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14 DE MARÇO DE 2019

7ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidência: CAUÊ MACRIS

 

RESUMO

 

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Abre a sessão. Coloca em discussão a PEC 1/19.

 

2 - CAMPOS MACHADO

Discute a PEC 1/19.

 

3 - LUIZ CARLOS GONDIM

Para comunicação, mostra-se contra ação judicial promovida pelo futuro líder do PSL, neste Parlamento.

 

4 - JOÃO PAULO RILLO

Discute a PEC 1/19 (aparteado pelo deputado Enio Tatto).

 

5 - JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA

Para comunicação, discorre acerca da trajetória política e pessoal do deputado João Paulo Rillo. Elogia a autoridade. Saúda os deputados Vaz de Lima e Gileno Gomes.

 

6 - LECI BRANDÃO

Para comunicação, agradece as palavras do deputado João Paulo Rillo. Discorre sobre a amizade e experiência política com a autoridade. Acrescenta que a não reeleição do parlamentar fará falta a esta Casa.

 

7 - VAZ DE LIMA

Discute a PEC 1/19.

 

8 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Faz breve relato da trajetória política do deputado Vaz de Lima, a quem elogia. Cumprimenta o deputado João Paulo Rillo. Reconhece qualidades de deputados não reeleitos.

 

9 - TEONILIO BARBA LULA

Discute a PEC 1/19.

 

10 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Encerra a discussão. Coloca em votação e declara aprovada a PEC 1/19. Agradece aos servidores desta Casa. Assevera que suas ações como presidente objetivam melhorar a qualidade do Parlamento. Mostra-se grato a seus pares que compuseram a Mesa Diretora. Informa que este Poder devolvera 106 milhões de reais aos cofres do Estado. Faz agradecimentos gerais. Homenageia deputados não reeleitos. Informa que esta foi a última sessão do Período Adicional à Quarta Sessão Legislativa da Décima Oitava Legislatura. Lembra convocação para a Sessão Preparatória Inaugural de Instalação da Primeira Sessão Legislativa da Décima Nona Legislatura, a realizar-se dia 15/03, às 15 horas. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Cauê Macris.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Proposta de Emenda à Constituição.

Discussão e votação, em 2º turno - Proposta de emenda nº 1, de 2019, à Constituição do Estado, de autoria do deputado Jorge Caruso e outros. Altera o§ 2º do artigo 9º da Constituição do Estado e acrescenta o artigo 1º-A ao Ato de Disposições Constitucionais Transitórias. Parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, favorável.

Para falar favoravelmente, o nobre deputado Campos Machado está inscrito.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Meu caro presidente, Cauê Macris, Srs. Deputados, depois de 28 anos de mandato, desta tribuna, ao cair da noite, venho para falar sobre um ato infame, insano, leviano, praticado pelo futuro líder do PSL nesta Casa.

Sabendo que a candidata dele, a nobre deputada Janaína Paschoal, não tem condição, não tem nenhum voto que possa garantir a sua eleição à Presidência, foi buscar no tapetão o direito de poder se eleger.

O líder do PSL ingressou, nesta tarde, com um mandato de segurança esdrúxulo, estúpido, grosseiro, ridículo. O que quer o futuro líder da bancada do PSL? Impedir que o deputado Cauê Macris possa ser o candidato a presidente nesta Casa, falando em eleição. É um outro mandato. É um mandato novo, que se encerra hoje, às 24 horas.

Esse atrevimento não busca apenas atingir o presidente Cauê Macris. Busca atingir a história desta Casa. Em nenhuma oportunidade, até hoje, nunca ocorreu fato semelhante, deputado Enio Tatto.

Aí, há que se indagar: qual é a fundamentação? Não é jurista, que não tem nenhuma. Qual fundamentação racional, lógica, que pudesse embasar, alicerçar pedido dessa natureza? Foi, ao cair desta legislatura, buscar de maneira intempestiva, de maneira indigna, própria de quem não sabe perder, própria daquelas pessoas que não sabem que a democracia é para quem vence. Derrota e vitória são irmãs gêmeas, todo mundo sabe disso, é como alegria e a tristeza. Como é que eu posso saber como é boa a alegria se eu não conheço a dona tristeza? Eu sei disso. Deveriam ficar tristes, sim, porque vão perder as eleições. Mas por que usar esse expediente pequeno, rasteiro, volto a dizer, infame, volto a dizer, leviano, de bater na porta do Judiciário, no último dia desta legislatura, para buscar sem motivo, apenas para criar um fato político?

Já está nos jornais. Acabei de dar a minha opinião, não só nas redes sociais como na imprensa. Para que praticar um absurdo desse? Será que ele pensa que ele concorre para a grandeza desta Casa? Amanhã ele, que seguramente representa a vontade do PSL, a vontade integral da bancada, tem audácia desenfreada, como dizem os gregos, de pleitear, de buscar junto ao Judiciário aquilo que não consegue, que não vai conseguir junto a quem vai votar amanhã?

Que tristeza, Sr. Presidente! Que tristeza! Franco Montoro, Jânio Quadros, quantos deputados passaram por esta Assembleia, dignificaram-na, honraram-na? E hoje eu não poderia deixar de vir aqui, numa fala que eu não estava pensando em usar, para perguntar ao nobre líder do PSL: Diz para mim, deputado Gil Diniz, diz para este Estado, diz para esta população, não engane as pessoas que o seguem nas redes sociais, que acreditam na sua palavra. O senhor sabe que não tem o menor sentido, que não tem a mais leve possibilidade de lograr isso? O que o senhor quis é criar um fato político, alguma coisa que pudesse, de longe, trazer incômodo para o deputado Cauê Macris. Eu fico indagando por que esse motivo? Por que essa ação? Por que tanto desespero? É o mesmo desespero que ontem o deputado Mamãe Falei invadiu o gabinete do deputado Bruno Caetano e foi indagando os funcionários: “O que você faz? A que horas você entra? Quem é você?” Que direito tinha o Sr. Mamãe Falei de invadir o gabinete de um deputado desta Casa para fazer indagações a funcionários do seu gabinete? Acaso estão pensando que vão transformar esta Casa num circo? Num teatro? Acham que aqui é o Teatro Maria Della Costa? Pelo menos no teatro têm bons protagonistas, não têm charlatães. Esta é a minha perplexidade.

