22 DE FEVEREIRO DE 2019
5ª SESSÃO SOLENE DO PERÍODO ADICIONAL - HOMENAGEM AOS
SENHORES PROFESSOR DOUTOR LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D'ALBUQUERQUE E DOUTOR JORGE
MARCELO PADILLA MANCERO COM A OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO
DO ESTADO DE SÃO PAULO
Presidência: DR. ITAMAR
RESUMO
1 - DR. ITAMAR
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, anuncia a
composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE DR. ITAMAR
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão
solene, em "Homenagem aos Senhores Professor Doutor Luiz Augusto Carneiro
D'Albuquerque e Doutor Jorge Marcelo Padilla Mancero com a Outorga do Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo", por solicitação deste deputado, na
direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional
Brasileiro". Destaca a justeza da homenagem a ser prestada nesta sessão.
Faz histórico de sua amizade com vários membros da Mesa. Elogia a trajetória
profissional e acadêmica dos homenageados. Comenta as ações de Geraldo Alckmin,
quando governador, na área da Saúde. Anuncia a exibição de vídeo com
depoimentos acerca dos homenageados.
4 - MARCO LARREA
Cônsul do Equador, parabeniza os
homenageados e deseja-lhes sucesso continuado na sua profissão. Afirma que o
trabalho do Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero enche de orgulho todos os equatorianos.
5 - GERALDO ALCKMIN
Ex-governador do estado de São Paulo, tece
comentários sobre a importância das instituições sólidas, mencionando
diversos hospitais públicos brasileiros de alto nível. Discorre sobre a
história das Santas Casas de Misericórdia. Enaltece os homenageados, pelo seu
trabalho.
6 - PRESIDENTE DR. ITAMAR
Presta homenagem, com a entrega do Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo, ao Dr. Jorge Marcelo Padilla
Mancero, diretor de transplante da Beneficência
Portuguesa e da Santa Casa de São José dos Campos.
7 - JORGE MARCELO PADILLA MANCERO
Diretor de transplante da Beneficência Portuguesa e da Santa
Casa de São José dos Campos, agradece pela homenagem recebida. Expressa sua
alegria ao ver os pacientes que receberam transplantes ganhando uma nova
oportunidade de vida. Tece elogios ao Dr. Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque,
a quem considera seu mestre. Faz agradecimento a diversos colegas de trabalho. Enaltece
o deputado Dr. Itamar. Frisa a importância do apoio que recebe de sua família.
8 - IZABEL DE JESUS PINTO
Mestre de cerimônias, lê depoimentos
dos irmãos e filhos do Dr. Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque.
9 - GERALDO ALCKMIN
Ex-governador do estado de São Paulo,
presta homenagem, com a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo
do Estado de São Paulo, ao Dr. Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque, professor
titular do Instituto Central do Hospital das Clínicas da USP.
10 - LUIZ AUGUSTO CARNEIRO
D'ALBUQUERQUE
Professor titular do Instituto Central do Hospital das
Clínicas da USP, relata a implantação de centro de
transplante de fígado na Santa Casa de São José dos Campos, por iniciativa do
deputado Dr. Itamar. Discorre sobre os efeitos positivos que a implantação de
um programa de transplante tem sobre o perfil de um hospital. Tece elogios ao
Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero,
que o sucedeu na Santa Casa de São José dos Campos. Descreve sua
atuação como diretor do centro de transplantes do Hospital das Clínicas da USP.
Agradece a vários colegas de trabalho e à sua família.
11 - PRESIDENTE DR. ITAMAR
Presta homenagem, com a entrega de flores, às esposas dos
homenageados. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Dr.
Itamar.
* * *
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS
PINTO - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos
bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene
tem a finalidade de prestar homenagem ao Dr. Jorge Marcelo Padilla
Mancero e ao professor Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque.
Convidamos para compor a Mesa: o deputado estadual Dr.
Itamar Coppio ; o Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor
da divisão de transplante de fígado e órgãos do aparelho digestivo do HC da FMUSP
e professor titular da disciplina de transplante de fígado e órgãos do aparelho
digestivo, da Faculdade de Medicina da USP; o Dr. José Marcelo Padilla Mancero, diretor do Serviço
de Transplante de Fígado da BP e da Santa Casa de São José dos Campos; o
desembargador Dr. Luiz Augusto Vieira de Souza; o sempre governador Geraldo Alckmin; o Sr.
Marco Larrea, cônsul do Equador em São Paulo.
Com a palavra, o proponente desta sessão solene, o
deputado estadual Dr. Itamar Coppio.
O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Boa noite a todos. É um grande prazer estarmos aqui neste dia para
homenagear dois ícones da Medicina do Brasil, aqui de São Paulo, o professor
Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque e o Dr. Jorge Marcelo Padilla
Mancero.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Nos termos regimentais esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e
meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa,
deputado Cauê Macris, atendendo à solicitação deste deputado, com a finalidade
de homenagear os Srs. Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque e o Dr. Jorge
Marcelo Padilla Mancero,
outorgando-lhes o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
Convido a todos os presentes para, em posição de
respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Comunicarmos aos presentes que esta sessão solene está sendo
transmitida ao vivo pela TV Alesp e será retransmitida no domingo, dia 24 de
fevereiro, às 21 horas pela TV Assembleia, pela NET canal 7, pela TV Vivo canal
9 e pela TV Digital canal 61.2.
Queria citar algumas autoridades aqui presentes, o
professor Dr. Ivan Cecconello, presidente do Conselho Diretor do Icesp -
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, professor titular de cirurgia do
aparelho digestivo da Faculdade de Medicina da USP; Sílvio José Tavares,
representando o deputado federal Milton Vieira; Antonio Celso Lerário
Iervolino, nosso amigo, colega da primeira turma da Faculdade de Medicina de
Taubaté.
Professor
Flair José Carrilho, professor titular do departamento de Gastroenterologia,
da Faculdade de Medicina da USP; Dr. Wellington Andraus, coordenador do Serviço
de Transplante de Órgãos Digestivos do Hospital das Clínicas; professor Alberto
Queiroz Farias, professor associado da Faculdade de Medicina da USP; Adonias
Araújo, representando o diretor da provedoria da Santa Casa, e representando o
provedor Ivan Molina. O Tom Zé, superintendente do Hospital das Clínicas,
também presente aqui, um grande abraço, tudo bem?
