14 DE MARÇO DE 2019
7ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL
Presidência: CAUÊ MACRIS
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Abre a sessão. Coloca em discussão a PEC 1/19.
2 - CAMPOS MACHADO
Discute a PEC 1/19.
3 - LUIZ CARLOS GONDIM
Para comunicação, mostra-se contra ação judicial promovida pelo futuro líder do PSL, neste Parlamento.
4 - JOÃO PAULO RILLO
Discute a PEC 1/19 (aparteado pelo deputado Enio Tatto).
5 - JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA
Para comunicação, discorre acerca da trajetória política e pessoal do deputado João Paulo Rillo. Elogia a autoridade. Saúda os deputados Vaz de Lima e Gileno Gomes.
6 - LECI BRANDÃO
Para comunicação, agradece as palavras do deputado João Paulo Rillo. Discorre sobre a amizade e experiência política com a autoridade. Acrescenta que a não reeleição do parlamentar fará falta a esta Casa.
7 - VAZ DE LIMA
Discute a PEC 1/19.
8 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz breve relato da trajetória política do deputado Vaz de Lima, a quem elogia. Cumprimenta o deputado João Paulo Rillo. Reconhece qualidades de deputados não reeleitos.
9 - TEONILIO BARBA LULA
Discute a PEC 1/19.
10 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Encerra a discussão. Coloca em votação e declara aprovada a PEC 1/19. Agradece aos servidores desta Casa. Assevera que suas ações como presidente objetivam melhorar a qualidade do Parlamento. Mostra-se grato a seus pares que compuseram a Mesa Diretora. Informa que este Poder devolvera 106 milhões de reais aos cofres do Estado. Faz agradecimentos gerais. Homenageia deputados não reeleitos. Informa que esta foi a última sessão do Período Adicional à Quarta Sessão Legislativa da Décima Oitava Legislatura. Lembra convocação para a Sessão Preparatória Inaugural de Instalação da Primeira Sessão Legislativa da Décima Nona Legislatura, a realizar-se dia 15/03, às 15 horas. Encerra a sessão.
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- Abre a sessão
o Sr. Cauê Macris.
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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Presente
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
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- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
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O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, Proposta de Emenda à Constituição.
Discussão e votação, em 2º turno - Proposta de emenda nº 1,
de 2019, à Constituição do Estado, de autoria do deputado Jorge Caruso e
outros. Altera o§ 2º do artigo 9º da Constituição do Estado e acrescenta o
artigo 1º-A ao Ato de Disposições Constitucionais Transitórias. Parecer da
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, favorável.
Para falar favoravelmente, o nobre deputado Campos Machado
está inscrito.
O SR. CAMPOS
MACHADO - PTB - Meu caro presidente, Cauê Macris,
Srs. Deputados, depois de 28 anos de mandato, desta tribuna, ao cair da noite,
venho para falar sobre um ato infame, insano, leviano, praticado pelo futuro
líder do PSL nesta Casa.
Sabendo que a candidata dele, a nobre deputada Janaína
Paschoal, não tem condição, não tem nenhum voto que possa garantir a sua
eleição à Presidência, foi buscar no tapetão o direito de poder se eleger.
O líder do PSL ingressou, nesta tarde, com um mandato de
segurança esdrúxulo, estúpido, grosseiro, ridículo. O que quer o futuro líder
da bancada do PSL? Impedir que o deputado Cauê Macris possa ser o candidato a
presidente nesta Casa, falando em eleição. É um outro mandato. É um mandato
novo, que se encerra hoje, às 24 horas.
Esse atrevimento não busca apenas atingir o presidente Cauê
Macris. Busca atingir a história desta Casa. Em nenhuma oportunidade, até hoje,
nunca ocorreu fato semelhante, deputado Enio Tatto.
Aí, há que se indagar: qual é a fundamentação? Não é
jurista, que não tem nenhuma. Qual fundamentação racional, lógica, que pudesse
embasar, alicerçar pedido dessa natureza? Foi, ao cair desta legislatura,
buscar de maneira intempestiva, de maneira indigna, própria de quem não sabe
perder, própria daquelas pessoas que não sabem que a democracia é para quem
vence. Derrota e vitória são irmãs gêmeas, todo mundo sabe disso, é como
alegria e a tristeza. Como é que eu posso saber como é boa a alegria se eu não
conheço a dona tristeza? Eu sei disso. Deveriam ficar tristes, sim, porque vão
perder as eleições. Mas por que usar esse expediente pequeno, rasteiro, volto a
dizer, infame, volto a dizer, leviano, de bater na porta do Judiciário, no
último dia desta legislatura, para buscar sem motivo, apenas para criar um fato
político?
Já está nos
jornais. Acabei de dar a minha opinião, não só nas redes sociais como na
imprensa. Para que praticar um absurdo desse? Será que ele pensa que ele
concorre para a grandeza desta Casa? Amanhã ele, que seguramente representa a
vontade do PSL, a vontade integral da bancada, tem audácia desenfreada, como
dizem os gregos, de pleitear, de buscar junto ao Judiciário aquilo que não
consegue, que não vai conseguir junto a quem vai votar amanhã?
Que tristeza,
Sr. Presidente! Que tristeza! Franco Montoro, Jânio Quadros, quantos deputados
passaram por esta Assembleia, dignificaram-na, honraram-na? E hoje eu não
poderia deixar de vir aqui, numa fala que eu não estava pensando em usar, para
perguntar ao nobre líder do PSL: Diz para mim, deputado Gil Diniz, diz para
este Estado, diz para esta população, não engane as pessoas que o seguem nas
redes sociais, que acreditam na sua palavra. O senhor sabe que não tem o menor
sentido, que não tem a mais leve possibilidade de lograr isso? O que o senhor
quis é criar um fato político, alguma coisa que pudesse, de longe, trazer
incômodo para o deputado Cauê Macris. Eu fico indagando por que esse motivo?
Por que essa ação? Por que tanto desespero? É o mesmo desespero que ontem o
deputado Mamãe Falei invadiu o gabinete do deputado Bruno Caetano e foi
indagando os funcionários: “O que você faz? A que horas você entra? Quem é
você?” Que direito tinha o Sr. Mamãe Falei de invadir o gabinete de um deputado
desta Casa para fazer indagações a funcionários do seu gabinete? Acaso estão
pensando que vão transformar esta Casa num circo? Num teatro? Acham que aqui é
o Teatro Maria Della Costa? Pelo menos no teatro têm bons protagonistas, não
têm charlatães. Esta é a minha perplexidade.
