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22 DE FEVEREIRO DE 2019

5ª SESSÃO SOLENE DO PERÍODO ADICIONAL - HOMENAGEM AOS SENHORES PROFESSOR DOUTOR LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D'ALBUQUERQUE E DOUTOR JORGE MARCELO PADILLA MANCERO COM A OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

Presidência: DR. ITAMAR

 

RESUMO

 

1 - DR. ITAMAR

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE DR. ITAMAR

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, em "Homenagem aos Senhores Professor Doutor Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque e Doutor Jorge Marcelo Padilla Mancero com a Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Destaca a justeza da homenagem a ser prestada nesta sessão. Faz histórico de sua amizade com vários membros da Mesa. Elogia a trajetória profissional e acadêmica dos homenageados. Comenta as ações de Geraldo Alckmin, quando governador, na área da Saúde. Anuncia a exibição de vídeo com depoimentos acerca dos homenageados.

 

4 - MARCO LARREA

Cônsul do Equador, parabeniza os homenageados e deseja-lhes sucesso continuado na sua profissão. Afirma que o trabalho do Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero enche de orgulho todos os equatorianos.

 

5 - GERALDO ALCKMIN

Ex-governador do estado de São Paulo, tece comentários sobre a importância das instituições sólidas, mencionando diversos hospitais públicos brasileiros de alto nível. Discorre sobre a história das Santas Casas de Misericórdia. Enaltece os homenageados, pelo seu trabalho.

 

6 - PRESIDENTE DR. ITAMAR

Presta homenagem, com a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, ao Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, diretor de transplante da Beneficência Portuguesa e da Santa Casa de São José dos Campos.

 

7 - JORGE MARCELO PADILLA MANCERO

Diretor de transplante da Beneficência Portuguesa e da Santa Casa de São José dos Campos, agradece pela homenagem recebida. Expressa sua alegria ao ver os pacientes que receberam transplantes ganhando uma nova oportunidade de vida. Tece elogios ao Dr. Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque, a quem considera seu mestre. Faz agradecimento a diversos colegas de trabalho. Enaltece o deputado Dr. Itamar. Frisa a importância do apoio que recebe de sua família.

 

8 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê depoimentos dos irmãos e filhos do Dr. Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque.

 

9 - GERALDO ALCKMIN

Ex-governador do estado de São Paulo, presta homenagem, com a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, ao Dr. Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque, professor titular do Instituto Central do Hospital das Clínicas da USP.

 

10 - LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D'ALBUQUERQUE

Professor titular do Instituto Central do Hospital das Clínicas da USP, relata a implantação de centro de transplante de fígado na Santa Casa de São José dos Campos, por iniciativa do deputado Dr. Itamar. Discorre sobre os efeitos positivos que a implantação de um programa de transplante tem sobre o perfil de um hospital. Tece elogios ao Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, que o sucedeu na Santa Casa de São José dos Campos. Descreve sua atuação como diretor do centro de transplantes do Hospital das Clínicas da USP. Agradece a vários colegas de trabalho e à sua família.

 

11 - PRESIDENTE DR. ITAMAR

Presta homenagem, com a entrega de flores, às esposas dos homenageados. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Dr. Itamar.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de prestar homenagem ao Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero e ao professor Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque.

Convidamos para compor a Mesa: o deputado estadual Dr. Itamar Coppio ; o Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor da divisão de transplante de fígado e órgãos do aparelho digestivo do HC da FMUSP e professor titular da disciplina de transplante de fígado e órgãos do aparelho digestivo, da Faculdade de Medicina da USP; o Dr. José Marcelo Padilla Mancero, diretor do Serviço de Transplante de Fígado da BP e da Santa Casa de São José dos Campos; o desembargador Dr. Luiz Augusto Vieira de Souza; o sempre governador Geraldo Alckmin; o Sr. Marco Larrea, cônsul do Equador em São Paulo.

Com a palavra, o proponente desta sessão solene, o deputado estadual Dr. Itamar Coppio.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Boa noite a todos. É um grande prazer estarmos aqui neste dia para homenagear dois ícones da Medicina do Brasil, aqui de São Paulo, o professor Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque e o Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero.

Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear os Srs. Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque e o Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, outorgando-lhes o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Comunicarmos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e será retransmitida no domingo, dia 24 de fevereiro, às 21 horas pela TV Assembleia, pela NET canal 7, pela TV Vivo canal 9 e pela TV Digital canal 61.2.

Queria citar algumas autoridades aqui presentes, o professor Dr. Ivan Cecconello, presidente do Conselho Diretor do Icesp - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, professor titular de cirurgia do aparelho digestivo da Faculdade de Medicina da USP; Sílvio José Tavares, representando o deputado federal Milton Vieira; Antonio Celso Lerário Iervolino, nosso amigo, colega da primeira turma da Faculdade de Medicina de Taubaté.

 Professor Flair José Carrilho, professor titular do departamento de Gastroenterologia, da Faculdade de Medicina da USP; Dr. Wellington Andraus, coordenador do Serviço de Transplante de Órgãos Digestivos do Hospital das Clínicas; professor Alberto Queiroz Farias, professor associado da Faculdade de Medicina da USP; Adonias Araújo, representando o diretor da provedoria da Santa Casa, e representando o provedor Ivan Molina. O Tom Zé, superintendente do Hospital das Clínicas, também presente aqui, um grande abraço, tudo bem?

Vamos seguir, dizer primeiro que é uma grande honra para nós homenagearmos o Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, meu amigo, meu colega de faculdade de medicina, aqui tem uma turma batuta da faculdade de medicina, tem aqui diretor da Divisão de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da USP; professor titular da disciplina de transplante de fígado e órgãos do aparelho digestivo da Faculdade de Medicina da USP, e o meu colega, amigo também, grande profissional da medicina, que cada dia eu aprendo mais com ele, depois de mais velhinho e tal eu tenho ajudado – viu, Geraldo? –, ele disse que eu sou o melhor primeiro auxiliar que ele conhece para retirar o fígado, e isso ele diz para fazer média comigo, mas tudo bem. Diz que sou, não é, André? Então, Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, diretor do Serviço de Transplante de Fígado da Beneficência Portuguesa e da Santa Casa de São José dos Campos.

