17 DE OUTUBRO DE 2018
131ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão. Cancela a sessão solene
anteriormente convocada para as 20 horas do dia 19/10, em "Comemoração do
Dia da Comunidade Alemã", por solicitação da deputada Célia Leão.
2 - CORONEL TELHADA
Tece comentários sobre o segundo turno das eleições, no dia
28/10. Comunica a morte de policial militar. Mostra notícias a respeito da
violência no País. Defende o endurecimento da legislação penal. Combate aqueles que criticam a atuação da polícia.
3 - MARCO VINHOLI
Faz considerações acerca da Peça Orçamentária enviada a esta
Casa pelo governador Márcio França, referente ao ano de 2019. Defende João
Doria, candidato a governador de São Paulo, de alegações feitas pelo seu
adversário. Lamenta a proliferação de notícias falsas no período das eleições.
4 - JOÃO CARAMEZ
Presta apoio ao governador Márcio França, candidato à
reeleição. Ressalta a participação dele em governos e campanhas do PSDB.
Critica o posicionamento do partido nesta eleição, o qual, a seu ver, tem
tentado associar França ao PT. Exibe vídeo sobre o assunto.
5 - CARLOS GIANNAZI
Reprova ato da Secretaria da Educação, que transformou uma
escola estadual em escola de tempo integral, sem que os alunos fossem
previamente consultados. Relata que o Departamento de Perícias Médicas tem
cancelado o laudo de diversos professores readaptados, obrigando-os a retornar
à sala de aula. Acusa o mesmo órgão de dificultar, por meio de reprovação no
exame médico de admissão, a contratação de professores concursados.
6 - WELSON GASPARINI
Avalia que os governantes pouco têm feito
para resolver os problemas de segurança, saúde e educação que afligem o País.
Afirma que o povo precisa reagir a tal situação. Defende o voto distrital e a
redução do número de deputados. Discorre a favor do parlamentarismo.
7 - CARLOS GIANNAZI
Pede que a Secretaria da Educação convoque os aprovados em
concurso público para a contratação de professores. Opõe-se ao presidenciável
Jair Bolsonaro. Combate as
propostas econômicas do candidato, as quais, afirmou, trariam grande dano ao
investimento em áreas sociais. Coloca-se contra João Doria, candidato ao
governo estadual.
8 - ORLANDO BOLÇONE
Comenta visita do secretário de Justiça, Márcio Elias Rosa, a
esta Casa, para discutir assuntos relativos à pasta. Destaca a importância de
pessoas que deem um exemplo de harmonia. Considera que o estado de São Paulo
tem, por razões históricas, um papel de liderança e responsabilidade nos rumos
políticos do País.
GRANDE EXPEDIENTE
9 - MARCO VINHOLI
Pelo art. 82, rebate as críticas do deputado Carlos Giannazi
ao ex-prefeito João Doria. Considera que o candidato ao governo do Estado,
Márcio França segue linha ideológica de esquerda.
10 - ENIO LULA TATTO
Pelo art. 82, agradece a todos seus eleitores por sua
reeleição como deputado estadual por mais um mandato legislativo. Parabeniza
todos os deputados reeleitos e eleitos. Solidariza-se com os deputados que não
conseguiram a reeleição. Defende a eleição de Fernando Haddad para a
presidência da República. Destaca sua atuação no Ministério da Educação.
Considera o candidato Jair Bolsonaro anti-democrático. Critica seu
plano de Governo e sua atuação enquanto parlamentar. Lamenta que Jair Bolsonaro recuse-se a comparecer aos debates eleitorais.
11 - MÁRCIA LULA LIA
Pelo art. 82, agradece seus eleitores e comemora sua
recondução ao cargo de deputada estadual na próxima Legislatura. Considera que
o candidato à Presidência Jair Bolsonaro propaga
discurso de ódio. Mostra-se preocupada com as vítimas da violência insufladas
por estas ideias. Pede aos religiosos que se atenham aos princípios cristãos em
defesa da paz e da democracia. Elogia o candidato ao cargo de presidente da
República, Fernando Haddad.
12 - ENIO LULA TATTO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 18/10, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia. Levanta a
sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata. Convido o Sr.
Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”,
proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – CORONEL TELHADA – PP - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação da nobre deputada Célia
Leão, cancela a sessão solene convocada para o dia 19 de outubro de 2018, às 20
horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Comunidade Alemã.
Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, tem a palavra o nobre deputado Coronel
Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores, funcionários,
telespectadores da TV Assembleia, cabo Débora e cabo Janken,
que representam nossa Assessoria Policial Militar, quero lembrar que hoje é dia
17, e 17 me lembra de alguma coisa. Lembra que no dia 28 teremos a eleição para
presidente da República. Estamos em vésperas de uma mudança na nossa Nação.
Concito a todos que se
lembrem do passado recente, onde tivemos problemas sérios com determinado
partido, que afundou o País. E para que não entremos nesse retrocesso e votemos
sim para um novo governo, para termos um país pujante, um país que possa trazer
uma vida melhor para todos os cidadãos brasileiros.
Quero falar, infelizmente, da
morte de mais um policial militar. Nesta madrugada a Polícia Militar perdeu
mais um homem, o soldado Jailson Matos, de 38 anos,
que estava de folga, sem farda, portanto à paisana. Ele foi abordado por dois
criminosos que estavam numa moto, e foi morto. Tentou reagir, mas não teve
êxito. Foi morto a tiros por esses dois criminosos,
que fugiram sem levar nada.
A característica aqui é que
vieram para matar o policial, realmente. O policial Jailson
Matos trabalhava na 1º Companhia. do 25º Batalhão de
Polícia Militar, há cinco anos. Deixou a mulher, que estava grávida.
Mais um policial militar
infelizmente falece na situação de morrer somente porque é policial. Hoje está
havendo uma perseguição em todo o Brasil, dos homens e mulheres das Forças de
Segurança. Têm sido exterminados e mortos porque são policiais.
Nossos legisladores, que têm
a obrigação de mudar a nossa legislação penal, nada fazem. Precisamos mudar a
legislação, a maioridade penal, a liberação do porte de armas, da posse de
armas, enfim, precisamos urgentemente mudar a legislação penal, acabar com as
famosas saidinhas temporárias.
Essa progressão de pena, da
maneira como é feita hoje, é totalmente criminosa, pois faz com que a
impunidade esteja presente na nação brasileira, gerando essa série de crimes.
Temos aqui um
outro exemplo, acho que não precisamos nem comentar. É para mostrar onde
estamos aqui no Brasil. Uma menina de 11 anos foi estuprada numa cadeia, no
Ceará. Vejam bem, falo muito da morte de policiais, sempre faço questão de
frisar isso, mas o interessante que essa menina, com certeza, foi visitar algum
criminoso, que deveria ser parente, e foi estuprada dentro da cadeia.
Essa é a realidade que
acontece no Brasil, e a imprensa não divulga. Isso aqui não é motivo de
divulgação, por quê? Porque mostra o descaso do Brasil com a Justiça, o pouco
controle que há no Brasil.
Outra manchete: um jovem de 22 anos
chegando em casa com a namorada de 23 anos, olhe o
final que ele teve: morreu em Osasco simplesmente por causa de um celular. Os
vagabundos foram roubar o celular dele e ele, no ímpeto, reagiu e acabou sendo
baleado com três disparos. Um acertou no peito desse jovem de 22 anos e os
criminosos acabaram levando só a bolsa da namorada. Ele morreu por causa de uma
bolsa de mulher.
