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1 DE MARÇO DE 2019

7ª SESSÃO SOLENE DO PERÍODO ADICIONAL - ENTREGA DO PRÊMIO INEZITA BARROSO - 3ª EDIÇÃO

 

Presidência: WELSON GASPARINI e MARCOS LULA MARTINS

 

RESUMO

 

1 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE WELSON GASPARINI

Informa que a Presidência convocara a presente sessão solene, para realizar a "Entrega do Prêmio Inezita Barroso - 3ª Edição", por solicitação da Comissão de Educação e Cultura desta Casa. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

4 - MARCOS LULA MARTINS

Assume a Presidência. Agradece a todos pela presença. Informa que o objetivo do prêmio é dar continuidade ao trabalho de Inezita Barroso na divulgação e preservação da música caipira. Destaca a importância de valorizar a cultura nacional.

 

5 - J. BATISTA

Locutor, presta homenagem a Inezita Barroso. Anuncia apresentação da cantora Valéria Simão e do grupo Amigos Violeiros de Mairiporã.

 

6 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê breve histórico da Orquestra Urubupungá.

 

7 - WELSON GASPARINI

Faz a entrega do Prêmio Inezita Barroso à Orquestra Urubupungá, na pessoa de diversos integrantes.

 

8 - CREUSA ELI APARECIDA DE OLIVEIRA

Representante da Orquestra Urubupungá, agradece pela homenagem recebida. Discorre sobre a música caipira.

 

9 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê histórico do Grupo de Violeiros de Descalvado.

 

10 - WELSON GASPARINI

Entrega o Prêmio Inezita Barroso à Sra. Alessandra Paganotto, representando o Grupo de Violeiros de Descalvado.

 

11 - ALESSANDRA PAGANOTTO

Representante do Grupo de Violeiros de Descalvado, faz agradecimento pelo prêmio recebido. Anuncia apresentação musical do grupo.

 

12 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê a biografia da dupla Craveiro e Cravinho.

 

13 - PRESIDENTE MARCOS LULA MARTINS

Faz a entrega do Prêmio Inezita Barroso ao Sr. Sebastião Franco, o "Craveiro".

 

14 - SEBASTIÃO FRANCO

Agradece pela homenagem recebida.

 

15 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia que a próxima homenagem seria entregue posteriormente a Pedro da Silva Emboava, o "Pedrinho Sertanejo", que não pôde comparecer à solenidade. Lê histórico dos Amigos Violeiros de Mairiporã.

 

16 - JULIANA CARDOSO

Vereadora da Câmara Municipal de São Paulo, entrega o Prêmio Inezita Barroso aos Srs. Elzo Antônio e Carlão Violeiro, representantes dos Amigos Violeiros de Mairiporã.

 

17 - ELZO ANTÔNIO

Representante dos Amigos Violeiros de Mairiporã, agradece pela concessão do Prêmio Inezita Barroso ao grupo.

 

18 - CARLÃO VIOLEIRO

Representante dos Amigos Violeiros de Mairiporã, tece elogios a Inezita Barroso. Agradece pela homenagem.

 

19 - CARLOS MIGUEL

Locutor, anuncia apresentação musical dos Amigos Violeiros de Mairiporã.

 

20 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê a biografia Antônio Henrique de Lima, o "Pardinho".

 

21 - PRESIDENTE MARCOS LULA MARTINS

Faz a entrega do Prêmio Inezita Barroso in memoriam a Antônio Henrique de Lima, o "Pardinho", nas pessoas de sua esposa e de seus filhos.

 

22 - CARLOS HENRIQUE DE LIMA

Filho do homenageado Antônio Henrique de Lima, defende a relevância da cultura caipira para o País. Agradece pela homenagem concedida postumamente ao seu pai.

 

23 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê a biografia de Luiz Carlos Ribeiro, o "Mouraí".

 

24 - PRESIDENTE MARCOS LULA MARTINS

Faz a entrega do Prêmio Inezita Barroso in memoriam a Luiz Carlos Ribeiro, o "Mouraí", na pessoa de seu filho.

 

25 - LUIZ CARLOS RIBEIRO JÚNIOR

Filho do homenageado Luiz Carlos Ribeiro, faz agradecimentos pela premiação concedida postumamente ao seu pai.

 

26 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê histórico da Orquestra de Violeiros Coração da Viola.

 

27 - NILTO TATTO

Entrega o Prêmio Inezita Barroso a Seo Oliveira, fundador da Orquestra de Violeiros Coração da Viola, representando o grupo. Tece elogios ao deputado Marcos Lula Martins, pela iniciativa do prêmio. Afirma que a sobrevivência da música caipira depende da agricultura familiar.

 

28 - SEO OLIVEIRA

Fundador da Orquestra de Violeiros Coração da Viola, agradece pelo prêmio concedido ao grupo. Faz histórico e anuncia apresentação da orquestra.

 

29 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê breve resumo biográfico de Ramiro Viola.

 

30 - PRESIDENTE MARCOS LULA MARTINS

Faz a entrega do Prêmio Inezita Barroso ao Sr. Ramiro Viola.

 

31 - RAMIRO VIOLA

Faz agradecimento pelo prêmio recebido. Fala de sua amizade com Inezita Barroso.

 

32 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê a biografia da Sra. Sandra Jacob.

 

33 - JULIANA CARDOSO

Vereadora da Câmara Municipal de São Paulo, concede o Prêmio Inezita Barroso à Sra. Sandra Jacob. Presta homenagem a Inezita Barroso. Destaca a importância da premiação.

 

34 - SANDRA JACOB

Agradece pela homenagem recebida.

 

35 - J. BATISTA

Locutor, faz agradecimento por esta solenidade.

 

36 - CARLOS MIGUEL

Locutor, anuncia apresentação musical da dupla Almirante e Mirandi e do cantor Craveiro.

 

37 - PRESIDENTE MARCOS LULA MARTINS

Parabeniza todos os homenageados. Expressa seu respeito pela música caipira. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

 

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Welson Gasparini.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Senhoras e senhores, bom dia. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de realizar a cerimônia de entrega do Prêmio Inezita Barroso - 3ª edição.

Esse prêmio foi uma iniciativa do deputado Marcos Martins, conforme a resolução nº 910, de 5 de julho de 2016, e regulamentada pelo Ato de Mesa nº 42, de 20 de dezembro de 2016.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e será retransmitida pela TV Alesp no domingo, dia 3 de março, às 21 horas, pela Net canal 7, pela TV digital canal 61.2 e pela TV Vivo canal 9.

Convidamos para compor a Mesa o deputado estadual Welson Gasparini, deputado estadual Marcos Martins, deputado federal Nilto Tatto e o Sr. Guaracy Junior, da rádio Brasil Atual. Podem se sentar, por favor.

Com a palavra o deputado Welson Gasparini.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Sob a proteção de Deus nós iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de leis, deputado Cauê Macris, atendendo a solicitação da Comissão de Educação e Cultura com a finalidade de realizar a cerimônia de entrega do Prêmio Inezita Barroso, com a sua terceira edição.

Convido todos os presentes para, em posição de respeito, a ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pelo Coral Masculino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento, PM Motta.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Senhoras e senhores, é com justo orgulho que eu passo a Presidência desta sessão solene ao deputado Marcos Martins, que é o autor do Prêmio Inezita Barroso, deputado que tem se destacado nesta Casa pelas suas posições tão importantes para o desenvolvimento do estado de São Paulo, tão atuante no setor educativo e cultural.

É com prazer que passo, portanto, a Presidência desta sessão solene ao deputado Marcos Martins. Eu pediria uma salva de palmas. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Marcos Lula Martins.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Muito bom dia a todas e todos os amantes da música caipira, a música sertaneja de raiz aqui no nosso estado, no nosso País, que está na alma e no sentimento de cada um.

Cumprimento aqui Welson Gasparini, deputado estadual, meu colega que é da Comissão de Educação e que também tem feito um trabalho importante aqui e que nós gostaríamos muito de agradecer a sua participação nesta atividade, a terceira edição de Inezita Barroso.

Quero cumprimentar aqui os deputados Nilto Tatto, deputado federal que faz um trabalho muito importante de preservação ao meio ambiente contra esses produtos agrotóxicos, que é o veneno que contamina os produtos do nosso alimento e que contamina aqui na cidade aquele que alimenta – não só aquele que trabalha na plantação, mas também aquele que consome. Agradeço muito pela sua presença e também pelo trabalho que realiza.

Gostaria de registrar aqui algumas presenças importantes: o Guaracy - que é Guaracy Júnior - da rádio Brasil Atual, apresentador do programa Viola Atual, ganhador do Prêmio APC 2018 como melhor apresentador. Agradeço muito pelo trabalho que realiza e pela participação e presença em nossa atividade.

