projetos relevantes para
a sociedade. Defende a oitiva da maioria dos 94 deputados e não apenas das
lideranças partidárias, para a tomada de decisões.
64 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reitera quais deverão ser suas condutas no
andamento dos trabalhos deste Parlamento. Considera que houve concordância da
líder do PT, deputada Beth Lula Sahão, a respeito da apreciação do PL 129/18.
65 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, saúda o presidente
Cauê pelo direcionamento dos trabalhos. Critica o pronunciamento do deputado Teonilio Barba Lula sobre a incoerência de posições entre
lideranças partidárias e suas bancadas. Esclarece procedimentos adotados pelo
PRB neste ínterim. Informa que o partido, embora seja favorável ao PL 31/18,
entende que a proposição não deva ser pautada imediatamente.
66 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Afirma que os líderes que tomaram a
decisão sobre a pauta atual representam a maioria dos deputados da Casa.
67 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, pontua que
considera a decisão do Colégio de Líderes em relação ao PL 31/18 contrária à
vontade da maioria dos parlamentares. Diz que o PL 129/18 foi pautado, a seu
ver, às pressas, em momento pré-eleitoral. Explica os procedimentos adotados
pela líder do PT para posicionar-se no colegiado, após consulta à sua bancada.
Nega que a deputada Beth Lula Sahão tenha concordado com a atual pauta desta
Casa. Faz apelo pela apreciação de todos os projetos de lei, mesmo sem consenso
parlamentar.
68 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reafirma que a deputada Beth Lula
Sahão afirmara que PT não obstruiria o PL 129/18. Diz que a proposição apenas
autoriza o Senado a votar um empréstimo. Compara sua tramitação com projeto
anteriormente apreciado por este Parlamento, relativo ao Detran, que foi votado dentro do prazo para atender
necessidades do órgão. Frisa que a execução do PL 129/18, caso aprovado, caberá
apenas ao próximo governador do Estado.
69 - DAVI ZAIA
Para comunicação, discorre acerca dos
debates, no Colégio de Líderes, sobre o PL 31/18. Faz eco ao pronunciamento do
presidente Cauê Macris acerca dos prazos e conteúdos do PL 129/18. Tece elogios
à condução desta Casa pelo presidente Cauê Macris.
70 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Solicita comportamento regimental dos
presentes às galerias.
71 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, reitera seu
pronunciamento anterior. Defende a legitimidade dos parlamentares em dialogar
com os manifestantes às galerias. Considera que faz parte da atividade
parlamentar defender os ideários pelos quais o deputado é eleito.
72 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reitera seu posicionamento em relação
às manifestações populares em plenário e à condução dos trabalhos desta Casa.
73 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, mostra
estranhamento em relação à postura do PT, uma vez que, segundo ele, a deputada
Beth Lula Sahão, líder do partido, concordara com a pauta de hoje. Afirma que,
a seu ver, o PL 31/18 não será votado sob pressão
popular. Afirma que o PL 129/18, se aprovado, ainda passará por apreciação do
Senado. Critica a realização de sessões em horários não convencionais. Concorda
com a realização de Colégio de Líderes nos termos anunciados pelo presidente
Cauê Macris. Defende o uso de força policial contra manifestantes, a seu ver,
desrespeitosos.
74 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Diz que não utilizará força policial
para a retirada de manifestantes das galerias. Esclarece novamente qual será
sua conduta neste ínterim.
75 - ENIO LULA TATTO
Para comunicação, reitera
posicionamento do PT e de sua líder, de obstrução ao PL 129/18. Defende atuação
da deputada Beth Lula Sahão.
76 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Insiste que o posicionamento da
deputada Beth Lula Sahão, expresso no Colégio de Líderes, fora favorável à
pauta atual. Esclarece razões do uso da obstrução nesta Casa. Considera que é
direito do PT mudar de posicionamento político.
77 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, solicita que seja
votado o pedido de prorrogação da sessão por um minuto e realizado o
levantamento dos trabalhos, por acordo de lideranças, em atendimento aos pedidos
anteriormente elaborados pelo deputado Cássio Navarro.
78 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, informa que não há
concordância do PT para o levantamento da sessão.
79 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado
o pedido de prorrogação da sessão por um minuto, anteriormente elaborado pelo
deputado Cássio Navarro.
80 - MILTON LEITE FILHO
Para comunicação, solicita informação
sobre os horários das sessões extraordinárias de hoje.
81 - CAUÊ MACRIS
Informa alteração do horário de
início da primeira sessão extraordinária para as 20 horas e da segunda sessão
extraordinária para as 22 horas e 45 minutos. Levanta a sessão, por
conveniência da ordem.
* * *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – CORONEL TELHADA – PP - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19
horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
- Projeto de lei nº 129, de
2018, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder
Executivo a prestar contragarantias à União em operações de crédito externas
junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e ao Banco Internacional
para Reconstrução e Desenvolvimento - Bird,
e dá outras providências.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos
mesmos termos, convoco V. Exas. para uma
segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 22 horas, com a
finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
- Projeto de lei nº 129, de
2018, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder
Executivo a prestar contragarantias à União em operações de crédito externas
junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e ao Banco Internacional
para Reconstrução e Desenvolvimento - Bird,
e dá outras providências.
Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Coronel
Camilo, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18,
inciso I, letra “r”, do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se
no dia 17 de setembro de 2018, às 20 horas, com a finalidade de homenagear a
Escola Superior de Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Esta Presidência, atendendo
solicitação do nobre deputado Fernando Capez, convoca V. Exas.,
nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, do Regimento Interno, para uma
sessão solene a realizar-se no dia 13 de setembro de 2018, às 20 horas, com a
finalidade de homenagear os Líderes Evangélicos.
Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito,
nobre deputado Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, assessores e funcionários
presentes, telespectadores da TV Assembleia, em primeiro lugar, quero começar
saudando todo o povo paulista e dando uma satisfação, pois, nos últimos três
anos e meio, diariamente tenho estado presente a esta Casa; nos últimos três
dias, porém, não pude estar presente. Talvez os senhores e as senhoras tenham
notado a minha ausência.
Na sexta-feira passada, pela
manhã, estive na Academia do Barro Branco, onde ocorreu a formatura de 90 novos
tenentes do quadro administrativo da Polícia Militar. Em seguida, desloquei-me
até Franco da Rocha, onde participei da formatura de 30 tenentes, segundos e
primeiros tenentes, do nosso glorioso Corpo de Bombeiros. Passei aqui na
Assembleia Legislativa e assinei o ponto, como é nossa obrigação, mas não pude
estar presente naquele dia.
Na segunda-feira, foi a mesma
coisa: passei na Assembleia Legislativa e assinei o ponto. Soube que o deputado
Giannazi fez a sessão sozinho,
sempre mostrando a sua constância. Passei aqui, assinei o ponto e fui a
Peruíbe, onde tive oito eventos.
Comecei visitando o 39º
Batalhão de Polícia Militar do Interior, com o major Washington; estivemos nos
Bombeiros de Peruíbe e no GBMar,
que são os bombeiros que cuidam da parte marítima; na Guarda Municipal de
Peruíbe; na 3ª Cia do 29; no Tiro de Guerra, onde tive o prazer de conhecer o
1º sargento Krupinski, do nosso Exército Brasileiro;
também estive na prefeitura com o prefeito Luiz, que tem feito um excelente
serviço naquela cidade e, finalmente, fizemos uma palestra na Câmara Municipal
sobre Segurança Pública.
Ontem, não estive presente,
pois, como já constei nas minhas redes sociais, estive internado para a
retirada de um cateter. Para que os senhores tenham ciência, em menos de um mês
fiz quatro intervenções cirúrgicas, quatro operações. Agora, espero ficar pelo
menos um ano sem aparecer ao médico. Tenho um problema renal desde os 17 anos –
portanto, há quase 40 anos – que me incomoda muito.
Queria dizer isso como uma
satisfação aos senhores que acompanham o nosso trabalho, pois o motivo da minha
ausência nesta Casa é plenamente justificável. Sempre que pude aqui
passei e assinei o ponto.
Vamos
começar falando no assunto que a imprensa noticiou nos últimos dias e que está
na rede social: é sobre a soldado Juliane,
a soldado que desapareceu, salvo engano, na quarta-feira da semana passada.
Portanto, há uma semana. Ela estava num estabelecimento na favela de Paraisópolis, quando teve um problema, que foi o furto de
um celular. Ela acabou se apresentando como policial militar, exigindo o
retorno do celular, e acabou intimidando aquelas pessoas. E, o ladrão que
furtou o celular dela saiu do estabelecimento e voltou depois, com mais dois
criminosos armados que balearam a soldado Juliane na
altura do abdômen, mais propriamente na virilha, e arrastaram essa jovem para
fora. Na segunda-feira o corpo dela foi encontrado no porta-malas de um
veículo, com uma marca de bala na cabeça. Ou seja, ela foi executada.
Gostaria
de lembrar o seguinte: a soldado Juliane,
como dá para ver claramente, era homossexual, até pelas suas feições
masculinas. Ela era negra, mulher, homossexual e pobre. Eu cobrei muito na minha
rede social: cadê os ativistas, os LGBTs, os
ativistas negros, aquele que fala que a polícia mata preto pobre da periferia?
Só falam. Na hora de falar pelas pessoas, ninguém lembra. Essa é uma grande
amostra do que esse pessoal é: são todos hipócritas, só querem fazer sucesso,
porque na hora de se apresentar para realmente defender uma pessoa que está
aqui para defender a população, não se apresentam.
A
soldado Juliane não foi lembrada
por essas instituições e organizações por um simples motivo: porque é policial
militar. Se fosse qualquer outra pessoa, “Cadê Amarildo?”, lá no Rio de
Janeiro. É pedreiro? Não sei, sumiu. Foi a PM que matou. Até o papa mandou
recado de conciliação aqui, o Brasil inteiro para. Quando é uma policial
militar ninguém se preocupa.
Eu
quero publicamente agradecer o trabalho da Polícia Militar e da Polícia Civil
que trabalharam intensivamente na localização da soldado
Juliane. Mando um abraço especial ao nosso
comandante-geral e ao nosso secretário de Segurança Pública, Dr. Mágino Alves, a quem até fiz uma crítica um pouco
contundente na rede social num momento acalorado. Solicito ao Sr. Presidente que mande cópias desse meu discurso ao nosso
secretário de Segurança Pública, Dr. Mágino Alves
Barbosa Filho, me desculpando publicamente. No momento de violenta emoção eu o
critiquei duramente, e ele não merece essa crítica porque tem feito um
excelente serviço com a Polícia Militar, ele é amigo da Polícia Militar, e tem
se esforçado ao máximo em atender a todos os nossos pedidos. Dr. Mágino, eu, publicamente, quero pedir desculpas ao senhor,
e dizer que o considero muito. Espero continuar contando com o seu apoio e com
a sua amizade.
Sr.
Presidente, eu quero falar também da morte de um sargento em Tocantins. É o
sargento Junivaldo Pereira de Melo. Ele tinha 43
anos, era um policial militar dedicado que foi mais uma vítima da chacina de
policiais militares que tem ocorrido em nosso Brasil. Chacina, e nada é feito.
O sargento Junivaldo Pereira de Melo foi morto na
manhã de ontem, terça-feira, e tinha várias marcas de tiro no corpo, inclusive
na cabeça e no rosto. Tiro no rosto é típico de execução. Ele estava de folga e
o corpo foi encontrado em um matagal, a 200 metros da sede de uma fazenda. A
arma do militar não foi encontrada e havia sinais de luta corporal. O terceiro
sargento Junivaldo Pereira de Melo estava na polícia
desde 2004, trabalhava no 6º Batalhão, em Taquaralto,
e deixa um filho. Mais um policial militar vítima. Então, vão aqui nossas
condolências. Permitam-me dizer, em nome de todos os nossos deputados - à
Polícia Militar de Tocantins.
E, finalmente, o nosso
querido Exército Brasileiro também perdeu um jovem soldado: o soldado Neilton, de 26 anos, do 7o Batalhão de Polícia
do Exército, que estava trabalhando, fazendo uma escolta. Ele era batedor da
Polícia do Exército. Batedores são aqueles homens que andam nas motocicletas
fazendo a escolta de autoridades, cercando o trânsito. Ele morreu em Manaus.
Esse jovem militar de 26 anos
era o Neilson Rodrigues Paixão, que morreu em um
acidente de moto na segunda-feira por volta das 13 horas na Avenida Silves, bairro Betânia, em Manaus. Ele estava fazendo uma
escolta quando um pedestre surgiu de surpresa, fora da faixa de pedestres.
Tentou desviar e acabou perdendo o controle da moto, atropelando o pedestre. Os
dois ficaram feridos. Neilson chegou a ser levado por
outros militares ao hospital, porém chegou lá e não resistiu aos ferimentos.
Quanto ao pedestre, até o momento não identificado, não havia informações de
saúde.
Vejam bem: a imprudência de
um cidadão matou esse militar. A imprudência no trânsito mais uma vez ceifa a
vida de um jovem, dessa vez um militar de 26 anos. Se ele tivesse atravessado
na faixa ou prestado atenção para atravessar a rua, com certeza esse militar
estaria vivo.
Então, eu gostaria de pedir
que o meu pronunciamento de hoje seja encaminhado ao Dr. Mágino,
secretário de Segurança Pública de São Paulo; ao comandante da Polícia Militar
do Estado de São Paulo; ao comandante da Polícia Militar de Tocantins; e também
ao Comando Militar do Norte, pelo falecimento do soldado Neilson.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Obrigado pelo tempo
excedente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Nobre deputado, seu pedido é regimental e será prontamente atendido.
Esta Presidência, em
nome de toda a Assembleia Legislativa, tem a grata satisfação de anunciar a
visita e dar as boas-vindas aos integrantes da Juventude Cívica de Osasco - Juco -, acompanhados do responsável, Sr. Fernando Alves de
Sá. Eles estão aqui a convite do nobre deputado Márcio Camargo. Sejam
bem-vindos. Queremos saudá-los com uma salva de palmas. (Palmas.)
Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia. Estou
chocado com as propostas apresentadas pelos candidatos à Presidência da
República, principalmente na área da Educação, em que nós atuamos, nós que
somos professores.
A primeira proposta que
me chocou foi a do presidenciável Geraldo Alckmin. Numa entrevista que ele deu à Globo News, numa roda de
conversa, ele defendeu publicamente a privatização das universidades públicas
do Brasil, dizendo que nós já poderíamos começar com a cobrança de mensalidades
na pós-graduação. Quando ele foi indagado sobre esse tema, sobre privatização
do ensino público na área do ensino superior, ele disse que já seria um bom
começo cobrar mensalidades dos alunos de pós-graduação - mestrado e doutorado -
das universidades públicas, abrindo caminho para a privatização, para a
cobrança de mensalidade.
Na mesma entrevista,
ele falou ainda que iria fazer uma revolução na Educação como ele fez em São
Paulo. Em São Paulo, ele destruiu a Educação. A escola estadual está destruída,
sucateada, degradada. O governador Alckmin destruiu a carreira do magistério
estadual; aliás, destruiu todas as carreiras de
servidores do Estado, sobretudo as da Educação.
As nossas escolas estão
abandonadas, sucateadas, degradadas. Ainda existem centenas de escolas de lata
no estado de São Paulo. Escolas sem quadras, escolas sem carteiras.
A situação
é gravíssima. Ainda ontem foi publicada uma matéria no jornal “O Globo” e na
CBN, falando que a Rede Estadual de Ensino de São Paulo é a rede que tem a
maior superlotação de salas do Brasil, algo que eu tenho denunciado aqui
exaustivamente, desde 2007, desde o primeiro dia em que eu pisei aqui na
Assembleia Legislativa. Tenho denunciado exaustivamente, na tribuna, nas
comissões, acionando o Ministério Público, o Tribunal de Contas. E nem uma
providência foi tomada até agora.
