2 DE OUTUBRO DE 2018
125ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - ORLANDO BOLÇONE
Faz reflexão sobre São Francisco de
Assis, cuja memória é celebrada em 04/10. Lê oração redigida pelo santo. Afirma
que os eleitos no pleito de 07/10 deverão ter a humildade necessária para
trabalhar pela união nacional.
3 - CORONEL TELHADA
Presta homenagem à cantora Ângela
Maria, falecida em 29/09. Tece comentários sobre as
eleições, pedindo à sociedade que vote com consciência. Dá conhecimento da
execução de seis policiais, no mês de agosto. Descreve a tentativa de
assassinato cometida contra um juiz, no Mato Grosso.
4 - CARLOS GIANNAZI
Combate o PLC 52/18, que trata do Iamspe, e que, a seu ver, não incorporou as reivindicações
feitas pelos servidores. Defende que o Executivo repasse verbas ao Iamspe, em contrapartida à contribuição dos funcionários
públicos. Declara que a situação do instituto é grave.
5 - CORONEL CAMILO
Faz considerações acerca das eleições
majoritárias, a serem realizadas em 07/10. Orienta a população a escolher com
cuidado os candidatos em quem irá votar. Argumenta que este é o momento de a
sociedade fazer ouvir a sua voz. Pede a todos que não anulem o voto.
6 - LECI BRANDÃO
Lamenta o falecimento da cantora
Ângela Maria. Destaca que as mulheres terão um papel crucial nas eleições deste
ano. Menciona manifestações acerca do pleito presidencial. Ressalta a
importância do voto para os cargos legislativos. Agradece aos seus pares, pelo
respeito e pelo trabalho conjunto.
7 - EDSON GIRIBONI
Pede a todos os brasileiros que não
deixem de exercer o voto, selecionando candidatos que trabalhem pelo bem do
Brasil. Expressa seu desejo de que o País passe a ter maior estabilidade
econômica e se torne capaz de atender satisfatoriamente às diversas demandas
sociais.
8 - CARLOS GIANNAZI
Acusa o governo estadual de vir
cancelando a readaptação de vários professores, após a realização de novas
perícias médicas. Elenca reivindicações dos professores categoria
"O". Exige que o Executivo conceda ao magistério o reajuste salarial,
obtido na Justiça, mas suspenso por liminar do STF. Lamenta que lei, de sua
autoria, que combate a superlotação de salas, não seja cumprida.
GRANDE EXPEDIENTE
9 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, defende que os
aprovados no concurso de oficial de justiça sejam chamados e empossados.
Lamenta o déficit destes profissionais no Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Lembra que direcionou dotação orçamentária para este fim. Apela pela
aprovação, nesta Casa, do PL 788, que trata da contratação de oficiais de
promotoria para o Ministério Público Estadual. Enfatiza a necessidade de chamar
professores do ensino básico 1 aprovados em concurso para as salas de aula da
rede estadual. Destaca diversos órgãos públicos com falta de funcionários,
aguardando pela chamada de aprovados em concursos públicos.
10 - MARCOS LULA
MARTINS
Pelo art. 82, manifesta preocupação
com o futuro do Iamspe. Lembra que, em 01/10, foi
comemorado o Dia do Idoso. Discorre sobre as dificuldades enfrentadas pela
população da terceira idade. Cobra respeito ao Estatuto do Idoso. Critica o
término do programa Farmácia Popular. Destaca a importância do "Outubro
Rosa", campanha de prevenção ao câncer de mama. Relata sua presença em
audiência pública, ocorrida em Capivari, com membros do Ministério Público do
Trabalho, para discutir contaminação de trabalhadores pela substância amianto,
que afirma ser cancerígena.
11 - MARCOS LULA
MARTINS
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
12 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 08/10, à hora regimental, sem Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – CORONEL TELHADA – PP - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone.
O SR. ORLANDO
BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Estimado deputado Doutor Ulysses, que preside
esta sessão, é uma honra falar com Vossa Excelência na Presidência. Saúdo as
deputadas presentes na Casa, na pessoa da estimada deputada Leci
Brandão, nossa querida amiga, referência e ícone como pessoa, como liderança e
como artista.
Na pessoa do meu querido e estimado amigo, deputado
Coronel Telhada, estudioso da Segurança deste País, saúdo todos os deputados
presentes na Casa.
Quero
aproveitar o dia quatro, quando se comemora o dia de São Francisco de Assis,
para fazer uma reflexão muito simples, tal como foi São Francisco de Assis.
Acho que o momento que vivemos tem uma importância em trazer sua mensagem para
reflexão, nesse momento de final de eleições de primeiro turno, quando se
acirram os ânimos. Talvez seja o momento em que precisamos, cada vez mais, de
bom senso. Em especial após a escolha de todos os dirigentes em segundo turno,
há a necessidade de chamarmos todos à união.
Para isso, há que se
ter uma qualidade pouco comum nos dias de hoje, mas que acredito estar presente
sempre nos grandes estadistas, por mais ousados e corajosos que sejam, que é a humildade.
São Francisco de Assis
é o santo que lembra a questão ecológica, a questão da
solidariedade, a questão, hoje, da chamada sustentabilidade. No final
dos anos 2000, então, exatamente, no ano 2000, quando se escolheu - o Doutor
Ulysses também é franciscano e sabe disso - o homem do milênio, foi escolhido,
entre grandes estadistas, São Francisco de Assis, visto que viveu no século
XIV. Aquele humilde servo de Deus, depois se criou a expressão frei, aquela
pessoa que se dispôs a conviver com os pobres mais pobres.
Hoje faço essa
lembrança, visto que, nesta semana, são feitas reflexões diversas em todo o
País, em todas as regiões, sobre o pensamento de São Francisco de Assis, que
também foi um grande administrador. Ele foi a pessoa
que atuou, à época, criando uma ordem, hoje conhecida no mundo todo, talvez ele
nem esperasse esse reflexo.
É importante lembrar
que vamos viver, nos próximos dias e anos, um período em que serão necessárias aquelas qualidades, aquelas práticas que Francisco de Assis
pregava tanto. Nesse momento, corremos o risco de nos digladiar, de não
respeitarmos o pensamento uns dos outros.
Quero, então, na
leitura da oração de São Francisco, deixar uma reflexão para esse momento
difícil que vivemos, mas que, com certeza, pode ser superado se praticarmos, principalmente,
o que propõe Francisco de Assis:
“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive
para a Vida Eterna.”