O deputado Cauê
Macris nem queria que eu usasse a palavra hoje. Eu disse: “Deputado Cauê, tem
certos momentos em que silenciar transforma os homens em covardes”. Eu não
tinha por que estar aqui. Tenho o problema de saúde da minha esposa, mas aqui
estou, para deixar bem claro: não posso, não vou aceitar, não vou consentir e
estarei aqui nesta tribuna quantas vezes forem necessárias para enfrentar
deputados eleitos em outubro que disseram, certa feita, com os “lives” na mão:
“Quer conhecer um vagabundo? Vá à Assembleia”. O que ele vai fazer aqui a
partir de amanhã então? É um vagabundo novo, de terno novo, de gravata nova?
Ah, meu caro
deputado Barba, a que ponto chegamos? Não interessa o fato, interessa a versão
que alguns mentirosos estão dando. O que eles fazem? É muito simples: vão à
Justiça, tomam o tempo dos Srs. Desembargadores, tomam o tempo da Justiça, que
tem coisas sérias para decidir. E o que fazem? Procuram tumultuar, procuram
atazanar. E quero deixar bem claro que não conheço a palavra “medo”. Nunca
conheci.
Eu não poderia
me silenciar, deputado Vaz de Lima, V. Exa. que presidiu esta Casa, que sabe o
que se anuncia nos horizontes. Bandoleiros mirins se fantasiam de guerreiros e
querem chegar a esta Casa... Alguns querem provocar os deputados, até de
maneira ridícula, para que tenham discurso para fazer. Outros acreditam que o
povo é cego. Outros se esquecem de que o YouTube... Tem alguns “youtubers” que
são patrocinados com milhares de reais. São, sim. E quanto mais besteiras falam,
mais aumenta o patrocínio.
Pode filmar,
meu amigo. Isso, filma bem. Faço questão que vocês filmem. É isso aí.
É uma
perseguição pequena e acham que estamos preocupados com eles. É isso aí,
deputado Enio Tatto. A que ponto chegamos? Tenho receio de que alguns
parlamentares que já faleceram, como Franco Montoro, estejam se remoendo nos
túmulos, perplexos diante do quadro fúnebre, de pânico, que se anuncia para o
futuro.
Eis aqui o
exemplo. Estão aqui no plenário. Usuários de “lives”. Acham que vão me amedrontar?
Acham que vou recuar? E não é com sorriso irônico, não. Quero atitudes. A
bancada do PSL vem com essa história de política nova. Política nova com o que
está acontecendo aqui, com um verdadeiro pomar de laranjas? Isso é política
nova?
Um laranjal plantado em estado e
estado, casa e casa é política nova? Portanto, meu caro presidente Cauê Macris,
não vou nem lhe pedir que aceite a minha solidariedade, porque dizia um
pensador: “A vida é curta, mas não pode ser pequena”. A pequenez não pode
chegar a esta Casa.
É por isso que
eu quero registrar aqui, Sr. Presidente, o meu pesar, o meu lamento, a minha
tristeza ao tomar conhecimento desse falsificado, estúpido, grosseiro mandado
de segurança que não tem nenhuma possibilidade de êxito. Senhores do PSL,
ganhem a eleição aqui com os votos dos parlamentares. Não pensem que quem está
fora vai votar. Cada deputado desta Casa aqui foi eleito pelo povo.
São quase 80%
de votos que elegeram grande parte dos deputados desta Casa e esses deputados
vão representar o povo. Portanto, Sr. Presidente, ao ridículo, à insanidade, à
estupidez, à infâmia, à leviandade, o meu pesar.
O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB -
Queria fazer um comunicado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra por três minutos, mas gostaria antes, porém, se assim
V. Exa. me permitisse, que eu já pudesse convidar o deputado João Paulo Rillo,
que pudesse se posicionar na tribuna, que será o próximo orador inscrito.
Tem a palavra.
O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas
para comunicar que aqui nós estamos vários deputados que perderam agora a 18º Legislatura,
nós perdemos, não fomos eleitos para a 19ª legislatura.
Então, não cabe,
de maneira nenhuma, essa ação. Eu também estou perplexo porque é a primeira
vez, são cinco mandatos, que eu vejo esse assunto ser tratado dessa maneira
aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo. Somente isso.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Com a palavra o deputado João Paulo Rillo.
O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero
pedir a V. Exa. que permita aqui quebrar um pouco o protocolo e veicular um
vídeo de três, de quase quatro minutos produzido pelo Mídia Ninja que
homenageia a nossa querida Marielle assassinada. Hoje, completa um ano do seu
assassinato e tenho certeza de que não teria problema algum V. Exa. permitir no
meu tempo que pudesse passar esse vídeo para que depois eu possa fazer o meu
pronunciamento.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Dentro do tempo de Vossa Excelência, V. Exa. tem condição.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL -
Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.) Fica aqui a homenagem do nosso mandato,
nesse último dia da legislatura, à Marielle e a todos aqueles que aderiram à
sua luta, às suas causas, e transformaram o luto, um substantivo masculino, em
verbo, em luta política e em multidão. Alguns meses depois da morte de
Marielle, o PSOL, o PT e o PCdoB elegeram dezenas de mulheres jovens, negras.
Isso mostra que a força da ideia, os valores defendidos por Marielle
permanecerão e resistirão ao tempo e às opressões.
Sr. Presidente,
essa é a minha última fala. Provavelmente minha última fala também neste
Parlamento, como deputado. Compreendo que fechou um ciclo na minha vida
política, fechou um ciclo na caminhada. E um ciclo muito importante. Cheguei
aqui em 2011; tomei posse no dia 15 de março de 2011. Hoje é um dia um pouco
catártico. Confesso que desde o dia da eleição não me abalei com o resultado,
compreendi perfeitamente. No mesmo dia, comecei a pensar no que faria do ponto
de vista da luta política; como é que seria a minha vida depois do dia 15 de
março.
Mas confesso
que nas últimas duas semanas, ao vir para a Assembleia, a gente sofre um pouco
de melancolia, sente um pouco. E curte, também, esse sentimento de despedida
das pessoas. Não das coisas, não do Parlamento, não da instituição; sempre
soube que estava de passagem. Mas eu sinto falta das pessoas. Gosto da tribuna,
gosto do trabalho parlamentar, gosto da ação parlamentar. Mas a luta política é
muito mais do que isso, e eu estava aqui de passagem mesmo. Então, hoje, eu
gostaria, se conseguir, de falar um pouco das pessoas desta Casa que foram
muito importantes para mim.