Esse é o valor da vida hoje. E quando a
polícia mata um bandido, as pessoas, a imprensa, vêm
falar da violência policial, vêm falar do excesso policial, vêm falar que a
polícia militar é violenta. É incrível isso!
Eu não entendo a cabeça dessas pessoas
que valorizam o crime, que valorizam o criminoso e desmerecem a polícia e
deixam as vítimas totalmente abandonadas. Essa é a realidade do nosso País.
Precisamos mudar com urgência.
Dia 28 também escolheremos o governador
do estado de São Paulo. Nós temos dois candidatos que têm feito promessas não
só à polícia, mas em todo sentido e nós vamos cobrar essas promessas. São
promessas que pelo jeito trariam melhorias à Segurança
Pública, mas prometer é uma coisa e cumprir é outra.
Nós estaremos no próximo mandato, nos
próximos quatro anos, cobrando do Sr. Governador do
estado providências na melhoria da segurança, providências na melhoria do
serviço do funcionalismo, na valorização do funcionalismo, porque do jeito que
está não dá para continuar.
O Brasil precisa acordar e mudar toda
essa situação muito triste em que nos encontramos. Em outros países, o Brasil é
motivo de chacota. Nós precisamos retomar a moral nacional, precisamos retomar
a nossa integridade moral porque, infelizmente, o Brasil aí fora é visto como
um país caloteiro, um país de bandidos e um país totalmente sem lei. É muito
triste, mas é a realidade. Nós vamos mudar essa triste
realidade.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde
a todos, a todas, quero cumprimentar meus pares, deputado João Caramez,
deputado Geraldo Cruz, deputado Coronel Telhada, nobre presidente Doutor
Ulysses e deputado Marcos Zerbini. Diariamente, eu tenho ocupado esta tribuna e
tenho relatado minha preocupação com o Orçamento do estado de São Paulo.
Fizemos mais uma análise ontem a
respeito da contratação de pessoal prevista para o ano de 2019
no Orçamento enviado pelo governador Márcio França para esta Casa. Nós
temos na área da Saúde a proposta de redução de 97% na contratação de pessoal.
Eu já tinha visto uma redução na proposta da LDO na meta de funcionários do SUS
e agora se confirmando no Orçamento.
Também, na área da Educação, menos 86%;
na área de Agricultura, menos 71%; na área de Administração Penitenciária, que
tem uma grande demanda, parece-me que até uma promessa do que seria feito,
menos 71%; na USP, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, zero; na Famema, também zero; na Artesp,
também zero. Mais um ponto que vamos discutir no Orçamento do estado de São
Paulo essa questão da contratação de pessoal prevista para o ano que vem.
Há uma redução drástica em várias áreas:
Educação, Saúde, Administração Penitenciária, que também é a Segurança do
estado de São Paulo. Fica o nosso questionamento para o governo poder nos
responder o porquê da redução nessas áreas de forma tão brusca para o ano que
vem.
Mas também queria dizer da nossa
preocupação com as chamadas “fake news”,
que têm sido soltadas diariamente e virei aqui também para falar sobre elas e
contrapô-las.
Ontem, eu citei a fala sobre retirar a
aposentadoria de funcionários da Cetesb,
da FDE e de outras repartições do estado de São Paulo - uma “fake news” soltada pelo
governador Márcio França - e ontem mais uma soltada pelo pessoal dele de que o
candidato João Doria iria terminar com o Fundo Social de Solidariedade do
Estado de São Paulo. Atenção, primeiras-damas, presidentes do fundo social de
solidariedade de todo o estado de São Paulo, mais uma mentira para tentar
enganar você e tentar o seu voto, o seu trabalho, o voto do seu pessoal através
dessa mentira. “Fake news”
já se tornou um procedimento adotado por eles nesta campanha.
Essa, do Fundo Social
de Solidariedade, é mais uma delas. O João Doria foi membro desde a época da
Lucy Montoro, do Conselho Deliberativo do Fundo Social do Estado de São Paulo.
Ele tem o compromisso não só de manter, mas de também ampliar as ações do
fundo, que são tão importantes para o nosso Estado.
Esse era o nosso
recado. Queria deixar a nossa preocupação tanto com as “fake
news”, quanto com o Orçamento do estado de São Paulo
para o ano que vem, que veio muito diferente da
propaganda do governador Márcio França.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra o nobre deputado João Caramez.
O
SR. JOÃO CARAMEZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e
telespectadores da TV Assembleia, a minha vinda à tribuna é no sentido de
prestar alguns esclarecimentos. Peço vênia aos Srs. Deputados para que eu fale
do resultado da campanha, da minha eleição e da minha despedida deste
Parlamento próximo ao término do mandato.
Hoje nós estamos ainda
dentro de um processo de eleição, processo eleitoral, em que haveremos de
escolher no dia 28 não só o presidente da República como também o futuro
governador do estado de São Paulo. Venho acompanhando, diariamente, os
programas de rádio, de televisão, e tenho acompanhado o nosso candidato Márcio
França em alguns eventos.
Eu tomei uma decisão.
Falei: “Acho que vou ter que usar a tribuna, porque vejo alguns deputados virem
à tribuna para insistentemente atacar o nosso candidato Márcio França, como se
ele fosse o maior inimigo do estado de São Paulo, tendo em vista que o Márcio
França, em toda a sua vida, sempre foi uma pessoa muito liberal, uma pessoa
bastante humana”. Eu tenho pouco contato com ele, mas assíduo. A partir do
momento em que nós passamos a ter esse contato eu percebi, na pessoa do Márcio
França, uma pessoa humana, sincera, leal e muito criteriosa.
Quando vejo esse ataque
frenético do PSDB contra o nosso candidato, como se ele tivesse sido o grande
inimigo do governo, do PSDB, ao longo desses anos, eu fico perplexo de ver a
atitude de alguns deputados nesse ataque. Eu vejo isso muito preocupado. Por
quê?
Porque ao analisar a
história do Márcio França, você vai ver que dentro do Governo do Estado de São
Paulo, essa insistência da turma do PSDB em tentar colar o PSB com o PT, e
vice-versa, como se fosse um bicho papão...
Nós estamos em um
processo democrático, e todo processo democrático pressupõe alianças,
coligações, como acontece aqui, na Assembleia. O presidente da Assembleia é
eleito com o apoio da bancada do PT, tanto é que o PT tem assento na Mesa desta
Casa. Eu fico perplexo em ver esses ataques.
Verifiquei que, nos
últimos anos, o Márcio França não fez outra coisa a não ser lutar contra o PT.
Ou seja, começou em 2010, quando o PSB lançou o Paulo Skaf
como candidato ao governo de São Paulo, contra o PT e o PSDB. Em 2014, Márcio
França foi vice-governador do Alckmin, PSDB, quando nós derrotamos o PT. Em
2016, o Márcio foi coordenador de campanha do Doria na eleição municipal de São
Paulo, e o nosso PSB se aliou ao PSDB contra a eleição do Haddad, do PT. Esses
três exemplos já mostram que o Márcio França não tem essa ligação com o PT.
