13 DE FEVEREIRO DE 2019
3ª SESSÃO SOLENE DO PERÍODO ADICIONAL - OUTORGA DO COLAR DE
HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO À SENHORA MARIA CLARA
MACHADO DA SILVA
Presidência: VITOR SAPIENZA
RESUMO
1 - VITOR SAPIENZA
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da
Mesa. Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, a
pedido deste deputado, para a "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo de São Paulo à
Sra. Maria Clara Machado da Silva". Convida o público a ouvir, de pé, o
"Hino Nacional Brasileiro".
2 - RICARDO SILVA
Ex-vereador de Ribeirão Preto e filho da homenageada, cumprimenta as autoridades presentes. Agradece a homenagem
em nome de sua família. Diz ser esta a sessão mais difícil na qual fez uso da
palavra. Ressalta que não há amor maior do que o do filho pela mãe e da mãe
para o filho. Lembra que sua mãe cuidou de quatro filhos e dez netos. Menciona
que ela é o braço direito e esquerdo de seu pai, o deputado Rafael Silva, que é
sempre muito ativo. Esclarece que esta homenagem é um motivo de honra e alegria
para a família. Diz que veio hoje para ouvir, principalmente sua mãe, falar
pela primeira vez de uma tribuna, apesar de já frequentar o plenário há muitos
anos. Fala que toda a família está emocionada.
3 - RAFAEL SILVA
Deputado estadual e esposo da homenageada,
cumprimenta as autoridades presentes. Diz que sua esposa Maria Clara
sempre o acompanhou em tudo e que se conheceram há mais de 50 anos. Discorre
sobre o sonho de Maria Clara de trabalhar como assistente social em creches,
ajudando crianças simples, humildes e com deficiências. Esclarece que, como
deputado, ajuda diversas creches e instituições, por influência da esposa,
assim como ocorre com os filhos. Tece elogios sobre a atuação do deputado Vitor
Sapienza no estado de São Paulo, sempre ajudando a
comunidade, as pessoas da terceira idade e aquelas que não têm oportunidades.
Comenta sua amizade com o deputado Orlando Bolçone, e
que São Paulo perderá muito com as ausências dele e do deputado Vitor Sapienza na próxima legislatura. Enfatiza que o deputado
Vitor Sapienza deu a ele a oportunidade de agradecer
publicamente sua esposa Maria Clara por tudo o que ela fez por ele. Afirma que
Vitor Sapienza enxerga com o coração.
4 - ORLANDO BOLÇONE
Deputado estadual, diz ser este um dos momentos mais alegres
em seus oito anos de atividade parlamentar nesta Casa. Afirma ser o deputado
Vitor Sapienza uma referência nesta Casa. Saúda
Lilian Sapienza, esposa do deputado Vitor Sapienza, que considera como uma referência de família.
Elogia os netos do deputado Rafael Silva e da homenageada Maria Clara. Informa
conhecer Major Mauro, deputado estadual eleito, há muito tempo. Lembra programa
habitacional, criado em sua gestão quando prefeito de São José do Rio Preto,
que atendeu 13 mil famílias. Esclarece que sua amizade com o deputado Rafael
Silva e sua esposa vem desde este tempo. Parabeniza toda a família da
homenageada. Diz ser a mesma uma mulher muito amada pela família, pelo esposo e
muito respeitada por todos que a conhecem. Agradece o deputado Vitor Sapienza pelo legado deixado nesta Casa.
5 - PRESIDENTE VITOR SAPIENZA
Lê breve histórico da homenageada. Faz a outorga do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo à Sra. Maria Clara Machado
da Silva.
6 - MARIA CLARA MACHADO DA SILVA
Homenageada, afirma ser esta homenagem um motivo de muita
emoção. Diz que nunca imaginou receber esta homenagem. Agradece todos os
deputados desta Casa, as autoridades presentes e todos os presentes nesta
sessão. Ressalta que não tem palavras para agradecer a homenagem.
7 - PRESIDENTE VITOR SAPIENZA
Presta homenagem, com entrega de um buquê de flores, à Sra. Maria Clara Machado da Silva. Lembra que atua nesta
Casa há 32 anos. Afirma que o motivo principal de termos êxito é usarmos os
olhos e ouvidos para vermos o que acontece ao nosso redor. Ressalta que a
homenageada Maria Clara sempre esteve ao lado do deputado Rafael Silva.