Queria
começar por aquelas e aqueles que, todo dia, me encontram, que pegam dois
transportes para chegar até aqui, que trabalham nos serviços gerais da Casa,
que conversam sobre a vida. Para mim, o meu maior termômetro de como está a
vida são esses trabalhadores que limpam esta Casa, que mantêm esta Casa,
agradecê-los por esses anos de convivência.
Quero
agradecer àqueles que cercam a atividade parlamentar, todos os trabalhadores de
comissões desta Casa. Por muitas vezes, tiveram que conviver com a nossa
ansiedade. Eles são extremamente preparados e calmos, me ajudaram muito ao
longo da caminhada. Em nome do Maurício, que foi o assessor da Comissão de
Educação e Cultura quando eu a presidi, agradeço a todos os trabalhadores das
comissões.
Quero
agradecer a todos os trabalhadores da Taquigrafia, função extremamente
importante no Parlamento, agradecendo ao meu amigo Pedro e ao meu amigo que
hoje se faz presente aqui, em nome de todos aqueles que contribuíram com o
registro desta Casa. Agradecer aqui aos nossos queridos amigos, que mantêm o
som, os vídeos: o Machado e toda a equipe desse trabalho tão importante que
inova a linguagem do Parlamento.
Quero
agradecer ao pessoal da SGP, Lúcia, Roberta, Glauco, Caio, Borges e meu grande
amigo Rodrigo, um assessor da Presidência, republicano. Sempre foi assessor da
Presidência e talvez seja aí um exemplo de trato político refinado, republicano
e democrático. Agradeço-o muito, Rodrigo, por esses anos, todos que convivemos
aqui. Aos meus amigos do Protocolo, que foram amigos pessoais, o Jó e o Egmar.
Quantas vezes me pegaram angustiados, e ali eu extravasava um pouco, conversava
um pouco com eles antes de fazer uma fala.
A
todos os policiais militares que convivemos juntos ao longo desses anos, em alguns
momentos, com estresse, cada um na sua função; eu lutando para que o povo
ocupasse a Assembleia, e eles cumprindo outra orientação, mas conseguimos
sempre manter uma relação de civilidade e respeito, porque este mandato que eu
representei nunca faltou ao trabalhador policial militar e policial civil.
Eu
cheguei aqui, presidente Cauê, e tive muita sorte. Primeiro, porque a bancada
do PT foi muito generosa comigo, permitiu que eu fosse líder da Oposição, logo
no primeiro dia que eu assumi como deputado. E hoje é o momento de
agradecimento, em que as diferenças, elas se tornam insignificantes perto do
que nós vivemos e do que vem pela frente.
Eu
tive aqui dois grandes professores que me ajudaram muito. Queria fazer um
agradecimento especial ao Enio
Tatto, que foi o líder da bancada do PT quando eu fui líder da
Minoria. Para mim, é um dos deputados mais capazes de fazer oposição na Casa,
conhece os instrumentos. Aprendi muito com ele. Pena que ele pode virar 1º
secretário. Eu o prefiro como líder da Oposição ou da bancada do PT, para dar
muito trabalho ao Doria.
Aprendi
muito com o Enio. Quero agradecê-lo e à Cris, Enio, que era a sua grande
parceira. Vocês montavam uma dupla imbatível aqui na Casa. A Cris, assessora de
plenário, sem dúvida, é uma das maiores assessoras de plenário que nós tivemos
aqui. Aprendi muito com vocês, era uma dupla infernal, que observei a jogar, e
aprendi demais.
Quero
agradecer a todos os trabalhadores da assessoria da bancada do Partido dos
Trabalhadores, agradecendo aqui à Tânia, ao Max e à Bia. Em nome de vocês três,
eu quero agradecer a todos que me ajudaram, pela convivência, amizade e tudo
que foi possível a gente fazer juntos nesta Casa.
Depois,
eu tivesse a sorte de ser presidente da Comissão de Educação. Antes disso, fui
membro da Comissão de Educação e tive a deputada Leci como presidente da
comissão, a quem eu rendo mais do que homenagens. Para mim, você foi a rainha
desta Casa. Eu me fiz parlamentar combativo e atento na liderança do PT,
bebendo na fonte que o PT produziu aqui, mas me fiz gente e povo ao seu lado.
Você, para mim, é a personalidade mais nobre desta Casa. Foi uma honra, uma
alegria conviver com alguém de quem eu era fã, do mesmo lado, na mesma
sintonia, na convivência e com todo o seu carinho pessoal que teve comigo.
Todas as gravatas que eu tenho de bom gosto foram dadas pela deputada Leci
Brandão. Eu quero deixar um beijo no coração da Leci. Você é uma nobreza, Leci.
Seus valores são muitos e abrilhantaram esta Casa. Foi muito importante.
Presidente
Cauê, que talvez tenha sido o último alvo do estilo de ação parlamentar, eu
nunca tive vergonha nem constrangimento de pedir desculpas. Aqui ficam as
minhas desculpas àqueles que, no correr da luta, a gente cometeu excessos
verborrágicos, excessos em adjetivos. A linha tênue que separa a crítica
política da pessoal é um fio quase invisível, e a gente a ultrapassa. Muitas
vezes eu ultrapassei com você. Óbvio, não diz respeito às críticas políticas e
diferenças, mas tudo o que eu extrapolei do ponto de vista pessoal eu quero
retirar, enterrar aqui, pedir desculpas a você, aos ex-presidentes da Casa, nas
relações que nós tivemos.
É muito bom
passar por um lugar e sair com muito mais amigos, alguns adversários e nenhum
inimigo. Eu não fiz nenhum inimigo pessoal nesta Casa, exceto os de classe,
Barba. Esses nós vamos manter. Enquanto o capitalismo for a ordem mundial e
promover sofrimento e exploração, nós seremos inimigos de classe daqueles que o
representa. Agora, aqui não. Saio sem nenhum inimigo, de alma leve, e isso é
muito importante.
Encerro a ação
parlamentar sentindo que valeu a pena. Valeu muito conviver com vocês. Fizemos
o que nós pudemos, fizemos um mandato atento, um mandato criativo, um mandato
que fez de tudo para aproximar as pessoas, o povo desta Casa. Acho que valeu a
pena.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT -
Pela Ordem, Sr. Presidente. Com anuência do orador. Eu sou o próximo inscrito,
mas eu queria passar o tempo necessário para o deputado João Paulo Rillo.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Ele vai ter toda a tolerância desta Presidência que for necessária para
concluir.