Aliás, o Doria, como é
um grande mentiroso, um grande mentiroso mesmo, vive negando que essa
coordenação tenha sido feita pelo Márcio França, mas eu tenho um vídeo aqui que
comprova claramente que ele está totalmente errado e está mentindo para a
população de São Paulo.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Pois é, não tem outro
adjetivo para usar a não ser esse como encerra o filme: “lobo em pele de
cordeiro”. É um grande mentiroso. Esse apelido que o nosso governador deu a ele
de “João Doria, o trabalhador” também é falso. Um dia desses
ele mostrou uma carteira profissional, mas não teve a coragem de
mostrá-la na sua totalidade. Ele mostrou apenas a parte da frente da carteira
profissional onde se vê o nome e a fotografia do cidadão. Por que é que ele não
faz como eu? Mostra os contratos de trabalho que teve aqui: são vários
contratos fichados em carteira. Aliás, eu quero dizer ao João Doria que o meu
primeiro emprego foi em 1966, na estrada de ferro Sorocabana. Eu nasci em 58.
Eu tinha 15 anos de idade. Desde os 15 anos de idade, eu trabalho. Eu me
aposentei como professor do Estado, com muito orgulho. Então, é falso também,
que você é trabalhador. Verdadeiro é o Marcio França. Esse sim é leal, honesto
e super trabalhador. Tenho dito Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem
a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre
deputado Doutor Ulysses, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Alesp, visitantes,
funcionários desta Casa, antes de entrar no tema de hoje, quero concordar
plenamente com o que disse o deputado João Caramez em relação ao João Doria. Eu
tenho uma denúncia muito séria para fazer, relacionada à escola estadual Miss
Browne, que fica aqui no centro da cidade, que pertence à Diretoria Centro.
Ontem
à noite, os alunos foram informados basicamente de que a escola se tornaria
escola de tempo integral. Mas os alunos não foram consultados, os professores
também não foram consultados. Veio uma ordem, praticamente, da Diretoria de
Ensino, que forçou uma parte do Conselho de Escola aprovar essa resolução, essa
medida que tem o apoio da maioria da comunidade escolar. Segundo os relatos dos
alunos, a reunião foi chamada às pressas e não teve o apoio nem dos alunos, nem
dos professores. Foi uma reunião do conselho, já que não foi representativa. Há
uma imposição da Diretoria Centro, e os prejuízos são grandes para os alunos e
professores. A escola de tempo integral é importante, mas tem que ser aceita
pela comunidade escolar, e não é em todo lugar que ela pode ser implantada.
Isso depende muito de cada região que tenha as suas
necessidades e suas características próprias, que não é o caso dessa escola que
eu conheço.
Há
muito tempo o Governo tenta fechar salas, turnos e até
fechar a escola. Parece que esse é o grande sonho do Governo do Estado.
Os alunos estão
mobilizados quanto a essa questão. O que mais me chamou atenção é que ontem os
alunos fizeram uma reunião, uma grande assembleia na escola e chamaram a
Polícia. A Polícia quase entrou na escola para impedir que os alunos se reunissem, que debatessem, dentro do princípio da gestão
democrática, os rumos da escola. Eu tenho aqui fotos da Polícia na porta da
escola; por pouco a Polícia não entrou na escola. Quero mostrar essas fotos
para os deputados, para o telespectador que está nos assistindo mostrando que a
Polícia, que estava na porta da escola, quase entrou. Teve que ter uma
negociação para a Polícia não entrar dentro da escola. Lugar de polícia não é
dentro da escola. É fora, para dar proteção para os alunos, e não para reprimir
uma manifestação pacífica. Aqui os alunos estão fazendo uma reunião, debatendo
essa questão, essa imposição autoritária da Secretaria da Educação, e eu tenho
ainda um vídeo aqui, que os alunos me enviaram, e eu queria mostrá-lo. Trata-se
da reunião desses alunos contestando a decisão da diretoria de ensino.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Quero mostrar apenas
esse trecho mostrando que foi uma reunião organizada, democrática, ordeira, que
não teve nenhum tipo de vandalismo, e chamaram a polícia para reprimir a
reunião dos alunos. Um absurdo total.
Então, eu quero fazer
essa denúncia pública. Estão querendo colocar goela
abaixo da Escola Estadual Miss Browne esse projeto excludente de escola de
tempo integral. Se a escola de tempo integral é implantada, ela marginaliza os
outros alunos, porque se uma escola hoje tem mil alunos e se instala nela a
escola de tempo integral, ela só vai atender trezentos.
E os outros 700 alunos? O que você faz com os outros 700 alunos?
Não tem resposta para
isso, e os alunos organizaram um abaixo-assinado com toda a comunidade escolar.
Eu quero, inclusive, solicitar que a cópia do abaixo-assinado seja publicada no
Diário Oficial, para que toda a população saiba o que está acontecendo. Quero
também que providências sejam tomadas. Quero fazer um apelo ao secretário de
Educação, João Cury, que é uma pessoa séria, que tem dialogado muito com os
professores, com as comunidades escolares.
Faço um apelo para que
ele faça uma intervenção, para que ele não permita esse tipo de autoritarismo,
porque o projeto de fechar escolas, de fechar turnos e salas, o projeto
autoritário de Educação, é do PSDB. Não é do Márcio França, não é do João Cury.
Então, eu faço um apelo ao secretário João Cury, para que faça uma intervenção
cirúrgica e apure os fatos, apure esse autoritarismo contra a escola, contra a
comunidade escolar, que está sendo obrigada a aderir a um projeto do Temer, da
reforma do Ensino Médio, que nem vai ser levada à frente.
Sabemos que ela vai ser
revogada, mas o estado aqui é mais realista do que o rei. Esse é o projeto do
PSDB, não é o projeto do PSB. Então, secretário João Cury,
faço um apelo a V. Exa., para que faça uma
intervenção. Faço também um apelo ao governador Márcio França, para que não
autorize esse tipo de coisa. Para que faça uma apuração rápida, e impeça que a
escola passe por esse processo de fechamento de salas no período noturno.
O abaixo-assinado é
muito claro em relação a isso. Têm várias perguntas. Para quais escolas irão os
alunos do Ensino Fundamental e Médio que não ficarão no período integral? É o
que eu falei. Para onde você encaminha esses alunos? Com essa mudança, os
alunos correm o risco de estudarem longe das suas casas.
Os alunos escolherão
onde querem estudar? Lógico que não. O aluno não escolhe mais nada aqui em São
Paulo, infelizmente. Não tem direito a escolher a escola. São vários procedimentos,
várias perguntas que estão sendo feitas no abaixo-assinado que estou pedindo
para publicar.
Exigimos uma resposta e
uma intervenção imediata do secretário João Cury em relação a este sério
problema. Quero repudiar qualquer tipo de repressão contra os alunos, esse
desrespeito à gestão democrática. Chamaram uma reunião, atropelando e não
avisando, impedindo que os alunos pudessem debater com mais profundidade, com
os pais e com os professores.
Foi
um absurdo total o que aconteceu. Então, nós exigimos providências imediatas em
relação a esse caso da Escola Estadual Miss Browne, que fica no bairro de
Perdizes. Já fui lá, porque queriam fechar a escola, queriam fechar turnos e
salas. Nós revertemos através da mobilização.