Neste momento, em todas as partes do mundo,
pode-se dizer, as associações antialcoólicas se
inspiram no pensamento de Francisco de Assis e convidam as pessoas a deixarem o
vício oferecendo irmandade, oferecendo
fraternidade. Elas abrem suas sessões com essa oração de São Francisco de
Assis, que é uma das mais conhecidas no mundo em todos os tempos.
Sr.
Presidente, peço que este pronunciamento seja enviado ao padre Alexandre
Ferreira dos Santos, da Paróquia de São Francisco de Assis, em São José do Rio
Preto. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Nobre
deputado, o pedido de V. Exa. é
regimental e será prontamente atendido. Tem a palavra o nobre deputado Coronel
Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP – Sr.
Presidente, deputado Doutor Ulysses; Srs. Deputados Orlando Bolçone
e Edson Giriboni; Sra. Deputada Leci
Brandão; senhores e senhoras presentes nesta sessão; telespectadores da TV Alesp; sargento Martins, que representa a assessoria da
Polícia Militar; major Hugo, que também está presente, boa tarde.
Quero começar minhas palavras
comentando o falecimento da grande cantora Ângela Maria, que é um ícone no
Brasil. Tenho certeza de que a deputada Leci Brandão
vai falar disso também. Nós, como brasileiros, temos que honrar as pessoas que
merecem ser honradas, então quero fazer esta menção em
homenagem à cantora Ângela Maria, que ontem foi sepultada. Gostaria também de
lembrar Charles Aznavour, cantor francês também muito
conhecido. Quando essas pessoas que nos trazem alegria falecem, realmente é um
motivo para comentarmos, pois isso traz tristeza ao nosso povo.
Sr.
Presidente, com esta nossa campanha eleitoral, estamos fazendo as sessões
plenárias somente uma vez por semana. Isso é muito ruim, porque acabamos
acumulando assuntos e deixando o nosso serviço de lado, e nosso serviço aqui
deveria ser feito diariamente. Esta é última semana, pois no próximo dia 7 de
outubro teremos a campanha eleitoral. Eu quero aqui publicamente desejar boa
sorte a todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas que estão trabalhando pela
reeleição e àqueles também que estão pleiteando um cargo no Poder Legislativo.
Que o povo faça a sua escolha
com muita parcimônia, com muita cautela, procurando saber quem são realmente os
deputados e as deputadas, os senadores, os governadores e os presidentes em que
votarão, para depois não reclamar. Participem deste momento, porque, se o povo
não participar, com certeza nós não teremos um
resultado que satisfaça toda a população.
Vamos falar de Segurança, que
é o nosso tema. Esta semana nós infelizmente perdemos três policiais em São
Paulo, dois policiais civis e um policial militar. Eu quero falar agora do
primeiro policial, que foi morto no dia 24 de setembro, segunda-feira. Este é o
policial civil Salvador Gonçalves Neto, de 53 anos de idade, que foi morto no
último dia 24 de setembro.
Todas as mortes de que eu
falarei aqui foram mortes originadas por emboscadas, e não por acidente ou
tentativa de roubo. São emboscadas, são crimes terroristas contra as forças de
Segurança. O policial civil Salvador Gonçalves Neto trabalhava no 55º DP, no
Parque São Rafael. Ele saiu do trabalho e foi a um Pet Shop comprar ração para
uma cadela que eles têm no Distrito. Todo quartel e todo distrito tem um
cachorro, aqueles cachorros abandonados. As pessoas pegam carinho por esses
animais e acabam cuidando deles, isso é quase uma tradição em todos os quartéis
e distritos.
Esse policial civil foi
comprar ração para essa cachorra, na segunda-feira à noite e, quando chegou ao
local, foi abordado por indivíduos que sabiam que ele era policial, porque ele
já tinha prendido um desses indivíduos várias vezes.
Ele foi abordado por esses indivíduos e foi morto covardemente com tiros no
tórax e na cabeça, lá no Parque São Rafael. Desses três indivíduos, um tem 18
anos, outro 19 e o outro é menor de idade, 17 anos. Só
para os senhores terem uma ideia, esse de 18 anos que matou o policial civil já
havia sido preso 17 vezes, e várias das vezes pelo próprio policial civil.
Então, está aqui um crime de vingança, um crime perpetrado pelo crime
organizado, sim, porque tem o envolvimento de várias pessoas, do policial civil
Salvador Gonçalves Neto, de 53 anos.
O
próximo policial que vou falar é o policial militar que foi morto no litoral. É
o cabo José Aldo dos Santos, de 49 anos. Ele foi assassinado com tiros de fuzil
e de pistola. Foram mais de 50 tiros disparados contra ele. Não foi só uma
execução, mas realmente uma carnificina. Isso aconteceu na manhã da
quarta-feira, 26 de setembro, em Vicente de Carvalho, Guarujá. Ele tinha um
casal de filhos, estava na Polícia Militar desde 1995 - portanto há 23 anos - e
trabalhava no 21º Batalhão de Polícia Militar do Interior, no Guarujá. Além da
sua execução, ele já havia sofrido duas outras tentativas de homicídio, ou
seja, os criminosos estavam atrás dele. Ele era um cara muito atuante na
região. Estava de folga e foi assassinado após deixar a esposa na travessia de
barcas, no Guarujá. Foi mais um policial executado neste estado de São Paulo.
O
próximo também é um policial civil. Ele foi morto na quarta-feira, dia 26 de
setembro. Praticamente em dois dias foram mortos esses três policiais. O
policial civil Edson Aparecido Paulino foi morto na zona oeste de São Paulo.
Trabalhava no 89º DP, no Morumbi. Após deixar o plantão, deslocava-se para sua
casa e seu carro foi fechado por criminosos que estavam num HB20 preto, que
atiraram diversas vezes contra seu Fiat. Foram disparados tiros de nove
milímetros e pistola 380. Ele foi morto com tiros no abdômen e na cabeça. Foi
uma clara marca de execução: foram tiros na cabeça e no abdômen. Ele foi mais
um policial civil assassinado pelo crime no estado de São Paulo. Então, em dois
dias foram mortos três policiais, dois civis e um militar.
