28 DE SETEMBRO DE 2018
60ª SESSÃO SOLENE
HOMENAGEM AOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DA
INDÚSTRIA MOVELEIRA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Presidência: LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
RESUMO
1 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - GEREMIAS GOMES
Mestre de cerimônias, anuncia a
composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão
solene, a pedido do Sr. Deputado Luiz Fernando Lula da
Silva, com a finalidade de realizar "Homenagem aos Trabalhadores da
Construção Civil e da Indústria Moveleira do Estado de São Paulo". Convida
o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Nomeia demais
autoridades presentes. Declara-se orgulhoso em participar dessa solenidade em
homenagem aos trabalhadores. Critica a gestão dos governos do PSDB no estado de
São Paulo. Lamenta a situação econômica atual do País, em especial da
construção civil. Exalta a figura e a gestão do ex-presidente Luís Inácio Lula
da Silva. Afirma que o governo instalado após o impeachment
de Dilma Rousseff, a seu ver fruto de um golpe político, é contra a
classe trabalhadora. Critica o candidato à Presidência, Jair Bolsonaro. Deseja que em 2018 sejam eleitos representantes
em prol dos trabalhadores.
4 - JOSEMAR BERNARDES ANDRÉ
Presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção, do Mobiliário e da Madeira, da CUT de São Paulo, afirma que os
trabalhadores perderam direitos nos últimos dois anos. Considera que Deus quer que
todos os seres humanos tenham boas condições de vida. Critica o governo do PSDB
em São Paulo. Discorre sobre a importância da categoria homenageada para o
País.
5 - MARCELO FERREIRA DOS SANTOS
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção e Mobiliário de Guarulhos e Arujá, discorre sobre a importância dos trabalhadores da
construção civil e da indústria moveleira para o País. Parabeniza todos os
homenageados da noite. Lembra manifestação contra o fascismo a ser realizada na
Capital paulista.
6 - CLÁUDIO BERNARDO DA SILVA
Secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria
de Construção e Mobiliário de São Bernardo do Campo, critica
a reforma trabalhista realizada pelo Governo Temer. Cita a importância da luta
pela preservação dos direitos dos trabalhadores.
7 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Anuncia homenagem, com entrega de diploma, a
trabalhadores da Construção Civil e da Indústria Moveleira do estado de
São Paulo.
8 - GEREMIAS GOMES
Mestre de cerimônias, nomeia os
homenageados.
9 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Anuncia apresentação do grupo musical Ama-ABC, com a execução
das músicas "Asa Branca" e "O que tem a Rosa?". Considera
crítica a situação do trabalhador no Brasil atual. Critica a elite econômica do
País. Agradece a presenças de todos. Anuncia apresentação do grupo musical
Ama-ABC, com a execução das músicas "Moreninha Linda" e "Cana
Verde". Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Fernando Lula da Silva.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES
- Boa noite senhores e senhoras, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo para a sessão solene com a finalidade de homenagear os
trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira do estado de São
Paulo”. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene será transmitida pela
TV Web e pela TV Assembleia, pela Net, canal 7; pela Vivo, canal 9; e pela TV
Digital, canal 61.2, após o horário eleitoral.
Anunciamos neste
momento, para compor a Mesa principal desta sessão solene, o deputado Estadual
Luiz Fernando T. Ferreira, do Partido dos Trabalhadores. (Palmas.) Convidamos
também para compor a Mesa o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias
da Construção, do Mobiliário e da Madeira da CUT de São Paulo, Sr. Josemar Bernardes André, o Bacaninha.
(Palmas.) Também compõe esta Mesa solene o Sr. Claudio Bernardo da Silva,
secretário-geral do Sindicato da Construção Civil e do Mobiliário de São
Bernardo do Campo. (Palmas.) Por fim, para compor esta Mesa, chamamos o Sr.
Marcelo Ferreira dos Santos, do Sindicato da Construção Civil e da Indústria
Moveleira de Guarulhos. (Palmas.)
Tem a palavra o
deputado estadual Luiz Fernando T. Ferreira.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Boa noite a todas, boa noite a todos. Senhoras e senhores,
quero cumprimentá-los e desejar que sejam muito bem-vindos à Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo para a sessão solene com a finalidade de
homenagear os trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira do
Estado de São Paulo.
Havendo número legal,
declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Esta sessão solene foi
convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo
solicitação deste deputado, com a finalidade de prestar “Homenagem aos Trabalhadores
da Construção Civil e da Indústria Moveleira do Estado de São Paulo”. Estamos
realizando esta homenagem já pelo terceiro ano consecutivo, em virtude de um
projeto de lei que aprovamos nesta Casa criando o Dia do Trabalhador da
Construção Civil e da Indústria Moveleira.
Neste momento, convido
todos os presentes para ouvirem, de pé, o Hino Nacional Brasileiro, executado
pelos companheiros trabalhadores da Associação dos Metalúrgicos Aposentados do
ABC. Queria agradecer desde já ao grupo musical da AMA de São Bernardo do Campo
e dizer que esta Casa fica extremamente feliz com a presença de tantos
trabalhadores e trabalhadoras.
* * *
- É executado o Hino
Nacional Brasileiro.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero
agradecer ao grupo musical da AMA-ABC. Estão presentes, ocupando as primeiras
fileiras desta sessão solene: pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
de Construção, Montagem e do Mobiliário de Campinas e Região, Cesar Augusto
Silva Mendes e Micheli Felizardo da Cunha; pelo
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de
Guarulhos e Arujá, José Adelcio
de Almeida e Priscila Santana de Araújo; pelo Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias da Construção e do Mobiliário de Mogi das Cruzes, Agenor Antonio de
Oliveira e Juraci Neves dos Santos; pelo Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias da Construção e do Mobiliário de Ribeirão Pires, Mauro Coelho; pelo
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santo
André, Carlos Alberto Menegatti e Cleiton
Ricardo da Silvia Sabio; pelo Sindicato dos
Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de São José dos
Campos, Raimundo Nonato de Brito Fontenele; pelo
Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de São
Bernardo do Campo, Bruno Alexandre dos Santos, Carlos Emerson Cerqueira
Oliveira e Edeval Lima Santos.
