12 DE MARÇO DE 2019
24ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL
Presidência: CORONEL TELHADA, LECI BRANDÃO, GILENO GOMES,
CHICO SARDELLI, BRUNO CAETANO e DAVI ZAIA
Secretaria: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LECI BRANDÃO
Lamenta o falecimento de 12 pessoas vitimadas por enchentes,
na região do ABC. Propõe a criação de comissão parlamentar para averiguar
medidas governamentais em benefício de famílias vitimadas pelas chuvas. Lembra
que recursos orçamentários destinados ao combate de enchentes foram aprovados
nesta Casa. Defende a criação de frente parlamentar para prevenção a
deslizamentos em áreas de risco. Comenta a prisão de suspeitos da morte de
Marielle Franco.
3 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
4 - CORONEL TELHADA
Saúda cidades paulistas que aniversariam nesta data. Exibe
fotos e noticia os falecimentos de policiais militares, no Maranhão e no Rio de
Janeiro. Exibe e critica texto de rede social de Roberto Santos Leite, que
indica, erroneamente, policiais cadeirantes como os acusados pelo assassinato
de Marielle Franco. Cumprimenta a Apmdfesp - Associação dos Policiais Militares
Deficientes Físicos do Estado de São Paulo. Noticia estatísticas e elogia a
Operação Carnaval. Clama ao Governo do Estado que reajuste a remuneração de
servidores públicos. Lembra que há 24 anos fora baleado em ocorrência policial.
5 - CARLOS GIANNAZI
Saúda pleiteantes da aprovação do PLC 32, presentes nas
galerias. Defende a carteira previdenciária do Ipesp, em benefício de advogados
e de cartorários. Comenta o art. 4º do Decreto 64.073. Defende a criação de uma
frente parlamentar de acompanhamento de dívida estadual com advogados e
cartorários, a título de devolução de cobrança indevida. Clama ao presidente do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que promova a nomeação de aprovados
em concurso público, para o cargo de escreventes técnicos.
6 - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO
Manifesta preocupação com a ocorrência frequente de fake
news. Informa que estivera ontem no Rio de Janeiro, com membros do PDT. Critica
fala de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, sobre a reforma da
Previdência. Menciona breve relato de sua atividade profissional. Critica o
governo federal, por a seu ver beneficiar banqueiros, em detrimento da
população. Informa que há 4.782 obras paralisadas no País. Afirma-se
arrependido por ter votado em Jair Bolsonaro.
7 - CELINO CARDOSO
Faz reflexão acerca de sua atividade como parlamentar nesta
Casa, desde 1994. Manifesta-se agradecido e honrado por ter exercido seis mandatos.
Assevera que decidira não mais se candidatar a cargo eletivo. Elogia a retidão
de seus pares. Faz agradecimentos gerais.
8 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Parabeniza o deputado Celino Cardoso pelo discurso de
gratidão.
9 - ORLANDO BOLÇONE
Manifesta solidariedade a cidades acometidas por chuvas e
suas consequências. Reflete acerca da Campanha da Fraternidade de 2019, a
chamar a atenção para políticas públicas. Comenta fala do Papa Francisco sobre
a adequada participação dos cidadãos na sociedade e na política. Cumprimenta
autoridades eclesiásticas de São José do Rio Preto.
10 - JULIO CESAR
Menciona que fora submetido à cirurgia de urgência, na última
quinta-feira. Informa, especialmente à região central do Estado, que
encontra-se bem e em recuperação. Critica falas repetidas, de chefes de
executivo. Defende a gestão continuada e a responsabilização de governantes.
Critica investimentos aquém da disposição orçamentária aprovada. Valoriza a
empatia e a priorização de políticas públicas preventivas.
GRANDE EXPEDIENTE
11 - LUIZ CARLOS GONDIM
Para comunicação, exibe fotos e discorre sobre os alagamentos
ocorridos nos últimos dias na Grande São Paulo. Combate a falta de saneamento
básico. Ressalta que os políticos não investem nesta área pois não traz votos,
já que não pode ser visto.
12 - MÁRCIA LULA LIA
Pelo art. 82, faz coro ao pronunciamento do deputado Luiz
Carlos Gondim. Lembra que ontem as pessoas na Grande São Paulo viveram momentos
de caos. Culpa o Governo pela falta de cuidado com o saneamento básico.
Preocupa-se com a extinção do Consea. Cita ação, do Ministério Público,
solicitando a derrubada da medida provisória que extinguiu o órgão. Informa que
o conselho tinha participação de membros da sociedade civil, o que garantia a
discussão da política com a sociedade. Ressalta que o governador João Doria
está introduzindo a comida industrializada na alimentação escolar. Pede ao
secretário da Educação e ao atual governador uma maior atenção na alimentação
das crianças.
13 - RAUL MARCELO
Pelo art. 82, lembra sua emoção ao assistir ao desfile da
Mangueira, na qual a deputada Leci Brandão foi homenageada. Informa que foram presos
hoje os dois acusados pelo assassinato da vereadora Marielle, dois milicianos e
ex-policiais. Cita lei, de sua autoria e vetada pelo governador João Doria,
para que todo o policial militar vítima de violência, tenha atendimento
psicológico. Questiona quem foi o mandante do crime de Marielle. Destaca que
continuará lutando pelo esclarecimento deste crime hediondo. Encerra seu
pronunciamento com uma frase de Darcy Ribeiro.
14 - LUIZ CARLOS GONDIM
Comenta requerimento que fez à CNBB, parabenizando a entidade
pela adoção do tema de solicitação de políticas públicas em sua campanha da
fraternidade. Cita temas discutidos em campanhas anteriores. Apoia o
pronunciamento da deputada Márcia Lia sobre a alimentação escolar das crianças.
Questiona a falta de investimento na Educação. Exibe foto de enchente,
resultado das últimas chuvas. Discorre sobre a poluição do Rio Tietê. Demonstra
sua preocupação com a falta de investimento na medicina preventiva. Exemplifica
com consultas de pré-natal e o combate à dengue. Esclarece que é muito melhor
fazer a prevenção do que tratar pessoas doentes.
15 - LUIZ CARLOS GONDIM
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos,
por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h04min.
17 - GILENO GOMES
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h29min.
18 - SEBASTIÃO SANTOS
Solicita a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 15
minutos, por acordo de lideranças.
19 - PRESIDENTE GILENO GOMES
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h29min.
20 - CHICO SARDELLI
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h18min.
21 - MÁRCIO CAMARGO
Solicita a suspensão dos trabalhos por dez minutos, por
acordo de lideranças.
22 - PRESIDENTE CHICO SARDELLI
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h18min.
23 - BRUNO CAETANO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h33min.
24 - GILMACI SANTOS
Solicita a suspensão dos trabalhos por 15 minutos, por acordo
de lideranças.
25 - PRESIDENTE BRUNO CAETANO
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h33min.
26 - DAVI ZAIA
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h47min. Convoca
uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de
Administração Pública e Relações do Trabalho e de Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se às 17 horas e 50 minutos.
27 - GILMAR GIMENES
Solicita a suspensão da sessão por 15 minutos, por acordo de
lideranças.
28 - PRESIDENTE DAVI ZAIA
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h48min, reabrindo-a
às 18h04min. Convoca uma sessão extraordinária, a ter início às 19 horas.
29 - BETH LULA SAHÃO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
30 - PRESIDENTE DAVI ZAIA
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária de 13/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da
sessão extraordinária, prevista para as 19 horas de hoje. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de senhoras deputadas e senhores deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Carlos Giannazi para ler a
resenha do Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Nós temos aqui,
deputado Coronel Telhada, uma indicação do deputado Ricardo Madalena e um
requerimento do deputado Jorge Caruso.
Está lida a resenha do Expediente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado.
Portanto, vamos entrar no Pequeno
Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Eu vou convidar
os deputados que se inscreveram. Hoje eu vou chamar todos, Giannazi, só para
contrariar.
Ricardo Madalena. (Pausa.) Ramalho da
Construção. (Pausa.) Carlos Neder Lula. (Pausa.) Querida deputada Leci Brandão.
Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Senhor Presidente, nobre deputado
Coronel Telhada, deputadas, deputados, funcionários desta Casa, público que nos
assiste pela nossa TV Alesp, também aí os nossos executivos, que estão na nossa
galeria.
É muito boa a
presença do povo aqui para poder fazer suas reivindicações. Sempre bom.
Ontem, Sr.
Presidente, eu estava aqui falando sobre a sessão solene das 16 premiadas da
Medalha Teodosina. Mas, hoje, a gente tem que vir aqui para falar sobre essa
gravidade que está no estado de São Paulo, principalmente na região do ABC.
Afinal de
contas, foram 12 pessoas que morreram vítimas de enchentes e das chuvas. Na
região metropolitana, em particular no ABC, estão sofrendo demais lá. A gente
quer manifestar nossa solidariedade a todas as famílias atingidas; e, também,
cumprimentar as várias iniciativas que estão sendo organizadas pela sociedade
civil para auxiliar as pessoas.
O que a gente
mais precisa neste momento é a solidariedade. Eu queria, Sr. Presidente, propor
que seja criada uma comissão parlamentar para saber dos prefeitos, e também do
governador do Estado, quais medidas estão sendo tomadas neste momento para
auxiliar as famílias, quais são as áreas - entendeu? - que estão em estado de
calamidade pública, o que está sendo feito em relação aos desabrigados, se as famílias
estão sendo cadastradas porque nessa hora cada um joga a culpa para um lado. Um
diz que a culpa é do partido X, a outra diz que é o partido Y, e não é isso que
as pessoas querem saber. As pessoas querem saber quais as providências que
serão tomadas.