Vamos seguir, dizer primeiro que é uma grande honra
para nós homenagearmos o Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, meu amigo,
meu colega de faculdade de medicina, aqui tem uma turma batuta da faculdade de medicina,
tem aqui diretor da Divisão de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo
do Hospital das Clínicas da USP; professor titular da disciplina de transplante
de fígado e órgãos do aparelho digestivo da Faculdade de Medicina da USP, e o
meu colega, amigo também, grande profissional da medicina, que cada dia eu
aprendo mais com ele, depois de mais velhinho e tal eu tenho ajudado – viu, Geraldo? –, ele disse que eu sou o melhor primeiro
auxiliar que ele conhece para retirar o fígado, e isso ele diz para fazer média
comigo, mas tudo bem. Diz que sou, não é, André? Então, Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, diretor do Serviço
de Transplante de Fígado da Beneficência Portuguesa e da Santa Casa de São José
dos Campos.
Eu quero inicialmente fazer um retrospecto muito
rápido do que representa isso para mim, eu que assumi a Assembleia Legislativa
por dois meses, muito rápido, e com esforço concentrado para tentar fazer
alguma coisa de bom para a população do estado de São Paulo. O meu compromisso,
quando eu assumi – eu fui duas vezes, em 2010 fui candidato, tive votação boa,
fiquei em primeiro, segundo suplente, não entrei, queria estar lá para ajudar o
Geraldo, que é um grande amigo, nosso sempre governador do Estado, que tanta
coisa trouxe para nós, para o Estado e para nossa região.
Vou dizer a importância do nosso sempre governador
Geraldo Alckmin, meu colega da faculdade, porque se não fosse a atuação dele, o
professor Carneiro não poderia ter implantado o transplante de fígado lá em São
José dos Campos. Daqui a pouco eu vou contar essa história muito rápida.
Queria cumprimentar o Dr. Luiz Augusto Salles
Vieira, desembargador, também da turma lá de Taubaté, Luiz Augusto é
desembargador do TJ, grande amigo, que eu fico muito feliz com a sua presença,
prestigiando, de Taubaté.
Nosso governador Geraldo Alckmin, nós vamos falar
depois muita coisa sobre ele, mas fico muito feliz, Geraldo, por você ter
prestigiado essa turma aqui da faculdade e dos amigos homenageando o professor
Carneiro e o Dr. Jorge Padilla. E o cônsul, Dr. Marco
Larrea, cônsul do Equador, que veio prestigiar, um
filho do Equador, que é cidadão joseense, ele e o Carneiro foram receber o
título de cidadão lá de São José dos Campos. Ele veio de Cuenca para servir na
residência do professor Carneiro, e ficou craque, viu Carneiro, é fora de
série, pode saber.
É isso aí mesmo, mas é um craque, grande professor,
o Dr. Jorge, eu tenho a honra de trabalhar com ele, é exemplo para nós todos,
tem uma escola agora de residentes e assistentes, como o professor Carneiro,
que tem gente do Brasil inteiro, fora do Brasil e até lá no Equador – o Francis
está lá no Equador, que é cria também aqui do Carneiro e ficou lá no Equador,
ficou em Quito.
Mas eu quero dizer o seguinte, bem rapidinho, que
nas nossas vidas e no nosso destino, nada acontece por acaso, nada acontece.
Veja só aqui, os nossos homenageados, Dr. Carneiro, colega da Faculdade de
Medicina, era contemporâneo da terceira turma, eu da quinta turma da Faculdade
de Medicina de Taubaté, e o Dr. Geraldo Alckmin, nosso governador, da sexta
turma, foi meu calouro.
Lá nós tínhamos uma convivência muito grande, muito
boa, e o Geraldo era um craque – é que ele era compenetrado e tudo – e nas disputas
das Intermed, ele era o campeão do xadrez, ele trazia sempre uma medalha do
xadrez para nós. Eu, na minha turma, eu era jogador de basquete, levamos três
medalhas do Estado de basquete também, lá. E o professor Carneiro estava lá,
foi presidente do diretório, como o Celso foi presidente, olha só, o governador
Geraldo Alckmin foi secretário lá no diretório do Carneiro. Não foi isso,
Geraldo? Então é a turma que era a turma de Taubaté da pesada, e foi reforçada
com o Dr. Jorge, que veio de Cuenca.
Então, veja bem, essas expressões políticas que nós
vimos, o professor Carneiro foi fazer carreira universitária na USP, venceu
prova de títulos, professor assistente, professor livre-docente, professor
titular na cadeira de transplantes. O Geraldo Alckmin, nosso governador, fez
uma carreira política maravilhosa, foi deputado. E eu tinha mais contato com o
Geraldo, porque nós éramos do MDB, e o Carneiro sumiu, ele foi embora, foi para
o HC, e eu só o vi depois. E ele foi para deputado estadual, federal, vice-governador,
governador, e fez muita coisa para nós, para o governo de São Paulo e para a
população de São Paulo. Só aqui na região nossa, duplicou a Tamoios, fez o
Hospital Regional de São José, deixou quase terminado o Hospital de
Caraguatatuba.
E mais uma coisa, quando eu vim a conhecer, ver o
Dr. Carneiro, eu fui levado pelo amigo do Cecconello, dos amigos do Flair, o professor Manlio Speranzini que foi meu professor, com quem eu fiz
residência. O professor Manlio chegou assim em 2000,
estava tendo um Congresso Mundial aqui em São Paulo, e falou: “Vem cá, tem um
cara aí batuta, bom de fígado, o cara é o que está bombando hoje”. Para minha
surpresa, quando eu fui lá – e a gente com problema grave no Vale Paraíba, ninguém
sabia mexer com tumores de fígado, a gente vivia trazendo aqui para o Silvano
Raia e outros, o professor Marcelo e tudo –, mas não sabia que o Carneiro
estava craque no tratamento das doenças do fígado, hepatobiliopancreática
e o transplante. Aí na hora que vi era o Carneiro, meu amigo – nós, os
familiares, chamávamos ele de Guti. Luiz Augusto,
amigo Guti, não é isso, Geraldo?
Fui lá: “Nossa, Guti, não tem jeito de você ir para
São José, fazer umas cirurgias lá em São José?” Depois você conta aquele
negócio, que eu quase matei você, de quatro cirurgias que nós fizemos num dia
só, quatro hepatectomias regradas. Ele fez num dia
quatro hepatectomias em São José, do SUS. Aí, o professor Carneiro, eu
conversei com ele e falei: “Poxa, você tem que ir a São José”. Ele assumiu esse
compromisso em 2002; nós de 2002 a 2009 montamos uma equipe com os residentes e
os assistentes dele em cirurgia hepatobiliopancreática.