Esse é o
modelo de Educação que Geraldo Alckmin pretende levar para todo o Brasil,
escolas degradadas, sucateadas, carreiras dos servidores destruídas,
superlotação de salas, violências nas escolas. Esse é o modelo que Alckmin
pretende implantar, e a privatização das universidades públicas.
Está lá,
é só acessar a entrevista que ele deu na Globo News. Participou daquela roda, que a Globo News está entrevistando todos os presidenciáveis, e ele
disse exatamente isso que estou colocando aqui. É chocante como o governador
acha que as pessoas não acompanharam, e não sabem o que acontece aqui em São
Paulo.
É como o
ex-prefeito Doria, fazendo propaganda, fazendo campanha pelo Estado, como se
ele não tivesse destruído também a cidade de São Paulo.
Outro
presidenciável é o Bolsonaro que, ontem, disse, está
nos jornais de hoje, que pretende transformar a Educação Básica em educação à
distância, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, porque é mais barato. Um
absurdo!
Educação
a distância, no Ensino Fundamental. Significa que a
criança não vai mais para a escola, a criança com seis ou sete anos vai
aprender no computador, em sua casa. Fico imaginando, primeiro, que as crianças
não têm, a maioria, computadores em suas casas. Não
têm banda larga, não têm internet.
Segundo,
que a criança tem que ir para a escola, está na Constituição Federal. O Ensino
Fundamental é presencial. Não existe essa possibilidade de o ensino não ser
presencial, no Ensino Fundamental, a não ser em caráter excepcional. Numa
excepcionalidade de uma grande tragédia que aconteça numa determinada região, e
por um tempo ela pode ser a distância, mas isso do
ponto de vista provisório.
É uma
proposta totalmente inatingível, fora da realidade. Educação a
distância para o Ensino Fundamental, para crianças de seis a 11 anos, e também
para o Ensino Médio. No Ensino Médio nós já temos essa famigerada reforma do
Governo, criminoso Temer, que é o chefe da quadrilha, que já apresentou um
projeto, que foi aprovado por medida provisória, como se fosse uma AI-5, que já destina 40% do currículo escolar para a
educação a distância.
E ele
pode entregar essa educação a distância a grupos
privados, para enriquecer escolas e grupos que trabalham nessa área de educação
a distância, que é um verdadeiro absurdo.
O que o Boslonaro falou é um absurdo total, totalmente fora da
realidade. Eu duvido que algum pai, que alguma mãe defenda uma proposta como
essa, que seu filho não vá mais para a escola, e fique aprendendo a distância,
em sua casa. Isso é inviável.
É o
nível de presidenciáveis que temos hoje no Brasil. É lamentável isso. Um
querendo privatizar as universidades públicas, e dizendo que vai importar para
o Brasil um modelo falido e fracassado de educação, que é o de São Paulo, que
ele destruiu.
O outro,
Bolsonaro, dizendo que vai instituir a educação a distância para crianças do Ensino Fundamental, um absurdo
total. É lamentável que isso esteja acontecendo. Espero que a população analise
criticamente todas as propostas e vote corretamente, no dia 7 de outubro.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Orlando Bolçone.
O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma saudação especial ao nosso presidente, deputado
Doutor Ulysses, estimado amigo. Saúdo todos os deputados e todas as deputadas
presentes na Casa, na pessoa do nosso líder do Governo, referência de
parlamentar e de homem público, deputado Davi Zaia.
O
motivo que me traz a esta tribuna é que em um momento oportuníssimo, quando
precisamos tanto de fé, meu estimado amigo Reinaldo Alguz, uma demonstração de
fé ocorre todos os anos no dia 6 de agosto, na cidade de Onda Verde. Para ser mais
preciso, em seu distrito de Bom Jesus dos Castores, onde a população e os
romeiros de diversas regiões do Estado, em especial da região noroeste
paulista, se dirigem ao Santuário de Bom Jesus dos Castores para, em
peregrinação, chegar até o santuário.
Durante
o dia são realizadas missas. As comemorações começam uma semana antes e
culminam na abertura, na noite do dia 5 para o dia 6, exatamente à meia noite,
quando ocorre uma missa tradicional. Neste ano o jornal “Diário da Região”, que
eu acabei de mostrar, contabilizou 60 mil pessoas ao longo do dia. Houve filas
durante todo o dia para visitar o santuário. A missa foi celebrada pelo Dom
Tomé Ferreira da Silva, bispo de São José do Rio Preto. Foi celebrada
por diversos pares, inclusive pelo reitor do Santuário de Bom Jesus dos
Castores, que é o padre Diego.
O
motivo pelo qual faço esse registro, para que esse fato relevante conste dos
anais desta Assembleia, é que o município de Onda Verde, em especial através do
distrito de Bom Jesus dos Castores e do santuário, continua recebendo visitas o
ano todo. E está tramitando nesta Casa um projeto, de minha autoria, para
transformá-lo em município de interesse turístico, visto que, semanalmente,
quase que diariamente, pessoas o visitam.
E
tais visitas não são por acaso. O santuário tem mais de 100 anos. A devoção a
Bom Jesus dos Castores começou com humildes agricultores da região de São José
do Rio Preto, dos distritos de Talhado, Onda Verde e Nova Granada. Nos períodos
de seca, como o que estamos vivendo hoje, as pessoas se dirigiam para lá, em
romaria, a partir de diversas cidades, para fazer orações pedindo por chuva,
por água para irrigar nossas lavouras.
Assim,
o santuário foi, ao longo desses mais de 100 anos, se consolidando como um
lugar de peregrinação, oração e meditação. Um lugar de fé. Acho oportuníssimo,
até lembrando a própria Homilia de Dom Tomé Ferreira da Silva, quando lembrava
a importância da fé nesse momento. E ele falava da importância da fé, porque o
Brasil precisa de esperança. A esperança está
junto da fé naquele trio de fé esperança e amor. Para isso, lembrava Dom Tomé,
nós vamos viver um período difícil, já estamos vivendo e vamos continuar
vivendo, nessa reorganização do Brasil. Dom Tomé também lembrava que para isso
há necessidade de muita paciência e é o que muitos dos fiéis pedimos juntos
após essa peregrinação. Alguns vêm de 25 quilômetros de distância, há casos até
de 70 quilômetros de distância que para lá se dirigem numa demonstração de fé,
numa demonstração de esperança, numa demonstração de que ainda se acredita no
futuro do País.
É
importante termos a racionalização do nosso lado, mas é importante também ter
fé, pois os sonhos são realizados através de fé e muito trabalho, mas através
de uma visão de longo prazo. E essa visão a pessoa é espiritualizada e o Brasil
é um país espiritualizado, um país ecumênico. A população do Brasil tem esse
dom herdado desde o seu descobrimento, lembrando que a primeira nau que chegou
ao Brasil, com Pedro Álvares Cabral, trazia como sua protetora Nossa Senhora da
Esperança, esperança que tanto precisamos no dia de hoje.
Esse foi
um excelente momento da história da nossa região, lembrando também a questão do
município de interesse turístico que transita nesta Casa e a certeza do
compromisso de que os deputados - sem dúvida alguma - vão trabalhar para tirar
o País desse momento tão difícil que nós vivemos, levando para mares mais
tranquilos e sob a luz da esperança.
Sr. Presidente, solicito que o
meu pronunciamento seja enviado para o Bispo Diocesano de São José do Rio
Preto, Tomé Ferreira da Silva e para o Reitor do Santuário de Bom Jesus dos
Castores, Padre Diego.
Muito obrigado, Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Reinaldo Alguz,
pelo tempo regimental.
O SR. REINALDO ALGUZ - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em
exercício, nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Alesp,
venho, hoje, a esta tribuna para tocar num assunto que julgo absolutamente
essencial para o futuro da nossa democracia. Trata-se da ADPF 442, proposta
encaminhada ao Supremo Tribunal Federal e que tem por objetivo descriminalizar
o aborto até a 12ª semana de gestação.
A
importância desse tema desse julgamento para a nossa democracia está nos dois
pontos centrais que ele fere: a dignidade da pessoa humana e a separação entre
os poderes. Vamos abordá-los.
A
dignidade da pessoa humana é fundamento primeiro da democracia. Cada ser humano
tem, em si mesmo, um valor que ultrapassa qualquer preço, qualquer negociação,
qualquer poder. Com uma vida humana não se negocia; nenhuma, por mais indefesa
que ela seja. Pode estar sujeita à vontade arbitrária de outra pessoa. Um homem,
uma mulher, um idoso, uma criança, um feto, todos eles são fins em si mesmo e
não meios para serem usados de acordo com a utilidade que, eventualmente, têm.
Essa veneração pela vida humana é uma conquista da civilização e, sempre que
foi abandonada nos levaram às piores páginas da história da humanidade.
Por
acabar de vez com uma vida, cheia de possibilidade e futuro, o aborto é um
retrocesso enorme, é destruir uma vida inocente, roubar-lhe a chance de vir à
luz, de viver, sofrer e se alegrar neste mundo.
A
gestante pode sim estar passando por momentos dificílimos, mas o aborto jamais
será a solução. Nós precisamos gritar em alto e bom som por cima dos telhados
de prédios de todo o Brasil. Nós escolhemos as duas vidas. É preciso proteger a
dignidade da vida humana em todas as fases do seu desenvolvimento. Sem esse
respeito e essa proteção, não há democracia plena.
O
segundo ponto essencial é que a DPF 442 fere a separação entre os poderes. O
povo brasileiro já se manifestou, por meio de seus representantes, de forma
clara, contrário ao aborto.
O código
penal o proíbe. Todas as tentativas de alterar essa legislação não prosperaram
no Congresso Nacional. Isso porque o Congresso se omitiu, ou não quis tratar do
tema? Não, mas porque o povo brasileiro é contra o aborto.
Diante
disso, aqueles que querem a legalização da prática no Brasil se voltaram para o
Judiciário, para levar sua pauta. Mas como 11 juízes, que nunca receberam um
voto sequer, podem contrariar a expressa votação da
população?
Esse
tipo de ativismo judicial causa um desequilíbrio grave no funcionamento da
nossa democracia. O Judiciário passa tomar o lugar do Legislativo, e as pautas
mais polêmicas deixam de ser objeto dos debates políticos, e passam a ser
decididas nos gabinetes dos ministros.
Onde
está a separação entre os poderes? Onde está o respeito à vontade popular? Onde
está a democracia? A legalização do aborto não é aceitável de forma alguma,
mas, fazendo por meio de uma decisão judicial, é um atentado maior ainda à
democracia.
Em um
corpo saudável, cada órgão exerce uma função, e no sistema político de um país,
não pode ser diferente. Por isso, quero expressar aqui a minha total
discordância com a DPF 442, que foi objeto de audiência pública no Superior
Tribunal Federal nos últimos dias.
Peço a
todos os brasileiros que saiam das redes e vão às ruas, para as praças, para as
tribunas. Que a nossa voz seja a voz dos indefesos e da democracia, e peço aos
meus amigos prefeitos, vereadores, demais colegas deputados, senadores, para
que, unidos como representantes eleitos pelo povo, denunciem, através de moções
de repúdio, essa usurpação de poderes.
Que o
Supremo Tribunal Federal reconheça que o âmbito correto para esse tipo de
decisão é o Parlamento, e se aceitar analisar o tema, julgue improcedente o
pedido, em respeito à vida dos milhões de brasileiros que estão por nascer.
Um país
que não protege a vida de seus filhos e que não respeita separação entre os
poderes já se perdeu no caminho. Digamos, pois, não à DPF 442. Esse é o meu
apelo. Esse é o apelo da vasta maioria dos brasileiros.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. MÁRCIO CAMARGO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o deputado Orlando Bolçone já mencionou a Juco,
lá de Osasco, que eu tive o prazer de conhecer no ano passado.
Eu já
participei de algumas reuniões lá. A Juco tem 56
anos, e ela forma por ano de 600 a 800 alunos, de 15 e 16 anos, a mesma idade
de Osasco tem a Juco. A presidente é a Daniela Yuri,
e a supervisora Érica.
Sejam
todos bem-vindos a esta Casa. Iremos conversar um pouco agora, mas esta é a
Casa de Leis, que está à disposição da população do estado de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Vaz de Lima.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a minha manifestação na tribuna hoje é também sobre o tema do aborto. O Supremo Tribunal Federal está julgando uma ação do PSOL, propondo a descriminalização do aborto.
A manifestação que irei fazer aqui não é diferente da minha história de vida, porque entendo bem disso, convivi lá na família com isso, tenho formação cristã e religiosa. Por uma questão de fé e de experiência da vida e do dia a dia, sou absoluta e frontalmente contra o aborto.
Aliás, quando estive em Brasília, tive a oportunidade de falar sobre esse tema numa das comissões em que se discutia o direito do nascituro. Lá já expus essa minha posição que coloco aqui de novo. Sou absolutamente contra o aborto por questões de consciência, religiosas e de formação.
Pior do que isso, o Supremo está, infelizmente, se metendo numa coisa em que não podia e não devia se meter. A ministra que recebeu a ação deveria ter, liminarmente, arquivado o pedido, porque a Constituição brasileira diz claramente, no seu Art. 60, que há algumas coisas que não podem ser modificadas, as quais passamos a chamar de cláusulas pétreas.
Uma delas é exatamente essa. Quando você se remete ao Art. 5, ele diz claramente que há no Brasil o direito à vida. Essa cláusula pétrea não pode ser mexida por lei, proposta de emenda constitucional nem medida provisória. Só poderia se mexer nisso se houvesse uma nova constituinte, e essa constituinte viesse a modificar esse entendimento.
Por que o Supremo não pode fazer isso? Porque a Constituição já diz que não pode. Isso é uma cláusula pétrea. Portanto, nem os ministros, que não são eleitos e não sofrem pressão da sociedade, podem fazer do jeito que querem. Eles não podem fazer isso. Estão invertendo tudo no Brasil.
Na verdade, vou reafirmar: sou contra o aborto. Trabalharei o tempo todo contra o aborto. Se, em algum dia, a sociedade quiser discutir isso, tem que discutir não no bojo do Supremo, mas numa nova constituinte, em que a sociedade organizada poderá fazer a legítima pressão em senadores e deputados. Aí sim há uma nova realidade.
Quero deixar isso com muita clareza aqui, associando-me àqueles que têm defendido a vida. Sou defensor da vida, portanto, sou frontalmente contra o aborto.
O SR. DAVI ZAIA - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as
lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos
trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo
entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Davi
Zaia e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.
Está
suspensa a sessão.
* * *
-
Suspensa às 15 horas e 14 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31
minutos, sob a Presidência do Sr. Carlos Cezar.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CARLOS CEZAR - PSB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, passaremos à Ordem do
Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CARLOS CEZAR - PSB - Há sobre a mesa requerimento
de inversão da Ordem do Dia, a fim de que a matéria constante no item 3, PL
129/2018, passe a constar como item 1, renumerando-se os demais itens.
Em
votação o requerimento.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela liderança da Minoria.
O SR. PRESIDENTE -
CARLOS CEZAR - PSB - Para encaminhar a votação
pela liderança da Minoria, tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Alesp,
público que nos acompanha pelas redes sociais, a Casa está praticamente parada,
e está parada por um motivo, porque foi decretado o fim dos trabalhos pelo
presidente Cauê Macris. Talvez esta seja a primeira vez em um legislativo - e o
Legislativo Paulista é o maior do Brasil, da América Latina e um dos maiores do
mundo - que se toma a decisão de não trabalhar. Eu fico imaginando o que a
população fica pensando dos deputados do estado de São Paulo.