Gostaria também de registrar as presenças importantes da música de raiz do nosso País: maestro Emiliano Patarra, diretor do Conservatório Municipal de Guarulhos; o Reginaldo Rogério Raimundo, presidente do Sindicato do Servidor Público Municipal de Mairiporã; Alessandra Paganotto, diretora de Cultura de Descalvado; Valdivino dos Santos Rocha, presidente da Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio e que representa também aqui a Associação dos Expostos ao Amianto, aqui também da cidade de Osasco, mas do País inteiro; o Vitor de Souza, secretário municipal de Cultura de Guarulhos; Odete de Carvalho, representante do deputado federal Alencar Santana Braga; Luiz Peixoto Frisene, representando a deputada estadual Leci Brandão; Olavo Pinheiro Godoy, representante da Academia Botucatuense de Letras. Essas são as registradas. Após outros que surgirem nós também deixaremos registrado.

Esta atividade tem uma preocupação de preservar a cultura genuinamente brasileira, do povo brasileiro, que surgiu na colonização, talvez, quando não tinham máquinas, não tinha nada, se trabalha ainda hoje muito na enxada, se plantava sem nenhum produto de agrotóxico, tudo natural. Isso tudo era plantado e colhido, a água era preservada, preservava-se a plantação, as matas, os caminhos, tudo isso era respeitado.

E valorizando essa cultura e esse hábito, a música caipira, a música raiz, nasce junto. E de algumas pessoas portadoras desse trabalho, uma delas é Inezita Barroso, que era uma cantora muito importante, estudante do folclore brasileiro, foi professora e tem várias representações em nível nacional. Trabalhou com rádio, trabalhou na TV Cultura. Durante muitos anos Inezita dava oportunidade para aqueles que utilizavam esse trabalho, os artistas caipiras, aqueles que estavam iniciando, ela dava oportunidade. Ali recebia e as pessoas falavam, cantavam e se apresentavam.

Esse programa “Viola, Minha Viola”, durante muitos anos foi acompanhado e admirado pelo povo brasileiro. Infelizmente, com o falecimento de Inezita, o programa parou de continuar. Seria importante que ele continuasse existindo também na rádio Cultura, TV Cultura, e na rádio também, claro. Pensando nisso é que nós falamos: “Como que a gente pode ajudar?”. O estado de São Paulo pode ajudar a valorizar aquele que deu a luta por aqueles que defendem a música genuinamente brasileira.

Ela, uma mulher que os sertanejos à época em que ela começou, nas músicas caipiras, quase não existia, acho que era só ela de mulher na música caipira. Os caipiras de maneira geral são machistas, não é? E ela preservou, ficou, persistiu, insistiu e valorizou. E hoje é uma realidade, a música caipira, música raiz brasileira, é reconhecida. Inezita Barroso, a Assembleia Legislativa precisava dar continuidade, e uma maneira de dar continuidade era a criação do título “Inezita Barroso”, esse troféu já por três vezes estamos realizando – porque hoje é o terceiro.

E que nós queremos, como é da Assembleia, que ele deverá continuar a vida toda pela Assembleia Legislativa, enquanto houver Assembleia Legislativa, realizando esse trabalho, valorizando os artistas, os apresentadores, os que valorizam essa música e essa cultura que precisam ser preservadas. Esses continuarão sendo lembrados e aqui homenageados com esse Prêmio Inezita Barroso, que tanto contribuiu para a música caipira, a música raiz do nosso País.

E que essa Assembleia aqui no estado de São Paulo, que temos tantos caipiras pelo interior afora, precisa ser preservado, continuado e estimulado. É importante que Inezita Barroso tenha também em outras câmaras municipais, outras cidades podem ter também e valorizar, dar oportunidade àqueles que realizam o trabalho na sua cidade.

E com isso eu quero de antemão agradecer muito a presença de todos e de todas e por valorizar o que é nosso, porque se a gente não preservar o que é nosso, a nossa cultura, daqui uns dias nós estaremos defendendo a cultura de outros lugares, de outro país, que não é nossa cultura, ajudando a perder inclusive a soberania do nosso País e a soberania da nossa cultura.

Parabéns a todos que aqui estão presentes, participando desta atividade de Inezita Barroso, esse troféu Inezita Barroso aqui no estado de São Paulo.

 

O SR. J. BATISTA - Bom dia, gente! “Para chegar até aqui viajei mais de 70 léguas no lombo de uma preá, sapateei na poça d’água, fiz poeira levantar. Tirei meu caminhão do atoleiro com a ajuda de gambá. Para quem quer saber meu nome vá lá em casa perguntar, meu nome está escrito na porteira do meu curral. Tiro o leite do balaio, faço queijo de ‘burná’”.

Bom dia, gente. Bom dia, Srs. deputados. Sr. Deputado Marcos Martins, observando a sua fala, a gente percebe da grandeza desse projeto firmado pelo senhor, aprovado através da Assembleia Legislativa.

Inezita Barroso, pegando aqui um gancho do nobre deputado, Inezita foi realmente quem rompeu barreiras da música sertaneja. Compositora, música, eu estou emocionado porque realmente hoje é um dia muito especial para nós, que levantamos a bandeira da música sertaneja. Neste mês de março, entrando no mês comemorativo das mulheres, nós temos ela, Inezita Barroso, como nossa patrona.

Agradecemos de coração aos nobres deputados, senhor radialista que faz aí a divulgação da música sertaneja. Lá na roça, fui criado na roça, com calçãozinho curto, depois da missa das 10 horas o pai, os tios e os colonos do sítio se reuniam na hora do almoço para ouvir a então maravilhosa música sertaneja, música de raiz.

Tinha um moço que cantava, eu vou chegar bem pertinho dele aqui, o Craveiro, “Franguinho na panela”. Muito obrigado pelo senhor existir e fazer da música sertaneja a moda raiz, o que nós desfrutamos hoje.

Realmente, senhoras e senhores, nós estamos em um dia de gala. Parabéns a todos vocês que foram homenageados, parabéns a todos os convidados e muito obrigado a esta Mesa. Muito obrigado à indicação do Prêmio Inezita Barroso - 3ª edição.

Eu que venho lá da bonita e hospitaleira cidade de Mairiporã, locutor de Mairiporã e região, que também faço parte desse projeto maravilhoso que é os “Amigos Violeiros de Mairiporã”, a todos vocês, tenham um excelente dia.

E vamos dar prosseguimento, porque, com certeza, vocês querem ouvir música, o.k.? Eu trago para vocês aqui, dos “Amigos Violeiros de Mairiporã”, peço uma grande salva de palmas para ela, Valéria Simão, que vai cantar para todos vocês a canção “Lampião de gás”.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Neste momento, daremos início a 3ª edição de entrega do Prêmio Inezita Barroso. A primeira homenageada é a Orquestra Urubupungá, do município de Ilha Solteira. Formada por cerca de 60 músicos voluntários, amadores e dedicados, a Orquestra Popular Caipira Urubupungá, de Ilha Solteira, surgiu em 2008 com a intenção de valorizar a cultura da música de raiz, muito presente no município.

Os músicos possuem de 15 a 84 anos e a orquestra conta com um coro vocal, que acompanha o instrumental. Além dos instrumentos populares, como viola, violão, sanfona e percussão, o grupo também conta com violino, violoncelo e flauta. Uma configuração que exige arranjos complexos e bem estruturados.

Em seus anos de estrada, o grupo já se apresentou mais de 130 vezes, em diversas regiões do estado de São Paulo, como Campinas, Barretos, Sorocaba, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Araçatuba.

O repertório conta com músicas como “Cabelo Loiro”, “Asa Branca”, “Cabecinha no ombro”, “Chalana”, “Chico Mineiro” e “Boate Azul”.

Há cinco anos o grupo passou a ter a regência do maestro Adriano Sanches, que com respeito, alegria e firmeza consegue extrair o melhor de cada músico.

As atividades da orquestra extrapolam o âmbito musical, como mostra o projeto “Colcha Solidária”, realizado por componentes da orquestra e convidados, que se reúnem para confeccionar peças em linhas e barbantes, de crochê e bordados. As peças produzidas são destinadas ao leilão do Hospital do Amor de Barretos.

O “Colcha Solidária” existe desde 2013 e já produziu mais de 350 peças entre colchas, tapetes, caminhos de mesa, toalhas, gorros, luvas, meias pantufas etc.

Convidamos o deputado Welson Gasparini para fazer a entrega desta homenagem a Creusa Eli Aparecida de Oliveira, Eunice Bragato e o Maestro Adriano Sanches.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Com a palavra, Creusa Eli Aparecida de Oliveira, que está representando o grupo.