Preparou, começamos a preparar, pensando no futuro
para fazer transplante, tornei-me um entusiasta do transplante, e realmente o
transplante é uma adrenalina só, é uma coisa muito louca, que envolve muita
gente, é um serviço extraordinário. E aí começamos a preparar, mas a Santa Casa
estava acanhada, não tinha estrutura suficiente. Lá vai o meu colega da
Faculdade de Medicina de Taubaté, que está aqui não é por acaso, que o Dr.
Geraldo está aqui, ele vai lá - estava uns paliteiro
lá, viu Luizinho - e termina o Hospital da Santa Casa, tinha 200 – não é,
Adonias? – foi para 300 leitos.
O Carneiro falou assim: “Ó, agora dá para a gente
pensar em fazer transplante de fígado”. Começou o transplante em São José dos
Campos, logo depois, 2009 fez o primeiro, assumiu a cátedra na USP, e veio o
Dr. Jorge Padilla. Se não fosse esse cara, esse
colega, não sairia, a continuidade do transplante seria impossível. Sujeito
extremamente abnegado, profissional da mais alta qualidade. Eu tive o prazer,
eu tenho o prazer diariamente de trabalhar com ele. Eu e o André, que é outro
assistente lá de São José. E trabalhar com o Dr. Jorge, cada dia é uma coisa,
ele faz cada absurdo, cada coisa absurda, no bom sentido, ele tira cada
situação de dificuldade. Dr. Jorge é um sujeito predestinado. Então, Dr. Jorge,
eu tive o grande prazer.
Não podia eu, sendo minha campanha “Doutor Itamar,
o deputado do transplante”, foi essa a minha campanha, mas eu fui trabalhando
pela amizade e pela participação com o Dr. Jorge e o Dr. Carneiro, e hoje eu
cheguei aqui na Assembleia Legislativa. E tenho procurado fazer muita coisa
importante e boa para São Paulo, procurando ajudar o Hospital das Clínicas -
que está com problema de leitos, que nós podemos resolver facilmente, com a
contratação de recursos humanos -, recurso para o Hospital das Clínicas,
criando uma OPO, Organização de Procura de Órgãos em São José dos Campos,
fazendo um projeto para que as aeronaves do Governo do Estado e da Polícia
Militar também tenham prioridade para os captadores de órgãos do estado de São
Paulo, enfim, criando o Centro Regional de Transplante de Órgãos de São José
dos Campos. E é isso, tenho procurado.
Então, eu quero encerrar aqui, contar essa história,
porque todo mundo aqui é partícipe dessa situação; parabenizar o Dr. Jorge
Padilla, grande amigo, grande colega, grande irmão, e o Dr. Carneiro, que é na
verdade quem iniciou todo esse processo, que é o esteio da grande maioria dos
médicos transplantadores do Brasil. Parabéns a vocês dois. Muito obrigado.
(Palmas.)
Bem, nós vamos assistir agora a um vídeo, o vídeo
está um pouco longo, 20 e poucos minutos, eu estou adiantando para você,
Geraldo, porque é o seguinte: os que então fariam uso da palavra aqui já estão
utilizando do vídeo, são pacientes operados, são colegas do Hospital das
Clínicas, da Beneficência, transplantados da Santa Casa de São José dos Campos,
enfim, a gama do mundo que vive esse transplante.
No começo, quando soltar o vídeo, vai ter um
helicóptero baixando, esse helicóptero foi o nosso primeiro transplante que
fizemos em São José dos Campos, e eu estou lá captando junto com o Dr. Giba,
Gilberto. Cadê o Giba? Dr. Giba, está lá conosco, e o Dr. Cléber. Então vai
chegar, e logo em seguida uma imagem do fígado ruim retirado da mão do
professor Carneiro, está o Dr. Jorge, eu, o Dr. Adriano também, toda a equipe
está lá, que foi sucesso o primeiro transplante feito pelo professor Carneiro e
o Dr. Jorge em São José dos Campos.
E depois vem a fala dos participantes, dos
professores, de todo mundo, Dr. Flair, do Ivan Cecconello, da turma de primeira
que faz a diferença na cirurgia, o Dr. Alberto está lá, meu grande amigo. Então,
vamos ver o vídeo, muito obrigado.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Bem, eu queria agora pedir ao cônsul do Equador, Dr. Marco Larrea, que
use da palavra.
O SR. MARCOS LARREA - Boa noite a todos.
Deputado estadual Dr. Itamar Coppio, professor titular do ICHC USP; Dr. Luiz
Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor de transplante da BP e Santa Casa de
São José dos Campos; Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, desembargador Dr. Luiz Augusto de Salles Vieira;
ex-governador Geraldo Alckmin, senhoras e senhores, é um privilégio para mim estar neste momento acompanhando a concessão do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo aos dois médicos
homenageados por sua grande contribuição para a cidade de São Paulo. Em particular
considero o nosso doutor equatoriano compatriota, Jorge Marcelo Padilla Mancero, o honorável
tributo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em um reconhecimento
que acompanha o alto nível do profissional, o conhecimento avançado e o sentido
profundo humanístico e ético que permitiu transcender no exercício desta nobre
profissão, e que você é um exemplo que preenche todos os equatorianos com
orgulho.
Portanto, em nome do embaixador do Equador no
Brasil, Diego Rivadeneira, e em meu próprio, eu quero transmitir os nossos
sinceros parabéns e orgulho de continuar nesse caminho de sucesso em que você
tem se destacado com vocação, compromisso e sabedoria. E contém desejo imenso
para servir aos outros refletido em um atendimento de
qualidade permanente aos seus pacientes, demonstrando que o verdadeiro
significado da medicina é fornecer um serviço que busca o bem-estar e saúde das
pessoas.
Meus parabéns para todos os familiares dos
homenageados, especialmente a família Padilla Herrera,
compatriotas que acompanham neste tributo tão importante. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Fechando essa
primeira fase, convido agora o meu amigo, meu colega, colega meu, do Carneiro,
do Celso – da Faculdade de Medicina de Taubaté –, o nosso grande e sempre
governador Geraldo Alckmin. Uma salva de palmas para o Geraldo. (Palmas.)
O SR. GERALDO ALCKMIN - Boa noite a todas e
a todos, cumprimentar o deputado Dr. Itamar Coppio, a Margarida aqui presente, o
Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, sua esposa Ivete e os familiares; o Dr.
