5 DE NOVEMBRO DE 2018
142ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA e MARCO VINHOLI
Secretaria: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a visita de
alunos da Escola Estadual General Mascarenhas de Moraes, e das escolas
municipais Lupércio Guedes Pinto, e Maria Cândido
Alves Pinto, da cidade de Elias Fausto - SP, acompanhados pelas professoras Sandra
Bicudo de Almeida, Vera Lúcia Trombini, e Eveline
Andrade Dias.
2 - CARLOS GIANNAZI
Saúda os visitantes. Manifesta apoio à professora Juliana
Lopes, demitida pelo estabelecimento de ensino particular Liceu Jardim, de
Santo André. Critica o programa Escola sem Partido. Lamenta o posicionamento de
professora que lecionara usando camiseta com foto de Jair Bolsonaro.
Acrescenta que há clima de insegurança e de ameaças em escolas. Assevera que
deve tomar providências em defesa da legislação do ensino, no país. Exibe e
critica foto do movimento Direita Sorocabana. Lembra criação do
disque-denúncia, pelo seu mandato, contra o Escola sem
Partido.
3 - MARCO VINHOLI
Comenta a nomeação de Gilberto Kassab
e de Rodrigo Garcia como secretários de João Doria. Manifesta-se a favor da
redução de cargos comissionados no Governo do Estado. Anuncia que fora
convidado para ser membro da equipe de transição entre os governos. Defende a
aprovação de projeto de lei de sua autoria, que visa a criar o Fies em São
Paulo, programa destinado ao financiamento estudantil.
4 - MARCO VINHOLI
Assume a Presidência.
5 - CORONEL TELHADA
Lista e parabeniza municípios paulistas que comemoram
aniversário nesta data. Lamenta o falecimento do policial militar Renan Batista
de Souza, ocorrido em treinamento, no mar. Informa o falecimento de Daniel da
Costa Lucena, assassinado na zona leste da capital. Comenta a morte do sargento
Elias Alves Pereira, ocorrido no Ceará, e do policial militar Marco Antônio dos
Santos, da Bahia. Clama por mudanças na legislação penal do país.
6 - CARLOS GIANNAZI
Defende a regularização de diplomas de professores que
atenderam às exigências de formação. Aduz que deve acionar o MEC - Ministério
da Educação, e o Ministério Público Federal.
7 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
8 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 06/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – CORONEL TELHADA - PP - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – CARLOS GIANNAZI – PSOL - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP -
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estamos recebendo hoje a visita dos alunos da
Escola Estadual General Mascarenhas de Moraes, que foi comandante da Força
Expedicionária Brasileira, da Escola Municipal Lupércio Guedes Pinto e da
Escola Municipal Maria Cândida Alves Pinto, da cidade de Elias Fausto, São
Paulo.
Sejam todos bem-vindos.
É um prazer recebê-los nesta Casa. Os responsáveis são a professora Sandra
Bicudo de Almeida, a professora Vera Lúcia Trombini e
a professora Eveline Andrade Dias. (Palmas.) Bateram palmas só para a última
professora, ela está com mais cartaz do que as senhoras duas. Muito obrigado a
todos pela presença, é um prazer recebê-los aqui.
Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, tem a palavra o nobre deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público presente, telespectadores da TV Assembleia, quero saudar primeiramente
os alunos e professores da rede estadual presentes, fazendo aqui um trabalho de
cidadania, trabalho importante, um trabalho pedagógico, para que os alunos
possam conhecer o funcionamento do Poder Legislativo. Parabenizo os professores
pela iniciativa em fazer esse trabalho, que é muito importante na Educação,
sobretudo aqui no estado de São Paulo.
Por falar em Educação,
quero manifestar todo o nosso apoio e toda a nossa solidariedade à professora
Juliana Lopes, que até recentemente era professora da escola Liceu Jardim, que
fica em Santo André.
