20
DE AGOSTO DE 2018
053ª
SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO MAÇOM
Presidência:
ALDO DEMARCHI
RESUMO
1 - ALDO DEMARCHI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - ALEXANDRE TIRELLI
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE ALDO DEMARCHI
Informa que a Presidência efetiva
convocara a presente sessão solene, em "Homenagem ao Dia do Maçom",
por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a
ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", reproduzido pelo Serviço
de Audiofonia desta Casa.
4 - ALEXANDRE TIRELLI
Mestre de cerimônias, anuncia a
entrega de homenagens, com diplomas, do Sr. Presidente
Aldo Demarchi ao seguintes agraciados: Irmão Antonio
Cesar Corradi, do Instituto Acácia; Sra. Isabella Nimtz Costa, da Assembleia Amor Perfeito das Garotas do
Arco-íris; e Sra. Aurea Yaeko
Saab, da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul.
5 - FERNANDO
FERNANDES
Grão-mestre adjunto, representando o
sereníssimo grão-mestre do Grande Oriente Paulista, Pascoal Marracini,
considera que a Maçonaria paulista é a maior força maçônica da América Latina.
Faz votos de ampliação e fortalecimento da Maçonaria e das entidades paramaçônicas. Agradece o deputado Aldo Demarchi
pela iniciativa desta homenagem.
6 - KAMEL AREF SAAB
Eminente grão-mestre do Grande
Oriente de São Paulo, cumprimenta os presentes. Tece
elogio aos componentes da Mesa. Manifesta orgulho em pertencer à Maçonaria.
Relembra a origem do dia 20/08 como Dia do Maçom. Considera que os membros da Maçonaria
sempre atuaram como construtores sociais, visando interferir beneficamente na
sociedade. Cita maçons que compõe a vida política brasileira. Elogia as
entidades paramaçônicas, com destaque à Ordem DeMolay.
7 - RONALDO
FERNANDES
Sereníssimo grão-mestre da Grande
Loja Maçônica do Estado de São Paulo, destaca que
membros da Maçonaria colaboraram com os momentos mais relevantes da História do
Brasil. Tece comentários sobre a campanha "Reage, Brasil", de
iniciativa da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), que
pretende alertar os brasileiros sobre a importância do voto consciente nestas
eleições. Cobra ética na política brasileira. Defende a democracia e o
fortalecimento da família.
8 - ANTONIO
GOULART
Deputado federal,
cumprimenta as autoridades presentes. Destaca a participação dos maçons
na história do Brasil. Faz menção à atuação de seu filho, Rodrigo Goulart, como
vereador da Câmara Municipal de São Paulo. Considera que a corrupção começa com
o financiamento de campanhas eleitorais. Comunica que é ativo na Loja maçônica
que integra, atuando em seus projetos filantrópicos e sociais. Declara que os
governos devem se curvar à importância da Maçonaria em todo o território
nacional.
9 - ALEXANDRE TIRELLI
Mestre de cerimônias, anuncia a apresentação da Cerimônia das Luzes, capítulo
Cavaleiros de Guarulhos nº 769, da Ordem DeMolay.
10 - PRESIDENTE ALDO DEMARCHI
Saúda as autoridades presentes.
Informa que a Lei 3.889/83, instituiu o "Dia do
Maçom". Relembra que, desde 1996, esta Casa homenageia anualmente a Maçonaria.
Destaca que foi iniciado na trajetória maçônica há cinquenta anos. Faz
histórico de diversos momentos em que lojas maçônicas regulares foram fechadas
por atos de força do Governo, com o fim de impedir o exercício da democracia e
da liberdade de expressão, desde o período do Império até o Governo de Getúlio
Vargas. Lista as contribuições dos maçons à ciência e à filosofia, defendendo
sempre a liberdade de pensamento e buscando um mundo melhor. Enaltece a
importância de cultivar valores morais. Lamenta a falta de participação de
membros da Maçonaria na vida política recente. Comenta as atividades
filantrópicas das lojas maçônicas de Rio Claro, sua cidade natal. Pede a todos voto consciente nessas eleições. Faz agradecimentos gerais.
Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência
e abre a sessão o Sr. Aldo Demarchi.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMONIAS - ALEXANDRE TIRELLI - É
uma honra dar as boas vindas em nome do Grande Oriente de São Paulo, do Grande
Oriente Paulista e da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, a todos que
fazem parte da grande família universal que é a Maçonaria, instituição que tem
por objetivo tornar feliz a humanidade, que é composta por homens livres e de
bons costumes, que trabalham na construção de uma sociedade mais justa e mais
equilibrada. Sejam todos bem-vindos.
Esta sessão solene é em
homenagem ao Dia do Maçom, proposta pelo Exmo. Deputado Aldo Demarchi, que foi
prontamente atendido pelo presidente desta Casa, o Exmo. Deputado Cauê Macris,
a quem, em nome de toda a Maçonaria paulista, de antemão já agradecemos.
Comunicamos aos
presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp,
pela NET, canal 7, pela TV, Aberta canal 61,2 , pela
TV Vivo, canal 9 e, também, pelo canal do YouTube.
Anunciamos para compor
a Mesa principal dos trabalhos desta sessão solene o Exmo. Sr.
Deputado estadual Aldo Demarchi; o irmão Ronaldo Fernandes, sereníssimo
grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; o respeitável irmão
Kamel Aref Saab, eminente grão-mestre estadual do Grande Oriente de
São Paulo; e neste ato, representando o respeitável irmão Pascoal Marracini, o grão-mestre adjunto, Fernando Fernandes, aqui
representando o Grande Oriente Paulista. Peço a todos uma salva de palmas.
(Palmas.)