Eu queria, mais uma
vez, saudar a todos os trabalhadores e trabalhadoras. Para nós, é uma honra
quando olhamos para este plenário e vemos os donos deste País - os
trabalhadores - ocupando essas cadeiras. Normalmente, essas cadeiras são
ocupadas por deputados e deputadas que, na maioria da composição desta Casa,
têm lado. E o lado não é o do trabalhador. É impressionante... Se todo o povo
paulista soubesse das maldades que esta Casa muitas vezes produz, com leis
injustas, sem a menor atenção...
Nós vivemos num Estado
onde a Saúde está na UTI. No Governo do Estado de São Paulo, que o PSDB
controlou por mais de 20 anos, quase 30 anos, eles conseguiram acabar com a
Saúde no nosso Estado. Não só pela falta de investimento, mas pela falta de
cuidado com o nosso povo. Pasmem vocês, gente: os hospitais das faculdades de
medicina de São Paulo, das Faculdades de Medicina da Unicamp e da USP, estão
praticamente fechados. Em tudo o que é do Estado falta verba, falta médico, falta medicamento. Essa é a realidade.
No interior de São
Paulo - quem é do interior, aqui, sabe do que estou falando -, nas cidades
pequenas, médias, que são atendidas por Santas Casas, elas estão fechando,
porque o governo do PSDB, que governa nosso Estado há muitos anos, nunca ligou
para uma questão chamada saúde da classe trabalhadora.
Da mesma forma, é a
Educação no nosso estado de São Paulo. Hoje, o filho do trabalhador vai para a
escola. Se ele não aprender absolutamente nada, eles passam essa criança de
ano. No ano seguinte, ele não aprendeu nada. “No passado eu não aprendi, como é
que vou aprender este ano?”. Sabe o que eles fazem, o que os professores são
obrigados a fazer com o filho do trabalhador? Passá-lo de ano novamente.
Qual o motivo pelo qual
o PSDB investe para não educar os nossos filhos? E eu digo “investe” porque os
professores estão lá. Ganham uma miséria, mas estão lá. Os funcionários estão lá,
energia está sendo gasta. Tem giz... Qual é o motivo pelo qual eles fazem isso,
no sentido de não educar o filho dos trabalhadores do nosso País? Só resta uma
resposta: é para que o filho do trabalhador não dispute com o filho deles
qualquer espaço no nosso País. Isso é muito triste.
A violência, no nosso
Estado, a Segurança... O estado de São Paulo abaixou a crista para o crime
organizado. Quem controla a Segurança Pública nas nossas comunidades é o crime
organizado, em detrimento da nossa segurança, da segurança do trabalhador.
Muitos trabalhadores, às vezes, estão no ponto de ônibus para ir ao trabalho e
são assaltados; levam celular, carteira, bolsa. Por
quê? Porque a Segurança do estado de São Paulo está jogada de lado. E é isso o
que acontece no Estado mais rico deste País.
Quero dizer a vocês: esta Casa deveria reagir
a essa situação, mas a maioria dos deputados está aqui para dizer “amém” ao
governador e nada faz. A polícia ganha pessimamente mal. Em relação à maioria
dos policiais que morrem no dia a dia, sabem onde eles morrem? Fazendo bico.
Porque o governador, o secretário e os deputados que os apoiam não estão nem
aí, seja com policial, soldado, cabo. Muito menos com o nosso povo.
E hoje o que acontece? Como eles não educam,
não tiram as crianças das ruas e fizeram uma vista grossa para o crime, hoje as
nossas crianças, com 12 ou 13 anos, estão sendo entregues à criminalidade e à
droga. Muitos trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira sabem
do que estou falando, porque esse é um problema que muitas vezes acontece na
família de vocês, de amigos de vocês, de colegas de vocês.
E eu quero dizer uma coisa: a culpa não é
dessas crianças e jovens. A culpa é da falta do Estado, da falta de estrutura e
de falta de cuidado com nosso povo, especialmente o povo mais humilde.
Estou diante de
trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira. O setor que mais
contrata, no nosso País, está parado, literalmente parado. Primeiro, por que
aqueles que deram o golpe no País pararam o País. Pararam o País. Eles têm um
juiz que serve a eles, chamado Sérgio Moro. O que esse homem fez de bem, além
de muitas injustiças, foi quebrar a indústria da construção civil no Brasil.
As maiores construtoras
do nosso País hoje estão de joelhos, quebradas. Essas construtoras não eram as
maiores do Brasil. Eram as maiores do mundo. Se seus proprietários cometeram
crime, que pagassem, mas não quebrassem a empresa. Obras estão paradas. Obras
foram abandonadas, por que a indústria da construção quebrou.
Esse é o papel que o
juiz Sérgio Moro fez, além de prender a maior liderança mundial hoje, popular,
chamada Luiz Inácio Lula da Silva. Esse homem está preso não por que cometeu
algum crime, mas por que era um Brasil de meia dúzia, e esse homem distribuiu esse
Brasil para todos.
Esse homem olhou para o
nordeste, que passava sede, passava fome. Esse homem olhou para a periferia,
esse homem olhou para a família do trabalhador. Esse homem começou a
transformar o País. Esse homem levou o filho do trabalhador à universidade.
Esse homem levou dignidade às casas. Hoje o trabalhador tem o seu carrinho, ele
tem uma geladeira, até por que nosso governo levou luz para quem não tinha luz,
como levou água para quem não tinha
água.
Nunca se construiu
tanto neste País, como quando Lula foi presidente. Construiu casas pelo
"Minha Casa Minha Vida". Construiu grandes obras, como a transposição
do São Francisco. Construiu infraestrutura, água, esgoto e obras estruturantes
em todo o nosso País.
Mas é verdade que nosso
País hoje está de joelhos, porque a elite brasileira tomou de assalto o País.
De assalto, tirando uma presidente da República, só para os senhores e as
senhoras entenderem, a Dilma hoje não responde a um único processo. Ora, se ela
não cometeu nenhum crime, não está sendo processada, por que foi tirada, então,
da Presidência? Foi tirada porque ela estava dando continuidade ao que Lula
fez, e a elite não aceita.
Os banqueiros, os donos
das terras deste País, os grandes industriais e, sobretudo, os americanos, não
aceitam que este País deixe de ser de meia dúzia e passe a ser
de todo brasileiro, como nós estávamos fazendo.