Sr. Presidente, não
vamos permitir que esses ataques continuem. Passo a ler agora referido
abaixo-assinado:
“Abaixo Assinado
São Paulo, 04 de outubro de 2018
Nós, professoras da EE Miss Browne,
situada à Rua Chico, 102 – Perdizes, São Paulo – SP, diretoria Centro, vimos
por meio desta demonstrar nossa indignação e responder não ao convite feito
pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para implantação e
viabilização do PEI (Programa de Escola em Tempo Integral.)
Alegamos que a Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo não fez ampla divulgação e discussão com os
pais da comunidade escolar e com todos os integrantes desta escola, e portanto,
não está medindo as reais consequências do projeto. Apresenta o convite
apressadamente e requer a resposta no prazo de mais ou menos 15 dias.
Atualmente, essa Escola atende
alunos entre os períodos matutino, vespertino e noturno, porém ao tornar-se
escola de Tempo Integral, com o tempo poderia deixar de
atender o público vespertino e perderia
parte ensino Médio, uma vez que muitos não têm condições de estudarem nessa
escola, seja pela necessidade de trabalhar, fazer cursos entre
outros. Também poderia perder o noturno, pois em um mesmo espaço tonar-se-ia dificultoso manter duas
escolas bem diferentes em um mesmo espaço físico.
Além disso, muitos professores serão
prejudicados, pois serão removidos para outras escolas, sem saber se existirão cargos para comportar.
Uma das motivações em aprovar o projeto também é um reajuste nos salários de diretores, coordenadores
e professores, que está em torno de 75%. Enquanto poucos têm a oportunidade de
melhorar sua condição de vida o restante fica com os mesmos salários, que não
são reajustados há anos.
Segue abaixo alguns questionamentos
e reflexões que não foram amplamente discutidos com a comunidade escolar:
1)
Para quais escolas irão os alunos do Ensino Fundamental e
Médio que não ficarão no Período Integral?
2) Com essa mudança, os alunos correm
o risco de estudarem longe de suas casas?
3) Os alunos escolherão onde querem
estudar?
4)
Devido a essa mudança, os alunos terão garantia de
transporte?
5) Haverá nova demanda nas outras
escolas para receber esses alunos ou as salas ficarão lotadas?
6) Por sua vez, a Escola Estadual Miss
Browne ficaria com salas vazias no ano letivo de 2019?
7)
O sentimento de pertencimento dos alunos com a escola,
bem como os laços afetivos construídos por anos entre professores e alunos
serão destruídos?
08) O que acontecerão com
os professores que perderão seus cargos na unidade restando apenas incertezas?
O Programa Escola de Tempo Integral
é um projeto excludente, pois não atenderá todos os alunos, que em sua maioria,
pertencem a comunidades carentes. Além de não contemplar todos os alunos do
Ensino Médio. Ele promove a qualidade, mas e a igualdade de ensino garantida pela
Constituição Federativa do Brasil e pelo ECA.
Sem mais, assinamos.”
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, dando continuidade,
quero trazer um outro assunto relacionado à Educação, logicamente. Trata-se de
uma denúncia que tenho feito exaustivamente, quase que semanalmente na tribuna
da Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente, refiro-me ao
procedimento criminoso, perverso e desumano da Secretaria de Planejamento e
Justiça, que está obrigando o Departamento de Perícias Médicas do Estado de São
Paulo a cancelar os laudos médicos, a não conceder mais readaptações.
São vários episódios. Várias professoras readaptadas,
que estão adoentadas, estão sendo obrigadas a voltar à sala de aula, porque o
departamento está cancelando os laudos e as redações. É um absurdo total. São
milhares de casos em toda a Rede Estadual de Ensino.
Eu já acionei o Ministério Público Estadual e o Conselho
Regional de Medicina contra esse crime praticado pela Secretaria e pelo
Departamento de Perícias Médicas. Já acionei a nossa Comissão de Direitos
Humanos da Alesp e a Comissão de Educação, para que sejam tomadas as medidas
contra esse ataque às nossas professoras readaptadas.
Além disso, também há outra orientação - não sei de
onde vem, mas ela é do governo - para que as professoras que foram aprovadas no
concurso público de PEB I...
O governo não está chamando PEB I, há várias
professoras aprovadas, mas poucas estão sendo chamadas, que são
categoria ‘F’ ou ‘O’. Há muitas professoras da categoria ‘F’ que foram
aprovadas no concurso de PEB I e estão sendo chamadas. Quando passam pela perícia
médica, elas são reprovadas.
Eu peguei vários casos. Estou fazendo um dossiê em
relação a essa denúncia. Professoras com até 25 anos de Magistério que ainda
não eram efetivadas passaram no concurso e agora são reprovadas no exame
médico, não podendo assumir como professoras concursadas.
Eu fico
pensando. A professora está há 23 anos como categoria ‘F’. Nesse caso, ela pode
lecionar, mas não pode continuar lecionando como professora efetiva, porque o
Departamento de Perícias Médicas reprova essa professora. É um crime, um
absurdo e uma insensatez.
Em minha opinião, isso é direcionado mesmo. O governo
não quer efetivar ninguém. O governo não quer contratar professores. O governo
quer que os nossos alunos fiquem sem professores. Ele pretende precarizar ainda
mais as contratações. Só isso pode explicar esse tipo de comportamento
criminoso da Secretaria de Planejamento e Gestão e do Departamento de Perícias
Médicas.
Espero que o Conselho Regional de Medicina faça uma
profunda investigação, porque essas são as informações que nós temos. Há uma
orientação política do governo; era do Alckmin, do PSDB. Estou estranhando que,
no governo Márcio França, isso tenha continuidade, e nada seja feito. Faço um
apelo, também, ao Márcio França, para que faça uma intervenção nessa área, ao
João Cury também, porque são nossos professores e professoras.
Inclusive,
estou com um caso aqui da professora Fernanda Célia Alcântara Silva Chaparim, lá da diretoria de São João da Boa Vista, que
está em uma situação extremamente debilitada do ponto de vista da sua saúde,
com várias doenças, com laudos e mais laudos e, no entanto, eles cessaram a
readaptação da professora.
Esse
é um dos milhares de casos, presidente. São milhares e milhares de casos em
toda a rede estadual de ensino. Eu vou ficar denunciando exaustivamente isso.
Ontem recebi mais três professoras na mesma situação, temos que reagir a isso e
eu peço a ajuda dos 94 deputados e deputadas para que pressionem o governo.
Isso
não pode continuar na rede estadual de ensino, então, exigimos providências
imediatas. Que o governo mude essa sua política de precarização
dos contratos e de perseguição às professoras readaptadas e às que foram
aprovadas no concurso público de provas e títulos. As professoras devem ser
efetivadas e o governo tudo faz para que isso não aconteça.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Welson Gasparini.
O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: ocupo esta
tribuna para lamentar o que está acontecendo em nosso País, em nosso estado e
em todas as cidades.
É
preciso haver uma reação por parte do povo. Não é possível continuar a situação
reinante sem uma reação bem objetiva para que nossos governantes possam,
realmente, dar novos destinos ao nosso País. Hoje, temos, terrivelmente,
índices que demonstram as dificuldades vividas pela nação brasileira.