Com a palavra, para a
abertura desta sessão solene, o nobre deputado Aldo Demarchi.
O
SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Boa
noite, senhoras e senhores. Sejam bem-vindos a esta Casa do povo, Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, para mais uma sessão solene em homenagem ao
Dia do Maçom.
Comunicamos aos
presentes que esta sessão, como já foi dito, só passa a ser transmitida ao vivo
depois do Hino Nacional. É só uma informação que acho interessante - como
brasileiros - e dizer que vamos dar início a esta sessão solene com um programa
preestabelecido com rigor no horário, e para isso eu gostaria que o nosso
mestre de cerimônias anunciasse as etapas.
O
SR. MESTRE DE CERIMONIAS - ALEXANDRE TIRELLI - Atendendo,
então, à determinação do nosso querido presidente, convido a todos os presentes
para que, em pé, possamos ouvir o Hino Nacional Brasileiro.
*
* *
- É executado o Hino
Nacional Brasileiro.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Muito bem. A partir de agora
estamos ao vivo pela TV Assembleia, e regimentalmente vamos à abertura da
sessão, com todo respeito.
Havendo número legal,
declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE TIRELLI - Gostaríamos
de citar algumas personalidades presentes: Fausto Guilherme Longo, deputado do
Congresso Italiano; Samir Cuore, vice-presidente da
Associação Comercial de São Paulo; Francisco Gomes, grão-mestre da Grande Loja
Maçônica de São Paulo; João Bico de Souza, vice-presidente, coordenador-geral
do Comitê de Novos Negócios e coordenador das Sedes Distritais da Associação
Comercial de São Paulo; Hamilton Pecina, juiz do
Tribunal Eleitoral Maçônico da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo;
Irmão Aldemir Morais, delegado da 1ª região maçônica da Grande Loja Maçônica do
Estado de São Paulo; Mauro Caló, grande secretário de
Relações Institucionais do Grande Oriente Paulista; Maurício de Oliveira
Menezes, grande secretário de Solidariedade, Saúde e Ações Sociais do Grande Oriente
Paulista; Carlos Alberto Cintra, representando a poderosa Assembleia Legislativa
do Grande Oriente Paulista; Paulo Carneiro, representando o presidente do
ilustre Conselho Deliberativo do GOP; e também Ricardo Duregger,
secretário estadual adjunto de políticas públicas do Gosp,
neste ato representando a Cogep da Eubiose.
Iniciaremos agora um momento de homenagens onde serão entregues diplomas pelas
mãos do excelentíssimo deputado Aldo Demarchi e dos presidentes das três
potências aos seguintes agraciados. Chamamos para que suba e receba a homenagem
da Maçonaria paulista o irmão Joseli Nogueira Lellis, da Fundação Casa do Maçom João Baroni.
(Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE
TIRELLI - Uma salva de palmas à Casa do Maçom
João Baroni. (Palmas.)
Gostaríamos
de chamar agora para receber a homenagem o irmão Antônio César Corradi, do Instituto Acácia. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE
TIRELLI - Seguindo com as homenagens, gostaríamos
de chamar a senhora Isabella Nimtz Costa para receber
a homenagem pela Assembleia Amor Perfeito das Garotas do Arco-íris. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE TIRELLI
- Uma salva de palmas à Assembleia Amor Perfeito das Garotas do
Arco-íris.
Gostaríamos
de chamar também para receber a homenagem a Sra. Aurea
Yaeko Saab, representando
aqui a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE
TIRELLI - Uma salva de palmas à Fraternidade
Feminina Cruzeiro do Sul. (Palmas.)
Peço a
todos que se acomodem e neste momento franqueamos a palavra, representando aqui
o sereníssimo grão-mestre adjunto do Grande Oriente Paulista ao irmão Fernando
Fernandes.
O SR. FERNANDO FERNANDES -
Excelentíssimo deputado Aldo Demarchi, nosso querido irmão, eminente irmão Kamel, sereníssimo irmão Ronaldo, meus queridos irmãos,
minhas cunhadas, minhas sobrinhas, hoje, estão reunidos neste local
a Maçonaria mais forte, em números absolutos, e a mais atuante da América
Latina. Em números absolutos, representamos a maior força maçônica da América
Latina. Temos que ter consciência disso. O primeiro aspecto, hoje, foi a homenagem, aqui apresentada, às associações paramaçônicas que, em nosso nome, com a nossa participação
e com a nossa força, levam o braço maçônico para ajuda ao nosso povo, à nossa
sociedade.
Com a rapidez que o momento exige, quero desejar,
quero solicitar, quero pedir ao Grande Arquiteto do Universo, que esta força
seja cada vez mais ampliada. Com a nossa amizade, com o nosso exemplo e com a
nossa participatividade. Só assim, com a nossa consciência, em todos os
aspectos, social, político, é que podemos almejar ter um País melhor. Ter uma
sociedade melhor. Ter um Brasil melhor, um Brasil que teremos orgulho de
entregar aos nossos filhos. Meus irmãos, deputado Aldo Demarchi, muito obrigado
pela sua lembrança. Pela sua participatividade. Pela 22ª vez, pelo 22º ano
consecutivo, o nosso irmão Aldo é o nosso braço aqui dentro da Assembleia
Legislativa, a relembrar os nossos ideais. Que possamos, ainda, por muitos e
muitos anos, participar.
Muito obrigado a todos, meus queridos irmãos.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM -
Eu gostaria de anunciar a presença do meu colega e nosso irmão, o deputado
federal Antonio Goulart. Eu gostaria que ele também tomasse assento na Mesa.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE TIRELLI -
Neste momento passamos a palavra, para que faça a sua manifestação, ao
respeitável irmão Kamel Aref Saab, eminente grão-mestre estadual do Grande
Oriente de São Paulo. (Palmas.)