Considera uma prova de amor a dedicação de Maria Clara ao seu marido, por
tantos anos. Destaca que a mesma tinha que ser homenageada. Faz agradecimentos
gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vitor Sapienza.
* * *
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Bom dia a todos. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Nos termos regimentais esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão
anterior.
Convido a ocupar a Mesa a Sra. Maria Clara Machado
da Silva, como nossa homenageada; seu esposo, deputado Rafael Silva; minha
esposa Lilian Sapienza; deputado Orlando Bolçone e o Major Mauro, deputado estadual eleito. (Palmas.)
Senhores Deputados, minhas senhoras e meus
senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado
Cauê Macris, atendendo
solicitação deste deputado, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao
Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à Sra. Maria
Clara Machado da Silva.
Convido todos os presentes para, em posição de
respeito, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Eu tenho a honra de citar algumas autoridades aqui também presentes: Luis
Henrique Vila, ex-prefeito de Echaporã; Cinomar Correa
de Jesus, vereador em Icém; Denis Donizeti da Silva, presidente da Câmara de
Vereadores de Serrana; Pedro Antônio Pereira, ex-vereador e vice-prefeito de
Jaci; Anderson José Mendonça, vice-prefeito de Santo Antônio do Pinhal; o prefeito
de Jaboticabal, por omissão a assessoria não me deu o nome, mas seja bem-vindo
e familiares e amigos aqui presentes.
Esta Presidência comunica também que esta sessão
está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será retransmitida, pela TV
Assembleia no sábado, dia 16 de fevereiro, às 21 horas, pela NET, canal 7; pela
TV Vivo, canal 9 e pela TV digital, canal 61.2.
Eu agora solicito que o Ricardo Silva, ex-vereador
de Ribeirão Preto e filho da nossa homenageada, faça um pronunciamento a
respeito a esta Casa.
O SR. RICARDO SILVA - Excelentíssimo Sr.
Presidente desta importante sessão, nobre deputado Vitor Sapienza;
excelentíssimos prefeitos aqui presentes, na pessoa de quem eu cumprimento a
todos em nome de meu grande amigo José Carlos Hori, muito obrigado. Amigos
vereadores, todos também, um abraço em nome do presidente da Câmara de Serrana,
vereador Denis Bomba, também cumprimenta a todos. Deputado Bolçone, grande
amigo, pessoa quase que da família, de um carinho muito grande, por nós e pela
família de V. Exa. também. Deputado eleito, Major, seja bem-vindo a esta Casa.
Major Mauro, tenho a convicção de que fará um grande mandato, uma
responsabilidade muito bonita de representar o povo paulista.
Eu saúdo também a esposa do nosso grande deputado
Vitor Sapienza, meu pai Rafael, minha mãe Maria Clara. Em nome da família, eu
agradeço imensamente ao deputado Vitor por esta homenagem; dizer que, em muitas
vezes em que pude fazer uso da palavra em sessões solenes, talvez esta seja
para mim a mais difícil, porque falar de mãe é falar do amor maior do mundo.
Não há amor maior que possa existir senão o amor de filho para mãe ou de mãe
para filho.
Dizer que a minha mãe, Maria Clara, ela cuidou de
quatro filhos, atualmente com dez netos, a mais novinha é a minha pequena
Helena. Ela é o braço direito, o braço esquerdo do meu pai, do Rafael. Meu pai
é muito ativo, senhoras e senhores. Para quem não o conhece mais a fundo, ele é
extremamente ativo, e a minha mãe é que tem que aguentar os trancos e
solavancos do dia a dia. O deputado Vitor vai falar um pouquinho mais sobre
isso também.
Mas é motivo de muita honra, muita alegria para nós
da família. Eu deixo continuar agora a palavra com os demais membros da Mesa,
demais participantes, porque aqui hoje eu vim mais para ouvir e quero ouvir a
minha mãe, talvez, pela primeira vez de uma tribuna, certamente. Quero ouvi-la
também.
Então a todos, muito obrigado pelo carinho, a nossa
família toda está emocionada, está muito feliz com o dia de hoje. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Uma satisfação muito grande. Eu cedo a palavra ao meu grande amigo
Rafael Silva, esposo da nossa homenageada.