O deputado Cauê Macris nem queria que eu usasse a palavra hoje. Eu disse: “Deputado Cauê, tem certos momentos em que silenciar transforma os homens em covardes”. Eu não tinha por que estar aqui. Tenho o problema de saúde da minha esposa, mas aqui estou, para deixar bem claro: não posso, não vou aceitar, não vou consentir e estarei aqui nesta tribuna quantas vezes forem necessárias para enfrentar deputados eleitos em outubro que disseram, certa feita, com os “lives” na mão: “Quer conhecer um vagabundo? Vá à Assembleia”. O que ele vai fazer aqui a partir de amanhã então? É um vagabundo novo, de terno novo, de gravata nova?

Ah, meu caro deputado Barba, a que ponto chegamos? Não interessa o fato, interessa a versão que alguns mentirosos estão dando. O que eles fazem? É muito simples: vão à Justiça, tomam o tempo dos Srs. Desembargadores, tomam o tempo da Justiça, que tem coisas sérias para decidir. E o que fazem? Procuram tumultuar, procuram atazanar. E quero deixar bem claro que não conheço a palavra “medo”. Nunca conheci.

Eu não poderia me silenciar, deputado Vaz de Lima, V. Exa. que presidiu esta Casa, que sabe o que se anuncia nos horizontes. Bandoleiros mirins se fantasiam de guerreiros e querem chegar a esta Casa... Alguns querem provocar os deputados, até de maneira ridícula, para que tenham discurso para fazer. Outros acreditam que o povo é cego. Outros se esquecem de que o YouTube... Tem alguns “youtubers” que são patrocinados com milhares de reais. São, sim. E quanto mais besteiras falam, mais aumenta o patrocínio.

Pode filmar, meu amigo. Isso, filma bem. Faço questão que vocês filmem. É isso aí.

É uma perseguição pequena e acham que estamos preocupados com eles. É isso aí, deputado Enio Tatto. A que ponto chegamos? Tenho receio de que alguns parlamentares que já faleceram, como Franco Montoro, estejam se remoendo nos túmulos, perplexos diante do quadro fúnebre, de pânico, que se anuncia para o futuro.

Eis aqui o exemplo. Estão aqui no plenário. Usuários de “lives”. Acham que vão me amedrontar? Acham que vou recuar? E não é com sorriso irônico, não. Quero atitudes. A bancada do PSL vem com essa história de política nova. Política nova com o que está acontecendo aqui, com um verdadeiro pomar de laranjas? Isso é política nova?

Um laranjal plantado em estado e estado, casa e casa é política nova? Portanto, meu caro presidente Cauê Macris, não vou nem lhe pedir que aceite a minha solidariedade, porque dizia um pensador: “A vida é curta, mas não pode ser pequena”. A pequenez não pode chegar a esta Casa.

É por isso que eu quero registrar aqui, Sr. Presidente, o meu pesar, o meu lamento, a minha tristeza ao tomar conhecimento desse falsificado, estúpido, grosseiro mandado de segurança que não tem nenhuma possibilidade de êxito. Senhores do PSL, ganhem a eleição aqui com os votos dos parlamentares. Não pensem que quem está fora vai votar. Cada deputado desta Casa aqui foi eleito pelo povo.

São quase 80% de votos que elegeram grande parte dos deputados desta Casa e esses deputados vão representar o povo. Portanto, Sr. Presidente, ao ridículo, à insanidade, à estupidez, à infâmia, à leviandade, o meu pesar.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - Queria fazer um comunicado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra por três minutos, mas gostaria antes, porém, se assim V. Exa. me permitisse, que eu já pudesse convidar o deputado João Paulo Rillo, que pudesse se posicionar na tribuna, que será o próximo orador inscrito.

Tem a palavra.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para comunicar que aqui nós estamos vários deputados que perderam agora a 18º Legislatura, nós perdemos, não fomos eleitos para a 19ª legislatura.

Então, não cabe, de maneira nenhuma, essa ação. Eu também estou perplexo porque é a primeira vez, são cinco mandatos, que eu vejo esse assunto ser tratado dessa maneira aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo. Somente isso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero pedir a V. Exa. que permita aqui quebrar um pouco o protocolo e veicular um vídeo de três, de quase quatro minutos produzido pelo Mídia Ninja que homenageia a nossa querida Marielle assassinada. Hoje, completa um ano do seu assassinato e tenho certeza de que não teria problema algum V. Exa. permitir no meu tempo que pudesse passar esse vídeo para que depois eu possa fazer o meu pronunciamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Dentro do tempo de Vossa Excelência, V. Exa. tem condição.

 

* * *

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL - Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.) Fica aqui a homenagem do nosso mandato, nesse último dia da legislatura, à Marielle e a todos aqueles que aderiram à sua luta, às suas causas, e transformaram o luto, um substantivo masculino, em verbo, em luta política e em multidão. Alguns meses depois da morte de Marielle, o PSOL, o PT e o PCdoB elegeram dezenas de mulheres jovens, negras. Isso mostra que a força da ideia, os valores defendidos por Marielle permanecerão e resistirão ao tempo e às opressões.

Sr. Presidente, essa é a minha última fala. Provavelmente minha última fala também neste Parlamento, como deputado. Compreendo que fechou um ciclo na minha vida política, fechou um ciclo na caminhada. E um ciclo muito importante. Cheguei aqui em 2011; tomei posse no dia 15 de março de 2011. Hoje é um dia um pouco catártico. Confesso que desde o dia da eleição não me abalei com o resultado, compreendi perfeitamente. No mesmo dia, comecei a pensar no que faria do ponto de vista da luta política; como é que seria a minha vida depois do dia 15 de março.

Mas confesso que nas últimas duas semanas, ao vir para a Assembleia, a gente sofre um pouco de melancolia, sente um pouco. E curte, também, esse sentimento de despedida das pessoas. Não das coisas, não do Parlamento, não da instituição; sempre soube que estava de passagem. Mas eu sinto falta das pessoas. Gosto da tribuna, gosto do trabalho parlamentar, gosto da ação parlamentar. Mas a luta política é muito mais do que isso, e eu estava aqui de passagem mesmo. Então, hoje, eu gostaria, se conseguir, de falar um pouco das pessoas desta Casa que foram muito importantes para mim.

