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16 DE OUTUBRO DE 2018

130ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: DOUTOR ULYSSES e MARIA LÚCIA AMARY

 

Secretaria: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DOUTOR ULYSSES

Assume e Presidência e abre a sessão.

 

2 - LECI BRANDÃO

Faz comparações entre as propostas de governo dos candidatos às eleições presidenciais. Critica posicionamentos violentos. Declara-se a favor da democracia e da justiça social. Rebate pronunciamento de candidato ao Governo do Estado de São Paulo, que se refere de forma pejorativa a socialistas e comunistas.

 

3 - CORONEL TELHADA

Saúda os municípios aniversariantes de Bariri, Piracaia e Salto. Presta pêsames pelo falecimento do radialista Gil Gomes, cujo trabalho enaltece. Faz elogios ao sistema de segurança CSI, de Guararema. Presta apoio ao candidato Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência do Brasil. Defende a aprovação do PL 556/216.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Reprova a reportagem da "Folha de S.Paulo" a respeito da defesa, por Paulo Guedes, da desvinculação de gastos sociais do orçamento público. Critica a postura e planos de governo de Jair Bolsonaro e de sua equipe. Desaprova o presidenciável na área da Educação.

 

5 - MARCO VINHOLI

Fala sobre aumento das desonerações fiscais na proposta de Orçamento do estado de São Paulo para 2019, que geraria, segundo ele, diminuição de recursos para as áreas sociais. Exibe vídeo contendo manifestação do governador Márcio França acerca da Previdência Social de servidores públicos do Estado e o critica.

 

6 - MARCOS LULA MARTINS

Lembra dificuldades enfrentadas pelos cidadãos brasileiros durante a ditadura militar. Enaltece valores democráticos. Lista pautas que deseja que sejam valorizadas por esta Casa, relacionadas aos problemas causados por substâncias químicas à saúde da população. Anuncia sua participação em eventos relativos à Convenção de Minamata e a ações de eliminação do amianto.

 

7 - WELSON GASPARINI

Agradece os votos recebidos por seu filho, Mauricio Gasparini, na disputa eleitoral para deputado estadual. Declara apoio aos candidatos ao Governo do Estado de São Paulo, João Doria, e à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Afirma que continuará atuando na política, mesmo fora desta Casa. Rechaça manifestações preconceituosas a respeito de nordestinos, nas redes sociais. Faz votos de melhoria nas condições do Brasil.

 

8 - GILMACI SANTOS

Repudia críticas que Fernando Haddad teria feito ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. Destaca a laicidade e a tolerância religiosa do Brasil. Considera o político despreparado para assumir a posição de presidente do País.

 

9 - CARLOS CEZAR

Mostra-se grato por sua reeleição. Parabeniza outros parlamentares escolhidos pela população nos últimos pleitos. Relata acontecimentos da vida política de Márcio França e o defende. Destaca a aprovação do candidato a governador em São Vicente, cidade em que foi prefeito. Desaprova a disseminação de notícias falsas acerca do governador.

 

10 - ED THOMAS

Tece agradecimentos por sua reeleição como deputado estadual. Destaca a relevância social dos funcionários desta Casa. Homenageia o radialista Gil Gomes, morto nesta data, por sua carreira. Lamenta reportagem que aborda a violência de jovens contra seus pais e mães idosos. Frisa a importância do debate político sobre os direitos da terceira idade.

 

11 - TEONILIO BARBA LULA

Reprova o apoio de parcela dos religiosos evangélicos do Brasil à candidatura de Jair Bolsonaro. Destaca o respeito às diversas crenças e a defesa da tolerância religiosa por Fernando Haddad. Defende a postura do político diante de declarações públicas de Edir Macedo. Rebate críticas do deputado Gilmaci Santos ao presidenciável do PT. Posiciona-se contra a eleição de João Doria para governador do estado de São Paulo.

 

12 - TEONILIO BARBA LULA

Pede a suspensão da sessão até as 17 horas, por acordo de lideranças.

 

13 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h38min.

 

14 - MARIA LÚCIA AMARY

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h00min.

 

15 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa que o Ministério Público estadual ajuizou ação civil pública contra o ex-prefeito João Doria em razão de irregularidades nas propagandas apresentadas com o intuito de promover o programa Sampaprev. Lembra que este projeto foi derrotado na Câmara Municipal após manifestações populares. Critica a gestão municipal de João Doria pelo corte de orçamento das áreas sociais.

 

16 - TEONILIO BARBA LULA

Pelo art. 82, agradece os votos que recebeu em sua reeleição para exercer mandato de deputado estadual nesta Casa por mais uma Legislatura. Discorre sobre sua trajetória política. Lista as causas nas quais seu mandato atua, como a defesa dos trabalhadores e das minorias.

 

17 - CARLÃO PIGNATARI

Pelo art. 82, agradece a população que o reelegeu como deputado estadual. Faz comentários sobre estas eleições parlamentares, considerando-as atípicas. Rebate as críticas feitas pelo deputado Carlos Giannazi ao ex-prefeito João Doria. Defende a eleição de João Doria para o governo estadual.

 

ORDEM DO DIA

18 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado requerimento de licença, do deputado Celso Nascimento, para acompanhar a Sexta Comunhão Internacional de Líderes Cristãos, no período de 22 a 30/10, em Seul, Coreia do Sul.

 

19 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

20 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/10, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata. Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – CORONEL TELHADA – PP - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, vamos decidir o futuro da nossa nação daqui a duas semanas, praticamente. Temos dois projetos totalmente opostos. Estamos entre a civilização e a barbárie. O que estou dizendo não é exagero. Temos uma candidatura que pretende privatizar todas as nossas estatais, incluindo a Petrobras e o Banco do Brasil, diminuir as condições dos trabalhadores, acabar com direitos trabalhistas. É uma candidatura que entende que o estado não tem que cuidar de pessoas. Nós entendemos que o estado tem que cuidar de pessoas, sim.

O pior de tudo é a pregação do ódio e do autoritarismo. Coisas horrorosas estão acontecendo. E tem mais: querem que crianças aprendam a atirar antes de saber ler. Não precisa aprender a ler, tem que aprender a atirar. Homens negros são comparados a animais, e as mulheres são associadas à promiscuidade. Tudo isso é falta de respeito.

Por outro lado, temos uma candidatura que defende aqueles que mais precisam, que dá maior atenção às mulheres, aos jovens, às periferias, às religiões - independente da religião que se escolha -, que respeita as orientações sexuais das pessoas, e que vê que o tripé Educação, Cultura e Esporte realmente vai trazer desenvolvimento para o nosso País.

Ficamos imaginando como é que as cabeças das pessoas estão, o que vai acontecer de fato com a caminhada deste País. Acredito que quando uma candidatura considera a Educação como saída em direção ao desenvolvimento, e que tem toda a explicação de que é um governo para todos, com soberania diante das outras nações, temos que fazer uma reflexão muito grande.

Este é o momento de se fazer reflexão, o momento de se pensar o que é que realmente queremos para o Brasil. Sei que o caminho não será fácil; ainda assim, como sempre, teremos lado. Nós temos lado. Continuamos do lado da democracia, do lado da justiça social.

Quero muito que Deus abençoe o nosso País, abençoe a nossa gente, porque o povo brasileiro é maravilhoso e lindo. Precisamos, principalmente, pensar na paz, no diálogo, na reciprocidade de respeitos.

