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1ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: GILMACI SANTOS

 

Secretaria: LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - JANAINA PASCHOAL

Agradece a confiança do povo de São Paulo. Discorre sobre inquérito, instaurado pelo presidente do STF. Considera que o mesmo apresenta uma finalidade ampla, incompreensível e que gera insegurança nos cidadãos. Esclarece que o mesmo apresenta falhas formais insanáveis. Diz que o STF não tem competência processual para este inquérito. Critica a falta do trâmite de distribuição para determinar qual autoridade será o responsável pelo inquérito. Diz que, apesar de esta não ser a intenção do presidente do STF, deve alertar para os erros formais e materiais deste procedimento.

 

3 - GIL DINIZ

Agradece ao povo de São Paulo pelos mais de 200 mil votos recebidos. Informa que o PSL recebera quatro milhões de votos, elegendo 15 deputados. Considera este como um recado nas urnas, tirando muitas das vagas cativas do partido que lidera o Estado há mais de duas décadas. Discorre sobre a sua história de vida. Diz ser o primeiro soldado PM temporário a ocupar o cargo de deputado estadual. Ressalta que conhece as dificuldades enfrentadas pelos professores. Lamenta o sucateamento das forças de Segurança.

 

4 - SARGENTO NERI

Agradece a Deus, a sua família, aos amigos e à corporação. Informa que trabalhara por 26 anos na Polícia Militar, destes 22 em uma viatura da força tática. Esclarece que conhece as dificuldades enfrentadas pelos policiais militares, assim como pela população em relação à segurança. Defende o consenso entre todos os partidos, em busca da melhoria da vida das pessoas. Destaca a necessidade de trabalhar de maneira séria, ética e profissional, respeitando cada um dos presentes, independente do partido. Ressalta que cobrará o governador João Doria por melhorias para a Polícia Militar. Coloca seu mandato à disposição.

 

5 - EDNA MACEDO

Agradece a Deus pela sua vitória, a sua família pelo apoio e seus 84 mil votos. Lamenta as manifestações nas redes sociais, usando xingamentos e palavras de baixo calão contra sua pessoa. Defende o seu direito de voto, sempre com respeito ao próximo. Demonstra sua indignação com o ocorrido. Esclarece que deve lutar por aqueles que realmente precisem dos parlamentares. Ressalta a necessidade de fiscalização do Executivo e de se cumprir a lei.

 

6 - ENIO TATTO

Dá as boas vindas aos novos deputados desta Legislatura. Agradece àqueles que votaram nele para o cargo de primeiro secretário. Discorre sobre a cobertura feita pela imprensa, de fila para protocolar CPIs nesta Casa, desde a última sexta-feira. Informa que isto ocorre há 26 anos em todo início de legislatura. Esclarece que o PSDB protocola muitas CPIs, com o objetivo de impedir qualquer apuração relacionada ao Governo do Estado. Informa ter protocolado CPI para investigar a Dersa e Paulo Preto, juntamente com o PSL. Afirma ser esta uma Casa democrática.

 

7 - ERICA MALUNGUINHO

Agradece os 55 mil votos recebidos. Afirma que esta Casa, pela primeira vez, está dando respiros de democracia. Discorre sobre a diversidade na sociedade. Menciona manchetes, em diversos jornais e revistas, da primeira mulher negra, trans e nordestina a ocupar uma das cadeiras deste Parlamento. Destaca a violência atual, o empobrecimento da população e os índices alarmantes de precarização de vida. Convida todos a construírem uma noção real e coerente de democracia, diversidade, pluralidade e humanidade.

 

8 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, alegra-se com a quantidade de deputados em plenário hoje. Agradece a Polícia Militar por manter a ordem durante a posse da nova Mesa na última sexta-feira. Lembra que os manifestantes estavam exaltados. Considera que os deputados devem trabalhar juntos para melhorar a vida do povo de São Paulo. Esclarece que todos os deputados são unânimes em apoiar a Polícia Militar e o funcionalismo.

 

9 - PROFESSORA BEBEL

Menciona a prisão do ex-presidente Lula, sem direito à defesa. Considera que a Constituição Federal, assim como a presunção de inocência, foram rasgadas. Demonstra sua preocupação com a tragédia ocorrida em Suzano no último dia 13/03. Destaca a necessidade de um olhar para as escolas públicas, que devem ter a sua própria segurança. Lamenta o recuo de diversas iniciativas que funcionavam bem nas escolas públicas. Comenta pesquisa, de 2017, com quantidade de pais, alunos e professores que não se sentem seguros dentro da escola. Comenta a possibilidade de implantação de uma frente parlamentar por segurança nas escolas.

 

10 - FREDERICO D'AVILA

Afirma que em seu mandato defenderá a agricultura, a cadeia e a atividade agrícola. Ressalta que esta área sofrera diversos ataques e perseguições nesta Casa na última Legislatura. Informa que deverá fazer constante cobrança junto ao governo estadual. Afirma que, apesar das diferenças, a discussão leva ao bem comum. Diz ser uma pessoa conciliadora e do diálogo, mas também da firmeza. Menciona a necessidade de diálogo para chegar ao consenso e ao bem comum dos paulistas.

 

11 - ADRIANA BORGO

Discorre sobre sua luta para a valorização dos funcionários públicos de São Paulo durante o Governo Geraldo Alckmin. Afirma que, se o novo governo estadual não cumprir com suas promessas, será a primeira a cobrar as providências. Esclarece que não se importa mais com as siglas de partidos, apenas com o bem da população paulista. Ressalta que a segurança está abandonada há muito tempo. Diz ter vindo à esta Casa para fazer a diferença e ser a esperança para os que votaram nela.

 

GRANDE EXPEDIENTE

12 - JANAINA PASCHOAL

Indaga a respeito dos fundamentos que levaram a presidência do STF a abrir inquérito sigiloso de denunciação caluniosa contra a Corte. Reitera preocupação com decisão do citado órgão, a respeito da competência para investigar crimes, pela Justiça Eleitoral. Assevera que o julgamento deve favorecer a impunidade, no País. Aduz que deve se tratar de aviso, para que nenhum cidadão questione o referido Poder. Lembra pedidos de impeachment contra ministros e a propositura da CPI "Lava Toga", esta sem chance de prosperar, segundo fala do presidente do Senado Federal. Opina que há constrangimento nas entrelinhas da conduta da presidência do STF. Acrescenta que subscreve o requerimento de abertura da citada CPI.

 

13 - GIL DINIZ

Manifesta apreço pela pluralidade no Parlamento. Afirma que não houve acordo do PSL com o PT, quanto à CPI, a seu ver suprapartidária e do povo de São Paulo. Declara respeito a qualquer voto contrário. Defende sua convicção e suas crenças. Acrescenta que o PT auxiliara o deputado Cauê Macris a se reeleger presidente desta Casa. Declara-se orgulhoso por ter votado no deputado Major Mecca. Faz breve relato de sua experiência na Polícia Militar. Cita o art. 12 da Constituição do Estado de São Paulo, a respeito da proporcionalidade. Esclarece que a bancada do PSL deve usar as redes sociais para favorecer a informação ao povo. Defende o voto da bancada independente de acordos. Lembra os quatro milhões de eleitores que votaram na sigla.

 

14 - TENENTE NASCIMENTO

Para comunicação, anuncia a visita do deputado federal Capitão Augusto.

 

15 - SARGENTO NERI

Exibe fotos e vídeos do presidente Jair Bolsonaro e do senador Olímpio Gomes. Comenta posicionamento do governo federal a respeito da reforma da Previdência, e voto de Olímpio Gomes no PSDB, por determinação partidária, e agradecimento ao deputado Enio Tatto. Assevera que apesar da crítica elogia o citado senador da República. Lamenta que general do PSL recebera apenas dois votos à Presidência da Câmara dos Deputados. Exibe vídeo sobre composição do PSL com presidente da Câmara dos Deputados, em troca da presidência da Comissão de Constituição e Justiça. Clama à Presidência que tome providências, de ofício, em razão de agressão ocorrida neste plenário, no dia 15/03.

 

16 - CORONEL TELHADA

Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado Sargento Neri. Lamenta ter sido chamado de traidor nas redes sociais. Assevera que tem liberdade no exercício de seu mandato.

 

17 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, cita o art.19 da Constituição Estadual, que relativiza o princípio da proporcionalidade na composição da Casa.

 

18 - BRUNO GANEM

Mostra-se honrado por ser titular da representatividade popular neste Poder. Lê e comenta texto a enaltecer a sabedoria. Indaga se este Parlamento vai valorizar a nova política ou a mediocridade. Defende o debate de ideias. Lista mazelas a afetar a sociedade. Clama pela seriedade no cumprimento de expectativas da população. Declara que sua missão neste Poder é defender a vida. Cita a deputada Marina Helou, por defender a infância em propositura. Mostra-se defensor da causa animal, via frente parlamentar e CPI contra maus-tratos.

 

19 - CONTE LOPES

Para comunicação, lembra chegada a esta Casa, há 32 anos. Justifica não ter votado na deputada Janaína Paschoal, em eleição da Presidência desta Casa.

 

20 - RICARDO MELLÃO

Para comunicação, informa presença do deputado federal Vinicius Poit.

 

21 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Manifesta-se defensora da primeira infância, da Saúde, da Educação, da proteção das mulheres e dos animais, dentre outras bandeiras. Defende a renovação da prática e da ética na política. Informa que protocolara projeto de Resolução para que seja vedado o porte de arma, em plenário. Lembra o afastamento de policial militar, por acidente com sua própria arma de fogo. Comenta tragédia ocorrida na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano. Defende a presença de assistentes sociais e de psicólogos nas instituições públicas de ensino, a seu ver precarizadas e sem manutenção. Informa estatísticas de feminicídio e de estupro. Critica a falta de transparência em lista de atendimento hospitalar.

 

22 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, saúda os deputados empossados na sexta-feira. Mostra-se indignado com a posição do PSDB, por obstruir CPIs que pretendem investigar casos de corrupção contra o governo estadual. Lembra CPI da Merenda Escolar, a seu ver ineficiente. Aduz que esta Casa deve, sobretudo, investigar o Poder Executivo. Afirma que o Governo Doria tem desmontado o programa Escola da Família e diminuído o número de professores mediadores.

 

23 - ENIO TATTO

Para comunicação, faz comentários sobre o protocolo de CPIs nesta Casa. Defende a instauração de CPI que prevê a investigação de supostos desvios em contratos da Dersa. Rebate fala do deputado Gil Diniz sobre os posicionamentos ideológicos do PT e suas alianças com demais partidos.

 

24 - MAJOR MECCA

Para comunicação, enfatiza a necessidade de proteção de parlamentares e funcionários em relação a um possível atentado nesta Casa. Sugere ao 1º secretário Enio Tatto a instalação de detectores de metal.

 

25 - CORONEL NISHIKAWA

Para comunicação, esclarece que segue posicionamento ideológico de direita.

 

26 - GIL DINIZ

Para reclamação, faz comentários sobre o funcionamento do protocolo de CPIs nesta Casa. Rebate pronunciamento do deputado Enio Tatto.

 

27 - PAULO FIORILO

Para comunicação, destaca que mesmo com o PT compondo a Mesa Diretora com o PSDB, isso não impede o Partido dos Trabalhadores de buscar a instalação de CPIs visando a investigação do Governo.

 

28 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, lembra que o PSOL historicamente lançou candidaturas independentes nas eleições da Mesa Diretora desta Casa.

 

29 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

30 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 19/03, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

                                                                                           

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

                                                                * * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Presente o número regimental de Srs. Deputados, Sras. Deputadas, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior, e convido a nobre deputada Leci Brandão para a leitura da resenha.

Antes, porém, deputada, eu gostaria de solicitar aqui que só permaneçam em plenário somente deputados e deputadas. Assessores não são permitidos estar em plenário. Então, por favor, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, os seus assessores, peçam que se retirem do plenário. Em plenário somente os Srs. Deputados e Sras. Deputadas.

Deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, temos aqui um projeto de lei do deputado Carlão Pignatari, que diz o seguinte: Todos os envolvidos na cadeia produtiva de fármacos, em geral, ficam obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa para que essas substâncias e suas embalagens sejam direcionadas à coleta em locais previamente estabelecidos, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

E outro projeto de lei, também do nobre deputado Carlão Pignatari, que dispõe sobre o acesso, normas de convivência, segurança e serviços oferecidos a fornecedores em eventos esportivos, os estádios de futebol. Altera a Lei nº 10.976, de 10 de setembro de 2001, que obriga a execução do Hino Nacional nos eventos esportivos realizados nos estádios.

Está lida a resenha, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, deputada Leci Brandão.

Só um comunicado, por favor, para os Srs. Deputados e Sras. Deputadas: alguns deputados perguntaram a esta Presidência sobre a possibilidade, enquanto o deputado estiver na tribuna, de um assessor fazer a filmagem. Como hoje é o primeiro dia da nossa sessão, e nem todos os nossos assessores já estão com o crachá, só vamos permitir somente que entrem, façam a filmagem na tribuna, enquanto o deputado estiver na tribuna, e depois esse assessor imediatamente se retira.

Combinado assim, Srs. Deputados?

