14 DE NOVEMBRO DE 2018
149ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES
Secretaria: MARCOS LULA MARTINS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão. Cancela sessão solene
convocada para o dia 23/11, às 20 horas, para "Homenagem à Semana Cultural
Gospel do Estado de São Paulo", a pedido do deputado Luiz Fernando
Teixeira Ferreira.
2 - MARCOS LULA MARTINS
Exibe e comenta cartaz de audiência pública a ser realizada
nesta Casa, no dia 26/11, a respeito do uso de agrotóxicos. Informa que projeto
federal pretende expandir a aplicação das citadas substâncias. Critica Jair Bolsonaro por questões relacionadas ao Ministério da
Agricultura.
3 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Anuncia a visita de alunos do curso de relações
internacionais da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo, acompanhados pelo
professor Thiago Henrique Desenzi.
4 - CARLOS GIANNAZI
Manifesta apoio à aprovação do PLC 132, e à emenda 4, à
matéria. Discorre acerca de audiência pública, em combate ao programa Escola
sem Partido. Afirma que o tema é impraticável e inconstitucional. Critica
Douglas Garcia, recém-eleito deputado estadual, por sua conduta no citado
encontro. Informa que deve protocolar boletim de ocorrência. Lista entidades
presentes na audiência pública.
5 - MARCO VINHOLI
Argumenta a respeito da relevância das emendas impositivas e
sobre a derrubada do veto a recursos destinados ao Hospital Universitário da
USP. Saúda Paraná, vereador à Câmara Municipal de Catanduva, pela frequência em
acompanhar o Pequeno Expediente desta Casa. Tece considerações acerca do
Orçamento de 2019, que deve alcançar 130 bilhões de reais, a representar 1,53%
de crescimento.
6 - LUIZ CARLOS GONDIM
Informa que participara de evento em ajuda à Tucca, instituição de combate ao câncer infantil. Afirma
que toda a arrecadação do encontro musical, via
recursos da Lei Rouanet, realizado no Canindé, deve
ser destinado à referida entidade. Exibe vídeo da festividade. Lista e
parabeniza entidades cuidadoras de crianças. Defende
a medicina preventiva.
7 - CARLOS GIANNAZI
Afirma que o financiamento da Cultura é direito da população.
Reivindica a aprovação do PL 42/18, em benefício de professores da categoria
"O". Acrescenta que o PLC 24/15, de sua autoria, visa a extinguir a
interrupção dos contratos de professores e permitir o uso do Iamspe, pela categoria. Clama por alteração da Resolução
62/18, da Secretaria da Educação, por permitir o fechamento de salas em
escolas.
8 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 21/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Marcos Lula Martins para, como 1º Secretário
“ad hoc”, proceder à leitura da matéria do
Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – MARCOS LULA MARTINS – PT - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Esta Presidência, atendendo à solicitação do nobre deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira,
cancela a sessão solene convocada para o dia 23 de novembro de 2018, às 20
horas, com a finalidade de homenagear a “Semana Cultural Gospel” do estado de São Paulo.
Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito,
nobre deputado Marcos Lula Martins.
O
SR. MARCOS LULA MARTINS – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa,
telespectadores da TV Assembleia, cidadãos que nos acompanham pelas galerias,
vamos falar de um tema pelo qual temos lutado há algum tempo, remando contra a
maré.
Nós vamos realizar, no dia 26 de novembro, às 10 horas, aqui na
Assembleia Legislativa, uma audiência pública com pessoas importantes, a médica
Carla Bueno, a Telma Nery e a professora Larissa Bombardi.
Elas irão falar sobre o agrotóxico, esse veneno que já contamina vários
estados e várias cidades do país, principalmente pela implantação desse
produto. Depois, quando se colhem os alimentos, eles vêm aqui para a cidade,
onde nós absorvemos. Isso acaba gerando muita contaminação, inclusive
aumentando a quantidade de pessoas com câncer e Parkinson de maneira mais
precoce.
Essa audiência trata de um projeto que está em Brasília, do ruralista Blairo, que era Senador, hoje ministro da Agricultura, e
que apresentou esse projeto já há alguns anos.
Isso aí poderá ser aprovado. Já foi aprovado pela Comissão do Meio
Ambiente, e irá para o plenário, e eles estão querendo atropelar, para que seja
votado o mais rápido possível, uma vez que a próxima ministra do meio ambiente
é uma deputada ruralista, e que tem muito interesse em expandir esse
veneno pelo estado de São
Paulo
afora.