E isso
não acontece por falta de temas importantes para discutirmos, aprofundarmos e
votarmos, temas que mexem com a vida e com o dia a dia do povo do estado de São
Paulo. Há projetos importantes de deputados - como o projeto da deputada
Analice Fernandes, que reduz a jornada de trabalho dos enfermeiros - que
precisam ser pautados para que sejam discutidos, aprofundados, melhorados - se
houver o que melhorar - e colocados em votação.
Há
também o PL 31, que é uma polêmica enorme. O estado todo tomou conhecimento
desse projeto, que proíbe o transporte de cargas vivas no estado de São Paulo.
Nós tivemos por mais de seis semanas os ativistas e protetores dos animais
lotando as galerias e os corredores, conversando com os deputados, e
infelizmente o presidente não tem a coragem de pautar, porque se pautar a
grande maioria dos deputados votará sim, e tem o compromisso do governador
Márcio França de sancionar. E por que ele não pauta? Porque ele fez uma
consulta - daquele jeito - ao Colégio de Líderes, mesmo que dirigindo, que
aqueles projetos que não tivessem consenso não seriam pautados. Num Parlamento
em que não se discute um projeto, mesmo com divergência, fica esquisito o
presidente tomar essa decisão.
E agora temos um projeto do Executivo, do empréstimo da Sabesp, que
está na Ordem do Dia para ser votado, que também precisaria de mais discussão.
Foi discutido ontem, foi encerrada a discussão, mas como votamos um projeto e
não votamos outro? Como votar esse e não termos votado o Ipesp,
que o governo também queria? Então fica esquisito. Esse também não tem
consenso. E de repente o presidente da Casa pauta esse que não tem consenso e
não pauta outros que não têm consenso que precisariam ser pautados, como o 31. Então, a bancada do Partido dos Trabalhadores está
muito tranquila, com posição fechada, que somos favorável
a votar, discutir todos os projetos, aqueles que têm consenso, mas também
aqueles que não têm. Quando não se tem consenso, tentamos construir e não é
possível, só existe uma forma na democracia e no Parlamento, é trazer ao
plenário, pautar, gastar o tempo necessário que o Regimento permite para fazer
a discussão. E quando não se chaga a acordo nenhum, obviamente coloca-se em
votação e decide-se no voto. Só que o presidente Cauê Macris, aqui no estado de
São Paulo, pegou outro rumo. Para ele, alguns projetos de interesse dele,
pessoal, são pautados, mas aquilo que não é de interesse dele, do Geraldo
Alckmin e do Doria, isso ele tira, engaveta. É isso que está acontecendo aqui
no Parlamento.
Mais uma vez eu digo: acho que é a primeira vez que
acontece no Parlamento que o presidente da Casa, que é quem tem que conduzir os
trabalhos, decreta que até dia 7 de outubro - faltam dois meses - a Casa
não vota mais nada. Ele não pauta mais nada, a não ser como é o caso daquilo
que interessa a ele e talvez a uma meia dúzia. Ele foi eleito e talvez tenha
sido o presidente que mais recebeu votos dos deputados, inclusive deste
deputado da bancada do Partido dos Trabalhadores. Ele foi eleito pelos 94
deputados, inclusive ele. Então ele tem que atender as necessidades, aquilo que
o Regimento permite, da grande maioria dos deputados, e não simplesmente fazer
uma pesquisa, um levantamento entre os líderes partidários e tomar uma decisão dessa, que é uma decisão vergonhosa.
Sinto-me envergonhado por pertencer a um Parlamento, de ter um
presidente como o deputado Cauê Macris que toma uma decisão dessa.
O que o povo de São Paulo vai dizer se praticamente parar o estado de São
Paulo, no que se refere à Assembleia Legislativa, até as eleições? É uma grande
vergonha. Outros presidentes passaram por aqui. Sou deputado desde 2002, estou
no quarto mandato, e nunca vi um presidente tomar uma decisão dessa. Nunca vi um presidente, por mais que ele fale que
consultou os líderes, não colocar em discussão se tínhamos que trabalhar até o
mês de outubro ou não. É um absurdo o que aconteceu na Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo. Por isso que está tudo parado. Por isso que temos as
comissões permanentes sem quórum há tempos. Sou da Comissão de Finanças e
Orçamento e Planejamento e faz pelo menos dois meses que não temos quórum nas
reuniões. Temos a LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, que deveria ser
aprovada, votada e discutida até o dia 30 de junho. Estamos em 8 de agosto e a
LDO não saiu da Comissão de Finanças e Orçamento.
Aparece
o presidente, eu apareço, o deputado Barba aparece, e os demais deputados não
aparecem na Comissão. Nem sequer o relator da LDO aparece na Comissão para as
reuniões.
Essa é a
situação. Esse é o quadro. Esse é o raio-x da Assembleia Legislativa: uma
paralisia total. E, aí, tem uma pessoa que é culpada por capricho próprio, por
fazer aquilo que determinados candidatos determinam para ele, que é não votar
mais nada aqui.
Ele
imagina que com isso vai atrapalhar o candidato que hoje ocupa o Governo, que é
o governador Márcio França. Apenas três meses de oposição e o comportamento
pequeno, medíocre que o nosso presidente da Casa está tendo. Ele decretou que
não se trabalha na Assembleia Legislativa. Faz uma consulta com alguns líderes
e tomaram essa decisão. Como vai explicar para a população, que já não tem um
olhar bom do parlamento, dos deputados?
Ele
simplesmente decreta o fim dos trabalhos até outubro. Só voltará depois das eleições.
Enquanto não votar o 31 a bancada o Partido dos Trabalhadores vai se manter em obstrução, a não ser que tenha o acordo de se
votarem outros projetos importantes.
Caso
contrário, vamos nos manter em oposição. E, digo a ele que ele vai ter dias difíceis.
Mesmo depois da volta, em outubro. Praticamente, ele encerrou o mandato de
presidente da Assembleia Legislativa.
Porque
isso aqui vai repercutir depois das eleições; uma decisão dessa
é imperdoável, não podemos aceitar. Pergunte para os 94 deputados se tem
consenso de não votar mais nenhum projeto, de não pautar.
* * *
- Assume
a Presidência o Sr. Cauê Macris.
* * *
Pergunte
aos 94 deputados se não tem uma maioria aqui na Casa que quer votar o Projeto
31. Por que o presidente, que chegou agora para presidir, não pauta esse
projeto?
Então, a
bancada do PT, por meio da minha líder, a líder da Minoria, deixa bem claro que
nós estaremos aqui para votar, mas não só os projetos que o presidente quer
pautar: aqueles que têm necessidade de serem votados, que a população do estado
de São Paulo precisa.
Também o
projeto da Sabesp, do empréstimo, é importante votar; o do Ipesp
é importante votar; o das enfermeiras; e o PL 31, que já não é um projeto mais
do deputado Feliciano, mas, sim, um projeto do estado de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Primeiro, é injusta a
crítica que o nobre deputado Enio Tatto faz a este presidente. Primeiro, porque
a proposta de debater o papel do Parlamento durante o período do processo
eleitoral partiu da líder do PT no Colégio de Líderes.
O
deputado Enio Tatto, infelizmente, não está informado. Eu acho que não está
tendo reunião, então, da bancada dele, sobre a proposta de quem surgiu.
Segundo,
que nós estamos aqui exatamente para votar. Na hora em que ele sobe ao plenário
e à tribuna para dizer que nós não estamos trabalhando, eu queria saber e
indagar aos outros nobres deputados o que nós estamos fazendo exatamente neste
momento aqui na Assembleia Legislativa.
Também
gostaria de indagar ao nobre deputado Enio Tatto onde ele estava ontem à noite,
porque eu não me lembro de ele ter respondido a chamada aqui às dez e meia da
noite, quando nós todos estávamos no plenário trabalhando.
O que
ele precisa compreender é que o parlamento é feito de divergências e convergências.
Esse é o papel do parlamento. Vossa Excelência está mal acostumado
a não compreender que nada se ganha no grito, tudo se constrói. A hora que a
ampla maioria da Casa decide, eu, como presidente do Legislativo, não vou
atender apelos.
O senhor
pode subir aqui todos os dias, como tem feito constantemente, criticar esta
Presidência; não há problema nenhum a respeito disso. Mas, no grito, as coisas
não vão funcionar. Vossa Excelência talvez não tenha lido ou estudado o projeto
que estamos votando no dia de hoje. O projeto garante mais de 400 milhões de
dólares ao governo do estado de São Paulo. É um projeto importante para o líder
do Governo, que está rotulando esse projeto como prioridade do Governo nesta
Casa.
Vossa Excelência não participou do Colégio de Líderes que tomou a
posição, não de não votar os projetos de não-consenso.
Mas de adiar esses projetos para novembro, para que pudéssemos votar aqueles
projetos que são importantes e têm consenso. Essa foi a
posição do Colégio de Líderes. Mas, na ânsia de me criticar - fique à vontade
para fazê-lo em qualquer momento - V. Exa. equivoca-se.
Talvez, seja importante V. Exa. participar
um pouco mais da vida da Casa e participar um pouco mais dos debates da Casa.
Ou, no mínimo, consultar a sua líder, antes de vir falar coisas que não sabe o
que está colocando.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a
palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. pelo tempo
regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- Para encaminhar em nome da liderança do PSOL.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra em nome da liderança do PSOL.
O SR. DAVI ZAIA - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Quero dizer que ouvi as palavras do deputado
Enio Tatto. Quero registrar que esta Casa funciona por debates e por acordos.
Este tem sido o funcionamento regular desta Casa. A bancada do PT tem sido - porque
foi, historicamente, e é oposição nesta Casa - a bancada que mais tem se
utilizado, talvez, dos expedientes regimentais. Seja de obstrução, seja de
forçar o debate, lendo votos e inscrevendo as pessoas para debater.
Para fazer aquilo que é a essência desta Casa: debater e ter
acordo. Ou, eventualmente, obstruir quando é o caso. São as formas regimentais
que se têm, de fazer o funcionamento desta Casa. O que estamos tendo nesta
Casa, nesse momento, é isso. O conjunto dos deputados, conforme a sua posição,
tem feito isso. Tem, ora participado das comissões e debatido, como fizemos,
aliás, durante praticamente todo o recesso.
Não tivemos o recesso, então ficamos aqui e discutimos todos esses
projetos: os polêmicos e aqueles que não são polêmicos. Quero fazer um registro
sobre a atuação de V. Exa. como presidente. Era uma
tradição desta Casa, de só se pautar projetos de deputados onde havia acordo.
Vossa Excelência avançou nesse momento ao pautar, inclusive, projetos que não
tinham acordo, para que pudessem ser debatidos. Só por isso o Projeto 31, que
tem sido tão falado, está em condições de ser debatido no plenário.
Porque, se adotássemos o critério anterior, de que os projetos de
deputados que não tinham acordo, teriam que tramitar pelas comissões, esse
projeto ainda estaria tramitando em várias comissões: Comissão de Constituição,
Justiça e Redação, depois a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, depois a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Que é a
tramitação normal.
Temos, hoje, vários projetos em condição de serem debatidos nesta
Casa, neste plenário. E até já foram debatidos aqui, em função da decisão de V.
Exa., como presidente da Casa, de colocar isso.
Portanto, acho que V. Exa., como presidente, tem tido
uma posição de permitir o debate.
Tivemos uma maioria no Colégio de Líderes que optou para que, nesse
período, debatêssemos e votássemos, se fosse o caso,
os projetos que tinham algum consenso. E aqueles que não tinham consenso e
provavelmente demandariam debate, não significa que seriam votados
imediatamente.
Projeto que não tem consenso, vai demorar. Pode-se debater por seis
horas. Isso demora, então, não seriam votados imediatamente. Estaríamos aqui
debatendo. Optamos por debater esses projetos, justamente, depois do processo
eleitoral. Até porque são projetos que, debatidos agora ou depois, vão ter os
seus efeitos. Exceção feita a esse projeto que estamos discutindo hoje, pois ele
tem um prazo.
E faço um registro: não são
400 milhões de dólares para o Governo do Estado de São Paulo. São 400 milhões
de dólares para o povo do estado de São Paulo, que vai ter o benefício de ter
um avanço no processo de despoluição do Rio Tietê, que é fundamental para o
nosso estado.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quem determina o que
devo fazer sou eu e minha bancada. Tenho que dar satisfação de meu mandato aos
meus eleitores.
Vossa Excelência não sabe que
ontem utilizei a tribuna. Eu estava aqui. Tive que sair às 19 horas para fazer
uma agenda fora. Com certeza, ontem - e eu não precisaria dar satisfação a V. Exa.-, eu
não estava como V. Exa., que tirou 15 dias no recesso
para passear e deixou a Casa à deriva. Foi justamente
nesse período que se agravaram os problemas, pois não foram pautados os
projetos necessários, principalmente a LDO, que teríamos a obrigação de votar
até o dia 30 de junho.
Vossa Excelência mal sabe
que, quando V. Exa. estava
viajando durante 15 dias na época do recesso, quando todos os deputados estavam
nesta Casa, estávamos aqui dia e noite, durante todo o período, todo o mês de
julho, que é o mês de recesso. Este deputado estava não só neste plenário,
usando a tribuna, fazendo reuniões, atendendo a população em seu gabinete, mas
também na Comissão de Finanças e Orçamento, mesmo não dando quórum, pois a
bancada de V. Exa. não dava
quórum e não deixava aprovar nada lá, principalmente a LDO. E V. Exa. não estava aqui nesta Casa.
Além disso, V. Exa. está faltando com a verdade
quando fala que a minha líder concordou e propôs que não votássemos projetos
que não fossem de consenso. Nesse dia, eu estava no Colégio de Líderes, mesmo
não sendo líder. Vossa Excelência sabe muito bem que frequento o Colégio de
Líderes, mesmo não sendo líder. Em nenhum momento a minha líder, deputada Beth
Sahão, propôs que não votássemos nenhum projeto.
Então, V. Exa,
como presidente desta Casa, mantenha-se como presidente desta Casa. Se V. Exa. quer fazer discurso e atacar
os deputados desta Casa, saia da Presidência e use a tribuna. Na Presidência,
V. Exa. tem que presidir, e
não simplesmente atacar de forma desonesta os deputados desta Casa.
Mais uma vez, a nossa posição
é clara: V. Exa. articulou
para que não se votasse mais nada, a não ser aquilo de seu interesse, até as
eleições. Essa foi a determinação e é isso o que está
acontecendo.
Por que V. Exa. não pautou outros projetos?
Projetos do Governo ou de deputados? Mesmo que não tivessem consenso! A PEC 5
não tinha consenso e V. Exa. a
pautou. O projeto do empréstimo tem divergências, tanto é que ontem foi pedida
a verificação e hoje será pedida novamente. Então, também não tem consenso e V.
Exa. pautou. O PL 31 não tem
consenso? Por que V. Exa. não
tem coragem de pautar? Faça como na PEC 5 e no projeto da Sabesp e paute!
Era isso, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em primeiro lugar, não é V. Exa. que vai dizer o que tenho que fazer. Do mesmo jeito que V. Exa. não deve satisfações, eu
também não as devo a Vossa Excelência. Devo satisfações ao povo paulista.
Em segundo lugar, quem veio
atacar o presidente foi V. Exa.,
da tribuna, pelo segundo dia consecutivo. Não estou vindo atacar ninguém e
nunca o fiz desta Presidência. Quem tem atacado este presidente é V. Exa., talvez por um jogo
político, que eu compreendo. Mas quem
tem atacado é Vossa Excelência.