A primeira deputada inscrita para o Pequeno Expediente, a nobre deputada Janaina Paschoal, que tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Cumprimento os integrantes da Mesa, todos os colegas deputados, senhores servidores, cidadãos aqui presentes; agradeço imensamente a confiança que o povo de São Paulo depositou na minha pessoa e gostaria de tratar, neste primeiro momento de fala para o povo de São Paulo, para o povo brasileiro, do tema que considero o mais preocupante em nosso País nos últimos tempos. Não sei se terei condições de abordar o tema em todas as suas nuances; se não conseguir, voltarei na hora do Grande Expediente para poder detalhar melhor a minha preocupação.

A preocupação diz respeito ao inquérito que foi instaurado por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal há alguns dias com uma finalidade ampla - uma finalidade, ouso dizer, incompreensível -, gerando um sentimento de insegurança em todos os cidadãos. E eu explico o porquê.

Esse inquérito, com todo o respeito ao presidente do Supremo Tribunal Federal, padece de falhas formais insanáveis. Primeiro, porque o Supremo Tribunal Federal só tem competência para tratar, investigar, apurar, processar, julgar crimes praticados por autoridades que tenham prerrogativa de foro e que tenham cometido o suposto crime no exercício do cargo. Pelo ato de instauração do inquérito, nós não estamos diante dessa situação, de forma que o Supremo Tribunal Federal não teria competência processual para - vamos dizer assim - deixar tramitar este inquérito.

Além disso, gera certa perplexidade o fato de uma autoridade judicial determinar a instauração do inquérito e já determinar qual autoridade judicial vai presidir esse inquérito. Poderia o presidente do Supremo Tribunal Federal requisitar a instauração do inquérito, ou requerer, a depender das circunstâncias? Poderia, como qualquer outro cidadão e autoridade que é. O que não é concebível é que o presidente do Supremo Tribunal Federal instaure um inquérito de ofício e escolha qual magistrado vai presidir esse inquérito, sem que este feito passe pelo trâmite normal de distribuição.

Com isso, não estou levantando nenhum tipo de questionamento com relação à pessoa do magistrado indicado para presidir, que é uma pessoal pela qual nutro o mais absoluto respeito e até admiração. Entretanto, essas regras de competência, de distribuição, precisam ser observadas para que todos nós tenhamos segurança com relação aos procedimentos em trâmite neste País.

Ainda no âmbito, vamos dizer assim, formal - e acho que vou ter que usar depois o Grande Expediente para detalhar mais a minha preocupação -, este inquérito não tem um objeto definido, excelências. Se V. Exas. lerem a portaria de instauração, constatarão que lá está escrito: “ameaças”, “denunciação caluniosa”, “ofensas contra a honra”, de maneira genérica. Não existe a indicação de um fato sequer e os muitos pronunciamentos do presidente do Supremo Tribunal Federal passam a sensação de que não estamos tratando de um fato ou de fatos passados, mas de que podem ser investigados fatos passados, fatos presentes e até fatos futuros não definidos. Isso gera uma insegurança e a sensação, a terrível sensação, de que todos nós estamos sendo censurados.

Não posso acreditar que essa seja a intenção e nem que seja o objetivo do presidente do Supremo Tribunal Federal, mas não posso deixar de alertar para os - com todo o respeito - erros formais e materiais que esse procedimento encerra.

Tenho 20 segundos, deixo aqui expressa essa minha preocupação. Tenho uma lista de pontos sob o ponto de vista da matéria e objeto do inquérito e, sobre esses pontos, vou falar agora, daqui algumas horas, no Grande Expediente, quando tenho mais dez minutos.

Agradeço imensamente a atenção e peço aos colegas que atentem para esse ponto. Fiquem com Deus.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, deputada Janaina Paschoal. O próximo orador inscrito no Pequeno Expediente é o nobre deputado Gil Diniz, líder da bancada do PSL. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Meu boa tarde a todos, boa tarde, presidente, boa tarde, meus nobres pares, bancada do PSL em peso aqui no Pequeno Expediente, meu boa tarde à assessoria, aos militares aqui presentes. Queria começar este discurso agradecendo ao povo de São Paulo que me deu 214.037 votos da nossa bancada. Eu fui o segundo que teve o maior número de votos, professora Dra. Janaina Paschoal teve mais de dois milhões de votos. A nossa bancada fez em torno de quatro milhões e nós fizemos 15 deputados.

Então, o meu agradecimento à população de São Paulo que deu um recado nas urnas, que tirou muitas das vagas cativas do partido que governa este estado há mais de duas décadas. Então, nós estamos aqui hoje como uma força política, não como uma oposição e jamais como uma situação para ter os joelhos dobrados ao governador. Pelo contrário, nós estamos aqui para representar esse povo que nos confiou esses quatro milhões de votos, esse povo que fez um senador e esse povo que fez um presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

Então, não poderia deixar de agradecê-los. Queria falar um pouco da minha história. Sou pernambucano, como milhões de pessoas que nos assistem agora. Nasci numa cidade chamada Serra Talhada, vim para São Paulo em meados da década de 90, cresci na periferia de São Paulo. Então, nasci na periferia do Brasil e cresci na periferia de São Paulo. Minha mãe é diarista, meu pai, seu Gilson, que nos assiste agora, é porteiro e eu tenho nele um exemplo de caráter, um exemplo de ser humano e que me fez vir até aqui. Fui carteiro, trabalhei na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos com muito orgulho, fui soldado PM temporário.

A Polícia Militar do Estado de São Paulo ajudou também a formar o meu caráter. Eu acredito que sou o primeiro soldado PM temporário a ocupar uma tribuna numa Casa Legislativa como esta. Não sou um praça, como o nobre Sargento Neri, que bem representa aqui a Polícia Militar do Estado de São Paulo, mas tive essa experiência de dois anos trabalhando no administrativo.

Bebel, como aluno de último ano no curso de História que fiz, acabei não o concluindo, mas eu podia ser professor contratado, então eu senti ali na sala a dificuldade que os professores passam, essa questão da violência, dessa falta de respeito, dessa falta de estrutura que os professores têm. E eu coloco na conta sim do partido que hoje está no poder, que já está no poder há mais de 20 anos.

Partido esse responsável pelo sucateamento das nossas forças de segurança, das nossas polícias militares, polícias civis, dos nossos agentes penitenciários, Adriana Borgo, que tanto nos procuram e pedem para nós para representá-los, para ser uma voz aqui neste Parlamento.

Então, eu conheço bem a periferia. Era carteiro ali na zona leste de São Paulo. O Fiorilo deve conhecer, Cohab Teotônio Vilela. Estive com o Fiorilo na inauguração da Subprefeitura de Sapopemba. Tenho várias diferenças ideológicas com o PT, com o PSOL, e isso é natural e isso é bom para uma democracia, mas o que nós não podemos permitir e nós não vamos deixar nesses próximos quatro anos é essa hegemonia do PSDB no nosso estado.

Então, policiais militares, policiais civis, agentes penitenciários, professores da nossa rede pública de ensino - tenho dois filhos matriculados em escola pública lá em São Mateus. Condições precárias, os professores fazem o que podem e muitas vezes o que não podem para ter ali uma boa aula. Policiais, meu filho adora a aula deles do Proerd e eu adoro quando ele vem “pai, o cabo Santos me dá aula no Proerd”.

Então, são políticas públicas que nós queremos tocar em frente, que queremos ampliar. Então, vocês sintam-se representados, não só por mim, mas por todos nós, os 15 deputados eleitos da bancada do PSL.

Meu muito obrigado e fiquem com Deus.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado, deputado.

Chamo agora, dando sequência ao Pequeno Expediente, o nobre deputado Sargento Neri, do Avante. Tem V. Exa. o tempo regimental para o Pequeno Expediente de cinco minutos.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde aos nobres deputados e deputadas. Cumprimento todos aqui presentes, cumprimento a Mesa, a minha gloriosa Polícia Militar do estado de São Paulo aqui presente, sempre fazendo a segurança da Casa.

Venho aqui, neste momento, no Pequeno Expediente, agradecer a Deus por estar aqui, agradecer à minha família, agradecer aos meus amigos, à minha corporação. Realmente, Gil, estive 26 anos na Polícia Militar, trabalhando na rua. Desses 26 anos, 22 anos foram dentro de uma viatura de Força Tática e Baep.

Então, eu conheço não só as dificuldades dos policiais militares, mas também as dificuldades da população quanto à segurança. Eu sei o que o jovem sofre na periferia, eu sei o quanto falta para os jovens da periferia e, às vezes, fico triste.

Esse final de semana fomos atacados de várias formas e, no Grande Expediente, vou mostrar para esta Casa e para todo o estado de São Paulo que o cenário político deste País não é muito diferente do que aconteceu aqui, Coronel Telhada, no dia 15. Que todos os partidos pelo menos deveriam ter o consenso de melhorar a vida das pessoas.

Para que serve a política se não para levar ao consenso, para resolver as demandas e dificuldades? É para isso. É a única ciência que temos para buscar o consenso, mas o consenso só se busca com o Avante, meu partido? Não. Eu tenho que buscar o consenso com PT, PSDB, PSL, Avante, PSOL, essas siglas não podem mais dificultar a vida do brasileiro e do paulista. Não podemos ficar com vaidades partidárias e arrebentar o povo paulista. O que precisamos? Ter seriedade neste plenário e não fazer ele de circo. É isso que precisamos.

Sou um debutante nesta Casa, Coronel Telhada. Sou novato, mas pode ter certeza, sou ético, sou profissional e sei respeitar cada um dos senhores que estão aqui presentes. Não me importa se é PT, PSDB ou PSL, o que me importa é o povo paulista. Se o projeto é bom para o povo, é bom para mim, se o projeto é ruim para o povo, vou jogar no lixo.

Quanto à minha Polícia Militar, pode ter certeza, vou cobrar o governador incansavelmente por melhorias. Fiz isso na ativa, Coronel, arriscando a minha carreira. Subi em palanque na Paulista junto com a Direita São Paulo, e o senhor sabe das implicâncias para um militar da ativa pegar um microfone na Avenida Paulista e defender sua tropa. Eu nunca me acovardei.

Quando os policiais do 16º mataram aquele moleque de 10 anos, fui o único a ir a favor daqueles policiais. Eu fiz uma manifestação no dia da reconstituição. O corregedor mandou pegar meu nome e meu RE. Mas eu não me acovardei: coloquei a caixa de som e pedi para a população do Morumbi descer dos prédios e apoiar a Polícia Militar. E assim foi feito. Colocamos mais de 400 pessoas para apoiar os policiais.

E eu disse: para mim não importa a idade, se está com arma na mão é marginal. Se trocou tiro com polícia, tem que morrer. E reafirmo aqui: a minha Polícia Militar... A população de São Paulo nunca vai me ver fazer show, fazer esse plenário de circo para agradar eleitorado. Jamais! Faremos, sim, um trabalho consciente. Então, eu falo a cada partido que está aí: conte com o Sargento Neri, conte com meu mandato. Tem portas abertas no meu gabinete. Só não me levem coisas ruins para a população de São Paulo.

E peço à sociedade de São Paulo: assista, por voltas das 16 horas, o Grande Expediente, que eu vou mostrar para vocês a verdadeira política brasileira. E eu não a devo para ninguém; não devo parte financeira para nenhuma empresa. A minha campanha foi limpa - 34 mil votos de pé no chão e aperto de mão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para concluir, nobre deputado.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Obrigado, presidente. Peço até desculpas pelo clamor que fiz agora. Até a emoção que passei, mas reafirmo: assistam o Grande Expediente, às 15 horas. Vocês vão se surpreender. Obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado. Dando continuidade, então, ao Pequeno Expediente, chamamos o nobre deputado Itamar Borges. (Ausente.) Convidamos, então, o nobre deputado Ricardo Madalena. (Ausente.) Convidamos a nobre deputada Edna Macedo. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

 

A SRA. EDNA MACEDO - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, meus queridos companheiros, amigos desta Casa, todos os funcionários que me receberam com muito carinho nesta Casa, de volta; meu abraço carinhoso a todos vocês. À TV Assembleia, a todos os que nos assistem através da TV Assembleia e aos senhores e senhoras que estão na galeria. Eu quero, em primeiro lugar, agradecer ao meu Deus pela minha vitória. Agradeço também à minha família, que me deu apoio. Agradeço aos 84.144 votos que me foram confiados.

Eu quero dizer aqui, deixar registrado, Sr. Presidente, que muitas pessoas gostam de respeito. Aliás, eu creio que todo ser humano gosta de respeito. Eu também gosto. Fala-se de diferenças, de tantas coisas, mas não respeitam as pessoas. São os verdadeiros fariseus, hipócritas. E foram ao Facebook bombardear, xingar. Não me conhecem. Não conhecem minha pessoa, meu caráter. Eu já tive três mandatos; esse é o quarto mandato. Minha vida é pura, é limpa. Eu sou uma mulher casada; fiz, anteontem, 51 anos de casada. Tenho 70 anos bem vividos. Não nasci ontem.

E fiquei chocada. Porque as pessoas têm o direito de criticar, sim. Claro, nós vivemos uma democracia. Mas você afrontar, com palavras de baixo calão, xingar; acho que a gente merece um pouco de respeito. Não é porque juntou PT com PSDB, pode juntar o “P” que quiser. Eu voto nas pessoas, eu não voto em partido. Eu posso mudar para qualquer partido que eu garanto a vocês que vou ser eleita, porque já estive em tantos partidos, inclusive no PSL.