O SR. ENIO LULA TATTO - PT -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Já queria falar, interrompendo - já interrompi,
né? -, deputado João Paulo Rillo, V. Exa., pode ter certeza, carrega esse depoimento
meu. Foi um dos mais brilhantes parlamentares que passou nesses 16 anos em que
eu sou deputado nesta Casa. Que pesem as divergências, em determinado momento
algumas intrigas entre a gente, tudo no campo político, quero falar a V. Exa.
que em nenhum momento ficou uma mágoa, um grau de inimizade, mas sim de muito
respeito. Vossa Excelência, falei há poucos dias em uma entrevista e citei
alguns deputados, o deputado Vaz de Lima, que está aqui presente, e outros
deputados vão fazer muita falta para o Parlamento do estado de São Paulo.
Parabéns pelo
seu pronunciamento. É uma pena e uma grande perda a não reeleição de V. Exa.,
assim como a de outros deputados desta Casa, que fizeram um bem ao Parlamento
paulista, um bem ao povo de São Paulo.
Utilize o tempo
que for necessário, porque eu era o próximo orador. Um grande abraço.
O SR. JOÃO PAULO RILLO - PSOL –
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Enio. Muito obrigado.
Quero continuar
aqui, fazendo agora um agradecimento às pessoas que trabalharam com a gente durante
esses quatro anos. Farei, depois em Rio Preto, com o pessoal que atuou, passou
pelo gabinete no Interior, individualmente com cada um, mas agradecer-lhes em
nome de duas pessoas. O Thiago, meu fiel e leal companheiro, que neste instante
registra - estamos trabalhando até o último gole -, foi chefe de gabinete. Em
nome dele e da minha grande amiga, irmã e companheira Liliane Santana, que
também foi chefe de gabinete, que milita comigo - desde os 14 anos de idade a
gente milita junto -, agradecer a toda a assessoria que passou por esse
mandato. Vou conversar individualmente com cada um deles.
Agradecer
àqueles que viviam e pulsavam a ação parlamentar aqui. Agradecer ao meu
companheiro Ito, que foi chefe de gabinete, ao Lucas Buzato, ex-deputado, que
também foi chefe de gabinete, um da liderança da Minoria, outro da bancada do
PT. Agradecer ao Paulo Dantas, uma grande figura, um homem que fez um trabalho,
que fez do nosso mandato um mandato combativo, talvez o mandato que mais atuou,
no ponto de vista da legislação e da fiscalização das contas públicas, graças
ao trabalho incansável dele.
Agradecer a
Virgínia, uma funcionária de carreira, que ficou com a gente esse tempo todo.
Minha grande amiga, grande advogada Marcela, que me deu só notícias boas nos
últimos tempos.
Primeiro, o
arquivamento daquela estapafúrdia lista da Odebrecht em que o meu nome
apareceu. Foram dois anos de tormento, e nem inquérito foi formado. Eu nunca
fui chamado, de tão maluca que era. Houve um trabalho nosso de acompanhamento,
e deu notícia do arquivamento. E hoje ainda a notícia de que o procurador de
Justiça, em nome da Procuradoria Geral de Justiça do Estado pede arquivamento
daquele episódio com um policial na ocupação estudantil.
Muito obrigado,
também, Marcela, por tudo que nós fizemos. Obrigado aos nossos três estagiários
que passaram, o Lucas Braga, a Teresa, minha querida amiga, que está presente,
e Giordano, estagiários que passaram pelo nosso mandato.
Alguns
deputados. É óbvio que eu gostaria de falar de todos eles, mas eu prefiro
cometer o erro de esquecer alguns, mas falar daqueles que se foram muito
importantes. Meu amigo José Américo, com quem eu convivi aqui na Casa. Um
deputado brilhante, inteligente, culto. Eu adorava, passava horas conversando
com ele. Me acalmava, entende da vida e da política. Vou sentir falta das
nossas conversas.
O deputado
Neder, meu grande companheiro aqui, de Parlamento, de bancada, companheiro no
Partido dos Trabalhadores, nas disputas internas. Um grande abraço ao Neder.
Alguns que passaram por aqui, a minha convivência com o Adriano Diogo mudou a
minha vida. Conviver com Adriano, que presidiu a Comissão da Verdade, um
deputado criativo, um gigante na tribuna, no Parlamento. É uma honra também ter
convivido com o Adriano. Deixar um grande abraço para ele.
Agradeço ao
Geraldo Cruz, à Ana do Carmo, Ana Perugini, o Tito, Hamilton, e tantos outros,
ao deputado Barba, que também convivemos juntos. Atuamos muito na Comissão de Finanças, fizemos muito
barulho junto, e foi tudo maravilhoso.
Agradecer ao
PSOL, o último agradecimento, esse partido que me acolheu. É uma bancada
combativa, com dois deputados
muito qualificados, o deputado Giannazi e o deputado Raul, e que têm uma boa
convivência. Espero que a bancada do PSOL, renovada, com força, uma bancada
criativa, diferente, que vai trazer novas linguagens, honre cada voto recebido,
honre a nossa bandeira e a nossa luta nesta Casa.
Não poderia
deixar de falar do deputado Campos Machado e do deputado Barros Munhoz,
deputados com posições muito díspares, mas que mantivemos um respeito, um respeito republicano, um carinho pessoal
muito importante. Isso não é pouco.
Em tempos que
nós estamos vivendo, de radicalismo, de desrespeito completo à democracia, às
instituições construídas com tanto suor e sangue, é importante valorizar
aqueles que mantêm a diferença política no nível da política, no nível do
respeito, e aqueles que zelam pela democracia, e aqui eu vi.
Nunca vi, por
parte do Campos, nem do Barros, uma sede de estrangular, de acabar com o PT ou
com a oposição, com o PCdoB ou com o PSOL, e nós temos que aprender a dar
valor. Eu achava que era pouco isso, mas a vida ficou tão difícil no Brasil que
é importante ressaltar.
Meu amigo Vaz
de Lima, que se faz presente. É um deputado experiente, foi presidente desta
Casa, meu conterrâneo, também um grande companheiro, grandes conversas nós
fizemos aqui, e convivemos muito bem. Foi uma honra, lhe conhecia, era amigo da cidade, mas tive a honra de
conviver esses quatro anos.