Ainda há
poucos instantes, em meu gabinete, eu tomava conhecimento de algumas
estatísticas oficiais que nos envergonham. Por exemplo: somos a terceira maior
população carcerária do mundo. Isso significa o seguinte: no Brasil, temos o terceiro
maior número de presos do mundo nas nossas penitenciárias; em termos de
assassinatos, ocupamos o primeiro lugar.
Na
questão do analfabetismo, nem é bom falar, porque ficamos emocionados. Mais da
metade das crianças, dos jovens, em nosso País, estão indo para o
analfabetismo. Além disso, o que acontece? Vamos aos nossos hospitais e os
encontramos lotados daí caber a indagação: o que
nossos governantes estão fazendo para dar ao povo melhores condições de saúde?
Outra
estatística oficial mostra ainda que, no Brasil, praticamente metade da população
passa fome. É incrível, mas, apesar da chamada Bolsa Família, bolsa alimentação
e tudo mais, ainda há milhões de brasileiros sem os mínimos recursos para dar
aos seus familiares uma alimentação adequada.
No entanto, qual reação estamos tendo? É esta que nós vemos aqui na
Assembleia Legislativa de São Paulo, Sr. Presidente. Pouco estamos fazendo para realmente mudar a situação em
nosso país. Eu fui deputado federal, e são 513 deputados federais. Se cada
deputado federal apresentar, por ano, dois projetos, nós vamos ter cerca de mil
projetos discutidos, analisados e votados no Congresso Nacional. Quando isso
vai acontecer? Nunca.
Aqui na Assembleia
Legislativa mesmo, vamos ver quantos projetos de lei foram apresentados e
quantos estão sendo discutidos, analisados e votados nesta Casa? Somos 94
deputados. Eu defendo, Sr. Presidente, o chamado voto
distrital. Nós tínhamos que dividir, por exemplo, o estado de São Paulo em 10
regiões eleitorais, e cada região elegeria quatro deputados estaduais. Nós
teríamos então 40 deputados estaduais, e não 94, e todas as regiões estariam
muito bem representadas nesta Casa. Assim, as eleições não custariam esta
fortuna que custam atualmente.
Nesta eleição, por exemplo,
só o governo federal usou quase dois bilhões do dinheiro dos impostos que nós
pagamos para sustentar as candidaturas dos que quiseram ser
políticos - deputados, senadores, governadores e presidentes da República. Foram 2 bilhões de reais, isso oficialmente. As campanhas
eleitorais custam verdadeiras fortunas e hoje estão sendo sustentadas com o
dinheiro dos impostos.
Eu sei que essa tese não é
muito simpática, mas eu defendo a redução do número de deputados mesmo nesta
Casa. Em vez de 94 se, em 10 regiões administrativas, cada uma escolhesse
quatro representantes, as regiões todas estariam bem representadas, e seríamos
40 deputados, custando metade do que custa hoje a Assembleia Legislativa de São
Paulo, na realidade mais de um bilhão de reais.
Precisamos de muitas mudanças mas sentimos que, infelizmente, os nossos parlamentos
estaduais, municipais e federais não estão colocando para análise e para
discussão esses temas. Eu defendo, por exemplo, o parlamentarismo. Não
precisaríamos gastar essa fortuna com candidaturas. Na minha cidade, Ribeirão
Preto, nós tivemos 24 candidatos a deputado estadual e mais de 30 candidatos a
deputado federal. Por que tudo isso, Sr. Presidente?
É preciso modificar o sistema
eleitoral do nosso país e, com isso, economizar muitos recursos. Por exemplo,
ao contrário de escolher o presidente da República através do voto individual
de cada um, nós teríamos, no Parlamentarismo, a sua escolha pelo Parlamento. Nas eleições,
quando o eleitor votasse, por exemplo, num deputado federal, num senador, ele
estaria dando procuração para
esse deputado e esse senador votar e escolher o presidente da
República. E, se esse presidente não correspondesse àquilo dele esperado pelo
povo, seria trocado através do voto pelo próprio Parlamento. Nos principais
países do mundo, nos mais desenvolvidos, 99% têm um sistema parlamentar. E nós
aqui continuamos com a eleição individual, ainda que custe uma verdadeira
fortuna e que, no final, nem sempre temos as escolhas adequadas.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à
tribuna, eu gostaria de retomar um assunto, que passei um pouco de raspão, mas
muito importante, quando falei das professoras readaptadas e as aprovadas no
concurso, mas é sobre o concurso que quero falar agora.
Tivemos
concurso para professora PEB 1, do primeiro ao quinto ano da rede estadual.
Esse concurso só vence em março do ano que vem. Temos milhares de professoras
que foram aprovadas e não estão sendo chamadas pela Secretaria da Educação. Já
fiz reuniões com a Secretaria da Educação, já fomos ao Ministério Público
Estadual, já tomamos várias providências aqui pela nossa Comissão de Educação,
tenho feito apelos e mais apelos pela tribuna, para que a Secretaria tome essas
providências no sentido de cumprir a lei.
Nós
aprovamos aqui o concurso público, há dotação orçamentária, e o governo não
chama, Sr. Presidente. É um absurdo. São milhares de
professoras, e muitas delas categoria “O”, inclusive, que poderiam estar sendo
efetivadas e saindo dessa condição precarizada de
contratação da rede estadual. São professoras expostas à duzentena,
quarentena. Então, faço aqui mais uma vez, Sr.
Presidente, um apelo: secretário da Educação, faça a chamada das professoras
PEB 1. Já levei essa reivindicação a seu gabinete, já fizemos aqui moções,
indicações, reuniões no Ministério Público Estadual, e até agora nada de chamar
essas professoras. Vamos continuar pressionando aqui, e espero que o governo
tome providências imediatas em relação à chamada das professoras PEB 1.
Eu
não poderia, Sr. Presidente, deixar de manifestar novamente,
como venho fazendo quase que diariamente da tribuna da Assembleia Legislativa,
minha preocupação, minha indignação com a candidatura do Bolsonaro, com o que
ele vem apresentando para o Brasil. Se o Bolsonaro for eleito, o Brasil estará
cometendo um suicídio coletivo. Estamos bailando à
beira de um grande abismo sem fim com o Bolsonaro. Ontem, ele anunciou, através
da sua equipe econômica, do neoliberal Paulo Guedes, esse economista que está a
serviço dos bancos, do sistema financeiro nacional e internacional, que defende
o fim da vinculação obrigatória na área da Saúde, na área da Educação. Fico
pensando o seguinte: se já com a DRU, a Desvinculação das Receitas da União, do
Fernando Henrique que foi sempre renovada pelos governos do PT Lula e Dilma, e
Temer, logicamente, que sequestra hoje 30%, que rouba,
que assalta as verbas da Saúde, da Previdência e da Educação, se a situação já
é grave, ficou mais grave ainda com a PEC 55, a PEC da morte do Temer, que
virou a Emenda 95, que congelou os investimentos por 20 anos nas áreas sociais,
sobretudo nas áreas que eu citei, Educação e Saúde.
Fico imaginando o fim
da vinculação obrigatória no Orçamento de Educação e Saúde. A Constituição diz
que a União tem que investir no mínimo 18% em Educação pública; estados e
municípios, no mínimo, 25%, ou o que constar nas suas respectivas constituições
estaduais ou leis orgânicas municipais.