O
SR. KAMEL AREF SAAB - Boa noite a todos os presentes, irmãos,
cunhadas, sobrinhos, sobrinhas e visitantes. Meu boa
noite, muito especial, à Mesa Diretora, comandada pelo presidente e nosso
irmão, o deputado estadual Aldo Demarchi.
O orgulho é sempre duplo. Primeiro, porque estamos
em uma casa de leis. Segundo, porque o presidente do nosso encontro é o
deputado e nosso irmão.
Ronaldo Fernandes, o sereníssimo grão-mestre das
Grandes Lojas do Estado de São Paulo; Fernando Fernandes, o nosso grão-mestre
da Comab ou do Grande Oriente Paulista; meu amigo Antonio Goulart, deputado
federal, que agora acompanha a Mesa, muito prazer. Eu queria que cada um de
vocês pudesse estar aqui onde estou e tivesse a visão que tenho. Que beleza! E
que orgulho em ser maçom.
Quero lembrar que esse 20 de agosto, independente
que alguns concordem com a data e outros não, mas é
esse 20 de agosto que Joaquim Gonçalves Ledo proferiu um discurso em sua Loja,
na ausência de José Bonifácio. E avisou ao imperador, ao nosso Dom Pedro I:
“Queremos a independência de nosso País. Faça-a”.
E isso foi feito,
conversado, dentro de uma Loja Maçônica. Essa é uma data que eu celebro, tenho
certeza de que todos aqui celebram, nossos
antepassados, nossos feitos anteriores. Mas me faz, evidentemente, nessa
celebração, lembrar a escravatura, quando quantas e quantas lojas compravam os
escravos e depois lhes davam a carta de alforria.
Essa era uma
participação da Maçonaria naquela época. O mundo foi mudando e nós fomos
mudando junto. Começamos a deixar um pouco a inserção
que tínhamos dentro da política para sermos uma ordem de benemerência, deixando
de lado o que deveria ser o nosso maior legado, que era o de sermos
construtores sociais, que alteram a sociedade beneficamente.
Estamos retomando isso.
Estamos voltando a participar da sociedade. E o orgulho que eu tenho por termos
o Aldo Demarchi aqui, deputado estadual, maçom. Temos o Antonio Goulart,
deputado federal, maçom. Não temos mais aquele receio de acharem que somos
bruxos ou outras coisas negativas. Não. Estamos participando da sociedade com muito vigor.
O governador de São
Paulo é maçom. O maior estado do País. O prefeito da cidade de São Paulo, a
terceira ou quarta maior cidade do mundo, é maçom. Então, temos muito a mostrar
à sociedade. E praticar o bem.
Temos problemas? Claro
que temos. Mas podemos superá-los todos. O importante é que sejamos, sempre,
homens livres e de bons costumes. E que o nosso objetivo seja o engrandecimento
da cidade.
Antes de terminar,
quero dar um beijo gostoso nas nossas paramaçônicas
que aqui estão, as bethéis e
os meninos DeMolays. Agora, dia sete de setembro, vai
haver um encontro de DeMolays de Ribeirão Preto, um
encontro estadual, e, no dia seguinte, dia oito, um encontro nacional de DeMolays. Costumamos dizer que os DeMolays
são uma fábrica de maçons, mas, mais do que isso, são
uma fábrica de homens. Esses meninos são perseverantes, trabalhadores e
respeitadores. Isso é o que nos leva a crer em nossa ordem e a ficarmos
satisfeitos com a data que comemoramos.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE TIRELLI - Gostaríamos
de convidar, agora, para suas considerações nessa sessão solene proposta por
nosso irmão, excelentíssimo deputado Aldo Demarchi, nosso irmão Ronaldo
Fernandes, sereníssimo grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São
Paulo. (Palmas.)
O
SR. RONALDO FERNANDES - Boa noite a todos. Quero saudar o
nosso querido irmão, Excelentíssimo Sr. Deputado estadual
Aldo Demarchi.
Saúdo igualmente o meu querido e fraterno irmão, Kamel Aref Saab,
eminente grão-mestre estadual do Grande Oriente de São Paulo.
Saúdo, igualmente, representando aqui o Pascoal Marracini, do Grande Oriente Paulista, o grão-mestre
adjunto, Fernando Fernandes. Saúdo também nosso querido irmão corintiano e
deputado federal, Antonio Goulart, e saúdo a todos vocês presentes aqui nesta
noite. É uma noite muito especial.
Eu estava falando ao Aldo que este ano nós teríamos
a Assembleia repleta de irmãos. Vocês estão de parabéns por terem se deslocado
até aqui para participar deste evento importante para todos.
Eminente Presidente desta seção, irmão Aldo, neste 20 de agosto de 2018, nós temos muito que comemorar.
Nós vivemos anos de profundas mudanças, grandes realizações, e da participação
ativa em diversos projetos, onde nós, maçons, estamos resgatando um forte
legado de nossos ancestrais, homens que colaboraram na construção e nas
reformas mais importantes da humanidade.
A Maçonaria brasileira, com suas raízes históricas
fundamentadas em seus princípios, mantém-se mais relevante do que nunca. Nestes
tempos de conflitos sociais, econômicos e políticos, somos encorajados a sair
de nossos templos e colocar a pratica todo aprendizado em nossas lojas, como
construtores sociais, agentes de transformação, de transformações necessárias, conclamadas por todos nós, brasileiros.
Neste ano de eleições, a CMSB, a Confederação da
Maçonaria Simbólica do Brasil, com apoio do Grande Oriente do Brasil e da Comab, Confederação Maçônica do Brasil, lançou o projeto
“Reage Brasil”, uma campanha para alertar a todos sobre a importância do voto
consciente.