Eu quero inicialmente fazer um retrospecto muito rápido do que representa isso para mim, eu que assumi a Assembleia Legislativa por dois meses, muito rápido, e com esforço concentrado para tentar fazer alguma coisa de bom para a população do estado de São Paulo. O meu compromisso, quando eu assumi – eu fui duas vezes, em 2010 fui candidato, tive votação boa, fiquei em primeiro, segundo suplente, não entrei, queria estar lá para ajudar o Geraldo, que é um grande amigo, nosso sempre governador do Estado, que tanta coisa trouxe para nós, para o Estado e para nossa região.

Vou dizer a importância do nosso sempre governador Geraldo Alckmin, meu colega da faculdade, porque se não fosse a atuação dele, o professor Carneiro não poderia ter implantado o transplante de fígado lá em São José dos Campos. Daqui a pouco eu vou contar essa história muito rápida.

Queria cumprimentar o Dr. Luiz Augusto Salles Vieira, desembargador, também da turma lá de Taubaté, Luiz Augusto é desembargador do TJ, grande amigo, que eu fico muito feliz com a sua presença, prestigiando, de Taubaté.

Nosso governador Geraldo Alckmin, nós vamos falar depois muita coisa sobre ele, mas fico muito feliz, Geraldo, por você ter prestigiado essa turma aqui da faculdade e dos amigos homenageando o professor Carneiro e o Dr. Jorge Padilla. E o cônsul, Dr. Marco Larrea, cônsul do Equador, que veio prestigiar, um filho do Equador, que é cidadão joseense, ele e o Carneiro foram receber o título de cidadão lá de São José dos Campos. Ele veio de Cuenca para servir na residência do professor Carneiro, e ficou craque, viu Carneiro, é fora de série, pode saber.

É isso aí mesmo, mas é um craque, grande professor, o Dr. Jorge, eu tenho a honra de trabalhar com ele, é exemplo para nós todos, tem uma escola agora de residentes e assistentes, como o professor Carneiro, que tem gente do Brasil inteiro, fora do Brasil e até lá no Equador – o Francis está lá no Equador, que é cria também aqui do Carneiro e ficou lá no Equador, ficou em Quito.

Mas eu quero dizer o seguinte, bem rapidinho, que nas nossas vidas e no nosso destino, nada acontece por acaso, nada acontece. Veja só aqui, os nossos homenageados, Dr. Carneiro, colega da Faculdade de Medicina, era contemporâneo da terceira turma, eu da quinta turma da Faculdade de Medicina de Taubaté, e o Dr. Geraldo Alckmin, nosso governador, da sexta turma, foi meu calouro.

Lá nós tínhamos uma convivência muito grande, muito boa, e o Geraldo era um craque – é que ele era compenetrado e tudo – e nas disputas das Intermed, ele era o campeão do xadrez, ele trazia sempre uma medalha do xadrez para nós. Eu, na minha turma, eu era jogador de basquete, levamos três medalhas do Estado de basquete também, lá. E o professor Carneiro estava lá, foi presidente do diretório, como o Celso foi presidente, olha só, o governador Geraldo Alckmin foi secretário lá no diretório do Carneiro. Não foi isso, Geraldo? Então é a turma que era a turma de Taubaté da pesada, e foi reforçada com o Dr. Jorge, que veio de Cuenca.

Então, veja bem, essas expressões políticas que nós vimos, o professor Carneiro foi fazer carreira universitária na USP, venceu prova de títulos, professor assistente, professor livre-docente, professor titular na cadeira de transplantes. O Geraldo Alckmin, nosso governador, fez uma carreira política maravilhosa, foi deputado. E eu tinha mais contato com o Geraldo, porque nós éramos do MDB, e o Carneiro sumiu, ele foi embora, foi para o HC, e eu só o vi depois. E ele foi para deputado estadual, federal, vice-governador, governador, e fez muita coisa para nós, para o governo de São Paulo e para a população de São Paulo. Só aqui na região nossa, duplicou a Tamoios, fez o Hospital Regional de São José, deixou quase terminado o Hospital de Caraguatatuba.

E mais uma coisa, quando eu vim a conhecer, ver o Dr. Carneiro, eu fui levado pelo amigo do Cecconello, dos amigos do Flair, o professor Manlio Speranzini que foi meu professor, com quem eu fiz residência. O professor Manlio chegou assim em 2000, estava tendo um Congresso Mundial aqui em São Paulo, e falou: “Vem cá, tem um cara aí batuta, bom de fígado, o cara é o que está bombando hoje”. Para minha surpresa, quando eu fui lá – e a gente com problema grave no Vale Paraíba, ninguém sabia mexer com tumores de fígado, a gente vivia trazendo aqui para o Silvano Raia e outros, o professor Marcelo e tudo –, mas não sabia que o Carneiro estava craque no tratamento das doenças do fígado, hepatobiliopancreática e o transplante. Aí na hora que vi era o Carneiro, meu amigo – nós, os familiares, chamávamos ele de Guti. Luiz Augusto, amigo Guti, não é isso, Geraldo?

Fui lá: “Nossa, Guti, não tem jeito de você ir para São José, fazer umas cirurgias lá em São José?” Depois você conta aquele negócio, que eu quase matei você, de quatro cirurgias que nós fizemos num dia só, quatro hepatectomias regradas. Ele fez num dia quatro hepatectomias em São José, do SUS. Aí, o professor Carneiro, eu conversei com ele e falei: “Poxa, você tem que ir a São José”. Ele assumiu esse compromisso em 2002; nós de 2002 a 2009 montamos uma equipe com os residentes e os assistentes dele em cirurgia hepatobiliopancreática.

Preparou, começamos a preparar, pensando no futuro para fazer transplante, tornei-me um entusiasta do transplante, e realmente o transplante é uma adrenalina só, é uma coisa muito louca, que envolve muita gente, é um serviço extraordinário. E aí começamos a preparar, mas a Santa Casa estava acanhada, não tinha estrutura suficiente. Lá vai o meu colega da Faculdade de Medicina de Taubaté, que está aqui não é por acaso, que o Dr. Geraldo está aqui, ele vai lá - estava uns paliteiro lá, viu Luizinho - e termina o Hospital da Santa Casa, tinha 200 – não é, Adonias? – foi para 300 leitos.

