26 DE MARÇO DE 2019
7ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS, CAUÊ MACRIS e BARROS MUNHOZ
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs.
Deputados para uma sessão solene, a ser realizada no dia 26/04, às 20 horas,
para a "Celebração dos 100 anos de Ordem DeMolay", por solicitação do
deputado Tenente Coimbra. Anuncia a visita dos alunos da Escola São Francisco
Xavier, do Ipiranga.
2 - CORONEL NISHIKAWA
Discorre sobre pauta, a ser estudada e implementada em
benefício dos policiais militares. Menciona programa para destinar parte de
casas da CDHU para agentes de Segurança em geral. Comenta a necessidade da
construção de mausoléu, na região do ABC, para os policiais militares que
recebem honras. Ressalta a necessidade de corpo jurídico específico para a
defesa de policiais militares que operacionalmente estiverem em serviço.
Considera que as viaturas utilizadas por policiais devessem ser blindadas, já
que os bandidos utilizam armamentos modernos atualmente.
3 - DOUGLAS GARCIA
Informa que a OAB do Distrito Federal entrou com um processo
no Tribunal de Justiça contra a apreensão de veículos por dívidas de IPVA.
Defende o direito a propriedade. Concorda com o entendimento da OAB, que diz
ser inconstitucional a retirada do bem em caso de falta de pagamento do
imposto. Diz ter protocolado hoje projeto de lei que altera a lei que dispõe
sobre o inadimplemento do pagamento do IPVA. Critica o PL 01/19, enviado a esta
Casa pelo governador, para a privatização de diversas empresas. Pede que sejam
entregues as informações necessárias para que esta Casa possa discutir o
projeto.
4 - ADRIANA BORGO
Agradece o coronel Nivaldo, da Secretaria de Administração
Penitenciária, por recebê-la e discutir a chamada de aprovados em concurso
público. Apoia o PL 147/18, que regulamenta o uso, consumo e armazenamento de
embalagens de agrotóxicos e afins. Menciona a realização de audiência pública
nesta Casa, para que os funcionários das empresas a serem privatizadas possam
esclarecer suas versões. Agradece o convite do PT para participar de audiência
pública contra a reforma da Previdência. Critica a separação dos inativos e
pensionistas no projeto, além da criação de policiais militares temporários.
5 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, agradece à deputada Adriana Borgo pelo
esclarecimento referente à audiência pública. Confirma sua presença na mesma.
Defende privatizações justas. Diz ser favorável à aprovação da Proposta de
Emenda nº 02, à Constituição.
6 - LECI BRANDÃO
Discorre sobre a suspensão da avaliação de alfabetização,
ontem, pelo governo federal. Informa que a secretária de Educação Básica do
MEC, Tania Leme de Almeida, pediu para deixar o cargo por não ter sido
consultada. Questiona o atual projeto para a Educação do governo federal.
Considera que este projeto não existe. Comenta a disputa, no Ministério da
Educação, de grupos com pensamentos diversos. Lamenta o prejuízo às crianças,
aos professores e ao desenvolvimento do País. Parabeniza a deputada Adriana
Borgo pela sua luta em favor dos policiais militares.
7 - ADALBERTO FREITAS
Exibe vídeo em homenagem à policial morto há uma semana. Pede
a atenção dos parlamentares para a estrutura da polícia do estado de São Paulo.
Lembra tragédias como a da escola em Suzano, do atirador no Shopping Morumbi e
da escola no Rio de Janeiro. Ressalta necessidade de fazer algo para prever e
evitar estes assassinatos em massa. Demonstra grande preocupação com a
segurança. Diz ter sido presidente do Conseg em seu bairro.
8 - THIAGO AURICCHIO
Parabeniza o deputado Adalberto Freitas pelo discurso a
respeito da Segurança Pública. Congratula o Governo do Estado pela criação de
17 novos Baeps. Esclarece que serão necessários de três a cinco mil novos
policiais. Discorre sobre a atual defasagem do efetivo policial e a verba
limitada na Secretaria de Segurança Pública. Demonstra sua preocupação com a
retirada de policiais da ronda local, remanejados para os novos Baeps.
Coloca-se à disposição do comando da Polícia Militar para ajudar a resolução
deste problema.
9 - CASTELLO BRANCO
Agradece a acolhida dos antigos parlamentares e funcionários
desta Casa, assim como os seus eleitores. Reconhece a educação, a sensibilidade
e o profissionalismo com que foi recebido. Esclarece que os interesses
nacionais e paulistas sempre estarão acima das suas opiniões pessoais.
10 - CORONEL TELHADA
Comenta o falecimento, neste final de semana, do soldado
Nascimento e do sargento Ivaldo. Informa a realização, hoje, da Operação São
Paulo Mais Seguro, pela Polícia Militar. Destaca a presença do coronel Salles
na reunião do Colégio de Líderes. Discorre sobre a necessidade de valorização
do funcionalismo público. Considera que a criação de novos Baeps trará
problemas para a Polícia Militar, que deverá ter de 100 a 170 policiais na
administração. Ressalta a necessidade de emancipação do Corpo de Bombeiros,
como já ocorre no mundo todo. Combate a reforma da Previdência.
11 - JANAINA PASCHOAL
Discorre sobre o PL 1363/15, que trata da permissão da venda
de bebidas alcoólicas em estádios de futebol. Defende que a proibição deve ser
mantida. Critica os motivos descritos no projeto para liberar a venda destas
bebidas nos estádios. Afirma que elaborará outro projeto de lei, referente à
venda de álcool nas universidades. Destaca que os jovens estão bebendo como
nunca beberam e que algo precisa ser feito. Lembra as festas de open bar nas
universidades públicas, onde ocorrem crimes graves.
12 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA
Informa ser hoje o "Dia Roxo", o Dia Mundial de
Conscientização sobre a Epilepsia. Esclarece que este dia tem como objetivo
chamar a atenção da sociedade para a epilepsia. Menciona sua participação em
frente parlamentar em defesa das pessoas com a doença. Ressalta que hoje o
Estado está despreparado para lidar com a mesma. Comenta que quatro por cento
da população brasileira tem epilepsia. Convida todos a participarem de um ciclo
de palestras sobre epilepsia, a ser realizado amanhã nesta Casa. Destaca que os
portadores de epilepsia não tem direito a vaga de deficiente e não são
reconhecidos no mundo jurídico e na Administração pública.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - ED THOMAS
Elogia a realização do projeto Jepoe na cidade de Presidente
Epitácio. Agradece aos envolvidos na realização do programa. Explica que o
projeto consiste no oferecimento de cursos de formação profissional mediante
concessão de bolsas de estudo para jovens em condição de vulnerabilidade
social. Defende que as ações políticas do Governo atendam o interior do estado
e não apenas as grandes metrópoles.
14 - JANAINA PASCHOAL
Discorre sobre o PR 7/18 de autoria do deputado Campos
Machado, que visa proibir a realização de "lives" no plenário desta
Casa. Considera que este Parlamento deve estar aberto às inovações. Tece
reflexões sobre a data de 31/03, início do regime militar no Brasil,
considerado golpe ou revolução por diferentes grupos ideológicos.
15 - FREDERICO D'AVILA
Menciona encontro com o presidente Jair Bolsonaro e diversos
ministros no dia de ontem. Manifesta-se contrariamente à apreciação do PL
147/18, que trata do uso de agrotóxicos por considerá-lo redundante. Lembra que
a ex-presidente Dilma Rousseff proibiu comemorações no dia 31/03 em razão do
início do golpe militar no Brasil (aparteado pelo deputado Emidio de Souza).
16 - PAULO FIORILO
Rebate o discurso do deputado Frederico D'Avila. Critica o
pagamento abusivo de jetons para conselheiros das empresas públicas no governo
estadual. Comenta posicionamento de Olavo de Carvalho, que sugere a criação de
um medidor de bolsonarismo (aparteado pelos deputados Frederico D'Avila; Emidio
Souza e Janaina Paschoal).
17 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, anuncia a visita do coronel PM Marcelo
Vieira Salles, comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, do
coronel PM Fernando Alencar Medeiros, subcomandante da Polícia Militar e do
coronel Guillarducci.
18 - PROFESSORA BEBEL LULA
Retoma o pronunciamento da deputada Janaina Paschoal sobre o
movimento de 64. Expõe sua concepção da História como um movimento dialético.
Faz comentários sobre a reforma da previdência federal proposta pelo presidente
Jair Bolsonaro, considerando-a prejudicial às classes populares. Enfatiza a
necessidade de um plano econômico para o país (aparteada pelo deputado Emidio
de Souza).
19 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Discorre sobre o PL 01/19, de autoria do governador.
Considera que falta detalhamento à matéria. Elogia substitutivo do deputado
Campos Machado ao projeto. Faz críticas ao Projeto de Resolução nº 07, de 2018,
de autoria também do deputado Campos Machado, que prevê a proibição do uso de
smartphones para fazer "lives" neste Parlamento. Considera a matéria
em desacordo com determinações constitucionais.
20 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, clama ao governador do Estado que
reconstrua ponte que caíra em Pedregulho.
21 - ED THOMAS
Solicita a suspensão da sessão por 15 minutos, por acordo de
lideranças.
22 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Anota o pedido.
23 - CARLOS CEZAR
Pelo art. 82, parabeniza cidades que aniversariam nesta data.
Manifesta preocupação com a elevação de cerca de 2.100% dos casos de dengue em
São Paulo. Clama ao Governo do Estado que auxilie os municípios, em relação ao
tema. Defende a conscientização da sociedade acerca da existência de criadouros
do mosquito transmissor da doença. Manifesta-se a favor da celeridade no
andamento dos trabalhos desta Casa. Discorre acerca de tecnologias atuais.
24 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Pelo art. 82, parabeniza Carapicuíba e Barueri, pela data
comemorativa dos seus aniversários. Defende diálogo entre as lideranças, a
respeito de projeto sobre o uso ou não de tecnologia nesta Casa. Lamenta a
realidade da Saúde no município de Osasco. Acrescenta que escola pública da
referida cidade está interditada por falta de obras de manutenção. Informa que
assinara frente parlamentar que visa ao crescimento das cidades paulistas.
25 - CONTE LOPES
Para comunicação, critica debates nesta Casa a envolver Jair
Bolsonaro e Dilma Rousseff. Clama a seus pares que discutam problemas do
Estado.
26 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido do deputado Ed Thomas e suspende a sessão às
16h47min.
27 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h. Convoca uma
sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término desta
sessão.
28 - ED THOMAS
Para comunicação, saúda executivos públicos e servidores da
Emplasa, presentes nas galerias.
29 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, saúda servidores que apoiam o PL32, e
servidores da Emplasa. Manifesta-se a favor da derrubada do veto ao PLC 34, que
valoriza os dentistas. Comenta carta de repúdio à política ambiental do governo
estadual. Acrescenta que a medida prejudica a fiscalização ambiental. Lista
decretos sobre a matéria.
30 - BARROS MUNHOZ
Assume a Presidência.
31 - CAMPOS MACHADO
Pelo art. 82, indaga o motivo pelo qual o juiz federal
Marcelo Bretas decretara a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer.
Critica a citada autoridade judiciária. Discorre acerca de critérios jurídicos
a fundamentar uma ordem de prisão. Aduz que não houve motivação na medida
tomada. Assevera que defende a PEC 3.
ORDEM DO DIA
32 - PRESIDENTE BARROS MUNHOZ
Coloca em votação requerimento de alteração da Ordem do Dia.
33 - TEONILIO BARBA LULA
Encaminha a votação do requerimento, em nome do PT.
34 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, lamenta críticas do deputado Douglas Garcia
a professores. Acrescenta que privilegia o debate de ideias.
35 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz coro ao discurso do deputado Teonilio
Barba, a respeito das condições de trabalho de policiais militares.
36 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do requerimento, em nome do PTB.
37 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Para comunicação, critica o PR 7/18, de autoria do deputado
Campos Machado.
38 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, manifesta sua liberdade em apresentar
projetos neste Parlamento. Alude que defendera a TV Assembleia, de forma a
evitar concorrência. Assevera que não é contrário à liberdade de parlamentares.
39 - DOUTOR JORGE LULA DO CARMO
Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do deputado
Campos Machado a respeito da presunção de inocência. Parabeniza o deputado
Teonílio Barba por defender funcionários da Ford.
40 - MÁRCIA LULA LIA
Encaminha a votação do requerimento.
41 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, lamenta discurso de deputados que o vincula
a pronunciamentos de ódio. Critica professores defensores de greve. Assevera
que não é extremista nem radical.
42 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, defende e comenta o direito de greve.
43 - VINÍCIUS CAMARINHA
Encaminha a votação do requerimento, em nome do PSB.
44 - CARLA MORANDO
Encaminha a votação do requerimento, em nome do PSDB.
45 - VINÍCIUS CAMARINHA
Para comunicação, comenta publicação da Artesp, a respeito da
localização de praças de pedágio e tarifas a serem cobradas. Defendeu
alternativas à instalação das praças. Clama ao governo estadual que aperfeiçoe
o projeto e consulte este Parlamento.
46 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, informa que em audiências públicas deve ser
formatado o novo modelo de concessão de rodovias, em prol da melhoria no
tráfego e segurança das pessoas.
47 - GIL DINIZ
Encaminha a votação do requerimento, em nome do PSL.
48 - PROFESSORA BEBEL LULA
Para comunicação, justifica crítica, a seu ver respeitosa, ao
deputado Douglas Garcia. Informa que fora empregada doméstica. Critica
discursos do deputado Douglas Garcia. Opina que o perigo em "lives" é
a deturpação de pronunciamentos.
49 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, rebate o discurso do deputado Gil Diniz.
50 - GIL DINIZ
Para comunicação, reitera seu posicionamento a respeito da
transmissão de "lives". Assevera que não é possível editar conteúdo a
ser publicado, ao vivo, em rede social.
51 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Gil
Diniz. Manifesta-se contra pré-julgamentos.
52 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, rebate críticas da deputada Professora
Bebel Lula.
53 - MÁRCIA LULA LIA
Para comunicação, lê e comenta artigo publicado no Estadão, a
respeito da postura do governo federal quanto a comemoração do Golpe de 64.
54 - CONTE LOPES
Para comunicação, defende o presidente Jair Bolsonaro.
55 - CORONEL TELHADA
Para comunicação, informa que deve comemorar a
"Revolução de 64" no dia 28 de março, no Comando Militar do Sudeste.
56 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, discorre acerca do Golpe de 64 e da
conquista do direito de greve.
57 - CARLÃO PIGNATARI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
58 - PRESIDENTE BARROS MUNHOZ
Defere o pedido. Desconvoca sessão extraordinária a ser
realizada hoje, 10 minutos após o término desta sessão. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 27 de março, à hora regimental, com
Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Presente o
número regimental de Sras.
Deputadas e de Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre
deputado Coronel Telhada para a leitura da Resenha do Expediente.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, nós
temos uma indicação do prezado deputado Sargento Neri indicando nos termos
regimentais ao governador do Estado providências necessárias a fim de
determinar aos órgãos competentes a implantação de uma Etec - Escola Técnica -
no município de Ibiúna, no estado de São Paulo.
Temos também um requerimento do prezado
deputado Itamar Borges requerendo nos termos regimentais que se registre nos
Anais da Casa voto de congratulações com a população de Caçapava pelo
aniversário do município a ser comemorado no próximo dia 14 de abril.
É somente isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado Coronel Telhada.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta
Presidência, atendendo a solicitação do nobre deputado Tenente Coimbra, convoca
V. Exas. nos termos do Regimento Interno para uma sessão solene, a realizar-se
no dia 26 de abril de 2019, às 20 horas, com a finalidade de celebrar os Cem
Anos da Ordem DeMolay.
E neste momento iniciaremos os nossos
trabalhos com o Pequeno Expediente e convidamos para uso da palavra o nobre deputado Coronel Nishikawa.
Gostaria de anunciar
a visita dos alunos do colégio São Francisco Xavier, do Ipiranga, na cidade de
São Paulo. Os responsáveis são a Sra. Andressa Rodrigues e o professor Fernando
Gomes Barrieto. Sejam bem vindos a esta Casa. É um prazer recebê-los nesta
tarde para acompanharem os nossos trabalhos.
O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos: presidente, assessores,
policiais militares em serviço, colégio que aqui está presente para nos ver na
tribuna. Espero que vocês gostem e retornem sempre para aprender um pouco de
cidadania e um pouco do que é o nosso parlamento - porque muitos não sabem o
que estamos fazendo aqui. Sejam bem vindos.
Como sempre, em
defesa dos nossos policiais militares e todo o contingente de segurança pública
da força pública do nosso Estado e do nosso País. Uma das propostas que nós
estávamos tentando implementar - depois nós vamos estudar de que forma nós
vamos fazer -, na época em que trabalhamos na Casa Militar, ou seja, no
governo, tinha um programa voltado para o pessoal da Segurança Pública do CDHU,
que destinava uma parte das casas ou dos apartamentos da CDHU para policiais
militares, policiais civis e, hoje, policiais da área de administração
penitenciária, peritos criminais e, se porventura policiais federais se
interessarem, também seriam contemplados.
Então, nós vamos
estudar com o tempo como vamos fazer essa indicação de ter uma porcentagem das
casas que é destinada à população de menor poder aquisitivo aos policiais
militares e policiais em geral.
Dito isso, também
destinado a policias militares, eu conheço dois mausoléus em que policiais
militares recebem honras para ficarem eternizados em um cemitério. Tem um
mausoléu no Araçá e outro em Santos, que eu já tive a oportunidade de conhecer.
Como há vários
batalhões no ABC, eu gostaria, com o tempo, ver se conseguimos também montar um
mausoléu naquela área.
Uma das coisas que eu
tenho dito também - e eu já passei por isso -, nós temos a defesa do Estado,
quando nós nos envolvemos em ocorrências, para que possa ter um corpo jurídico
específico para a defesa dos policiais militares. Isso, hoje, foi prometido.
Entretanto, nós não estamos vendo isso. Tem que ser um corpo jurídico
especializado em defesa dos policiais, sejam eles civis ou militares, aqueles
que, operacionalmente, estiverem em serviço.
Uma outra coisa que
também está na nossa pauta é sobre a blindagem de viaturas. Eu não sei se tem
um projeto de lei ou alguma coisa nesse sentido, mas eu vou insistir: pelo
menos a área envidraçada, que seja blindada, porque policiais hoje enfrentam uma violência acima
da normalidade, porque usam fuzis que muita gente não tem. A modernidade com
que eles usam, a bandidagem usa contra a Polícia Militar, a Polícia Civil ou
agentes de segurança é uma coisa que nos estarrece.
Trabalhei na rua sim, só que no nosso
tempo não tinha esse tipo de armamento que hoje existe. Entra via contrabando.
São armas irregulares. O que nós vimos foi o desarmamento de pessoas que, para
preservar a sua vida, tinham armas dentro de casa. Hoje, o bandido sabe que
ninguém tem arma, porque a lei do desarmamento foi colocada goela abaixo,
apesar do referendo que foi feito - tinha 63,9 contra o desarmamento.
Obrigado. Vou concluir.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Conclua, por
favor, deputado.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Deixe-me concluir,
então. Enfim, eu vou repetir o que eu falo sempre aqui: o meu partido é a
Polícia Militar do Estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
deputado Coronel Nishikawa.
Dando continuidade, convidamos à
tribuna o nobre deputado Douglas Garcia.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, muito boa tarde a todos. Quero
saudar todos os deputados, deputadas. Pessoal do colégio, seja muito bem-vindo
à nossa Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Volte sempre que quiser.
Senhores, a OAB do Distrito Federal
entrou com um processo no Tribunal de Justiça contra a apreensão de veículos
por dívidas de IPVA.
Vou falar aqui uma coisa. Cidadão
paulista, o Estado, quando quer funcionar para fiscalizar, para apreender e
para cobrar impostos, ele funciona de uma forma surreal e surpreendente. É de
uma eficácia sem igual. O Estado funciona muito bem quando é para cobrar o
bendito do imposto.
E esse processo que foi feito pela OAB
do Distrito Federal foi impetrado para que o Detran fosse impedido de apreender
veículos por falta de pagamento de Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores, que é o IPVA.
E por que a OAB fez isso? Pasmem os
senhores, para que seja levada em conta - adivinhem o quê? – o direito à
propriedade. O direito à propriedade é sagrado, o direito à propriedade é
sacro, o direito à propriedade é divino, passa até do materialismo, direito à
propriedade é metafísico.
Então, senhores, graças a esse direito
à propriedade, que até a própria Bíblia diz no livro de Êxodo, capítulo 20,
versículo 17, “não cobiçarás a casa do seu próximo”. Aqui eu falo muito mais
que apenas a casa, mas a propriedade como um todo. Imagina só se o pessoal do
MST, MTST descobre uma coisa dessas. Ia virar todo mundo ateu da noite para o
dia.
Mas por que eu trago isso? O IPVA é um
imposto estadual, legislado, portanto, também por esta Casa. Eu estou de acordo
com o entendimento da OAB do Distrito Federal, que é inconstitucional essa
apreensão, pois despreza totalmente o direito do cidadão de somente ter um bem
retirado do seu patrimônio após o exercício constitucionalmente indispensável
da ampla defesa e do contraditório. Para trazer segurança jurídica e segurança
da propriedade privada do cidadão, eu protocolei um projeto de lei nesta Casa,
no dia de hoje, que dispõe sobre as consequências, que altera o Art. 25 da Lei
nº 13.296, que dispõe sobre as consequências do inadimplemento do imposto sobre
a propriedade de veículos automotores, inserido o dispositivo complementar e dá
outras providências.
E já começa falando “nenhum veículo
deixará de ser registrado ou licenciado perante as repartições competentes pela
falta do pagamento do imposto devido. Fica vedada a retenção ou apreensão do veículo pelo não recolhimento do imposto
devido no prazo regular, quando este foi licenciado no Estado. Porém, o
inadimplemento impede a renovação da licença.”
Isso daqui é
respeitar sim a propriedade privada do indivíduo, respeitar aquilo pelo que o
cidadão tanto trabalhou a vida inteira para possuir. Não é possível que o
Estado simplesmente meta o bedelho e retire do cidadão aquilo que ele conseguiu
através de muito suor. O Estado, em uma atitude dessas, é tão ruim quanto os
próprios invasores do MTST e MST quando invadem a propriedade privada. São
exatamente iguais, não se diferenciam em absolutamente nada. Níveis de
terrorismo diferentes, porém equivalentes.
Senhores, por
falar em Estado, privatização, regulamentação, imposto, foi trazida a esta Casa
o PL nº 1, de 2019, por parte do governador do estado de São Paulo, João Doria.
Todo mundo sabe que eu apoio a privatização, que eu defendo a liberdade de
mercado, que eu quero menos Estado para a vida da população. Só que esse
PL aqui está completamente vazio. O governador se esqueceu de escrever. É
um absurdo que ele envie para esta Casa um PL completamente vazio, que fale
sobre privatização de diversas empresas e a gente não saiba o que vai
acontecer.
Aparecem
centenas de funcionários da Emplasa em frente ao meu gabinete perguntando como
vai ser a vida deles. Eu não sei. E se eu não sei, portanto, não tem como
uma casa legislar a respeito de um assunto que não foi entregue o competente ao
Poder Executivo para nós, as informações necessárias.
Então eu
peço, por gentileza, que sejam feitas as audiências públicas, sejam feitos os
requerimentos devidos, as informações, para que a gente consiga, assim,
legislar de fato e entregar para a população do estado de São Paulo aquilo
que ela merece.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB
- Obrigado, nobre deputado Douglas
Garcia. Dando continuidade, agora a nobre deputada Adriana Borgo.
A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Sr.
Presidente, eu quero agradecer hoje a presença dos nossos convidados na galeria
e também ao ilustre comandante da Polícia Militar, coronel Salles, que
está aqui hoje participando do nosso Colégio de Líderes.