Nós temos a plena convicção de que essa é a melhor
maneira de mudar os destinos da Nação, e cabe todos
nós, maçons, despertar na população a responsabilidade de votar. É urgente
refletirmos sobre atuação daquele candidato que teve o nosso aval para
representar-nos, e devemos ter a consciência de que ele, se não cumpriu com
suas promessas e foi omisso em seu trabalho, deve afastar-se da carreira
pública, e não mais merecer a nossa confiança.
Promover a renovação dos quadros políticos é
imprescindível. Porém, isso não significa mudanças apressadas, impensadas ou
irresponsáveis, mas, sim, a esperança de novos candidatos coloca em pauta as
reformas que trarão melhorias na política na Educação, na Saúde. Sempre me
coloquei com otimismo diante dos fatos que atravessamos esta enxurrada de
denúncias não me causa indignação, mas traz a certeza de que iniciamos um
processo de mudanças.
As mudanças que desejamos não serão promovidas
através de milagres ou por algum salvador da pátria, mas apenas por propostas
factíveis. Nós, maçons, devemos ser cobradores da ética, principalmente na
política. A ética começa a ser ensinada no seio da família, em casa, por
intermédio de bons exemplos, e na educação escolar.
Trata-se de um conjunto de valores que são
reiterados e defendidos em nossa sublime instituição, pois a ética é o esteio
da formação do homem. A Maçonaria sempre defendeu o livre pensar e apoia todo o
regime democrático.
A democracia, mesmo que problemática por vezes,
mesmo que gere conflito de opiniões, é melhor do que o regime que amordaça as
palavras. Reflita sobre o que é mais importante para você e para sua família.
Pense no futuro que planeja para seus entes queridos, e veja se esses anseios
são compatíveis com as propostas do seu candidato.
Votar é um dos atos mais importantes de um país
livre. Por isso, faça-o com responsabilidade. Sobre nossa atuação, o Roosevelt
Center, na Inglaterra, vai mais além, sugerindo que a Maçonaria pode ser a
força para o bem no contexto do desenvolvimento social, pois pode ajudar a
conduzir os debates, e discussões com a participação ativa em toda parte do
mundo. Porém, isso depende de nossa capacidade de lidar com o nosso passado,
manter valores, preservar nossa essência e adaptar-se às mudanças do futuro.
Devemos formar líderes maçons comprometidos com a Ordem, que nos auxiliem a
combater os egos e plantem semente nos corações, despertando orgulho de ser
maçom. Que aproxime a família e fortaleça a crença no grande arquiteto do
universo.
Encerrando
a minha participação neste evento, vou repetir uma frase proferida nesta Casa
há um ano. É uma frase dita por Thomas Jackson: “Não é a Maçonaria que vai
mudar ou transformar o mundo. A Maçonaria muda o homem, e o homem muda o mundo.”
Parabéns a todos pelo Dia do Maçom, um beijo
no coração de cada um. Muito obrigado. (Palmas.).
O SR.
PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Gostaria, nesse
momento, de passar a palavra ao meu colega, deputado federal, nosso irmão,
quebrando um pouco o protocolo, porque os parlamentares eram antes dos
grão-mestres, mas confesso que Goulart chegou e já justificou o seu pequeno
atraso.
Nós
passamos a palavra ao nosso querido irmão, deputado federal, Goulart.
O SR. ANTONIO GOULART - Boa
noite a todos e a todas, meus irmãos, meus queridos
irmãos, cunhadas, sobrinhos da Ordem DeMolay, meu
presidente, irmão querido Aldo Demarchi, que tem um trabalho brilhante que eu
acompanho há muitos e muitos anos. É um trabalho sério que enobrece o
Parlamento paulista. É uma honra muito grande, agradeço muito essa deferência
em me conceder palavra. Eu tive um pequeno problema na chegada aqui. Eminente
grão-mestre adjunto, Fernando Fernandes do Grande Oriente Paulista; meu querido
amigo irmão, cidadão paulistano, Kamel Aref Saab; meu querido irmão,
parceiro, amigo, sereníssimo grão-mestre, Ronaldo Fernandes que orgulha muito a
nossa Ordem, e que eu sigo sob sua batuta, suas orientações e conselheiro do
meu mandato.
Meus
queridos irmãos, palavra dos grão-mestres remete e não precisava que fosse dada
palavra a mim. Nós vivemos um momento muito importante no País em que novamente
os maçons são conclamados a voltarem a essa militância, a essa participação que
nós lembrávamos no último sábado: de que os republicanos, no aniversário de 60
anos de uma Loja que tivemos em Santo Amaro, nos momentos mais importantes da
história da humanidade, a Maçonaria se colocou e fez a diferença, fez a história.
Temos
então grandes maçons, e temos a oportunidade de, todo ano, lá no Congresso
Nacional, convocado pelo irmão Izalci, e aqui na
Assembleia Legislativa pelo irmão Aldo Demarchi, comemorarmos o Dia do Maçom.
Nós sempre procuramos reconhecer os relevantes trabalhos, um projeto de minha
autoria, reconhecendo nos maçons indicados pelas três potências a Medalha José
Bonifácio na Câmara de Vereadores de São Paulo. Hoje esse evento é presidido
pelo meu filho, que é vereador, e na última sexta-feira entregou, em nome de
toda a cidade de São Paulo, o título de cidadão paulistano ao nosso querido
irmão Kamel. Esse título foi recebido também pelo
sereníssimo grão-mestre Ronaldo Fernandes, por tudo que eles representam, e que
representam a nossa Ordem. Temos que louvar e participar nos momentos mais
importantes.