O SR. RAFAEL SILVA - PSB - É uma alegria imensa
estar nesta sessão solene. A Maria Clara, companheiro Vitor, Major Mauro,
Orlando Bolçone, prefeitos e vereadores aqui presentes, a Maria Clara sempre me
acompanhou e me leva para a tribuna. Eu quero usar o microfone, ela é que me
encaminha. E, companheiro Vitor Sapienza, eu conheci a Maria Clara faz tempo.
Está fazendo aí mais de 50 anos, a gente vai completar, no início do ano que
vem, 50 anos de casados.
Mas quando conheci a Maria Clara ela tinha 16 anos,
eu tinha 20. Faz tempo, eu estou com 73, quase 74. E, ao longo desse tempo, ela
foi uma pessoa maravilhosa, que me ajudou a pensar, a refletir, a decidir em
todos os momentos. Eu atrapalhei a Maria Clara já no nome. O nome dela era
Maria Clara Machado, o nome de uma grande escritora, famosa escritora. Aí eu
coloquei “Silva”, ficou Maria Clara Machado da Silva, então já estraguei o nome
dela, atrapalhei.
E ela tinha sonhos. Os sonhos dela; sabe qual que é
o sonho dela de muito tempo? Ela queria trabalhar como voluntária em creches,
em trabalho de assistência social, e ela tem uma vocação muito grande para
cuidar de crianças. E ela falava que sonhava estar cuidando daquelas
criancinhas simples, humildes, e ela sempre falava – criancinha de nariz sujo,
criancinha descalça –, e ela sempre teve um carinho especial por essas crianças,
e também um carinho especial pelas pessoas com deficiência, todo tipo de
deficiência, principalmente as crianças com a Síndrome de Down.
Ela quando vê uma criança nessa circunstância, ela vai abraçar a criança: “Ai
que gracinha”. Tem todo um carinho diferenciado.
E ela, no meu trabalho de deputado, é verba para
creche, verba para entidade, para instituições, e ela sempre trabalhando nesse
sentido – o Ricardo, meu filho, também. Meus filhos, de forma geral, têm essa
vocação, porque aprenderam com a mãe, não é com o pai, não. Aprenderam com a
mãe.
E muita gente falou: “A Maria Clara é que é
verdadeira deputada”. Inclusive o ex-governador Geraldo Alckmin falava “deputada
Maria Clara”, porque sem a Maria Clara eu não teria feito o que eu fiz.
Agora, eu queria fazer justiça. De vez em quando,
quando comecei meu mandato, eu estava lá no interior: “Não, porque o Vitor
Sapienza tem voto aqui, que ele faz um trabalho bonito”. Num primeiro momento
eu ficava até enciumado. Vitor Sapienza vem de longe aqui para trabalhar no
interior. Depois eu fui conhecendo o Vitor Sapienza. Aí, de repente, o padre de
uma igreja de lá de uma cidade distante: “Não, porque o deputado Vitor Sapienza
ajuda aqui a comunidade nisso, naquilo. Ajuda as pessoas da terceira idade”. Eu
vi ali. Aí depois, em outra cidade, também o pessoal fazendo referência
elogiosa ao Vitor Sapienza.
Aí eu passei a entender e o meu genro Odair, que
está aqui presente também, marido da Raquel, minha filha; Rodrigo está aqui
também com a esposa dele, a Vivian; e o Ricardo está com a esposa dele, com a
Carol. Então o Odair, que viajava muito para todas essas cidades, dizia: “Nossa,
o Vitor é terrível, rapaz. Esse homem trabalha”. Mas é um trabalho que ele
desenvolvia em favor de pessoas que não tiveram a oportunidade de conseguir um
lazer, de conseguir alguma coisa, e através do Vitor essas pessoas conseguiam.
Terceira idade, principalmente, teve a participação, não do Vitor, do coração
do Vitor Sapienza.
O Vitor é descendente de italiano como eu. Eu sou
neto de italiano e o Vitor também é descendente de italiano. Aí, por
coincidência, é palmeirense. Meus netos são palmeirenses também. Eu tenho neto
que o pai dele é corintiano – é, o Sorriso, é o Odair. E o neto é palmeirense roxo,
Vitor. Então o pai fala: “Meu Deus do céu, o que aconteceu?!”
E eu falei: “É a evolução, não
é?” Não é, Major Mauro?” O Major Mauro é jovem ainda,
então.