Então, não é esse o problema. Eu tenho amigos no PT, gosto, respeito, gente fina, gente boa. Tenho no PMDB, tenho amigos no PSDB. Qual é o problema? Nós não temos o direito de escolher quem a gente quer? Ou temos que escolher quem as pessoas querem? Não é por aí. Isso não é democracia, isso aí é palhaçada. A pessoa é hipócrita. Muitas vezes, as que nos criticam são aquelas pessoas que dizem assim, deputada Leci: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”.

Nunca desrespeitei aqui quem quer que seja, jamais, porque nós temos a obrigação, e não só a obrigação. Educação é uma coisa que vem de berço. Quem tem, tem, minha filha; quem não tem, não vai comprar na padaria. Essa é a verdade! Então, eu acho que nós merecemos respeito. Não importa em quem você vota. Se não fosse assim, não tinha tantos partidos, tantos deputados aqui. Faria só um partido no mundo. Que que é?

Acho que nós merecemos respeito. Quero deixar aqui, Sr. Presidente, registrada essa coisa horrorosa. Porque nós não votamos em quem eles queriam que nós votássemos, vamos ser chamado do quê? Que que é, rapaz! Isso não existe. Vou dizer: vim aqui para representar as 84 mil e muito mais do que isso: o povo de São Paulo. Vou fazer o meu mandato com retidão, com dignidade e lutar pela Saúde, principalmente, porque quem não tem saúde não pode trabalhar, não pode se divertir, não pode estudar, não pode fazer nada.

Vou fazer aqui o meu último mandato, pretendo eu, porque já estou dobrando o Cabo da Boa Esperança, vamos dizer assim, mais para lá do que para cá, 70 anos, mas não importa. Enquanto eu viver e estiver aqui, vou defender, de qualquer jeito, eu vou defender, com carinho, com esmero, aqueles que realmente necessitam de nós para bons projetos, para fazer valer a lei. Não é só fazer a lei, não adianta fazer leis. Nós estamos cheios de leis maravilhosas, mas não são cumpridas.

Nós temos aqui que fiscalizar o Executivo e fazer cumprir a lei. É para isso que nós estamos aqui. Muito obrigada, desculpe aí, Sr. Presidente, se eu demorei. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada Edna Macedo. Convidamos, agora, para uso da palavra no Pequeno Expediente, o nobre deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Gilmaci Santos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, primeiro, quero dar boas-vindas a todos os deputados desta 19ª Legislatura, de forma muito especial, a todos os deputados novos que estão chegando aqui, que, independente de partido, independente de visão política e de posição, vão dar uma bela de uma oxigenada nesta Casa.

A gente já está percebendo isso. Quero agradecer a confiança de todo o pessoal que votou em mim para 1ª Secretaria. Como eu falei no dia, hoje eu sou 1º secretário da Casa toda, de todos os deputados, mas eu subo a esta tribuna para reclamar, mais uma vez, porque não é novidade.

Eu vi uma cobertura muito grande da grande imprensa, de sexta para cá, no dia de hoje, durante a semana, no final de semana, sobre a fila do protocolo das CPIs, como se isso fosse novidade nesta Casa, como se isso estivesse acontecendo só agora. Deputado Dr. Jorge, isso acontece há 26 anos. Todo início de legislatura, é sempre a mesma novela, é sempre a mesma prática. O PSDB vem aqui e protocola 10, 15 CPIs para fechar, para trancar a porta, para não se apurar nada que envolva o Governo do Estado de São Paulo.

Só não viu isso quem não quis, que não veio aqui cobrir. Aqui, para vocês terem uma ideia, deputados novos, aqui não tem colunista de nenhum meio de comunicação grande - antigamente tinha - porque não interessa. Falar mal do Governo do Estado de São Paulo, para a grande maioria da imprensa do estado de São Paulo e do Brasil, não interessa.

Por que essa novidade, que de repente descobriram a pólvora, que tinha uma fila aqui para protocolar? Talvez a deputada Janaina esteja contribuindo com isso, de trazer um pouco a imprensa para cobrir um pouco a Assembleia Legislativa, e logo, logo vai entender bem o que é a Assembleia Legislativa.

Sempre nós protocolamos pedidos de CPI. Eu vi uma entrevista hoje de um deputado do PSL, acho que foi o deputado Diniz, e que falou o seguinte, que com as CPIs que foram protocoladas pelo PSDB não vai ser possível se apurar o problema da Dersa, das grandes empreiteiras, do Paulo Preto.

Deputado, está protocolada a CPI da Dersa. O PT protocolou, com a ajuda de vocês. O PSL ajudou, das 32 assinaturas. O que vocês precisam falar pros eleitores de vocês é que a Casa tem que ter conversa, tem que ter acordo, senão a Casa não anda. Ou vocês, com 15 deputados, vão fazer o quê aqui? Vocês não vão aprovar requerimento nenhum.

Então, no final do dia, na sexta-feira, apesar de todos os gritos que o PT se juntou ao PSDB, no final, o PT se juntou ao PSL para conseguir protocolar a assinatura da Dersa, para aprovar, para a gente investigar as falcatruas do governo do PSDB aqui no estado de São Paulo.

Isto é uma casa democrática. Este é o Legislativo. O que a gente precisa focar é o seguinte, é o que aconteceu aqui nessas CPIs. É normal eles virem aqui de madrugada. Como eles determinam onde vai ficar a fila, obviamente o cara deles sabia primeiro do que nós onde ia ficar a fila.

Por isso que colocaram primeiro o cara deles, mas quem estava lá em segundo lugar? Estava o PT, estavam os assessores nossos, e ficaram de sexta-feira até hoje na fila para garantir um lugar, porque aqui também não tem esse negócio de chegar e dar carteirada porque é deputado. “Vou chegar e vou protocolar o meu, porque eu sou deputado”. Aqui tem regras, tem critérios.

O erro disso aqui, deputada Janaina, é o seguinte. Como que pode, em um pacote, ter CPI de quatro, cinco partidos juntos? Que eu saiba, o assessor do PSDB protocola dos deputados do PSDB, do DEM protocola do DEM, do PPS do PPS, do PT do PT, do PSL do PSL, do PSOL do PSOL. De repente, dentro do pacote do primeiro tem cinco, seis deputados de partidos diferentes protocolando as 12 CPIs. Isso não é permitido.

Sabem quem foi que fez isso? Eu perguntei para um cara do PSDB. Ele falou assim: “não foi o líder do PSDB, porque o PSDB não tem líder ainda”. Sabe quem fez isso, organizou tudo isso? Foi o líder do governo Doria. Foi o Carlão Pignatari, o deputado Carlão Pignatari. Agora, ele fez por quê? Porque o Palácio pediu para ele fazer, porque o Palácio pediu para ele trancar qualquer possibilidade de você fiscalizar, de você apurar todos os escândalos que tem no estado de São Paulo, referentes, principalmente, às empreiteiras.

Então, o primeiro erro que a gente tem que verificar, se for o caso até judicializar, é se em um pacote pode ter pedido de CPI de mais de um partido, que eu acho totalmente ilegal. No mais, a Casa é isso, é conversar, é dialogar. Vai ter horas que a gente vai compor com o PSOL, quase sempre, com o PCdoB. Mas tem horas que para trazermos um secretário de Estado ou um presidente de estatal, vamos ter que colher assinatura de todos os partidos que querem fazer oposição realmente.

Desculpem por passar do tempo, mas vamos voltar, no decorrer do dia, para esclarecer e reclamar sobre isso.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, Enio Tatto, nosso 1º Secretário desta Casa.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra a nobre deputada Erica Malunguinho. Vossa Excelência tem cinco minutos regimentais no Pequeno Expediente.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Laroyê Exu. Boa tarde a “todxs”. Agradeço os 55 mil votos que me colocaram aqui neste espaço. Um  espaço que já me era de direito. Um espaço que se diz democrático. E que, pela primeira vez na sua história, está dando respiros efetivos de democracia. Uma vez que sou um ser existente e sou a primeira a estar neste lugar.

Este é um espaço democrático, mas não tanto. Sou das poucas negras, além de trans. É democrático, mas não tanto. Sabemos muito bem como se compõe a sociedade brasileira. Todo mundo aqui tem absoluta consciência do que se vê na rua, do que se vê ao transitar de um bairro ao outro. Todo mundo tem consciência da existência humana e da diversidade que é a sociedade. Todo mundo tem consciência quando vê, mas para fora, e não consegue se ver participante dentro dessa diversidade.

Quero dizer uma coisa para vocês. Em todos os jornais e revistas, nacionais e internacionais, a manchete é a seguinte: “A primeira mulher negra e trans de uma Assembleia Legislativa brasileira.” A primeira mulher negra, trans e nordestina. Vejam uma história muito rápida que sempre conto. Me disseram negra. Imaginem, vocês, quando estudam História. Espero que seja uma matéria de afeto e afinco de “todxs”.

Porque, afinal de contas, estamos aqui, precisamos ter passado pela cadeira de História. Seja na educação básica, seja na universidade. Sabemos bem que, muito antes deste território ser chamado de Brasil, e dessa construção das Américas, existiam Áfricas.

Imaginem que, em Áfricas, ninguém ficava apontando quem era negro ou não. A Etiópia não falava para a Nigéria: “Você é negro.” A Nigéria não falava para o Senegal: “Você é negro.” O Senegal não falava para o Gana: “Você é negro.” Por motivos óbvios  porque não precisava. Tornei-me negra uma vez que me disseram negra, a partir de um processo histórico, de uma invasão e de um projeto colonialista. Mas, como diria Vitória Santa Cruz: “Gritaram-me negra, pois negra soy.” Mulher e trans.

Vejam bem. Novamente, Áfricas e povos não ocidentais, assim como as Américas indígenas. Em Áfricas as sociedades se movem e se moviam, com a sua múltipla e heterogênea cultura, de formas diversas em termos de construção de gênero.

Existe, na sociedade Geledés, o culto ao sagrado feminino. O povo Bambara, no Mali, ensina os homens a não serem tão homens, para não precarizarem as relações com as mulheres. O próprio panteão africano dos orixás se atravessa em afetividades diversas. Oxumaré, num tempo do ano, é homem; no outro tempo é mulher. Os povos ancestrais da América do Norte catalogaram, recentemente, oito gêneros.

Ou seja, quem me disse mulher e trans também não fui eu. Nordestina, só descobri quando cheguei em São Paulo. O fato é que me disseram muitas coisas. Mas quem me disse essas coisas todas e me colocou num lugar de negociação constante do pertencimento, a partir disso que me disseram, não fui eu. E quem foi? Vamos falar novamente de democracia. Quem foi? Quem é que está, “democraticamente” - entre muitas aspas - ocupando este espaço? E que fala que está aqui para melhorar a vida das pessoas, mas a gente tem um Estado violento, empobrecido, apático, como índices alarmantes de precarização de vida das pessoas? E essas pessoas nós sabemos muito bem quem são; não é falar só as pessoas. A periferia tem identidade étnica. Da mesma forma que me disseram negra, a gente sabe muito bem que quem não é está ocupando outros espaços.

Então, eu quero, nesse primeiro momento, convidar-lhes a construir uma noção real, efetiva, coerente e verdadeira de democracia, de diversidade, de pluralidade e de humanidade. E quero sim, também corresponsabilizar todo mundo, todo mundo é corresponsável por toda a tragédia anunciada na sociedade brasileira. É sobre isso que estamos falando. Axé!

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra a nobre deputada Professora Bebel, pelo tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria em primeiro lugar aqui aproveitar essa primeira sessão desse novo mandato, tendo em vista que no último mandato nós ficamos praticamente eu e mais dois ou três deputados, no máximo, sozinhos neste plenário, e agora eu vejo o plenário cheio, com mais de 25 deputados. É um bom sinal. É um sinal de que nós queremos muitos debates neste novo Legislativo.

Mas, quero aqui, Sr. Presidente, agradecer à Polícia Militar, na figura da assessoria policial militar, que na sexta-feira, durante a posse, se desdobrou para manter a ordem nesta Casa. Aliás, toda a tropa, para quem não sabe, dobrou o serviço e ficou aqui até altas horas da madrugada aqui. Quero agradecer aos oficiais e praças da assessoria policial militar que se desdobraram. E graças a eles nós tivemos paz nesta Casa, apesar dos problemas que houve aqui, arrancando microfone da mão de um, outro empurrando, e coisas que eu nunca tinha visto aqui eu vi sexta-feira. Mas, vamos torcer para que isso se acalme.

Dizer, Sr. Presidente, que se não fosse a nossa assessoria nós teríamos tido, sim, com certeza, muitos problemas, porque alguns manifestantes de todos os lados encontravam-se exaltados. O que é muito ruim, como já foi dito pelos deputados aqui, que esta Casa é uma Casa de ideias e debates, não de agressão, e nós precisamos estar aqui irmanados nas missões. Ideologia é uma coisa, virmos aqui discutir sobre ideologia é uma coisa, agora, nas missões da Casa que é tratar bem o povo de São Paulo e melhorar a vida para o povo de São Paulo, todos os deputados, os 94 deputados têm que estar juntos nessa missão.