Os
representantes do povo não podem ficar à mercê dos chamados cabos eleitorais e
dos profissionais na política. Muitas vezes, a corrupção começa numa campanha
eleitoral. E essa campanha eleitoral tem que ser encarada e encampada pelos
homens de bem, pelos homens livres e de bons costumes. Porque, senão, não vai
mudar nada.
Eu
quero aqui cumprimentar a cada um dos irmãos pelo nosso dia, pelo Dia dos
Maçons. Eu tenho o privilégio de participar da augusta e respeitável Loja Fé,
Equilíbrio e Luz, nº 270. Sou ativo na Ordem. Como muitas outras obras sociais,
nós mantemos lá uma obra social muito importante, acho que é um orgulho para a
Maçonaria, que é a Sobei - temos mais de cinco mil crianças, 2.800 idosos e
cursos profissionalizantes. Acho que a sociedade tem que assumir o seu papel.
Os governos têm que se curvar à importância da Maçonaria em todo o território
nacional.
Parabéns, mais uma vez,
meu querido irmão. Até soube da história dele pelo Ronaldo Fernandes, porque o
Ronaldo foi à empresa em Rio Claro. Foi lá que ele conheceu o nosso querido
irmão Aldo Demarchi. Desde lá, ele mantém essa relação de amizade.
Quero aproveitar para
cumprimentar os nossos past grão-mestres, tanto o Ballouk, do Grande Oriente, como
também o Chiquinho, que está aqui. Tem outros past
grão-mestres. Daqui eu não estou vendo. Desculpem-me.
Grande abraço a todos.
Que Deus os abençoe e o Grande Arquiteto do Universo ilumine cada um dos maçons
de todo o Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE TIRELLI -
Agradecemos as palavras do irmão Goulart.
Informamos que
assistiremos a uma cerimônia denominada Cerimônia das Luzes, da paramaçônica Ordem DeMolay, que
será interpretada pelo Capítulo Cavaleiros de Guarulhos
nº 769.
O
SR. BRUNO - Boa noite a todos. Eu sou o Bruno.
Represento a Ordem DeMolay paulista. Estou
representando o Capítulo Cavaleiros de Guarulhos nº
769. Estou representando o DeMolay do Estado todo.
Irei realizar a Cerimônia das Luzes, que nada mais é que uma explicação das
nossas sete velas, o que elas significam e a influência que elas têm no mundo
atual.
Estou em pé, diante de
vocês, neste altar DeMolay, sobre o qual colocamos os
poderosos baluartes de nossa fé, a Bíblia sagrada e os livros escolares. Não
distante, vê-se a bandeira de nossa querida Pátria. De pé, como sentinela, estão essas sete velas acesas, faróis na
escuridão, luzes para iluminar o nosso caminho conforme viajamos, sempre
adiante, para baixo da estrada da vida. São modelos sobre o qual nós, DeMolays, prometemos basear as nossas vidas.
A primeira vela
simboliza o amor entre pais e filhos, aquele amor que já existia antes mesmo de
nascermos, permanece conosco por toda a nossa vida e nos seguirá até mesmo além
do túmulo. Os filósofos chamavam esse amor de ágape, amor sem nenhuma outra
razão a não ser a de existir.
A segunda vela é o
emblema da reverência por tudo aquilo que é sagrado.
Um jovem, ao atravessar o limiar de um DeMolay pela
primeira vez, manifesta uma profunda e permanente fé em ouvir o verdadeiro
Deus. Sem essa sólida fé e a graça de nosso Pai celestial, nosso trabalho seria
em vão.
A terceira vela
significa cortesia, uma cortesia que excede a amizade, uma cortesia que alcança
o desconhecido, os idosos e todos os homens. Essa mesma cortesia traz um
sentimento caloroso e um sorriso e torna esta vida mais agradável para o
próximo, pois ilumina o caminho diante de nós.
A quarta vela, a vela
no centro de nossas sete, significa simbolicamente o companheirismo. Milhões de
jovens iguais a nós se ajoelharam neste mesmo altar simbólico e se dedicaram
aos mesmos princípios de boa filiação e boa cidadania. Enquanto nós
permanecermos fiéis a essas promessas, enquanto existir uma Ordem DeMolay, nós estaremos unidos.
A quinta vela significa
simplesmente fidelidade. Um DeMolay não pode nunca,
por motivo justificado ou não, ser falso a seus votos, a suas promessas, a seus
amigos e a seu Deus. Ele é chamado diariamente para defender
os baluartes e preceitos da Ordem, de modo que nunca possa fracassar como líder
e como homem.
A sexta vela é o
símbolo da pureza, não só a pureza de corpo, que todos nós praticamos, mas a
pureza de todo pensamento, palavra ou ação. Somente com a pureza pode um DeMolay ser um digno representante da limpidez de nossos
ensinamentos.
A última vela é o
emblema do patriotismo. Talvez nós nunca sejamos chamados para defender a nossa
Pátria no campo de batalha, porém, cada dia apresenta
novas oportunidades para nos firmarmos como bons e corretos cidadãos a serviços
daquela querida bandeira e de nossa reverenciada Pátria.
Mas nós
vivemos em uma época turbulenta, onde o tumulto está em nossa Pátria, quando os
baluartes da Bíblia sagrada, dos livros escolares e da bandeira de nossa Pátria
estão em perigo de afundar no turbilhão de dúvida e de incerteza; quando estes
sete gloriosos preceitos não são os mais cobiçados modelos sobre os quais se
baseou a vida; quando a confiança, a justiça e a fraternidade não são as
qualidades mais virtuosas. Se nós, DeMolays, não
ficarmos inabaláveis em defesa dos ensinamentos de nossa Ordem, se não os
perpetuarmos em nossas vidas diárias, então talvez estas chamas se apagarão, mortas na sombra, e a escuridão tomará conta do
País.