Isso é tudo brincadeira, viu, gente? Eu respeito
todas as agremiações, todos os times, o Vitor também respeita. Mas o futebol eu
entendo que deveria servir só para unir as pessoas, não é, Vitor? E o Vitor
pensa dessa forma também e, como palmeirense, ele tem carinho por outras
torcidas também.
Ô, Sorriso, o Vitor no interior, não é? Quem fala
do Vitor fala de forma elogiosa - Sorriso é o meu genro - fala de forma
elogiosa. A gente testemunhou isso ao longo dos tempos. Em Jaboticabal, uma vez
estava chegando lá, o prefeito Hori está aqui presente, ele é de Jaboticabal,
estávamos chegando ao shopping lá: “Olha o Vitor chegando lá também”. Nós
almoçamos no shopping: “Olha o Vitor chegando”. E ele não ia lá para fazer um
trabalho político e abrangente, não.
Ele tinha um grupo de pessoas, e tem essas pessoas,
em todo interior do estado de São Paulo, e essas pessoas que reconhecem nele
esse valor. E a esposa do Vitor está aqui também, e o Vitor, vocês querem ver a
sensibilidade de uma pessoa, quantas vezes ele veio para a tribuna: “Não, porque
a minha filha” – ela tinha 11 anos, 10 anos, 9 anos – ele sempre falava: “Minha
filha ela acompanhou isso, aquilo e aquilo outro”. Então você vê o carinho dele
pela família.
Então, é o respeito que ele tem pelas pessoas.
Então, Vitor, a Maria Clara, minha esposa realmente ela… Eu tenho que falar
bem, eu falo porque é verdade. Ela é uma pessoa maravilhosa para mim, para os
filhos e para os netos. Eu costumo até brincar com ela, olha o apelido que eu
coloquei nela - mas vamos entender o sentido - eu falei: “Oh, Maria Preguiça”.
Mas por que Maria Preguiça? Porque é o contrário. Ela tem mania de trabalhar,
Vitor. Eu estou em casa, ela está trabalhando, fazendo as coisas, me atendendo,
“Clara”, ela corre daqui, vai para lá e eu falo: “Meu Deus do céu!”
Os netos, então. Os netos adoram a Maria Clara. Ela
é adorada por todos, adorada mesmo. Os netos são grudados, agarrados com ela
pelo carinho que ela dedica a todos eles. Então ela sempre foi assim, e quando
eu enxergava eu queria sair com as crianças, eles diziam assim: “O pai, vamos
para o clube”, porque eu sou dou do Banco do Brasil e tinha um clube lá - BB -,
e eu falava: “Eu só vou se sua mãe for também”. “Ai, meu Deus do céu! Eu tenho
que fazer muita coisa aqui em casa”. E eu enxergava ainda. Parece que eu estava
adivinhando que um dia ela teria que ficar do meu lado muito tempo, quer dizer,
muitas horas no dia do meu lado.
E ela: “Meu Deus do céu!” E os filhos: “Não, mãe,
vamos, vamos”. Então, queria sair para um clube, para um passeio, e ela queria
ficar trabalhando. Mania de trabalhar.
A minha nora está aqui, a Rogéria, não é, Rogéria?
Ela chega ao apartamento da Rogéria e quer fazer as coisas, ela quer fazer
comida e arrumar a cozinha, ela quer limpar o chão, ela quer fazer tudo, quer
dizer, não para. Então realmente a Maria Clara nessa minha vida política foi
muito mais importante do que eu. Muito mais importante mesmo. Não fosse ela, eu
não teria sido vereador por oito anos em Ribeirão Preto e não iria para o
sétimo mandato de deputado agora.
Gente, o Vitor Sapienza foi presidente desta Casa,
lá atrás. Ele é um dos deputados mais antigos da Assembleia Legislativa. Então,
por todos esses motivos que eu falei, essas qualidades do Vitor, essa homenagem
para mim passa a ter muito peso, muito valor. Eu tenho aqui muitos deputados
amigos, mas tem alguns especiais, o Orlando Bolçone que está aqui é um deles,
viu Vitor? O Orlando Bolçone, eu era vereador em Ribeirão Preto há mais de 30
anos, eu ia para Rio Preto para estudar um sistema de lotes urbanizados, de
habitação popular, e onde a ideia do Orlando Bolçone
foi aplicada. Vitor, nós não temos tantos problemas de habitação como nós temos
em outros municípios. Então, o Major Mauro que está aqui, vai assumir como
deputado, é amigo do Orlando Bolçone também há muito tempo. O Orlando Bolçone,
Vitor, é outra pessoa maravilhosa.