Essa professora foi
covardemente demitida pela escola, uma escola particular, porque foi acusada
por esse movimento Escola sem Partido. Ela está sendo vítima desse processo de
perseguição, que está se alastrando pelo Brasil, e que tem o incentivo de
forças retrógradas, forças fundamentalistas, forças hipócritas e conservadoras,
do Brasil.
Agora esses grupos são
apoiados pelo famigerado presidente eleito, Jair Bolsonaro,
e figuras patéticas e bizarras, como o agora eleito deputado federal, Alexandre
Frota, e outras figuras também bizarras e patéticas, sem credibilidade nenhuma
na sociedade brasileira. Temos também aquela deputada estadual, eleita pelo
PSL, em Santa Catarina, que divulgou vídeos incentivando os alunos a filmarem
as aulas dos professores, para denunciar esses mesmos professores.
E ela foi desautorizada
pelo Ministério Público, uma vergonha. Ela se diz tão moralista, e apareceu
depois com fotos, em sala de aula. Ela se diz professora de História, o que é
uma vergonha para nós, historiadores, ter uma professora com aquele
comportamento, dando aula com a camiseta do Bolsonaro,
uma vergonha, e fazendo propaganda e divulgação do movimento Escola sem
Partido. É de uma contradição sem precedentes.
Enfim, esse é o cenário
que estamos vivendo hoje, de perseguição aos professores, às professoras das
escolas públicas e privadas, sem que haja nenhum amparo legal. As pessoas já
começam a se movimentar nesse sentido, tentando implantar o terror e o medo.
Há esse clima de
insegurança nas escolas. Os professores ficam inseguros e ficam constantemente
ameaçados, porque essas pessoas, esses grupos, ficam incentivando os alunos a
denunciarem, a filmarem as aulas dos professores.
Isso aconteceu aqui com
a nossa colega, professora do Magistério, a professora Juliana Lopes, da escola
particular Liceu Jardim, em Santo André. Por conta disso, por fazer um trabalho
crítico, um trabalho que é elogiado pela própria escola, pelos próprios donos
da escola, mas eles não aguentaram a pressão de alguns setores da comunidade
escolar, e demitiram covardemente a professora.
Isso deixou toda a
escola indignada, os professores, outros setores da comunidade, e todo o
Magistério, hoje, está preocupado com isso e do lado da professora Juliana.
Tanto é que amanhã haverá um ato em Santo André em defesa da professora, contra
esse ato covarde.
A escola foi covarde,
não saiu em defesa da professora, com medo de perder aluno, que paga
mensalidade. Parece que a escola atende uma comunidade de classe média. Esse é
um caso. Todo o nosso apoio à nossa colega, professora Juliana.
Eu estou tomando providências,
porque isso é ilegal. Escola Sem Partido é crime. Isso afronta a Constituição
Federal, afronta a LDB, afronta toda legislação de ensino no Brasil. Perseguir
professor, constranger professor é crime. Eu estou hoje mesmo protocolando um
requerimento na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa pedindo a
convocação do dono da escola. Ele tem que vir aqui depor, explicar por que
demitiu a professora, porque isso é muito grave. Se ela não for readmitida
imediatamente eu vou acionar o Ministério Público contra a escola.
Só para concluir, Sr. Presidente, tem mais um caso, que é um absurdo total,
uma excrescência, algo abominável acontecendo em Sorocaba. Lá a situação é mais
grave ainda porque tem um movimento chamado “Projeto Sorocaba Sem Doutrinação”.
Eu até trouxe uma foto para mostrar. Esse movimento também está colocando
terror, intimidando os professores de toda a cidade de Sorocaba. É o movimento
“Direita Sorocabana”, impondo medo, impondo um clima de terror nas escolas
públicas e privadas de Sorocaba.