 

A SRA. CREUSA ELI APARECIDA DE OLIVEIRA - Bom dia a todos os presentes, prometo não tremer muito. Represento a Orquestra Popular Caipira de Ilha Solteira. Nossa orquestra tem 10 anos de trabalhos dedicados ao resgate e à divulgação da música popular e de raiz.

A música caipira está nas origens da nossa região, no norte do estado de São Paulo, trazida pelos trabalhadores pioneiros na agricultura e na pecuária, construtores das usinas hidrelétricas que carregavam junto às panelas e ao facão, a viola e a sanfona.

Este prêmio significa muito para nossa orquestra e nós agradecemos ao caro deputado Itamar Borges, grande amigo da nossa região, por ter feito a propositura em nosso favor. Mas significa muito mais para a cultura, porque indica que esta Casa de Leis considera relevante a história que nosso Estado tem para contar.

Agradeço ao presidente desta Casa, deputado Cauê Macris, ao deputado Marcos Martins e a todos os outros deputados. Agradecemos também ao nosso prefeito municipal, Otávio Gomes; ao nosso secretário de Cultura, Luiz Otávio, que permitiu que a gente viesse até aqui, porque estamos a 700 quilômetros de distância de vocês. Infelizmente não deu para trazermos o grupo porque é muito longe. Muito obrigada a todos.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O segundo homenageado é o Grupo de Violeiros de Descalvado.

Em 2007, o músico e instrumentista descalvadense Mário Perna, do grupo Los Pernas, que por muitos anos acompanham o compositor Mário Zan, e com mais de 50 anos de carreira, idealizou com o apoio do Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - um curso de noções básicas de viola caipira, direcionado aos produtores rurais e simpatizantes do instrumento.

O sucesso do curso foi tão grande que, após encerrar os dois módulos, os seus integrantes não se conformaram com o fim e resolveram continuar o projeto por conta própria, visto que o mesmo era custeado pelo Senar. Foi daí que nasceu, em 2007, o Grupo de Violeiros de Descalvado, composto por apaixonados pela música caipira de raiz.

O grupo sempre busca se aperfeiçoar e renovar seu repertório, além de aceitar a participação de novos membros que compartilham a mesma paixão: a música caipira de raiz.

Em sua trajetória, o Grupo de Violeiros já fez inúmeras apresentações em Descalvado, região e na capital, sempre regadas a muitos aplausos e uma aceitação formidável da plateia.

A missão mais nobre do Grupo de Violeiros de Descalvado é preservar a música caipira de raiz, que faz parte de nossa rica cultura.

Convidamos o deputado Welson Gasparini para fazer a entrega para Alessandra Paganotto, em nome do grupo.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Com a palavra Alessandra Paganotto, que vai falar em nome do grupo.

 

A SRA. ALESSANDRA PAGANOTTO - Bom dia a todos. Em nome do prefeito Antônio Carlos Reschini, de Descalvado, gostaria de agradecer o deputado Welson Gasparini e seu filho Maurício Gasparini por ter indicado a Orquestra de Violeiros para o Prêmio Inezita Barroso.

Agradeço ao vereador Paulo Afonso Gabrielli, por ter intermediado a indicação; ao deputado Marcos Martins, por ter criado o prêmio; e, claro, ao Sr. Mário Perna, por criar e manter viva a Orquestra de Viola de Descalvado; bem como aos seus componentes – inclusive a mais nova de todas, Carol Viola –, que têm a missão de dar continuidade e visibilidade à música caipira.

Convido a Orquestra dos Violeiros de Descalvado para cantar a música “Capelinha”, de Chico Mineiro.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Gostaríamos de convidar aqui a vereadora Juliana Cardoso, da Câmara Municipal de São Paulo, a fazer parte da Mesa. 

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima homenageada é a dupla sertaneja Craveiro e Cravinho, de Piracicaba. A dupla Craveiro - Sebastião Franco e Cravinho - João Franco, esses dois são cantores e compositores nascidos na cidade de Pederneiras, interior de São Paulo, filhos de violeiro e catireiro, começaram a cantar ainda crianças nas fazendas próximas à sua cidade natal.

No início dos anos 1950 começaram a se apresentar mais sistematicamente cantando na Rádio Cultura de Pederneiras. Logo depois se mudaram para a cidade de Piracicaba-SP, onde ingressaram, em 1958, na Rádio Difusora de Piracicaba com programas exclusivos da dupla. Em pouco tempo já eram líderes de audiência da emissora.

Com o sucesso alcançado na emissora piracicabana, os irmãos Craveiro e Cravinho, no ano de 1962, foram convidados pela gravadora Chantecler, em São Paulo, a realizar a gravação do primeiro disco, em 78 rotações, contendo de um lado a moda de viola “Mata Deserta” e do outro lado o cateretê  “Ponta de faca”, ambas de autoria da dupla.

Em vista do sucesso obtido, eles fincaram raízes no meio musical sertanejo, comprovado pelo lançamento de oito 78 rotações e sete LP’s, todos pela gravadora Chantecler, onde permaneceram por 30 anos. Ainda somam à carreira mais dois CDs lançados pela gravadora Allegretto e quatro CDs pela gravadora Warner, totalizando assim 21 álbuns,  além de participações em projetos de outros artistas como o CD “Meu reino encantado”, com Daniel, DVD “100% caipira” e participação em dois DVDs da dupla César e Paulinho.

Ao longo da carreira a dupla apresentou diversos programas de rádio e televisão como as já citadas Rádio Cultura de Pederneiras, Rádio Difusora de Piracicaba, também a Rádio Piratininga de São Paulo, Rádio Nacional de São Paulo, Rádio Record de São Paulo, Rádio e TV Bandeirantes de São Paulo onde faziam parte do elenco do programa “Som Verde”, levado ao ar aos domingos das 8 horas às 10 horas da manhã, durante dois anos consecutivos e atualmente apresentam um programa na Rádio Educadora de Piracicaba, que está no ar desde 1998.

Dentre troféus e homenagens que a dupla detém estão: títulos de Cidadão Piracicabano concedido pela Câmara de Vereadores de Piracicaba, em reconhecimento pela grande divulgação da música caipira e da cidade de Piracicaba por todo o Brasil; o Troféu “Galo de ouro” – símbolo da gravadora Chantecler – por 30 anos de gravação em disco da mesma companhia.

Um marco importante e significativo na carreira da dupla foi quando participaram de uma solenidade cantando para o então presidente João Batista Figueiredo e o presenteando com uma viola caipira. Craveiro e Cravinho receberam então uma homenagem como a dupla do presidente.

Outra passagem que enriquece a trajetória da dupla foi quando, no ano de 2007, Craveiro e Cravinho tiveram a oportunidade de divulgar a música caipira fora do Brasil, quando realizaram quatro shows nos Estados Unidos, nas cidades de Nova York e Long Branch.

Craveiro e Cravinho continuam se apresentando em shows por todo o Brasil, programas de rádio e televisão, sempre divulgando a boa moda raiz e a cultura caipira.

Convidamos o deputado Marcos Martins para fazer a entrega da homenagem para Sebastião Franco, Craveiro.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. SEBASTIÃO FRANCO - Obrigado, Deus, por esta oportunidade de encontrar tantos amigos, tantos manos, tanto homem de coração leal, homem que não foge da rinha, que está presente nas horas de necessidade, participando deste grande evento.

A vocês, deputados, os criadores da lei do nosso País, estão de parabéns por lembrar do homem do campo, o homem que sustenta o arroz e o feijão em cada mesa de cada brasileiro.

Com a sua licença, eu gostaria de dizer algumas palavras caipiras: “Sou um caboclo sertanejo, nasci para viver na roça. Eu gosto do meu sertão, de todas as coisas que é nossa. Meu cavalo alazão, a minha velha palhoça. Não vou morar na cidade, não é questão que eu não possa. É que a vida da cidade, eu, franqueza, eu não acostumo. Gosto de estar na fartura que sobra do meu consumo, paiol cheio de milho, 30 arrobas de fumo. No ano que corre bem a colheita eu aprumo. Caboclo trabalhador, miséria ele nunca passa. Tenho um cavalo de sela, perdigueiro bom de caça. Domingo levanto cedo, saio para aquelas quiçaças, a codorna levanta voo passa deitada na fumaça. No sábado eu pego a violinha e amanheço no catir. Domingo tiro um bom sono na minha rede de embira. De tarde eu pego o anzol, vou no córrego da Pequia. Volto de noite para o rancho com traíra. Como frango todo dia, um no almoço, outro na janta. Levanto de madrugada na hora que o galo canta. Trato meus porco de serva, que de gordo não levanta. Dou um abraço na cabocla e vou cuidar com as minhas plantas. Eu só venho na cidade umas duas vezes por mês, mas assim mesmo eu paro um pouco na venda que eu sou freguês. Ali eu bebo umas pinguinhas, converso com o português, compro alguma miudezinha e volto para a roça outra vez”.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Parabéns, Craveiro, porque veja aí a riqueza que existe no sertanejo de raiz, do caipira, o sentimento da alma. Parabéns, você merece por tudo que já fez e que já está fazendo por essa cultura que não pode morrer, a cultura caipira de raiz. Parabéns a você por tudo que já fez, para o seu parceiro, você, sua família e tudo que você já fez. Parabéns!