Agora no
Rio de Janeiro: foi o morto o policial militar Luís Gorni
Tavares, de 31 anos, do 23º Batalhão, no Leblon. Foi morto no dia 27 de agosto,
na quinta-feira, na Baixada Fluminense. Estava indo para o serviço quando foi
abordado, reconhecido como policial e executado. Os criminosos ainda levaram a
arma do policial militar. Estava há seis anos na Polícia Militar. Era casado e
deixa dois filhos e uma enteada. Mais um policial militar executado pelo crime
no Brasil.
Ainda no
Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro, o policial militar Leandro Lamas Souza,
34 anos, executado pelos criminosos. Na noite desse sábado, na zona norte do
Rio de Janeiro, estava se deslocando quando teve o carro fechado e foi abordado
por criminosos que atiraram diversas vezes contra ele. Era do 41º Batalhão, no
Irajá, e foi baleado em várias partes do corpo. É o 77º policial militar morto
este ano no Rio de Janeiro. Então, vejam que numa semana cinco policiais foram
executados: dois no Rio de Janeiro, três em São Paulo e o último, que ainda vou
falar, foi morto no Maranhão.
Ele
participava de uma cavalgada. É o policial militar Lucídio
Barros de Brito, cabo da Polícia Militar do 19º Batalhão da Polícia Militar, no
Maranhão. Foi executado na cidade de Pedra, Maranhão, no domingo, dia 30 de
setembro. Ele foi morto pelas costas por um criminoso que acabou sendo preso
pela Polícia e identificado.
Então, mais um policial nesta
semana. Perdemos seis policiais mortos pelo crime: dois policiais civis em São
Paulo, um policial militar em São Paulo, dois policiais militares no Rio de
Janeiro e um policial militar no Maranhão.
Agora, quero falar de um juiz
que também foi vítima de uma tentativa de homicídio no Mato Grosso, no dia
primeiro de outubro, portanto, ontem.
Aliás, só lembrando, hoje é o
dia da cessação das hostilidades da Revolução Constitucionalista de 1932.
Participei de um evento pela manhã: a entrega da condecoração Pedro de Toledo.
O nosso comandante-geral, o coronel Sales, foi condecorado, e o comandante da
região militar sudeste também foi, o general Ramos, e hoje completam-se
86 anos da cessação das hostilidades da Revolução Constitucionalista de 1932.
Voltando ao caso do juiz. No
Mato Grosso, ontem, esse juiz estava dentro do fórum trabalhando quando um
criminoso entrou e atirou contra ele. Trata-se do juiz Carlos Eduardo de Morais
e Silva, que foi baleado ontem, segunda-feira, dentro do fórum da cidade de
Vila Rica, a 1.200 quilômetros de Cuiabá.
O autor do disparo foi morto
pela Polícia Militar. Quero dizer aqui que eu, como policial
militar, várias vezes, fui participar do fórum quando eu fui depor em
ocorrências em que eu era testemunha, ou em que eu era vítima. Enfim, em
várias ocorrências em que fui participar, acontecia uma coisa estranha: às
vezes, estávamos fardados, como estão os policiais militares aqui, e quando nós
víamos a presença do juiz, muitos juízes não queriam falar conosco porque nós
estávamos armados. Éramos obrigados a desarmar para falar com o juiz.
O juiz determinou que dentro
do fórum quem manda é ele, e nós cumprimos. Agora,
está um caso claro aqui: nós éramos desarmados; agora, as pessoas que entravam
à paisana no fórum na época não eram revistadas. E aconteceu justamente isso:
um criminoso estava respondendo um homicídio, entrou armado no fórum, atirou
contra o juiz na sala dele - o juiz foi ferido no ombro - e graças à ação da
Polícia Militar do Mato Grosso, esse criminoso acabou sendo morto, porque ele
iria matar o juiz.
Então, queria lembrar a todos
os senhores magistrados que muitas vezes nos criticam ou nos tratam mal, - já
aconteceu isso comigo, ser destratado pelo juiz simplesmente pelo fato de eu
ser policial militar - que foi um policial militar que salvou a vida desse
juiz, porque eles estavam armados.
Pensem e repensem nisso. No
fórum da Barra Funda, temos detector de metais. Aliás, nesta Casa não temos.
Nós mesmos, deputados, estamos sujeitos a amanhã ou depois alguém que não gosta
do Giannazi, não gosta da Leci ou não gosta de mim, podemos sofrer um atentado,
porque não há nenhum tipo de segurança nesse aspecto de averiguação se a pessoa
está armada ou não, apesar da nossa ação sempre pronta da Polícia
Militar. É necessária essa cautela.
Sr.
Presidente, muito obrigado pelo tempo de sete minutos excedidos.
Srs. Deputados, boa sorte a
todos no domingo. Deus vai guiar os nossos caminhos.
Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem
a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários
desta Casa, na semana passada, na última sexta-feira, foi protocolado aqui na
Assembleia Legislativa o Projeto de lei Complementar 52, de 2018, que cria a
autarquia especial do Iamspe.
Esse era um projeto já
esperado. Havia uma conversa, uma negociação, com os servidores, com as
entidades representativas dos servidores do Iamspe, dos trabalhadores do Hospital do Servidor Público
Estadual, com a Comissão Mista dos Servidores. Havia todo um diálogo
estabelecido.
Porém, ficamos
estarrecidos e perplexos. Porque esse projeto que foi protocolado não atendeu
as principais reivindicações apresentadas pelos servidores. Os servidores do
Estado de São Paulo, na verdade, são os mais interessados. E são os que
financiam o Hospital do Servidor Público Estadual. O Iamspe
é financiado com desconto obrigatório no holerite de todos os servidores. Todo
servidor tem um desconto de 2% no seu holerite.
Estranhamente, o
projeto de autarquia que foi encaminhado, que seria para melhorar as condições
do Iamspe, sobretudo do Hospital do Servidor Público
Estadual, é um projeto que não avança em nada. Não avança. É um absurdo, esse
projeto. Vamos apresentar emendas. Já começamos a apresentar algumas emendas
porque o projeto tem que ser muito melhorado. Ele tem que incorporar as
reivindicações que os servidores já apresentaram no projeto original. E que não
foram acatadas pela Secretaria de Planejamento e Gestão.
Como, por exemplo, algo
crucial, que é a questão do financiamento do Iamspe.
Não há contrapartida do Estado. O Estado não ajuda o Iamspe.
Quem financia é o servidor público, que tem um desconto obrigatório de 2% no
seu holerite. E não existe a contrapartida do Estado. Isso não veio no projeto.