Eu acho que é
isso. Não tem mais o que falar. Estou muito empenhado nessa nova fase de luta
no Brasil. Eu acho que nós temos que lutar contra um governo que pretende
entregar o país, um governo que pretende crucificar a classe trabalhadora, mas
nós temos que fazer uma luta concomitante, contra esse governo de milícias,
contra esse governo que pretende entregar o país, contra a reforma da
Previdência, mas pela democracia e pelas liberdades.
Lutar por
democracia hoje no Brasil é lutar pelas instituições, é lutar pela boa
convivência política. Mas, acima de tudo, é lutar contra as prisões políticas,
simbolizadas por Luiz Inácio Lula da Silva. Faço da minha caminhada, agora, uma
caminhada pela democracia, pelo Brasil e pela liberdade do Lula. É importante.
Não é possível
ser progressista, democrático e de esquerda, no Brasil, e não levantar a
bandeira da libertação dos presos políticos no Brasil. E restabelecer um novo
ambiente, uma atmosfera, de construção, paz e harmonia nesse País. A vida não
está fácil, mas a nossa vida é luta, luta e luta. Saio desta trincheira para
mergulhar em outra: a luta da cultura, da organização popular e a luta de
sempre por um Brasil mais justo, um Brasil solidário, um Brasil dos
trabalhadores.
Muito obrigado
a todos. Muito obrigado, Sr. Presidente. A nossa luta continua. Até breve. Nos
encontramos na trincheira da vida, da democracia e da alegria. Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA DA SILVA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Eu não poderia deixar passar
esse momento sem falar algumas coisas sobre o Rillo. Ele é um jovem. Desde os
16 anos, ele milita politicamente, junto com o seu pai e junto com a sua
família. É uma pessoa extremamente coerente. É extremamente compromissado com a
causa popular. Conheci o Rillo à distância, dentro do PT. Vim a ter um convívio
com ele na Assembleia Legislativa.
O Rillo, além
da capacidade e do brilhantismo dele, que todos vocês tiveram a oportunidade de
ver, é um orador de primeira linha e um jovem brilhante, e tem uma coisa que
chama a atenção nesses momentos. É a integridade, o caráter, a lealdade, o
compromisso político. Às vezes, esse compromisso político é até com certa
intolerância. Mas isso é pela paixão pela causa popular, pela causa da cultura
e pela causa da transformação social.
Quero dizer que
ganhei um amigo, amigo mesmo, amigo pessoal. Eu destacaria, além do
brilhantismo, da capacidade e da inteligência, porque temos muita gente assim.
Inteligentes e brilhantes, temos vários assim. Mas é de uma integridade e um
caráter acima de qualquer coisa. Quero dizer que lastimo muito que o processo
político seja desse jeito. Que a gente perca pessoas como o Rillo, perca
pessoas como o Vaz.
Espero que
vocês voltem para cá em breve, para a gente ter a contribuição de vocês. Meu
amigo e querido Gileno também.
Faz parte do
processo político. Infelizmente, às vezes as eleições são injustas pela
conjuntura que se passa e pelo momento que se vive. A gente nem sempre
consegue, os novos, compensar aquilo que os mais velhos deixaram. Estão deixando.
Estão fazendo a gente perder.
Eu gostaria de
deixar a minha palavra de amigo sobre o Rillo, de companheiro da Assembleia
Legislativa. E também gostaria de fazer a minha rápida homenagem aos
companheiros, Vaz e Gileno. Com certeza você vai voltar, é um trabalhador
incansável. Você também, pela sua capacidade e pelo seu brilhantismo.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Vaz de Lima.
Enquanto o
deputado Vaz de Lima se dirige à tribuna, tem a palavra a deputada Leci
Brandão.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, rapidamente venho a esse microfone para fazer um
agradecimento muito especial às palavras do meu amigo e companheiro João Paulo
Rillo. É uma pessoa com quem tive o prazer de conviver na Comissão de Educação
e Cultura. Aprendi muita coisa com ele. Pude participar do seu processo de
campanha municipal, em São José do Rio Preto. Tive o prazer de conhecer a sua
família.
Quero dizer o
seguinte: não sou celebridade, não sou rainha, não sou nada. Eu sou apenas uma
cidadã brasileira, uma mulher negra que, graças a Deus, fui muito respeitada
dentro deste Parlamento. E a única vez que alguém tentou subestimar a minha
função dentro da Comissão, você foi a primeira pessoa que chegou aqui nesta
tribuna e me defendeu de forma veemente. Muito obrigada por tudo, muito
obrigada pela oportunidade que você me deu de poder mostrar um pouquinho da
nossa sensibilidade, porque sabedoria eu só tenho sabedoria popular, a sabedoria
parlamentar eu ainda estou aprendendo. Que Deus te abençoe e te ilumine. E
tenha certeza de que a sua fala, a sua vibração, a sua definição de luta
parlamentar você deixou lição nesta Casa e fará falta, porque precisamos de
tribunos como você e fará falta, Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o nobre deputado Vaz de
Lima.
O SR. VAZ DE LIMA - PSDB – SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a
todos. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estamos no finalzinho
dessa Legislatura e certamente serei quase um dos últimos a falar aqui
casualmente, e aproveito esse momento para cumprimentar V. Exa. pelo brilhante
trabalho realizado como parlamentar aqui nesta Casa. O primeiro mandato eu não
estava aqui, estava em Brasília com o seu pai, aquele mandato de 2011/2014 - o
seu primeiro aqui, não é? - mas cumprimentá-lo pela trajetória, foi líder
deputado, líder de bancada, líder de Governo e jovem presidente desta Casa que
na minha avaliação superou todas as expectativas. Tanto superou que na minha
percepção - é por percepção, pois estou deixando a Casa, infelizmente não fui
reeleito - V. Exa. deverá ser reconduzido amanhã para cumprir mais um mandato
como presidente da Casa.
Lembro-me de
que quando voltei para cá nós tivemos uma conversa e disse “V. Exa. tem idade
para ser meu filho”. Seus filhos são bem crianças, eles tinham acabado de
nascer naquele momento - são gêmeos. Então, quero cumprimentá-lo por toda a
trajetória, dizer da minha admiração pela família, quer dizer fui colega do seu
pai aqui e em Brasília, então somos colegas deputados há muitos mandatos, seu
pai também deixou uma história brilhante nesta Casa e faz um trabalho brilhante
lá em Brasília. Aliás, lá eu fiquei mais próximo do seu pai, porque vivíamos
nas mesmas comissões. Então, fazíamos dobradinha nas comissões que
trabalhávamos. E o seu pai, pessoa impar, uma figura excepcional.