A
preocupação é com a produção, o lucro e a exportação. Não interessa o controle
desses produtos, o meio ambiente ou a saúde pública. Essa audiência trata desse
assunto. Nesta Casa, temos um projeto que trata da liberação desse assunto. É
uma espécie de cópia de Brasília que vem para cá.
Eles
iam acabar com o Ministério do Meio Ambiente, mas voltaram atrás, porque esse
produto terá rejeição até em outros países; o mundo inteiro está reduzindo a
quantidade desse produto. No Brasil, eles querem liberar. Até para a exportação
desse produto os ruralistas terão dificuldade. Por isso, houve esse passo para
trás. O próprio presidente eleito decidiu voltar atrás. Aliás, ele vai para
frente, vai para trás; não dá para saber muito bem o que ele quer.
De
qualquer forma, voltou atrás. Acho que é mais prático manter o ministério
vigiado e controlado para dizer, internacionalmente, que está tendo
fiscalização do que simplesmente fundir ao Ministério da Agricultura e deixar
ali, claramente, a raposa tomando conta do galinheiro.
Então,
haverá essa audiência no dia 26, a partir das 10 horas, na Assembleia
Legislativa. Quem tiver interesse, está convidado, será um prazer. Estaremos
tratando do risco ao meio ambiente e da saúde das pessoas.
Sr. Presidente,
muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Esta Presidência tem a
grata satisfação de anunciar a visita dos alunos do curso de Relações
Internacionais da Universidade Anhembi Morumbi - São Paulo, acompanhados pelo
responsável, professor Thiago Henrique Desenzi. Queremos, em nome da Assembleia
Legislativa, dar-lhes boas-vindas e saudá-los com uma salva de palmas.
(Palmas.)
Tem
a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS
GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público
aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, primeiramente, quero saudar os
alunos e professores presentes nas galerias da Assembleia Legislativa e os
nossos colegas servidores públicos que estão na luta pela aprovação imediata do
PLC 32 e, sobretudo, da Emenda 4.
Contem com o nosso total apoio. O projeto de vocês
tramita pelas comissões. Nós queremos aprová-lo em caráter de extrema urgência.
Parabéns pela mobilização que vocês têm feito na Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente, quero fazer um
relato breve do que aconteceu ontem. Ontem, eu organizei uma audiência pública,
um grande encontro, um ato contra esse famigerado Projeto Escola sem Partido.
Na verdade, é um projeto que tem partido. O Escola sem
Partido é uma farsa, é um nome de fantasia, porque tem partido, sim. É o pior
partido possível, é o partido do pensamento único, da censura, da mordaça, da
perseguição aos professores e da intimidação ao Magistério público e particular
do Brasil.
É um movimento e um projeto execrável do ponto de
vista jurídico, porque não tem apoio nenhum. O Supremo Tribunal Federal já
soltou um parecer contrário, existem inclusive liminares inviabilizando vários
projetos em municípios e estados. Temos, também, nota técnica do Ministério
Público de São Paulo, da Defensoria Pública do estado de São Paulo, do próprio
Ministério Público federal e da PGR, a Procuradoria-Geral da República.
Ou seja, é um projeto
inviável do ponto de vista da Constituição, uma farsa total. E, do ponto de
vista educacional, também é impraticável. Nem os militares conseguiram, com sua
ideologia de segurança nacional, com a doutrina da segurança nacional, com a
educação moral e cívica, com o OSPB, não conseguiram inculcar a ideologia do estado
autoritário brasileiro em nossas crianças e adolescentes. Houve resistência,
mas eles pensam que vão conseguir agora.
Eu realizei uma
audiência pública democrática e disse que, mesmo ela sendo contra o projeto,
nós estaríamos, logicamente, abrindo a palavra para que todos pudessem se
manifestar, inclusive quem defende o projeto. Informei que a Mesa seria
rotativa, porque eram várias entidades e nós faríamos várias mesas, inclusive
com a presença de parlamentares que quisessem utilizar a palavra.
A primeira Mesa que foi
montada era constituída de três defensores públicos, um procurador de Justiça
do Ministério Público, professores da Adusp,
da Associação de Docentes da Universidade de São Paulo, da Adunicamp,
Associação de Docentes da Unicamp, da Adunesp,
Associação de Docentes da Unesp, da federal do ABC,
da federal de São Carlos, todos compondo a Mesa. Havia professores
universitários, essa foi a primeira Mesa.
