23 DE OUTUBRO DE 2018
134ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CORONEL TELHADA
Informa que hoje, dia 23/10, comemora-se o Dia do Aviador.
Parabeniza os membros da Força Aérea Brasileira. Comunica sua participação em
evento comemorativo aos 100 anos da Associação de Auxílio Mútuo dos Oficiais da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, a MÚTUA, e também em evento em
homenagem aos 85 anos da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia
Militar. Relata a morte do policial militar cabo Mauro Jorge Guimarães Firmino,
de 35 anos, na zona norte do Rio de Janeiro, em serviço. Lamenta que neste anos 83 policiais militares tenham sido mortos no Rio
de Janeiro.
3 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Anuncia a visita do deputado eleito para a próxima
Legislatura, Sr. Antonio da Rocha Marmo Cezar.
4 - CARLOS GIANNAZI
Manifesta apoio ao padre Jaime, responsável por paróquia do
Jardim Ângela, e atuante em relação aos Direitos Humanos, que vem sendo
ameaçado por seus posicionamentos em defesa da população. Lamenta que o
candidato à Presidência Jair Bolsonaro instigue
perseguições utilizando discurso de ódio e intolerância. Pede que a Secretaria
de Segurança Pública tome providências em relação a este caso.
5 - GILMACI SANTOS
Apresenta vídeo de manifestantes se posicionando
contrariamente ao pastor Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de
Deus. Critica a divisão entre evangélicos e católicos. Manifesta-se
favoravelmente à eleição de João Doria para o Governo do Estado e de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
6 - MARCO VINHOLI
Considera que a equipe do governador Márcio França está
lançando fake news a fim de
denegrir a imagem do candidato ao governo, João Doria. Discorda das políticas
do governador Márcio França em relação ao funcionalismo público.
7 - ALENCAR LULA SANTANA
Informa que a bancada do PT fará oposição a qualquer governo
que se eleja no estado de São Paulo. Afirma, entretanto, que o candidato João
Doria apresenta posicionamento mais agressivo em relação à população carente.
Faz críticas ao atual prefeito de Guarulhos, Guti
Gustavo. Defende a extensão de linha férrea do Aeroporto de Guarulhos até a
região de Pimentas e Bonsucesso. Opõe-se à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
8 - MARCOS LULA MARTINS
Informa que esteve na Fundacentro
para discutir a adesão do Brasil ao tratado internacional de Minamata, que trata da redução do mercúrio no mundo.
Reflete sobre as consequências que a eleição do candidato Jair Bolsonaro poderá trazer em relação às políticas de
diminuição do uso de agrotóxicos, amianto, mercúrio e demais substâncias, já
que este candidato defende a extinção do Ministério do Meio Ambiente.
9 - CÁSSIO NAVARRO
Critica o governador Márcio França em
relação à proposta de orçamento enviada a esta Casa, pois entende que o
investimento para a região da Baixada Santista diminuiu. Apoia a candidatura de
João Doria ao governo estadual.
10 - JOÃO CARAMEZ
Reflete sobre as eleições ao Governo do Estado. Lembra que,
enquanto era membro do PSDB, não apoiou a candidatura de João Doria à
Prefeitura de São Paulo. Critica a ambição de João Doria à Presidência da
República, o que considera uma traição a Geraldo Alckmin.
11 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Anuncia a presença de Cibele Moura, deputada eleita do PSDB
em Alagoas.
12 - CARLOS GIANNAZI
Cita matéria no jornal a "Folha de S.Paulo"
a respeito da candidatura de João Doria ao governo estadual. Lê matéria em que
Anderson Pomini, ex-secretário municipal da Justiça
da gestão Doria, manifesta seu apoio ao candidato Márcio França. Faz críticas
ao caráter de João Doria enquanto homem público. Lembra que enquanto prefeito
de São Paulo, Doria tomou diversas medidas impopulares em prejuízo da população
mais pobre.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - FERNANDO CAPEZ
Para comunicação, solicita aos deputados que votem a PEC nº
02, que corrige a diferença salarial entre os oficiais e praças da Polícia
Militar. Exibe matéria do jornal "Folha de S.Paulo",
na qual o governador Márcio França promete reajuste aos servidores, se a
economia crescer. Discorre sobre a promessa do governador de dar aos policiais
militares o melhor salário do Brasil. Alerta a população para o desequilíbrio
fiscal e a falta de experiência de Márcio França.
14 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, afirma que a população brasileira está hoje
dividida entre a civilização e a barbárie, que é representada por Jair Bolsonaro. Diz que o mesmo representa o autoritarismo, o
nazismo, o fascismo, o estímulo à violência, o racismo e a truculência. Critica
as propostas de governo deste candidato para a Educação. Cita o ataque de Bolsonaro aos servidores e aos concursos públicos.
Considera que a eleição do candidato representa a volta às trevas. Afirma que
quer a cidadania e direitos sociais.
15 - FERNANDO CAPEZ
Pelo art. 82, comenta a realização de reunião entre o
governador Márcio França e os prefeitos do Estado. Faz alerta a respeito da
queda da arrecadação fiscal e do aumento das despesas, promovendo um possível
déficit de dez bilhões de reais. Afirma que, para que haja o reequilíbrio das
contas públicas, será necessário levantar os depósitos pertencentes àqueles que
estão ingressando na Justiça. Discorre sobre promessas do governador Márcio
França de reajustar o salário dos servidores, inclusive dos policiais militares,
desde que a economia cresça. Lembra que nos últimos 24 anos, o estado de São
Paulo manteve o seu equilíbrio fiscal.
16 - RAUL MARCELO
Para comunicação, lembra a todos que estamos próximos do
pleito eleitoral que decidirá o rumo do Brasil. Considera a campanha eleitoral
de Fernando Collor de Melo, em 1989, muito parecida com a de Jair Bolsonaro. Destaca a falta de propostas deste candidato
para a geração de empregos, o alto endividamento das famílias brasileiras e
para o combate à corrupção. Afirma que ele não resolverá os problemas
estruturais do Brasil. Critica a liberação de armas para a população. Destaca
que o Brasil pode voltar a tempos sombrios. Pediu que as pessoas se conscientizem antes do voto.
17 - RAUL MARCELO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
18 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 24/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – CORONEL TELHADA – PP - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Coronel
Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e assessores, todos que nos assistem
pela TV Assembleia, boa tarde.
Quero saudar, antes de tudo,
o nosso deputado eleito, deputado Cezar. Seja bem vindo a esta Casa, deputado.
É um prazer recebê-lo aqui e nos colocarmos à disposição. Que o senhor tenha
conosco, no próximo mandato, um mandato profícuo. Todo mundo adora essa
palavra. Que seja um mandato cheio de realizações. É um prazer recebê-lo,
Cezar.
Hoje é dia 23 de outubro.
Para quem não se lembra dos tempos de escola, hoje é o Dia do Aviador. Hoje é o
Dia da Força Aérea Brasileira. Completam-se 112 anos
que o “mais pesado que o ar” voou lá na França, nas mãos do então engenheiro
Alberto Santos Dumont.
Então, parabéns à nossa Força Aérea Brasileira. Estivemos hoje,
pela manhã, na Base Aérea de São Paulo, em um evento para a entrega da medalha
da Ordem do Mérito Aeronáutico. Estivemos na solenidade presidida pelo
brigadeiro Paulo João Cury, nosso comandante da Força Aérea em São Paulo.
Então, parabéns a todos os homens e mulheres da nossa Força Aérea Brasileira.
Parabéns pela missão que executaram ao longo desses anos e sucesso nas missões
vindouras.
Quero também dar ciência à Casa de que, na última sexta-feira, estive em um evento aqui em São Paulo em que foram
comemorados os 100 anos da Associação Mútua de Oficiais da Polícia Militar, da
qual faço parte. Ela foi criada no dia 9 de outubro de 1918. É uma associação
que completa 100 anos. Parabéns ao presidente, coronel Neves, aos diretores,
aos funcionários e a todos os que fazem a Mútua completar esse centenário.