Então, quero dizer que
hoje é um dia que reservamos para prestar uma homenagem a vocês, a pessoas e
colegas da construção civil. É um dia que nós, junto com a Confederação, temos
feito isso pelo terceiro ano seguido. Mas é um ano muito triste. É um tempo
muito triste, por que a maioria dos trabalhadores da construção civil está
desempregada. Estão a ver navios. Estão passando dificuldades.
Ao mesmo tempo em que
vamos prestar a homenagem a alguns colegas, quero dizer que não temos muito a
comemorar. Vamos homenagear o trabalhador, mas sem nada a comemorar. Após
tirarem todos os direitos da classe trabalhadora, eles querem silenciar os
verdadeiros representantes da classe trabalhadora, que são os sindicatos.
Hoje aqui estão
presentes os sindicatos de duas centrais diferentes, mas que representam,
negociam pelo trabalhador. Vão lá buscar os direitos, exigir os direitos, sem
arredar o pé para o patrão. Mas o que eles fizeram, e estão fazendo, é declarar
o fim do sindicato.
Quando tiram a
contribuição obrigatória, dos sindicatos, eles estão tirando a possibilidade de
os trabalhadores terem uma instituição forte para lutar. É isso que fizeram.
Mas quero dizer a todos
aqui presentes, aos dirigentes sindicais, que não vão nos calar. Nós vamos
trabalhar para retomar esse País, de volta. Esse País não é meu, não é deles.
Esse País é nosso. Esse País é dos índios, é dos negros, dos imigrantes
europeus. Esse País é de todos nós, de todos nós que moramos e nascemos nesse
País.
Nós temos este ano,
talvez, o ano mais importante das nossas vidas. Quero alertar cada um de vocês
da importância deste ano, porque temos eleições gerais. Não se trata de eleger
João ou Maria. Trata-se de definir para quem é esse Brasil, se é para meia
dúzia, que eles estão fazendo de novo, ou se é para cada um de nós aqui, se é
para os nossos filhos, se é para nossa família, para os
nossos netos, para os nossos sobrinhos, se é para nossas crianças, nossos
jovens.
É isso que está dado. E
quero dizer que o que está por vir é muito pior do que está hoje. Eles
aprovaram uma emenda constitucional chamada Emenda Constitucional
nº 95. Anotem e olhem essa emenda constitucional. Em síntese, ela diz que por
20 anos nenhum centavo, além do que está sendo gasto hoje no Brasil, em todas
as áreas, pode ser gasto.
Ou seja, se nós não
temos construção hoje, não haverá amanhã, porque essa emenda limita os gastos.
E hoje o Brasil não gasta absolutamente nada na construção
civil, na indústria moveleira, no desenvolvimento econômico, na geração de
emprego. Nada na Saúde, nada na Educação.
E sabem o que vai
acontecer? Vai virar o caos, a classe média vai ficar pobre e o pobre vai
passar fome.
Foi isso o que eles fizeram
no Brasil no dia em que aprovaram essa Emenda Constitucional nº 95. Leiam isso.
É importante que todos os sindicatos e lideranças sindicais reproduzam essa lei
e passem para o trabalhador, pois é isso que vamos definir, sem ser neste
domingo, no outro: se vamos deixar isso ou se vamos eleger representantes para
revogar essa maldade, essa desgraça que fizeram com o trabalhador neste País. É
uma desgraça. O que está ruim estará muito pior daqui a alguns dias. Só para dar um exemplo para vocês dos
efeitos que isso já está surtindo: os sindicatos e os trabalhadores que estão
aqui sabem que já não há mais emprego. As obras pararam.
Em segundo lugar, na
Saúde, doenças que o Brasil já tinha erradicado, como
o sarampo e a poliomielite, estão de volta. Sabem por quê? Porque faz dois anos
que o governo federal não gasta um centavo a mais, porque a lei que eles mesmos
aprovaram os proíbe de gastar. Nem o prefeito da cidade, nem o governador dos
estados, nem o presidente da República podem gastar um centavo além do que vem
sendo gasto na Saúde.
Gente,
vou perguntar aqui para o Bacaninha, que, sem dúvida alguma, é o homem
mais velho que está aqui neste plenário hoje. É o homem mais antigo entre nós,
em todo o plenário. Eu duvido que o Bacaninha se lembre
ou tenha conhecido a história de febre amarela no estado de São Paulo. A febre
amarela é uma doença que se tem na floresta. Assim como a malária, a febre
amarela é uma doença de floresta. São mosquitos que estão dentro da floresta, o
vetor deles é o macaco. Não existia isso.
O estado de São Paulo,
dito mais desenvolvido do Brasil... Quero dizer que era o mais desenvolvido
antes de o PSDB governar, pois hoje, no Maranhão, um professor do segundo grau
ganha o dobro do que ganha um professor aqui em São Paulo. Desenvolvido está o
nosso nordeste, pois os conservadores de São Paulo, os PSDBistas de São Paulo, o Sr. Geraldo Alckmin, o Sr.
José Serra, o finado Mário Covas e seus filhotes, como esse mentiroso que se
elegeu prefeito aqui de São Paulo dizendo que era trabalhador e a única coisa
que ele fez foi se vestir, a cada dia, com uma fantasia diferente... Aquilo é
bom para ser palhaço de circo, para botar fantasia, e não para governar o nosso
povo mais humilde. Nosso povo precisa de Saúde e Educação, e não de palhaço. E
agora quer ser governador. Para piorar, vocês sabem quem é o adversário dele?
Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. É a
luta do diabo contra o capeta.
O povo só tem uma
alternativa: é conseguirmos eleger Luiz Marinho governador. É a única forma de
sonharmos com um Estado que cuide de nossas crianças, que faça pelas nossas
famílias, pelos nossos idosos. É a única forma de sonhar em dignidade para o
nosso povo do estado de São Paulo.
Da mesma maneira, se
não ganharmos essas eleições presidenciais, vou dizer uma coisa para vocês:
isso não vai acontecer, já está acontecendo. Essa emenda constitucional não vai
passar, ele já passou, já está surtindo seus efeitos. Desde 2016, a Emenda Constitucional nº 95 já está
destruindo os empregos. Tiraram a Dilma, tínhamos quatro milhões de
desempregados no país e já era muito. Tinha crise. Hoje, temos 14 milhões de
desempregados, fora os três milhões que a televisão noticiou que já desistiram
de procurar emprego. Portanto, são 17 milhões de desempregados em nosso País.