Eu queria agradecer a esse deputado, um irmão,
Vitor Sapienza. É nosso irmão. Eu queria agradecer ao Vitor Sapienza por tudo
que ele fez em favor das pessoas que são esquecidas no estado de São Paulo, de
todos os cantos. Eu queria agradecer ao deputado Vitor Sapienza pelos exemplos
positivos que ele sempre deu nesta Casa, aquela voz amiga, aquela voz serena,
participativa, mas com muito respeito por tudo e por todos.
Então, o Vitor Sapienza é um grande professor. Ele
não se candidatou na última eleição. O estado São Paulo perdeu, o interior
perdeu, perdeu e perdeu muito. Como vai perder também com a ausência do Orlando
Bolçone nesta Casa. Então, a todos os vereadores aqui presentes, vocês podem
ver que eu não citei nomes, porque eu vou cometer injustiça – prefeitos,
ex-prefeitos, vice-prefeitos e vice-prefeitas, a todos vocês, de coração, o meu
agradecimento.
Vitor, eu acho que você conseguiu fazer aquilo que
eu não consegui, que é colocar um agradecimento de forma pública. Eu estava
vendo o técnico do nosso time, do Palmeiras, o Felipão, que ele falou que gostava
muito do Ricardo Boechat, e ele falou que se
penalizava porque ele tinha que transformar e colocar de forma pública o
carinho que ele tinha pelo Ricardo Boechat. Ele falou que ele perdeu a
oportunidade de passar para as pessoas: “Eu gosto muito do Ricardo Boechat”,
ele falou que perdeu. Então você está me dando a oportunidade de agradecer a
minha esposa Maria Clara por tudo que ela fez.
Então estou fazendo isso publicamente e você está
me dando essa oportunidade. Você, Vitor, você tem os olhos que transmitem
aquilo que seu coração vê, porque você enxerga com o coração. Os olhos
representam o quê: a transmissão daquilo de fora para dentro, e joga de dentro
para fora. Porque você enxerga as coisas com muito amor. E você viu, realmente,
que a Maria Clara para mim, para a minha família, ela foi muito especial. Por
esse motivo, por ser muito especial para mim, ela deixou de fazer muitas coisas
que ela gostaria de fazer, com um trabalho social mais abrangente, porque ela
se dedicou a me acompanhar.
Então, Vitor Sapienza, grande companheiro. Vitor,
permita-me chamá-lo simplesmente de você. Você, Vitor, é uma figura
maravilhosa. Nós precisaríamos de muitos deputados com a sua sensibilidade, com
o seu carinho, com a sua dedicação. Esta Assembleia vai perder muito com a sua
ausência. Eu espero que outros deputados consigam assumir um pouco de tudo isso
que você representa, porque você me ensinou muita coisa e, aprendendo com você,
eu quero ver se eu coloco em prática um pouco desse muito que você sempre
representou.
Obrigado, Vitor. Obrigado a todos os presentes, de
coração, e obrigado a minha esposa por tudo que ela fez. E você oficializou
tudo isso nesta data, nesta sessão. Obrigado, Vitor, e obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Caro amigo Rafael, só uma coisa eu
discordo de você: eu não sou tão sereno quanto você falou, não. Pelo contrário,
eu sou até um pouco briguento.
Com satisfação,
concedo a palavra agora ao deputado Bolçone.
O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Registro inicialmente que este momento é um dos momentos que mais me
alegra, meu querido amigo Ricardo Silva, do meus oito
anos aqui de atividade parlamentar. Dois motivos, ou por muitos motivos, os
quais eu vou ressaltar dois.
Como bem lembrou o
amigo, irmão Rafael Silva, Vitor Sapienza é uma
referência nesta Assembleia. São pessoas que deixam legado com o seu trabalho.