Tenho a foto. Peço que
ela seja mostrada para que os deputados tenham acesso a essa informação. Olhem
que absurdo total, “Projeto Sorocaba Sem Doutrinação”, estimulando os alunos. O
movimento “Direita Sorocabana” está se inspirando na iniciativa da deputada
eleita Ana Carolina, aquela que eu citei, que já está
sendo interditada pelo Ministério Público. Olhem em quem o movimento de
Sorocaba se inspira, em uma pessoa totalmente desqualificada, que já foi
desmascarada em Santa Catarina. É a inspiração desse nefasto movimento de
Sorocaba, que está estimulando os alunos a perseguirem professores.
Isso é um absurdo.
Quanto a esse eu já estou hoje mesmo acionando o Ministério Público. Esse
movimento vai ter que prestar contas no Ministério Público, porque está
violando a lei, está afrontando a legislação, promovendo a intimidação e a
perseguição de professores e professoras, em nome de uma doutrinação.
Se eles estivessem tão
preocupados com a doutrinação e com a escola pública, eles estariam, sobretudo,
defendendo melhores salários, melhores condições de trabalho nas escolas
públicas e privadas de São Paulo. Estão querendo desviar o foco da verdadeira
crise da Educação, mas nós não vamos tolerar isso. Em relação a esse movimento,
é uma excrescência, uma aberração esse movimento de Sorocaba, “Direita Sorocabana”.
Até para a direita é
uma vergonha isso, porque nem de direita é. Isso é fascismo, é nazismo, porque
a direita mesmo, os liberais não defendem isso. Os liberais defendem a
liberdade de expressão, sobretudo.
Esse é um movimento
fascista, um movimento nazista que eles querem implantar no Brasil, sobretudo
nas escolas, para ter o controle ideológico das escolas.
É um absurdo, Sr. Presidente. Eu estou chocado com o que está acontecendo
no Brasil e na Educação brasileira. Mas nós vamos reagir contra esse crime.
Escola Sem Partido é crime, censura é crime, mordaça nas escolas é crime,
perseguir professor é crime. Nós vamos atuar veementemente, acionando o
Ministério Público Estadual, acionando a Comissão de Educação da Assembleia
Legislativa, acionando o Supremo Tribunal Federal, que já soltou um parecer
contra essa proposta, e a Procuradoria-Geral da República, que soltou outro
parecer, dizendo que isso é ilegal, não pode. Perseguir professor é crime. Nós
vamos reagir com toda veemência.
Por isso eu criei, na
Assembleia Legislativa, no nosso gabinete, um disque-denúncia contra o Escola Sem Partido. Se o professor estiver sendo
perseguido, ele pode entrar em contato com o nosso gabinete através do nosso Facebook, /carlosgiannazioficial,
do nosso site carlosgiannazi.com.br,
do nosso telefone do gabinete que é o (11) 3886-6686, o nosso WhatsApp, enfim, tem
todas as redes sociais do nosso mandato, mais o telefone e nós vamos
encaminhar ao Ministério Público todas as denúncias pedindo providências. Nós
não vamos tolerar que os professores sejam perseguidos aqui no estado de São
Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Tem a palavra o nobre deputado Marco Vinholi,
pelo tempo regimental.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre deputado Coronel Telhada,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Alesp, visitantes - nossas galerias hoje mais
lotadas do que de costume no Pequeno Expediente -, funcionários da Casa, nosso
grande líder deputado Carlão Pignatari,
nosso querido deputado Carlos Giannazi, começando hoje o Pequeno Expediente.
Sabemos, e tenho
alertado aqui, que nós vamos ter uma agenda muita
intensa nos próximos meses. Temos aqui o Orçamento do Estado, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, LDO, finalizando esse mandato, finalizando um
trabalho iniciado há cerca de oito anos atrás e que se consolida com o fim
deste mandato, projetos importantes para isso. Findando esse, outro se inicia.
Nós já estamos aqui com as primeiras medidas do novo governador, João Doria, do
estado de São Paulo.