Gente,
quero dizer para vocês que temos que sair, levantar da cadeira,
arregaçar as mangas, pois, se a classe trabalhadora não virar o jogo, corremos
ainda o risco de termos um presidente da República que é racista, um presidente
da República que despreza a mulher, um presidente da República que é
homofóbico, um presidente da República que dissemina o ódio o tempo inteiro. Um
presidente da República que, ao invés de dizer que o nosso caminho é a
Educação, diz que quer armar a nossa população.
Ainda bem que ele ainda
não ganhou e nem vai ganhar, pois, se aquele maluco que foi lá e cometeu aquela
loucura de dar uma facada em um ser humano... Independentemente de ser um ser
desprezível como aquele rapaz, que há 27 anos é deputado e nunca produziu nada
de importante em nosso País ou no estado do Rio de Janeiro, de onde ele é
deputado, mas conseguiu eleger os quatro filhos dele, vereador, deputado
federal e deputado estadual... É a única coisa que aquele ser desprezível,
homem que tratamos pelo codinome de “Coisa”... Aquilo é uma coisa e eu me nego
a falar o nome desse ser humano.
E vemos hoje as igrejas
pedindo votos para aquele ser humano, dizendo que ele é a solução para o nosso
País. Isso faz com que nossa fé fique abalada, pois tenho visto a igreja
católica fazer um movimento, especialmente os bispos conservadores, dizendo que
o “Coisa” é a opção. Vejo a Igreja Evangélica toda se
mobilizando para pedir voto para o “Coisa”. Quero
dizer isso, gente: isso não é problema de ninguém, isso é problema da classe
trabalhadora, isso é problema de cada um de nós que está aqui nesta noite e
especialmente daqueles que não vieram esta noite.
Precisamos sair daqui
com a missão de arregaçar as mangas, de visitar, de conversar com toda a
família. Precisamos vencer essas eleições ou então os mais humildes entre nós,
aqueles amiguinhos nossos, aqueles companheiros e
colegas de trabalho vão sofrer demais, pois o Estado... Ele acabou de dizer o
seguinte, quando aprovaram essa lei: “Esqueçam de
nós”.
Não terá mais emprego,
não terá mais Educação, não terá mais Saúde, não terá mais dignidade, não terá mais nenhum programa social que proteja a classe trabalhadora.
Nós somos a parte mais fraca dessa luta e
precisamos nos unir. Vou dizer uma coisa a cada uma e cada um de vocês:
trabalhem! Faltam nove dias para nós decidirmos o nosso futuro. Nós temos que
virar o jogo aqui em São Paulo, temos a
obrigação de eleger os nossos dois senadores, temos a obrigação de eleger
deputados e deputadas que lutem pela classe trabalhadora, seja para deputado
estadual, mas, principalmente, para deputados federais.
Agora não é hora de eleger bons deputados;
é hora de eleger os melhores deputados. Agora não é hora de jogar. Se o cara
titubeia, não votem nesse cara. Nós precisamos de gente que enfrente a elite
brasileira e os patrões. Caso contrário, já está dado; não é que vai acontecer.
Para piorar todo esse cenário, quando
acabar a eleição - registrem e me cobrem isso -, vão iniciar a reforma da
Previdência Social. Eles não aceitam mais que o trabalhador brasileiro se
aposente. Já fizeram uma lei que é pior do que quando nós tínhamos escravidão.
Com a escravidão, aos 60 anos, o trabalhador era libertado, o escravo era
libertado. Era a Lei dos Sexagenários. Agora, eles aumentaram para 65 anos;
queriam que a mulher também passasse por isso.
Então, meus senhores e
minhas senhoras, quero cumprimentar cada trabalhador e trabalhadora, mas
dizer a vocês que a responsabilidade sobre as nossas costas é muito forte. Nós
precisamos ganhar essa eleição, não só por nós que estamos aqui dentro, mas
pelas nossas crianças e pelos nossos jovens. O Brasil que os espera é um Brasil
de caos, é um Brasil de violência, é um Brasil de desemprego e miséria; caos na
Educação, caos na Saúde, caos em todas as áreas.
É isso que está dado, é um empobrecimento,
é uma entrega do nosso País para o capital norte-americano. Os americanos
vieram aqui e levaram o nosso petróleo sem dar um tiro. Eles fazem guerra no
mundo inteiro por causa do petróleo. Aqui eles não precisaram fazer guerra, com
alguns dólares - pouquíssimos dólares -, eles levaram não só a nossa
democracia, mas a nossa dignidade e, por fim, o nosso petróleo.
Então, é o momento de a gente se unir, dar
as mãos e fazer a diferença, irmos para as ruas e fazer essa diferença. Na
verdade, eu quero convocar cada um de vocês. Não é um convite, é uma convocação, porque nós temos a obrigação de ir à rua, de
voltar para casa e conversar com a nossa família, nossos amigos e nossos
irmãos, na nossa igreja e no nosso trabalho, se é que ainda há aqui alguém
empregado, porque o que eles estão fazendo é muito triste, é muito
triste.
Quero pedir aos nossos aposentados que
aqui estão: com a sua experiência, vão à luta. Hoje a nossa juventude está
muito alienada, à exceção dessas três meninas que estão ali, que estão
inconformadas com o que está acontecendo. Quando a gente vai falando, elas vão
se posicionando. Então, gente, é isso que eu queria. Parabéns a todos os
trabalhadores do nosso país. Parabéns especialmente aos trabalhadores da
indústria da construção civil e da indústria do mobiliário.
Que Deus abençoe a nossa pátria, que Deus
abençoe o nosso estado, que Deus abençoe as nossas famílias. Que nós possamos
reverter esse cenário tão sombrio. Muito obrigado. (Palmas.)
Para fazer as suas considerações, passo a
palavra ao presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção, do Mobiliário e da Madeira da CUT de São Paulo. Eu vou falar o
nome dele, mas é o Bacaninha. Esse negócio de Josemar
Bernardes André... Acho que ninguém sabe que é ele, não é? Mas é o Bacaninha.
