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27 DE JUNHO DE 2017

093ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: GILENO GOMES e CAUÊ MACRIS

 

Secretários: ED THOMAS, ESTEVAM GALVÃO e DOUTOR ULYSSES

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILENO GOMES

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - ED THOMAS

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

3 - PRESIDENTE GILENO GOMES

Defere o pedido e suspende a sessão às 14h45min; reabrindo-a às 16h32min.

 

4 - ANDRÉ DO PRADO

Solicita a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

5 - PRESIDENTE GILENO GOMES

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h32min.

 

6 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h.

 

7 - PAULO CORREA JR

Pelo art. 82, demonstra sua satisfação em ter participado, hoje, no Palácio do Governo, de audiência com secretários e o governador Geraldo Alckmin, na qual muitos municípios foram contemplados com indicação de emendas. Diz ser este o início de uma nova caminhada, com o crescimento da economia. Cumprimenta a população de Cubatão e Itariri, pelas emendas recebidas. Destaca as notícias sobre crimes ocorridos nas rodovias Anchieta e Imigrantes. Pede a atenção desta Casa e do comando da Polícia Militar com este problema. Cita as promessas da Ecovias de instalar nova iluminação nestas rodovias, que nunca se realizam. Registra sua indignação com os problemas enfrentados pela população que utiliza estas duas rodovias para chegar até a Baixada Santista. Pede o comprometimento do governador Geraldo Alckmin.

 

8 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

 

9 - RAUL MARCELO

Para comunicação, discorre sobre a atuação da vice-prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho, delegada de polícia e com trabalho reconhecido na região. Afirma que a mesma recebeu uma notícia crime de falsificação de documentos, e ao relatar esta denúncia ao atual prefeito, foi mal tratada, humilhada e desrespeitada pelo mesmo. Ressalta que o prefeito é reincidente e que já fez diversos comunicados machistas. Afirma que está tomando medidas cabíveis junto à Justiça. Apela à vice-prefeita que faça um boletim de ocorrência de violência contra a mulher.

 

10 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Pelo art. 82, parabeniza os agentes fiscais presentes nas galerias. Pede que a PEC 05 seja colocada em votação até o final da semana. Informa que foi dada hoje notícia de sentença do TRF4, da região sul do País, de reformulação da decisão do juiz Sérgio Moro, absolvendo João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Lembra que o mesmo continua preso preventivamente após um ano. Ressalta que ninguém pode ser condenado baseando-se somente na delação de alguém. Pede que a justiça seja feita, mas afirma que não se pode passar por cima da lei. Menciona que há dúvida se o mesmo continuará preso ou não, já que está sendo julgado em outros processos. Afirma que o mesmo deve ter a sua liberdade preservada.

 

11 - MÁRCIO CAMARGO

Para comunicação, informa a população de Ibiúna que o governador Geraldo Alckmin assinou a duplicação da Rodovia Bunjiro Nakao. Esclarece que foram investidos mais de 140 milhões de reais nesta área. Agradece o governador.

 

12 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, demonstra seu apoio à PEC 05. Ressalta sua luta para que o Governo cumpra a data-base de todos os servidores estaduais. Informa que os professores estão há quase quatro anos sem a reposição salarial. Menciona sua representação ao Ministério Público, há um mês, responsabilizando o governador Geraldo Alckmin pelo não cumprimento da data-base. Discorre sobre o não comparecimento do secretário José Renato Nalini à Comissão de Educação para prestar contas de sua gestão, que deve ser feita semestralmente. Afirma que a Justiça e o Ministério Público serão acionados. Diz ser este um desrespeito a esta Casa, às entidades e aos servidores da Educação. Critica a atual gestão, que está liquidando com as escolas públicas, com o fechamento de turnos e de salas de aula, falta de quadras para aulas de Educação Física, superlotação de salas, escolas de lata, entre outros. Considera que a Rede Estadual de Ensino foi destruída pelo Governo Geraldo Alckmin. Exige providências desta Casa. Exibe fotos de universidade de lata.

 

13 - MARCIA LIA

Pelo art. 82, cumprimenta os agentes fiscais presentes nas galerias. Informa que a colocação em pauta da PEC nº 05 é discutida todos os dias no Colégio de Líderes. Discorre sobre o artigo 2º do PL 253. Considera a redução dos prazos do processo inconstitucional, causando o favorecimento ou prejuízo de muitos consumidores. Ressalta que o repasse da arrecadação do IPVA para os prefeitos vai depender do poder discricionário do governador. Critica a continuidade da prisão de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, após sua absolvição hoje. Afirma que o juiz Sérgio Moro busca elementos para tentar condenar o ex-presidente Lula. Destaca que a lei que criou a delação deve ser corroborada por provas robustas.

 

14 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, discorre sobre o caso de Jaqueline Coutinho, vice-prefeita de Sorocaba, defensora das mulheres, que sempre lutou de maneira firme e consistente contra a violência doméstica. Afirma que o acontecido em Sorocaba ainda não foi esclarecido. Informa que o prefeito de Sorocaba já foi deputado nesta Casa. Ressalta que Jaqueline teve um papel fundamental na eleição do prefeito. Pede que ela faça um boletim de ocorrência, para que tenha os seus direitos preservados.

 

ORDEM DO DIA

15 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Campos Machado, com o número regimental de assinaturas, de Urgência ao PLC 01/17.

 

16 - MARCIA LIA

Solicita verificação de presença.

 

17 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Interrompe a chamada de verificação de presença quando constata quórum. Coloca em votação o PL 806/16, salvo emendas.

 

18 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PL 806/16, em nome do PTB.

 

19 - JORGE CARUSO

Encaminha a votação do PL 806/16, em nome do PMDB.

 

20 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra a visita do prefeito Antonio Escrivão, de Estrela d'Oeste, e de Alexandre José Cotrim, diretor de Indústria e Comércio de Estrela d'Oeste, além do ex-prefeito Ives, da mesma cidade, e de Gustavo, vereador de Sud Mennucci.

 

21 - MARCIA LIA

Encaminha a votação do PL 806/16, em nome da Minoria (aparteada pelo deputado Barros Munhoz).

 

22 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, cumprimenta o prefeito de Santa Salete, Jeder Fabiano, acompanhado de sua esposa Rafaela, Marcelo Buso e Claudia Borges, vereadores desta cidade. Combate o pronunciamento da deputada Marcia Lia. Afirma que foi o Governo do PT quem deixou 14 milhões de desempregados no País. Considera que o Governo anterior promoveu o maior desajuste econômico do País. Ressalta que os eleitores que votaram em Michel Temer foram os mesmos que votaram no PT.

 

23 - MARCIA LIA

Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Carlão Pignatari. Afirma que sua candidata foi Dilma Rousseff e não Michel Temer. Ressalta que a responsabilidade da economia é de Michel Temer. Lamenta a falta de credibilidade do País.

 

24 - BETH SAHÃO

Encaminha a votação do PL 806/16, em nome do PT.

 

25 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, lamenta a falta de deputados na reunião do Conselho de Prerrogativas na última quarta-feira. Ressalta que havia uma pauta importante a ser discutida, entre ela a entrega de uma cartilha com recomendações de ordem ética e independência. Afirma que os suplentes poderiam ter comparecido à reunião. Cita a presença somente dele e do deputado Cássio Navarro.

 

26 - ENIO TATTO

Para comunicação, diz não ter recebido nenhum comunicado desta reunião.

 

27 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, afirma que todos os outros deputados sabiam da reunião, e avisaram dos motivos de suas ausências.

 

28 - RAUL MARCELO

Encaminha a votação do PL 806/16, em nome do PSOL.

 

29 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação o PL 806/16, salvo emendas.

 

30 - MARCIA LIA

Requer verificação de presença.

 

31 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Indefere o pedido de verificação de presença, em razão da presença de quórum regimental. Pede comportamento regimental dos Srs. Deputados presentes em plenário. Coloca em votação e declara aprovado o projeto salvo emendas.

 

32 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Requer verificação de votação.

 

33 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

34 - CÁSSIO NAVARRO

Informa que a bancada do PMDB está em obstrução ao processo de votação.

 

35 - RICARDO MADALENA

Informa que a bancada do PR está em obstrução ao processo de votação.

 

36 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo de votação.

 

37 - EDSON GIRIBONI

Informa que a bancada do PV está em obstrução ao processo de votação.

 

38 - ROGÉRIO NOGUEIRA

Informa que a bancada do DEM está em obstrução ao processo de votação.

 

39 - LECI BRANDÃO

Informa que a bancada do PCdoB está em obstrução ao processo de votação.

 

40 - MARTA COSTA

Informa que a bancada do PSD está em obstrução ao processo de votação.

 

41 - CELSO NASCIMENTO

Informa que a bancada do PSC está em obstrução ao processo de votação.

 

42 - ED THOMAS

Informa que a bancada do PSB está em obstrução ao processo de votação.

 

43 - WELLINGTON MOURA

Informa que a bancada do PRB está em obstrução ao processo de votação.

 

44 - GILENO GOMES

Informa que a bancada do PSL está em obstrução ao processo de votação.

 

45 - RAUL MARCELO

Informa que a bancada do PSOL está em obstrução ao processo de votação.

 

46 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge número regimental, ficando adiada a votação.

 

47 - ENIO TATTO

Para comunicação, pede desculpas ao presidente Cauê Macris pela sua postura. Afirma que durante todos os anos em que esteve nesta Casa, nenhum presidente nunca indeferiu um pedido de verificação de presença. Solicita que esta situação não se repita.

 

48 - CAMPOS MACHADO

Solicita a prorrogação da sessão por um minuto.

 

49 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Coloca em votação e declara aprovado o pedido de prorrogação da sessão por um minuto. Aceita os pedidos de desculpas do deputado Enio Tatto. Afirma que nenhum deputado nunca pegou o microfone do presidente. Pede que este tipo de acontecimento não se repita. Diz ter sido alertado anteriormente de que poderia ter este tipo de problema ao presidir as sessões na mesa mais próxima do plenário. Relata que foi informado pelo secretário geral parlamentar e pela assessoria da Mesa de que havia quórum regimental para a continuidade da sessão.

 

50 - BARROS MUNHOZ

Solicita prorrogação da sessão por dois minutos.

 

51 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Solicita prorrogação da sessão por quatro minutos.

 

52 - BARROS MUNHOZ

Solicita prorrogação da sessão por cinco minutos.

 

53 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Coloca em votação e declara aprovado o pedido de prorrogação da sessão por cinco minutos.

 

54 - BARROS MUNHOZ

Para comunicação, afirma que mesmo que tivesse havido um erro, o mesmo não poderia ter decorrido de má fé. Defende a lisura do comportamento do presidente e de seus assessores.

 

55 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Para comunicação, informa que quando entrou no plenário contou o número de deputados presentes, e constatou que não existia o quórum regimental necessário para a continuidade da sessão. Critica a atitude do presidente em ter colocado o projeto em votação, mesmo havendo a dúvida da quantidade de deputados em plenário. Afirma que o problema seria o projeto ter sido aprovado sem a verificação de votação, já que o Governo tenta aprovar este projeto há algum tempo nesta Casa.