Quero aqui dizer para quem não sabe, já disse isso várias vezes publicamente, quando os assuntos tratados da Polícia Militar entram nesta Casa, os 94 deputados são unânimes em apoiar a Polícia Militar e funcionalismo público.

Então, para aqueles que estão chegando agora pensem bem no que estão fazendo, porque quando chegar assuntos de interesse desses deputados também, eles precisarão dos outros deputados para estar juntos votando.

Então, repetindo, campanha e ideologia é uma coisa, e nesta Casa temos que estar irmanados. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra a nobre deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, cumprimento toda a Mesa, cumprimento também todos as Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nessa 19ª Legislatura de todos os partidos e bancadas, cumprimento também toda a assessoria, enfim, a própria Polícia Militar da Casa e eu quero dizer, vou ser bem rápida no que tocou a deputada Janaina,  deputada estadual, no seguinte: de fato há distorção, sim, no que diz respeito ao STF.

A partir do momento em que a presunção da inocência foi rasgada, a Constituição Federal foi rasgada, rasgando com ela a presunção da inocência. Temos um ex-presidente preso sem ter o direito de se defender e não há algo mais dolorido que isso. O direito de se defender: isso tem que ficar claro entre nós.

Eu não tenho problema em discutir, mas vamos discutir na totalidade, para a gente não cair nessa de que porque é o meu lado, agora... Não, não tem essa. Eu acho que são todos os lados. Nós queremos a justiça para todos. Dessa forma, então, é claro, a gente é companheiro quando isso se trata desta forma.

Eu, sobretudo, me inscrevi aqui imbuída da preocupação que abalou toda a sociedade paulista e nacional no último dia 13 de março, que foi aquela tragédia que eu chamo de tragédia anunciada, deputada Erica.

Por que tragédia anunciada? Não é de hoje que nós fazemos pesquisas e mais pesquisas demonstrando a necessidade de ter um olhar para as escolas públicas, mas não é um olhar ostensivo.

Não é desta forma que eu entendo que a escola pública tem que ter a sua segurança. Porque, se for assim, perde o papel da escola. O que fazemos nós, professores? Temos que persuadir, temos que convencer.

O conflito, quando você tem um aluno agressor, que tem, sim, instinto de agressão, você não acaba de uma vez, mas media. Então, nós tivemos inúmeras iniciativas que estavam dando certo e que recuaram porque o governo de plantão, como muitos disseram aqui, há mais de 24 anos, a título de enxugamento da máquina, mexeu nas políticas que estavam dando certo.

Quais? Até 94, nós tínhamos uma pessoa da comunidade na porta da escola. Da comunidade: conhecia todos os alunos, sabia quem entrou e quem não entrou na escola. "Ah, mas não era um vigia?" Não, era aquela pessoa que tinha que cuidar, porque são jovens.

E o pai, quando queria saber se o filho entrou, perguntava. "Ah, mas não é dedodurismo?" Não, é Educação, é um pouco disso, é o horário de o menino estar na escola.

E isso foi extinto com a senhora Rose Neubauer. A primeira gestão de Mário Covas aqui no estado de São Paulo tirou essa figura que tinha um papel fundamental de antever, de cuidar. É cuidar, é disso que eu estou falando.

Não bastasse isso, também, a gente fez pesquisa. E, aí, a gente chegou a tais números, 2017. Diz o quê? Que 45% dos pais afirmam que não se sentem seguros. Os pais afirmam que não se sentem seguros dentro da escola.

Quarenta e oito por cento dos alunos, a mesma coisa. Trinta e nove por cento dos professores, também. Não são quaisquer números; são números significativos. São números que dizem: "Tem que mediar. Eu busco saída."

Por isso, eu até depois quero desenvolver mais essa questão, mas eu quero ver se a gente consegue uma frente parlamentar por segurança nas escolas, para que a gente consiga discutir medidas que estão dentro na perspectiva educacional.

Medidas por que nós possamos, de certa forma, mediar o conflito, e não tratar o conflito como uma coisa que vai preso, apanha, bate. Não, não é isso que se defende.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para a conclusão, nobre deputada.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - E, para concluir, então, depois eu vou desenvolver melhor, no expediente das 16 e 30, mas espero contar com o apoio de todos os deputados e deputadas para essa frente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra o nobre deputado Frederico d'Avila. Tem o tempo regimental de cinco minutos, no Pequeno Expediente.

 

O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, colegas aqui deputados, breve mensagem aqui sobre minha atuação pretendente aqui na Assembleia, que é defender a agricultura, seja ela familiar, do agronegócio, pequena, média, enfim, toda a cadeia e a atividade agrícola, que nesta Casa, na última legislatura, sofreu diversos ataques, diversas perseguições, como o caso do javali, o caso que é a proibição da caça; o caso do embarque de animais vivos no porto de Santos, que desempregou mais de mil trabalhadores que trabalhavam com embarque de animais vivos no porto de Santos, e não foi respeitado pelo então governador Márcio França; e também outras características, como usar de métodos ardilosos para cobrar a água do agricultor, daquele que produz alimento para colocar na mesa da população paulista e brasileira todos os dias.

Com relação a minha região, que é a região sudoeste do estado, sul e sudoeste, região de Itapeva, Itapetininga, Itararé, Bori, Capão Bonito, Pilar do Sul, São Miguel Arcanjo, enfim, Avaré, ela pode sempre contar comigo, com meu gabinete, com minha assessoria, queria deixar isso registrado aqui em Ata deste Pequeno Expediente. E direi também que farei cobrança de tudo aquilo que couber junto ao governo estadual. Por mais que tenhamos alinhamento em algumas propostas, esse alinhamento não é automático.

Com relação às divergências partidárias e políticas e ideológicas que alguns membros têm aqui, quero dizer aqui que, graças a Deus, aqui dentro desta Casa tenho muitos bons amigos de longa data: deputado Conte Lopes, deputado Coronel Telhada, deputado Olim, deputado Major Mecca, enfim, alguns outros não estão aqui: deputado Fernando Cury não está aqui. Diferenças sempre vão existir. O deputado Conte Lopes sabe que eu voto nele desde 1994; só a primeira vez que não votei foi agora, que votei em mim mesmo, mas quero dizer que já tive diferença com ele, quando ele votou como vereador a favor do aumento do IPTU progressivo. Eu liguei lá e reclamei com ele. Ele falou “não, não sei o quê...”. É isso aí mesmo. Reclamei um dia com o Coronel Telhada, que ele fez um Dia do Não Sei o Quê. Falei: “Ô, Telhada, tem mais o que fazer do que fazer Dia de Sei Lá o Quê”. Tem diferença. Haverá diferenças ideológicas? Haverá, mas a discussão é que leva ao bem comum, a que todos aqui, creio eu, estão imbuídos a levar.

Eu sou conciliador. Eu sou do diálogo, mas eu sou da firmeza. Eu não me utilizo daquilo que, de diminuições ou de se fazer de coitado porque meu pai é nordestino, minha mãe é judia, filha de um casal que fugiu do Holocausto. Eu não me faço de coitado por causa disso. Eu sou símbolo da miscigenação por si só. Eu sou filho de uma mãe europeia com pai brasileiro, filho de pernambucano, e minha avó nasceu numa casa de pau a pique no interior do estado de Pernambuco. E quero deixar aqui claro que haverá divergências e que as divergências sejam tratadas sempre olho no olho, como aprenderam aqui diversos colegas. Aprendi com diversos colegas, não só aqui, mas fora desta Casa também, e não através de métodos ardilosos, como eu vi recentemente de algumas pessoas, inclusive com apoio de parlamentares desta Casa, intrujando frentes, projetos de lei, CPIs, na fila que o deputado Enio Tatto mencionou aqui, intrujando os seus interesses acima dos interesses dos paulistas, acima dos interesses dos brasileiros. Quem intruja e não põe a cara para dizer que foi ele que intrujou, é porque ele não tem coragem de se apresentar à população.

Quero dizer também que meu tio foi presidente do Senado Federal de 1980 a 1982, o senador Nilo Coelho. Não sou presidente desta Casa, mas quero repetir uma frase que ele disse. Eu sendo do PSL, ele era do PDS e, uma vez, disse: “Eu não sou presidente do Congresso do PDS, sou presidente do Congresso Nacional”.

É isso que espero de todos aqui: que todos tenham suas diferenças, mas que se utilizem do diálogo para chegar ao bem comum da população e sempre se apresentem com suas ideias: o PSOL com as dele, o PT com as dele, o PCdoB com as dele, enfim... E aí sim nós consigamos o bem comum, e não intrujando e nem plantando notas na imprensa, como outros fizeram recentemente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Com a palavra a nobre deputada Adriana Borgo. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Hoje é um dia muito especial, talvez o mais especial de minha vida. Estou muito emocionada.

Queria dizer aqui neste pouco tempo que temos para nos expressar que fui a pessoa que mais bateu em Geraldo Alckmin, o “desgovernador” de São Paulo. E bati por um motivo muito justo: pela desvalorização do funcionalismo público de São Paulo, especialmente dos profissionais de Segurança Pública.

Ele era PSDB, o jeito PSDB de governar, mas ele era uma pessoa. Aí, tivemos, pelo PSB, a chance de eleger Márcio França, mas escolhemos votar no PSDB novamente e colocar João Doria. Perdermos a chance de termos lá alguém comprometido com a Segurança Pública. Pois bem. João Doria é o nosso governador de São Paulo e usa a sigla PSDB. Não tenho nada contra ele até agora, neste momento, que me leve a denegri-lo ou a desacreditar de que dias melhores virão. Podem ter certeza de que, se ele não cumprir com tudo aquilo que prometeu em sua campanha, serei a primeira a bater de frente com ele e a cobrar as suas providências.

Porém, tem outro detalhe: o que aconteceu na sexta-feira aqui foi horrível, principalmente para quem é novato na Casa. Eu não votei no PT, eu não votei no PSDB.

Em momento nenhum, deputada Janaina Paschoal, fui procurada pela senhora, e o falo olhando nos seus olhos. Se a senhora tivesse me procurado, talvez tivéssemos composto, mas não fui procurada pela senhora. Quando a senhora colocou sua candidatura e do Major Mecca, eu já tinha dado a minha palavra para a composição, que não é PT e PSDB, como estão falando nas redes sociais; lá tem DEM, lá tem PODEMOS, lá tem o PRB, o PR, tem uma composição de partidos da Casa. Mas quando se fala de PT, quando se fala de PSDB, cria-se uma divisão entre a gente.

E de boa, quero que os partidos se explodam. Não quero saber mais de sigla. A partir de hoje, nesta Casa, vou votar pelo povo paulista, porque foi por isso e por eles que fui eleita. Se vier projeto bom do governador, vou votar; se não vier, vou meter a boca. Se vier algo bom de vocês, PSL, como aconteceu ontem... Antes de terminar a votação eu já estava compondo com os senhores para a CPI da Dersa, pois é justo. Então, não me importa quem apresente um projeto. Se for bom para o povo paulista, vou estar junto.

Sinto muito por tudo o que aconteceu. Eu não deixei, em momento nenhum, de ser Adriana Borgo. Não tive quatro milhões de votos, mas tive 42 mil votos que foram com sacrifícios e com lágrimas, pela dor dos meus policiais, pelos profissionais da Segurança Pública.

Não peguei um real e desafio alguém, como se diz nas redes sociais, a provar que peguei um real ou tenho um cargo nesta Casa. Votei porque era a melhor composição para eu poder andar nesta Casa e ter os meus projetos aprovados ou, pelo menos, encaminhados, pois a nossa Segurança está abandonada há tanto tempo. Foi por isso que votei na composição e repito: não fui procurada pela senhora. Quando o Major Mecca chegou, eu já tinha dado a minha palavra e palavra dada não se volta atrás. Não se volta atrás.

Então, quero aqui deixar claro para os meus policiais que estão me cobrando nas redes sociais: não tenho medo de rede social, gente. Tenho medo é de sair daqui a quatro anos sem ter feito nada por quem me colocou aqui, por quem votou em mim. Então, eu peço aos meus eleitores que não se apeguem a videozinho, até mesmo me chamar de lixo.

Eu não sou lixo, eu sou mulher de um praça que está sentado ali, que por 30 anos serviu a essa polícia, e eu, como mulher de policial nos bastidores, sei o que é servir e proteger, de joelho para que ele volte vivo, e assim são todas as mulheres de policiais. Não tem um prego na minha casa que não foi construído e colocado lá com três empregos desse sargento.

Então, eu não sou lixo, eu não sou traíra e eu não sou vendida. Eu amo os meus policiais e os meus profissionais de Segurança Pública. Eu amo o funcionalismo público de São Paulo e eu sinto muito. Tem palavras, gente, que são graves, mas tem outras que doem na alma da gente e eu espero que isso nunca mais aconteça. Vocês podem contar comigo para o que vocês precisarem.