Queria começar por aquelas e aqueles que, todo dia, me encontram, que pegam dois transportes para chegar até aqui, que trabalham nos serviços gerais da Casa, que conversam sobre a vida. Para mim, o meu maior termômetro de como está a vida são esses trabalhadores que limpam esta Casa, que mantêm esta Casa, agradecê-los por esses anos de convivência.

Quero agradecer àqueles que cercam a atividade parlamentar, todos os trabalhadores de comissões desta Casa. Por muitas vezes, tiveram que conviver com a nossa ansiedade. Eles são extremamente preparados e calmos, me ajudaram muito ao longo da caminhada. Em nome do Maurício, que foi o assessor da Comissão de Educação e Cultura quando eu a presidi, agradeço a todos os trabalhadores das comissões.

Quero agradecer a todos os trabalhadores da Taquigrafia, função extremamente importante no Parlamento, agradecendo ao meu amigo Pedro e ao meu amigo que hoje se faz presente aqui, em nome de todos aqueles que contribuíram com o registro desta Casa. Agradecer aqui aos nossos queridos amigos, que mantêm o som, os vídeos: o Machado e toda a equipe desse trabalho tão importante que inova a linguagem do Parlamento.

Quero agradecer ao pessoal da SGP, Lúcia, Roberta, Glauco, Caio, Borges e meu grande amigo Rodrigo, um assessor da Presidência, republicano. Sempre foi assessor da Presidência e talvez seja aí um exemplo de trato político refinado, republicano e democrático. Agradeço-o muito, Rodrigo, por esses anos, todos que convivemos aqui. Aos meus amigos do Protocolo, que foram amigos pessoais, o Jó e o Egmar. Quantas vezes me pegaram angustiados, e ali eu extravasava um pouco, conversava um pouco com eles antes de fazer uma fala.

A todos os policiais militares que convivemos juntos ao longo desses anos, em alguns momentos, com estresse, cada um na sua função; eu lutando para que o povo ocupasse a Assembleia, e eles cumprindo outra orientação, mas conseguimos sempre manter uma relação de civilidade e respeito, porque este mandato que eu representei nunca faltou ao trabalhador policial militar e policial civil.

Eu cheguei aqui, presidente Cauê, e tive muita sorte. Primeiro, porque a bancada do PT foi muito generosa comigo, permitiu que eu fosse líder da Oposição, logo no primeiro dia que eu assumi como deputado. E hoje é o momento de agradecimento, em que as diferenças, elas se tornam insignificantes perto do que nós vivemos e do que vem pela frente.

Eu tive aqui dois grandes professores que me ajudaram muito. Queria fazer um agradecimento especial ao Enio Tatto, que foi o líder da bancada do PT quando eu fui líder da Minoria. Para mim, é um dos deputados mais capazes de fazer oposição na Casa, conhece os instrumentos. Aprendi muito com ele. Pena que ele pode virar 1º secretário. Eu o prefiro como líder da Oposição ou da bancada do PT, para dar muito trabalho ao Doria.

Aprendi muito com o Enio. Quero agradecê-lo e à Cris, Enio, que era a sua grande parceira. Vocês montavam uma dupla imbatível aqui na Casa. A Cris, assessora de plenário, sem dúvida, é uma das maiores assessoras de plenário que nós tivemos aqui. Aprendi muito com vocês, era uma dupla infernal, que observei a jogar, e aprendi demais.

Quero agradecer a todos os trabalhadores da assessoria da bancada do Partido dos Trabalhadores, agradecendo aqui à Tânia, ao Max e à Bia. Em nome de vocês três, eu quero agradecer a todos que me ajudaram, pela convivência, amizade e tudo que foi possível a gente fazer juntos nesta Casa.

Depois, eu tivesse a sorte de ser presidente da Comissão de Educação. Antes disso, fui membro da Comissão de Educação e tive a deputada Leci como presidente da comissão, a quem eu rendo mais do que homenagens. Para mim, você foi a rainha desta Casa. Eu me fiz parlamentar combativo e atento na liderança do PT, bebendo na fonte que o PT produziu aqui, mas me fiz gente e povo ao seu lado. Você, para mim, é a personalidade mais nobre desta Casa. Foi uma honra, uma alegria conviver com alguém de quem eu era fã, do mesmo lado, na mesma sintonia, na convivência e com todo o seu carinho pessoal que teve comigo. Todas as gravatas que eu tenho de bom gosto foram dadas pela deputada Leci Brandão. Eu quero deixar um beijo no coração da Leci. Você é uma nobreza, Leci. Seus valores são muitos e abrilhantaram esta Casa. Foi muito importante.

Presidente Cauê, que talvez tenha sido o último alvo do estilo de ação parlamentar, eu nunca tive vergonha nem constrangimento de pedir desculpas. Aqui ficam as minhas desculpas àqueles que, no correr da luta, a gente cometeu excessos verborrágicos, excessos em adjetivos. A linha tênue que separa a crítica política da pessoal é um fio quase invisível, e a gente a ultrapassa. Muitas vezes eu ultrapassei com você. Óbvio, não diz respeito às críticas políticas e diferenças, mas tudo o que eu extrapolei do ponto de vista pessoal eu quero retirar, enterrar aqui, pedir desculpas a você, aos ex-presidentes da Casa, nas relações que nós tivemos.

É muito bom passar por um lugar e sair com muito mais amigos, alguns adversários e nenhum inimigo. Eu não fiz nenhum inimigo pessoal nesta Casa, exceto os de classe, Barba. Esses nós vamos manter. Enquanto o capitalismo for a ordem mundial e promover sofrimento e exploração, nós seremos inimigos de classe daqueles que o representa. Agora, aqui não. Saio sem nenhum inimigo, de alma leve, e isso é muito importante.

