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28 DE SETEMBRO DE 2018

60ª SESSÃO SOLENE

HOMENAGEM AOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DA INDÚSTRIA MOVELEIRA DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

Presidência: LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

 

RESUMO

 

1 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - GEREMIAS GOMES

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a pedido do Sr. Deputado Luiz Fernando Lula da Silva, com a finalidade de realizar "Homenagem aos Trabalhadores da Construção Civil e da Indústria Moveleira do Estado de São Paulo". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Nomeia demais autoridades presentes. Declara-se orgulhoso em participar dessa solenidade em homenagem aos trabalhadores. Critica a gestão dos governos do PSDB no estado de São Paulo. Lamenta a situação econômica atual do País, em especial da construção civil. Exalta a figura e a gestão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Afirma que o governo instalado após o impeachment de Dilma Rousseff, a seu ver fruto de um golpe político, é contra a classe trabalhadora. Critica o candidato à Presidência, Jair Bolsonaro. Deseja que em 2018 sejam eleitos representantes em prol dos trabalhadores.

 

4 - JOSEMAR BERNARDES ANDRÉ

Presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e da Madeira, da CUT de São Paulo, afirma que os trabalhadores perderam direitos nos últimos dois anos. Considera que Deus quer que todos os seres humanos tenham boas condições de vida. Critica o governo do PSDB em São Paulo. Discorre sobre a importância da categoria homenageada para o País.

 

5 - MARCELO FERREIRA DOS SANTOS

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Guarulhos e Arujá, discorre sobre a importância dos trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira para o País. Parabeniza todos os homenageados da noite. Lembra manifestação contra o fascismo a ser realizada na Capital paulista.

 

6 - CLÁUDIO BERNARDO DA SILVA

Secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção e Mobiliário de São Bernardo do Campo, critica a reforma trabalhista realizada pelo Governo Temer. Cita a importância da luta pela preservação dos direitos dos trabalhadores.

 

7 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Anuncia homenagem, com entrega de diploma, a trabalhadores da Construção Civil e da Indústria Moveleira do estado de São Paulo.

 

8 - GEREMIAS GOMES

Mestre de cerimônias, nomeia os homenageados.

 

9 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Anuncia apresentação do grupo musical Ama-ABC, com a execução das músicas "Asa Branca" e "O que tem a Rosa?". Considera crítica a situação do trabalhador no Brasil atual. Critica a elite econômica do País. Agradece a presenças de todos. Anuncia apresentação do grupo musical Ama-ABC, com a execução das músicas "Moreninha Linda" e "Cana Verde". Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Fernando Lula da Silva.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Boa noite senhores e senhoras, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para a sessão solene com a finalidade de homenagear os trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira do estado de São Paulo”. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene será transmitida pela TV Web e pela TV Assembleia, pela Net, canal 7; pela Vivo, canal 9; e pela TV Digital, canal 61.2, após o horário eleitoral.

Anunciamos neste momento, para compor a Mesa principal desta sessão solene, o deputado Estadual Luiz Fernando T. Ferreira, do Partido dos Trabalhadores. (Palmas.) Convidamos também para compor a Mesa o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e da Madeira da CUT de São Paulo, Sr. Josemar Bernardes André, o Bacaninha. (Palmas.) Também compõe esta Mesa solene o Sr. Claudio Bernardo da Silva, secretário-geral do Sindicato da Construção Civil e do Mobiliário de São Bernardo do Campo. (Palmas.) Por fim, para compor esta Mesa, chamamos o Sr. Marcelo Ferreira dos Santos, do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Guarulhos. (Palmas.)

Tem a palavra o deputado estadual Luiz Fernando T. Ferreira.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Boa noite a todas, boa noite a todos. Senhoras e senhores, quero cumprimentá-los e desejar que sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para a sessão solene com a finalidade de homenagear os trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira do Estado de São Paulo.

Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de prestar “Homenagem aos Trabalhadores da Construção Civil e da Indústria Moveleira do Estado de São Paulo”. Estamos realizando esta homenagem já pelo terceiro ano consecutivo, em virtude de um projeto de lei que aprovamos nesta Casa criando o Dia do Trabalhador da Construção Civil e da Indústria Moveleira.

Neste momento, convido todos os presentes para ouvirem, de pé, o Hino Nacional Brasileiro, executado pelos companheiros trabalhadores da Associação dos Metalúrgicos Aposentados do ABC. Queria agradecer desde já ao grupo musical da AMA de São Bernardo do Campo e dizer que esta Casa fica extremamente feliz com a presença de tantos trabalhadores e trabalhadoras.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero agradecer ao grupo musical da AMA-ABC. Estão presentes, ocupando as primeiras fileiras desta sessão solene: pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção, Montagem e do Mobiliário de Campinas e Região, Cesar Augusto Silva Mendes e Micheli Felizardo da Cunha; pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Guarulhos e Arujá, José Adelcio de Almeida e Priscila Santana de Araújo; pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Mogi das Cruzes, Agenor Antonio de Oliveira e Juraci Neves dos Santos; pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Ribeirão Pires, Mauro Coelho; pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santo André, Carlos Alberto Menegatti e Cleiton Ricardo da Silvia Sabio; pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de São José dos Campos, Raimundo Nonato de Brito Fontenele; pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de São Bernardo do Campo, Bruno Alexandre dos Santos, Carlos Emerson Cerqueira Oliveira e Edeval Lima Santos.

Eu queria, mais uma vez, saudar a todos os trabalhadores e trabalhadoras. Para nós, é uma honra quando olhamos para este plenário e vemos os donos deste País - os trabalhadores - ocupando essas cadeiras. Normalmente, essas cadeiras são ocupadas por deputados e deputadas que, na maioria da composição desta Casa, têm lado. E o lado não é o do trabalhador. É impressionante... Se todo o povo paulista soubesse das maldades que esta Casa muitas vezes produz, com leis injustas, sem a menor atenção...