Se for para o bem de São Paulo, vocês terão o meu voto, e se não for, não adianta, não terão. A luta muda a lei e, gente, eu estou aqui para somar, eu vim aqui para fazer a diferença. Eu não vim aqui para digladiar com partido nenhum. Eu vim aqui para dar esperança para as pessoas que votaram em mim e para todo o povo paulista.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada. Esgotado o tempo do Pequeno Expediente, iniciaremos agora o Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Chamo para fazer uso da tribuna a nobre deputada Janaina Paschoal, que tem o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente, agradeço a oportunidade de poder me manifestar novamente nesta tribuna. Reitero a honra que é poder estar aqui com V. Exas. e retomando o tema que hoje me parece o mais importante no nosso País, volto a falar sobre o inquérito que foi instaurado no âmbito do Supremo Tribunal Federal por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal.

No Pequeno Expediente, eu já expressei aos senhores as minhas preocupações com esse inquérito, num primeiro momento em virtude dos equívocos de ordem formal: competência, origem, maneira de instauração. Eu acho importante nós falarmos sobre esse inquérito sob a perspectiva material, por quê? Quando digo material, ou seja, o mérito do inquérito. Esse inquérito foi instaurado no mesmo dia em que ocorria no Supremo Tribunal Federal um julgamento extremamente polêmico, que era a discussão referente à competência para apurar os crimes de corrupção envolvendo políticos.

Todo conhecedor do Direito Penal, do Processo Penal, sabe que a Justiça Eleitoral é muito bem estabelecida, mas que não tem como missão apurar crimes. Os profissionais da Justiça Eleitoral não estão preparados para isso. Todos nós sabemos. Eles conferem documentação, eles fazem as somagens, eles checam a correção do procedimento da campanha.

Eles não têm condições de compreender o que tem por trás de eventuais operações que possam ser ilícitas, daí a preocupação com a retirada da competência da Justiça comum e a passagem para a Justiça Eleitoral. Há argumentos jurídicos? Há. Há argumentos jurídicos para os dois lados. Então, era um julgamento extremamente polêmico. Era natural que haveria reação por parte da sociedade. Pois bem, justamente nesta data, o presidente do Supremo Tribunal Federal instaura o inquérito.

E instaura o inquérito com fulcro nos seguintes crimes: denunciação caluniosa, ameaças, propagação de “fake news” e crimes contra a honra, genericamente praticados, teoricamente praticados contra o Supremo Tribunal Federal. O que ocorre, Excelências, é o seguinte: nesses crimes que são apontados os fatos não são definidos, que já é um problema que eu falei no Pequeno Expediente, mas esses crimes são crimes de naturezas diversas e são crimes de reprovabilidade diversa.

É muito diferente falar de um crime contra a honra, um xingamento, por exemplo, e uma ameaça, não é? Todos nós somos xingados todo santo dia nas redes sociais. As ameaças têm pesos diferentes.

A denunciação caluniosa, tecnicamente, exige a instauração de um procedimento. Não basta você xingar uma pessoa, você atribuir um fato supostamente ilícito a essa pessoa, para dizer que você está praticando denunciação caluniosa. É necessário ter a instauração.

Quando o presidente do Supremo Tribunal Federal manda instaurar um inquérito falando que houve denunciações caluniosas contra o Supremo Tribunal Federal, nós queremos saber quais são esses procedimentos, porque é técnica a coisa. Não existe denunciação caluniosa solta, é técnico. Qual é o inquérito que foi instaurado falsamente? Porque denunciação caluniosa é você dar ensejo à instauração de um procedimento contra alguém sabendo que a acusação é falsa.

Qual foi o procedimento que foi instaurado contra algum ministro do Supremo falsamente? Nós queremos saber. “Há divulgação de fake news”. Quais são as fake news? Porque nós queremos saber se são fake mesmo ou se tem algum indício de veracidade. Porque se houver alguma veracidade nessas supostas fake news, queremos que sejam investigadas.

O problema é que o ministro, presidente do Supremo Tribunal Federal, no mesmo dia, um dia polêmico, de um julgamento polêmico, de um julgamento que vai, infelizmente, favorecer a impunidade neste País, instaura um inquérito com um objeto de apuração genérico e, pior, sob sigilo.

Então, temos uma república em que existe um inquérito em trâmite, sob sigilo, sem um objeto definido. Fica a sensação ruim de que é um aviso para que ninguém questione nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal. Se não tem definição, se não tem um fato passado preciso e é baixado, porque a palavra é essa, é baixado no dia de um julgamento que vai trazer reações, qual é o sentimento que fica? O de que ninguém pode questionar o Supremo Tribunal Federal.

E isso acontece no mesmo dia ou em data próxima - agora não tenho certeza absoluta - em que o professor Modesto Carvalhosa apresenta mais um pedido de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal ao presidente do Senado Federal. E isso acontece quando um senador da República, senador Alessandro Vieira, apresenta ao presidente do Senado Federal, um pedido de instauração de uma CPI que, popularmente, ficou conhecida como Lava Toga.

Em um primeiro momento, o senador foi muito criticado. Foi muito criticado porque disseram que o pedido dele não era definido, que não tinha pontos definidos. Aí solicitei o requerimento do senador e os pontos estão lá. Podemos concordar ou não concordar, mas existe definição do que ele quer que seja investigado. A mesma coisa com relação aos pedidos de impeachment que foram apresentados, se ministros do Supremo. Podemos concordar ou não concordar, mas a Constituição Federal garante aos cidadãos apresentarem pedidos de impeachment contra presidentes da República, contra ministros de Estado, contra ministros do Supremo.

Então, quando um inquérito sigiloso, de objeto indefinido, é apresentado neste contexto, soa para a cidadania, muito embora eu acredite, quero crer, que não tenha sido esta a finalidade do presidente do Supremo Tribunal Federal, mas soa como um recado. Soa como um aviso de que quem ousar questionar um ministro do Supremo Tribunal Federal poderá ser perseguido com todo o rigor.

Eu estava ali e acabei de ver uma notícia de que o presidente do Senado já avisou que a CPI da Lava Toga não tem chances de prosperar. Eu acho muito grave que ele diga isso. Entendo grave que ele diga isso porque ele foi eleito para mudar a maneira de conduzir o Senado Federal. Por que ninguém queria Renan Calheiros? Ninguém queria Renan Calheiros porque nós não conseguíamos apurar o que precisava ser apurado sob a presidência de Renan Calheiros.

Aí, houve toda aquela pressão social para que o opositor de Renan Calheiros fosse eleito. Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado. Hoje, eu ouso dizer, com respeito a todas as demais autoridades, que é o homem mais importante nesse País. Porque está nas mãos dele dar andamento a investigações que há anos precisariam ser feitas e não foram feitas.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputada, sem prejuízo da sua palavra.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pois não.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Só para avisar a assessoria que não pode entrar em plenário. Por favor, a Polícia Militar, segurança, por gentileza. Devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Então, Excelências, nós temos que tomar cuidado. Nesse aspecto, acho que a deputada Bebel falou bem. Nós temos que cuidar das regras, para que elas sejam observadas em todas as circunstâncias, para que nós não tenhamos arbítrios. Este inquérito, instaurado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, no contexto em que instaurado, foi o fato mais grave dos últimos tempos. Porque estão sendo constrangidos, com esse inquérito, todos os cidadãos brasileiros, os cidadãos que apresentaram os pedidos de impeachment, o senador que pediu a CPI, os procuradores da República que alegaram suspeições de ministros, os auditores fiscais que ousaram fiscalizar, sendo que essa é a função deles.

Então, o que nós queremos saber - e me parece um direito da cidadania - é: afinal, do que trata esse inquérito? Qual a finalidade desse inquérito? E eu, finalizando aqui, peço vênia de dois segundos a mais para dizer o seguinte: neste ato simbólico, eu subscrevo o requerimento do senador Alessandro Vieira, que pede a instauração da CPI da Lava Toga. Com isso, não estou apontando culpa a quem quer que seja. Estou apenas dizendo que chegou o momento de o processo de depuração desse País avançar. Nós não podemos mais tardar nesta investigação.

E a instauração do inquérito sigiloso, inquisitorial, finda a ser uma razão a mais para que essa CPI seja instaurada. Então, é uma maneira simbólica de subscrever o pedido de CPI que já tem as assinaturas necessárias, mas o presidente do Senado já sinalizou que vai seguir os ensinamentos de Renan Calheiros. E não foi para isso que o povo lutou para que ele chegasse lá. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada. Com a palavra, agora, o nobre deputado Gil Diniz. Tem V. Exa., também, o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez, presidente, uma boa tarde; boa tarde aos nobres parlamentares que estão aqui no Grande Expediente, à assessoria e a todos os que nos assistem pela TV Assembleia. Erica, vou fazer que nem você. Você me lembrou, acabei esquecendo. Meu agradecimento a Deus por nós estarmos aqui. E cada um tem a sua profissão de fé; uns são católicos, outros evangélicos, alguns da umbanda, do candomblé. E é muito bom que nós tenhamos essa pluralidade aqui dentro do Parlamento.

Ato contínuo, eu queria falar da CPI que nós protocolizamos hoje, que o nobre deputado Enio Tatto citou aqui na tribuna. Mas eu queria deixar bem claro, para quem nos assiste, que não teve nenhum acordo com o PT, não. Não houve nenhum acordo; não prometi nada. Não prometi presidência, não prometi relatoria - nada. A CPI, que é necessária, é suprapartidária, tem a assinatura do PSL, de deputados do Novo, de deputados do DEM, do Patriota, do PT, do PSOL e de quem mais quiser assinar. Não é uma CPI do PSL. Não é uma CPI do PT ou do PSOL. É uma CPI do povo de São Paulo.

Então, quando o nobre deputado Enio Tatto tenta nos associar ao Partido dos Trabalhadores, aí não! Vá com calma. Respeito todos os deputados. Cada um tem direito ao seu voto, e eu também tenho o direito de discordar desse voto, como vocês podem discordar do meu.

Agora, se vocês têm vergonha do voto que deram, não é um problema meu, é um problema nosso. Nós votamos com convicção, nós votamos naquilo que nós acreditamos. É difícil, para mim, ver o PT votar no PSDB. Acho que foi uma surpresa para milhões de paulistas e para milhões de brasileiros. O PT e outros partidos ajudaram, sim, a eleger o presidente Cauê Macris, direito de cada parlamentar, mas nós precisamos deixar claro isso aqui.

Nós fizemos a opção pela nobre deputada professora doutora Janaina Paschoal para o cargo de presidente. Nós fizemos a opção pelo nobre parlamentar Major Mecca para 1º secretário. Então, precisamos deixar claro que foi uma opção de cada parlamentar eleger o nobre deputado Enio Tatto à 1ª Secretaria.

Não nos responsabilize pelas vossas escolhas. A responsabilidade é de cada um que votou. Teve 70 votos? Parabéns! Nós respeitamos, é isso mesmo, é democracia. Agora, nós temos o nosso direito de nos posicionar, e a população que confiou o voto a cada parlamentar tem o direito de cobrar, sim, o seu representante. Estão indignados?

Daqui a quatro anos, tem eleição novamente. Daqui a dois anos, tem eleição para prefeito e para vereadores, e nós vamos ver, mas tenho certeza e convicção de que a maioria dos eleitores não concordaram com o voto no PSDB, com o voto no PT, e isso é democracia, é isso que nós pedimos.

Nem vou usar o meu tempo regimental de dez minutos, mas é esse recado que eu tenho para falar. A responsabilidade do nosso voto é nossa. Major Mecca, tenho orgulho de ter votado no senhor. Tenho orgulho de ter sido soldado PM temporário e ter votado em um policial militar para o cargo de 1º secretário nesta Casa de Leis.

Acredito que a maioria dos policiais militares do nosso estado concordam comigo. Policiais militares que estão nos assistindo, policiais militares aqui no plenário, pensem bem, façam vocês o juízo de valor. Eu conheço muitos militares, eu conheço muitas companhias e batalhões. Passei dois anos na Polícia Militar, como falei.

Meu primeiro mês, em que aprendi a marchar, em que aprendi a Ordem Unida, em que aprendi a hierarquia e disciplina, foi no pátio do 1º Batalhão de Choque. Os meus dois anos servindo à Polícia Militar foi na Escola Superior de Sargentos, em que aprendi a camaradagem e a lealdade; lealdade e constância, frase e palavras do brasão da Polícia Militar.

Então, não venham culpar o PSL, não venham culpar a Dra. Janaina Paschoal pelas vossas escolhas. Não venham nos dizer que nós queríamos as nove vagas da Mesa, porque não é verdade. Nós demos uma opção, sim, a cada nobre deputado. Nós queríamos, sim, o respeito à Constituição de São Paulo, no seu Art. 12, em que fala da proporcionalidade, e não teve, não teve! Isso é um fato.

Nós procuramos, sim, vários partidos. Nós procuramos, sim, várias lideranças, mas o acordo já estava feito, e isso nós temos que falar para o povo de São Paulo. O nobre deputado Enio Tatto disse aqui: “olhe, engraçado, pela primeira vez, encontraram o protocolo; agora, sabem das manobras que o PSDB faz”. Está há mais de 20 anos na Casa, por que não falou para o povo? A militância do PT é aguerrida também. A Apeoesp estava aqui na porta. Funcionários da Ford estavam aqui, com todo direito, essa aqui é a Casa do povo, à direita ou à esquerda. E por que essa população não sabe dessa manobra, ou dessas manobras, não soube dessas manobras durante os 20 últimos anos?