O Carneiro falou assim: “Ó, agora dá para a gente pensar em fazer transplante de fígado”. Começou o transplante em São José dos Campos, logo depois, 2009 fez o primeiro, assumiu a cátedra na USP, e veio o Dr. Jorge Padilla. Se não fosse esse cara, esse colega, não sairia, a continuidade do transplante seria impossível. Sujeito extremamente abnegado, profissional da mais alta qualidade. Eu tive o prazer, eu tenho o prazer diariamente de trabalhar com ele. Eu e o André, que é outro assistente lá de São José. E trabalhar com o Dr. Jorge, cada dia é uma coisa, ele faz cada absurdo, cada coisa absurda, no bom sentido, ele tira cada situação de dificuldade. Dr. Jorge é um sujeito predestinado. Então, Dr. Jorge, eu tive o grande prazer.

Não podia eu, sendo minha campanha “Doutor Itamar, o deputado do transplante”, foi essa a minha campanha, mas eu fui trabalhando pela amizade e pela participação com o Dr. Jorge e o Dr. Carneiro, e hoje eu cheguei aqui na Assembleia Legislativa. E tenho procurado fazer muita coisa importante e boa para São Paulo, procurando ajudar o Hospital das Clínicas - que está com problema de leitos, que nós podemos resolver facilmente, com a contratação de recursos humanos -, recurso para o Hospital das Clínicas, criando uma OPO, Organização de Procura de Órgãos em São José dos Campos, fazendo um projeto para que as aeronaves do Governo do Estado e da Polícia Militar também tenham prioridade para os captadores de órgãos do estado de São Paulo, enfim, criando o Centro Regional de Transplante de Órgãos de São José dos Campos. E é isso, tenho procurado.

Então, eu quero encerrar aqui, contar essa história, porque todo mundo aqui é partícipe dessa situação; parabenizar o Dr. Jorge Padilla, grande amigo, grande colega, grande irmão, e o Dr. Carneiro, que é na verdade quem iniciou todo esse processo, que é o esteio da grande maioria dos médicos transplantadores do Brasil. Parabéns a vocês dois. Muito obrigado. (Palmas.)

Bem, nós vamos assistir agora a um vídeo, o vídeo está um pouco longo, 20 e poucos minutos, eu estou adiantando para você, Geraldo, porque é o seguinte: os que então fariam uso da palavra aqui já estão utilizando do vídeo, são pacientes operados, são colegas do Hospital das Clínicas, da Beneficência, transplantados da Santa Casa de São José dos Campos, enfim, a gama do mundo que vive esse transplante.

No começo, quando soltar o vídeo, vai ter um helicóptero baixando, esse helicóptero foi o nosso primeiro transplante que fizemos em São José dos Campos, e eu estou lá captando junto com o Dr. Giba, Gilberto. Cadê o Giba? Dr. Giba, está lá conosco, e o Dr. Cléber. Então vai chegar, e logo em seguida uma imagem do fígado ruim retirado da mão do professor Carneiro, está o Dr. Jorge, eu, o Dr. Adriano também, toda a equipe está lá, que foi sucesso o primeiro transplante feito pelo professor Carneiro e o Dr. Jorge em São José dos Campos.

E depois vem a fala dos participantes, dos professores, de todo mundo, Dr. Flair, do Ivan Cecconello, da turma de primeira que faz a diferença na cirurgia, o Dr. Alberto está lá, meu grande amigo. Então, vamos ver o vídeo, muito obrigado.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Bem, eu queria agora pedir ao cônsul do Equador, Dr. Marco Larrea, que use da palavra.

 

O SR. MARCOS LARREA - Boa noite a todos. Deputado estadual Dr. Itamar Coppio, professor titular do ICHC USP; Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor de transplante da BP e Santa Casa de São José dos Campos; Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, desembargador Dr. Luiz Augusto de Salles Vieira; ex-governador Geraldo Alckmin, senhoras e senhores, é um privilégio para mim estar neste momento acompanhando a concessão do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo aos dois médicos homenageados por sua grande contribuição para a cidade de São Paulo. Em particular considero o nosso doutor equatoriano compatriota, Jorge Marcelo Padilla Mancero, o honorável tributo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em um reconhecimento que acompanha o alto nível do profissional, o conhecimento avançado e o sentido profundo humanístico e ético que permitiu transcender no exercício desta nobre profissão, e que você é um exemplo que preenche todos os equatorianos com orgulho.

Portanto, em nome do embaixador do Equador no Brasil, Diego Rivadeneira, e em meu próprio, eu quero transmitir os nossos sinceros parabéns e orgulho de continuar nesse caminho de sucesso em que você tem se destacado com vocação, compromisso e sabedoria. E contém desejo imenso para servir aos outros refletido em um atendimento de qualidade permanente aos seus pacientes, demonstrando que o verdadeiro significado da medicina é fornecer um serviço que busca o bem-estar e saúde das pessoas.

Meus parabéns para todos os familiares dos homenageados, especialmente a família Padilla Herrera, compatriotas que acompanham neste tributo tão importante. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Fechando essa primeira fase, convido agora o meu amigo, meu colega, colega meu, do Carneiro, do Celso – da Faculdade de Medicina de Taubaté –, o nosso grande e sempre governador Geraldo Alckmin. Uma salva de palmas para o Geraldo. (Palmas.)

 

O SR. GERALDO ALCKMIN - Boa noite a todas e a todos, cumprimentar o deputado Dr. Itamar Coppio, a Margarida aqui presente, o Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, sua esposa Ivete e os familiares; o Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, sua esposa Silvana; o nosso cônsul-geral do Equador em São Paulo, Marco Larrea; desembargador Dr. Luiz Augusto Salles Vieira.

Amigas e amigos, permitam uma saudação afetiva ao professor José Otávio Costa Auler, último diretor da Faculdade de Medicina da USP, professor titular de anestesiologia da Faculdade de Medicina – nada dessas histórias bonitas de transplante ocorreria sem nós anestesistas. Celso Iervolino, da nossa primeira turma.