Quero
agradecer também ao coronel Nivaldo, secretário da SAP, que ontem me recebeu
com uma comissão de AEVPs remanescentes do concurso de 2014, das ASPs femininas
também, pelo seu pronto atendimento e pelo empenho em chamar e zerar essa
lista de candidatos.
Hoje eu quero
deixar aqui claro o meu apoio ao PL 147, de 2018, que trata do fitossanitário,
ou seja, um conjunto de medidas que cuida da propagação de pragas, ou seja, de
agrotóxicos, que hoje estão sendo depositados nas nossas lavouras, na nossa
agricultura. Isso, até então, não havia nenhuma lei que regulamentava. Então,
todo o meu apoio a esse PL.
Hoje, mais de
12 mil pessoas já foram intoxicadas por conta do uso indevido de agrotóxicos
nas plantações, coisas que nós comemos e nem sabemos de onde vêm. Então, é
muito importante essa regulamentação.
Eu também
gostaria de dizer que estou muito feliz pelo andamento das coisas nesta Casa. O
deputado Douglas já não está aqui, mas só para dizer que, deputado, o
presidente vai sim convocar audiência pública. Isso foi decidido no Colégio de
Líderes na última reunião. É muito importante que o ser humano, o funcionário
dessas seis empresas também possam dar suas versões, porque a gente só tem um
lado da história. É sempre bom ouvir o outro lado. Isso é uma questão de
justiça.
Também quero
agradecer, ontem, o convite da bancada do PT para fazer parte de uma audiência
pública contra a Previdência do funcionalismo público de São Paulo. Foi muito
boa essa audiência, porque eu pude ter contato com outros sindicatos, com o
Ministério Público. Realmente, nós discutimos a PEC 06, que trata de cada item,
inclusive, deputado Telhada, em relação à Segurança Pública, aos nossos
policiais militares.
Temos que
ficar atentos, porque não é só aquilo, bonito, que está sendo pregado do tempo
de serviço. Tem coisas ali, estão separando os inativos e as pensionistas dos
ativos, criando o policial temporário. Isso não existe na história da gloriosa
Polícia Militar.
Temos que
ficar espertos e agradecer esta Casa, porque, independente de sigla partidária,
tem caminhado para os projetos para o povo. Então, eu estou muito feliz em
dizer que é nem direita nem esquerda, é para frente, é para o povo de São
Paulo. Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputada. Tem a palavra o nobre deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Altair Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr. Presidente, para
uma breve comunicação, com anuência da oradora.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com
anuência da oradora, V. Exa. tem a palavra para uma comunicação.
O SR. DOUGLAS
GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Queria apenas agradecer, presidente, à deputada
Adriana Borgo pelo aviso. Amanhã estarei presente nessa audiência. Quero muito
saber como vai ser o andamento do PL 01/19. Conto com o apoio da deputada para
que a gente conseguisse construir, aqui na Assembleia Legislativa, aquilo que a
população do estado de São Paulo necessita, aquilo que a gente precisa.
Trabalhando pelas privatizações, mas privatizações justas. Não deixar o povo à
mercê. E trabalhar, aqui, pela PEC 02. Hoje, já conversei com alguns policiais
militares, e a gente é 100% favorável. Tenho certeza de que a gente vai
conseguir um grande trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Boa tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, alunos
do Colégio São Francisco de Xavier, lá do Ipiranga. Obrigado pela presença.
Sr. Presidente, ontem, o governo
federal suspendeu a avaliação da alfabetização desse ano e anunciou que o exame
só voltaria a ser realizado em 2021, sem ter sido consultada a secretária de
Educação Básica do MEC, Tania Leme de Almeida, que pediu para deixar o cargo.
Em texto publicado nas redes sociais, a Tania confirmou que não teve
conhecimento das mudanças e disse o seguinte: “não deveria haver política
pública sem métrica e sem avaliação”.
Ou seja, o que a secretária apontou, de
forma sensata, é que não é possível fazer política pública séria e responsável
sem avaliação, sem diagnóstico, sem a gente avaliar e analisar tudo. Quem diz
que vai fazer um planejamento sério, sem avaliar antes a realidade, está apenas
fingindo que está fazendo alguma coisa, como parece ser o caso do que está
acontecendo no nosso País. A gente quer saber qual é o projeto para a Educação,
qual é a proposta.
Afinal de contas, acho que nós temos
aqui, atualmente, uma deputada, que é a Professora Bebel, que tem bastante
conhecimento para poder explicar melhor para a gente o que está acontecendo com
a Educação do nosso País. E tem também o nosso nobre deputado Carlos Giannazi,
que tanto fala de Educação, com bastante conhecimento e bastante consciência, afinal
de contas ele é um professor e sempre debateu, nesta Casa, a favor da Educação
e dos professores.
Acho que toda essa confusão leva a
gente a questionar o significado de tudo isso e mostra que não tem projeto
sequer para a Educação. Eu não sei se é falta de capacidade técnica,
intelectual, das pessoas que estão conduzindo essa pasta, mas o que está
havendo é uma grande interrogação de qual é o caminho que a Educação desse País
vai tomar. Afinal de contas, a cada semana é uma novidade, uma novidade ruim.
As informações que temos pela imprensa
são de que o ministério vive uma disputa entre grupos de várias linhas de
pensamento. O que nós estamos vendo é que, enquanto tem gente que brinca de
fazer gestão pública, quem está perdendo são as crianças e professores, os
jovens e o desenvolvimento do nosso País. Eu espero, sinceramente, que a gente
possa chegar à conclusão de que esse conjunto de ministérios, que também não
estão se entendendo, sente à mesa e fale para o País qual é o rumo que o País
vai tomar. Isso é uma coisa que está sendo dita não por mim; é por todo mundo.
Aqui não tem questão política, nem questão partidária.
Eu quero ressaltar, deputada Janaina
Paschoal, que eu vou convidar V. Exa. para a gente poder sentar e discutir
algumas coisas que eu sei que são do seu interesse; a questão, inclusive, da
violência contra a mulher. Sei que V. Exa. é interessada nisso. Mesmo antes da
posse, nós já tínhamos nos encontrado aqui no corredor, e V. Exa. disse que ia
me ajudar. E eu também vou ajudá-la. As mulheres todas, aqui, vão se ajudar.
Aliás, deputada Adriana, gosto de ver a luta de V. Exa. pelos policiais
militares e pelas policiais militares.
É
muito bom que a gente veja uma mulher que se preocupa com a Segurança, senão o
pessoal fica pensando que são só os homens, só o Coronel Telhada que tem
preocupação com isso, mas, agora, o Coronel Telhada está muito bem acompanhado.
Tem bastante gente aqui para defender a polícia e defender os militares. E a
gente tem que defender a Cultura e a Educação, que é a nossa comissão.
Desejo
uma boa semana para todos e que a gente possa seguir em paz nesta terça-feira,
se Deus quiser. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, deputada Leci Brandão.
Parabéns, mais uma vez, pela sua explanação. Convidamos, agora, o nobre
deputado Adalberto Freitas. Tem V. Exa., agora, o tempo regimental, no Pequeno
Expediente.
O SR. ADALBERTO FREITAS
- PSL - Boa tarde a todos, aos companheiros da Mesa, às
deputadas e deputados aqui presentes, funcionários da Casa, PMs que estão em
serviço e assessoria parlamentar. Alunos da Escola São Francisco Xavier que
estão aqui, sejam muito bem-vindos.
Fico
muito contente quando ouço a minha vizinha de gabinete, deputada Leci Brandão.
Ela passa sempre, para nós, a paz. Entre os vários partidos que estão aqui,
vamos sempre lutar por isso. Queria pedir um minuto da
atenção de vocês para um vídeo que vou passar aqui, a respeito de um crime que
aconteceu na semana passada. Hoje, ele completa uma semana.
*
* *
- É exibido vídeo.
*
* *
Essa
é uma pequena homenagem que resolvi fazer ao policial Wesley. No dia, a
deputada Adriana Borgo citou o ocorrido. Quero levar em consideração, também,
as palavras do deputado da nossa bancada Major Mecca, que fala que, realmente,
toda a nossa estrutura da Polícia do Estado de São Paulo, tanto Civil como
Militar e GCM, precisa de muita atenção de nós parlamentares, porque sabemos
que a Segurança Pública é o socorro imediato que todos nós temos.
Às
vezes, estamos com os nossos carros blindados, estamos andando por aí, a gente
sabe como andar, mas temos familiares, tio, tia, mãe, sobrinhos, e sabemos que
não está fácil andar nesta cidade; está cada vez pior a questão da violência.
Então, peço aos colegas deputados que a gente pense no futuro, em alguma coisa
que se possa fazer para melhorar essa questão da Segurança Pública.
Ainda falando sobre violência e o que
aconteceu no dia 13 de março, na escola em Suzano, gostaria também de deixar um
alerta para os nossos parlamentares, para no futuro, começar a pensar em alguma
situação que se possa evitar, porque aqui no Brasil a gente sabe que é assim:
acontecem alguns problemas graves que ficam na mídia um dia, dois dias, uma
semana, um mês e depois caem no esquecimento.
Então,
nós temos, hoje, que nos conscientizar de que temos um novo tipo de situação,
que me descreveram nesta semana. Conversei com especialistas da parte de
Segurança, que o chama de atirador ativo, que é a pessoa que entra em um
recinto como este e atira nas pessoas, faz assassinatos em massa. Nos Estados
Unidos, chama-se “serial killer”.
Aqui,
nós temos o nome de atirador ativo, que é aquele indivíduo que procura locais
onde estão as pessoas e atira a esmo, tem problema psicológico, sei lá, e acaba
gerando problema. Então, nós tivemos aqui, no ano de 1999, o atirador do
Shopping Morumbi. Todos sabem, o camarada entrou lá, matou um monte de gente,
foi preso e ficou por isso mesmo. Depois tivemos, em sete de abril de 2011, na
escola do Rio de Janeiro, outra pessoa que, também, tinha problema psicológico,
foi lá e acabou vitimando muitas crianças. Agora, essa questão da escola de
Suzano.
Então, se nós não pensarmos em fazer
alguma coisa, para, no futuro, tentarmos prever o que poderia acontecer nesses
assassinatos em massa, nós podemos ter, daqui a pouco, um outro episódio. A
imprensa, em si, fica, realmente, em cima do assunto por um período, depois
eles sabem que cai no esquecimento.
Então, só quero deixar bem claro para
vocês que a minha preocupação com a parte da Segurança é muito grande. Sempre
atuei, sempre defendi. Tenho no meu gabinete, trouxe para trabalhar comigo,
dois auxiliares, um delegado de Polícia aposentado, um sargento da PM, também,
aposentado, que vão nos dar respaldo.
Conheço muito o pessoal da área da
Segurança, já fui presidente do Conseg do bairro onde moro, e esse fato,
infelizmente, do soldado Wesley, foi onde moro, na região de Interlagos, que é
da 6ª Delegacia Seccional de Polícia.
Muito obrigado a todos. Boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre
deputado. Dando continuidade à lista
do Pequeno Expediente, convidamos o nobre deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.)
Nobre deputada Marina Helou. (Pausa.) Nobre deputado Thiago Auricchio. Tem V.
Exa. o tempo regimental.
O SR. THIAGO AURICCHIO - PR -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Mesa Diretora,
companheiros deputados, pessoal da plateia. Queria parabenizar o deputado agora
aqui pelo discurso, falando um pouquinho de Segurança Pública. Com certeza, é
um tema importante, porque a gente tem que estar preocupado com a população.
Eu também vou abordar um pouquinho
sobre esse tema, falando um pouquinho da questão dos Baeps. Queria até
parabenizar o Governo do Estado, que, com essa criação desses 17 novos Baeps,
mostra que é uma preocupação, uma prioridade do Estado em relação à Segurança
Pública.
O governador anunciou que seriam
necessários entre três e cinco mil novos policiais militares para suprir esses
novos Baeps, serão 17 novos Baeps. Só que a gente esbarra em um problema.
Primeiro, na defasagem do efetivo, que hoje tem 88 mil soldados, e seriam
necessários mais cinco mil, como eu coloquei. Iria para 93 mil novos policiais militares.
Só que a gente tem esse problema da
defasagem e da verba limitada na Secretaria de Segurança Pública. Como eu
disse, tem esse problema da defasagem e, como colocado em entrevista à “Folha
de São Paulo”, o coronel reformado da Polícia Militar, José Vicente da Silva,
ex-secretário nacional de Segurança Pública, participou da equipe de Segurança
do governador João Doria...
Ele colocou que, quando você cria novos
Baeps, você tira o policiamento local. E a gente sabe que quem faz a segurança
mesmo é esse policiamento local. Então, eu externo aqui a minha preocupação. Eu
trago aqui, porque saiu... O deputado Luiz Fernando é lá da região do ABC,
também acompanhou, junto ao jornal “Repórter Diário”, colocando esse problema,
uma das principais cidades afetada foi Diadema.
Recebi até um vereador da cidade
comunicando esse problema. Quando você cria um novo Baep, eles têm tirado os
policiais da ronda local, deslocando para esses novos Baeps. Então, eu trago
aqui essa preocupação. Quero me colocar à disposição do Comando da PM para ajudar nessa solução.
Até o Coronel Salles, comandante da
Polícia Militar, companheiro, trouxe, na época, uma declaração dele, que uma
solução para esse caso - Coronel Telhada, você que é um integrante da Polícia
Militar - seria, acabada a “Operação Verão”, deslocar esse policiais para o
patrulhamento local.
Eu acho que a gente tem que ter sim
essa preocupação com a Segurança Pública do Estado.
Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Thiago Auricchio.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Major
Mecca. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Daniel José. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Castello Branco, pelo tempo regimental.
O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Veneráveis parlamentares, povo paulista, colegas, Presidência da Mesa, boa tarde.
É a minha primeira exposição aqui na Casa. São rápidas palavras de agradecimento por toda a acolhida que recebi, tanto dos antigos parlamentares quanto dos funcionários da Casa. A minha gratidão e o meu reconhecimento à educação, à sensibilidade e ao profissionalismo com o qual fui recebido por vários parlamentares. Destaco, e não poderia deixar de fazê-lo, o Coronel Telhada e a sua equipe. Entre outros que nos ajudaram bastante nesse início dos trabalhos.
Agradeço, também, aos 38 mil e 26 eleitores que confiaram em mim. Espero representá-los aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo. Bem como à minha equipe, que está comigo, lutando bravamente este bom combate. Por fim, a minha gratidão ao mestre e professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, cuja filosofia, valores e visão de futuro vou aqui representar. Bem como à família militar, os inativos e pensionistas. E ao segmento da Educação, do qual eu vim.
Muito obrigado. Desejo a todos um excelente exercício parlamentar, pelo bem da nossa Nação. E que a gente coloque os interesses nacionais e paulistas acima das nossas opiniões pessoais. Muito obrigado. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Castello Branco.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Paulo
Lula Fiorilo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Professora Bebel Lula.
(Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre deputado Coronel Telhada, pelo tempo regimental.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente deputado Gilmaci, Sras Deputadas, Srs. Deputados, assessores e funcionários aqui presentes, boa tarde. Ao público aqui presente, sejam bem-vindos. Quero saudar, na figura do cabo Janken, a nossa Assessoria Policial Militar, que sempre nos apoia.
Ontem falei, no meu discurso, sobre a fatalidade de perdermos um policial militar da Bahia e outro do Pará. Mas tivemos, aqui em São Paulo, infelizmente, dois policiais que também faleceram nesse final de semana. Um, de uma maneira bem trágica. É o soldado Nascimento. Por favor.
*
* *
- É feita a exibição de foto.
*
* *
O soldado Nascimento estava se deslocando para uma ocorrência, no final de semana. Salvo engano, na sexta-feira passada. Era uma ocorrência de suicídio. Tentativa de suicídio, envolvendo pai e filho. Ele se deslocou para o local. Quando ele estava na ponte João Dias, ele acabou se chocando e batendo numa bicicleta que estava próxima. Ele caiu da sua motocicleta. Ele era da Rocam. Pode ver pelo braçal: Rocam.
Ele caiu dessa motocicleta e acabou caindo debaixo de um caminhão. E foi atropelado de uma maneira muito grave. Teve um traumatismo craniano terrível. Chegou a ser socorrido. Mas, infelizmente, o soldado Vicente do Nascimento Amaro, do 1º Batalhão, nome de guerra Nascimento, faleceu. Nós mandamos os nossos pêsames, não só à família e ao pessoal do 1º Batalhão, como a todos policiais militares, pela perda de um jovem policial militar, o soldado Nascimento.
Não bastasse a fatalidade houve, no sábado, o funeral do policial militar. Terminado esse funeral, o sargento, também do 1º Batalhão, o sargento Ivaldo, chegou em casa - ele era muito amigo do soldado Nascimento - chegou em casa, começou a passar mal e faleceu. Acabou tendo um infarto e faleceu, logo em seguida, o sargento Ivaldo, do 1º Batalhão. Então nós vemos que, infelizmente, nesse final de semana, o 1º Batalhão teve uma triste passagem, perdendo dois dos seus valorosos policiais militares. Hoje a Polícia Militar está realizando a Operação São Paulo mais Seguro. Vai começar às cinco horas da manhã e vai o dia todo. E nós temos hoje nessa Operação São Paulo mais Seguro o empenho de 19.672 policiais militares, utilizando 8.023 viaturas e 11 helicópteros, distribuídos em 2.295 pontos no estado de São Paulo.
Então, a Polícia Militar está
trabalhando diuturnamente. Agora, neste momento, aqui no Colégio de Líderes
consta a presença do nosso comandante-geral, coronel Sales - eu vou sair daqui
e vou direto para o Colégio de Líderes para poder acompanhar - e dizer a todos
da nossa preocupação, do nosso empenho pela Segurança Pública. Em todas as
áreas nós estamos atuando. Mas, o nosso mote, a nossa principal preocupação é a
Segurança Pública. E dentro da Segurança Pública vem a valorização. Os salários
numa situação terrível, não só da polícia, mas de todo o funcionalismo. Nos
últimos quatro anos nós tivemos 4% de aumento de salário; um absurdo para o
funcionalismo.
Continuamos insistindo na tecla, junto
ao governador, da valorização salarial para os funcionários públicos, em
especial para a nossa polícia. Ele, até no discurso, disse que até o final do
governo dele a Polícia de São Paulo vai ser a mais bem paga do País. Vamos
cobrar isso. Falou, tem que cumprir.
Então, nós estamos atentos. Eu ouvi
atentamente os deputados que me antecederam, são vários assuntos interessantes,
a formação de Baeps, eu não sei quem deu essa ideia para o governador, eu
trabalhei pela campanha dele mas não sei de onde veio essa ideia de formar 17
Baeps. Realmente, isso vai trazer um problema muito sério para a Polícia
Militar, principalmente no que tange a efetivos. O que deveria ter sido feito
era valorizar as forças táticas que já existem. Quando nós criamos 17 Baeps, no
mínimo, nós vamos ter que ter pelo menos de 100 a 170 policiais na
administração desses Baeps - já perdemos efetivo aí. Mas, vamos ver o que vai
acontecer. Somos favoráveis à valorização do patrulhamento. Todo mundo sabe que
eu sou favorável à emancipação do Corpo de Bombeiros. O único Corpo de
Bombeiros subordinado à polícia é aqui em São Paulo. No mundo todo isso não
acontece.
Então, nós temos a nossa PEC 09/2015,
vamos insistir na emancipação do Corpo de Bombeiros para poder valorizar ainda
mais o nosso Corpo de Bombeiros e a nossa Polícia Militar.
E eu não posso deixar de falar
novamente na Previdência. É uma coisa que me preocupa muito. A televisão
diariamente tem falado na Previdência. Hoje eu recebi uns e-mails mal-educados
e alguns atos mal-educados - aliás, é o que eu tenho recebido mais ultimamente
- que dizem o seguinte: que eu estou preocupado com a reforma da Previdência
porque vai acabar com o privilégio dos policiais. É a primeira vez que eu ouço
falar que a polícia tem privilégios. Queria saber qual o privilégio do
policial. E quem fala em privilégio eu falo o seguinte: vem sentar com a gente
numa viatura para ver qual o privilégio que um policial tem.
Então, nós não estamos falando em
privilégio, estamos falando de direitos. Estamos abrindo mão de direitos dos
trabalhadores. E não é só de policiais, professores, não é só do funcionalismo.
O trabalhador rural também vai ser prejudicado. O trabalhador chão de fábrica
vai ser o principal prejudicado, porque eu quero ver quem é que vai contratar
um trabalhador de 60 anos para trabalhar numa limpeza, para trabalhar num
serviço pesado. Isso não vai acontecer. Então, todo o trabalhador vai ser
prejudicado.
Eu já disse, vou repetir, vou bater
nessa tecla: nós não podemos deixar essa Previdência da maneira que está vindo.
É um absurdo. É um absurdo para todo trabalhador brasileiro. E quem acha que
não vai ser atingido, cuidado, porque está cometendo um grave erro. Ele, ou
certamente alguém da família dele vai ser prejudicado e muito prejudicado.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB – Convidamos
agora o nobre deputado Coronel Olim. (Pausa.) Nobre deputada Isa Penna.
(Pausa.) Nobre deputado Sargento Neri. (Pausa.) Nobre deputada Erica
Malunguinho. (Pausa.) Nobre deputada Janaina Paschoal.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Obrigada Sr. Presidente, cumprimento a todos os parlamentares presentes,
funcionários da Casa, cidadãos presentes - ah, os alunos foram embora, que pena
- Dr. Aluízio, que está aí para nos prestigiar.
Hoje, nós temos vários projetos que
estão em pautam inclusive estão na pauta da reunião de líderes e dentre esses
projetos tem o Projeto de lei nº 1363/15, que trata da permissão da venda de
bebidas alcoólicas em estádios de futebol.
É um projeto, pela reunião que houve
hoje na nossa bancada, que é polêmico até na bancada, não é? O deputado Douglas,
inclusive, lançou nas suas redes sociais uma espécie de enquete para ouvir os
seus eleitores.
Eu gostaria de antecipar a minha
posição a esse projeto e, inclusive, antecipar até mesmo meu voto se,
eventualmente, o projeto vier à votação neste plenário.
Eu entendo firmemente - firmemente -
que nós devemos manter a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios
de futebol. Entendo isso, não é nenhuma questão ideológica contra empresas,
contra... nada disso. Eu entendo isso com base na experiência que tive na
condição de presidente do Conselho de Entorpecentes de São Paulo por quase
cinco anos, acho que quase cinco anos, no início da década dos anos 2000.
Nesta vivência, eu pude perceber que o
álcool é uma das drogas mais criminóginas que há. Se nós fizermos um
levantamento no tribunal do júri vamos verificar que existe uma incidência de
álcool nas cenas de crime incomparável com relação às outras drogas.
Com isso, eu não estou defendendo as
outras drogas, não é isso. Mas, eu acho que é necessário nós olharmos para essa
situação de maneira um pouco distanciada.
O deputado proponente, com todo o
respeito, na exposição de motivos, diz que os conflitos que há nos estádios não
envolvem álcool, mas, sim, drogas ilícitas. Bom, se há drogas ilícitas é porque
a fiscalização, o policiamento, está pecando.
Então, nós temos que melhorar. O fato
de eventualmente haver conflitos envolvendo drogas ilícitas não afasta a
necessidade de nós controlarmos a entrada de drogas lícitas.
O deputado também alega, na exposição de
motivos, que é necessário permitir a venda de álcool porque as pessoas que vão
para o estádio, os torcedores, demoram para ingressar no estádio porque ficam
até o último minuto bebendo na porta do estádio.
Eu não acredito que esse seja um
argumento para que nós permitamos a venda de álcool dentro do estádio. O álcool
é criminógino, sim, o ambiente no estádio já é um ambiente que é propenso ao
conflito. Qualquer tipo de agente externo que, vamos dizer assim, potencialize
esses conflitos acaba sendo deletério.
Então, me parece necessário olhar para
isso de uma maneira um pouco mais distanciada. Não é moralismo,
proibicionismo... é uma questão fática.