 

O SR. SEBASTIÃO FRANCO - Quero pedir desculpa pela ausência do Cravinho, porque ele foi para perto de Águas de Lindoia, onde a gente vai trabalhar de tarde e ele foi lá para organizar mais cedo, está bom? Um grande abraço a cada um. Bom dia, Brasil!

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Próxima homenagem ao indicado pelo deputado Davi Zaia, é Pedro da Silva Emboava - Pedrinho Sertanejo de Taubaté. Informamos que o Pedrinho Sertanejo não pôde comparecer, razão pela qual enviaremos a homenagem posteriormente.

A próxima homenagem vai para os Amigos Violeiros de Mairiporã. Com os objetivos de resgatar, promover e preservar a musicalidade de raiz e sertaneja do município de Mairiporã, os Amigos Violeiros cativaram o público e o reconhecimento de admiradores da boa música brasileira, regados a muita amizade, união e confraternização a cada encontro por eles realizados.

O município de Mairiporã no passado sempre foi vale das cantorias de violas e violões nas varandas ou nas rodas de terreiros; festas tradicionais como, por exemplo, Nossa Senhora do Desterro, as Cavalgadas, Reza de São Gonçalo e outras.

Preservar a cultura local e propiciar entre os artistas e o público um senso crítico de transformação social através da cultura, promove uma sociedade mais digna e igualitária ao povo mairiporanense.

Os Amigos Violeiros de Mairiporã seguem a cada atividade encantando e arrancando o prestígio do público, com o talento dos músicos e cantores e o espírito de harmonia e celebração entre amigos, familiares e público presente.

Convidamos a vereadora Juliana Cardoso, da Câmara Municipal de São Paulo, para fazer a entrega da homenagem a Carlão Violeiro e Elzo Antônio.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Com a palavra Carlão Violeiro e Elzo Antônio.

 

O SR. ELZO ANTÔNIO - Bom dia a todos. É um enorme prazer nesse momento poder estar representando esse grupo Amigos Violeiros de Mairiporã, e gostaria de agradecer o apoio que a gente tem sempre da vereadora Juliana Cardoso, que está sempre com a gente, sempre muito amiga, presente em todos os momentos aqui. A gente vem de uma cidade que a gente não tem grandes apoios, e hoje receber esse Prêmio Inezita Barroso, a gente não tem noção do tanto que representa isso aqui. É um grande prazer estar aqui hoje. Muito obrigado a todos, ao organizador disso aqui tudo, que é uma coisa muito linda, pessoal. Obrigado a todos.

 

O SR. CARLÃO VIOLEIRO - Bom dia a todos. Eu sou o Carlão Violeiro, estou até emocionado. Obrigado, Juliana. Falar da Inezita eu acho que a gente ia passar a vida inteira aqui, como o deputado Marcos Martins acabou de falar. Foi uma das melhores coisas que apareceu no meio sertanejo, na música caipira do nosso País. Eu só tenho a agradecer aos Amigos Violeiros de Mairiporã, esta oportunidade, a esta Casa, a vereadora Juliana Cardoso. Muito obrigado e agradeço de coração. Estou feliz por ter participado e estar aqui nesta Casa. Obrigado, gente.

 

O SR. J. BATISTA - Parabéns, Amigos Violeiros de Mairiporã. Deixe-me convidar agora um parceiro também que faz parte da locução e também desse projeto Amigos Violeiros de Mairiporã, vem para cá, Carlos Miguel. Uma salva de palmas. (Palmas.)

 

O SR. CARLOS MIGUEL - Alô, meu povão apaixonado! Alô, Juliana Cardoso! Alô, Nossa Senhora! Quem tem paixão tem saudade, quem não tem passa vontade. Quem está feliz dá um grito. Bonito, bom demais. Mesa composta por pessoas especiais. Deputado arrojado por demais, meu amigo Marcos. Obrigado pela presença desse povo maravilhoso. Que o nosso Pai Celestial e nossa Mãe Santíssima Nossa Senhora Aparecida te abençoem muito por cuidar desse projeto da música sertaneja, a música raiz. Obrigado de coração a todos vocês.

Imprensa falada, imprensa escrita. Prazerosamente Carlos Miguel por aqui, fazendo parte dessa criação violenta dos Amigos Violeiros. Quero agradecer a presença de cada um de vocês e de volta para casa eu peço a vocês que a Mãe Santíssima Nossa Senhora Aparecida acompanhe a cada um de vocês e também a família de vocês.

Carlos Miguel, gente, veio da roça. Meu pai trabalhava na enxada, fazia bracinho e dava para os filhos. Os filhos não tinham carro com gasolina e nem tinham documentação. O carro era aqui ó, para ir para escola. Hoje a criançada vai para escola, gente, tem tudo pago. Fácil por demais. Então eu tiro o chapéu para quem veio lá do mato, a quem participou da roça, participou das hortas. Isso sim que era vida, hoje é pura fantasia.

Então eu abraço cada um de vocês, principalmente esta Mesa composta por pessoas importantes. A cada um de vocês e abraço também meus amigos reunidos na cidade de Mairiporã. Obrigado, meu povo! Fiquem em paz. E nós estamos juntos não deixando nada da viola morrer, porque a viola vem da saudade, vem do coração e vem do nosso Pai Celestial. Obrigado a todos.

E agora é com satisfação, gente, que eu apresento para vocês esse grupo sensacional que se formou tendo dois locutores com modos diferentes de agir. Um mais pacato, hoje já vai para o regaço certinho. É com muita satisfação que nós temos um grupo de amigos reunidos, pessoas simples, maravilhosas e uma união e incrível. É com satisfação e muita emoção que eu trago para vocês, ó, meu Pai Celestial. Vem por aí a segunda atração dos Amigos Violeiros. Amigos Violeiros cantando a canção dos Amigos Violeiros da cidade de Mairiporã. Alô, meu povo, uma salva de palmas! (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. - Essa música “Amigos Violeiros” é de composição do nosso da viola ali Adiardes. Ele fez especialmente para essa data de hoje. Obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima homenagem “in memoriam” era para Antônio Henrique de Lima, o Pardinho.

Antônio Henrique de Lima, conhecido como Pardinho, nascido em 1932, foi um cantor brasileiro famoso por ter formado com Tião Carreiro a dupla Tião Carreiro e Pardinho. Pardinho nasceu em São Carlos na Fazenda São Joaquim. Logo depois, se mudou para Fazenda Figueira Branca. “Na época da colheita de café, havia muita festa e na Fazenda Figueira Branca, meu pai ganhou um cavaquinho, com 12 anos mais ou menos”. Contou Carlos Henrique, seu filho.

Pardinho começou cantando com o nome de Miranda e formou uma dupla com Zé Carreiro – da dupla Zé Carreiro e Carreirinho – em 1956, para concorrer a um concurso para violeiros lançado pela TV Tupi. A dupla ganhou o prêmio com o “Cururu  Canoeiro”. A partir daí, Antônio Henrique adotou o pseudônimo de Pardinho e começou a criar seus próprios sucessos.

Pardinho fez sucesso com o companheiro Tião Carreiro com a dupla Tião Carreiro e Pardinho. A discografia de Pardinho e Tião Carreiro soma mais de 45 discos, encontrados facilmente em qualquer loja de discos do Brasil. Pardinho também cantou com outros parceiros como Zé Carreiro (Lúcio Rodrigues de Souza), Peão Carreiro (Manoel Nunes Pereira), João Mulato (Wilson Leôncio de Melo) e Pardal (Gonçalo Gonçalves), com o qual gravou sete discos, incluindo o disco “Quatro Ases”, no qual também participam Tião Carreiro e Paraíso.

Destacam-se entre as suas músicas a trilogia do “Menino da tábua”, que conta a história de um menino que só bebia leite e água em cima de uma tábua onde vivia e suas continuações, que fala de seus milagres depois da morte. Pardinho e Pardal também gravaram a música “O Poder da Viola”, que conta a história de uma menina que recebeu várias picadas de aranha enquanto dormia e se salvou depois de ser benzida à toque de viola. A dupla gravou também a música “Sertão do Virador”, de Zé Fortuna e Pitangueira, com o nome de “O Poder da Fé” no disco “O Poder da Viola”, de 1980.