Fazer minhas as palavras aqui do Itamar, especialmente em relação ao xadrez, dizer que em relação às medalhas do basquete há controvérsia, e trazer aqui duas reflexões: o senhor foi muito feliz, Itamar, em prestar esta homenagem da Assembleia de São Paulo. Uma reflexão da importância das instituições: de um lado o Hospital das Clínicas, nessa época que está em moda falar mal de serviço público, de tudo que é público. Nós temos aqui um grande exemplo de um dos melhores hospitais do mundo, aliás, Incor, público; Dante Pazzanese, público; Instituto do Câncer, público; Hospital das Clínicas, público.

É impressionante como instituições sólidas são necessárias para a sociedade. E as outras são a Santa Casa de São José dos Campos e a Beneficência Portuguesa, aliás, duas heranças de Portugal, duas boas heranças lusitanas – Santa Casa de Santos é de 1543, Brás Cubas. Santa Casa de São Paulo, 1560.

Eu nasci na Santa Casa de Pindamonhangaba, meus três filhos nasceram na Santa Casa de Pindamonhangaba, aliás, quem impulsionou as Santas Casas de Misericórdia foi a rainha Leonor de Lencastre, uma das mulheres mais ricas da Europa, rainha de Portugal, época das grandes navegações. E a rainha Leonor dizia: “Quando eu morrer, eu quero ser enterrada no lugar de passagem. Que todos pisem sobre a minha campa para lembrar a pequenez das coisas materiais frente à grandeza da eternidade”.

Uma mulher que impulsionou as Santas Casas de Misericórdia na Europa, Portugal, e por consequência aqui no nosso País, e que até hoje a gente tem os frutos desse trabalho. A gente vê com alegria a Santa Casa de São José dos Campos pontificando em um dos momentos mais difíceis da Medicina que é transplante, e transplante de fígado ainda, extremamente sofisticado.

E abraçar aqui dois grandes médicos. Eu não conhecia o Dr. Jorge Padilla, mas quero cumprimentá-lo pelo seu trabalho aqui na Beneficência Portuguesa, lá em São José, na nossa Santa Casa com o Dr. Itamar Coppio. De outro lado o Carneiro, nosso colega. Para nós, Celso, é uma alegria um colega nosso de escola fazer uma carreira acadêmica tão brilhante como médico, cirurgião, pesquisador, professor, diretor do departamento e um visionário, um homem à frente do seu tempo: primeiro transplante de fígado em paciente com febre amarela do mundo, transplante de útero de cadáver, primeiro do mundo , a área do intestino, em fina vanguarda da ciência.

Trazer um abraço aqui muito afetivo, para nós é o Guti, e para nós, Itamar – do Vale do Paraíba –, este encontro nesta noite consagra a frase de José Bento Monteiro Lobato, que dizia que o Vale do Paraíba é a terra roxa do talento e da aptidão. Parabéns a vocês.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Neste momento daremos início às homenagens desta noite. Convidamos o deputado Dr. Itamar Coppio para fazer a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, diretor de transplante da BP e Santa Casa de São José dos Campos.

 

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- É feita a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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O SR. JORGE MARCELO PADILLA MANCERO - Boa noite a todos. Quero cumprimentar os membros que compõem esta ilustre Mesa, primeiro deputado Dr. Itamar; ex-governador de São Paulo, Dr. Geraldo Alckmin; cônsul do Equador, Marcos Larrea; desembargador Luiz Augusto de Sales Vieira.

Queridos amigos, fico muito lisonjeado em estar aqui para comemorar esta homenagem. Faço extensivas para todos que trabalham na família do transplante. Apenas os represento, nosso trabalho está sendo reconhecido por esta nobre Casa, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com seu representante ilustríssimo, deputado Itamar Coppio.

O transplante de fígado requer muito esforço, dedicação e carinho, mas sempre que vemos todos nossos pacientes felizmente transplantados e com uma nova oportunidade de vida, esse é o nosso verdadeiro comprometimento e é a verdadeira comemoração desta noite.

Desde 1995, quando cheguei no Brasil, comecei a trabalhar com transplante com meu mentor e mestre, professor Luiz Carneiro, que me deu esta oportunidade, acreditou no meu potencial e soube me ajudar nas horas difíceis. A ele meus mais sinceros agradecimentos. E o destino o quis assim: deixar novamente registrada na história o mestre e o discípulo juntos nesta homenagem. (Palmas.)

Nesses quase 25 anos na Beneficência Portuguesa e na Santa Casa de São José dos Campos, inúmeras pessoas nos apoiaram e é também a hora de agradecê-las. In memoriam, recordado missionário Antônio Ermírio de Moraes, com sua filosofia que a Saúde tinha que ser igual para todas as pessoas e de alta qualidade. Ao senhor presidente da Beneficência Portuguesa, Rubens Ermírio de Moraes. Ao recordar o Dr. João Salvestrin, ex-diretor da Beneficência Portuguesa e ao Dr. Luiz Eduardo Loureiro Betarello, seu atual diretor-médico da Beneficência Portuguesa.

A toda diretoria administrativa do maior complexo privado da América Latina, denominada Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Agradecer a parceria e os ensinamentos da equipe cirúrgica e clínica de patologia, chefiada pelo professor Luiz Carneiro e o professor Adávio de Oliveira e Silva e todos os colegas cirurgiões. O professor Carneiro deve lembrar: Túlio, José Luiz, Edilson, Adriano, Marcelo Ribeiro, Franco Serpa, colegas do recordado Cetefi.

A equipe de anestesia da Beneficência Portuguesa, vocês que pilotam e comandam as largas horas de voo, às vezes com turbulências e panes, através dos doutores Cláudio Zetti e João Soares Almeida Júnior como diretores. Quero fazer extensivo a todos seus membros, obrigado por seu tempo e compreensão. Como o Geraldo falou, sem eles não seria possível fazer o transplante.