E, antes mesmo de
iniciar a primeira fala e passar a palavra ao procurador Plínio Gentil, fomos
interrompidos por um grupo que tentou inviabilizá-la. Um deputado recém-eleito, acho que o nome dele é Douglas Garcia, do PSL, partido do Bolsonaro, que faz campanha contra, que defende essa
proposta absurda e que vive com o celular, se autofilmando. Ele usa o tempo
todo o celular, fazendo provocações.
E ele não queria
participar, porque eu falei que ele iria participar, ele seria convidado para
participar de uma das Mesas, não na primeira, que já estava montada. Todas as
pessoas seriam chamadas e o microfone seria franqueado a todas. Mas ele quis
tumultuar, ocupou a frente da audiência pública com um grupo de pessoas e
tentou inviabilizar a audiência, criando uma revolta, um tumulto - está tudo
registrado pelas imagens - praticamente inviabilizando, no início, a realização
da audiência pública.
Eu me lembrei de que,
ano passado, nós organizamos uma audiência pública no mesmo lugar, o Franco
Montoro, com o mesmo tema, e ela foi atacada por esses grupos fascistas,
nazistas, autoritários, que não queriam participar, queriam impedir. E subiram
nas cadeiras, quebraram as cadeiras, apitaram, foram organizados em
inviabilizar a audiência pública.
Isso foi ano passado,
nessa eu disse que eles não fariam isso. Estão em um espaço público em uma
audiência democrática. Inclusive a assessoria militar teve um papel exemplar
fazendo a proteção da Mesa, dos promotores, de todas as pessoas presentes.
Houve um empurra-empurra ali na confusão, inclusive ele me agrediu muito
verbalmente, colocou o celular na minha cara, outras pessoas fizeram o mesmo, outra pessoa presente também se comportou dessa
maneira, mas eles saíram após conseguirem as imagens que queriam, porque eles
não queriam participar da audiência pública.
Até porque parece que
eles não têm argumentação nenhuma, ou, se tem, é uma argumentação muito
rasteira. Eles não queriam fazer parte do debate ou expor suas posições. E
foram embora. Porque eles gostam de criar fatos políticos. São profissionais
desse marketing de quinta categoria.
Tentaram inviabilizar,
mas não conseguiram. Nossa audiência pública foi realizada com a presença da
Defensoria Pública, do Ministério Público, de setores do Ministério Público
estadual, dos professores da USP, da Unicamp, da Unesp, da Federal do ABC, da Federal de São Carlos.
Depois, outras mesas foram formadas com entidades. O Sinesp
esteve presente, assim como o Sinpro de São Paulo, o Sinpro do ABC, o Sinpro de Santos
e a Federação dos professores do Estado de São Paulo.
Foi
um debate de alto nível, com muitas informações importantes. O Plínio de Arruda
Sampaio Júnior participou, a professora Lisete Arelaro, da Universidade
de São Paulo, também. Está tudo registrado no nosso Facebook,
para quem quiser assistir para entender o que é o projeto, o que é esse
famigerado projeto Escola sem Partido, um ataque brutal à Educação brasileira.
Só que infelizmente houve esse tumulto, e tentaram impedir a audiência pública.
Estão
me acusando, deputado Marcos Martins, de ter agredido as pessoas. Vossa
Excelência me conhece há muitos anos, sou quase que um
budista, um pacifista por natureza. Estão me acusando de ter agredido um
deputado negro. Ele fala que é negro, mas me passaram agora algo até cômico. Na
declaração dele do TSE, consta o nome Douglas Garcia Bispo dos Santos, a data
do nascimento, o sexo dele, que é masculino, e a cor e a raça, que ele coloca
como branca. Ele fala que o Giannazi agrediu uma pessoa negra, um deputado
negro, mas ele não se reconhece. Está aqui, podem ver, podem entrar no site do
TSE. Quando é negro, interessa, mas quando não é...
Então
isso é um absurdo, Sr. Presidente. Eu fui vítima de um
constrangimento, de calúnias. Ele inclusive tentou impedir a nossa audiência
pública, ele e um grupo que o seguia tentou impedir nossa audiência pública.
Vou inclusive registrar um boletim de ocorrência contra ele, pois isto é um
parlamento. Ele não pode inviabilizar uma audiência pública, deputado Marcos
Martins, deputado Marco Vinholi. Como uma pessoa pode
inviabilizar?