E eu aproveito para dizer também que
tem uma posição pessoal. Ontem, quando soube que esse projeto entraria em
pauta, estudando o projeto, eu até tive a ideia de fazer um outro projeto de
lei sobre a matéria, porque eu tenho uma questão pessoal referente a bebida
alcoólica nas universidades no Brasil - não é nem só em São Paulo, não é?
Eu, como professora universitária, sou
testemunha de que os nossos jovens estão bebendo como nunca antes beberam; e é
necessário que nós façamos alguma coisa a respeito.
Se, eventualmente, entendermos que não
somos competentes para fazer com todas as instituições de ensino - eu entendo
que somos -, pelo menos que façamos com relação às universidades públicas.
Não é possível que nós continuemos
calados diante das festas de open bar que ocorrem dentro das universidades
públicas, com todas as consequências que lhes são inerentes; inclusive, com
jovens, infelizmente, praticando e sendo vítimas de crimes graves.
Então, eu antecipo aqui meu
posicionamento. Fico à disposição para discutir, de maneira mais detalhada,
essa pauta. E já digo que vou preparar um projeto com relação às universidades
públicas porque a gente tem que prevenir o uso e o abuso de álcool pelos nossos
adolescentes e jovens adultos.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputada Janaina Paschoal.
Continuando aqui com a nossa lista,
chamamos o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlão
Pignatari. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Monica da
Bancada Ativista. (Pausa.) Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.)
Senhoras
e senhores, vamos entrar agora na Lista Suplementar.
Deputado
Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Márcia Lia.
(Pausa.) Deputado Rafael Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.)
Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado
Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Léo Oliveira. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula.
O SR. LUIZ FERNANDO
LULA DA SILVA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero saudar todos e todas, saudar a
assessoria aqui presente, policiais militares, pessoal da galeria; o que me
traz hoje a este microfone é saudar e falar de um dia especial, o Dia Roxo, o
Purple Day. Purple Day nasceu no Canadá, com uma menina de nove anos, portadora
de epilepsia, junto com um grupo que defende o direito das pessoas com
epilepsia. Lançaram o Purple Day com foco de chamar a atenção da sociedade de
que a epilepsia é algo que está presente na vida do povo e que precisaria
deixar de ser tratada como um tabu, como é aqui no Brasil.
Nesta
Casa nós temos uma frente parlamentar, e eu queria convidar todas as deputadas
e deputados desta Casa. Eu acho que essa é uma luta de todos, para que nós
possamos lutar contra esse tabu, para que possamos lembrar o governo federal, o
governo estadual, governos municipais de que a epilepsia está no meio de nós,
precisa ser vista e precisa ser tratada.
É
fato que hoje o estado de São Paulo, o Brasil, os municípios estão totalmente
despreparados para se relacionarem com esse problema, com essa doença. Quero
chamar a atenção, por exemplo, se um deputado aqui tiver uma crise epiléptica e
tiver uma convulsão, ninguém nesta Casa está preparado para dar esse
atendimento, nem o professor na escola, nem a Polícia Militar, no meio do da
população. Enfim, nós precisamos efetivamente lembrar que existe uma coisa
séria no meio de nós que atinge um percentual de 4% da população brasileira e
que precisa ser cuidada e precisa ser tratada.
Então,
hoje, é o Purple Day. Esta aqui é uma camiseta que simboliza isso. A Assembleia
Legislativa estará, hoje, tem estado esta semana toda com uma luz roxa, e
queria convidar a todos e todas para um evento que terá nesta Casa amanhã,
organizado pelo ILP, Instituto Legislativo Paulista, que é o “Ciclo de
Epilepsia”, Sr. Presidente. Diversos olhares, médico, paciente, cuidadores, das
19 às 21 horas, no Auditório Teotônio Vilela, amanhã. A Assembleia Legislativa
estará promovendo um ciclo de palestras. É a segunda palestra que esta Casa
organiza. O tema é “Diversos Olhares Médico, Paciente e Cuidadores”.
Eu
tenho tido a honra, a pedido das associações que cuidam desse tema no nosso
país, de ser o coordenador da frente parlamentar que cuida dos direitos da
pessoa com epilepsia. E eu queria saudar a todos e todas, aos telespectadores
da TV Alesp e a todos os deputados aqui. Acho que temos que entrar nessa briga.
Queria convidá-los para que pudessem fazer parte, para que a gente possa
cuidar, trazer direitos. Só para se ter uma ideia, Emidio, um paciente com
epilepsia não tem direito a vaga de deficiência.
Ele não tem
direito a afastamento pela doença. Ele tem crises e não pode dirigir. Ninguém
contrata um paciente com epilepsia. E ele não é reconhecido no mundo jurídico,
não é reconhecido pela Administração Pública.
Então, a Assembleia Legislativa, há
dois anos, comprou essa briga. Queria convidar a todos e a todas, deputados e
deputadas, para que pudessem estar conosco. É uma frente naturalmente
parlamentar, suprapartidária, e o tema é a luta pelo direito das pessoas com
epilepsia.
Queria agradecer a oportunidade, Sr.
Presidente, e saudar todos os telespectadores. É uma honra falar olhando para o
meu sempre presidente, ex-prefeito da cidade de Osasco. Deus queira, Emidio,
que em 2020 a cidade de Osasco possa, mais uma vez, tê-lo como prefeito.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado Luiz Fernando.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, não
havendo mais oradores inscritos para o Pequeno Expediente, vamos então entrar
no Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Convidamos,
por permuta, o nobre deputado Ed Thomas.
O
SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente Gilmaci, é um prazer poder cumprimentá-lo à frente dos nossos
trabalhos hoje na Assembleia Legislativa. Cumprimento os deputados e as deputadas,
o público que nos visita nas galerias da Assembleia, o público que nos assiste
pela TV Assembleia, que é a TV da cidadania. Um agradecimento, sempre, aos
funcionários da Casa pela presteza, pelo que me ajudam dentro do meu mandato.
Sr. Presidente, venho a este chamado
Grande Expediente para falar de grandes pessoas. Quero fazer um agradecimento
muito, mas muito especial a um projeto que começou e que já está se
finalizando, que se chama Jepoe, em especial ao da cidade de Presidente
Epitácio.
É um projeto que fez a diferença na
vida das pessoas e, para não depender realmente da memória em relação aos
nomes, fiz questão de anotar e prestar essa homenagem ao 2º tenente PM Cláudio
Roberto de Souza, comandante de policiamento motorizado, CGP; à 3º sargento PM
Marisa Pereira da Silva, mentora e instrutora do Proerd; ao subtenente PM
Raimundo de Souza Ferreira, auxiliar do setor de comunicação social do 42º
BPM/I; à 3º sargento Solange Lombardi, do Corpo de Bombeiros; ao 3º sargento PM
José Carlos da Silva, função CGP da 1ª Companhia, PM do 42º BPM/I; ao 3º
sargento PM Carlos Roberto de Jesus, instrutor do Proerd.
O programa “Via Rápida 18” consiste na
oferta de cursos de qualificação profissional e de formação cidadã com ênfase
no ensino dos direitos fundamentais, visando a participação na vida estatal e
comunitária, mediante concessão de bolsa com prestação de atividades sociais e
comunitárias, que consistem em assistência aos equipamentos públicos,
regulamentado nos termos da Lei Estadual nº 16.079, de 2015; Decreto Estadual
nº 62.033, de 2016, e Resolução nº 32, de 2018.
Foi firmado um convênio entre a
estância turística de Presidente Epitácio, cidade eleita como o pôr do sol mais
bonito do Brasil, joia ribeirinha, juntamente com o Governo do Estado de São Paulo,
voltado a atender 110 jovens de 16 a 18 anos, com realização de curso de
formação cidadã, com aulas de higiene pessoal, primeiros socorros, noções de
direitos fundamentais, ética, educação moral e cívica, cidadania, igualdade e
inclusão, educação sexual, noções de trânsito, educação para o trabalho,
empreendedorismo, saúde e segurança no trabalho, educação financeira,
relacionamento harmônico com a natureza, desenvolvimento sustentável e ordem
unida, perfazendo 92 horas de aulas sob a gestão da Sra. Dulce Mara Rizzato
Menezes, a quem também presto esta homenagem, que é a secretária municipal de
Assistência Social, e à execução da Associação de Educação Ambiental Per Vita,
na pessoa da nossa querida Paulina. Houve também a conclusão dos cursos de qualificação
profissional: auxiliar administrativo, noções básicas de informática,
atendimento ao público e contabilidade. Ainda, panificação e confeitaria,
turismo, tudo isso com 120 horas.
Esse
é um projeto que começou e já está, infelizmente, terminando, e a gente torce
para que o governo abrace com outro nome, de uma outra forma, porque faz a
diferença na vida dos jovens, como fez na vida desses 110 jovens de 16 a 18
anos. Eu quero aqui mais uma vez dizer da homenagem e da gratidão ao tenente
Cláudio Roberto de Souza, sargento Marisa Pereira de Souza, subtenente Raimundo
de Souza Pereira, sargento Solange Lombardi, sargento José Carlos da Silva e
sargento Carlos Roberto de Jesus. A eles nossa homenagem, nosso muito obrigado.
Com
certeza fizeram a diferença na vida das pessoas, na vida desses 110 jovens. Lá
estando eu vi um relato de uma mãe que simplesmente disse: “Tinha três filhos,
dois eu perdi para a criminalidade, perdi para as ruas e esse encaminhado por
esse projeto do Governo do Estado”. Então, se for só uma pessoa com certeza já
valeu a pena.
É
lógico que nós temos uma discussão grandiosa hoje sobre economia, de como
melhorar, de como comprar, de como construir, de como ganhar dinheiro, mas sem
valorização humana, sem um foco voltado para a nossa juventude, com certeza
pouco disso dará certo e nós temos toda essa responsabilidade. Gestores
legislativos que somos, fiscalizadores, fazedores de projetos que somos, mas
acima de tudo, estar presente e estar perto e aprovar uns bons projetos que
possam melhorar a vida das pessoas e esse projeto aqui só está existindo por
causa da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Os
senhores puderam ouvir que dos nomes citados todos são da Polícia Militar,
gente que já prestou o trabalho ao Estado, que são a verdadeira bandeira do
Estado e que se propuseram a passar para esses jovens aquilo que já vivenciaram
e aquilo que aprenderam. O Estado tem ferramentas próprias, o Estado tem
equipamentos próprios, o Estado tem organização própria. É que o investimento
que é feito no ser humano, seja na criança, seja no adolescente, seja no jovem
ou no idoso não dá para inaugurar, não dá para soltar foguetes, não dá
manchetes garrafais, matérias grandiosas na televisão, sabe por quê?
Porque
não se inaugura gente. Não dá para colocar a placa num ser humano e inaugurá-lo
e aí o investimento acaba sendo pouco porque a visibilidade praticamente não
existe e isso é culpa da política, que quer uma maior visibilidade. Nós temos
que sair do discurso e ir para o recurso, que é o que melhora a vida das
pessoas, que é o que transforma a vida das pessoas.
No
dia de hoje, nós temos filas quilométricas aqui em São Paulo para seis mil
vagas de emprego, onde as pessoas vão ali colocar toda sua esperança, mas o
Estado como tem ferramentas e equipamentos - os municípios quase nunca - é
importante o investimento na qualificação profissional e foi o que foi feito
com esses 110 jovens em uma cidade. Há quem diga: “Presidente Epitácio é lá no
final do estado”. Não, é onde começa o estado, é onde eu moro, é lá nas
barrancas do Rio Paraná com o Rio Paranapanema.
É
onde começa o estado de São Paulo. Não é simplesmente no marco zero de São Paulo, de forma nenhuma.
Então, essa presença
do Estado nos menores municípios é necessária. E a nossa função aqui - e a
minha votação é distrital, é só naquela localidade, e não é a primeira vez que
tem dado certo, de forma nenhuma. Eu sou distrital ao extremo, trabalho pelo
interior sim, porque é a minha obrigação. É lá que realmente eu moro. E todos
dos grandes centros têm um pé no interior, vieram de lá, mas a política que
vemos é para as grandes localidades, para as grandes metrópoles. Lógico que com
problemas maiores, com muito mais gente, mas o estado tem que ser para todos -
e eu me senti na obrigação, hoje, neste microfone, de falar desses
trabalhadores da segurança da Polícia Militar.
Esse projeto para 110
jovens só deu certo, justamente, pelo uso, com certeza, dos trabalhadores da
segurança do Estado, que é a Polícia Militar do Estado de São Paulo. E gente
que já se ofereceu e já ofereceu o seu trabalho - e o Estado teve essa
visibilidade, mas, infelizmente, na troca de governo esse projeto deixa de
existir - só vai formar 110 e já acabou, não tem mais (porque houve uma troca
de governo e, agora, os projetos são outros).
Eu peço a
sensibilidade ao social do Estado, à segurança do Estado, à saúde do Estado,
para que veja com carinho e, se puder, seguir. Eu ouvi o relato só de uma mãe,
que falou: “Tenho três filhos: dois, eu perdi para o crime nas ruas e esse foi
salvo”. Eu creio que já tenha, realmente, valido a pena.
É claro que quando a
gente fala de coisas grandiosas, de imagens fantásticas, desperta muito mais a
atenção. Mas quando você fala de algo simples, que dá a cidadania e que
oportuniza sonhar, já não se é uma notícia tão alvissareira, que chame tanto a
atenção.
Eu quero parabenizar,
mais uma vez, Presidente Epitácio, a Polícia Militar, os jovens do Jepoe, e
obrigado pela tolerância.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Por permuta, convidamos a nobre deputada
Janaina Paschoal.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Ainda falando sobre os projetos que
eventualmente, ou possivelmente, serão objeto de votação hoje, eu queria
comentar o Projeto nº 7/2018, de autoria do deputado Campos Machado. Esse
projeto objetiva proibir a realização das famosas “lives” aqui no plenário.
Eu me sinto muito
confortável para falar sobre esse projeto porque eu já não sou tão jovem.
Então, se o projeto eventualmente vier a ser aprovado, eu pessoalmente não
serei impactada por ele. Mas, me parece que nós temos que estar abertos às
novas formas de fazer política. Com isso, eu não estou dizendo que seja a velha
política contra a nova política. Eu até não gosto muito desses extremismos. Me
parece que nós temos que aprender com o que há de bom na experiência e estar
abertos às inovações daqueles que estão chegando.
Há alguns deputados
na Casa, muitos jovens, que, na verdade, chegaram até aqui utilizando esses
recursos - são deputados de várias linhas ideológicas. Eu mesma demorei muito
para entender o que é uma “live”. Até hoje, quando eu tento, eventualmente em
uma exposição para mostrar uma obra de arte, para compartilhar com as pessoas o
que está acontecendo, eu começo a fazer a “live” e cai no meio do caminho - eu
acho que está filmando e não está.
Eu reconheço as
minhas limitações, porém entendo que nós temos que compreender que esses jovens
deputados que estão chegando, também jovens vereadores, jovens deputados
federais, jovens senadores, têm uma forma diferente de fazer política. E nós precisamos estar
abertos a essas renovações.
Então, eu gostaria de chamar a atenção
dos colegas para que, não necessariamente, quando falamos em renovação,
significa desmerecer o que ficou, o que é mais antigo, e dizer que o que é mais
novo é melhor. Não é isso. Mas, quem é da área de ensino, por exemplo, sabe
que, muitas vezes, somos surpreendidos pelos nossos alunos com ideias que, para
a gente, em um primeiro momento, parecem mirabolantes.
Eu sei porque, ao lado, por exemplo, da
sala de aula, temos a atividade de pesquisa, e eu sempre orientei muitos
mestrandos, doutorandos e sempre tive por premissa que nós devíamos ficar
abertos para as ideias dos pesquisadores, as ideias não só sob o ponto de vista
do mérito da pesquisa, mas também da forma.
Porque, se a gente disser para o
pesquisador “não, isso não pode”; “não, dessa forma não pode”; “não, nós nunca
fizemos assim”; “não, aqui não funciona desse modo”, nós estaremos fechando as
portas às inovações.
E o que as grandes nações têm de
melhor? A abertura para as inovações. Então, fico muito preocupada quando um
deputado apresenta, nesta Casa, um projeto para, vamos dizer assim,
inviabilizar uma nova forma de fazer política.
O deputado Campos Machado, em sua
exposição de motivos, ele diz que teme que eventualmente uma participação mais
próxima da população venha a gerar algum tipo de reação, de conflito. Eu
entendo a preocupação do deputado, entretanto, nós, que estamos aqui, em uma
atividade pública, inclusive sendo acompanhados neste momento pela TV Alesp,
pelo público, estamos, efetivamente, sujeitos a esse escrutínio social, a essa
fiscalização positiva que vai para além da fiscalização, mas, também, implica
um acompanhamento do que está acontecendo aqui.
Isso já é fato na Câmara Federal, já é
fato no Senado Federal, já é fato nos órgãos do Executivo, então não me parece
que estaríamos colaborando para a modernização da política, para a evolução da
política, proibindo os colegas de, eventualmente, fazerem as suas “lives” aqui
de dentro do plenário.
E, vejam, temos tido embates calorosos
aqui, embates vários, e até agora ninguém utilizou essas ferramentas para
nenhuma finalidade. Eu não acho que seja adequado, interessante, que nós
façamos isso nesta Casa. Já deixo aqui, acredito que bancada inteira vá votar
contra esse projeto, mas independentemente, já quero deixar aqui, explícita, a
minha posição.
Acho que devemos entender que a
política é uma atividade como qualquer outra na sociedade e todas as atividades
estão passando por um processo de evolução. A tecnologia está aí para ser
usada.
Então, não adianta querermos nos
esconder dessa revolução tecnológica. E quem está dizendo isso é uma pessoa que
tem muita dificuldade com essa tecnologia, então não estou falando pelo meu bem
pessoal, estou falando pelos meus colegas mais jovens, que têm o direito de
fazer política de maneira diferente.
Também gostaria de fazer um comentário,
e sei que é um tema muito delicado, que acaba gerando paixões, mas seria um
convite que eu faço para a sociedade. Tem menos a ver com a Assembleia e mais
com o País inteiro. Diz respeito ao 31 de março. Estamos nesse embate em torno
do 31 de março, se o 31 de março foi golpe, se o 31 de março foi revolução, se
haverá comemorações pelo 31 de março, se haverá protestos pelo 31 de março, e
eu gostaria de compartilhar com a nação uma posição pessoal, quase um pedido.
Eu entendo que nós temos que virar a
página. Acho que chegou um momento... a história... eu sei que ela é cíclica,
que a gente tem que sempre estar atento ao que aconteceu de ruim no nosso
passado para que isso não possa se repetir, tenho consciência plena disso, mas
deve haver um desejo de caminhar para
frente.
Nós viemos de
alguns anos em que houve todo um revirar dos fatos, do período que uns
chamam de ditadura, outros chamam de revolução. Eu não vou brigar por isso
aqui. Houve todo um olhar para esse período. Pode ter havido alguns
exageros nesse olhar, mas foi importante fazer essa visita ao nosso passado
recente. Houve um tratamento, vamos dizer assim, das autoridades que estiveram
no poder como sendo um golpe. Agora nós temos um presidente da República que
tem outra visão. Eu respeito as duas visões, acho que nós estamos numa
sociedade plural.
Mas não me
parece saudável nós simplesmente, vamos dizer assim, virarmos a visão. Então,
se houve uma visão extremista até pouco tempo, não me parece sábio, não me
parece saudável, não me parece positivo que nós façamos uma inversão.
Qual é o
convite que eu venho fazendo ao País já há muito tempo? Está na hora de virar a
página, está na hora de a gente ver qual é a proposta daqui para frente, está
na hora de, no lugar de fazer comemorações ou tantos protestos, nós
programarmos qual vai ser o futuro e até o presente desta Nação.
Com isso, a
gente não quer tirar o direito dos vários grupos se manifestarem, defenderem
seus posicionamentos. Todos têm esse direito, que eu considero o sagrado,
mas está na hora de andar para frente, porque, assim, de novo nós estamos em um
embate: foi golpe ou foi revolução, vai ter festa ou vai ter protesto?
Será que não
é melhor parar de olhar para 64 e começar a olhar para 2019, 2020,
2021, 2022, sem, claro, deixar de ver o que foi feito de errado para
evitar que novos erros ocorram no futuro? Parece-me que a sociedade clama por
essa virada de página, então é uma solicitação.
Hoje nós
estamos no dia 26. Faltam alguns dias para o dia 31. Eu tenho sentido em
todos os veículos de comunicação um clima de acirramento, de novo, diante desse
fato histórico, desse momento histórico. Eu respeito todos os
posicionamentos. Por óbvio, eu tenho o meu. Mas não me parece saudável que nós
reinauguremos um 64. Está na hora de pensar em 2019 e daqui para diante.
Eu agradeço a
atenção de todos.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB
- Obrigado, deputada Janaína
Paschoal. Convidamos agora o nobre deputado Frederico d'Avila. Tem V. Exa. o
tempo regimental de dez minutos no Grande Expediente.
O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todas e a
todos.
Gostaria aqui
de me dirigir ao Sr. Presidente e aos demais membros da Casa dizendo que
cheguei agora há pouco de Brasília, onde tive o prazer de estar com o Sr.
Presidente da República na data de ontem, com o ministro Tarcísio Gomes de
Freitas, também com a ministra Tereza Cristina, com o ministro secretário da
Previdência Rogério Marinho e também com o general Santos Cruz, ministro da
secretaria, chefe de governo.
O que nós
vimos é que o clima lá no Planalto é totalmente dissonante do que vem
aparecendo na imprensa, deputado Castello Branco. As notícias não condizem
com a realidade. Inclusive, ontem, durante a minha audiência com o Sr.
Presidente, havia o comentário de que o ministro Paulo Guedes estaria pedindo a
sua demissão do governo. Naquele momento ele estava recebendo uma série de
empresários e entidades do setor empresarial.
O presidente
está confiante na reforma da Previdência. Não é do interesse de diversos
segmentos que ela seja realizada, bem como outras medidas do governo que estão
sendo tomadas, não é do interesse de diversos grupos, sejam
eles de que partido forem. Está acontecendo um belo freio de arrumação,
deputado Danilo Balas, que foi da Polícia Federal e sabe que o nosso presidente
não foi demovido, em nenhum momento, daqueles ideais e princípios que o moveram
durante a campanha para presidente da República.
Essa é a mensagem inicial que eu
gostaria de passar. Em relação ao projeto que tramita aqui, o 147, sobre os
defensivos agrícolas, eu estava verificando, junto à professora Janaina e aos
demais colegas. E é o seguinte: todas aquelas normatizações que estão ali
descritas, no 147, já existem na atual legislação. Pelo que eu pedi para a
minha assessoria levantar, o que acontece ali é que são estabelecidos mais
poderes no que diz respeito à multagem e à cobrança de valores pelas eventuais
autuações que sejam feitas.
Não vejo cabimento nessa lei, porque
tudo o que está ali descrito já é praticado pelas empresas e pelos produtores
rurais que se utilizam de defensivos agrícolas. Uma questão bastante importante
que coloquei para a deputada Janaina é a questão de que as moléculas dos
defensivos são produzidas basicamente por empresas de sete países do mundo:
Estados Unidos, Israel, Alemanha, Suíça, Japão e Índia. Esses países têm um
controle médico fitossanitário muito rigoroso, e aí o que acontece é que o
produto de lá é o produto daqui. O produto que o agricultor usa na Alemanha, na
Holanda, na França e nos Estados Unidos é o que usa aqui. É uma plataforma
mundial de defensivos agrícolas das empresas.
Então, não vejo, na Lei no
147, nenhum fundamento para evoluir com ela, uma vez que o ponto tratado ali é
só no que diz respeito à questão de cobrança de multas, poder de polícia.