E a presença física é muito importante. Esse trabalho que deixam, a história
que deixam marca a vida desta Casa, que é o maior Parlamento da América Latina,
mas marca a vida de todo o estado de São Paulo. Então, eu começo fazendo um
cumprimento especial ao Vitor Sapienza. Tão logo ele
me falava que ia indicar o nome de dona Maria Clara para receber essa
homenagem, eu disse que eu tinha essa pretensão, e ele simplesmente se adiantou
a praticamente, para prefeito Hori e a grande maioria
dos deputados dessa Casa, pelo respeito que tem ao Rafael, e em especial a dona
Maria Clara.
Quero fazer uma
saudação por extensão à esposa do querido Vitor Sapienza,
inclusive, que é uma referência de família. E por falar em família, hoje eu
tenho a honra de testemunhar o que o Rafael e a dona Clara falavam a respeito
dos netos lindos que tem o Rafael e dona Clara. Apesar de alguns defeitos: esse
fato de ser palmeirense, viu, Vitor.
(Fala fora do
microfone.) - Todos são.
O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Este é um momento histórico, e também já uma demonstração de, chegando
os compromissos que ele vai assumir, as pessoas que
ele vai se aproximando, de receber o deputado Major Mauro. E tenho a honra de
conhecê-lo desde muito tempo, de família. Ele vai ser,
Rafael, vai ser um dos grandes deputados desta Casa, o Major Mauro. Eu tenho
certeza absoluta do seu compromisso aqui com as pessoas, com o deputado Vitor Sapienza, com o Rafael Silva, marcando a sua presença aqui,
marca o próprio trabalho de dona Clara, que é a questão social, uma preocupação
constante.
Praticamente, todas
as semanas o Rafael, dona Clara e eu tomávamos café juntos e falávamos sempre
das grandes preocupações. O Rafael é uma das pessoas mais cultas desta
Assembleia e deste estado. E dona Clara e eu falávamos daquelas preocupações,
das pessoas mais simples, deputado Mauro; daquelas pessoas que mais precisam,
daquelas pessoas que estão nas periferias da cidade.
E essa
amizade com o Rafael, lembro-me de quando aguardávamos antes de eu
assumir, aguardávamos o governador Alckmin, e um colega deputado veio me
apresentar ao Rafael Silva. E o Rafael Silva, com aquela peculiar tranquilidade
e aquele jeito alegre, ele falou assim: “Eu estou vendo. Eu conheço o Bolçone desde 1986”. Porque em 1986, Ricardo, um jovem e
sua amada esposa estiveram lá em São José do Rio Preto, Vitor, para ver um
programa habitacional, e o prefeito Hori conhece bem,
que atendeu, e o Mauro mais ainda, 13 mil famílias, de forma simples, de forma
de sistema de mutirão.
São José do Rio Preto
é uma cidade que praticamente não tem favelas, e sempre o Rafael lembra assim:
“Se em 1986 tivessem me ouvido”.
Nós passamos todo o
dia, desde a localização, eu chegava e contava para a Amanda, minha esposa, ele
fazia com que dona Clara descrevesse: “Mas a cidade onde está? Está distante?”
Ela está junto, descrevendo em detalhes, como são as
pessoas ponto por ponto. O Rafael levou essa ideia à época para Ribeirão Preto,
então nossa amizade vem desde esse tempo. E na época eu cheguei na minha casa, contei para minha esposa, e ela fez questão
de um telefonema, e não foi indelicadeza, não. Foi dela ter
ligado pedindo que eu cumprimentasse dona Clara e o deputado Vitor pela
excelente ideia.
Aqui, o que nós
estamos falando? Não quero roubar o tempo de ouvir dona Clara, mas nós estamos
falando de legado. E aqui, que já foram homenageados grandes vultos da história
de São Paulo e do Brasil, faz uma homenagem para dona Clara, que também se
enquadra pelo trabalho do dia a dia, trabalho constante.
O mundo não anda, Ricardo, pelas pessoas que vivem lá no planalto, deputado
Mauro, mas pelas pessoas que estão aqui na planície, que vão, como disse o
Vitor, vão às pequenas cidades, os bairros das pequenas cidades; que vão a
essas entidades, que vão às Apaes, que vão a uma das
entidades que eu tenho um carinho especial, em São José do Rio Preto, que é o
Instituto Rio-Pretense dos Cegos Trabalhadores; que vão às nossas entidades
sociais, de fim religioso ou não. São essas pessoas e esse sentimento que dona
Clara sempre passa para Rafael e passa para todos nós.