Estou dizendo
isso logo no início da minha fala para dizer que eu acompanhei durante o dia a
tentativa de um futuro deputado - vai assumir amanhã - de tentar impedir a
eleição com a candidatura de V. Exa. no dia de amanhã. E para a nossa boa
alegria, acabamos de receber do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi agora
mesmo, 19 horas e 16 minutos, recebemos o despacho com o mandato de segurança,
cujo relator foi o Antonio Celso Aguilar Cortez, desembargador do órgão
especial, indeferindo o pedido.
Então, queria
dizer de primeira mão que foi indeferido e nós fazemos aqui, para não ficar
lendo todo o arrazoado, vou apenas ler, como a gente faz sempre aqui. Aprendi
bastante, não é?
Leci, afinal,
fiquei 20 anos aqui, mais quatro lá em Brasília: são 24 anos de mandato.
Aprendi que quando a gente vai ler uma coisa assim, a gente tem que ler só lá
as conclusões, não é? Então, vou ler só as conclusões, tá bom? Tudo bem? Vou
ler as conclusões. Só as conclusões, depois de todo o arrazoado, viu, Rillo?
"Indefiro,
em consequência, a medida liminar pleiteada. Notifique-se à autoridade
impetrada para que preste informações no prazo legal."
Após, ao
Ministério Público é coisa de praxe aqui. E agora, então, parabéns. Vossa
Excelência tem toda a legitimidade. Eu acompanhei bem esse processo lá em
Brasília.
Aliás, uma
coisa interessante: o presidente da Câmara Federal acabou de ser reeleito. O
Rodrigo Maia acabou de ser reeleito. Barros Munhoz foi reeleito aqui. Então,
acho assim: tudo bem, vamos tocar a bola para a frente.
Em início de
legislatura, na mudança da legislatura sempre acontecem essas coisas, e tudo
bem. Ao mesmo tempo, me solidarizar com V. Exa., repudiando os infames ataques
que foram levados a V. Exa. e à sua
família.
Agora, lembrar:
amanhã tem posse para todo mundo. Depois, faça a eleição, está tudo tranquilo.
E um bom mandato aí para todos.
Está aqui,
então. Essa é a primeira coisa.
A segunda coisa
que eu queria aproveitar esse finalzinho de tempo para agradecer a população de
São Paulo, pelos mandatos que me confiou aqui e em Brasília, a minha família,
que suportou esse tempo todo.
E agradecer a
Deus a oportunidade de servir os meus concidadãos aqui de São Paulo. Aprendi
muito ao longo desse período. Acho que muito mais aprendi do que ensinei aqui.
Fiz amigo; quiçá, alguns adversários - não inimigos -, muito no campo das
ideias, no campo político-partidário.
Do ponto de
vista pessoal, acredito que não tenha tido nenhum problema ao longo desses anos
todos que fiz aqui, seja com os deputados - deputado Rillo, vou fazer menção a
V. Exa., por favor -, seja com os servidores da Casa.
Então, só tenho
a agradecer. A palavra é só de gratidão. E, dizer a todos: deixo agora o
mandato, mas, onde estiver, na minha atividade, qualquer que seja ela, pública
ou privada, estarei à disposição de cada um.
O telefone será
o mesmo, não vai mudar. Aliás, nunca mudou. Desde o meu primeiro mandato é o
mesmo telefone. Então, queria que todo mundo soubesse que continua à
disposição.
Ao final, dizer
uma palavra aqui de agradecimento a todos e fazer uma referência ao Rillo,
particularmente, retribuindo as palavras dele aqui.
Conheci o Rillo
muito menino, não é? Garoto, garoto, bem garoto, lá em Rio Preto. Convivia com
o pai, que tem mais ou menos a minha idade, eu acho, não é, João? Mais perto
disso, não é? Não era garotinho lá.
Sempre fez uma
carreira muito boa. Sempre em campos opostos, ideologicamente opostos; mas,
sempre com respeito. Aliás, foi candidato três vezes, não é, Rillo? A prefeito.
Nas três vezes estivemos em posições opostas, ajudando outros candidatos.
Mas, também
reconhecer o seu valor, tá? Dizer que tive muito orgulho de estar com você esse
período aqui, nesses mandatos que fizemos juntos. Não foram poucas vezes, ele
fez menção disso, não foram poucas as vezes que nós conversamos, aqui no
plenário, lá no café.
Dizer que acho
que a sua voz vai fazer falta aqui, a despeito - e posso dizer isso porque você
tem a idade dos meus filhos - de alguns excessos cometidos em alguns momentos,
no calor da emoção, no calor da palavra, e você acabou de reconhecer isso aqui,
que nada foi pessoal. Você tem muita lenha para queimar, é muito jovem. São
Paulo precisa muito de você, Rio Preto precisa muito de você, o Brasil precisa
muito de você.
Então, quero
fazer o meu reconhecimento aqui, também, a sua atuação como homem público nesta
Casa, representando Rio Preto. Acho que a região perde uma voz importante. São
Paulo perde uma voz importante.
Sr. Presidente,
obrigado. Um abraço a todos. Quem sabe a gente possa dizer sempre um “até
breve”, porque vamos continuar nos encontrando nas esquinas da vida. Dá para
fazer uma música, hein, Leci? “Nos reencontrarmos nas esquinas da vida”, que
não poderá ser mais a Ipiranga com a São João, porque já cantaram isso, mas,
quem sabe, a gente se encontre em outra esquina da vida.
Um grande beijo
para você também, e abraço a todos. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes
de ir para o próximo inscrito, queria agradecer as palavras do deputado Vaz de
Lima, dizer que o deputado Vaz de Lima tem uma história e uma biografia de
serviços prestados à sociedade e ao povo paulista.
Tenho muito
orgulho de ter conhecido ainda menino, quando militou e teve a oportunidade de
ser deputado estadual junto com meu pai. Acompanhei sua trajetória ao longo da
vida. Para mim é um orgulho muito grande poder ser seu companheiro, ser seu
colega de luta aqui.
O trabalho que
V. Exa. tem realizado, ao longo do tempo, em prol do povo paulista, eu não
poderia deixar de registrar que foi um grande presidente desta Casa de leis. É
uma pessoa que sempre conseguiu conduzir os trabalhos da melhor maneira
possível, sempre ponderado, uma pessoa calma.