Para minha equipe cirúrgica da Beneficência Portuguesa, Dr. André Davi, que compartilha a coordenação técnica do transplante; nossos bons e reconhecidos colegas médico-cirurgiões: Dr. Gilberto Peron Junior, Dr. Arnaldo Bernal, Dr. André Pereira, Dr. Felipe Borges; nossos residentes, Thiago Emmanuel, Stephanie, Vanessa, Amanda e todos os residentes que formam a equipe. E muitos que estão formados e trabalham neste Brasil continental e na América: Dr. Edmond, Dr. Eduardo Benedetti, Dra. Ângela Caputo, Dr. André Capelozza, entre outros.

Agradeço a paciência de nossa equipe clínica, Dr. Rogério Alves e Dra. Luana. A toda equipe de enfermagem por sua organização e carinho com nossos transplantados, a enfermeira Mara, enfermeira Amanda, Paula, Andreia e todo o pessoal de enfermagem da Beneficência Portuguesa. Não posso esquecer das nossas incansáveis instrumentadoras, obrigado por aguentar principalmente os cirurgiões estressados nas horas difíceis, enfermeira Débora, Paula e Tati Luzia.

Agora também quero agradecer a Santa Casa de São José dos Campos, onde iniciamos o projeto do transplante em 2009. Como já falou o Dr. Itamar, tem toda uma história junto com o professor Carneiro. Primeiramente, como disse, a gente engatinhava, fazia as primeiras cirurgias hepatobiliopancreáticas e depois foi se amadurecendo para depois iniciar o transplante do fígado. É todo um caminho. Nada nasce por acaso, tem que ser construído.

Agradeço ao provedor in memorian, Roberto Porto, que acreditou no projeto do transplante; o Sr. Ivan Molina, atual presidente e todos os membros da mesa provedora. Paulo, como administrador, pelo esforço e apoio para o bom andamento do programa do transplante. Igualmente aos colegas cirurgiões que trabalham lá em São José dos Campos, Dr. Itamar, doutor, que por certo, é verdade, de coração, o senhor é o melhor primeiro auxiliar no transplante fígado. André Pereira, Dr. Gilberto, Dr. Arnaldo, Dr. André Davi e todos os residentes.

Não é fácil assumir uma responsabilidade e sustentá-la, envolve muitos sacrifícios, principalmente com nossos familiares. Também meus sinceros agradecimentos aos médicos anestesistas, mais uma vez Dr. Alckmin, Fernando, Bruno, Thiago, Daniel, Renata, Carol, Pablo e Aparecida pelas eternas horas de dedicação, compreensão, profissionalismo e pelo apoio nesses longos anos. Sem vocês não teria sido possível manter este programa de transplante.

Igualmente aos nossos médicos da UTI, principalmente Dr. Hamilton pelas nossas longas horas de discussão e preocupação em benefício aos nossos transplantados, também vão meus agradecimentos.

Para a Dra. Mariana Sala, incansável patologista, exemplo de trabalho e dedicação para a melhora de nossos transplantados. Igualmente para a enfermeira Dalila, pelo seu desempenho, profissionalismo e seriedade. Todos esses atributos contribuem para a continuação de nosso centro de transplante.

E queria fazer extensivo a todas as enfermeiras da Santa Casa, pessoal como Lucimara, centro cirúrgico, UTI e todas as enfermeiras que trabalham nos andares. A todos os técnicos de enfermagem pelo carinho, excelência nos cuidados para um bom andamento de nosso programa. Enfim, a todas as pessoas que fazem a Santa Casa, equipe multidisciplinar, pessoal da administração, CMI, motoristas - e muitas das vezes saímos de São José dos Campos de madrugada e os motoristas nos trazem para São Paulo, justamente para evitar algum perigo na estrada. E obrigado, Santa Casa, por acreditar na família do transplante.

Quero dar uma atenção especial para Itamar, com carinho e respeito para nós, Papito. Positividade, otimismo, trabalho e uma pessoa íntegra o definem, deputado Itamar. Assim suas ideias e projetos foram plasmados na sua brilhante trajetória, como exemplo, levar o transplante para Santa Casa São José dos Campos em benefício de mais de 2 milhões de pessoas do Vale do Paraíba. Até o momento mais de 270 transplantes já foram realizados com ótimos resultados, com o programa consolidado em quase dez anos de trabalho. Meus eternos parabéns. E como disse a canção do Milton Nascimento: “Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração e do lado esquerdo do peito”. Obrigado por sua amizade. (Palmas)

Agora, amor, confiança, amizade, tristezas e alegrias – essas palavras definem minha relação com minha querida esposa Silvana. Obrigado pelos 25 anos que estamos juntos, com nossos frutos Marcelo e Mateus. Obrigado pela compreensão e me perdoe por muitas vezes não estar ao seu lado e me privar de alguns momentos importantes dos nossos filhos, mas nasci para essa nobre tarefa de salvar vidas.

Pergunto-me qual é o meu legado. A busca pode ser complicada, mas deveria ser muito simples. Sou pai, sou irmão, sou filho, sou amigo, sou um médico. Eu vivo de alguma maneira para deixar minha marca na história e me respondo: meu legado são meus pacientes, suas tristezas, suas alegrias e incertezas, suas vidas e suas famílias. Vocês são minha alegria, vocês são meu legado. Obrigado a todos.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O segundo homenageado da noite é o Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque. Gostaríamos de ler algumas palavras enviadas por seus seis irmãos.

Mensagem da Clodes: “Aquele menino que corria na fazenda Sindote, cresceu em Guariba, fez vestibular de medicina em Taubaté, superou dificuldades, realizou seu sonho, transformou-se em referência e conquistou reconhecimento. Seu caminho percorrido é de orgulho para toda nossa família Carneiro. Guti, essa homenagem é merecida e nos deixa muito orgulhosos e felizes. Beijos no seu coração”.

Mensagem do Flávio: “Ao meu irmão Luiz, que após a partida de meu pai tornou-se o exemplo a ser seguido; homem de lutas, conquistas, caráter e, acima de tudo, equilíbrio em ações e decisões. Lastro de uma família. Orgulho dos Carneiro. Minha homenagem ao Guti!