Portanto, hoje é um
dia de registrarmos esse legado, é certeza que nós vamos levar,
Vitor, conosco no fundo do nosso coração. E falar para família: “Ah, que
família bonita que tem dona Clara e Rafael”. Falar pessoalmente aos netos – eu
tenho quatro netos e o meu netinho que tem cinco anos, quando eu saio para o
trabalho, ele mora nos Estados Unidos, a gente se fala pelo Facebook, então ele
fala assim: “Vovô, vai cuidar das crianças que mais precisam”.
É isso que dona Clara
e Rafael têm feito, das pessoas que mais precisam. E o exemplo que dão vida, de
honradez da família que formaram. E esses netos, que vocês tenham muito
orgulho, para sempre.
Uma mulher que é,
sobretudo, muito amada por sua família, muito amada por seu esposo, muito
respeitada por todas as pessoas que a conhecem. Que Deus abençoe sempre, sempre
e sempre. Muitas felicidades, muito trabalho para o
Rafael, muito trabalho para o Major Mauro, e obrigado, Vitor, pelo legado que
você deixa nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Obrigado. Quero anunciar a presença
também entre nós do vereador Luiz Carlos Vick e a
senhora sua mãe, minha grande amiga que eu chamo de prima, dona Carolina. E
também o Coronel Santiago, do Exército brasileiro.
Breve histórico da
nossa homenageada: Dona Maria Clara Machado da Silva é filha da cidade de Brodowski, conterrânea do pintor Cândido Portinari. Ainda
menina, mudou-se com a família para a vizinha Jardinópolis, onde nasceu aquele
que posteriormente viria ser seu esposo, o nosso colega e meu amigo deputado
Rafael Antônio da Silva. Dona Maria Clara também morou pouco antes da sua adolescência
na cidade de Ribeirão Preto.
Pelas histórias que
ouvi e pelo perfil que conheço dela, nossa homenageada desde jovem cuidou mais
dos outros do que de si própria. Participou de
movimentos estudantis, sociais, políticos e religiosos, com encontro de casais
e cursilho da cristandade. É, ainda hoje, figura
presente em eventos filantrópicos, ações de caridade e festas que simbolizam os
melhores valores e as mais bonitas virtudes.
Nesse meio de caminho
foi dedicada nos estudos e formou-se em filosofia. É mãe de quatro filhos e avó
de dez netos. Por falar do Rafael, pode ser que dona Maria Clara receba hoje
nosso reconhecimento justamente por tê-lo contado em sua biografia; e pelos
belíssimos exemplos que dá com a sua postura, que eu ainda admiro mais.
Vou contar um pouco
dessa história. Rafael perdeu a visão antes de o filho caçula Ricardo completar
um ano de vida, em 1986, em decorrência de um tratamento médico errado. Desde
então é ela a dedicada esposa e companheira quem faz às vezes os seus olhos, apontando
os caminhos do dia a dia e muitas vezes os que a vida deve seguir. Quando Rafael
enveredou para a política, dona Maria Clara esteve com ele em todos os
momentos, não só o conduzindo nos compromissos, mas também nas decisões para
enfrentar os desafios a que se propõe.
Rafael teve em dona
Maria Clara a confiança e a determinação que o sustentariam nas eleições para
vereador em Ribeirão Preto, onde exerceu dois mandatos, e depois como deputado
estadual por seis mandatos.
Fico sempre muito
feliz em ver dona Maria Clara nos plenários em todas as sessões legislativas do
estado de São Paulo, não só porque acompanha seu marido, dando-lhe todo o
suporte necessário, mas porque percebo nela o interesse como mulher, como ser
humano, como cidadã. Por esse motivo, dona Maria Clara da Silva fez e faz por
merecer toda espécie de reconhecimento e homenagem. É isso aí, pessoal. (Palmas.)
Neste momento vamos
outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à Sra. Maria Clara da Silva, chamando para nos auxiliar na
entrega a Sra. Raquel Silva, filha da homenageada.
* * *
- É feita a entrega
do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. (Palmas.)
* * *
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Com muito orgulho e satisfação passo a
palavra a nossa homenageada Maria Clara Machado da Silva.
A SRA. MARIA CLARA MACHADO DA SILVA - Gente, para mim é motivo de muita
emoção estar aqui hoje, porque eu frequento esta Casa há muitos e muitos anos e
nunca esperava receber esta homenagem. Porque eu vinha trazer o meu marido aqui
para falar, sempre estive junto com ele e tudo, mas como mulher, como esposa, e
eu recebi essa generosidade do deputado Vitor Sapienza.