Ainda quero aqui, Sr. Presidente, reclamar, na verdade, de uma frase que ouvi ontem de um candidato ao governo do estado de São Paulo e dizer que somos do Partido Comunista do Brasil. Exerço aqui a condição de estar deputada pelo Partido Comunista. O Partido Comunista não é vigarista. Ouvi ontem essa palavra pela televisão: que comunista é vigarista, que socialista é vigarista.

Não é assim, não. Nós pensamos nos direitos das pessoas, nós respeitamos as pessoas. Isso não é argumento para você defender a sua trilha, a sua caminhada. Mas, por favor, sem a presença de ofensas, sem a presença de desrespeito.

Temos humildade, simplicidade e, acima de tudo, respeito. Nada impede que você continue respeitando as pessoas. Torno a dizer: espero que esta Casa Legislativa, em 2019, seja um lugar onde os deputados, independente de siglas partidárias, de religião, de qualquer coisa, sempre se respeitem. Espero que esse respeito permaneça nesta Casa, porque senão teremos aqui uma legislatura muito complicada, muito delicada.

Muito obrigada, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP – Prezado Sr. Deputado que hoje preside esta sessão, Doutor Ulysses, nosso querido amigo, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, senhores assessores e funcionários aqui presentes, policiais militares aqui presentes, cabo Porto e cabo Armando, todos os senhores e senhoras aqui presentes, todos que nos assistem pela TV Assembleia, boa tarde.

Sr. Presidente, quero começar saudando as cidades aniversariantes. Temos algumas cidades hoje, dia 16 de outubro. Hoje é o aniversário das cidades de Bariri, Piracaia e Salto. Um abraço a todos os nossos amigos e amigas das cidades de Bariri, Piracaia e Salto. Tenho parentes na cidade de Piracaia. Um abraço para o Everson e toda a família dele. Quero dizer da alegria que sentimos em poder comemorar mais um aniversário.

E, hoje, uma triste notícia para a imprensa brasileira e do rádio: o falecimento do nosso amigo, o grande radialista de notícias policiais. Eu praticamente o ouvi a vida toda, quando era jovem ainda. Depois, como policial militar, cheguei a participar de alguns programas. Hoje faleceu o radialista Gil Gomes, aos 78 anos de idade. É uma grande perda para o rádio brasileiro.

Nós, que somos policiais, as pessoas mais da minha idade, na média dos 50 anos, ouvimos por muitos anos o radialista Gil Gomes, falando de ocorrências e tratando de vários assuntos. É uma grande perda. É uma pessoa que faz parte da história do rádio brasileiro. Eu queria mostrar uma foto do Gil Gomes.

 

* * *

 

- É feita a exibição de foto.

 

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Talvez os mais jovens não lembrem. Para que todos se lembrem dessa figura lendária do rádio brasileiro. Gil Gomes hoje nos deixou aos 78 anos de idade. Eu também queria falar um pouco sobre Segurança pública. Sempre transmitimos notícias difíceis, notícias tristes, como a morte de policiais. Mas um jornal de ontem traz uma matéria interessante sobre a cidade de Guararema. A cidade de Guararema é uma das cidades do estado de São Paulo que, há três anos, tem um índice zero de homicídios.

 

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- É feita a exibição de jornal.

 

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Um índice zero de homicídios na cidade de Guararema. Graças a um trabalho forte que é desenvolvido entre policiais e a Prefeitura. É um centro integrado de comunicações, chamado CSI. Eles preferem falar em inglês para acompanhar o grande seriado CSI, “ci-és-ai”, para ficar mais bonito.

Mas, na verdade, é o CSI. É o Centro de Segurança Integrada, onde temos um sistema de 98 câmeras de monitoramento na cidade, que ajudam na segurança da cidade de Guararema. Apesar de não haver nenhum homicídio, o crime sempre acontece. Nesse ano, tivemos sete estupros, 29 roubos e 201 furtos.

É isso que queremos: mais segurança para a população das cidades, para o estado de São Paulo e para o estado brasileiro. Se Deus quiser, no dia 28 de outubro, com a vitória do nosso futuro presidente Jair Bolsonaro, teremos um país mais seguro, um país mais alegre, um país com menos corrupção, um país com mais desenvolvimento.

Acompanhamos e a imprensa noticiou que, só com a notícia do Jair Bolsonaro indo para o segundo turno e com a possibilidade de ele ser o novo presidente do Brasil, houve uma queda do dólar e um aumento na Bolsa de Valores. Se Deus quiser, teremos um Brasil novo, um Brasil forte, um Brasil totalmente sem corrupção. E um Brasil colocando bandido na cadeia, porque é o lugar onde deve estar o bandido.

Falamos sobre o Centro de Segurança Integrada, na cidade de Guararema. Quero lembrar que temos alguns projetos nesta Casa.

Um deles foi aprovado em plenário, mas foi vetado pelo Sr. Governador do Estado. Acho que ainda era o Alckmin na época. Quero pedir ao senhor Márcio França que tire o veto e sancione o nosso Projeto de lei nº 556, de 2016. É um projeto que dispõe sobre a instalação de câmeras de vigilância em transportes coletivos intermunicipais e similares no estado de São Paulo.

Porque, tendo câmeras dentro dos coletivos, teremos menos problemas de ataques às mulheres, de violência às mulheres. Teremos menos problemas de roubo às pessoas dentro de coletivos. De ataque a ônibus, nos quais criminosos colocam fogo em ônibus. Com essas câmeras, teremos condições de localizar esses criminosos e até de ajudar o próprio motorista em uma situação de acidente, que comprove que ele está certo. Ou até melhorar a segurança dos passageiros. Como temos motoristas que têm causado acidentes, poderíamos evitar isso e fazer com que maus motoristas fossem punidos.

E temos também um projeto de lei que dispõe sobre a instalação de câmeras de vigilância em casas noturnas e estabelecimentos similares no estado de São Paulo. Para quê? Para justamente evitarmos problemas de roubo e violência, como temos visto em algumas matérias da imprensa, não só contra os frequentadores dos locais, mas também contra os próprios trabalhadores.

Então, é importante que tenhamos esses dois projetos de lei aprovados: o Projeto de lei nº 556, de 2016, cujo veto está para ser derrubado nesta Casa, e para isso peço o apoio de todos os Srs. Deputados, e o Projeto de lei nº 474, de 2016, que fala sobre a instalação de câmeras de monitoramento e vigilância em casas noturnas e similares.

Nossa preocupação é sempre trazer uma melhor segurança a todos os cidadãos do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectador da TV Assembleia, estou chocado, mais uma vez, com a manchete de hoje da “Folha de S. Paulo”: “Guedes sugere desvincular gasto social do Orçamento”. Guedes é o Paulo Guedes, economista da campanha do Bolsonaro.

O que ele está dizendo é o seguinte: já estamos reclamando da DRU, Desvinculação das Receitas da União, que sequestra, que rouba 30% do Orçamento da Saúde, da Educação e da Previdência. Esse mecanismo foi criado pelo Fernando Henrique Cardoso em 1995 e teve continuidade nos governos do Lula e da Dilma. Ninguém teve coragem de vetar, de banir a DRU, que rouba, que sequestra 30% do Orçamento. Começou com 20 e, no final do governo Dilma, sequestrava 30% do Orçamento. Isso já é grave.

Não bastando isso, em 2016, o governo criminoso do Temer aprovou no Congresso Nacional a famosa “PEC da Morte”, a PEC 55, hoje Emenda nº 95, que congelou os investimentos nas áreas sociais por 20 anos, sobretudo na Educação e na Saúde. Na prática, significa que não vamos ter mais escolas novas no Brasil por 20 anos, novos hospitais por 20 anos. Não haverá mais investimentos na Assistência Social e na Segurança Pública por 20 anos. Isso foi aprovado pela Emenda nº 95.