Nós vivemos num Estado onde a Saúde está na UTI. No Governo do Estado de São Paulo, que o PSDB controlou por mais de 20 anos, quase 30 anos, eles conseguiram acabar com a Saúde no nosso Estado. Não só pela falta de investimento, mas pela falta de cuidado com o nosso povo. Pasmem vocês, gente: os hospitais das faculdades de medicina de São Paulo, das Faculdades de Medicina da Unicamp e da USP, estão praticamente fechados. Em tudo o que é do Estado falta verba, falta médico, falta medicamento. Essa é a realidade.

No interior de São Paulo - quem é do interior, aqui, sabe do que estou falando -, nas cidades pequenas, médias, que são atendidas por Santas Casas, elas estão fechando, porque o governo do PSDB, que governa nosso Estado há muitos anos, nunca ligou para uma questão chamada saúde da classe trabalhadora.

Da mesma forma, é a Educação no nosso estado de São Paulo. Hoje, o filho do trabalhador vai para a escola. Se ele não aprender absolutamente nada, eles passam essa criança de ano. No ano seguinte, ele não aprendeu nada. “No passado eu não aprendi, como é que vou aprender este ano?”. Sabe o que eles fazem, o que os professores são obrigados a fazer com o filho do trabalhador? Passá-lo de ano novamente.

Qual o motivo pelo qual o PSDB investe para não educar os nossos filhos? E eu digo “investe” porque os professores estão lá. Ganham uma miséria, mas estão lá. Os funcionários estão lá, energia está sendo gasta. Tem giz... Qual é o motivo pelo qual eles fazem isso, no sentido de não educar o filho dos trabalhadores do nosso País? Só resta uma resposta: é para que o filho do trabalhador não dispute com o filho deles qualquer espaço no nosso País. Isso é muito triste.

A violência, no nosso Estado, a Segurança... O estado de São Paulo abaixou a crista para o crime organizado. Quem controla a Segurança Pública nas nossas comunidades é o crime organizado, em detrimento da nossa segurança, da segurança do trabalhador. Muitos trabalhadores, às vezes, estão no ponto de ônibus para ir ao trabalho e são assaltados; levam celular, carteira, bolsa. Por quê? Porque a Segurança do estado de São Paulo está jogada de lado. E é isso o que acontece no Estado mais rico deste País.

 Quero dizer a vocês: esta Casa deveria reagir a essa situação, mas a maioria dos deputados está aqui para dizer “amém” ao governador e nada faz. A polícia ganha pessimamente mal. Em relação à maioria dos policiais que morrem no dia a dia, sabem onde eles morrem? Fazendo bico. Porque o governador, o secretário e os deputados que os apoiam não estão nem aí, seja com policial, soldado, cabo. Muito menos com o nosso povo.

 E hoje o que acontece? Como eles não educam, não tiram as crianças das ruas e fizeram uma vista grossa para o crime, hoje as nossas crianças, com 12 ou 13 anos, estão sendo entregues à criminalidade e à droga. Muitos trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira sabem do que estou falando, porque esse é um problema que muitas vezes acontece na família de vocês, de amigos de vocês, de colegas de vocês.

  E eu quero dizer uma coisa: a culpa não é dessas crianças e jovens. A culpa é da falta do Estado, da falta de estrutura e de falta de cuidado com nosso povo, especialmente o povo mais humilde.

Estou diante de trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira. O setor que mais contrata, no nosso País, está parado, literalmente parado. Primeiro, por que aqueles que deram o golpe no País pararam o País. Pararam o País. Eles têm um juiz que serve a eles, chamado Sérgio Moro. O que esse homem fez de bem, além de muitas injustiças, foi quebrar a indústria da construção civil no Brasil.

As maiores construtoras do nosso País hoje estão de joelhos, quebradas. Essas construtoras não eram as maiores do Brasil. Eram as maiores do mundo. Se seus proprietários cometeram crime, que pagassem, mas não quebrassem a empresa. Obras estão paradas. Obras foram abandonadas, por que a indústria da construção quebrou.

Esse é o papel que o juiz Sérgio Moro fez, além de prender a maior liderança mundial hoje, popular, chamada Luiz Inácio Lula da Silva. Esse homem está preso não por que cometeu algum crime, mas por que era um Brasil de meia dúzia, e esse homem distribuiu esse Brasil para todos.

Esse homem olhou para o nordeste, que passava sede, passava fome. Esse homem olhou para a periferia, esse homem olhou para a família do trabalhador. Esse homem começou a transformar o País. Esse homem levou o filho do trabalhador à universidade. Esse homem levou dignidade às casas. Hoje o trabalhador tem o seu carrinho, ele tem uma geladeira, até por que nosso governo levou luz para quem não tinha luz, como levou água para quem  não tinha água.

Nunca se construiu tanto neste País, como quando Lula foi presidente. Construiu casas pelo "Minha Casa Minha Vida". Construiu grandes obras, como a transposição do São Francisco. Construiu infraestrutura, água, esgoto e obras estruturantes em todo o nosso País.

Mas é verdade que nosso País hoje está de joelhos, porque a elite brasileira tomou de assalto o País. De assalto, tirando uma presidente da República, só para os senhores e as senhoras entenderem, a Dilma hoje não responde a um único processo. Ora, se ela não cometeu nenhum crime, não está sendo processada, por que foi tirada, então, da Presidência? Foi tirada porque ela estava dando continuidade ao que Lula fez, e a elite não aceita.

Os banqueiros, os donos das terras deste País, os grandes industriais e, sobretudo, os americanos, não aceitam que este País deixe de ser de meia dúzia e passe a ser de todo brasileiro, como nós estávamos fazendo.