 

56 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Diz que o pedido de verificação de votação foi feito fora do momento correto. Ressalta que se existisse má fé, o projeto teria sido aprovado. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 28/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, a realizar-se às 19 horas e 16 minutos. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gileno Gomes.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILENO GOMES - PSL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ed Thomas para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ED THOMAS - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILENO GOMES - PSL - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Gileno Gomes e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 14 horas e 45 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. Gileno Gomes.

 

* * *

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PR - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por mais 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILENO GOMES - PSL - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado André do Prado e suspende a sessão por mais 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 32 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

O SR. PAULO CORREA JR - PEN - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Paulo Correa Jr pelo Art. 82.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PEN - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Mesa, deputados e deputadas presentes, funcionários da Casa, gostaria de, em primeiro lugar, mencionar a satisfação que tivemos hoje, no período da tarde. Estivemos no Palácio do Governo, juntamente com alguns secretários e o governador Geraldo Alckmin. Vejo que muitos municípios foram contemplados por meio da indicação de algumas emendas, mesmo com toda dificuldade que temos. Estamos analisando algumas emendas que temos e estão atrasadas. Creio que é o início de uma nova caminhada, em que cresce a economia e começa a haver um novo horizonte e uma nova perspectiva para os municípios.

Em especial, quero cumprimentar toda a população de Cubatão, que, há muito tempo, tem vários problemas administrativos que vêm passando de ano em ano. Estava com um problema seriíssimo para receber emendas parlamentares. Graças a Deus, à administração que ali está e ao esforço de toda uma cidade, houve a indicação.

É uma cidade guerreira e 90% da nossa querida população vêm do Nordeste. A população nordestina imigrante ficou na cidade de Cubatão. Vemos que Cubatão conseguiu regularizar as suas contas e hoje recebeu uma emenda para a Saúde, no valor de 150 mil. É um problema seriíssimo, não só na cidade de Cubatão, mas também no nosso Estado e no nosso País. Temos que priorizar a área da Saúde.

Parabéns à cidade de Cubatão e à cidade de Itariri, que acabou recebendo sua primeira emenda. Vinha com problemas, também, por muito tempo, e acabou sendo contemplada hoje. Sinto-me orgulhoso por representar a Baixada Santista e estar aqui, como deputado, trabalhando para o desenvolvimento da nossa região.

Agora, quero trazer um assunto muito grave, que chama a atenção da nossa região. Estamos tratando da integridade física da pessoa. É um problema que vem ocorrendo há muito tempo. Inclusive, está em matéria e capas de jornais da nossa região o que vem acontecendo na Imigrantes e na Anchieta.

Nós vimos que, no domingo, ainda, ladrões atiraram contra um carro na Anchieta. Marginais ocupavam moto e dispararam duas vezes, porque a vítima acelerou e fugiu. Uma das balas atingiu o vidro traseiro. Isso foi um dia após uma pessoa ter sido assassinada naquela rodovia.

Estou vendo que existem mobilizações das mídias e das redes sociais, mas o que eu peço é uma mobilização desta Casa. Peço uma atenção especial do Comando da Polícia Militar, para que reforce ali a nossa Segurança. É inadmissível o que vem acontecendo. Nós estamos vendo vidas sendo tiradas de famílias queridas, famílias de bem, que descem e sobem essas rodovias, a Imigrantes e a Anchieta.

Simplesmente, só escutamos promessas da empresa Ecovias de que haverá a nova iluminação e essa iluminação não chega. Eu cobro a Ecovias e pergunto: onde está a iluminação?

Vimos aí um acidente que aconteceu recentemente envolvendo um pai de família, que parou seu veículo e, de repente, por falta de iluminação, foi arremessado a quase 200 metros e perdeu sua vida. Até quando vamos permitir a irresponsabilidade que vem acontecendo por falta de iluminação da empresa Ecovias? Essa é a cobrança que fazemos.

Fazemos, também, uma indagação. Já se fala em aumento da tarifa de pedágio. Aumento da tarifa de pedágio? Será que não devemos defender a integridade física das pessoas? Não vejo ninguém se preocupando com isso. Muitas vezes até fazem pouco caso.

Deixo, assim, o registro da minha indignação. Turistas estão perdendo suas vidas. Estamos aqui para representar a população, sentir suas dores e com ela compartilhar alegrias. Essa questão é de responsabilidade do governador Geraldo Alckmin, um homem sensível, que preza pela integridade física das pessoas e que tem compromisso e sempre está presente em nossa região.

Tenho certeza de que o governador, que tem o Estado inteiro para cuidar, mas que sempre deu uma atenção para a nossa região, vai prestar atenção ao caso. Chamo, assim, a atenção do governador, do secretário de Segurança Pública e da Polícia Militar do nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 253, de 2017.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero tratar de um assunto que entristeceu toda a comunidade da minha cidade, de repercussão nacional, inclusive.

Falo sobre a vice-prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho, filiada ao Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, uma mulher com 30 anos de carreira pública, delegada de polícia, defensora de políticas públicas para mulheres, uma pessoa com um trabalho reconhecido na região de Sorocaba. Digo isso após tê-la como minha adversária na chapa pela campanha eleitoral. Ela recebeu uma notícia crime de falsificação de documentos da prefeitura municipal, se dirigiu à sala do prefeito, José Crespo, do DEM, e, ao relatar a denúncia, recebeu ofensas, xingamentos e empurrões do prefeito de Sorocaba e saiu arrastada pela guarda municipal do gabinete do prefeito da cidade.

Levei uma representação ao promotor público da cidade, porque o que se espera, ainda mais nos tempos atuais, de qualquer agente público, é que, diante de uma notícia crime, imediatamente se instaure um procedimento no âmbito da administração pública, ou seja, no âmbito da esfera do Poder Judiciário do Ministério Público.

No entanto, a atitude do atual prefeito de Sorocaba não foi nenhuma dessas que, inclusive, são previstas do ponto de vista da nossa Constituição. O prefeito humilhou a vice-prefeita de Sorocaba, tratou-a com desrespeito e disse uma frase que vai ficar registrada na memória da região de Sorocaba e do Brasil. Ele disse que a prefeita precisava se colocar no lugar dela e ser vice-prefeita na casa dela, não mais na prefeitura da cidade de Sorocaba.

Não é a primeira vez que o prefeito dá uma declaração machista, já desrespeitou a comunidade japonesa de Sorocaba, a comunidade LGBT e disse uma vez em um debate realizado na faculdade de Direito - uma das melhores do Brasil, a Fadi de Sorocaba - que as mulheres começaram a trabalhar ontem.

Ou seja, o atual prefeito já é reincidente. E agora a cidade toda, a região toda, viu não só uma atitude machista, mas também violenta. Deixo registrado que estou tomando todas as medidas cabíveis enquanto sorocabano e faço um apelo à vice-prefeita da minha cidade, mulher, servidora pública, respeitada: abra boletim de ocorrência por violência contra a mulher. Ela é referência. Se uma trabalhadora que sofre violência no âmbito familiar fica constrangida e não faz uma denúncia, muitas vezes por questões econômicas, ela, enquanto servidora, vice-prefeita, não tem o direito de fazer isso, pelo cargo que ocupa. É uma referência, é uma liderança. Fica o apelo à Jaqueline Coutinho para que abra boletim de ocorrência contra o prefeito da minha cidade.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, gostaria de falar pelo Art. 82 pela liderança do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Alencar Santana Braga para falar pelo Art. 82 pela liderança do PT.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, colegas deputados, servidores da Casa, público presente, fiscais de renda do estado de São Paulo e demais pessoas que estão no plenário, quero mais uma vez cumprimentá-los e parabenizá-los pela luta de seis meses, pelo menos, neste ano - estão na Assembleia toda semana. Ainda, a liderança do Governo e o presidente não se sensibilizaram com a importância, com a necessidade da aprovação desse projeto. Tomara que até sexta-feira, antes de votar a LDO, eles se sensibilizem e coloquem esse projeto, no mínimo, em votação. O resultado final não dá para prever, mas, pelo menos, que possa ter debate e ser votado. Quero cumprimentar também quem nos acompanha pela TV Alesp. (Palmas.)

Senhoras e senhores, hoje foi dada a notícia de uma sentença proferida pelo TRF-4, Tribunal Regional Federal da região Sul do País, que reformulou a decisão do juiz Moro e absolveu Vaccari Neto, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Ele está preso há mais de um ano. Familiares dele também foram conduzidos, presos em determinado momento, mas já foram soltos. Ele continua preso preventivamente há mais de um ano.

Agora, ele foi absolvido, dois a um. O juiz, os desembargadores foram taxativos: não se pode condenar alguém tão somente com base na delação de outra pessoa, sem qualquer prova, sem qualquer materialidade. Mas, o juiz Moro assim o fez.

Aliás, ele deu outra sentença, esses dias, sobre o Renato Duque. Ele, juiz, sentenciou ameaçando o réu. Ele condenou, estipulou a pena e disse que se o réu, mesmo depois de apenado, falasse algo, falasse com a Justiça, poderia ter a sua pena reduzida. Ora, isso não é ameaça, constar da sentença?

Esses são os métodos que estão sendo utilizados no Paraná e que nós estamos denunciando desde o início. Queremos que a justiça seja feita. Queremos que quem tenha que ser processado, seja processado; quem tiver que ser investigado, seja investigado; quem tiver que ser julgado e condenado, que assim o seja, mas não passando por cima da lei. Hoje pode ser sobre o outro, amanhã pode ser sobre nós. Por isso, a nossa condenação desde o início em relação a isso.

Agora, ele foi absolvido. Quem paga esse período em que ele ficou preso dessa forma, preventivamente, sem qualquer razão, sem qualquer critério, justificativa com base no Código de Processo Penal que determina a prisão preventiva? Porque nenhum dos requisitos estava presente, mas o juiz Moro assim fez, esperando, através da tortura de quem está preso, de quem sofre a privação de sua liberdade, que ele falasse. Não importa o que ele falasse, fosse mentira ou fosse verdade, o importante é que fale e, de preferência, contra alguém, contra determinada pessoa, que é a gana, a vontade, o desejo do juiz Moro, o presidente Lula. Ele deve ter uma paixão pelo presidente Lula e quer condená-lo de qualquer jeito, talvez para estar mais próximo.

É lamentável - é bom que a justiça seja feita - ele ter pago esse preço, com sua liberdade, de forma injusta. O que é pior: há dúvida se ele vai ser liberto. Como tem outros processos em andamento sobre ele, que é réu, estão dizendo que podem continuar com a prisão preventiva dele. Ora, e se ele for absolvido de todos? Ele já foi absolvido do primeiro, mas está preso preventivamente. Há dúvidas se ele será solto ou não. Estão dizendo que ele teria de permanecer, porque está sendo processado por outros. Não há qualquer julgamento. Nos outros, sequer há sentença de primeiro grau.