Em terceiro lugar, V. Exa. fala daquilo que não sabe. Eu
não disse nada disso, que a deputada Beth Sahão teria concordado com o
adiamento da discussão do PL 31. O que eu disse é que quem propôs uma
metodologia durante o processo eleitoral na Assembleia Legislativa foi a deputada Beth Sahão. E foi exatamente o que aconteceu.
Muitas vezes, quando se sobe
a esta tribuna, uma mentira dita mil vezes vira uma verdade. Não vou permitir
isso.
Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente e telespectadores da TV Assembleia, primeiramente quero
registrar minha indignação com o que está acontecendo na Assembleia
Legislativa. Nós não concordamos com esse encaminhamento que foi dado no
Colégio de Líderes. Nós do PSOL nos posicionamos contra essa pauta e esse
acordo que foi estabelecido.
Para nós, é
inconcebível que esse projeto seja debatido agora, havendo uma inversão para
que se faça o debate e a votação de um projeto de lei que autoriza o Executivo
a fazer um empréstimo de 550 milhões de dólares com o Bid e o Bird, organismos
multilaterais, sem que haja um profundo debate. Isso é grave demais. Esse
projeto atravessou a pauta aqui e entrou como prioridade. Um absurdo. Envolve
milhões e milhões de reais que serão canalizados para a Sabesp.
Nós já propusemos aqui,
inclusive, uma CPI para investigar a Sabesp. Temos várias denúncias de
corrupção e malversação dos recursos da Sabesp. Já apresentamos requerimentos e
tentamos investigar, aqui na Assembleia Legislativa, o que foi feito com os
recursos para a despoluição dos nossos dois rios - o
Pinheiros e o Tietê. Quantos milhões já foram gastos, investidos, e nada
de despoluição? Há muita falcatrua nisso aí.
E agora a Assembleia
Legislativa assina um cheque em branco para que o Executivo estadual faça um
empréstimo de 550 milhões de reais do Bird
e do Bid. O projeto tem que ser mais debatido; ele
não pode atravessar a pauta de projetos importantes que nós queremos votar
aqui. Nossa pauta é outra; não é essa. Nossa pauta, em primeiro lugar, é o PL
31, um projeto que para nós é estratégico aqui no estado de São Paulo. Nossa
pauta é, sobretudo, o PL 123, que é o projeto do Ipesp,
dos advogados e serventuários, dos cartorários.
Esse projeto é muito
importante, porque os nossos advogados e cartorários já estão sendo
prejudicados. Foram surpreendidos com um desconto, um
aumento da contribuição previdenciária, de 5% para 20%. Conseguimos, agora, via
OAB, congelar esse reajuste, esse assalto, esse segundo golpe contra os
advogados e cartorários. Eles já foram golpeados pela Assembleia Legislativa
também, em 2009 e 2010, com a aprovação de duas leis do ex-governador José
Serra: a 13.549, de 2009, que colocou a carteira previdenciária dos advogados
em processo de extinção; e depois, em 2010, a Lei 14.016, que também a colocou
em processo de extinção.
Não fosse a Adin que nós encaminhamos ao Supremo Tribunal Federal,
depois da tragédia aprovada aqui... Depois do crime, do estelionato, do golpe
contra esses dois segmentos de profissionais, nós fomos ao STF, através do
diretório nacional do PSOL. Articulei isso com nossa presidente à época, a
senadora Heloísa Helena. Nós assinamos as Adins e
tivemos vitórias parciais, obrigando o estado a se responsabilizar pelas duas
carteiras, pelo menos se responsabilizando pelos advogados e pensionistas. Foi
uma vitória parcial. Acontece que os outros que continuavam pagando ficaram no
limbo, ficaram numa situação extremamente vulnerável, sem saber se iriam um dia se aposentar ou não.
Depois de muita luta, resistência e pressão, o governo foi obrigado a
apresentar um projeto, agora, em cima da hora, que foi melhorado aqui por conta
das nossas intervenções. Então, houve a melhora por conta da emenda
aglutinativa...
O
SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Sr.
Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O pedido de V. Exa. é
regimental. Convido os nobres deputados Cássio Navarro e Welson Gasparini para
auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, a
Presidência constata número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas em
plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e
agradece a colaboração dos nobres deputados Welson Gasparini e Cássio Navarro.
Continua
com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Sr. Presidente, eu estranhei essa interrupção no meio
do meu encaminhamento, o deputado Cássio Navarro pedir verificação de presença.
Normalmente a verificação é solicitada após a fala do deputado. Pelo menos
existe essa tradição, então isso me estranhou. Mas tudo aqui é estranho agora.
Estamos vivendo uma situação inusitada e surreal na Assembleia Legislativa,
onde um projeto que acabou de ser protocolado já passa na frente dos outros,
porque, como eu disse no início da minha intervenção, nós não fizemos acordo
nenhum.
A
bancada do PSOL foi contra esse acordo de congelar os trabalhos. A nossa
prioridade, como eu disse, é o PL 31, é o PL 123, é o projeto da redução da
jornada de trabalho das enfermeiras, é o nosso PL 24, que acaba com a duzentena
e a quarentena dos professores da categoria “O”, são os projetos dos deputados.
Enfim, a nossa prioridade é outra, é a LDO que nós queremos debater e
aprofundar, não é esse projeto que, estranhamente, atravessa a pauta, um
projeto que autoriza o Executivo estadual a fazer um empréstimo de 550 milhões
de dólares para Sabesp despoluir o rio Tietê.
Nós
já sabemos a história da despoluição do rio Tietê, do rio Pinheiros. Nós já
tentamos até aprovar CPI para investigar o que foi feito com os recursos ao
longo desses 30 anos em que milhões e milhões de dólares foram investidos na
despoluição tanto do rio Tietê como do rio Pinheiros, e nada aconteceu. Aonde
foi esse dinheiro, esse recurso? O próprio governo obstruiu a nossa
investigação. Então nós, do PSOL, não vamos aprovar esse projeto assim. Nós
queremos debater, nós queremos realizar audiências públicas em torno dele.
Até
porque, como eu disse, as prioridades são outras. Nós estamos debatendo outros
projetos, o PL 31, o PL 123, sobre o qual eu estava falando da situação,
resgatando o histórico das ações que nós tivemos em relação à defesa da
aposentadoria desses trabalhadores que foram penalizados em 2009, 2010 pelo
próprio PSDB, pela Assembleia Legislativa inclusive. Agora eles estão sendo
golpeados de novo e sendo vítimas de outro estelionato, mas agora pior, porque
o projeto que nós queremos votar, o 123, é do PSDB. O
PSDB apresentou-o e está obstruindo o próprio projeto.
A
bancada tucana está aqui prestando um desserviço a toda a população do estado
de São Paulo e mostrando que ninguém mais leva a sério mesmo partido político,
porque o partido quando é governo tem uma posição, quando é oposição tem outra
posição. O que reina entre os partidos políticos é a incoerência total e esse
tem sido o comportamento da bancada do PSDB, obstruindo um projeto. Só que eles
estão brincando com pessoas, com pessoas idosas, com pessoas da terceira idade
que dependem dessa aposentadoria para sobreviver. Isso é desumano, inclusive.
Eles estão brincando com as pessoas, porque se o projeto não for aprovado o
aposentado, o pensionista vai ter que dar uma contribuição não de 5%, mas de 35
por cento. É o que quase aconteceu agora se não fosse a
intervenção da OAB, que conseguiu uma liminar suspendendo
esse desconto.
Então, faço um apelo aos deputados para que nós possamos priorizar
esses projetos que eu citei aqui, o PL nº 31, o PL 123, que é um projeto
importante, o da enfermagem, da redução da jornada de trabalho das enfermeiras,
o nosso PLC nº 24, dos nossos professores categoria “O”, a LDO, a qual nós
apresentamos muitas emendas importantes para a LDO melhorando e canalizando
recursos para as áreas sociais. Essa
tem que ser a pauta para a Assembleia Legislativa e não votar empréstimo
duvidoso como esse, que vai beneficiar muitas empreiteiras; é muito dinheiro em
jogo. Fico imaginando aqui a quantidade de dinheiro que será canalizada para as
grandes empresas de São Paulo que sempre contribuíram com campanhas eleitorais.
Sr. Presidente, quero fazer esse
debate com mais profundidade. Por isso que nós queremos outra pauta que não é a
desse projeto.
Então,
vamos continuar aqui insistindo para que a Assembleia Legislativa paute e vote
esses projetos que eu citei aqui há alguns minutos. E lamento, pois é
inconcebível que o Governo não tenha número; o Governo não consegue colocar 48
deputados para votar esse projeto. Isso é uma vergonha. E nisso o PSDB está
ajudando mas, mesmo assim, o Governo não consegue
aglutinar 48 votos. Isso só mostra que a Assembleia Legislativa está à deriva,
está sem Norte, sem Sul, sem liderança; não sabemos aonde vai parar tudo isso.
Então, PL nº 31, PL 123, são esses dois que nós queremos votar imediatamente.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero
aproveitar e fazer um comentário, já que foi dito o meu nome aqui pelo deputado
Carlos Giannazi, deputado que eu admiro e sei da sua grande luta aqui na
Assembleia Legislativa. Obedecendo ao Regimento Interno fiz este pedido de
verificação até porque entendo que temos que lutar para que a Assembleia
Legislativa possa ter bons debates. Mas confesso que esta Casa não deva ser
palco de algo que eu chamaria até de desrespeito. Afinal o que presenciei aqui
há pouco foi um desrespeito ao presidente desta Casa, que sei tratar-se de uma
pessoa íntegra, digna e que tem todo o direito de tirar licença, assim como
qualquer deputado desta Casa, independente qual seja o seu destino, qual seja o
motivo, mas tem esse direito garantido. Então, não cabe a nós deputados, aqui,
questionar qual a razão.
Foi dito
aqui que, na sua saída, houve um caos nesta Casa, o que discordamos, pois a
deputada Analice Fernandes assumiu a função e exerceu muito bem o seu trabalho,
respeitando aquilo que nós deputados temos a obrigação de
respeitar, que é tudo aquilo que é discutido no Colégio de Líderes para que,
posteriormente, venha para este plenário aquilo que é importante ser
discutido, mas com respeito.
Quando a
matéria não é acordada no Colégio de Líderes muitas vezes se foge à mão e
acabam acontecendo coisas que não deveriam acontecer neste plenário.
Por isso
peço a todos os deputados que mantenham a tranquilidade, a calma, cautela para
que não falte respeito entre companheiros desta Casa, pois caso contrário nós
não construímos nada. Mais uma vez quero dizer que o nosso presidente tem todo
o crédito à frente dos trabalhos desta Casa, que sempre honrou com todo o
acordo traçado no Colégio de Líderes e que, portanto, não deve nada e não tem
do que se defender ou se desculpar nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o requerimento de
inversão. Em votação o requerimento. Em votação. As Sras. Deputadas, e os Srs.
Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr.
Presidente, solicito, regimentalmente, uma verificação de votação.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de
votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que
forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem
contrários deverão registrar o seu voto como “não”.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, se for possível, quero colocar a bancada do PT também no pedido de
verificação.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Verificação conjunta, junto
com o nobre deputado Carlos Giannazi. Está pedida a verificação conjunta.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr.
Presidente, declaro a obstrução da bancada do
PSOL.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de
obstrução da bancada do PSOL.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr.
Presidente, declaro a obstrução da bancada do PT.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de
obstrução da bancada do PT.
O SR. MILTON LEITE FILHO - DEM - Sr.
Presidente, declaro a obstrução da bancada do DEM.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de
obstrução da bancada do DEM.
O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Sr.
Presidente, declaro a obstrução da bancada do
PSDB.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de
obstrução da bancada do PSDB.
O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Sr.
Presidente, declaro a obstrução da bancada do PRB.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PRB - Registrada a declaração de
obstrução da bancada do PRB.
O SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - Sr.
Presidente, declaro a obstrução da bancada do PP.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de
obstrução da bancada do PP.
O SR. EDSON GIRIBONI - PV - Sr. Presidente, gostaria de
informar que a bancada do PV está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a
manifestação de obstrução da bancada do PV
O SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do MDB está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a
manifestação de obstrução da bancada do MDB.
O SR. CAIO FRANÇA -
PSB - Sr. Presidente, gostaria de
informar que a bancada do PSB está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a
manifestação de obstrução da bancada do PSB.
O SR. ANDRÉ DO PRADO - PR - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PR está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a
manifestação de obstrução da bancada do PR.
A SRA. MARTA COSTA - PSD - Sr.
Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSD está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a
manifestação de obstrução da bancada do PSD.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Sr. Presidente,
gostaria de informar que a bancada do PRP está em obstrução.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a
manifestação de obstrução da bancada do PRP.
* * *
- É
feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do
processo de votação 29 Srs. Deputados: 25 votaram “sim”, três votaram “não” e
este deputado na Presidência, quorum insuficiente para aprovar o requerimento
de inversão da pauta da Ordem do Dia.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só
para eu me programar, tem alguma extra convocada para hoje?
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento existem duas
extras convocadas.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Qual assunto e qual pauta?
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - A mesma pauta, o projeto da
Sabesp, nas duas extraordinárias.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Só lembrando que, no Colégio de Líderes, V. Exa.
tomou uma decisão segundo a qual projetos que não
tivessem consenso...
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - De deputados que não tivessem
consenso.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Que não seriam pautados. Esse da Sabesp dá para perceber que não
tem consenso. Não teve consenso ontem, foi pedida a verificação, não deu para
aprovar, e, mais uma vez, a inversão, hoje, não foi possível.
Por quê?
Porque não tem consenso para esse projeto da Sabesp. Portanto, esse projeto
também deveria ser colocado para depois de outubro, dentro das regras que V. Exa. estabeleceu.
Caso
contrário, como pautou esse que não tem consenso, seria importante pautar o 31, que não tem consenso, para fazermos a votação e a
discussão.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Vamos deixar muito claro,
deputado Enio Tatto, que o encaminhamento que foi dado foi em relação a
projetos de deputados sem consenso. A Assembleia Legislativa não se furtará de
sua responsabilidade.
Esse
projeto da Sabesp tem prazo para ser aprovado e este presidente trará ele a
plenário todas as vezes necessárias, até que os
senhores deputados compreendam a necessidade e a importância em relação a
votação desse projeto.
Não foi,
em momento nenhum, discutido a não votação de projetos sem consenso do governo.
Isso ficou muito claro para todos os líderes que deliberaram sobre isso.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - PARA COMUNICAÇÃO - Peço a V. Exa. que, com relação a esse projeto da Sabesp, esse empréstimo,
deixe ele correr dentro da normalidade, como sempre foi feito nesta Casa em
dias normais. Que não tenhamos nenhuma surpresa e que esse projeto não seja
pautado em horários não usuais, como de manhã, sábado, domingo ou em um horário
não usual.
Gostaria
só que V. Exa. permanecesse
com o rito integral desta Casa, para que os deputados não tenham nenhuma
surpresa e possam demonstrar, de forma democrática e respeitosa, o seu voto.
Cada
deputado representa uma grande parcela da sociedade e queremos representá-la.
Esse é um pedido que faço a V. Exa.,
para que mantenha os horários de costume quando coloca as extras ou ordinárias
para votação.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Para que não exista nenhuma
surpresa, já deixo claro: utilizaremos segundas-feiras, sextas-feiras, horários
pela manhã, pela noite, durante toda a semana, com a possibilidade da votação
do projeto.