Não foi contemplado no projeto, o que é um absurdo. É a principal
reivindicação. Uma das principais reivindicações é exatamente essa questão da
contrapartida.
Se o servidor contribui
com 2%, o Estado tem que contribuir com 2 por cento. Se o servidor público
contribuir com 3%, idem o Estado. Mas isso não é contemplado no projeto. Há a
questão, também, do plano de carreira dos servidores do Iamspe.
Não há data base, nesse projeto de autarquia, para os servidores. É um projeto
que não faz com que o Iamspe melhore. O Iamspe está sucateado, degradado e abandonado pelo Estado.
Deputado Ulysses, V. Exa. é
médico e sabe disso.
A situação do Iamspe, V. Exa. conhece, melhor que ninguém, a situação de degradação do Iamspe. Tenho ido lá constantemente. Faço diligências e
fiscalizações no Iamspe e fico chocado. Já enviei um
dossiê para o Ministério Público Estadual e outro para o Tribunal de Contas do
Estado. Já acionamos a Comissão de Saúde inúmeras vezes.
Há, aqui, a Frente
Parlamentar em Defesa do Iamspe. É liderada
pelo deputado Marcos Martins e também tem um papel importante de fiscalização.
Tem realizado audiências públicas e fiscalizações. Mas nada acontece lá dentro.
Faltam médicos, faltam funcionários. Não há medicamentos, não há estrutura.
Existe, lá, um processo de terceirização de vários serviços. Existem mais de 20
empresas terceirizadas. Recentemente, o superintendente foi afastado. Já é a
terceira pessoa que ocupa a vaga em pouco tempo.
Essa pessoa foi
afastada. O senhor Latif Abrão Júnior foi afastado
porque foi acusado pelo Ministério Público Estadual de estar envolvido em maracutaias com essas empresas; com superfaturamento em
compra de material. É um escândalo. Ele saiu, entrou um segundo superintendente
e saiu também. Agora há uma terceira pessoa no cargo. A situação lá é grave.
Terceirização... Os
servidores ficam seis, sete, oito, nove, dez horas. Já presenciei pessoas que
chegaram às sete horas da manhã e estavam lá às nove,
dez horas da noite, sem nenhum tipo de atendimento. Mas quero ressaltar que
isso acontece, não por conta dos servidores que estão trabalhando lá, porque
são servidores dedicados e competentes. Mas não têm nenhuma estrutura de
trabalho; faltam funcionários.
Outro dia estava na
porta do Iamspe um dentista do setor de odontologia.
Ele me disse: “Éramos 20 dentistas. Hoje somos apenas 10 dentistas. Não houve
reposição, não houve concurso.”
Tem que haver concurso
para todos os profissionais da Saúde: enfermeiros, técnicos em enfermagem,
médicos, dentistas, psiquiatras. Enfim, isso não acontece há muito tempo no Iamspe.
Então, queremos realizar audiências públicas em
torno do PLC nº 52, queremos aperfeiçoar o PLC nº 52, de 2018, incorporando
todas as reivindicações e propostas dos servidores e entidades representativas,
sobretudo da comissão mista e dos servidores que trabalham dentro do HSPE. Eles
têm que ser ouvidos e as propostas que eles apresentaram devem ser incorporadas, como a questão do plano de carreira e da
data-base salarial. É nisso que vamos trabalhar já na próxima semana.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo.
O
SR. CORONEL CAMILO - PSD - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, pessoal. Boa tarde ao nobre presidente, aos
nobres deputados presentes, aos nossos assessores, aos nossos policiais
militares aqui presentes.
Sr.
Presidente, quero ressaltar a presença de dois amigos: o nosso Eduardo Salazar,
da Polícia Civil, e o nosso Rafael Casari, capitão da
polícia, da região de Ibiúna. Sejam sempre bem-vindos a esta Casa de Leis.
Agora, vou falar para você que nos acompanha pela TV
Assembleia. É chegado o momento. O momento é agora. Domingo que vem, dia 7, é o
momento de você fazer a diferença. Nós sempre reclamamos muito da política, dos
políticos, de tudo o que acontece em nossa vida. Muito do que acontece em nossa
vida são decisões tomadas pelo Congresso Nacional, pela Presidência da
República, pelo Senado e por esta Casa de Leis, a Assembleia Legislativa.
O momento de você fazer a diferença é agora. Analise
os candidatos, veja aqueles candidatos que fizeram o seu trabalho como
deputado. Veja aqueles que podem realizar um bom trabalho e
que são candidatos a deputado federal, deputado estadual, presidente da
República, governador do estado e senador da República e vote naqueles que
tenham condições de ser eleitos e de te representar na Casa de Leis, seja ela
qual for, na Presidência ou no Governo, da forma que você deseja.
É agora, o poder é seu. Nós temos a possibilidade de
fazer a diferença. Não deixe de aproveitar isso. Estamos bem próximos, a cinco
dias da eleição do próximo domingo. Pense!
E você que não tem a colinha em mãos... Na escola
não podemos colar, mas na hora da votação podemos. Faça uma colinha, coloque lá
os números para você não esquecer. Deputado federal, deputado estadual, senador
1, senador 2, governador e presidente. Escreva sua colinha e, mais do que isso,
exerça a cidadania, faça sugestão de seus candidatos a seus amigos e
familiares. Quando for perguntado em quem votar, fale! Precisamos votar
naqueles em quem confiamos. Faça a sua sugestão, sem sombra de dúvidas. Exerça
sua cidadania.
E mais um alerta que dou a todos que nos acompanham:
está no WhatsApp uma onda de
votar nulo, em branco ou não votar. Bobagem! Se você não for votar, outros
votarão e colocarão nesta Casa, no Congresso Nacional, na Presidência e no
Governo pessoas que irão mudar a sua vida. Você não fará parte dessa decisão.
Vão tomar decisões com as quais talvez você não concorde, pois você não colocou
a pessoa que você queria. Então, só para lembrar a todos vocês: voto nulo, em
branco e ausência não fazem diferença nenhuma, não anulam a eleição, como estão
falando no WhatsApp. Não
anulam a eleição e não são considerados.