Vejam a insanidade que está sendo feita com o nosso Direito. Podemos ter divergências políticas e achar que ele é culpado ou inocente. Podemos ter o desejo de penas maiores ou menores; podemos ter diversos desejos, vontades e opiniões, mas não podemos permitir que o nosso Direito seja jogado no lixo. Isso não podemos, porque o Direito - seja qual for, e ainda que tenhamos divergências a respeito dele - é a garantia contra a opressão do poder público e do Estado, que é o mais poderoso e forte.

O Estado, através do juiz Moro, utilizou a sua força e o seu poder, prendendo e julgando de forma injusta e ilegal, ferindo os direitos humanos e a liberdade. Ainda bem que a decisão foi refeita. Que seja feita, nos outros, a revisão das penas, e que ele seja liberto imediatamente. Que ele tenha a sua liberdade preservada, porque ainda não há qualquer julgamento que justifique a prisão e o cerceamento da liberdade do Sr. Vaccari.

 

O SR. MÁRCIO CAMARGO - PSC - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero informar ao povo de Ibiúna que, na última sexta-feira, o governador Geraldo Alckmin assinou a publicação do edital para a conclusão da duplicação da Bunjiro Nakao, uma rodovia que reivindicamos há muito tempo, através da Frente Parlamentar em Defesa da Rodovia Raposo Tavares. São mais de 140 milhões de reais em investimentos na área e 340 empregos diretos. Quero comunicar isso à população de Ibiúna e aos Srs. Deputados, agradecendo ao governador Geraldo Alckmin.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, quero saudar os nossos servidores estaduais e municipais que estão na luta pela imediata aprovação da PEC nº 05. Contem com o nosso total apoio. (Manifestação nas galerias.)

Também estamos na luta para que o governo cumpra a data-base salarial de todos os servidores. Os professores, por exemplo, estão há quase quatro anos sem reposição das perdas inflacionárias, assim como todos os outros servidores, como os da Segurança Pública, do sistema prisional e de várias secretarias.

Hoje estamos vivendo um verdadeiro arrocho salarial. É um confisco salarial por conta do não cumprimento da data-base salarial, da Lei nº 12.391, aprovada nesta Casa, e do Art. 37 da Constituição Federal. Há um mês, eu acionei o Ministério Público com uma representação para responsabilizar o governo pelo seu não cumprimento.

Nos próximos dias, haverá uma audiência no Ministério Público para pressioná-lo a tomar providências. O governo não pode descumprir a legislação. Por falar em não cumprimento da legislação, acabei de chegar aqui. Fiquei todo esse tempo, das 14 horas e 30 minutos até agora, na Comissão de Educação, esperando o secretário de Educação, Sr. José Renato Nalini, que deveria prestar contas da sua gestão hoje, como determina a lei e a Constituição Estadual. Semestralmente, ele deve prestar contas da sua gestão.

Hoje houve uma audiência, e ele não veio. Estava presente toda a sua assessoria, mas ele não compareceu. Foi uma afronta à Comissão de Educação e à Assembleia Legislativa. É um verdadeiro escárnio e desprezo pela prestação de contas. Iremos tomar providências. Conversei com a deputada Beth Sahão e com os deputados da Comissão de Educação. Iremos acionar a Justiça e o Ministério Público pelo descumprimento da Constituição Estadual.

Ficamos chocados, porque o secretário da Educação, até ontem, era o presidente do Tribunal de Justiça, o José Renato Nalini, desembargador, jurista, que afronta a lei, despreza a legislação. A Assembleia Legislativa não pode aceitar isso passivamente, porque ele não desrespeitou - deputado Luiz Turco, que estava presente, deputada Ana do Carmo, deputado Alencar Santana, deputada Marcia Lia, deputada Beth Sahão -, ele não desrespeitou só a nós, da Comissão de Educação, mas desrespeitou a Assembleia Legislativa e, sobretudo, as entidades que estavam lá, e os servidores da Educação.

Sr. Presidente, é lamentável, é execrável. Queremos que, inclusive, a Assembleia Legislativa tome providências em relação a esse gravíssimo fato. O secretário não teve coragem de dar explicações da sua desastrosa política educacional, que está liquidando, de vez, as nossas escolas públicas e o Magistério estadual: sucateamento da rede, demissão de professores, fechamento de salas e de turnos, escolas de lata, falta de quadras para as aulas de educação física, superlotação de salas, violência nas escolas, redução do orçamento da Educação.

Estamos vivendo um verdadeiro desmonte, uma verdadeira destruição da Rede Estadual de Ensino, que é a maior rede de ensino da América Latina, que atende quatro milhões de alunos, com 300 mil professores. Ela está sendo totalmente destruída pelo governo Alckmin, pela falta de investimento.

E o secretário não foi prestar contas, não quis debater, não quis ouvir a Assembleia Legislativa, e muito menos as entidades representativas do Magistério.

Exigimos providências da Assembleia Legislativa. Mas nós vamos tomar as nossas. Logicamente, vamos acionar o Ministério Público. Queremos que o secretário preste contas, porque ele afrontou a Constituição Estadual.

Quero dizer também que a educação básica está destruída no Estado de São Paulo, e o ensino superior também. Ontem fui à Unesp. Temos quase 100 escolas de lata no estado de São Paulo, mas temos também universidades de lata. A Unesp de São Vicente, uma parte dela é de lata, é em contêiner.

É uma vergonha que no Estado mais rico da Federação, em uma universidade estadual, existam essas instalações na Unesp de São Vicente. Parece que com a redução do orçamento da Educação e das universidades, Alckmin vai transformar a Unesp, a Unicamp e a USP numa Uerj da vida. O que está acontecendo com a Uerj, no Rio de Janeiro, será o destino, não muito distante, das nossas três universidades, se nada for feito aqui, se não houver o aumento de investimento, tanto na educação básica, como nas nossas três universidades e no Centro Paula Souza.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a nobre deputada Marcia Lia, pelo Art. 82, pela liderança da Minoria.

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todo o pessoal que veio novamente aqui para pedir que nós dialoguemos, na perspectiva de que seja colocada em votação a PEC nº 05. (Manifestação nas galerias) Estamos conversando, todos os dias, no Colégio de Líderes, para podermos pautar a apreciação da PEC nº 05.

Antes de iniciarmos alguns assuntos da semana, sobre os quais eu gostaria de fazer algumas considerações, quero falar sobre algumas questões, que são bastante questionáveis, em relação ao PL nº 253.

A primeira questão, que é muito séria, diz respeito ao Art. 2º, inciso I, § 1º e § 2º. A nova legislação, que está sendo discutida aqui, traz a possibilidade de a CAT - Coordenadoria da Administração Tributária - ou de o secretário da Fazenda reduzir os prazos processuais do julgamento sem motivação. Quer dizer, por um poder discricionário, eles podem, simplesmente, reduzir os prazos do processo.

Eu entendo que há uma inconstitucionalidade, porque não há a possibilidade de se mexer em prazos processuais, da forma como está se propondo aqui. Vamos fazer um questionamento ao nosso Jurídico para que possamos ter a convicção e certeza disso. O que vai acontecer é que esse ato discricionário vai levar ao favorecimento ou ao prejuízo de muitos contribuintes. Não podemos permitir que isso ocorra.

Há também outra questão muito séria. Nós estamos sendo forçados, estamos sofrendo, porque a APM - Associação Paulista de Municípios - e algumas lideranças do Governo estão ligando para os prefeitos da nossa região e pressionando os prefeitos para que eles nos pressionem, para que votemos os Projetos nº 253 e nº 57.

Isso está sendo extremamente desgastante e está me deixando muito chateada, porque uma das questões que nós estamos querendo levantar é o repasse da arrecadação do IPVA, que eles estão achando que vai para o bolso dos prefeitos. Quero dizer aos Srs. Prefeitos que vai depender do poder discricionário do governador. Portanto, o governador pode mandar para o prefeito da cidade “A” e não mandar para o prefeito da cidade “B”. Sabem por quê? Porque se trata de dinheiro que vai entrar através de PPD - Programa de Parcelamento de Débitos. Aí não existe a obrigatoriedade de que 50% seja encaminhado aos prefeitos. É uma história da carochinha, uma conta que não vai fechar, e alguns prefeitos ficarão chupando o dedo. Ele manda para aqueles que ele entender que deva mandar. Tem outras questões aqui que vamos conversando no decorrer do dia.

Quero fazer, também, a minha manifestação em relação a isso que se tornou recorrente no Judiciário curitibano. A Justiça Federal, na pessoa do Sr. Juiz Sérgio Moro, está condenando indistintamente, mantendo pessoas presas arbitrariamente, como é o caso do João Vaccari Neto, que hoje foi absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Já houve dois processos em que dois executivos da OAS também foram absolvidos por falta de provas. Nós temos a convicção de que o juiz Sérgio Moro está buscando elementos na tese do Deltan Dallagnol para tentar, através de convicções e da falta de provas, condenar também o ex-presidente Lula.

Nós queremos alertar a sociedade brasileira, alertar as pessoas de que a lei que criou a delação premiada é muito clara. Ela é transparente ao dizer que a delação tem que ser corroborada por um conjunto de provas robustas. Suponhamos que eu não me entenda bem com o presidente desta Casa, e haja um processo correndo contra ele. Eu vou lá e digo assim: “O presidente da Casa fez isso, aquilo e aquilo outro.

Ele pode ser condenado, simplesmente, por elucubrações da minha cabeça. Se eu não tiver prova, as pessoas não podem ser julgadas e condenadas. Acho que precisamos ficar atentos com o que está acontecendo, porque se a moda pega...

 Ontem foi o Vaccari, foram os executivos da OAS e da Odebrecht. Muitas pessoas estão presas! O Palocci também foi condenado sem provas. Amanhã pode ser qualquer um de nós que também vai ser submetido a essa arbitrariedade de um juiz que se acha acima de Deus. Muito obrigada.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança do PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Campos Machado pelo Art. 82, pela liderança do PTB.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, ouvimos há pouco a palavra do deputado Raul Marcelo, de Sorocaba. Mas antes de falar disso, quero saudar um principezinho que tem um pai de caráter, sério, leal e honrado. É o menino Lucca, de quatro anos de idade, filho do nosso querido amigo, irmão e companheiro, o deputado Delegado Olim.

A Dra. Jaqueline Coutinho, delegada de polícia e defensora das mulheres, fez sua campanha inteira se postando de maneira firme e consistente contra a violência doméstica, contra as violências que vitimam as mulheres. Eu sempre defendi as mulheres. Temos, no PTB, o maior movimento de mulheres do País: são 250 mil. O que aconteceu em Sorocaba com essa vice-prefeita eleita pelo PTB? Um fato que não foi ainda devidamente esclarecido.

Nós fizemos uma aliança com o prefeito José Crespo, que já foi deputado desta Casa. As candidaturas foram apoiadas pelo grande ex-deputado, ex-prefeito da cidade e nosso ex-companheiro, Renato Amary. A Dra. Jaqueline teve um papel fundamental na eleição do prefeito José Crespo. Ainda não sei o que realmente aconteceu. Conversando com ela, eu disse: Dra. Jaqueline, minha vice-prefeita, faça um boletim de ocorrência, para a preservação de direitos, até que eu possa conversar com a senhora e inferir o que realmente aconteceu na sexta-feira em Sorocaba.