Então, quero dizer que hoje é um dia que reservamos para prestar uma homenagem a vocês, a pessoas e colegas da construção civil. É um dia que nós, junto com a Confederação, temos feito isso pelo terceiro ano seguido. Mas é um ano muito triste. É um tempo muito triste, por que a maioria dos trabalhadores da construção civil está desempregada. Estão a ver navios. Estão passando dificuldades.

Ao mesmo tempo em que vamos prestar a homenagem a alguns colegas, quero dizer que não temos muito a comemorar. Vamos homenagear o trabalhador, mas sem nada a comemorar. Após tirarem todos os direitos da classe trabalhadora, eles querem silenciar os verdadeiros representantes da classe trabalhadora, que são os sindicatos.

Hoje aqui estão presentes os sindicatos de duas centrais diferentes, mas que representam, negociam pelo trabalhador. Vão lá buscar os direitos, exigir os direitos, sem arredar o pé para o patrão. Mas o que eles fizeram, e estão fazendo, é declarar o fim do sindicato.

Quando tiram a contribuição obrigatória, dos sindicatos, eles estão tirando a possibilidade de os trabalhadores terem uma instituição forte para lutar. É isso que fizeram.

Mas quero dizer a todos aqui presentes, aos dirigentes sindicais, que não vão nos calar. Nós vamos trabalhar para retomar esse País, de volta. Esse País não é meu, não é deles. Esse País é nosso. Esse País é dos índios, é dos negros, dos imigrantes europeus. Esse País é de todos nós, de todos nós que moramos e nascemos nesse País.

Nós temos este ano, talvez, o ano mais importante das nossas vidas. Quero alertar cada um de vocês da importância deste ano, porque temos eleições gerais. Não se trata de eleger João ou Maria. Trata-se de definir para quem é esse Brasil, se é para meia dúzia, que eles estão fazendo de novo, ou se é para cada um de nós aqui, se é para os nossos filhos, se é para nossa família, para os nossos netos, para os nossos sobrinhos, se é para nossas crianças, nossos jovens.

É isso que está dado. E quero dizer que o que está por vir é muito pior do que está hoje. Eles aprovaram uma emenda constitucional chamada Emenda Constitucional nº 95. Anotem e olhem essa emenda constitucional. Em síntese, ela diz que por 20 anos nenhum centavo, além do que está sendo gasto hoje no Brasil, em todas as áreas, pode ser gasto.

Ou seja, se nós não temos construção hoje, não haverá amanhã, porque essa emenda limita os gastos. E hoje o Brasil não gasta absolutamente nada na construção civil, na indústria moveleira, no desenvolvimento econômico, na geração de emprego. Nada na Saúde, nada na Educação.

E sabem o que vai acontecer? Vai virar o caos, a classe média vai ficar pobre e o pobre vai passar fome.

Foi isso o que eles fizeram no Brasil no dia em que aprovaram essa Emenda Constitucional nº 95. Leiam isso. É importante que todos os sindicatos e lideranças sindicais reproduzam essa lei e passem para o trabalhador, pois é isso que vamos definir, sem ser neste domingo, no outro: se vamos deixar isso ou se vamos eleger representantes para revogar essa maldade, essa desgraça que fizeram com o trabalhador neste País. É uma desgraça. O que está ruim estará muito pior daqui a alguns dias.           Só para dar um exemplo para vocês dos efeitos que isso já está surtindo: os sindicatos e os trabalhadores que estão aqui sabem que já não há mais emprego. As obras pararam.   

Em segundo lugar, na Saúde, doenças que o Brasil já tinha erradicado, como o sarampo e a poliomielite, estão de volta. Sabem por quê? Porque faz dois anos que o governo federal não gasta um centavo a mais, porque a lei que eles mesmos aprovaram os proíbe de gastar. Nem o prefeito da cidade, nem o governador dos estados, nem o presidente da República podem gastar um centavo além do que vem sendo gasto na Saúde.

Gente, vou perguntar aqui para o Bacaninha, que, sem dúvida alguma, é o homem mais velho que está aqui neste plenário hoje. É o homem mais antigo entre nós, em todo o plenário. Eu duvido que o Bacaninha se lembre ou tenha conhecido a história de febre amarela no estado de São Paulo. A febre amarela é uma doença que se tem na floresta. Assim como a malária, a febre amarela é uma doença de floresta. São mosquitos que estão dentro da floresta, o vetor deles é o macaco. Não existia isso.

O estado de São Paulo, dito mais desenvolvido do Brasil... Quero dizer que era o mais desenvolvido antes de o PSDB governar, pois hoje, no Maranhão, um professor do segundo grau ganha o dobro do que ganha um professor aqui em São Paulo. Desenvolvido está o nosso nordeste, pois os conservadores de São Paulo, os PSDBistas de São Paulo, o Sr. Geraldo Alckmin, o Sr. José Serra, o finado Mário Covas e seus filhotes, como esse mentiroso que se elegeu prefeito aqui de São Paulo dizendo que era trabalhador e a única coisa que ele fez foi se vestir, a cada dia, com uma fantasia diferente... Aquilo é bom para ser palhaço de circo, para botar fantasia, e não para governar o nosso povo mais humilde. Nosso povo precisa de Saúde e Educação, e não de palhaço. E agora quer ser governador. Para piorar, vocês sabem quem é o adversário dele? Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. É a luta do diabo contra o capeta.

O povo só tem uma alternativa: é conseguirmos eleger Luiz Marinho governador. É a única forma de sonharmos com um Estado que cuide de nossas crianças, que faça pelas nossas famílias, pelos nossos idosos. É a única forma de sonhar em dignidade para o nosso povo do estado de São Paulo.