Encerro a ação parlamentar sentindo que valeu a pena. Valeu muito conviver com vocês. Fizemos o que nós pudemos, fizemos um mandato atento, um mandato criativo, um mandato que fez de tudo para aproximar as pessoas, o povo desta Casa. Acho que valeu a pena.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Pela Ordem, Sr. Presidente. Com anuência do orador. Eu sou o próximo inscrito, mas eu queria passar o tempo necessário para o deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Ele vai ter toda a tolerância desta Presidência que for necessária para concluir.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Já queria falar, interrompendo - já interrompi, né? -, deputado João Paulo Rillo, V. Exa., pode ter certeza, carrega esse depoimento meu. Foi um dos mais brilhantes parlamentares que passou nesses 16 anos em que eu sou deputado nesta Casa. Que pesem as divergências, em determinado momento algumas intrigas entre a gente, tudo no campo político, quero falar a V. Exa. que em nenhum momento ficou uma mágoa, um grau de inimizade, mas sim de muito respeito. Vossa Excelência, falei há poucos dias em uma entrevista e citei alguns deputados, o deputado Vaz de Lima, que está aqui presente, e outros deputados vão fazer muita falta para o Parlamento do estado de São Paulo.

Parabéns pelo seu pronunciamento. É uma pena e uma grande perda a não reeleição de V. Exa., assim como a de outros deputados desta Casa, que fizeram um bem ao Parlamento paulista, um bem ao povo de São Paulo.

Utilize o tempo que for necessário, porque eu era o próximo orador. Um grande abraço.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Enio. Muito obrigado.

Quero continuar aqui, fazendo agora um agradecimento às pessoas que trabalharam com a gente durante esses quatro anos. Farei, depois em Rio Preto, com o pessoal que atuou, passou pelo gabinete no Interior, individualmente com cada um, mas agradecer-lhes em nome de duas pessoas. O Thiago, meu fiel e leal companheiro, que neste instante registra - estamos trabalhando até o último gole -, foi chefe de gabinete. Em nome dele e da minha grande amiga, irmã e companheira Liliane Santana, que também foi chefe de gabinete, que milita comigo - desde os 14 anos de idade a gente milita junto -, agradecer a toda a assessoria que passou por esse mandato. Vou conversar individualmente com cada um deles.

Agradecer àqueles que viviam e pulsavam a ação parlamentar aqui. Agradecer ao meu companheiro Ito, que foi chefe de gabinete, ao Lucas Buzato, ex-deputado, que também foi chefe de gabinete, um da liderança da Minoria, outro da bancada do PT. Agradecer ao Paulo Dantas, uma grande figura, um homem que fez um trabalho, que fez do nosso mandato um mandato combativo, talvez o mandato que mais atuou, no ponto de vista da legislação e da fiscalização das contas públicas, graças ao trabalho incansável dele.

Agradecer a Virgínia, uma funcionária de carreira, que ficou com a gente esse tempo todo. Minha grande amiga, grande advogada Marcela, que me deu só notícias boas nos últimos tempos.

Primeiro, o arquivamento daquela estapafúrdia lista da Odebrecht em que o meu nome apareceu. Foram dois anos de tormento, e nem inquérito foi formado. Eu nunca fui chamado, de tão maluca que era. Houve um trabalho nosso de acompanhamento, e deu notícia do arquivamento. E hoje ainda a notícia de que o procurador de Justiça, em nome da Procuradoria Geral de Justiça do Estado pede arquivamento daquele episódio com um policial na ocupação estudantil.

Muito obrigado, também, Marcela, por tudo que nós fizemos. Obrigado aos nossos três estagiários que passaram, o Lucas Braga, a Teresa, minha querida amiga, que está presente, e Giordano, estagiários que passaram pelo nosso mandato.

Alguns deputados. É óbvio que eu gostaria de falar de todos eles, mas eu prefiro cometer o erro de esquecer alguns, mas falar daqueles que se foram muito importantes. Meu amigo José Américo, com quem eu convivi aqui na Casa. Um deputado brilhante, inteligente, culto. Eu adorava, passava horas conversando com ele. Me acalmava, entende da vida e da política. Vou sentir falta das nossas conversas.

O deputado Neder, meu grande companheiro aqui, de Parlamento, de bancada, companheiro no Partido dos Trabalhadores, nas disputas internas. Um grande abraço ao Neder. Alguns que passaram por aqui, a minha convivência com o Adriano Diogo mudou a minha vida. Conviver com Adriano, que presidiu a Comissão da Verdade, um deputado criativo, um gigante na tribuna, no Parlamento. É uma honra também ter convivido com o Adriano. Deixar um grande abraço para ele.

Agradeço ao Geraldo Cruz, à Ana do Carmo, Ana Perugini, o Tito, Hamilton, e tantos outros, ao deputado Barba, que também convivemos juntos. Atuamos  muito na Comissão de Finanças, fizemos muito barulho junto, e foi tudo maravilhoso.

Agradecer ao PSOL, o último agradecimento, esse partido que me acolheu. É uma bancada combativa, com dois deputados muito qualificados, o deputado Giannazi e o deputado Raul, e que têm uma boa convivência. Espero que a bancada do PSOL, renovada, com força, uma bancada criativa, diferente, que vai trazer novas linguagens, honre cada voto recebido, honre a nossa bandeira e a nossa luta nesta Casa.

Não poderia deixar de falar do deputado Campos Machado e do deputado Barros Munhoz, deputados com posições muito díspares, mas que mantivemos um respeito, um  respeito republicano, um carinho pessoal muito importante. Isso não é pouco.

Em tempos que nós estamos vivendo, de radicalismo, de desrespeito completo à democracia, às instituições construídas com tanto suor e sangue, é importante valorizar aqueles que mantêm a diferença política no nível da política, no nível do respeito, e aqueles que zelam pela democracia, e aqui eu vi.

Nunca vi, por parte do Campos, nem do Barros, uma sede de estrangular, de acabar com o PT ou com a oposição, com o PCdoB ou com o PSOL, e nós temos que aprender a dar valor. Eu achava que era pouco isso, mas a vida ficou tão difícil no Brasil que é importante ressaltar.

Meu amigo Vaz de Lima, que se faz presente. É um deputado experiente, foi presidente desta Casa, meu conterrâneo, também um grande companheiro, grandes conversas nós fizemos aqui, e convivemos muito bem. Foi uma honra, lhe conhecia,  era amigo da cidade, mas tive a honra de conviver esses quatro anos.