Embora tenha se mudado muito jovem de São Carlos, entre 13 e 14 anos, Pardinho sempre visitava a cidade no dia 15 de agosto, pois era devoto de Nossa Senhora Aparecida da Babilônia. Em janeiro de 1963 casou-se com Lucília Pires de Lima, e o casal passou a lua de mel no município. Tiveram dois filhos, Carlos Henrique e Rosângela Aparecida de Lima, que lhes deram duas netas, Lívia e Daniele de Lima.

Na noite de 14 de agosto de 2007, dia em que completaria 75 anos, Antônio Henrique de Lima, o músico Pardinho, foi homenageado com a inauguração de um parque que leva seu nome. Um show com apresentações de 15 duplas de viola e do músico Mazinho Quevedo ao lado de Carlos Henrique, filho de Pardinho, com apoio da EPTV Central marcou o evento. São-carlense, Pardinho é reconhecido como um dos maiores músicos do País.

No parque, localizado no início da cidade na Serra do Aracy, no bairro Monte Carlo, possuindo 15 mil metros quadrados, foi erguido o monumento em homenagem ao músico, projetado e confeccionado pela cenógrafa Sueli Russo Paes de Barros, chefe da Divisão de Teatro da prefeitura do município.

Convidamos o deputado Marcos Martins para fazer a entrega da homenagem à esposa de Pardinho, Lucília Pires de Lima, à filha Rosângela Aparecida de Lima e ao filho Carlos Henrique de Lima.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Recebam esta homenagem, toda a família, por tudo o que vocês já fizeram. Por tudo que os artistas fizeram pela música caipira do nosso País. Pardinho. Um grande abraço a todos os animadores dessa música caipira. Parabéns, merecidamente. Pedimos aqui para que o filho possa dar um recadinho também.

 

O SR. CARLOS HENRIQUE DE LIMA - Rapidamente, para parabenizar a Casa, Marcos Martins e todos os deputados de uma forma geral, porque a cultura caipira realmente precisa disso. Ela precisa ser lembrada constantemente, em todos os sentidos. A cultura faz parte deste País, a cultura tem que ser respeitada neste País. Educação e Cultura caminham juntas. E eu acho que todo mundo que gosta da coisa da cultura caipira de raiz, como a gente, a nossa família, a gente se sente realmente homenageado também, não só o Pardinho, mas por todos os radialistas que também cultuam demais a cultura caipira, o Tatto. Então, quer dizer, eu acho que de novo o sertanejo, o caipira raiz, só tem a agradecer o que está acontecendo hoje aqui. E que continue acontecendo várias vezes. A Inezita está lá em cima, vai estar muito feliz com isso. Muito obrigado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O próximo homenageado “in memoriam é” Luiz Carlos Ribeiro – Mouraí.

Luiz Carlos Ribeiro nasceu na cidade de Ibirarema, no ano de 1946. Era filho de Videncial Antunes Ribeiro e Leoniria Ribeiro. O gosto pela música aflorou quando ele ainda era criança e costumava acompanhar o pai na lida diária na roça. Nessas ocasiões, o menino gostava de bancar o cantor, fingindo que o cabo da enxada era um microfone.

Não demorou muito e começou a cantar profissionalmente, na adolescência. Na época, ele fazia dupla com Mococa, que mais tarde faria fama ao lado de Paraíso. Luiz Carlos, que não tinha um nome artístico para chamar de seu, procurava um que combinasse com o do parceiro. Certo dia, ao observar um indígena caminhando pelas ruas de São Paulo, teve uma inspiração: passaria a se chamar Mouraí.

Dono de uma voz inconfundível, em breve o jovem veria seu nome alçado à fama no cenário da música sertaneja de raiz. Teve vários parceiros, mas foi ao lado de Dino Franco – nascido Oswaldo Franco, Paranapanema, 1936 – que ele alcançou o auge de sua carreira.

 A dupla Dino Franco e Mouraí foi formada em 1980 e atuou junto por mais de 12 anos, tendo lançado 11 discos. Foram pioneiros na regravação de antigos sucessos da música sertaneja, entre os quais “Sertaneja” e a “A volta do caboclo”. Fizeram diversos shows pelo Brasil.

Em seu repertório figuram ainda clássicos como “Minha mensagem”, uma moda ecológica de Dino Franco e Nhô Chico, e “Família do interior”. Em seu trabalho, sempre procurou cultivar a genuína música caipira. Em 1992 lançaram o 11º disco, interpretando, além das músicas de raiz, guarânias, polcas e boleros. Destacam-se como maiores sucessos da dupla as músicas “Caboclo na cidade”, “Manto estrelado” e “Cheiro de relva”.

Em 1994, Mouraí adotaria Catanduva como sua cidade de coração, onde, além de cultivar seu amor pela música, ainda encontrava tempo para se dedicar a outras atividades queridas como a bocha e o futebol.

Nesse período, comandou um programa de música raiz na Rádio Ondas Verdes, que permaneceu no ar por cinco anos e abriu uma casa noturna de música sertaneja, o Bailão do Mouraí, que se tornou famosa em toda região.

Foi casado com Maristela Cândido, com quem teve dois filhos: Luiz Carlos e Leonardo. Em 2005, seu coração, que sempre foi repleto de amor pela música e pelo próximo, não resistiu a um infarto fulminante. Mouraí faleceu aos 59 anos de idade. Apesar de ter partido cedo, deixou um extenso legado para gerações vindouras, defendendo a verdadeira música de raiz, esta que é um dos maiores símbolos da cultura paulista. Por todos esses motivos, ele é merecedor dessa indicação ao Prêmio Inezita Barroso.

Convidamos o deputado Marcos Martins para fazer a entrega ao filho de Mouraí, Luiz Carlos Ribeiro Júnior, que receberá a placa em nome do homenageado.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Parabéns, merecidamente, por tudo que já fizeram pela música de raiz do nosso País. Um grande abraço a todos. Parabéns.

 

O SR. LUIZ CARLOS RIBEIRO JÚNIOR - Bom dia a todos. Quero agradecer primeiramente ao deputado por essa iniciativa, esse belo projeto. Agradeço a deputada Beth Sahão, que fez a indicação do meu pai. Com muito orgulho a gente vem receber essa premiação também em nome da família Dino Franco, que também não está mais entre a gente. Agradeço aos meus familiares, meu irmão não pôde estar aqui por estar longe. E que isso siga por muitos e muitos anos, porque têm artistas por esse Brasil todo a receber homenagem, tanto em vida quanto em morte. Que isso continue para sempre e muito obrigado a todos.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - A próxima homenageada é a Orquestra de Violeiros Coração da Viola.

A Orquestra de Violeiros Coração da Viola protagoniza um projeto de reviver sua própria história através da formação com violeiros da cidade de Guarulhos. Em parceria com a Secretaria de Cultura, o Instituto Marungo promoveu o reencontro de integrantes em 2013. A Orquestra de Violeiros Coração da Viola retomou as atividades e colocou o pé na estrada.

Reunidos os antigos membros da Orquestra para cantar juntos novamente, foi iniciado o projeto de memória da Orquestra Coração da Viola, que nasceu a partir da fundação da Associação Guarulhense dos Artistas Sertanejos (AGAS).

Idealizada pela dupla Tonico e Tinoco em 1979, em 6 de junho daquele ano aconteceu o que nenhum outro caipira havia sonhado: a apresentação no Teatro Municipal de São Paulo. E a Coração da Viola estava lá.

Em um show de três horas, a dupla Coração do Brasil reuniu o público recorde de 2.500 pessoas. Da beira das tuias, celeiros centenários onde cantavam no passado, eles chegaram a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só abria as suas portas para óperas, balés e concertos eruditos. Com esse show, começa a trajetória da Orquestra de Violeiros Coração da Viola.

Com a formação atual e sob a coordenação de Paulinho Trewasae, a Orquestra de Violeiros Coração da Viola se insere na programação cultural de Guarulhos, realizando diversas apresentações em festa de cultura popular, ensaios abertos, hospitais e asilos, com intuito de divulgar e perpetuar a cultura caipira.

Os remanescentes da primeira formação, como Seo Oliveira, Mário Xavier, Camarada e Celestino (Nerito), revivem em suas apresentações momentos históricos para a música raiz de Guarulhos e do nosso Brasil Caboclo. Orgulhosos da apresentação inicial, quando tudo começou, sempre homenageiam os maiores ídolos de toda a Orquestra, a dupla Tonico e Tinoco, em especial da Orquestra de Violeiros Coração da Viola.