Isso já é grave, já é um crime contra o povo brasileiro. São dois atentados criminosos contra o povo brasileiro. E agora o economista do Bolsonaro diz que vai desvincular totalmente, que não haverá mais vinculação para a Educação.

Hoje, o que diz a Constituição Federal? Diz que a União deve investir, no mínimo, 18% do Orçamento em Educação Pública; estados e municípios, no mínimo, 25 por cento. Na área da Saúde também há vinculação: estados devem investir, no mínimo, 12% do Orçamento; municípios, no mínimo, 15 por cento.

Mesmo com essa vinculação, a Educação está sucateada no Brasil. A Saúde Pública está sempre em estado terminal, na UTI, já não funciona. O SUS é subfinanciado já com essa vinculação obrigatória. O que ele está dizendo é que não haverá mais obrigação de uma prefeitura investir 15% em Saúde ou 25% em Educação. É um absurdo total o que o Bolsonaro está propondo para as áreas sociais. Os pobres ficarão mais pobres ainda. Os pobres serão os mais afetados por essa política econômica defendida por ele.

Eu estou chocado com o que está acontecendo, com as pessoas que estão a favor das propostas do Bolsonaro.

Tenho aqui inúmeras razões para todos nós ficarmos preocupados: ele é apologista da tortura, do racismo, da homofobia, do machismo, da violência contra as mulheres. Está na internet, qualquer pessoa pode ver que há cenas dele dizendo que negro não serve nem para procriar; incitou o estupro naquele episódio com Maria do Rosário, deputada federal: ele disse que não estupraria a deputada porque ela não merece de tão feia que ela é; ele foi o único deputado que votou contra a PEC das domésticas; votou a favor da reforma trabalhista, que retirou os direitos dos trabalhadores; e votou também a favor da PEC 55, a PEC da morte.

Na nossa área da Educação, que nós atuamos muito, e eu sou professor, estamos chocados: ele está defendendo educação à distância para crianças de 6 anos, no ensino fundamental. Isso é um retrocesso. Está defendendo o fim do 13º salário; disse recentemente que o Brasil, para melhorar, tem que voltar a ser o que era há 50 anos. Olha que absurdo, ele está dizendo que a época da ditadura é que era bom. Nós sabemos o que foi a ditadura militar no Brasil. Ele defende a Escola sem Partido que, na verdade, é a escola com censura, com mordaça, sem liberdade. É isso que ele defende.

Disse que vai mudar também o currículo para dizer que não houve ditadura militar no Brasil. Ele quer dar uma disfarçada dizendo que não houve uma ditadura sanguinária no Brasil, que matou, que arrebentou, que violentou as pessoas, que suprimiu direitos dos trabalhadores e toda a sociedade civil; ele propõe a demissão de servidores concursados efetivos. É um absurdo o que nós estamos assistindo.

Só queria fazer esse registro porque a cada dia nós estamos cada vez mais perplexos e chocados com as declarações do próprio Bolsonaro, ou dos membros da sua equipe, porque parece que o programa dele vai nos levar a 70 anos atrás. Nós vamos perder os poucos direitos que nos restaram ainda, principalmente do ponto de vista previdenciário e social, lembrando que ele defende a reforma da Previdência contra os trabalhadores.

Além de toda essa pauta conservadora e regressiva na área da Educação, do comportamento e da cultura, nós vamos regredir e vamos virar um talibã no Brasil. E ainda ele vai atacar os direitos dos trabalhadores, os cofres públicos para beneficiar o grande capital. São essas as propostas que Bolsonaro vem apresentando.

Fica aqui a nossa indignação com as propostas e com o que vem acontecendo com o Brasil. Nós não podemos regredir a esse ponto, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi.

 

O SR. MARCO VINHOLI - PSDB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos; inicio cumprimentando, como fez o meu colega deputado Coronel Telhada, o município de Bariri pelo seu aniversário, e seguir falando sobre o Orçamento do Estado de São Paulo. Hoje, fizemos uma apuração e no último ano vimos várias críticas sobre as desonerações. Eu sempre fui defensor, desde que feitas de forma transparente, e incentivando a geração de emprego e renda. O que verificamos no Orçamento de 2019 é um aumento de mais de 50% nas desonerações do estado de São Paulo.

Isso significa que a proposta do governador Márcio França é aumentar 18 bilhões nas desonerações para o ano de 2019 no estado de São Paulo. Desses oito bilhões, seis bilhões de ICMS. Sabemos que 25% disso vão diretamente para a Educação, e 15% diretamente para a Saúde. Então, a gente deve perder esses recursos nessas áreas, de acordo com essas desonerações. Um Orçamento de 229 bilhões de reais, que está previsto, deputado Carlos Giannazi, que sempre foi crítico, aqui, juntamente com o deputado Raul Marcelo. São 6% desse orçamento em desoneração no estado de São Paulo.

Precisamos entender o que é isso. Isso vai tirar recursos da Saúde, da Educação, sobretudo dos municípios. Aqueles mesmos municípios que tantas vezes são afagados com uma emendinha, mas com a outra mão estão sendo retirados recursos fundamentais para eles. Eu queria fazer esse alerta. Tenho ocupado esta tribuna diariamente para falar sobre Orçamento do estado de São Paulo. E dessa vez a preocupação é com as chamadas desonerações no estado de São Paulo. Sou um defensor delas, desde que feitas com transparência, gerando emprego e não tirando recursos da Saúde, da Educação e dos municípios.

Mas eu também queria chamar a atenção dos meus colegas hoje, e principalmente dos funcionários públicos do estado de São Paulo, para outra questão. Estamos num momento de disputa eleitoral. Sabemos que são dois candidatos pleiteando neste segundo turno. E estamos assistindo, neste momento, a uma tentativa, por parte do governador Márcio França, de fazer com que os funcionários públicos do estado de São Paulo acreditem em falsas questões colocadas por ele. Eu gostaria de exibir um vídeo a que os funcionários da Cetesb, assim como de outras repartições públicas, têm assistido nos últimos dias.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

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Pessoal, primeiro quero dizer a vocês que não acredito que é falta de informação do governador, porque ele está como vice-governador há quatro anos. Mas a PrevCom foi feita no ano de 2011 no estado de São Paulo, e esta Casa aprovou a reforma da Previdência.

A segunda questão: o candidato João Doria nunca falou sobre retirar a aposentadoria de “a” ou “b” do serviço público do estado de São Paulo. Mas o que a gente verifica, de fato, é uma verdadeira “fake news” com vários setores do funcionalismo público paulista para tentar conseguir o voto deles neste momento. É lamentável esse tipo de prática num momento eleitoral, brincando com o serviço público dos funcionários do estado de São Paulo, seja da Cetesb, seja de outros setores do Governo do Estado.

Atenção, funcionário público: estão brincando com você, não só com esse tipo de atitude, mas também com o Orçamento que chega a esta Casa, quando se promete um reajuste de 25%, mas não consta nada de reajuste. Uma inflação de 4,43 por cento. Ontem, foi readaptada essa estimativa, com o crescimento de 6% no estado de São Paulo, ou seja, um crescimento real. Mas, sobretudo, no Orçamento do estado de São Paulo não consta nada. Mesmo que fosse feito de forma gradativa, não constam recursos, para o ano que vem, desses aumentos prometidos para o funcionalismo.

Então, de forma muito clara: “fake news”. Não é realidade isso sobre o candidato João Doria. E, em segundo lugar, é muito feio o governador do estado fazer isso com o funcionalismo público às vésperas da eleição.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Marcos Lula Martins.