Enfim, questão que já vem sendo praticada, como a tríplice lavagem, a devolução
das embalagens, pelo produtor, já lavadas, para serem recicladas. Isso já
ocorre; a utilização dos EPIs, os equipamentos de proteção individual, já
acontece também. Então, não vejo o porquê dessa modificação, que se não me
engano é da Lei no 15.266, de 2012, que seria alterada por esse
Projeto de lei no 147.
Para finalizar, Sr. Presidente, eu
queria cumprimentar o Major Mecca. E digo que o que a professora Janaina falou
sobre o 31 de março... Há de se lembrar, professora, que a então presidente
Dilma Rousseff proibiu as comemorações do dia 31 de março nas unidades
militares do Brasil inteiro. Ela proibiu; não podia se falar absolutamente
nada. Como a senhora bem disse, cada um tem um entendimento. O entendimento que
eu tenho é que nós tínhamos um presidente fraco, covarde, que saiu fugido no
meio da noite, foi para o Uruguai. Não foi disparado sequer um tiro naquela
ocasião. Então, ele deixou vaga a presidência da República, como declarou o
senador Auro Soares de Moura Andrade, que declarou vaga a presidência da
República. E quem assumiu, no lugar dele, foi o deputado Ranieri Mazzilli, no
dia quatro de abril de 2019. Sendo assim...
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Veja bem, eu estava ouvindo agora há pouco a deputada
Janaina Paschoal falar sobre essa questão; aliás, uma fala moderada, ponderada,
sobre essa questão, porque não é hora de revisitar. Agora, me diga uma coisa:
nenhum país pode comemorar golpe de Estado. Porque quando você tem um governo
eleito democraticamente e forças militares depõem aquele governo, isso tem um
nome: se chama “golpe”. Pode ser golpe civil ou pode ser golpe militar. Aquele
foi um golpe militar, e o Brasil inteiro conhece essa história. Dizer que o
presidente João Goulart saiu daqui por vontade própria, porque quis sair, fugido,
o senhor sabe a situação que já tinha sido criada. Os militares tinham dado
esse golpe. Isso, hoje, não tem nada a ver com os militares de hoje, mas isso é
a história do Brasil.
Eu
acho que ela não pode ser jogada no lixo ou contada por quem não pode se defender.
O presidente João Goulart foi o primeiro presidente a viver no exílio, e morreu
no exílio, sem condição de poder terminar o seu mandato, por um golpe militar,
não foi por outra razão, foram tanques na rua, foi o Exército na rua que
derrubou o presidente.
O SR.
FREDERICO D'AVILA - PSL - Queria aqui agradecer as palavras do nobre deputado, mas
queria dizer que o meu pai tem 88 anos e viveu, ativamente, essa época, na
idade que eu tenho hoje, e eu considero que meu pai é uma figura a ser
respeitada. Ele dizia que, naquela ocasião, o que aconteceu é que o Sr. João
Goulart era uma pessoa bastante rica, tinha bastantes fazendas no Rio Grande do
Sul e no Uruguai, fazia aquele velho jogo político de populismo com a população
e viva nababescamente muito bem, ele e o seu grupo político, do qual
participava o Sr. Leonel Brizola.
A
notícia que se tem é que não foi disparado nenhum tiro pelo Exército
Brasileiro, pela Força Aérea Brasileira ou pela Marinha do Brasil. O Sr. João
Goulart fugiu na calada da noite. Acompanhado do general, fugiu para o Uruguai,
como um covarde. Os senhores podem até dizer que, no Chile, o presidente
Salvador Allende morreu lutando. Ele morreu, realmente, lutando, porque morreu
dentro do palácio. O Sr. João Goulart saiu fugido que nem um rato sai, à noite,
de uma ratoeira.
Então,
eu quero dizer que a comemoração do 31 de março, ela é legítima, porque o que
aconteceu ali foi um abandono da cadeira da Presidência, deputada Valeria
Bolsonaro, e foi anunciado pelo senador Auro de Moura Andrade, ela ficou vaga
por três dias. No quarto dia, assumiu o deputado Ranieri Mazzilli. E aí,
depois, transcorreram as eleições parlamentares. Inclusive, o deputado Ulysses
Guimarães e o deputado Tancredo Neves, que estavam na Casa, votaram no marechal
Castello Branco, tio-avô do nosso deputado Castello Branco.
Então,
de golpe, não tem golpe nenhum, o que tem é um foragido da noite, que tinha uma
fazenda muito confortável no Uruguai, muito confortável, porque eu conheço
gente que frequentou a fazenda do Sr. João Goulart, no Rio Grande do Sul, e
todos os luxos ali eram visíveis aos olhos dos convidados que ali passavam.
Obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - PRB - Dando continuidade à nossa lista
do Grande Expediente, convidamos, agora, por permuta, o nobre deputado Paulo
Fiorilo.
O SR. PAULO
LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, telespectadores da TV Alesp, público presente, leitores do “Diário
Oficial”, antes de iniciar o tema que eu quero tratar no Grande Expediente,
queria fazer só uma observação.
Eu ouvi atentamente aqui o discurso do deputado
Frederico e o aparte do deputado Emidio de Souza, e eu confesso que acho que
nós vamos ter que fazer um grande debate sobre história aqui, história do
Brasil, até porque eu não entendi o que significa, se o cara tinha fazenda, se
o Exército foi para as ruas para tirá-lo, não é?
Acho que é preciso reconhecer: houve um golpe, um
golpe militar. O presidente foi deposto. Se ele foi para o Uruguai, se o
deputado quer dizer que ele fugiu como um rato, é uma opção do deputado. Agora,
nós não podemos reescrever a história, um erro crasso. Aliás, essa é a
tentativa constante do PSL, do presidente Bolsonaro. Ao final, eu vou fazer
referência a isso.
Queria tratar do seguinte assunto aqui: hoje...
O SR. FREDERICO D'AVILA
- PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quem apagava fotos dos
seus inimigos era Josef Stalin, não era o regime militar.
O SR. PAULO LULA
FIORILO - PT - Sim, deputado, eu vou ajudá-lo. Stalin
não estava aqui, quando o regime deu o golpe no João Goulart. Então, assim, eu
não sei de onde o senhor quer colocar situações. Se quer tratar do Stalin, a
gente trata da questão da Revolução Russa, não tem problema. Agora, apagar a
história está mais para o PSL do que para o Stalin, neste momento.
O SR. FREDERICO D’AVILA - PSL -
Quem apagava a história era o Sr. Josef Stalin, que inclusive mandava apagar
pessoas das fotos e reescrever a história, do jeito dele.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Talvez a gente
pudesse recuperar aqui quantos foram apagados pela ditadura militar.
O
SR. FREDERICO D’AVILA - PSL - Quem mandou suprimir
as comemorações do 31 de março foi a dona Dilma Rousseff. Não foi o PSL.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Deputado, eu agradeço
aqui a sua contribuição, mas quero registrar que quem quer apagar a história é
o PSL, é o Bolsonaro, depois vou dizer o porquê. É só aguardar até o final
deste discurso. Vou conceder um aparte ao deputado Emidio, porque eu queria
entrar no meu discurso.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - COM
ASSENTIMENTO DO ORADOR - Muito rápido, senão V. Exa. não fala o que tem para
falar. Eu acho impressionantes essas coisas aqui. Quem está tratando de Stalin
aqui? Alguém aqui está reivindicando defesa de Stalin?
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Nem o PT reivindica.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Nem o PT. Alguém acha que os americanos não
cometem crimes no mundo inteiro, nas guerras que promovem? Agora, o que me
espanta: nós estamos falando de presidentes vivos. Eu estou falando de um
presidente, que é o Bolsonaro, que foi no Paraguai agora ressuscitar um
presidente, que é o Stroessner, que é julgado por estupro de menores, o tempo
todo, e ele foi lá saudá-lo.
Foi no Chile saudar outro presidente.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pinochet.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - É o Pinochet,
responsável pela morte de milhares e milhares de pessoas. Agora as pessoas
estão com medo do dia que ele for visitar a Alemanha. Quem é que ele vai
saudar?
Bom, eu queria retomar aqui a
discussão, porque senão eu não consigo concluir. Nós acompanhamos,
recentemente, um debate na cidade de São Paulo sobre a questão dos Jetons. Acho
que todos os deputados acompanharam. O prefeito Bruno Covas, do PSDB, resolveu pagar
Jetom para secretários.
O valor dos Jetons é um valor variável.
O secretário Mauro Ricardo disse que o valor é muito baixo, deveria ser dez mil
reais de Jetom para cada secretário que ocupasse um conselho.
Bom, no dia de hoje a gente teve a
notícia dos conselheiros do estado de São Paulo. São 19 empresas públicas, 212
conselheiros. A matéria é da CBN. Eu até queria perguntar se é possível a gente
ouvir uma parte da matéria. Pode ser?
*
* *
- É reproduzido áudio.
*
* *
Obrigado. Eu acho que é importante aqui
dizer que ninguém é contra que as empresas tenham os seus conselheiros. Ninguém
é contra que eles possam ter uma remuneração. Agora, o estado de São Paulo, através do
PSDB, criou uma novidade, décimo terceiro para conselheiro.
O conselheiro ganha quando vai a uma
reunião, e ele tem direito a uma reunião por mês. Agora, ganhar décimo
terceiro? Eu queria registrar aqui que nós estamos representando ao MP, e
pedindo que o Tribunal de Contas também se manifeste com relação a isso.
Bom, eu queria retomar a discussão
inicial por outro viés, que eu acho que é o que é mais claro para gente. O guru
do PSL, o professor de filosofia online, ou astrólogo, como alguns têm dito,
disse o seguinte...
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - V. Exa. me permite...
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - No momento oportuno.
O Olavo tem contestado apoiadores de Bolsonaro. Ontem, antes dos comentários de
Malafaia, sugeriu a criação de um medidor de bolsonarismo, para identificar
quem realmente está comprometido com o governo.
“O presidente disse que o grande objetivo de sua vida e do seu governo
é eliminar a ideologia esquerdista. Quando todos os seus pretensos aliados têm
a mesma prioridade, não está na hora de fazermos um medidor de bolsonarismo,
para separar as ovelhas dos bodes?”.
Bom, primeiro dizer para o Olavo que
comparar ovelha com bode já não deu certo. Ovelha é uma coisa e bode é outra. A
segunda coisa é que, assim, quem sabe a gente podia criar um medidor de
bolsonarismo.
Mas é um medidor que tem o quê? Acho que é isso que ajuda a gente a entender a lógica dos que são do PSL. Primeiro: temos o Olavo e o presidente. Segundo: qual é a lógica? Acabar com o comunismo. A lógica é essa. E quem não é comunista vai virar comunista. Por quê? Porque é contra o Bolsonaro. Não é possível.
E aí a gente vai entrar no “universidade para todos é balela”. A gente vai entrar nas discussões que foram feitas, nos Estados Unidos, de rebaixar o Brasil. Esse é o Olavo, propondo que os seus seguidores continuem nessa lógica de defender o bolsonarismo. Aqueles que acham que é preciso ter um medidor, é porque estão preocupados com o PSL. Estão preocupados com os parlamentares, com os alunos, com os ministros.
Esse é o governo do PSL. Nós precisamos ter muita atenção. Porque a lógica é sempre destruir as políticas públicas que foram construídas. E o que coloca no lugar? Nada. Porque não tem programa de governo. Porque a gente não sabe o que eles querem. Aliás, nem sei se eles sabem o que eles querem. É essa a grande dúvida.
O que acontece? As pesquisas mostram: a redução da aprovação do governo Bolsonaro, que começou com ótimo e bom com 49% e chegou a 34%. Essa é a resposta para um governo, como esse, que tem dificuldades para poder dar respostas a quem mais precisa. Deputada Janaina.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Eu queria, na verdade, me unir a V. Exa. quando questiona esse aspecto dos conselhos. Esse é um tema que me preocupa há muitos anos. Não só na esfera municipal e estadual, mas também na federal. Porque é uma prática, de longa data, de dar esses cargos para ministros e secretários. Houve até no governo do PT. Todo mundo sabe. Não quero falar de partidos. É a prática. Esta prática vem, de certa forma, para burlar o teto constitucional.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Exatamente.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Então me parece que é uma iniciativa louvável, de V. Exa., independentemente de partidos, que nós olhemos para isso. Porque, de certa forma, a necessidade de fazer reformas se deve, também, a essas práticas. Porque falam “tem o teto”. Mas, quando a gente vai ver, a pessoa ganha o dobro do teto. Então é necessário parar e refletir sobre isso em todas as esferas. Se a pessoa decidiu servir o público, que sirva pelo salário do seu cargo.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Eu queria só aproveitar para fazer um adendo. A mudança feita aqui em São Paulo, o Coronel Telhada deve se recordar. Quando houve, aqui, a criação dos conselhos, eles eram remunerados. Depois eles deixaram de ser remunerados. E agora, numa manobra em São Paulo, voltaram. Aqui, nesse caso específico do estado, é de 2018. Mas tem décimo terceiro, o que é um absurdo total.
Eu não questiono a legalidade de ter, o conselheiro, uma remuneração para participar de uma reunião por mês. Mas não podemos ter esse abuso, de conselheiros ganhando até 12 mil reais para ultrapassar o teto constitucional.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Isso! Estou me solidarizando com a sua demanda. Não só com relação ao décimo terceiro. Mas, também, com relação à remuneração. Porque eu entendo que é inadmissível que um secretário, um ministro, ocupem um cargo para ganhar uma porcentagem significativa por uma reunião. É isso, obrigada.
O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para concluir, Sr. Presidente. Quero dizer que esse tema a gente vai ter que retomar mais vezes. Até porque a gente está falando de um montante de 15 milhões, que poderiam ser utilizados na Saúde, na Educação, no Transporte e na Segurança.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Só um minuto, vou convidar o próximo orador.
Dando continuidade.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra a nobre deputada Adriana Borgo (Pausa.) Por permuta, tem a palavra a nobre deputada Professora Bebel.
Pela ordem, deputado.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente e Srs. Deputados, eu só queria dar ciência, à Casa, que estamos recebendo o comandante geral da Polícia Militar, o coronel Sales. (Palmas.). Ele está acompanhado do subcomandante da Polícia Militar, o coronel Alencar. E, também, do coronel Guillarducci. Eles estão acompanhados do Major Meca e do Major Mauro.
Eles estiveram na reunião do Colégio de Líderes, onde eles vieram
trazer o abraço da Polícia Militar e
colocar a nossa Polícia Militar à disposição da Casa. Muitos deputados novos
talvez não os conheçam. E também trouxeram o anseio de que nós estaremos
recebendo um projeto de interesse da Polícia Militar, para o qual conversaremos
com os deputados, pedindo o apoio de todos.
Os três comandantes são os que hoje comandam a nossa Polícia Militar. São 90 mil homens em 645 municípios, 24 horas por dia trabalhando pela segurança da cidade. Obrigado, comandante. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre Coronel Telhada, obrigado. Coronel Sales, seja bem-vindo a esta Casa com os demais coronéis. Esta Casa aqui é de Vossa Excelência. Receba aqui os cumprimentos de todos os deputados desta Casa. Parabéns e bom trabalho aos senhores.
Com a palavra a deputada Professora
Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente, cumprimento a Mesa, cumprimento também a
assessoria, cumprimento também todas as Sras. Deputadas, Srs. Deputados
presentes neste plenário e o público presente, que também está nos acompanhando
nesse momento, assim como a TV Alesp que nos acompanha.
Eu estava até desistindo de falar, mas
a coisa esquentou tanto, presidente, que é uma coisa que a gente se vê obrigada
a falar.
Vou mencionar a deputada Janaina Paschoal
porque na sua fala ela não se posicionou contra ou a favor. Não. Ela faz um
chamado “olha, não olha para trás, vamos olhar para frente.” Eu tenho cá
comigo, deputada, o seguinte: a história é método de análise. A gente tem a
história não talvez para nos debruçarmos nela em avançar. Mas ela é um método.
Eu pelo menos tenho uma concepção - e aí não se arrepiem - mas concepção dialética da história. Ela não
é algo linear em que a gente faz uma superposição de fatos, de datas e que as
coisas vão se acontecendo. Não, são um conjunto de fatores que acontecem na
estrutura política e na superestrutura e que levam a um fato político com
diferentes olhares. Entendo a história desta forma.
Então, quando a gente é chamado a
refletir sobre o movimento de 64 expressa, e aí, por isso que nós somos de
concepções diferenciadas e eu vou na concepção do que chama atenção o nobre
deputado Emidio - vou chamar ela de nobre também. Porque quando o deputado
Emidio fala, aparta, e diz “não, não podemos entender, e não foi, os livros não
tratam desta forma - nem os livros - o Jango não saiu fugido, ele foi deposto.”
Deposto porque defendia uma pauta popular, uma pauta de atender a pobreza, uma
pauta mais... não é, e sem confronto. Isso que era interessante. Era uma pauta
assim. E não agradou a elite naquele momento. Isso é bom a gente refletir.
Agora, se eu venho para um caso mais
recente, vai ser difícil, deputada Janaina, eu admitir que a presidenta Dilma
Rousseff não levou um golpe. Eu sinto que sim. Não é o sentimento, mas porque
eu entendia, também, que o Partido dos Trabalhadores tinha a sua pauta popular,
e que não agradou a elite, porque tinha também a questão do pré-sal, as
riquezas nacionais que estavam aí e que, enfim, deu tempo, no olhar de quem
entendeu assim.
Então, eu não consigo, de certa forma,
debater sem ter essa concepção. É desta forma que eu vejo. E sem ódio. Debato
tranquilamente isso sem ódio. Porque, se eu não olhar para trás e não olhar
para a frente e ser só chamada a olhar para a frente, eu estou sendo chamada a
olhar sem ser visionária; simples assim. Porque, veja bem, nós estamos há mais
de três meses do governo eleito, eu não vou chamá-lo de golpista, ele foi
eleito. Não chamo de golpista. Foi eleito. Chamava Michel Temer de golpista,
usurpador. É desta forma que eu entendo. Perdemos as eleições e nós aceitamos o
resultado da eleição. Isso é papel de partido, isso é papel de quem pensa o
Brasil.
Mas se olhar para frente e olhar a
reforma da Previdência, por exemplo, eu não consigo ver, o senhor consegue,
deputado Emidio, ver possibilidade, vislumbrar crescimento econômico com essa
reforma da Previdência? Não consigo. Em hipótese alguma eu consigo.
Essa reforma da Previdência, na
verdade, é paralisante. A grande questão é que este País precisa de um plano
econômico. Este País precisa de um plano econômico que resolva emprego, que
resolva as questões referentes - vou dar um aparte, nobre deputado, com toda a
honra - à valorização do salário mínimo e resolva a questão da pobreza.
Porque, do contrário, nós não vamos
avançar.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - COM ASSENTIMENTO DA
ORADORA - Deputada Bebel, apenas para cumprimentar V. Exa. e completar no
sentido de que o que se compara o período do regime militar com agora é a mesma
coisa no sentido de retirar direitos da classe trabalhadora.
A senhora sabe que em 1967, três anos
após o início do regime militar, eles acabaram com a estabilidade no emprego
daquela época e criaram o chamado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
O trabalhador ia buscar o emprego: ele
tinha que optar. É por isso que a chamada era opcional, para quem queria aderir
ao fundo de garantia ou para quem queria não aderir e continuar com
estabilidade.
O problema é que cada empresa, se o
trabalhador dissesse que não queria optar, ele simplesmente não seria
contratado. Então, foi o primeiro presente de grego dado pela ditadura militar
aos trabalhadores brasileiros.
Agora, nós temos um governo eleito,
porém um governo sob tutela militar e um governo de alguém que acredita nas
ideias dos militares - não naquelas ideias de desenvolvimento da
infraestrutura, que eu acho que os militares deram essa contribuição ao País.
Agora, em termos de direito o que
aparenta agora? Uma reforma da Previdência que retira direitos; uma reforma da
Previdência que acaba... Não é uma reforma, é um desmonte, da Previdência
Social, que diz o seguinte: acaba primeiro com o Benefício da Prestação
Continuada - BPC -, que é, deputada Bebel, uma fonte de renda para milhões e
milhões de pessoas pobres, que não conseguem ter acesso a nada.
Eu pergunto o que ajuda o País a tirar
de quem não tem quase nada. Depois, pega a aposentadoria, cria um sistema onde
cria um sistema de idade mínima, e combinado, combinado, com a reforma
trabalhista.
Veja só uma coisa: quando é que um
trabalhador hoje, nas regras da nova CLT, quando é que ele vai atingir esse
tempo de contribuição com o trabalho intermitente, com as empresas trabalhando
três meses, podendo ir para outra? Ela não tem. Ficando três meses em casa, ele
não vai atingir isso nunca.
Ou seja, não é uma reforma destinada a
combater privilégios; é uma reforma destinada a fazer o governo gastar menos. E
gastar menos com quem?
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Com a classe
trabalhadora.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Gastar menos com
quem precisava gastar, e não com quem sempre obteve as vantagens do Estado.
Obrigado.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Muito obrigada,
deputado. Com isso, quero dizer que a gente tem que fazer um debate muito mais
preciso de o que é direita e o que é esquerda, comunismo, socialismo.
Porque, se tem uma coisa que... Eu não
entendo dessa forma. Por exemplo, a gente pode trabalhar na “perspectiva de”,
mas eu não entendo. Quero ver se meus companheiros também concordam com isso: o
governo do PT não foi um governo comunista. Oxalá o fosse.
Na concepção que a gente defende -
socialista - não foi. Mal e mal, uma social democracia. E quem reivindica ser
social democracia não o é, que é o PSDB. É liberalismo. Entendeu?
Então, esse debate precisa ser melhor
precisado. A gente não pode vir aqui no microfone - pode, até, como disse a
deputada, naturalmente, a gente está dentro de uma democracia, a gente fala, é
uma prerrogativa nossa. Mas, eu acho que a gente precisava precisar mais.
Eu acho que o Bobbio coloca muito essa
questão de direita e de esquerda. Eu acho que a gente precisa dar uma precisada
nisso. O que é direita e esquerda? O deputado Campos Machado falou: “Quem pensa
status quo é de um lado; quem pensa na mudança é do outro”.
Não
é simples assim. Hoje você tem outra conformação e que a gente, às vezes, pela
pauta, a gente se unifica. Se a pauta é em nome de um bem maior, a gente se
unifica. É em nome da democracia? Estamos juntos. É dessa forma, hoje, que se
pensa.
Então,
eu agradeço. Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra, agora, o nobre
deputado Agente Federal Danilo Balas.
O SR. AGENTE FEDERAL
DANILO BALAS - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhoras e
senhores, cidadãos aqui presentes, e mais uma vez os aguerridos da Emplasa
estão mais uma vez aqui. Eu os recebi em meu gabinete, e vamos falar da parte
prática do que está na Ordem do Dia, hoje.
Senhoras
e senhores, Srs. Parlamentares, funcionários desta Casa, são sete projetos que
o Colégio de Líderes discute, e vou falar de dois deles. O primeiro é o Projeto
de lei nº 01, de 2019, do Excelentíssimo Sr. Governador do Estado, João Doria,
que trata da inclusão de sociedades no Programa Estadual da Desestatização.
As
privatizações: desde já, sou a favor de parte das privatizações, desde que, por
exemplo, não afrontemos a segurança nacional. O nosso governador apresentou um
projeto com três artigos, e no Art. 1º ele pede a desestatização de seis empresas,
e mistura a Dersa, que trata do desenvolvimento rodoviário; a CPOS, que é a
Companhia Paulista de Obras e Serviços; a Emplasa, Empresa Paulista de
Planejamento Metropolitano; a Codasp, Companhia de Desenvolvimento Agrícola -
então do rodoviário para o agrícola, para a parte metropolitana -; a Imprensa
Oficial; e ele finaliza com a Companhia de Processamento de Dados do Estado de
São Paulo, a Prodesp.