Vamos
fazer. Já estou avisando para que não existam surpresas. Sábados e domingos, pode ficar tranquilo, não faremos votação e convocação de
sessões extraordinárias, mas, durante a semana, de segunda a sexta, é possível,
o regimento permite, e faremos a votação sem nenhum problema. Os deputados
serão informados.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP -
Para concluir, Sr.
Presidente, quero dizer o seguinte: estou no terceiro mandato nesta Casa e
nunca vi nenhum projeto de lei ser aprovado fora de terça, quarta e quinta. Eu
acredito que esta seja talvez a primeira vez em que se aprova um projeto em uma
segunda ou sexta-feira, inclusive de manhã. Para mim, isso é um casuísmo, um
oportunismo totalmente fora da realidade que quer pegar deputado de calça curta
e fora de contexto. Ou seja, se houver 24 na lista, aprova com deputado ou sem
nenhum deputado em plenário. Eu acho que isso é antidemocrático e desrespeitoso
com os demais colegas desta Casa. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Quero apenas registrar que isso não foi o que
aconteceu nos últimos anos. Já tivemos casos, sim, de sessões extraordinárias
fora dos horários tradicionais e convencionais, de maneira muito tranquila.
Essa é a posição de V. Exa.,
que eu respeito, mas ninguém será pego de calça curta, uma vez que estou
avisando que nós poderemos fazer essas pautas às segundas, terças, quartas,
quintas e sextas.
Por
sinal, o deputado Enio Tatto foi à tribuna hoje e disse que a Assembleia não
tem trabalhado, inclusive por determinação deste presidente. Este presidente
está dizendo que faz questão de convocar sessões às
segundas e sextas-feiras também, deputado Enio Tatto, para mostrar inclusive
que nós estamos trabalhando. Acho que é importante essa posição.
O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB -
Sr. Presidente, gostaria de solicitar a prorrogação
dos nossos trabalhos por um minuto e, na sequência, pedir o levantamento da presente
sessão.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Cássio
Navarro, colocarei sua solicitação em votação em momento oportuno.
O SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB -
PARA COMUNICAÇÃO - Quero também dizer que o presidente desta Casa honra o
Regimento Interno. Eu já participei de votações de madrugada, já votei projetos
aqui às seis da manhã, e já houve sessões aos domingos. Portanto, o presidente
está sendo bem coerente. Parabéns, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Estou deixando muito
claro que aos sábados e domingos não faremos sessões extraordinárias. Já estou
avisando isso aos deputados, para que se programem, mas, às
segundas e às sextas pela manhã, existe a possibilidade de se pautar sessão
extraordinária sim, uma vez que nós temos prazo para votar.
Vamos
fazer a convocação das sessões extraordinárias que forem necessárias. Se,
nessas sessões, os deputados entenderem que não devem votar e que se perca o
prazo do financiamento, sem problema nenhum, terá sido uma decisão dos deputados.
Contudo, esta não será uma decisão institucional por parte do Legislativo, que
vai cumprir suas obrigações inclusive por sugestão do deputado Enio Tatto, que
sugeriu que trabalhássemos também às segundas e
sextas-feiras.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu acho que isso
pode acontecer fora do horário, às 9 horas da manhã ou às 10 horas da manhã,
mas acho que há o Colégio de Líderes, que normalmente é utilizado para combinar
essa votação excepcional. No Colégio de Líderes podemos discutir essa sessão
extraordinária e decidir por votar ou não votar, que se aprove ou não aprove,
mas acho que tem que haver uma combinação.
Eu
fui checar isso para ver se realmente ocorreu em outros momentos fora do
horário tradicional, que é a partir das 14 horas e 30 minutos. Houve um
combinado no Colégio de Líderes, e gostaria que isso fosse minimamente
respeitado, porque assim V. Exa. faria
com mais legitimidade.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estou ouvindo a
discussão e quero primeiro cumprimentar V. Exa., que
cumpre um papel importantíssimo nesta Casa como presidente, um papel
institucional, um papel de Estado. Vossa Excelência preside a Assembleia Legislativa,
que é o órgão legislador do estado de São Paulo, e não tem o direito de impedir
que a matéria venha a plenário.
Em
casos desse tipo, seria muita falta de responsabilidade se V. Exa. não fizesse o que está
fazendo. Nós temos todo o tempo para discutir - terça, quarta e quinta. Como o
projeto tem um prazo determinado e o estado de São Paulo pode ser prejudicado,
as pessoas podem gostar ou não gostar do empréstimo, podem não gostar ou não
gostar do objetivo da aplicação do recurso, mas daí a fazer crítica à atuação
de V. Exa., aí não dá.
Eu
me lembro, quando era presidente, que nós chegamos a trabalhar aqui até o dia 23 para 24 de dezembro. Terminamos a sessão às
quatro da manhã, porque tínhamos prazo. Então V. Exa.
está absolutamente coberto de razão. Não vamos ficar
ouvindo essas coisas, não. Está cumprindo o Regimento. Se quiserem fazer
diferente, mudem o Regimento. Não há nenhum problema. Vossa Excelência só tem
que cumprir o Regimento. A meu juízo, neste caso, está cumprindo rigorosamente
e de forma absolutamente cidadã, dando a oportunidade para que as pessoas se
manifestem.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Obrigado,
deputado Vaz de Lima, lembrando também que devemos, inclusive, convocar Ordem
do Dia para segundas e sextas-feiras, além das sessões extraordinárias pela
manhã e pela noite. Então uma sessão extraordinária de manhã, Ordem do Dia à
tarde, e uma sessão extraordinária à noite.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero discordar das intervenções feitas,
porque é um absurdo isso, essa preocupação, esse empenho de V. Exa., que tem o apoio aqui de vários outros partidos, não
do nosso, da oposição, de colocar esse projeto como prioritário, como se ele
fosse um projeto tão importante para o estado de São Paulo, um empréstimo, para
nós duvidoso, de 550 milhões de dólares para a Sabesp, a Sabesp que é
investigada.
Temos várias denúncias contra a Sabesp. Já tentamos investigá-la
aqui e nada, mas esse mesmo empenho que V. Exa. está tendo, chamando várias sessões em vários momentos, às
oito horas da manhã, às 10 horas da noite para aprovar esse projeto, esse
empenho não existe com os outros projetos: com o Projeto de lei nº 31, com o
Projeto de lei nº 123, e com os outros que citei aqui. Então, qual é o
interesse? Parece que o projeto do empréstimo é a salvação do estado de São
Paulo, como se só existisse esse projeto de lei. E para nós, como eu disse, a
nossa prioridade não é essa, e nós estranhamos esse empenho de toda a Assembleia
Legislativa, de vários partidos. Até o PSDB, que estava na oposição, que está
obstruindo o projeto do Ipesp e outros projetos, até o 31 também, se coloca ao lado desse empréstimo. Tem alguma
coisa aí que eu queria entender melhor, 550 milhões de dólares que serão
investidos numa suposta despoluição do rio Tietê. Nós já investimos tantos
recursos, tantos empréstimos foram feitos já pelo Bird, pelo BID, e o rio Tietê não foi despoluído,
muito menos o rio Pinheiros. Mas sei que grandes empresas que foram contratadas
pelo governo do Estado foram beneficiadas, inclusive empresas que financiaram
campanhas do PSDB, de deputados estaduais, de deputados federais. Parece-me que
é isso que está por detrás, porque não é o Bird que vai fazer a obra, nem o BID, mas, sim,
grandes empresas financiadoras de campanhas eleitorais.
Quero fazer aqui essa reflexão com os deputados e com o
telespectador que está nos assistindo, porque queremos aprovar o Projeto de lei
nº 31 e agora o 123, dos advogados e dos cartorários.
Essa tem que ser a prioridade da Assembleia Legislativa. (Manifestação nas
galerias.)
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Não posso admitir que o deputado que me antecedeu
fique com insinuações. Não admito isso. (Manifestação nas galerias.) E por favor, podem parar com essa conversa aí. (Manifestação
nas galerias.)
Excelência, nós vamos ficar com isso? Eu não vou admitir também.
Quero respeito. Se V. Exa. continuar,
eu vou... Pode mandar parar, que isso eu não aceito. Se V. Exas.
toleram, eu não tolero.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço às
galerias que não se manifestem. Se continuar a manifestação, vou ter que
levantar a sessão por conveniência da ordem.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Mande tirar, Excelência. Manda tirar. O que é isso? (Manifestação
nas galerias.)
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- Deputado Vaz de Lima, que
absurdo.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Eu quero falar, tenho que ter respeito. Quero respeito.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- Vossa Excelência é
autoritário e utilizou a tribuna aqui colocando um vídeo para fazer...
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Não aceito essas insinuações. Vá falar com as suas negas.
Insinuação, não. Insinuação, não. Não venha com essa brincadeira. Se V. Exa. age assim, não nos meça com a
sua régua. Não nos meça com a sua régua. (Manifestação nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostaria
de pedir mais uma vez para as galerias não se manifestarem. Ontem, nós fomos
flexíveis em relação à manifestação.
O que
vai acontecer é que das próximas vezes nós corremos o risco de não deixar os
convidados entrarem no plenário, coisa que nunca ocorreu no Legislativo.
Se vocês
continuarem com esse tipo de manifestação, desrespeitando o Legislativo, vai
acontecer de eu determinar a não entrada, coisa que nunca aconteceu e que eu
não gostaria de fazer.
Não
gostaria, mas vai acontecer de eu ter que mandar trancar o plenário e não
deixar mais ninguém entrar.
Vou
passar a palavra para todo mundo, todos vão falar. Todos vão falar. A
democracia pressupõe que as pessoas com legitimidade do voto falem. É esse
direito deles que temos que garantir. É isso que o deputado Vaz de Lima está
cobrando. Isso é democracia.
Nós
sempre tivemos a permanência do público aqui, por várias vezes a galeria esteve
lotada; nunca determinei a retirada de ninguém das galerias, como não vou
fazer. Eu não vou determinar a retirada; se tiver tumulto, vou levantar a
sessão, e vou buscar uma alternativa, inclusive, sob o risco de fechar o
plenário, de fechar a galeria.
Se
continuar esse tipo de postura, convocarei um Colégio de Líderes, única a
exclusivamente, para essa decisão, e vou questionar os líderes sobre o
fechamento do plenário.
E, aí,
vocês não vão ter mais o direito de gritar do jeito que estão fazendo,
desrespeitando esta Casa de Leis. Está acontecendo desrespeito.
Eu vou
garantir a palavra ao nobre deputado Vaz de Lima. Se continuar esse tumulto, deputado Vaz, vou levantar a sessão.
Então,
vou garantir a sua palavra, e, num próximo momento, vamos tomar essa decisão,
porque esse é o tipo de posição antidemocrática.
Deputado
Vaz de Lima, vou garantir a sua palavra, e depois vou
passar a palavra ao deputado Enio Tatto, ao deputado Giannazi e a todos aqueles
que queiram utilizar da tribuna.
Tem a
palavra o nobre deputado Vaz de Lima.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Então, voltando à reflexão. Não é possível ficar com insinuações.
Vossa Excelência é o senhor da Ordem do Dia. É o que está no Regimento. Podemos
gostar do Regimento ou não gostar. Eu mesmo ajudei a fazer uma brutal mudança
no Regimento, com a ajuda de tantos que estão aqui. Soube que depois outras
mudanças foram feitas, mas, neste particular, não foi.
Então,
quem faz a Ordem do Dia da Extraordinária é absolutamente, no caso, o
presidente. Então, V. Exa. não
pode ser criticado por isso. Faça um projeto para fazer a mudança do Regimento.
Vamos discutir o projeto e não venha falar de autoridade, o senhor está
cumprindo o Regimento.
Peço com
toda a franqueza: vamos parar com as insinuações. Pode gostar ou não gostar do
projeto, na tribuna tem tempo de falar. Eu fui presidente como V. Exa. e garanti para todo mundo,
respeitosamente, o uso da tribuna.
Houve
vez em que alguém insinuou isso e quase foi punido, precisei chamar para
conversar. Falei: “Insinuação, não.” Isso é muito ruim. Estou mostrando aqui a
minha indignação com a insinuação.
Ora, o
projeto foi encaminhado, está tramitando normalmente, tem um prazo, porque
senão perde o empréstimo. Vossa Excelência está agindo corretamente. Agora, nós
temos que ficar ouvindo o que está pro trás? O que é isso? Que conversa é essa?
Gostaria
de manifestar isso, e registrar, e pedir a V. Exa. que aplique o Regimento, como está aplicando ao convocar as
extraordinárias, que aplique, também, relativamente àquilo que ocorre dentro do
plenário, garantindo palavra, garantindo democracia, mas, acima de tudo,
cumprindo o regimento no que diz respeito que se tem que ter à democracia.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB – Tem a palavra o nobre
deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO LULA TATTO – PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a
minha bancada discorda totalmente da forma com que se refere ao público das
galerias que vem aqui. Acho que as pessoas têm todo o direito de se manifestar,
sim. Favorável ou contra. Isso, para algumas categorias, alguns segmentos, há
essa preocupação. Para outros, é tolerável. Discordo plenamente.
Segundo. Concordo com o deputado Vaz de Lima que, com a sua
experiência, foi presidente desta Casa. Sempre coloco que o presidente tem a
prerrogativa de fazer a pauta das extras. Por isso cobramos, todos os dias,
diversos deputados: o grande responsável por não se pautar o PL 31 e os outros,
é o presidente da Casa. Porque só ele pode pautar. Se não há acordo, se não há
consenso, ele tem essa prerrogativa. Ele ouve os dois lados: quem é a favor e quem
é contra.
Se não há acordo, ele tem a prerrogativa de pautar. O que ele não
tem, imagino, é a prerrogativa de não pautar um projeto tão importante. Essas
pessoas, os ativistas e os protetores, estão aqui há mais de seis semanas. Vai
fazer dois meses. Mobilizados de forma correta, ordeira e civilizada.
Infelizmente, eles não veem o projeto deles pautado. E agora caiu por terra.
Coloquei que foi determinada uma consulta a alguns líderes, de que só se
votaria projeto de consenso.
Como não há nenhum de consenso, significa que a Casa vai parar. De
repente, o presidente muda radicalmente. Agora, por
causa do projeto da Sabesp, ele está propondo marcar sessão na segunda, terça,
quarta, quinta e sexta. E até de manhã. Aí concordo com o deputado Carlos
Giannazi. Temos que ficar de olho nesse projeto.
Alguma coisa interessante, existe. Porque,
alguns projetos, não há necessidade de pautar. Mas esse projeto da Sabesp, do
empréstimo de 500 milhões, de repente há um esforço extraordinário para se poder pautar. É estranho. E é verdade: nós, da bancada do
Partido dos Trabalhadores, não houve um projeto de empréstimo, do Metrô, da
CPTM, da Sabesp... Discutimos, melhoramos o projeto, mas votamos favorável.
O da Sabesp é para investimento, é para melhorar, fazer coleta de
esgoto, ligar a água e fazer o tratamento. Isso é que não foi feito pela
Sabesp. A questão do rio Pinheiros e do rio Tietê, é verdade. O deputado Carlos
Giannazi colocou.
Lembram quando havia aquelas placas, na época do serra e do
Alckmin? “Nunca mais vai ter enchente aqui no rio Pinheiros. Acabou a
enchente.” Eram os dizeres. Para todo mundo passar nas marginais e lerem isso.
De repente, estamos votando empréstimo novamente para tentar despoluir e evitar
as enchentes da Marginal Tietê e da Marginal Pinheiros.
A quantidade de dinheiro que foi gasto na Marginal Tietê e da Marginal Pinheiros para despoluir e fazer a drenagem, é um
absurdo. Não é à toa que há, pelo menos, meia dúzia - sem exagerar - de pedidos
de CPI para apurarmos os escândalos e o dinheiro desviado da calha do Tietê.