Eu acho que é isso. Não tem mais o que falar. Estou muito empenhado nessa nova fase de luta no Brasil. Eu acho que nós temos que lutar contra um governo que pretende entregar o país, um governo que pretende crucificar a classe trabalhadora, mas nós temos que fazer uma luta concomitante, contra esse governo de milícias, contra esse governo que pretende entregar o país, contra a reforma da Previdência, mas pela democracia e pelas liberdades.

Lutar por democracia hoje no Brasil é lutar pelas instituições, é lutar pela boa convivência política. Mas, acima de tudo, é lutar contra as prisões políticas, simbolizadas por Luiz Inácio Lula da Silva. Faço da minha caminhada, agora, uma caminhada pela democracia, pelo Brasil e pela liberdade do Lula. É importante.

Não é possível ser progressista, democrático e de esquerda, no Brasil, e não levantar a bandeira da libertação dos presos políticos no Brasil. E restabelecer um novo ambiente, uma atmosfera, de construção, paz e harmonia nesse País. A vida não está fácil, mas a nossa vida é luta, luta e luta. Saio desta trincheira para mergulhar em outra: a luta da cultura, da organização popular e a luta de sempre por um Brasil mais justo, um Brasil solidário, um Brasil dos trabalhadores.

Muito obrigado a todos. Muito obrigado, Sr. Presidente. A nossa luta continua. Até breve. Nos encontramos na trincheira da vida, da democracia e da alegria. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Eu não poderia deixar passar esse momento sem falar algumas coisas sobre o Rillo. Ele é um jovem. Desde os 16 anos, ele milita politicamente, junto com o seu pai e junto com a sua família. É uma pessoa extremamente coerente. É extremamente compromissado com a causa popular. Conheci o Rillo à distância, dentro do PT. Vim a ter um convívio com ele na Assembleia Legislativa.

O Rillo, além da capacidade e do brilhantismo dele, que todos vocês tiveram a oportunidade de ver, é um orador de primeira linha e um jovem brilhante, e tem uma coisa que chama a atenção nesses momentos. É a integridade, o caráter, a lealdade, o compromisso político. Às vezes, esse compromisso político é até com certa intolerância. Mas isso é pela paixão pela causa popular, pela causa da cultura e pela causa da transformação social.

Quero dizer que ganhei um amigo, amigo mesmo, amigo pessoal. Eu destacaria, além do brilhantismo, da capacidade e da inteligência, porque temos muita gente assim. Inteligentes e brilhantes, temos vários assim. Mas é de uma integridade e um caráter acima de qualquer coisa. Quero dizer que lastimo muito que o processo político seja desse jeito. Que a gente perca pessoas como o Rillo, perca pessoas como o Vaz.

Espero que vocês voltem para cá em breve, para a gente ter a contribuição de vocês. Meu amigo e querido Gileno também.

Faz parte do processo político. Infelizmente, às vezes as eleições são injustas pela conjuntura que se passa e pelo momento que se vive. A gente nem sempre consegue, os novos, compensar aquilo que os mais velhos deixaram. Estão deixando. Estão fazendo a gente perder.

Eu gostaria de deixar a minha palavra de amigo sobre o Rillo, de companheiro da Assembleia Legislativa. E também gostaria de fazer a minha rápida homenagem aos companheiros, Vaz e Gileno. Com certeza você vai voltar, é um trabalhador incansável. Você também, pela sua capacidade e pelo seu brilhantismo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Vaz de Lima. 

Enquanto o deputado Vaz de Lima se dirige à tribuna, tem a palavra a deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, rapidamente venho a esse microfone para fazer um agradecimento muito especial às palavras do meu amigo e companheiro João Paulo Rillo. É uma pessoa com quem tive o prazer de conviver na Comissão de Educação e Cultura. Aprendi muita coisa com ele. Pude participar do seu processo de campanha municipal, em São José do Rio Preto. Tive o prazer de conhecer a sua família.

Quero dizer o seguinte: não sou celebridade, não sou rainha, não sou nada. Eu sou apenas uma cidadã brasileira, uma mulher negra que, graças a Deus, fui muito respeitada dentro deste Parlamento. E a única vez que alguém tentou subestimar a minha função dentro da Comissão, você foi a primeira pessoa que chegou aqui nesta tribuna e me defendeu de forma veemente. Muito obrigada por tudo, muito obrigada pela oportunidade que você me deu de poder mostrar um pouquinho da nossa sensibilidade, porque sabedoria eu só tenho sabedoria popular, a sabedoria parlamentar eu ainda estou aprendendo. Que Deus te abençoe e te ilumine. E tenha certeza de que a sua fala, a sua vibração, a sua definição de luta parlamentar você deixou lição nesta Casa e fará falta, porque precisamos de tribunos como você e fará falta, Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

  O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o nobre deputado Vaz de Lima.

 

O SR. VAZ DE LIMA - PSDB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estamos no finalzinho dessa Legislatura e certamente serei quase um dos últimos a falar aqui casualmente, e aproveito esse momento para cumprimentar V. Exa. pelo brilhante trabalho realizado como parlamentar aqui nesta Casa. O primeiro mandato eu não estava aqui, estava em Brasília com o seu pai, aquele mandato de 2011/2014 - o seu primeiro aqui, não é? - mas cumprimentá-lo pela trajetória, foi líder deputado, líder de bancada, líder de Governo e jovem presidente desta Casa que na minha avaliação superou todas as expectativas. Tanto superou que na minha percepção - é por percepção, pois estou deixando a Casa, infelizmente não fui reeleito - V. Exa. deverá ser reconduzido amanhã para cumprir mais um mandato como presidente da Casa.

Lembro-me de que quando voltei para cá nós tivemos uma conversa e disse “V. Exa. tem idade para ser meu filho”. Seus filhos são bem crianças, eles tinham acabado de nascer naquele momento - são gêmeos. Então, quero cumprimentá-lo por toda a trajetória, dizer da minha admiração pela família, quer dizer fui colega do seu pai aqui e em Brasília, então somos colegas deputados há muitos mandatos, seu pai também deixou uma história brilhante nesta Casa e faz um trabalho brilhante lá em Brasília. Aliás, lá eu fiquei mais próximo do seu pai, porque vivíamos nas mesmas comissões. Então, fazíamos dobradinha nas comissões que trabalhávamos. E o seu pai, pessoa impar, uma figura excepcional.