Como
parlamentar desta Casa, defendo que esse projeto, se vier a votação, Vossas
Excelências... É inadmissível tratarmos num projeto de lei sobre agricultura,
sobre o desenvolvimento rodoviário, sobre a Prodesp, que traz dados sigilosos,
dados de cidadãos paulistas. Então, desde já, Sr. Governador, eu acredito que
esse Projeto de lei nº 01 está fadado. Com 17 emendas e um substitutivo, se V.
Exas. analisarem e se debruçarem muito bem, não podemos misturar seis empresas,
seis sociedades diferentes num único PL, muito embora o governador tenha apoio
da base dele aqui.
Das
17 emendas e de um substitutivo, chama a atenção o substitutivo do deputado
Campos Machado, nosso colega desta Casa, e aí faço um elogio ao substitutivo.
Em quatro artigos, ele conseguiu rebater e trazer a nós, deputados, que há a
necessidade, primeiro, de audiência pública, de levantamento patrimonial para
sabermos a real situação de cada uma dessas sociedades, de parecer técnico, e
que cada representante dessa sociedade, dessa empresa, venha até nós e nos
traga as notícias sobre a Emplasa, por exemplo, como os senhores estão fazendo
de gabinete por gabinete. No Art. 3º, ele solicita que cada sociedade seja
apresentada de forma separada, que cada sociedade tenha um projeto. Aí eu
acredito que nós, parlamentares, poderemos nos debruçar e apresentar um parecer
favorável ou não favorável, de acordo com a necessidade de cada privatização.
O segundo assunto é também do deputado
Campos Machado. Faço aqui um elogio em um primeiro momento e sou obrigado -
também pauta da Ordem do Dia - a trazer o Projeto de Resolução nº 007, de 2018,
que objetiva alterar o Art. 110 de nosso Regimento, incluindo o inciso XVI.
Aqui, vou tomar a liberdade de ler,
pois os senhores precisam ter ciência do que o nobre deputado Campos Machado
quer com a alteração do Regimento. Ele insere o inciso XVI, que “proíbe o uso
de smartphones pela deputada ou deputado, para ‘lives’ no plenário, em
audiências públicas, comissões, reuniões de líderes e outras reuniões no
recinto desta Assembleia”.
Ora, o recinto desta Assembleia é
gigantesco. Então, o deputado pretende proibir o uso das “lives” e dos
mecanismos de smartphones nesta Casa, sob pena de responsabilidade e sob pena
de infringir o Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Um ponto positivo, a meu ver, para o
deputado Campos Machado, e, neste caso, uma aberração, logo no nascedouro.
A professora Janaina trouxe aqui essa
mesma preocupação com esse Projeto de Resolução nº 007, de 2018. O Art. 5º da
Constituição Federal, inciso IX, traz que “é livre a expressão da liberdade de
comunicação”. A Carta Magna. Também no Art. 37, caput, da Constituição Federal,
nos princípios que regem a administração, dentre eles há o da publicidade.
Indo um pouco mais longe - e é
necessário trazer argumentos para rebater essa propositura esdrúxula -, o Art.
13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa
Rica, do qual o Brasil é signatário, também fala da liberdade de comunicação.
Nós, nobres deputados, teremos, com
essa alteração do Regimento, uma restrição à nossa atividade parlamentar.
Então, sugiro ao deputado Campos Machado, como colega desta Casa, que até
retire esse projeto absurdo que vai contra a Constituição Federal e Estadual,
contra o Pacto de San José da Costa Rica e contra a própria atividade
parlamentar. Temos a obrigação de dar publicidade aos nossos eleitores e aos
cidadãos paulistas.
Sugiro que o deputado faça um curso rápido
de mídias sociais, pois foram as mídias que trouxeram alguns dos deputados
aqui. Não é proibindo as “lives” que
teremos o exercício da democracia, o exercício do diálogo com V. Exa.,
Professora Bebel, ou com os servidores da Emplasa. Não é proibindo as “lives” e
a comunicação com nossos eleitores, que têm o direito de saber o que ocorre
nesta Casa, que chegaremos à evolução da legislação paulista.
Muito obrigado, senhores. (Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB -
Muito obrigado, nobre deputado Danilo Balas.
Neste momento, encerrado o tempo,
estamos encerrando o Grande Expediente.
O SR. ED THOMAS - PSB
- Sr. Presidente, pela vice-liderança do
PSB, pelo Art. 82, gostaria de fazer a indicação do deputado Carlos Cezar.
Depois,
se houver anuência dos líderes, solicito a suspensão dos nossos trabalhos por
15 minutos, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É regimental.
Tem a palavra então o nobre deputado Carlos Cezar pela liderança do PSB, pelo
Art. 82.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Eu gostaria de
uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nós temos um
orador na tribuna...
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Eu também tenho
a vice-liderança.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para uma
comunicação se houver a anuência do nosso...
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - Claro, tem anuência.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem V. Exa.
para uma comunicação o tempo de dois minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - É que eu fiz uma
indicação hoje para o governador sobre uma ponte em Pedregulho que caiu, e ela
passa por uma fazenda, se o governador não construir essa ponte há riscos de
afogamentos. Crianças passam por lá, idosos.
Então, é de suma importância que o
governador atenda a essa indicação que é reconstruir a ponte de Pedregulho que
liga à Fazenda de São Pedro, Sr. Presidente.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigada, nobre
deputada. Com a palavra então o nobre deputado Carlos Cezar.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Presidente, eu
queria também uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Podemos deixar
só ele fazer a explanação dele e depois o senhor vem com uma comunicação. Vamos
intercalar dessa forma, pode ser, nobre deputado Emidio?
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Está bom,
combinado.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PSB - PELO ART. 82 - Agradeço a Vossa Excelência. Sr.
Presidente deputado Gilmaci, Sras. e Srs. Deputados aqui no plenário, público
que nos acompanha nas galerias da Assembleia Legislativa, os
batalhadores da Emplasa que lutam justamente para a sua empresa permanecer e
continuar desempenhando o bom trabalho que exerce.
Sr. Presidente, primeiro, eu quero
parabenizar aqui algumas cidades importantes do nosso estado que hoje comemoram
o seu aniversário. Uma das cidades mais ricas, nossa vizinha, a cidade aqui de
Barueri, que é governada pelo prefeito Furlan, comemora hoje 70 anos de
existência. Então, quero parabenizar toda a população da cidade de Barueri.
Quero parabenizar também a vizinha à cidade de Sorocaba, Capela do Alto, que
hoje comemora, celebra 54 anos, administrada pelo prefeito Kéke, tem várias
comemorações naquela cidade.
Então, parabéns a todos, a toda a
população da cidade de Capela do Alto e a cidade de Carapicuíba, cidade
governada hoje pelo ex-colega desta Casa, o prefeito Marcos Neves, que tem
feito um trabalho brilhante nessa cidade. Matérias dos jornais hoje contam que
Barueri ela arrecada R$ 9.000,00 por pessoa, mais de R$ 9.000,00, quase R$
10.000,00, deputado Enio Tatto. Em Carapicuíba, são R$ 1.000,00 por habitante.
Uma cidade extremamente carente, mas
que hoje é um canteiro de obras, que tem feito muitos avanços e eu quero
aproveitar esse espaço para falar de uma preocupação nossa que nós estamos
vivendo. As notícias dos jornais hoje mostram que os casos de dengue aumentaram
no Brasil mais de 260%, mas no estado de São Paulo, mais de 2.100% aumentou os
casos de dengue em São Paulo. De 62 mortes que nós tivemos no País, 50% delas
foram aqui no estado de São Paulo.
Eu quero lembrar, Sr. Presidente, que
nós tivemos recentemente em atuações do ex-governador Geraldo Alckmin uma ação
do estado que ajudou em muito algumas cidades, entre elas cidades como
Carapicuíba, Itapevi e algumas outras, que criou as frentes de trabalho onde se
contratava agentes para que trabalhassem na prevenção da dengue.
Hoje, Sorocaba, cidade que eu moro, que
eu resido, já está com 59 casos registrados, que foram registrados ali. Então,
é uma preocupação nossa a questão da dengue e eu quero aqui fazer um apelo ao
secretário de estado da Saúde, ao Sr. Governador João Doria, que possa ajudar
os municípios para que nós não venhamos sofrer na pele o que já sofremos em
tempos passados, como no ano de 2015, que foi uma calamidade o que aconteceu
com dengue e agora nós estamos vendo novamente esses casos aumentarem
significativamente.
Então, quero aqui fazer esse apelo para
que o estado possa ajudar os municípios e criar frentes de trabalho, que a
população tome a sua consciência, cada um de nós fazendo o nosso dever de casa
no nosso quintal, ou seja, nas caixas d'água, nos telhados, nas calhas. Enfim,
que nós não deixemos criadouros desse mosquito da dengue, porque ela é uma
realidade e, infelizmente, São Paulo novamente está se tornando a campeã de casos no número de óbitos, metade
do que está acontecendo no Brasil. No Brasil, aumentou 260% e, no estado de São
Paulo, mais de 2.100% o número de casos de dengue.
Outra situação que me
chama a esta tribuna é a questão da celeridade que nós temos que dar aos
processos em andamento na Casa. Nós vivemos em um tempo de atualidades, um
tempo em que nós falamos aqui e o Japão, online, está nos assistindo. Há pouco
tempo, não existia celular, não existia nem aparelho de fax. Eu lembro que,
quando surgiu o aparelho de fax, era um fenômeno. Hoje, nós vivemos em outra
realidade.
É preciso que esse
Parlamento, que as instituições públicas também possam convergir e se alinhar a
esta realidade da tecnologia, à realidade de nós buscarmos respostas rápidas à
população.
Então, não é um
retrocesso. Que a gente possa avançar com pensamentos inovadores e trazendo
para as pessoas a solução para o problema que elas sofrem na pele. A saúde é
uma questão séria e eu tenho certeza de que este Governo, espero, que possa dar
uma atenção às prefeituras que já estão com tantas dificuldades e, agora com a
dengue, ficará pior ainda.
O SR. EMIDIO
LULA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela
liderança do PT.
O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS - PRB - O
pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Emidio Lula de
Souza pelo Art. 82, pela liderança do PT.
O SR. EMIDIO
LULA DE SOUZA - PT - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV
Alesp, funcionárias e funcionários desta Casa.
O colega que me antecedeu lembrou duas cidades que
fazem aniversário: Carapicuíba, que faz 54 anos hoje, e a cidade de Barueri,
que faz 70 anos.
São duas cidades diametralmente opostas, do ponto de
vista da situação. Carapicuíba tem uma das menores arrecadações per capita do
país e uma população de mais de 400 mil habitantes. Barueri está no outro
extremo: uma cidade também grande, porém com uma arrecadação muito alta, por
várias situações que levaram a isso.
Eu quero cumprimentar os habitantes dessas duas
cidades, os prefeitos e os vereadores. O Marcos Neves, nosso ex-colega de
Alesp, e também o prefeito Rubens Furlan, de Barueri.
Eu quero dizer, também, que, do ponto de vista das
matérias que estão sendo discutidas aqui, nós não aferimos ainda a posição do
PT sobre isso. Mas, a minha posição pessoal sobre esse projeto do deputado
Campos Machado, eu entendo a lógica que tenha movido ele. Eu acho que nenhum
deputado, ao apresentar projeto de lei ou de resolução, se move por intenções
menores - e o Campos é um deputado que eu conheço há muitos anos e sei também
que ele não se move por interesses menores.
Eu acho que hoje, realmente, o mundo tem que se
adaptar. Se o mundo está se adaptando ou adaptado às novas tecnologias, o
parlamento, que é a Casa, por excelência, da transparência, não tem porque
criar qualquer restrição a esse tipo de equipamento.
É uma questão muito mais de bom senso do que de
legislação. A deputada Janaina Paschoal levantou essa questão e eu acho mesmo
que é uma questão de bom senso. O que eu chamo de bom senso? Não pode aquela
coisa que descambe. No dia da posse, teve muito isso aqui. Não é “live” no
sentido de informar o eleitor, de transmitir uma mensagem ao eleitor. Às vezes
é “live” no sentido de desqualificar os demais deputados, o que eu considero
ruim.
Mas eu, realmente, não acho que essa é matéria para
ser regulada em Regimento da Casa. Essa é matéria para ser buscado um consenso.
Eu acho que o presidente pode, em um dado momento, chamar as lideranças e
conversar sobre esse assunto: o que é razoável, o que não é razoável, da mesma
forma que ele fez ao permitir a entrada de pessoas para registrar a fala dos
deputados, ele precisa permitir uma entrada também para essa questão.
Outra coisa que eu quero abordar,
presidente, é a situação - falei aqui outro dia - da Saúde no nosso município
de Osasco. Eu lamento profundamente, porque a situação só se agrava. A demissão
de 300 funcionários do Hospital Antônio Giglio, a troca de uma organização de
Saúde de maneira açodada está levando a falta de atendimento virar uma coisa
impressionante, como Osasco nunca viu. Eu acho que as cidades têm que buscar
crescer, buscar se adaptar. O Estado tem que se fazer presente.
Veja V. Exa. que, em Osasco, uma das
mais tradicionais escolas públicas da cidade, deputado Ed Thomas, é a Escola
Ceneart. No centro de Osasco, é uma escola com, provavelmente, quase 80 anos. É
uma escola que está, neste momento, interditada por falta de obras de
manutenção.
Não me parece razoável que uma situação
dessas ocorra. Os prédios públicos não só têm que ser construídos, mas têm que
sofrer manutenção constante, senão não aguentam mesmo. A casa da gente, às
vezes, não aguenta. Morar onde mora, às vezes, quatro, cinco, seis pessoas, no
decorrer de alguns anos você passa a ter problema em uma coisa ou em outra,
agora você imagine uma escola por onde passam, só de alunos, mais de mil, outra
quantidade de professores, de funcionários. Imaginem como vai estar essa escola
ao longo de um tempo de uso. Então, a manutenção tem que ser permanente.
Acho, também, que essa questão das
cidades - eu citava Carapicuíba e Barueri -, que as cidades devem buscar o
desenvolvimento. Hoje assinei uma frente parlamentar que trata disso. E acho
que as cidades devem buscar.
Eu, quando assumi a prefeitura de
Osasco, em 2005, a cidade era o 25º Produto Interno Bruto do País. Quando
entreguei era o 11º e agora é o 8º e o 2º do estado de São Paulo. Quer dizer, o
dinamismo econômico tem que ser buscado também pelas questões que estão ao
alcance do administrador municipal.
Presidente, com as desculpas do atraso,
era isso que eu tinha a comunicar ao plenário. E reforço o pedido que o
deputado tinha feito, de suspensão por 15 minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PP - Pela Ordem, Sr.
Presidente. Para falar pelo 82, pelo PP.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre
deputado, o senhor...
O
SR. CONTE LOPES - PP - É o Telhada o
nosso...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Exatamente,
teria que ter alguém aqui para solicitar.
O
SR. CONTE LOPES - PP - Então posso fazer um
comunicado?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para uma
comunicação, tem V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. CONTE LOPES - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Parece
que estamos em Brasília aqui. Debate sobre o Bolsonaro. O Bolsonaro está eleito
há três meses, está exercendo a atividade lá na Presidência da República. Ouvi
falar de Dilma Rousseff. Acho que quem menos gosta da Dilma Rousseff é o Lula,
porque se a Dilma não fosse candidata o Lula teria sido presidente da República
de novo. E talvez não estivesse na cadeia. É bom a gente colocar aqui.
Então fica uma briga de esquerda e de
direita e ninguém fala do Doria aqui, o governador de São Paulo. Ninguém fala do
que está acontecendo em São Paulo. Hoje mesmo recebemos o coronel Salles e o
pessoal. Estamos há quase dez anos sem aumento, o soldado da Polícia Militar.
Pelo contrário, eles dão cada vez mais aumento de emprego, de serviço, de
trabalho.
Acho que está na hora de esta Casa
começar a debater os problemas do estado de São Paulo. Realmente, o que está
acontecendo no estado de São Paulo, nossas leis, e deixar o Bolsonaro lá.
É lógico que se o Bolsonaro fizer um
bom governo é bom para todo brasileiro. O Bolsonaro é capitão como eu, acho que
um belo tempo ele não estava muito contente quando estava na PM, por
perseguição, e ele resolveu ser político. Ele é político há mais de 30 anos.
Ele não veio do exército, ele não é um militar, ele está tentando exercer a atividade
dele como presidente da República.
Como falou a Professora Bebel, ele
ganhou as eleições. A gente tem que esperar e torcer nesses quatro anos. Eu já
vejo “nego” falando que ele já vai cair, que vão colocar o vice-presidente, uma
coisa de outro mundo. O homem ganhou, é político, está há 30 anos como deputado
federal, foi colega do Lula. Quando o Lula foi deputado, foi colega do Lula lá.
Foi colega de vários deputados do PT, então acho que cabe a nós, como
políticos, deixar que eles façam um bom governo.
Quem é contrário critica, fala,
denuncia, faz o que bem entender, mas, na prática, acho que temos que, de uma
forma ou de outra, torcer para que o político... Porque o capitão Bolsonaro é
político. Ele é político. Da mesma forma que eu, que era capitão da Polícia
Militar da ativa e me encostaram, o Montoro, Michel Temer. Olha, foi o Michel
Temer que me tirou, que acabou indo para a cadeia semana passada. Foi ele que
me tirou. Ele era secretário da Segurança Pública. Ele falou: “Você é muito
impetuoso para combater o crime”. Então você sai do policiamento e vai ao
hospital militar ficar trabalhando lá. Eu acho que está na hora de a gente
discutir também os problemas do estado de São Paulo.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado,
nobre deputado.
Havendo acordo entre as lideranças,
esta Presidência suspende os trabalhos por 15 minutos, até as 17 horas e 02
minutos.
Está suspensa a
sessão.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 47 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da
presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
Projeto de lei nº 147, de 2018, de autoria do Sr. Governador, que dispõe sobre
o registro de empresas, o cadastro de produtos e a fiscalização do uso, do
consumo, do comércio, do armazenamento, do transporte, da prestação de serviço
na aplicação e da destinação de embalagens dos agrotóxicos e afins de uso
fitossanitário em área agrícola, altera a Lei nº 15.266, de 26 de dezembro de
2013, que dispõe sobre o tratamento tributário relativo às taxas no âmbito do
Poder Executivo Estadual, e dá outras providências.
Pela ordem,
nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Sr. Presidente, eu gostaria de
utilizar a tribuna pelo Art. 82, pelo Regimento Interno.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido V. Exa. para ocupar a
tribuna. Antes, porém, uma comunicação do deputado Ed Thomas.
O SR. ED THOMAS - PSB - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, obrigado. Só uma
saudação aos trabalhadores e trabalhadoras da Epaesp, que estão presentes. São
executivos públicos associados do estado de São Paulo. Nosso apoio ao PLC
04/2019 e ao PLC 32, ambos aqui com emendas. Muito obrigado pela presença, mais
uma vez, e a mesma saudação à nossa gente da Emplasa, que também se faz
presente.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Obrigado, deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia,
primeiramente, também eu quero saudar, como fez o deputado Ed Thomas, os
servidores aqui que estão na luta pelo PL 32, um PLC importante, inclusive de
autoria do nobre deputado Campos Machado, que recebeu emendas, que foi
aperfeiçoado e tem que ser votado em caráter de extrema urgência.
É um projeto estratégico de valorização
de carreiras importantes do funcionalismo público estadual. Também quero
cumprimentar e parabenizar os servidores da Emplasa, que estão em uma luta aqui
importante, que é uma luta hoje de toda sociedade, contra o desmonte do Estado,
contra a entrega do patrimônio público para o setor privado, contra a aprovação
do PL 01.
Parabéns pela mobilização que vocês têm
feito aqui na Assembleia Legislativa, explicando para os deputados a
importância da Emplasa e, sobretudo, os impactos negativos do desmonte desse PL
01, que vai desmontar várias empresas importantes e estratégicas para o estado
de São Paulo.
Ainda nessa linha, não posso deixar
aqui de registrar a nossa luta e a nossa disposição de votar também, em caráter
de extrema urgência, deputado Campos Machado, a derrubada do veto ao PLC 34,
dos cirurgiões-dentistas. É um absurdo, porque esse projeto foi aprovado no
final de dezembro do ano passado, era um projeto do Executivo, e o próprio
Executivo vetou o projeto, agora em janeiro.
Isso é um absurdo. Só porque o
governador era outro. Um absurdo total. Esse projeto é importante porque nós,
no estado de São
Paulo, temos uma grande deficiência na assistência odontológica.
A população não tem assistência odontológica. Essa é a grande verdade. O pouco
que nós temos está se perdendo, porque o próprio governo está minando, está
destruindo uma carreira importante, que é a carreira dos cirurgiões dentistas.
Nós aprovamos o projeto. O projeto veio do Executivo, foi aprovado pelos 94 deputados e deputadas. E o Doria, logicamente, odeia servidores públicos. O PSDB é contra os servidores públicos. Ele coloca sempre em curso a política de ódio e ataque aos direitos e à dignidade dos nossos servidores, em todos os setores. Ele vetou o projeto.
Quero aproveitar para divulgar e pedir a publicação, no Diário Oficial, de uma carta de repúdio ao desmonte do Meio Ambiente e da Agricultura, no Governo do Estado de São Paulo, pela gestão João Doria, que está desmontando o Estado. Agora ele está atacando o Meio Ambiente e atacando a possibilidade de fiscalização ambiental.
O que fez o Doria, logo que assumiu? Fez a fusão de algumas secretarias, neutralizando e subordinando uma secretaria importante, como a do Meio Ambiente, à Infraestrutura. Ele fez a fusão de três secretarias: do Meio Ambiente, de Saneamento e Recursos Hídricos, e de Energia e Mineração. Aí ele deu origem à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.
Ou seja, o Meio Ambiente fica a reboque. Essa secretaria fica subordinada à Infraestrutura. Com isso, ele destrói e neutraliza vários setores de fiscalização e de estímulo à biodiversidade do estado de São Paulo. Ou seja, é um desmonte disfarçado da fiscalização que ainda temos no estado de São Paulo e que é muito importante para a preservação do Meio Ambiente. Mas, sobretudo, da nossa biodiversidade.
Ele está destruindo carreiras e subordinando as carreiras à Infraestrutura. Ou seja, é como colocar a raposa para tomar contar do galinheiro. Não vamos mais ter fiscalização ambiental no estado de São Paulo se isso for mantido.
Ele publicou vários decretos fazendo essa remodelagem, esse desmonte dos setores de fiscalização: Decreto nº 64.131, Decreto nº 64.132. São decretos que desmontam e atacam a possibilidade de fiscalização ambiental no estado de São Paulo. Nós repudiamos veementemente essa fusão e esse desmonte.
Eu gostaria que essa carta, assinada por várias entidades do estado de São Paulo, fosse publicada no Diário Oficial do Poder Legislativo. Para que toda a população tenha acesso ao que vem acontecendo no Estado.
Muito obrigado.
“CARTA DE REPÚDIO AO DESMONTE DO MEIO
AMBIENTE E AGRICULTURA NO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO PELA GESTÃO JOÃO DORIA
Desde o início do ano, acompanhamos o
desmonte de políticas públicas importantes nas três esferas do governo:
Federal, Estadual e no Município de São Paulo. Na atual gestão do governador
João Doria, o processo de reestruturação tem sido conduzido sem qualquer
participação das equipes técnicas e administrativas das áreas afetadas e
tampouco do restante da sociedade.