Até hoje, não foi aberta CPI.
Concluindo. Parece-me que o PSDB está propondo uma CPI para
investigar o governador Márcio França, que tem três meses de mandato. Três
meses de mandato, e já querem CPI. O PSDB ficou 26 anos aqui e não deixou
abrirmos nenhuma CPI. E olha que há muita coisa para ser apurada.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só duas
posições, antes de passar a palavra ao deputado Giannazi.
Primeiro, quero colocar que realmente concordo com o deputado Enio
Tatto. A pauta das sessões extraordinárias é de responsabilidade do presidente
da Casa, delegado por todos os deputados. Esse é o nosso Regimento Interno.
Porém, como estamos em um período atípico, este presidente consultou o Colégio
de Líderes.
Líderes que representam 53 deputados da Casa fizeram a opção de
pautar os projetos de deputados, que não tenham consenso, só a partir de
novembro. Essa foi uma posição da ampla maioria da Casa. De outro lado, líderes
que representam 23 deputados definiram essa pauta para agora. Eu, como pessoa
democrática que sou e como sempre fui em todas as
posições da Casa, na nossa Assembleia Legislativa, estou acompanhando a posição
da ampla maioria dos líderes da Casa.
Segundo. Vossa Excelência me criticou hoje, dizendo que a Casa não
trabalha. Quando V. Exa. fala que a Casa não trabalha,
porque não pauto nada na Casa, vem à tribuna criticar este presidente. Quando o
presidente diz que vai chamar sessão às segundas,
terças, quartas, quintas e sextas-feiras, V. Exa. vem
ao microfone dizer que não devo fazer isso.
Então, é difícil de
compreender qual é a vontade. Vossa Excelência quer
trabalhar ou V. Exa. não quer trabalhar? Acho que essa
deve ser a nossa reflexão.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, como fui citado pelo
deputado Vaz de Lima, quero dizer que não fiz nenhuma insinuação ou acusação.
Fiz uma reflexão aberta pedindo que os deputados também o fizessem.
O que chama a atenção é que
são 550 milhões de dólares. Não de reais, mas de dólares. Esse dinheiro vai
beneficiar muitas empresas e empreiteiras que serão contratadas pelo governo
estadual. Isso me preocupa bastante e deve preocupar a todos os deputados.
Temos que fazer essa reflexão, pois são empresas que normalmente financiam
campanhas eleitorais. Todos sabem disso. E o projeto será votado exatamente na
boca de uma campanha eleitoral. Dia 7 de outubro tem eleição para deputado
estadual, deputado federal, senador, governador do estado e presidente da
República. Então, vamos refletir em relação a isso.
Quero também repudiar
veementemente a postura do deputado Vaz de Lima, uma postura autoritária e
ditatorial de atacar as pessoas que estão aqui. O povo é o senhor da Assembleia
Legislativa. Estamos aqui de passagem, somos inquilinos da Assembleia. Quem
manda na Assembleia Legislativa é o povo, que financia o seu funcionamento com mais
de um bilhão de reais. Então, sua postura não combina com esse tipo de
comportamento de ameaçar, falando que vai retirar as pessoas do plenário.
Isso é coisa da ditadura
militar e não combina com o deputado Cauê Macris, que é um dos deputados mais
jovens da Casa. Não combina com a postura dele. Seria um retrocesso sem
precedentes proibir a entrada de pessoas no plenário. Todo poder emana do povo,
é o que está na Constituição Federal. Isso não combina com sua postura
histórica. Vossa Excelência já foi presidente da Casa e nunca se comportou
dessa maneira. Peço que V. Exa. faça uma reflexão
sobre esse pedido ao presidente Cauê Macris.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Giannazi, ponderando sobre a posição de V. Exa., quero registrar
que em momento algum vou determinar a retirada de ninguém do plenário. Não
farei isso dentro de minha gestão.
Porém, se continuarmos com o
desrespeito impedindo a fala dos deputados, vou reunir
um Colégio de Líderes para debater a possibilidade - eu não quero fazer isso -
de fechamento das galerias. Isso eu vou fazer, pois temos que garantir o
direito à fala daqueles que foram eleitos de maneira legítima e democrática.
Isso nós vamos debater. Essa é minha posição.
O SR. FELICIANO FILHO - PRP - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria fazer uma
ponderação que considero muito pertinente, sobre a crise de credibilidade pela
qual esta Casa está passando. Acho que nós, deputados, temos a responsabilidade
de passar para a sociedade que nos colocou aqui que esta Casa não usa dois
pesos e duas medidas, mas sim um peso e uma medida só.
Então, eu queria alertar
Vossa Excelência. No início, quando as pessoas faziam alguma manifestação em
plenário, como foi feita e tolerada na PEC 5, V. Exa. chegou
a encerrar a sessão inúmeras vezes, mostrando o Regimento da Casa. O Regimento
mostrava que V. Exa. poderia cancelar os trabalhos e
assim V. Exa. fez.
Porém, diferentemente disso,
quando houve interesse de V. Exa. por conta desse
projeto da Sabesp, a manifestação foi muito mais intensa, maior, e nem por isso
V. Exa. suspendeu. Então, ora V. Exa segue o
Regimento, quando lhe convém, ora V. Exa. não segue o
Regimento, também quando lhe convém. Então, não tem como passar para a
sociedade uma credibilidade, uma confiabilidade.
Queria alertar V. Exa., que é uma pessoa nova ainda, embora com uma atuação
política antiga. Seu pai foi presidente desta Casa. Quero alertá-lo de que isso
não transmite credibilidade a ninguém.
Queria até fazer uma
analogia: uma senhora, certa vez, foi chamada por um juiz de direito por conta
de uma ação, porque uma mulher, que levou um tapa na
cara de uma senhora, a denunciou por isso. O juiz perguntou: “A senhora, com
essa idade, deu um tapa na cara dessa moça?”, “Dei sim”, “Por quê?”, “Porque eu
estava conversando com ela, que me deu uma baforada de cigarro na minha cara.”
O juiz então falou: “A senhora errou porque deu um tapa,
mas deveria ter dado dois, porque a baforada de cigarro foi muito mais
agressiva do que o tapa que a senhora deu.”
É isso
que está acontecendo nesta Casa. Eu sou partidário quando as pessoas falam que
V. Exa. saiu para passear
porque V. Exa. tem esse
direito. Gostaria muito que V. Exa. fosse passear de novo para que a deputada Analice Fernandes
pudesse assumir e pautar aquilo que a sociedade deseja. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Apenas lembrando, deputado
Feliciano Filho, a posição de V. Exa. é importante, mas o que gera crise na credibilidade desta
Casa são alguns parlamentares que incitam o público, que está presente, à
violência, a radicalizar, à crítica. Só eu já recebi vídeos de mais de quatro
parlamentares incitando esse tipo de posição. O que gera crise de credibilidade
é o deputado que, ao invés de assomar e colocar a sua opinião e entender a
vontade da maioria, fica incitando pessoas que estão
muitas vezes estão defendendo uma causa de boa fé; fica incitando pessoas a
trazer apitos, narizes de palhaço, ou radicalizando palavras de alguns
deputados. É isso que gera crise de credibilidade nesta Casa.
Este
presidente sempre acompanhou, muitas vezes, contra a maioria. Quando o deputado
Enio Tatto afirmou que a PEC 5 não tinha a maioria, eu discordei. A PEC 5 teve
assinaturas de todos os líderes partidários. Se havia uma pessoa contra a PEC 5
nesta Casa era este presidente, que era o único contra. Estou dizendo em
relação à pauta da PEC 5. Todos os líderes da Casa se posicionaram favoráveis à
votação da PEC 5. Incitar esse tipo de posição por parte de convidados,
deputado Vaz de Lima, é o que gera a não credibilidade da Casa.
Ontem
tolerei coisas que não deveria ter tolerado. E aí V. Exa.
tem razão. Mas, a partir desse momento, se continuar
esse tipo de posição, eu não vou fazer os policiais retirarem essas pessoas,
mas levantarei a sessão e convocarei um Colégio de Líderes. E, se a ampla maioria do Colégio de Líderes compreender dessa maneira,
trabalharemos com o plenário fechado, porque a voz do povo é a que está
aqui: a voz daqueles que foram eleitos para falar em nome do povo de São Paulo.
Todos os
convidados são sempre muito bem-vindos a acompanharem os nossos trabalhos em
todos os plenários, desde que mantenham a ordem e saibam se manifestar. As
pessoas em relação à PEC 5 estiveram aqui durante um ano lotando as galerias
sempre de maneira respeitosa. É isso que temos de zelar, e é isso que eu, como
presidente desta Casa, irei aplicar.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Sr.
Presidente, eu vou tomar todo o cuidado para não citar nomes para não gerar
direito de resposta, mas concordo com V. Exa. porque todos têm o direito de estar presentes e tal. É
preciso ater ao que está no Regimento: ordem e decência. O Regimento Interno
está lá, podemos concordar ou discordar. Mas, o Regimento Interno diz que, para
entrar aqui, se for do sexo masculino, tem de entrar de gravata. Quer mudar
isso? Tudo bem, vamos tentar mudar, quem quiser pode tentar. Caso contrário,
quem aqui estiver, e se for parlamentar, precisa entrar de gravata. É regra.
Em
relação à fala de um orador que nos antecedeu, vou dizer uma coisa. É muito
ruim quando a pessoa quer ser a dona da verdade. É difícil,
é muito ruim. Eu boto meus óculos, e ele são únicos.
Não existem outros óculos. Só há o amarelo. Não existe o verde, o azul.
Um horror uma coisa
dessas. O que é o Parlamento? É exatamente quando a gente discute e, por
maioria de votos, decide. Às vezes a gente ganha, às vezes perde. Eu já passei
por isso muitas vezes ao longo da minha vida pública, dando o respeito de se
discutirem ideias. Vai chegar uma hora em que vamos ter que votar. Aí, você
perdeu. Você é uma minoria: 90 a quatro. E os quatro querem, como donos da
verdade, vir aqui e dar pitaco na vida dos outros. Espere um pouquinho: cada um
é responsável pelo que faz, pelo que vota.
O que não dá é para
ficar ouvindo pessoas que se consideram donas da verdade. São os únicos que
pensam... Enfim, presidente, eu queria fazer essa colocação porque o
Parlamento... (Manifestação nas galerias.) Peça para tirar, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O que vai acontecer é que não vão entrar mais. Dessa maneira como estão se
portando, não vão entrar mais. Democracia diz respeito a quem é eleito para
votar, discutir e falar. Isso é democracia. Existe um desvirtuamento do que é
democracia nesta Casa. (Manifestação nas galerias.)
Há pessoas que precisam compreender que democracia são aquelas pessoas que
estão aqui, eleitas legitimamente, por vontade popular, e que vão exercer o seu
direito de voz e voto, dentro de uma regra que foi previamente
estabelecida. Está ocorrendo, infelizmente, esse desvirtuamento.
O
SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Apenas para concluir o raciocínio, Sr. Presidente. Acho que temos de viver um clima de respeito
aqui. Nós parlamentares estamos sujeitos a regras, e as cumprimos. E esperamos
que nossos convidados se sujeitem às mesmas regras do Regimento.
SR.
FELICIANO FILHO - PRP - Eu queria só concordar, em parte,
com a questão da palavra “democracia”. As pessoas estão aqui, profundamente
revoltadas, assim como este parlamentar e os demais deputados que estão
defendendo o PL 31. Quando aprovamos o PL na comissão, naquela noite em que
fomos até tarde, em que a deputada Analice Fernandes pautou... Vou esperar o
presidente acabar de conversar, para ele poder ouvir.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Seu tempo está correndo, deputado Feliciano Filho
O
SR. FELICIANO FILHO - PRP - Mas V. Exa.
não está ouvindo.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Não tenho necessidade de ouvir todas as falas de todos os deputados. Preciso
atender a outro deputado que está aqui.
O
SR. FELICIANO FILHO - PRP - Então vamos falar para
a sociedade, pois isto está sendo transmitido ao vivo. Democracia pressupõe que
se decide pela maioria. Até aquele momento, 62 deputados eram favoráveis ao PL
31. Mas uma parte deles... No próprio PSDB, o líder optou por jogar para depois
das eleições, ao passo que a maior parte do PSDB era favorável. Que democracia
é essa?
É por isso que
protocolei um requerimento aqui ontem, pedindo para que o Colégio de Líderes
aconteça neste plenário, onde a sociedade pode assistir, e para que seja
transmitido ao vivo. Nem assessor pode entrar no Colégio de Líderes. Se não há
nada de errado, se é tudo transparente e límpido, por que o Colégio de Líderes
não pode ser passado ao vivo pela televisão, para todo mundo poder assistir, ou
acontecer aqui no plenário? Então, essa é uma indagação que eu faço.
Democracia pressupõe
estabelecer a vontade da maioria, o que não aconteceu. Foi totalmente o
contrário disso. Alguns líderes - A ou B -, por conveniência do momento, ou não
sei por quê.... Embora muitos líderes votem no PL
31... Eu sei que se colocasse aqui no
plenário... Inclusive, se V. Exa. não
tivesse voltado e a deputada Analice Fernandes se mantivesse na presidência, o
PL 31 já teria sido aprovado.
Então, isso mostra o
que é democracia. Democracia é a vontade da maioria. Então, quero corrigir a
fala de V. Exa., que, como
presidente desta Casa, a maior Assembleia Legislativa da América Latina, devia entender e aprender o que é democracia. E não é um acordo
numa sala, de quatro paredes, onde nem um assessor pode entrar.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Desculpe, deputado Feliciano, mas não é V. Exa.
que vai me ensinar absolutamente nada. Vossa
Excelência não precisa me ensinar. Eu tenho 120 mil votos. Estou eleito como
qualquer um dos deputados da Casa, e tive 88 votos para a Presidência. Então,
não é V. Exa. que vai me
ensinar. Quem me ensinou foi meu pai, minha mãe, as pessoas da minha família,
mas não é V. Exa. que vai me
ensinar, muito menos me dar aula a respeito do que eu devo ou não devo fazer.
De
antemão, já que estamos falando em ensinar, V. Exa. fez um documento pedindo para que o presidente abra o
Colégio de Líderes. Só lembrando que V. Exa. usou o instrumento errado. Vossa Excelência tem que fazer um
projeto de resolução, mudando o Regimento Interno, obrigando o Colégio de
Líderes a ser aberto.
Se a
ampla maioria, se é que V. Exa. respeita
a ampla maioria da Casa, decidir que o Colégio de Líderes deverá ser aberto,
não é este presidente que se opõe a respeito disso.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro, sou contrário ao Art. 280 do
Regimento, que fala que o público nesta Casa não pode se manifestar.
Eu acho
que pode. Tem que criar as regras. Vamos criar uma regra, que é a regra de,
enquanto o deputado está se pronunciando, o público ouça. E ao final da fala do
deputado, o público pode se manifestar. Tem o direito de vaiar ou de aplaudir.
Eu acho que é correto isso.
Isso é
democracia representativa. Na democracia representativa, tenho o direito de
discordar. Eu fui eleito pela democracia representativa. Mas acho que, no final
da fala de qualquer deputado, quem está na galeria não gostou da fala, tem o
direito de vaiar ou de aplaudir. Esta é a primeira coisa.
Segundo,
a mobilização da sociedade é uma coisa democrática. Ela está disputando uma
posição, está disputando um projeto. A bancada do boi aqui se mobilizou. A
bancada do agronegócio se mobilizou, trouxe gente dos fazendeiros, do
agronegócio. É legítimo, democrático e verdadeiro.