O
SR. JOSEMAR BERNARDES ANDRÉ - Boa noite a todos os companheiros e
companheiras. Quero cumprimentar o deputado Luiz Fernando, o companheiro
Cláudio, o companheiro Marcelo, os companheiros trabalhadores
e trabalhadoras presentes e os companheiros que estão hoje aqui sendo
homenageados. Parabéns!
Mas é necessário fazermos uma reflexão.
Não precisaria dizer nada, tendo em vista tudo o que foi dito pelo deputado. Há
concordância, mas enquanto cidadão, vivendo por aí, a gente observa algumas
coisas mais. É importante dizermos neste plenário, neste momento solene de
homenagem aos companheiros do setor da construção e da madeira, porque, de
fato, nós estamos vivendo um momento em que não temos o que comemorar.
O golpe que foi dado na democracia
brasileira, com a derrubada da nossa presidenta Dilma, trouxe uma consequência
nunca vista na vida deste País, porque a economia, que estava com um pequeno
problema, tornou-se uma catástrofe econômica ao ponto de, em pouco mais de seis
meses de golpe, nós termos esse contingente que há muito não se via: 14 milhões
de trabalhadores e trabalhadoras desempregados.
Não bastando isso, nós tivemos os projetos
que foram colocados e aprovados no Congresso Nacional, com a maioria dos
deputados, à exceção dos nossos deputados e dos deputados de outros partidos
que compõem a centro-esquerda da política nacional. Foram projetos que
detonaram. Eu tenho dito a alguns colegas que nós retornamos à década de 30. Para
uma sociedade como a nossa que vivia dentro de um regime de direitos que foram
conquistados conquistados há muitos anos, isto é muito complicado porque, para
que se tenha noção daquilo que se perdeu, demora um tempo. O que nós estamos já
vivendo por aí é o desemprego, mas os direitos do trabalho ainda não estão bem
disseminados. Mas os direitos do campo ao serviço público já começam a se
perceber também. Os candidatos que aí estão, como eu disse, sejam de esquerda
ou de direita, fazem proposta boa, até. O problema é que os candidatos de
direita governaram este País desde 1500 e não fizeram nada. Como diz o
deputado, eu não sou o mais velho, mas também já passei dos 50. Vivi o período
da ditadura militar. Vivi o período em que se dizia “vamos deixar que o bolo cresça e depois a gente distribui”. E como o sistema
econômico capitalista é cíclico, ele crescia e desmoronava na cabeça dos
trabalhadores.
E, consequentemente, durante todo esse
período, o povo nunca teve participação naquilo que produzia, qual seja, a
riqueza nacional. E só o Governo Lula propiciou isso aí. Propiciou não só a
participação, mas também acesso à educação de nível superior. Isso nem os ricos
querem - a direita - e nem muitas igrejas também
querem, porque as igrejas também pregam um sistema doutrinário, que é “sim,
senhor” o tempo todo. Ou você concorda ou você está fora. Lá o regime é esse,
“sim, senhor”.
Então,
não vira. Somos todos cristãos, acreditamos em Deus, mas o Deus em que acredito
é um Deus socialista, um Deus que se sente bem quando os seus estão comendo,
dormindo, estudando. Este é o meu Deus. O meu Deus não é aquele que prega a
disputa entre seres da mesma espécie, como o sistema prega aí para que façamos
uma disputa entre nós mesmos. Não, esse Deus não é o meu. O meu é o que prega
essa comunhão de bens.
Quero registrar aqui, deputado, que temos um
candidato à Presidência da República cujo nome não falo.
É o cara lá do incidente de Juiz de Fora, mas temos um candidato aqui de São
Paulo. Mas o “Ele Não” também aqui de São Paulo, o “Chuchu”, está prometendo um
governo voltado para o povo brasileiro, em especial à classe trabalhadora. Em
Mogi das Cruzes temos o Hospital Luzia de Pinho Melo,
que agrega toda aquela região de Suzano, Poá, Itaquaquecetuba,
e lá há um setor de agendamento de consultas. Para quem? Consultas seletivas de
pessoas idosas. Coincidentemente uma dessas é minha mãe. Ela passa lá a cada
seis meses. Sabem o que o “Ele Não” de São Paulo fez? Fechou o setor de
marcação de consultas, que era um ambiente fechado, com cadeiras, para que as
pessoas ali sentassem e aguardassem a sua vez. Agora o atendimento é feito na
portaria do hospital. Se der um vendaval, uma chuva, todas essas pessoas se
molham.
Então,
temos que fazer uma reflexão. Os deputados federais, e devem ser também os
estaduais, estão ligados aos patrões, ou seja, à indústria, ao agronegócio, e a
minoria está ligada aos trabalhadores. Mas por ironia do destino a maioria dos
eleitores - dizem que temos mais de 140 milhões de eleitores -, uns 100 milhões,
com certeza, são trabalhadores da classe média baixa. Então, quem está elegendo
esses caras somos nós. Temos que pensar com muita
seriedade agora em que País queremos, que estado
queremos, e votarmos naqueles candidatos que representam os nossos interesses.
Temos o Marinho, do PT, que como prefeito de
São Bernardo fez um excelente trabalho. Seria um candidato para nós elegermos
aqui para o estado de São Paulo. No âmbito nacional, temos o Haddad, que está
candidato por conta da prisão ilegal do nosso companheiro Lula. E eleger, como
disse o deputado, pessoas que tenham capacidade para atuar na Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo e na Câmara Federal, porque se for pura e
simplesmente colocar o Haddad lá, o Marinho aqui e elegermos uma tropa de
representantes patronais para legislar nesta Casa, já sabem o que vai
acontecer.
No sistema político brasileiro é preciso que
haja sintonia entre Legislativo e Executivo. Temos que pensar nisso. Temos
neste ano eleição de dois senadores, deputado federal e deputado estadual.
Quero
parabenizar a todos e dizer que essa homenagem que vocês recebem não é
simplesmente um agrado a vocês, mas um reconhecimento àquilo que vocês fizeram
e fazem, e a outros que fizeram, como o caso do nosso
companheiro Agenor. E agradecer aqui ao deputado por ter a iniciativa de criar
essa condição para se homenagear essa categoria, uma categoria muito importante
e que merece essa homenagem.