Se
V. Exa. está organizando
audiência pública e eu chego para participar, vou esperar o momento em que V. Exa. vai me chamar para compor a
Mesa ou falar da tribuna, de algum lugar. Não posso impor a minha participação,
há ordem, organização e roteiro, há uma regra mínima. Ele, de forma
autoritária, com prepotência, tentou inviabilizar a nossa audiência pública.
Espero
que ele assuma e entenda o que é democracia. Talvez ele seja civilizado pelo
debate, pelo processo democrático, pois me parece que ele não entendeu ainda o
que é democracia. Queria só fazer o registro desse triste episódio de um
deputado eleito que mal começou e já está agredindo o processo democrático.
Repito que ele foi convidado, ele faria parte, sim, do debate, mas no momento
oportuno. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre
deputado Marco Vinholi.
O SR. MARCO VINHOLI -
PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos neste
nosso Pequeno Expediente, à querida plateia que está nos acompanhando e também
aos executivos públicos do estado de São Paulo, que estiveram visitando a
Liderança do PSDB em uma luta legítima de valorização dessa futura carreira do
estado de São Paulo. Quero cumprimentar também os deputados Carlos Giannazi,
Marcos Martins, Afonso Lobato, Caio França, Luiz Carlos Gondim
e o nosso presidente, deputado Doutor Ulysses.
Falarei
de forma breve, mas quero registrar que ontem eu falei muito rapidamente sobre
a derrubada do veto e da importância, além das emendas impositivas - muitas
delas para entidades assistenciais -, da derrubada do veto em torno da questão
do HU. O querido deputado Carlos Giannazi também faz parte da luta, quero
registrar isso. É uma luta suprapartidária, da qual participam também o
deputado Carlos Neder, o deputado Luiz Carlos Gondim e deputados de várias bancadas.
Ontem,
com a derrubada do veto, parece que a coisa começou a andar um pouco mais na
USP. Hoje mesmo está havendo uma reunião com o Ministério Público, que está
acompanhando o caso e a possível aplicação desses recursos para a contratação e
reabertura, por exemplo, do Pronto-Socorro Infantil no Hospital Universitário
da USP. Nós vamos trabalhar agora no Orçamento de 2019 para uma solução
definitiva nessa questão. Nossa ideia é poder dialogar. O deputado Carlos Neder também é lutador da causa do HU. Que possamos
dialogar com o reitor e com o conjunto de parlamentares desta Casa, e achar uma
solução definitiva para essa questão, que já vem se arrastando há bastante
tempo.
O movimento deles é
legítimo e, sobretudo, um movimento importante do Coletivo Butantã e da
população de modo geral daquela região. Há pouco, veio me visitar o vereador
Beto do Social, da região ali do Rio Pequeno, que acompanha de perto essa
causa, me cobrando, para que possamos avançar nesse sentido e, por fim,
finalizar essa questão, recolocando o hospital que atende tão bem aquela região
há tanto tempo.
Registro o vereador
Paraná, de Catanduva, que também me acompanha pela TV Alesp,
mandou uma mensagem agora que estava de lá acompanhando o nosso trabalho. Ele,
que é um telespectador assíduo, é do PT - vereador do PT, lá de Catanduva - mas
que acompanha sempre o nosso Pequeno Expediente, sempre faz um comentário.
Mas, a pauta da vez é o
nosso Orçamento do estado de São Paulo para o ano de 2019. Quase 230 bilhões,
um crescimento real de 1.53 se comparado ao ano de 2018, colocando uma inflação
de 4,5%, uma previsão de crescimento do PIB do estado de São Paulo de 2,5%,
mais várias correções necessárias para serem feitas.
Não tem esse dinheiro
para tudo, o estado de São Paulo é forte, mas priorizar é fundamental. Vamos
abrir a discussão na Casa. Ontem eu peguei a incumbência de ser o relator do
Orçamento.
Vou dialogar com todas
as bancadas, com a sociedade civil como um todo, e tentar atender as
prioridades para o estado de São Paulo. O nosso foco principal será Segurança
Pública, Saúde e Educação. Repor, pelo menos, a inflação de 2018 para 2019
nesse Orçamento.
Já adianto aqui: esse é
o foco principal. Na sequência, vamos também procurar formas de valorizar, sim,
o funcionalismo, valorizar, sim, as promessas de campanha do candidato João
Doria - que foram aquelas aprovadas pela população e que, portanto, têm que ser
implementadas já no início do ano que vem.
E que possamos começar
com a compreensão de todos os parlamentares aqui para implementar a vontade
popular a partir desse Orçamento.