Inclusive, já
antecipo que vou também convidar V. Exa. para participar dessa comissão, que
sei que V. Exa. é também atencioso com essas coisas.
Além disso, o
governo do estado e a prefeitura de São Paulo também precisam explicar à
população, porque esta Casa teve recursos aprovados aqui, que foram designados
para combate de enchentes e etc. A imprensa está dizendo que apenas um terço do
que estava previsto foi usado. A imprensa está falando isso.
A gente precisa
de uma explicação. A chuva é fenômeno natural, todos sabem, mas a gente não
pode usar esse pretexto para esconder as outras coisas. A gente precisa saber
como vai amenizar os problemas causados pelas enchentes.
Por isso, além
da formação dessa comissão parlamentar, nosso mandato está propondo também a
criação de uma frente parlamentar, para a prevenção de enchentes e alagamentos,
em defesa das comunidades em área de risco. Peço aos meus queridos amigos,
companheiros deputados e deputadas, para apoiarem essa iniciativa.
As enchentes
não acontecem por acaso. Na maioria das vezes, são resultado de uma escolha
política. Você escolhe, ou você faz só política, ou você escolhe a ideia de
tratar da cidade, cuidar da cidade de verdade. A gente precisa ter uma ideia de
cidades, saber o que você quer. Você quer só politizar, ficar aqui falando,
acusando A, B ou C, ou você quer cuidar do povo. Escolha. Tem a ver com
política urbana, política de habitação, de meio ambiente, mobilidade urbana,
entre outras questões.
A gente sabe
que hoje é um dia também muito importante para nós, mulheres, porque parece que
agora surgiram os suspeitos da execução de Marielle Franco. A gente espera que
essa questão seja resolvida pelas polícias, Civil e Militar, a mim não
interessa. Interessa não só que eles sejam punidos, mas principalmente quem foi
que ordenou para que eles apertassem o gatilho para executar Marielle Franco. O
Brasil está esperando essa resposta.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
Sra. Deputada. Solicito que V. Exa. assuma a Presidência dos trabalhos, por
gentileza.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Leci
Brandão.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB -
Seguindo a lista de oradores do Pequeno
Expediente, Coronel Telhada, usando a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
Sra. Deputada. Srs. Deputados, funcionários e assessores aqui presentes na
Assembleia, todo o público presente, sejam bem-vindos, e àqueles que nos
assistem pela TV Assembleia. Quero saudar a cabo Elaine e a cabo Vanessa aqui,
são as nossas policiais militares, que hoje estão na guarda do plenário,
representando nossa Assessoria Policial Militar.
Sra.
Presidente, quero começar saudando as cidades que aniversariam na data de hoje:
São Lourenço da Serra, Paraguaçu Paulista, Nova Campinas, Zacarias, Itapirapuã
Paulista. São essas cinco cidades que estão aniversariando hoje. Parabéns a
todos os amigos e amigas. Nós aqui da Assembleia estamos à disposição de todos.
Quero aqui
falar, infelizmente, da morte de dois policiais militares. Não foi no nosso
estado. Tivemos a morte do policial militar, jovem, 21 anos de idade, Samuel
Caetano de Albuquerque Matos. Deixe-me mostrar a foto para todos aqui.
Esse jovem
policial estava numa perseguição a um criminoso, quando ocorreu um acidente. A
motocicleta em que ele estava se chocou contra um poste e, infelizmente, ele
não resistiu aos ferimentos e faleceu. O jovem de 21 anos era de Teresina, no
Piauí, e trabalhava na 2ª Companhia Independente de Mirinzal. Ingressou na
Polícia há um ano, 2018, na Polícia Militar do Maranhão. Então, a todos os
nossos irmãos policiais militares do Maranhão nossos sentimentos pela perda do
soldado Samuel Caetano de Albuquerque Matos, 21 anos, praticamente um menino
ainda. Infelizmente teve a vida ceifada no cumprimento, na missão de manter a
segurança pública lá no Maranhão.
Em
contrapartida, nós tivemos aqui também, na zona sul do Rio de Janeiro, mais um
soldado da Polícia Militar morto, o soldado Leandro Venerando Costa da Silva.
Foi baleado na sexta-feira e faleceu na data de ontem. Ele estava em missão na
favela da Rocinha quando, num tiroteio, o fuzil que ele portava, segundo
informes, teria dado problema de funcionamento, e ele morreu durante essa troca
de tiros. Já são nove policiais mortos no Rio de Janeiro. Ele chegou a ser
operado, mas infelizmente faleceu na data de ontem. Tinha 33 anos de idade, era
casado e pai de um menino de 13 anos. Estava na corporação desde 2013, portanto
cinco anos. É uma fatalidade, e nós queremos aqui abraçar-nos, solidarizar-nos
com a Polícia Militar do Rio de Janeiro pela morte do soldado Leandro Venerando
Costa da Silva.
Sra.
Presidente, dona Leci Brandão, a senhora falou aí do caso da Marielle, que foi
morta. Segundo a imprensa, teriam sido localizados os possíveis autores, não
sei nem se são os autores. Agora vai ser verificado; se forem os autores, quero
mais é que eles paguem pelo crime que cometeram, que vão presos. Mas eu quero
falar aqui mais uma vez de fake news, o maldito fake news. A internet é boa
porque nos ajuda, mas o que cria de problema é um absurdo. Eu quero mostrar
aqui a página de um cidadão - não sei se esse é o nome dele -, Roberto Lopes
Leite. Para mim é um safado; acho que não é o nome dele. Ele mostra uma foto
aqui. Essa foto nós tiramos na formatura de sargentos, se não me engano, lá no
Anhembi. Estão eu, o presidente Bolsonaro, o filho dele Eduardo e esses dois
senhores abaixados aqui. Eles não estão abaixados; eles são cadeirantes. Esse cidadão
aqui, diz no texto, deputada Leci Brandão, que esses dois indivíduos são os
indivíduos presos lá no Rio de Janeiro que teriam atentado contra a vida da
Marielle. Esses dois cidadãos, para quem não conhece, são dois policiais
militares, ambos cadeirantes, é o sargento Praxedes e o soldado Wladimir, ambos
cadeirantes por terem sido feridos em serviço, e estão sendo acusados aqui,
levianamente por esse cidadão de serem os presos lá no Rio de Janeiro. Olhe que
fake news, que absurdo. O pior, deputada e Srs. Deputados, é que tem um monte
de idiota que acredita nisso. Aliás, querem acreditar, querem acreditar: dois
heróis da Polícia Militar sendo colocados como criminosos, e um monte de débil
mental acredita. Eles são da Polícia de São Paulo, acabei de falar com o
Praxedes, que está super revoltado com isso, e esse pilantra aqui, Roberto
Lopes Leite - duvido que seja o nome dele -, como é fake o covarde não tem
cara, nem mostra o nome. Deve ter posto foto de outra pessoa.
Se alguém vir
isso na internet, por favor nos ajude, arrebente esse Facebook, mete bronca,
xingue mesmo, porque um safado desse merece isso, porque é um mentiroso,
pilantra, está difamando dois pais de família, dois heróis da Polícia Militar,
cadeirantes que não merecem passar por isso.
Quero aqui
publicamente mandar o meu abraço ao sargento Praxedes, ao soldado Wladimir e a
todos os homens e mulheres da Associação de Policiais Militares Deficientes
Físicos do Estado de São Paulo, a PMDFESP, que faz um trabalho forte por todos
os homens e mulheres que infelizmente ficaram inválidos no cumprimento da
missão de ser policial.
Parabéns à
PMDFESP; parabéns, Praxedes, parabéns, Vladimir, parabéns ao soldado
Figueiredo, e o tipo de safadeza dessa tem que acabar no Facebook e na
internet. Fake news nunca.
Só para fechar,
Sra. Presidente, nós tivemos a Operação Carnaval, agora Carnaval Mais Seguro,
em 2019. Foram do dia 1º a 6 de março, e depois de 8 a 10 de março as
comemorações do carnaval. Só para que a população tenha ideia do efetivo que
foi empregado nessa operação, foram empregados 124.786 homens e mulheres,
41.391 viaturas, 147 aeronaves. Isso é o que foi empregado pela Polícia
Militar. Foram abordadas 302.611 pessoas; foram presas 1.648 pessoas;
apreendidos 144 menores e recapturadas, ou seja, pessoas condenadas que estavam
na rua, 494 pessoas, só na Operação Carnaval. Isso dá um total de 2.286 pessoas
presas, isso em oito dias. Vou repetir: 2.286 pessoas em 8 dias. Veículos
recuperados em oito dias: 503 veículos. Loucura, não é? E armas apreendidas:
167 armas. Eu vou falar das armas novamente. Drogas apreendidas, Srs.
Deputados: 3.459 quilos de droga - três toneladas - no final da operação, 167
armas apreendidas.
Muita gente não
dá a devida atenção para esse tipo de estatística: 167 armas apreendidas.
Quantas vidas foram salvas? Não dá para mensurar, não dá para dizer. Quantos
crimes foram evitados, roubos, sequestros? Não temos.
Então, é um dos
serviços que a Polícia Militar faz que não aparece, é o serviço preventivo.