Obrigado
a todos. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Ele disse que não era tão velho, mas ele é, sim. Se ele não me agradar até o
final, vou revelar sua idade.
Queria
convidar, agora, o presidente do Sindicato da Construção Civil de Guarulhos e
Arujá para fazer uso da palavra, Marcelo Ferreira dos Santos. (Palmas.)
O SR. MARCELO FERREIRA DOS SANTOS - Boa noite a todos os companheiros e companheiras. Em nome do
companheiro Luiz Fernando, quero cumprimentar todos os
companheiros presentes. Em nome da minha companheira Priscila, que é
homenageada hoje, quero cumprimentar todas as
companheiras presentes no plenário. Companheiros, primeiro queria agradecer ao
companheiro deputado Luiz Fernando por essa iniciativa de realizar esta
homenagem aos companheiros da construção civil.
Nós somos
uma categoria, como o companheiro Bacaninha falou, não uma das mais importantes, mas no meu modo de ver
a mais importante deste País, porque somos nós que construímos este País. Antes
de os deputados chegarem aqui, antes de os assessores chegarem aqui, chegou o
pedreiro da construção civil, chegou o ajudante da construção civil para
construir. Eu acho que nós somos importantíssimos. No meu ponto de vista, a
nossa categoria é a mais importante deste nosso País, tanto que quando a
construção civil está em alta, automaticamente o País também está. Nós temos
que nos valorizar.
Companheiro
Luiz Fernando, queria agradecer por esta iniciativa, é o terceiro ano em que
estamos participando. Quero fazer um breve relato da importância desta
homenagem. No primeiro ano desta homenagem, quando o companheiro nos fez o
convite, nós lá em Guarulhos tivemos a ideia de homenagear um companheiro da
direção do sindicato aposentado, companheiro da construção civil que ajudou a
construir Brasília, ajudou a construir vários monumentos em São Paulo.
Trabalhou
na obra da Anchieta, trabalhou em grandes obras do estado de São Paulo e do
Brasil. Trata-se do companheiro memorável João Oliveira Campos. Esse
companheiro já fazia parte da direção do sindicato, estava com dificuldades até
de participar das atividades do sindicato e nós tivemos a ideia de
homenageá-lo. Fizemos essa homenagem para ele. Foi uma homenagem linda na qual
este plenário na primeira vez estava lotado, aquela arquibancada estava cheia,
foi uma homenagem bacana e logo após a homenagem, um mês depois, infelizmente,
ele veio a falecer. Qual o porquê da importância?
Porque
temos que fazer homenagem enquanto temos vida, não fazer homenagem depois que
morreu. Se você tem que homenagear um companheiro, tem que ser em vida. Ele tem
que receber a sua homenagem, ele tem que curtir a sua homenagem. Foi a maior
honra da vida dele. Quando ele faleceu fomos à casa
dele e estava a medalhinha que ele recebeu pendurada no quarto dele, a maior
honra para ele. O diploma estava num quadro que ele mandou fazer. Isso é
gratificante para nós, eu me sinto feliz. Naquele momento eu que tive a ideia,
conversei com a direção e graças a Deus foi ótimo, foi bacana e ele curtiu
isso. O que adiantava hoje virmos fazer uma homenagem para
ele morto? Não adiantava.
Lógico,
temos que lembrar das pessoas, mas homenagem acho que
tem que se fazer em vida. Companheiro, queria
agradecer sobre essa questão da homenagem. Queria parabenizar todos que vão ser
homenageados hoje e falar também, que nem os companheiros que já me antecederam
- é difícil falar depois do companheiro Luiz Fernando,
do Bacaninha, os companheiros falam para caramba,
falam bastante e palavras sábias -, mas eu queria lembrar principalmente as
mulheres.
Amanhã,
companheiras, nós temos um ato no Largo da Batata, às 15 horas, onde as
mulheres estão se mobilizando contra o fascismo e dizendo “Ele não, ele nunca”.
Queria convidar as companheiras a participarem desse ato. Será um ato
importante, nós temos várias companheiras que irão participar.
“Ele não,
ele nunca”. Um abraço a todos e obrigado pela oportunidade. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA
SILVA - PT - Eu tenho a grata satisfação
de convidar agora para fazer uso da palavra uma pessoa, assim como todos, muito
humilde, mas que com a luta hoje está se formando, no final do ano, advogado.
Não tem nem tamanho de homem, mas vai ser doutor.
Ele já me disse, Mauro: “Eu exijo, Luiz Fernando, que você me chame de
doutor”. Queria convidar para fazer uso da palavra o secretário geral do
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção, Mobiliário, Serraria,
Cerâmica, Mármores e Granitos, Produtos de Cimento, Pinturas e Decorações,
Gesso, Instalações Elétricas e de Gás e Montagem Industrial de São Bernardo do
Campo e Diadema, Cláudio Bernardo da Silva, “Dr. Goiabinha”.
O SR. CLÁUDIO BERNARDO DA SILVA - Boa noite, companheiros e companheiras. É uma honra estar aqui
participando com vocês. Quero cumprimentar a Mesa, meu amigão Marcelo. Eu e o
Marcelo temos uma história de sindicato mais ou menos ao mesmo tempo. Isso é
muito importante. Quero cumprimentar o meu companheiro Bacaninha,
meu presidente.
Para mim é
uma honra também cumprimentar o meu deputado Luiz Fernando, que com certeza vem
fazendo a diferença nesta Casa. Há quatro anos dizíamos que era um projeto que
viria para fazer a diferença na Assembleia Legislativa e vem fazendo em defesa
dos trabalhadores, em defesa da população menos favorecida. Serei bem rápido,
quero dizer apenas que cada um de vocês tem a sua representatividade. Vejo
vários amigos sindicalistas também que vêm sofrendo com essa opressão que passamos, essa reforma trabalhista que hoje trouxe uma nova
forma de negociar.
Antes,
negociávamos buscando novos benefícios e hoje virou uma coisa que, na mesa, a
nossa luta é para manter o que nós temos. De algumas negociações para cá, com
essa liberdade de o sindicato abrir mão daqueles benefícios que nós
conquistamos durante todos esses anos, a nossa luta é para manter aqueles
benefícios e com isso cada vez mais vem dificultando os novos benefícios para
os trabalhadores; mas vale dizer que cada um de vocês tem lutado.