Jorge Marcelo Padilla Mancero,
sua esposa Silvana; o nosso cônsul-geral do Equador em São Paulo, Marco Larrea;
desembargador Dr. Luiz Augusto Salles Vieira.
Amigas e amigos, permitam uma saudação afetiva ao
professor José Otávio Costa Auler, último diretor da Faculdade de Medicina da
USP, professor titular de anestesiologia da Faculdade de Medicina – nada dessas
histórias bonitas de transplante ocorreria sem nós anestesistas. Celso
Iervolino, da nossa primeira turma.
Fazer minhas as palavras aqui do Itamar,
especialmente em relação ao xadrez, dizer que em relação às medalhas do
basquete há controvérsia, e trazer aqui duas reflexões: o senhor foi muito
feliz, Itamar, em prestar esta homenagem da Assembleia de São Paulo. Uma
reflexão da importância das instituições: de um lado o Hospital das Clínicas,
nessa época que está em moda falar mal de serviço público, de tudo que é
público. Nós temos aqui um grande exemplo de um dos melhores hospitais do
mundo, aliás, Incor, público; Dante Pazzanese, público; Instituto do Câncer, público; Hospital
das Clínicas, público.
É impressionante como instituições sólidas são
necessárias para a sociedade. E as outras são a Santa Casa de São José dos
Campos e a Beneficência Portuguesa, aliás, duas heranças de Portugal, duas boas
heranças lusitanas – Santa Casa de Santos é de 1543, Brás Cubas. Santa Casa de
São Paulo, 1560.
Eu nasci na Santa Casa de Pindamonhangaba, meus
três filhos nasceram na Santa Casa de Pindamonhangaba, aliás, quem impulsionou
as Santas Casas de Misericórdia foi a rainha Leonor de
Lencastre, uma das mulheres mais ricas da Europa, rainha de Portugal, época das
grandes navegações. E a rainha Leonor dizia: “Quando eu morrer, eu quero ser
enterrada no lugar de passagem. Que todos pisem sobre a minha campa para
lembrar a pequenez das coisas materiais frente à grandeza da eternidade”.
Uma mulher que impulsionou as Santas Casas de
Misericórdia na Europa, Portugal, e por consequência aqui no nosso País, e que
até hoje a gente tem os frutos desse trabalho. A gente vê com alegria a Santa
Casa de São José dos Campos pontificando em um dos momentos mais difíceis da
Medicina que é transplante, e transplante de fígado ainda, extremamente
sofisticado.
E abraçar aqui dois grandes médicos. Eu não
conhecia o Dr. Jorge Padilla, mas quero cumprimentá-lo pelo seu trabalho aqui
na Beneficência Portuguesa, lá em São José, na nossa Santa Casa com o Dr.
Itamar Coppio. De outro lado o Carneiro, nosso colega. Para nós, Celso, é uma
alegria um colega nosso de escola fazer uma carreira acadêmica tão brilhante
como médico, cirurgião, pesquisador, professor, diretor do departamento e um
visionário, um homem à frente do seu tempo: primeiro transplante de fígado em
paciente com febre amarela do mundo, transplante de útero de cadáver, primeiro
do mundo , a área do intestino, em fina vanguarda da
ciência.
Trazer um abraço aqui muito afetivo, para nós é o
Guti, e para nós, Itamar – do Vale do Paraíba –, este encontro nesta noite
consagra a frase de José Bento Monteiro Lobato, que dizia que o Vale do Paraíba
é a terra roxa do talento e da aptidão. Parabéns a vocês.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS
PINTO - Neste momento daremos início às homenagens desta
noite. Convidamos o deputado Dr. Itamar Coppio para fazer a outorga do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Jorge Marcelo Padilla Mancero, diretor de
transplante da BP e Santa Casa de São José dos Campos.
* * *
- É feita a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo
do Estado de São Paulo.
* * *
O SR. JORGE MARCELO PADILLA MANCERO - Boa noite a todos.
Quero cumprimentar os membros que compõem esta ilustre Mesa, primeiro deputado
Dr. Itamar; ex-governador de São Paulo, Dr. Geraldo Alckmin; cônsul do Equador,
Marcos Larrea; desembargador Luiz Augusto de Sales Vieira.
Queridos amigos, fico muito lisonjeado em estar
aqui para comemorar esta homenagem. Faço extensivas para todos que trabalham na
família do transplante. Apenas os represento, nosso trabalho está sendo reconhecido por esta nobre Casa, Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo, com seu representante ilustríssimo, deputado Itamar Coppio.
O transplante de fígado requer muito esforço,
dedicação e carinho, mas sempre que vemos todos nossos pacientes felizmente
transplantados e com uma nova oportunidade de vida, esse é o nosso verdadeiro
comprometimento e é a verdadeira comemoração desta noite.
Desde 1995, quando cheguei no Brasil, comecei a
trabalhar com transplante com meu mentor e mestre, professor Luiz Carneiro, que
me deu esta oportunidade, acreditou no meu potencial e soube me ajudar nas
horas difíceis. A ele meus mais sinceros agradecimentos. E o destino o quis
assim: deixar novamente registrada na história o mestre e o discípulo juntos nesta
homenagem. (Palmas.)
Nesses quase 25 anos na Beneficência Portuguesa e
na Santa Casa de São José dos Campos, inúmeras pessoas nos apoiaram e é também
a hora de agradecê-las. In memoriam, recordado
missionário Antônio Ermírio de Moraes, com sua filosofia que a Saúde tinha que
ser igual para todas as pessoas e de alta qualidade. Ao senhor presidente da
Beneficência Portuguesa, Rubens Ermírio de Moraes. Ao recordar o Dr. João Salvestrin, ex-diretor da Beneficência Portuguesa e ao Dr.
Luiz Eduardo Loureiro Betarello, seu atual
diretor-médico da Beneficência Portuguesa.
A toda diretoria administrativa do maior complexo
privado da América Latina, denominada Hospital Beneficência Portuguesa de São
Paulo. Agradecer a parceria e os ensinamentos da equipe cirúrgica e clínica de
patologia, chefiada pelo professor Luiz Carneiro e o professor Adávio de Oliveira e Silva e todos os colegas cirurgiões. O
professor Carneiro deve lembrar: Túlio, José Luiz, Edilson, Adriano, Marcelo
Ribeiro, Franco Serpa, colegas do recordado Cetefi.
A equipe de anestesia da Beneficência Portuguesa,
vocês que pilotam e comandam as largas horas de voo, às vezes com turbulências
e panes, através dos doutores Cláudio Zetti e João Soares Almeida Júnior como
diretores. Quero fazer extensivo a todos seus membros, obrigado por seu tempo e
compreensão. Como o Geraldo falou, sem eles não seria possível fazer o
transplante.