Então, nós estamos aqui, a nossa bancada, para mostrar para o povo de São Paulo, para trazer luz à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e nós vamos usar, sim, as nossas redes. Vamos usar sim essa conectividade com os nossos eleitores. Eu devo sim o meu mandato a Deus, primeiramente. Eu devo sim o meu mandato à família Bolsonaro. Fui assessor de Eduardo Bolsonaro, com muito orgulho, e não vou desonrar cada voto confiado a mim.

Nesse próximo ano, vou liderar a minha bancada. Se nós acreditarmos que temos que votar “sim”, vai ser “sim”, e não vai ser por acordos feitos por liderança, porque a maioria dos eleitores não votou em partido. A maioria dos eleitores votou em pessoas, votaram em ideias, em convicções.

Então, novamente, se há por um acaso, alguma vergonha, algum constrangimento, não é da bancada do PSL, nós nos orgulhamos de cada voto que nós demos, nós nos orgulhamos daquela tarde do dia 15 aqui nesta Assembleia Legislativa, onde nós nos posicionamos e bem representamos cada voto confiado a cada parlamentar do PSL. Nós bem representamos os mais de 4 milhões de paulistas que nos trouxeram até aqui.

Então, com a graça de Deus, que esses próximos quatro anos possam ser dessa forma, representando, legislando e fiscalizando o governador e seus secretários, doa a quem doer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR TENENTE NASCIMENTO - PSL – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaríamos de anunciar aqui a presença do presidente da Frente Parlamentar de Segurança, do nosso querido e companheiro deputado federal que se encontra presente neste plenário, Capitão Augusto, da nossa gloriosa Polícia Militar.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado. Seja bem-vindo a esta Casa de Leis, Capitão Augusto. Com a palavra agora, por permuta, o nobre deputado Sargento Neri. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Vou quebrar o protocolo, porque já cumprimentei a todos, mas não posso deixar de cumprimentar meu padrinho político, meu amigo, meu companheiro, uma das pessoas mais sensatas politicamente que eu conheço, que é o Capitão Augusto, sua esposa, sua linda esposa. Sejam bem vindos a esta Casa e obrigado por estarem aqui.

Coloca primeira foto por gentileza.

 

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- É exibida fotografia.

 

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Eu entrei na faculdade em 2008, e um sargento do Exército me apresentou um deputado federal, Jair Messias Bolsonaro, apresentou o trabalho dele. Eu apoiei, fiz campanha para Jair Messias Bolsonaro, atual nosso presidente, ele com certeza fará um bom trabalho, mas vamos ver o próximo vídeo. Eu vou dar esplanada aqui, presidente, de todo o cenário político do Brasil, desde a Presidência, Senado, Câmara dos Deputados e esta Casa no dia 15. Passa o primeiro vídeo, por gentileza.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Olha só. Promessa de campanha. Nosso presidente está cumprindo? Não. Eu entendo ele? Entendo. Hoje ele está na máquina, ele tem as dificuldades dele. Eu vou apoiá-lo como apoiei na campanha? Vou. Vou arrebentar com ele na rede social?  Nunca. Passa o próximo vídeo, por gentileza.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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Aí está bom, obrigado. Olhem só: ele era contra a inclusão dos militares na Previdência. Por isso, Giannazi - você que é um defensor do funcionalismo público - é que briguei para eleger ele. Foi promessa de campanha. Mas sou contra ele por essa decisão de nos colocar e fazer com que a gente pague com a nossa carne? Não. Vou, sim, apoiá-lo. É um grande presidente. Agora coloca o próximo vídeo. Vamos para o Senado.

 

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- É feita a exibição de frase.

 

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Olha só, é meu amigo e querido Major Olímpio. Coronel Telhada, o senhor sabe que eu nunca me acovardei, nunca fui covarde. Já fiz duras críticas para Vossa Excelência. Mas assinei embaixo. E somos amigos. Nunca usei “fake news” para atacar qualquer pessoa como estou sendo atacado. “Mais vale uma derrota gloriosa que uma vitória melancólica.” Dá um poema.

Daqui a quatro anos a população concluirá a renovação da Alesp, substituindo os que já começaram mal. Sou iniciante. O Major Olímpio está falando que comecei mal? Fiz campanha para ele nos quatro cantos do estado. Foi um grande deputado estadual nesta Casa. É um excelente deputado federal e será um grande senador. Passa o próximo vídeo dele.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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Para aí: “Por orientação do partido, voto no PSDB.” Então, existe uma legislação partidária? Existe, e temos que acompanhar. Mas ainda não acabou. Continua o vídeo.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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Pode parar. Olha só. Seis anos, então ele estava no segundo biênio do segundo mandato dele. Então ele não era inexperiente e debutante como eu. Falo para todos os deputados: eu até poderia errar porque estou iniciando na Casa agora. Ele ainda fala: “meu amigo Enio Tatto”. Quer dizer que o Enio Tatto não é mais amigo dele? Cadê o Enio? Infelizmente não está aqui, senão eu ia perguntar para ele.

Perderam a amizade, ficaram de mal um com o outro? É lamentável. Mas, por isso, vou arrebentar com o Major Olímpio? Não. Foi um grande deputado nesta Casa. Defendeu a Polícia Militar e o povo paulista. Tenho orgulho de ter feito campanha para ele. Mas ele teve as mesmas convicções e as mesmas obrigações partidárias que tive aqui em 2019.

Passa o próximo. Agora vamos para a casa do meu padrinho, Capitão Augusto. Vamos para a Câmara dos Deputados.

 

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- É feita a exibição de foto.

 

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Olha só, quem é o presidente da Câmara dos Deputados: o Rodrigo Maia. Olha o presidente apontando para ele. Vou arrebentar com o Jair Bolsonaro, nosso presidente, porque ele está apoiando o Rodrigo Maia? Não. Preciso entender a composição que ele está fazendo. Preciso entender o que ele quer para melhorar o nosso País. Ele tem as suas razões para fazer isso. E confio nele. Pode passar o próximo.

Para presidente da Câmara, o PSL colocou candidato para concorrer? Colocou. Colocou um general. Sabe quantos votos esse general do PSL teve? Dois votos. Como que o PSL votou contra o seu general na Câmara dos Deputados que era candidato a presidente da Câmara, e apoiou o Rodrigo Maia. Tenho nada contra o presidente da Câmara. Nada. Eu só sei dele o que é noticiado nos jornais. Tem coisa boa, ruim. Para mim tanto faz. Eu não estou lá. O Capitão Augusto que sofre lá.

Passa o próximo, por gentileza.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Muito bem, obrigado.

Quer dizer que não se faz composição no País? Só mudou o campo. A Câmara dos Deputados é um campo, o Senado é outro, e aqui é o nosso campo.

Então, o PSL fez acordo com o presidente da Câmara para receber a comissão. E tem alguma coisa de mau nisso? Não, está certo. O que é importante para o nosso País. O presidente está certo. Eu apoio ele e concordo. Votei nele. Próxima foto. 

 

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-É exibida a foto.

 

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Essa linda mulher do lado esquerdo é minha esposa e do lado direito a deputada federal Carla. E por que eu coloquei essa foto? Porque tanto a minha esposa como eu somos fãs dela. Minha esposa a segue nas redes sociais. E não paramos, porque ela é muito boa, inteligente e está fazendo um bom trabalho. Mas coloca o vídeo dela.

 

 

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- É exibido o vídeo.

 

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  Pode parar. Sabe por que eu coloquei esse vídeo, deputado Coronel Telhada? Nós estávamos ali e ela veio nos cobrar o nosso voto. Então, nós não temos direito de ter um voto democrático dentro da nossa ética consciente? De ter alguém que consiga tramitar com a direita e com a esquerda? Mas ela pode. O partido dela pode. Coloca o próximo vídeo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Deputado, o seu tempo já encerrou. Seu tempo já encerrou e nós temos outros oradores. Seu tempo já encerrou, deputado. Seu tempo já passou, deputado.

 

  O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Posso concluir, Sr. Presidente, com breves palavras.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pode concluir, deputado.

 

  O SR. SARGENTO NERI - AVANTE – Então, não venha com hipocrisia. O cenário brasileiro que eu apresentei aqui é o que aconteceu nesta Casa. Agora, Sr. Presidente, quero pedir do regimento, a Presidência tem que agir de ofício e não precisa de requerimento do deputado. Houve agressão nesta Casa no dia da votação. Se a Presidência não tomar providência de ofício vai nos dar liberdade de resolver as coisas aqui no tapa, e depois a Presidência não venha me cobrar.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para concluir, deputado.

 

   O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Então, quero cobrar a Presidência que tome providência de ofício contra às agressões que houve aqui e estão filmadas. Muito obrigado a todos. E olha, qualquer “p” é “p”, gente.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP -  Pela ordem, Sr. Presidente

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Eu vou dar a palavra a V. Exa., antes porém, tem a palavra o nobre deputado Bruno Ganem, pelo tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Para comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a anuência do orador, para comunicação tem V. Exa., por dois minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, após as falas do Sargento Neri, eu não posso me furtar de vir aqui falar alguma coisa.

Eu ouvi bem os deputados que o antecederam e quero aqui parabenizar o Sargento Neri pela postura e concordar com tudo o que ele falou aqui. Este final de semana eu simplesmente fui arrebentado na rede social porque eu proferi meu voto. Vieram aqui falar que todo mundo é livre para votar, fazer o que quer. Mas, não é assim. É mentira. Nós estamos sofrendo uma ditadura de internet, onde você coloca seu voto e é chamado de "traidor".

Eu fui chamado de "traidor", senhores. Virei petista, para quem não sabe. "Petralha", como me chamaram. Um absurdo, um absurdo. Vocês viram aqui que foi colocado pelo Sargento a situação de que todos...

Lá em Brasília, é normal o PSL compor. Aqui, nós somos traidores. Então, quero dizer o seguinte. Primeiro: isso é uma baita falta de ética. É uma baita falta de ética vir cobrar o voto do deputado. Por isso, nós temos liberdade. Somos deputados.

Não aceito pressão de maneira alguma. Agora, ir para a internet colocar foto minha fardado com o símbolo do PT? Nós tivemos grandes embates aqui, eu e o PT, eu e o PSL, e sempre nos respeitamos. Estão aqui os deputados que podem confirmar isso.

Agora, vir me taxar como traidor por quem nem conhece a Casa? Vão desculpar. Eu fiquei quatro anos aqui nesta Casa, mais dois anos como vereador, trabalhando, lutando pela Polícia, conseguindo leis em favor da Polícia.

E, agora, as pessoas que chegaram antes de ontem, sexta-feira, se sentem no direito de virem me chamar de traidor? Senhor presidente, com todo o respeito, o que nós vimos aqui na sexta-feira foi um absurdo: deputados se empurrando, se estapeando. Absurdo.

Se não fosse a guarda militar, a assistência da Polícia Militar aqui na Assembleia, teria havido coisas piores. E aqui, esta Casa não pode trabalhar assim. É necessário, sim, compor, para que nós façamos os projetos de interesse de todos os deputados prosperarem.

Porque cada um aqui tem o seu interesse, a sua área de trabalho. Agora, o que houve nesta Casa e o que está havendo na rede social, Sr. Presidente, é um absurdo, é completamente, além de falta de educação, falta de ética.

Muito obrigado, deputado. Muito obrigado, deputado Bruno.

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra o nobre deputado Bruno Ganem.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu pedi para ele, ele me concedeu.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Mas, a senhora está pedindo?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu pedi, rapidamente, para uma comunicação. Só isso.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tenho a anuência do orador na tribuna?

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Sim.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem Vossa Excelência.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu quero chamar a atenção para o seguinte: sobre todas essas questões que foram colocadas aí no vídeo.

Eu chamo a atenção até do Sargento Neri. Sargento Neri, este espaço é proporcional. Por princípio, ele é proporcional. Nós somos eleitos proporcionalmente. O que não está correto, e é um debate que nós podemos fazer ao longo desses quatro anos, através de proposta de Emenda Constitucional, é o Art. 19, que relativiza o princípio da proporcionalidade.

Isso nós temos que fazer. Eu acho que a gente tem quatro anos para... Senão fica sempre essa coisa, daqui a dois anos vamos estar de novo nessa situação. Eu acho que a gente tem que ganhar tempo, formar uma comissão, e fazer um debate aprofundado do princípio da proporcionalidade na composição da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra V. Exa. por dez minutos.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, boa tarde a todos. Meu nome é Bruno Ganem. Sou ingressante aqui na Casa, primeira vez como deputado estadual.

Bom, em primeiro lugar, é claro que estou muito honrado de estar nesta Casa podendo representar as pessoas que confiaram o voto, que esperam projetos dentro dos compromissos, dentro das convicções, dentro daquilo que eu acredito e 106.203 pessoas acreditam comigo.

Eu fui eleito com ideias, com projetos. E, logo no começo da minha fala aqui na Casa, eu vou começar, enfim, com um bom e velho clichê. Eu vou ler um clichê.

"Pessoas sábias falam sobre ideias; pessoas comuns falam sobre coisas e pessoas medíocres falam sobre pessoas." Eu sei que isso é um grande clichê, mas é um clichê tão repetido quanto verdadeiro. E eu quero saber se esta Casa se propõe a ser uma Casa de excelência, que honra a nova política, ou se esta vai ser a Casa da mediocridade, para realmente manter a mediocridade que é a política neste País há tantas décadas.