José Crespo, ex-deputado daqui, sempre foi um homem cordato. Em três mandatos, nunca vi um ato de desespero dele; sempre foi paciencioso. O que teria realmente ocorrido? Não posso fazer juízo de valor. A regra hoje, deputada Marcia Lia, é primeiro punir e depois apurar. Como líder do PTB no estado e secretário-geral nacional do partido que mais cresceu em São Paulo no ano passado, como posso, desde logo, tomar providências em relação a um assunto que não conheço ainda? Um assunto que espero vir a conhecer ainda nesta semana.

As mulheres têm que ser respeitadas, dignificadas. Nós temos um respeito profundo por elas. Sou até um tanto poético quando falo delas. Como diz Vitor Hugo: “o homem caminha até onde termina a terra; a mulher começa a caminhar onde começa o céu”. Se tenho essa visão das mulheres, tenho que verificar devidamente os fatos: o que aconteceu, se de fato a versão das redes sociais reflete a realidade, a verdade.

Tomei conhecimento de que foi instalada uma CPI na Câmara Municipal. Tudo isso, deputado Barba, ao devido tempo, nós vamos apurar e tomar uma decisão, porque nós não temos o hábito de não ter lado. Nós temos um lado. Não importa as consequências, nós jamais deixaremos de mostrar o nosso lado.

Eu não ia falar, deputado Cauê Macris, nesse Art. 82. Mas, diante da fala do deputado Raul Marcelo, que trouxe aqui sua preocupação válida, eu não tinha como não vir aqui explicar quais são as providências e as posições do PTB em âmbito estadual.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Há sobre a mesa requerimento de urgência do deputado Campos Machado, que requer, nos termos regimentais, a tramitação em Regime de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 1, de 2017.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1...

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres deputados Estevam Galvão e Doutor Ulysses para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência constata número regimental em plenário, pelo que interrompe o processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres deputados Estevam Galvão e Doutor Ulysses.

Em votação o projeto, salvo emenda.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem V. Exa. a palavra para encaminhar a votação pelo PTB e peço a atenção das Sras. Deputadas e Srs. Deputados para o orador que se encontra na tribuna.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, meu amigo, deputado Cauê Macris, pai do menino Felipe, que se encontra levemente adoentado hoje. Peço aos céus que protejam o seu filhinho. Na sessão de quinta-feira, infelizmente, o deputado Pedro Tobias, que não se encontra aqui, falou, primeiro, como deputado. Colocou-se de maneira demagógica na defesa dos mais fracos, daqueles que não têm nada, dos necessitados, dos miseráveis. Atacou, de maneira indireta, todos os partidos proponentes da PEC nº 05. Todas as lideranças, vinte partidos, de vinte e um da Casa, assinaram pedindo ao presidente para pautar a PEC nº 05.

Então, o deputado Pedro Tobias diz: “O Campos Machado fala bonito, mas defende os ricos”, desconhecendo a realidade, não sabendo sequer do que estava falando, porque nós não temos ainda o relatório do Sr. Secretário da Fazenda a respeito do eventual impacto, que está diluído, na expressão “vacatio legis”, de quatro anos, sendo que no primeiro no ano não terá nada de despesa. Prossegue o deputado Pedro Tobias: “Samuel - se dirigindo ao chefe da Casa Civil - onde já se viu partidos que têm secretarias poderosas defendendo a PEC nº 05?” - já falando agora como presidente do PSDB.

Primeiro, Sr. Presidente Pedro Tobias, nós não ganhamos secretaria nenhuma. Nós conquistamos. Nós apoiamos o Geraldo Alckmin sem nenhum santinho. Não tivemos nada e eu não quis, não quero. Porque é a quinta vez que o PTB apoia o Geraldo Alckmin. Foi na rua, no trabalho, e não precisamos conversar com ninguém. Não falei com o presidente do PSDB. Apenas disse ao governador: “Nós, como sempre, estamos...”. Nós trabalhamos, deputado Caruso, e, pelo nosso trabalho, nós fomos contemplados com uma secretaria, que hoje tem como secretário, não um petebista, mas o procurador-geral de Justiça, meu amigo, Márcio Elias Rosa.

O Sr. Pedro Tobias está cobrando e insinuando que nós tínhamos que entregar a secretaria. Aqui não é Executivo, Sr. Presidente. Aqui é Legislativo. Aqui, nós temos que cumprir o nosso papel de legisladores e a PEC foi apresentada por legisladores do Poder Legislativo. Para que esse apelo ao Samuel? Como se isso fosse me intimidar. Será que as 20 lideranças vão se intimidar? Nós nunca votamos contra o governador e não vamos votar, só que eu tenho o sagrado direito de ver pautada a PEC nº 05. (Manifestação nas galerias.)

Não precisa aprovar. Paute, pelo menos. O presidente Pedro Tobias não se referiu somente ao PTB, se referiu também ao DEM, ao PP. Essa não é a melhor maneira de um líder de partido se posicionar - nós teremos eleição no ano que vem. E qual é o compromisso do PTB antes de o Sr. Pedro Tobias apoiar o governador? Por que não apoiava Aécio Neves? Era apoiar Geraldo Alckmin: nós não saímos do lugar.

Quem tem de avaliar se nós ficamos ou não no governo não é o presidente do PSDB, mas é o governador. Não é correto e, infelizmente, o deputado Pedro Tobias não se encontra aqui, porque na próxima fala minha, na presença dele, eu quero lhe explicar como é que o Sr. Governador Geraldo Alckmin foi candidato em 2010. Por que não foi o ministro Aloysio, mas ele?

É isso que tem de ser explicado e eu vou explicar aqui por qual razão o meu amigo Aloysio, que tinha assinatura de quase todos os deputados, não foi candidato a governador, e o candidato foi Geraldo Alckmin. Quero contar essa história para mostrar o que é lealdade. Mas eu dizia: “Aliado não pode ser alienado.” Eu não posso, não devo e não vou mudar de posição. Eu vou defender essa PEC 05 haja o que houver, custe o que custar. Não importa se é hoje, amanhã ou ano que vem, seja como for. (Manifestação nas galerias.)

“Vai ter o impacto.” Que impacto? Onde estão os números, os dados do secretário de Fazenda dizendo que tem esse impacto? A PEC inicial era de um ano e nós passamos para quatro anos. Os primeiros 12 meses não têm custo nenhum, é só em 2021!

Não, o Executivo não quer. Veja o que eu vou dizer agora. Esta Assembleia, este Poder, só tem uma oportunidade: aprovar. O Executivo tem duas oportunidades: não deixar aprovar e entrar com Adin. Se aprovar, o Executivo vai ao Supremo Tribunal Federal e vai propor Ação Direta de Inconstitucionalidade. E nós vamos fazer o que se esse projeto for derrotado em plenário? Nada. Engolir a nossa vergonha, e só. É o que vai acontecer. E não serão as emendas, sejam quais forem, que vão mudar o vosso posicionamento.

Eu dizia, na semana passada, na “Folha de S. Paulo”: “Esta Casa não está à venda; esta Casa precisa ser reconhecida e tem de ser aplaudida pela sua história.” Eu dizia hoje ao presidente Cauê Macris, no Colégio de Líderes: “Pauta o 1º turno da PEC! Quem quiser vota ‘sim’, quem não quiser vota ‘não’, mas pauta, pelo menos! É o 1º turno!

Se nem isso vai ser pautado, eu indago ao Sr. Presidente, que há mais de 30 dias solicitou informações ao secretário da Fazenda, que não as presta, que ignora esta Casa. O Sr. Secretário tinha de respeitar esta Assembleia. Diz qual é o montante, diz quanto vai gastar, diz se é viável! Eu propunha ainda: para que não aproveitar um exército de fiscais, de auditores de arrecadação tributária? Para quê? Quem é que vai arrecadar o dinheiro do Estado? Eu? Não. Motive essa gente, estimule essa gente, ajude essa gente! (Manifestação nas galerias.)

É isso, Sr. Presidente, que eu volto a lhe fazer apelo: “Pauta essa PEC 05!” Não importa o resultado! Não importa! Se as informações do secretário da Fazenda forem de dinamitar as finanças, nós podemos conversar. Mas, enquanto isso, em latim, “alea jacta est”: a sorte está lançada nesta Casa.

 

O SR. JORGE CARUSO - PMDB - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pelo PMDB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para encaminhar a votação pelo PMDB, tem a palavra o nobre deputado Jorge Caruso.

 

O SR. JORGE CARUSO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, funcionárias e funcionários desta Casa.

Quero iniciar fazendo uma homenagem ao líder do governo, deputado Barros Munhoz. Hoje nós tivemos uma reunião no Colégio de Líderes e, ao longo desses 20, 30 dias, é inegável o seu esforço em fazer milagre dentro desta Assembleia Legislativa. Eu queria homenageá-lo porque ele é um apaixonado pelo que faz, seja como deputado, seja como líder do governo. Apesar de estarmos divergindo em vários pontos dos projetos, eu tenho que fazer essa justa homenagem a Vossa Excelência.

Hoje saiu uma matéria na Folha de S. Paulo falando sobre emendas e seus atrasos. O curioso é que, nos últimos 10 dias, todos nós, deputados, estamos recebendo muitos telefonemas de prefeitos, amigos nossos que querem a aprovação do projeto do Refis, seja do IPVA ou do ICMS. Os prefeitos estão quebrados e as prefeituras estão precisando, então é natural que eles nos cobrem isso.

A todos eles está sendo explicado, de uma forma muito didática, que há um débito grande de cerca de 10 milhões de reais por deputado por emendas apresentadas e aprovadas nos últimos três orçamentos e que a nossa briga é no sentido de aprovar o Refis, tanto do ICMS como o do IPVA - mas que, além da quota-parte de 25% no ICMS para os prefeitos e outros 50% do IPVA, que o governo garanta que, com a entrada desse dinheiro do Refis, sejam destinados 900 milhões para o pagamento de todo esse débito que também vai para os municípios.

Então, na verdade, o que nós defendemos não é só que os municípios recebam essa parcela dos impostos provenientes do Refis, mas sim tudo aquilo que já foi aprovado na peça orçamentária e que não foi respeitado pelo governo ao longo dos anos.

Eu sugiro aos senhores prefeitos e à sua associação, que ficam fazendo vídeos convocando um monte de prefeito para vir pressionar os deputados, que façam um vídeo idêntico convocando todos os prefeitos a fazerem plantão lá no saguão do Palácio para pedirem ao governador para pagar o que ele deve à Assembleia Legislativa. Eles ficam como garoto de recado ligando para a gente. É um negócio meio bobo. Vamos parar com isso. Todo mundo aqui é grandinho e não precisa disso. Eu faço a eles esse convite para fazerem plantão lá no Palácio e nos ajudarem nessa briga, que é a favor deles.

Agora, especificamente, voltando ao problema da Casa. Está claro aos presentes que o governo só tem interesse, basicamente, em dois projetos nesse semestre. A LDO tem que ser votada, caso contrário o semestre não fecha. Basicamente, o governo tem interesse no projeto 57, que é o projeto do ICMS, e no projeto do Refis do IPVA. Votando isso, o governo se dá por satisfeito, vai embora e acabou.

