http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

14 DE MARÇO DE 2019

26ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidência: DOUTOR ULYSSES e ED THOMAS

 

Secretaria: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DOUTOR ULYSSES

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária, a ter início às 19 horas.

 

2 - CORONEL TELHADA

Fala sobre suas expectativas para a nova legislatura. Discorre sobre os debates acerca da Segurança Pública. Comenta o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano. Relata a morte de dois policiais militares.

 

3 - CARLOS NEDER LULA

Combate proposta do governo estadual de fundir diversos institutos públicos de pesquisa e transferi-los para a gestão privada. Faz histórico do seu trabalho, como deputado, em comissões e frentes parlamentares desta Casa.

 

4 - ANTONIO CARLOS JUNIOR

Faz histórico de sua trajetória política e de suas ações como parlamentar. Destaca projeto de lei, de sua autoria, aprovado nesta Casa, que trata da merenda escolar. Pede ao governo estadual que atenda demandas da região de Caraguatatuba.

 

5 - JULIO CESAR

Para comunicação, anuncia a presença do vereador Leandro Guerreiro, da Câmara Municipal de São Carlos, acompanhado pelo seu assessor Eduardo.

 

6 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES

Saúda os visitantes.

 

7 - ORLANDO BOLÇONE

Presta solidariedade à população de Suzano, por conta do massacre ocorrido na Escola Estadual Professor Raul Brasil. Expressa sua gratidão à cidade de São José do Rio Preto, da qual faz breve histórico.

 

8 - WELSON GASPARINI

Tece elogios aos seus colegas deputados. Argumenta que a população é responsável por compor bons quadros políticos. Defende o sistema de voto distrital. Expressa seu orgulho por ter participado desta Casa. Faz histórico de sua trajetória política.

 

9 - JULIO CESAR

Faz agradecimentos aos que o apoiaram no período em que foi deputado nesta Casa. Dá conhecimento das ações de seu mandato, através do qual, acrescenta, buscou dar enfoque às demandas da região de São Carlos.

 

10 - JUNIOR APRILLANTI

Relata sua carreira política, passada, em sua maior parte, no âmbito do Poder Executivo. Descreve as ações do seu mandato como deputado estadual. Presta agradecimentos aos seus pares e aos funcionários deste Parlamento.

 

11 - LUIZ CARLOS GONDIM

Discorre sobre o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano. Faz sugestões para impedir a ocorrência de episódios similares no futuro. Faz agradecimentos aos funcionários desta Casa. Frisa a importância das áreas sociais.

 

GRANDE EXPEDIENTE

12 - HÉLIO NISHIMOTO

Pelo art.82, manifesta gratidão pelo período em que representara a população de São Paulo, especialmente da região do Vale do Paraíba, nesta Casa. Faz agradecimentos gerais. Apoia a reeleição de Cauê Macris à Presidência deste Poder. Deseja boas-vindas aos novos deputados eleitos. Cita Letícia Aguiar, recém-eleita parlamentar. Manifesta o desejo de reingressar a este Parlamento.

 

13 - ANA LULA DO CARMO

Para comunicação, saúda seus pares. Mostra-se grata pelos 16 anos como deputada estadual. Aduz que deve continuar a defender a população excluída. Lembra o exercício de profissão como diarista. Enaltece os policiais militares femininos. Lamenta assassinatos acontecidos em escola estadual de Suzano.

 

14 - CARLOS NEDER LULA

Faz breve resumo de suas atividades políticas. Valoriza políticas públicas eficientes. Lamenta a desigualdade verificada no Brasil. Afirma que a sociedade brasileira é excludente e homofóbica. Discorre acerca da relevância da fiscalização de atos governamentais e da democratização dos parlamentos, a partir de audiências públicas. Assevera que a ausência da imprensa dificulta a transmissão da informação ao domínio público. Defende a coerência na atuação de siglas partidárias. Lembra que fiscalizara o Governo Marta Suplicy, quando fora vereador à Câmara Municipal de São Paulo. Lista fiscalizações realizadas por seus mandatos. Comenta orçamento posto à disposição de organizações sociais. Cita CPIs em que atuara. Defende melhoria na gestão da Saúde.

 

15 - CELSO NASCIMENTO

Pelo art. 82, faz agradecimentos gerais. Cita trecho da Bíblia. Manifesta-se realizado por ter sido parlamentar e aprovado 7 projetos de lei, em único mandato. Lembra que exerce função como pastor na Igreja do Evangelho Quadrangular. Agradece ao reverendo Mário de Oliveira. Informa que trabalhara especialmente para o meio ambiente e a favor de crianças com síndrome de Down. Mostra-se honrado por ter representado, com dignidade, o povo paulista. Informa que sua filha é vereadora à Câmara Municipal de Bauru.

 

16 - ED THOMAS

Assume a Presidência e deseja felicidades ao deputado Celso Nascimento.

 

17 - BRUNO CAETANO

Comenta projeto de sua autoria, a respeito do empreendedorismo. Enaltece a citada função social. Afirma que o profissional do setor normalmente mostra-se presente e acompanha a atividade empresarial. Discorre sobre o fomento de Startups em São Paulo, empresas baseadas em tecnologia, inovação e escalabilidade. Assevera que é alto o índice de empregabilidade na área. Defende a presença das referidas empresas na nova economia. Ressalta a necessidade da mão de obra adequada e mecanismos que facilitem a abertura dos estabelecimentos, a criação de centros de capacitação e incentivos tributários, em parceria com o Poder Público. Acrescenta que trata-se de uma semente para a próxima Legislatura.

 

18 - FELICIANO FILHO

Pelo art. 82, informa que hoje é o último dia de exercício de seu terceiro mandato. Faz agradecimentos gerais. Discorre acerca de seu trabalho em prol de animais, a influenciar inclusive a legislação de outros estados e países. Lista e comenta leis sobre o tema. Lembra vídeo de retirada de pele de chinchilas vivas, exibido neste plenário. Rememora o Dia do Protetor dos Animais, de sua autoria, comemorado em 04/10. Acrescenta que não pretende voltar a ocupar cargo público. Agradece aos seus pares que apoiaram o PL 31. Lamenta o sofrimento de animais. Deseja boas-vindas ao deputados recém-eleitos. Coloca-se à disposição das novas autoridades. Defende a realização do Colégio de Líderes em plenário.

 

19 - TEONILIO BARBA LULA

Pelo art. 82, cumprimenta seus pares que hoje se despedem do Parlamento. Comenta ato a ser realizado amanhã, neste Poder, com funcionários da Ford, que defendem a permanência da montadora no ABC. Informa que em 5 anos a empresa recebera cerca de 7 bilhões de reais em incentivos fiscais. Defende a criação de CPI para investigar a intenção da referida fábrica. Convida os parlamentares para participarem do evento. Lembra projeto de sua autoria para discutir emprego, serviço, comércio e desenvolvimento, vetado pelo Governo Alckmin. Agradece especialmente a deputados do PT.

 

20 - ROBERTO MASSAFERA

Cita e comenta períodos da política e de governos do País. Opina que a fábrica da Ford fabrica caminhões superados. Cita fala de Aristóteles sobre o bem comum buscado pela política. Lamenta a desmoralização da citada classe, pela mídia. Enaltece a divisão entre os Poderes e a democracia. Comenta a dívida social do País, a seu ver fruto da escravidão.

 

21 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, discorre acerca do que considera abandono das escolas públicas. Cita a falta de energia elétrica na Escola Estadual João Kopke. Exibe vídeo sobre a questão, a impossibilitar a realização de aulas. Clama à secretaria da Educação, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas que tomem as devidas providências. Reitera que há abandono das instituições de ensino estaduais. Critica o Governo do Estado pela extinção do programa Escola da Família. Manifesta repúdio à falta de quórum, ontem, que impossibilitara a derrubada do veto ao PL 1257/14. Lembra que há um ano ocorrera o assassinato de Marielle Franco. Clama pela prisão dos mandantes do crime. Comenta que preso pela execução da ex-vereadora mora no mesmo condomínio em que morara o presidente Jair Bolsonaro.

 

22 - GERSON BITTENCOURT

Pelo art. 82, solidariza-se com os familiares dos alunos, professores e funcionários pela tragédia ocorrida em Suzano. Discorre sobre a ampliação do ódio em nosso País. Ressalta que são necessárias alternativas para acabar com este tipo de intolerância. Comenta o problema das enchentes e suas consequências, especialmente no Itaim Paulista. Informa ter estudado, em sua legislatura anterior, a lagoa do Itaim. Relata os resultados de sua pesquisa. Lamenta que hoje, a região é um depósito de entulho, além de animais e insetos. Informa que as obras de contenção na região foram iniciadas no final do ano passado. Parabeniza o Governo do Estado pelas obras. Faz agradecimentos pelo período nesta Casa. Lembra sua atuação nos últimos 30 dias. Diz esperar que os novos deputados tenham êxito em seus mandatos e que continuem a cumprir seus papéis. Parabeniza os deputados eleitos e deseja boa sorte.

 

23 - GILENO GOMES

Pelo art. 82, lamenta a tragédia ocorrida em Suzano. Discorre sobre as enchentes ocorridas na região do ABC, de Guarulhos e outras cidades. Informa que o governador anunciou medidas para as contenções de enchentes. Pede que outras regiões, como Guarulhos e Arujá sejam lembradas. Agradece o tempo que passou nesta Casa. Lembra parte das ações de seu mandato. Parabeniza os novos deputados. Agradece os assessores que auxiliam os deputados, policiais, pessoal da imprensa e TV Alesp, a sua assessoria, todos os funcionários da Casa, aqueles que trabalham no campo e em Guarulhos, sua família, todos os que contribuíram para a condução de seu mandato e em especial os seus eleitores, que acreditaram em seu mandato. Afirma que continuará trabalhando dentro da política, representando a população. Demonstra sua felicidade pelas amizades feitas neste Legislativo.

 

24 - GILENO GOMES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

25 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES

Convida todos para a Sessão Preparatória e Inaugural de Instalação da Primeira Sessão Legislativa da Décima Nona Legislatura, às 15 horas do dia 15 de março de 2019. Lembra a realização da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Muito boa tarde. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada para ler a resenha do Expediente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, temos aqui uma indicação do prezado deputado Ed Thomas, indicando, nos termos regimentais, ao Sr. Governador do Estado, para que determine aos órgãos competentes a elaboração de estudos e adoção de providências em caráter de urgência para fins de liberação de 50 mil reais destinados à aquisição de um aparelho de ultrassonografia a ser disponibilizado aos pacientes do SUS do município de Lucélia. É somente isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Esta Presidência agradece ao nobre deputado Coronel Telhada pela leitura da resenha do Expediente.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- Discussão e votação em 2º turno da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de 2019, de autoria do nobre deputado Jorge Caruso e outros, que altera o § 2º do Art. 9º da Constituição do Estado e acrescenta o Art. 1º-A ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Iniciamos a chamada dos oradores inscritos no Pequeno Expediente. Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Neder, funcionários presentes, assessores, público lá em cima, solitário na galeria, policiais militares presentes, cabo Débora e cabo Eliane, em nome de quem saúdo nossa Assistência Policial Militar, esta é a última sessão ordinária da 18ª Legislatura, em que estaremos com esse grupo de deputados amigos aqui presentes.

Como falei ontem, agradeci a maioria dos Srs. Deputados que se encontravam em plenário. A partir de amanhã, temos posse, temos a nossa posse para o segundo mandato e a posse de 52 novos deputados, me parece, deputado Carlos Neder, que a frequência no Pequeno Expediente vai ser maior. Pelo menos o pessoal novo que está chegando está bem incrementado em trabalhar nas sessões.

Então, parece que daqui para frente nós teremos um afluxo maior de deputados nas sessões ordinárias, o que fará com que ocorra um acirramento nos debates, um acirramento nas ideias, o que é muito bom para a Casa. Eu quero aqui como sempre, esses quatro anos, amanhã se completam quatro anos da nossa posse, praticamente - não digo todo dia - porque às vezes estávamos em missões, às vezes impossibilitados, mas diariamente nós viemos a esta Casa, a esta tribuna, e falamos de assuntos variados, em especial da Segurança Pública. Passamos por uma eleição difícil, fomos muito criticados.

Acho que todos deputados dentro dos seus nichos foram muito criticados, mas nós da Segurança Pública em especial, porque o debate da Segurança Pública se tornou um debate acalorado e muitas vezes levado por pessoas que não conhecem realmente o que é Segurança Pública, pessoas que se acham conhecedoras. É a mesma coisa que eu discutir com os médicos aqui assunto de Medicina.

Polícia, técnico de futebol e político é tudo igual, todo mundo sabe fazer, só que quando a pessoa chega aqui ela vê que não é bem assim. A pessoa acha que é fácil prender um ladrão, trocar tiro, nunca sentou numa viatura para saber o que é isso. E nós discutimos ao longo desses quatro anos vários assuntos e conseguimos algumas melhorias para a Polícia Militar, conseguimos impedir também alguns problemas que ocorreriam caso nós não estivéssemos em determinadas comissões, em determinadas participações. Então, eu vejo como positiva a nossa passagem nesses quatro anos nesta Casa.

Eu queria falar um pouquinho de segurança hoje. Eu vou falar de dois policiais militares que foram mortos no Rio de Janeiro, mas eu queria trazer uma proposta para os Srs. Deputados e para quem nos assiste em casa para que levassem isso em consideração. Hoje, o Brasil todo está estarrecido com o problema de Suzano, onde ontem dois débeis mentais - chamar os caras de débeis mentais é ofender quem tem problema. Os caras eram do mal mesmo, eram bandido mesmo.

Entraram numa escola e assassinaram oito jovens, duas educadoras - dois funcionários. Um cidadão que era próximo ao local também acabou sendo morto, era parente de um dos criminosos. Enfim, uma catástrofe geral. E muita gente agora está se perguntando o porquê, o que aconteceu. O que aconteceu é simples, minha gente. Isso aí é resultado de todos esses problemas que vêm se alongando nos últimos 40 anos no Estado brasileiro.

É falta de educação; é falta de família estruturada; é falta de uma lei mais contundente contra a criminalidade; é falta de vergonha na cara das pessoas; é excesso de violência na televisão e na internet; é abandono de todos os valores básicos da sociedade. Resulta nisso aí. Acho interessante que até o jornal que sempre critica a polícia e quando a polícia mata um ladrão eles falam que a polícia matou um suspeito. Todo mundo já viu isso, nunca é ladrão, é sempre suspeito.

Até esses jornais que gostam de acusar a polícia, ontem eles falavam em assassinos, eles não chamavam os dois de suspeitos. Ontem, eram assassinos e só ficou comprovado que eram eles graças ao sistema de monitoramento que filmou toda a ação dos indivíduos. Agora eu pergunto aos senhores, façam uma reflexão comigo: dois indivíduos, salvo engano não tinham passagem pela polícia, um de 17 e um de 25 anos, o de 17 anos armado, vamos supor que esses indivíduos estivessem a caminho de uma escola e fossem abordados por uma viatura da Polícia Militar e fossem presos e aquela arma fosse recolhida.