Quando você apreende uma arma, quantas vidas foram salvas que poderiam ter sido
mortas por aquela arma? Então, eu quero aqui parabenizar a Polícia Militar por
todo esse resultado, em especial pelas 167 armas apreendidas e pelas milhares
de vidas salvas que nós não temos como mensurar isso, mas que foram salvas
devido à ação única e exclusiva da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Parabéns,
Polícia Militar; parabéns aos homens e mulheres da nossa Polícia Militar;
parabéns ao coronel Salles.
E eu quero aqui
publicamente mais uma vez, nós estamos no dia 12 de março, hoje, é o dia que
nós estamos no meio de março e nada de um reajuste salarial, nada de uma
reposição salarial para os funcionários. Sr. Governador Doria, por favor, não
se esqueça dos seus funcionários públicos que precisam, sim, urgentemente de um
reajuste salarial.
Sra.
Presidente, desculpe o tempo estendido. Hoje, dia 12 de março, se completam
também 24 anos que eu fui baleado pela última vez. No dia 12 de março de 1995,
eu, como capitão no 4º Batalhão, fui baleado numa ocorrência policial onde dois
criminosos efetuavam roubos a uma senhora num semáforo e nós intervimos. Eu
acabei sendo baleado nessa ocorrência.
Então, quero
aqui dar graças a Deus por esta vida; graças a Deus por ter me preservado, por
preservar a minha tropa, por permitir que eu viva até este momento, porque a
gente quando passa por uma situação dessa, lembramos quão frágil é a nossa
vida.
Então, se não
for Deus na nossa vida, a gente não sabe o que pode acontecer. Então, louvado
seja Deus pela vida que tem me dado até agora.
Muito obrigado,
Sra. Deputada.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Continuando a
lista de oradores inscritos, convido o nobre deputado Carlos Giannazi para o
uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Leci Brandão, Srs. Deputados,
deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, em primeiro
lugar, eu quero saudar aqui os nossos colegas servidores públicos que estão na
luta pela aprovação do PLC 32.
Parabéns pela
mobilização de vocês, os executivos públicos, analistas, que estão numa grande
mobilização desde o ano passado para que o projeto seja aprovado. Contem com o
nosso total apoio. Esse é um projeto prioritário para nós. Tem que ser aprovado
imediatamente para fazer justiça com vocês que prestam um trabalho muito
importante e relevante para a administração pública estadual.
Gostaria
também, deputada Leci Brandão, de aqui manifestar a minha preocupação com o
descumprimento, tanto de uma lei, como de um decreto estadual. Eu me refiro
aqui à Lei nº 16.877, de 2018, fruto do projeto que nós aprovamos no ano
passado que trata da questão da carteira previdenciária do Ipesp, da carteira
previdenciária dos advogados e dos cartorários.
Depois de muita
luta e resistência nós conseguimos aprovar esse projeto, porque, só relembrando
que em 2009 e em 2010 o governo estadual, através do ex-governador Serra, deu
um verdadeiro golpe tanto nos advogados das carteiras previdenciárias como
também nos cartorários, extinguindo, colocando as carteiras previdenciárias em
processo de extinção.
Então
tanto os advogados como os cartorários foram vítimas de um estelionato
praticado pelo estado, de um golpe. Nós só conseguimos reverter uma parte dessa
situação através de uma Adin que nós protocolamos no Supremo Tribunal Federal.
Depois, logicamente, com toda a movimentação dos advogados, uma movimentação de
10 anos aqui na Assembleia Legislativa, houve a aprovação dessa lei que eu
citei aqui e também do Decreto nº 64073.
O
Art. 4ª do decreto obriga o estado, a Secretaria da Fazenda, a fazer a
devolução dos valores aos participantes, nos termos do Art. 6º da Lei nº 16877,
de 19 de dezembro de 2018, “que será realizado em folha de pagamento em quatro
parcelas a partir do mês de competência”, que é fevereiro de 2019. Ou seja, nós
já estamos no dia 12 de março e esses valores não foram pagos ainda para os
advogados, que são aposentados e são contribuintes da carteira do Ipesp. Ou
seja, a lei está sendo desrespeitada, tanto a lei como o decreto.
Eu
registro que nós vamos fazer o acompanhamento, porque a lei aprovada aqui na
Assembleia Legislativa, o projeto de lei que depois foi sancionado pelo
governador, cria um comitê de liquidação, estabelece os procedimentos para a
restituição das contribuições desses advogados e dá um prazo de 180 dias para
que isso ocorra.
Nós
vamos acompanhar, e eu inclusive estou propondo aqui uma frente parlamentar de
acompanhamento do pagamento dessa dívida que o estado tem com os advogados. É
um absurdo, pois o mês de fevereiro já foi embora, deputada Leci Brandão, e o
estado não honrou seus compromissos com os advogados e cartorários.
Então,
nesse sentido, faço um apelo ao secretário da Fazenda, ao superintendente do
Ipesp e ao governador Doria para que cumpram a legislação. A legislação é muito
clara: o pagamento tem que ser feito em quatro parcelas. Esse valor que foi
cobrado a mais, uma diferença recolhida a maior de 15%, tem que ser devolvido
em quatro parcelas, em quatro meses, começando pelo mês de fevereiro. Já
começou mal, e os advogados estão preocupados, os aposentados, porque é um
valor que é regulado por lei.
Aproveito
também, encerrando o meu pronunciamento do Pequeno Expediente, deputada Leci
Brandão, para fazer um apelo ao presidente do Tribunal de Justiça no sentido de
que faça a chamada dos aprovados no concurso de escrevente técnico. Nós temos
um déficit enorme no Tribunal de Justiça, nas várias comarcas do interior
Paulista, da Grande São Paulo, da capital e da Baixada Santista, e a chamada
não é feita ou, quando é feita, é feita em um número muito insignificante.
Nós
temos muitas pessoas que foram aprovadas e, no entanto, não são chamadas. Há
uma falta enorme desses servidores no Poder Judiciário, então nós estamos
fazendo um novo apelo ao Tribunal de Justiça, ao presidente do Tribunal de
Justiça, para que faça a chamada imediata de todos os aprovados, até porque o
concurso vence este ano.
Essas
pessoas se esforçaram, estudaram, perderam empregos, criaram uma expectativa e
foram aprovadas em um concurso extremamente difícil. Elas têm o direito de
serem chamadas, e o Tribunal de Justiça precisa do trabalho dessas pessoas, até
porque os atuais escreventes estão com uma sobrecarga enorme de trabalho,
porque faltam servidores no Judiciário.
Então
fica aqui o nosso apelo ao presidente do Tribunal de Justiça para que ele faça
a convocação já de todos os aprovados no cargo de escrevente. Muito obrigado,
Sra. Deputada Leci Brandão.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o
nobre deputado Ramalho da Construção.
O
SR. RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Sra. Presidenta, deputada Leci Brandão, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, visitantes da Assembleia,
queridos amigos, colaboradores desta Casa.
Venho mais uma
vez à Assembleia, muito provavelmente pela última vez. Amanhã estarei em
Brasília. Quinta-feira é nosso último dia aqui. Vou falar um pouco da
preocupação, daquilo que foi colocado aqui pelo próprio Coronel Telhada, sobre
os “fakes”. É um absurdo. Acho que precisa ter uma lei mais dura para a “fake
news”. Liberdade de imprensa é uma coisa que nós vamos defender sempre, mas com
seriedade. Coisas falsas jamais, mesmo porque acho que a sociedade merece a
verdade.
Mas quero dizer
que estive ontem no Rio de Janeiro com a executiva nacional do PDT, com Carlos
Lupi, falando sobre a conjuntura política, Sra. Presidente Leci Brandão.
Falando dessa perversa reforma da Previdência, que precisa ser melhor discutida
em todos os sentidos, para todo mundo: militares, funcionário público,
iniciativa privada. Imagine V. Exa. a construção civil, que tem uma
rotatividade enorme, e a pessoa tenha que comprovar 40 anos de contribuição
para se aposentar. Ou seja, não se aposenta nunca.
Outro dia,
assisti a um vídeo, que não deve ser “fake”, do Rodrigo Maia falando que o
homem pode viver trabalhando até os 85 anos. Eu ofereceria para ele uma pá e
uma picareta para ele trabalhar na obra, para ver se aos 85 anos ele
conseguiria pelo menos segurar a picareta. Então, tem umas coisas que as
pessoas talvez falem por impulso ou falta de conhecimento; ou porque são
maldosas mesmo.
Acho que a
reforma trabalhista é o que pregam muitos - de acabar com direitos da classe
operária - é mais uma coisa perversa. A gente vê aí alguém defendendo esmagar a
classe trabalhadora como se a produção desse país não fosse feita pelas mãos
calejadas do trabalhador. E o empresário digno tem esse trabalhador como
patrimônio da empresa. E muitos ficam numa empresa 10, 20, 30 anos.
Eu estou na
mesma empresa, presidente Leci Brandão, há 51 anos. Mas se estivesse na
produção... Não estaria. Eu estou porque fui para o sindicato, fiquei
registrado no sindicato, continuo registrado na Hidrasan. Ou seja, não
trabalhei em outra empresa - 51 anos lá. Mas se estivesse lá carregando pedra,
não aguentava isso tudo. Tenho 14 ou 15 anos de aposentadoria. Recebo da
Previdência Social. Devia estar recebendo 5.000 reais; recebo 2.700 reais.
Mas o que é
importante é que fossem debatidas as coisas, para serem feitas com mais
clareza. Me preocupa muito o governo atual. Muito mesmo. Me parece um governo
voltado para banqueiros. Privatizar a aposentadoria é, sem dúvida nenhuma,
aumentar os cofres de quem vai ter lá uma previdência privada, com grandes
fundos, que eu nem sei se vai poder depois usar para a construção civil, para a
Habitação. Isso é outra coisa que discutirei amanhã em Brasília - e por isso
não estarei aqui - com 88 instituições patronais; discutindo sobre as obras que
estão paradas e sobre o que fazer também com a Caixa Econômica Federal.