Hoje, tivemos os dois
primeiros secretários anunciados. Gente de excelência, com experiência, gente
ligada à política a vida toda e que, sem sombra de dúvidas, deve fazer um
grande diálogo com esta Casa. Começando pelo ministro Gilberto Kassab, que será o próximo Chefe da Casa Civil, que mantém
diálogo próximo com esta Casa. Gilberto Kassab, pessoa - como já disse - de
excelência que, sem sombra de dúvida, deve realizar um grande trabalho à frente
da Casa Civil do estado de São Paulo, como também, o Rodrigo Garcia, nosso
secretário de Governo. Rodrigo Garcia foi o coordenador da campanha do João
Doria. Ele já passou pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria do
Desenvolvimento Econômico, Secretaria da Habitação. Enfim, ele teve seu desempenho testado e
aprovado até na Presidência desta Casa. Sem dúvida ele fará um grande trabalho
na Secretaria de Governo, que não vai ser o molde da Secretaria, para não
acumular os dois salários, o de vice-governador e de secretário, mas vai tocar
como gerente o Governo do estado de São Paulo. O nosso querido Rodrigo Garcia
fará um modelo de Estado mais enxuto, reduzindo, não o direito dos
trabalhadores, do funcionalismo público do estado de São Paulo - é importante
que se diga isso - mas reduzindo cargos comissionados, cargos com função
política, colocando o Estado mais enxuto e podendo priorizar o investimento em
obras e prioridades do estado de São Paulo.
Amanhã teremos mais um
anúncio de novos secretários, fazendo a espinha dorsal do Governo na área da
Fazenda, da Educação e da Saúde. Esses são os seus primeiros secretários.
E nós, já pensando em
torno disso no Orçamento do ano que vem, e poder já modelar o Estado nesses
moldes que o governador está planejando.
Ontem eu fui convidado
por ele para fazer parte dessa equipe de transição. Vou acompanhar essa equipe
de transição muito focado nessa parte, já pensando nesse novo modelo de Estado,
entregando para a sociedade, que paga seus impostos, serviços melhores e, sem
sombra de dúvidas, inovações. Temos várias inovações previstas para esse
período. Que possamos, além de dar prosseguimento àquelas políticas públicas,
que fizeram do estado de São Paulo o principal estado da Nação em termos de
serviços públicos, mas também com muita inovação, trazendo tecnologia para a
gestão pública, conseguindo implementar os Baep’s, que foram propostas de
campanha, o Corujão da Saúde e tanta coisa boa que vem por aí.
Estamos aqui
finalizando esse semestre. Os deputados que estão na Casa clamam pela aprovação
de seus projetos. Eu acho que é fundamental podermos pautar esses projetos
também nos próximos meses.
Eu tenho aqui um
projeto que cria o Fies no estado de São Paulo, o Fies
São Paulo, através do banco Desenvolve São Paulo. Vou lutar muito para que
possamos aprovar esse projeto antes do término do mandato para que possamos ter
uma linha de financiamento estudantil custeada pelo estado de São Paulo, que tem porte, tamanho e
responsabilidade para isso. Espero que possamos aprovar este e outros projetos
dos colegas, antes do término deste mandato.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Marco Vinholi.
* * *
O SR. PRESIDENTE - MARCO VINHOLI - PSDB - Tem a palavra o nobre
deputado Coronel Telhada.
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, deputado Marco Vinholi, deputado Carlão Pignatari, deputado Carlos Giannazi e demais deputados presentes, funcionários desta
Casa, assessores, policiais militares - cabo Monteiro e cabo Robson, que cuidam
da nossa segurança -, público presente, telespectadores da TV Assembleia, quero
começar saudando as cidades do estado de São Paulo que fazem aniversário hoje.
São elas: as cidades de Espírito Santo do Turvo,
Guatapará, Itapetininga, Pilar do Sul e Rosana. Deixo o nosso abraço a todos os
munícipes dessas cidades. Estamos sempre à disposição, na Assembleia, para
trabalhar pelo melhor para o nosso estado de São Paulo.