Não haveria resultado nenhum, porque esse serviço da Polícia Militar não aparece. Quando eu falo aqui que uma arma apreendida salva vidas, as pessoas não acreditam. Esta aí uma situação clara para mostrar que se essa arma tivesse sido apreendida não teria havido aquele crime ontem.

Ou melhor, se a viatura da Polícia Militar, ao abordar esses indivíduos, os indivíduos reagissem e trocassem tiro com a viatura e morressem trocando tiros com a polícia. Como que a imprensa ia noticiar essa ocorrência? “Mais dois estudantes da periferia mortos pela violenta Polícia Militar”.

Então, nós temos que fazer uma reflexão e mudar; e saber o que nós queremos. Nós precisamos de uma sociedade muito melhor estruturada, com a família valorizada; a educação e os professores valorizados; a religião, seja ela qual for, valorizada; os sentimentos pátrios, as leis, valorizados e obedecidos; as forças de segurança também valorizadas e obedecidas. É a única maneira de nós termos uma sociedade um pouco melhor.

Somente mais um minuto, Sr. Presidente. Hoje é o último dia mesmo. Para fechar aqui, eu quero citar a morte de um sargento da Polícia Militar, morto no estado de Goiás. Ele já estava, inclusive, aposentado. Mostre mais a foto. Wellington Neres Prado, de 56 anos. Ele estava aposentado e trabalhava como segurança num posto de gasolina, e morreu quando queria evitar um assalto. Chegou a entrar em luta corporal com o indivíduo e acabou sendo baleado. Mas isso ninguém soube, porque é vida de policial militar, ninguém se interessa.

E o outro policial militar, também um sargento da reserva da Polícia Militar, lá no estado do Rio de Janeiro. Foi morto ontem no polo comercial Centro do Rio. Vejam que interessante: olhem bem para a foto desse cidadão. Dirley José Cordeiro, de 76 anos. Ele passava pela rua quando viu a ação de três bandidos que haviam invadido uma loja. Sabe o que ele fez? Um policial militar de 76 anos. Foi para cima dos bandidos e tentou evitar o roubo. Entrou em luta com os bandidos. Foi atingido por dois disparos e, apesar de socorrido, não resistiu e morreu. O Dirley entrou na corporação em 1967 e morreu ontem, aposentado, defendendo a sociedade. O policial, mesmo aposentado, não esquece as suas origens.

Então, são mais dois policiais, os dois aposentados, mortos no confronto contra criminosos, mortos em defesa da sociedade. Mas, como sempre, a sociedade não valoriza os seus homens e mulheres das forças de segurança. Precisamos mudar isso urgentemente.

Doutor Ulysses, muito obrigado pelo tempo passado. Deus abençoe; obrigado por tudo o que o senhor fez aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder Lula.

 

O SR. CARLOS NEDER LULA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, exerço o mandato, nesse período mais recente, desde o ano de 2013. E já naquele ano nós instituímos na Assembleia Legislativaa Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa e a Frente em Defesa das Universidades Públicas, que Atuam no Estado de São Paulo. Esse trabalho vem sendo feito até hoje em diferentes legislaturas. E ontem nós realizamos um evento com participação de cerca de 20 entidades, incluindo aquelas que compõem o Fórum das Seis, reunindo associações de docentes, sindicatos de trabalhadores, mas também representantes de várias unidades de institutos de pesquisa que atuam no estado de São Paulo.

Sabemos que hoje são 19 institutos de pesquisa, com diferentes modalidades de gestão, entre eles o IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas -, que é uma empresa, uma S.A. E o que observamos nesses anos é que, progressivamente, o Governo do Estado vem substituindo a oferta de recursos do orçamento, para que essa empresa capte recursos no mercado privado. O que acontece, portanto, é uma substituição de fontes. Ao invés de esses recursos captados serem algo a mais para fortalecer a instituição, na medida em que a empresa é bem sucedida na captação de recursos junto a empresas no mercado, no setor privado, o Governo do Estado retira recursos próprios, o que é uma incoerência.

Nós observamos, nessa reunião da frente parlamentar, que há uma tendência à alienação, à venda, de patrimônios dessas instituições seculares que foram muito importantes para o desenvolvimento do estado de São Paulo.

A lógica que preside esta iniciativa de vender patrimônio é de você poder dispor de recursos para uso imediato, portanto, transformando patrimônio em ativos financeiros. Isso vem sendo feito sem discussão com a comunidade acadêmica, sem discussão com a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, tampouco com o Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa e também com as reitorias e associações de docentes.

É uma lógica de privatização do Estado, de fortalecimento do mercado, de privilegiar a compra de consultorias no mercado, e é exatamente isso que ajuda a entender por que houve a extinção do Cepam, por que houve a extinção da Fundap. Agora o governo tenta fundir vários institutos de pesquisa, inclusive mudar a sua forma de gestão para que Organizações Sociais - que j´á foram fiscalizadas aqui, no Parlamento estadual -, passem a fazer a gestão privada dessas instituições públicas.

Não bastasse o que já acontece na área da Saúde e na área da Cultura, agora a área de Ciência e Tecnologia passa a ser objeto de desejo dessas Organizações Sociais, entidades privadas qualificadas pelo Poder Público que recebem recursos públicos para fazer gestão privada. Com isso, vão se fragilizando os mecanismos de controle interno e externo por parte do Poder Público e da sociedade sobre o uso dos recursos do orçamento, seja do estado, dos municípios e até mesmo recursos provenientes de transferências intergovernamentais, recebidos da União.

Então, neste período em que estive aqui na Assembleia Legislativa - tendo obtido agora 47 mil votos, que não foram suficientes, acabei ficando na primeira suplência da bancada do Partido dos Trabalhadores -, eu procurei incentivar a organização dessas frentes parlamentares em áreas que são estratégicas para pensarmos o futuro do desenvolvimento do estado de São Paulo, dialogando com diversas instituições, inclusive instituições de fomento.

Esse trabalho foi feito sempre em sintonia com a Comissão de Ciência e Tecnologia. Aqui quero cumprimentar o deputado Orlando Bolçone. Trata-se de ma comissão nem sempre valorizada quando os partidos analisam quem vai compô-las ou quando os pr´óprios deputados decidem quem vai escolher cada uma das comissões, nós fizemos um trabalho bastante interessante, com esse caráter suprapartidário.

A Assembleia Legislativa deve continuar incentivando a organização dessas frentes parlamentares para que elas funcionem por um período extenso e, da mesma forma, Sr. Presidente, na Comissão de Saúde, inclusive participando com V. Exa., nós tivemos a oportunidade de fazer a fiscalização, que é algo que cabe ao Poder Legislativo.

Um dos aspectos mais importantes foi a realização da CPI das Organizações Sociais de Saúde, presidida pelo deputado Edmir Chedid. Eu espero que a nova legislatura que se inicia a partir de amanhã tenha a desenvoltura, a liberdade e o entendimento de que, independente das diferenças partidárias, ideológicas ou de concepções, o Parlamento não se omita no seu trabalho de fiscalizar, para ver a maneira como o recurso público vem sendo utilizado e de modo a contribuir para uma outra forma de desenvolvimento do Estado.

 Ficam aqui meus cumprimentos a todos os deputados e todos os funcionários da Assembleia Legislativa.

Muito obrigado!

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -  Tem a palavra o nobre deputado Antonio Carlos Junior.

 

O SR. ANTONIO CARLOS JUNIOR - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde a todos os funcionários da Alesp, boa tarde a todos os deputados aqui presentes, dizer da honra que foi estar na Assembleia Legislativa de São Paulo nesses dois meses e meio, dois meses e 14 dias, um prazer muito grande trabalhar aqui com vocês, neste Estado que é a mola propulsora do País.

Precisamos ter um respeito muito grande com o estado de São Paulo e com o País. Eu fico muito honrado de ter sido vice-prefeito de Caraguatatuba por dois mandatos, política nova, política velha, nova política, velha política. Fizemos dois bons mandatos, dois grandes mandatos. Sou filho do ex-prefeito Antonio Carlos da Silva, com muito orgulho.

Entregamos naquele momento, no dia 31 de dezembro de 2016, uma das melhores merendas do estado de São Paulo e do Brasil. Nós tínhamos uma das melhores merendas. Até carne de avestruz entregavam para os nossos filhos.

Entregamos 1.950 casas populares de qualidade para a população de baixa renda. Entregávamos um milhão de reais em medicação todos os meses.

Entregávamos 600 mil reais por ano em prótese e órtese para as pessoas que necessitavam e construímos um grande complexo da Sepedi, que era a Secretaria da Pessoa com Deficiência e do Idoso. Ali, o idoso tinha alimentação, passava o dia, tinha jogos, piscina aquecida, enfim, era muito bem tratado o nosso idoso no litoral norte.

Entregávamos 2.400 cestas básicas por mês. Ninguém quer viver de cesta básica, mas entregávamos, no nosso município, 2.400 cestas básicas. Elas todas eram com critérios para toda a população.

Enfim, no dia 31 de dezembro de 2016 saí da prefeitura e tomei posse agora, no dia três de janeiro, como deputado, o que muito me honra. Nesses 68 dias como deputado aprovei um projeto de lei para alimentação escolar com critério, dos nossos filhos. A partir de agora, da alimentação das nossas crianças nas escolas do estado tem que ser dado publicidade, o que vai ser o prato do dia, e ela tem que ter os nutrientes necessários para os nossos filhos. Espero que o governador João Doria sancione essa Lei 17/19, que é muito importante. Eu tenho certeza da sensibilidade do governador na aprovação da lei.

Realizei mais de 20 reuniões com secretários de Estado, presidentes de autarquias, autoridades em geral, das quais, dessas, realizei duas grandes reuniões com o Codivap e com a Região Metropolitana, com secretários de Estado, levando os anseios dos municípios para que eles fossem sanados. Esse é um dos nossos deveres, ser um facilitador entre o estado e o município. É isso que as pessoas precisam entender. Nós que somos deputados não somos Executivo, não temos a caneta, então nós temos o dever de pedir, de procurar melhorar a vida das pessoas que nos elegeram. Esse é o nosso dever.

Eu quero agradecer, Sr. Presidente, a Deus por estar vivendo esse momento, esses quase 70 dias como deputado estadual pela Região Metropolitana, a região do Vale do Paraíba e do litoral norte. Tive 55 mil votos. Eu tenho certeza de que fiz um bom trabalho nesses quase dois meses.

Agradeço ao meu pai, o ex-prefeito Antonio Carlos. Tenho muito orgulho de o senhor ser o meu pai, de o senhor ter me mostrado o caminho realmente das políticas públicas de qualidade.

Quero agradecer à minha equipe, que está aí, capitaneada pelo Dr. João Gustavo, pelo Dr. Marcelo e por todas as pessoas que vieram. Eu tenho apanhado bastante nessa última semana, porque tive 21 assessores nesses 68 dias, mas todos eles trabalharam e muito. Operamos coração de criança que precisava, conseguimos dar andamento, pessoas que precisavam de asilo para o pai, para a mãe. Se eu não soubesse disso, se eu não tivesse esses assessores, eu não saberia. E as pessoas foram atendidas. Ninguém passou despercebido nesses 68 dias do meu mandato.

Então quero agradecer a Deus, agradecer à minha equipe, agradecer à minha família e agradecer à Assembleia Legislativa de São Paulo. Muito obrigado por esse momento. Agradecer à polícia. Também comungo das ideias do deputado Telhada. Nós temos a melhor polícia do Brasil, no estado de São Paulo. A polícia precisa ser respeitada, antes de tudo. Toda vez que morre um policial, foi o policial. Toda vez que acontece um problema como o de ontem, como o deputado Telhada mesmo disse, passa despercebida a questão do policial e coitado daquele que matou.

Deus abençoe essa próxima legislatura. Que o estado de São Paulo continue crescendo nas mãos do governador João Doria. Tenho certeza do seu trabalho, acredito no seu trabalho. Trabalhei para que o senhor fosse governador. Na cidade de Caraguatatuba e no litoral norte o senhor foi muito bem votado.

Olhe pela questão da rodovia dos Tamoios, para a adequação da velocidade, porque é uma vergonha, hoje, 60 por hora e 80 por hora naquela rodovia. Olhe pela travessia das balsas. Precisamos resolver essa questão. Muitos pais de família precisam ir e vir todos os dias de Ilhabela, São Sebastião, fora os turistas. Nós precisamos da duplicação de Caraguatatuba a Ubatuba. Se o desenvolvimento é o grande gerador de emprego e renda para este País, precisamos duplicar Caragua-Ubatuba.

Ubatuba está sofrendo muito com a questão do dinheiro do Dade, que foi cortado este ano. Cinco milhões e meio de reais. Por favor, governador, olhe por Ubatuba. O prefeito Sato precisa muito disso.

Um grande abraço. Desculpa me alongar. Muito obrigado a todos vocês, e que Deus nos abençoe.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Com a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. JULIO CESAR - PR - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Pela ordem, nobre deputado, para uma comunicação.

 

O SR. JULIO CESAR - PR - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria registrar neste momento, enquanto o deputado Bolçone vai até a tribuna, a presença do vereador Leandro Guerreiro, seu assessor, Eduardo, da cidade de São Carlos, vereador que tem feito um trabalho excelente. Uma nova geração.

Por favor, fiquem de pé Leandro e o Eduardo, que estão ali na tribuna. Eu quero fazer uma referência dos deputados a esse vereador, que tem feito um mandato diferente de tudo que a gente está acostumado. Mandato onde procura ajudar as pessoas, mas de uma forma incisiva.

Parabéns. Esta Casa também se sente representada, você estando aqui, porque é esse o papel que nós temos que ter aqui também, o compromisso com o próximo. Eu sempre falo do exercício de se colocar no lugar das pessoas, presidente, e o vereador faz muito bem isso.

Então, obrigado pela visita. Nós nos sentimos honrados.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Esta Presidência, em nome da Assembleia quer também saudar os novos vereadores, desejar-lhes todo sucesso na sua missão.

Com a palavra o nobre deputado, está na tribuna, Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Ulysses Tassinari, referência nesta Assembleia, que continua levando sua vida por sua região, por sua profissão.

Saudar os deputados presentes na Casa, na pessoa do deputado Welson Gasparini, nosso decano, quatro vezes prefeito de Ribeirão, três vezes deputado estadual, uma vez deputado federal, mostra que a política tem pessoas sérias, você é um desses exemplos.

Saudar o meu estimado amigo, grande secretário de Turismo de São Paulo, Junior Aprillanti, que deu sequência e implantou definitivamente um dos maiores programas de desenvolvimento de São Paulo, o tempo encarregar-se-á de registrar, de deixar para a história os Municípios de Interesse Turístico.

Saudar o Julio, que, em tão pouco período de tempo, já tratou de temas essenciais, temas necessários, mais estratégicos para a região de São Carlos em especial. O estimado amigo Celso Nascimento, pelo seu denodo no trabalho, em especial das causas ambientais, deixa sua marca aqui.

O deputado Bruno Caetano também, em tão pouco tempo, marcou, como já tinha feito, trabalho que eu testemunho no Sebrae. O deputado Itamar tem a sua região, São José dos Campos, mas trata da Saúde, dedicou a sua passagem aqui, em especial, para ampliar a rede de transplantes, e eu sei o quanto é importante para a ciência, para a tecnologia, para a saúde das pessoas, ter uma rede de transplantes cada vez mais eficaz.