Registro isso e digo da
minha solidariedade ao deputado Giannazi. Deixo também um abraço a você,
querido Doutor Ulysses, nosso presidente, tocando sempre com firmeza o nosso
Pequeno Expediente. Muito nos orgulha ser seu colega nesta Casa.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV
- Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim.
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, telespectador da TV Alesp, visitantes,
funcionários desta Casa, domingo passado participamos de um evento para ajudar
a Tuca, que é uma associação para crianças e
adolescentes com câncer, que foi fundada em 1998 por médicos e pacientes
representando a sociedade civil do estado de São Paulo e do Brasil.
Giannazi, até para que
fique bem atento aí, porque um dos discursos do Bolsonaro
seria acabar com a Lei Rouanet. Ela poderia ser melhor aplicada, mas nunca acabar. O que fizeram: um grande
evento, com artistas como Mateus e Cauã, Péricles, Ilsinho,
Vítor Kley, cujo show assisti
e não conhecia.
Nessa festa no estádio
do Canindé, todo o dinheiro arrecadado foi para a Tuca.
O que estamos fazendo ainda é tratamento de câncer. Não estamos fazendo
prevenção de câncer. O Brasil está tão atrasado, o estado está tão atrasado na
medicina preventiva, que se fala em acabar com a Lei Rouanet.
Principalmente quando ela vem ajudar entidades como as Apaes, as Santas Casas e a Tuca. Eu queria
parabenizar os eventos. Eles tinham, como diferencial, a Cultura. Para mostrar
que, dentro da Cultura, se pode ajudar essas
entidades. Eu queria que passassem esse show do Péricles.
* * *
- É feita a exibição de
vídeo.
* * *
Obrigado. Eles mostravam,
no show, que tudo o que foi arrecadado ali, a quantidade de pessoas que havia
no Canindé, ia ser doado. Eu não lembro para qual fui convidado e eu não lembro
qual foi o preço que foi cobrado para as pessoas entrarem ali. Mas uma das
coisas que me chamou a atenção é que as entidades estão ajudando outras
entidades. Para que eles possam se manter. Se os governos federal, estaduais e
municipais não fazem, quem vai fazer? A sociedade
organizada.
Eu queria parabenizar a
Tuca e parabenizar outras entidades, o Graac, todos esses que cuidam de
crianças, a própria Apae, as associações de apoio aos
autistas. Fizemos vários eventos, para defendermos os autistas, quando o
governo do Estado quis parar com o atendimento àquelas crianças e não buscá-los mais
em casa para irem à escola.
Quero dizer o seguinte:
se a sociedade organizada, entidades como a Apae, e as
filantrópicas, como as Santas Casas, não realizarem os atendimentos que têm que
ser feitos, o País vai à falência em uma ou duas semanas. Ainda bem que existem
leis como essas, de incentivo à Cultura e incentivo ao Esporte, para que
possamos manter uma chama viva para ajudar essas entidades.
Quero dizer que é um
orgulho quando se participa, como deputado, de um evento como esse. Não para
assistir os artistas em si. Mas para mostrar que a nossa preocupação, enquanto
deputado, é que se realize uma medicina preventiva, se realize um tratamento
para as entidades e associações, para as entidades que cuidam das pessoas com
necessidades especiais. São coisas que temos que aprender a fazer e apoiar.
Enquanto deputado, estou apoiando, tanto esses
eventos, como leis como a Rouanet.
Sr.
Presidente, era isso que eu tinha para o momento. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Só fazendo um comentário: O Bolsonaro fala que vai acabar com a lei Rouanet,
com o Ministério do Trabalho e com o Ministério do Meio Ambiente. Mas a
sociedade não aceita isso, a sociedade tem pressionado. Por conta da pressão da
sociedade, ele recuou em relação à extinção do Ministério do Meio Ambiente. E
agora recuou em relação ao Ministério do Trabalho também. Porque ele sabe que a
sociedade é maior que os governos.
Não vamos aceitar.
Precisamos, sim, de financiamento da Cultura. A Cultura é um direito da
população e tem que ser financiada, sim, pelo dinheiro público. Ela tem que ser
aperfeiçoada, sim, essa legislação de promoção e financiamento da Cultura. Tem
que ser aprimorada, melhorada, e não extinta.
Sr.