Quer dizer, das
88 instituições tem eu da classe trabalhadora. Às vezes eu brinco com eles que
eu nem sei se sou mais trabalhador. Aí você fica no meio de 88 empresários...
Estou lá, e alguém pode falar: “mas o que você tem a ver com isso?”. Tenho sim.
São 4.782 obras, presidente Leci Brandão, paradas. Aí, muda de governo, parece
que a obra é do governo anterior. Até brinquei, na última reunião que tive num
hotel aqui: “será que as obras são do Lula? Por isso que vocês não vão tocar as
obras?”.
O Lula não tem
obra; a obra é do Estado. Muda de governo, passa a parecer que tem dono. Então,
vamos lá dar palpite, discutir e encontrar uma saída para a retomada de algumas
dessas obras.
Eu sei que o
cobertor é curto, e será impossível a retomada das 4.782 obras, mas não
justifica, pois, no governo passado, foram contratadas 2 milhões e 300 mil
unidades habitacionais da Caixa Econômica. Agora, em janeiro, contrataram
somente 14 mil. E, assim mesmo, é projeto do Orçamento do ano passado ainda, ou
seja, estamos vendo um governo que foi...
Estou
penalizado, porque, no segundo turno, votei nesse governo, votei no Doria e no
Bolsonaro. Arrependo-me amargamente, mas votei. Não vou aqui me acovardar e
dizer que não votei. Tem coisa que a gente faz por arrependimento. Acompanhei o
Doria e, acompanhando o Doria, votei no Bolsonaro no segundo turno. Foi o pior
erro de toda a minha vida. Em 70 anos, foi o maior erro, porque eu imaginava
que pior não ficava, mas ficou muito pior.
Quer dizer, é
um governo autoritário, quebrando a espinha dorsal dos sindicatos, exatamente
para os sindicatos não terem dinheiro para levar ônibus a Brasília, para
colocar carro de som nas ruas e protestar. Com todo o respeito à direita, como se
a direita fosse resolver tudo.
Quer dizer, a
direita, no nosso tempo que eu tomava borrachada... Acredito que o deputado
Bolçone, professor de universidade, nunca tomou borrachada, mas o senhor
acompanhou, homem de universidade, o tempo que nós levávamos borrachada. Como é
que era tido o pessoal da direita? Eram os corruptos, ou não? Não é?
Eu também não
sou de esquerda, nunca fui, mas não dá para defender, Leci Brandão, direita
radical que tira direito dos trabalhadores, confisca direitos dos trabalhadores.
Eu conheço 58 países, alguns já visitei por mais de 20 vezes. Passeando, não
foram nem dois por cento, foram 98% trabalhando mesmo. E continuo trabalhando
mesmo aqui e fora do Brasil.
Quer dizer, nós
conhecemos bem como é que funciona a história lá fora e sabemos que não tem
outra forma para o Brasil crescer senão for através do consumo. Para ter
consumo, alguém tem que ganhar bem. Para ter consumo, alguém precisa ter
salário, ter renda, senão você não consome. Agora, defender a aposentadoria de
400 reais? Chegar aos 70, que vai chegar o salário mínimo. Quem é que chega aos
setenta? Pouquíssimas pessoas chegam aos setenta.
Então, acho
precisa debater melhor, discutir melhor, para que a gente possa realmente ter
um Brasil social e, democraticamente, um Brasil que seja nosso país, que nós
temos orgulho de ser brasileiros.
Para concluir,
Sra. Presidente, é a última vez que vou falar neste ano, aqui neste plenário,
como deputado, nós defendemos, sim, um Brasil que tenha intermediação lá fora.
Se estou intermediando, nem vou falar, mas que o mundo é um dos filhos de um
deputado desta Casa, talvez projeto para a gente trabalhar em Portugal, que já
estou trabalhando, e trabalhar também em Miami, que já estou trabalhando.
Estamos conversando com o nosso companheiro.
Por quê? Já que
não tem emprego no Brasil, vamos levar o nosso pessoal, com empresa, com tudo,
para ganhar dinheiro lá fora. Na mesma proporção, talvez para outros países,
quando deveria ser o contrário, serem os estrangeiros que viessem para cá para gerar
emprego no Brasil.
Nós estamos
intermediando, levando construtora e mão de obra para fazer obra lá fora,
porque o Brasil tem nada mais nada menos do que 46 milhões de pessoas vivendo
de bico. E isso é uma vergonha para um país que, desde Cabral, disse que “em se
plantando, tudo dá”.
Muito obrigado,
Sra. Presidente. Desculpe pelo estender dos minutos.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o
nobre deputado Celino Cardoso, pelo tempo regimental.
O SR. CELINO CARDOSO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre deputada Leci Brandão, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, público telespectador, nossos visitantes, funcionários desta
Casa, venho hoje a esta tribuna, num ato de despedida e agradecimento, 24 anos
de mandato, seis mandatos consecutivos. Eu me elegi em 94 junto com nosso
saudoso Mário Covas. Nesse período todo tive o privilégio de acompanhá-lo na
recuperação, na reestruturação de São Paulo. Saudoso Mário Covas, de quem eu
tive o privilégio de ser secretário-chefe da Casa Civil. Eu tive também o
privilégio de presidir esta Casa em um curto espaço de tempo.
Ano passado,
depois de pensar bastante, em uma decisão pessoal e familiar, eu resolvi não
concorrer à reeleição e cuidar apenas da minha vida profissional, da minha vida
empresarial, algo que eu vinha fazendo de uma forma compartilhada nesse período
todo, porque quando eu me elegi deputado em 94 eu já era um pequeno empresário
e nunca deixei as minhas atividades empresariais. Mas entendi que aos 63 anos
era o momento de parar.
Entendo que já
dei a minha contribuição para este Parlamento, para o povo de São Paulo. Foram
24 anos de luta. Então é o momento de despedida, de dizer a todos que para mim
foi uma honra, um privilégio muito grande ser deputado seis vezes nesta Casa,
um parlamento que realmente engrandece o nosso País, o maior parlamento
estadual do nosso País.
Fiz aqui muitos
amigos e muitas amigas. Gostaria muito que as pessoas que estão aí fora, que
dizem que na política só tem gente que não presta, conhecesse como eu conheço
os deputados e as deputadas desta Casa, porque aqui nós nunca nos reunimos para
fazer nenhum conchavo para, de alguma forma, ferir o Estado ou as pessoas. Aqui
nós lutamos verdadeiramente para exercer o mandato, trabalhando, sobretudo,
para aqueles que mais dependem do Poder Público, trabalhando por tudo aquilo
que é verdadeiramente um dever do Estado e um direito do cidadão. Então para
mim foi uma honra, um privilégio muito grande poder ser deputado nesses seis
mandatos.
E fazer um
agradecimento. Na verdade, eu preciso fazer muitos agradecimentos. Eu acho que,
primeiramente, tenho que agradecer a Deus, porque Deus é soberano sobre as
nossas vidas, e nada acontece que não tenha permissão Dele ou que não seja da
vontade Dele. Nesses seis mandatos Deus sempre me abençoou, sempre tive
seguidos mandatos. Graças a Deus estou saindo de cabeça erguida. Nunca tive
nenhum problema com a imprensa, com a Justiça, nenhum processo. Saio de cabeça
erguida.
Agradecer
também à minha família, particularmente à Ana Paula, minha esposa, quem eu
conheci através da política. Quando eu me elegi em 94 eu era solteiro ainda,
aos 38 anos de idade. Através da política, em uma reunião, conheci a Ana Paula,
em Águas de São Pedro, com quem eu me casei e hoje temos duas lindas filhas.
Ela soube ser companheira. Não só ela, toda minha família, na minha ausência,
no tempo que a gente teve que deixar a família para estar se dedicando à causa
pública.
Agradecer
também aos meus eleitores, sobretudo os eleitores da região noroeste, da Capital.
Eu tive aqui a oportunidade de exercer um mandato que, embora a legislação
eleitoral ainda não tenha definido o voto distrital, eu fiz seis mandatos
verdadeiramente distritais, porque nesses seis mandatos eu sempre me reelegi na
mesma região e com os mesmos eleitores. Isso também me dá um orgulho muito
grande, porque quando a pessoa não tem uma conduta correta, ela pode se eleger
uma vez, mas na outra eleição ela tem que buscar outros eleitores. Se as
pessoas daquela região votaram seis vezes de uma forma consecutiva na nossa
eleição é porque a gente tem realmente a consciência tranquila de que fez um
trabalho correto durante todo esse tempo.
Uma região em
que, eu lembro bem que quando eu me elegi em 94, as filas eram enormes na porta
das escolas na época de fazer uma matrícula, porque não tinha vaga nas escolas.
Eu lembro que, junto ao Mário Covas, nosso saudoso governador, nós lutamos
muito, fizemos um trabalho de cadastrar as crianças que não tinham vaga na
escola. Ele se sensibilizou. A nossa primeira conquista para aquela região como
deputado foi construir três escolas estaduais simultaneamente na Vila
Brasilândia. De lá para cá o trabalho não parou mais. Então eu devo muito a
esse povo, que me deu o privilégio de ser deputado seis vezes.