Isso vai desaparecer
com Bolsonaro. A prefeitura não vai ter obrigação de
investir nada mais em Educação, e nem em Saúde. Acaba o percentual mínimo.
Sr.
Presidente, isso é de uma insanidade tal que o povo brasileiro não pode
acreditar nisso, não pode aceitar uma proposta como essa. Porque, além de ser
um deputado racista, homofóbico, machista, que promove a violência contra as
mulheres, contra os negros, contra os pobres, contra os nordestinos e cria esse
clima de terror e de medo psicológico na população brasileira, ele ainda vem
com a pauta do capital.
Porque, na verdade, Bolsonaro está a serviço da acumulação capitalista dos
grandes donos do negócio do Brasil e do mundo, Sr.
Presidente. Ele, na verdade, tem essa pauta conservadora, que eu citei aqui;
mas, tem uma outra que é ainda pior, que é a pauta
econômica de continuar atacando os cofres públicos, canalizando dinheiro
público para o capital privado, sobretudo o capital financeiro.
Essa é a lógica de
mercado que o Bolsonaro defende. É por isso que Bolsonaro é o caminho para o inferno, para a morte, para
uma grande noite longa e escura em que o Brasil vai entrar, sem possibilidade
de um retorno imediato, Sr. Presidente. Vai ser um
desastre total.
Portanto, temos que
denunciar exaustivamente o que ele representa para o Brasil. Não podemos
aceitar propostas das trevas, da idade média, da ditadura militar. Ele disse
que pretende que o Brasil volte a 50 anos atrás. O que
tínhamos há 50 anos? AI-5, tortura, ditadura empresarial-militar, retirada de
direitos sociais, trabalhistas, de direitos civis.
Estávamos num
verdadeiro pântano do ponto de vista democrático. É isso que ele quer para o
Brasil, Sr. Presidente. Se depender dele, ele instala
uma nova ditadura militar.
Então, manifesto nossa
preocupação, porque um candidato como o Bolsonaro tem
que ser desmentido, desmascarado, porque há muita fake
news. A população está sendo enganada por meio de
notícias falsas. É fake news,
é muita notícia falsa pelo Whatsapp e pelo Facebook, que ele constrói, deixando a população com muito
medo. E, aí, ele vai crescendo.
Mas o desastre vai ser
muito grave, não só do ponto de vista cultural, comportamental e político, mas,
sobretudo, econômico. A população vai mergulhar numa crise econômica muito mais
grave do que está vivendo agora.
Se
temos 13 milhões de desempregados, esse número vai
dobrar, porque não tem proposta nenhuma. É um fanfarrão, um boçal, esse Bolsonaro, que não tem proposta; é um provocador barato que
só fica estimulando a violência, que vai crescer muito no Brasil caso ele seja
eleito.
O mesmo eu digo em
relação ao Doria. É preciso desmascarar o Doria. O Doria é um câncer para o
estado de São Paulo, destruiu a prefeitura de São Paulo, reduziu a merenda
escolar, reduziu o transporte escolar das nossas crianças da rede municipal de
ensino.
Eu conheço, sou diretor
da rede municipal de ensino, acompanho a rede aqui, Sr.
Presidente. O Doria reduziu o Passe Escolar dos nossos alunos, da juventude do
estado de São Paulo; queria aprovar o Sampaprev,
aquele projeto que confiscaria salários dos servidores e privatizaria a
aposentadoria, entregando a aposentadoria dos nossos servidores para os bancos,
Sr. Presidente. É um absurdo.
As pessoas do interior
estão caindo na cantilena dele. Têm que tomar cuidado. Doria é uma farsa. Doria
usou a Prefeitura de São Paulo como trampolim para ser presidente. O sonho dele
era ser presidente. Não conseguiu. Agora vai tentar ser governador. Se for
eleito, vai usar o estado de São Paulo, também, para tentar ser presidente da
República.
Concordo com tudo o que
disse o deputado João Caramez. Sua Excelência agora é
do PSB, mas foi, por muito tempo, do PSDB, e conhece. Tanto é que S. Exa. não aguentou e saiu. O Barros
Munhoz também era do PSDB. Não aguentou tanta mentira e tanta falsidade do
Doria, que não teve condição de defender isso. Eles saíram, e o Roberto Engler,
porque eles não têm condições de sustentar tanta mentira e tantos ataques aos
trabalhadores.
É só fazer uma pesquisa
na internet em relação ao Bolsonaro e em relação ao Doria, Sr.
Presidente. Então, Doria não, e muito menos Bolsonaro.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone, pelo tempo regimental.
O SR. ORLANDO BOLÇONE -
PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
funcionários desta Casa, público, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde.
A Assembleia recebeu hoje o secretário da Justiça, o doutor Márcio Elias
Rosa, em um debate em que tivemos a honra de participar, juntamente do Coronel
Camilo e da deputada Leci Brandão, mediado pelo jornalista Jorge Machado, para
tratar dos temas relativos à questão da justiça e da cidadania. Não só da sua
pasta.
Com a sua competência costumeira e com sua formação, grande humanista que
é, o nosso secretário Márcio Elias Rosa pôde dissertar
muito além das atividades da sua pasta, onde ele faz um trabalho brilhante.
Inclusive, a Fundação Casa, que ele também preside.
E também na questão da pasta. Nesse momento que estamos
vivendo, em que o País corre o risco de se dividir, como tanto tem sido dito
nesta tribuna, a importância de termos depoimentos e exemplos de pessoas como o
secretário Márcio Elias Rosa, como a deputada Leci Brandão e o deputado Coronel
Camilo, no sentido da busca da harmonia, da paz e da construção de um novo
País. Não de um novo país, mas de buscarmos políticas de estado, aquelas
que perdurem. E o fundamento mais importante de todos, lembrava o professor
Márcio Elias Rosa, é a questão da cidadania. A questão de prepararmos a
construção desse País. E São Paulo vai ter que liderar nesse sentido.
Não pelo aspecto da sua pujança econômica. Não só pelo aspecto de São
Paulo ser o maior polo de ciência, tecnologia e inovação do Brasil. Se fosse um
país, seria o segundo país da América Latina, superando a Argentina. Mas em
função da forma como o estado de São Paulo fez o seu processo civilizatório,
recebeu os imigrantes das mais diversas raças: os italianos, os portugueses, os
espanhóis, os árabes, os japoneses, todas as raças. Criou uma civilização
própria que é a síntese do País.
É importante lembrar também que, depois, quando
recebemos nossos irmãos nordestinos e pessoas de outras regiões - do sul, do
sudeste, do Paraná, entre outros -, aqui construímos um estado desenvolvido.
Essa marca não é só do desenvolvimento científico e do desenvolvimento
econômico, mas é a marca do desenvolvimento humano.
É importante que São Paulo dê esse exemplo para o
País e o País faça a sua construção em cima da harmonia, em cima daqueles
pontos que nos unem. Como sempre tem lembrado o governador Márcio França, São
Paulo deve dar esse exemplo de harmonia e de paz, um exemplo de que é possível
construirmos uma civilização tão cantada, tão documentada por grandes
historiadores. Temos condições de ser a grande civilização dos trópicos,
baseada nessa harmonia e respeito entre as religiões, na diversidade cultural,
nas etnias, na diversidade religiosa, com o respeito a todas as religiões.