Sr. Presidente, hoje quero
falar de algumas fatalidades que aconteceram na Segurança Pública. Nesta
semana, inclusive, nós perdemos um policial militar que trabalhava diretamente
com meu filho. É um jovem policial militar que tinha 26 anos de idade. Ele
faleceu na última sexta-feira, num treinamento no Curso de Operações Especiais
da Polícia Militar.
O jovem Renan Batista de Souza era solteiro e
ingressou na Polícia Militar em 2014, portanto, tinha, no máximo, cinco anos de
serviço. Ele faleceu durante uma aula de natação, no mar, na região da Ilha
Anchieta. É uma grande fatalidade. Eu estive no funeral desse menino, na
sexta-feira. Foi uma situação muito triste ver a sua família. Era um menino
jovem, solteiro, com a vida toda pela frente. Era um atleta nato, mas perdeu a
sua vida num treinamento, dessa maneira triste. Como seu irmão disse para mim,
a Polícia Militar era o sonho da sua vida. Ele já tinha uma passagem pelo
Exército Brasileiro e, infelizmente, faleceu em serviço.
Perdemos outro policial em São
Paulo, na zona
leste, que foi morto a tiros, na última quarta-feira, dia 31 de outubro. É o
Daniel da Costa Lucena, de 48 anos. Ele estava com o carro estacionado, quando
foi abordado por dois criminosos, que já chegaram atirando contra ele. O cabo
Daniel da Costa Lucena chegou a ser socorrido, mas faleceu a caminho do
hospital. Outra pessoa que estava no local havia sido roubada, momentos antes,
pelos mesmos criminosos. Então, é uma fatalidade a perda do cabo Daniel da
Costa Lucena, de 48 anos, que foi morto na zona leste da cidade de São
Paulo.
Lá no Ceará, também houve a morte de um policial
militar, no dia 2 de novembro, mas os criminosos foram presos. Trata-se do
sargento Elias Alves Pereira, de 60 anos, que já era sargento da reserva,
estava aposentado. Ele se encontrava na companhia de um cunhado, que também foi
baleado. Ele estava se deslocando, quando foi abordado pelos criminosos. Os
indivíduos deram voz de prisão e atacaram o policial, que foi alvejado por
vários tiros e morreu.
O cunhado dele tentou fugir, mas acabou sendo baleado, várias vezes, e está em estado grave, no hospital.
O sargento Elias Alves Pereira é o 16º policial morto neste ano, no estado do
Ceará. Finalmente, o último policial morto foi no estado da Bahia. É um jovem
policial militar, Marco Antônio dos Santos. Infelizmente, todas as polícias
militares pagam um salário muito baixo aos seus policiais e eles, em seus
momentos de folga, fazem alguns serviços que chamamos de bico. O Marco Antônio
dos Santos fazia um bico de Uber, aquele aplicativo
99, e acabou sendo abordado por alguns criminosos que o mataram quando ele
prestava esse serviço nas proximidades da Estrada Velha do Aeroporto.
Então, mais um policial
militar, um jovem policial militar, o Marco Antônio dos Santos, morto no estado
da Bahia. Infelizmente, as mortes continuam e estamos pedindo que os deputados
federais, senadores e o próximo presidente, Jair Bolsonaro,
se debrucem sobre nossa legislação penal, para tornar essa lei mais rigorosa.
Hoje, antes de vir para cá,
estava vendo na televisão aquele jogador do São Paulo que foi morto, no Paraná,
de maneira violenta. Não apenas foi morto, como também esquartejado. E sabemos
que aquele indivíduo, se for preso, vai cumprir um sexto da pena e ser colocado
em liberdade. É um absurdo. Imaginem os senhores, o indivíduo é condenado a trinta anos e puxa um sexto da pena, ou seja, depois de
cinco anos ele é colocado em liberdade. Isso é justiça? Não é justiça.