Mensagem da Sônia: “Sei que posso contar com você e isso me dá um conforto e alegria sem igual. Sinto orgulho de compartilhar esses momentos de conquistas, reconhecimentos e homenagens que tem recebido. Parabéns e mais sucesso! Irmão é mais que uma família, é um amigo de sangue para toda vida e para sempre, uma infância lembrada com segurança em outro coração. Minha gratidão a você.

Mensagem da Vanda: “Sabemos, Guti, o quanto você batalhou. É merecedor dessa homenagem. Sou orgulhosa de ser sua irmã. Beijos, Vanda”.

Mensagem da Maria Luiza: “Durante um tempo foi o nosso ‘caçula’, que as irmãs tanto protegiam, e hoje tornou-se o nosso porto seguro nos assuntos ligados à saúde e família. Estaremos unidos em nossos corações nessa linda e merecida homenagem, uma vez que a distância nos impede de estarmos em São Paulo. Pelo que conhecemos de você, ainda pretende conquistar novos caminhos. Beijos. Maria Luiza e Ivan”.

Mensagem do Toni: “Irmão batalhador, homem de palavra, conciliador e exemplo familiar, cultivador de nossas origens, caráter firme e incansável profissional. Seu foco sempre foi, será, crescer profissionalmente. As conquistas chegaram junto com seu reconhecimento. Só posso dizer que te admiro muito e parabenizo-o pela justa e merecida homenagem”.

Vamos registrar também palavras dos seus quatro filhos.

Mensagem da Juliana: “Quando éramos crianças e tínhamos que pedir alguma coisa, sempre torcíamos para aparecer um fígado ou uma cirurgia sem que tivesse intercorrências, e assim sabíamos se íamos conseguir um sim. Assim, aprendemos a ser tão éticos, responsáveis e, o mais importante, a ter amor e dedicação pela profissão que escolhemos. Meu pai sempre me ensinou que só através de muita dedicação, esforço e amor por tudo que realizamos nos tornaríamos profissionais e pessoas melhores. Tenho um orgulho enorme desse pai que tanto amo”.

Mensagem do Luís Augusto: “Amor à profissão, dedicação e ética. Palavras que definem esse grande médico! Sempre disposto a fazer o máximo e se tornar melhor ajudando o próximo! Este médico construiu esse legado levando essas atitudes no seu dia a dia e construiu uma família da mesma forma. É um orgulho imenso tê-lo como pai. Um exemplo de quem faz o que ama e constrói uma família unida, que se ama. Nos torna pessoas melhores a cada dia. É sua essência. Amamos você e estaremos sempre juntos. Grande beijo. Lu”.

Mensagem da Paty: “Pai, você foi meu primeiro grande amor! Todos dizem que somos parecidos, ‘o nariz é igual ao meu e do Joca’, e acho que herdei de você toda a sensibilidade e caráter. Sempre esteve ao nosso lado, mesmo se dedicando tanto à sua amada profissão. A vida nos deu um grande susto quando minha mãe se foi, mas você mais uma vez nos surpreendeu e nos pegou no colo, mesmo muito abatido, se preocupando em deixar a família sempre unida, sempre juntos. Hoje é meu pai-mãe. Pai, te amo e sou sua fã. Beijos”.

Mensagem da Carol: “Meu pai, sempre foi inspirador ver o encontro de talento, dedicação e amor. É a tríade do sucesso. Eu sempre soube, porque tive a sorte de crescer vendo isso todos os dias. Você é merecedor de todas as homenagens. Obrigada por inspirar, cuidar e, mais que tudo, a nos ensinar a pensar”.

Mensagem do Caio ao vovô: “Você é o nosso Messi”.

Agora uma homenagem da enteada Maria Clara: “Que sorte a minha ter um exemplo como meu padrasto. Ensina-me diariamente como ser mais humana, como lutar pelos meus pacientes e por uma medicina de excelência. Ele me mostra todos os dias que esforço e dedicação serão sempre recompensados. É uma honra, um privilégio. Parabéns por mais uma homenagem”.

Neste momento convidamos o ex-governador Geraldo Alckmin para fazer a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao professor Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque.

 

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- É feita a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Com a palavra o professor Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque.

 

O SR. LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D’ALBUQUERQUE - Prezados senhores, autoridades – que eu não vou nominar a todos novamente em função do adiantado da hora –, amigos, eu queria saudar o meu grande amigo, irmão Fausto Rossi e em nome dele saúdo a todos os amigos de infância, de faculdade e família, a quem eu saúdo aqui em nome da dona Terezinha, minha sempre sogra e que eu estou muito feliz de estar aqui.

Nos fins dos anos 1990, por cerca do ano 2000, se não me falha a memória – não é, Itamar –, o deputado Itamar Coppio, velho amigo dos tempos da Faculdade de Medicina de Taubaté, e um homem sonhador, empreendedor, nos procurou em congresso médico, lá era fora de São Paulo, em que estávamos fazendo uma palestra sobre transplante de fígado – na verdade ele lembrou que era sobre um tips, um preparo que a gente fazia para o transplante.

A conferência abordava nossa experiência no transplante de fígado baseado naquilo que fazíamos no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde era a área em que eu mais atuei. Após a conferência, no café, convidou-me a montar um centro em São José dos Campos. Na verdade, foi uma surpresa que para mim soou como um misto de desafio e sonhos imensos do Itamar, que é muito entusiasmado.

Naquele tempo eu já tinha uma vida muito corrida, pois era assistente do Grupo de Fígado do Hospital das Clínicas de São Paulo, era responsável pelo Cetefi na Beneficência Portuguesa, que era um serviço grande que nós mantínhamos 30, 40 doentes internados, 600, 700 cirurgias/ano, com residência etc., atividades de consultório. Aquele convite naquele momento me pareceu fora do contexto, mas como gostava e respeitava muito o Dr. Itamar, resolvi fazer uma visita a São José dos Campos.

Lá fomos recebidos pelo provedor Porto, pelo administrador Benjamin, e percorremos a Santa Casa e notei uma vontade fora do comum de implantar um centro de referência hospitalar de alto nível. Após algum tempo resolvi aceitar, após pressão continuada do Dr. Itamar, esbanjando entusiasmo e sonhos. Na época, nossa proposta foi a de iniciarmos com uma unidade de cirurgia hepatobiliopancreática e, após a consolidação, então poderíamos passar ao transplante.