Para minha equipe cirúrgica da Beneficência
Portuguesa, Dr. André Davi, que compartilha a coordenação técnica do
transplante; nossos bons e reconhecidos colegas médico-cirurgiões: Dr. Gilberto
Peron Junior, Dr. Arnaldo Bernal, Dr. André Pereira,
Dr. Felipe Borges; nossos residentes, Thiago Emmanuel, Stephanie,
Vanessa, Amanda e todos os residentes que formam a equipe. E muitos que estão
formados e trabalham neste Brasil continental e na América: Dr. Edmond, Dr.
Eduardo Benedetti, Dra. Ângela Caputo, Dr. André Capelozza, entre outros.
Agradeço a paciência de nossa equipe clínica, Dr.
Rogério Alves e Dra. Luana. A toda equipe de enfermagem por sua organização e
carinho com nossos transplantados, a enfermeira Mara, enfermeira Amanda, Paula,
Andreia e todo o pessoal de enfermagem da Beneficência Portuguesa. Não posso esquecer das nossas incansáveis instrumentadoras, obrigado
por aguentar principalmente os cirurgiões estressados nas horas difíceis,
enfermeira Débora, Paula e Tati Luzia.
Agora também quero agradecer a Santa Casa de São
José dos Campos, onde iniciamos o projeto do transplante em 2009. Como já falou
o Dr. Itamar, tem toda uma história junto com o professor Carneiro.
Primeiramente, como disse, a gente engatinhava, fazia as primeiras cirurgias hepatobiliopancreáticas e depois foi se amadurecendo para
depois iniciar o transplante do fígado. É todo um caminho. Nada nasce por
acaso, tem que ser construído.
Agradeço ao provedor in memorian,
Roberto Porto, que acreditou no projeto do transplante; o Sr. Ivan Molina,
atual presidente e todos os membros da mesa provedora. Paulo, como
administrador, pelo esforço e apoio para o bom andamento do programa do
transplante. Igualmente aos colegas cirurgiões que trabalham lá em São José dos
Campos, Dr. Itamar, doutor, que por certo, é verdade, de coração, o senhor é o
melhor primeiro auxiliar no transplante fígado. André Pereira, Dr. Gilberto,
Dr. Arnaldo, Dr. André Davi e todos os residentes.
Não é fácil assumir uma responsabilidade e
sustentá-la, envolve muitos sacrifícios, principalmente com nossos familiares.
Também meus sinceros agradecimentos aos médicos anestesistas, mais uma vez Dr.
Alckmin, Fernando, Bruno, Thiago, Daniel, Renata, Carol, Pablo e Aparecida
pelas eternas horas de dedicação, compreensão, profissionalismo e pelo apoio
nesses longos anos. Sem vocês não teria sido possível manter este programa de
transplante.
Igualmente aos nossos médicos da UTI,
principalmente Dr. Hamilton pelas nossas longas horas de discussão e
preocupação em benefício aos nossos transplantados, também vão meus
agradecimentos.
Para a Dra. Mariana Sala, incansável patologista,
exemplo de trabalho e dedicação para a melhora de nossos transplantados.
Igualmente para a enfermeira Dalila, pelo seu desempenho, profissionalismo e
seriedade. Todos esses atributos contribuem para a continuação de nosso centro
de transplante.
E queria fazer extensivo a todas as enfermeiras da
Santa Casa, pessoal como Lucimara, centro cirúrgico, UTI e todas as enfermeiras
que trabalham nos andares. A todos os técnicos de enfermagem pelo carinho,
excelência nos cuidados para um bom andamento de nosso programa. Enfim, a todas
as pessoas que fazem a Santa Casa, equipe multidisciplinar, pessoal da administração,
CMI, motoristas - e muitas das vezes saímos de São José dos Campos de madrugada
e os motoristas nos trazem para São Paulo, justamente para evitar algum perigo
na estrada. E obrigado, Santa Casa, por acreditar na família do transplante.
Quero dar uma atenção especial para Itamar, com
carinho e respeito para nós, Papito. Positividade, otimismo, trabalho e uma
pessoa íntegra o definem, deputado Itamar. Assim suas ideias e projetos foram
plasmados na sua brilhante trajetória, como exemplo, levar o transplante para
Santa Casa São José dos Campos em benefício de mais de 2 milhões de pessoas do
Vale do Paraíba. Até o momento mais de 270 transplantes já foram realizados com
ótimos resultados, com o programa consolidado em quase dez anos de trabalho. Meus
eternos parabéns. E como disse a canção do Milton Nascimento: “Amigo é coisa
para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração e do lado esquerdo do
peito”. Obrigado por sua amizade. (Palmas)
Agora, amor, confiança, amizade, tristezas e
alegrias – essas palavras definem minha relação com minha querida esposa
Silvana. Obrigado pelos 25 anos que estamos juntos, com nossos frutos Marcelo e
Mateus. Obrigado pela compreensão e me perdoe por muitas vezes não estar ao seu
lado e me privar de alguns momentos importantes dos nossos filhos, mas nasci
para essa nobre tarefa de salvar vidas.
Pergunto-me qual é o meu legado. A busca pode ser
complicada, mas deveria ser muito simples. Sou pai, sou irmão, sou filho, sou
amigo, sou um médico. Eu vivo de alguma maneira para deixar minha marca na
história e me respondo: meu legado são meus pacientes, suas tristezas, suas
alegrias e incertezas, suas vidas e suas famílias. Vocês são minha alegria,
vocês são meu legado. Obrigado a todos.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS
PINTO - O segundo homenageado da noite é o Dr. Luiz
Augusto Carneiro D’Albuquerque. Gostaríamos de ler algumas palavras enviadas
por seus seis irmãos.
Mensagem da Clodes: “Aquele menino que corria na
fazenda Sindote, cresceu em Guariba, fez vestibular
de medicina em Taubaté, superou dificuldades, realizou seu sonho,
transformou-se em referência e conquistou reconhecimento. Seu caminho
percorrido é de orgulho para toda nossa família Carneiro. Guti, essa homenagem
é merecida e nos deixa muito orgulhosos e felizes. Beijos no seu coração”.
Mensagem do Flávio: “Ao meu irmão Luiz, que após a
partida de meu pai tornou-se o exemplo a ser seguido; homem de lutas,
conquistas, caráter e, acima de tudo, equilíbrio em ações e decisões. Lastro de
uma família. Orgulho dos Carneiro. Minha homenagem ao Guti!”