 

O SR. MARCOS LULA MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pela galeria e também pelo som da Casa. Gostaria de registrar a importância da eleição deste ano. Uma disputa que terminará no dia 28. Nós esperamos que o povo brasileiro se lembre da importância da democracia, se lembre quando fecharam o Congresso Nacional, pela ditadura.

Deputados foram presos e o povo brasileiro caiu na escuridão. Perseguição, torturas, prisões, sindicalistas sendo presos, e também professores, dentro da sala de aula. Foram presos enquanto davam aula, explicando aos alunos. Eu conheci.

É uma responsabilidade muito grande, para nós não voltarmos a 30 ou 50 anos atrás. Quem conhece ditadura não brinca em serviço. Seja o que for, a liberdade e a democracia precisam ser preservadas.

Eu não participei das últimas eleições, portanto não fui nem derrotado e nem vitorioso. Depois de 30 anos de vida pública, decidi não disputar a eleição. Mas gostaria que parte da nossa luta continuasse, e eu pudesse continuar com os deputados que continuarão aqui. Cumprimento a todos que foram reeleitos e aos novos que virão. O meu respeito àqueles que não conseguiram, a minha solidariedade.

Mas algumas lutas eu gostaria que fossem continuadas. Precisamos de segurança na Saúde, segurança na Educação, segurança da vida. Essa é uma luta que eu tenho travado, em defesa da vida.

Haverá um seminário. Sou autor de uma lei que proíbe o uso do mercúrio no estado de São Paulo, em aparelhos hospitalares. Temos muitas pessoas contaminadas, e o mundo inteiro caminha para reduzir. Há um protocolo, na Organização das Nações Unidas, que o Brasil assinou. Haverá um seminário em São Paulo, uma convenção da Minamata.

Minamata foi uma matança, uma contaminação de 50 mil japoneses, pelo mercúrio, pelos resíduos jogados na água, no lago de Minamata. Os peixes que ali existiam foram contaminados pelo mercúrio. Os pescadores vendiam o peixe e a população foi contaminada, 50 mil japoneses contaminados.

Esse protocolo de Minamata foi aprovado pelas Nações Unidas. Para assinar esse protocolo, todos os países tiveram que ir ao Japão. Mais de 200 países estavam presentes. E o Brasil assinou.

Esse seminário, de que vamos participar, é para discutir, no Brasil, a redução do mercúrio. É um protocolo para reduzir em torno de 20% o mercúrio no mundo, porque o mercúrio contamina a água, contamina as plantas e mata as pessoas.

Vamos também participar de um encontro em Campinas, no dia 24, uma reunião do Ministério Público do Trabalho Federal, para discutir a questão do amianto, produto cancerígeno. Será uma transição dessa retirada desse amianto que nós temos em vários lugares, inclusive da Sabesp. Todo mundo aqui conhece a Sabesp, não é? Os tubos da Sabesp de amianto são cancerígenos, as telhas nas escolas, em muitas prefeituras, em muitas câmaras municipais, nos fóruns, todos de amianto, três mil tipos de aplicação. Esse amianto mata no mundo 110 mil pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Não é pouca coisa.

Deixo o meu registro de que precisamos do apoio dos deputados para que continuemos essas lutas contra esses produtos cancerígenos para termos segurança da saúde e segurança da vida.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Excelentíssimo Sr. Presidente deputado Doutor Ulysses, Sras. Deputadas e Srs. Deputados:  através das redes sociais, tão logo conhecidos os resultados das urnas do último dia 7 de outubro, agradeci de coração cada voto ao meu filho Maurício Gasparini, que foi candidato a deputado estadual. Apesar do bonito resultado obtido – foram, afinal , cerca de 40.000 votos - não foi possível sua eleição para dar continuidade ao meu trabalho na Assembleia Legislativa de São Paulo; ele continuará, entretanto, com afinco e determinação a sua caminhada como vereador de Ribeirão Preto e também presidente do Parlamento Regional Metropolitano.

Aproveitei a oportunidade para declarar o meu voto e o meu apoio, neste segundo turno, ao João Doria para governador de São Paulo e ao Jair Bolsonaro para presidente da República objetivando, como tem sido uma constante na minha vida pública, transformar e fortalecer a nossa região, o nosso estado e o nosso Brasil.

As urnas, gostemos ou não dos resultados, falaram e sua voz deve ser respeitada, mostrando o repúdio da grande maioria do eleitorado brasileiro ao partido responsável pela situação aflitiva de desemprego e insegurança ora vivida pelo nosso povo. Também, pela falência de serviços essenciais, como a Saúde, a Educação ou o Saneamento Básico.

Disputando eleições desde quando, em 1959, elegi-me vereador em Ribeirão Preto, após ter sido prefeito municipal de Ribeirão Preto por quatro vezes, deputado estadual por três vezes e uma vez deputado federal, neste ano, participei de um pleito não como candidato, mas apenas como apoiador da candidatura do meu filho Maurício. Desisti, conforme é do conhecimento público, de disputar a reeleição para a Assembleia Legislativa de São Paulo, mas deixo claro: não desisti e nem desistirei da política.

Enquanto tiver saúde e energia, estarei atento às necessidades da população local, regional e nacional, até mesmo para encaminhar reivindicações legítimas aos poderes constituídos. Não compartilho, por outro lado, de ofensas aos nossos irmãos nordestinos, presentes nas redes sociais e atribuídas equivocadamente aos chamados eleitores do candidato a presidente da República Bolsonaro. Fica bem claro, a qualquer desses irmãos, que jamais essa postura seria nossa, porque somos e sempre seremos diferentes daqueles pregadores de ódio ou discórdias.

Sou cristão temente a Deus e semeador da palavra divina. Quero o bem das nossas famílias e o prevalecimento de valores como a ética, a moral e os bons costumes.

Aspiro ao direito, comum a todos os brasileiros do bem, de viver em uma pátria cujo lema “Ordem e Progresso” seja um fato, e não apenas uma premissa. Vinte e oito de outubro está chegando, e com ele a possibilidade de darmos ao Brasil uma conjuntura na qual haja maior espaço para a honestidade, transformando-o no país por tantos de nós sonhado. Não poderá haver lugar para a corrupção ou para os corruptores, muitos deles, por sinal, já banidos pelos eleitores no último dia sete.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Gilmaci Santos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhores e senhoras que nos assistem pela TV Alesp, funcionários, funcionárias, senhoras e senhores, em primeiro lugar, venho a esta tribuna para agradecer ao povo paulista por nos confiar mais um mandato e fazer com que possamos estar trabalhando mais quatro anos nesta Casa, neste parlamento, pelo povo paulista.

Parabenizo os reeleitos e os novos eleitos. Quero me solidarizar com aqueles que não conseguiram chegar. Tenho certeza de que Deus tem algo grande preparado para aqueles que aqui não conseguiram chegar.

Eu queria, Sr. Presidente, nesta tarde, fazer um repúdio, de maneira veemente, a uma fala do Sr. Fernando Haddad, da última sexta-feira, em uma entrevista coletiva, quando ele saia de uma missa, na zona sul. Ele, em uma entrevista aos jornalistas, de maneira grosseira, ofendeu um dos maiores líderes evangélicos do nosso País, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, com mais de sete milhões de membros somente no Brasil, com igrejas espalhadas em mais de cem países pelo mundo. Ele ofende de maneira covarde esse líder. Ofendendo esse líder, ele está ofendendo mais de sete milhões de brasileiros que frequentam, praticamente, diariamente, a Igreja Universal do Reino de Deus.