Agradecer aos
nossos colegas, todos os deputados que, durante todos esses 24 anos, tivemos
uma convivência muito saudável, muito tranquila, uma convivência realmente
muito gratificante.
Agradecer todos
os funcionários dessa Casa, porque sempre fui tratado por todos com muito
carinho, com muita atenção, devo muito a todos vocês. Agradecer a minha
assessoria, e eu gostaria aqui de pedir licença - só para completar, Sra. Presidente - para particularmente
agradecer duas pessoas.
Uma é a Sandra
Santana, que foi minha chefe de gabinete, pessoa que no ano passado concorreu a
uma cadeira nesta Casa, teve mais de 43 mil votos. Infelizmente, não se elegeu.
Hoje ela é subprefeita da Freguesia do Ó, Vila Brasilândia, mas é uma pessoa
que me ajudou muito.
Também o
Sérgio, que é o meu chefe lá do escritório, que são as duas pessoas que
acompanharam durante os seis mandatos e que me apoiaram. Na pessoa dos dois,
agradecer toda minha assessoria. São pessoas que realmente me acompanharam. Se
eu consegui também seis mandatos, devo muito à minha assessoria.
Então, é um
momento realmente de agradecimento, de despedida, mas, sobretudo, dizer para
vocês que eu particularmente estou muito feliz, em paz, tranquilo, com a
sensação de um dever cumprido. Então, deixo esta Casa, creio que essa semana
não tenha mais oportunidade de falar aqui, mas eu quero me despedir e registrar
esse agradecimento sincero, do fundo do meu coração.
Quero desejar a
todos deputados, aqueles que se reelegeram, aos novos que chegam, que tenham um
bom mandato. Aqueles que não se elegeram, faz parte da política isso, muitos
bons deputados. Que aqueles que tiverem a pretensão, que consigam voltar, e
outros, como eu, que vão seguir uma carreira diferente, também, que sejam todos
muito felizes.
Muito obrigado
a todos. Que Deus abençoe grandemente a todos vocês.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Nobre
deputado, eu quero abrir aqui uma exceção para parabenizar V. Exa. pelo
discurso de gratidão. É uma coisa que a gente aprecia muito, essa coisa da
gratidão a todos aqueles que nos ajudaram. Parabéns pelos seus seis mandatos,
que Deus o acompanhe e proteja sempre.
O
SR. CELINO CARDOSO - PSDB - Amém. Muito obrigado, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra
o nobre deputado Orlando Bolçone.
O
SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra.
Presidente, nobre deputada Leci Brandão, ícone da cultura, também
referência desta Casa, na sua pessoa, na pessoa da deputada Márcia Lia, eu
saúdo as deputadas presentes na Casa, e em nome do deputado Welson Gasparini,
que é uma referência, nosso decano, eu saúdo os deputados aqui presentes na Casa.
Quero primeiro
fazer um gesto de solidariedade. Solidariedade com as cidades do estado de São
Paulo que estão passando por um momento difícil. Ainda há pouco estive com a
deputada eleita Carla Morando, estive com o colega Luiz Fernando, que me
relataram a condição de São Bernardo do Campo. Nós temos visto as situações de
Santo André, São Caetano, então, deixar nossa solidariedade a essas cidades, em
especial à sua população e aos seus dirigentes.
O tema que me
traz a esta tribuna tem a ver também com essas questões, que são a respeito da
Campanha da Fraternidade deste ano de 2019, quando a CNBB escolheu como tema
“Fraternidade e Políticas Públicas”.
Quando
acontecem catástrofes como essas que nós vimos, além da questão as intempéries,
que se dizem imprevisíveis ... Mas tem muito a ver também com políticas
públicas, às vezes mal conduzidas durante décadas. Em especial no ordenamento
urbano das cidades, que provocam essas grandes enchentes.
A Campanha da
Fraternidade desse ano vai tratar do tema da fraternidade e políticas públicas.
E escolheu, como lema, uma frase do Evangelho: “Serás libertado pelo direito e
pela justiça.” A Campanha da Fraternidade é um trabalho que a Igreja Católica
registra desde 1964, conclamando a população católica, em especial, durante o
período da Quaresma, a refletir sobre temas de interesse geral, de interesse
público.
Visto que adota
uma metodologia que é a metodologia do “ver, julgar, agir”, ou seja, de
conhecer os problemas, conclama a população católica, em especial, a conhecer
os problemas, julgá-los sob a luz do Evangelho e, depois, ter uma ação concreta
sobre como contribuir para a solução deles.
Permito-me
buscar algumas observações ocorridas na campanha desse ano. Em especial, na
mensagem de Sua Santidade, o Papa Francisco.
Ele fala: “Os
cristãos devem buscar a sua participação mais ativa, na sociedade, como forma
concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna,
baseada no direito e na justiça.” “Muito embora aquilo que se entende por
política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja
finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições
devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam o conjunto
das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e
associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição”.
Lembra ainda, o
Papa Francisco: “De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política
– à que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma nobre forma
de caridade – requer-se que vivam com paixão o seu serviço aos povos, vibrando
com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus
sofrimentos e esperanças”
Quero deixar um
cumprimento especial, Sr. Presidente. E pedir que esse pronunciamento seja
encaminhado ao bispo de São José do Rio Preto, dom Tomé Ferreira da Silva. E ao
padre Jarbas Brandini, da Paróquia da Redentora, de São José do Rio Preto, que
foi o primeiro incentivador da Campanha da Fraternidade em nossa região.
Lembro que dom
Tomé Ferreira da Silva deixou uma proposta de que nos concentrássemos em três
políticas bases. São: a política ambiental, através de um consumo responsável;
também, nos dedicarmos à política da solidariedade às pessoas, através da
prestação de nossos serviços; e também, deixando o compromisso de levar a
mensagem e, mais do que isso, viver a mensagem da Campanha da Fraternidade, que
é a mensagem do cristianismo, que o próprio Cristo nos deixou sobre a Terra.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB -
Obrigada, doutor Bolçone.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a
palavra o nobre deputado Julio Cesar.
O
SR. JULIO CESAR - PR - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, nesse momento deputada Leci Brandão,
demais deputados, a todos os assessores e servidores da Assembleia Legislativa,
pessoas presentes no plenário, também quem em casa nos acompanha, muito boa
tarde.
Eu, no início
da minha fala quero, até mesmo para tentar acalmar e não gerar nenhum tipo de
informação e colocar na minha região - e as redes sociais já estão comentando
isso... Na última semana eu tive um
probleminha de saúde e fui submetido, na última quinta-feira, a uma cirurgia de
urgência. Estou aqui, sei da minha responsabilidade. Mas não poderia deixar de
agradecer as pessoas que se envolveram em todo esse processo no atendimento no
Hospital 9 de Julho. Muito obrigado aos servidores de lá também. As pessoas nas
redes sociais se manifestando, uma vez que nós estamos aqui completando um
mandato, eu sou suplente. Mas tenho orgulho de depois de 20 anos a região
central do Estado venha ter um novo representante, apesar de num pequeno espaço
de tempo.
Então, para
acalmar a todos da região do Estado, os nossos apoiadores, as pessoas que
acompanham o nosso trabalho, quero dizer que estou bem. Estou aqui firme e
forte e continuarei fazendo aquilo que vim aqui fazer, ou seja, não só
representar a nossa região, mas o Estado.
Por incrível
que pareça, eu fui internado na quinta-feira, a cirurgia foi na quinta-feira,
eu fiquei quinta, sexta, sábado e domingo no hospital, e da janela do hospital
estava acompanhando o drama que sabemos que envolveu todo o nosso Estado com
relação às fortes chuvas.
Eu, até com
certa dificuldade, em alguns momentos ia até a janela para acompanhar a
situação, porque caíram muitas árvores, houve enchentes, e comecei a observar
as respostas de alguns homens públicos em relação aos problemas. Se nós
pegarmos as respostas - eu vou tentar não me exaltar porque não posso, ainda
estou com um dreno e tenho dificuldade, mas deputado Antonio Carlos Junior, se
nós pegarmos a fala de trinta anos atrás e colocar nesse mesmo período
notaremos que a fala é a mesma. Isso irrita, isso enche o saco. Qual é a fala?
A fala é a seguinte: “olha, eu acabei de assumir o Executivo e não tenho
responsabilidade”. Muito bem. Então você assumiu a prefeitura de São Paulo e
não tem responsabilidade? Você não fazia parte de um projeto político que se
iniciou em 2016? É só um exemplo que eu quero direcionar para os prefeitos das
regiões do interior que também têm a mesma resposta. Dizer assim para nós
“olha, o Orçamento foi do governo passado, eu não tinha conhecimento. A
responsabilidade é do outro gestor. Eu assumi há dois meses”. “A não, o que aconteceu foi porque choveu um
grande volume de águas, nós não esperávamos, a culpa é da chuva”. Será que nós
não sabemos que todo o ano nós temos o mesmo problema nessa época? Por isso que
eu defendo a gestão continuada, é a minha fala, é a minha tese que eu defendo e
acho que é o caminho.
Esta Casa vai
ter que pensar uma forma de responsabilizar quem está no Executivo. Se quiser
ser o prefeito, governador ou presidente já sabe dos problemas do País, do
Estado e do município. Agora vem falar
para quem? Para as pessoas que estão morrendo. E quem morre? Sempre aqueles que
têm menos oportunidade, menos poder aquisitivo. É a pessoa simples que está
morrendo. E é o mesmo discurso: sai prefeito, sai governador, entra... é sempre
o mesmo discurso.