Então,
por que vale para um e não vale para outro? Fui vaiado aqui pelos donos da
terra, herdeiros de terras griladas. Eu me comportei. Na hora em que vaiou,
parei. Um problema. Sou contra esse Art. 280. Esse artigo, para mim, é
esdrúxulo, porque não permite que as pessoas possam se manifestar.
E a
democracia é isso. Se perguntarem para nós, cada um de nós tem um conceito de
democracia. Sou a favor da democracia operária. Uma parte aqui é a favor da
democracia burguesa. Então, vamos discutir democracia, e temos que ir
disciplinando. Disciplina é uma coisa, democracia é outra coisa. A democracia
só existe se houver possibilidades de discutir conflito.
Sr. Presidente, o que está
acontecendo é que estamos achando estranha a questão do projeto da Sabesp. Até
terça-feira da semana passada, acordou-se uma parte. Meu partido foi contra,
que não discutiria projeto que não tivesse consenso. O PT foi contra essa
posição. Tem que dizer isso. Na fala, V. Exa. não disse isso hoje. O PT foi contra.
Até
então, o encaminhamento era esse. Deu aquela confusão na terça-feira. De
repente, nesta semana, surge o projeto da Sabesp, que eu entendo que é
importante, quero discutir o conceito dele, para que é o projeto. Falei aqui
ontem na tribuna, e, de repente, o projeto da Sabesp virou todo dia, e de
repente pode ser convocado à revelia.
Por isso
eu falei, pedi para que V. Exa. refletisse,
na minha primeira fala aqui. Se é possível fazer
alguma coisa, se tiver que fazer, mas pelo menos convoque o Colégio de Líderes,
para debater se realmente vamos discutir o projeto da Sabesp em algum momento,
fora do horário tradicional, porque senão parece, e fica muito ruim para V. Exa., Sr. Presidente, se tomar essa decisão de maneira
unilateral.
Sei que
V. Exa. pode tomar, se
quiser, mas fica muito estranho. Se até um momento é uma coisa, e a partir da
metade do momento parece outra coisa.
O que
estou pedindo para V. Exa. é
cuidado, refletir um pouco sobre isso. Não estou tentando ensinar nada. Estou
tentando ponderar com V. Exa.,
para que não aconteça de, de repente, chamar às nove horas da manhã, para
votar, porque aí perde o controle total da Casa. Não é bom para nós esse tipo
de coisa.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, sempre muito respeitoso. Só fazer uma pergunta a V.
Exa., se convocado um
Colégio de Líderes, e os líderes entenderem dessa necessidade, V. Exa. acha que legitima a minha
posição, em relação à pauta, de maneira extraordinária?
Só não
podemos ter dois pesos e duas medidas, porque foi convocado o Colégio de
Líderes. A ampla maioria do Colégio de Líderes entendeu como não pauta de
dissenso, e os deputados vêm ao plenário me acusar de não fazer a pauta porque
é minha obrigação. Então são dois pesos e duas medidas. Quando o Colégio de
Líderes decide sobre não pautar projeto de dissenso, o presidente tem que tomar
a medida, dar canetada e pautar; quando o Colégio de Líderes decide que eu
tenho que ouvir o Colégio para poder fazer pautas em outro horário, aí o
presidente precisa ser democrático e ouvir.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
Parece-me que esse projeto da Sabesp é uma questão de exceção.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Acho que a sua posição
está coerente.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
O projeto da Sabesp surgiu agora. É uma questão de tempo, de exceção...
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência está
correto.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
Para mim, o procedimento é o que nós adotamos semana passada. Discutimos lá,
não concordamos e viemos para cá, para obstruir. A nossa posição é que tem que
trazer para cá todos os projetos, de consenso e de não consenso. Nós vamos
manter isso na bancada. O que surgiu foi uma questão extraordinária, uma
questão de exceção, que é o projeto da Sabesp.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tanto
está correto que eu chamarei um Colégio de Líderes na terça-feira para
deliberar sobre essa possibilidade. Acho que V. Exa. está coberto de razão. Inclusive na mesma lógica do que eu
fiz em relação ao projeto de consenso e dissenso. A mesma lógica. Vossa
Excelência está correto. Eu sempre fui uma pessoa de
diálogo, conversando com os deputados e fazendo as coisas dessa forma, como fiz
nos projetos de dissenso e consenso, mas, infelizmente, alguns deputados me
acusam, dizendo que eu tenho, na canetada, que tomar
decisões diferentes da ampla maioria do Colégio. Vossa Excelência pode não
concordar. Venha aqui e manifeste, mas respeite a posição que o Colégio de
Líderes teve. Eu devo fazer exatamente isso neste momento. É o que eu farei.
Quanto
à questão de aplausos e vaias - hoje o nosso Regimento não permite isso -, acho
muito positivo que V. Exa. apresente
um projeto de resolução permitindo isso. Vossa Excelência,
como parlamentar, pode apresentar. E nós podemos deliberar, no plenário,
permitindo e sendo contra essa posição. Acho que é legítimo. A mudança de
Regimento também é legítima. Um projeto de resolução pode ser assinado
inclusive por um parlamentar. Se V. Exa. não concordar com esse artigo - sempre respeitou o Regimento
- legitimamente, apresente proposta de mudança disso. Acho que é válido. Vamos
debater essa proposta de mudança do Regimento nesse sentido que V. Exa. está apresentando.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, acho que tem uma
luzinha lá no final do túnel, bem pequenininha, quase apagada, mas tem. Vossa
Excelência tomou uma decisão, acho que correta, diferente do que V. Exa. colocou, de realmente
trabalharmos, pautarmos projetos, não só os de consenso, porque não tem nenhum
projeto de consenso. Eu, no Colégio de Líderes em que estava presente, coloquei
muito bem para todo mundo ouvir que se tomasse uma decisão de pautar só projeto
de consenso, aqueles que seriam consenso iriam deixar de ser, porque o deputado
quer ver o seu projeto pautado, o governo quer ver o seu projeto pautado. Então
acho que V. Exa. sinalizou
muito bem.
Acho
interessante chamar um Colégio de Líderes terça-feira, rediscutir, zerar o
processo e rediscutir todos os projetos importantes desta Casa que estão
emperrados, o projeto da deputada Analice, o 31, o
projeto do Ipesp, a LDO, que é muito importante. É
uma irresponsabilidade nossa - estou me colocando - não votarmos a LDO. A LDO é
um mapa, é ela que determina se vamos fazer um bom orçamento ou não.
Infelizmente nós estamos em agosto e não votamos a LDO. O governo vai começar a
elaborar a lei orçamentária como? Baseada em quê? Na LDO passada? Como fica?
Então acho interessante o que V. Exa. coloca. Chame um Colégio de Líderes, coloque esses projetos
em discussão novamente.
É
interessante o que o deputado Feliciano Filho colocou. De repente, consulta-se
os líderes e se determina que não vai ser pautado o
31. Se consultar os 94 deputados, todo mundo sabe que a maioria dos deputados é
favorável ao 31 e quer que ele seja pautado. (Palmas.)
Isso é uma verdade. Significa, e é outra verdade - eu respeito muito os líderes
-, que tem líder partidário decidindo por ele, sabendo que a sua bancada é
contra. É estranho. Como é que o líder decide e a bancada, a maioria, é contra
o que ele decidiu? É o que está acontecendo com o PL 31. Acho que poderia fazer
uma consulta aos 94 deputados e
verificar se tem que pautar ou não. Agora, concordo plenamente, em V. Exa. chamar um Colégio de Líderes
na terça-feira e abrir essa discussão; não dá para ficar dessa forma. E aí,
qualquer projeto importante que V. Exa. paute, deixa
dúvida. Isso porque pauta um e não pauta o outro. Tinha uma decisão de não
pautar projetos que não fossem consenso e já está pautado projeto que não tem
consenso. Então, tem que pautar esses quatro, cinco projetos e deixar decidir
no voto. Pois para votar, não teve quórum, não teve os 48 deputados, pronto,
esse projeto fica na fila. Agora, não pautar não dá para admitir.
Era isso que eu tinha a dizer.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu já vou passar a palavra ao deputado Gilmaci
Santos, mas antes quero dizer que o deputado Enio Lula Tatto, como bom orador,
desvirtuou um pouco a minha fala; não foi nada disso que eu disse. Vamos chamar
um Colégio de Líderes para avaliar a proposta do deputado Teonilio Barba Lula em
relação às sessões - segunda - fora dos horários que são de praxe da Casa. É
sobre isso que eu quero ouvir os líderes antes de tomar essa posição
pessoalmente. Foi essa proposta do deputado Teonilio Barba Lula, acatada por
este presidente. Por isso que nós vamos levar essa discussão dentro da linha do
deputado Teonilio Barba Lula.
Agora,
muito me espanta em relação à surpresa da Sabesp. A deputada Beth Sahão... foi colocada a Sabesp no último Colégio de Líderes, a
deputada não supôs, que é líder do PT? Então, acho que está existindo um pouco
uma posição de divergência entre deputados de algumas bancadas e a posição do
seu líder. Então, essa divergência se existe dentro do PT e existe em outras
bancadas, a Casa sempre foi regida desta forma, deputado Milton, sempre diante
das posições dos líderes.
Os
deputados que não concordam com as posições dos seus líderes, que venham a este
plenário, então, e se manifestem diferentemente das decisões de seus líderes.
Eu não vi nenhuma manifestação, nenhuma. Quero, inclusive para não fazer
qualquer alusão sem ter certeza, consultar a Secretaria Geral Parlamentar (SGP)
nas notas taquigráficas, que às vezes pode ter ocorrido tal coisa e acontecido
de eu não estar aqui, mas em todas as vezes que eu estive aqui, nenhum deputado
questionou a decisão de seu líder dentro da posição do Colégio de Líderes;
nenhum. O único questionamento que eu estou vendo de deputado contrariamente à
decisão de seu líder é o deputado Enio Lula Tatto em relação ao projeto da
Sabesp, que foi concordado pela deputada Beth Sahão. Tanto é verdade que a
pauta está se repetindo. Por isso, inclusive, que nós não temos outro Colégio
de Líderes, porque a pauta é a mesma do que foi definida anteriormente. Essa é
a pura realidade do que está acontecendo no Legislativo.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr. Presidente, permita um comentário.
Só 30 segundos.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Só se o deputado Gilmaci Santos consentir.
O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Não deputado Enio Lula Tatto, V. Exa. já
falou bastante. Deixa eu falar um pouco porque ainda
não falei; depois V. Exa. fala.
Sr. Presidente, apenas para,
primeiramente, parabenizar V. Exa. pela condução dos
trabalhos e aqui discordar totalmente do deputado Feliciano Filho, do deputado
Enio Lula Tatto, e também do deputado Teonilio Barba Lula, a respeito da
liderança. Nós, na nossa bancada do PRB, somos cinco deputados e aquilo que o
líder decidiu é vontade de todos os deputados. Se no Colégio de Líderes nós
concordamos que o PL nº 31 não fosse pautado agora, nós temos aqui o respaldo e
a concordância dos outros quatro deputados da nossa bancada.
Nós não
somos contra o projeto. Já deixei isso claro ao deputado Feliciano
Filho, como também deixei claro para as pessoas que nos têm procurado no
gabinete para falar sobre o PL nº 31, os militantes, os ativistas, enfim,
deixei claro que somos favoráveis ao projeto. Só que nós concordamos, sim,
junto com os demais líderes, que o projeto não seria pautado agora. E isso não
é uma atitude tomada somente por este líder. Quando isso acontece, nós fazemos
reuniões, nós temos a concordância e todos os nossos deputados, está ali o
deputado Milton Vieira, o deputado Sebastião Santos, o deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor, deputado Wellington Moura, concordam plenamente com este
líder, pois este líder jamais vai tomar atitude sem antes consultar e falar sua
bancada.
Então,
quero aqui discordar de maneira veemente quando se diz que se eu colocar aqui
alguns deputados, eles serão favoráveis ao projeto ser pautado agora. Isso não
ocorrerá, porque a nossa bancada trabalha de forma coesa e tem concordância,
sim, votaremos o projeto. Mas está falando de todos os deputados das bancadas?
Parece
que as bancadas não têm concordância. Então, a nossa bancada tem concordância.
Vamos votar o projeto 31, somos favoráveis ao projeto 31, a
bancada do PRB é favorável, mas não dessa maneira.
Vai ser
colocado na hora em que for colocado, com concordância do Colégio de Líderes.
Estaremos votando depois da eleição, como foi acordado no Colégio de Líderes,
com a concordância dos cinco parlamentares do PRB.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço pela sua posição,
deputado Gilmaci Santos. Só reafirmando aquilo que eu tenho dito, essa decisão
foi uma decisão dos líderes que representam 53 deputados na Casa, inclusive o
deputado Campos Machado, o deputado Davi Zaia, V. Exa., o deputado Reinaldo Alguz,
naquele momento representado pelo deputado Tripoli, o
deputado Gasparini, líder Marco Vinholi, deputado Cássio Navarro, deputado
Milton, o deputado Rogério Nogueira estava presente, tomou a posição por parte
do Democratas, e todos os outros partidos que tiveram a oportunidade.
Foi essa
a decisão de 53 parlamentares. Agora, se este presidente, deputado Campos... O
que foi proposto aqui pelo deputado Enio Tatto é que este presidente não deve
ouvir os líderes, que este presidente deveria ouvir os 94 deputados da Casa.
Foi essa a proposta que o deputado Enio Tatto fez aqui em relação aos outros
projetos.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT – Sr. Presidente, V. Exa. interpretou
dessa forma. Jamais vou desrespeitar os líderes. Eu estou falando que, se a
maioria dos deputados, dos 94 deputados, for favorável, que se paute e vote o 31, é estranho que o Colégio de Líderes tome uma decisão
de não pautar.
É
estranho. Talvez deveria, excepcionalmente, para esse
projeto, consultar os deputados. A outra coisa que eu queria colocar para V. Exa. é o seguinte: o projeto da
Sabesp, Sr. Presidente, me
corrija se está errado, chegou nesta Casa dia 10 de março. De março até dia
oito de agosto, se passaram, pelo menos, cinco meses.
Em
nenhum momento esse projeto foi pautado. De repente agora, em cima da hora, em
um momento pré-eleitoral, no afogadilho, se pauta e se quer votar um projeto de
500 milhões de dólares. É complicado isso. De março até agora, em nem um
momento foi sugerido, e eu participei de alguns Colégios de Líderes. Ele nunca
entrou em pauta. De uma semana para cá, ele entra em pauta, e virou um negócio
que precisa ser aprovado de qualquer jeito.
Detalhe,
quando a minha líder, ou qualquer líder da bancada do Partido dos Trabalhadores
vai ao Colégio de Líderes e toma conhecimento de um de um projeto que é
proposto a sua pauta, o que a liderança faz? Nunca dá uma resposta. Por quê?
Porque o PT tem uma prática de o líder sair e consultar a bancada, e foi isso
que a líder Beth fez. Depois que ela consultou a bancada, não teve mais Colégio
de Líderes.
Então,
em nenhum momento V. Exa. ouviu
da deputada Beth que era favorável ou era contra. Em nenhum momento. Com
certeza, ela falou: “Vou pautar na bancada, vamos discutir e vamos tomar
decisão”.
Eu acho
que V. Exa. deveria chamar
um Colégio de Líderes, zerar, porque não tem acordo mais para nada nesta Casa,
e colocar esses projetos chamados “que não têm consenso”, para serem discutidos
e votados. Eu acho que, se não dá para fazer na Ordem do Dia, é melhor fazer em
uma sessão extraordinária, que só V. Exa. pode pautar.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Nobre deputado Enio Tatto, só para manter aqui a coerência das
minhas falas, a deputada Beth foi muito clara em relação ao PT não ter
obstrução em relação a esse financiamento.