Só que o problema é muito maior. E é maior porque não conseguimos entender como o governo vai conseguir sucesso em ambos os projetos se não contar com a ajuda dos fiscais da Receita e dos agentes. Não dá para entender.

Eu não sei se estou falando bobagem, mas talvez eu comece a entender. Semana passada, houve um embate - o deputado Barros Munhoz até disse que o secretário deve ter se enganado - por aquela ideia interessante do secretário terceirizar todo o gerenciamento dos devedores paulistas, tirando dos funcionários do estado e passando para um terceiro ou para uma empresa da iniciativa privada, que vai passar a ter o controle de todos os dados sigilosos de todas as empresas do estado de São Paulo.

Aí começa a fazer sentido vocês estarem aqui. Começa a fazer sentido também vocês terem, na pasta de vocês, um secretário que não conversa com vocês. Eu acho que está acontecendo um grande plano, ao contrário do que pensa o nobre deputado Barros Munhoz.

Eu acho que está tudo preparado, independente da vontade de vocês, para que, tão logo nós aprovemos o Refis, seja baixado um decreto passando isso para terceiros. Aí o secretário vai e encosta vocês, limita cada um com sua senha, limita a atuação de cada um de vocês e joga para o privado todo esse trabalho.

Acho que essa é a única coisa que justifica essa falta de coerência do secretário para com a categoria que ele preside, é a única coisa que justifica esses atos, que, em nosso entender, são absurdos.

Junte-se a isso, e fica aqui uma menção honrosa especial, a ideia inovadora do secretário de mudar a Nota Fiscal Paulista. O Estado já passa por crise, o País já passa por crise, e é claro que o terceiro setor, mais do que nunca, enfrenta muita crise.

Sobrevivem hoje da Nota Fiscal Paulista muitas entidades. Aí o secretário resolve mudar a Nota Fiscal Paulista, e com isso muitas entidades serão prejudicadas, não vão mais receber o que recebiam.

O secretário, claramente, disse que vai tornar isso tudo mais prático, com aplicativos. Ninguém, na prática, ou pouca gente, dá o CPF na hora de adquirir o produto. Basta chegar em sua casa com a sua notinha, abrir um aplicativo, abrir o computador e lá cadastrar a nota. É super simples, a população toda tem muito tempo para fazer isso. Todo mundo é ocupado, e ele veio com essa ideia inovadora.

Juntando as coisas, em um paralelo, nós fizemos um Requerimento de Informação aqui pedindo a listagem dos maiores devedores por setor, porque eu acho um absurdo os deputados votarem um projeto sem saber quem está devendo, sem saber quem nós temos que excluir desse pessoal que está mal falado hoje pelos jornais e televisão.

Então, ele responde o Requerimento de Informação dizendo que ele sugeria que nós, deputados, oficiássemos à Procuradoria Geral do Estado para obter tais informações. Eu achei essa resposta de um desrespeito sem tamanho para com a Assembleia Legislativa.

Aí vem o voto do conselheiro Roque Citadini na análise das contas do governador, e S. Exa. faz menção, com ressalva, de que todas as renúncias fiscais, os benefícios que foram concedidos pelas empresas, não foram identificados na prestação de contas. Ou seja, o Estado omitiu essas informações de quem ele beneficiou e com quanto S. Exa. beneficiou para o próprio Tribunal de Contas do Estado.

Então, é uma somatória de atos muito interessante. Eu fico pensando se isso é da cabeça do secretário, se ele é um inovador, se ele é uma pessoa diferenciada, já que nós nunca vimos nada parecido antes com nenhum secretário da Fazenda que ali passou, ou se é uma ordem superior.

Omitir dados e não permitir que nós, deputados, saibamos quem são os devedores do estado de São Paulo. Estamos tentando entender por que eles não querem que nós saibamos.

Omitir dados com relação a quem eles beneficiaram. Mas por que omitir esses dados? É pessoal, é um conceito próprio do secretário ou é uma ordem de cima?

Tudo isso, cada ato desses, como o que acontece com a Nota Fiscal Paulista, deixa claro que esse dinheiro, se não vai para as instituições, vai voltar para o caixa do governador. Então, ele vai diminuir o dinheiro das instituições para ter mais dinheiro para gastar.

Então, acho que nós precisamos identificar essa questão muito bem. É uma coisa do secretário, do governador, da Casa Civil?

Eu tenho dito aos nobres deputados que não dá para votarmos em projeto algum, de qualquer natureza, sem que tudo isso seja esclarecido, sem que o governo explique como ele vai fazer para receber o dinheiro do Refis, sem que ele explique o que vai fazer com os senhores, que estão sentados aí em cima. (Palmas.)

Estamos pedindo a compreensão do Parlamento, para que não votemos nada, porque não dá. É um pacote de situações que precisam ser esclarecidas. É muito cômodo para o Governo dizer que quer o Refis, que quer isso e aquilo. E nós fechamos a Casa e vamos embora?

Não vamos admitir esse comportamento. Não tem como continuar essa situação, pois é um desrespeito com a Casa e com os funcionários públicos. (Manifestação nas galerias.) Hoje, nessa votação que deve acontecer dentro de alguns minutos, pedimos que os Srs. Deputados não votem. É uma questão estratégica: esse projeto trava a pauta e é importante que travemos a pauta justamente para que o Governo se veja compelido a discutir.

Há um ditado espírita muito sábio: “Ou se aprende no amor, ou se aprende na dor”. No amor, até agora, não deu resultado. Por isso, não temos outro mecanismo, senão a obstrução, para tentarmos, com um pouco de dor, resolver a questão de todos.

Muito obrigado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estamos recebendo a visita do prefeito Antonio Escrivão, de Estrela d’Oeste, e do Alexandre José Cotrim, diretor de Indústria e Comércio de Estrela d’Oeste, além do ex-prefeito Ives, também de Estrela d’Oeste, e do Gustavo, vereador de Sud Mennucci.

Em nome da Assembleia Legislativa de São Paulo, esta Presidência agradece a visita dessas autoridades. (Palmas.)

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para encaminhar a votação pela liderança da Minoria, tem a palavra a nobre deputada Marcia Lia.

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, começo minha fala corroborando a fala de meu antecessor, deputado Jorge Caruso, sobre essa situação da Nota Fiscal Paulista.

Esse tem sido um assunto que tenho trazido com muita frequência a esta tribuna, tendo em vista que vai prejudicar demais as entidades que cuidam de doentes, como as Santas Casas, de pessoas com deficiência, como as Apaes, além de entidades e associações que cuidam de pessoas idosas, entre outras.

A mudança no sistema vai prejudicar o recebimento dos recursos da Nota Fiscal Paulista. As entidades veem isso com muita clareza. Então, quero fazer coro ao deputado Caruso, no sentido de que o Sr. Governador preste atenção a essa resolução que entrará em vigor a partir de setembro e que será muito prejudicial às nossas entidades. Elas já estão trabalhando no vermelho e não têm condições de manter os programas e projetos sem os recursos da Nota Fiscal Paulista.

Há outra questão que me traz a esta tribuna, na qual quero contar com o apoio do deputado Roberto Massafera: vamos ter, a partir do próximo dia 30, o fechamento das medidas socioeducativas de semiliberdade na nossa cidade de Araraquara. Nós não podemos permitir que isso aconteça, pois aqueles jovens que estão sob a proteção da lei - sob medidas protetivas, socioeducativas, de semiliberdade - serão transferidos para outras cidades, em que não ficarão em semiliberdade, pois não terão como sair no final do dia e voltar para suas residências. Então, queremos fazer um apelo ao Márcio Elias Rosa e à presidente da Fundação Casa para que não fechem as medidas socioeducativas da cidade de Araraquara, pois isso prejudicaria muito aquelas famílias e aquelas crianças.

Também gostaria de dizer que estamos vivendo um momento muito triste neste País, pois, pela primeira vez, um presidente da República em exercício foi denunciado pelo procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva. É uma vergonha. A imprensa internacional noticia em alto e bom som que o Brasil está sendo governado por uma quadrilha, que o Brasil está sendo governado por um presidente que responde a processo por corrupção.

Nós estamos também vendo que senadores da República, pessoas que deveriam ser exemplo e cuidar do bem público e do povo brasileiro, estão envolvidos até o pescoço. No dia de ontem, soubemos que um avião bimotor que levava a quantidade absurda de 653 quilos de cocaína decolou, nada mais, nada menos, da fazenda do senador Blairo Maggi.

Depois que os dois pilotos se afastaram e entraram em contato com seus advogados e com seus amigos, eles recuaram, mas inicialmente teriam dito à FAB - esta informação saiu da Força Aérea Brasileira - que o avião teria decolado da fazenda do Sr. Blairo Maggi, senador da República. E não é a primeira vez que isso acontece, pois já houve antecedentes com o senador Perrella e na fazenda do senador Aécio Neves.

Essa história é muito complicada. Nós não podemos aceitar situações como essa. Provavelmente os pilotos foram orientados na perspectiva de desmentir aquilo que eles haviam comunicado quando da decolagem do avião, pois foi comunicado à FAB que o avião saía da fazenda do senador Maggi.

Temos que aferir isso, pois há como descobrir, e então veremos se de fato o Moro e os outros que defendem a legalidade e a moralidade terão a mesma disposição de verificar os fatos. No caso do Perrella, eles não tiveram, mas espero que neste caso tenham a competência para fazer aquilo que tem que ser feito.

Outra coisa que precisamos comentar nesta tribuna é uma fala de hoje do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello. Esse ministro, sabendo das decisões do juiz Sérgio Moro - que têm sido revogadas -, disse o seguinte: “Moro simplesmente deixou de lado a lei, isso está escancarado. Ele não é o único juiz deste País e deve atuar como todo juiz”. O ministro estava se referindo às prisões preventivas arbitrárias, às condenações sem prova e ao verdadeiro calabouço que Moro instituiu na cidade de Curitiba.

Nós não podemos permitir que isso aconteça. Tenho um professor de Direito Processual Penal muito meu amigo, de Araraquara, que foi procurador de Justiça e tem um histórico muito íntegro. Ele disse para mim que, muitas vezes, pega o Código de Processo Penal e tem vontade de chorar, porque tudo aquilo que ele ensina aos seus alunos, na prática, não está sendo respeitado.

Nós estamos vivendo em um estado de exceção, estamos vivendo um verdadeiro absurdo neste País, em que um presidente da República é denunciado pelo procurador geral da República por corrupção, porque dinheiro foi destinado a ele. Ele disse que não era amigo íntimo do Joesley Batista, mas até menção à questão da condição física, ao corpão do Joesley, consta lá, nas interceptações telefônicas que foram vazadas. Então, não é verdade.

Temos que admitir que, infelizmente, tiraram uma presidenta honesta, uma mulher séria, e colocaram uma quadrilha para governar o nosso País. É mala de dinheiro para um lado e cocaína para o outro.