Da mesma maneira, se não ganharmos essas eleições presidenciais, vou dizer uma coisa para vocês: isso não vai acontecer, já está acontecendo. Essa emenda constitucional não vai passar, ele já passou, já está surtindo seus efeitos. Desde 2016, a           Emenda Constitucional nº 95 já está destruindo os empregos. Tiraram a Dilma, tínhamos quatro milhões de desempregados no país e já era muito. Tinha crise. Hoje, temos 14 milhões de desempregados, fora os três milhões que a televisão noticiou que já desistiram de procurar emprego. Portanto, são 17 milhões de desempregados em nosso País.

Gente, quero dizer para vocês que temos que sair, levantar da cadeira, arregaçar as mangas, pois, se a classe trabalhadora não virar o jogo, corremos ainda o risco de termos um presidente da República que é racista, um presidente da República que despreza a mulher, um presidente da República que é homofóbico, um presidente da República que dissemina o ódio o tempo inteiro. Um presidente da República que, ao invés de dizer que o nosso caminho é a Educação, diz que quer armar a nossa população.

Ainda bem que ele ainda não ganhou e nem vai ganhar, pois, se aquele maluco que foi lá e cometeu aquela loucura de dar uma facada em um ser humano... Independentemente de ser um ser desprezível como aquele rapaz, que há 27 anos é deputado e nunca produziu nada de importante em nosso País ou no estado do Rio de Janeiro, de onde ele é deputado, mas conseguiu eleger os quatro filhos dele, vereador, deputado federal e deputado estadual... É a única coisa que aquele ser desprezível, homem que tratamos pelo codinome de “Coisa”... Aquilo é uma coisa e eu me nego a falar o nome desse ser humano.

E vemos hoje as igrejas pedindo votos para aquele ser humano, dizendo que ele é a solução para o nosso País. Isso faz com que nossa fé fique abalada, pois tenho visto a igreja católica fazer um movimento, especialmente os bispos conservadores, dizendo que o “Coisa” é a opção. Vejo a Igreja Evangélica toda se mobilizando para pedir voto para o “Coisa”. Quero dizer isso, gente: isso não é problema de ninguém, isso é problema da classe trabalhadora, isso é problema de cada um de nós que está aqui nesta noite e especialmente daqueles que não vieram esta noite.

Precisamos sair daqui com a missão de arregaçar as mangas, de visitar, de conversar com toda a família. Precisamos vencer essas eleições ou então os mais humildes entre nós, aqueles amiguinhos nossos, aqueles companheiros e colegas de trabalho vão sofrer demais, pois o Estado... Ele acabou de dizer o seguinte, quando aprovaram essa lei: “Esqueçam de nós”.

Não terá mais emprego, não terá mais Educação, não terá mais Saúde, não terá mais dignidade, não terá mais nenhum programa social que proteja a classe trabalhadora.

Nós somos a parte mais fraca dessa luta e precisamos nos unir. Vou dizer uma coisa a cada uma e cada um de vocês: trabalhem! Faltam nove dias para nós decidirmos o nosso futuro. Nós temos que virar o jogo aqui em São Paulo, temos a obrigação de eleger os nossos dois senadores, temos a obrigação de eleger deputados e deputadas que lutem pela classe trabalhadora, seja para deputado estadual, mas, principalmente, para deputados federais.

Agora não é hora de eleger bons deputados; é hora de eleger os melhores deputados. Agora não é hora de jogar. Se o cara titubeia, não votem nesse cara. Nós precisamos de gente que enfrente a elite brasileira e os patrões. Caso contrário, já está dado; não é que vai acontecer.

Para piorar todo esse cenário, quando acabar a eleição - registrem e me cobrem isso -, vão iniciar a reforma da Previdência Social. Eles não aceitam mais que o trabalhador brasileiro se aposente. Já fizeram uma lei que é pior do que quando nós tínhamos escravidão. Com a escravidão, aos 60 anos, o trabalhador era libertado, o escravo era libertado. Era a Lei dos Sexagenários. Agora, eles aumentaram para 65 anos; queriam que a mulher também passasse por isso.

Então, meus senhores e minhas senhoras, quero cumprimentar cada trabalhador e trabalhadora, mas dizer a vocês que a responsabilidade sobre as nossas costas é muito forte. Nós precisamos ganhar essa eleição, não só por nós que estamos aqui dentro, mas pelas nossas crianças e pelos nossos jovens. O Brasil que os espera é um Brasil de caos, é um Brasil de violência, é um Brasil de desemprego e miséria; caos na Educação, caos na Saúde, caos em todas as áreas.

É isso que está dado, é um empobrecimento, é uma entrega do nosso País para o capital norte-americano. Os americanos vieram aqui e levaram o nosso petróleo sem dar um tiro. Eles fazem guerra no mundo inteiro por causa do petróleo. Aqui eles não precisaram fazer guerra, com alguns dólares - pouquíssimos dólares -, eles levaram não só a nossa democracia, mas a nossa dignidade e, por fim, o nosso petróleo.

Então, é o momento de a gente se unir, dar as mãos e fazer a diferença, irmos para as ruas e fazer essa diferença. Na verdade, eu quero convocar cada um de vocês. Não é um convite, é uma convocação, porque nós temos a obrigação de ir à rua, de voltar para casa e conversar com a nossa família, nossos amigos e nossos irmãos, na nossa igreja e no nosso trabalho, se é que ainda há aqui alguém empregado, porque o que eles estão fazendo é muito triste, é muito triste.

Quero pedir aos nossos aposentados que aqui estão: com a sua experiência, vão à luta. Hoje a nossa juventude está muito alienada, à exceção dessas três meninas que estão ali, que estão inconformadas com o que está acontecendo. Quando a gente vai falando, elas vão se posicionando. Então, gente, é isso que eu queria. Parabéns a todos os trabalhadores do nosso país. Parabéns especialmente aos trabalhadores da indústria da construção civil e da indústria do mobiliário.

Que Deus abençoe a nossa pátria, que Deus abençoe o nosso estado, que Deus abençoe as nossas famílias. Que nós possamos reverter esse cenário tão sombrio. Muito obrigado. (Palmas.)