Fica como reunião de condomínio. Há 50 ou 60
famílias em um prédio; dez descem para a reunião. Esses dez decidem pelos
demais. Se a sua cidade tem 60 mil eleitores e só 10 mil votarem, esses 10 mil
decidirão pelos 60 mil. Então, vá votar no próximo dia sete. Cumpra o seu
exercício de cidadania. Faça o estado diferente, o país diferente. Mude esta
Casa de Leis, mude o Congresso Nacional.
É
nessa linha que desejo muito sucesso aos nobres deputados desta Casa, que todos
sejam vitoriosos. Estou participando com eles de uma campanha difícil, de menos
tempo, de menos dinheiro, e é assim que tem que ser: é o voto de opinião.
Aqueles que permanecerem na Casa e aqueles que vierem para cá é porque a população
os quer aqui, os quer no Congresso Nacional, na Presidência e no governo. Muito
sucesso então.
Uma palavra especial
aos nossos policiais de São Paulo: você, policial, exerça sua cidadania, vá
votar. E não tenha dúvida, vote naquele que você sabe que vai
estar aqui, no ano que vem, representando bem você, defendendo-o das ameaças
que se apresentam, e não só o funcionário público, como falou aqui outro
deputado. Também os policiais, a Previdência, reestruturação de carreira e
outros assuntos que possam aportar a esta Casa de Leis.
Muito obrigado, Sr. Presidente e a você de casa, sucesso na votação, vote
certo e continue contando sempre comigo nesta Casa de Leis. Um grande abraço.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, temos de lamentar o
falecimento da nossa maior cantora desse País, que foi Ângela Maria, e que o
nosso querido amigo Coronel Telhada já citou. Conhecemos Ângela quando éramos
bem pequenos ainda, cantando “Lábios de Mel”, no serviço de alto-falante de São
João de Meriti, Rio de Janeiro. E faz tempo, 60 anos? Os senhores sabem que eu
não escondo a minha idade. Infelizmente, este ano de 2018 está uma coisa incrível,
grandes artistas estão indo embora. Deve estar uma festa no céu maravilhosa: só
tem gente boa lá.
Sr.
Presidente, no próximo domingo, 7 de outubro, já tão bem citado pelos meus
antecessores, vamos ter uma eleição que eu considero a eleição das nossas
vidas. É uma eleição em que a gente sabe que não é menosprezando, nem deixando
de respeitar os homens, mas serão as mulheres que vão decidir essa eleição. O
número de mulheres eleitoras é um número expressivo, e são as mulheres que vão
decidir a eleição de 2018. O que esperamos é que haja paz, porque a cultura do
ódio está muito grande. As pessoas estão aí, através de internet, fazendo uma
série de ameaças, falando de fake news
- gostam de falar em inglês -, notícias falsas que estão sendo colocadas a todo
o momento.
Eu fiquei muito feliz
porque as mulheres fizeram uma manifestação fantástica em todo o Brasil, e aqui
em São Paulo foi simplesmente maravilhosa, embora a mídia não tenha dado muita
atenção para esse “não” das mulheres. Foi uma coisa que nos emocionou porque
não podemos concordar que pessoas que querem ocupar a Presidência desse país
tenham um comportamento de retrocesso, de agressão às mulheres, de homofobia, e
querendo diminuir salário dos nossos trabalhadores. Afinal de contas, o 13º é uma
coisa com que as pessoas podem comprar o presentinho da sua família, pode fazer
uma ceia melhor. E até isso estão querendo tirar. Está um grande absurdo, e
maior ainda é a questão das armas serem distribuídas para o povo. Já tá ruim à
beça, e cada um com uma arma você já imagina o que vai acontecer.
Pense então bastante
nesse aspecto. É muito ruim a gente saber que estamos correndo esse risco. Eu
acredito muito na fé, e as pessoas que têm suas religiões - não interessa qual
- vão ter que fazer uma reflexão muito grande nessa encruzilhada em que vamos
ficar. Ou vamos ter o atraso, o fascismo, ou vamos ter democracia e cidadania.
É só escolher.
Nós sabemos que o
governo de um país não é exercício apenas do presidente ou presidenta. Por
isso, como cidadã brasileira, quero que o povo exerça um de seus maiores
direitos, que é o de votar, como foi muito bem dito aqui pelo Coronel Camilo. A
gente tem que votar sim. E também que se eleja uma bancada de parlamentares -
deputados estaduais e federais, senadores - que estejam ao lado do povo, ao
lado do País; principalmente ao lado do povo. A gente precisa disso, merece isso. Mais importante do que vencer a eleição é
vencer o ódio. O retrocesso parece ter tomado conta de uma parte da população,
e a gente tem que tentar destruir isso aí.
Eu quero agradecer aos
93 deputados e deputadas desta Casa, que durante todo esse tempo em que estive
aqui me ajudaram muito, me orientaram, principalmente
me respeitaram. A gente teve o respeito desta Casa, não só dos parlamentares,
mas dos funcionários, das pessoas que trabalham aqui, seja de serviços gerais,
do gabinete médico, da creche, mas principalmente as assessorias. Porque o que
pude perceber, particularmente, é que assessores, até de outras siglas
partidárias que não a minha, tiveram comigo um tratamento de respeito, de
orientação, e fizeram com que eu me sentisse muito
orgulhosa de estar deputada nesta Casa. Porque não sou deputada; estou
deputada. Sou uma artista com 43 anos de carreira e agradeço a Deus pela
oportunidade que me deu de cumprir essa missão dentro deste ambiente
parlamentar.
Quero dizer às pessoas
que política não é uma coisa ruim. A política tem que existir para que haja
democracia. Se não existir política, não há democracia. E a gente precisa
entender que nem todo político é ruim, é canalha, é traidor. Não é bem assim.
Há pessoas - dentro desta Casa, pelo menos, que conheço de perto - que cumprem
as suas obrigações, suas missões e que fortaleceram muito a minha vida enquanto
cidadã. Nem como a deputada que estou, mas principalmente como cidadã.
Quero que Deus abençoe
a todos, para que possam ter uma caminhada de positividade, porque vitória não
é o mais importante. O mais importante são as ações, é a pessoa continuar
ajudando o povo brasileiro, ajudando os cidadãos, sem nenhum interesse, sem
nenhuma conveniência. É isso que a gente deseja.