Dois motivos me levam a esta tribuna, Sr. Presidente. Como já venho fazendo ao longo dos dias prestando, prestando conta, mas hoje eu quero também fazer um registro de solidariedade à população de Suzano por esse desastre. Muita tristeza, os fatos ontem ocorridos lá. Suzano que foi tão bem representada. Eu lembro, quando chegamos, o deputado Ulysses Tassinari, o Welson e eu. Aqui tínhamos, como representante, o “seu” Candinho, o José Candido. É interessante que ele tinha, como marca, estar lá. Ele deu grandes avanços a uma política de paz aqui na Assembleia. Quero deixar a minha solidariedade. Tem em andamento um projeto meu que trata da regulamentação de balestras e setas. É uma forma de ter um controle sobre estas que também são armas.

Finalmente, quero exercitar aquilo que Gandhi chama de “a maior de todas as virtudes”, que é a virtude da gratidão. Faço um agradecimento com um cumprimento especial ao nobre deputado doutor Gondim e à minha cidade de São José do Rio Preto. Ela, na terça-feira, completa 167 anos. No ano de 1852, o mineiro João Bernardino de Seixas chega, com a família, e constrói a primeira casa. Mas o que mudou a cidade foi que dona Mariana, a sua esposa, juntamente com a sua ajudante, uma senhora negra... É um orgulho, para nós, termos essa referência na nossa história de São José do Rio Preto. Elas encontram uma imagem de São José, diferente, um São José de botas, que estava abandonada numa choça de índios guaranis. Essa imagem simples, esculpida em madeira, passou a representar São José do Rio Preto. Comemoramos, não na data da sua emancipação política, mas sim, consideramos a data de fundação, o momento em que se constrói a primeira capela.

Quero deixar, nesse último registro, um cumprimento especial, um agradecimento. A minha gratidão à nossa cidade, que nesses 167 anos se transformou numa das cidades mais desenvolvidas do País. É uma cidade que é referência em ciência,  tecnologia e inovação.

Mas a sua marca primeira, e que queremos que continue sendo, é a sua atenção com os humildes, lembrando-se de suas origens, desde a sua fundação, quando escolheu, como símbolo, uma senhora simples, dona Mariana. Escolheu também, como referência, a jovem negra que a acompanhava e encontrou a imagem.

Depois a nossa cidade recebeu os imigrantes que chegaram nos porões da terceira classe dos navios - italianos, portugueses, árabes, japoneses, espanhóis. Construíram uma das cidades mais desenvolvidas do País no que era chamada  a “boca do sertão”. Quero deixar o meu agradecimento à minha cidade, a minha gratidão.

Quero pedir, Sr. Presidente, que esse texto, tal qual foi escrito, possa ser enviado ao prefeito de São José do Rio Preto, ao presidente da Câmara de São José do Rio Preto e ao bispo diocesano, dom Tomé Ferreira da Silva.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O seu pedido é regimental e será prontamente atendido.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputado Ulysses Tassinari, que preside esta sessão, Sras e Srs. Deputados, boa tarde.

É o último dia em que sou deputado estadual nesta Casa. Falo com emoção porque, pela terceira vez, sou deputado estadual. Sempre encontrei, nesta Casa, pessoas que usaram a política para defender princípios, valores e contribuíram muito para o engrandecimento dos poderes públicos, principalmente no estado de São Paulo.

Fala-se muito, presidente Doutor Ulysses, que político é malandro. Chegam ao ponto, alguns radicais, de dizer que nenhum político presta. Como que se pode afirmar isso? Eu digo ao contrário e falo como testemunha: aqui  nesta Casa tem gente boa, tem gente honrada, tem gente dinâmica e que realiza muito em benefício do povo.

Em todos os setores tem gente boa e tem gente que não presta. Agora, se na política tem gente que não presta, quem é que elegeu esses que não valem nada, que se vendem e que, inclusive, querem fazer da política, não a possibilidade de fazer o chamado bem comum, mas fazer o seu bem pessoal crescer cada vez mais.

Então, o que é preciso é que o povo, através da democracia, através do voto escolha sempre gente boa. E é muito fácil escolher bons candidatos. Eu defendo a eleição distrital, a eleição regional, porque aí não só não precisaria de dinheiro para a campanha eleitoral, mas seria muito mais fácil um candidato humilde e pobre ser também candidato.

No sistema atual, infelizmente, o dinheiro ainda é muito forte no que diz respeito no funcionamento das campanhas eleitorais. Tem muita coisa a ser corrigida. Meu sonho era ao terminar o meu mandato, meu filho que é vereador em Ribeirão Preto, Maurício, que é presidente do Parlamento Metropolitano de Ribeirão Preto, que ele pudesse vir nesta Casa me substituir. Ele teve uma votação bonita, presidente, mas, infelizmente, o sistema eleitoral atual faz esse absurdo: pessoas com mais de 40 mil votos não conseguem ser deputado estadual e outros, com 17 mil, 18 mil votos são eleitos deputados.

Eu não estou diminuindo o valor desses que não tiveram muitos votos e que foram eleitos. Que Deus os abençoe e que eles façam uma boa permanência aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas, na democracia deve ser respeitada a vontade popular. Aqueles que são os mais votados devem, realmente, ter o direito de exercer o cargo. Mas, infelizmente, não é assim no processo eleitoral atual.

Mas, Sr. Presidente, quero aproveitar esses minutos finais em que assumo esta tribuna para dizer que tenho orgulho de ter participado nesta Casa como deputado estadual. Eu comecei minha carreira política muito cedo. Aos 16 anos de idade fui despertado para a política por Franco Montoro e pela religião católica. Sou católico, cristão e comecei no Partido Democrata Cristão a participar do processo político com 16 anos. Depois fui vereador em Ribeirão Preto. Fui prefeito daquela cidade quatro vezes, Sr. Presidente. Fui deputado federal, três vezes, agora, deputado estadual, fui presidente da Associação Brasileira dos Municípios, que representa os prefeitos e vereadores de todos os municípios do Brasil. Fui presidente da Organização Sul-Americana de Municípios e fui distinguido, inclusive pelo presidente John Kennedy, na época como presidente dos Estados Unidos, que me concedeu a oportunidade, através de um convite oficial, de aprender muito durante 60 dias visitando as principais cidades dos Estados Unidos e conversando com os prefeitos municipais.

Trouxe muitas ideias para depois, como prefeito, realizá-las. Agradeço também ao governo da Alemanha, que me deu uma distinção como prefeito através da Fundação de Apoio aos Municípios de Todo o Mundo, levando e escolhendo prefeitos para que pudessem, na Alemanha, também, descobrir sistemas administrativos e os trazer para o Brasil.

Acho que devo muito a esses dois países a oportunidade de ter realizado boas administrações nas quatro vezes em Ribeirão Preto.

Agradeço, então, e agradeço principalmente ao eleitorado, que me deu estas oportunidades.

Sr. Presidente, eu não disputei nem vou disputar mais cargos eletivos. Mas não paro com a política; vou continuar participando; a política é, sem dúvida alguma, como disse o papa Francisco, a maior prova de amor ao próximo quando exercida com honestidade, capacidade e idealismo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Com a palavra o nobre deputado Julio Cesar.

 

O SR. JULIO CESAR - PR - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Srs. Deputados, é um momento especial na tribuna este momento, para mim, uma vez que hoje se encerra um ciclo, que, apesar de curto, considero muito proveitoso.

Quero dizer a todos que sempre usei do improviso, nunca usei de leitura. Enfim, gosto disso. E também dizer que neste plenário já me alegrei, já me exaltei, já fiquei nervoso. Recentemente, até tive que procurar atendimento médico aqui, porque fui submetido a cirurgia após o meu pronunciamento, porque eu me emociono, porque eu me coloco sempre no lugar das pessoas, é esse o exercício que eu faço diariamente.

Para não errar e tentar ser o mais justo possível, eu procurei colocar no papel essa minha despedida desta Casa. Quem sabe, um até breve, não é?

Ao terminar o período do meu mandato nesta Casa, tendo assumido honrosamente uma cadeira como suplente, concluo a jornada com sentimento de alegria e também de gratidão, por ter feito parte deste Parlamento, instância plural e democrática tão importante para a história política do nosso estado.

Alegria que se faz acompanhar de satisfação pela certeza de ter oferecido o melhor nas atribuições no cargo de representante do povo paulista - notadamente, da minha terra natal, São Carlos, e os municípios da querida região central do estado.

A gratidão eu dedico a Deus, aos meus familiares e assessores, que estiveram ao meu lado, aos funcionários desta Casa, servidores eficientes e tão receptivos para comigo.

Sinto-me engrandecido pela oportunidade de trazer de volta a este plenário a voz de uma porção do estado que muito contribuiu para o desenvolvimento de nosso estado, e faz jus à contrapartida, a essa contribuição em obras e investimento nas diversas áreas que o Governo tem.

Ao tomar posse, no último dia 5 de fevereiro, assumi um compromisso de empreender um esforço imenso para que os breves 40 dias de mandato tivessem o alcance de 40 meses, tal a vontade de corresponder aos anseios dos meus concidadãos.

Como vereador na Câmara Municipal de São Carlos e ex-secretário municipal de Planejamento e Gestão, eu pensei em quanto a nossa região necessita ampliar os canais de interlocução com o Governo do Estado - sobretudo por meio da atuação de um representante legítimo nesta Assembleia Legislativa, que há 20 anos não tem um são-carlense entre os seus membros.

Quando iniciei o trabalho nesta Casa, tomei a decisão de colocar semanalmente, à disposição dos prefeitos e secretários da minha região. Semanalmente eu coloquei a minha agenda, uma agenda compartilhada, e todos os secretários que tivessem essa agenda, eu convidava os respectivos prefeitos, e também os secretários dos municípios da região central, para que isso estabelecesse um elo.

E foi um sucesso essa nossa empreitada. Ao mesmo tempo, procurei familiarizar-me rapidamente com os instrumentos de atuação nesta esfera legislativa.

Tive a grata oportunidade de atuar como membro em duas comissões importantes, membro efetivo na Comissão de Saúde e Transporte. Pude acompanhar de perto todo o trâmite do processo, que não difere muito dos processos das Câmaras Legislativas Municipais. Mas, interagir com os membros e fazer que a nossa voz chegasse foi muito importante.

Houve um momento especial nesta Casa, que eu quero registrar novamente, quando eu tive a oportunidade de presidir a sessão. É um gesto simbólico até, mas é de um efeito muito importante, porque há 43 anos outro são-carlense sentava à Presidência desta Casa, que foi o ex-deputado Vicente Botta. É uma emoção à parte, para mim.

Quero também, com satisfação, dizer a todos que todos os dias, em alguma agenda, em algum evento, alguma coisa busquei por essa região. Tenho dito, e não vou ler mais, e voltar a ser o que eu gosto de fazer, de falar o que sai do coração. Eu queria apenas agradecer.

Eu queria citar alguns servidores, que representassem todos os outros. Quando assumi meu mandato aqui, mantive todo o gabinete, um pedido de quem saiu do cargo, mas por respeito a quem estava, que eu sei que são pais de família, e têm essa preocupação de, de repente, chegar um deputado e se desfazer da equipe.

Então, em nome do Humberto, que é o motorista, nosso amigo, que estava à nossa disposição, quero cumprimentar todos os servidores do gabinete. Humberto, obrigado, esteve muito próximo a mim.

Em nome também do Wagner quero agradecer a toda a imprensa. O Wagner sempre atento, obrigado, Wagner, e a toda a TV Alesp também, o Jorge, que está ali, toda a equipe. Quero agradecer também ao Rodrigo Del Nero, são-carlense também, que está nesta Casa, e me ajudou muito.

E quero agradecer à querida Dilma, todo mundo conhece a nossa diretora do Departamento Financeiro desta Casa, que também me ajudou e me instruiu em algumas coisas, e é uma pessoa excepcional.

Colocando isso, quero agradecer novamente aos parlamentares desta Casa, independente das diferenças partidárias, não importa. Acredito que nós temos que ter um único objetivo, que é cuidar do nosso estado, fazer o exercício de se colocar sempre no lugar das pessoas.

Agradeço de coração pela ajuda, pelo carinho, amizade, a todos vocês. Agradeço também a todos pela confiança, de cada voto recebido, que me propiciou a honra de representar nossa região, de uma forma tão especial.

Se for a vontade de Deus, Sr. Presidente, o povo da minha região ter o entendimento, quem sabe um dia eu volte, ou pelo meu trabalho eu retorne. Continuo suplente no PR nas eleições de 2018. De repente, quem sabe. Mas, onde quer que eu esteja, homem público, eu estarei sempre empenhando o melhor que há em mim.

Quero dizer que cada dia que eu estive aqui, ou ocupando o cargo que for, eu estive, Sr. Presidente, com o espírito de que, enquanto a dona de casa são-carlense, da região central, dona de casa, mãe de família, está com os seus filhos, o pai trabalhando, o jovem tendo oportunidade, buscando oportunidade em se formar, eu quero que todos eles saibam que cada dia eu os representei da forma mais honrada possível.

Obrigado a todos os Srs. Parlamentares. Eu agradeço, Sr. Presidente, pelo tempo concedido.

 

O SR. PRESIDENTE -  DOUTOR ULYSSES - PV -  Tem a palavra o nobre deputado Junior Aprillanti.

 

O SR. JUNIOR APRILLANTI - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Doutor Ulysses, agradeço a oportunidade da palavra. Queria também saudar os demais parlamentares desta Casa, saudar também todos os funcionários da Alesp, que estão no plenário, que sempre estão assistindo a nós, deputados, auxiliando, e também aos demais funcionários da Assembleia, que estão nos gabinetes, que estão nos escritórios nas bases, que estão por todo o estado de São Paulo auxiliando o trabalho aqui dos deputados.

Dizer que hoje é meu último dia como deputado estadual. O ano passado eu não tive a oportunidade de ser candidato, até por um projeto maior, um projeto que eu fui convidado para exercer a função de secretário estadual de Turismo, licenciando-me desta Casa para ajudar o governador Márcio França no trabalho junto ao Governo do Estado. Isso me impossibilitou de ser candidato. Eu sempre deixei bem claro que eu tenho uma preferência para o Executivo, até pela minha origem, pela minha formação e pelas minhas experiências na gestão pública. Sempre foram na minha região lá, Jundiaí, no aglomerado urbano de Jundiaí, na cidade de Várzea Paulista, que eu fui vice-prefeito, fui secretário, fui também secretário em Jundiaí. Então, eu sempre estive no Poder Executivo. E essa oportunidade, pela primeira vez como candidato a deputado estadual, em 2014, é a primeira vez que eu assumo a função no Legislativo como deputado estadual. E mesmo assim procurei, com toda a vocação para o Executivo, implantar tudo o que eu aprendi na minha vida pessoal, na minha vida particular, na minha vida acadêmica, na minha vida profissional e também na gestão pública, no Executivo, aqui dentro desta Casa.

Fui muito bem recebido por todos: pelos funcionários, pelos demais parlamentares, por todas as equipes, não só a minha equipe de trabalho, mas as equipes dos outros deputados que sempre me auxiliaram, sempre me ajudaram nas questões, até pela inexperiência, pelo começo, pelas dificuldades de início de assumir uma nova empreitada. E eu tive muita colaboração.