Estou dizendo isso logo no início da minha fala para dizer que eu acompanhei durante o dia a tentativa de um futuro deputado - vai assumir amanhã - de tentar impedir a eleição com a candidatura de V. Exa. no dia de amanhã. E para a nossa boa alegria, acabamos de receber do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi agora mesmo, 19 horas e 16 minutos, recebemos o despacho com o mandato de segurança, cujo relator foi o Antonio Celso Aguilar Cortez, desembargador do órgão especial, indeferindo o pedido.

Então, queria dizer de primeira mão que foi indeferido e nós fazemos aqui, para não ficar lendo todo o arrazoado, vou apenas ler, como a gente faz sempre aqui. Aprendi bastante, não é?

Leci, afinal, fiquei 20 anos aqui, mais quatro lá em Brasília: são 24 anos de mandato. Aprendi que quando a gente vai ler uma coisa assim, a gente tem que ler só lá as conclusões, não é? Então, vou ler só as conclusões, tá bom? Tudo bem? Vou ler as conclusões. Só as conclusões, depois de todo o arrazoado, viu, Rillo?

"Indefiro, em consequência, a medida liminar pleiteada. Notifique-se à autoridade impetrada para que preste informações no prazo legal."

Após, ao Ministério Público é coisa de praxe aqui. E agora, então, parabéns. Vossa Excelência tem toda a legitimidade. Eu acompanhei bem esse processo lá em Brasília.

Aliás, uma coisa interessante: o presidente da Câmara Federal acabou de ser reeleito. O Rodrigo Maia acabou de ser reeleito. Barros Munhoz foi reeleito aqui. Então, acho assim: tudo bem, vamos tocar a bola para a frente.

Em início de legislatura, na mudança da legislatura sempre acontecem essas coisas, e tudo bem. Ao mesmo tempo, me solidarizar com V. Exa., repudiando os infames ataques que foram levados a  V. Exa. e à sua família.

Agora, lembrar: amanhã tem posse para todo mundo. Depois, faça a eleição, está tudo tranquilo. E um bom mandato aí para todos.

Está aqui, então. Essa é a primeira coisa.

A segunda coisa que eu queria aproveitar esse finalzinho de tempo para agradecer a população de São Paulo, pelos mandatos que me confiou aqui e em Brasília, a minha família, que suportou esse tempo todo.

E agradecer a Deus a oportunidade de servir os meus concidadãos aqui de São Paulo. Aprendi muito ao longo desse período. Acho que muito mais aprendi do que ensinei aqui. Fiz amigo; quiçá, alguns adversários - não inimigos -, muito no campo das ideias, no campo político-partidário.

Do ponto de vista pessoal, acredito que não tenha tido nenhum problema ao longo desses anos todos que fiz aqui, seja com os deputados - deputado Rillo, vou fazer menção a V. Exa., por favor -, seja com os servidores da Casa.

Então, só tenho a agradecer. A palavra é só de gratidão. E, dizer a todos: deixo agora o mandato, mas, onde estiver, na minha atividade, qualquer que seja ela, pública ou privada, estarei à disposição de cada um.

O telefone será o mesmo, não vai mudar. Aliás, nunca mudou. Desde o meu primeiro mandato é o mesmo telefone. Então, queria que todo mundo soubesse que continua à disposição.

Ao final, dizer uma palavra aqui de agradecimento a todos e fazer uma referência ao Rillo, particularmente, retribuindo as palavras dele aqui.

Conheci o Rillo muito menino, não é? Garoto, garoto, bem garoto, lá em Rio Preto. Convivia com o pai, que tem mais ou menos a minha idade, eu acho, não é, João? Mais perto disso, não é? Não era garotinho lá.

Sempre fez uma carreira muito boa. Sempre em campos opostos, ideologicamente opostos; mas, sempre com respeito. Aliás, foi candidato três vezes, não é, Rillo? A prefeito. Nas três vezes estivemos em posições opostas, ajudando outros candidatos.

Mas, também reconhecer o seu valor, tá? Dizer que tive muito orgulho de estar com você esse período aqui, nesses mandatos que fizemos juntos. Não foram poucas vezes, ele fez menção disso, não foram poucas as vezes que nós conversamos, aqui no plenário, lá no café.

Dizer que acho que a sua voz vai fazer falta aqui, a despeito - e posso dizer isso porque você tem a idade dos meus filhos - de alguns excessos cometidos em alguns momentos, no calor da emoção, no calor da palavra, e você acabou de reconhecer isso aqui, que nada foi pessoal. Você tem muita lenha para queimar, é muito jovem. São Paulo precisa muito de você, Rio Preto precisa muito de você, o Brasil precisa muito de você.

Então, quero fazer o meu reconhecimento aqui, também, a sua atuação como homem público nesta Casa, representando Rio Preto. Acho que a região perde uma voz importante. São Paulo perde uma voz importante.

Sr. Presidente, obrigado. Um abraço a todos. Quem sabe a gente possa dizer sempre um “até breve”, porque vamos continuar nos encontrando nas esquinas da vida. Dá para fazer uma música, hein, Leci? “Nos reencontrarmos nas esquinas da vida”, que não poderá ser mais a Ipiranga com a São João, porque já cantaram isso, mas, quem sabe, a gente se encontre em outra esquina da vida.

Um grande beijo para você também, e abraço a todos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de ir para o próximo inscrito, queria agradecer as palavras do deputado Vaz de Lima, dizer que o deputado Vaz de Lima tem uma história e uma biografia de serviços prestados à sociedade e ao povo paulista.

Tenho muito orgulho de ter conhecido ainda menino, quando militou e teve a oportunidade de ser deputado estadual junto com meu pai. Acompanhei sua trajetória ao longo da vida. Para mim é um orgulho muito grande poder ser seu companheiro, ser seu colega de luta aqui.

O trabalho que V. Exa. tem realizado, ao longo do tempo, em prol do povo paulista, eu não poderia deixar de registrar que foi um grande presidente desta Casa de leis. É uma pessoa que sempre conseguiu conduzir os trabalhos da melhor maneira possível, sempre ponderado, uma pessoa calma.