Será que a nova política é isso? Isso é a nova política, meus amigos? Quando me chamam de nova política, eu faço questão de sempre fazer uma ressalva, que às vezes a nova política pode não ser boa. Existe a boa política e a política ruim. Isso sim é o que importa. Existem bons, excelentes novos políticos. Existem medíocres, e existem bons e excelentes velhos políticos. E existem também aqueles que são medíocres. E eu estou aqui na Casa para defender uma ideia; a ideia, meus amigos, de que esta Casa pode fazer história. Esta Casa tem que fazer a diferença. A gente tem que mostrar que se nós tivemos uma renovação recorde é porque o povo quer mudanças, e que essas mudanças sejam para melhor. A gente não pode mostrar para a população que muda, mas não muda. Ficamos aqui discutindo gente que vota em A, votou no partido B. Vocês sabem que a população não quer saber de partido político, e a gente aqui discutindo se votou no partido A, B ou C. Eu estou aqui para defender ideia.

E é por isso, meus amigos, que eu quero falar do que é prioridade aqui nesta Casa. Estou aqui para defender a vida. Enquanto os senhores discutem partido, tem gente morrendo no trânsito. A gente vive uma carnificina no trânsito enquanto a gente discute partido, enquanto a gente faz um papel medíocre. Isso eu não aceito. Isso eu não aceito, porque tem gente morrendo em hospital. Quem aqui está falando de hospital? Alguns, mas eu quero que todos discutam hospitais e não mediocridades, e não preconceitos partidários. Isso eu não aceito. Vamos ser sérios. Olha quanta gente colocou a gente aqui. Olha a expectativa que as pessoas têm sobre o nosso trabalho. E vamos discutir aqui fulanização?

Meus amigos, eu tenho aqui nesta Casa uma missão, e eu tenho certeza que cada um dos senhores também tem. A minha missão é defender a vida. E quando eu vejo, por exemplo, a Marina - eu não sei se ela está aqui, mas ela estava, a Marina Helou - que veio me trazer uma Frente Parlamentar da Questão da Primeira Infância, para combater a mortalidade infantil. Ela não votou em mim, não; ela votou no meu amigo também, o Ricardo Mellão, mas ela trouxe uma ideia superbacana. Isso é a boa política, e eu assinei, com muito orgulho, a frente parlamentar dela. É para isso que a gente está aqui. A gente está aqui para ver a questão da Educação, que tanto tem problemas. Cadê meu amigo Daniel José, um grande defensor da Educação, que coloca o dedo na ferida, né Daniel? É isso que eu quero. Vamos discutir projeto, vamos discutir ideia, vamos discutir como nosso Estado pode ser melhor. Vamos parar de mi, mi, mi? Não é assim na rede social? Eu gosto muito da rede social; eu não estou aqui para demonizar a rede social, não; acho que ela é muito importante, mas vamos tratar de ideias, ideias. Cada um dos senhores aqui, eu sei, os senhores têm boas ideias para discutir. Então é isso que eu quero. É isso que o povo quer.

E é claro que eu vou aproveitar aqui para falar um pouquinho das ideias que nós estamos trazendo, além do apoio - Daniel José mais uma vez a Frente Parlamentar de Educação. Parabéns! Ótima ideia, ótimo projeto, ótima iniciativa. Temos também a Frente Parlamentar da Desburocratização. Muito bacana; acredito que seja do Sergio Victor, excelente. Da Marina Helou já comentei. Eu entrei com a Frente Parlamentar da Proteção Animal, que é um assunto que me é muito caro. É isso. Hoje entramos com uma CPI, que é a CPI contra a Violência aos Animais. A gente sabe que têm muitos canis clandestinos, ou não, e que acabam, efetivamente, fazendo aí uma verdadeira carnificina. Recentemente 1.707 animais foram resgatados em situação de calamidade. Isso também é respeito à vida. Eu sei que algumas pessoas podem, de repente, minimizar a luta contra os animais. De forma alguma eu penso o contrário. Eu acho que uma sociedade humana respeita a vida, respeita o mais frágil, e quando você respeita a vida de um animal, você também está promovendo a sensibilidade necessária para que possa ver o gravíssimo problema que está acontecendo na Saúde, no Social e assim por diante.

Então, minha proposta aqui na Casa é que a gente discuta menos pessoas, menos bobagens, e a gente possa discutir projetos. E se a população está eventualmente contaminada com discussões fulanizadas, que exerçamos nossa liderança e mostremos que, por trás dos fulanos, precisamos de projetos, projetos que vão mudar a vida das pessoas, que vão valorizar a vida, que vão fazer o nosso país progredir, não por meio da divisão, mas por meio da somatória.

Esta é minha proposta. Estou muito feliz e é claro que não posso terminar minha fala sem agradecer a cada um dos nobres parlamentares que apoiaram a minha frente parlamentar de proteção animal e a minha CPI em defesa da causa animal.

Dessa forma, quero concluir a minha fala colocando-me à disposição de cada um dos senhores. Chamo os senhores, a consciência dos senhores, para que a gente possa fazer desta legislatura a melhor legislatura, para que a gente possa mostrar para a população que renovar vale a pena, pois com a renovação temos novas e boas ideias.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado. Chamamos agora, por permuta, a nobre deputada Monica da Bancada Ativista. Vossa Excelência tem dez minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, um comunicado pela bancada do PP.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para um comunicado, tem V. Exa. dois minutos, com anuência da deputada na tribuna.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Agradeço a deputada Monica, parabenizando-a pela vitória. Que tenha uma boa sorte nesta Casa.

Sr. Presidente, cheguei a esta Casa há 32 anos, um tempinho atrás. Realmente, tivemos grandes debates nesta Casa. Com relação a esse problema da deputada Janaina, eu não tinha nenhum compromisso com ela. O único compromisso que eu tinha, para votar, era no 3º vice, que é o Coronel Telhada. Então, votei corretamente no Coronel Telhada.

O compromisso que eu teria com a grande deputada Janaina era votar nela para vice-presidente da República. Torci para que ela fosse, pois seria uma grande vice-presidente da República. Eu realmente queria: ela tem competência, é inteligente. Infelizmente, não deu certo.

Com relação a esta Casa, foi feita uma composição e nós simplesmente votamos na composição. Meu contato maior foi realmente o Coronel Telhada. Votei no Coronel Telhada com lealdade e dignidade, da Polícia Militar, como cobraram aqui. Então, ele era o candidato a 3º vice e nós votamos.

Muito obrigado.

 

O SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - PARA COMUNICAÇÃO - Rapidinho, só para anunciar aqui a presença do nosso deputado federal Vinicius Poit, do Partido Novo. Queria agradecer a visita dele aqui hoje. Um grande nome do estado de São Paulo, da renovação.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Seja bem-vindo, deputado Vinicius. Receba, aqui, o aplauso de nossa Casa de leis ao nobre deputado. (Palmas.) Seja bem-vindo, é uma honra.

Com a palavra a nobre deputada Monica da Bancada Ativista.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, caros colegas. Meu nome é Monica Seixas, sou deputada estadual eleita em um projeto coletivo, o que não deveria causar estranhamento a nenhum de vocês, já que viemos todos de alguma coletividade, representando alguma causa, uma vontade popular.

Em meu gabinete, somam-se a mim outras oito pessoas que vão me ajudar a tomar as decisões. É disso que se trata coletivizar a minha caneta. Vamos formular sobre primeira infância, Saúde, Educação, negros e negras, proteção das mulheres, proteção animal, entre outras coisas.

Chegamos, junto com outros tantos nomes aqui, com a necessidade expressa na urna sobre renovação. Muitos falaram sobre renovação aqui nesta tribuna hoje. Mas a renovação, para nós, não pode ser apenas ser muito jovem ou ser eleito pela primeira vez, ou estar diante de novas formas e tecnologias sociais. A renovação que a urna pediu, que a população de São Paulo pediu, é uma renovação de práticas políticas, uma renovação de ética política, uma renovação de formas de se fazer.

A gente viveu, na semana passada, cinco meses depois - a última Casa Legislativa a tomar posse no País, cinco meses de ansiedade, de espera -, uma sessão bastante tumultuada e até violenta. Quero registrar aqui que para mim como uma mulher tão jovem, eleita dentro de tantas dificuldades para passar pelo crivo da urna e chegar até aqui não é fácil estar. As práticas não são transparentes e não são democráticas.

Esse conjunto “homens”, com todo respeito para me dirigir aos senhores, vocês são maiorias em seus ternos cinza. A expressão de testosterona e de masculinidade tóxica aqui na frente deste microfone ficou bastante expressa naquele dia e faço um apelo para a convivência e principalmente com respeito das práticas políticas e da democracia e é por isso que a Bancada Ativista também protocolou hoje, Sr. Presidente, porque não encontramos no Regimento da Casa um projeto de resolução para que seja vedado que se entre armado dentro deste plenário.

Já não é fácil esse clima violento que encontramos aqui. Não é fácil encarar esse monte de homens de terno cinza gritando, berrando aqui na frente, nos impedindo muitas vezes de falar e, para a minha surpresa, eu ainda encontrei pessoas armadas. Sei e respeito que muitos dos senhores são militares, são policiais e chegaram aqui diante da sua profissão, mas em outras Casas Legislativas entrar armado no plenário é proibido. Entrar armado no plenário para mim não faz sentido, porque a gente tem aqui uma grande tarefa de debater política e debater política nem sempre é fácil.

E para alguns é um constrangimento e uma violência se deparar com armas neste plenário. Que a gente não naturalize aqui a escalada de violência política, que a gente não naturalize aqui que a gente precisa se defender armados dos debates políticos que acontecerão dentro deste plenário. Então, por isso a gente protocolou esse pedido. Nós temos muitos trabalhos, nós temos muitas dificuldades, nós discordaremos muitas vezes e isso é salutar à democracia. Nós temos um estado bastante violento.

A gente tem ao mesmo tempo, já que muitos aqui falaram pelos militares, um País e um estado de São Paulo que mata tanto pobres pretos periféricos através da violência policial, através da violência de estado, porque quando o estado deixa de atender no SUS também está matando, quando policiais e agentes públicos que morrem em função da sua profissão, que estão sem assistência psicológica e cometendo suicídio porque o estado de São Paulo nega assistência.

A gente está falando de policiais - muito falaram de policiais antes de mim, de armamento - estava assistindo no “Fantástico” este final de semana a matéria sobre Suzano e o primeiro policial a chegar ao lugar estava afastado, afastado do trabalho por quê?

Porque a arma dele disparou acidentalmente atingindo a própria perna. Era por isso que ele estava na casa dele vizinha à escola. Por isso que também vou falar de não naturalizamos a presença de armas aqui neste espaço, mas também da gente falar sobre o modelo de Segurança Pública, da gente também falar da defesa das pessoas que precisam ser defendidas.

A gente tem o estado de São Paulo que nega o conhecimento e atendimento de direitos humanos aos próprios policiais civis e é nesse contexto também que o estado de São Paulo anuncia que a solução para o caso de Suzano ou para outros tantos casos de violência na escola é apenas o reforço policial. Se o problema é sistêmico na sociedade como é na escola, a solução não pode ser simplória.

A gente precisa nas escolas públicas de uma solução sistêmica. A gente precisa de assistência social, a gente precisa de psicólogo, a gente precisa de mais equipamentos. A gente tem as escolas públicas, como disse o Gil - eu também tenho filho em escola pública da rede estadual aqui em São Paulo - completamente precarizadas, sem manutenção, sem material que anda tardando para chegar às escolas.

Então, a gente tem um problema generalizado de atendimento às famílias, porque escola é um direito sobretudo da criança, mas é um direito das famílias. Mães solos contam com as escolas públicas para poderem trabalhar tranquilamente. Então, a gente precisa depois do caso de Suzano, mas como uma visão geral dos tempos que vivemos, repensar na naturalização da violência e no aumento de armas de fogo entre nós.

Bom, queríamos falar um pouco sobre isso. Espero que a gente pense um pouco sobre renovação e qual é a esperança que a população de São Paulo deixou sobre nós. Num estado em que 38 mulheres são estupradas por dia; a cada 60 horas uma é morta, a maioria dentro de casa por seus companheiros; em que a cada dez pessoas que morrem por tiro da polícia, seis são negras, sendo que 60% da população do estado se apresenta como branca. Em um estado em que há enormes filas por atendimento de Saúde e que vemos muitos agentes públicos interferindo na fila, não há nenhuma transparência nessas filas, não sabemos quem está em que ordem e quando há perspectiva de atendimento.

Em um estado em que falta material didático, em um estado em que pessoas morrem embaixo da água nas enchentes ao mesmo tempo em que, interior adentro, centenas de cidades estão sem água na torneira.

Temos muito trabalho, e é esse chamado que quero fazer. Temos muito trabalho. Temos muitas coisas a debater e, mais uma vez, nem sempre vamos concordar. Muitas vezes vamos nos exaltar, porque o que é a política se não a paixão?

Todos nós estamos aqui devido à paixão pelo que defendemos, ao compromisso com o que nos trouxe até aqui, mas não podemos naturalizar que haja violência entre nós, que haja violência política e que qualquer um aqui dentro se sinta acuado ou que tenha medo de defender o que a gente acredita, porque isso é democrático, a gente se sentir livre e seguro para fazer bons e produtivos debates políticos dentro desta Casa.