Mensagem da Sônia: “Sei que posso contar com você e
isso me dá um conforto e alegria sem igual. Sinto orgulho de compartilhar esses
momentos de conquistas, reconhecimentos e homenagens que tem recebido. Parabéns
e mais sucesso! Irmão é mais que uma família, é um amigo de sangue para toda
vida e para sempre, uma infância lembrada com segurança em outro coração. Minha
gratidão a você.”
Mensagem da Vanda: “Sabemos, Guti, o quanto você
batalhou. É merecedor dessa homenagem. Sou orgulhosa de ser sua irmã. Beijos,
Vanda”.
Mensagem da Maria Luiza: “Durante um tempo foi o
nosso ‘caçula’, que as irmãs tanto protegiam, e hoje tornou-se
o nosso porto seguro nos assuntos ligados à saúde e família. Estaremos unidos
em nossos corações nessa linda e merecida homenagem, uma vez que a distância
nos impede de estarmos em São Paulo. Pelo que conhecemos de você, ainda
pretende conquistar novos caminhos. Beijos. Maria Luiza e Ivan”.
Mensagem do Toni: “Irmão batalhador, homem de
palavra, conciliador e exemplo familiar, cultivador de nossas origens, caráter
firme e incansável profissional. Seu foco sempre foi, será, crescer
profissionalmente. As conquistas chegaram junto com seu reconhecimento. Só
posso dizer que te admiro muito e parabenizo-o pela justa e merecida homenagem”.
Vamos registrar também palavras dos seus quatro
filhos.
Mensagem da Juliana: “Quando éramos crianças e
tínhamos que pedir alguma coisa, sempre torcíamos para
aparecer um fígado ou uma cirurgia sem que tivesse intercorrências, e assim
sabíamos se íamos conseguir um sim. Assim, aprendemos a ser tão éticos,
responsáveis e, o mais importante, a ter amor e dedicação pela profissão que
escolhemos. Meu pai sempre me ensinou que só através de muita dedicação,
esforço e amor por tudo que realizamos nos tornaríamos profissionais e pessoas
melhores. Tenho um orgulho enorme desse pai que tanto amo”.
Mensagem do Luís Augusto: “Amor à profissão,
dedicação e ética. Palavras que definem esse grande médico! Sempre disposto a
fazer o máximo e se tornar melhor ajudando o próximo! Este médico construiu
esse legado levando essas atitudes no seu dia a dia e construiu uma família da
mesma forma. É um orgulho imenso tê-lo como pai. Um exemplo de quem faz o que
ama e constrói uma família unida, que se ama. Nos torna pessoas melhores a cada
dia. É sua essência. Amamos você e estaremos sempre juntos. Grande beijo. Lu”.
Mensagem da Paty: “Pai, você foi meu primeiro
grande amor! Todos dizem que somos parecidos, ‘o nariz é igual ao meu e do Joca’,
e acho que herdei de você toda a sensibilidade e caráter. Sempre esteve ao
nosso lado, mesmo se dedicando tanto à sua amada profissão. A vida nos deu um
grande susto quando minha mãe se foi, mas você mais uma vez nos surpreendeu e
nos pegou no colo, mesmo muito abatido, se preocupando em deixar a família
sempre unida, sempre juntos. Hoje é meu pai-mãe. Pai, te amo e sou sua fã.
Beijos”.
Mensagem da Carol: “Meu pai, sempre foi inspirador
ver o encontro de talento, dedicação e amor. É a tríade do sucesso. Eu sempre
soube, porque tive a sorte de crescer vendo isso todos os dias. Você é
merecedor de todas as homenagens. Obrigada por inspirar, cuidar e, mais que
tudo, a nos ensinar a pensar”.
Mensagem do Caio ao vovô: “Você é o nosso Messi”.
Agora uma homenagem da enteada Maria Clara: “Que
sorte a minha ter um exemplo como meu padrasto. Ensina-me diariamente como ser
mais humana, como lutar pelos meus pacientes e por uma medicina de excelência.
Ele me mostra todos os dias que esforço e dedicação serão sempre recompensados.
É uma honra, um privilégio. Parabéns por mais uma homenagem”.
Neste momento convidamos o ex-governador Geraldo
Alckmin para fazer a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado
de São Paulo ao professor Dr. Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque.
* * *
- É feita a entrega do Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo.
* * *
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS
PINTO - Com a palavra o professor Dr. Luiz Augusto
Carneiro D’Albuquerque.
O SR. LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D’ALBUQUERQUE - Prezados senhores, autoridades – que eu não vou nominar a todos
novamente em função do adiantado da hora –, amigos, eu queria saudar o meu grande
amigo, irmão Fausto Rossi e em nome dele saúdo a todos os amigos de infância,
de faculdade e família, a quem eu saúdo aqui em nome da dona Terezinha, minha
sempre sogra e que eu estou muito feliz de estar aqui.
Nos fins dos anos 1990, por cerca do ano 2000, se
não me falha a memória – não é, Itamar –, o deputado
Itamar Coppio, velho amigo dos tempos da Faculdade de Medicina de Taubaté, e um
homem sonhador, empreendedor, nos procurou em congresso médico, lá era fora de
São Paulo, em que estávamos fazendo uma palestra sobre transplante de fígado –
na verdade ele lembrou que era sobre um tips, um
preparo que a gente fazia para o transplante.
A conferência abordava nossa experiência no
transplante de fígado baseado naquilo que fazíamos no Hospital Beneficência
Portuguesa de São Paulo, onde era a área em que eu mais atuei. Após a
conferência, no café, convidou-me a montar um centro em São José dos Campos. Na
verdade, foi uma surpresa que para mim soou como um misto de desafio e sonhos imensos
do Itamar, que é muito entusiasmado.
Naquele tempo eu já tinha uma vida muito corrida,
pois era assistente do Grupo de Fígado do Hospital das Clínicas de São Paulo,
era responsável pelo Cetefi na Beneficência Portuguesa, que era um serviço
grande que nós mantínhamos 30, 40 doentes internados, 600, 700 cirurgias/ano,
com residência etc., atividades de consultório. Aquele convite naquele momento
me pareceu fora do contexto, mas como gostava e respeitava muito o Dr. Itamar,
resolvi fazer uma visita a São José dos Campos.