No entanto,
cada um de vocês, sendo um DeMolay, traz dentro do
seu coração uma chama, um facho para guiá-lo através da escuridão. Se conseguir
fazer com que essa luz brilhe sobre outra pessoa, se conseguir penetrar nas
profundezas mais recônditas de sua alma e acender a chama ali está, então aí reside o objetivo da Ordem DeMolay, aí está sua finalidade de viver. Obrigado a todos.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ALEXANDRE
TIRELLI - Obrigado ao Capítulo Cavaleiros de
Guarulhos nº 769 da Ordem DeMolay. Agora sim, com a
palavra o proponente e presidente desta sessão solene que há anos homenageia o
Dia do Maçom, o nosso irmão, deputado estadual Aldo Demarchi.
O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Respeitáveis irmãos que compõem a Mesa, Kamel
Aref Saab, iminente grão-mestre estadual do Grande Oriente de São
Paulo; sereníssimo grão-mestre da Glesp - Grande Loja
Maçônica do Estado de São Paulo -, poderoso irmão Ronaldo Fernandes;
respeitável irmão grão-mestre adjunto Fernando Fernandes, do Grande Oriente
Paulista; nosso querido irmão deputado federal Antonio Goulart, que muito nos
honra com a sua presença, boa noite.
Gostaria
também de cumprimentar aqueles que dividem conosco esta Mesa que se compõe aqui
ao lado, nossos irmãos, e gostaria de agradecer a presença de todos os irmãos
das três potências da capital e principalmente dos meus amigos do interior que
se fazem presentes, deslocando-se de até 200 quilômetros daqui de São Paulo
para estar aqui nesta noite.
Senhoras e
senhores, meus irmãos, mais uma vez, como fazemos anualmente desde 1996, nos
reunimos neste plenário para comemorarmos o Dia do Maçom, que coincidentemente
este ano caiu no dia 20. As sessões solenes só podem ser realizadas às sextas e às segundas-feiras, e muitas vezes o dia 20 caiu
em um sábado, um domingo, uma quinta-feira. Coincidentemente hoje é o Dia do
Maçom, data magna da instituição no Calendário Oficial do Estado de São Paulo
pela Lei nº 3889, de 1983.
Antes de
1996, antes nós chegamos aqui, as comemorações concernentes à Maçonaria, por
razões ignoradas, não aconteciam na Assembleia Legislativa há muito tempo.
Graças ao nosso irmão e ex-deputado desta Casa Luiz Lune,
elas retornaram. No mês de abril daquele ano, ele realizou uma sessão solene
neste plenário para homenagear os 105 anos de fundação da augusta, centenária,
benemérita e benfeitora Loja Simbólica União Paulista no 34, Loja Maçônica da qual tenho a alegria de
ser membro honorário e na qual meu filho Demerval foi
iniciado e foi venerável. Ele pede aos meus irmãos... E desculpem, porque hoje
ele é vereador em Rio Claro, e a sessão da Câmara Municipal é justamente neste
horário. E estão discutindo projetos importantíssimos. Então, ele pede
desculpas pela ausência, mas está aqui em espírito.
Tendo participado da
sessão citada, quando houve aquela reunião, aqui, em comemoração da Loja
Paulista no 34, eu pedi para os meus
assessores fazerem uma pesquisa, que constatou que existia um dispositivo legal
nesta Casa que instituía o dia do maçom, a ser comemorado anualmente no dia 20
de agosto. Isso posto, como maçom que sou, eu estava
falando ao grão-mestre que no final do ano estou recebendo uma medalha de
provecto. (Palmas.) Fui iniciado há 50 anos e continuo na Loja em que fui
iniciado. Hoje é dia de reunião e só não estou lá por que estou aqui,
evidentemente.
Mas solicitei, então, o
retorno dessas comemorações aqui na Casa, que passaram a acontecer neste
Parlamento desde aquele ano. Durante esses mais de 20 anos, apenas por dois
anos essa comemoração não ocorreu neste plenário: no ano de 2006, pelo fato de
as instalações do plenário estarem em reforma; e em
2013, devido às manifestações que estavam ocorrendo em todo o Brasil, inclusive
na cidade de São Paulo. Naquela ocasião, houve o fechamento da Assembleia
Legislativa por conta de ameaças de manifestações violentas, que colocavam em
risco a integridade das pessoas que para cá se dirigissem.
Assim, por uma questão
política e por ameaça da violência, a voz da Maçonaria Paulista calou-se
naquele ano. Porém, embora esse fato tenha sido apenas circunstancial, não foi a primeira vez em que a voz da Maçonaria foi calada devido a
atos de força, violência e principalmente por questões políticas. Desde a
implantação das lojas maçônicas regulares em nosso País, que, segundo os
historiadores, ocorreu a partir do ano de 1800, por diversas vezes elas foram
fechadas por atos de força. Tais atos vieram principalmente do Governo, com o
objetivo de impedir o progresso de movimentos libertários e democráticos, uma
vez que a liberdade e a democracia são valores fulcrais da doutrina maçônica.
Já em 1818, durante o
período da estada da corte portuguesa no Brasil, as lojas maçônicas brasileiras
também foram impedidas de funcionar pela primeira vez, por um alvará real com
força de lei, que proibiu o funcionamento de todas as sociedades secretas,
independentemente de denominação, sob pena de levar
seus membros à morte. Isso teve como causa a Revolução Pernambucana em 1817,
que propunha a independência da região e a implantação de um regime
republicano. Esse movimento teve, entre seus líderes principais, diversos
maçons como o padre Roma - José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima - e Domingos
José Martins, que foram executados, juntamente com outros 41 conjurados desse
movimento.