Nós estamos vivendo um momento extremamente delicado no nosso País e não podemos aceitar isso. Temos que dizer que o povo brasileiro não aceita 14 milhões de pessoas desempregadas. Pessoas estão voltando à miséria e à fome. Vivemos uma insegurança no nosso País. Há insegurança institucional e econômica. Há falta de crédito nas nossas instituições.

Oxalá, possamos, de verdade, restabelecer o crédito no Judiciário e na Justiça brasileira, porque, senão, realmente, nós estaremos vivendo o tempo das ordálias. Estaremos vivendo aquilo que nós vivemos na Idade Média. Não podemos aceitar isso.

Quero lhes dizer que essa decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que restabelece a Justiça em relação aos condenados pelo juiz Sérgio Moro, de fato, nos representa.

Muito obrigada.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiramente, quero cumprimentar o prefeito da minha região, Jeder Fabiano, conhecido como Tuim da Farmácia, da cidade de Santa Salete. Está aqui com sua esposa Rafaela.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço uma salva de palmas ao prefeito e a sua esposa, que estão visitando a nossa Assembleia Legislativa. (Palmas.)

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Cumprimento, também, o Marcelo Buso, que os está acompanhando e é vereador. A Claudia Borges também é vereadora na cidade de Santa Salete. Muito obrigado pela presença de todos vocês. (Palmas.)

Eu quero apenas corrigir a informação da deputada. Respeito muito a deputada Marcia Lia, mas as inverdades têm que ser corrigidas cada vez que surgem neste plenário.

Primeiramente, o avião não decolou da fazenda do ministro Blairo Maggi. Não o conheço e nem tenho por que defendê-lo. Decolou de uma fazenda arrendada. A primeira informação é de que nem do ministro ela é. É uma fazenda cujos pastos são arrendados para ele plantar soja.

Depois, isso foi desmentido pela FAB. A FAB diz que quem, na interceptação, para poder dizer que estava decolando de uma fazenda grande, que é a Fazenda Itamarati, que é a maior fazenda que tem lá, para que não fosse corrigido em todos isso... Acho que é muito importante fazer a correção. Se fosse verdade, isso teria que ser visto.

Quanto aos 14 milhões de desempregados, foi o seu governo que os deixou. O seu companheiro, da sua cidade, estava lá. Foi ministro desse governo. Vir aqui para fazer esse tipo de colocação? Nós temos 14 milhões de desempregados, porque o governo do PT fez o maior desajuste econômico e financeiro que passou na história deste País. É só por isso.

Eu acho que as pessoas virem aqui e faltarem com a verdade ao microfone é muito ruim. Deputada, sabe do respeito que tenho por Vossa Excelência. Acho que temos que vir aqui e dizer a verdade. A verdade é que o PT acabou com o nosso País.

Esse governo que está aí, para mim, é legítimo, porque eu não votei nele. Vossa Excelência votou. Vossa Excelência elegeu o presidente Michel Temer como vice da presidente Dilma. Não venha aqui, agora, dizer que não é o seu governo. É o governo que vocês colocaram lá. Então, eu acho que essa história é muito difícil de contarmos.

Eu não votei. Eu acho que é um erro grotesco as pessoas dizerem isso. Votei no Aécio Neves e acho que, se ele fez coisa errada, tem que ser preso como todos os outros. Não tenho nenhuma dificuldade nisso.

Mas vir aqui acusar um ministro que eu não conheço - não tenho nem porque defender, não é do meu partido -, mas sobre o qual a FAB já desmentiu os boatos? Precisamos ter respeito pelas pessoas.

Mas o Partido dos Trabalhadores sempre faz isso. Solta as mentiras e acabam acreditando nelas.

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Na verdade, deputado Carlão Pignatari, não fui eu que falei, foi o Estadão, a Folha, a Carta Capital, a Rede Brasil Atual, o Brasil 247, a Globo, vários órgãos da mídia.

Quero dizer ao deputado Carlão e a todas as pessoas que nos assistem que não foi o PT que deixou o País nesta situação, foi a irresponsabilidade do senador Aécio Neves, que quando perdeu a eleição decidiu, junto com o deputado Eduardo Cunha, que nada ia acontecer neste País, que eles queriam o quanto pior, melhor. E eles conseguiram.

Eu não votei no Michel Temer, votei na presidenta Dilma. E não votei no Aécio Neves. Já há dois anos que esse governo está fazendo essas arbitrariedades e reformas sem ter a menor representatividade da população brasileira. Portanto, o que está acontecendo, a responsabilidade pela economia estar como está, é do Michel Temer que, quando assumiu, disse que em seis meses colocaria a economia do País nos trilhos, que tudo estaria funcionando muito bem.

Mas o que vemos é a vergonha. Um país passando cada vez mais vergonha internacionalmente. Os investidores foram embora, ninguém mais acredita neste País e a culpa é do Aécio Neves, do Michel Temer e do Eduardo Cunha, que, graça a Deus, está preso.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela liderança do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para encaminhar a votação pela liderança do PT, tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, pessoas das galerias que, mais uma vez, de forma insistente, encontram-se aqui, batalhando e lutando pela aprovação do PLC 05, contem sempre conosco. É sempre bom nos referir a vocês. Temos ficado muito satisfeitos e orgulhosos de tê-los aqui em todas as nossas sessões, isso é muito importante e nos motiva para que continuemos batalhando por vocês e por suas demandas, que achamos justas e corretas. Sobretudo para o estado de São Paulo. (Palmas.)

O que não é justo nem correto é o que aconteceu hoje na Comissão de Educação e Cultura desta Casa. Uma das comissões mais importantes, que trata de um assunto absolutamente prioritário e fundamental para este Estado, sobretudo para nossas crianças e jovens, para aqueles que querem ter uma expectativa de futuro através da Educação.

Pasmem, senhoras e senhores, o secretário Nalini, que foi convocado para vir a esta Comissão na tarde de hoje, confirmou sua presença, mandou seu staff lá antes de iniciarmos a sessão para dizer que ele iria apresentar um data show, até perguntou se ele podia sentar na mesa porque ele tinha um computador que precisaria utilizar enquanto fazia sua apresentação.

Não sei se foi a liderança do Governo, não sei quem foi, mas, de repente, um deputado da base do governo que estava lá se retirou. Os outros nem apareceram. Ficamos nós, deputado Giannazi, deputado Luiz Turco, que aqui se encontra, e esta deputada, que preside aquela Comissão.

Minutos depois, chegou um ofício, inexplicavelmente, inesperadamente, encaminhado a esta Presidência, dizendo que o Sr. Secretário não viria, que iria fazer a sua prestação de contas - eu nunca vi isso na minha vida aqui - por escrito. Fugiu da raia, teve medo de enfrentar a Comissão. Teve medo, acovardou-se. Sabe por que ele se acovardou? Porque a Secretaria dele está com dezenas de problemas, que ele não tem a capacidade e a competência para resolver.

Um jurista, que foi presidente do Tribunal de Justiça, não obedece à Constituição Estadual, que determina, no seu Art. 52-A, que o secretário tem que vir às comissões temáticas fazer a sua prestação de contas semestralmente. E ele não veio. Não veio, sabe por quê? Ele não veio porque não quer explicar os 40 bilhões que saíram da Secretaria para pagar o salário dos aposentados. Ele não veio porque não quer explicar quais foram as medidas que a Secretaria adotou para enfrentar o problema da corrupção da merenda escolar, se ela, de fato, fez alterações e transformações importantes que possam evitar que novos episódios como aquele ocorram. Ele não veio porque não tem como justificar o fechamento das salas de aula, a extinção do EJA, programa de educação de jovens e adultos.

Este Estado, o mais desenvolvido da Nação, bate recorde de analfabetos, porque este Governo não tem vergonha de aplicar os 30% que devem ser aplicados na Educação, na promoção da cidadania, para fazer com que os nossos alunos possam ser sujeitos da sua própria história, para que o processo de ensino e aprendizagem, de fato, seja efetivo nas escolas públicas deste Estado. E eles não são. Não são, sabe por quê? Porque Educação nunca foi prioridade para o governo tucano. Nunca foi. Está no programa do Alckmin, quando ele se elegeu, nas duas vezes. “Nós vamos valorizar o salário dos profissionais da Educação, nós vamos valorizar o salário dos trabalhadores da Educação”. Não cumpriu, como não cumpre dezenas de promessas de compromissos feitas em campanha, porque não tem compromisso com a Educação, porque despreza.

O que o secretário Nalini fez hoje - está aqui o deputado Campos Machado, que preside o Conselho de Prerrogativas e precisa tomar providência, não importa, porque tem que tomar providência mesmo quando o secretário é do time dos tucanos - foi errado. Ele se acovardou e não cumpriu a lei.

Se esta Casa não serve para trazer um secretário para prestar contas, para que nós servimos então? Para referendar as ações do governador? Para referendar a retirada de direitos? Para referendar os recursos da Educação que são usados em outras áreas? Para vender patrimônio público? Para não dar reajuste para os trabalhadores, que é nada mais do que justo para recuperar salários neste Estado? É para isso que nós servimos? (Palmas.)

Aqui ninguém está barganhando emenda, ninguém está trocando voto por emenda. Aqui nós queremos que os nossos direitos, enquanto deputados e deputadas, sejam cumpridos. E não foram. O que aconteceu, hoje, aqui, é inadmissível. Se fosse em outro lugar, o secretário teria que pedir demissão. O pior vocês não sabem: ele estava na Casa, ele veio aqui. Isso foi o que nos deixou mais indignados ainda. Ele não se deslocou alguns metros até o Auditório Franco Montoro para fazer a sua apresentação. Deputado Professor Auriel, V. Exa., que é professor, sabe o quanto a Educação tem sido desprezada pelos sucessivos governos tucanos, nas últimas décadas, no estado de São Paulo.

Iremos representar com base legal. Ele será obrigado a vir. Ele não veio hoje à Comissão de Educação. Provavelmente, essa foi a última reunião da comissão no semestre. Eu irei convocá-lo para vir na primeira semana de agosto para fazer aquilo que é a sua obrigação. Se ele não cumpre a sua obrigação como funcionário público, ele está ocupando o cargo errado. Ele deve pedir demissão. Pede para sair, secretário Nalini, porque V. Exa. está sendo irresponsável!

Há uma conferência do Conae, na área de Educação, que está para acontecer. Ela irá discutir os destinos da Educação no estado de São Paulo, mas o secretário não quer liberar um real para que os órgãos e as entidades realizem a sua conferência. Recebi, no meu celular, um pedido de profissionais da área de Nutrição.

Sabe quanto é o salário pago para as nutricionistas do Estado? São 1.200 reais. Não chega a um salário e meio. Sabe o que está acontecendo? Evasão. Elas estão pedindo demissão, porque não é possível que uma profissional com curso superior, de nível universitário, que cuida da educação e, portanto, da saúde das nossas crianças e dos nossos jovens, ganhe essa miséria.

Há anos o governo está prometendo que irá regularizar a situação. Enquanto isso, o Estado perde profissionais competentes, perde gente que está se dedicando, mas que não aguenta mais. As pessoas precisam sobreviver. Ninguém aguenta receber um salário de fome. As pessoas precisam receber salários dignos. Não adianta vir com a desculpa de que não tem dinheiro ou recursos, ou a de que a arrecadação caiu.