Convidamos o deputado federal Nilto Tatto para prestar a homenagem. Ele gostaria de falar algumas palavras, por favor. Convidamos para receber a homenagem o mestre folião de reis, mestre catireiro e fundador da orquestra, Seo Oliveira. 

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. NILTO TATTO - Bom dia. Quero parabenizar aqui o deputado Marcos Martins por esta iniciativa do Prêmio Inezita Barroso. Quero dizer aqui para todos: Inezita Barroso, presente. E o quanto isso precisa perpetuar. Quando a gente ouve Pardinho ou quando a gente vê a declamação que o Craveiro acabou de fazer aqui, a gente fica imaginando que isso foi possível porque isso tem a ver com vivência daquilo que a gente, eu inclusive, vive também na roça, só é possível quando a gente tem e agricultura familiar viva presente.

Eu fico me imaginando que daqui, se a gente continuar nessa toada, hein, Craveiro? Daqui a 30 anos a nossa música só vai ter cana, soja e milho. Então o quanto é importante a gente entender que aquela agricultura familiar que produz o alimento, que produziu e ainda produz a muita gente alimento sadio, chega na mesa de todos nós, como é importante ela sobreviver, existir.

Para isso, a gente precisar saber se as pessoas que querem trabalhar na roça, produzir aquela diversidade de alimento, aquela riqueza que chega ao prato da gente no dia a dia precisa sobreviver, precisa existir. Então eu quero aqui neste dia, nesta homenagem também lembrar que a produção cultural – a poesia, a música, a melodia – só é possível se ela tem algo que cria, que dá causa para essa criação. Ninguém produz cultura, ninguém produz música se estiver vivendo em Marte, estiver vivendo na Lua. Ela produz a partir daquilo que ela vê, das relações que ela produz no dia a dia.

Então que esta música caipira tenha vida longa. Para isso a gente precisar fazer com que as pessoas que dão a causa para essa produção cultural possam também continuar produzindo o alimento e as festas que estão relacionadas a essas roças. Quando a gente pensa assim, toda aquele conjunto de festas que tinha no estado de São Paulo e muitos morreram, porque não tem mais gente lá trabalhando na roça – e a vida na roça é dura. E hoje a gente produz muita tecnologia para produzir soja, cana, algodão, e aí também não produz tecnologia para facilitar a vida dos agricultores familiares e esses que ajudam a produzir a beleza da música caipira também, de tudo que está embutido nela.

Então, que vivam os caipiras de São Paulo, os caipiras do Brasil. E eu fico honrado de dar esse presente e esse prêmio para vocês. Obrigado.

 

O SR. SEO OLIVEIRA - Eu quero aqui agradecer o deputado Marcos Martins por essa ideia muito boa, muito sensacional de homenagear os caipiras. E, a pedido do Paulo, ele pediu: “Conta algumas coisas lá sobre a Orquestra”. Essa Orquestra de Violeiro Coração da Viola tem 40 anos, ela se tornou a pioneira, deu um rumo para as outras orquestras todinhas porque foi apadrinhada por Tonico e Tinoco, gravou o primeiro disco com Tonico e Tinoco. Um ano depois começou a gravar sozinha pela gravadora Rodeio – que já acabou –, então se apresentou em televisão, em muitos shows.

Eu sou o fundador da orquestra, fundador dos Favoritos da Catira, fundador da Folia de Reis, os Mensageiros de Santos Reis, sou nascido em São José do Rio Preto, 1945. Aos 13 anos comecei essa luta pela música caipira e nunca parei e não pretendo parar, a não ser que a Inezita Barroso me leve para lá do lado dela, porque nós dois fazíamos programa juntos na Rádio USP. Ela era tão amiga que eu dava carona para ela em uma “piruinha” velha que eu tinha. Então, a hora que ela me chamar, eu calo aqui na Terra.

Mas eu agradeço a todos vocês, muito obrigado mesmo. Obrigado por essa ideia de criar esse prêmio e premiar os caipiras. Agora eu não sei se o secretário vai falar ou o Paulo vai falar. Não? Acabou por aqui mesmo? Então muito obrigado a todos vocês. Eu acho que vai cantar uma música, não vai? Ah, então eu tenho que correr lá embaixo.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - O penúltimo homenageado é Ramiro Vieira de Andrade, o Ramiro Viola - Botucatu.

Ramiro Vieira de Andrade, Ramiro Viola, é cantor, compositor, escritor, violeiro, arranjador, pesquisador, colecionador musical sertanejo de raiz, radialista, produtor de eventos dentre outras coisas. Foi diretor artístico de programas sertanejos por SBT e Record. Natural de Botucatu, nascido em 25 de abril de 1953 na Fazenda Boa Vista, entre Pardinho e Botucatu. É filho de Eduardo Vieira de Andrade e Maria Teresa Janes de Andrade, sendo o terceiro filho de sete irmãos. Casou-se com Fátima Luciana Vieira de Andrade e é pai de Renato e Eduardo, e avô de Maria Eduarda.

Ramiro começou sua vida musical ainda menino, levado pelo seu pai nas rodas de viola aos finais de semana. A vida era difícil lá na roça e o único divertimento era cantar, tocar e ouvir pelo rádio os programas sertanejos da época.

O principal meio de shows era o circo e quando aparecia um circo na cidade de Itatinga, lá ia Ramiro e seu pai em charrete ou a cavalo para assistir aos espetáculos de Tião Carreiro e Pardinho, Zé Carreiro e Carreirinho, Tonico e Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada, Cascatinha e Inhana e tantos outros.

Aos 12 anos mudou-se para a cidade de Botucatu, onde formou sua primeira dupla com seu primo Pedrinho. Ramiro e Pedrinho cantaram juntos por cinco anos. Em 1966, Ramiro realizou um grande sonho, que foi cantar na rádio de Botucatu para seus pais ouvirem em casa.

Em dupla com outro parceiro, Ramiro cantou pela primeira vez em outubro de 1973, na mesma Rádio PRF8. Também se apresentou em vários circos que passavam pela região de Botucatu. Participou de vários festivais de música raiz, sempre alcançando muito êxito.

No final de 1983, a dupla dessa época gravou um LP na gravadora Copacabana. Ramiro Viola conviveu musicalmente com grandes nomes da Rádio Botucatuense e Região, nomes como Plínio Paganini (proprietário da Rádio PRF8), já falecido, Serrinha, Valter Contessote, Oliveira Neto e tantos outros nomes.

 Ramiro Viola e Pardini, atual dupla, formaram a parceria em 1999, e de janeiro a abril de 2002 gravaram o primeiro CD “Violeiros matutos”, com apoio do amigo deputado federal Braz Nogueira, com participações de Inezita Barroso e Carreiro e Carreirinho.

Foram 25 apresentações no programa Viola Minha Viola, de 1994 a 2014, ao lado de Inezita Barroso, considerada a madrinha de todo bom caipira, violeiro e “cantado”. O primeiro encontro de Ramiro com Dona Inezita aconteceu em uma festividade junina na Fazenda Lageado, em Botucatu, na noite de 24 de junho de 1984, quando, a convite de Inezita, juntos cantaram uma moda de viola, e aí estava selada uma grande amizade por toda a vida, escrita por Deus. Foram mais de 30 anos de puro aprendizado com a mestra e de muitas cantorias com ela por esse mundão de Deus até a sua partida, em 8 de março de 2015.

Marta Barroso, filha de Inezita Barroso, presenteou o amigo Ramiro Viola com grande parte de seu acervo pessoal, o qual teve 50% dos itens reencaminhado para o acervo do Museu Francisco Blasi, em Botucatu.

Em 2010 se apresentaram na cidade de Orlando, na Flórida, na ocasião de um encontro de vários países referente à cultura de cada país, onde a dupla foi representar a música sertaneja raiz e a viola caipira.

O nome Viola foi dado para Inezita Barroso, e Pardini foi um nome sugerido pelo renomado cantor, compositor e produtor Paraíso, da dupla Mococa e Paraíso, justamente para homenagear a conhecida e importante família Pardini, de Botucatu.

Em 20 de novembro de 2015, Ramiro Viola assume como membro efetivo a cadeira 35 da Academia Botucatuense de Letras. Patrono Angelino de Oliveira, autor da célebre canção “Tristeza do Jeca”, mundialmente conhecida.

Em 2008 gravaram seu sétimo CD com o título “Aroma sertanejo”, composto em 15 faixas, quase todas de autoria de Ramiro Viola, sendo que a faixa dois tem a participação especialíssima e honrosa de Inezita Barroso.