E agradecer ao Doutor
Ulysses, querido presidente desta Casa. Muito obrigada pela sua atenção. Quero
agradecer também ao Dr. Bolçone, que foi a primeira
pessoinha que conheci quando cheguei a esta Casa, em 2010. E dizer a todos:
muito obrigada. Mesmo a gente não tendo os diplomas que V. Exas.
têm, a gente conseguiu aprender com V. Exas. e fazer uma caminhada, aqui,
com muito respeito e, principalmente, com muito carinho por todos vocês. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra o nobre deputado Edson Giriboni.
O
SR. EDSON GIRIBONI - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, este é um momento
importante para o País. Momento em que a democracia tem o seu valor na
essência, quando o cidadão, o eleitor, o brasileiro, a brasileira dirige as
urnas para direcionar o futuro do nosso País.
Vivemos um momento de
turbulência nesses últimos anos, com toda a crise política que afetou o nosso
País, atingindo nossa economia, com alguns anos seguidos de recessão econômica,
gerando milhões de desempregados no nosso País. Temos, ainda, um sistema
público de saúde precário, muito abaixo do desejável para uma saúde pública
digna aos brasileiros. Todo esse descrédito que ocorre faz que muitas vezes o
brasileiro tenha uma falta de perspectiva melhor para o Brasil.
Mas este é o momento em
que o cidadão tem a oportunidade de dar, efetivamente, a sua participação, para
que possamos sonhar com um Brasil melhor.
O que pedimos a todo
brasileiro é que faça uma reflexão. Não deixe de exercer o seu direito de
participar para um futuro melhor ao nosso País, procurando escolher os seus
candidatos, nos seis votos que o brasileiro terá que exercer nesta eleição:
deputado federal, deputado estadual, dois senadores, governador do nosso estado
e o futuro presidente do nosso País.
Que seja feita uma
reflexão. Procurem escolher pessoas que vocês acreditem que
são confiáveis, que acreditem que possam ajudar o Brasil a fazer um bom
governo. Que nós tenhamos estabilidade no nosso País, que possa dar mais
tranquilidade à iniciativa privada, para que a iniciativa privada acredite no
País e consiga investir, consiga gerar mais economia, gerar mais emprego, mais
recursos públicos para atender principalmente as demandas sociais que afetam a vida dos brasileiros, principalmente da grande maioria
dos brasileiros, que precisam de serviço público, seja na educação, seja na
saúde pública, seja na segurança, na cultura, no esporte, no lazer, enfim, o
que esperamos é que possamos passar o Brasil a limpo.
No estado de São Paulo,
que também possamos ter uma boa eleição. Que o paulista dê a sua contribuição,
elegendo pessoas do bem, pessoas que possam, realmente, trabalhar com espírito
público, pensando naquelas pessoas que precisam da atividade do setor público.
É um momento importante
por que o País passa. O que eu sinto é que, à medida que se aproxima a eleição,
as pessoas começam a se interessar um pouco mais. Então, é importante que, ao
exercer o voto, votem de forma consciente, independente de quem sejam as
pessoas que receberão o voto.
Mas que o eleitor possa
ter a certeza e a convicção de que está contribuindo para o seu estado,
contribuindo para a sua região, contribuindo para o País, enfim, participando
efetivamente, não deixando de exercer o seu direito de ajudar a termos um
Brasil melhor.
Quero desejar a todos
os meus colegas desta Casa, que são candidatos à reeleição, sucesso. Que eles
possam terminar a campanha de cabeça erguida, com a consciência do dever
cumprido. Àqueles nossos deputados que estão saindo candidatos a deputado
federal, que também possam ter sucesso na sua caminhada, que possam conversar
com o eleitor de forma digna, de cabeça erguida.
Que nós possamos,
realmente, ter, a partir de janeiro do ano que vem, um
novo Brasil, um novo presidente, com espírito público, um Congresso Nacional
que pense realmente no Brasil, que pense nas pessoas necessitadas, nas pessoas
que esperam que o Brasil possa ter um rumo, para gerar mais emprego, melhorar a
qualidade do nosso serviço público.
Que o estado de São
Paulo também possa eleger bons deputados. Que possamos eleger senadores que
realmente defendam o estado de São Paulo, e pensem no Brasil como um todo. Que
tenhamos um novo governador, com espírito público.
Dessa forma, vamos
construindo um Brasil melhor. Cada estado fazendo a sua lição de casa, o
Congresso Nacional trabalhando com espírito público. Fica então a nossa
expectativa e o desejo de que todo brasileiro possa realmente exercer o seu
direito de definir o futuro do nosso estado, o futuro do nosso País.
Deputado
Ulysses, em seu nome, quero transmitir a todos os
nossos deputados aqui, os meus cumprimentos, o meu agradecimento por todos
esses anos. Que nós possamos, a partir do ano que vem,
todos eleitos, trabalhar por um estado de São Paulo cada vez melhor, e por um
Brasil melhor.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem
a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, telespectadores da TV Assembleia, que
nos assistem na capital, no interior paulista, na Baixada Santista, na Grande
São Paulo, quero, mais uma vez, agora de volta, hoje ainda, na tribuna da Alesp, porque já fiz uso há pouco falando da situação de
abandono do Iamspe, mas agora eu não posso deixar de
denunciar mais uma vez o procedimento criminoso do governo estadual, praticado
através do Departamento de Perícias Médicas do Estado e também da própria
orientação da Secretaria de Planejamento e Gestão que vem, primeiro, cancelando
as readaptações de milhares de professoras e professores. Professores adoentados
que estavam readaptados estão estranhamente sendo chamados e tendo as suas
readaptações canceladas.
Milhares
de pessoas nessa situação, ou seja, o estado está orientando o seu departamento
médico a ferir a ética médica, porque esses médicos estão sendo obrigados,
porque não é possível que de repente, do nada, centenas, até milhares de
professores readaptados tenham canceladas as suas readaptações através de
laudos altamente superficiais que são feitos.
Nós temos professores, por exemplo, que têm atestados e laudos do Iamspe que não são aceitos no Departamento de Perícias
Médicas. É um absurdo total.
Isso mostra claramente
que há uma orientação do governo em obrigar esses professores adoentados e sem
condições de voltar à sala de aula a serem massacrados numa situação como essa,
porque o professor estava readaptado até ontem. Por que eles foram - não só um,
mas como eu disse, centenas, milhares - chamados e
tiveram seus laudos cancelados? Isso tem que ser resolvido imediatamente. Nós
já fomos ao Ministério Público. Eu fui até lá com uma representação, com um
grupo de professoras readaptadas através da Associação de Professores
Readaptados do Estado de São Paulo, organizado pela professora Tomura.