Também no sábado, estive na Associação dos Subtenentes e Sargentos
da Polícia Militar do Estado de São Paulo, hoje presidida pelo subtenente Zanca, comemorando os 85 anos que foram completados no último sábado, os 85
anos de criação da Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar. O
subtenente Marco Antonio Zanca é o presidente.
Parabéns a ele, a toda a diretoria e a todos os funcionários da Associação de
Subtenentes e Sargentos.
Hoje, infelizmente, temos mais uma morte a lamentar aqui no Brasil,
mais uma morte de um policial militar, de um herói. Eu digo que é herói, pois
morreu combatendo o crime. Herói, pois sacrificou a sua vida em prol da
sociedade. Foi um policial militar do Rio de Janeiro, que morreu na manhã de
hoje, dia 23 de outubro. Foi morto em um tiroteio no Morro do Juramento, em
Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta
terça-feira, dia 23.
Segundo consta, as equipes foram ao local atender uma denúncia de
criminosos armados. Chegando à favela, os policiais foram recebidos a tiros.
Homens armados atiraram contra os policiais e, infelizmente, o cabo Mauro Jorge
Guimarães Firmino, de 35 anos, foi baleado no abdômen e não resistiu ao
ferimento, vindo a falecer. Um vagabundo, um criminoso, um safado morreu
também. Que raça que não vale nada, é incrível isso! Um bandido morreu também,
mas, infelizmente, esse policial militar de 35 anos perdeu a sua vida combatendo
o crime no estado do Rio de Janeiro.
A polícia deles consegue ganhar menos do que a nossa. A nossa
polícia já ganha uma porcaria de salário, mas o do Rio consegue ser pior. É um
absurdo. E olha que nós ganhamos mal, hein? Eles conseguem ganhar menos do que
nós. Então, infelizmente, no Rio de Janeiro, o cabo Mauro Jorge Guimarães
Firmino, de 35 anos, faleceu.
Com a morte do cabo Firmino, este ano, são
83 policiais militares mortos só no Rio de Janeiro. São 83 policiais militares
mortos. Esse é o absurdo que está o nosso estado brasileiro. Precisamos mudar
isso urgentemente. O cabo Mauro Firmino trabalhava no 41º Batalhão de Polícia
Militar no Irajá e estava na corporação há nove anos.
Temos esperanças de que, no próximo domingo, com a eleição do novo presidente,
tenhamos um Brasil melhor, pois não dá para continuar do jeito que está. Não
podemos continuar com essa criminalidade desenfreada, com a corrupção, com
todos os desmandos que acontecem no Brasil. Com certeza, no domingo, com a
eleição do presidente Bolsonaro, teremos
um Brasil muito melhor.
Sr.
Presidente, muito obrigado. Solicito de V. Exa. que minhas palavras sejam encaminhadas ao comandante-geral
da polícia do Rio de Janeiro, mandando nossas condolências pelo falecimento do
cabo Mauro Firmino, e também ao subtenente Zanca, da
Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar, bem como ao coronel
Neves, da Associação Mútua da Polícia Militar.
Finalmente, solicito que nossas palavras sejam encaminhadas ao Sr. Tenente Brigadeiro Paulo João Cury, comandante do Comgap, ou seja, comandante da Força Aérea aqui em São
Paulo, parabenizando, em nome da Assembleia Legislativa, toda Força Aérea pelo
dia 23 de outubro, Dia do Aviador.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar
a visita do deputado eleito para o próximo mandato, do PSDB, Antonio da Rocha Marmo Cezar. Desejamos todo sucesso nesta Casa. Seja
bem-vindo.
Tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público presente, telespectador da TV Assembleia que está assistindo agora na
Capital, na Grande São Paulo, na Baixada Santista e no interior paulista,
primeiro, eu quero manifestar o meu total apoio e solidariedade ao padre Jaime,
responsável pela Paróquia Santos Mártires, no Jardim Ângela. O padre tem feito
um trabalho muito importante no combate à violência e na conscientização da
população de toda aquela região. O seu trabalho é conhecido por todos nós, por
todos os militantes das causas sociais, da cidadania, dos direitos humanos.
O padre Jaime está
sendo ameaçado nessa onda de estímulo à violência política no Brasil,
patrocinada pelo candidato Bolsonaro, que tem os seus
seguidores. Ele está sendo perseguido e ameaçado pelas redes sociais, por
telefone, enfim, porque se posiciona politicamente em defesa do povo e da
população. O padre Jaime sempre entendeu o cristianismo como combate também às
desigualdades econômicas e sociais. Para ele e para nós o cristianismo tem que
estar engajado nas lutas em defesa da cidadania da nossa população. É por isso
que ele está sendo ameaçado, sobretudo por pessoas covardes que atacam pelas
redes sociais, justamente porque ele toma partido, não necessariamente um
partido político, mas o partido do povo.
Tem a ver com a
teologia da libertação, com os movimentos fé e política, com o engajamento do
cristão nas lutas sociais. Ou seja, por ele defender uma igreja engajada no
combate a essas desigualdades sociais e econômicas é que está sendo perseguido,
e por ele não ficar numa suposta neutralidade política. Ele tem lado, e o lado
do padre Jaime é o do povo brasileiro, do povo da sua paróquia, do
cristianismo, da justiça, da solidariedade. Esse é o lado do padre Jaime, e
então é inconcebível que ele esteja sendo atacado covardemente, e ameaçado
pelas redes sociais.
Se o clima já é esse de
perseguição, de terror e de medo que está sendo implantado pela propaganda
terrorista do Bolsonaro, fico imaginando quando ele
for eleito. Tomara que não. Aí o Brasil entra nas trevas da Idade Média. Fico
imaginando o pós-processo eleitoral. Se agora as pessoas já são ameaçadas, se Bolsonaro já estimula intolerância contra os diferentes,
contra a oposição, fico imaginando se ele for presidente. Repito, tomara que
não. Estamos fazendo de tudo para que ele não seja eleito, porque o Brasil vai
retroceder 100 anos.
Quero aproveitar esse
momento para manifestar a nossa solidariedade e o apoio total ao padre Jaime. O
trabalho dele é fundamental para a construção da cidadania, na defesa dos
direitos humanos. Ele defende um cristianismo engajado nas lutas sociais, na
luta da população, sobretudo na luta dos mais pobres, dos mais carentes, que
são marginalizados e não têm acesso a uma educação pública de qualidade, não
têm acesso à saúde, à assistência, à segurança, aos equipamentos de cultura.
Esse é o padre Jaime
que nós defendemos. Para ele, não há neutralidade. Como dizia Paulo Freire, não
há neutralidade na educação, e não pode haver também neutralidade na igreja. A
igreja tem que se posicionar sempre em defesa do povo - e do povo mais pobre,
contra esse terrorismo, esse clima de ódio, de intolerância, de estímulo à
violência política no Brasil. Então, toda a solidariedade, todo o nosso apoio
ao padre Jaime, que, repito, está sendo ameaçado. Aproveito, também, Sr. Presidente, para exigir providências imediatas da
Secretaria da Segurança Pública, para que a segurança do padre Jaime seja
preservada pelo estado.
Eu solicito que cópias
do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao secretário de Segurança Pública
para que haja uma investigação em relação a essas ameaças sofridas pelo padre
Jaime, da Paróquia Santos Mártires, do Jardim Ângela. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Nobre
deputado, seu pedido é regimental e será prontamente encaminhado.
Tem a palavra o nobre
deputado Gilmaci Santos.
O
SR. GILMACI SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que
nos assiste, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, senhoras e
senhores.
Antes de iniciar minha
fala propriamente dita, gostaria de exibir um vídeo.
* * *
- É feita a exibição de
vídeo.
* * *
Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, esse evento aconteceu no sábado passado. Algumas pessoas faziam ato
em prol do presidenciável Fernando Haddad, na Avenida Paulista - os
manifestantes da esquerda. Dizem que estava ali o pessoal do PT, do PSOL e de
outros partidos de esquerda. Eles desceram pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio
rumo à Praça da Sé. Nós temos uma Igreja Universal do Reino de Deus na Avenida
Brigadeiro Luís Antônio, no 1.401. E, exatamente em frente à igreja,
eles começaram a fazer essa manifestação, mais uma vez ofendendo, xingando e
ameaçando o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo. Ao final,
não contentes, eles foram até lá e picharam as paredes da igreja dizendo “ele
não”.