O Orçamento que
foi votado para as Casas Legislativas, aprovado até num valor bem maior, e o
investido é bem menor do que se apresenta? Como pode isso? O mesmo discurso e
gente morrendo. Só não usei da palavra ontem porque não tinha condições físicas
de fazer; mas não ia deixar de fazer. Uma falta de responsabilidade. Temos que
saber que a política preventiva é o futuro para o País progredir, o estado e os
municípios. Agora, política preventiva não dá voto. Não querem dar continuidade
e gente morrendo. Nada contra quem está nos seus condomínios, que trabalhou.
Não tem problema nenhum. Mas, a corda estoura para quem? Falta de
responsabilidade, e vem pôr a culpa no outro governo, e fazia parte do governo.
É o exemplo de São Paulo. Ou é diferente?
Como se elegeu
esse governo? Não era um projeto igual? Olha, eu estou sentindo as dores das
pessoas. Porque nós, homens públicos, temos que nos colocar no lugar das
pessoas, pessoas simples.
Senhor
Presidente, não dá para aceitar. É a mesma fala. "Olha, as chuvas, o
volume foi muito...", eu até entendo. Mas, a gente já sabe que no ano que
vem vai ter isso também. Já vai ter isso também.
Agora, nós,
homens públicos, temos que ter bom senso. Se queremos mudar algo no País... Quer
mudar algo de verdade, sem hipocrisia, sem conversa fiada, temos que mudar,
primeiro, nós; primeiramente, dentro de cada um, e se colocar no lugar das
pessoas que necessitam.
Como pode? A
pessoa vê uma geladeira indo embora, vendo um... Tudo bem até, que vai correr
atrás. Mas, vidas sendo levadas embora por falta de responsabilidade. E, aí,
quando você vai falar assim, "Mas, olha, você está governador, você está
prefeito, você está presidente": "Mas, eu assumi agora."
Mas, hein, nós
temos que determinar, Sra. Presidente - deputado, com a sua experiência na
região de Ribeirão Preto, o senhor sabe disso, o senhor já tem uma história
longa: se nós não tivermos políticas públicas preventivas que extrapolem
governos, que não sejam focadas por governo ou partido ou por mandato, por
calendário eleitoral, nós, cada vez mais, vamos perder vidas.
E, sempre,
infelizmente, quem perde é a população mais humilde, aquele que sofre todos os
dias. Desculpa, Sra. Presidente, extrapolar o tempo, mas esse registro é
necessário porque nós temos que fazer o exercício diário de nos colocar no
lugar das pessoas.
Homem público
que não faz esse exercício não merece estar em casa legislativa e Poder
Executivo nenhum.
Boa tarde a
todos.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Terminado o
Pequeno Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
*
* *
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Gostaria de falar,
usar a tribuna, pelo Art. 82, pela liderança da Minoria.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - É regimental,
Sra. Deputada.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sra.
Presidente, deputada Leci Brandão.
Eu só queria deixar indicado o deputado
Raul Marcelo para falar pela vice-liderança do PSOL.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - É regimental.
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - Pela ordem, Sra.
Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Pela ordem,
deputado Luiz Carlos Gondim.
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM – PTB - Para uma reclamação, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Para uma Comunicação.
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB
- PARA COMUNICAÇÃO - Para uma comunicação. Eu gostaria, posteriormente, de
falar pelo Grande Expediente.
Mas, as
repetições dos alagamentos que têm acontecido aqui em São Paulo e sempre
levando as pessoas mais pobres a óbito ou ao sacrifício de perder tudo faz com
que a gente, eu, pelo menos, estou há 20 anos aqui como deputado, completo
agora dia quinze.
E a gente tem
reclamado. Eu até trouxe umas fotos para mostrar.
* * *
- É feita
exibição de fotografias.
* * *
Estão pegando
aí muito bem. Isso aí é uma cidade, como é Mogi das Cruzes, onde passam todos
os veículos para irem até as praias. E o que acontece? Não se faz saneamento
básico; não se tem uma cultura política de se fazer saneamento básico.
Eu digo cultura
política porque os políticos dizem que quando você faz tratamento de esgoto,
você enterra o voto. Ou seja, não é visto. Isso tem aí, acontecendo
diariamente, em São Bernardo, em Santo André, em São Paulo.
Vinte anos, e
os governadores não param, não param; os prefeitos não param para investir.
Asfalto, tudo bem, deputada Lia. Asfalto eles colocam, porque todo mundo vê,
você pode dizer: "Olha, eu que asfaltei a rua tal. Isso aí é muito
importante."
Agora, ajudar
essas pessoas que só têm aquela geladeirinha comprada com carnê, uma
televisãozinha, aquelas duas ou três roupinhas para poder trocar, indo e
voltando do seu trabalho: ninguém faz nada por essa gente. Lamentavelmente, o
Poder Executivo federal, estadual e municipal não investem em saneamento
básico. E depois, como estava agora, os representantes dizem: “Gondim, vim te
apresentar o material para detectar e separar; você dá diagnósticos rápidos de
zika, como também de dengue”. Eu digo: “Olha, espetacular, está até dentro da
fala que nós vamos fazer”.
Obrigado, Sra.
Presidente. Desculpe ter passado de dois minutos.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PELO
ART. 82 - Primeiro, cumprimentar todos os presentes na nossa galeria,
cumprimentar os deputados, cumprimentar os servidores e dizer, Gondim, que você
tem toda a razão.
Infelizmente,
saneamento básico é uma questão de saúde pública, mas infelizmente poucos
governos procuram investir na questão da saúde pública. E a gente sabe da
dificuldade que é, porque ontem aqui na cidade de São Paulo as pessoas viveram
um verdadeiro caos. Em São Bernardo as pessoas viveram um verdadeiro caos.
Eu estava
conversando com um funcionário meu, que esteve lá na favela de Vila Prudente e
na favela do Haiti, e ele estava contando que as pessoas, além de saírem todas
sujas daquela água, elas saiam com bichos, baratas. Eles abriam as roupas,
assim, a situação era desesperadora, Leci.
Então, eu quero
me solidarizar com essas famílias, com as pessoas que perderam todos os seus
bens, e a responsabilidade é, sim, do Poder Público, que não cuida do
saneamento básico, principalmente nas grandes cidades.
Dito isso, pedi
para falar um pouco aqui, deputada presidente desta Mesa, porque estou muito
preocupada com uma outra questão, que é fundamental para que a gente possa
tocar política pública de segurança alimentar nutricional.
Por uma medida
provisória do atual governo federal, foi extinto o Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea. Isso é um verdadeiro desastre para
a política alimentar e nutricional das pessoas.
O reflexo disso
é que o governo Doria já começou a trazer, para a alimentação escolar das
nossas crianças, alimentos industrializados. Já estão chegando de novo
almôndegas na lata, já estão chegando de novo o frango na lata. Já começou a
chegar o molho de tomate em pó. Já estão trazendo tudo aquilo que não contribui
para a alimentação saudável das nossas crianças e dos nossos adolescentes.
Então, acho que
a gente tem que lutar muito. Nós tivemos na semana passada uma informação de
que o Ministério Público entrou com uma ação pedindo para a Justiça que seja
derrubada essa medida provisória, no sentido de que a gente possa recuperar a
legislação que extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, porque esse conselho tinha dois terços de membros da sociedade
civil.
Então, a
política de alimentação era discutida com toda a sociedade, com toda a
comunidade. A política se baseava em alimentos produzidos nos assentamentos, na
agricultura familiar, alimentos saudáveis, alimentos da agroecologia, e não
alimentos que possuem conservantes, que possuem química nociva à saúde das
pessoas.
A gente sabe
que a cada dia mais as pessoas desenvolvem doenças como o câncer, e outras
doenças que agravam muito quando a gente não se alimenta de forma adequada. Não
é isso, Gondim? Você que é médico sabe exatamente do que se trata a gente não
ter uma política nutricional, uma política alimentar adequada.
É muito ruim a
gente perder a possibilidade de esse conselho funcionar. Esse conselho, o
Consea, foi também premiado pela ONU, pela FAO, que é a Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, por ser um espaço de defesa do
direito humano, alimentação adequada, que inclui desde um modelo de produção
dos alimentos mais sustentáveis e seguros, até a produção ao consumidor quanto
às informações nutricionais da rotulagem dos produtos.
Então, toda
essa política de controle da sociedade civil, toda essa política e esses
cuidados na produção, no armazenamento, da comercialização, da entrega dos
alimentos e no fornecimento dos alimentos para as nossas crianças através do
Programa Nacional de Alimentação Escolar, o PNAE, que estabeleceu também, por
orientação do Consea, a política de que 30% dos alimentos que vão para a
merenda escolar das nossas crianças têm que ser necessariamente adquiridos de
agricultores familiares e de assentados.
Então, toda
essa política se desmonta na medida em que você desmonta o Conselho que tinha a
prerrogativa de melhorar a alimentação e a nutrição das nossas crianças, dos
nossos adolescentes.
Então, é muito
triste que o nosso governador Doria já esteja aí fomentando essa política de
piorar a alimentação. Desde 2015 nós lutamos muito para que o governo do Estado
melhorasse a alimentação, e vinha num processo de melhora. Infelizmente, agora,
nós estamos vendo aí o retrocesso do retrocesso do retrocesso.
Então, eu quero
pedir ao secretário de Educação, quero pedir ao governador João Doria para que
tenham aí um olhar muito cuidadoso para essa alimentação das nossas crianças e
dos nossos adolescentes nas escolas estaduais de São Paulo.