Para fazer as suas considerações, passo a palavra ao presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e da Madeira da CUT de São Paulo. Eu vou falar o nome dele, mas é o Bacaninha. Esse negócio de Josemar Bernardes André... Acho que ninguém sabe que é ele, não é? Mas é o Bacaninha.

 

O SR. JOSEMAR BERNARDES ANDRÉ - Boa noite a todos os companheiros e companheiras. Quero cumprimentar o deputado Luiz Fernando, o companheiro Cláudio, o companheiro Marcelo, os companheiros trabalhadores e trabalhadoras presentes e os companheiros que estão hoje aqui sendo homenageados. Parabéns!

Mas é necessário fazermos uma reflexão. Não precisaria dizer nada, tendo em vista tudo o que foi dito pelo deputado. Há concordância, mas enquanto cidadão, vivendo por aí, a gente observa algumas coisas mais. É importante dizermos neste plenário, neste momento solene de homenagem aos companheiros do setor da construção e da madeira, porque, de fato, nós estamos vivendo um momento em que não temos o que comemorar.

O golpe que foi dado na democracia brasileira, com a derrubada da nossa presidenta Dilma, trouxe uma consequência nunca vista na vida deste País, porque a economia, que estava com um pequeno problema, tornou-se uma catástrofe econômica ao ponto de, em pouco mais de seis meses de golpe, nós termos esse contingente que há muito não se via: 14 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados.

Não bastando isso, nós tivemos os projetos que foram colocados e aprovados no Congresso Nacional, com a maioria dos deputados, à exceção dos nossos deputados e dos deputados de outros partidos que compõem a centro-esquerda da política nacional. Foram projetos que detonaram. Eu tenho dito a alguns colegas que nós retornamos à década de 30. Para uma sociedade como a nossa que vivia dentro de um regime de direitos que foram conquistados conquistados há muitos anos, isto é muito complicado porque, para que se tenha noção daquilo que se perdeu, demora um tempo. O que nós estamos já vivendo por aí é o desemprego, mas os direitos do trabalho ainda não estão bem disseminados. Mas os direitos do campo ao serviço público já começam a se perceber também. Os candidatos que aí estão, como eu disse, sejam de esquerda ou de direita, fazem proposta boa, até. O problema é que os candidatos de direita governaram este País desde 1500 e não fizeram nada. Como diz o deputado, eu não sou o mais velho, mas também já passei dos 50. Vivi o período da ditadura militar. Vivi o período em que se dizia “vamos deixar que o bolo cresça e depois a gente distribui”. E como o sistema econômico capitalista é cíclico, ele crescia e desmoronava na cabeça dos trabalhadores.

 E, consequentemente, durante todo esse período, o povo nunca teve participação naquilo que produzia, qual seja, a riqueza nacional. E só o Governo Lula propiciou isso aí. Propiciou não só a participação, mas também acesso à educação de nível superior. Isso nem os ricos querem - a direita - e nem muitas igrejas também querem, porque as igrejas também pregam um sistema doutrinário, que é “sim, senhor” o tempo todo. Ou você concorda ou você está fora. Lá o regime é esse, “sim, senhor”.

Então, não vira. Somos todos cristãos, acreditamos em Deus, mas o Deus em que acredito é um Deus socialista, um Deus que se sente bem quando os seus estão comendo, dormindo, estudando. Este é o meu Deus. O meu Deus não é aquele que prega a disputa entre seres da mesma espécie, como o sistema prega aí para que façamos uma disputa entre nós mesmos. Não, esse Deus não é o meu. O meu é o que prega essa comunhão de bens.

 Quero registrar aqui, deputado, que temos um candidato à Presidência da República cujo nome não falo. É o cara lá do incidente de Juiz de Fora, mas temos um candidato aqui de São Paulo. Mas o “Ele Não” também aqui de São Paulo, o “Chuchu”, está prometendo um governo voltado para o povo brasileiro, em especial à classe trabalhadora. Em Mogi das Cruzes temos o Hospital Luzia de Pinho Melo, que agrega toda aquela região de Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, e lá há um setor de agendamento de consultas. Para quem? Consultas seletivas de pessoas idosas. Coincidentemente uma dessas é minha mãe. Ela passa lá a cada seis meses. Sabem o que o “Ele Não” de São Paulo fez? Fechou o setor de marcação de consultas, que era um ambiente fechado, com cadeiras, para que as pessoas ali sentassem e aguardassem a sua vez. Agora o atendimento é feito na portaria do hospital. Se der um vendaval, uma chuva, todas essas pessoas se molham.

Então, temos que fazer uma reflexão. Os deputados federais, e devem ser também os estaduais, estão ligados aos patrões, ou seja, à indústria, ao agronegócio, e a minoria está ligada aos trabalhadores. Mas por ironia do destino a maioria dos eleitores - dizem que temos mais de 140 milhões de eleitores -, uns 100 milhões, com certeza, são trabalhadores da classe média baixa. Então, quem está elegendo esses caras somos nós. Temos que pensar com muita seriedade agora em que País queremos, que estado queremos, e votarmos naqueles candidatos que representam os nossos interesses.

 Temos o Marinho, do PT, que como prefeito de São Bernardo fez um excelente trabalho. Seria um candidato para nós elegermos aqui para o estado de São Paulo. No âmbito nacional, temos o Haddad, que está candidato por conta da prisão ilegal do nosso companheiro Lula. E eleger, como disse o deputado, pessoas que tenham capacidade para atuar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e na Câmara Federal, porque se for pura e simplesmente colocar o Haddad lá, o Marinho aqui e elegermos uma tropa de representantes patronais para legislar nesta Casa, já sabem o que vai acontecer.

 No sistema político brasileiro é preciso que haja sintonia entre Legislativo e Executivo. Temos que pensar nisso. Temos neste ano eleição de dois senadores, deputado federal e deputado estadual.