Então, essa é a busca na qual acreditamos. As
lideranças que aqui vão permanecer, os deputados que foram sufragados para
permanecer têm essa responsabilidade. E aqueles que, como eu, vão atuar em outras áreas, que vão voltar para a
universidade ou para suas atividades, que possam também contribuir com a
construção desse país que queremos, que nossa geração tanto ansiou e para o
qual conseguiu avançar, mas sem chegar ainda ao ponto ideal.
Esse trabalho deve envolver toda a sociedade, todas
as lideranças e todos os órgãos. Foi muito bem lembrado o exemplo do saudoso
governador André Franco Montoro, de que o desenvolvimento passa pelas cidades,
de que o desenvolvimento deve ser local, integrado e sustentável, e ele começa
pela casa, pela família. Esse é o ponto de harmonia maior e é o que devemos
buscar nesses tempos tão difíceis pelos quais passamos. Tenho certeza disso, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande
Expediente.
* * *
- Passa-se ao
* * *
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr.
Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança do PSDB.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O
pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre
deputado Marco Vinholi pelo Art. 82, pela liderança do PSDB.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - PELO ART. 82 - Boa tarde. Quero
cumprimentar o nosso presidente Doutor Ulysses, o nosso querido deputado Welson
Gasparini, nosso professor de política, nobre deputado e querido amigo, e o
deputado Orlando Bolçone, querido professor e amigo também. Os dois possuem um
mandato louvável e, sem dúvidas, deixam uma grande contribuição para o povo
paulista. Farão muita falta a esta Casa, mas espero que por pouco tempo.
Cumprimento também nossos colegas do Partido dos Trabalhadores, Enio Tatto e
Márcia Lia, que estão presentes na Casa fazendo seu trabalho.
Queria comentar a fala do deputado Carlos Giannazi,
que falou há pouco, proferindo ataques ao nosso
candidato ao Governo do Estado, João Doria. Isso só serve para cristalizar
ainda mais aquilo que falamos desde o início, não do processo eleitoral, mas
desde o início do ano.
O candidato do PSOL em São Paulo, nesse segundo
turno, é o Márcio França; não temos a menor dúvida disso. Ele falou claramente
aqui: “Doria, não”. Então, para o PSOL, no estado de São Paulo, “Márcio França,
sim”, assim como para todos os partidos de esquerda do estado de São Paulo.
Não estou falando nenhum absurdo, nada ofensivo a
qualquer uma das agremiações, nada disso. Estamos falando o óbvio e o concreto.
Estamos falando que, desde a concepção do PSB no país, ele tem uma ligação
histórica com o PT. Márcio França, ao longo da sua história, sempre teve essa
ligação. A internet mostra José Dirceu, candidato a governador, e Márcio França
como candidato a deputado com ele. Isso não é nenhum absurdo, mas sim o campo
político.
Acho um absurdo quando
tentam negar essas situações. Saiu na última pesquisa, no Paraná, acho, dizendo
que 68% dos eleitores de Haddad votam no Márcio França aqui no estado de São
Paulo. Eu acredito que Haddad vote no Márcio França aqui em São Paulo. O PT já
se posicionou em relação a isso, e temos acompanhado,
desde o início do mandato do governador Márcio França, essa proximidade com a
esquerda na Casa.
Cabe à população votar
no candidato A ou B, mas não vamos tentar esconder o que está cada vez mais
nítido. O candidato da esquerda que o PT, o PSOL e os partidos mais da esquerda
apoiam neste estado, e que no segundo turno apoiam, é Márcio França. Poderia
citar vários membros desses partidos que estão fazendo campanha abertamente
para o governador Márcio França. As políticas trabalhadas por ele são também
próximas com as do PT. Falamos aqui do Jepom, projeto
de bolsas para os jovens, cujo modelo eu questionei. Isso é política.
Sem sombra de dúvida, é
um modelo de política concebido nos moldes do Partido dos Trabalhadores, e
também aqui em São Paulo pelo governador Márcio França. O seu próprio governo
tem vários membros, como o secretário-chefe da Casa Civil, o ex-deputado Aldo
Rebelo que foi líder no governo do PT na Câmara Federal, que foi também
ministro de várias pastas. Enfim, há também outros ex-prefeitos do Partido dos
Trabalhadores. De forma nítida e transparente a coisa vai ficando clara no
estado de São Paulo nos dois campos dessa eleição.
O que eu retiro da fala
do deputado Carlos Giannazi é a questão da Previdência que falei ontem, e falo
novamente: foi feito em 2011, no estado de São Paulo, o Prevcom,
previdência complementar no estado de São Paulo. Não vai haver nova reforma da
Previdência no estado de São Paulo, ganhe candidato A ou candidato B, porque
não faz sentido nenhum. Mas, apesar da sua crítica ao candidato João Doria, entendo como uma crítica ideológica da esquerda,
que tem o candidato Márcio França ao governo do estado de São Paulo.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - Sr.
Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O
pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto
pelo Art. 82.
O
SR. ENIO LULA TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia,
eu gostaria de, primeiro, agradecer a todos os meus eleitores. Foram 86.744
votos no estado de São Paulo numa eleição difícil. Agradeço a minha assessoria,
a minha família, os militantes petistas, os grupos de apoio em todos os
municípios, aos movimentos sociais - moradia, meio ambiente, transporte, saúde
e educação -, e a todo pessoal que se empenhou e trabalhou em prol da minha
campanha.
Eu reafirmo o meu
compromisso de continuar o meu trabalho na Assembleia Legislativa pelo quinto
mandato, a favor do povo mais sofrido, mais pobre e mais necessitado do estado
de São Paulo. Agradeço profundamente por todo o empenho de todos que me
ajudaram, ao povo paulista como um todo.
Gostaria de
cumprimentar também a todos os deputados que foram reeleitos, e aos eleitos.
Sejam bem-vindos. E também de me solidarizar por aqueles que não conseguiram se
reeleger. São deputados valorosos, trabalhadores que fizeram um bom mandato,
mas que, infelizmente, não se reelegeram. As eleições são assim, acontecem surpresas.
Disputamos uma eleição com a possibilidade de ganhar, mas também de perder, e,
infelizmente, muitos deputados que aqui fizeram um bom mandato não conseguiram
voltar, tanto da minha bancada, do Partido dos Trabalhadores, como de todas as
bancadas. Então, fica aqui minha solidariedade. A vida continua.
Sr.
Presidente, acho que no estado de São Paulo e no Brasil - e a democracia é boa
por conta disso -, há dois projetos nacionais sendo disputados nesse segundo
turno. O projeto do PT, do PCdoB e do PROS,
representado pelo candidato a presidente, ex-ministro e ex-prefeito de São
Paulo Fernando Haddad; e outro projeto, representado pelo Bolsonaro.
Eu não tenho dúvida
nenhuma de que o melhor projeto para o povo do Brasil é o de Fernando Haddad,
uma pessoa que já é experimentada, um professor universitário, um homem que
foi, sem dúvida nenhuma, o melhor ministro da Educação de todos os tempos no
Brasil, respeitando outros ministros. E foi um bom prefeito da cidade de São
Paulo, um prefeito que teve lado, que governou para quem mais precisa; fez um
governo moderno, com uma visão futurista de cidade, do mundo moderno. Isso foi
reconhecido no Brasil, ganhando diversos prêmios, inclusive internacionais.