Foi líder do Governo também, aqui nesta Assembleia Legislativa, então tem uma carreira brilhante, uma atuação brilhante. Sua família, seus amigos, o povo que sempre você representou aqui, podem se orgulhar, por ter uma pessoa como você representando o povo de São Paulo.

E, com certeza, onde estiver, vai fazer muito bem feito o trabalho. Saiba que pode contar sempre com o amigo aqui, com a Assembleia Legislativa, e o respeito com que V. Exa. conduziu, ao longo do tempo.

E não poderia deixar de falar também do deputado João Paulo Rillo, em que pesem os nossos embates, em que pesem as nossas lutas, sempre respeitadas, dentro da pauta da luta ideológica, das suas posições políticas.

Confesso que hoje é um dia muito difícil, porque não só V. Exa., mas 51 outros parlamentares, bons parlamentares, pessoas lutadoras, batalhadoras, deixam esta Casa de leis.

E eu não poderia também deixar de fazer esse cumprimento a V. Exa., deputado Rillo, muitas vezes não concordando com suas posições, com suas posturas, mas reconhecemos o papel democrático que tem na sua atuação, na sua luta política em favor da sociedade. Esse reconhecimento é sempre importante. Confesso que me desculpo também com V. Exa., quando muitas vezes me excedi em alguma posição, mas sempre tentando buscar o bom entendimento para o povo paulista.

Acho que é isso o Parlamento. É o Parlamento que deve se pautar dessa maneira, cada um pondo sua posição, mas sempre respeitando e cumprindo as regras que são pré-estabelecidas. E esta Casa de leis, ao longo dessa legislatura, foi isso que fez. Ela cumpriu o seu papel, cumpriu as suas regras, cumpriu as suas posições, com cada um dos parlamentares.

Hoje, realmente, em que pese amanhã ser um dia feliz para muitos parlamentares que assumem os mandatos, hoje é um dia triste, deputado Gileno, porque a gente reconhece os bons quadros que não conseguiram, não foram reeleitos neste momento político.

Então, temos que saber que bons amigos deixam a Assembleia, mas continuam na política, militando para melhorar a vida das pessoas.

Faço esta reflexão a todos vocês. No final da votação ainda quero fazer mais uma manifestação, a respeito do fim desta Legislatura, mas convido o deputado Barba para poder ocupar a tribuna e utilizar da palavra, na discussão da PEC.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, deputado Vaz de Lima, primeiro cumprimentar e dizer que você teve uma tarefa importante, quando presidiu a Comissão de Finanças, e nos alertou que para votar o Orçamento Impositivo a gente precisava alterar a Constituição Estadual, porque foi a experiência que vocês tiveram lá em Brasília. E dizer do respeito que tenho por ti. Então, te desejar boa sorte na sua luta, não só a você, mas ao deputado Gilmar Gimenes, deputado Gileno. Vocês, com certeza, não encerram aqui uma luta; iniciam uma nova luta. Então, quero desejar não só a vocês, mas a todos os outros deputados que não obtiveram sucesso na sua reeleição, mas a luta política é uma luta constante, é uma luta permanente, e tenho certeza de que vocês vão para novas tarefas.

Quero também agradecer a nossa bancada, viu, Enio? Têm companheiros nossos que também não foram reeleitos. Tem aí o companheiro Luiz Turco; a companheira Ana do Carmo, que foi para uma nova tarefa tentando ser deputada federal; o companheiro Geraldo Cruz; o companheiro Carlos Neder; José Zico Prado, que não disputou as eleições, mas conseguiu fazer seu sucessor; o Marcos Martins, que também não disputou as eleições, mas fez o seu sucessor. Quero agradecer a esses companheiros que deixaram essa bancada, porque não foram reeleitos, mas que durante esses quatro anos me ensinaram muito, aprendi muito com esses companheiros. João Paulo Rillo, nós que fomos juntos da Comissão de Finanças, combatemos vários combates, bons combates. Você é um dos deputados brilhantes, um deputado muito audacioso na tribuna, muito bom de tribuna, bom debatedor. Às vezes as pessoas não prestam a atenção e acabam não conseguindo entender a tua mensagem. E essa coisa dos inimigos de classe, eu estou numa luta ferrenha agora, nesse momento, numa fábrica em que eu trabalhei por 25 anos, que eu vou falar dela daqui a pouco, fazendo um enfrentamento muito duro. Então, quero te desejar muito boa sorte e dizer que eu tenho grande respeito por você, que você foi um deputado brilhante, e aprendi muito com você. Quero te desejar boa sorte nessa sua nova caminhada no PSOL, mas também reconhecer aqui que você não se esqueceu da tua militância, da atuação no PT, e isso para nós é muito importante, as pessoas não esquecerem a sua origem. Você vai ter um novo caminho, um novo rumo lá dentro do PSOL. Muito sucesso; acho que você vai crescer muito dentro do PSOL, que é um partido importante, aliado nosso, para a gente discutir as nossas tarefas. Então parabéns, João Paulo Rillo, boa sorte. Se precisar de alguma coisa, estou à disposição, camarada.

E lembrar que você fez uma homenagem aqui à Leci. A coisa mais bonita foi ver a Leci representando Luiza Mahin no desfile da escola de samba da Mangueira. A Leci que eu curto desde “Zé do Caroço”, “Herança de Partideiro” e outros pagodes, que eu adoro. Eu sou do morro, sou da comunidade, então vivo lá, adoro lá, cresço lá, e eu, ao invés de falar como o Vaz, “a gente se encontra em qualquer esquina por aí”, vou falar assim: a gente se encontra - vou falar igual o Zeca Pagodinho - em qualquer botequim por aí para poder curtir um samba.