No fundo, apesar da recepção entusiasta e da vontade local, a ideia de transplante ainda parecia inviável, dada a complexidade do transplante e da quantidade de ações necessárias para sua implementação. Por outro lado, queríamos muito concretizar a ideia, pois sabemos do impacto positivo que um programa que transplantes leva ao hospital.

Assim iniciamos o núcleo de cirurgia hepatobiliopancreático e nesse grupo nós contávamos com Dr. José Luiz Copstein, o Jorge Mancero aqui homenageado, o Fran Serpa, o Christian Evangelista - que hoje está em Blumenau, chefia um programa lá -, e como parte da nossa equipe pelo grupo da Santa Casa o Dr. Itamar, o Cléber Nassif e o Dr. Otto, e contávamos com apoio-auxílio no centro cirúrgico do Dr. Lazaro e do professor Adriano Miziara, também da Escola Paulista de Medicina, que ia operar conosco lá.

E começamos a trabalhar, e o núcleo foi-se modelando com a incorporação da Dra. Maria Beatriz, hepatologista, do anestesista Fernando, que era recém-chegado da Unicamp, onde havia trabalhado, e com o apoio do Dr. Hamilton na UTI. Fizemos semanalmente verdadeiros mutirões de cirurgias do fígado na Santa Casa, e o serviço foi tomando forma, ainda muito baseado no entusiasmo do grupo, na capacidade de superar dificuldades e do poder de adaptação e a metodização, que foi o grande segredo.

Não gosto da palavra “improvisação”, ela é ruim em cirurgia, mas as adaptações feitas com planejamento, simplificações de condutos e protocolo foram essenciais para implantar-se um centro de suporte em uma Santa Casa, que na época tinha um perfil diferente do que a de hoje.

Pudemos confirmar o conceito de que o transplante muda o perfil do hospital onde ele se instala, tornando-o melhor, mais completo e mais ágil, e notamos que essa transformação começou a tomar forma numa Santa Casa mais preparada e adaptada ao transplante. Novo centro cirúrgico, nova UTI, novo prédio, quando o governador Geraldo Alckmin, na época, fez a ampliação da Santa Casa de lá, e nós estávamos operando no centro cirúrgico velho e depois passamos ao centro cirúrgico novo. E também vimos a aquisição de muitos aparelhos, incorporando-se novas tecnologias.

O começo foi muito difícil, muito cansativo, porque saíamos de São Paulo, fazíamos muitas cirurgias, mas vencemos a inércia e demos ao Vale do Paraíba um programa ativo seis, sete anos após a nossa primeira visita ao hospital. As coisas começaram a caminhar sozinhas, mudanças de nomes ocorreram, como é natural nessas situações, uns desistiram de ir ao hospital e outros se juntaram, como já foi dito aqui, e um novo núcleo de profissionais, agora muito mais unidos e autenticamente envolvidos com o hospital, se formou. Sempre com o mesmo objetivo, o de viabilizar o programa de transplantes e de cirurgia HBP no Vale do Paraíba.

E assim o programa de transplantes foi iniciado, com suor, transpiração, mas muita vontade. Após os dias ou noites no centro cirúrgico sempre comemorávamos o que havia sido feito com uma refeição nos melhores restaurantes de São José, especialmente aquele peixe do Vila Velha, que ainda dá saudade. Neste grupo a vontade não faltava, entusiasmado e sempre cultivado dia a dia. E de repente o programa cresceu, um caso de sucesso e alguns insucessos, mas aprendemos a ultrapassar obstáculos e continuar caminhando com olhar no futuro. E assim fomos ganhando corpo, com novos pacientes, e começamos a colher os frutos.

Em 2008 prestei concurso para professor titular da FMUSP, assumindo o cargo de professor titular, passando a ser responsável pela unidade de transplantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – o maior e mais tradicional centro de transplante de fígado do País. Naquele momento o transplante do HC da FMUSP não vivia um bom momento e ao vencer o concurso fui designado para transformá-lo novamente no maior e melhor centro do País. Tinha missão de resgatar a autoestima perdida e colocar o serviço em sua real e tradicional liderança.

Ao assumir, notei que para alcançar esses objetivos teria que dedicar-me integralmente aos transplantes no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A tarefa era muito maior do que eu imaginei. Com muito pesar, resolvi que para cumprir essa promessa teria que transferir este novo centro em São José dos Campos e as responsabilidades na Beneficência Portuguesa para outros capazes de conduzi-los com os mesmos princípios com que criamos esses serviços e os viabilizamos.

Decisão muito difícil e sofrida, mas o novo desafio e compromisso assim o exigiu. Apesar da dor momentânea do abandono do convívio diário de amigos de muita data, muito antigos e que prezava muito e que aprendi a respeitar, e também das rotinas conhecidas, estava feliz por realizar o sonho da minha vida.

 Hoje posso dizer que foi uma decisão extremamente correta, pois o Dr. Jorge Padilla cumpriu e até ultrapassou os objetivos propostos quando transferimos para ele o serviço da Santa Casa de São José dos Campos. Hoje na Santa Casa de São José dos Campos são 270 transplantes de fígado, sendo o terceiro maior centro do interior, somente perdendo para duas universidades muito ricas e tradicionais. Mas o Dr. Jorge já se aproxima muito desses números dessas instituições. Assim gostaria de parabenizar o Dr. Jorge por essa condução séria e muito honesta.

Eu sigo minha carreira no transplante da USP e o meu limite, posso dizer que a missão a mim confiada, acredito, também foi cumprida, Jorge. O HC é hoje o maior hospital de transplantes do País, temos uma sobrevida superior a 90% nos transplantes, embora recebamos os casos mais complexos e muitas vezes que são referendados por outros centros de transplantes, que não têm capacidade de realizar esses transplantes e nos encaminham os casos mais complexos. Isso então é uma prática diária para nós que estamos aqui.