Convidamos Ramiro Viola, sua esposa Fátima Luciana e sua neta Maria Eduarda para virem até o púlpito receber a sua homenagem do deputado Marcos Martins.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Parabéns, merecidamente. Um grande abraço a Botucatu.

 

O SR. RAMIRO VIOLA - Muito obrigado. Posso falar umas palavrinhas? A palavrinha do caipira é mais ou menos duas horas de discurso. Agradeço imensamente, primeiramente a Deus, por este momento tão importante da minha vida. Estou muito emocionado. Tenho aqui ao meu lado a minha irmã, representando a minha mamãe que não pôde vir, minha esposa, minha neta e os amigos aqui presentes, Craveiro – nosso grande herói.

E para mim, falar de Inezita é meio difícil, porque foi assim uma amizade muito bonita, de respeito, carinho, a gente se falava constantemente. Foram 20 anos de frequência ininterrupta do programa Viola Minha Viola, fora as cantorias que a gente fez por esse Brasil afora, Botucatu, na região.

E quando ela tinha uma cantoria, uma apresentação para fazer, ela já lembrava da gente, da minha dupla Ramiro Viola e Pardini, meu parceiro que está em Botucatu – mas eu estou aqui com ele no coração e ele faz parte disso aqui também junto comigo, meu parceiro.

Muito grato pelos meus pais, pela minha família, pelo apoio que sempre me deram, os amigos radialistas nesse Brasil afora que tocam nossas modas, e parabenizo através do amigo Marcos, deputado Marcos Martins, parabenizar todo o pessoal aqui da Assembleia.

Meu grande amigo conterrâneo deputado Fernando Cury, que deu a indicação do meu nome aqui para eu receber esse valioso prêmio, muito grato. Nosso prefeito de Botucatu, Mário Pardini, que era para estar presente também hoje, mas por motivo de entrega de uniforme para as crianças lá em Botucatu, ele me ligou ontem à noite me pedindo desculpa porque não podia vir, mas mandou um abraço a cada um de vocês.

Quero agradecer também meu amigo que está presente, Sr. Olavo Godoy, que é o primeiro secretário lá da Academia de Letras em Botucatu, da qual faço parte desde 2015, no dia 20 de novembro, honrosamente ocupando a cadeira 35 – Patrono Angelino de Oliveira, autor das “Tristezas do Jeca”.

Eu sou muito honrado, muito feliz e agradecido por tudo sempre. Como eu disse agora a pouco ao meu amigo Carlos Henrique, filho do Pardinho – conheci o Pardinho pessoalmente, meu grande amigo, cantei com ele na TV Cultura e também nas rodas de viola muitas vezes. Amigo da família Tião Carreiro. Tinoco, últimos 10 anos de vida dele cantamos juntos lá em Botucatu e Pratânia. Tem a cidade de São Manuel, mas para o Tinoco sempre foi “Sá Manuer”, entendeu? Então era isso: “Oh, Ramiro, estamos indo para Sá Manuer, você vai lá?”. Sempre estava junto, cantou comigo gravação de CD.

Agradeço meu irmão, meu sobrinho, meu cunhado aqui presente, que vive comigo, a minha nora, minha irmã representando a minha mamãe, minha neta Maria Eduarda, já tocando uma viola e cantando umas modinhas também, a minha esposa Fátima, meus dois filhos Renato e Eduardo, que não puderam estar presentes por motivo de trabalho.

Mas eu digo sempre assim: “O meu jeito de caboclo ninguém rouba, ninguém tira. Ser doutor é muito bom, mas eu nasci para ser caipira. O diploma de doutor eu não tirei porque não quis. Se eu fosse diplomado eu não faria o que eu já fiz. Eu prefiro tocar viola, sapatear, dançar catira. Eu sou um em doutor, mas sou 100% caipira. Eu fui nascido lá na serra nos cafundó do Sertão e nunca conheci remédio, nem para curar paixão. Lá só tinha simpatia, reza forte e benzimento. O meu doutor foi meu pai, um caipira 100%. Um caboclo inteligente não precisa ser doutor. No mato ele tem de tudo para curar qualquer dor. Se alegra na viola cantando moda raiz. Foi assim que eu me criei, eu sou 100% feliz. Eu adoro ser caipira e quero morrer desse jeito, com a viola nos braços encruzada no meu peito. A minha história eu deixo escrita, minha vida Deus conduz. Sou caipira, sou Caboclo e sou 100% Jesus. O meu jeito de caboclo ninguém pega e ninguém tira. Muito bom ser doutor, mas eu nasci para ser caipira”. Obrigado a todo mundo.

Feliz mesmo, se eu esqueci algum nome, desculpa a todos. Agradeço a nossa secretaria que trabalha com o Fernando Cury, ele me ligou aqui, era para estar presente hoje, mas não pôde vir, manda um abraço a todo mundo. Maurício, que tenho dado muito trabalho por aí, mas são pessoas que fazem a diferença na vida de outras pessoas e que Deus escreve cada amizade, cada passo, cada batida do coração de cada um. À Inezita e à família dela, meu muito obrigado por tudo, e que Deus a tenha no reino da glória.

Parabéns por esta homenagem, por este prêmio a mim. Dedico este prêmio a todo mundo aqui presente, a toda minha cidade, a tudo aquilo que faz parte da minha vida, a Academia de Letras em Botucatu, a qual sou muito orgulhoso de ser membro de lá e a vocês todos. Ao deputado Marcos Martins pela iniciativa e todo mundo aqui.

Enquanto existirem pessoas assim, a nossa música raiz, a moda de viola não vai acabar tão fácil, não. Ela é feliz, ela sempre revive das cinzas, e cada vez que ela brota, ela brota que nem fala o caipira, se falar: “Melhor”. Não vale, tem que falar: “Ela é mio”. Não é, Craveiro? Está certo?

Obrigado, gente. Parabéns a todos. Obrigado de coração mesmo. Dedico a todos vocês este prêmio também. Obrigado, deputado.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Encerrando as homenagens da 3ª Edição do Prêmio de Inezita Barroso, a próxima homenageada é Sandry Marie, que nesta manhã representa todas as mulheres do universo da música caipira de raiz sertaneja, especialmente nesta data tão próxima do Dia Internacional da Mulher, 8 de março.

Sandry Marie é o nome artístico de Sandra Maria Rodrigues Jacob. Canta desde os sete anos de idade e é apaixonada por música raiz. Começou cantando em circo. Participou de vários concursos em Osasco/SP, comandados pelo Sr. Guerino.

Dedicou-se aos estudos e é professora aposentada. Fez aulas de violão e viola, canta e toca música raiz e também compõe. Apresenta-se no Abas, Casa dos Violeiros do Brasil, Aldeia de Carapicuíba entre outros. Adora as músicas de Inezita Barroso, as quais fazem parte do seu repertório.

Convidamos a vereadora Juliana Cardoso para fazer a entrega da homenagem a Sandry Marie.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. JULIANA CARDOSO - Querida, parabéns. Primeiro, parabenizo o deputado Marcos Martins e todos os deputados que assim o fizeram, quiseram pensar nesta homenagem. Eu acho que tudo que é raiz está fora dos holofotes hoje, infelizmente, da grande imprensa. A Inezita trazia isso e dava luz não só para a questão de ir nos locais e ter amigos. Ela mantinha essa raiz e tinha um programa de TV que meus avós, sempre quando tinha o final de semana, estavam lá olhando, estavam vendo, estavam acompanhando.

Então acho que esta homenagem é vinda também para as mulheres, nesse momento também de março, que é o momento que todo mundo diz que é momento das mulheres. Eu falo que nosso momento é o tempo todo, todos os dias.

Infelizmente enquanto tiver violência contra as mulheres, infelizmente enquanto ainda a sociedade pensar que nós estamos aqui para servir, a gente ainda tem muita luta, muita caminhada para fazer e para poder dialogar. Eu tenho certeza que nos espaços que você está, nos espaços que você faz e desenvolve a sua música é trabalhando principalmente para manter a raiz, manter as nossas tradições, então muito obrigada.

E só queria, eu não consegui falar que lá na Câmara, é diferente e eu me atrapalhei aqui, mas os amigos, o quanto vocês estão crescendo. Era uma atividade que vocês faziam cada um em um espaço e agora com o Cícero, com o Marcos, fizeram uma relação tão intensa e olha onde vocês já estão. E, com certeza, vão produzir muito mais o que vocês fazem na região de Mairiporã. Obrigada.