Há muito tempo a Educação está nesse imbróglio. Ela está desqualificada, desvalorizada e com perda de qualidade. Salas de aula estão sendo fechadas. Ainda há escolas de lata aqui. A infraestrutura está terrível, sem falar dos aspectos pedagógicos e dos instrumentos pedagógicos utilizados. Às vezes, falta até papel nas escolas, e professores têm que levar o giz para poder escrever na lousa. As associações de pais e alunos têm que fazer compras de coisas fundamentais que são utilizadas nas escolas.

Esse é o quadro da escola do estado de São Paulo. É um governo que despreza a Educação. Hoje o governo comprovou isso. Através do seu secretário da Educação, o governo disse: “estou pouco me lixando para a Educação do estado de São Paulo. Não tenho compromisso nenhum com o futuro das crianças e da nossa juventude”. Da forma como está, a escola provoca evasão. A evasão escolar provoca essa violência crescente a que estamos assistindo, sobretudo, nos grandes centros urbanos.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, acho estranho que a deputada Beth Sahão venha fazer quase um desafio público sobre o Conselho de Prerrogativas. Na quarta-feira, só havia dois deputados: o presidente e o deputado Cássio Navarro. Onde estava a bancada do PT? Onde estavam os membros do Conselho de Prerrogativas?

Não apareceu um. Como posso reunir esse Conselho de Prerrogativas sem deputados? Temos mais de 20 projetos do Conselho de Prerrogativas. Temos até uma cartilha que quero entregar aos deputados não cartilha escolar, mas recomendações de ordem ética, recomendações de ordem de independência.

Enquanto isso, ficamos lá, eu e o deputado Cássio, 45 minutos, e não apareceram os deputados no Conselho de Prerrogativas. Não importam os motivos. Há suplentes, e não apareceu nenhum. Indago a V. Exa.: como fazer reunião sem deputados? Não estou criticando o deputado Enio. Eu tenho suplente, poderia ter ido o suplente à reunião.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Para esclarecer sobre o assunto, Sr. Presidente. Participei da última reunião do Conselho de Prerrogativas, que foi há duas semanas, e depois não houve mais reunião.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Como não houve reunião?

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Eu não recebi.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Como não recebeu? Todos receberam.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Não sou de faltar em reunião, nobre deputado Campos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Desculpe, deputado Enio Tatto. O deputado Cássio estava presente. O deputado Coronel Camilo me disse que tinha um problema. E os outros deputados, alguns estavam no Palácio. Não sei se V. Exa. não estava no Palácio. Só sei que a reunião não foi feita.

Mas, amanhã, me disse o presidente, temos que fazer um Colégio de Líderes. Falei: e como faço amanhã, com o Conselho de Prerrogativas? Vossa Excelência sabe quantas questões estamos colocando lá no Conselho? Preciso ter a presença dos deputados para tomar algumas decisões, Sr. Presidente.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar pelo PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Raul Marcelo, para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, temos uma matéria no jornal "Folha de S.Paulo" de hoje, específica sobre os trabalhos na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Antes de entrar nessa matéria, gostaria de dizer que esse não é o primeiro projeto, e talvez não seja o último, sobre alienação de imóveis no Estado de São Paulo. Já votamos aqui na Casa diversos projetos nesse sentido. Alguns, com estimativa de levantamento de recursos que não foram alcançados, e outros, inclusive sem nenhum tipo de estimativa, como é o caso desse projeto, a criação de uma empresa, junto com a SPPrev, para vender os imóveis da SPPrev, a São Paulo Previdência.

É, na verdade, raspando o tacho. Tentativa de levantar recursos de todas as fontes possíveis. O segundo projeto é um projeto de refinanciamento de dívidas. E nós vamos, possivelmente, seguir nessa toada na Assembleia Legislativa, até o final do ano: fechando fundações, alienando bens públicos, refinanciando dívidas, passando a mão nos grandes devedores.

Circulou um documento oficial, nesta Casa, dos 100 maiores devedores do Estado de São Paulo. São empresas que estão nas duas pontas. Uma empresa campeã, ligada aos fármacos, deve cinco bilhões ao Governo do Estado de São Paulo. E existem empresas que devem para o Estado de São Paulo, não pagam seus tributos, e essas mesmas empresas estão na lista das empresas que são beneficiadas com isenção de ICMS. A empresa não paga o tributo e ainda tem isenção. É uma conta, de fato, difícil de ser fechada.

Mais um dado concreto, que estamos passando por uma crise fiscal. O governador diz, aos quatro ventos, que é preciso arrochar nas áreas sociais, ou seja, o povo tem que pagar a conta. Os servidores públicos precisam esperar, esqueçam a inflação do ano passado e do ano retrasado, porque é um momento muito difícil das finanças do estado de São Paulo.

Obrigação primeira é checar. No Brasil temos que desconfiar dos governos. Costumo brincar, sempre que vou a qualquer faculdade ou universidade para um debate, que o bom aluno no Brasil - aquele que seguir carreira acadêmica ou seguir na iniciativa privada, ou nos concursos públicos -, tem que desconfiar de todas as medidas governamentais, e tentar entender quem será beneficiado em cada medida que o governo planeja.

Essa discussão da crise fiscal é uma delas. Passa a ideia para toda a sociedade do estado de São Paulo, de que todos estão perdendo na crise fiscal e então é preciso fazer-se um esforço coletivo para se fazer frente a essa crise. Só que quando vamos olhar o Orçamento, não é bem isso que está acontecendo. Existem setores que não estão perdendo na crise e não estão sendo chamados a fazer um esforço. Como estão sendo chamados os pais que têm filhos na escola pública, como estão sendo chamados os servidores públicos, como estão sendo chamados os desempregados.

Estive na Secretaria de Relações do Trabalho essa semana, para uma reunião. Na minha cidade, 15 mil trabalhadores perderam o emprego no ano passado. Empregos na cadeia de petróleo e gás. Empresas como a Bardella, que prestava serviços para a Petrobras, deixou de receber por conta da crise na Petrobras e mandou mil ou 2 mil funcionários embora. Empresas como a Tecsis, que produz pá eólica.

O governo americano decidiu que não tem mais problema na geração de energia fóssil. Não vai mais investir na geração de energia renovável e vai continuar com a geração de energia fóssil. Cancelou a demanda por pás eólicas e prejudicou 6 mil trabalhadores. É uma empresa de um ex-aluno do ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Foi fundada em Sorocaba e está mandando todos os trabalhadores embora.

Fui à Secretaria de Relações do Trabalho, para saber dos projetos de geração de emprego e renda e levá-los para a minha região. Na conversa com o secretário ele passa os valores da sua Secretaria, quanto tem de orçamento para a Secretaria de Relações do Trabalho: 125 milhões de reais. Se descontarmos o que se paga aos funcionários, na compra de papel sulfite e caneta, não sobra uma quirera para gerar emprego e renda para o nosso povo que está sofrendo.

Ainda não temos idosos - como tem na América Latina inteira - mendigando, porque a Previdência no Brasil é um colchão social imenso. A Igreja Católica está contra a reforma da Previdência porque sabe que, se aumentar a idade para aposentadoria, quem não conseguir trabalho formal no Brasil, vai para a rua pedir esmola. Nós vamos ver - como na Argentina, no Chile, no Paraguai - quem é o pedinte de esmola na América Latina. É o idoso, e no Brasil o idoso não pede esmola no semáforo, porque ao atingir a idade e mesmo sem contribuição ele consegue um recurso.

É uma coisa curiosa, muitos filhos vão morar com os avós, porque o avô tem salário mínimo e consegue prover o sustento de netos e até de filhos mais velhos. É uma coisa importante que nós temos na Previdência. O problema de quem não está na Previdência, mas está procurando emprego, é esse: só 125 milhões de reais para gerar empregos. Dizem que o vice-governador, o Mário França, tem umas carretas que ele usa para dar cursos em diversas regiões. Já oficiei pedindo que vá para a minha região.

É esse o dado: para quem está desempregado aqui em São Paulo, o governador do Estado de São Paulo disponibiliza 125 milhões de reais para gerar emprego e renda. E umas carretas que vão dar cursos para açougueiro, eletricista. O que é importante, mas como a questão não está na Secretaria então não é uma política de Estado, mas está na mão do vice-governador Mário França e ele decide aonde vai. Quero dizer aos Srs. Deputados, que peçam que essa carreta vá para a sua região.

Recebemos essa semana aqui na Assembleia o secretário de Esporte, Lazer e Juventude, para discutir o Esporte. Afinal, temos Cracolândia, não só em São Paulo, mas também em Sorocaba e na Baixada Santista. Existem jovens que não estão mais trabalhando nem estudando, e só restou a droga como forma de fugir dessa realidade duríssima que temos no nosso país hoje.

Esse problema das drogas, do desemprego, do crime organizado e do tráfico, tem discricionariedade. Quando pegam um helicóptero do deputado, não dá nada. Agora, o menino que é pego vendendo cigarro de maconha na rua, é traficante, colocam no jornal “o grande traficante” e ele pega anos e anos de cana.

Na Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, temos 197 milhões de reais. Se computarmos o gasto com pessoal, com compra de sulfite, caneta e tudo o mais, não sobra nada. As únicas coisas que o governo estadual faz: os Jogos Regionais e a distribuição de algumas bolsa-atleta no valor de um salário mínimo. A pergunta é: “Deputado Raul, tem uma crise, caiu a arrecadação, não tem mais dinheiro?”

Mas olhamos o Orçamento, e a mesma peça orçamentária que destina 197 milhões para o Esporte e 125 para a pasta do Trabalho vai dar, de isenção do ICMS - isso está na LDO -, 15 bilhões de reais este ano.

Aqui em São Paulo, mesmo que ocorra um tsunami, certos setores não vão ser afetados, pois há 15 bilhões de isenção de ICMS. Não há crise que chegue a esses setores. Estou estudando esse assunto, mesmo com toda a dificuldade. Até o Tribunal de Contas está com dificuldade de acessar essas informações, segundo o relatório do Roque Citadini. Os auditores, aqui presentes, estão nessa luta também, fazendo denúncia.

A grande denúncia é de que um grande setor, ponta de lança na tecnologia mundial, que recebia quase um bilhão de isenção - o governador suspendeu agora - era o setor que tem a grande especialização tecnológica de esquartejar frango. São os frigoríficos. Não estou questionando a geração de emprego. Mas qual é a incorporação tecnológica que traz ao estado de São Paulo esquartejar frango? Aliás, o Delfim Netto publicou um artigo na revista “Carta Capital” nesse fim de semana, dizendo que estamos voltando à colônia. A economia brasileira está voltando a se especializar em esquartejar frango e boi. Infelizmente, para isso não é necessário faculdade, colégio técnico, nada. Faz-se, na carreta do vice-governador, um cursinho de manusear o frigorífico e a faca afiada, e pronto: já se consegue fazer esquartejamento de frango e boi.