Falando
agora desse momento que nós vamos passar daqui a menos de duas semanas, nós
estamos lá em São Bernardo num trabalho muito forte, já bem cansativo. Já chegamos
ao final da semana puxados e com esse cansaço. Por
quê? Porque nós estamos falando para os trabalhadores a forma de ver o Brasil
sorrir de novo. Nós estamos falando que precisamos voltar à época em que o
trabalhador da construção civil via o seu filho virar engenheiro. E hoje, o que
ele vê? Ele vê o engenheiro virar Uber.
É isso que
acontece no nosso setor, por quê? Não tem obra para o engenheiro trabalhar e
foi para aquilo que ele se preparou, foi para aquilo que ele estudou. A única
forma que existe, hoje, é para onde todos os trabalhadores
correm, e não é diferente: se vê engenheiro virar Uber.
Agora temos menos de duas semanas para mostrar
para o trabalhador que ele corre o risco de perder as suas férias. Essa semana
rolou, na mídia, e já houve debate nas empresas: a questão da vontade de
tirarem o nosso décimo terceiro, da vontade de tirarem o terço das nossas
férias. Temos pouquíssimo tempo para colocar isso na cabeça dos nossos
trabalhadores. Eu tenho a certeza de que todos, aqui, têm experiência e tem
competência para revertermos esse quadro e sairmos vitoriosos.
Abraço, e muito
obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Imaginem no dia que
esse moço crescer. Desse tamanhinho, e fala direitinho. Não fala? No dia que crescer, vai dar show. O
Claudinho... Em 2014, fui candidato a deputado. Ele, além de ajudar a coordenar
a minha campanha... o jingle da minha campanha, foi
ele que fez. Ele gravou, ele mudou. Quando não tocavam o meu jingle, ele já
brigava com todo mundo. É um irmãozão.
Eu queria dizer que, todos os anos, nos dois
anos passados, entregamos, além do diploma, uma medalha. Hoje estaremos
entregando apenas o diploma. Por conta do período eleitoral, essa medalha pode
ser caracterizada como brinde. Se fosse da direita, não haveria problema
nenhum. Mas nós, do Partido dos Trabalhadores, por qualquer coisa eles vão
tentar nos cassar. Então temos que tomar um pouco mais de cuidado.
Quero dizer que
estaremos entregando, hoje, um diploma para homenagear. Mas, depois da eleição,
vamos encaminhar, a cada um dos 19 homenageados, uma medalha comemorativa da
homenagem do Dia do Trabalhador da Construção Civil e da Indústria Moveleira.
Nesse momento, homenagearemos os trabalhadores da construção civil e da
indústria moveleira do estado de São Paulo, através da entrega deste diploma.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Nós solicitamos que, ao
serem chamados, os homenageados se aproximem do púlpito para que possam receber,
das mãos do deputado Luiz Fernando e dos representantes da Mesa, esta
homenagem. Para receber o diploma, em nome do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias da Construção e Mobiliário de Botucatu, chamamos o senhor Anderson
Inácio da Silva. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Pelo Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Campinas, chamamos o
senhor César Augusto Silva Mendes. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Pelo Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Campinas, chamamos a
senhora Micheli Felizardo da Cunha. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Pelo
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de
Guarulhos e Arujá, chamamos o senhor José Adelcio de Almeida. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - O senhor José Adelcio vai receber, das mãos do deputado, o diploma.
Também, o senhor Josemar Bernardes, o Bacaninha; o Claudio Bernardo da Silva e o Marcelo
Ferreira.
Neste momento, pelo
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de
Guarulhos e Arujá, a senhora Priscila Santana de Araújo. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - A
Priscila é uma das dirigentes. É diretora do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias da Construção e Mobiliário de Guarulhos e Arujá. Recebe, neste
momento, o diploma.
Vamos chamar, agora,
pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de
Mogi das Cruzes, o senhor Agenor Antonio de Oliveira. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - O
senhor Agenor, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e
Mobiliário de Mogi das Cruzes, recebe, neste momento, das mãos do deputado Luiz
Fernando, o seu diploma em homenagem à sua trajetória no Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Mogi das Cruzes. Com
as nossas palmas. (Palmas.) Agora, para receber, em nome do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Mogi das Cruzes, o
senhor Juraci Neves dos Santos. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES
- Sr. Juraci, portanto, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria
Moveleira de Mogi das Cruzes recebe, neste momento, das mãos do deputado, o seu
diploma pelos serviços prestados nesta data aqui na Assembleia Legislativa de
São Paulo.
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - E,
para receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira
de Ribeirão Pires, o Sr. Mauro Lopes Coelho. (Palmas.) O Sr. Mauro Lopes sendo
condecorado também pelo trabalho à frente do Sindicato da Construção Civil e da
Indústria Moveleira de Ribeirão Pires.
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Chamamos
agora para receber também o seu diploma o Sr. Carlos Alberto Menegatti, que recebe o diploma em nome do Sindicato da
Construção Civil e da Indústria Moveleira de Santo André. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Obrigado,
Sr. Carlos. E, para receber em nome do Sindicato da Construção Civil e da
Indústria Moveleira de Santo André, o Sr. Cleiton
Ricardo da Silva Sabio. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Cleiton
Ricardo da Silva Sabio, em nome do Sindicato da
Construção Civil e da Indústria Moveleira de Santo André, recebe, neste
momento, das mãos do deputado, a sua diplomação. Agradecemos o Sr. Cleiton e chamamos agora, representando o Sindicato da
Construção Civil e da Indústria Moveleira de São José dos Campos, o Sr.
Raimundo Nonato de Brito Fontenele. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Portanto,
da região de São José dos Campos, o Sr. Raimundo Nonato de Brito Fontenele sendo cumprimentado e recebendo neste momento o
seu diploma em homenagem nesta data em sessão solene na Assembleia Legislativa
de São Paulo.
Neste momento, chamamos
para receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira
de São Bernardo do Campo e Diadema. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Agradecemos
a presença do Sr. Bruno Alexandre dos Santos. Chamamos para receber, em nome do
Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de São Bernardo do Campo
e Diadema, Carlos Emerson Cerqueira Oliveira. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - O
Sr. Carlos, portanto, está sendo homenageado pela região de São Bernardo do
Campo e de Diadema.