Quero parabenizar a todos e dizer que essa homenagem que vocês recebem não é simplesmente um agrado a vocês, mas um reconhecimento àquilo que vocês fizeram e fazem, e a outros que fizeram, como o caso do nosso companheiro Agenor. E agradecer aqui ao deputado por ter a iniciativa de criar essa condição para se homenagear essa categoria, uma categoria muito importante e que merece essa homenagem.

Obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Ele disse que não era tão velho, mas ele é, sim. Se ele não me agradar até o final, vou revelar sua idade.

Queria convidar, agora, o presidente do Sindicato da Construção Civil de Guarulhos e Arujá para fazer uso da palavra, Marcelo Ferreira dos Santos. (Palmas.)

 

O SR. MARCELO FERREIRA DOS SANTOS - Boa noite a todos os companheiros e companheiras. Em nome do companheiro Luiz Fernando, quero cumprimentar todos os companheiros presentes. Em nome da minha companheira Priscila, que é homenageada hoje, quero cumprimentar todas as companheiras presentes no plenário. Companheiros, primeiro queria agradecer ao companheiro deputado Luiz Fernando por essa iniciativa de realizar esta homenagem aos companheiros da construção civil.

Nós somos uma categoria, como o companheiro Bacaninha falou, não uma das mais importantes, mas no meu modo de ver a mais importante deste País, porque somos nós que construímos este País. Antes de os deputados chegarem aqui, antes de os assessores chegarem aqui, chegou o pedreiro da construção civil, chegou o ajudante da construção civil para construir. Eu acho que nós somos importantíssimos. No meu ponto de vista, a nossa categoria é a mais importante deste nosso País, tanto que quando a construção civil está em alta, automaticamente o País também está. Nós temos que nos valorizar.

Companheiro Luiz Fernando, queria agradecer por esta iniciativa, é o terceiro ano em que estamos participando. Quero fazer um breve relato da importância desta homenagem. No primeiro ano desta homenagem, quando o companheiro nos fez o convite, nós lá em Guarulhos tivemos a ideia de homenagear um companheiro da direção do sindicato aposentado, companheiro da construção civil que ajudou a construir Brasília, ajudou a construir vários monumentos em São Paulo.

Trabalhou na obra da Anchieta, trabalhou em grandes obras do estado de São Paulo e do Brasil. Trata-se do companheiro memorável João Oliveira Campos. Esse companheiro já fazia parte da direção do sindicato, estava com dificuldades até de participar das atividades do sindicato e nós tivemos a ideia de homenageá-lo. Fizemos essa homenagem para ele. Foi uma homenagem linda na qual este plenário na primeira vez estava lotado, aquela arquibancada estava cheia, foi uma homenagem bacana e logo após a homenagem, um mês depois, infelizmente, ele veio a falecer. Qual o porquê da importância?

Porque temos que fazer homenagem enquanto temos vida, não fazer homenagem depois que morreu. Se você tem que homenagear um companheiro, tem que ser em vida. Ele tem que receber a sua homenagem, ele tem que curtir a sua homenagem. Foi a maior honra da vida dele. Quando ele faleceu fomos à casa dele e estava a medalhinha que ele recebeu pendurada no quarto dele, a maior honra para ele. O diploma estava num quadro que ele mandou fazer. Isso é gratificante para nós, eu me sinto feliz. Naquele momento eu que tive a ideia, conversei com a direção e graças a Deus foi ótimo, foi bacana e ele curtiu isso. O que adiantava hoje virmos fazer uma homenagem para ele morto? Não adiantava.

Lógico, temos que lembrar das pessoas, mas homenagem acho que tem que se fazer em vida. Companheiro, queria agradecer sobre essa questão da homenagem. Queria parabenizar todos que vão ser homenageados hoje e falar também, que nem os companheiros que já me antecederam - é difícil falar depois do companheiro Luiz Fernando, do Bacaninha, os companheiros falam para caramba, falam bastante e palavras sábias -, mas eu queria lembrar principalmente as mulheres.

Amanhã, companheiras, nós temos um ato no Largo da Batata, às 15 horas, onde as mulheres estão se mobilizando contra o fascismo e dizendo “Ele não, ele nunca”. Queria convidar as companheiras a participarem desse ato. Será um ato importante, nós temos várias companheiras que irão participar.

“Ele não, ele nunca”. Um abraço a todos e obrigado pela oportunidade. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Eu tenho a grata satisfação de convidar agora para fazer uso da palavra uma pessoa, assim como todos, muito humilde, mas que com a luta hoje está se formando, no final do ano, advogado. Não tem nem tamanho de homem, mas vai ser doutor.

Ele já me disse, Mauro: “Eu exijo, Luiz Fernando, que você me chame de doutor”. Queria convidar para fazer uso da palavra o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção, Mobiliário, Serraria, Cerâmica, Mármores e Granitos, Produtos de Cimento, Pinturas e Decorações, Gesso, Instalações Elétricas e de Gás e Montagem Industrial de São Bernardo do Campo e Diadema, Cláudio Bernardo da Silva, “Dr. Goiabinha”.

 

O SR. CLÁUDIO BERNARDO DA SILVA - Boa noite, companheiros e companheiras. É uma honra estar aqui participando com vocês. Quero cumprimentar a Mesa, meu amigão Marcelo. Eu e o Marcelo temos uma história de sindicato mais ou menos ao mesmo tempo. Isso é muito importante. Quero cumprimentar o meu companheiro Bacaninha, meu presidente.

Para mim é uma honra também cumprimentar o meu deputado Luiz Fernando, que com certeza vem fazendo a diferença nesta Casa. Há quatro anos dizíamos que era um projeto que viria para fazer a diferença na Assembleia Legislativa e vem fazendo em defesa dos trabalhadores, em defesa da população menos favorecida. Serei bem rápido, quero dizer apenas que cada um de vocês tem a sua representatividade. Vejo vários amigos sindicalistas também que vêm sofrendo com essa opressão que passamos, essa reforma trabalhista que hoje trouxe uma nova forma de negociar.