 

A SRA. SANDRA JACOB - Muito obrigada a todos. Para mim isso aqui é um tesouro. Eu agradeço muito a Deus por estar aqui, muita força de vontade também. Agradeço ao Marcos Martins, a todos os deputados que fizeram esse projeto maravilhoso e exaltando a presença da mulher aqui em música raiz. Eu me formei, trabalhei 30 anos na Educação, mas sempre cantando. E aí eu fiz docência no ensino superior, falei: “Agora vou dar aula em faculdade”. Mas escolhi a viola, fui fazer viola e violão.

 Então estou aqui. Eu vou fazer uma palhinha para vocês: “Sou, sou desse jeito e não mudo, na roça nós ‘tem’ de tudo e a vida não é mentira. Sou, sou livre feito um regato. Eu sou filho do mato, me orgulho de ser caipira”. Obrigada, gente.

 

O SR. J. BATISTA - Vamos dar sequência aos nossos trabalhos por aqui. Deixe-me mandar um abraço aqui, tem mais um locutor de rodeio aqui na plateia, é isso? É o Rivaldo José, levanta a mão aí. Alô, Rivaldo! Essa vai para você, especialmente para todo mundo: “Meu pai bebia um golão, minha mãe bebia um golinho. Eu por causa da mulher amada estou indo para o mesmo caminho. No entrar da noite, quando a saudade vem me perturbar, na soleira do meu rancho, no braço da minha viola, lindos versos de amor só para ela quero cantar. A lua tão bonita, sorrateira e prateada é uma testemunha do sofrimento desse caboclo por uma mulher amada. Cego de amor, louco de saudade, meu consolo é uma garrafa de cachaça. Não penso em mim, não penso em ninguém, não penso em mais nada. A cada gole que bebo vejo no fundo o retrato da mulher amada. Bebo tudo, bebo de golão, só para não deixá-la morrer afogada.

Srs. Deputados, autoridades, estou encerrando meu trabalho por aqui agradecendo sempre a Deus, Nossa Senhora Aparecida por ter colocado os senhores radialistas, deputados, principalmente Marcos Martins, por este projeto.

Nós vamos preparar aqui mais uma música dos amigos reunidos de Mairiporã. Eu tenho certeza que se todos vocês tivessem um microfone na mão vocês iriam dizer para Inezita Barroso nosso: “Muito obrigado”.

Então vamos fazer assim, em nome da organização, em nome das autoridades, nosso: “Muito obrigado”. Obrigado, senhores, muito obrigado a Casa. Eu deixo aqui meu coração aberto a todos vocês. E agora, para dar prosseguimento aos nossos trabalhos, eu convido ele, o locutor Carlos Miguel.

 

O SR. CARLOS MIGUEL - Alô, moçada! Alô, rapaziada! Vamos tocando. Falando em Inezita Barroso, essa foi a musa da música sertaneja. Hoje existem tantas, a gente não fala demais, mas a garganta coçando. Hoje a música sertaneja está meio tingida. Eu nunca vi a música sertaneja ser cantada por um cara de bermuda. Quando eu vejo isso, me toca o coração, me dói. Dói demais. E a moçada gosta, fazer o quê? A moçada não sabe o que escolher. Não é que nem nós, como os meninos que se apresentam, isso que é importante, vir lá do mato.

Eu morava na roça, hoje sou locutor. E eu pedia para o meu pai, até chorava quando tinha um show na cidade, meu pai levava - a gente comia um pastel antes da festa -, e aí quando eu chegava, eu ficava assim, no locutor aqui da minha cidade. Meu pai falou assim: “Você não vai ver as duplas?”. Eu ia para ver as duplas Geraldo e Meireles. Eu ia só para ver esse cara falar. Eu falava: “Mas que voz bonita que tem, porque o locutor não gosta da voz dele, mas as outras pessoas é que gostam”. O locutor acha que a voz dele não é suficiente para ele, ele quer outras.

Mas deixa para lá porque a festa hoje é de Inezita Barroso, gente. E aqui com dor no coração, com muita emoção que eu participo desta grande festa. Eu faço rodeio, cavalgada, meu negócio é animar. E nós temos dois locutores, um mais sério e um mais “sai para a vida”.

Eu quero parabenizar esta Mesa, pessoas simpáticas, deputados – às vezes a gente crítica os deputados, mas tem uns deputados no meio que são importantes para nós. Meus parabéns. Uma salva de palmas para a Mesa, gente, por favor. (Palmas.)

Agora seguindo a programação, eu quero falar para vocês, quantas vezes a gente ficou vendo a Inezita Barroso com jeitinho dela, jeitinho macio de falar, aquele jeitinho caipira, que é o nosso jeito. Então eu quero de coração que vocês continuem com o jeito que é.

Hoje eu cheguei aqui e me senti bem à vontade, porque eu olhei para o público e falei: “Nossa, que diferença”. Pessoas humildes, pessoas todas simples. É assim que é a nossa terra, é assim que é a nossa gente, assim que nós fazemos a nossa cidade. Queremos educar nossos filhos assim. Infelizmente não conseguimos 100%, mas o importante é o coração do caipira que manda. Isso sim é o nosso coração, o coração sertanejo, o coração que aceita a música que fala do nosso tempo do papai, da mamãe.

Meu avô, que era no fumo de corda, você podia usar uma faca na cintura. Meu avô usava um punhal só para cortar fumo e a palha aqui do lado aqui. Saudade disso aí. Mas um País diferente, disse que a modernidade manda em tudo. Fazer o quê? Então vamos para isso.

Obrigado pelo carinho de cada um de vocês, obrigado mesmo. Inezita Barroso, junto e misturado. Uma salva de palmas para Inezita Barroso.(Palmas.)

Gente, agora estamos aí esta festa bonita, vocês vão chamar a pessoa não é? Exatamente. E nós vamos fazer uma homenagem aqui, esses meninos que são a nossa bandeira dos Amigos Violeiros.

Esses meninos são crianças, eles cantam que nem gente grande. Eu deixo vocês com carinho, deixo o meu abraço a todos, com nosso Pai Celestial e ela, que nos cubra com o manto sagrado, Nossa Senhora Aparecida. Com satisfação que eu trago para vocês o melhor da música sertaneja, música raiz. Presta atenção, deputado. Essa música é versão desses meninos. Eles, Almirante e Mirandi.

 

O SR. ALMIRANTE - Muito obrigado. Primeiro lugar peço licença a todos, com muito respeito. Gostaria de chamar o Craveiro para vir aqui com a gente. Uma salva de palmas para o Craveiro, gente. (Palmas.)

A gente vai cantar uma música de nossa autoria, que sai daqui um tempo, “O cachorrinho abandonado”.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. CRAVEIRO - Vocês cantaram essa moda aí, lembrou daquele tempo do Raul Torres. Um dia na porta da gravadora o Tonico chegou e falou: “Agora está ruim, Seu Torres, porque vem vindo a televisão, acaba com o rádio”. O Torres falou: “A televisão para alcançar o rádio, vai mais 50 anos”.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Muito bem.

 

O SR. CRAVEIRO - A gente foi na Rádio Bandeirantes, foi ler uma carta que veio, uma carta muito bonita, com alto relevo, ele falou: “Quero agradecer muito aqui o seu Fernando Poli, mandou uma carta bonita para nós. Muito obrigado, Seu Fernando Poli”. Aí o Tinoco falou: “Não é Fernando Poli, a carta é de Fernandópolis”.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCOS LULA MARTINS - PT - Muito bem. Eu quero agradecer muito à dupla; todos os homenageados aqui; a Mesa; o deputado Welson Gasparini, que é da Comissão de Educação; o Guaracy, da Brasil Atual – 98.9, é isso? A Juliana, companheira, vereadora aqui de São Paulo, da capital; Nilto Tatto, deputado federal.

Eu que também tenho origem camponesa, trabalhei na roça durante muitos anos. Muita gente aqui acho que nunca tinha ouvido falar, trabalhei na enxada, plantei arroz, feijão, comecei com sete anos de idade a ajudar na lavoura. Um pouco de respeitar a música caipira vem um pouco da origem onde eu nasci, onde eu fui criado. Então eu trago aí o sentimento nativista, o sentimento de onde nasceu.

Então eu quero, antes de encerrar, dizer que cada um pode levar essa lembrança desta atividade tão importante aqui que é o 3º Troféu Inezita Barroso. Pode levar para casa, deixar guardado, que é uma lembrança da Assembleia Legislativa.

Quero agradecer aqui também o Cerimonial pelo trabalho realizado, agradecer a equipe do meu mandato. Registro aqui a presença da minha esposa, Sueli, que está ali acompanhando, e fica o nosso registro de muito obrigado a todos.

Havendo sido encerrada a pauta da sessão de hoje, consideramos terminada a reunião de hoje. Um grande abraço a todos. Muito obrigado.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 51 minutos.

 

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