Queria deixar um agradecimento especial, inclusive em nome do Orlando Bolçone, que é do meu partido, do PSB, a satisfação que eu tive de acompanhar vocês todos deputados, mas especialmente o pessoal do PSB que me auxiliou muito, inclusive me confiou como vice-líder do PSB pelo tempo que estive aqui na Assembleia Legislativa. Foram pouco mais de dois anos, lembrando que eu fiquei sete meses como secretário de Estado de Turismo no governo do Márcio França, mas mesmo assim a gente pôde fazer muita coisa. E se não fosse o PSB, o apoio dos deputados mais antigos do PSB, eu talvez não tivesse conseguido fazer tanta coisa aqui como deputado estadual.

Então, eu queria fazer um breve relato de tudo o que eu fiz como deputado estadual, apesar do curto período que estive aqui na Casa. Foram mais de 42 projetos de lei apresentados, dois projetos de lei complementar, seis moções, 60 requerimentos, 50 requerimentos de informação, 293 indicações, 78 emendas ao Orçamento, 1.330 ofícios encaminhados, projetos que viraram lei. Eu queria fazer um destaque especial, até na área de Turismo, o MIT, que é um projeto que nós aprovamos em 2015 aqui, a Lei 1261, que só foi concluído agora os 140 municípios de interesse turístico. Eu participei da criação de todos, inclusive nos dois lados, aqui na Assembleia, votando os projetos de lei, e lá também na Secretaria de Turismo, analisando os últimos 43 projetos que totalizaram 140 municípios de interesse turístico.

Agradecer também as oportunidades que eu tive junto ao Governo do Estado, visitando secretários, visitando o governador. Comecei com Geraldo Alckmin, depois com Márcio França, onde eu consegui arrecadar para a minha região, para o aglomerado urbano de Jundiaí, que são sete municípios, 800 mil habitantes, mais de dez milhões de emendas parlamentares, fora os convênios que nós assinamos do Governo do Estado com os municípios do aglomerado urbano.

Sou deputado do Estado inteiro, dos 645 municípios, mas não nego que tive um trabalho regional, especialmente no aglomerado urbano e, sobretudo, na cidade de Várzea Paulista, cidade que tenho uma admiração muito grande. É a segunda maior cidade do aglomerado urbano de Jundiaí. Jundiaí é a primeira, com 400 mil habitantes, Várzea tem quase 130 mil habitantes e é uma das cidades que mais precisam da ajuda do Governo do Estado e do governo federal, tanto é que a maioria de minhas ações - projetos de lei, emendas parlamentares, convênios que foram assinados com o Governo do Estado - foram direcionadas para a cidade de Várzea Paulista. Um terço das minhas emendas foi para Várzea Paulista.

Então, quero agradecer a todos. Sempre procurei atender a todos os deputados e funcionários com a maior cordialidade possível. Agradeço o carinho e a recepção de todos vocês. Desculpem meus erros e meus deslizes; eles fazem parte do nosso dia a dia.

Um feliz ano para nós. Novos projetos à vista. Obrigado, um forte abraço e sucesso a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Doutor Ulysses, nós, médicos, não tivemos a sorte de ser eleitos, mas, antes de agradecer a todos os funcionários desta Casa e aos nossos assessores, eu queria fazer um retrospecto do que se foi ouvido e discutido em relação àquela barbárie que aconteceu em Suzano.

Após muitos comentários, nós observamos o seguinte: não existem redes de proteção dentro da internet para rastrear esses grupos do mal. Isso é uma coisa muito séria que se tem que implantar no Brasil, urgentemente, pois a coisa não é uma cadeia para se fazer... A mesma coisa que aconteceu no Raul Brasil, eles desejam fazer em outras escolas.

Uma coisa que nos chama atenção é que todo mundo fala em psicólogo, em bedel ou em fiscais dentro das escolas, mas ninguém se lembra de assistente social, ninguém se lembra de que as escolas, antigamente, tinham médicos que as frequentavam. A professora citava o aluno que estava mais deprimido, mais afastado ou mais ausente. Cabia à professora observar os problemas que viriam de dentro de casa.

Então, a conclusão que se tem e que todos os noticiários fazem comentário: falta de psicólogas, de psiquiatras no local, principalmente para encaminhamento. Assistência social! Faço esse pedido e esse apelo ao governador Doria: assistentes sociais, psicólogas, colocar mais fiscais, um fiscal para cada escola. É possível, tem que ser feito. É como o bedel. Helinho, o seu bedel, o seu fiscal de escola, olhava para você e dizia: “Oi, Helinho, como está? Tudo bem?”. Ou te cumprimentava - “Konbanwa!” - em japonês, só para brincar com você. Quer dizer, era uma pessoa que te dava uma atenção. O porteiro pode ser o fiscal. A carteira magnética tem que existir. Isso é projeto, está aqui nesta Casa. Detector de metal, está aqui nesta Casa desde 2011.

Então, gente, o que está acontecendo? Precisamos que o Governo tome uma atitude, mande um projeto para cá urgentemente e que a nova legislatura vote isso.

Queria fazer um agradecimento especial a todos os meus assessores. Falo em nome da Zoraide, a minha cocota, que tem 76 ou 78 anos. É uma assessora que ajuda, pelo  menos, de 15 a 30 pessoas por dia na área da Saúde.

Quero agradecer o Rômulo, que foi o chefe de gabinete e, em nome deles, agradecer a todos que estão no escritório de Mogi, no escritório de São Paulo, na Assembleia Legislativa e, principalmente, agradecer a todos os assessores, como o Machado, a Anabela, que dizem bem assim para a gente: “Gondim, quanto tempo você vai ficar ausente?”. Eu digo: “Não sei, me entendeu? Breve nós estaremos aqui de volta trabalhando”. Por quê? Ajudar a Santa Casa é uma coisa contínua; ajudar as Apaes você não pode parar de ajudar; ajudar os asilos, isso é uma função realmente de um deputado que gosta de trabalhar com o social.

Fazer estrada é muito lindo, a Mogi-Dutra, agora está continuando da Ayrton Senna até Arujá, graças a Deus conseguimos. A SP-88, que vai até Biritiba-Salesópolis- Pitas. A Mogi-Bertioga, que nós estávamos o tempo todo aqui discutindo com o governador sobre esses assuntos. A própria Oswaldo Cruz, a própria Tamoios, as lutas pelas estradas são importantes, mas o mais importante é diminuir essa desigualdade que existe no estado de São Paulo, essa desigualdade social.

É trabalharmos para que esse capitalismo selvagem não continue deixando os nossos filhos, os nossos jovens somente pensando em suicídio. Nós temos que diminuir essa desigualdade social. Cabe ao Governo do Estado de São Paulo atual, cabe aos deputados continuarem nessa luta alertando ao governador, aos secretários - secretário de Educação, secretário de Saúde - que olhem com um olhar de amor, de carinho, de proximidade para todas as pessoas do estado de São Paulo e do Brasil.

Parabéns a todos vocês que sempre nos ajudaram, que nos cobraram. Continuem cobrando, porque a luta continua. Vamos continuar trabalhando. Não deixarei a política.

Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - Gostaria de falar pelo Art. 82 e se possível utilizar da tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O seu pedido é regimental. Tem a palavra o deputado Hélio Nishimoto pelo Art. 82.

 

A SRA. ANA LULA DO CARMO - PT - Eu queria fazer um pronunciamento muito rápido pela ordem também, uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Vou te colocar aqui.

 

A SRA. ANA LULA DO CARMO - PT - Está bom.

 

O SR. HÉLIO NISHIMOTO - PSDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, colegas deputados, nobres deputados, nobres deputadas, é uma alegria muito grande a gente poder utilizar desta tribuna nesta hora quando estamos encerrando esta legislatura. Último dia e eu jamais poderia deixar de deixar uma palavra aqui de gratidão. Em resumo, o agradecimento por tudo que pude passar durante esse tempo aqui.

Gratidão por todos os momentos juntamente com cada um dos deputados, mas acima de tudo gratidão, porque Deus permitiu durante dez anos representarmos a nossa população do estado de São Paulo, em especial o Vale do Paraíba, onde eu resido e a oportunidade de prestar serviço como representante dessa população tão querida do estado de São Paulo.

Mas eu quero também agradecer a minha esposa Edinéia, que durante todo o tempo como deputado e os 12 anos também como vereador me deu todo o apoio, toda a retaguarda para que eu pudesse exercer a função com dignidade. Então, a minha gratidão a minha esposa, aos assessores que durante todo esse tempo contribuíram muito para que tivéssemos condições de prestar da melhor forma o trabalho para o qual nós fomos chamados.

Agradecer a toda a Casa aqui. Além dos deputados, toda a assessoria, a assessoria das comissões, assessoria de plenário, a nossa TV Assembleia, que sempre acompanha o nosso trabalho com toda a equipe, os policiais que trazem toda a segurança para que a gente exerça o mandato aqui com tranquilidade, todos que trabalham também nos serviços gerais daqui da nossa Casa, na copa, o pessoal que serve o nosso lanche, o pessoal que faz a limpeza também de todos os departamentos aqui da Casa Legislativa. Quer dizer, a nossa gratidão realmente é a cada um que durante esse período todo tem sido assim parceiros e com todo respeito tem se dedicado para que esta Casa Legislativa cumpra sua missão no estado de São Paulo.

Agradecer às pessoas que durante esse tempo todo nos ensinaram bastante, os deputados mais experientes. Especialmente eu quero agradecer neste momento o nosso presidente deputado Cauê Macris, por quem eu torço até se possível que continue trabalhando e conduzindo esta Casa, principalmente num período quando nós temos muitos novos deputados que precisarão de uma boa orientação. E eu sou testemunha de que durante esse tempo, quando ele exerceu a Presidência e quando termina, hoje, esse período de dois anos, tudo o que foi falado se cumpriu. E a gente gosta muito dessa fidelidade da palavra.

Quero agradecer a cada um dos colegas que também estão chegando - novos deputados. Eu estou saindo a partir da amanhã, mas os novos deputados também... Agradecer por tudo o que permitiram a gente ter de contato. E eu torço para que cada um exerça o mandato da forma mais digna e consiga cumprir com essa missão tão nobre, que é representar a nossa população. Em especial, quero citar o nome da deputada eleita, de São José dos Campos, Letícia Aguiar. Que ela tenha muito sucesso e dê continuidade; que tenha muito êxito do que nós próprios, durante os 10 anos em que estivemos representando a população aqui.

E eu torço para que os que ficam consigam completar mais esse ciclo de quatro anos, fazendo desse trabalho uma missão mais do que nobre, que consiga atender as demandas da nossa população. O período que o Brasil passa não é nada simples. E que cada um tenha força, tenha coragem, que tenha sucesso durante esse período. Trabalhem bastante, porque o povo precisa desse trabalho e representação a essa altura. Que tenham, realmente, um grande sucesso.

Eu queria deixar também uma palavra, talvez até de desafio: eu vou continuar trabalhando em algum lugar para ajudar a nossa população do estado de São Paulo. Quem sabe, eu vou me esforçar bastante para um dia ter a alegria de retornar a esta Casa. Não sei se são esses os planos de Deus, Sr. Presidente, mas vou lutar para tentar novamente retornar a esta Casa um dia e dar continuidade a esse trabalho que eu considerei tão importante para o estado de São Paulo. Como representante, eu me senti bastante honrado.

Por isso, eu quero, em resumo, agradecer a todos aqui da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a todos os colegas, especialmente os deputados; deputado Carlos Neder, que está aqui e deu esse privilégio de participar, nessa hora, dessas palavras de gratidão a todos. Deus abençoe a cada um, a suas famílias, e que esse trabalho na Assembleia continue prosperando, para que a população toda do nosso estado de São Paulo - os 43 milhões de habitantes - possa desfrutar de dias melhores. Um grande abraço a todos e obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder Lula.

A deputada Ana Lula do Carmo tem a palavra para uma comunicação, enquanto o deputado Carlos Neder Lula se dirige à tribuna.

 

A SRA. ANA LULA DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Está certo. Quero, nesta tarde de hoje, cumprimentar o nosso presidente, companheiro Doutor Ulysses. Quero fazer um cumprimento especial a todos os deputados e deputadas, cumprimentar todos os funcionários dessa Casa. Dizer que eu sou muito grata por esses 16 anos nessa Casa. Dizer do carinho e respeito que todos os funcionários dessa Casa sempre tiveram com a Ana do Carmo. E dizer da mesma coisa que o Hélio falou: continuar trabalhando, lutando, defendendo aqueles que mais precisam, que é a bandeira daqueles excluídos dos excluídos, que é a população com que a deputada Ana do Carmo sempre trabalhou. E continuarei trabalhando e defendendo essa população.

Quero dizer que tenho quase certeza de que é a primeira vez que, na história da Assembleia Legislativa, passou por aqui uma deputada diarista, dona de casa, que teve quatro mandatos de deputada. E, graças a Deus, saio dessa Casa de cabeça erguida, de cara limpa, e com muita satisfação, muito agradecimento a todos os meus eleitores, a todos aqueles que me ajudaram e a todos os deputados e deputadas e funcionários dessa Casa. À nossa segurança dessa Casa, especialmente algumas policiais mulheres, muito amadas da Ana do Carmo, muito respeitosas sempre. E assim eu agradeço a todos e todas. Ao pessoal da limpeza, que tanto sofre aqui nessa Casa, porque é muito mal remunerado. São muito judiados; e muito respeitosos. Então, deixo um abraço a todos e a todas.

E quero dizer que esse episódio que aconteceu essa semana, da matança na escola, tudo isso, gente, é muito sério. Aquele que é do bem, seja homem, mulher, de qualquer partido, tem que refletir, pensar muito, pedir muito a Deus. E olhar muito para aquele que está do nosso lado, seja de qual jeito for. A gente precisa dar atenção, precisa olhar com um olhar bastante diferente. É isso que eu deixo aqui, esse pedido para esta Casa e um pedido para o governador, um pedido para todos que representam, para as igrejas, enfim, para todas as instituições, para que a gente possa ver essa questão com muito carinho, com muita seriedade, porque não é comprando uma arma que vai resolver isso.

Não é a violência que vai resolver a violência. É, sim, com carinho, com respeito, com dignidade e com muita sabedoria. Por isso, eu quero deixar esse pedido e o agradecimento a todos e todas desta Casa e também a todos aqueles que acompanharam a Ana do Carmo e que, com certeza, continuarão acompanhando. Continuarei, como o Helinho, lutando e trabalhando para aqueles que mais precisam. Continuarei na vida política, sim, lutando muito, com muita seriedade.

Muito obrigada a todos e todas. Obrigada, Doutor Ulisses, um grande deputado, guerreiro e amigo, e a todos que estão me ouvindo neste momento. Muito obrigada. Para mim, é uma satisfação, um orgulho muito grande. Muito obrigada a todos e todas.

 

O SR. CARLOS NEDER LULA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, neste último Grande Expediente de que participo na atual legislatura, faço um balanço desses muitos anos de atuação, seja quando ajudei a construir o Partido dos Trabalhadores, desde o primeiro momento, há 39 anos.