Antes, negociávamos buscando novos benefícios e hoje virou uma coisa que, na mesa, a nossa luta é para manter o que nós temos. De algumas negociações para cá, com essa liberdade de o sindicato abrir mão daqueles benefícios que nós conquistamos durante todos esses anos, a nossa luta é para manter aqueles benefícios e com isso cada vez mais vem dificultando os novos benefícios para os trabalhadores; mas vale dizer que cada um de vocês tem lutado.

Falando agora desse momento que nós vamos passar daqui a menos de duas semanas, nós estamos lá em São Bernardo num trabalho muito forte, já bem cansativo. Já chegamos ao final da semana puxados e com esse cansaço. Por quê? Porque nós estamos falando para os trabalhadores a forma de ver o Brasil sorrir de novo. Nós estamos falando que precisamos voltar à época em que o trabalhador da construção civil via o seu filho virar engenheiro. E hoje, o que ele vê? Ele vê o engenheiro virar Uber.

É isso que acontece no nosso setor, por quê? Não tem obra para o engenheiro trabalhar e foi para aquilo que ele se preparou, foi para aquilo que ele estudou. A única forma que existe, hoje, é para onde todos os trabalhadores correm, e não é diferente: se vê engenheiro virar Uber.

 Agora temos menos de duas semanas para mostrar para o trabalhador que ele corre o risco de perder as suas férias. Essa semana rolou, na mídia, e já houve debate nas empresas: a questão da vontade de tirarem o nosso décimo terceiro, da vontade de tirarem o terço das nossas férias. Temos pouquíssimo tempo para colocar isso na cabeça dos nossos trabalhadores. Eu tenho a certeza de que todos, aqui, têm experiência e tem competência para revertermos esse quadro e sairmos vitoriosos.

Abraço, e muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -    Imaginem no dia que esse moço crescer. Desse tamanhinho, e fala direitinho. Não fala?  No dia que crescer, vai dar show. O Claudinho... Em 2014, fui candidato a deputado. Ele, além de ajudar a coordenar a minha campanha... o jingle da minha campanha, foi ele que fez. Ele gravou, ele mudou. Quando não tocavam o meu jingle, ele já brigava com todo mundo. É um irmãozão.

 Eu queria dizer que, todos os anos, nos dois anos passados, entregamos, além do diploma, uma medalha. Hoje estaremos entregando apenas o diploma. Por conta do período eleitoral, essa medalha pode ser caracterizada como brinde. Se fosse da direita, não haveria problema nenhum. Mas nós, do Partido dos Trabalhadores, por qualquer coisa eles vão tentar nos cassar. Então temos que tomar um pouco mais de cuidado.

Quero dizer que estaremos entregando, hoje, um diploma para homenagear. Mas, depois da eleição, vamos encaminhar, a cada um dos 19 homenageados, uma medalha comemorativa da homenagem do Dia do Trabalhador da Construção Civil e da Indústria Moveleira. Nesse momento, homenagearemos os trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira do estado de São Paulo, através da entrega deste diploma.

 

  O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Nós solicitamos que, ao serem chamados, os homenageados se aproximem do púlpito para que possam receber, das mãos do deputado Luiz Fernando e dos representantes da Mesa, esta homenagem. Para receber o diploma, em nome do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Botucatu, chamamos o senhor Anderson Inácio da Silva. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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   O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Campinas, chamamos o senhor César Augusto Silva Mendes. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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  O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Campinas, chamamos a senhora Micheli Felizardo da Cunha. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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  O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Guarulhos e Arujá, chamamos o senhor José Adelcio de Almeida. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - O senhor José Adelcio vai receber, das mãos do deputado, o diploma. Também, o senhor Josemar Bernardes, o Bacaninha; o Claudio Bernardo da Silva e o Marcelo Ferreira. 

Neste momento, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Guarulhos e Arujá, a senhora Priscila Santana de Araújo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - A Priscila é uma das dirigentes. É diretora do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Guarulhos e Arujá. Recebe, neste momento, o diploma.

Vamos chamar, agora, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Mogi das Cruzes, o senhor Agenor Antonio de Oliveira. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - O senhor Agenor, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Mogi das Cruzes, recebe, neste momento, das mãos do deputado Luiz Fernando, o seu diploma em homenagem à sua trajetória no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Mogi das Cruzes. Com as nossas palmas. (Palmas.) Agora, para receber, em nome do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Mogi das Cruzes, o senhor Juraci Neves dos Santos. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Sr. Juraci, portanto, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Mogi das Cruzes recebe, neste momento, das mãos do deputado, o seu diploma pelos serviços prestados nesta data aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - E, para receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Ribeirão Pires, o Sr. Mauro Lopes Coelho. (Palmas.) O Sr. Mauro Lopes sendo condecorado também pelo trabalho à frente do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Ribeirão Pires.

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Chamamos agora para receber também o seu diploma o Sr. Carlos Alberto Menegatti, que recebe o diploma em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Santo André. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Obrigado, Sr. Carlos. E, para receber em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Santo André, o Sr. Cleiton Ricardo da Silva Sabio. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Cleiton Ricardo da Silva Sabio, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Santo André, recebe, neste momento, das mãos do deputado, a sua diplomação. Agradecemos o Sr. Cleiton e chamamos agora, representando o Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de São José dos Campos, o Sr. Raimundo Nonato de Brito Fontenele. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Portanto, da região de São José dos Campos, o Sr. Raimundo Nonato de Brito Fontenele sendo cumprimentado e recebendo neste momento o seu diploma em homenagem nesta data em sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Neste momento, chamamos para receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de São Bernardo do Campo e Diadema. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Agradecemos a presença do Sr. Bruno Alexandre dos Santos. Chamamos para receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de São Bernardo do Campo e Diadema, Carlos Emerson Cerqueira Oliveira. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - O Sr. Carlos, portanto, está sendo homenageado pela região de São Bernardo do Campo e de Diadema.