A fusão de três Secretarias (Meio
Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos e Energia e Mineração), que deu origem
à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), no comando do Secretário
Marcos Penido, representa um enfraquecimento da pauta ambiental. Na já
rebaixada Subsecretaria de Meio Ambiente, sob a gestão de Eduardo Trani,os
Decretos n° 64.131 e n° 64.132, de
11/03/2019, extinguiram a Coordenadoria de
Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN), pulverizando e submetendo suas
atribuiçõesuma parte à agora chamada Coordenadoria de Fiscalização e
Biodiversidade (CFB/SIMA) e a outra parte à Secretaria da Agricultura
e Abastecimento (SAA), especificamente à Coordenadoria de Desenvolvimento Rural
Sustentável (CDRS), forma como passou a ser denominada a tradicional
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI/SAA). Desta forma, em um
mesmo ato, desvalorizou e rebaixou a Assistência Técnica e Extensão Rural
(Ater) e os trabalhos de estímulo à Biodiversidade Paulista e tirou o foco das
ações de Fiscalização Ambiental, não sendo possível assegurar, nesse novo
contexto, a efetiva proteção e recuperação da biodiversidade e o cumprimento da
Política Estadual do Meio Ambiente.Acreditamos que a produção rural e a
conservação ambiental são interdependentes, e o desenvolvimento sustentável na
zona rural será resultado do trabalho conjunto entre a SIMA e a SAA, cada uma
com suas atribuições, vocação e missão.
Na reconfiguração do Conselho Estadual
de Meio Ambiente (Consema), por meio do Decreto
n° 64.122/2019, a presidência passou a ser ocupada pelo
Secretário da SIMA, que representa as três antigas Secretarias, deflagrando um
claro conflito de interesses, por serem o licenciado, o licenciador e o
fiscalizador a mesma pessoa jurídica. Ainda, não houve garantia de participação
da área responsável pela Política de Biodiversidade (Decreto Federal n°
4.339/2002) no Consema, uma vez que não se previu assento específico
para o Departamento de Fomento à Proteção da Biodiversidade da CFB/SIMA ou o
Departamento de Biodiversidade da CDRS/SAA.
O enfraquecimento da CATI, não só pela
mudança do nome para a nova CDRS, retirando o termo “assistência técnica
integral” do nome da coordenadoria, mas também pelos rumores de que haverá
redução de Escritórios de Desenvolvimento Regional e fechamento e/ou
transferência parcial ou integral das atuais 594 Casas de Agricultura para os
Municípios, irá afetar milhares de pequenos e médios produtores rurais com essa
redução da assistência técnica e extensão rural. Além disso, são 52 anos de
existência de uma instituição renomada e de uma marca amplamente conhecida pela
sociedade, que agora perde sua identidade. O trabalho
técnico-educativo da extensão rural é desenvolvido tanto pela CATI, como pela
Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), com foco
principalmente na agricultura familiar. O Programa Microbacias II,
o Programa Paulista de Agricultura de Interesse Social (PPAIS), o Fundo de
Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), o trabalho de apoio técnico e social a
milhares de famílias da agricultura familiar, dos assentamentos rurais e das
comunidades quilombolas, além do trabalho de regularização fundiária, são
alguns dos programas de excelência desenvolvidos por ambas as
instituições. Negar ou esconder a excelência dos resultados
alcançados serve para justificar as propostas de desmonte destas áreas. A
Fundação Itesp corre o risco de ter alguns de seus escritórios regionais -
Andradina, Promissão e Martinópolis, por exemplo - fechados em breve.
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Em relação aos institutos de pesquisa
do Estado de São Paulo ligados à SAA - o Instituto de Pesca (IP) e o Instituto
de Zootecnia (IZ) - o Governador e seu Secretário Gustavo Junqueira da SAA têm
a proposta de extinção de ambas as instituições, por meio de uma nova
organização a ser criada. A extinção do IP representa a perda de um legado
construído ao longo de 50 anos. A convergência temática, por meio da fusão
entre os dois Institutos, é apenas aparente, já que a produção animal aquática
apresenta especificidades muito distantes das de produção animal terrestre. O
IP vem atuando no desenvolvimento de tecnologias de produção do pescado marinho
e de espécies de água doce e em estudos ecológicos e ambientais, colaborando
com a preservação e proteção de espécies nativas marinhas e continentais. Destaca-se
também a orientação e subsídios técnicos às colônias de pescadores, às
universidades e aos diferentes órgãos e instituições governamentais em nível
estadual e federal. Como estas duas Instituições com pesquisadores e
atribuições tão distintas podem ser unificadas sem participação direta do corpo
técnico?
O governo
estadual vem “acelerando” a precarização e o enfraquecimento de
serviços ao promover uma desestruturação destas instituições, que são vagamente
justificados por uma suposta economia dos recursos públicos. Tudo isso está
sendo feito sem um mínimo de diálogo com os principais agentes
envolvidos. Somos sim a favor de mudanças, quando elas se adequam
aos novos tempos e promovem melhorias e ganhos à sociedade e ao meio ambiente,
e para que isto ocorra, é necessária uma construção conjunta e participativa
entre gestores, equipe técnica e administrativa e sociedade, caso contrário os
cidadãos que dependem dos serviços prestados pela CATI, CBRN, Itesp, IP e IZ
serão negativamente afetados. Já podemos ver as primeiras consequências
negativas da falta de transparência e participação das áreas afetadas, por
exemplo: na Resolução Conjunta SAA/SIMA n° 01, de
12-3-2019 que detalhou as atribuições de cada Secretaria, foi incluído erroneamente
projeto que não existe mais e não foram citados projetos e assuntos em curso
atualmente na SIMA. O gabinete da SAA mostrou total desconhecimento sobre as
estruturas básicas - tais como computadores, configuração de rede, plataforma
de sistema, veículos e armários - para o prosseguimento dos trabalhos
desenvolvidos pelos departamentos transferidos. Esses problemas poderiam ter
sido evitados se houvesse transparência e diálogo com a equipe
técnica-administrativa das áreas envolvidas, antes da publicação dos Decretos
ou da transferência das equipes, prevista para o próximo dia 25/3.
Todos unidos contra o desmonte e a
favor do fortalecimento da pesquisa, do desenvolvimento sustentável da
agricultura, produção animal aquática e terrestre, da assistência técnica e
extensão rural, da biodiversidade e meio ambiente!
São Paulo, 22 de março de 2019.
AEAESP - Associação de Especialistas Ambientais do Estado de São Paulo EPAESP - Executivos Públicos Associados do Estado de São Paulo APAER - Associação Paulista de Extensão Rural APqC - Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo”
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - A Presidência recebe o documento de V. Exa. e o encaminhará à publicação após o seu exame, nos termos do Art. 18, inciso V, do Regimento Interno.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pelo PTB.
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre deputado Campos Machado pelo Art. 82, pelo PTB.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente e deputado Barros Munhoz, ex-ministro Barros Munhoz, boa tarde.
Sabe, deputado Barros? Vou deixar para responder ao Agente Federal Danilo Balas quando eu for encaminhar.
Nesse final de semana meditei muito e refleti muito. Naveguei nos mares da perplexidade. Indaguei a mim mesmo: Por qual motivo o juiz federal “Marcelo Moro” decretou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer? Será que é parceiro do meu querido e estimado secretário “Sérgio Bretas”? Os dois amam holofotes. O senhor “Sérgio Bretas” recebia mais de 70 mil por mês, inclusive verba de gabinete e verba de moradia, auxílio moradia. Esse é o moralizador. Esse é o retrato da moralização e recebia quase 70 mil reais, deputado Camarinha. Casa própria bem montada e auxílio moradia. O que é que o senhor juiz federal Marcelo Moro, para não dizer Marcelo Bretas, em que ele se baseou para decretar prisão preventiva, do ex-presidente, que não é do meu partido, não, não tenho amizade com ele não. Mas dizia Montesquieu “a injustiça a um é uma ameaça a todos.”
O senhor Michel Temer mora há 30 anos
na mesma casa, tem domicílio definido, tem um filhinho pequeno na escola, tem
escritório no mesmo lugar há 25 anos. O que é que ele fez para atrapalhar - ou
fazia - as investigações? Onde é que está a prova de que ele ameaçou
testemunhas, que ia fugir. O Art. 312 do Código Penal foi jogado ao lixo. Não
se trata de Michel Temer, ou Temer Michel, se trata que foi uma decisão
arbitrária, absurda, ilógica, irracional e só defendida pelos irracionais,
porque aqui tem muito professor de direito que não entende nada. “Mas eu passei
em frente à faculdade.” Ah, você passou em frente à faculdade? Então você sabe
o que isso exige. Então você conhece mais do que Carlos Velloso, ex-ministro do
STF, que disse que foi uma aberração? Será que o senhor conhece mais do que
Heleno Fragoso? Essas coisas não têm cabimento deputado, não tinha motivação. A
lei é para todos. Mas pegaram o presidente, soube por causa do quê? Porque
viram no ar a ameaça a tal Lava Jato. E os 2,5 bilhões que os procuradores de
Curitiba queriam criar um fundo, enquanto os policiais militares, major,
recebem quase nada. E os procuradores queriam 2,5 bilhões de fundo para gerir o
quê?
Portanto, Sr. Presidente, nessa rápida
passagem minha nesta tribuna aproveito para dizer que nós estamos defendendo a
aprovação da Proposta à Emenda Constitucional nº 3, que atende o grande sonho
do delegado de polícia nesse Estado: a equiparação com os defensores públicos.
Não dá para um delegado de polícia entrar ganhando 6 mil reais por mês na
carreira de 150 anos, e o defensor público entrar ganhando 21 mil reais, numa
carreira que tem apenas dez anos.
Portanto, Sr. Presidente, meu tempo já
se esvai, mas brevemente voltarei aqui porque eu preciso responder aqui ao
deputado Agente Federal Danilo Balas.
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ – PSB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, vamos
passar à Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento de inversão da Ordem do
Dia a fim de que a matéria constante do item 303 PL 147/2018, passe a constar
com o item 1, renumerando-se os demais itens.
Em votação.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Pela
ordem tem a palavra o deputado Teonilio Barba Lula.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para encaminhar em
nome da bancada do PT.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Tem V. Exa. a
palavra.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT – SEM
REVISÃO DO ORADOR -Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, antes de entrar no debate eu quero pedir ao
nosso assessor técnico para apresentar
um vídeo. Gostaria que todos prestassem atenção no vídeo - é um vídeo curto -
que é um vídeo sobre a Ford.
*
* *
- É feita exibição de vídeo.
*
* *
Sr. Presidente, por que eu estou
apresentando este vídeo: ontem teve uma fala infeliz aqui, do deputado Douglas
Garcia, do PSL, dizendo que o Partido dos Trabalhadores pagou ônibus para
trazer esses trabalhadores à portaria, aqui, em frente ao quartel, ali na
rampa.
Quem trouxe... Nós trouxemos dez
ônibus, Major Mecca, de trabalhadores da Ford. Eu articulei isso com o
presidente da Casa, Cauê Macris, que, na sexta-feira, era ex-presidente, porque
tinha encerrado o mandato; articulei isso com o líder do Governo; semana
passada, fiz uma fala pedindo a vocês o apoio nessa luta contra o fechamento da
Ford.
O deputado mentiu ao dizer que o
Partido dos Trabalhadores pagou os ônibus. Quem paga os ônibus é o sindicato. O
sindicato, quando manda ônibus para Brasília, quem paga é o sindicato. Quando a
gente manda trabalhadores para a Paulista, quem paga os ônibus é o sindicato.
Eu fui administrador daquele sindicato.
Nós fazíamos isso. Por que era importante fazer na sexta-feira? Porque tinham
51 novos deputados e deputadas tomando posse, Campos Machado, nesta Casa. E 43
deputados sendo reconduzidos.
Os deputados que terminaram o mandato
no dia 14 de março já sabiam do debate da Ford; houve aqui uma defesa, uma
fala, do Campos Machado, defendendo os trabalhadores da Ford, a permanência da
Ford. Houve aqui várias falas.
Então, fiz uma reunião antes com o
deputado Cauê Macris - ele era o presidente até então, ainda -, fiz uma reunião
com o coronel Gomes, com o comandante Pontes.
Não
teve nenhum problema com nenhum trabalhador da Ford. A Polícia Militar está de
testemunha, que acabou participando, interditou a rua para nós, não teve um
problema. Então, o deputado precisa, ao fazer alguma fala, fazê-la com
veemência, com verdade, com prova. Então, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
saiu com 10 ônibus da portaria lá do pátio do Portão 5 da Ford e veio até aqui
para a gente fazer esse debate. O Carlão foi convidado para estar no caminhão
de som; a deputada Carla Morando - desculpa, Carla, que acabou não aparecendo
você no vídeo, mas apareceu a Leci. Você subiu no caminhão, falou com os
trabalhadores da Ford. Você viu, foi tudo pacato, não teve um problema.
Então,
eu já disse aqui, e vou repetir nesta Casa, e agora com um cuidado que eu não
tive a semana passada: eu considero o PSL um partido de direita, de extrema
direita, mas não posso dizer que todos os deputados do PSL sejam isso. Têm
deputados que não têm a mesma postura. Então, eu quero fazer essa ressalva,
porque eu acho que isso é importante. E eu não tenho problema de discutir com a
direita. A direita tem o direito de exercer a democracia, de exercitar, de
disputar, de ganhar ou de perder. Eu vou ter um problema: eu sei que na bancada
do PSL, por exemplo, têm bastante militares ou Polícia. Então, por exemplo, e
eu respeito vocês, aqueles que defenderem a democracia. Vou sempre defendê-los,
vou sempre respeitá-los. Não venham me dizer que vão comemorar 31 de março
dizendo que foi um processo democrático, que aí eu não vou respeitar. Não tem
acordo comigo. Ditadura ou o golpe, foi um golpe. Foi duro, matou gente, gente
foi assassinada. Pode ter morrido gente do lado de lá também, do lado dos
militares. Pode, mas foi um período duro, de perseguição. A gente não podia
juntar cinco pessoas; se juntasse cinco, estava combinado de encontrar cinco,
se um não chegasse, os outros quatro, em cinco minutos, tinham que se mandar,
porque se ele chegasse prendiam e torturavam. Então, eu não tenho problema com
aqueles que defendem a democracia. Têm companheiros no PSL aí, por exemplo o
Freitas, amigo está aí, é de vocês. Pertenceu já ao PT, entendeu? Então, quer
dizer, pensa diferente. Então, eu respeito a estrutura partidária, porque
através dos partidos que se constrói a democracia. As pessoas dentro dos
partidos é que vão discutir, que vão disputar os modelos. Agora, qual é a minha
preocupação? É com a direita fascista, é com a direita nazista, é com a direita
raivosa, é com a direita que prega o ódio, é com a direita que prega que tem
que destruir um ao outro. O enfrentamento no campo das ideias, da disputa
eleitoral, é toda verdadeira, entendeu? Então toda vez, Major Mecca, que vocês
defenderem a democracia, toda vez que vocês defenderem a democracia, vocês
podem saber que terão meu respeito, não só os policiais militares, das Forças
Armadas, os delegados e delegadas de Polícia. São instituições do Estado.
Aliás, instituições que são as que são verdadeiras, autorizadas para andarem
armadas. São os que cuidam da Segurança Pública. Eles estão treinados para usar
uma arma. Vocês estão treinados para usar uma arma, não a arma na mão de uma
pessoa que não está treinada. Pode acontecer um acidente. Não, vocês foram
preparados, são anos e anos de formação. Além disso, vocês são trabalhadores.
Então, eu respeito muito.
A
Polícia Militar aqui da Assembleia é testemunha. Eu já discuti com o comando
desta Casa, Major Mecca, o que eu acho injusto. Eu sei que é do procedimento
militar, mas às vezes o policial está lá com 45, 50 anos com colete à prova de
bala, com coldre na cintura, com o peso da farda, com o peso da coturna e é
obrigado a ficar assim o tempo todo. Não pode sentar dois minutos, três
minutos. Às vezes dá dor na coluna; isso é condição do trabalho. Ele tem o
direito de ter um banquinho lá para quando doer a coluna vai lá, senta dois
minutos, três minutos, alivia uma jornada de trabalho de 12 horas. Eu sou
contra isso que fazem com a Polícia no estado de São Paulo, pelo mau salário. O
policial trabalha 12 por 36, e no dia da folga, que ele teria que descansar do
desgaste psicológico, do risco que ele pode correr, ele vai fazer um bico se
expondo cada vez mais, e no bico, às vezes, é assassinado, ou assassina alguém,
porque pode acontecer tudo, porque a jornada de 12 por 36, deputado Campos
Machado, na verdade, deputado Barros Munhoz, é para o policial poder descansar,
coronel Conte Lopes, para poder descansar, relaxar, aliviar a pressão
psicológica de estar na rua. Ele pode ser assassinado, ou pode matar um
bandido, ou pode matar um inocente. Tudo isso pode ocorrer com ele. Então,
tenho muito respeito.
Eu respeito a disputa da direita, mas
não vou respeitar a direita fascista, a direita nazista, a direita raivosa, a
direita que prega o ódio.
Muito obrigado pela tolerância, Sr.
Presidente.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, peço a
palavra para encaminhar a votação pelo PTB.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Vossa
Excelência tem a palavra.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Sr. Presidente,
gostaria de fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com anuência
do orador, tenha a bondade.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente.
Barba, nós, trabalhadores, fomos
duramente atingidos, os professores, na quinta-feira. Fomos chamados de
vagabundos aqui neste plenário, dizendo que nós batemos em militantes, o que
não é verdade. Então, acho que isso precisa parar, pois até o autor da fala,
ontem, foi deselegante, pois veio aqui, fez uma parafernália de exposição, um
jogo de cena, ironias, e escapuliu quando fui falar.
Sou uma mulher que não tem problema em
ter contraposição de ideias. Eu não fujo do debate. Eu enfrento o debate. Se
tiver divergência comigo, me enfrente, deputado Douglas, mas não faça o que o
senhor fez ontem, pois foi muito deselegante. O senhor fez um joguinho de cena,
ironizou, tirou sarro e se mandou? Não estou chamando o senhor para a briga,
estou chamando o senhor à responsabilidade de ser um grande debatedor nesta
Casa. A gente pode fazer o grande debate, deputado Douglas, mas o grande debate
pautado em alguma coisa, e não no ódio, como o senhor se dirige a nós, aos
trabalhadores, sobretudo.
Eu fui ler a história do senhor. É
interessante. O pai é motorista, a mãe é simples. É uma história parecida com a
minha. Por que, para atacar a nós mesmo, o senhor usa tanto ódio?
Então, o senhor tem que fazer um
pouquinho de reflexão, imaginar que as pessoas também tem um pouquinho de
vivência e que ninguém paga ninguém para vir aqui. A gente tem militância para
vir aqui. Lamentavelmente, o senhor não deve ter.
Muito obrigada.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - Sr. Presidente, um
comunicado.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com anuência
do orador, tenha a bondade, Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Uma
boa tarde a todos, a quem nos acompanha. Ao nosso auditório, o nosso abraço, de
todos os parlamentares. Disponham de nosso trabalho sempre. Uma boa tarde aos
nossos trabalhadores.
É muito importante, nobre deputado
Barba, a serenidade neste momento que nosso país e nosso estado atravessam, de
reformas. São reformas importantes para a nossa economia. Precisaremos discutir
aqui a respeito de quem realmente tem privilégios.
A exposição sobre as peculiaridades da
atividade policial dentro deste cenário, a farei posteriormente, mas
agradecemos a fala do senhor, reconhecendo o trabalho, a importância do
trabalho do nosso policial militar nesta Casa e nas ruas, defendendo a nossa
sociedade com o sacrifício da própria vida.
É um ambiente de debates e devemos
fazê-lo sem ódio, sem rancor, coisas que precisam ficar para trás. É momento de
nos aliarmos para trazer bons resultados, bons trabalhos à nossa população, que
tanto espera de todos nós e que tem uma expectativa muito grande nesta nova
legislatura.
Então, essa tranquilidade, essa
serenidade nos debates, se faz muito importante. Em nome de todos os policiais
militares, agradeço esse reconhecimento do Partido dos Trabalhadores, pois
nosso soldado é extremamente sofrido em todo esse cenário que a gente vive
hoje. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra
o nobre deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Meu caro presidente deputado
Barros Munhoz, eu estou aqui há 28 anos, nunca respondi a deputado nenhum que
não estivesse no plenário, não falo por trás. Aproveitando a presença do nobre
deputado Danilo Balas, quero lhe contar uma pequena história.
Em Madrid, numa certa manhã, um jovem
bem vestido, alto, forte, estava numa esquina, deputado Danilo, pedindo
esmolas. Aí passou um senhor e disse: “Mas você, um moço forte, bonito, bem
trajado, pedindo esmolas?”. Ele fala: “Eu não lhe pedi nem esmolas e nem
conselhos”. Daí, eu não preciso do seu conselho referentemente ao projeto das
“lives”.
Isto posto, deixando de lado Madrid,
vamos lá à questão da Ford. Eu não entendi bem o que teria dito o nobre
deputado Douglas Garcia, de sorriso irônico. Ele acha que é engraçado, ele acha
que participa do Show do Tom Cavalcante. É verdade, ele acha que é um
humorista, vive dando risada. Será que a vida sorri para ele como nuvens que
caem em plena madrugada, o orvalho? Será que ele teve coragem, deputado Barba,
de ter afirmado que aqueles trabalhadores...
Fique à vontade, eu vou lhe inscrever
no novo programa da Record ou da Globo “Como ser humorista sem ter graça”.
Preste atenção, deputado Barros. Como é que é possível trabalhadores da Ford
ameaçados da degola, ameaçados de fome, das suas famílias não terem nem plano
de saúde, nada? Eles vieram aqui para lutar pelos seus direitos. Enquanto isso,
o deputado humorista quer fazer graça com coisa séria. Eu não acreditei quando
V. Exa. disse isso, que o pessoal que veio aqui veio pago.
Aquele pessoal não tem dinheiro para
nada, aquele pessoal está ameaçado pela guilhotina da injustiça, porque a Ford
sugou o que teve deste País, está levando bilhões de reais embora e
simplesmente esquece os empregados. Mas segundo imagina o deputado Douglas
Garcia, deve ter alguma saída para os operários da Ford. Quando a gente ri de
uma desgraça, deputado, a gente sempre tem alguma perspectiva para alegrar
aqueles que estão infelicitados pela vida.
Portanto, deputado Barba, tenha
certeza, sou solidário na sua luta em favor dos operários da Ford. Não como o
governador João Agripino Doria Junior, que disse que vai arrumar um comprador
para resolver as questões dos funcionários da Ford, mas ele não é corretor.
Como é que ele vai... Ou ele resolve como governador ou faz o quê?
Enquanto isso, apregoa por aí que foi
ele, João Doria, quem conseguiu fazer um acordo com a Ford para a Ford
permanecer aqui até novembro. Não, foi um acordo firmado pelos sindicalistas de
São Bernardo do Campo da Ford.
Aqui, quando apresentei aquele projeto
de resolução da “live”, eu queria apenas evitar e parece que esse projeto está
caminhando para isso, circos, teatros, manifestações dos artistas populares que
vão para as ruas. Eu só tentei evitar isso.
Como disse, não há,
da minha parte, nenhuma vontade de confrontar com a bancada do PSL, mesmo
porque eu não vi nenhum ainda aqui defender o meu amigo Flávio Bolsonaro. Não
vi ninguém! Eu defendo aquelas pessoas que não foram condenadas ainda, que têm
direito à defesa! Não podem ser pré-julgados! Onde está a bancada do PSL, que
se esquece do tal Flávio Bolsonaro? Ele merece ser defendido, sim! E vejam quem
está defendendo! Olhem como é hilariante! O líder do PTB, só porque tem amizade
com o senador Flávio Bolsonaro, uma amizade construída na defesa da maioridade
penal. Não posso acreditar que ele possa ser condenado por antecipação, ser
linchado moralmente.
Não é Flávio
Bolsonaro, não é Michel Temer, não é Lula, que não deveria estar preso. Não sou
eu que digo isso, é o Art. 5º da Constituição Federal que diz que tem que
transitar em julgado. Quem sou eu para falar em lei? O Lula? Nosso aniversário,
todos sabem disso! Mas ele tinha que ter direito. Enquanto não for modificado o
Art. 5º, não há o que fazer.
É por isso que eu
estou nesse plenário. Primeiro, para resgatar a luta do deputado Barba. E,
aproveitando os três minutos que me faltam, para voltar novamente a dizer: nós
estamos empenhados na aprovação da Emenda Constitucional nº 3, que equipara
salários de delegados de polícia a defensores públicos, duas carreiras de
natureza jurídica, as duas são braços do governo executivo.