Presidente, venho novamente à tribuna para dizer que estamos reivindicando, já
há um bom tempo, a aprovação imediata e urgente do PLC nº 42, de 2018. É um
projeto que trata da questão dos professores da categoria “O”, que são
contratados pela Lei nº 1.093 naquele regime precarizado que agride a dignidade
humana desses professores, mantendo ora a duzentena, ora a quarentena. Essa Lei
nº 1.093 é um absurdo, Sr. Presidente. Desde que o
projeto chegou, estamos pressionando a Alesp. Temos que votar esse projeto, até
porque a escolha de aula mudou e agora será em dezembro. Então, ele tem que ser
votado imediatamente.
É
um projeto que não resolve a situação da precarização dos professores da
categoria “O”, mas traz um certo alívio momentâneo. O
PLC 42 transforma a duzentena em quarentena por dois anos, até 2020. Ou seja,
se nada for feito, em 2020 a duzentena volta.
Tenho
um projeto, o PLC 24, de 2015, que já foi aprovado em todas as comissões e está
pronto para ser votado - há inclusive um requerimento de urgência -, que
resolve essa situação, pois acaba definitivamente com a duzentena e com a
quarentena, ou seja, acaba com a interrupção dos contratos. Além disso, garante
também que o professor possa utilizar o Iamspe. Porém, nosso projeto é
obstruído pela base do Governo. Queremos aprová-lo.
Agora,
enquanto não aprovamos o nosso projeto, o PLC 24, temos que aprovar o PLC 42,
que é um projeto importante. Faço esse apelo, pois, se não votarmos esse
projeto, não vamos votar a LDO, nem a Lei Orçamentária, nem as contas do
governador. Isso enquanto não se resolver a questão dos professores da
categoria “O”.
Então,
quero fazer esse registro em relação à urgência. Faço esse apelo aos 94
deputados e deputadas para que o PLC 42, de 2018, seja votado em regime de
extrema urgência pelo Plenário, na semana que vem, para que possamos, pelo
menos, aliviar um pouco a situação dos professores da categoria “O”.
Repito:
não é o projeto ideal, não é o que queremos, mas, enquanto não é aprovado o
nosso projeto, que põe fim a essa situação que humilha e prejudica tanto os
professores da categoria “O”, queremos aprovar esse projeto.
Para
terminar o meu pronunciamento, não posso deixar de comentar e manifestar minha
preocupação com a Resolução nº 62, de 2018, da Secretaria da Educação, que foi
publicada há poucos dias. Ela trata da questão do fechamento de salas. Essa
resolução me preocupa muito, pois abre espaço para que as escolas possam fechar
salas. E já estão fechando. As diretorias de ensino estão orientando as escolas
a fecharem salas em todo o estado. Temos reclamações de todo o estado. Estão
fechando salas, principalmente, do período noturno e de EJA. Estão enxugando as
escolas, as salas, os turnos. Essa Resolução nº 62, publicada no “Diário
Oficial” há duas ou três semanas, estimula isso, abre espaço para que haja o
fechamento de mais salas da rede estadual de ensino.
Nós
não precisamos de fechamento de salas, precisamos de mais escolas no estado de
São Paulo. Existem ainda milhares de crianças e adolescentes sem acesso à
Educação, mas o estado, para economizar, para fazer ajuste fiscal no Orçamento
da Educação, promove o fechamento de salas, de turnos e até mesmo de escolas.
Ele
vem fazendo isso há um bom tempo. Temos que lembrar as ocupações de 2015: foram
200 escolas ocupadas contra o fechamento de escolas. Foi um movimento
vitorioso. Porém, os fechamentos continuam de forma subterrânea, disfarçada no
controle de matrículas. Salas são fechadas, turnos são fechados e até mesmo
escolas são ameaçadas de fechamento. É um absurdo.
Então,
peço que a Secretaria da Educação faça uma alteração, uma revisão imediata na
Resolução nº 62, para que não tenhamos o fechamento de salas no estado de São
Paulo, que tanto tem prejudicado o atendimento da demanda escolar em várias
regiões do estado.
São
essas duas reivindicações, faço esses dois apelos: vamos votar o PLC 42, de
2018, dos professores da categoria “O”, que transforma a duzentena numa
quarentena. E exijo, em nome das escolas, que a Secretaria altere a Resolução no 62, de 2018, porque ela estimula o fechamento
de salas, de turnos e até mesmo de escolas da rede estadual de ensino.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito
o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre
as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão.
Antes, porém, convoca V. Exas. para
a sessão ordinária de quarta-feira, dia 21 de novembro, à hora regimental,
informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 10 minutos.
* * *