Ele demonstrou, de maneira bem clara, pelo menos no entendimento deste deputado, que queria fazer uma divisão. Não vou dizer uma guerra santa, porque no Brasil não cabe guerra. O povo brasileiro é cordato, o povo brasileiro é do bem, o povo brasileiro não está preocupado com Guerra Santa. Mas ele quer causar uma divisão clara entre católicos e evangélicos, esquecendo que nós vivemos em um país laico e que nos damos muito bem, evangélicos, católicos, não importando a religião. E sem religião também vive muito bem. Ali, de maneira covarde, ele ofende o líder da Igreja Universal do Reino de Deus.

Eu quero lamentar, repudiar essas palavras vindas de um homem que está postulando ser presidente da República com um pensamento desses, que disse que o bispo Macedo é fundamentalista. Não dá para acreditar nisso. Ele está demonstrando que é intolerante, preconceituoso com os evangélicos, pois quando ofende um líder, ele está ofendendo toda uma classe evangélica. Tanto é verdade, deputado Carlos Cezar, que ontem mais de 140 líderes evangélicos assinaram manifesto em favor - inclusive da nossa igreja - do bispo Edir Macedo. Ele mostrou ali um total despreparo de um homem que quer ser presidente da República.

Portanto, estou aqui lamentando e repudiando essa fala do candidato Fernando Haddad. Quero dizer para aquela pessoa que deseja ser presidente da República que lamento muito, mas que o povo brasileiro tem mostrado que não vai ser e, graças a Deus, por isso. Pode ser que, ao chegar à Presidência, nós, evangélicos, possamos ser perseguidos. E depois ele fala que nós que somos fundamentalistas. Mas sabemos que seremos perseguidos por pessoas que, como ele, pelo que nós observamos, não acreditam em Deus. E o Brasil, em primeiro lugar, precisa de Deus e depois de pessoas que sejam preparadas para governar este País de maneira sóbria, sim, sem perseguição, sem discriminação, sem separação. É isso que nós queremos, é isso que nós acreditamos.

Portanto, mais uma vez quero aqui repudiar a palavra do Sr. Fernando Haddad em relação ao nosso líder da Igreja Universal Reino de Deus, o bispo Edir Macedo.

Então, que Deus abençoe o nosso estado de São Paulo, que Deus abençoe o nosso Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr. Presidente em exercício, nobre deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,  telespectador da TV Alesp, funcionários desta Casa, nós estamos muito felizes, em primeiro lugar gratos a Deus, por nos permitir ser reconduzidos a esta Casa. Sou grato a cada um dos 115.566 eleitores que foram às urnas, no último dia sete, nos deu a oportunidade de, pela terceira vez - se Deus quiser, se Deus assim permitir - nós os representarmos neste Parlamento, o que muito nos honra.

Quero aqui cumprimentar aqueles que disputaram o pleito, e que talvez não lograram êxito, mas que lutaram arduamente e que têm trabalhado em prol do povo paulista.

Mas a democracia fala disso. A democracia fala do Governo que é exercido pelo povo. A nossa Constituição fala que todo poder emana do povo e que será exercido pelos seus representantes. Portanto, é o povo que decide e que aprova ou não o nosso trabalho.

Sr. Presidente, quero aqui fazer um registro, importante também, do último dia sete, quando muitos na Casa e em todo o estado de São Paulo diziam que o governador  Márcio França não deveria nem disputar a reeleição, pois alguns diziam que o governador Márcio França era apenas uma candidatura de um dígito. Mas o candidato Márcio França é um homem sincero, um homem que por onde passou mostrou êxito e sucesso na sua jornada. Foi vereador e reeleito como vereador. Ou seja, ele teve uma aprovação. Depois disso, ele foi eleito prefeito da sua cidade, São Vicente. Foi reeleito com 93% dos votos, um recorde até hoje não batido ainda, porque foi aprovado por onde passou, foi aprovado como prefeito. Quando findou os seus oito anos de mandato, fez o seu sucessor com mais de 84% dos votos. Tornou-se deputado federal com mais de 215 mil votos, em 2002, uma votação recorde que penso que até hoje ainda não foi batido, na Baixada Santista. Foi reeleito deputado federal, também aprovado no seu mandato. Depois foi secretário, vice-governador. Um homem de princípios, leal, de família e, que mostra como é alguém que tem fidelidade, que tem a lealdade impregnada na sua veia. Eu penso que se você quer conhecer alguém, pergunte para os seus familiares, pergunte na casa dele como ele é, pergunte aos que com ele convivem, deputado Teonilio Barba Lula, pergunte aos seus amigos de infância, pergunte às pessoas próximas a ele; essas vão falar. E no último dia sete, lá em São Vicente, onde o Márcio França foi prefeito há aproximadamente 20 anos atrás.

Ele teve quase 70% dos votos. A maior votação que ele teve no estado foi na cidade dele, São Vicente. Seu filho, Caio França, nosso líder aqui na Assembleia, líder do PSB, foi o deputado estadual mais votado daquela cidade.

Ou seja, mostra a aprovação, ao contrário do adversário. Há pouco alguém mostrou uma palavra aqui do governador Márcio França, que é sincero, e que fala a verdade com os funcionários. Não adianta você querer enganar as pessoas. Abraham Lincoln já disse que você pode enganar algumas pessoas o tempo todo, você pode enganar outras por algum tempo, mas você não engana todo mundo todo o tempo da sua vida. Você não vai enganar.

Isso Abraham Lincoln já falou, e a população aqui de São Paulo sabe disso. Tanto é que o governador Márcio França só não chegou em primeiro aqui por pouquíssimos votos.  Se você juntar todos os outros candidatos a governo de São Paulo aqui, o ex-prefeito perdeu de longe aqui em São Paulo. A maior rejeição dele é aqui.

Agora eu vi aqui o líder do PSDB fazendo uma propaganda do nosso governador Márcio França. Queria agradecer, deputado Marco Vinholi, pela propaganda. Quero dizer que a preocupação dele com Orçamento é salutar, e nossa também. Nós poderíamos já ter votado o Orçamento, penso, em junho, para estarmos discutindo isso aqui agora.

Acho que as discussões do Orçamento são exemplo do que poderia ter sido na comissão, e vamos fazer, no momento oportuno. Quero agradecer ao líder Marco Vinholi, porque reconhece que as palavras do governador Márcio França têm eco, porque têm credibilidade, porque você quer estudar o futuro, você quer conhecer o futuro.

As pessoas ficam todo tempo preocupadas. Como vai ser amanhã? Como vai ser daqui duas semanas? Como é que vai ser? Estudem o passado. Alguém disse que há muitas fake news. É verdade, há muitas fake news mesmo, querendo dizer que a postura do governador Márcio França, hoje, é divorciada da sua postura do passado. Muito pelo contrário.

É divorciada a postura desse candidato que diverge com ele, do senhor João Doria. Esse sim, porque alguém que era bom para colocá-lo numa posição, depois ele até esquece. Alguém que o ajudou ele até esquece. Alguém que ele não queria nem perto, porque era extremista, agora é a única pessoa com quem ele fala.

Quero dizer aqui que eu acredito muito que o Brasil precisa ser acima de todos, acima de tudo, o nosso Brasil, mas acima de todos tem que ser o nosso Deus. Eu acredito nisso. Eu estou com essa bandeira. Eu Acredito nisso. Viu, deputado Gilmaci?