Mas eu aproveito para convidar as Sras. Deputadas, os Srs. Deputados, amanhã nós vamos fazer aqui - não lembro o nome da rua, mas em frente ao quartel, naquela entrada ali, entre o pátio dos funcionários e a rampa em frente ao quartel - já está confirmado, têm 12 ônibus de trabalhadores da Ford, que virão de macacão. Vão distribuir um documento, um panfleto, vai ter as falas. Estão pedindo para todos os deputados que quiserem ir lá, para nós é muito importante, para nos ajudar nessa luta incansável contra a Ford. Então, fiquem tranquilos vocês, os trabalhadores, as trabalhadoras, porque o pessoal tem notícias de outras movimentações, mas nós devemos ficar ali até duas horas, duas e 15 no máximo, aí encerra nossa tarefa, porque o pessoal entende a importância da posse dos deputados, e o pessoal sabe que nós lutamos para ter uma boa eleição. Então, nós não vamos atrapalhar a posse dos deputados. Então, o nosso pessoal da Ford, os trabalhadores e trabalhadoras, deve chegar por volta das 12 horas e 30 minutos, viu, Gileno? Se você estiver por aí e quiser... Vão ficar ali até umas duas horas, duas e dez, duas e quinze. Nós encerramos e depois vamos cuidar da nossa posse.

Então, aproveito para agradecer, nesses dias todos, o apoio, a repercussão que tem dado. Uma assessora minha, no Carnaval, foi a Pernambuco. Ela disse que em Pernambuco estão acompanhando o debate da Ford. Na Bahia, o pessoal está acompanhando o debate da Ford. Então, há várias coisas acontecendo. É uma luta importante e conto com a presença de vocês amanhã, Leci, Enio Tatto, José Américo, todos os deputados que puderem estar presentes. Presidente Cauê Macris, se puder estar lá, será bem recebido. Quero agradecer, mais uma vez, o seu empenho.

Quero agradecer ao coronel Gomes e ao comandante Pontes, que nos receberam e nos ajudaram a tratar para que não tenha problema nenhum, nem com a polícia, nem com o quartel do Exército, que está ali em frente. Será uma manifestação tranquila.

Então, vou deixar para bater na Ford, mais um pouco, a partir da semana que vem, para que encaminhemos a votação da PEC. Mas vou dizer que quero trazer a Ford a esta Casa para ela prestar contas a este Parlamento, nem que tenhamos que montar uma CPI da Ford. São mais de 15 bilhões. Talvez uma empresa estatal não tenha recebido tantos benefícios como a Ford recebeu. Mas esse debate nós vamos deixar...

Hoje é um dia de despedida, um dia terrível, esse 14 de março, não é? Tem gente que vai embora entre os deputados, tem gente que vai embora das assessorias. Então, quero deixar para a próxima legislatura.

Muito obrigado aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço ao deputado Barba. Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação o 2º turno da PEC nº 01, de 2019. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada em 2º turno.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, antes de dar por encerrados os nossos trabalhos, quero fazer um agradecimento especial a cada um dos funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta é a última sessão que presido nesta 18ª Legislatura. Amanhã, presido a Sessão de Instalação da nova Legislatura, pelo fato de ter sido reeleito, mas quero aqui, de coração, agradecer a todos os funcionários da Assembleia Legislativa, agradecer a compreensão, pedir desculpas, muitas vezes, por algum excesso, por alguma posição que foi tomada por mim como presidente da Assembleia Legislativa durante o transcorrer dos dois anos.

Podem ter certeza de que cada uma das ações que tomamos ao longo da Legislatura foi sempre na luta de conseguir melhorar o dia a dia das nossas atuações, da Casa, a prestação de serviços dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Quero agradecer a cada um dos nossos funcionários da Assembleia Legislativa.

Quero agradecer aqui, de coração, a Mesa Diretora que me acompanhou ao longo dessa jornada, durante esses dois anos: ao deputado Luiz Fernando Teixeira e ao deputado Estevam Galvão. Os dois deputados auxiliaram em tudo; todas as nossas decisões, ao longo desses últimos dois anos, foram unânimes. Muitas vezes, discordamos de posições, mas sempre buscamos a construção de um consenso nas ações administrativas. Boas ações.

Assumimos a Assembleia Legislativa com o intuito de cortar custos, de cortar custeio, de melhorar os contratos. Foi isso que fizemos. Foram 20%, em média, de economia contratual em todos os contratos da Assembleia Legislativa.

Hoje, tivemos a oportunidade, a Mesa Diretora, de estar reunidos com o governador João Doria, quando assinamos o documento autorizando o pagamento aos cofres públicos do estado de São Paulo de 106 milhões de reais, a maior devolução da história, de recursos economizados ao longo de nossa gestão. Uma média de nove por cento de economia do Orçamento, graças a essa renegociação de contratos que fizemos em todas as áreas.

Então, orgulho-me muito dessa luta que fizemos ao longo do tempo. É claro que muito precisa ser feito, como investimentos na área de tecnologia, investimentos na área de internet, investimentos em tantas outras áreas importantes. Avançamos muito. Temos certeza de que a próxima Mesa Diretora terá grandes responsabilidades também de continuar avançando. Então, quero aqui, para encerrar, agradecer aos Srs. Deputados que tiveram a compreensão ao longo desses anos de buscar o bom debate votando projetos de interesse da sociedade, votando os projetos de interesse da população paulista.

Agradecer à assessoria militar, agradecer à assessoria da Polícia Civil, agradecer todas as áreas que nos acompanharam ao longo desses anos, ao Rodrigo Del Nero, em nome da Secretaria Geral Parlamentar, ao Joel Oliveira, em nome da Secretaria Geral de Administração da Assembleia Legislativa, agradeço de coração.

Acho que essa é a última fala desta 18ª Legislatura. Todos os parlamentares, aqueles que não tiveram a oportunidade de se reeleger, saberem que têm grandes amigos aqui que podem ajudar nas lutas regionais, nas lutas de cada uma das suas demandas políticas e demandas da população de cada uma das regiões e dizer que nós sempre estaremos prontos para poder melhorar a vida de cada um dos nossos cidadãos paulistas.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de dar por levantada a sessão, esta Presidência declara encerrados os trabalhos da 4ª Sessão Legislativa da 18ª Legislatura.

Convida a todos, por fim, para a Sessão Preparatória Inaugural de Instalação da 1ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura, a realizar-se amanhã, às 15 horas.

Está encerrada a sessão e a Legislatura. Boa noite a todos.

 

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- Encerra-se a sessão às 20 horas e 10 minutos.

 

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