Tive a honra de ter trabalhado com a prefeita Luiza Erundina, sendo seu chefe de gabinete. Depois, fui secretário municipal de Saúde e, posteriormente, exercendo mandatos eletivos que decorrem, inclusive, dessa trajetória de participação na organização do Sistema Único de Saúde, na criação dos movimentos populares de Saúde no estado de São Paulo, da eleição dos primeiros conselhos populares e também do trabalho que pudemos desenvolver junto com a equipe da prefeita Luiza Erundina.

No mandato de vereador - e foram vários - e, agora, como deputado estadual, sempre procurei fortalecer a ideia de que nós precisamos de mais políticas públicas e não de menos políticas públicas. A ausência do Estado, com “e” maiúsculo, a ausência do Poder Público e a ausência de políticas públicas favorecem a ocorrência de situações que, muitas vezes, nós lamentamos, mas que nós não conseguimos nos antecipar a elas.

Um país como o Brasil, pela dimensão que tem, pela importância econômica no cenário mundial, infelizmente, ainda hoje, é um dos países mais desiguais do mundo. E um país desigual, no que diz respeito à distribuição de renda, mas também do acesso a bens de consumo, no acesso à Educação, no acesso às políticas públicas, frequentemente nós teremos a ocorrência de situações tristes e lamentáveis como essa que foi aqui mencionada, recentemente ocorrida na cidade de Suzano.

Mas não é a primeira vez e, infelizmente, não será a última, porque isso está diretamente relacionado a uma sociedade excludente, homofóbica, que aceita o feminicídio como um fato inevitável e que não age para mudar valores e mudar os conceitos de cidadania.

Nesse tempo todo, atuando como parlamentar, seja nos mandatos de vereador, seja nos mandatos de deputado estadual, sempre procurei atuar no sentido de que houvesse a fiscalização do Poder Executivo, mas também do Poder Legislativo. O Poder Legislativo não está imune à fiscalização. Não é o fato de nós estarmos num ambiente que decorre da realização de eleições que isso transforma o Parlamento brasileiro, naturalmente, numa instituição democrática.

O Parlamento no Brasil não é democrático. As eleições no Brasil não são democráticas. São viciadas e, muitas vezes, contaminadas pelo poder de grandes grupos econômicos que, anteriormente, estavam legitimados a fazer o financiamento dos partidos e das campanhas e que, hoje, mesmo proibidos, agem de modo que pessoas físicas façam esse aporte de recurso de maneira desigual entre os partidos, entre as candidaturas.

Nesse sentido, eu entendo que nós temos que atuar fiscalizando o Poder Executivo, mas nós também temos que democratizar o parlamento no Brasil. Há várias formas de democratizá-lo. Uma delas é a realização de audiências públicas. Nós sabemos que, com frequência, elas não acontecem como deveriam, nem sempre há a liberdade de todos os setores participarem e, frequentemente, o Poder Executivo se ausenta dessas audiências para inviabilizar que haja um debate mais qualificado, mais aprofundado sobre os temas que estão sendo ali tratados.

Mas nós também podemos democratizar o parlamento criando outras formas de presença dos cidadãos, dos movimentos, das entidades, dos setores que formam opinião, inclusive da própria imprensa. A ausência da imprensa do cotidiano do parlamento faz com que boa parte daquilo que se faz aqui e que é meritório não vá ao domínio público. Geralmente, o que é levado ao conhecimento das pessoas é o que desmerece a atuação de muitos dos parlamentares, de diferentes partidos políticos.

Então nós precisamos democratizar também a comunicação dentro do parlamento, para que sejam valorizados e prestigiados aqueles parlamentares e partidos que atuam orientados por estratégias, pautados por objetivos definidos, e que haja coerência na sua forma de atuar.

A fiscalização do Poder Executivo é algo que muitas vezes incomoda, inclusive quando o nosso próprio partido está à frente de um governo. As pessoas se perguntam: “Poxa, mas você não ajudou a eleger esse governo? Agora você está fiscalizando o governo que você mesmo ajudou a eleger?”.

Já passei por isso, por exemplo, durante o governo da prefeita Marta Suplicy, em que eu era vereador, fiscalizava a atuação do meu partido e de uma prefeita que eu ajudei a eleger.

Eu entendo que essa é uma prerrogativa inerente ao parlamento e que nós não podemos abrir mão dela. Quando se fala aqui que nós não queremos um parlamento que seja um puxadinho do Poder Executivo, nós estamos nos valorizando, nós estamos exigindo respeito a cada um dos deputados e a esta instituição que tem autonomia, ou que pelo menos deveria ter autonomia.

Exercendo o mandato de vereador eu investiguei o escândalo dos frangos do Maluf, também conhecido como frangogate. Investiguei o PAS, o Plano de Atendimento à Saúde. Investiguei a existência de funcionários fantasmas no Anhembi, Cohab, na Prodam, em outras instituições da administração indireta da Prefeitura de São Paulo. Investiguei o escândalo de manter o Hospital Sorocabana fechado, mesmo havendo aporte de recursos naquele hospital, que, ainda hoje, lamentavelmente, permanece fechado.

Investigamos a atuação de grupos econômicos que tentavam sobrepor à atuação dos parlamentares na Câmara Municipal de São Paulo. Por quê? Porque os parlamentares devem respeito ao voto soberano que receberam e devem satisfação aos cidadãos pelas posições políticas que defenderam no palanque e que colocaram nas respectivas plataformas, que devem ser coerentes com os programas partidários. Mas, com frequência, interesses econômicos ilegítimos, espúrios e que não são visíveis aos olhos da população se sobrepõem no parlamento brasileiro à coerência do voto e da atuação.

Neste Parlamento estadual eu propus a CPI para instigar a SPDM, Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, hoje denominada Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, que é a maior de todas. Pasmem, senhoras e senhores, nos últimos cinco anos, 28 bilhões de reais foram destinados às Organizações Sociais no estado de São Paulo. A cada quatro anos, elas recebem um orçamento inteiro da Secretaria de Estado da Saúde. Nós não temos mecanismos efetivos de controle para que o dinheiro público seja adequadamente gasto, seja na atenção básica, na atenção especializada ou também na atenção hospitalar,  de urgência e emergência.

Nós aqui atuamos em algumas CPIs. A CPI das Santas Casas, por exemplo, que procurou identificar o porquê da falência do sistema filantrópico no estado de São Paulo e também no Brasil.

Sabemos que, na legislação do SUS, o setor privado filantrópico não lucrativo, seja as Santas Casas, seja os hospitais universitários, devem ser prioridade para a complementação daquilo que o poder público não consegue fazer sozinho. Entretanto, como explicar a situação de quase falência que observamos nessas Santas Casas, nesses hospitais filantrópicos? É preciso então que não apenas tomemos os cuidados para que os recursos não sejam desviados, mas para que a gente possa ter um aporte adicional de recursos, orientados por uma lógica que é de responsabilidade do gestor do Sistema Único de Saúde.

Não cabe aqui delegar nem às Santas Casas, nem aos hospitais filantrópicos, e também às Organizações Sociais, que fazem gestão privada das políticas públicas, por exemplo, na área da Saúde, uma responsabilidade que é própria do poder público. O poder público tem que se pautar pela Constituição Federal, tem que se pautar pelas Constituições Estaduais e pelas leis orgânicas dos municípios.

Então, encerro este pronunciamento, Sr. Presidente, dizendo que eu espero que a próxima legislatura possa ir além daquilo que nós conseguimos fazer, no sentido de defender os direitos e cidadania da população, e, ao mesmo tempo, dar uma satisfação sobre a atuação dos parlamentares, em defesa do erário e dos recursos públicos.

Muito obrigado

 

O SR. CELSO NASCIMENTO - PSC - Sr. Presidente, peço a palavra pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Celso Nascimento pelo Art. 82.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Pela ordem, deputado Feliciano Filho.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Queria, primeiro, parabenizar a sua atuação aí na Mesa, pela direção dos trabalhos. Queria saber quantos oradores estão inscritos.

 

 O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Olha, nós combinamos intercalar um lá no grande Expediente e um no Art. 82. Agora vai falar em seguida o nobre deputado Bruno Caetano, que está no Grande Expediente, em seguida Vossa Senhoria.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - Muito obrigado.

 

O SR. CELSO NASCIMENTO - PSC – PELO ART. 82 - Sr. Presidente. É uma honra poder estar sendo dirigido por Vossa Senhoria. Senhores aqui da Casa, funcionários, amigos que, ao longo de todo esse tempo que aqui estive, também nos ajudaram a contribuir, dando a nossa participação, a nossa contribuição na questão parlamentar do estado de São Paulo.

A equipe de TV desta Casa, que muitas vezes me recebeu com muito carinho, e pude ali ter o privilégio de fazer bons programas, apresentando os nossos projetos de lei, aqueles que foram aprovados e sancionados pelos governadores.

Quero agradecer a Deus, em primeiro lugar, e dizer que na Bíblia existe um versículo que diz que melhor é o fim das coisas do que o princípio delas. Eu posso dizer que estou saindo desta Casa de cabeça erguida. Estou saindo com a minha missão cumprida, com meu trabalho realizado.

Um deputado de primeiro mandato que apresentou nesta Casa 40 projetos de leis e teve sete leis aprovadas. Acredito que até bati o recorde, porque eu consegui algo que poucos conseguiram. Em um único mandato ter sete leis aprovadas.

Fiz o meu trabalho com muito carinho e tive a dedicação dos meus assessores, dos quais três estão aqui. Quero agradecer muito a Sueli, o Mateus, a Débora, quero agradecer a Gisela, quero agradecer a Vanessa. Quero agradecer aqueles que trabalharam nas cidades onde nós atuamos, principalmente na cidade de Bauru, o Nicolau, meu amigo, Joás, e tantos outros nomes que eu poderia citar.

Também dizer que eu estive aqui também representando a minha igreja. Sou pastor evangélico, sou da Igreja do Evangelho Quadrangular. A nossa igreja teve, neste mandato passado, dois parlamentares aqui na Casa. Um continuará exercendo aqui o seu trabalho, e quero agradecer o superintendente, pastores. Agradecer também os membros desta denominação, que me ajudaram a aqui chegar.

Quero agradecer, de coração, em especial, ao meu presidente, o reverendo Mário de Oliveira. Que foi, sem dúvida alguma, a pessoa que proporcionou a minha vinda a esta Casa.

Quero dizer que a nossa missão, o nosso trabalho, foi um trabalho profícuo. Acredito muito naquilo que nós defendemos. Lutei pelo meio ambiente. Trabalhei intensamente em favor das crianças com síndrome de Down, para as quais uma lei foi aprovada. Trabalhei pela minha cidade, prestigiando a cidade de Bauru. O seu famoso sanduíche se tornou propriedade e imaterial e cultural do estado de São Paulo, dentre outras leis que tivemos o privilégio de ver aprovadas nesta Casa.

Pude aprender com vários deputados: com o presidente da Casa, Cauê Macris; com o antigo presidente que também deu muita aula de diplomacia, o Capez. Campos Machado foi um professor, e o Barros Munhoz também. São pessoas que nesta Casa nos ensinaram. Como novatos tivemos, através destes e tantos outros nomes, a oportunidade de aprender o que é estar nesta Casa.

É uma honra estar aqui porque em São Paulo, com tantos milhões de habitantes, estamos entre os 94 sentados nestas cadeiras. Representando, com dignidade, o povo paulista, pude fazê-lo com muita alegria. Quero agradecer a Deus e à família que, bondosamente, contribuiu para que eu aqui estivesse. Em especial à minha filha, a Yasmim Nascimento, que é vereadora lá na cidade de Bauru.

Quero dizer que talvez não seja um adeus para sempre. Mas, quem sabe, um “até breve”. Porque a gente sempre estará aqui. Meu presidente Ed Thomas sempre estará contribuindo e dando a nossa cota de participação para contribuir para que o estado de São Paulo continue sendo esta locomotiva que leva o Brasil e carrega o Brasil.

E que traz não somente os brasileiros para esta linda capital deste lindo estado. Mas, também, traz o mundo, pois aqui em São Paulo temos o mundo estabelecido através da cultura, da gastronomia e de outras tantas coisas. Quero dizer que, com certeza, hoje saio feliz com a missão cumprida. E desejoso que cada um que continuar faça o melhor por esta cidade, por este estado e por este País.

Muito obrigado. Deus abençoe a todos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ed Thomas.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Um abraço carinhoso ao sempre deputado Celso Nascimento. Com bastante saúde e com bastante paz. Como o senhor mesmo disse: não é adeus. É um até breve. É um até breve.

Com certeza Bauru tem muito orgulho do trabalho deste deputado. Esse trabalho realmente fica. A pessoa vai, mas o trabalho, que é uma obra, vai ficar.

Temos, por permuta, no Grande Expediente, o deputado Bruno Caetano. É uma permuta. O deputado Bruno Caetano tem, no Grande Expediente, 10 minutos. Temos, logo depois, um pedido, pelo Art. 82, do deputado Feliciano. E também um pedido do deputado Barba. Já estão inscritos aqui.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Bruno Caetano.  

 

O SR. BRUNO CAETANO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados; boa tarde, funcionários da Assembleia e você que nos assiste pela TV Assembleia.

Eu queria, nesse último pronunciamento, voltar a um assunto que tive a oportunidade de mencionar rapidamente ontem. Ontem fiz uma prestação de contas deste mandato. Mas hoje eu queria detalhar o último projeto de lei que apresento, hoje, a esta Casa. Evidentemente, sem nenhuma expectativa de que venha a ser aprovado. Mas, quem sabe, possa ser uma boa semente para a próxima legislatura que amanhã se inicia.

O projeto trata do tema do empreeendorismo. A gente, antes de revelá-lo, quer fazer uma defesa enfática desse tema, uma vez que são os empreendedores que levam esse País para a frente. Hoje, de cada 100 empresas abertas no Brasil, 97 são de pequeno porte. Juntas, essas empresas representam mais de 60% de todos os empregos e postos de trabalho que são gerados no Brasil. Eu acrescento empregos e postos de trabalho e funções, porque o empreendedor, o dono, deputado Barba, porque na maioria das vezes - quase na totalidade - ele está lá trabalhando junto num comércio, num serviço. O Deputado Barba aqui dizendo que teve essa experiência como empreendedor. Ele estava lá ao lado dos seus funcionários todos os dias, muitas vezes chegando antes e indo embora depois e dependendo daquela pequena empresa para garantir o seu sustento e o sustento da sua família. E essas empresas juntas representam hoje mais de 30% de toda a riqueza gerada no Brasil. E esse número pode e deve crescer muito.

Mas, esse projeto, que apresentei hoje, trata de uma categoria muito especial e bastante recente desse tipo de empresa, desse tipo de empreendimento, que são as chamadas startups e agora, na sua versão mais avançada e desenvolvida, as “scale-up” são aí alguns estrangeirismos que a gente ainda não conseguiu traduzir para o nosso português, mas então a gente utiliza o termo técnico que as pessoas conhecem que são as chamadas startups.

Esse projeto pretende ser um novo marco legal para o funcionamento dessas empresas aqui no nosso estado de São Paulo. São empresas muito especiais, têm características muito específicas. A principal delas é trabalhar na área da tecnologia e da inovação. Também são empresas que têm muita capacidade de crescimento num curto período de tempo, a chamada escalabilidade.