Eu estou muito
emocionada, deputado, porque eu nunca esperava isso, viu. Muito obrigada,
obrigada de coração à Mesa, a todos os deputados, meu marido, meus filhos, meus
netos, todas as pessoas que tiveram a gentileza de vir aqui, porque eu acho que
eu nem mereço isso, para mim é muita coisa.
Muito obrigada! Eu
não tenho palavras para agradecer, obrigada mesmo, gente. E podem contar
comigo, porque tudo que tiver que ser será.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Agora eu peço que minha esposa preste
uma homenagem a dona Maria Clara com um buquê de flores.
* * *
- É feita a entrega
do buquê. (Palmas.)
* * *
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Caros amigos, eu li o currículo da dona
Maria Clara, preparado pela minha assessoria, agora vocês vão ouvir o desabafo
de um deputado decano desta Casa que está aqui há 32 anos, que teve
oportunidade de participar de mesas com o presidente Itamar, o governador
Fleury, governador Quércia, governador Covas, Paulo Salim Maluf dentre outros.
Com toda a
sinceridade, Deus nos deu uma boca, dois ouvidos e dois olhos, e talvez o
motivo principal de ter algum êxito nessa vida foi de usar os olhos e os
ouvidos para ver o que estava acontecendo sempre ao meu redor. Quando eu
apreciava o Rafael entrar com o braço segurado na sua esposa, ele sentado e ela
ao lado, com toda a sinceridade, a gente aqui dentro ouve alguns discursos
maravilhosos, mas também ouve tanta bobagem, tanta baboseira que muitas vezes a
gente tem oportunidade de sair e tomar um café e relaxar um pouquinho. Eu
ficava pensando: “A Maria Clara está segurando a barra tomando conta do Rafael
e tem que ouvir tudo isso”.
Então, quando em
determinado dia, olhando o casal, eu tinha ouvido na missa no domingo uma
canção que me marcou – eu sou católico praticante –, aquela musiquinha,
não sei toda, mas é mais ou menos o seguinte: “Prova
de amor maior não há do que doar a vida pelo irmão”. Quando alguém fez essa
oração, ele devia estar pensando em alguém que se joga na frente para levar um
tiro, alguém que se expõe, não alguém que por anos,
anos e anos fica ao lado segurando uma barra.
E a gente que teve
pai, teve mãe e que acompanhou os outros momentos deles, a gente sentia que em
determinados dias estava um pouco cansado. Agora queria que vocês pensassem
como eu pensei naquele dia. Tem que ser homenageado alguém que sem dissabor,
sem desfazer, todos aqueles que passaram por esta Casa tiveram seus méritos.
Com toda a sinceridade, eu não conheço ninguém, e isso sai daqui de dentro, que
tem o mérito tão grande de fazer jus àquilo que eu disse: prova de amor maior
não há.
Eu gostaria de dar um
troco de leve ao meu amigo Bolçone, que fez pouco
caso do nosso Palmeiras. Eu vou contar, encerrando esta sessão solene, que para
mim me marcou muito uma sessão em que o Curiati quis dar uma comenda, e o
Curiati em idade é o mais idoso da Casa, ele pediu que eu presidisse, então foi
feita uma homenagem com um ricaço árabe. Ele veio, estava cheio, fez um belo
pronunciamento e, antes de encerrar a sessão, normalmente o presidente se
comunica, faz o agradecimento, e eu disse mais ou menos o seguinte: que a
solenidade tinha sido muito boa e muito bonita, porém eu tinha uma reclamação
gravíssima a fazer com referência ao homenageado.
Eu parei um pouco, vi
aquele mal-estar que estava acontecendo. Um olhava para o outro: “O que esse
deputado vai falar?” Eu disse o seguinte: “O deputado, em seu pronunciamento,
mencionou 16 vezes São Paulo e não mencionou sequer uma vez o nome da Sociedade
Esportiva Palmeiras, campeã brasileira”.
Pessoal, muito
obrigado pela presença de vocês. Está encerrada esta justa homenagem à grande
homenageada. E convido o pessoal ao café da manhã que será oferecido. (Palmas.)
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- Encerra-se a sessão
às 11 horas e 16 minutos.
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