Isso mostra realmente o
perigo, o ódio dessas pessoas em relação aos cristãos, aos evangélicos.
Preocupa-nos muito se uma esquerda odiosa como essa vier a ganhar a eleição no
Brasil. Muito se fala do ódio que Bolsonaro tem
disseminado. Não é verdade. Ódio é isto: as pessoas passarem em frente a uma
igreja - que estava fechada, não havia ninguém naquele momento - e começarem a
gritar palavras de ordem, ofender e até ameaçar. Se vocês ouviram, algum deles
diz: “o seu destino está traçado”. Isso é ameaça. Se isso não for ameaça, eu
não sei o que é.
Então, isso tem
mostrado o ódio que as pessoas estão tendo em relação às igrejas evangélicas,
especialmente à minha - Igreja Universal do Reino de Deus. Isso partiu da
responsabilidade do candidato Fernando Haddad naquela entrevista que ele deu à
imprensa no dia 12 de outubro, onde também ali ele já ofendeu e incitou não
indiretamente, mas diretamente o ódio das pessoas, tentando fazer claramente
aquela divisão entre católico e evangélico e especialmente a Igreja Universal e
a pessoa do bispo Edir Macedo. Isso muito nos preocupa,
a esquerda assumir o nosso País, e também não fica atrás no nosso estado,
porque a esquerda sempre vai ser a mesma coisa.
Por
isso que nós estamos aqui lutando, vamos continuar trabalhando. Lá na porta, nas
paredes da Igreja Universal escreveram: “ele não”. Nós estamos aqui para dizer:
“ele sim”, “Bolsonaro sim dia 28”, e também estamos
aqui trabalhando. Vamos lutar para que possamos eleger o nosso governador João
Doria também para o estado de São Paulo.
Tenho
certeza que vai ser o melhor, vai continuar fazendo com que o
nosso estado cresça, gere emprego, renda e venha cuidar melhor das pessoas e
não disseminar esse tipo de ódio e separação entre evangélicos, entre católicos
e principalmente essa perseguição que nós estamos percebendo que as pessoas
estão tentando fazer em cima dos evangélicos, especialmente em cima das pessoas
da Igreja Universal do Reino de Deus, especialmente a pessoa do bispo Edir
Macedo, apenas e tão somente porque ele declarou que votaria no
Bolsonaro.
Já
gerou um ódio, já gerou esse rancor e essa tentativa de todas as formas de
prejudicá-lo, mas não se vai conseguir. Nós estamos aqui para defender. Sempre
que isso acontecer, vamos estar nesta tribuna denunciando e dizendo “o perigo
está aí, prova viva que o perigo está aí das pessoas perseguindo e disseminando
ódio entre as pessoas”.
Nós
estamos aqui não para defender a igreja, mas defender as pessoas de bem de uma
forma geral contra essa esquerda maluca - desculpe falar assim - que está
tentando, de todas as formas - desesperada porque já
sabe que a eleição está perdida -, tentando virar no ódio, enfim, com palavras
baixas, tentando fazer algo que não é correto para o nosso estado. Estamos aqui
para dizer: “ele sim, Bolsonaro e Doria para o bem do nosso estado, para o bem
do nosso País”. Que Deus abençoe a todos.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi.
O SR. MARCO VINHOLI -
PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, a todas.
Mais uma tarde ocupando a nossa tribuna, cumprimentando o nosso presidente, Dr.
Ulysses. Querido presidente, deputado Cezinha de
Madureira presente também, nobre colega deputado Coronel
Telhada, deputado Gilmaci Santos, deputado Marcos
Martins, deputado Carlos Giannazi e o nosso deputado Cezar também,
companheiro, grande vitória nas urnas e está presente já na Assembleia,
acompanhando o andamento dos nossos trabalhos.
Primeiro,
quero dizer que eu abro todo dia nesse segundo turno falando um pouco das “fake
news” que têm ocorrido nessas eleições, mas hoje em especial eu queria falar
com vocês do estágio em que está se encontrando essa eleição. Eu pessoalmente
me sinto em Cuba nesse momento.
Sou
um deputado de oposição ao governador Márcio França. Aponto aquilo de forma
honrada, de forma séria, o que encontro de errado no Governo. Mas o que
observamos é que a estratégia do governador Márcio França é de tentar calar a
sua oposição, de tentar diariamente criar “fake news” para tentar ganhar a
eleição com montagens, através das estratégias mais mirabolantes possíveis,
típicas de um regime como tem lá em Cuba, como tem na Venezuela.
As
estratégias - e daí eu peço desculpa para o PSOL e para o PT que estão aqui: eu
o vinculava ao PSOL e ao PT ontem. O deputado Giannazi declarou um voto crítico
ao governador Márcio França, mas hoje eu peço desculpas. Vocês não têm o mesmo
tipo de política que ele tem feito nos últimos dias. Na tarde de ontem,
recebemos uma montagem vinda de servidores da Secretaria de Educação do estado
de São Paulo, pagos com o seu dinheiro, para ficar espalhando fake news sobre a oposição nas
eleições.
Queria
pedir que colocassem, por favor, na tela. Está aí o grupo, está ali um rapaz
chamado Jorge, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Criou uma
montagem e soltou na internet. Ontem esse estágio de fake
news avançou. Os militantes do PSB como um todo
soltando. Velhas fake news.
Fomos lá, evidente, boletim de ocorrência. Normal, notícia-crime, injúria e
difamação.
A
cada hora o Márcio França e a sua equipe estão enviando uma nova fake news para a internet. Esse
foi pessoalmente comigo. A cada dia uma nova fake news. Hoje tem um videozinho. O pessoal que está aqui já
deve estar acompanhando o que está rolando nas redes, o estágio em que chegou a
eleição no estado de São Paulo, querido Cássio Navarro. Quero cumprimentar
também o deputado João Caramez. É isso, a tentativa
final, nos últimos dias, de tentar amassar a oposição, de tentar apertar com fake news, de pegar a população
do estado de São Paulo com as mais mirabolantes estratégias para tentar ganhar
as eleições.
Por
outro lado, o funcionalismo público recebe uma notícia. Se até ontem os
aumentos eram de, no mínimo, 25%, reajustando as perdas que a
Polícia Militar e outros segmentos tiveram esses anos todos, agora, na “Folha
de S.Paulo”, a gente vê que “se acaso houver
um crescimento econômico no estado de São Paulo e no País nós iremos pensar no
aumento”. Acho que mudou um pouquinho a conversa. Atenção, funcionário público.
Eu tenho alertado e hoje alerto mais uma vez. Leia a “Folha de S.Paulo” de hoje e dê uma pensada. Avalie o que você vai
fazer no domingo.
Eu
queria, por fim, dizer para vocês que, pessoalmente, eu, um jovem deputado de
oposição, aqui trazendo minhas opiniões, opiniões dos meus eleitores, opiniões
daqueles com quem eu convivo, para este Parlamento, fazendo críticas, mas
sempre de forma dentro da normalidade, dentro da coerência, hoje eu me sinto em
Cuba. Queria deixar aqui ao nosso governador Márcio França: se ele pretende
transformar o estado de São Paulo em Cuba, que possa pensar novamente. O estado
de São Paulo não será Cuba. Não seremos esmagados por fake
news e mentiras, dia e noite plantadas para ganhar
eleição. Não seremos. Aqui em São Paulo, não.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Alencar Lula Santana.
O SR. ALENCAR LULA
SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Colegas deputados, presidente, quero hoje falar sobre
eleição para governador do estado. Não podia me omitir, afinal de contas
estamos em dias decisivos da eleição nacional e também da eleição estadual.