Brasil acima de tudo, mas, sem dúvida alguma, Deus estará sempre acima de todos nós, e ele é Senhor, por isso que hoje as pesquisas já mostram que o povo sabe o que é o melhor para São Paulo, e por isso que alguém que saiu lá de baixo, com 2%, que falavam que jamais chegaria...

Hoje, todas as pesquisas já mostram, nós estamos empatados. Eu tenho certeza de que até o dia 28, na realidade, São Paulo saberá que não é nem PT e nem PSDB. São Paulo quer mudança.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, cidadãos que nos acompanham pelas galerias, em todos os momentos que eu pude usar este microfone, eu sempre falei do trabalho realizado por aqueles que fazem desta Casa uma das maiores Casas, ou a maior Casa Legislativa deste país.

Não pela sua construção, tampouco pela representatividade política, mas por aqueles que aqui trabalham, até porque a nossa passagem aqui é transitória. Embora o nosso concurso seja de rua, ele tem prazo de validade, o prazo de validade dado pelas urnas, mas o funcionalismo, que exerce o seu papel com responsabilidade, buscando todos os dias a dignidade, vai ter sempre o meu respeito.

Agradeço também parte da minha eleição, que é uma eleição muito distrital, ao incentivo, apoio e trabalho dos funcionários da Assembleia Legislativa e de toda a assessoria que busquei através do meu gabinete. Sempre tive portas muito abertas; mais do que isso, são portas transparentes, mostrando-me o caminho e de como fazer judicialmente, sempre um direcionamento importante.

Agradeço ao funcionalismo público da Assembleia Legislativa. Eu estendo o agradecimento a todos os setores e a todos os segmentos. A verdadeira democracia, com certeza, começa a ser construída com o respeito àqueles que recebem do público. Essas pessoas são muito importantes no estado de São Paulo e no País. Fica aqui o meu respeito aos trabalhadores e trabalhadoras da Assembleia Legislativa. Eu precisava dizer isso.

Quero sair um pouco do tema eleições, embora não se consiga totalmente. Eu queria muito fazer um registro através desta Casa. Que fiquem registradas, neste dia de hoje, as nossas homenagens, as homenagens destes deputados e desta Casa Legislativa ao profissional Gil Gomes. O Gil faleceu aos 78 anos. Fez história na comunicação do País, tanto no rádio como na televisão, com algo muito próprio dele, com um estilo muito próprio.

Ele partiu, deixando uma lacuna que dificilmente ou nunca será preenchida, porque o estilo era só dele, a maneira de fazer era só dele. Sou radialista e tenho muito orgulho disso. Exerço a profissão; a política é uma missão, mas a vocação mesmo é o rádio.

Foi o rádio que me deu direcionamento e as maiores oportunidades da minha vida. O rádio me deu ainda a maior conquista da minha vida, que é a minha esposa. Ela era minha ouvinte de rádio. Hoje, ela não aguenta mais me ouvir, logicamente, mas terá eternamente o meu amor, porque eu a conheci pelo rádio. Estou aqui na televisão, falando da força do rádio. Com toda essa internet e com toda essa tecnologia, ele está em transformação e acompanhando tudo isso. Fica o registro do passamento do repórter e apresentador policial, com uma história única, o Gil Gomes.

O jornal da minha cidade Presidente Prudente, chamado “O Imparcial”, trouxe uma notícia. Os jornais maiores têm igual importância. Este também é importante. Deputado Welson Gasparini, V. Exa. tem uma história grandiosa, e nada vai apagar isso no Parlamento, tanto no Legislativo como no Executivo, V. Exa. é grandioso.

O que me chamou atenção é a seguinte matéria: “filhos somam 37% dos agressores aos pais idosos”. Creio que isso também seria culpa dessa política que nós estamos vivendo, porque a política que estamos vivendo é uma política de separação, não é verdade? Nós estamos vivendo um momento de muito ódio e muita raiva. Infelizmente, os grupos de WhatsApp estão separando famílias e amigos, mas iremos superar isso.

No entanto, como superar que filhos somam 37% dos agressores aos pais idosos? Dados levantados pelo Creas mostram que 31% das ocorrências têm a negligência como causa e que 68% dos atingidos são do sexo feminino. Nós estamos vivendo um período de pais órfãos de filhos, porque há um abandono. Os filhos estão abandonando os pais; mais do que isso, os filhos estão agredindo e matando os pais.

Não podemos fechar os olhos. Nós estamos em uma discussão, seja nacional de presidente, seja ela do Estado. Já está escrito que, a partir de 2025, a população idosa será maior do que a jovem e gostaríamos muito que discutissem isso, que esse debate acontecesse para que a boa política pudesse salvar muita coisa, porque ainda dá tempo.

E eu não poderia deixar de fazer esse registro, que é assustador. Filhos somam 37% dos agressores aos pais idosos. Pais estão sendo abandonados pelos filhos.

Mas dizem que estamos vivendo em um mundo globalizado, de muita tecnologia, que trouxe para perto quem estava longe e levou para longe quem está perto.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, povo que nos acompanha pelas redes sociais, eu deixaria para falar em outro momento, mas, diante da declaração que um deputado fez nesta tribuna, resolvi me pronunciar. O deputado pode ter razão no que disse, mas está completamente equivocado sobre os ataques que vem sofrendo a candidatura popular brasileira do Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.

O Fernando Haddad vem sofrendo vários ataques, inclusive de parte da igreja evangélica conservadora deste País, que estão declarando apoio ao Bolsonaro. Acho que eles não viveram o período da ditadura, não sabem o que é isso. Conviver com uma pessoa que quer ser presidente da República e declara que a deputada Maria do Rosário, do Rio Grande do Sul, não serve para ser estuprada porque é feia, isso significa que mulher bonita só serve para ser estuprada?

E parte da igreja evangélica, conservadora, está apoiando esse candidato. É um direito da igreja evangélica. Eu sou cristão, sou um homem temente a Deus também, mas a família do Fernando Haddad vem sofrendo ataques, ele vem sofrendo ataques, o Partido dos Trabalhadores vem sofrendo ataques. E ataques circulados na mídia social da igreja evangélica conservadora. No dia 11, semana passada, quinta-feira, juntaram-se judeus, muçulmanos e cristãos para fazer um encontro e um manifesto em apoio à candidatura do Fernando Haddad, por entender que é um homem religioso, que tem sua religião, que respeita as demais religiões e que luta contra a intolerância religiosa.

Agora, o dono da Record pode sair declarando apoio a alguém que pregou o golpe? Seu vice pregou o golpe. Disse que na condição de o País estar ingovernável dá-se um golpe. Perpetra-se um golpe. E ele saiu declarando apoio. Então, o Fernando Haddad tem o direito de responder o Edir Macedo à altura. Tem que responder.

E parem de atacar o PT, que governou este País por 13 anos e meio. Parte dessa igreja conservadora evangélica fez parte do golpe para tirar a Dilma lá em Brasília, apoiou a saída da Dilma em Brasília. Governamos este País sem fazer ataque nenhum à religião, exigindo respeito a todas as religiões, às igrejas católica, evangélica, protestante, batista, metodista, candomblé, umbanda, espiritismo. Essa é a tese e a defesa do PT.

Então, não posso admitir aqui a fala feita pelo nobre companheiro Gilmaci Santos. Ora, quem quiser declarar apoio ao que tem de pior para governar este País que declare, não tem problema nenhum. Estamos defendendo nossa candidatura e vamos lutar contra os ataques que estamos sofrendo. São vários “fakes”, várias mentiras circulando nas redes sociais contra o Partido dos Trabalhadores e contra o Fernando Haddad.