Além disso, treinamos e educamos, temos programas ligados ao Ministério da Saúde, a quem já tutoramos vários centros pelo País. Aqui no estado de São Paulo nós atualmente tutoramos o hospital da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp, onde nós temos um programa ativo e que tem uma sobrevida superior a 94%. Procurar cumprir todas as missões e responsabilidades com excelência é a nossa missão assistencial, acadêmica e na área de inovação.

Nestes anos no HC procuramos melhorar a estrutura física junto com nosso departamento de gastroenterologia, em parceria com os professores Ivan Cecconello e Flair Carrilho, que estão aqui presentes, meus amigos e parceiros, e também da alta administração do complexo.

Em função disso temos uma nova UTI, que é referência em treinamento para médicos hoje do País, recebemos anestesistas e pessoal de UTI, médicos de todo o País para treinamento. Estamos terminando uma casa de apoio aos transplantados e estamos aguardando o término de duas novas salas do centro cirúrgico, com a mais moderna tecnologia.

Gostaria de ressaltar o apoio constante de nosso diretor da Faculdade, o Sr. José Otávio, que está aqui presente também, e o apoio sempre do nosso querido amigo Antônio José Rodrigues, o nosso Tom Zé, pelo apoio e pelo fenomenal trabalho de gestão frente ao nosso querido HC.

Trabalhamos muito também para manter a liderança científica, e para isso a inovação é o desafio cotidiano. Nos últimos anos atuamos muito nesse sentido, inovamos a realizar em 2014 o primeiro transplante multivisceral do País em hospital público, e em 2007 ao realizarmos o primeiro transplante intestino isolado com sobrevida no Brasil. Montamos o Centro de Reeducação Intestinal junto com a nossa nutrição do Departamento de Gastro e a Cirurgia do Aparelho Digestivo, e atualmente nós temos 17 doentes em nutrição parenteral – são doentes que não se alimentam por boca por meses e até por anos, e que nosso programa de transplante de intestino tem lutado para melhorar esta qualidade de vida.

E nós estamos muito entusiasmados, na quinta-feira da semana passada realizamos mais um transplante no paciente encaminhado com uma grande catástrofe abdominal, com múltiplas cirurgias prévias, e o doente, graças a Deus, está tendo uma evolução muito satisfatória.

Recebemos doentes de todo o Brasil referendos por centros e pelo Ministério da Saúde para o nosso Programa de Transplante Intestino e Multivisceral, de reeducação intestinal – mais uma vez o estado de São Paulo suporta as complicações e os casos graves do Brasil e nisso São Paulo serve o Brasil muito bem, oferecendo esse tipo de atendimento a esses pacientes.

Em 2018 realizamos o primeiro transplante de fígado em paciente com febre amarela, pioneiro no mundo e já replicado na Argentina, Inglaterra, França e Holanda. Ainda estamos extremamente honrados com a repercussão do primeiro transplante de útero com doadora falecida, e que gerou uma criança saudável e agora com mais de um ano, a Luiza. Publicamos esse trabalho na “The Lancet”, a maior revista médica, e este artigo é o décimo artigo mais visitado da revista em seus 158 anos. Esse artigo teve quase 13 milhões de acessos, realmente é um fenômeno em termos de literatura.

Nesta última semana recebemos a notícia de que vencemos o prêmio “Faz a diferença” do jornal “O Globo”. Ao professor Wellington Andraus, que está aqui também, à ginecologia a quem presto homenagem na pessoa do Dr. Dani Ejzenberg, que está aqui, e ao professor Baraka, parceiros no projeto que caracteriza a importância da multidisciplinaridade. Parabéns a toda equipe por esse prêmio que muito honra a nós e ao Hospital.

Quero agradecer aqueles que trabalham comigo no HC, professor Ivan Cecconello, professor Flair Carrilho, o professor Wellington Andraus, o Rodrigo Bronze, Vinícius Rocha, a Luciana Haddad, que está aqui, Liliana Ducatti, Rubens Macedo, o Lucas Nassif, Rafael Pinheiro, Daniel Waisberg, professor Alberto Farias, que ficou conosco muitos anos, nosso amigo pessoal, e Débora Terrabuio, que agora assume o papel de hepatologista no nosso serviço. As secretárias Maria Elise e Fátima, enfim, todos que dividem conosco a tarefa de dignamente representar o complexo HC nas nossas atividades diárias, na assistência, ensino, pesquisa e inovação.

Finalmente, gostaria de agradecer nessa homenagem aos meus filhos, Juliana, Patrícia, Caroline, Lu, aqui, e aos meus netos todos, hoje a família é grande, crescemos bastante. E a minha esposa Ivete, pois todo esse trabalho acarreta sacrifícios automáticos e eles são repassados a vocês. Aproveito aqui para dar boas-vindas a minha enteada Maria Clara na carreira de médica cirurgiã.

E finalmente queria citar Bob Dylan, o Jorge citou um autor nacional, mas eu vou citar Bob Dylan, cantor, compositor e prêmio Nobel de literatura em 2017, que diz: “O homem é um sucesso se ele acorda de manhã e vai dormir à noite tendo realizado no meio disso aquilo que escolheu fazer”.

Assim agradeço a Deus por assim pautar minha vida e por poder influenciar pessoas a viver dentro deste princípio. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Eu queria convidar agora a Silvana, esposa do Dr. Jorge, e a Ivete, esposa do Dr. Carneiro, que viessem aqui na frente para receber um mimosinho que a minha esposa Margarida vai entregar a vocês.

 

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- É feita a entrega de flores.

 

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- O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Pessoal, está no finalzinho, depois vamos comemorar com um coquetel, homenageando os nossos grandes doutores.

Eu vou sair um pouquinho do protocolo, muito rápido, mas dizer que hoje, nada acontece por acaso, tudo isso, é aniversário da minha esposa Margarida. Então uma salva de palmas para a Margarida. (Palmas.)

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades presentes, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria-Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Declaro encerrada a presente sessão e convido a todos para um coquetel que será servido logo ali atrás no Salão Nobre Waldemar Lopes Ferraz. Muito obrigado a todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 25 minutos.

 

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