Em
qualquer cenário, nós só temos duas opções. Temos que ter claro isso. Por mais
que, por ventura, não gostemos de “A” ou de “B”, ou não gostemos de ambos, nós
temos que tomar uma posição diante de um cenário colocado. No estado de São
Paulo, temos que ser claros: o PT será oposição a qualquer um dos governos,
seja Doria, seja Márcio França. A bancada do PT foi oposição todo esse tempo
aqui na Assembleia Legislativa. Estou aqui há oito anos e fizemos inúmeras
denúncias, seja na questão de trens, do Rodoanel, do Metrô, CPI da Merenda,
dentre outras. A bancada sempre se posicionou firmemente contrária a esse
Governo, demonstrando os problemas que há na política: o descaso com a
Educação, problemas na Saúde, na mobilidade urbana, na Segurança Pública. A
nossa bancada nunca se omitiu e sempre defendemos o nosso projeto petista,
fazendo contraponto também com propostas. E somos também oposição ao atual
governador, que é uma continuidade do Governo Alckmin; não tem diferença
nenhuma, nenhuma. Aliás, ele fala que é a continuidade do governador Geraldo
Alckmin. Então, nós temos duas continuidades, uma pelo PSDB e outra pelo PSB,
que defendem esse modelo que não tem resolvido o problema político do nosso
povo.
Mas,
nós temos que decidir entre um e outro. E nesse sentido que quero vir aqui
externar minha posição - faço questão também de registrar na nossa página ao
vivo pelo facebook - porque, entre um e outro, tem um que é bem pior. Tem um
que, de fato, não merece qualquer respeito pelo povo, porque ele exala, também,
ódio, da mesma maneira que o candidato nacional do outro lado; ele não gosta de
pobre, ele maltrata morador de rua e é um mentiroso contumaz da mesma maneira
que o candidato dele a presidente que também só mente. Está ganhando a eleição
com base na mentira, está ganhando a eleição com base no ódio, está ganhando a
eleição com base no preconceito. Aliás, dizendo que vai fechar instituições e
que vai mandar matar e que vai prender seus opositores. Onde já se viu isso?
Ele não vai aceitar, talvez, que alguém esteja nesta tribuna se manifestando.
Deputado
João Caramez, lá em Guarulhos nós somos oposição ao governo do PSB local, que é
uma imitação do Doria, que é uma imitação do Bolsonaro, que também exala ódio e
preconceito contra outros. Um governo que ganhou dizendo que era anti-PT, aliás, vários governos municipais, como o da
Capital, que ganhou dizendo que era anti-PT, como São Bernardo e outros assim
disseram. E o que fizeram de bom para o povo? Nada. Literalmente nada. E o
povo, hoje, está percebendo isso no município.
Então,
senhoras e senhores, tomem cuidado para também não cair nesse engodo, a nível
nacional, de achar “sou contra um partido, voto ali” achando que o outro é a
solução, e quando vê o monstro é pior, quando vê o monstro assusta mais e não
resolve os problemas reais. E o governador atual, até o momento, não trouxe
nada, literalmente nada de bom para Guarulhos. Pelo contrário: está indo lá
tomar o Saae. E nós vamos entrar com uma ação popular contra isso, porque a
maneira como foi feita, à véspera da eleição, rapidamente, em menos de uma
semana aprovar a concessão do Saae para a Sabesp sem zerar a dívida - importante
dizer, morador de Guarulhos, sem zerar a dívida. Ele não fez nada. Não
apresentou, ainda, uma política pública efetiva para o estado de São Paulo,
para demonstrar que é algo diferente. Mas, independente disso quero aqui
registrar a nossa posição. O tempo está acabando aqui, mas vamos continuar
conversando daqui a pouco na página. Teve algo que ele falou que nos interessa
muito na nossa cidade. Os deputados que estão aqui e acompanharam os nossos
pronunciamentos em outros momentos sabem que nós sempre defendemos a extensão
da linha do trem do aeroporto até a região de Pimentas Bonsucesso - todos aqui
são testemunhas disso - porque não adianta levar até o aeroporto.
Aliás,
o funcionamento atual está demonstrando que nós tínhamos razão. E fico feliz que
o governador, mesmo sem conhecer o Pimenta Bonsucesso,
disse que vai prolongar o trem, atendendo os nossos pedidos, nossas
reivindicações aqui na Assembleia Legislativa. Quero ver se os deputados, que
são base dele atualmente, vão assinar a nossa emenda ao Orçamento. Não adianta
dizer, e não estar na peça orçamentária, que vai contratar o projeto, e há
emenda nossa nesse sentido. Queremos ver se vão apoiar para, efetivamente,
cumprir o que ele fala.
Senhoras
e senhores, entre as duas opções colocadas, entre o Doria, de um lado, esse que
manifesta o ódio, da mesma maneira que o seu candidato nacional, aquele que mente, que usa a força, a agressão e a violência, e o Márcio
França, que também é continuidade do Alckmin, e que nós vamos ser oposição,
salvo se algum deles mudar de rota e de governo, e aí podemos ter diálogo, nós
vamos optar pelo Márcio França e votar nele. Quero pedir que mais pessoas possam votar no Márcio França para governador.
Essa
é a saída que nós temos diante do horror aqui para o estado de São Paulo. Quero fazer a
reflexão. Falei há pouco que nós somos oposição a
qualquer um dos dois. Tivemos problemas seríssimos aqui na Assembleia com os
dois governos, o governo municipal do Doria, e o governo em que o Márcio era o
vice e quer continuar. Foram diversas denúncias e oposições frontais aos seus
posicionamentos. O Márcio nunca condenou o golpe, nunca condenou as medidas do governo Temer, tem feito uma propaganda equivocada sobre
o PT e pode pagar caro por isso.
No
entanto, não é porque somos oposição que vamos deixar esse elemento menor
contaminar uma decisão maior, porque o que está em jogo é o estado de São Paulo. Espero também que as
pessoas reflitam isso sobre o governo federal. Há muita gente chateada com a
política e jogando essa chateação toda para nós do PT. Iríamos ganhar, no
primeiro turno, se o nosso candidato Lula estivesse nas urnas. Tiraram ele para não ganharmos a eleição.
De
repente, o ódio voltou, mas quero dialogar com você, dizendo o seguinte: não
deixe o ódio o cegar neste momento, não deixe o ódio impedir o seu raciocínio e
a sua reflexão, porque o que está em jogo é maior. O ódio é um sentimento, pode
passar. É verdade que ele é poderoso, mas pode passar. Daqui a pouco, você pode
perceber que o seu arrependimento será maior, como foi o arrependimento nas
eleições de 2016, em que muita gente votou pelo ódio e se arrependeu. Não deixe
novamente isso acontecer.
Nós
também temos duas opções em âmbito federal: ou a barbárie ou a civilização, ou
um professor ou uma pessoa que acha que a violência resolve,
é a maior, que não topa o diálogo e a reflexão, uma pessoa que acha que a ordem
dele é soberana, que não vai respeitar as instituições, como anda
dizendo. Se não respeita antes, o que será depois, se ele ganhar?
Pense
bem sobre isso. Aos deputados que se omitirem na política, tomem cuidado. Muita
gente usou aquela onda de 2015 e 2016 a seu favor e pagou caro nas urnas. Os
covardes pagaram caro, os que não fizeram política e se omitiram pagaram caro.
Tome cuidado. Há uma nova chance para que isso seja feito hoje. Posicione-se. A
minha opção aqui é Márcio França e Haddad para presidente.
Tenho
certeza de que, com Haddad, nós teremos um país muito mais justo, igual, fraterno,
humanitário e de política de inclusão, ao mesmo tempo que
garante o desenvolvimento. Aqui em São Paulo, teremos um estado menos odioso do que,
se porventura, seria o Governo do Estado na mão do Doria. Então, é 40 no estado
e 13 para presidente.
Espero
que os demais colegas assim também se manifestem. Peço o seu apoio e o seu
voto.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Marcos
Martins.
O SR. MARCOS
LULA MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público
aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, hoje estive, pela manhã, na
Fundacentro para discutir o contrato ou o tratado de Minamata que o Brasil
assinou, que é justamente a redução do mercúrio no mundo. E o Brasil é
signatário.