Eu não podia ficar calado diante da fala de que o Haddad não crê em Deus. A coisa mais arrogante de uma religião é começar a achar que é melhor que a outra, se julgar no direito de achar que uma pessoa não acredita em Deus.

Nós sabemos que o Estado é laico. Cada um que escolha sua religião, a defenda e faça o bem. Vamos torcer para que sempre aconteça isso, mas, no campo político, o Bolsonaro representa o que há de pior na política no País. Ele representa o fascismo, formado nas Agulhas Negras. Ele apresenta o nazismo, ao lado do João Doria, que é outro que representa no estado de São Paulo o fascismo e o nazismo. Ele tem ódio, faz propaganda com ódio o tempo todo.

Nós sentimos isso na rua, na pele. Vários deputados desta Casa não foram reeleitos, sentindo na pele esse vendaval do ódio que foi aplicado lá fora. Tenho como inimigos, como adversários políticos, partidos como o PSDB, o PPS, o MDB, o PTB, mas sempre respeitei todos os partidos. A democracia só se faz com partidos, não existe democracia feita com pessoas.

Então, se quiserem nos derrotar, nos derrotem, não tem problema. Nós vamos lutar para ganhar as eleições no dia 27, para derrotar o Bolsonaro na disputa nacional e derrotar o Doria no estado de São Paulo. O Doria é o mal para o povo do estado de São Paulo, e nós vamos lutar para derrotá-lo. Já houve um vendaval para vários partidos. O PT teve uma perda de quatro deputados, o PSDB teve uma perda de 10 deputados. Vários partidos perderam, mas isso faz parte da democracia. O que não dá para admitir é uma religião achar que é melhor do que a outra.

O Estado é laico, e sempre lutarei contra a intolerância religiosa e defenderei qualquer religião que for atacada. Os evangélicos estão fazendo uma opção, e a opção deles é apoiar quem está mais próximo da ditadura, quem cometeu toda a barbárie, quem votou no impeachment da Dilma homenageando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador de mulheres no período da ditadura. Se a igreja conservadora quer apoiá-lo, que apoie. Se a igreja evangélica quer apoiá-lo, que apoie. Não é do nosso métier apoiar uma pessoa que representa esse espectro negativo de ódio e de raiva que representam o João Doria e o Bolsonaro.

Portanto, Sr. Presidente, era isso que eu queria deixar dito, porque é um momento importante da nossa vida. Acho que as religiões têm que estar à parte da disputa política. Disputa política é para ver quem governa o Brasil; religião cada um defende a sua e respeita a dos outros, porque toda religião que estiver trabalhando para fazer o bem para qualquer ser humano deve ser respeitada. Muito obrigado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Teonilio Barba e suspende a sessão até as 17 horas.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 38 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas, sob a Presidência da Sra. Maria Lúcia Amary.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sra. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários desta Casa, quero primeiro dizer que o Ministério Público estadual ajuizou uma ação civil pública contra o ex-prefeito Doria, por conta de uma propaganda irregular que ele fez do Sampaprev, daquela desastrada proposta de reforma da Previdência, que, na prática, confiscava os salários dos servidores municipais, elevando a alíquota de desconto em folha de pagamento de 11 para até 19 por cento.

Além disso, ele privatizava, entregava a Previdência dos nossos servidores municipais para as empresas privadas, para os bancos. Tanto é que quem financiou o estudo dessa reforma da Previdência, do Sampaprev, foi o banco Itaú. O banco Itaú financiou abertamente, e o Governo divulgou que o banco Itaú investiu aproximadamente 500 mil reais para elaborar um projeto de reforma da Previdência municipal.

O projeto foi derrotado pelos servidores. Nós fomos, com 100 mil servidores, à frente da Câmara Municipal. Houve greve de 17 dias, liderada pelos professores da rede municipal de ensino. Enfim, derrotamos o projeto.

Houve um recuo da Câmara Municipal porque o movimento foi intenso. Os vereadores se assustaram e recuaram, tiveram que encontrar uma saída honrosa para o prefeito.

Mas, durante esse processo ele fez propaganda na televisão, gastou dinheiro público divulgando o Sampaprev. Na época, eu entrei com uma representação no Ministério Público contra ele. O fato é que agora o Ministério Público ajuizou uma ação civil pública, bloqueando os bens do prefeito Doria. Ele está com os bens bloqueados. Oito milhões de bloqueio por conta dessa propaganda irregular.

Ele é mestre nisso. Ele é mestre em fazer propaganda falsa, é um marqueteiro de quinta categoria. É bom que a população saiba dos danos que o ex-prefeito Doria causou, o prefeito do Facebook, do aplicativo, que só viajava, que abandonou a cidade de São Paulo. É importante que a população saiba dos danos que tivemos aqui na prefeitura.

Por exemplo, ele reduziu o passe escolar dos nossos alunos pela metade. Isso é um absurdo, uma afronta aos nossos estudantes; reduziu o número de professores da rede municipal de ensino, fechou salas de leitura, de informática, fechou as brinquedotecas da Educação Infantil, das nossas Emeis, da pré-escola, reduziu a merenda escolar e, ainda, tentou implantar a farinata, a ração, na merenda escolar. Ou seja, ele reduziu a merenda escolar e lançou a famosa ração humana. Foi derrotado porque aquilo foi uma vergonha, uma afronta às nossas crianças da rede municipal. Cortou verbas da Cultura. Acabou com vários programas, com várias oficinas de cultura em toda a cidade de São Paulo. Foi um desastre para a cidade de São Paulo, o prefeito João Doria, que se intitulou como novo. Mas não era o novo. Era o velho gestor.

O João Trabalhador colocou em prática a mais tenebrosa e velha política de cortes nas áreas sociais. Esse é o João Doria. Agora o estamos vendo ser alvo de uma ação civil publica proposta pelo Ministério Público. Registro que entrei, em março, com uma representação, denunciando esse fato. Ele está com os bens bloqueados, de aproximadamente 8 milhões de reais.

Porque utilizou indevidamente dinheiro público para fazer propaganda político-ideológica para jogar a população contra os servidores, para aprovar o famigerado projeto de lei do Sampaprev, que foi derrotado, está congelado na Câmara Municipal. Eu queria fazer esse pronunciamento dizendo que o João Doria, que foi prefeito de São Paulo, traiu a cidade de São Paulo.

Cortou os orçamentos das áreas sociais. Tentou colocar a farinata na merenda escolar. O Sampaprev foi um desastre. É bom que a população saiba que o João Trabalhador é o João Destruidor das áreas sociais.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba Lula pelo Art. 82, pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde.

Presidente, venho a esta tribuna, primeiro, para parabenizar todos aqueles deputados que foram reeleitos. Quero me solidarizar com aqueles que não conseguiram ser reconduzidos. É o meu primeiro mandato nesta Casa e, independentemente das divergências, estabelecemos um processo de convivência. Quero me solidarizar com aqueles deputados que não conseguiram ser reeleitos. E pedir que não parem a luta. É importante continuar essa luta política.

Quero parabenizar quem foi eleito e parabenizar os novos que vão chegar a esta Casa. Venho a esta tribuna para agradecer os companheiros e companheiras que me confiaram o seu voto e me reconduziram a esta Casa. Foram 91 mil, 394 votos. A minha origem de militância é no movimento sindical. Principalmente a minha categoria, dos metalúrgicos do ABC. Fui metalúrgico por 30 anos. Fui diretor do sindicato. Fui da Cipa. Fui do sistema único de representação. Fui diretor executivo do sindicato.