É dessa maneira que a gente caracteriza uma startup, uma empresa de base tecnológica. E São Paulo tem uma grande vocação para fomentar o nascimento dessas empresas e para que essas empresas prosperem.

Vejam só: Levantamento publicado no jornal “O Estado de S. Paulo” do último final de semana revela que as cinco maiores estatais brasileiras já valem juntas 89 bilhões de reais, uma cifra absolutamente astronômica. Você que está nos assistindo, assim como eu, pode ter dificuldade de imaginar quão valiosas são essas empresas. Talvez a melhor forma da gente traduzir essa riqueza seja na capacidade dessas empresas de gerarem oportunidade para as pessoas, deputado Barba. E ao contrário do que possa parecer ao senso comum, essas empresas, apesar de serem muito tecnológicas, apostarem em bastante inovação, isso não tem afastado emprego. A gente sabe que em muitos setores da economia o avanço tecnológico tem trazido junto um efeito colateral muito perverso, que é o fim do emprego, o fim dos postos de trabalho. Mas essas empresas empregam bastante. Veja só: estamos aqui batalhando pela garantia dos empregos dos funcionários da Ford e, São Bernardo do Campo. O deputado Barba tem encampado de forma bastante firme essa luta e temos que vencê-la, para que essas famílias desses trabalhadores continuem tendo a oportunidade de ganhar a vida, o seu sustento com o seu suor e possam levar adiante as suas vidas a partir dos seus trabalhos.

Mas essas empresas, essas startups - vou citar apenas uma delas - empregam 3.500 pessoas nas suas plantas. Isso é mais do que a fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo. De modo que estimular essas empresas, as chamadas startups é também estimular a nova economia. Estimular a nova economia é, sim, gerar novas oportunidades de trabalho, emprego e renda, sobretudo para os mais jovens.

Mas, para que isso aconteça de verdade, o estado de São Paulo precisa se preparar. De um lado - e eu vou detalhar aqui uma das medidas previstas no projeto de lei -, é a gente facilitar a vida de quem quer empreender. E de outro - e é tão importante quanto a primeira vertente da minha fala -, é a gente preparar mão de obra adequada e atualizada para que essas empresas possam capturar, cada vez mais, jovens, gente que quer trabalhar nesse novo mercado, revolucionando a formação das nossas escolas, adaptando os nossos currículos às novas necessidades e às novas tecnologias. Mas, para falar aqui daquilo que está ao nosso alcance, que é mudar a nossa legislação para facilitar o nascimento dessas empresas.

Uma das primeiras coisas que esse projeto de lei  pretende fazer é facilitar o processo de abertura e fechamento, criando um caminho específico para as startups no estado de São Paulo. Um caminho específico, um caminho onde elas possam, num único local, tirar todas as suas dúvidas e saírem da primeira conversa com o Poder Público com a empresa aberta, com a segurança jurídica de que aquele investimento que está sendo feito pelos empreendedores vai prosperar e vai poder atingir a sua finalidade.

O outro ponto previsto nesse projeto de lei é garantir um acesso de informação aos empreendedores no que diz respeito aos procedimentos de registro de propriedade intelectual e de patentes.

A gente sabe que essas empresas têm na ideia, na capacidade criativa dos empreendedores e das pessoas que trabalham nessas empresas, dos colaboradores, o que há de mais valioso: é a ideia, é a capacidade criativa.

E essa ideia, e essa criatividade, precisa ser protegida, para que esses empreendedores tenham segurança de realizar os investimentos subsequentes necessários para que essa ideia saia do papel.

Então, uma segunda característica desse projeto de lei é facilitar o acesso ao registro de propriedade intelectual e às patentes, criando em São Paulo uma via rápida para que esse procedimento seja feito de maneira célere, rápida e segura para esses empreendedores.

Há também a previsão da criação de um centro de capacitação. Porque muitos empreendedores dessa área têm boa formação na área de tecnologia, na área científica, na área da pesquisa, mas, não necessariamente, são bons administradores, gestores.

Mas, isso se faz necessário para quem quer ter uma empresa; ainda mais uma empresa de base tecnológica. Então, a criação de centros de capacitação para esses empreendedores.

Um outro ponto previsto nesse projeto é a possibilidade de termos incentivos, inclusive de caráter tributário. Utilizarmos nosso ICMS de forma estratégica, com condicionantes em relação a emprego, a oportunidade de trabalho, para que essas empresas possam perceber algum incentivo tributário para se instalar aqui no estado de São Paulo.

Um segundo grande ponto desse projeto, além daqueles que eu mencionei, é ter o Estado, o Poder Público, como parceiro dessas empresas. E, como tal, fazer com que o Estado também seja comprador de soluções de produtos e de serviços desenvolvidos por empresas desse tipo.

Para que isso aconteça de maneira mais efetiva, é preciso que a gente crie ao lado desse marco legal caminhos para que as contas públicas possam se realizar junto a essas empresas de maneira mais simples, direta e fácil; criando, também, mecanismos específicos de contratação.

São mecanismos que já estão previstos na Lei de Inovação, aprovada, no passado, em nível federal, mas que no estado de São Paulo ainda carecem de regulamentação. E esse projeto pretende exatamente isso: fazer com que o Poder Público possa lançar desafios nas diversas áreas: Educação, Saúde, Segurança, Transporte, mobilidade; enfim, todas as áreas em que o Poder Público atua, e essas empresas possam prestar serviços ao Poder Público, de uma maneira diferente daquela prevista na chamada Lei 8.666, que é a Lei de Licitações.

É um caminho para que o Poder Público possa aproveitar da inovação que é desenvolvida por essas empresas. Presidente, pense: a capacidade dessas empresas de auxiliar, por exemplo, o Poder Público a diminuir a fila nos hospitais, através do desenvolvimento de aplicativos.

Soluções que possam ser aproveitadas pelo Poder Público. Imagine como uma matrícula escolar, por exemplo... Para finalizar, Sr. Presidente. Uma matrícula escolar possa ser facilitada para um pai de aluno, para uma mãe de aluno, que possa fazer a matrícula no seu próprio celular.

São tecnologias que já estão disponíveis, mas que o Poder Público, por falta de regulamentação adequada, tem muita dificuldade de adquirir. Então, esse projeto também pretende ser inovador, na medida em que favorece ao Governo do Estado a contratação de soluções junto a empresas desse tipo.

Para finalizar: é evidente que esse não é um projeto acabado, ele é o ponto de partida, uma semente que a gente gostaria de deixar aqui para a próxima legislatura. A gente tem muita confiança de que os deputados que aqui continuarão poderão fazer a continuidade dessa discussão, levando ideias desse tipo adiante.

É o que eu desejo. Desejo sorte, muito sucesso e muito espírito público à nova legislatura, que amanhã se inicia. Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Doutor Ulysses.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Com a palavra o nobre deputado Feliciano Filho, pelo Art. 82.

 

O SR. FELICIANO FILHO - PRP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente, funcionários, hoje é meu último dia, do meu terceiro mandato, e eu não poderia deixar de fazer um breve relato. O tempo é muito curto, mas uma prestação de contas.

Quero agradecer, em primeiro lugar, a meus eleitores, meus amigos, e todos os funcionários desta Casa, que eu respeito demais, pelo profissionalismo, pela dedicação. É uma relação de amizade que jamais esquecerei.

Deus me deu uma primeira missão, que era cuidar dos animais. Eu fiz milhares e milhares de resgates. Recuperei e doei essa quantidade muito grande, que não se vê em nenhum lugar do mundo, com uma dedicação praticamente de 14 anos sem finais de semana, sem férias, mas, graças a Deus, conseguimos salvar muitos animais.

Depois, Deus me deu uma segunda missão, que é legislar, ou seja, trabalhar, nortear as ações do Estado, e também, graças a Deus, também foi um trabalho muito profícuo. Nós passamos madrugadas aqui dentro, correndo pelos corredores, para poder pautar projetos.

Mas nós conseguimos também aprovar as leis mais importantes deste País, que tangem a questão dos animais. Essas leis estão sendo copiadas, reproduzidas em outros estados, por deputados federais, e até outros países.

Quero aqui até colocar algumas delas. Vou citar primeiro a lei Feliciano, que mudou paradigma, que acabou com a famosa carrocinha, ou seja, ela proibiu a matança indiscriminada de cães e gatos em todo centro de controle de zoonoses, em canis municipais ou congêneres, que matavam animais de forma muito cruel, ou em câmara de gás, ou com choque elétrico, e por aí afora.

Ela também estabeleceu uma legislação própria, através do decreto que o Serra criou, o 55 mil e pouco, que abriu caminho para os programas de castração e identificação de animais nos municípios, em convênio com o Governo do Estado. Criou o Cão Comunitário, ou seja, ela mudou o paradigma da questão da proteção animal e diminuiu, e até hoje, salvou e está salvando a vida de milhares e milhares de animais.

Temos também a Nota Fiscal Animal, que é um instrumento muito importante. Hoje as pessoas podem fazer uma doação para uma entidade de proteção, sem botar a mão no bolso, ou seja, apenas doando as notas fiscais. Hoje são mais de 100 entidades que trabalham e se beneficiam através da Nota Fiscal Animal, que mantêm os animais, fazem os resgates, a recuperação, todo esse trabalho, o programa de castração, através da Nota Fiscal Animal.

Fizemos também a lei que deu uma audiência muito grande, uma grande repercussão, que foi o PL 777, que proibiu testes com animais na produção dos laboratórios que fazem produtos de higiene pessoal e limpeza.

Outros países já proibiram, e nós, não todos, mas uma grande parte dos países europeus, nós conseguimos aprovar também essa lei, evitando que animais sofram muito. Nós começamos através daquela ação do Instituto Royal. Nós trabalhamos lá diuturnamente, para parar e para fechar aquele instituto.

Fizemos também a lei antipeles. Passei um vídeo aqui, que os deputados ficaram horrorizados, das chinchilas, quando tiravam a pele dela ainda viva. Elas ficavam gritando de dor, até que elas eram jogadas no monte, e morriam ali, agonizando.

Conseguimos fazer também a DEPA - Delegacia Eletrônica de Proteção Animal. Todos os estados também estão copiando. Antes, as pessoas não faziam as denúncias, que tinham medo. Muitas vezes eram vizinhos, alguma coisa assim, ficavam receosas. Hoje, na DEPA, você coloca todo o seu cadastro, você pode clicar no botão, onde sua identidade fica protegida. Então, isso está aumentando muito. Tivemos agora, nos últimos tempos, 9.000 denúncias, com 8.000 denúncias acatadas.

E fizemos também o Dia do Protetor de Animais, que não podia ser diferente, no dia 4 de outubro.

Então, trabalhamos muito, foi uma dedicação total. Na maioria das vezes, eu saía daqui meia-noite ou uma hora, e ainda ia para Campinas. São 12 anos fazendo isso, realmente é muito exaustivo, muito cansativo. Mas o amor, o carinho, a dedicação pelos animais sempre compensou, vendo os resultados.

Agora eu vou cuidar da minha saúde, da minha vida pessoal, que foi relegada a quinto plano, e esperar uma nova missão de Deus, que Ele me impuser. Não pretendo mais disputar nenhuma eleição, e também não participar de nenhum cargo público. É uma mudança, é um fim de ciclo, é um ciclo que se encerra aqui neste momento.

Eu quero também - pedir um pouco de paciência, presidente, estou encerrando - agradecer os deputados que apoiaram o Projeto de lei nº 31, e foi uma grande luta, o Barba está aqui presente, vários deputados, nosso querido deputado de Araraquara, o deputado Massafera - não lembrava, desculpe a idade -, Ulysses que estão aqui. Todos apoiaram o Projeto de lei nº 31, que foi uma grande ação nesta Casa, acho que foi a ação de maior audiência no congresso de comissões, que foi o mais concorrido da História da Assembleia. Mas infelizmente não foi aprovado porque alguns deputados ficaram do lado de grandes lobistas, e mais uma vez o dinheiro ficou na frente do sofrimento.

Mas eu quero dizer para vocês o que disse: o que norteia muito a minha vida é a questão espiritual; eu disse que o sofrimento daqueles animais era tão grande, tão grande que vocês podem fazer uma análise, uma pesquisa, que tanto o político responsável por aquela lei minha, que restringiu a utilização de animais no ensino, tanto os bois estão sendo vingados. Podem ver que essas pessoas estão começando a pagar, de uma forma ou de outra, mas estão já entrando numa linha de sofrimento muito grande, porque a justiça divina é implacável.

Quero também desejar aqui aos novos deputados que estão chegando com intenção de ajudar os animais... E quero também agradecer os deputados que se reelegeram e me procuraram, colocaram o gabinete à disposição, quero dizer que eu estarei também à disposição. Desejo sorte aos novos deputados que estão chegando com a intenção de ajudar os animais e me coloco à disposição, emprestando toda a experiência, o conhecimento. Obviamente essa disposição seria por telefone, por WhatsApp, não presencial, mas estou à disposição. E torço muito para que eles consigam me superar, porque aí, sim, eu saberei que os animais estarão bem protegidos. Fico muito feliz que foram eleitos vários deputados que têm a intenção de defender os animais.

Eu queria também dizer que eu protocolei aqui nesta Casa - acho que esta Casa precisa melhorar muito, muito - um documento aqui pedindo para que o Colégio de Líderes acontecesse aqui no plenário com as janelas abertas, com a luz acessa, e não mais entre quatro paredes onde nenhum assessor pode entrar. Eu acho que tem que ser televisionado ao vivo pela TV Assembleia e pelas redes sociais. Acho que é a única maneira que tem de mostrar que aqui não tem nada a esconder e fazer com que a sociedade participe, que aqui é a Casa do Povo, e o povo tem que participar das decisões.

Eu não sei se tem mais alguma coisa aqui que eu gostaria de dizer, mas como meu tempo acabou, em respeito ao nosso querido presidente eu quero dizer que deixo esta Casa com o sentimento de missão cumprida e muitos amigos que fiz aqui. Agradeço a todos, um grande abraço a todo mundo aqui e aos funcionários, todos, todos, sem exceção.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Com a palavra o nobre deputado Barba, pelo Art. 82.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Ulysses Tassinari, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto mais uma vez a esta tribuna no dia de hoje, que encerra essa legislatura, para poder primeiro cumprimentar todos os deputados que estão saindo hoje, encerrando esse mandato hoje, que não foram reeleitos, mas que disputaram uma eleição, tentaram se reconduzir, para desejar muita boa sorte. Eu queria ter vindo aqui antes, eu vi que tinha muitos deputados, mas felizmente eu estava numa agenda com o comando aqui, o coronel Gomes e com o Fontes, para a gente poder acertar como que é o dia de amanhã. Vou pedir ajuda das policiais que estão aqui ouvindo; a Débora está ali e tem a outra policial, eu não sei o nome dela. A Débora, já me acostumei com o nome dela.