Então,
a discussão, hoje, na Fundacentro, era justamente
sobre isso. Com técnicos, sobre como seria realizada a redução do mercúrio para
cumprir um tratado internacional. Que coisa importante. E lá estava eu, com os
contaminados pelo mercúrio, com o Juvenildo, que é da
Associação dos Contaminados pelo Mercúrio. Também estavam presentes os
contaminados pelo amianto, vítimas desse desmonte. Não houve controle da
utilização desse produto, que contaminou e continua contaminando.
Fico,
então, pensando se a ditadura se estabelecer - porque é isso que está colocado
-, acabando com o Ministério do Meio Ambiente, deixando o Ministério da
Agricultura tomar conta dos dois ministérios, o que acontecerá com o controle
da saúde da população? E com o controle do meio ambiente? Com essa cabeça de se
liberar o uso do agrotóxico.
Imaginem
os anos de luta contra amianto, agrotóxicos e mercúrio. O benzeno, todos se lembram bem. Quantas lutas e quantas pessoas contaminadas.
Imaginem se esse ódio perdurar, prevalecer, as consequências que o povo
brasileiro vai sofrer.
Isso
além do desemprego e da violência que campeiam pelo Brasil inteiro. Bastam se
lembrar daquela moça, no Rio Grande do Sul. Escreveram
com um canivete, na barriga da mulher, o emblema do Hitler. Na barriga da
mulher, de canivete, cortando a barriga. O ódio.
Na
Bahia, o jovem capoeirista declarou voto no Haddad. Bastou isso para uma ofensa
e para receber 11 facadas pelas costas. Isso é reflexo da mesma violência que é
transmitida pelas “fake news”.
E o chefe da violência quer ser presidente do Brasil. Aqui, em São Paulo, temos
o assessor, imitando, da mesma forma.
O
PSDB já cometeu alguns erros. Todo mundo comete erros, um deles foi aqui em São Paulo. Imaginaram que acusando o PT, que
batendo no PT, iam criar espaço para chegar à Presidência da República. O
resultado foi que deixaram o caminho limpo para a ditadura e o ódio
prosperarem. A ameaça foi maior, inclusive com o PSDB, inclusive com entidades
e movimentos que vão sentir na pele o que é o aumento do autoritarismo em nosso
País.
Informo
que, no domingo eu estarei com Haddad e vou no votar no 40.
Nós não somos do 40, mas nós somos em defesa da
liberdade e da democracia. Esse é o caminho, não é apenas o ódio, mas é a
razão. Muito obrigado.
O PRESIDENTE - DOUTOR
ULYSSES - PV - Tem
a palavra o nobre deputado Cássio Navarro.
O SR. CÁSSIO NAVARRO -
PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, público que acompanha a TV Alesp, funcionários que acompanham aqui em plenário,
assessoria. Gostaria de iniciar minha fala dizendo que vejo uma discussão
bastante acalorada sobre a questão política do nosso estado, seja na questão de
governador, seja na intervenção para a presidência da República.
Antes
de entrar nessa discussão, eu queria falar sobre algo que me preocupa. Quando
tive meus dois mandatos de deputado estadual, representando os municípios do
estado de São Paulo, mais especialmente a Baixada Santista, pude constatar aqui
algumas informações que tenho que deixar bem claras e levar ao público, afinal
eu conheço isso bem. Quando fui vereador no município de Praia Grande, o atual
governador interino era prefeito da cidade vizinha. Conheço um pouco seu modus operandi e como vem
tratando a gestão do estado, sobre o que eu discordo completamente.
Isso
não é uma questão pessoal, mas passarei alguns números para vocês entenderem.
Como sempre estive focado bastante na questão da peça orçamentária que o
governo manda para a Assembleia Legislativa, chamou-me a atenção que no último
dia 28 de setembro o governador interino mandou a esta Casa de Leis o
orçamento. Muito me interessa a área de investimento, e pasmem,
o investimento destacado para a região da Baixada Santista veio no orçamento de
investimento do estado como 1,19 por cento.
Eu
olho esse número e tento comparar, porque, por mais que eu tenha tido algumas
divergências e algumas cobranças com o ex-governador, sei que ele fez um grande
trabalho aqui no nosso estado. Eu discutia que o orçamento de investimento do
estado reservado à região da Baixada Santista de 2011 a 2018 ficou em 1,88%, ou
seja, o governador interino conseguiu fazer pior do que estava sendo feito para
a Baixada Santista, baixando de 1,88 para 1,19.
Lá
na minha região, muitas pessoas dizem que o governador é o candidato ao Governo
do Estado da região. Que região é essa de que ele diz ser representante? Ele
diz ser fruto dessa região e trata com esse respeito, diminuindo ainda mais o
orçamento. Vale lembrar que, quando coloca esse valor baixo, não pode tomá-lo
simplesmente como base de cálculo sem comparar com a população.
E, com a população, eu
posso dizer bem que a Baixada Santista representa 4,06% da população do estado
de São Paulo. Neste passado ainda recente, eram considerados mais de 4% da
população, e a necessidade de apenas 1,88% era a minha grande cobrança.
Mas, aceitar que seja
rebaixado ainda mais, para 1,19, isso me incomoda muito porque nem sempre a
população conhece e sabe dessa realidade; muitas vezes, por mentiras colocadas
em plano de governo e em propagandas eleitorais para que possam enganar a
população.
Por isso, não tenho
problema algum em dizer, depois de mostrar esses números, que sou, sim,
apoiador e favorável a uma mudança, uma renovação na política.
Essa renovação, hoje,
precisa acontecer por meio de um programa sério, que vem sendo apresentado pelo João Doria, uma pessoa que eu respeito e
acredito que vai respeitar os municípios; e não essa sequência de falsas
informações e mentiras, que conheço há longo tempo.
Sem dúvida alguma,
tirando a possibilidade de que no governo federal possamos ter uma continuidade
de trabalhos irregulares para o nosso país. É por isso que também estou com Bolsonaro.
Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV
- Tem a palavra o nobre deputado João Caramez.
O
SR. JOÃO CARAMEZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectador da TV Alesp, visitantes, funcionários
desta Casa, venho a esta tribuna para dar continuidade aos assuntos dos
deputados que me antecederam.
Fiquei observando
atentamente aqueles que me antecederam. Eles não falaram outra coisa a não ser
sobre a sucessão do nosso Governo do Estado de São Paulo. Não serei exceção à
regra; continuarei discutindo o mesmo assunto porque considero importante,
acima de tudo.
Estamos a cinco dias
das eleições onde temos que tomar uma decisão. Ou você fica do lado da verdade,
ou você fica do lado da mentira. O lado da verdade é o lado do Márcio França; o
lado da mentira é o lado do João Doria.
Falo isso com
convicção. Olha, falo isso com toda a certeza. Porque não temos visto outra
coisa a não ser as mentiras do João Doria. Ele nunca
me fez nada, particularmente.
Mas eu não acredito nem
confio nele, razão pela qual não concordei com a indicação do nosso governador
Geraldo Alckmin naquela oportunidade, quando ele indicou sumariamente o João
Doria como prefeito de São Paulo.
Na oportunidade eu
estava trabalhando como subsecretário da Casa Civil e fui o único do Palácio do
Governo que não apoiou o João Doria. Eu apoiei o Andrea
Matarazzo, que era, naquela oportunidade, o candidato do nosso partido,
era o homem que tinha construído a sua candidatura durante toda a sua
trajetória.
Mas, numa decisão
unilateral do nosso governador naquela oportunidade, as pessoas tiveram que
engolir o João Doria. Menos eu. Não engoli, razão pela
qual continuamos atentamente acompanhando as ações do partido - naquela
oportunidade - e, propriamente, do João Doria quando se candidatou a prefeito e
foi eleito.