Foi líder do
Governo também, aqui nesta Assembleia Legislativa, então tem uma carreira
brilhante, uma atuação brilhante. Sua família, seus amigos, o povo que sempre
você representou aqui, podem se orgulhar, por ter uma pessoa como você
representando o povo de São Paulo.
E, com certeza,
onde estiver, vai fazer muito bem feito o trabalho. Saiba que pode contar
sempre com o amigo aqui, com a Assembleia Legislativa, e o respeito com que V.
Exa. conduziu, ao longo do tempo.
E não poderia
deixar de falar também do deputado João Paulo Rillo, em que pesem os nossos
embates, em que pesem as nossas lutas, sempre respeitadas, dentro da pauta da
luta ideológica, das suas posições políticas.
Confesso que
hoje é um dia muito difícil, porque não só V. Exa., mas 51 outros
parlamentares, bons parlamentares, pessoas lutadoras, batalhadoras, deixam esta
Casa de leis.
E eu não
poderia também deixar de fazer esse cumprimento a V. Exa., deputado Rillo,
muitas vezes não concordando com suas posições, com suas posturas, mas
reconhecemos o papel democrático que tem na sua atuação, na sua luta política
em favor da sociedade. Esse reconhecimento é sempre importante. Confesso que me
desculpo também com V. Exa., quando muitas vezes me excedi em alguma posição,
mas sempre tentando buscar o bom entendimento para o povo paulista.
Acho que é isso
o Parlamento. É o Parlamento que deve se pautar dessa maneira, cada um pondo
sua posição, mas sempre respeitando e cumprindo as regras que são
pré-estabelecidas. E esta Casa de leis, ao longo dessa legislatura, foi isso
que fez. Ela cumpriu o seu papel, cumpriu as suas regras, cumpriu as suas
posições, com cada um dos parlamentares.
Hoje, realmente,
em que pese amanhã ser um dia feliz para muitos parlamentares que assumem os
mandatos, hoje é um dia triste, deputado Gileno, porque a gente reconhece os
bons quadros que não conseguiram, não foram reeleitos neste momento político.
Então, temos que
saber que bons amigos deixam a Assembleia, mas continuam na política, militando
para melhorar a vida das pessoas.
Faço esta
reflexão a todos vocês. No final da votação ainda quero fazer mais uma
manifestação, a respeito do fim desta Legislatura, mas convido o deputado Barba
para poder ocupar a tribuna e utilizar da palavra, na discussão da PEC.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, deputado
Vaz de Lima, primeiro cumprimentar e dizer que você teve uma tarefa importante,
quando presidiu a Comissão de Finanças, e nos alertou que para votar o
Orçamento Impositivo a gente precisava alterar a Constituição Estadual, porque
foi a experiência que vocês tiveram lá em Brasília. E dizer do respeito que
tenho por ti. Então, te desejar boa sorte na sua luta, não só a você, mas ao
deputado Gilmar Gimenes, deputado Gileno. Vocês, com certeza, não encerram aqui
uma luta; iniciam uma nova luta. Então, quero desejar não só a vocês, mas a
todos os outros deputados que não obtiveram sucesso na sua reeleição, mas a
luta política é uma luta constante, é uma luta permanente, e tenho certeza de
que vocês vão para novas tarefas.
Quero também
agradecer a nossa bancada, viu, Enio? Têm companheiros nossos que também não
foram reeleitos. Tem aí o companheiro Luiz Turco; a companheira Ana do Carmo,
que foi para uma nova tarefa tentando ser deputada federal; o companheiro
Geraldo Cruz; o companheiro Carlos Neder; José Zico Prado, que não disputou as
eleições, mas conseguiu fazer seu sucessor; o Marcos Martins, que também não
disputou as eleições, mas fez o seu sucessor. Quero agradecer a esses
companheiros que deixaram essa bancada, porque não foram reeleitos, mas que
durante esses quatro anos me ensinaram muito, aprendi muito com esses
companheiros. João Paulo Rillo, nós que fomos juntos da Comissão de Finanças,
combatemos vários combates, bons combates. Você é um dos deputados brilhantes,
um deputado muito audacioso na tribuna, muito bom de tribuna, bom debatedor. Às
vezes as pessoas não prestam a atenção e acabam não conseguindo entender a tua
mensagem. E essa coisa dos inimigos de classe, eu estou numa luta ferrenha
agora, nesse momento, numa fábrica em que eu trabalhei por 25 anos, que eu vou
falar dela daqui a pouco, fazendo um enfrentamento muito duro. Então, quero te
desejar muito boa sorte e dizer que eu tenho grande respeito por você, que você
foi um deputado brilhante, e aprendi muito com você. Quero te desejar boa sorte
nessa sua nova caminhada no PSOL, mas também reconhecer aqui que você não se
esqueceu da tua militância, da atuação no PT, e isso para nós é muito
importante, as pessoas não esquecerem a sua origem. Você vai ter um novo
caminho, um novo rumo lá dentro do PSOL. Muito sucesso; acho que você vai crescer
muito dentro do PSOL, que é um partido importante, aliado nosso, para a gente
discutir as nossas tarefas. Então parabéns, João Paulo Rillo, boa sorte. Se
precisar de alguma coisa, estou à disposição, camarada.
E lembrar que
você fez uma homenagem aqui à Leci. A coisa mais bonita foi ver a Leci
representando Luiza Mahin no desfile da escola de samba da Mangueira. A Leci
que eu curto desde “Zé do Caroço”, “Herança de Partideiro” e outros pagodes,
que eu adoro. Eu sou do morro, sou da comunidade, então vivo lá, adoro lá,
cresço lá, e eu, ao invés de falar como o Vaz, “a gente se encontra em qualquer
esquina por aí”, vou falar assim: a gente se encontra - vou falar igual o Zeca
Pagodinho - em qualquer botequim por aí para poder curtir um samba.