Agora, chamamos para
receber, em nome do Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de
São Bernardo do Campo e de Diadema, o Sr. Edeval Lima
Santos. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Sr.
Edeval, portanto, mais um representante da indústria
moveleira e da construção civil de Diadema e São Bernardo do Campo, recebe,
neste momento, a sua diplomação.
Representando o
Sindicato da Construção Civil e da Indústria Moveleira de Salto, o Sr. Adriano
Antonio dos Santos, que, neste momento, vai receber os diplomas em nome do Sr.
Marco Antonio Ferraz da Silva e também do Sr. Ademir Aparecido Bueno. Portanto,
nossas palmas ao Sr. Adriano Antonio dos Santos. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega de diploma.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - GEREMIAS GOMES - Sr.
Adriano Antônio dos Santos está recebendo esta diplomação dos representantes da
cidade de Salto. Encerramos, portanto, com as nossas palmas, as nossas
homenagens desta noite. Convidamos todos para voltar a compor a Mesa.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero,
mais uma vez, convidar o grupo musical da AMA, que vai tocar para nós as
canções Asa branca e O que tem a rosa. Claudinho, se quiser
tirar alguém para dançar...
* * *
-
É
feita a apresentação musical.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT -
Quero agradecer ao grupo musical AMA-ABC e lembrar que eles são metalúrgicos
aposentados. Essa é a forma mais importante de nos aposentarmos, com saúde e
alegria. E são afinados. Imagino o Claudinho, ele tem saúde, tem alegria, mas
pensem em um cara desafinado. Precisava ser como eles.
Eu queria, antes de
ouvirmos mais uma apresentação do grupo musical AMA-ABC, que vai cantar
Moreninha Linda e Cana Verde, agradecer a cada um vocês, cumprimentar os
homenageados e dizer a vocês que a nossa missão é muito árdua.
Ninguém está aqui para
fazer terrorismo. O que os quatro da Mesa falaram, sem combinar, é a verdadeira
situação em que o nosso País está. É muito triste. Nunca a classe trabalhadora
foi tão violentada como eles a estão violentando. E eu não estou dizendo pelo
golpe de tirar uma presidente que nós elegemos. Eu estou dizendo por tirar o
direito de os nossos filhos estudarem, tirar o acesso à Saúde da classe
trabalhadora. Hoje tramita no Congresso um projeto do Esperidião Amin que
encerra o SUS, que cria um plano de Saúde para a classe trabalhadora.
O dinheiro deste País é
nosso, as riquezas deste País são nossas, e nós sempre pagamos as contas. Eles
estão vindo agora. Desde que o Brasil foi descoberto
que eles escravizam o povo brasileiro: escravizaram os índios, escravizaram os
negros, depois escravizaram os imigrantes que vieram, fugindo da Primeira
Guerra, depois escravizaram todos que chegaram a este País. Essa é a tônica da
elite brasileira, dos ricos do Brasil, dos donos deste País. Nós somos os
donos.
O dinheiro é deles, as terras são deles, a indústria é deles, o grande
comércio é deles, mas nós é que formamos este País. Como bem disse o Marcelo,
vocês são quem constroem este País. Em cada construção deste País, em cada
mobiliário tem o sangue e tem o suor da classe trabalhadora.
Eu só tenho a
agradecer, em nome da Assembleia Legislativa, em nome do Governo do Estado, que
hoje também está na mão deles, mas nesta Casa nós temos alguns poucos assentos,
então em nome desta Casa eu quero agradecer a todos e todas: todos os
trabalhadores da construção civil, da indústria moveleira, todos aqueles que,
com seu sangue, com seu suor, ajudam a construir as riquezas, embora delas
nenhum de nós, nenhum de vocês possam usufruir. O meu muito obrigado.
Vamos ouvir “Moreninha
Linda” e “Cana Verde”. Se quiser, eu posso acompanhar também na voz. Não, não
vou atrapalhar. Era só uma brincadeira.
O
SR. - Com sua licença,
deputado, nós queremos, desde já, agradecer o convite que foi feito para a
gente vir aqui, apresentar. Eu estou vendo o Sr. Agenor, lá de Suzano. Eu
estive lá no sindicato. O senhor não andava nem de muleta ainda, não andava. É
um prazer enorme ver o senhor aqui recebendo essa homenagem e cada um de vocês.
Nós queremos, deputado, agradecer.
Nós sabemos que
queremos “Lula livre”. (Palmas.) Força! A gente sabe que a caminhada é muito
pesada. A gente tem que trabalhar contra o sistema, e o sistema é pesado contra
nós. Eu não fui trabalhador da construção civil, mas fui trabalhador rural até
os 21 anos. E fui ser metalúrgico.
A nossa associação fica
ao lado do Sindicato dos Metalúrgicos, próximo à construção civil. Vocês ficam
na Gianella - não é isso? - e nós ficamos na José
Bonifácio, ao lado do sindicato. Quem quiser contratar o grupo Ama, é só pegar
o cartão com a Zilda, se ela tiver trazido, porque ela de vez em quando
esquece. A gente está à disposição de vocês, ok?
Muito obrigado, desde
já, deputado. A sua equipe é muito bacana, nos tratou muito bem. Ela estava
preocupada com a nossa presença aqui, se a gente viria ou não viria. A gente
resolveu vir e a gente agradece por esta oportunidade de vocês poderem assistir
um pouquinho daquela cultura que a AMA-ABC proporciona a toda a sociedade e a
todos os amigos. Muito obrigado. (Palmas.)
* * *
- É feita a
apresentação musical.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT - Quero
agradecer ao grupo musical AMA-ABC, a cada companheiro e companheira. Parabéns
e muito obrigado.
Esgotado o objeto da
presente sessão, a Presidência agradece a todos os presentes, representantes e
trabalhadores da construção civil e da indústria moveleira no estado de São
Paulo; à minha assessoria, nas figuras da Suzana e da Luzia, que estiveram à
frente de toda organização; aos funcionários dos serviços de Som, da
Taquigrafia, da Ata, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da
Imprensa, da TV Alesp e das assessorias policiais
Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o
êxito desta sessão. Muito obrigado a todos. (Palmas.)
Está encerrada a
sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 22 horas e 15 minutos.
* * *