Lá fomos recebidos pelo provedor Porto, pelo
administrador Benjamin, e percorremos a Santa Casa e notei uma vontade fora do
comum de implantar um centro de referência hospitalar de alto nível. Após algum
tempo resolvi aceitar, após pressão continuada do Dr. Itamar, esbanjando
entusiasmo e sonhos. Na época, nossa proposta foi a de iniciarmos com uma
unidade de cirurgia hepatobiliopancreática e, após a consolidação, então
poderíamos passar ao transplante.
No fundo, apesar da recepção entusiasta e da
vontade local, a ideia de transplante ainda parecia inviável, dada a
complexidade do transplante e da quantidade de ações necessárias para sua
implementação. Por outro lado, queríamos muito concretizar a ideia, pois
sabemos do impacto positivo que um programa que transplantes leva ao hospital.
Assim iniciamos o núcleo de cirurgia
hepatobiliopancreático e nesse grupo nós contávamos com Dr. José Luiz Copstein, o Jorge Mancero aqui
homenageado, o Fran Serpa, o Christian Evangelista - que hoje está em Blumenau,
chefia um programa lá -, e como parte da nossa equipe pelo grupo da Santa Casa
o Dr. Itamar, o Cléber Nassif e o Dr. Otto, e contávamos com apoio-auxílio no
centro cirúrgico do Dr. Lazaro e do professor Adriano Miziara,
também da Escola Paulista de Medicina, que ia operar conosco lá.
E começamos a trabalhar, e o núcleo foi-se
modelando com a incorporação da Dra. Maria Beatriz, hepatologista, do
anestesista Fernando, que era recém-chegado da Unicamp, onde havia trabalhado,
e com o apoio do Dr. Hamilton na UTI. Fizemos semanalmente verdadeiros mutirões
de cirurgias do fígado na Santa Casa, e o serviço foi tomando forma, ainda
muito baseado no entusiasmo do grupo, na capacidade de superar dificuldades e
do poder de adaptação e a metodização, que foi o
grande segredo.
Não gosto da palavra “improvisação”, ela é ruim em cirurgia,
mas as adaptações feitas com planejamento, simplificações de condutos e
protocolo foram essenciais para implantar-se um centro de suporte em uma Santa
Casa, que na época tinha um perfil diferente do que a de hoje.
Pudemos confirmar o conceito de que o transplante
muda o perfil do hospital onde ele se instala, tornando-o melhor, mais completo
e mais ágil, e notamos que essa transformação começou a tomar forma numa Santa
Casa mais preparada e adaptada ao transplante. Novo centro cirúrgico, nova UTI,
novo prédio, quando o governador Geraldo Alckmin, na época, fez a ampliação da
Santa Casa de lá, e nós estávamos operando no centro cirúrgico velho e depois
passamos ao centro cirúrgico novo. E também vimos a aquisição de muitos
aparelhos, incorporando-se novas tecnologias.
O começo foi muito difícil, muito cansativo, porque
saíamos de São Paulo, fazíamos muitas cirurgias, mas vencemos a inércia e demos
ao Vale do Paraíba um programa ativo seis, sete anos após a nossa primeira
visita ao hospital. As coisas começaram a caminhar sozinhas, mudanças de nomes
ocorreram, como é natural nessas situações, uns desistiram de ir ao hospital e
outros se juntaram, como já foi dito aqui, e um novo núcleo de profissionais,
agora muito mais unidos e autenticamente envolvidos com o hospital, se formou.
Sempre com o mesmo objetivo, o de viabilizar o programa de transplantes e de
cirurgia HBP no Vale do Paraíba.
E assim o programa de transplantes foi iniciado,
com suor, transpiração, mas muita vontade. Após os dias ou noites no centro
cirúrgico sempre comemorávamos o que havia sido feito com uma refeição nos
melhores restaurantes de São José, especialmente aquele peixe do Vila Velha, que ainda dá saudade. Neste grupo a vontade
não faltava, entusiasmado e sempre cultivado dia a dia. E de repente o programa
cresceu, um caso de sucesso e alguns insucessos, mas aprendemos a ultrapassar
obstáculos e continuar caminhando com olhar no futuro. E assim fomos ganhando
corpo, com novos pacientes, e começamos a colher os frutos.
Em 2008 prestei concurso para professor titular da
FMUSP, assumindo o cargo de professor titular, passando a ser responsável pela
unidade de transplantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP – o maior e mais tradicional centro de transplante de fígado do País.
Naquele momento o transplante do HC da FMUSP não vivia um bom momento e ao
vencer o concurso fui designado para transformá-lo novamente no maior e melhor
centro do País. Tinha missão de resgatar a autoestima perdida e colocar o serviço
em sua real e tradicional liderança.
Ao assumir, notei que para alcançar esses objetivos
teria que dedicar-me integralmente aos transplantes no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP. A tarefa era muito maior do que eu imaginei. Com
muito pesar, resolvi que para cumprir essa promessa teria que transferir este
novo centro em São José dos Campos e as responsabilidades na Beneficência
Portuguesa para outros capazes de conduzi-los com os mesmos princípios com que
criamos esses serviços e os viabilizamos.
Decisão muito difícil e sofrida, mas o novo desafio
e compromisso assim o exigiu. Apesar da dor momentânea do abandono do convívio
diário de amigos de muita data, muito antigos e que prezava muito e que aprendi
a respeitar, e também das rotinas conhecidas, estava feliz por realizar o sonho
da minha vida.
Hoje posso
dizer que foi uma decisão extremamente correta, pois o Dr. Jorge Padilla cumpriu e até ultrapassou os objetivos propostos
quando transferimos para ele o serviço da Santa Casa de São José dos Campos.
Hoje na Santa Casa de São José dos Campos são 270 transplantes de fígado, sendo
o terceiro maior centro do interior, somente perdendo para duas universidades
muito ricas e tradicionais. Mas o Dr. Jorge já se aproxima muito desses números
dessas instituições. Assim gostaria de parabenizar o Dr. Jorge por essa
condução séria e muito honesta.
Eu sigo minha carreira no transplante da USP e o
meu limite, posso dizer que a missão a mim confiada, acredito,
também foi cumprida, Jorge. O HC é hoje o maior hospital de transplantes do País,
temos uma sobrevida superior a 90% nos transplantes, embora recebamos os casos
mais complexos e muitas vezes que são referendados por outros centros de
transplantes, que não têm capacidade de realizar esses transplantes e nos
encaminham os casos mais complexos. Isso então é uma prática diária para nós
que estamos aqui.