Dia desses, eu
conversava, deputado Danilo, com o seu chefe autárquico, o excepcional delegado
federal superintendente, dizendo a luta dos policiais paulistas. Nós estamos
nessa luta para fazer justiça aos policiais civis e também aos militares. Não
dá para ser o último estado do país em questão salarial.
Portanto, eu faço um
apelo aos senhores, colegas deputados, como faço um apelo ao deputado Delegado
Bruno, ao deputado Olim, se somem conosco. Esta não é a luta de um advogado
criminalista, não é a luta de um deputado apenas.
Eu sempre acreditei
em sonhos. Quem não sabe sonhar, não sabe viver. Eu sou um plantador de
sementes de sonhos. Mas eu aprendi uma coisa na vida: não dá para ter medo.
Medo do que? Um deputado do Partido Novo me disse: “Mas quem vai pagar isso? E
os cofres do Estado?” Eu pergunto: quem repara a injustiça? Quem vai abrigar a
justiça? Quem vai lutar por ela? Nós temos obrigação de lutar pela justiça.
É por isso que eu
quero fazer um apelo aos senhores. Como dizia Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a
hora, não espera acontecer.” Essa é a hora desta Casa. Nós temos que defender a
categoria dos delegados civis porque os defensores públicos... Não é justo que
inicie a carreira com 21 mil reais iniciais e só trabalhem de segunda a sexta.
Fazem festas, reuniões em resorts. E a Polícia, a Civil e a Militar, ficam
onde?
Deixo, portanto, essa
indagação. A Polícia Civil e a Polícia Militar perguntam sempre, e dizem sempre, não
importa onde estamos, importa para onde vamos. Essa é a pergunta que a Polícia
Militar e a Polícia Civil fazem, nesse momento, em São Paulo.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela Ordem,
presidente.
O
SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - Um comunicado,
Sr. Presidente. Depois do pela Ordem, um comunicado.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para encaminhar, pela
liderança da Minoria.
O
SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - O senhor
permite um comunicado enquanto a deputada...
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB -
É regimental se a deputada... tem a palavra.
O
SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL – PARA
COMUNICAÇÃO - O nobre deputado Campos Machado citou o meu nome, então preciso
fazer um comunicado aos demais.
Em minha fala no Grande Expediente,
indaguei sobre o Projeto de Resolução 007, de 2018, de V. Exa., que objetiva a
alteração do Regimento Interno, Art. 110, a inclusão de um inciso 16, qual
seja, a proibição do uso de smartphones por deputados e deputadas para “lives”
no plenário, em audiência pública, em comissões, em reuniões de líderes ou
outras reuniões no recinto desta Casa de Leis, sob pena de responsabilidade e
sob pena de infringir o Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Em meus considerandos, presidente, eu
trouxe à baila o Art. 5º da Constituição Federal, inciso 9º, segundo o qual é
livre a expressão da liberdade de comunicação. O 37, da Carta Magna, no caput,
também traz os princípios da administração e fala do princípio da publicidade.
O Art. 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, o Pacto de São José da
Costa Rica, também trata da matéria.
E eu não poderia deixar o senhor
apresentar um projeto de resolução que fere princípios constitucionais.
Ademais, nós temos a oportunidade e o direito de exercer, nesta Casa, a atividade
parlamentar.
Então, respeito V. Exa., os anos de
Casa, mas o Projeto de Resolução 007, em seu nascedouro, fere a Constituição
Federal, a Estadual, leis esparsas, regimento e tudo quanto mais de leis nós
temos em nosso País.
Eu sugeri que V. Exa. retirasse esse
projeto para que nós, deputados aqui, pudéssemos dialogar com nossos eleitores,
com nossos familiares, com nossos cidadãos dos 645 municípios do estado de São
Paulo, obviamente, sem circo, sem bagunça, nesta Casa de Leis, que eu respeito
muito.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra
a nobre deputada Márcia Lia.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Com a anuência da
deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pois não, o deputado
Dr. Jorge tinha pedido uma comunicação. Como é que faz?
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Pode ser, se
V. Exa. concordar, pode ser.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Por favor.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Deputado Campos.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO -
Primeiro, eu não preciso perguntar para o deputado Danilo se posso ou não
apresentar um projeto. Primeira coisa.
Segunda coisa, ele não entendeu o
espírito desse projeto de resolução. O que eu pretendi e pretendo impedir é que
esse plenário, que já tem a TV Assembleia para acompanhar, tenha uma
concorrência que não tem procedência, porque não é uma concorrência correta.
Tem “lives” que são injustas, que
ofendem. Basta pegar uma “live” e se manifestar. “Olha a deputada Márcia ali,
olha o que ela está falando, ela está falando impropérios”. É isso que eu sou
contra. Eu não sou contra a liberdade. O deputado Danilo se equivocou
inteiramente na interpretação subjetiva que ele deu ao Art. 5º da Constituição
Federal. Aqui ninguém quer podar nenhuma liberdade de expressão. Estamos
podando excessos.
Se por ventura não houver necessidade
desse projeto ser discutido em plenário, eu mesmo - não preciso de sugestões
nem de conselhos, deputado Danilo - retiro o projeto. Esse projeto foi
apresentado para salvaguardar, vou repetir, para salvaguardar a dignidade desta
Casa.
Minha filhinha me dizia no dia da
posse: “Papai, uma deputada falava que o senhor não queria que a deputada
Janaina falasse. O senhor impediu. O senhor pegou na mão dela.”. Eu não tive,
eu tenho um respeito muito grande pela deputada Janaina, eu não toquei nada
nela. Eu fiz só pela manifestação, que o Regimento não permitia a manifestação
de candidatos à Mesa.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra
o deputado Jorge.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Primeiro, para parabenizar o nosso deputado Campos Machado pela
aula de presunção de inocência, aula constitucional de presunção de inocência.
Dizer que somos defensores da Constituição Federal, seja quem for a pessoa, que
não esteja sendo obedecida a Constituição. Esse é um ponto.
Segundo, para parabenizar o meu líder,
deputado Teonilio Barba, pela sua incansável luta em defesa dos trabalhadores
da Ford. Dizer que aquela luta é a luta de trabalhadores organizados que, há
anos, estão ali defendendo os seus salários, defendo as suas sobrevivências.
Vem agora um Governo do Estado
recém-eleito exatamente querendo fazer de lá um mercado imobiliário. Vamos
vender agora, vamos vender o prédio da Ford.
Então sou solidário. Não pude estar
presente por razões de outros compromissos, mas estamos na luta em defesa dos
trabalhadores e do sindicato dos trabalhadores, dos metalúrgicos do ABC, que
são organizados.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Obrigado, deputado.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra
a nobre deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Muito boa tarde a todos e a todas, à assessoria, aos deputados e às
deputadas.
O que me traz aqui é uma discussão
bastante importante, porque no último dia 21 de março saiu uma matéria do
jornalista Matheus Lara, no “Estado de S. Paulo”, no “Estadão”, que tinha como
manchete “Governo constatou menor desenvolvimento intelectual em ‘filhos do
‘Bolsa Família’’, diz Bolsonaro”.
Eu quero apresentar algumas
informações, alguns dados sobre esse programa, que é o programa “Bolsa
Família”. No último dia 20 de março essa declaração do presidente da República
se deu por meio de uma transmissão nas redes sociais durante a viagem que ele
fez aos Estados Unidos.
A fala do Exmo. Sr. Presidente da
República é, no mínimo, vergonhosa, pois destila o seu preconceito pelo maior
programa de distribuição de renda do mundo. Além disso, demonstra total
desinformação sobre a mudança estrutural que ocorre quando a família é atingida
por esse benefício.
Se não, vejamos os dados. Em 2017, os
dados mostram que entre junho e julho 96% dos estudantes beneficiários
cumpriram a frequência escolar exigida pelo programa. Essa média representa
quase 13 milhões de estudantes assíduos nas salas de aula do País. Outro dado:
em 12 anos de existência o “Bolsa Família” ajudou a manter 36 milhões de
pessoas fora da linha da extrema pobreza e se tornou referência mundial no
combate à fome, fato é que a Itália está implantando esse programa.
O relatório do desenvolvimento humano
de 2015 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento destacou o “Bolsa
Família” como essencial para a redução da pobreza multidimensional, por
promover acesso à Saúde, acesso à Educação e acesso à Assistência Social. O
índice de pobreza multidimensional leva em conta as condições de saúde, de
educação e de padrão de vida.
De 2006 a 2014, Sr. Presidente da
República, passou de 4% para 2,9% o percentual de brasileiros sem acesso a
itens básicos de assistência social - uma redução de 27,5 por cento. Dados
esses colhidos do site do governo federal no dia 16 de dezembro de 2015.
Outro dado: o relatório de
desenvolvimento humano de 2015, do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, aponta o crescimento do IDH brasileiro de 0,68, em 2000, para
0,5, em 2014 - alta de mais de 10 por cento. Nesse contexto, o relatório
reconhece a colaboração do programa de complementação de renda mínima às
famílias como medida eficaz de proteção social, porque garante renda mínima às
famílias em situação de pobreza e fortalece e capacita as pessoas para investir
na escolarização e nos cuidados com a saúde das crianças. Dados colhidos também
do site do governo federal.
Outro dado: o Brasil saiu do mapa da
fome em 2014, segundo o Relatório Global da ONU para a Alimentação e
Agricultura, divulgado em Roma. A FAO considerou dois períodos distintos para
analisar a subalimentação no mundo: de 2002 a 2013 e de 1990 a 2014. Segundo os
dados analisados pela FAO, que é um órgão da ONU, caiu em 82% a população de
brasileiros em situação de subalimentação. Senhor Bolsonaro, a fome caiu em 82%
no ano de 2014. A ONU também aponta que, entre 1990 e 2014, o percentual de
queda foi de 84,7 por cento.
O relatório mostra que o indicador de
prevalência de subalimentação, medida empregada pela FAO há mais de 50 anos
para dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional, atingiu no Brasil
um nível menor que 5%, abaixo do qual a organização considera que um país
superou o problema da fome. E, por pensamentos assim, eis que em menos de cinco
anos, agora, o País retorna ao mapa da fome. Significa que em 2014 nós não
estávamos mais no mapa da fome; e que hoje nós voltamos para o mapa da fome da
ONU.
Outro dado: alunos do Bolsa Família têm
aprovação acima da média. Estudantes beneficiados pelo programa, no norte e no
nordeste, têm taxa de aprovação de 82,3%, no norte, e de 82,7%, no nordeste.
Enquanto a taxa brasileira é bem menor, é de 75,2 por cento. Dados do
Ministério do Desenvolvimento Social, de 2013. Pesquisa indicou que o
desenvolvimento intelectual das crianças beneficiárias do programa corresponde
a 65%, em média, e não um terço. Ele disse que a pesquisa apresentou que o
desenvolvimento “dos filhos do Bolsa Família” equivale “a um terço da média
mundial”. Contudo, o levantamento mostrou que há uma defasagem de 35 por cento.
Ou seja, o índice corresponde a 65% da média, ou dois terços.
Outro dado: o Bolsa Família reduz em
58% a mortalidade infantil por desnutrição e impacta o desenvolvimento integral
da criança. Quando o maior estadista do País vocifera que os filhos do Bolsa
Família têm desenvolvimento intelectual inferior à média traz em sua fala a
sinalização tácita de que as crianças pobres do nosso País não valem a pena.
Demonstra, em sua fala, a insensibilidade e a incapacidade de alteridade.
Demonstra, em sua fala, sua ideologia fascista de eugenia e política de
segregação, aumentando os muros, cada vez mais altos, entre as pessoas.
Em
sua fala, elucida a sua falta de conhecimento sobre as diversas realidades deste
Brasil e, então, de maneira rasa, reduz as políticas públicas emancipadoras,
como o Bolsa Família, como algo a ser combatido, pois o que está,
subliminarmente, nas palavras ecoadas pelo Sr. Presidente da República é que
não vale a pena investir em crianças que não se tornarão bons trabalhadores.
Também
implícito está em sua forma de controle de mão de obra barata, de forma de
exploração da vida do cidadão, que não empoderar essas crianças farão com que
possamos ter adultos “adestrados”, para que voltem às instâncias subalternas
deste Brasil Colônia, a escravidão, o serviço análogo à pessoa escravizada.
A
fala do excelentíssimo presidente, ao invés de incentivá-las, ampliá-las e
fortalecer políticas de distribuição de renda que mudam o “status quo” da sociedade
que vive à margem da miséria, S. Exa. torna fadada o subdesenvolvimento, a
falta de acesso à Educação, a falta de acesso às estruturas do Estado, nosso
futuro, as crianças deste nosso País.
Não
permitiremos, o seu fascismo não passará. Queremos nossas crianças livres e
emancipadas. Queremos que nossas crianças tenham o direito de escolher o que
fazer com sua vida e, para isso, é preciso que o Estado haja de acordo. Desta
forma, nós repudiamos, veementemente, através deste protesto, a fala infeliz, a
declaração infeliz do atual presidente da República Jair Bolsonaro, que afirma
que os filhos do Bolsa Família têm desenvolvimento intelectual menor. O
presidente da República precisa estudar um pouco mais.
Muito
obrigada.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, peço
a palavra para encaminhar a votação pela bancada do PSB.
O SR. DOUGLAS
GARCIA - PSL - Enquanto ele vai encaminhar, posso fazer uma breve comunicação?
O SR.
PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Pode. Ele assentiu.
O SR. DOUGLAS
GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para comunicar a esta Casa que
nos últimos dias, acredito que desde sexta-feira para cá, quatro, cinco ou
seis, já perdi as contas de quantos deputados subiram a esta tribuna para citar
o meu nome e, ao citarem, me relacionavam com o discurso de ódio e a tortura.
Eu realmente não entendo o que está acontecendo. Não
sei por que estão me relacionando dessa forma. Nunca apoiei a tortura a quem
quer que seja. Deixo de ficar citando deputados ou acusando X ou Y de qualquer
coisa que seja, porque acredito que a nossa pauta é uma pauta estadual, então a
gente precisa trabalhar para o povo do estado de São Paulo.
Foi passada, de forma errônea, a informação de que eu
chamei professores de vagabundos. Nunca! Eu desafio qualquer um a reproduzir
aqui no telão um vídeo em que chamo professores de vagabundos. Nunca chamei
professor de vagabundo. Eu havia, sim, chamado aqueles que incentivam greve,
impedindo os estudantes de terem o seu direito precípuo de estudar, de vagabundos.
Esses, eu chamei. E repito: são vagabundos, sim, não retiro o que eu disse, e
mantenho.
Então, Sr. Presidente, eu gostaria apenas de avisar
aos deputados da Casa que tomaram a tribuna de que eu não tenho nada contra
absolutamente ninguém. Nunca fiz discurso de ódio contra nenhum deputado desta
Casa. Sou uma pessoa extremamente feliz, vivo sorrindo, sim. Eu tenho muitos
motivos para sorrir, Sr. Presidente, porque há menos de um ano eu estava
morando lá na Favela do Buraco do Sapo, então, quem diria que um menino de lá
do Buraco do Sapo, um dia, viraria deputado e estaria aqui, discursando nesta
Casa, não é?
Então, eu tenho muitos motivos para sorrir. Já fui
expulso da Assembleia Legislativa por ser considerado radical e extremista por
um determinado deputado, que não convém aqui dizer, mas quando eu coloquei os
meus pés para fora desta Casa, eu olhei para trás e falei: “um dia, eu vou
voltar, e vou voltar e vou ser tratado com o devido respeito”. E aqui estou eu.
Então, é por isso que eu tenho muitos motivos para ser
feliz, eu vivo sorrindo, mas precisam, primeiro, chegar a uma conclusão: ou eu
faço discurso de ódio ou eu vivo sorrindo. Os dois, não dá.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria só lembrar o
deputado Douglas Garcia que a greve é um direito consagrado na nossa
Constituição Federal, para todos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
Vossa Excelência acho que defende a
Constituição Federal. A greve é um direito para os trabalhadores, tanto da
iniciativa privada, como também para os servidores públicos. Foi uma conquista
histórica da classe trabalhadora. Muita gente morreu, muita gente sofreu, muita
gente foi perseguida para que nós pudéssemos inscrever na Carta Magna o direito
de greve.
Então, o professor é um profissional,
ele é um trabalhador, ele é um profissional da Educação, que, no Brasil, ganha
salários aviltantes, baixíssimos. Aqui no estado de São Paulo, por exemplo, o
Estado mais rico da Federação não paga nem o piso nacional salarial, não sei se
V. Exa. sabe disso. O piso nacional salarial hoje é de dois mil quinhentos e
cinquenta e sete reais, por 40 horas semanais, que é uma jornada muito pesada e
extensa.
O estado de São Paulo, que é o Estado
mais rico, não paga o piso nacional salarial. As condições são péssimas de
trabalho na rede estadual. Vossa Excelência disse que veio da periferia,
conhece a situação de degradação e de abandono da rede estadual, que foi
produzida pelas políticas, pela falência das políticas educacionais do PSDB no
estado de São Paulo.
Então, a greve, em muitos momentos, é o
único instrumento que o profissional da Educação tem. Ele não está impedindo o
aluno de frequentar a sala de aula. Até porque, após uma greve da Educação, em
seguida há um processo de negociação e há também um processo de reposição
dessas aulas. Em toda greve de professores, ao término, há um processo, há um
projeto, há um programa de reposição das aulas. Então, ninguém é impedido.
Então, lembrando que a greve é um
direito garantido pela Constituição Federal.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra
o nobre deputado Vinícius Camarinha.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, queria dizer que
esta Casa, com inteligência, começa a pautar os projetos do nosso estado São
Paulo.
Deputado Barros Munhoz, semana passada
até achei que eu estivesse no Congresso Nacional, na Câmara Federal. As pautas
do povo de São Paulo, Educação,
Saúde, Infraestrutura, Habitação, não eram aqui debatidas, como é de função
deste Parlamento, mas hoje eu estou vendo que nós temos bons encaminhamentos.
Projeto de lei do agrotóxico, algumas pautas aqui voltadas ao interesse do
Estado sendo debatidas nesta Casa.
Presidente, eu não fui eleito pelo
governador João Doria. Aliás, o meu candidato a governador perdeu as eleições,
o governador Márcio França, mas isso não significa, deputado Rafa Zimbaldi, que
eu vou ser oposição por natureza. Também não vou ser adesista, nem governista.
Bons projetos, como o projeto lá na região de V. Exa., que o governador João
Doria lançou uma PPP, da Região Metropolitana de Campinas, para o transporte
ferroviário de passageiros... Eu acho que é um bom projeto.
Há tempos que nós precisamos de
ferrovia de passageiros aqui no estado de São Paulo. Que esse projeto se
estenda para Campinas, para Cerqueira César, do deputado Campos Machado,
Sorocaba, do deputado Carlos Cezar, para minha Marília, deputado Ed Thomas, lá
de Presidente Prudente.
A ferrovia é essencial para o
desenvolvimento moderno, alternativa do transporte sobre pneus. Então, bom
projeto, governador João Doria, uma PPP, recurso privado, uma obra que será
construída, nova.
Agora, eu sou contra a concessão que o Governo do Estado está fazendo desde fevereiro. Aliás, hoje, no jornal “O Estado de S. Paulo”, do dia 26 de março, uma nota, escrito o seguinte: “Número de pedágios em rodovias paulistas crescerá 10%”.
Vou repetir ao Parlamento, para ver se vamos estar de acordo, ou não: “Número de pedágios em rodovias paulistas crescerá 10%”. “A concessão de 1,2 mil quilômetros de rodovias à iniciativa privada, lançada em fevereiro pelo governo estadual, vai acrescentar 15 novas praças de pedágio à malha paulista. O número representa um acréscimo de quase 10% de pedágios nas rodovias estaduais concedidas, que atualmente contam com 158 postos de cobrança...”.
Deputado Ed Thomas, o estado de São Paulo possui 158 pedágios. Numa canetada só, está indo 10% desses pedágios para a região oeste de São Paulo, onde V. Exa. atua e onde V. Exa. também reside. Uma boa parte dessas rodovias estão prontas. Eu lembro a minha luta incansável para duplicar a SP-294, no trecho do município de Bauru ao município de Marília.
Foram quase 100 quilômetros de duplicação. Uma obra de mais de 200 milhões de reais, construída com recursos do Governo de São Paulo, recursos do povo paulista: de você, contribuinte, que está nos assistindo; de vocês que estão na galeria.
Agora vem um projeto para colocar dois pedágios neste trecho entre as duas cidades. Rodovia pronta, duplicada pelo governador Alckmin, duplicada pelo governador Serra. E que agora vamos ter que suportar mais dois pedágios, só nesse trecho. Fora de Marília a Panorama, serão mais cinco pedágios.
Qual e á consequência disso, Srs. Deputados e Sras. Deputadas? A consequência é na veia do povo de São Paulo. A consequência é na veia da dona de casa, que faz o mercado, que faz a compra, que vai comprar gasolina. Porque incide custo no frete. Incide custo na vida do estudante. Incide custo no dia a dia do povo trabalhador.
“Deputado Vinícius Camarinha, você é contra o desenvolvimento e a obra?” É claro que não. Deputado Major Mecca, o senhor sabe o quanto o Governo do Estado arrecadou de IPVA? Quinze bilhões de reais. Esse ano vai ser 8% a mais.
Eu defendo um programa em que nós possamos, com recursos do Governo do Estado, fazê-las com recursos que nós pagamos do IPVA que, aliás, tem as suas características de imposto sobre veículos automotores, justamente, para a gente atender a essa demanda.
Não é vinculativo porque a Constituição Federal não vinculou. Mas, moralmente, é importante nós vincularmos essas receitas a esse tipo de investimento. Como foi feito, no governo passado, pelo governador Alckmin e pelo governador Serra. Estamos numa verdadeira cruzada, numa verdadeira luta. Quem me elegeu foi o povo do meu interior, foi o povo da minha região. Um sentimento de indignação, esse é o sentimento que nós estamos vendo por onde a gente passa.
Eu estou aqui para ajudar a aperfeiçoar esse projeto. Quero pedir, ao governador João Doria, para que ele reflita melhor, para que ele converse com os seus secretários. Não há espaço para nos onerarmos e prejudicarmos mais o nosso povo com taxa e imposto. Semana que vem, ou esses dias, deve estar programada uma greve dos caminhoneiros. Programado, a gente ouve dizer. Será que eles vão discutir os pedágios?
Outra coisa: o Art. 19 da Constituição do Estado de São Paulo, inciso V - não sei se a Presidência pode me fornecer uma Constituição do Estado de São Paulo, porque eu queria que esta Casa soubesse o que nós estamos fazendo.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Pois não.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - O Art. 19 da Constituição
do Estado de São Paulo - se não vier a Constituição - diz que este Parlamento é
que tem as prerrogativas de autorizar as concessões do estado de São Paulo, e
este Parlamento não está participando do debate tão importante quanto este.
Cada deputado aqui poderia dar uma contribuição enorme. O deputado Roberto
Engler, que é um deputado da região de Franca - a deputada delegada que está
aqui também é de lá - me dizia hoje, na reunião da bancada, que foi pela luta
deles, lá em Franca, pela mobilização, fez convencer o governador Geraldo
Alckmin a desistir dos pedágios que seriam instalados em Franca. E Franca, num
dos trechos da rodovia - não sei qual - não teve os pedágios instalados pela
mobilização dos seus representantes e do povo.
Então, queria muito contar com o apoio
deste Parlamento. Precisamos ter o engajamento em defesa da população que mais
precisa. A sociedade está sobrecarregada de impostos, de taxa de multa. Aliás,
não sei se esta Casa tomou conhecimento, mas agora, as praças de pedágio, quem
passar acima de 40 quilômetros por hora nas cancelas do sem parar vai ser
multado, um verdadeiro caça níquel. Isso é a favor do não controle em hipótese
alguma. Vamos controlar de outras maneiras. Fazendo advertência, orientando
quem passa ali na praça de pedágio, mas multar mais o povo? Já estamos cansados
desses radares escondidos nas beiras das rodovias pegando os trabalhadores, os
desavisados.