Quanto ao outro
projeto, temos certeza de que não é democrático, mesmo porque ele já
demonstrou, em toda a sua carreira - e não é pouco tempo, são 28 anos de vida
parlamentar em Brasília - e em diversas ocasiões, que democracia não é o seu forte,
muito pelo contrário. Em 28 anos de mandato parlamentar, ele não apresentou
nada de bom para o povo brasileiro. Você não consegue localizar um projeto
sequer, em 28 anos de mandato, que beneficie a população brasileira. Nada. Uma
pessoa que não tem nada para mostrar. No seu plano de governo, agora, a gente
não consegue ver um item que apresente algo à sociedade, diferentemente de
Fernando Haddad, que tem um plano de governo, tem clareza naquilo que fala e
naquilo que apresenta para a sociedade.
Tanto é verdade que Bolsonaro não discute com a sociedade, comunica-se através
das redes sociais, não quer participar dos debates, está fugindo. O que um
candidato desse tem para oferecer ao Brasil, ao povo
brasileiro? É um candidato que está disputando, mas não tem o que apresentar,
por isso não se apresenta, não discute, não dá entrevista a
não ser quando só ele pode falar, quando não é questionado.
Então, essa é a
situação que nós temos no Brasil, de dois candidatos totalmente opostos, mas em
que um se apresenta e tem serviço prestado para o povo brasileiro, para a
capital de São Paulo e no mundo acadêmico. O outro foge dos debates, se esconde
e quer ganhar as eleições - mas não vai ganhar - sem saber o que vai fazer com
o Brasil, sem nenhum projeto em vista para o País.
Então, o povo
brasileiro tem uma grande oportunidade, tem mais 10 ou 12 dias para que isso
fique claro para a população brasileira e que a gente possa escolher o melhor.
E o melhor, com certeza absoluta, é Fernando Haddad - 13. Era isso, Sr. Presidente.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr.
Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O
pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra a nobre deputada Márcia Lula Lia pelo Art. 82, pela
liderança da Minoria.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PELO ART. 82 - Muito
boa tarde a todos. Quero cumprimentar as pessoas que nos assistem e os
deputados que se encontram em plenário. E, de forma muito carinhosa e especial,
cumprimentar a todas as pessoas que acreditaram no trabalho que fizemos durante
quase quatro anos pelo estado de São Paulo e que nos reconduziram a esta
Assembleia Legislativa.
Foi um processo
eleitoral deveras difícil. A gente teve uma renovação muito grande na Casa. Mas
eu reforço o que foi dito pelo deputado Enio Tatto,
que os companheiros que deixarão esta Casa nos próximos meses cumpriram o seu
dever com toda a condição e a capacidade que lhes era peculiar. Mas, entenderam
os nossos eleitores de fazer a renovação.
Nós só queremos
agradecer a todos aqueles que estiveram nesse difícil processo conosco, os
nossos amigos, os nossos companheiros, as pessoas que nos ajudaram,
toda a equipe que nos ajudou, porque foi realmente um processo extremamente
difícil. Quero então deixar o meu muito obrigada a
todos que estiveram nessa jornada conosco.
Como sabemos, estamos
diante de um problema muito sério no País, que é a decisão de qual é o projeto
que nós pretendemos, qual é o projeto de nação que nós queremos para os nossos
filhos, para os nossos netos, e para as pessoas que amamos.
Com muita
tranquilidade, quero dizer que estou muito preocupada com o que está se
configurando no País, porque as pessoas estão sendo assassinadas. As pessoas
estão sendo machucadas, as pessoas estão sofrendo lesões corporais, as pessoas estão sendo vilipendiadas por conta da possibilidade de
termos uma sociedade fascista, uma sociedade nazista, uma sociedade racista,
machista, que tem por prerrogativa das pessoas que estão nesse projeto a
violência, o ódio, a discriminação, a perseguição.
Nós queremos e
acreditamos num outro projeto, um projeto que pretende uma nação da paz, uma
nação do diálogo, uma nação que converse com as pessoas, e que possamos
construir uma saída séria para a crise política, para a crise institucional,
para a crise que estamos vivendo no País.
Não podemos, por conta
de dizer que queremos mudança, mudar para pior, porque Jair Bolsonaro,
na nossa opinião, significa o pior. Significa
trocarmos o Michel Temer, que está ruim demais, por alguém que será ainda pior.
Essa mudança não nos
interessa. Não podemos aceitar a forma violenta como as pessoas têm sido
tratadas - as minorias do País. Nós queremos conversar com vocês, conversar com
os religiosos, com aqueles que professam a fé em Jesus Cristo, aqueles que são
da igreja católica, aqueles que são das igrejas protestantes, aqueles que são
das igrejas evangélicas, para que possamos olhar, porque o que está sendo
pregado para as pessoas não é, nunca foi e nunca serão
os ensinamentos da Bíblia. Nunca serão os ensinamentos que nós, pela vida
inteira, nós, que somos cristãos, temos acompanhado e lido na Bíblia e nos
livros religiosos.
Não podemos aceitar a
violência como sendo uma forma de resolver problemas na nossa sociedade. Nossa
sociedade tem uma democracia muito jovem, e precisamos, de fato, que as pessoas
olhem com muita atenção para o que significam esses dois projetos.
O candidato Fernando
Haddad tem todas as condições do diálogo, tem todas as condições de conduzir o
nosso País por um caminho, por uma forma de governar o País, onde o diálogo, a
educação, o amor, o respeito às pessoas sejam a linha de condução do País.
Não podemos aceitar que nossas crianças, ao invés de livros, sejam presenteadas com
armas, e que nossas crianças aprendam o que não interessa para nossa sociedade,
que é a violência, a discriminação, o ódio, que é a forma mais desumana
de conduzir uma nação.
Quero aproveitar este
momento para falar com as pessoas que estiveram conosco nessa caminhada, e com
as pessoas que nos assistem, para pedir que leiam, investiguem, prestem atenção
no currículo de cada um desses dois candidatos. Vejam a história de cada um
deles na política. Vejam a história de vida, de família, de cada um desses
candidatos para que possamos de fato escolher aquele que será
o timoneiro desta Nação, mas que vai conduzir a Nação da forma que o povo
brasileiro merece, não entregando as nossas riquezas, não acabando com os
direitos, mas dando mais direitos para o povo que realmente precisa e fazendo
com que consigamos melhorar ainda mais a vida das pessoas.
É para isso que
precisamos nos atentar nessas eleições. Dia 28, daqui a dez dias, vamos
escolher o nosso presidente da República e temos que saber escolher de forma
correta. A mudança simplesmente pelo fato de dizer que quer mudança não pode
ser aquilo que nos oriente. Temos que nos orientar pelo currículo das pessoas,
pela história de vida das pessoas, pelas propostas e pelo programa de governo
que estão sendo trazidos para a sociedade.
Eu gostaria de
agradecer mais uma vez a todos aqueles que confiaram no nosso trabalho e nos
permitiram a recondução a esta Assembleia Legislativa para um segundo mandato.
Que Deus abençoe a
todos e que tenhamos o discernimento necessário para conduzir essas eleições no
seu segundo turno. Muito obrigada.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças
presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre
as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão.
Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária
de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da
sessão de hoje.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 51 minutos.
* * *