Quando menos se
esperava, João Doria, traindo sua própria promessa, abandona São Paulo para se
candidatar a governador do estado de São Paulo. Mas, no fundo, no fundo, o que
ele queria mesmo era se candidatar a presidente da República, pegar o lugar do
Geraldo Alckmin. Porque foi um cidadão que construiu, ao longo da sua
trajetória, o direito de ser o candidato a presidente da República. E não era o
João Doria que, chegando outro dia no partido, iria tomar o lugar do Geraldo Alckmin.
Mas o João Doria conspirou, até o último momento, contra a candidatura do
Geraldo Alckmin a presidente da República.
Li a entrevista que o
prefeito de Santos, Paulo Barbosa, nosso colega, que foi deputado. Paulo
Barbosa, na entrevista, dizia o seguinte, Sr Presidente. Que, passados 90 dias
da eleição como prefeito de São Paulo, João Doria já o procurou para pedir o
seu apoio, porque estava se colocando como alternativa à candidatura a
presidente da República. Foi rechaçado. Foi enxotado, pelo Paulo Barbosa, da
prefeitura de Santos, diante de tanta besteira que ele foi colocar.
Como se isso não
bastasse, ao longo do processo pré-eleitoral, através de um amigo comum, fiquei
sabendo que um dos líderes do Centrão, três a quatro dias antes de fechar acordo
com Geraldo Alckmin, recebeu uma mensagem, pelo celular, do João Doria.
“Fulano, não feche nada com o Geraldo ainda, porque muita coisa pode
acontecer.” Covarde! É um covarde, injusto, hipócrita e mentiroso.
Por que fazer isso com
o seu padrinho? Por que fazer isso contra o Geraldo Alckmin que, contra tudo e
contra todos, o indicou como candidato a prefeito de
São Paulo? Isso não tem outro nome, a não ser traição! É isso que você mais
sabe fazer, João Doria! Trair os seus amigos, trair os seus companheiros. É um
homem que vive sozinho. É um homem que vive abandonado, sem nenhum amigo do seu
lado.
Nem a sua própria
família acompanha você nessa campanha política. Cadê a sua esposa, os seus
filhos, a sua família, que é a base de tudo? Enquanto
o Márcio França apresenta a sua esposa e os seus filhos para todos, o João
Doria esconde.
Quero, nesse momento,
para finalizar, mandar um recado para o candidato a presidente do João Doria, o
Jair Bolsonaro. Jair, cuidado. Cuidado porque quem trai uma vez trai sempre.
Eleger Márcio França governador do estado de São Paulo significa o quê? Fazer
com que o estado de São Paulo continue com as mãos limpas e honradas do Márcio
França. E livrar Jair Bolsonaro de levar outra facada.
Mas essa facada vai ser
pelas costas. E dói muito. Porque é o que ele sabe fazer, Jair Bolsonaro: trair
os outros. Cuidado. Você pode receber uma segunda facada, pelas costas, desse
traidor chamado João Doria.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência tem a grata satisfação de
anunciar a presença da mais jovem deputada do Brasil, pelo PSDB de Alagoas. É a
jovem Cibele Moura, com 21 anos. Parabéns, seja
bem-vinda, muito sucesso para você. (Palmas.)
Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, de volta a esta tribuna, eu gostaria de me associar ao que disse,
brilhantemente, o deputado João Caramez em relação à traição do Doria.
Hoje a “Folha de S.Paulo” traz a seguinte matéria: “Braço direito de Doria,
em São Paulo, apoia pessebista”. Apoia o Márcio França. Braço direito dele na
Prefeitura de São Paulo. Refere-se ao advogado e jurista Anderson Pomini, que
foi o braço direito do Doria na Prefeitura de São Paulo. Inclusive, transformou
a Secretaria de Negócios Jurídicos em Secretaria de Justiça. Ele abandonou o
Doria falando em traição. Há um depoimento dele na matéria, eu gostaria de ler.
Ele diz o seguinte:
“Honrar compromissos, respeitar aliados e não trair a confiança das pessoas são princípios básicos para qualquer homem público. Por isso
apoio e voto Márcio França para governador de São Paulo.” Diz Pomini, fazendo
uma acusação grave de traição. Fica muito claro aqui.
O que o deputado Caramez falou é real. Parece-me que
faz parte do DNA, da natureza do Doria, a traição política. Ele traiu o seu
padrinho político duas vezes, o ex-governador Geraldo Alckmin, que foi o
responsável pela eleição dele a prefeito de São Paulo.
Depois, ele traiu também a cidade de São Paulo, abandonando-a com apenas um ano
e meio de mandato. Usou a cidade de São Paulo como trampolim para ser
presidente. Ele queria ser presidente, mas não conseguiu e está saindo para governador.
Provavelmente, vai usar o estado de São Paulo como trampolim político para ser
presidente da República na próxima eleição, em 2022.
Essa é a marca dele, é importante que o pessoal do
interior de São Paulo saiba disso. Vejo vários deputados defendendo o Doria.
Saibam que V. Exas. poderão entrar na fila da traição;
serão os próximos traídos pelo ex-prefeito João Doria. E não sou eu que estou
falando, é a prática. Ele traiu o Alckmin duas vezes. O braço direito dele, um
advogado que era secretário de Justiça da gestão municipal, também insinua
traição. O deputado Caramez fez um longo pronunciamento também falando sobre
essa natureza do Doria, que é a traição. É muito importante que a população
saiba.
Além dessa questão da traição, que é muito grave e
não tem perdão na política, é bom que a população saiba,
sobretudo a população do interior, que o Doria, quando foi prefeito de São
Paulo, tentou introduzir a farinata na merenda
escolar, aquela ração humana, e só não conseguiu porque houve mobilização, a
sociedade rechaçou.
Ele tentou também privatizar a Previdência
Municipal, por meio do SampaPrev.
Ele diminuiu a merenda escolar das crianças, diminuiu o transporte escolar,
fechou brinquedotecas, salas de informática e de
leitura da educação infantil, das nossas Emeis e até
mesmo de CEIs. Um absurdo total.
Ele reduziu também o módulo de professores da rede
municipal de ensino, reduziu pela metade o passe para os estudantes. Aquele
passe escolar foi reduzido pela metade. Os nossos estudantes ficaram sem
mobilidade na cidade de São Paulo. Fez vários ataques: atacou o orçamento da
Cultura, acabou com vários programas culturais da cidade de São Paulo,
principalmente na periferia. Atacou e cortou nas áreas sociais, privatizou a
cidade de São Paulo, tentando vender todos os bens públicos de nossa população.
Esse foi o João Doria para a cidade de São Paulo. Fico imaginando o que ele não
faria como governador do estado, o que ele não faria com os professores da rede
estadual, com os servidores da Segurança Pública.
Então, é muito importante que a população,
principalmente a do interior, saiba que ele foi um prefeito factoide, que
abandonou a cidade de São Paulo. Não deixou nada. Nem aquele jardim suspenso da
Avenida 23 de Maio durou, pois até aquilo era um factoide. Então, faço esse
apelo para que a população analise criticamente o que foi a gestão Doria. E
leiam a matéria de hoje, da “Folha de S. Paulo”: “Braço direito de Doria em São
Paulo apoia Márcio França e fala em traição”.
Cuidado, deputados e deputadas que estão defendendo
o Doria. Cuidado! Vossas Excelências podem ser os próximos da lista da traição
do Doria, pois faz parte do DNA dele. Vossas Excelências vêm aqui defender o
Doria, mas depois serão traídos por ele. Cuidado, deputados! Faço aqui esse alerta
aos deputados defensores do Doria, que serão os próximos traídos da lista dele,
e também à população do estado de São Paulo.
Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande
Expediente.
* * *
- Passa-se ao
* * *
O SR. FERNANDO
CAPEZ - PSDB
- PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu venho aqui
insistir e solicitar aos meus colegas deputados que votem a PEC 2, que corrige
uma odiosa discriminação remuneratória entre oficiais e praças da Polícia
Militar em todos os postos de graduação. Nós temos que limitar ao máximo de 10%
- eu queria até 7% - a diferença entre os postos de graduação. Soldado para cabo, cabo para terceiro sargento, para segundo sargento, para
primeiro sargento, para segundo tenente.