Amanhã vai ter um ato muito importante nesta Casa. Tem 12 ônibus já contratados, lotados de trabalhadores da Ford, que chegarão por volta das 12 horas e 30 minutos naquela entrada em frente ao quartel do Exército. Eles vão se concentrar ali e distribuir material. Vocês fiquem tranquilos, o pessoal vem com macacão da Ford e vai distribuir material contando um pouco da história da Ford e sobre a defesa da permanência da Ford no ABC. É uma luta que nós encampamos.

Queremos transformar essa questão do anúncio da Ford, do fechamento dela, em um escândalo nacional. É um escândalo, Doutor Ulysses. Uma empresa, em cinco anos, recebe sete bilhões e meio de incentivo fiscal e anuncia o fechamento de uma planta, deixando três mil trabalhadores diretos, ligados a ela, mais dois mil e 500 indiretos, que estão lotados dentro da planta dela, mais 27 mil na cadeia... São 120 mil pessoas, somadas todas essas famílias. Então, isso é um escândalo.

Fizemos uma assembleia na portaria da Ford hoje e falamos que vamos botar a Ford em uma CPI aqui na Assembleia Legislativa, pois não dá para empresas, sejam elas nacionais, internacionais, multinacionais, transnacionais ou mundiais, fazerem o que quiserem no Brasil. Mandam dinheiro para fora e depois abandonam, deixando a cidade em uma situação de grande impacto social.

Portanto, amanhã vamos precisar muito da ajuda do Comando da Polícia Militar. Quero agradecer o coronel Gomes, que me recebeu, assim como o Pontes, que também me recebeu; eu e minha assessoria, o Dheison e o Dr. Genílson. Vamos cuidar disso a partir das 12 horas e 30 minutos.

O pessoal deve ficar por aqui até por volta das 14 horas e 30 minutos, para não atrapalhar a posse dos deputados. Amanhã é um dia importante para os deputados que foram reeleitos, não é, Massafera? Vão ser reconduzidos, assim como os novos, que estão chegando. É um dia de festa, um dia importante para nós, que disputamos a eleição, para também devolvermos uma prestação de contas para nossos eleitores.

A questão da Ford tem me tirado o sono, pois é uma fábrica onde trabalhei por 25 anos. De 98 a 2013, negociei tudo o que aconteceu naquela fábrica. Muita coisa, muita coisa! Negociamos produtos, negociamos empregos, negociamos automação, robotização, mecanização, novos métodos de trabalho. Agora, a fábrica simplesmente anuncia: “Ou alguém compra ou nós fechamos”. E fica esse impacto na cidade, esse prejuízo.

Essa é uma missão. Você está convidado a estar lá amanhã. Os deputados serão bem recebidos, é importante. Acho que é uma coisa inédita nesta Casa, acho que nunca teve esse debate nesta Casa. Esse debate, eu o trouxe comigo da indústria para cá. A questão da indústria, do emprego, do serviço, do comércio.

Aliás, aproveito para dizer que um dos primeiros projetos que apresentei nesta Casa foi o Projeto nº 888, de 2015, que criava um conselho para discutir o estado de São Paulo, para discutir emprego, serviço, comércio e desenvolvimento. E o governador Geraldo Alckmin vetou esse projeto. É um veto que tenho uma missão e uma luta para poder derrubá-lo, pois queremos discutir o quê? A partir do desenvolvimento regional, da vocação econômica de cada região, queremos discutir a geração de emprego e renda para ajudar a sustentar as famílias e também fazer este estado crescer.

Portanto, quero mais uma vez desejar aos companheiros, aos nobres pares e aos deputados e deputadas que não foram reeleitos... A deputada Ana do Carmo, do meu partido, uma grande amiga minha. A Ana do Carmo, o Luiz Turco, o Geraldo Cruz, o Neder, o Zico, que não disputou a eleição, o Marcos Martins, que não disputou a eleição. Quero agradecê-los por esses quatro anos juntos, pelo empenho que tiveram para defender o nome do PT, a bancada do PT, os trabalhadores e as trabalhadoras. Então, quero deixar aqui essa homenagem a todos os deputados.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Com a palavra ainda no Grande Expediente o nobre deputado Roberto Massafera.

 

O SR. ROBERTO MASSAFERA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Meu presidente, meus companheiros, eu ocupo esta tribuna pela última vez para me despedir de vocês pelos 12 anos que nós passamos aqui trabalhando, lutando por São Paulo da melhor maneira possível. E eu queria dizer aqui ao companheiro que acaba de falar, Barba, que continua, que lute e continue lutando como sempre. Eu me lembro, eu estava no grupo e no dia em que o Getúlio Vargas se suicidou, 1954, nós não tivemos aula e a molecada foi jogar futebol.

Em 1960, Jânio Quadros se elegeu presidente, na esperança de uma renovação política. Um ano depois, ele renuncia. Aí, nós tivemos a Revolução ou o Golpe de 64, como chamam, quando eu era estudante universitário em São Carlos e que durante muito tempo apagou a nossa democracia.

Nós, estudantes, não podíamos fazer reuniões para discutir nem currículo escolar, nem mudança no ensino da engenharia. Era proibida a reunião. Tudo isso passou. Nós tivemos o governo Collor, que foi uma grande decepção. Nós tivemos Fernando Henrique com o Plano Real, que foi muito bem. O Lula, eu diria que enquanto o mundo cresceu e teve aumento de receita, o petróleo a 150 dólares, também foi bem.

Depois, desandou o preço do petróleo de 150 dólares para 30, 40 dólares na mão da Dilma, então nós tivemos o problema que nós estamos vivendo até hoje. Problema do mundo, mas o mundo, a China, a Índia, os Estados Unidos não pensam no Brasil, nós somos periféricos.

Então, queria te dizer, Barba, exatamente isso. A fábrica da Ford faz caminhões, caminhões superados. Não tem como concorrer com Scania, com Volvo, com outros que evoluíram muito. Para eles é muito mais fácil fechar a fábrica do que continuar. Esse é o capitalismo mundial, esse é o capitalismo que nos destrói, que nos corrompe.

Da mesma forma, hoje eu estava vendo nos jornais que São Paulo, para lutar para o estaleiro, para nós produzirmos navios, o governador deu lá um benefício fiscal que nós podemos dar e agora já Pernambuco está entrando na Justiça contra a medida que São Paulo tomou beneficiando a indústria naval por causa de uma concorrência na Marinha.

O nosso governo abaixou o preço do querosene da aviação. As grandes aeronaves que faziam voo nacional e internacional abasteciam no Rio de Janeiro e em Minas, porque lá o ICMS era 12% e aqui em São Paulo 25 por cento. O nosso governador abaixou para 12% e trouxe para cá um grande movimento, um aumento de receita. Enfim, hoje é um mundo em disputa e é um País também dividido em disputa.

Isso tudo, vocês que continuam, vão passar quatro anos difíceis, então, boa sorte.

Eu agradeço esses 12 anos de convivência que eu fiz o melhor possível. Deixo esta Casa de pé, com honra e queria dar mais um recado aqui. Aristóteles dizia que a política é a arte, não é uma técnica, é uma arte de buscar o bem comum e nós aqui na disputa, na discussão, na ideologia sempre buscamos o bem comum. Então, eu sinto que nesses 12 anos o que nós conseguimos produzir de positivo foi visando o bem comum da população do estado de São Paulo e é isso que a vocês cabe fazer.

E aproveito para dizer isso porque o momento político que nós vivemos é muito interessante. A classe política sendo desmoralizada pela grande mídia, pela média mídia, pela pequena mídia e pela mídia social. A Justiça sendo desmoralizada, mas a democracia é feita da Justiça, do Legislativo e do Executivo. Não tem como desmoralizar o Judiciário, não tem como desmoralizar o Legislativo, porque nós somos necessários.

Então, fica aqui, na minha despedida, esse alerta: não se faz política sem político. Não se faz política sem um Judiciário forte, competente. E não se faz também a política sem um Executivo. Essa união, essa idealização de Montesquieu traz o sucesso. No mundo, conheço muitos sistemas; não tem nada melhor do que a democracia, onde o povo delibera, onde se vota, onde se decide o nosso destino.

E o Brasil é um país ainda atrasado, dividido. Um país que tem uma dívida social muito grande, fruto de uma escravidão com a qual acabamos há 120 anos. Fruto de uma sociedade onde a educação é muito falha, e onde as pessoas que no passado, como eu... Eu estudei em escola pública de primeira, no grupo, no ginásio e na universidade, não paga, e me tornei engenheiro. Acho que esse é o modelo de que nós precisamos ainda num país pobre como nós somos; é a única chance de um jovem ter possibilidade de se educar e ter ascensão social, para que nós não tenhamos esses acontecimentos que aconteceram ontem em Suzano. É fruto de uma má educação, de uma má convivência; é fruto de uma sociedade extremamente agressiva.

Fica aqui o meu recado, o meu muito obrigado a vocês pelo companheirismo. E o meu recado: não se faz política sem os políticos. E aqui nesta Casa se faz política visando o bem comum do nosso povo de São Paulo, do povo paulista. Muito obrigado, e até outro dia.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi, pelo Art. 82.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, eu quero continuar falando do abandono das escolas estaduais, das escolas públicas do estado de São Paulo. Eu já fiz aqui... Essa vai ser a terceira denúncia que eu estou fazendo, deputado Barba, da mesma escola: a Escola Estadual João Kopke. Uma escola do centro da cidade, da diretoria centro, que está há três semanas sem energia elétrica. Três semanas...

Eu já fiz dois pronunciamentos. Já acionamos a Secretaria de Segurança Pública, a FDE, e conversei novamente, hoje, com a dirigente de ensino. Ou seja, a escola já tomou todas as providências. A diretoria de ensino também encaminhou o pedido para que houvesse uma reforma da parte elétrica da escola, e até agora nada foi feito. Os alunos estão sem aulas, fazendo o rodízio. É uma escola que tem três períodos, inclusive tem o noturno; faz atendimento do Eja. E essa é a situação da escola.

Olha a situação da escola pública no centro da cidade. Abandono total. Isso é um crime. Eu, inclusive, já acionei o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas; já fiz pronunciamentos, aqui, pedindo para que as cópias fossem encaminhadas ao governador Doria, ao secretário de Educação, à FDE. O fato é que nada aconteceu, deputado Bittencourt, deputado Barba, deputado Gileno, deputado Ulysses.

Três semanas, e uma escola não recebe uma reforma da FDE, que é uma autarquia responsável pela manutenção das escolas, pelas reformas. Uma autarquia que tem um orçamento bilionário: são mais de dois bilhões de reais, quase três bilhões. E não acontece nada. Os alunos estão sem aula desde o primeiro dia letivo. Não tem aula numa escola no centro da cidade de São Paulo.

Fica imaginando as outras escolas da periferia da Grande São Paulo e do interior. Então, quero reafirmar aqui essa denúncia e, ao mesmo tempo, exigir que a Secretaria da Educação tome providências, porque a secretaria está cometendo um crime. É uma ação criminosa essa omissão da secretaria. Ela tem que ser responsabilizada criminalmente - a secretaria e a FDE - por uma omissão como essa.

Espero que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado tomem providências, Sr. Presidente. Eu já adicionei a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, pedindo a convocação do secretário. Agora, o que mais me entristece é que a situação da Escola João Kopke é uma situação que acontece em toda a Rede Estadual de Ensino. Ela ilustra bem essa situação, o abandono da rede estadual em todos os aspectos.

A questão da violência nas escolas tem a ver com esse abandono também, porque as escolas não têm funcionários do quadro de apoio escolar, não têm vigias, não têm inspetores. Os módulos estão incompletos. O Doria, para piorar a situação, cortou o programa Escola da Família, reduziu uma boa parte desse programa, que é um programa que tem a ver com o combate à violência nas escolas, reduziu o número de professores mediadores. O professor mediador cumpre um papel importante para evitar a violência nas escolas.

Então, a violência só tem aumentado, mas é uma situação de abandono da rede estadual. Esse é só um exemplo, a Escola João Kopke, que fica exatamente no Centro da cidade e está abandonada há três semanas, sem energia elétrica. A FDE nada fez até agora para fazer a reforma da parte elétrica dessa escola.

Sr. Presidente, gostaria de aproveitar este momento na tribuna da Assembleia Legislativa para manifestar o nosso total repúdio ao que aconteceu ontem aqui no plenário, o esvaziamento do plenário, boicotando a derrubada do veto ao Projeto de lei 1.257, que cria um comitê de combate e de prevenção à tortura no estado de São Paulo.

É o projeto do deputado Adriano Diogo, que tem o apoio de todas as entidade ligadas à defesa dos direitos humanos. É um projeto importante, que foi aprovado pela Assembleia Legislativa, no final do ano passado, e foi vetado pelo Doria. Esse veto foi escandaloso, porque até a ONU recomendou que a Assembleia Legislativa derrubasse esse veto. Aonde foi parar? Na ONU! É uma vergonha internacional. Ontem, a nossa Assembleia Legislativa se apequenou, se curvou a interesses ideológicos do governo, esvaziando o plenário.

O projeto foi vetado. O presidente vetou, porém, houve aqui um boicote, não deu o número, e nós não conseguimos derrubar o veto a esse projeto importante e estratégico para o estado de São Paulo, Sr. Presidente. Então, quero lamentar esse comportamento da Assembleia Legislativa que, mais uma vez, se curva aos interesses do Palácio dos Bandeirantes e, mais uma vez só, confirma o que eu venho denunciando aqui desde 2007.

No primeiro dia em que eu entrei aqui, eu denunciei: a Assembleia Legislativa não passa de um puxadinho, de um departamento, de uma extensão do Palácio dos Bandeirantes. Pelo jeito, vai continuar dessa maneira, mas nós vamos continuar a luta para derrubar esse veto ao PL 1.257/2014, do nosso grande colega deputado, combativo, sempre deputado Adriano Diogo, que fez um trabalho muito importante na Assembleia Legislativa, na Comissão da Verdade Estadual.

Ele dedicou todo o mandato dele, o último mandato, à elaboração desse projeto, desse programa, dessa luta, que investigou a tortura e as perseguições políticas no estado de São Paulo durante o regime militar, durante a ditadura empresarial militar que houve no Brasil, de 64 até 1985.

Para concluir, Sr. Presidente, não posso deixar de registrar, deputado Barba, deputado Gerson Bittencourt, deputado Gileno, deputado Ulisses, que hoje faz um ano que mataram a Marielle Franco. Eu me lembro de que, nesse dia 14 de março, eu estava exatamente, no dia da morte dela, em uma manifestação aqui no Centro da cidade, com os professores da Rede Municipal de Ensino, lutando contra o Sampaprev.

Era uma manifestação na Câmara Municipal, e o Doria mandou espancar os professores na Câmara Municipal. Vários professores foram machucados. Uma professora foi hospitalizada. Eu lembro que a hora em que eu recebi a notícia eu estava no Hospital do Servidor Público Estadual, no Iamspe, perto da Assembleia Legislativa, já à noite, acompanhando uma pessoa que tinha sido agredida pela Polícia Militar no enfrentamento, naquela manifestação com quase 100 mil pessoas, na porta da Câmara Municipal, contra a reforma da Previdência municipal. Lá dentro do hospital, mais ou menos às sete horas da noite, eu recebi a notícia da morte da Marielle Franco.