Muito obrigada,
Sra. Presidenta.
O
SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sra. Presidente?
O
SR. RAUL MARCELO - PSOL - Sra. Presidenta? Opa.
Não, não, tem precedência.
O
SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Peço a minha inscrição
depois para falar pelo Art. 82, pelo meu partido.
O
SR. RAUL MARCELO - PSOL - Sra. Presidenta, eu
solicito a palavra pelo Art. 82.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Pelo Art. 82 é
regimental. Nobre deputado Raul Marcelo tem a palavra.
O
SR. RAUL MARCELO - PSOL - PELO
ART. 82 - Sra. Presidenta, Leci Brandão, calhou de no meu último pronunciamento
nesta Casa estar V. Exa. na Presidência. Queria dizer que um dos motivos de
orgulho que eu tive quando cheguei a essa legislatura foi ter a deputada Leci
Brandão, ícone da cultura brasileira, da qual eu tenho uma apreciação especial,
porque eu sou alguém que admira demais o samba, a bossa-nova, o pagode. Fiquei
muito emocionado quando entrei aqui e falei: “Vou ter uma legislatura inteira ao
lado de alguém que eu tenho um respeito e uma admiração imensa”. E pude ficar
aqui quatro anos contigo. Fiquei emocionadíssimo ao ver o desfile da escola
Estação Primeira de Mangueira e V. Exa. ali, de forma justíssima, sendo
reconhecida e aclamada por todo o povo brasileiro.
Então eu quero
aqui, primeiro, fazer essa menção. Demorei muito tempo para pedir uma foto
contigo, porque fiquei até inclusive meio acanhado, porque apesar de nós sermos
colegas parlamentares eu tenho uma admiração por ti que é de longa data,
longuíssima data. Então, um orgulho muito grande e fico feliz de poder ter a
deputada Leci Brandão presidindo esta sessão nesse último pronunciamento. Um
pronunciamento que também traz do Hino da Estação Primeira de Mangueira, nós
tínhamos ali uma homenagem às Marias, Malês e à Marielle, e uma homenagem à
cultura, verdadeira cultura brasileira, que é a cultura do povo, que é a
cultura que não é contada nos documentos oficiais.
E hoje é uma
data emblemática: os dois assassinos de Marielle Franco foram revelados para o
Brasil e para o mundo, dois ex-policiais militares da cidade do Rio de Janeiro,
dois milicianos que não cometeram o crime contra uma mulher negra, periférica,
lésbica, que por si só já mereceria uma situação de consternação geral do Brasil,
mas cometeram o crime contra uma pessoa da política, alguém que representa um
setor da sociedade, alguém que está dentro da polis tentando melhorar a vida, a
nossa vida coletiva, tentando fazer com que em nosso País exista respeito,
exista civilidade, não a barbárie, que pregue os direitos humanos.
O que são os
direitos humanos, meu Deus do céu, ter que falar disso no século XXI: os
direitos humanos são entendimento da humanidade pós Segunda Guerra Mundial de
que a barbárie tem que acabar, Leci Brandão, que não dá para que um irmão fique
matando outro, bombas guerras, assassinatos vis, isso precisa cessar. É preciso
reconhecer no outro um humano, um igual que, aliás, já é uma pregação secular,
está na Bíblia, está nas palavras de Cristo, está nos filósofos gregos, está em
toda a pregação cristã.
No
entanto, os seres humanos ainda fazem guerra e fizeram a Segunda Grande Guerra
Mundial e ali, então, depois daqueles escombros, surgiu a ideia de direitos
humanos universais e o movimento, a Carta da ONU, e hoje, em nosso País, ainda
tem gente que acha que direito bom é o direito do homem de bem. Não, o direito
é para todo mundo. Inclusive esses dois brasileiros que cometeram esse crime
bárbaro contra a Marielle Franco, contra uma pessoa política que defendia
direitos humanos.
Eu
defendo que eles tenham direito a advogado, um julgamento justo, devido a
processo legal, um juiz imparcial. O direito é isso, os direitos humanos são
isso: reconhecer que todos são suscetíveis de direitos. Em nome disso, Marielle
Franco lutava. Marielle Franco, inclusive, recebia policiais civis e militares
na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para defender os seus direitos
humanos. Nós tentamos fazer isso no estado de São Paulo. Aprovei uma lei, nesta
Casa, para que todo policial militar e civil em serviço ou fora dele vítima de
violência tivesse um atendimento e uma estrutura de atendimento psicológico e
médico para ele e para sua família e o governador Doria, recém-eleito, vetou
esse projeto de lei.
Um
atraso, um retrocesso para o nosso Estado, mas a luta não para aí. Hoje, nós
descobrimos o quê? Que dois ex-policiais militares milicianos assassinaram
Marielle Franco, mas quem mandou eles fazerem isso, quem pagou para que eles
executassem Marielle Franco e o Anderson? Quem são os autores do crime? E é aí
que nós queremos saber. Eu queria concluir este último pronunciamento, deputada
Leci Brandão. A luta da Marielle, a luta do povo brasileiro, é como se fosse um
grande rio: sobe e desce desfiladeiros, passa por selvas, formações rochosas,
mas sempre chega o rio ao mar e a luta do povo brasileiro vai chegar no mar.
Qual
é o mar? O mar nosso é a felicidade do povo brasileiro. É um País de fato
construído para o nosso povo, para o povo mestiço, afro, o povo indígena, os
imigrantes europeus que vieram para construir este imenso Brasil e eu tenho
orgulho de poder ter dedicado os últimos 20 anos da minha vida, desde lá dos 17
anos. Fui vereador seis anos na minha cidade - o mais votado - deputado por
dois mandatos nesta Casa. Eu fico muito feliz de poder estar aqui, agradecer
todo esse reconhecimento e esse apoio que eu tenho recebido ao longo da minha
vida política toda e dizer que a luta não termina aqui, ela continua.
Não
conseguiram parar a nossa luta com o assassinato da Marielle. Surgiram milhares
e milhões de jovens não só no Brasil, no mundo inteiro. A luta das mulheres
hoje é uma coisa apaixonante no Brasil todo e vão surgir novos militantes,
novos parlamentares, como os que vão assumir esta Casa. A Érica Malunguinho, a Isa
Penna, a Mônica Seixas da Bancada Ativista e o nosso grande líder, deputado
Carlos Giannazi, vão dar continuidade ao trabalho do PSOL. Eu consegui manter a
minha votação, deputada Leci Brandão.
Mantivemos
a nossa votação, os nossos apoiadores históricos e fomos derrotados por esse
que está hoje na Presidência da República, Sr. Jair Bolsonaro, aquele que pediu
que a milícia viesse para sua cidade do Rio de Janeiro. Ele fez um
pronunciamento na Câmara dos Deputados falando que a milícia é a melhor coisa do
Brasil e que precisava de milicianos no Rio de Janeiro para enfrentar a questão
da Segurança Pública. E agora se descobriu que um dos assassinos de Marielle
Franco é vizinho de condomínio do atual presidente da República. Então, o
governo acabou hoje.
Para
que o governo não acabe, é preciso se esclarecer quem de fato mandou matar
Marielle Franco. Enquanto isso não for esclarecido, vai ficar a dúvida, porque
quando ela foi assassinada Alckmin manifestou repúdio, Henrique Meirelles
manifestou repúdio, Ciro Gomes manifestou repúdio, Guilherme Boulos manifestou
repúdio, Haddad manifestou repúdio. Qual foi o único candidato a presidente que
não manifestou repúdio ao assassinato de Marielle Franco? Sr. Jair Bolsonaro,
atual presidente da República, que pediu a milícia no Rio de Janeiro e que é
vizinho do autor do crime contra Marielle Franco. Se os autores não forem
descobertos o mais rápido possível, vai pairar dúvida sobre toda a sociedade
brasileira e a comunidade internacional.
Eu
queria concluir, Sra. Presidente, que nós vamos continuar fora do Parlamento na
luta pelo esclarecimento desse crime hediondo contra quem defende direitos
humanos no Brasil, e vamos continuar nossa luta para a construção e a
organização do povo brasileiro aqui no estado são Paulo e no País, para que a
gente possa virar o jogo e, de fato, construir uma nação solidária e fraterna.
Sofremos
uma derrota para um partido que está no governo hoje, o partido dos laranjas,
que vão chegar a esta Casa na sexta-feira. Na verdade, é um cesto de laranjas o
PSL. Fomos derrotados por eles, mas, como disse certa vez Darcy Ribeiro quando
foi pegar o título de Doutor Honoris Causa na Universidade de Sorbonne, na
França... Ele menciona uma frase, e eu queria encerrar este pronunciamento com
isso.
Dizia
o grande Darcy Ribeiro: “Fracassei em tudo que tentei na vida. Tentei
alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não
consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o
Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas
vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”. Eu detestaria estar
ao seu lado, seu Jair Bolsonaro e seu partido laranja, que tanto mal estão
trazendo à sociedade brasileira. Muito obrigado, Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo aqui a lista,
por permuta, eu convido o nobre deputado Luiz Carlos Gondim, pelo Grande
Expediente. Vossa Excelência tem a palavra.
O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente,
Srs. Deputados, eu gostaria de falar sobre o requerimento que nós fizemos à
CNBB, parabenizando por essa campanha exigindo políticas públicas sérias. Olha
que loucura, até hoje nós falamos de lixo, como tratar lixo, como reciclar,
como separar o lixo úmido do lixo reciclável. Até hoje nós falamos de
alimentação básica.