Além disso, treinamos e educamos, temos programas
ligados ao Ministério da Saúde, a quem já tutoramos
vários centros pelo País. Aqui no estado de São Paulo nós atualmente tutoramos
o hospital da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp,
onde nós temos um programa ativo e que tem uma sobrevida superior a 94%.
Procurar cumprir todas as missões e responsabilidades com excelência é a nossa
missão assistencial, acadêmica e na área de inovação.
Nestes anos no HC procuramos melhorar a estrutura
física junto com nosso departamento de gastroenterologia, em parceria com os
professores Ivan Cecconello e Flair Carrilho, que estão aqui presentes, meus
amigos e parceiros, e também da alta administração do complexo.
Em função disso temos uma nova UTI, que é
referência em treinamento para médicos hoje do País, recebemos anestesistas e
pessoal de UTI, médicos de todo o País para treinamento. Estamos terminando uma
casa de apoio aos transplantados e estamos aguardando o término de duas novas
salas do centro cirúrgico, com a mais moderna tecnologia.
Gostaria de ressaltar o apoio constante de nosso
diretor da Faculdade, o Sr. José Otávio, que está aqui presente também, e o
apoio sempre do nosso querido amigo Antônio José Rodrigues, o nosso Tom Zé,
pelo apoio e pelo fenomenal trabalho de gestão frente ao nosso querido HC.
Trabalhamos muito também para manter a liderança
científica, e para isso a inovação é o desafio cotidiano. Nos últimos anos
atuamos muito nesse sentido, inovamos a realizar em 2014 o primeiro transplante
multivisceral do País em hospital público, e em 2007 ao realizarmos o primeiro
transplante intestino isolado com sobrevida no Brasil. Montamos o Centro de
Reeducação Intestinal junto com a nossa nutrição do Departamento de Gastro e a
Cirurgia do Aparelho Digestivo, e atualmente nós temos 17 doentes em nutrição
parenteral – são doentes que não se alimentam por boca por meses e até por
anos, e que nosso programa de transplante de intestino tem lutado para melhorar
esta qualidade de vida.
E nós estamos muito entusiasmados, na quinta-feira
da semana passada realizamos mais um transplante no paciente encaminhado com
uma grande catástrofe abdominal, com múltiplas cirurgias prévias, e o doente,
graças a Deus, está tendo uma evolução muito satisfatória.
Recebemos doentes de todo o Brasil referendos por
centros e pelo Ministério da Saúde para o nosso Programa de Transplante
Intestino e Multivisceral, de reeducação intestinal – mais uma vez o estado de
São Paulo suporta as complicações e os casos graves do Brasil e nisso São Paulo
serve o Brasil muito bem, oferecendo esse tipo de atendimento a esses
pacientes.
Em 2018 realizamos o primeiro transplante de fígado
em paciente com febre amarela, pioneiro no mundo e já replicado na Argentina,
Inglaterra, França e Holanda. Ainda estamos extremamente honrados com a repercussão
do primeiro transplante de útero com doadora falecida, e que gerou uma criança
saudável e agora com mais de um ano, a Luiza. Publicamos esse trabalho na “The Lancet”, a maior revista médica, e este artigo é o
décimo artigo mais visitado da revista em seus 158 anos. Esse artigo teve quase
13 milhões de acessos, realmente é um fenômeno em termos de literatura.
Nesta última semana recebemos a notícia de que
vencemos o prêmio “Faz a diferença” do jornal “O Globo”. Ao professor
Wellington Andraus, que está aqui também, à ginecologia a quem presto homenagem
na pessoa do Dr. Dani Ejzenberg, que está aqui, e ao professor Baraka,
parceiros no projeto que caracteriza a importância da multidisciplinaridade.
Parabéns a toda equipe por esse prêmio que muito honra a nós e ao Hospital.
Quero agradecer aqueles que trabalham comigo no HC,
professor Ivan Cecconello, professor Flair Carrilho, o professor Wellington
Andraus, o Rodrigo Bronze, Vinícius Rocha, a Luciana Haddad, que está aqui, Liliana
Ducatti, Rubens Macedo, o Lucas Nassif, Rafael
Pinheiro, Daniel Waisberg, professor Alberto Farias, que ficou conosco muitos
anos, nosso amigo pessoal, e Débora Terrabuio, que agora assume o papel de hepatologista no
nosso serviço. As secretárias Maria Elise e Fátima, enfim, todos que dividem
conosco a tarefa de dignamente representar o complexo HC nas nossas atividades
diárias, na assistência, ensino, pesquisa e inovação.
Finalmente, gostaria de agradecer nessa homenagem
aos meus filhos, Juliana, Patrícia, Caroline, Lu, aqui, e aos meus netos todos,
hoje a família é grande, crescemos bastante. E a minha esposa Ivete, pois todo
esse trabalho acarreta sacrifícios automáticos e eles são repassados a vocês. Aproveito
aqui para dar boas-vindas a minha enteada Maria Clara na carreira de médica
cirurgiã.
E finalmente queria citar Bob Dylan, o Jorge citou
um autor nacional, mas eu vou citar Bob Dylan, cantor, compositor e prêmio
Nobel de literatura em 2017, que diz: “O homem é um sucesso se ele acorda de
manhã e vai dormir à noite tendo realizado no meio disso aquilo que escolheu
fazer”.
Assim agradeço a Deus por assim pautar minha vida e
por poder influenciar pessoas a viver dentro deste princípio. Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Eu queria convidar agora a Silvana, esposa do Dr. Jorge, e a Ivete,
esposa do Dr. Carneiro, que viessem aqui na frente para receber um mimosinho
que a minha esposa Margarida vai entregar a vocês.
* * *
- É feita a entrega de flores.
* * *
- O SR. PRESIDENTE - DR. ITAMAR - MDB - Pessoal, está no finalzinho, depois vamos comemorar com um coquetel,
homenageando os nossos grandes doutores.
Eu vou sair um pouquinho do protocolo, muito
rápido, mas dizer que hoje, nada acontece por acaso, tudo isso, é aniversário
da minha esposa Margarida. Então uma salva de palmas para a Margarida.
(Palmas.)
Esgotado o objeto da presente sessão, esta
Presidência agradece às autoridades presentes, aos funcionários dos serviços de
Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria-Geral
Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das assessorias policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas
presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.
Declaro encerrada a presente sessão e convido a
todos para um coquetel que será servido logo ali atrás no Salão Nobre Waldemar
Lopes Ferraz. Muito obrigado a todos.
* * *
- Encerra-se a sessão às 22 horas e 25 minutos.
* * *