O Brasil precisa colocar a
mão na consciência e o crime na cadeia, em seu devido lugar. Não podemos
compactuar com essas situações graves e violentas que acontecem diariamente no
território nacional. Nenhuma providência é tomada e, quando é tomada, é tão
pouca que a impunidade persiste. Precisamos mudar, urgentemente, a realidade do
Brasil em relação à criminalidade e à violência que assola todo o País.
O
SR. PRESIDENTE - MARCO VINHOLI - PSDB -
Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente, de volta a esta tribuna, eu gostaria
de fazer um novo apelo aos secretários de Educação municipais e ao estadual.
O apelo é em relação a
um drama que os professores estão vivendo sobre a regularização de diplomas que
deveriam ter sido regularizados por algumas faculdades, sobretudo do estado de
São Paulo, como a Unig, que é uma universidade do Rio
de Janeiro, de Iguaçu.
Houve
algum problema detectado pelo MEC e pelo Ministério Público por conta de uma
CPI que ocorreu no estado de Pernambuco e os professores que se formaram,
fizeram o curso, entregaram os trabalhos, receberam, inclusive, os diplomas,
cumpriram todo o ritual pedagógico e acadêmico, atenderam a todas as exigências
para a formação - e esses diplomas foram, no geral, registrados -, estão sendo
aterrorizados.
É um clima de terror e
de ameaça, dizem que os diplomas não têm validade, que o registro é irregular,
enfim, há várias versões. E os professores estão preocupados e em pânico.
Muitos já assumiram os cargos, outros foram aprovados em concursos públicos,
vão assumir os cargos e, logicamente, estão preocupados com isso.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.
* * *
Então, primeiro, nosso
mandato já está entrando em contato com o Ministério da Educação, com o
Ministério Público Federal, pedindo informações e pedindo agilidade na solução
desse problema. Os professores não podem ser prejudicados em nenhuma hipótese,
porque eles cumpriram todos os critérios, atenderam todas as exigências feitas
para que os diplomas fossem registrados. Cumpriram a carga horária, fizeram as
provas, os trabalhos, foram aprovados, então, se, eventualmente, existir alguma
irregularidade, não é por conta dos professores, mas das instituições. Assim,
os professores não podem ser penalizados.
O apelo que eu faço é
para que os secretários entendam isso e não tomem nenhuma decisão enquanto não
houver a regularização desses diplomas, desses certificados, se é que deve
haver algum tipo de regularização. Apelo aos secretários municipais de Educação
dos 645 municípios do estado e ao secretário estadual de Educação, o João Cury,
que tenho certeza que está sendo compreensivo em relação a esse caso.
Cabe ao MEC fiscalizar,
cabe ao Ministério Público também fiscalizar nesse sentido, apresentando uma
solução que não traga nenhum tipo de prejuízo, nenhum tipo de ônus para os
nossos professores, que se formaram, fizeram cursos de licenciatura e cursos de
complementação pedagógica para o Magistério em várias dessas faculdades. Eu já
recebi uma comissão de professores nessa situação e tenho acompanhado o caso em
vários grupos, e a situação é essa.
Para recapitular, neste
momento, Sr. Presidente, nós estamos exigindo que o
Ministério da Educação tome as providências cabíveis, e o Ministério Público
Federal idem. É preciso haver fiscalização desses procedimentos todos pelo Ministério
da Educação. As universidades devem ser autorizadas, supervisionadas e
fiscalizadas pelo poder público, pois elas são concessões públicas.
Há uma legislação
regrando o funcionamento dessas faculdades, centros universitários e
universidades privadas. É preciso que haja essa fiscalização, porque elas são
autorizadas pelo Ministério da Educação. Acho estranho que haja algum tipo de
regularidade no registro desses diplomas, sendo que os professores cumpriram a
carga horária e atenderam todas as exigências.
Nós queremos por fim a
essa ameaça, a essa intimidação que está sendo feita em relação aos nossos
professores, porque é um absurdo que isso esteja acontecendo, Sr. Presidente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças
presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre
as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão.
Antes, porém, convoca V. Exas. para
a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de
quinta-feira.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 02 minutos.
* * *