Agora
mesmo ouvi a Márcia Lia comentando sobre o problema da mudança do que se vai
fornecer de alimentos, agora enlatados, para as crianças, podendo ser
fornecidos pelo Cinturão Verde de Mogi das Cruzes. Nós temos ali grandes
produtores de rúcula, de alface, de agrião, de tomate. Inclusive nós fizemos a
reforma agrária para eles, na Chácara dos Baianos, talvez o maior assentamento
social existente no Brasil. Talvez não, tenho certeza de que é. O que acontece?
As verduras deles agora vão ter que pegar um caminhãozinho, ir até o Ceasa,
voltar passeando ou ir para uma indústria, para ser manipuladas e voltar para a
alimentação das crianças.
Não
se investe em Educação. Cadê a educação em tempo integral para essas crianças?
Onde está isso? Nós estamos vendo aí as crianças não tendo prazer em ir à
escola. Nós temos os professores sendo maltratados, mal pagos, também com
dificuldade de ir até as escolas. Falta motivação dos dois lados, para as
crianças e para os professores. Aonde nós vamos parar?
Então,
você está falando isso em 2019, sobre políticas públicas corretas. Passa
novamente aquela foto da enchente. Ouvindo hoje o Bruno Covas fazendo um
comentário, porque estava ausente aqui. Acho que é um direito que se tem de ir
a um outro país buscar ajuda financeira para um município tão grande, como é o
caso de São Paulo.
E a gente vê a
situação dos problemas das enchentes. Nós estamos vendo como combater os
problemas dos lixos. Gente jogando lixo... É um mar de lixo, dentro do Tietê,
que sai desde Mogi das Cruzes, passa por Suzano, Poá, Itaquaquecetuba,
Guarulhos, São Paulo. Aquilo fica em Santana do Parnaíba, aquela espuma, aquela
loucura, parando. E a gente vê novamente o que acontece: enchentes. “Ah, mas
falta dinheiro para nós fazermos esse tratamento, esses esgotos”. E não se
investe, na realidade, no esgoto.
Pior que isso:
o rio tem o seu direito de caminhar; o rio tem suas margens para ocupar. Não...
Alguns políticos dão licença para que as pessoas construam indústrias ao lado
dos rios. As margens ficam totalmente ocupadas, e o rio quer se expandir. Para
onde ele vai? Para a casa dos mais pobres. Isso é todo ano. E você diz assim:
“isso pode acontecer até duas vezes por ano, às vezes acontece em novembro ou
dezembro, e acontece em março. Já é esperado”. Gente, quantos anos vamos
esperar para que se faça um tratamento adequado, para que se saiba corretamente
a situação, o tamanho das chuvas que se possa ter? Investir em Educação, Leci, é
uma situação que comove a gente. Não se faz esse investimento correto em
Educação.
Uma outra
coisa: eu, como médico, sinto falta disso, e durante esses cinco anos venho
lutando aqui. A prevenção, a medicina preventiva. Você sabia que uma gestante
só tem direito a sete pré-natais? E normalmente só tem direito a três
ultrassons. Isso é um absurdo, um cúmulo. Não se dá uma condição humana para
que ela conheça o que é uma sala de parto. E tem um projeto nosso aqui, para
ela ser preparada, humanizada, conheça a sala de parto, para que ela não tenha
medo de ter um parto normal, fisiológico. Sim, fica ouvindo de um e de outro,
vai para o médico, na hora do trabalho de parto, e já vem direto pedindo para
fazer uma cesárea porque não quer sentir dor, porque não foi preparada. Sabe o
que acontece? Ao invés de gastarmos 800 reais por causa de um parto normal,
vamos gastar 2.000 reais.
Então, tudo
isso por quê? Por falta de educação, humanização, amor ao próximo, respeito às
mulheres, às gestantes. E isso é tão importante e tão bonito. Você sabe onde eu
vi funcionar isso aí? Na cidade de Tupã. Infelizmente, acabou. Entrou um
prefeito que não gostava do outro, e acabou esse sistema de humanização. Olha a
que absurdo chega a política. Então, políticas públicas, falta de humanização e
o tratamento - fazer a prevenção.
Hoje, está todo
mundo apavorado, preocupado com o sarampo. Quem é que não escuta isso toda hora
nos jornais? Preocupado com o problema, de novo, da dengue hemorrágica,
chikungunya. Então, é o tempo todo se fazendo um trabalho por falta de
orientação, de educação, de formação das pessoas. Então, sempre nós tivemos
aqueles fumacês, aquelas pessoas que vinham orientar, no combate à malária.
Acabou isso.
Eu dizia, no
ano passado, ao governo Geraldo Alckmin e, depois, ao governo Márcio França:
invista, contrate pessoas emergenciais para se fazer esse trabalho de combate à
dengue. Nós não podemos conviver com o que está acontecendo. “Precisam de mil,
precisam de 20 mil.” Falei para o David Uip, naquele momento: “mas o governo
não tem dinheiro”. Como que não vai ter dinheiro? É melhor você tratar as
pessoas quando já estão com a doença ou é melhor você fazer a prevenção? É
muito melhor fazer a prevenção.
Quando você faz
o tratamento de esgoto, o saneamento básico, a economia é enorme em relação à
Saúde, é muito grande. Gente, nós vamos continuar convivendo com isso. Por quê?
Porque não interessa para alguns políticos - e vou até fazer essa demonstração
aqui - investir em saneamento básico.
Para quem
conhece Bertioga, foi feito o saneamento básico no centro de Bertioga e no
Indaiá, perto do melhor bairro, da melhor praia que se tem hoje em Bertioga, e
se deixou o miolo de Bertioga, Jardim Maitinga, Vila Agaó. Esses quatro bairros
ficaram sem investimento. O outro investimento foi feito por um banco japonês.
Nós conseguimos, com muita luta, fazer esse saneamento básico lá, que não
terminou ainda.
Conseguimos 23
milhões de reais, mas ninguém viu propaganda que você conseguiu saneamento
básico. Eu fiz a propaganda, dizendo que tinha conseguido saneamento básico
para a cidade de Bertioga, nesses bairros chamados Jardim Maitinga, Vila Agaó.
O que acontece? As pessoas nos deram 128 votos. Por quê? Se fosse asfalto, eles
realmente dariam mais votos, mas, como é saneamento básico, as pessoas não
estão educadas para isso; tampouco prefeitos e vereadores respeitam esse lado.
Só estou
fazendo este exemplo aqui para mostrar por que os políticos não investem em
saneamento básico. Eles dizem: “porque não dá voto”. Então, gente, a gente tem
que cumprir. Nós vamos continuar trabalhando até o último momento, até o último
dia, que deve ser quinta-feira, porque fiquei como suplente. Então, vou ficar
aí, lutando ainda em todas as cidades por uma melhor Santa Casa, lutando pelo
saneamento básico, lutando pela medicina preventiva. Isso é o mais importante
que se tem. Nunca pare de lutar, porque a política é isso: é servir e não ser
servido.
Obrigado, Sra.
Presidente.
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - Sra. Presidente,
havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito
a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - É regimental.
Esta sessão está suspensa até as 16 horas e 30 minutos.
Está suspensa a sessão.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 04 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 29 minutos, sob a Presidência do Sr. Gileno
Gomes.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILENO GOMES - PROS - Reaberta a
sessão.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Acordo das lideranças, quero pedir suspensão dos nossos trabalhos
até as 17 horas e 15 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - GILENO GOMES - PROS - Nobre
deputado, está suspensa a sessão até as 17 horas e 15 minutos.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 29 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 18 minutos, sob a Presidência do Sr. Chico
Sardelli.
*
* *
O
SR. MÁRCIO CAMARGO - PSDB - Sr. Presidente, queria pedir a suspensão por
10 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CHICO SARDELLI - PV - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Estão suspensos os trabalhos por 10 minutos.
*
* *
- Suspensa às 17 horas e 18 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Bruno
Caetano.
*
* *
O SR. GILMACI SANTOS
- PRB -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito a suspensão por
mais 15 minutos.
O SR. PRESIDENTE -
BRUNO CAETANO - PSDB - É regimental. Fica suspensa a sessão por mais 15 minutos.
Está suspensa a sessão.
*
* *
-
Suspensa às 17 horas e 33 minutos, a sessão é
reaberta às 17 horas e 47 minutos, sob a Presidência do Sr. Davi Zaia.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA - PPS - Convocação - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III , alínea “d”,
combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta
das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e
Relação do Trabalho; Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às
17 horas e 50 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de
apreciar o Projeto de lei nº 44/2019, de autoria do Sr. Governador, que
revaloriza os pisos salariais mensais dos trabalhadores que especifica,
instituído pela Lei 12.640, de 11 julho de 2007.
O
SR. GILMAR GIMENES - PSDB - Sr. Presidente,
havendo acordo de líderes, solicito a suspensão dos trabalhos por 15 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA - PPS - É regimental.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência suspende a sessão por 15
minutos.
Está suspensa a sessão.
*
* *
- Suspensa às 17 horas e 48 minutos, a
sessão é reaberta às 18 horas e 04 minutos, sob a Presidência do Sr. Davi Zaia.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA – PPS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos
do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão
extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser
apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 44, de 2019, de autoria do
Sr. Governador, que revaloriza os pisos salariais mensais dos trabalhadores que
especifica, instituído pela Lei nº 12.640, de 11 de julho de 2017.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Havendo acordo de
lideranças, peço o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DAVI ZAIA - PPS - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantado os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 18 horas e 05 minutos.
*
* *