Agora, chamamos para receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de São Bernardo do Campo e de Diadema, o Sr. Edeval Lima Santos. (Palmas.)

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Sr. Edeval, portanto, mais um representante da indústria moveleira e da construção civil de Diadema e São Bernardo do Campo, recebe, neste momento, a sua diplomação.

Representando o Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Salto, o Sr. Adriano Antonio dos Santos, que, neste momento, vai receber os diplomas em nome do Sr. Marco Antonio Ferraz da Silva e também do Sr. Ademir Aparecido Bueno. Portanto, nossas palmas ao Sr. Adriano Antonio dos Santos. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de diploma.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Sr. Adriano Antônio dos Santos está recebendo esta diplomação dos representantes da cidade de Salto. Encerramos, portanto, com as nossas palmas, as nossas homenagens desta noite. Convidamos todos para voltar a compor a Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero, mais uma vez, convidar o grupo musical da AMA, que vai tocar para nós as canções Asa branca e O que tem a rosa. Claudinho, se quiser tirar alguém para dançar...

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero agradecer ao grupo musical AMA-ABC e lembrar que eles são metalúrgicos aposentados. Essa é a forma mais importante de nos aposentarmos, com saúde e alegria. E são afinados. Imagino o Claudinho, ele tem saúde, tem alegria, mas pensem em um cara desafinado. Precisava ser como eles.

Eu queria, antes de ouvirmos mais uma apresentação do grupo musical AMA-ABC, que vai cantar Moreninha Linda e Cana Verde, agradecer a cada um vocês, cumprimentar os homenageados e dizer a vocês que a nossa missão é muito árdua.

Ninguém está aqui para fazer terrorismo. O que os quatro da Mesa falaram, sem combinar, é a verdadeira situação em que o nosso País está. É muito triste. Nunca a classe trabalhadora foi tão violentada como eles a estão violentando. E eu não estou dizendo pelo golpe de tirar uma presidente que nós elegemos. Eu estou dizendo por tirar o direito de os nossos filhos estudarem, tirar o acesso à Saúde da classe trabalhadora. Hoje tramita no Congresso um projeto do Esperidião Amin que encerra o SUS, que cria um plano de Saúde para a classe trabalhadora.

O dinheiro deste País é nosso, as riquezas deste País são nossas, e nós sempre pagamos as contas. Eles estão vindo agora. Desde que o Brasil foi descoberto que eles escravizam o povo brasileiro: escravizaram os índios, escravizaram os negros, depois escravizaram os imigrantes que vieram, fugindo da Primeira Guerra, depois escravizaram todos que chegaram a este País. Essa é a tônica da elite brasileira, dos ricos do Brasil, dos donos deste País. Nós somos os donos.

O dinheiro é deles, as terras são deles, a indústria é deles, o grande comércio é deles, mas nós é que formamos este País. Como bem disse o Marcelo, vocês são quem constroem este País. Em cada construção deste País, em cada mobiliário tem o sangue e tem o suor da classe trabalhadora.

Eu só tenho a agradecer, em nome da Assembleia Legislativa, em nome do Governo do Estado, que hoje também está na mão deles, mas nesta Casa nós temos alguns poucos assentos, então em nome desta Casa eu quero agradecer a todos e todas: todos os trabalhadores da construção civil, da indústria moveleira, todos aqueles que, com seu sangue, com seu suor, ajudam a construir as riquezas, embora delas nenhum de nós, nenhum de vocês possam usufruir. O meu muito obrigado.

Vamos ouvir “Moreninha Linda” e “Cana Verde”. Se quiser, eu posso acompanhar também na voz. Não, não vou atrapalhar. Era só uma brincadeira.

 

O SR. - Com sua licença, deputado, nós queremos, desde já, agradecer o convite que foi feito para a gente vir aqui, apresentar. Eu estou vendo o Sr. Agenor, lá de Suzano. Eu estive lá no sindicato. O senhor não andava nem de muleta ainda, não andava. É um prazer enorme ver o senhor aqui recebendo essa homenagem e cada um de vocês. Nós queremos, deputado, agradecer.

Nós sabemos que queremos “Lula livre”. (Palmas.) Força! A gente sabe que a caminhada é muito pesada. A gente tem que trabalhar contra o sistema, e o sistema é pesado contra nós. Eu não fui trabalhador da construção civil, mas fui trabalhador rural até os 21 anos. E fui ser metalúrgico.

A nossa associação fica ao lado do Sindicato dos Metalúrgicos, próximo à construção civil. Vocês ficam na Gianella - não é isso? - e nós ficamos na José Bonifácio, ao lado do sindicato. Quem quiser contratar o grupo Ama, é só pegar o cartão com a Zilda, se ela tiver trazido, porque ela de vez em quando esquece. A gente está à disposição de vocês, ok?

Muito obrigado, desde já, deputado. A sua equipe é muito bacana, nos tratou muito bem. Ela estava preocupada com a nossa presença aqui, se a gente viria ou não viria. A gente resolveu vir e a gente agradece por esta oportunidade de vocês poderem assistir um pouquinho daquela cultura que a AMA-ABC proporciona a toda a sociedade e a todos os amigos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero agradecer ao grupo musical AMA-ABC, a cada companheiro e companheira. Parabéns e muito obrigado.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece a todos os presentes, representantes e trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira no estado de São Paulo; à minha assessoria, nas figuras da Suzana e da Luzia, que estiveram à frente de toda organização; aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, da Ata, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa, da TV Alesp e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta sessão. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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            - Encerra-se a sessão às 22 horas e 15 minutos.

 

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