As mordaças foram
impostas outras tantas vezes à Maçonaria no decorrer da história. Embora os
maçons tenham atuado fortemente no processo para a independência do Brasil, no
mês seguinte, aos 21 de outubro de 1822, o próprio Dom Pedro, imperador e
grão-mestre da Maçonaria Brasileira, ordena que a ordem cessasse seus
trabalhos, fazendo com que seu líder, Joaquim Gonçalves Ledo, fugisse para a
Argentina. E um ano depois ele edita um decreto semelhante ao de 1818,
proibindo as sociedades secretas, incluindo a Maçonaria, indicando a pena de
morte para os seus membros que continuassem nas atividades.
Já no século passado, após a Revolução
Constitucionalista de 32, o governo Getúlio Vargas perseguiu violentamente os
maçons, fechando lojas e prendendo e até exilando membros, isto porque os
líderes daquele movimento eram todos membros da Maçonaria, como o principal
líder, Júlio de Mesquita Filho.
Meus irmãos, os maçons do mundo sempre tiveram
relevante participação na história do universo, contribuindo para o
desenvolvimento da ciência moderna e da filosofia libertária, que nos trouxeram
ao nível de controle e liberdade que hoje vigoram na maior parte do mundo.
Sempre combateram os
abusos dos poderosos sobre os mais humildes, principalmente. Sempre defenderam
a democracia e a liberdade de pensamento, na busca de um mundo melhor.
No Brasil não foi, e
não é diferente. A doutrina maçônica ainda hoje é,
como sempre foi, exposta dentro das nossas lojas e nos leva a aprender os
elevados valores morais, como o respeito à família, à liberdade e ao
conhecimento, que nos trouxeram ao nível de progresso que hoje permite que a
maior parte da humanidade tenha um nível de conforto e sobrevida muito superior
ao que nós tínhamos 100 anos atrás.
E descrever, ou citar
pessoas que contribuíram para isso, faz-se desnecessário, uma vez que, por mais
de 20 vezes, aqui neste mesmo plenário, já fizemos essas menções. Eleger diagnósticos
apontando a causa das mazelas que afligem nosso País, nosso povo, também já é,
e o fizemos, por diversas vezes aqui.
Aqui já discutimos e
indicamos problemas que nos atingem, e suas possíveis soluções. Já tornamos
público por manifestações e cartas, cartas abertas à população, apontando o
pensamento da Maçonaria paulista.
Mas nada mudou. Ao
contrário, nos últimos cinco anos a situação da nossa sociedade piorou
notadamente. Qual seria a razão disso? Na minha opinião,
uma das razões é que a Maçonaria, diferente dos nossos antecessores, resumiu a
permanecer na retórica e, ainda por cima, somente dentro dos ambientes
fechados, e não efetivou nenhum movimento concreto para mudar o status quo.
Assim, pior que nas
ocasiões anteriores, em vez de sermos calados pela força dos tiranos, agora nos
calamos pela nossa pura conveniência. Ninguém nos calou. Nós é que colocamos a
mordaça em nós mesmos.
Por essa razão, como
estamos já no ano de 2018, faz 200 anos que tentaram amordaçar, pela primeira
vez, a Maçonaria no Brasil. Mas não conseguiram, tanto que, quatro anos depois,
aconteceu a nossa Independência.
Relembrando o
bicentenário da primeira ação contra a Maçonaria, nesta data, quero colocar um
tema para nossa reflexão, especialmente para os nossos líderes, os grão-mestres
que aqui se fazem presentes, e seus colaboradores. Por que a Maçonaria, estando
presente em quase todos os municípios do nosso estado de São Paulo, e tendo
maçons qualificados, não tem maior influência na sociedade, para mudar a situação
para melhor?
Quando da nossa
indicação, tenho certeza que todos passaram por esse momento, disseram a todos
nós: Maçonaria é uma escola de líderes, e o seu foco principal é tornar feliz a
humanidade, através de aperfeiçoamento humano, por meio de uma estrutura
filosófica de ensino. Faz do maçom uma pessoa melhor, dedicada a sua família e
ao seu trabalho, mas sempre preocupado com o desenvolvimento da sociedade onde
convive.
Também ouvimos: “É uma fraternidade. Em um mundo
cada vez mais complexo, a Maçonaria satisfaz uma das mais básicas necessidades
dos seres humanos: a da fraternidade. Esta é uma das principais razões da
existência da Maçonaria, desde as antigas civilizações”.
Ouvimos também: “É uma rede de contatos que
representa um corte transversal das profissões de uma comunidade, pois a
Maçonaria está presente em todos os ramos comerciais, profissionais. Os maçons
ajudam-se mutuamente, uns aos outros, como regra de conduta, ou seja, faz parte
do estilo de vida do maçom dar preferência e participar ativamente do
crescimento profissional e social de seus irmãos, tornando a Maçonaria uma
instituição única e diferenciada”.
Ouvimos também: “Ela é uma escola para crescimento
pessoal, onde o envolvimento com a Maçonaria favorece o crescimento pessoal na
área das relações humanas”.
Ouvimos também: “É uma organização que congrega
líderes e pessoas de sucesso, onde atuar em cargos maçônicos é sinônimo de
maior experiência e liderança. A pessoa deve aprender como motivar, influenciar
e liderar aqueles que já são líderes”.
Também ouvimos: “Entidade global, onde todo maçom é
bem recebido e incentivado a participar das reuniões em mais de 355 mil lojas
maçônicas em 170 países e regiões geográficas. São poucos os lugares do mundo
onde não se encontra uma loja maçônica”.