Então devo muito aos metalúrgicos do ABC e aos trabalhadores e trabalhadoras do ABC, que ajudaram na minha eleição. Mas também devo muito às pessoas dos movimentos sociais. Às pessoas da economia solidária, que é uma alternativa de trabalho e renda no momento difícil que o Brasil está passando, com essa quantidade de desempregados que existe. Devo também às pessoas do movimento por moradia, que me apoiaram de maneira maciça aqui na Capital. Apoiou-me, quase que na totalidade, o movimento por moradia da Capital. Apoiou-me, o movimento por moradia ligado à Central de Movimentos Populares.

Cada um de nós tem uma militância, vem de uma origem. Essa é a turma que ajudou a me reconduzir. Ao movimento negro quero agradecer muito - o Movimento Negro do ABC. Agradeço também ao movimento Mulheres Metalúrgicas do ABC, que me apoiou de maneira maciça. Aos servidores públicos da cidade de São Bernardo, da cidade de Santo André, do ABC.

Quero agradecer ao pessoal do Sindalesp, que também me ajudou muito no apoio, assim como ao pessoal do Sindfresp, que nos apoiou e nos ajudou.

Então, este é o momento de congratular os meus eleitores e dizer que podem contar comigo, com minha vontade de lutar, de corrigir as injustiças, de defender um país melhor, uma vida melhor, uma sociedade mais justa e igualitária.

Este é um momento muito importante em minha vida. Foi uma eleição muito dura, muito estranha, uma eleição esquisita, em que uma pessoa que está em Miami ganha as eleições pelo YouTube. Vejam o momento que estamos vivendo. Abre-se mão de discutir política partidária, e quem faz a democracia são os partidos, independentemente de serem de centro-direita, direita, centro-esquerda, centrão. A democracia é construída com os partidos, mas foi uma eleição muito dura.

Então, quero dirigir-me ao povo que me elegeu e ao que não me elegeu também. Quero dizer que minha luta, no estado de São Paulo e no Brasil, será sempre em defesa das trabalhadoras, dos trabalhadores, das minorias, dos LGBTs, dos negros e negras, dos indígenas, dos idosos, das crianças e adolescentes. Sempre em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras, pois essa é minha origem. Respeito quem veio do meio empresarial, cada um tem sua militância. Tive uma longa experiência: de 1997 até 2013, negociei todas as campanhas salariais com os sindicatos patronais, com o Sindipeças, com o Sindmáquinas, com grupos de eletroeletrônicos, de estamparia, de fundição, com as montadoras. Eu tive uma relação com os patrões deste estado, mas sempre em defesa dos trabalhadores.

Então, aproveito este momento para parabenizar todos aqueles que foram reeleitos e me solidarizar com todos os companheiros e pares que não foram reeleitos. Quero dizer que não desistam da luta política, pois a luta política é importante. E quero parabenizar os novos que estão chegando. A luta será tão dura, a disputa será tão dura e não vamos abrir mão dela, mas esperamos tratar todo mundo com respeito, como aconteceu nesses quase quatro anos de mandato.

Agradeço a todos. Muito obrigado, Sra. Presidenta.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sra. Presidente, com anuência do meu líder, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança do PSDB.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Carlão Pignatari pelo Art. 82, pela liderança do PSDB.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Quero cumprimentar a todos. Ouvindo o deputado Teonilio Barba, acho que temos muitas coisas em comum.

Primeiramente, quero agradecer à população que me reelegeu para mais um mandato aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo e me solidarizar com as pessoas que não foram eleitas. Elas trabalharam muito, mas, infelizmente, em uma eleição atípica no Estado de São Paulo, houve uma alteração de votos nunca vista, uma renovação nunca vista na Assembleia Legislativa.

Isso é muito ruim, por dois motivos. Em primeiro lugar, a população, em 2014, optou muito claramente pelo voto distrital ou pelo voto de segmentos. Este ano não teve isso. As pessoas votaram em quem estava ali, foi uma avalanche. Uma pessoa teve dois milhões de votos, temos que respeitá-la, mas não sabe onde ficam 10% dos  municípios do Estado de São Paulo. E teve votos em todos. Essa foi uma história muito diferente para todos nós.

Mas fico feliz em voltar à Assembleia e ver o líder do PSOL, que nada mais é do que um “puxadinho” do PT, atacando o nosso futuro governador João Doria para defender o seu candidato, que é o atual governador Márcio França. Fico muito feliz em ver que a história não vai mudar. O PSOL continua sendo um “puxadinho” do PT. São parceiros históricos. E é sempre a mesma coisa: tudo o que ele disse aqui hoje, exceto a inverdade sobre o bloqueio de bens, ele falava que era do Geraldo Alckmin. Agora do prefeito João Doria porque sabe que ele vai ganhar a eleição, será o nosso próximo governador, e que vai fazer uma revolução no Estado de São Paulo.

Fico muito feliz em ver que a história na Assembleia Legislativa não vai mudar: o PSOL defendendo o PT, que defenderá o PSB, e o governador do PSB não querendo dizer em quem vai votar. Porque se ele falar que vota em Haddad perde um pouco de voto; se falar que vota em Bolsonaro perde os votos do PT, que estão todos com ele. Mas ele sempre foi um grande parceiro e um grande aliado do PT, e nós temos que respeitar isso. Cada um tem que respeitar o que cada uma das pessoas quer fazer.

Quando eu vejo o líder do PSOL fazer ataques veementes ao ex-prefeito João Doria, próximo governador de São Paulo, fico muito feliz sabendo que vamos ter aí bons embates novamente a partir de março do ano que vem; ou em fevereiro, assim que começar o novo ano legislativo na Assembleia Legislativa de São Paulo. E dizer que essas histórias, essas conversas que o deputado Giannazi faz, são sempre as mesmas: fechou sala de aula, faltou isso, tirou aquilo, só para fazer críticas. É a maneira do PSOL: jogar pedras e fazer as suas campanhas.

Temos que aceitar cada vez mais isso, e fico vendo que cada uma das colocações é muito direcionada, porque o governador mandou ele fazer isso. Ficamos muito felizes em ver a turma da esquerda se juntar para tentar ganhar uma eleição.

É isso então que está acontecendo, é isso que vamos suceder consecutivamente, todos os dias, na Assembleia Legislativa de São Paulo, o que eu respeito. Eu respeito quem tem lado, as pessoas que defendem o governo do ex-presidente Lula, do governo do Fernando Henrique Cardoso. Nós temos que respeitar, mas não podemos nos esconder atrás de uma cor para tentar ganhar uma eleição. Haddad está fazendo isso e está de cabeça para baixo. França começou a fazer isso escondendo a sua cor vermelha, e vai começar também a fazer toda essa derrocada que vai acabar logo, no dia 28.

Esperamos que São Paulo continue crescendo e se desenvolvendo, com um governo de responsabilidade tamanha que tudo agora pode. Primeiro, fala que vai dar 25% para os policiais militares. Chega o Orçamento na Assembleia Legislativa de São Paulo e tem zero de aumento para Polícia Militar. Vai incluir a categoria “O” no Iamspe e não tem nada falando sobre isso no Orçamento.

Quer dizer, somente eleitoreiro e politiqueiro, e não é isso que nós queremos para São Paulo. Queremos João Trabalhador, o nosso próximo governador de São Paulo.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Há sobre a mesa requerimento de licença do nobre deputado Celso Nascimento, nos termos do Art. 84, inciso I, do Regimento Interno, no período de 22 a 30 de outubro, para participar da VI Comunhão Internacional de Líderes Cristãos em Seul, na Coreia do Sul. Esclarece também que a viagem não acarretará ônus ao Erário.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sra. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 19 minutos.

 

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