Não é possível que entre o cargo de segundo tenente,
que é um cargo obtido após vários concursos, com mais de 30 anos de carreira; e
os praças, arriscando suas vidas na rua... Não é
possível eles receberem 30% a menos do que um oficial que recém sai da Academia
do Barro Branco. Temos que lutar, sim, pela remuneração adequada.
Hoje, no jornal “Folha de S.Paulo”,
temos: “França promete reajuste a servidor”. Ele já tinha falado que iria dar
um aumento de 25% aos policiais militares. França promete reajuste ao servidor,
mas agora essa oração principal vem com uma oração coordenada adversativa. Não
havia essa condicionante. “França promete reajuste a servidor, mas...”. Agora
apareceu um “mas”. Não ia ter reajuste ao servidor? “Mas isso depende de a
economia crescer”. Então, quer dizer que não vai ser dado o reajuste, vai
depender de fatores macroeconômicos.
Então, ele diz o seguinte: “o que eu vou pagar é um
bônus; minha palavra eu falo e cumpro. Não prometi o aumento de 25% porque não
falo o que não posso cumprir”. Então, ele não pode cumprir o aumento de 25%
para a polícia. O que disse - e vou repetir - é que os policiais militares e
civis vão ter o melhor salário do Brasil. Ele não pode dar um aumento de 25%,
mas quer dar o melhor salário do Brasil. Para isso, ele teria que dar um
aumento de 100% para a Polícia Militar.
Eu tenho feito alertas, aqui,
do desequilíbrio orçamentário, da falta de experiência e da vontade de prometer
tudo durante campanha eleitoral. Vamos deixar de lado essas questões pessoais,
picuinhas, narizes torcidos, dizendo que “o Doria é isso, o Doria é aquilo”.
Vamos focar no interesse do estado. Nós estamos entregando os próximos quatro
anos para quem vai destruir o equilíbrio fiscal do estado de São Paulo.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para falar
pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o
nobre deputado Carlos Giannazi pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
O
SR. CÁSSIO NAVARRO - PSDB - Sr.
Presidente, peço a palavra para o nobre deputado Fernando Capez falar pelo Art.
82, pela liderança do PSDB.
O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental e será
prontamente atendido em seguida.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputados, de volta a esta tribuna, eu
gostaria de dizer que estamos vivendo um momento difícil da história do Brasil,
em que estamos numa verdadeira encruzilhada entre a civilização e a barbárie. E
a barbárie, hoje, sem dúvida nenhuma, é representada pela candidatura do
capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro. Ele
representa a barbárie, o fascismo, o nazismo, o autoritarismo, representa o
estímulo à violência, o estímulo aos crimes de ódio, ao machismo, ao racismo, à
homofobia, à truculência.
Esse
é o significado real da candidatura do Jair Bolsonaro e, mais do que isso, é
uma candidatura a serviço da exploração dos trabalhadores, a
serviço do capital, a serviço dos empresários, a serviço dos banqueiros
nacionais e internacionais, a serviço das contrarreformas em curso no
Brasil, como a reforma trabalhista, a Emenda nº 95, que congelou os
investimentos nas áreas sociais por 20 anos, da Lei da Terceirização. A serviço desses projetos todos que estão sendo debatidos e
aprovados no Congresso Nacional contra os trabalhadores e as trabalhadoras,
contra o povo brasileiro, que aprofundam cada vez mais a espoliação do povo
brasileiro, que precariza mais ainda a força de trabalho dos trabalhadores. É
disso que se trata a candidatura do Jair Bolsonaro.
E
na área que eu milito como professor, como diretor de escola pública, eu tenho
que fazer um alerta aos professores, aos pais de alunos, porque as propostas
apresentadas por ele até agora são desastrosas para a Educação brasileira,
sobretudo para Educação pública e para o Magistério. Primeiro, ele começa
anunciando a privatização das universidades públicas, a cobrança de mensalidade
em universidades públicas, pois defende algo inusitado, defende educação à
distância para crianças de seis anos, para o Ensino Fundamental. É isso que ele
está defendendo.
Vai
ser o fim das escolas, o fim do Magistério dos professores. Ele diz isso,
educação à distância para o Ensino Fundamental. Um absurdo total, algo
inusitado, logicamente porque ele está também a serviço dos empresários, dos
donos das escolas de educação à distância. Hoje, existe um grupo de
proprietários que nós chamamos de “os mercadores da Educação” que estão
ganhando muito dinheiro no Brasil com a educação à distância e eles querem
levar também a educação à distância agora para o Ensino Fundamental.
Isso
é inusitado, isso é uma agressão à educação, mas, sobretudo, às nossas crianças
e aos nossos adolescentes. É um absurdo. Ele quer mudar a bibliografia escolar,
o currículo escolar, como, por exemplo, dizendo que não houve golpe militar no
Brasil. Ele vai mudar, falou que foi um “movimento militar”, ou seja, vai
introduzir sem dúvida nenhuma a censura, vai introduzir no seu projeto a
mordaça nas escolas, vai reduzir muito a possibilidade de o aluno ter senso
crítico, de o aluno ter uma educação voltada para o pleno exercício da
cidadania.
Ataca
o concurso público de provas e títulos, promete
demitir milhares de servidores concursados efetivos, sobretudo os professores
também serão prejudicados, porque nós conquistamos na Constituição Federal o
ingresso na Educação pública através do concurso público de provas e títulos e
a proposta do Bolsonaro vai exatamente contra isso. São vários ataques na área
da Educação, na área dos Direitos Sociais, dos Direitos Trabalhistas e dos
Direitos Previdenciários.
Vários
ataques que eu ficaria horas falando sobre isso. Tudo isso consta no programa
do Bolsonaro. É muito importante que a população tenha clareza da gravidade da
situação. Bolsonaro representa uma volta às trevas do Brasil. Vamos viver num
momento de treva. Sem contar o que ele disse agora no domingo, que vai
perseguir a oposição, ou vai mandar prender ou vai expulsar do Brasil.
O
filho dele atacou o Supremo Tribunal Federal dizendo que basta um soldado e um cabo
para fechar o Supremo Tribunal Federal, tripudiando as nossas instituições, o
Supremo, o Congresso, a imprensa, que está sendo também atacada por esse grupo
político que tenta impor um neofascismo no Brasil.
Mas
eles não vão conseguir, porque o povo é sábio e vai saber decidir na hora
certa, na hora do voto, na cabine, no próximo domingo, porque nós não queremos
regressão, nós não queremos fascismo, nazismo no Brasil, não queremos ditadura.
Nós queremos cidadania, nós queremos direitos sociais, trabalhistas e
previdenciários.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Fernando Capez para falar pelo Art. 82.
O SR. FERNANDO CAPEZ -
PSDB - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, volto a esta tribuna para continuar fazendo os meus alertas
enquanto dever como deputado estadual.
Essa
mistura do público com o privado é perigosa. Hoje nós tivemos uma reunião de
prefeitos no Hotel Pestana, convocada pelo governador interino Márcio França.
Ele pretendia trazer ali 100, 200 prefeitos. Acabaram vindo menos de 20
prefeitos. Os que vieram se deslocaram em horário comercial, de trabalho, para
uma reunião que não era de trabalho, para uma reunião eleitoral, usando veículo
oficial. Vários veículos oficiais foram fotografados na porta do hotel, na
entrada. Os prefeitos participando, promessas sendo feitas.
O
alerta que eu já havia feito: a previsão de 31 de agosto, que consta no site da
Fazenda Pública, a previsão para dezembro deste ano era de uma receita de 216
bilhões de reais, fecharmos o ano com uma receita de 216 bilhões de reais. Por
questões eleitorais não estão sendo feitas as inscrições dos créditos na dívida
ativa. Está havendo um retardamento na cobrança dos créditos tributários. Os
municípios que deveriam pagar à vista suas obrigações para com o Estado estão
tendo parcelamentos concedidos por critérios seletivamente eleitorais. O
município que apoia a candidatura do governador recebe o incentivo; o município
que não apoia, não recebe. Tivemos até gravações de prefeitos que foram
discriminados.