Só
deixar bem claro para os deputados que o que nós estamos aprovando aqui é a
autorização para que o Senado avalie o empréstimo. É um empréstimo que ocorre
daqui dois anos, porque o Senado, normalmente, em média, demora dois anos para
votar qualquer projeto de empréstimo.
Falando
em afogadilho, lembrando que esta Casa recebeu também muito em cima do prazo o
projeto do Detran. Em pouco
tempo, ou nós votávamos ou as unidades do Detran
do Estado ficariam sem os seus diretores.
Esta
Casa cumpriu a sua responsabilidade e votou o projeto. A mesma coisa acontece
com esse projeto da Sabesp. O deputado Carlos Cezar, que tinha, até pouco tempo
atrás, o foco no projeto do Ipesp, que era a grande bandeira, naquele momento, do governo, como líder do Governo, ele
colocou a prioridade neste projeto da Sabesp, porque se ele não for aprovado, o
banco que está oferecendo a possibilidade de financiamento retira esse
financiamento, passando para outro Estado. Então, São Paulo perde o direito desse financiamento.
Lembro-os
de que esse financiamento, se homologado, ainda tem que passar pelo Senado
Federal. Não é uma coisa que irá acontecer. Falando um pouco de processo
eleitoral, V. Exa.,
inclusive, tem um candidato a Governo do Estado, que pode ser, num futuro próximo,
o executor dessa obra. É fato que não será o atual governador. Isso é fato.
Quem vai executar o processo desse financiamento será o próximo governador do
Estado, por conta dos prazos regimentais.
O SR. DAVI ZAIA - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente,
gostaria de dizer, primeiramente, que V. Exa. está cumprindo perfeitamente o que foi decidido. Ficamos
numa fala de que a maioria é a favor do projeto, mas nós não votamos o projeto.
O que nós votamos, no Colégio de Líderes, não foi quem é a favor ou contra o
projeto, mas sim qual o momento em que o projeto deve ser votado.
São duas
coisas diferentes. Os líderes se manifestaram sobre a melhor data para se votar
o projeto. Não foi discutido se é a favor ou contra. É por isso que nenhum
líder foi destituído pela sua bancada, porque foi perguntado qual é o melhor
momento para votar o projeto, e não qual a bancada que é a favor ou contra o
projeto.
Temos
que entender isso claramente, porque senão ficamos distorcendo para agradar. Eu
entendo isso, precisa agradar a galeria, é bonito, mas não ajuda no andamento
dos trabalhos. A outra coisa é o projeto da Sabesp, que tem um prazo. Vem aqui
o deputado e fala: “É porque vai contratar uma obra, vai ter uma empreiteira
que irá fazer a obra”. (Manifestação nas galerias.)
Se há
obra, o deputado pode até encontrar uma nova forma de fazer obras sem empresas.
Vossa Excelência frisou bem quando disse que estamos votando uma autorização,
mas não sabemos quem vai contratar. Ainda vai para o Senado, e não sabemos quem
vai contratar.
Portanto,
são feitas ilações aqui sem nenhum fundamento e nenhum sentido, simplesmente
para jogar para a galera. Isso é muito bonito, mas esta Casa tem uma tradição
de analisar os projetos com muita responsabilidade e consciência. É isso que
estamos fazendo.
Quero
parabenizar V. Exa. pela
serenidade como tem conduzido os nossos trabalhos neste momento difícil. É um
momento pré-eleitoral. As pessoas ficam com o ânimo e a sensibilidade mais
exaltados, mas V. Exa. tem
tido muita coerência e sensibilidade. É por isso que iremos caminhar com muita
tranquilidade, com o Colégio de Líderes se manifestando, como sempre fizemos.
Esta Casa irá continuar caminhando. Sr. Presidente,
parabéns.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Acho que o presidente acabou prestando muita atenção à minha fala, porque não me referi a nenhum outro partido. Referi-me a uma questão que o presidente falou. Ele disse que, daqui até sexta-feira, todos os dias, ele pautaria o projeto na hora que quisesse, inclusive fora do horário tradicional em que começa a Ordem do Dia.
Eu disse que para não ficar ruim, é razoável que se chame um Colégio de Líderes. Se tiver antes das duas e meia, às dez, oito ou seis da manhã, que chame um Colégio de Líderes e contrate isso. Nós terminamos o ano passado no dia 28 de dezembro, trabalhando aqui. Fui uma das pessoas que ocuparam esta tribuna para obstruir e fazer oposição.
Deputado Davi Zaia, V. Exas. também falam para a galera. Quando estava a plateia da bancada do boi e a bancada do agronegócio, V. Exas. falaram. Era correto falar, porque isso não tem problema. É legítimo, democrático e verdadeiro. Vossa Excelência é militante nessa área. Eu respeito isso. Não tenho problema com isso. Quem milita no agronegócio eu respeito, quem milita no mundo jurídico eu respeito, mas eu milito em outro mundo. Vossa Excelência conhece a minha posição e também falou para a sua galera.
Essa
galera aqui, deputado Davi Zaia, eu não tenho o voto
desse pessoal, eles nunca nem tinham ouvido falar em mim, me conheceram aqui no
plenário, meu mundo é outro, mas cada público fala para a sua galera e para os
projetos com os quais concorda. (Palmas.)
Isso faz
parte da nossa atividade parlamentar, de defender nossas ideias. Se eu fosse do
agronegócio eu não teria vergonha de subir na tribuna para defender o
agronegócio, mas eu não sou. Quem tem obrigação de defender é quem é, não sou eu. Eu sigo esse povo, eles que me orientam. Não
tenho nada contra isso, não se está cometendo crime nenhum, mas ele falou que
estamos falando para a galera, para a plateia. Falou isso, mas fez a mesma
coisa aqui, contra o projeto 31. Fez de maneira brilhante, na defesa, lá no
Congresso de Comissões.
Vossas
Excelências sabem como eu respeito essas coisas. Podem ver que, em momento nenhum,
falei que não podia fazer nada, porque pau que dá em Chico dá em Francisco. Não
deve bater em nenhum Chico e nem em Francisco, mas fazemos isso. Quando
discutimos o orçamento a bancada do PT faz com maestria, então não posso exigir
que os outros não façam aquilo que eu fiz.
Tanto é
que prestei atenção na leitura do seu relatório com muita atenção. Talvez fosse
a única pessoa naquele congresso de comissão, além de V. Exa., a prestar atenção. Eu e o deputado Orlando Bolçone.
Quero
rebater isso de falar para a plateia. Falar para a plateia todo mundo fala e é
normal.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba, registro que
acatei a solicitação de Vossa Excelência. Eu iria convocar, amanhã pela manhã,
uma sessão extraordinária e não vou. Vou convocar um Colégio de Líderes para
terça-feira para debater esse tema, as sessões extraordinárias fora do horário
convencional e também o tema sobre a posição das galerias. São os dois temas
que vamos debater no Colégio de Líderes da terça-feira. (Manifestação nas
galerias.)
O SR. CAMPOS MACHADO -
PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, não posso falar com esse burburinho. Isso não é democracia.
Não pode
contar meu tempo.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB - Preservando o tempo do
deputado Campos Machado.
É por
isso, inclusive, que terça-feira vou levar esse tema
para discussão. Foi-me solicitado aqui por um deputado que eu retirasse as
pessoas da galeria. Eu respondi que, como presidente, não vou ter essa decisão
em meu currículo, retirar alguém das galerias. Em caso de desordem, levanto a
sessão.
Vou
trazer ao Colégio de Líderes a posição do que está acontecendo na Casa. Ontem
foi um dia em que não houve respeito a nenhum dos parlamentares por parte
daqueles que estavam nas galerias. Apitaram, gritaram, xingaram, foi uma coisa
fora do comum.
Vamos
levar essa discussão terça-feira ao Colégio de Líderes, porque essa é uma
posição que esperamos que não aconteça mais por parte de nossos convidados.
O SR. CAMPOS MACHADO -
PTB - Sr. Presidente, causa-me
estranheza. Primeiro, porque tínhamos acordado que este projeto seria votado
com a anuência expressa da líder da bancada do PT. (Manifestações nas galerias.)
Ontem eu
fui cuidar de assuntos partidários... Quem é que está falando aí? Vocês são mal
educados, viu? É por isso que não se vota o 31.
Enquanto vocês forem mal educados não vamos votar o 31.
Vocês não respeitam ninguém. Vocês não respeitam ninguém.
Sr. Presidente, quero assumir
aqui, de público, que com essa pressão esse 31 vai virar 32. Com grito não vai
votar.
Mas, presidente, estou estranhando a posição da bancada do PT.
Fiquei tranquilo ontem, achei que estivesse tudo certo, mas agora o deputado
Enio Tatto quer uma nova reunião. Ele quer a reunião dos 94 deputados. O que é
que o deputado Enio Tatto quer? Uma reunião da ONU para votar esse projeto que
foi acordado no Colégio de Líderes? Ou quer que o Vaticano crie uma comissão
especial para definir quando se vai votar esse projeto?
Por
isso, Sr. Presidente, eu gostaria que o PT cumprisse
sua palavra. É fácil agora dizer que tem que reunir a bancada. Eu ouvi da líder
da bancada do PT que não haveria obstrução, e agora estou chocado em saber que
a bancada do PT está obstruindo. Não é a minha bancada, eu não tenho nada com
isso, mas estou preocupado. Eu ouvi a deputada falar isso.
Sr.
Presidente, eu acho que algumas pessoas querem tumultuar os nossos trabalhos. O
PL 31 poderia ter sido votado no mês de junho, mas não foi por causa desse
pessoal que está aqui. Eu mesmo era favorável, e agora... O deputado Enio Tatto
não quer votar esse projeto porque está insinuando que há alguma, então ele tem
que abrir apuração no Senado. É o Senado que vai autorizar. Vá lá, lá peça para
o Suplicy, que deve ganhar as eleições.
Sr.
Presidente, isso é uma falta de respeito. Quando eu parar de falar
,V. Exa. pode pedir a
palavra.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT -
O seu tempo terminou, deputado Campos Machado.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Eu fui tolerante com
V. Exa., deputado Enio Tatto, e serei tolerante
também com o deputado Campos Machado. Vossa Excelência tem mais um minuto,
deputado Campos Machado.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Assim não é possível. Vossa
Excelência quer falar, mas não quer ouvir, deputado Enio Tatto. Escute, é bom
escutar. Não é justo que a bancada do PT queira se posicionar contrariamente ao
que foi decidido. Sr. Presidente, eles concordaram com
esse projeto expressamente e agora não querem votar. Por quê? Querem
condicionar a quê?
Sr.
Presidente, palavra dada é flecha lançada, não volta mais. Se a bancada do PT
quer voltar, é um problema de consciência. Eu gostaria que eles refletissem e
não deixassem a líder em maus lençóis. Eu ouvi pessoalmente dela que ela não
iria fazer obstrução, e agora verifico que haverá obstrução.
Também
queria dizer, Sr. Presidente, que não há sentido em
convocar sessão para o sábado de manhã ou o sábado à tarde, isso não tem
sentido. Nós temos que votar nos dias convencionados. Portanto, Sr. Presidente, estou de total acordo para que seja feita
uma reunião para decidir sobre o projeto e para decidir sobre a falta de
educação desse pessoal.
Isso
não é democracia. Eles estão mudando o meu voto. Eu era favorável ao PL 31, mas
estão mudando meu voto. Agora não voto mais, porque vocês são mal educados.
Para terminar, Sr. Presidente, V. Exa.
deveria usar a força. Aqui não é lugar de bagunça, é
lugar de respeito. Fosse eu o presidente, usaria a força para retirar as
pessoas que ofendem a Casa. Esta Casa tem dignidade.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Isso, deputado Campos
Machado, eu não farei. Não vou utilizar a força para retirar ninguém,
independentemente de posição. O que vamos fazer é levantar a sessão e debater
no Colégio de Líderes sobre a possibilidade do fechamento da galeria. Os líderes
farão essa avaliação por conta desse tipo de postura de alguns que acabam
tentando atrapalhar os trabalhos do Legislativo paulista.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o deputado Campos
Machado gosta de provocar os deputados e também a galeria, é por isso que
acontece a reação. Gostaria de deixar bem claro o seguinte: podem pegar as
notas taquigráficas, podem pegar o áudio da sessão de ontem, pois a minha
líder, a líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, estava aqui no dia de
ontem e colocou a bancada do PT em obstrução. Então não é verdade isso.
Ontem
ela estava presente e colocou a bancada em obstrução, e a bancada do Partido
dos Trabalhadores realmente obstruiu, não votou nem sim, nem não. Então essa
história dizer que ela se comprometeu a não obstruir esse projeto não é
verdade. O deputado Teonilio Barba estava aqui, e o
deputado Alencar Santana Braga estava aqui, usou a tribuna e discutiu por 15
minutos o projeto da Sabesp.
A
deputada Beth Sahão, líder do PT, no dia de ontem estava aqui - podem pegar
todas as notas e o áudio - e ela colocou a bancada desde ontem em obstrução.
Quero deixar isso bem claro, para não passar essa ideia de que ela fez um
acordo, falou uma coisa no
Colégio de Líderes e chegou e fez outra. A deputada líder da bancada do Partido
dos Trabalhadores não tem essa filosofia. É uma deputada séria, uma líder
representativa, eleita por todos nós, e ela toma uma posição e assume até as
últimas consequências. E é esse caso. Ela colocou ontem a bancada em obstrução,
discutiu, obstruiu até o momento que era possível. E a bancada do PT, ontem,
não declarou nenhum voto, ficou em obstrução.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para não
ficar o dito pelo não dito, a deputada Beth disse expressamente, claramente no
Colégio de Líderes que o PT não tinha obstrução em relação ao projeto da
Sabesp. Nós todos sabemos que os partidos ou entram em obstrução para realmente
obstruir a votação, ou entram em obstrução para aqueles que não estão no
plenário não terem falta no dia da votação. Hoje mesmo o próprio PSDB entrou em
obstrução e votou. Inclusive a deputada Beth não se inscreveu, ontem, para
discutir o projeto, e ela poderia ter discutido. Foi feito realmente o
entendimento, ela foi muito clara em relação a isso, e precisamos deixar isso
claro. É um direito do PT mudar inclusive de posição e tomar outro caminho, mas
que isso aconteceu no Colégio de Líderes, precisamos
deixar muito claro.
Deputado Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - Assim, o que é mais....
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Deputado Barba, por favor.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - Depois V. Exa. fala,
porque vou citar Vossa Excelência.
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Eu queria pedir ao Sr.
Presidente que colocasse em votação o pedido de prorrogação por um minuto.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou
colocar antes de encerrar a sessão.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - Presidente, primeiro...
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Barba, desse jeito eu vou dar continuidade à sessão. Vou levantar a sessão...
O SR.
CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, requeiro o
levantamento da sessão, se os líderes concordarem.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, vou
levantar por conveniência da ordem.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - Não, nós não concordamos.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou
levantar sem a concordância de líderes.
Coloco em votação o pedido de prorrogação dos nossos trabalhos por
um minuto.
Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O SR. MILTON LEITE FILHO -
DEM - Sr. Presidente, para que horas ficaram convocadas as extraordinárias?
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para as
19 horas e eu vou alterar o horário para as 20 horas. Estou mudando o horário.
E a segunda sessão extraordinária mantida para as 22 horas e 45 minutos.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 18 horas e 41 minutos.
* * *