Nós fomos lá e o
Ministério Público abriu, inclusive, um inquérito civil para investigar esse
caso. Também acionei o Conselho Regional de Medicina. No MP, a promotora do
caso ficou perplexa. Nós explicamos para ela a situação e as professoras foram
também, a professora Rosi Tomura,
que como eu disse é a que organiza, é uma das coordenadoras desse movimento e
fez relatos da situação. O fato é que o MP está investigando, espero que o
Conselho Regional de Medicina também.
Eu já acionei a nossa
Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação
e das Questões Sociais, a Comissão de Educação e Cultura, mas, infelizmente, a
Assembleia está paralisada, não está tendo quórum para as comissões e nada foi
feito pela Alesp. Aliás, que nunca faz. A Alesp nunca investiga o governo, nem nas comissões, muito
menos em CPI. Estamos denunciando mais uma vez e exigindo providências
imediatas, que o estado pare de atacar os professores readaptados.
Também não posso deixar
de registrar a situação dos professores da categoria “O”. Temos que resolver
essa questão. Nós tivemos uma boa notícia de que agora no projeto do Iamspe o professor da categoria “O” vai poder contribuir, o
professor contratado pela Lei nº 1.093, mas tem que aprovar ainda o projeto.
O projeto do Iamspe é muito ruim nas outras áreas, a única coisa boa é
essa, mas nas outras não. Nós queremos que os professores da categoria “O”
tenham o fim da interrupção do contrato. É um absurdo a quarentena, a duzentena. Isso é um absurdo total, por isso que eu tenho também um projeto de lei que protocolei em 2015, que é
o PLC 24/15, que resolve essa situação. Acaba com a interrupção e
garante que o professor possa utilizar o Iamspe.
Ele contribui e vai
poder utilizar o Hospital do Servidor Público Estadual, enfim, as clínicas
conveniadas do Iamspe. Isso está no nosso projeto.
Por fim, Sr. Presidente, outro assunto também muito importante, ainda
na área do Magistério estadual, é a questão do reajuste salarial de 10,15% que
nós ganhamos através de uma ação da Apeoesp. A rede
estadual tem direito hoje, o Magistério estadual, a um reajuste de 10,15% para
que o estado de São Paulo pague pelo menos o piso nacional salarial, que está
na faixa de aproximadamente 2.440 reais.
Nós ganhamos na Justiça
justamente porque o governo estadual está fora da lei. Ele não obedece à lei
federal do piso nacional salarial, nem obedece também à jornada do piso.
Nós ganhamos em todas
as instâncias no Tribunal de Justiça, porém, o Alckmin, antes de entregar o
cargo para ser candidato à Presidência da República, acionou o Supremo Tribunal
Federal e conseguiu uma liminar da ex-presidente, ministra Cármen Lúcia,
suspendendo o reajuste.
Houve uma conversação
agora do atual governador Márcio França, que foi até o Supremo, mas a situação
não foi resolvida ainda. Na última reunião que eu tive, na Secretaria da
Educação, com o secretário João Cury, ele disse que há uma análise em andamento
junto à Secretaria do Planejamento, da Fazenda, de Gestão, para ver o impacto
orçamentário e que haveria uma proposta, um parcelamento desses 10% - neste ano
3% e o restante ano que vem, também parcelados -, mas
nada foi resolvido até agora.
Nós estamos
preocupados, porque há uma desvalorização. O estado de São Paulo, estado mais
rico do Brasil, mais rico da Federação, não paga o piso nacional salarial.
Estados pobres do nordeste brasileiro pagam o piso nacional salarial. Sergipe,
Piauí e Maranhão pagam, e São Paulo não paga. É uma
vergonha. Um estado que tem um orçamento de 216 bilhões de reais não paga o
piso, que é baixo. Esse piso de que eu falei, esse valor de 2.440 reais é por
40 horas semanais, ou seja, o professor trabalha o dia todo para ganhar apenas
2.440 reais. E o piso não é respeitado no estado de São Paulo.
Nós
exigimos que o governo tome providências, pague imediatamente o piso nacional
salarial e respeite também a jornada do piso, que é muito importante, porque
ela obriga o Estado a cumprir uma jornada de pelo menos um terço do trabalho do
professor fora da sala de aula, o trabalho pedagógico em reuniões, pesquisa,
estudos. Está na lei federal, aprovada em 2008 e
confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, mas o governo estadual não cumpre a
lei.
Nós vamos continuar
cobrando do governo estadual o cumprimento dessa lei e da lei que nós aprovamos
aqui também. Não posso deixar de fazer esse registro antes de encerrar a minha
intervenção de hoje. A Lei nº 15.830, de 2015, que já entrou no ordenamento
jurídico do estado de São Paulo - o próprio ex-secretário Nalini,
que é desembargador, falou que a lei tem validade, sim, a lei
que eu aprovei aqui, que eu protocolei em 2015 - garante o fim da
superlotação de salas na área da Educação Especial, quando houver uma sala com
aluno especial, com aluno com algum tipo de deficiência. Por exemplo, se tem um
aluno autista em uma sala de aula, essa sala só pode ter 20 alunos. A lei está
aprovada, mas a secretaria não está respeitando a lei.
É um absurdo, Sr. Presidente. Esse é um governo fora da lei: não respeita
a lei da data-base salarial, não respeita a Lei nº 15.830,
dos alunos com deficiência, não respeita a jornada do piso, não respeita o piso
nacional salarial, não respeita o Plano Estadual de Educação.
Nós vamos continuar
cobrando mais investimento em Educação, mais investimento para os servidores.
Eu encerro a primeira parte do meu pronunciamento.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado
ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr.
Presidente, gostaria de falar pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra o nobre deputado
Carlos Giannazi para falar pelo Art. 82.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, eu não posso deixar de registrar a nossa
preocupação. Faço um novo apelo ao presidente do Tribunal de Justiça para que
haja a imediata chamada dos aprovados no concurso público de escrevente.
As chamadas são lentas, e temos uma fila imensa de
pessoas aprovadas, esperando ser chamadas. Há um déficit monstruoso no Tribunal
de Justiça, no Poder Judiciário do estado de São Paulo. Faltam escreventes, faltam
fiscais de Justiça. É incrível, porque houve a aprovação de um concurso; nós
aprovamos aqui a realização do concurso na Assembleia Legislativa. Há dotação
orçamentária, e o TJ não chama. Os servidores do Tribunal de Justiça estão com
uma sobrecarga de trabalho, porque o Tribunal de Justiça não chama.