Mas eu aproveito
para convidar as Sras. Deputadas, os Srs. Deputados, amanhã nós vamos fazer
aqui - não lembro o nome da rua, mas em frente ao quartel, naquela entrada ali,
entre o pátio dos funcionários e a rampa em frente ao quartel - já está
confirmado, têm 12 ônibus de trabalhadores da Ford, que virão de macacão. Vão
distribuir um documento, um panfleto, vai ter as falas. Estão pedindo para
todos os deputados que quiserem ir lá, para nós é muito importante, para nos
ajudar nessa luta incansável contra a Ford. Então, fiquem tranquilos vocês, os
trabalhadores, as trabalhadoras, porque o pessoal tem notícias de outras
movimentações, mas nós devemos ficar ali até duas horas, duas e 15 no máximo,
aí encerra nossa tarefa, porque o pessoal entende a importância da posse dos deputados,
e o pessoal sabe que nós lutamos para ter uma boa eleição. Então, nós não vamos
atrapalhar a posse dos deputados. Então, o nosso pessoal da Ford, os
trabalhadores e trabalhadoras, deve chegar por volta das 12 horas e 30 minutos,
viu, Gileno? Se você estiver por aí e quiser... Vão ficar ali até umas duas
horas, duas e dez, duas e quinze. Nós encerramos e depois vamos cuidar da nossa
posse.
Então,
aproveito para agradecer, nesses dias todos, o apoio, a repercussão que tem
dado. Uma assessora minha, no Carnaval, foi a Pernambuco. Ela disse que em
Pernambuco estão acompanhando o debate da Ford. Na Bahia, o pessoal está
acompanhando o debate da Ford. Então, há várias coisas acontecendo. É uma luta
importante e conto com a presença de vocês amanhã, Leci, Enio Tatto, José
Américo, todos os deputados que puderem estar presentes. Presidente Cauê
Macris, se puder estar lá, será bem recebido. Quero agradecer, mais uma vez, o
seu empenho.
Quero agradecer
ao coronel Gomes e ao comandante Pontes, que nos receberam e nos ajudaram a
tratar para que não tenha problema nenhum, nem com a polícia, nem com o quartel
do Exército, que está ali em frente. Será uma manifestação tranquila.
Então, vou
deixar para bater na Ford, mais um pouco, a partir da semana que vem, para que
encaminhemos a votação da PEC. Mas vou dizer que quero trazer a Ford a esta
Casa para ela prestar contas a este Parlamento, nem que tenhamos que montar uma
CPI da Ford. São mais de 15 bilhões. Talvez uma empresa estatal não tenha
recebido tantos benefícios como a Ford recebeu. Mas esse debate nós vamos
deixar...
Hoje é um dia
de despedida, um dia terrível, esse 14 de março, não é? Tem gente que vai
embora entre os deputados, tem gente que vai embora das assessorias. Então,
quero deixar para a próxima legislatura.
Muito obrigado
aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Agradeço ao deputado Barba. Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada
a discussão.
Em votação o 2º
turno da PEC nº 01, de 2019. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que
estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada em 2º
turno.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, antes de dar por encerrados os nossos trabalhos,
quero fazer um agradecimento especial a cada um dos funcionários da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Esta é a última
sessão que presido nesta 18ª Legislatura. Amanhã, presido a Sessão de
Instalação da nova Legislatura, pelo fato de ter sido reeleito, mas quero aqui,
de coração, agradecer a todos os funcionários da Assembleia Legislativa,
agradecer a compreensão, pedir desculpas, muitas vezes, por algum excesso, por
alguma posição que foi tomada por mim como presidente da Assembleia Legislativa
durante o transcorrer dos dois anos.
Podem ter
certeza de que cada uma das ações que tomamos ao longo da Legislatura foi
sempre na luta de conseguir melhorar o dia a dia das nossas atuações, da Casa,
a prestação de serviços dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Quero agradecer a
cada um dos nossos funcionários da Assembleia Legislativa.
Quero agradecer
aqui, de coração, a Mesa Diretora que me acompanhou ao longo dessa jornada,
durante esses dois anos: ao deputado Luiz Fernando Teixeira e ao deputado
Estevam Galvão. Os dois deputados auxiliaram em tudo; todas as nossas decisões,
ao longo desses últimos dois anos, foram unânimes. Muitas vezes, discordamos de
posições, mas sempre buscamos a construção de um consenso nas ações
administrativas. Boas ações.
Assumimos a
Assembleia Legislativa com o intuito de cortar custos, de cortar custeio, de
melhorar os contratos. Foi isso que fizemos. Foram 20%, em média, de economia
contratual em todos os contratos da Assembleia Legislativa.
Hoje, tivemos a
oportunidade, a Mesa Diretora, de estar reunidos com o governador João Doria,
quando assinamos o documento autorizando o pagamento aos cofres públicos do
estado de São Paulo de 106 milhões de reais, a maior devolução da história, de
recursos economizados ao longo de nossa gestão. Uma média de nove por cento de
economia do Orçamento, graças a essa renegociação de contratos que fizemos em
todas as áreas.
Então, orgulho-me muito dessa luta que fizemos ao longo do tempo. É claro que muito precisa ser feito, como investimentos na área de tecnologia, investimentos na área de internet, investimentos em tantas outras áreas importantes. Avançamos muito. Temos certeza de que a próxima Mesa Diretora terá grandes responsabilidades também de continuar avançando. Então, quero aqui, para encerrar, agradecer aos Srs. Deputados que tiveram a compreensão ao longo desses anos de buscar o bom debate votando projetos de interesse da sociedade, votando os projetos de interesse da população paulista.
Agradecer à assessoria militar, agradecer à assessoria da Polícia Civil, agradecer todas as áreas que nos acompanharam ao longo desses anos, ao Rodrigo Del Nero, em nome da Secretaria Geral Parlamentar, ao Joel Oliveira, em nome da Secretaria Geral de Administração da Assembleia Legislativa, agradeço de coração.
Acho que essa é a última fala desta 18ª Legislatura. Todos os parlamentares, aqueles que não tiveram a oportunidade de se reeleger, saberem que têm grandes amigos aqui que podem ajudar nas lutas regionais, nas lutas de cada uma das suas demandas políticas e demandas da população de cada uma das regiões e dizer que nós sempre estaremos prontos para poder melhorar a vida de cada um dos nossos cidadãos paulistas.
Esgotado o
objeto da presente sessão, antes de dar por levantada a sessão, esta
Presidência declara encerrados os trabalhos da 4ª Sessão Legislativa da 18ª
Legislatura.
Convida a
todos, por fim, para a Sessão Preparatória Inaugural de Instalação da 1ª Sessão
Legislativa da 19ª Legislatura, a realizar-se amanhã, às 15 horas.
Está encerrada
a sessão e a Legislatura. Boa noite a todos.
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* *
- Encerra-se a
sessão às 20 horas e 10 minutos.
*
* *