É esse o futuro do Brasil? Governador, se for dar isenção fiscal, dê para o setor de computadores, de programação, de tecnologia da informação. Vamos fazer um debate transparente e público em torno dessa questão, que gera emprego.

A rolagem da dívida é de 12 bilhões. Quero exibir um gráfico na tela. Em 1997, foi feita a renegociação da dívida de São Paulo. Vejam que coisa: a dívida era de 60 bilhões; hoje, está em 280. Aqui estão os índices de inflação que se usam no Brasil. O índice da dívida de São Paulo é o IGP-DI. Todos os índices variaram. O IGP-DI variou mais de 1.000 por cento. A ideia não é que o governo pague a dívida, mas que nós fiquemos pagando-a eternamente para meia dúzia de famílias que vivem em função da dívida. Vejam a diferença dos índices; vejam a remuneração da dívida de São Paulo. E a Assembleia está discutindo isso? Estamos discutindo o que o rapaz da Odebrecht falou: alpiste na gaiola; emenda parlamentar... Está aqui na “Folha” de hoje. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação.

 

A SRA. MARCIA LIA - PT - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Temos quórum regimental para a sessão.

Em votação o projeto salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo...

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Presidente, assim não. (Vozes sobrepostas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Respeite esta Casa, deputado Enio Tatto!

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Então respeite o pedido. Respeite a Minoria! Não havia 24 deputados no plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência acha que vai ganhar no grito?

Está aprovado o projeto.

Em votação a Emenda no 01.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental.

Eu não vou aceitar esse tipo de postura. Por favor, segurem o microfone!

Eu posso fazer isso, sim, como fiz. O Regimento permite que a assessoria do plenário... (Vozes sobrepostas.)

Vossa Excelência deveria abaixar a voz e respeitar este Parlamento. Vou respeitar o direito de verificação que V. Exa. tem. Vossa Excelência deveria parar de gritar antes de falar. Aqui, no grito, não funciona. Esta Casa não funciona no grito enquanto eu for presidente! Vossa Excelência não vai mais fazer o que fez. Não está suspensa a sessão.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Por que V. Exa. fala?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Segurem os microfones de todo mundo, por favor. Nós vamos fazer a verificação. Eu quero deixar uma coisa clara: esta Presidência sempre vai respeitar o Regimento. Temos uma assessoria de plenário que são funcionários concursados desta Casa. Não estamos falando aqui de funcionários comissionados, mas de funcionários concursados, que disseram a mim que temos quórum de votação.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É iniciada a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. CÁSSIO NAVARRO - PMDB - Sr. Presidente, declaro a obstrução da bancada do PMDB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de obstrução da bancada do PMDB.

 

O SR. RICARDO MADALENA - PR - Sr. Presidente, declaro a obstrução da bancada do PR.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de obstrução da bancada do PR.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, declaro a obstrução da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de obstrução da bancada do PT.

 

O SR. EDSON GIRIBONI - PV - Sr. Presidente, declaro a obstrução da bancada do PV.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de obstrução da bancada do PV.

 

O SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Sr. Presidente, declaro a obstrução da bancada do DEM.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de obstrução da bancada do DEM.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, declaro a obstrução da bancada do PCdoB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registrada a declaração de obstrução da bancada do PCdoB.

 

A SRA. MARTA COSTA - PSD - Sr. Presidente, quero registrar a obstrução do PSD.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência registra a obstrução do PSD.

 

O SR. CELSO NASCIMENTO - PSC - Sr. Presidente, quero registrar a obstrução do PSC.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência registra a obstrução do PSC.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Sr. Presidente, quero registrar a obstrução do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência registra a obstrução do PSB.

 

O SR. WELLINGTON MOURA - PRB - Sr. Presidente, quero registrar a obstrução do PRB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência registra a obstrução do PRB.

 

O SR. GILENO GOMES - PSL - Sr. Presidente, quero registrar a obstrução do PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência registra a obstrução do PSL.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - Sr. Presidente, quero registrar a obstrução do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A Presidência registra a obstrução do PSOL.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, participaram do processo de votação 43 Srs. Deputados: 42 votaram ‘sim’ e este deputado na Presidência, quorum insuficiente para deliberação da matéria.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiramente quero pedir desculpas pela minha atitude, que foi uma reação a partir da percepção de uma injustiça enorme e da quebra do Regimento por Vossa Excelência.

Sou deputado nesta Casa há 14 anos e isto nunca aconteceu. E foi chato.

Mas também quero dizer que nestes 14 anos em que sou deputado, nenhum presidente - e foram tantos - deixou de atender a um pedido de verificação.

Era notório. Todos que estavam aqui perceberam que havia em torno de 18, 19, deputados, faltando cinco ou seis. Não era uma diferença de um ou dois deputados, que você pode até se enganar. Eu lamento que tenha acontecido isso e peço para V. Exa. tomar mais cuidado. Havia deputados ao lado de V. Exa. que também perceberam que não havia quórum no plenário.

Os assessores de muitas bancadas perceberam também que não havia quórum no plenário. Então, não pode se proceder dessa forma. Não é por causa de uma votação que não ia dar tempo de fazer. Faz parte do Regimento. É um papel da oposição pedir a verificação. Queria pedir desculpas, mas ao mesmo tempo eu pediria que não acontecesse mais isso para o bom andamento desta Casa e respeitando o Regimento.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, solicito a prorrogação dos trabalhos por um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Gostaria apenas de fazer uma consideração a V. Exa. Em todos os anos, e olha que não faz pouco tempo, desde criança eu venho a esta Assembleia, eu nunca vi o que aconteceu aqui. Um deputado tirar o microfone do presidente da Casa. Eu acho que isso é uma coisa sem precedentes. Aceito a desculpa de V. Exa., conheço a sua história, conheço o seu trabalho, conheço aquilo que V. Exa. faz.

Eu gostaria muito que isso não se repetisse, porque o presidente ia presidir a sessão lá de cima. O deputado Campos Machado por várias vezes me alertou sobre esse tipo de ocasião, que se eu estivesse presidindo lá de cima... Eu preferi que não. Eu gosto de presidir aqui de baixo para poder, inclusive, estabelecer este diálogo. O meu histórico, tanto presidindo esta Casa, como líder do Governo, como líder da bancada do PSDB que eu fui, nunca fui de passar em cima de ninguém, muito menos da oposição.

Eu acho que o meu histórico demonstra. Eu, todas as vezes, não tenho condição de contar os deputados de maneira biônica. Todas as vezes que alguém pede verificação de presença, a primeira coisa que eu faço é me dirigir ao secretário geral parlamentar, que está sentado aqui, todo mundo conhece, por quantas mesas ele já passou, inclusive. Não foi somente uma escolha minha, como também a assessoria de plenário, que são pessoas concursadas. Eu me dirigi ao secretário parlamentar, que me disse: “Temos quórum para dar continuidade à sessão”.

A partir deste momento, eu tomei a decisão de dar continuidade à discussão, afinal, esta Presidência tem que se pautar por uma norma colocada e foi feito pelo secretário geral parlamentar, que me deu o comando que nós tínhamos quórum, e vai ser sempre assim. Esta Presidência sempre vai atender a assessoria de plenário neste momento e se a assessoria, que é muito rígida em relação a isso, todos nós conhecemos, disser, nós vamos dar continuidade. Apenas para marcar esta posição.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, solicito a prorrogação dos trabalhos por dois minutos.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, solicito a prorrogação dos trabalhos por quatro minutos.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Sr. Presidente, solicito a prorrogação dos trabalhos por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu me sentiria extremamente desconfortável se não usasse da palavra para dizer alguma coisa sobre o sucedido. Pode ter havido um erro, mas eu quero deixar muito claro que esse erro jamais pode ser imputado à má fé de Vossa Excelência. Não pense que alguém pensou nisso, porque V. Exa. tem um histórico nesta Casa, e um histórico de vida, de quem nunca se comportou erradamente.

Nós temos plena confiança nas suas atitudes. Quero dizer também da mesma forma, Rodrigo Del Nero, os assessores, que sempre foram muito corretos, e eu lamento. Eu vim para cá pronto para pedir prorrogação se houvesse necessidade e, sinceramente, eu não me atentei. Entretanto, quero deixar isso claro em meu nome, tenho certeza que da esmagadora maioria, senão da totalidade dos deputados desta Casa. Que não paire nenhuma dúvida sobre a lisura do seu comportamento e dos seus assessores.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu estava no café. Quando adentrei no plenário, a primeira coisa que eu fiz foi contar o número de deputados que tinha do lado direito. Estava longe, de fato, de ter 24. Podem ter chegado mais um ou dois. A deputada Marcia Lia fez um pedido de verificação. Vossa Excelência, na sequência, disse que havia o número suficiente de deputados, que então o trabalho retomasse. O deputado Enio Tatto se dirigiu a V. Exa., eu vim a este microfone, pedindo que houvesse a verificação. O deputado Barros disse que V. Exa. não tinha má intenção, e nós esperamos que não. mas V. Exa. declarou que havia o número de 24, mesmo com o deputado Enio Tatto protestando, e eu tentando falar deste microfone, e colocou em votação e declarou aprovado. Foi quando eu pedi verificação de votação.

Por que eu fiz isso, mesmo querendo que houvesse a recontagem da presença anteriormente? Porque, se eu não fizesse isso, estaria aprovado sem a verificação de votação. E V. Exa. a colocou de forma imediata, mesmo diante de um impasse, de uma discussão, de uma dúvida.

Deputado Barros Munhoz e demais colegas, se houve uma dúvida inicial sobre o número de deputados presentes, isso é natural, a assessoria pode ter errado, pode o presidente ter errado, pode nós, deputados da oposição, termos errado. Faz parte. O deputado Enio Tatto pediu desculpas pelo excesso, mas V. Exa. agiu no sentido não de resolver a pendência inicial, mas de, imediatamente, colocar o projeto em votação - projeto esse que o governo tenta aprovar já há cinco, seis sessões, e não consegue.

Por isso, a revolta maior e a reação do deputado Enio Tatto. Caso contrário, iríamos perder a votação. Não se tratava mais de uma verificação de presença, mas de votar ou não o projeto, sem a verificação, o que resultou em mais uma derrota do governo, nesta noite.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Nobre deputado Alencar, já encerramos o tempo da presente sessão, mas gostaria de deixar registrado que eu dei o comando de aprovado, mas V. Exa. não pediu, na hora, a verificação. Se existisse má fé de minha parte, como presidente, eu poderia ter declarado aprovado o projeto.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - Vossa Excelência chegou a citar o Item 01.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Exatamente. Se existisse qualquer tipo de má fé, eu não permitiria a verificação. Mas nunca foi o meu intuito qualquer tipo de obstrução nesse sentido. O impasse já está colocado, o deputado Enio Tatto fez as suas ponderações, e eu já justifiquei que não fiz a contagem, mas a assessoria da Mesa que bancou a possibilidade dos 24, e esta Presidência apenas bancou a decisão da equipe da Mesa.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, encerrado o tempo da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da Sessão Extraordinária a ter início dez minutos após o término desta sessão.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 19 horas e 7 minutos.

 

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