Quero agradecer, bons trabalhos a todos, temos quatro anos pela frente, vamos nessa.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputada.

Temos agora, por permuta, para falar, restam ainda três minutos pelo tempo regimental. Temos aqui a Professora Bebel, por permuta. Vossa Excelência tem até três minutos pelo tempo regimental para falar pelo Grande Expediente.

Ela está presente então ela tem que... a senhora tem que ocupar a tribuna por três minutos.

Fica o tempo remanescente de V. Exa. que tem ainda mais dois minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de usar a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem V. Exa., então, cinco minutos regimentais, pela liderança do PSOL, pelo Art. 82.

Então, está encerrado o Grande Expediente do dia de hoje.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, primeiramente eu gostaria de saudar todos os deputados e deputadas, sobretudo os novos parlamentares que assumiram na sexta-feira o cargo de deputados e deputadas. Sejam bem vindos e bem vindas.

Sr. Presidente, eu teria dois rápidos assuntos neste pouco tempo que tenho. Queria fazer, primeiramente, um comentário e manifestar, mais uma vez, minha indignação com essa questão das CPIs, com o PSDB, porque o PSDB continuou sendo PSDB mesmo nessa legislatura, obstruindo todas as CPIs que investigam os graves casos de corrupção do Governo.

Mais uma vez o PSDB protocola na frente de todos os outros partidos, sobretudo dos partidos de oposição, pedidos de CPIs que não investigam nada. Aquelas CPIs cosméticas. Então, há muitos anos o PSDB faz isso. O deputado Enio Tatto lembra muito bem disso. Toda legislatura é a mesma coisa, vários pedidos são protocolados de CPIs que não investigam nada e nem ninguém.

Já tivemos aqui CPIs da gordura trans do PSDB e da base do Governo. CPI do implante dentário, CPI do telemarketing, enfim, CPIs cosméticas que foram protocoladas justamente para obstruir as nossas. E nós tentamos aprovar, aqui, várias CPIs importantes que foram obstruídas pela base do Governo usando esse expediente.

Tentamos aqui já, no passado, a CPI da Dersa, a CPI do Metrô e da CPTM, chamada por nós, aqui, de CPI do “Trensalão”, a CPI da Educação, a CPI da FDE, a CPI do Iamspe, a CPI da Segurança Pública, a CPI da Saúde. Várias tentativas foram feitas e todas elas foram obstruídas.

A única CPI que investigou, de fato, o Governo aqui - mas depois seu resultado também foi manipulado -, foi a da máfia da merenda escolar. Isso porque os alunos secundaristas da rede estadual ocuparam o plenário durante quatro dias e quatro noites. Houve uma comoção, um apelo, uma pressão da sociedade, da imprensa, e os deputados da base governista foram obrigados a assinar o nosso requerimento. E aí a CPI foi instalada. Digo o nosso requerimento - da oposição. A CPI foi instalada, mas no final o Governo, com sua base de sustentação, controlou a CPI e deu um resultado totalmente ineficiente.

Então, mais uma vez isso é reproduzido aqui na Assembleia Legislativa. Infelizmente, as primeiras CPIs apresentadas não vão investigar os graves casos de corrupção no Governo. Apresentamos também - não posso me esquecer aqui - a CPI da Sabesp. Enfim, várias tentativas foram feitas. Nós, aqui, assinamos a CPI do Paulo Preto, da Dersa - tanto a do PT quanto a do PSL. E vamos continuar assinando e fazendo gestões para que a Assembleia Legislativa não seja uma Casa que apenas legisle, mas que sobretudo fiscalize o Poder Executivo.

E sobre o caso de Suzano: estive lá no dia daquele trágico acontecimento, Sr. Presidente Gilmaci Santos, deputados e deputadas. Eu queria ressaltar aqui o seguinte: essa questão da violência nas escolas é algo que nós já estamos denunciando exaustivamente há muitos anos aqui. E apresentando propostas, inclusive, para amenizar a violência nas escolas. Eu queria ressaltar - e eu denunciei exaustivamente aqui - que o Governo Doria está exterminando, está desmontando um programa importante, que ajuda a amenizar um pouco essa questão da violência nas escolas, que é o programa Escola da Família. Ele está cortando, está desmontando.

Eu, inclusive, realizei uma audiência pública há alguns dias, com estudantes, professores e membros das comunidades escolares onde o programa passa pelo desmonte. E mais ainda: o Governo do PSDB diminuiu drasticamente o número de professores mediadores da rede estadual. Isso tem que ser denunciado e cobrado do Governo e da Secretaria da Educação. Que o programa Escola da Família seja restabelecido nas escolas e também que os professores mediadores sejam recontratados, porque o professor mediador cumpre um papel fundamental, também, para diminuir a violência nas escolas estaduais.

Então, faço aqui esse apelo e essa exigência à Secretaria da Educação. Se o Governo Doria tem alguma preocupação com a violência nas escolas, que ele restabeleça o programa Escola da Família e traga de volta os professores mediadores para a rede estadual de ensino. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Em relação à colocação da nobre deputada Monica da Bancada Ativista, só uma complementação em relação à segurança das instalações físicas da nossa Assembleia Legislativa. Nós, os nobres deputados, estamos aqui em plenário protegidos pela nossa nobre Polícia Militar do Estado de São Paulo. Em cada flanco, observamos um policial armado fazendo nossa segurança.

Precisamos nos preocupar também com os nossos funcionários que trabalham dentro da Assembleia Legislativa. Pois, assim como ingressou naquela escola, em Suzano, pode aqui também ingressar algum psicopata e executar nossos funcionários que prestam serviço para esta Casa. Então, o controle de acesso de todas as pessoas que aqui ingressam, com detectores de metais, para que nós saibamos com que tipo de material a pessoa ingressa aqui na nossa Assembleia Legislativa, se faz muito importante, inclusive, era uma das nossas propostas à frente da 1ª Secretaria. Fica ao nobre deputado Enio Tatto, 1º secretário, a observação também.

Muito obrigado, novamente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para comunicar que foram protocolados 23 pedidos de CPIs, sendo que as 11 primeiras vieram do Governo do Estado, encomendadas, tanto é que todas elas estavam num envelope, estavam num saco só, no embornalzinho só, todas elas.

Então, nenhuma delas atinge o Governo do Estado. A única que atinge o Governo do Estado é a 12ª, protocolada pelo Partido dos Trabalhadores, com o apoio do PSOL, do PCdoB e dos deputados do PSL. Essa, sim, é das empreiteiras, é do Dersa. Então, existe uma CPI protocolada aqui para investigar as falcatruas, principalmente do Paulo Preto, mas muito mais, com um detalhe: no dia de hoje, já teve uma orientação, porque nós protocolamos com 32 assinaturas, exatamente. Já teve uma orientação, e um deputado do PSDB já correu para retirar a assinatura.

Acontece muito disso, só que a gente já conseguiu mais dois deputados; a última foi a deputada Adriana, que não tinha assinado, mas assinou também. Mas a gente vai ficar vigiando, porque, de hoje para amanhã, vai ter uma correria, uma pressão enorme para retirar as assinaturas.

Quanto ao nosso deputado Gil Diniz, do PSL, não se preocupe, não. Dificilmente a gente vai concordar em alguma coisa a não ser em assinaturas para se fazer um requerimento e uma CPI. Ideologicamente, eu tenho certeza de que somos 100% contrários, tanto de um lado, como do outro, e a gente faz questão. Mas precisa tomar muito cuidado, porque, lá no Rio de Janeiro, o PSL apoiou o presidente da Alerj, que é do PT. Lá em Brasília, apoiou o Rodrigo Maia, que é do DEM; lá no Maranhão, apoiou o PCdoB, que é PCdoB, junto com o PT. Na Bahia, apoiou o PP, junto com o PT.

Então, vamos parar com esse discursinho aí para falar para plateia, porque depois vocês vão ter que prestar contas, inclusive com os eleitores de vocês. Vocês viram aquele filminho do Major Olímpio votando em mim, aqui na Assembleia, com honras, não é? Eu tenho certeza de que, se ele fosse deputado aqui, votaria novamente para 1º secretário.

Então, tomem cuidado, porque terminou o barulho. Agora é realidade, é a vida real. Só finalizando, a fila para protocolar dá trabalho, teve que chegar sexta-feira, virar sábado, de sábado para domingo, de domingo para segunda. Isso requer trabalho, é diferente de você fazer política deitado no travesseiro, com o celular, nas redes sociais. Mas quem estava na fila aqui, com certeza, está acostumado a pegar fila, pegar fila do SUS, fila de creche, fila de vaga em casas populares, ou seja, no dia a dia, que é o que a população sente.

A vida é dura, e aqui a realidade é bem diferente.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Só gostaria de fazer um esclarecimento. É o seguinte: nas escolas que nós sentamos, não tenho nada contra a pessoa do Enio Tatto, nada contra o PSOL, nada contra essas pessoas de esquerda. Eu aprendi a ser de direita.

Se a minha bancada orientar a votar na esquerda, não vou votar. Podem me expulsar do partido. Eu vou honrar o voto que veio para nós de 466 municípios do estado de São Paulo, acreditando que a gente ia manter a linha na direita. É diferente a gente fazer composição para aprovação de matérias, é muito diferente ideologia com composição para votação de matérias. Gostaria de deixar bem claro que a minha ideologia é de direita.

É só isso. Muito obrigado.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA RECLAMAÇÃO - Nobre deputado Enio Tatto, pode ter certeza de que de fila de hospital público, de fila de escola pública, de transporte público, eu entendo, e minha família também entende. Inclusive, para a posse eu vim de transporte público, e não é demagogia, não, é porque realmente eu utilizo transporte público, e não foi a fila do protocolo...

Nós não ficamos aqui acampados quatro horas da tarde da sexta-feira, até por um ato de humanidade com os nossos funcionários, com os nossos assessores, porque é um despautério. É surreal que nós tenhamos que deixar um assessor plantado, com todo respeito a toda a assessoria aqui presente, para que nós tenhamos que fazer uma cortina de fumaça para não investigar os seus aliados do PSDB, para que nós tenhamos que investigar os seus aliados, que te deram cerca de 70 votos. Os oito deputados da bancada do PT têm dez, os tucanos tiveram oito.

Então, eu só quis fazer essa ponderação, essa diferença ideológica, que já está clara para os nossos eleitores. Pelo menos os meus eleitores sabem o que esperar de mim, mas eu acredito que os eleitores do PT e do PSDB não esperavam ou estão frustrados com essa parceria entre petistas e tucanos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Vossa Excelência tem dois minutos para uma comunicação.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu acho que nós estamos vivendo um momento ímpar na Assembleia Legislativa. A fragmentação partidária trazida pela última eleição - além de termos aqui 24 partidos, sendo que metade deles com dois ou um deputado - possibilitou um debate muito melhor do que em anos anteriores.

Isso é óbvio que faz com que a bancada do PT e outras bancadas possam apresentar pedidos de CPI com a possibilidade de êxito, e é isso que nós estamos tentando. Várias outras bancadas ou parlamentares têm o mesmo interesse. Isso é fundamental e salutar e para nós, do PT, que somos um partido histórico, um partido que tem uma concepção, que tem estatuto, regimento, que tem funcionamento de bancada, e que, quando toma uma decisão, toma e entende a importância dessa decisão. Por exemplo, quando decidimos compor a Mesa.

O PT sempre reivindicou a proporcionalidade, porque a Mesa é quem dirige os trabalhos e, ato contínuo à eleição da Mesa, o PT apresentou um pedido de CPI da Dersa, da desoneração. Eu não sei se aqui todos sabem, o estado tem 24 bilhões de desonerações. Nós vamos discutir isso. Isso mostra a independência do PT na relação com o PSDB. Então, não temos que explicar para ninguém. Aliás, parece que quem tem que explicar é o PSL. Essa é a grande dúvida do PSL. Como ele vai se movimentar?

Acho que não tem que ter dúvida. Tem que se movimentar com clareza, com concepções, e é isso que vai garantir ao PT a sua autonomia, as suas concepções sendo defendidas neste plenário e nas suas proposituras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem Sr. Presidente, só para uma comunicação.

 

 O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS  - PRB - Vossa Excelência tem dois minutos para uma comunicação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero fazer um esclarecimento em relação à posição do PSOL sobre a eleição da Mesa Diretora, lembrando que o PSOL lançou candidatura própria, como sempre fez. O PSOL não votou nem no PSDB e nem no PSL. A nossa candidata foi a deputada Monica Seixas da Bancada Ativista, da bancada do PSOL.

A bancada do PSOL tem quatro pessoas. Tem a deputada Isa Penna, a deputada Erica Malunguinho, a deputada Monica Seixas e eu, fazendo este esclarecimento. O PSOL nunca votou no PSDB e não votou no PSL. Nós sempre, historicamente, mantivemos a coerência aqui na Assembleia Legislativa, indicando candidatura própria.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE GILMACI SANTOS - PRB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de levantar a sessão, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de 14 de março. E aditada, por determinação constitucional, com o Projeto de lei nº 724, de 2018, e o Projeto de lei nº 1, de 2019.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 44 minutos.

 

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