Hoje nós vamos ter muitas manifestações no Brasil. Haverá uma que eu vou participar daqui a pouco, na Av. Paulista. Vai ter outra no Jardim Ângela, com o padre Jaime, às 18 horas. Hoje nós estamos fazendo uma movimentação para relembrar a morte dela como uma pessoa que enfrentou as milícias, enfrentou a banda podre da polícia do Rio de Janeiro.

Era uma mulher negra da favela, combativa, de esquerda, LGBT, mãe solteira, mas que fazia todos esses enfrentamentos. Foi uma das vereadoras mais votadas do Rio de Janeiro, foi assessora do deputado Marcelo Freixo, que combateu as milícias - inclusive, também é jurado de morte até hoje, anda com seguranças. Ela trabalhou com ele durante dez anos, principalmente na Comissão de Direitos Humanos. E foi morta covardemente.

Então, nós queremos não só que sejam presos, parece, os executores, mas os mandantes. Nós queremos saber quem mandou matar a Marielle. Enquanto esse fato não for esclarecido, nós não vamos nos calar. Vamos cobrar da Polícia Federal, da Polícia Civil, do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal um aprofundamento das investigações, porque nós queremos saber quem mandou matar a Marielle, qual grupo político mandou matar.

Tem a questão das milícias, com certeza. Nós estamos preocupados, porque um dos executores, que foi preso agora, mora no mesmo condomínio do Bolsonaro. Que estranho isso. A família do Bolsonaro é envolvida com as milícias, já homenageou milicianos, dava emprego para os milicianos, então tem várias relações perigosas com as milícias. Eu não estou insinuando nada aqui, mas é muito estranho que o executor more no mesmo condomínio do Bolsonaro. Isso é, no mínimo, para a gente pensar. As condecorações, as defesas feitas pelo Bolsonaro enquanto deputado federal das milícias no Rio de Janeiro. Será que o presidente da República é um miliciano, é um defensor das milícias? Tem coisa aí. Nós queremos aprofundar, então, a investigação. Quem mandou matar a Marielle?

Hoje nós vamos fazer várias manifestações em todo o Brasil. Para quem quiser participar, uma agora, às cinco horas da tarde, daqui a pouco, na Av. Paulista. Em todo o Brasil, nós estamos exigindo, em manifestações, o esclarecimento sobre quem mandou matar a Marielle Franco, uma guerreira, uma representante do povo brasileiro, do povo negro, das mulheres, da comunidade LGBT, dos setores progressistas da nossa sociedade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Eu tinha me inscrito para falar pelo Art. 82, mas eu esqueci que estava inscrito pelo Grande Expediente, então a minha fala ficou pelo Grande Expediente. Quero indicar, como vice-líder da bancada, o deputado Bittencourt para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Seu pedido é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Gerson Bittencourt, pelo Art. 82.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT- PT – PELO ART. 82 - Boa tarde, presidente, deputados. Muito obrigado, deputado Barba, por esta oportunidade de falar aqui, pelo Art. 82, representando a bancada do nosso partido, o Partido dos Trabalhadores.

Eu quero começar, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, prestando a minha solidariedade, o meu fraterno abraço aos familiares dos alunos, dos professores, aos professores de forma geral, aos funcionários, a todos os alunos da rede estadual pela tragédia, pelo massacre que nós tivemos em Suzano. Quero dizer que isso significa um processo em que o País vem passando, de busca, de ampliação do ódio. Isso não pode ficar assim. Nós precisamos buscar alternativas para acabar definitivamente com esse tipo de prática, com esse tipo de ódio, com esse tipo de intolerância. Então, minha solidariedade a todos os envolvidos, mas em especial a todos os professores e funcionários e alunos da rede estadual.

Eu queria aqui fazer um comentário de um problema que tem atingido o estado de São Paulo de uma forma geral, mas a Capital em específico, que diz respeito às enchentes, às chuvas e às consequências das enchentes espalhadas pela cidade São Paulo, em todos os cantos, especialmente na Zona Sul e na Zona Leste.

Quero falar, mais especificamente, sobre o Itaim Paulista. Deputado Barba, na minha legislatura anterior, nós fizemos um estudo de uma coisa que chama Lagoa do Itaim, e não é bem uma lagoa, e, deputado Ulysses, nós fomos buscar todas as informações, com fotos de satélite, desde 1960, quando lá, na Vila Itaim, mais especificamente no local que é chamado hoje de Lagoa do Itaim, uma mineradora, no final da década de 60, início da década de 70, fez extração de areia durante quase 15 anos de forma intensa.

Depois que terminou de fazer essa extração, a mineradora, possivelmente, de forma criminosa, desviou o leito do Rio Tietê na cidade de São Paulo. Isso no final da década de 70, início da década de 80, e nós fomos fazendo a identificação de ano após ano, e identificamos então esse crime ambiental cometido na cidade de São Paulo.

E foi feito por quê? Porque a mineradora tinha obrigação de recuperar aquela área e fazer um loteamento, e fomos lá no cartório da Penha  e encontramos a escritura dos lotes, e a mineradora não fez nem a recuperação ambiental e nem o loteamento. Mais do que isso, cometeu um crime ambiental, quando desviou o leito do Rio Tietê, para que as águas do Rio Tietê pudessem então ocupar aquela cratera.

Aquilo virou um piscinão, por mais de cinco anos. Inclusive, a população utilizava para lazer, pesca e assim por diante, mas aquilo começou a ficar assoreado pelas águas do Rio Tietê, pelos entulhos jogados pela mineradora e tanta coisa assim.

O que acontece? Essa lagoa, que era o espaço de extração, depois virou um piscinão e depois virou um grande espaço de entulho, de área assoreada, onde, no período chuvoso, é o motivo das enchentes da Vila Itaim e, no período de seca, é o tormento dos moradores, com insetos, ratos e todos os tipos de animais naquela área.

Nós, em 2013, fomos ao Ministério Público e mostramos o crime ambiental, e pedimos para o Ministério Público tomar algumas providências. Primeiro, fazer investigação e definir, chegar à conclusão. Quem cometeu o crime ambiental e quais são os órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura que não fiscalizaram?

Segundo, que fizesse um tratamento definitivo para acabar com as enchentes, tirando o entulho da Lagoa do Itaim, fazendo a criação de um pôlder, de muros de contenção, e assim por diante. Certamente, isso não vai resolver todos os problemas, mas vai resolver minimamente o problema de enchente da Vila Itaim.

Começaram as obras no final do ano passado, o Ministério Público fez a investigação, não concluiu ainda. Fizemos várias negociações com os órgãos do Governo do Estado, e o Governo do Estado, no final do ano passado, começou a fazer as obras de contenção para aquela região, e nós acreditamos, estamos acompanhando, que vai ter uma solução. Vai ter que fazer outras obras de contenção na Vila Seabra, no Pantanal, e assim por diante, mas aí a gente acredita que vai ter uma solução definitiva.

Quero concluir dizendo que há soluções definitivas, que certamente vão melhorar a vida das pessoas. Não podem prejudicar as pessoas durante o período da obra.

Sou engenheiro e fui fazer a vistoria dessas obras. São importantes. Eles estão fazendo um muro de contenção muito bem feito. Mas o que está acontecendo? Todas as águas que vêm da Marechal Tito, em sentido à lagoa, pela canalização, batem nesse muro de contenção, que obviamente não tem saída nenhuma. E, obviamente, deixam aquela população sem saída.

O que está sendo feito, pela Prefeitura regional, é a extração da água pelos caminhões, para minimizar o problema. Quero parabenizar pelas obras. Estou acompanhando e é uma luta muito antiga. Mas não posso deixar de dizer que não podemos fazer obras para prejudicar. Poderiam ter feito um tipo de contenção, sabendo que esse é um período de chuvas, para minimizar o sofrimento daquela população.

Quero agradecer pela obra, mas tem que chamar a atenção aos cuidados pela população. Não é porque vai resolver o problema, no ano que vem, que ela tem que ser penalizada aqui.

Quero concluir o meu agradecimento nesta Legislatura que fiquei por pouco tempo. Fiquei no lugar do deputado Alencar Santana que virou deputado federal no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados. Quero dizer que, nesse período de cerca de 30 dias, conseguimos fazer alguns trabalhos, mesmo que de forma precária.

Apresentamos quatro projetos de leis e oito requerimentos. Fizemos reuniões com órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo. E, sobretudo, acompanhamos com uma grande prioridade o problema das enchentes, que estou relatando.

A partir de amanhã, vamos disponibilizar, nas redes sociais, um vídeo mostrando todas essas fotos de satélite: ano a ano, quando abriu, quando fechou, como era antes, como é agora, e assim por diante.

O meu muito obrigado por esse período aqui, curto, mas proveitoso.
Espero que os deputados e as deputadas que vão assumir essa função pelos próximos quatro anos, no dia de amanhã, tenham êxito. E façam com que esta Casa de leis continue produzindo leis e cumprindo o seu papel fundamental que lhe cabe do ponto de vista constitucional. Parabéns aos deputados eleitos e, sobretudo, boa sorte a cada um de vocês. Muito obrigado e um grande abraço.

 

O SR. GILENO GOMES - PROS - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Gileno Gomes, pelo Art. 82.

 

O SR. GILENO GOMES - PROS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputados e deputadas, boa tarde.

Eu queria, primeiramente, lamentar essa tragédia que aconteceu na cidade de Suzano. É muito triste essa tragédia que comoveu não só o estado de São Paulo, mas também o nosso País e o mundo. Também quero falar das enchentes que aconteceram na região do ABC, São Paulo, Guarulhos e várias outras cidades, com as fortes chuvas que vêm afetando.

Quero pedir ao governador João Doria. No curto prazo de mandato, praticamente 2 meses e 14 dias, ele anunciou várias medidas de contenção de enchentes nessa região do ABC. Mas que ele olhe por outras regiões, inclusive Guarulhos, na região do rio Baquirivu-Guaçu, que a gente vem lutando e batalhando há muito tempo. Nas contenções do rio Tietê, na região do aeroporto.

Uma região que também tem afetado muito é a divisa com Arujá. Porque, em Arujá, o rio tem as contenções de velocidade para as águas. Principalmente com as fortes chuvas. E na divisa de Arujá até o aeroporto, que é a parte que vem sendo mais afetada com as enchentes e as fortes chuvas na cidade de Guarulhos, tem que fazer o desassoreamento. A gente já esteve cobrando o DAE por várias vezes. Foi feito até um ofício pelo prefeito de Guarulhos, cobrança nossa para entregar lá, e foi entregue no DAE, e naquela região não foi feito nada. E quando vêm as fortes chuvas, é uma tristeza. Teve anos atrás que veio até acontecer fatalidade de morrer duas pessoas naquela região. Então, a gente tem que estar aqui, tem que estar cobrando.

Mas peço também que o governador faça alguma coisa ali na região de Guarulhos, não só para o rio Baquirivuguaçu, mas o rio Cabuçu de Cima também, que foram feitas as contenções há muito tempo atrás. Isso melhorou muito nas questões das enchentes ali na região da divisa de Guarulhos com a zona norte e na região da Vila Galvão também. Mas hoje esse rio também está muito assoreado naquela região e precisa do desassoreamento.

Então, peço para o governador olhar para aquela região da nossa cidade, dar uma atenção para que futuramente não venha acontecer coisas piores ali na região.

Queria também agradecer o tempo que aqui passei. Hoje, é o último dia de mandato, mas agradeço muito pelo tempo que passei aqui.

Graças a Deus a gente está deixando hoje o mandato, esse é o último dia, mas o que a gente pode fazer, o que a gente pode trabalhar, o que a gente pode legislar aqui na Casa, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que é a maior da América do Sul, para mim foi muito importante. Fico muito feliz. O que eu pude fazer, o que eu pude representar, não só a cidade de Guarulhos, mas várias cidades do estado de São Paulo, onde a gente pode indicar várias emendas, que contemplou várias cidades, ajudando muitas cidades, porque conta muito quando você faz a indicação de uma emenda parlamentar. A gente, graças a Deus, conseguiu conduzir os trabalhos de uma forma muito trabalhosa nesse tempo que a gente aqui ficou.

Quero agradecer o tempo de convivência com o Doutor Ulysses, que está sempre presidindo os trabalhos da Casa, agradecer a todos os deputados da Casa, aos deputados que foram reeleitos, que amanhã tomam posse para o próximo mandato. Aqueles que foram eleitos e que entraram agora, parabenizar pelo trabalho futuro do próximo mandato. Que Deus os abençoe no próximo mandato porque a gente sabe que um mandato não é fácil, a cobrança é muito grande, mas a gente está aqui para isso, para legislar, fiscalizar o Executivo, trabalhar e representar a população do estado de São Paulo.

Então, eu queria também agradecer aqui e parabenizar Dona Claudia, pelo trabalho que conduziu na liderança e todos aqueles que representam cada liderança aqui da Casa. Vocês que fazem um trabalho muito importante, acompanham e dão suporte para os deputados, parabéns pelo trabalho. Os policiais civis e militares aqui da Casa, todos os funcionários da Casa que contribuem com o trabalho dos parlamentares andar. Os deputados desta Casa, dependemos de todos que trabalham aqui. Então, quero parabenizar a Imprensa, a TV Alesp pelo trabalho que faz aqui na Casa, eu agradeço mesmo. Todas as vezes que precisamos sempre estiveram à disposição para fazer trabalho de imprensa, não só aqui na Casa, mas também nas regiões em que a gente tem atuação, agradecer a toda minha assessoria, a Liliane que está aí, Nego, Natal, Eliane que está lá na causa, Luciana. Agradeço não só àqueles que trabalham aqui, mas àqueles que trabalham no campo, na cidade de Guarulhos, nos escritórios, agradecer de coração. Agradecer a minha esposa Sandra, que é vereadora na cidade de Guarulhos, ao meu filho Matheus, a Stephanie e a todos aqueles que contribuíram para a gente conduzir o mandato, toda a população da cidade de Guarulhos e de todas as regiões que a gente pode representar e também os eleitores que acreditaram no mandato. Agora a gente não conseguiu chegar, mas eu agradeço a Deus porque ele sabe aonde que a gente pode chegar. Se a gente não conseguiu ser reeleito agora, é vontade dele. A gente vai continuar trabalhando, de uma forma ou de outra, dentro da política, representando a população e trabalhando. Continuar sempre política no dia a dia. A gente que está na política nunca vai parar de trabalhar e de fazer política, não só na cidade ou no Estado ou no País, mas agradecer a todos. Obrigado, mesmo, de coração.

Estou muito feliz. Fico muito feliz das amizades que eu fiz aqui, não só na Casa, mas, dentro do mandato, por onde eu passei, em várias cidades do estado de São Paulo. Deus abençoe a todos, todos os deputados.

Hoje encerra uma legislatura, mas amanhã começa outra, com os eleitos e os reeleitos. Deus abençoe, sucesso a cada um de nós, e vamos continuar trabalhando e representando.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GILENO GOMES - PROS - Havendo acordo de lideranças, peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Senhoras deputadas e senhores deputados, havendo acordo de lideranças, antes de dar por levantada a sessão, esta Presidência convida a todos para a Sessão Preparatória Inaugural de Instalação da Primeira Sessão Legislativa da 19ª Legislatura, a realizar-se amanhã, às 15 horas.

Lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 17 horas.

           

* * *