Sr. Presidente, anualmente,
apresentamos emendas tanto na LDO como na Lei Orçamentária do final do ano,
reservando dotação orçamentária exatamente para esse fim. Todo ano eu faço
isso, e faremos novamente. Já fiz na LDO, que ainda não foi aprovada, e faremos
na LO, para que o TJ não diga que não há recursos.
Espero que a Assembleia Legislativa aprove as nossas
emendas. Quero fazer o mesmo apelo em relação ao Ministério Público, que, na
verdade, já encaminhou o projeto para a Assembleia Legislativa. É o Projeto nº
788, que trata do concurso de oficial de promotoria, que também depende de
aprovação da Assembleia Legislativa.
A Assembleia deveria aprovar imediatamente esse
projeto. É um projeto que já deveria ter sido aprovado, mas ainda não foi. Há
um esvaziamento da Alesp. Esse projeto sempre fica em
um segundo plano, e nós queremos votar esse projeto do concurso de oficial de
promotoria, bem como todos os outros.
Sr. Presidente, queremos que a
Secretaria Estadual da Educação faça pelo menos mais uma chamada de PEB 1, da
primeira etapa do ensino fundamental, que é do primeiro ao quinto ano, porque
nós temos vários professores que foram aprovados no concurso e ainda não foram
chamados. O concurso vence no ano que vem, então nós queremos a chamada.
Já levei essa reivindicação para a Secretaria da
Educação, solicitando que haja uma chamada imediata de professores PEB 1 desse
concurso. Quero fazer esse registro. Que o governo chame os aprovados para a
Secretaria de Segurança Pública, para o Metrô, a Fundação Casa, a Sabesp,
várias estatais e várias secretarias, o sistema prisional. Eles não estão
chamando. Faltam funcionários em todas essas secretarias e estatais que citei,
e o governo não chama.
Sr. Presidente, é um absurdo,
porque isso, no fundo, penaliza não só as pessoas que foram aprovadas, mas os
servidores que estão na ativa, porque há uma sobrecarga imensa de trabalho. No
entanto, quem mais sofre é a população, porque é a população que acaba pagando
o preço da falta de funcionários nesses postos de trabalho.
Muito obrigado.
O SR. MARCOS
LULA MARTINS - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para
falar pelo Art. 82, pela liderança do PT.
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o
nobre deputado Marcos Lula Martins pelo Art. 82, pela liderança do PT.
O SR. MARCOS
LULA MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público presente,
telespectadores da TV Assembleia, gostaria de tratar de alguns assuntos, um “pout pourri”.
Primeiramente, quero dizer que o Iamspe
está, neste momento, com mais uma ameaça. É mais uma autarquia, com um monte de
argumentos, mas a comissão mista, o Sindsaúde e os
servidores estão preocupados.
E já é uma situação
precária. O que será que vai acontecer com essa autarquia? Serão mais privatizações?
Enfim, fica aí o registro.
Dia primeiro foi o dia
do idoso e os idosos estão cada vez com mais dificuldades em todas as áreas. Só
aumenta a quantidade de idosos, daqui a alguns anos, não muitos, teremos mais
idosos do que jovens. Isso reflete uma preocupação a mais.
Assistimos, aí, os
idosos não sendo respeitados pelo instituto do idoso. Os idosos não podendo
comprar medicamentos, remédios de uso contínuo, porque, depois do desmonte do
Brasil, fecharam até a farmácia popular, isso no Brasil inteiro. E depois do
Temer arrebentaram ainda mais os direitos dos idosos, mas não só os deles, foi geral.
Agora estamos no dia do
Outubro Rosa, que é uma campanha de defesa das mulheres contra o câncer,
principalmente o de mama. Isso precisa ser curado.
Falo, também, de outra
atividade importante. Na última terça-feira, estive em uma audiência pública,
em Capivari, do Ministério Público Federal do Trabalho, para discutir a questão
do amianto naquela cidade. As condições daqueles moradores, a população, principalmente
os ex-trabalhadores ou trabalhadores que ainda estão
contaminados e sem muita perspectiva. E ainda há dificuldades com relação à
defesa dos seus direitos.
Inclusive, advogados
que pegaram os vários endereços dos servidores - há quem diga que a própria
empresa forneceu os endereços, se isso aconteceu é grave - para que os
servidores, depois, tenham mais dificuldades. Qual o compromisso desses
advogados? Já tem uma associação dos contaminados do amianto que tem uma
trajetória para garantir os seus direitos.
Mas, de qualquer
maneira, a preocupação é com a indenização, com o direito daqueles que estão
trabalhando de não serem mais contaminados e terem oportunidade de sobreviver
com assistência médica, com o apoio da cidade. Ali, em Capivari, é a Brasilit, em São Paulo, é a Eternit. As duas matam, as duas mataram e vão continuar matando.
Fica aí o registro da
responsabilidade do estado e do Brasil. Nessa transição, nessa retirada desses
produtos, precisamos trocar, fazer a “desamiantização”. Esse produto tem três mil tipos de
aplicação. Inclusive, devemos começar pelos órgãos públicos. No estado de São
Paulo, os tubos de água da Sabesp são de amianto, que é um produto cancerígeno.
A água vai para todas as casas, há as caixas... Imagine, são três mil tipos de
aplicações. Você usa isso sem saber que está usando, mas aqueles que são
conhecidos precisam ser alterados. As escolas estaduais, as prefeituras, as
câmaras municipais, as UBSs, estão todas cobertas por
telhas de amianto.
Nós precisamos fazer
essa alteração o mais breve possível, para preservar a saúde da população.
Precisamos fazer também o combate ao uso desse agrotóxico Mercúrio e de um
conjunto de outros produtos que vão tomando conta do espaço e aumentando a
quantidade de contaminações, piorando a Saúde pública do nosso Estado.
O SR. MARCOS LULA MARTINS - PT
- Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças
presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre
as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão.
Antes, porém, convoca V. Exas. para
a sessão ordinária da próxima segunda-feira, dia 8 de outubro, à hora
regimental, sem Ordem do Dia. Boa campanha e boa eleição a todos.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 41 minutos.
* * *