A
consequência é que de 216 bilhões de reais, a receita vai cair para 209 bilhões
de reais. É o que está estimado. Para você reequilibrar o orçamento, você vai
ter que pegar depósitos de particulares, depósitos judiciais, que são feitos
por aqueles que recorrem à Justiça, ingressam com ações e têm que pagar as custas. Esses valores ficam depositados, mas pertencem
àqueles que estão ingressando na Justiça. Esse dinheiro vai ser retirado para
reequilibrar o orçamento. De 216, caiu para 209. E as despesas, de 216 bilhões
- porque tem que bater, 216 de receita, 216 de
despesa, senão você tem déficit -, caiu a receita para 209, e a despesa subiu
para 219. Está havendo já um déficit estimado de dez bilhões de reais. Como
você vai pagar compromissos com déficit?
Agora
me surpreende a promessa feita hoje. Governador Márcio França promete reajuste
ao servidor - agora ele já colocou a condicionante - mas, desde que a economia
cresça. Tudo bem, vamos estimar que a economia cresça.
Aí ele diz: “Eu nunca prometi aumento de 25% para a Polícia Militar. Não falo o
que não posso cumprir.”. Na mesma frase em que ele diz que não pode cumprir o
aumento de 25%, ele diz que a Polícia Militar vai ter o melhor salário do Brasil.
Espera um pouco: o melhor salário do Brasil é o do policial militar do Distrito
Federal, porque é a União que paga. Ele recebe cerca de R$5.400,00 por mês.
Aqui ele está iniciando com três mil reais. Se ele fosse dar o aumento de 25%,
que ele não consegue dar, o salário chegaria a três mil e setecentos reais,
ficaria ainda muito distante dos R$ 5.400,00. Mas nem isso ele disse que pode
dar, porque ele só fala o que ele cumpre. Então, porque está prometendo o
melhor salário do Brasil? Sabe o que vai acontecer? Vamos começar o ano com um
déficit brutal no Orçamento, não vai cumprir as promessas do funcionalismo,
vamos ver uma série de greves, de paralisações, de revoltas, porque está se
prometendo o que não se consegue cumprir.
Se num curto espaço de
tempo já aconteceu tanta coisa, nos últimos 24 anos São Paulo manteve
equilíbrio fiscal com sucessivos superávits. Por essa razão, cuidado governador
Márcio França, cuidado com o que o senhor promete durante campanha eleitoral,
não mexa com o sonho das pessoas. Isso vai gerar revolta depois. O senhor não
vai conseguir cumprir. Não prometa aumentos que o senhor não pode dar.
O
SR. RAUL MARCELO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, de forma rápida e breve, nós estamos a uma
semana de um pleito eleitoral que pode decidir os rumos do Brasil. Lembro-me
aqui de uma campanha parecida com essa, que foi a campanha de 1989. Tínhamos um
país dividido, e uma situação muito parecida. Um candidato na época que se
dizia salvador da pátria, que era fora do mundo político, que iria resolver
tudo de forma muito rápida e com saídas muito simples, durou um pouco mais de
um ano. Foi o Fernando Collor de Mello que, inclusive, era uma pessoa muito
mais educada e civilizada do que o atual candidato Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro não apresentou nada para o principal problema do
Brasil, que é emprego. Nenhuma linha, nenhum pronunciamento, nenhum discurso;
nada. E hoje, nós temos no Brasil 14 milhões de pessoas desempregadas. Bolsonaro não apresentou nenhum projeto, nada, para o
principal problema da economia brasileira, hoje, que é o endividamento das
famílias. Sessenta milhões de brasileiros estão com o nome sujo no SPC, e o
motor da economia brasileira é o consumo das famílias - nada. Vai governar
como? E vai governar para quem? Vai governar com o discurso da violência, com
distribuição de armas, vai governar fazendo a caça à oposição. Isso não vai
levar o Brasil a dias melhores e nem vai resolver os
problemas estruturais da nossa economia, que é basicamente o crescimento
econômico e a geração de empregos. Portanto, é mais um engodo.
Fernando Collor de
Mello falou durante a campanha inteira, em 1989, que ia caçar os marajás. Não
falava de emprego, não falava de Educação, nada. Ele ia caçar os marajás. E o Bolsonaro passou a campanha inteira dizendo que existe um tal de “kit gay” e que tem que liberar o acesso às armas.
Quem tem que andar armado são os nossos servidores da
Segurança Pública, que são treinados para tal, sabem manusear uma arma. Eu fico
imaginando o cidadão, na vã ilusão de tentar se proteger deixando arma em casa,
ou andando com armas no trânsito. Uma discussão de trânsito que hoje muitas
vezes tem uma agressão verbal, vai acabar encaminhando
para homicídios, situações violentas.
Essa é a questão.
Eu quero fazer aqui uma
comunicação muito breve para que a população pense bem. Estamos aí a alguns dias que vão decidir os próximos quatro anos no
Brasil. E serão anos difíceis, pois a economia não vai bem. Existe uma demanda
da população por combate à corrupção. Até agora não se apresentou nada nessa
área.
O candidato Jair Bolsonaro fala que é o candidato que não é envolvido com
corrupção, uma coisa curiosa, pois ele foi do partido do senhor Paulo Maluf e “malufar” significa roubar. Ele ficou por 20 anos lá e não
me lembro de nenhum pronunciamento dele crítico ao grande líder do PP, que era
o senhor Paulo Maluf. E durante a campanha inteira ele falou da corrupção. É
importante, temos que falar mesmo, mas ele não apresentou nenhum projeto para
combater a corrupção, quando nós sabemos que, para se
combater a corrupção no Brasil, deve-se diminuir esse espaço, de um lado, para
que o servidor público fique coagido e pense dez vezes antes de cometer um ato
falho e, de outro lado, para as empresas que, geralmente, tencionam para que
haja corrupção, sobretudo no processo licitatório, que elas não façam
isso.
Então, você precisa ter marcos
legais, arranjos institucionais e projetos de lei nesse sentido. Não
apresentou nada, só discursos vazios. Portanto, iremos
seguir. Se Bolsonaro virar presidente, será uma grande frustração no povo brasileiro,
e é isso que me preocupa. Existem setores que apoiam o Bolsonaro que são contra
a democracia, inclusive essa democracia mitigada que nós vivemos hoje. Com
isso, o Brasil pode caminhar mais uma vez para uma volta a tempos sombrios,
como já aconteceu no passado.
Muita gente achou, em
64, que iria ter eleição em 68. O pessoal falou: “Não, o Jânio Quadros está indo,
é uma pessoa que não tem 100% das suas faculdades mentais. É alguém que, quando
foi presidente, passou brigando para que proibíssemos o uso do biquíni no
Brasil”. Então, era um presidente que, de fato, não estava conectado com os
reais problemas do Brasil daquela época.
Juscelino Kubitschek,
João Goulart e as lideranças daquela época acharam que não, inclusive o Carlos
Lacerda. Pensaram que iria cair o Jânio Quadros e, em 68, haveria eleições, e
algum deles iria chegar ao Governo. Os militares deram o golpe e, em 68,
fecharam o regime com o AI-5. Todos tiveram que ir para o exílio, para só
voltar a ter eleições no Brasil em 89.
Então, nesta tarde
queria fazer esse pedido, que as pessoas coloquem a mão na consciência, porque,
de fato, não é pouca coisa que está em questão neste momento. Fomos críticos.
Fizemos crítica e oposição ao PT pela esquerda, mas neste processo eleitoral
não vamos deixar o Brasil caminhar para a possibilidade de tempos sombrios e
para a impossibilidade de ter projetos para resolver, de fato, os problemas do
Brasil.
Sr.
Presidente, muito obrigado.
O SR. RAUL MARCELO - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário,
solicito o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE -
DOUTOR ULYSSES - PV - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, havendo
acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar
a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a
mesma da sessão de hoje.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 57
minutos.
* * *