Também ouvimos, para finalizar: “Ela é uma
organização que incentiva o patrocínio do desenvolvimento de jovens de todo o
mundo, patrocinando clubes em escolas secundárias e universitárias, bem como
grande variedade de atividades úteis que difundem valores fundamentais às
famílias maçônicas, ou seja, participação em instituições internacionais, como
a Ordem DeMolay para os meninos, a Ordem das Filhas
de Jó para as meninas, grupos filosóficos, etc.
Envolve toda a nossa família, unificando projetos ideais.” Vimos aqui a fantástica apresentação do DeMolay.
“Entretanto, o melhor motivo para se tornar maçom é a
oportunidade de ajudar nossos semelhantes e o bem-estar em que resultam as
nossas ações.”
Meus irmãos, se tudo isso que nos disseram em nossa
iniciação for verdade, por que não nos vemos em verdadeira união, trabalhando
para efetivamente melhorar a nossa sociedade? Onde será que estamos falhando?
Evidentemente, em 2018, estamos no meio de uma luta
onde o falso e o mentiroso tenta prevalecer sobre a verdade e, para tanto,
vale-se de instrumentos para manter um grande número de brasileiros na
ignorância, agindo ordenadamente em conjunto. Nós, ditos defensores da moral,
da família, dos valores que levam ao verdadeiro, não estamos agindo e, quando o
fazemos, isso acontece de forma individual, desordenada. Esses agentes das
trevas estão vencendo aos poucos os ditos instrumentos da luz.
Dentro de poucos dias elegeremos as pessoas que vão
dirigir o nosso estado e o nosso país pelos próximos quatro anos. Estamos vendo
grupos políticos trabalhando para induzir o nosso povo ao erro, para manter o
Brasil no rumo do caos, para implantar um regime de forças autoritárias, como
vemos na Venezuela e na Nicarágua. Esses grupos estão sendo bastante efetivos,
tanto que, apesar de terem um presidiário como candidato a
presidente da República, conseguem manter os meios de comunicação com
foco em suas ideias. E nós, o que estamos fazendo? Qual é o nosso grau de
engajamento nessa luta da verdadeira democracia contra o autoritarismo?
Queridos irmãos, nesses meus 50
anos de filiação à mesma Loja, a Fraternidade e Justiça 110, de Rio Claro,
sempre vi a Maçonaria envolvida em movimentos sociais de auxílio aos menos
favorecidos, tanto é que, em minha cidade, Rio Claro, as lojas maçônicas, as
três potências, são unidas e dirigem as maiores
entidades de benevolência, bem como os movimentos políticos na defesa do
governo democrático e na gestão.
Agora fizemos o nosso prefeito, a nossa Câmara Municipal.
Lá feita
uma ação, lá nós tocamos a Casa de Saúde Bezerra de Menezes, nós tocamos a
Guarda Mirim, a Casa das Crianças. Os menores infratores, nós somos parceiros
do Estado para recuperá-los. Eu sinto orgulho e agradeço imensamente aos nossos
irmãos de Rio Claro que estão aqui me ouvindo e podem testemunhar isso.
Entretanto,
a cada dia, vejo a Maçonaria mais distante disso, distante dos movimentos
sociais e da política. Isso leva falta de alento aos desvalidos e acarreta o
crescimento da influência dos grupos políticos impregnados de uma ideologia de
poder alheia aos princípios da liberdade plena ao bem da sociedade.
Sinceramente,
não sei o porquê dessa situação e nem tampouco tenho resposta para o estado de
inércia que percebo no nosso meio. Por essa razão, concito todos nós, maçons
paulistas filiados nas três potências regulares, principalmente os nossos
grão-mestres, a uma profunda e rápida reflexão da situação atual da nossa ordem
e da nossa sociedade, para reativarmos nossas forças na permanente luta para
edificarmos um mundo mais justo e mais perfeito.
Nós
juramos, em nossa iniciação, trabalhar para construir uma sociedade mais feliz,
baseada na liberdade, na ordem e na verdade. Creio que seja a hora que nós
cumprirmos esse juramento.
Para
finalizar, eu quero agradecer imensamente a todos que aqui compareceram para
mostrar que realmente a Maçonaria ainda está viva. Devo dizer que, nesses 22
anos que realizo esta solenidade, eu sempre contei com as três potências, com
os grão-mestres presentes.
Não posso
deixar de citar aqui o Jurandir, do Grande Oriente Paulista, que sempre foi uma
pessoa que me ajudou muito, o próprio Salim Zugaib, o Chiquinho da Grande Loja e
o Ballouk do Grande Oriente de São Paulo. Sozinho,
ninguém é absolutamente nada. É por isso que eu concito todos os irmãos a abraçarem
essa causa. Muito obrigado pela presença.
Antes de
fazer o encerramento definitivo, eu gostaria de agradecer ao Cerimonial da
Assembleia, ao serviço de Som, à TV Alesp e aos demais funcionários da Casa. Agradeço a colaboração do
Mauro Caló, do Grande Oriente Paulista; do Roque, do Grande Oriente do Estado
de São
Paulo; do Alexandre Tirelli e do Luiz Carlos
Tasco, da Grande Loja do Estado de São Paulo.
Agradeço ainda ao Edson Niche, que sempre me assessora nessas ocasiões, pelo seu gabinete. É um
assessor que não ganha absolutamente nada, nunca ganhou nada, mas está sempre
presente, colaborando conosco.
Eu iria
deixar para o mestre de cerimônias, mas irei anunciar. Nós vamos sair pelo
Salão dos Espelhos e vamos fazer ali um coquetel de confraternização, em que
poderemos trocar uma conversa mais íntima. Muito obrigado a todos.
Está encerrada a
sessão.
*
* *
-
Encerra-se
a sessão às 21 horas e 08 minutos.
*
* *