Para encerrar, Sr. Presidente, eu
gostaria de ler para este Plenário, o Art. 19, inciso V : “Compete à Assembleia
Legislativa, com sanção do governador, dispor sobre as matérias de competência
do Estado. Inciso V - autorização pra cessão ou para concessão de uso de bens
imóveis do Estado para particulares”, Constituição do nosso estado de São Paulo
e que V. Exa., deputado Barros Munhoz, ajudou a construí-la em 1989. Muito
obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Tem a palavra a
nobre deputada Carla Morando.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Para encaminhar pela
bancada do PSDB.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Para encaminhar
pela bancada do PSDB, tem a palavra a deputada Carla Morando.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Eu gostaria só de esclarecer essa questão toda das privatizações, dessa
concessão que o deputado Camarinha tem dito. Todas as cidades beneficiadas com
as privatizações do estado de São Paulo, onde nós temos as dez melhores
rodovias do País. Isso tudo devido às privatizações que tanto foram condenadas,
hoje elas são utilizadas por todos os partidos políticos, incluindo o PSB, o PT
e muitos outros que fazem concessões. Por quê? Porque é um modelo de sucesso.
As pessoas não gostam de pagar a mais.
Porém, quando se trata de um pedágio onde vai ter uma melhoria significativa da
estrada, trazendo benefícios, diminuindo problemas que essa pessoa possa ter na
estrada, eu acredito que as pessoas têm uma aprovação com isso. Elas gostam das
nossas estradas e das nossas rodovias.
Tudo que é feito pelo governador ele vai
passar pela Assembleia Legislativa para todos os deputados. Os pedágios não
estão ainda estipulados, nem valor e nem onde serão as praças. Tudo isso será
discutido dentro desse projeto e será feito em uma audiência pública. Então,
cabe a nós entendermos que o governador vem trazer benefícios: trazer estradas
melhores, tirar do peso do Estado e nada mais justo do que quem pagar o pedágio
ser somente as pessoas que utilizarão, e não toda a população para fazer uma
melhoria ou uma benfeitoria na estrada.
Então, acredito que a maior parte dos
contribuintes e das pessoas gosta das privatizações, principalmente das
rodovias.
Muito obrigada.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Comunicação, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Tem a palavra o
deputado Vinícius Camarinha.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO -
Presidente, só para enriquecer o debate com a deputada Carla Morando, eu
gostaria de dizer que a Artesp publicou na internet e nos seus editais a
localização das praças de pedágios e os preços que serão auferidos, que são em
torno de dez reais cada praça.
Este deputado vem trazer dados oficiais
da Artesp, que, aliás, amanhã fará uma audiência pública em Marília - uma
audiência pública em que não podemos falar, escrever apenas.
Mas, tenho absoluta convicção de que
com diálogo, com apoio deste Parlamento, o líder do Governo, nós vamos aos
poucos convencendo-nos de que é possível nós acharmos uma alternativa, que não
é essa de colocarmos dez por cento de todos os pedágios do estado de São Paulo
na região oeste do estado, que outrora, Sr. Presidente, V. Exa. foi ministro da
Agricultura, era o corredor da fome.
Mas, hoje, não. Hoje tem Bastos, o
maior produtor de ovos; tem Panorama, com a cerâmica, tijolos, areia, telha;
tem a Jacto em Pompeia, a maior empresa de empreendimentos agrícolas do Brasil;
tem Marília, com a produção de alimentos; Garça, com café, com
eletroeletrônicos.
Então, nós estamos fazendo um apelo ao
governo, ao secretário de Transportes - quem quer que seja -, para que possamos
urgentemente aperfeiçoar este projeto.
Porque, deputado Giannazi, o projeto
avança. As audiências estão acontecendo. A Assembleia não foi consultada. Este
Parlamento não foi consultado.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra
o deputado Gil.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Para encaminhar
pela bancada do PSL.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - É regimental.
Tem V. Exa. a palavra.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem,
presidente. Com anuência do orador, um comunicado.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Pode ser,
deputado? Com a palavra.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO -
Eu vejo a preocupação de vários deputados sobre o discurso do pedágio e das
coisas.
O que há ali, um pré-projeto, aonde
serão possivelmente colocados os pedágios. Eles sabem disso. Nas audiências
públicas é que será formatado o novo modelo de concessão; inclusive, o novo
modelo, que poderá ter ou não um número de projetos.
Eles sabem disso, então, eu acho que
isso é uma discussão que nós temos que fazer. Ninguém quer onerar o povo
paulista. O que nós queremos... O governador João Doria quer desonerar o povo
paulista e melhorar a trafegabilidade e cuidar da vida das pessoas que trafegam
nas nossas rodovias.
É muito importante você fazer um
discurso dizendo o seguinte: “Olha, vamos construir com recurso do Tesouro,
vamos fazer lá 500 quilômetros de duplicação, dois bilhões...”, ou um bilhão,
ou 500 milhões, eu não sei quanto custa isso, “...sem onerar”.
Como é que não onerou? Você vai fazer
com recurso do Tesouro, vai tirar dinheiro meu, seu, do senhor, daquela
senhorinha que está sentada lá. Vai tirar de todos.
E aos deputados que estão aí: eu acho
que é muito bom o discurso de dizer que é contra o pedágio. Eu vou dizer de
quem usa as rodovias de São Paulo.
Todos sabem que eu tenho uma empresa
avícola. Eu prefiro muito mais andar 500 quilômetros vindo à Capital com as
minhas carretas pagando os pedágios nos preços que são do que mandar para o
Mato Grosso, que não tem nenhum pedágio, para virem de lá com os pneus
estourados, sem freio, sem condições de trafegabilidade.
Isso é muito mais barato no custo da
minha empresa: você pagar um pedágio. Então, o discurso de pedágio para as
empresas... É muito mais econômico você ter uma boa rodovia, onde você vai
gastar menos freio, você vai furar menos pneu, onde você vai quebrar menos
caminhão do que uma empresa, uma rodovia que não tem pedágio, mas que não tem
manutenção, que só tem buraco.
Então, isso é uma discussão que
nós temos que fazer, que nós podemos fazer em todo momento. E as audiências
públicas, em cada uma das regiões, exatamente para isso, como vai ter amanhã na
cidade de Marília.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra o
nobre deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Boa tarde, presidente Barros Munhoz; boa tarde, toda a Mesa; boa tarde aos
meus pares aqui no plenário; boa tarde,
assessoria, Assessoria Militar também; a toda a galeria e os que nos
assistem pela TV Assembleia; queria falar um pouco de ontem.
Nós, juntamente com o deputado
Eduardo Bolsonaro, visitamos aí a região do Carlão Pignatari, região de
Votuporanga, inclusive o Carlão esteve lá conosco na Santa Casa de Votuporanga,
que faz um excelente trabalho ali na região. Atende mais de 92 municípios. Tive
a honra de poder participar junto ao mandato do Eduardo Bolsonaro e destinar
cerca de 1 milhão e 700 mil reais para a Santa Casa.
Pelo terceiro ano nós colocamos
essas emendas que chegam ali para a população mais carente, deputado Barros, à
população que utiliza o SUS. Pude também visitar o Hospital de Amor, antigo
Hospital do Câncer de Barretos. Fizemos aí essa visita também. Nós conseguimos
destinar, por exemplo, no ano passado, um milhão de reais junto ao deputado
Eduardo Bolsonaro, e o então deputado federal Jair Bolsonaro também destinou um
milhão de reais, no ano passado. Houve outras emendas também, mas no último ano
conseguimos essa destinação de dois milhões de reais. E lá o trabalho é de
excelência, é um polo de alta tecnologia voltada para a saúde.
O Hospital de Amor de Barretos é
um hospital 100% SUS, que mesmo com a tabela defasada do SUS eles gastam, por
exemplo, por mês, cerca de 38 milhões, só que o SUS só repassa para eles 15
milhões de reais. E essa diferença eles têm que procurar junto aos empresários,
muitas vezes demonizados aqui no nosso País, Major Mecca. Fazem leilões,
recebem doações e conseguem aí manter esse atendimento que, queira Deus, um
dia, nós coloquemos aí pelos hospitais do Brasil.
Visitei vários leitos. Visitei um
leito, dona Maria Querência. Ela é do Mato Grosso, e fiquei até emocionado
quando ela me disse que há duas semanas uma parente dela faleceu lá no Mato
Grosso, porque não tinha o tratamento que ela conseguiu ali em Barretos. E que
ela tinha muita alegria por está sendo cuidada ali, que mesmo, deputada Erica,
se ela falecesse, se ela viesse a morrer naquele hospital, ela morreria com
dignidade. Mesmo ela sendo pobre, mesmo ela sendo de uma família humilde, que
ela morreria com dignidade. E essa dignidade é que nós queremos levar para cada
cidadão paulista, para cada cidadão brasileiro, o respeito e a dignidade no
serviço público. Acredito ninguém está aqui, ninguém foi eleito para ser
servido pela população. Pelo contrário, nós viemos para servir essa população,
e esses dois hospitais que nós visitamos, ontem, que nós já temos essa amizade,
são referências para o SUS, para os hospitais aqui no nosso Estado e para os
hospitais do Brasil.
Nós fomos para Votuporanga em
2015. Conhecemos lá a região do Carlão, em 2015, através de um município. O
Everton D’ávila mandou uma mensagem na rede social ao deputado Eduardo
Bolsonaro, falando: “Olha, venha visitar aqui o nosso município” - mais de 500
quilômetros daqui da capital. E o deputado, lendo ali a mensagem, respondeu e
falou: “Olha, vou colocar na agenda. Vamos, sim.” E fomos lá conhecer tanto a
cidade, a prefeitura e a Santa Casa, e ficamos amigos da Santa Casa e amigos da
cidade.
Então nosso mandato não é aquele
mandato de região, não é aquele mandato regional, onde os deputados trabalham
para atender aquele núcleo que os trouxe até aqui, mas é um mandato de
bandeiras. Então, temos independência para mandar as emendas para onde
acreditamos que serão bem aplicadas, bem destinadas.
Como esses hospitais que citei, há
vários outros: Hospital Amaral Carvalho, em Jaú; Hospital dos Estivadores, na
Baixada Santista; em Piracicaba, o Hospital dos Olhos; em Sorocaba, também
enviamos, inclusive este ano. Vai ser uma marca, se Deus quiser, do nosso
mandato aqui, deputado Douglas.
Queria terminar aqui e finalizar meu
tempo... Não pude vir ontem, não participei dos debates acalorados, mas já
percebi que o tom, para o PSL, subiu. É muito bom que tenha esse debate de
ideias, mas eu gostaria também que houvesse debates para que projetos fossem
pautados e projetos fossem aprovados para o nosso povo. Mas como não vou vir à
tribuna para defender... Não o PSL em si, pois somos do PSL, estamos no PSL,
mas o meu eleitor não votou em partido político, o meu eleitor votou em
pessoas, em ideias, em projetos.
Quando vejo o Douglas ser atacado,
muitas vezes atacado, fico me perguntando: ora, por quê? Qual é o intuito? Será
que incomoda tanto um jovem de periferia que veio da favela do Buraco do Sapo,
filho de família humilde, que defende claramente as suas ideias, e defende
brilhantemente as suas ideias? Ser atacado? Sim, atacado. Vimos o Agente
Federal Danilo Balas ser não só questionado, mas ironizado, como o Douglas foi
também ironizado.
Ora, nós defendemos pautas, nós sabemos
o que defendemos e respeitamos o contraditório. Não tem problema, mas como
não... O deputado Campos Machado, infelizmente, não está aqui. Como ele disse, não
gosta de falar pelas costas das pessoas. Mas acredito que não seja pelas
costas, pois ele pode estar acompanhando pela TV Alesp.
Mas como, em sã consciência, aprovar um
projeto que proíbe “lives”, transmissões ao vivo em redes sociais? É
inimaginável. Tem a TV Alesp? Ótimo, excelente. Mas quem aqui assiste à TV
Alesp? Com todo o respeito à TV Alesp. Estamos fazendo propaganda em nossas
redes sociais; queremos, sim, que ela tenha audiência, mas, muitas vezes, os
nossos canais nas mídias - Facebook, Instagram, Twitter, YouTube - são muito
mais acessados e são uma ferramenta que nós temos.
Então, temos aqui a ala de deputados
conectados, de deputados que estão engajados nas redes sociais, deputados
digitais, versus uma ala de deputados analógicos, que ficaram parados no tempo.
Proibir uma ferramenta tão importante como essa, de conexão com os nossos
eleitores, é surreal.
No Colégio de Líderes, deixei claro:
mesmo discordando do mérito do projeto - e discordo e venho à tribuna para
discordar, é prerrogativa minha -, eu queria que fosse pautado. Eu queria que
fosse pautado. Eu queria que nossos eleitores pudessem se manifestar nesse
sentido.
Por quê? O que temos a esconder? Mesmo
se for aprovado e alguém aqui, porventura, quiser me filmar ou fazer uma “live”
quando eu defender aqui o presidente Jair Bolsonaro, quando defender aqui as
pautas conservadoras, as pautas liberais, as pautas de direita, tem a minha
autorização para me filmar.
Por quê? Porque não tenho nada a
esconder de ninguém. Pelo contrário! Até mesmo a oposição. Me promove, promove
a nossa fala, as nossas ideias, os nossos discursos, assim como também
promovemos a oposição. Isso faz parte da democracia, faz parte do debate.
Então, proibir, em 2019, uma “live”,
uma transmissão ao vivo no Facebook, no Instagram, eu não acho que seja de bom
tom. Não acho que a maioria dos paulistas que nos confiou este mandato
acreditou que isso seja necessário. Temos outras pautas, temos outras
prioridades e que, queira Deus, nós gastamos nosso tempo com o que realmente
interessa para o povo de São Paulo.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Gostaria de
fazer uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Para uma
comunicação, tem a palavra deputada Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Eu vou pegar uma parte da fala do Gil e de forma respeitosa, Gil,
eu acredito que você não deva ter... Não sei se você acompanhou na sexta-feira
e quando eu me dirigi ao jovem pobre da periferia eu não me dirigi de forma
desrespeitosa.
Eu dirigi dizendo: “Você vem de uma
origem humilde eu e eu também”. Aliás, eu não fui nem ao motorista e nem a
pessoa... Eu fui a própria empregada doméstica, simples assim, aos dez, 12, 15
anos de idade. Essa é a minha história. Eu não tenho problema com isso e
ninguém o ironizou. Ele nos ironiza, ele tenta nos pôr para baixo. A pergunta
que eu faço é a seguinte: por que nos tratar dessa forma, por quê? Por que
chamar uma profissão digna que é a dos professores como vagabundos, por que
isso sabendo que não é?
É a mais importante, é nobre ser
professor neste País, é nobre. Sabe por que é nobre? Porque se tem crianças
alfabetizadas é graças a nossa luta, porque por investimento de governo não,
filho, senão você não estaria aqui se não tivesse um professor. E quero me
dirigir ao nosso querido Campos Machado. Ele não disse de outra forma que não
fosse essa no sentido da ironia.
As “lives”, gente, eu não ligo, porque
eu lido com oposição, entendeu? E oposição é um pouco disso, só que o perigo na
“live” é deturpar o que a gente está dizendo, é disso que se trata. Eu acho que
o deputado Campos Machado tem pleno entendimento da comunicação, dos avanços
tecnológicos, mas “live”... Entendeu? Eu não me importo com isso, mas eu vou me
defender caso tenha alguma coisa, pode ter certeza que eu vou à defesa.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Presidente, para uma
reclamação ou comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Com a palavra o
nobre deputado Campos Machado.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o deputado Gil Diniz é
presunçoso demais. Eu só ouvi o finalzinho. Primeiro, fala na minha ausência, o
que não é de boa índole, não é recomendável falar de um deputado na ausência
dele.
No finalzinho eu vi, não sabia que o
deputado Gil Diniz era especialista em constituições, um constitucionalista.
Vossa Excelência leu o Art. 5º? Fala-se em liberdade de expressão, deputado
Barros Munhoz. A deputada Bebel de maneira claríssima ela deixou claro que não
se trata de impedir qualquer parlamentar de manifestar a sua vontade, a sua
palavra, nada disso.
Nós temos que ficar preocupados com a
maneira como as “lives” são levados fora daqui. É só isso, Sr. Presidente.
Portanto, deputado Gil Diniz, tem um pintor chamado Apeles que fez uma
exposição em Paris e lá ele convidou todo mundo, cheio de quadros, e aí chegou
lá um sapateiro. Foi e começou a dizer: “Que sapato bonito, está bom o sapato,
mas o colar, o vestido não estão bem”. O pintor disse: “Alto lá, sapateiro, não
vá além das sandálias”.
Deputado Gil Diniz, não seja
presunçoso. Eu apresentei este projeto, V. Exa. vai apresentar projetos, eu não
vou dizer que V. Exa. está equivocado. Este plenário existe para debater isso.
Portanto, deputado Gil Diniz, presunção é uma palavra de difícil interpretação.
Eu nunca vi uma Assembleia de tantos especialistas em Direito como tem esta
aqui. Nunca vi tantos advogados,
tantos juristas, tantos professores.
Não sugiro e não dou
conselho. Vossa Excelência não pediu e eu não quero dar, mas presunção
demasiada há que se lamentar, deputado Gil.
O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria
pedir desculpas se eu, por um acaso, ofendi os anos de experiência do nobre
deputado Campos Machado. Talvez seja o nosso início de mandato que nos coloca
esses arroubos. Mas me mantenho firme nesta questão. Essa proibição não traz
nenhum benefício para a liberdade de expressão, não traz nenhum benefício para
os nossos eleitores que estão em casa e, muitas vezes, nos acompanham pelas
redes sociais - e não pela TV Assembleia.
Não tem como deturpar, editar, cortar uma “live” - ela
é contínua. Eu entendo que o senhor não consiga visualizar, dentro desse
escopo, uma transmissão ao vivo no Instagram. Não tem como editar. Ou seja, só
vai ser transmitido e ser levado para o meu eleitor aquilo que eu falar naquele
momento.
Os vídeos da TV Assembleia sim, eu posso baixá-los no
canal do YouTube e editá-lo. Aí sim, alguém pode retirar um trecho da minha
fala, um trecho da fala de Vossa Excelência, para tentar montar uma narrativa
que não existiu. Mas não é o caso.
Então, sou sim favorável às redes sociais, sou sim
favorável às transmissões no Facebook e, novamente, inclusive o senhor se
quiser, posso ensiná-lo, dentro da minha humildade - não quero ser presunçoso.
Eu posso ensiná-lo a fazer uma transmissão na sua rede social. Eu sei que o
senhor utiliza o Facebook. Eu acompanho o seu trabalho nas redes sociais e
posso ensiná-lo. Eu fico à sua disposição.
O SR. CAMPOS
MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Além de ser deputado, eu não sabia que o senhor Gil
Diniz era professor, que dispõe a dar palestras e aulas. E, ainda, mais do que
presunçoso: ela acha que sou contra as redes sociais. Ele é o único favorável,
sua excelência, o professor Gil Diniz.
Deputado Barros Munhoz, é difícil falar com quem não
quer ouvir. Quando se tem ouvidos de mercador, é impossível. Eu jamais vou
conseguir, pelo o que estou sentindo, que as pessoas entendam a maneira simples
que estou expondo. Eu só não quero excessos. Ninguém é contra a rede social,
pelo contrário. O meu pessoal de imprensa faz e acredita. O que eu não posso
aceitar é ser pré-julgado, o projeto não foi nem pautado ainda e o professor
Gil Diniz já quer rejeitá-lo.
Portanto, eu disse um dia desses e as pessoas não
perceberam: as palavras, enquanto nós não as proferimos são nossas
prisioneiras. Depois que nós as proferimos, nós passamos a ser prisioneiros
delas.
Eu não quero polemizar em um tema tão pequeno. Como
diz Fernando Pessoa: a vida é curta, mas não pode ser pequena.
O SR. DOUGLAS
GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu estou desde sexta-feira engolindo sapos. Muitas
pessoas vieram à tribuna e me ofenderam amargamente.
Me dirigindo agora, pela última vez, eu prometo que
jamais pegarei este microfone para citar deputado X ou Y porque eu acho que isso
é perda de tempo e esta Casa tem muito o que legislar.
Deputada Professora Bebel, a senhora subiu a esta
tribuna para dizer que eu sou uma pessoa descontrolada, que eu não tenho
controle, que eu sou desequilibrado. A senhora subiu nesta tribuna e falou que
eu sou apologista da tortura. A senhora subiu nesta tribuna para dizer que eu
dissemino o ódio. Então, eu gostaria que a senhora prestasse bastante atenção
no que eu vou dizer agora.
Eu tenho um imenso respeito pela classe
de professores do estado de São Paulo. O que eu não suporto são aqueles que
querem impedir os nossos estudantes de terem aula. Eles são os principais, que
estão sofrendo por causa disso.
Então, eu gostaria de que V. Exa.
pegasse as suas palavras, convocasse todos aqueles grevistas, militantes, todos
os sindicalistas que dão aula de matemática e fizesse uma medição das palavras
de V. Exa. antes de subir a esta tribuna para falar da minha pessoa, está ok?
Muito obrigado, presidente.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, acabou de sair essa matéria no “Estadão” e acho que é fundamental
que a gente tenha conhecimento disso.
Segundo órgão do Ministério Público
Federal, se fosse levado a cabo hoje, o golpe seria enquadrado como crime
contra a ordem constitucional. E, se tivesse o apoio do presidente da
República, este estaria cometendo crime de responsabilidade, via Fausto Macedo,
no “Estadão”.
Portanto, a Procuradoria da República
entende que o que o Bolsonaro está tentando fazer, que é festejar o golpe de
64, é incompatível com o estado democrático de direito e também constitui crime
de responsabilidade.
Então, é importante que as pessoas
saibam que essa discussão da comemoração de 31 de março de 64 está sendo,
inclusive, contestada pelo Ministério Público Federal.
Muito obrigada, presidente.
O
SR. CONTE LOPES - PP - PARA COMUNICAÇÃO -
Sr. Presidente, então eu sou um criminoso, porque eu entrei na Polícia Militar
como soldado, em sessenta e sete. Todo 31 de março havia comemoração e eu
estava escalado e ia desfilar, cantava o hino, porque era 31 de março. Se mudou
tudo depois, a revolução de 64 virou ditadura é outro problema.
Agora, não sei por que tanta
preocupação com o presidente Bolsonaro. O homem assumiu há três meses. O Lula
foi presidente duas vezes e foi um grande presidente, tanto é que se reelegeu e
conseguiu eleger a Dilma, que acabou com ele e com o PT também. A Dilma
conseguiu. Ela tinha 130 votos como presidente da República, conseguiu ser
cassada tendo 40 ministros, não conseguiu 40 votos.
Então, ela era péssima como presidente
da República. Como foi péssimo aqui o Haddad como prefeito. Eles não falam com
ninguém, é mais ou menos igual ao Doria, não fala com político. Eu sou
político, mas não gosto de político, ué.
Então, a gente quer colocar isso aí. O
Bolsonaro era um capitão do exército como eu fui da Polícia Militar. E, por
algum motivo, ele resolveu sair do exército e foi ser político como todo mundo
aqui. Ele foi deputado, 30 anos. E teve coragem de se candidatar a presidente
da República sem partido, sem hora de televisão e sem nada. E ganhou a eleição.
E agora ele está meio certo também. A
gente que é meio... ele está meio certo. Fala, o Lula foi para a cadeia,
enfiaram em cima do Lula um triplex. O Michel Temer foi para a cadeia, agora eu
tenho que fazer acordo com o Maia? O Maia põe um cara lá no porto de Santos ou
não sei aonde, o cara pega uma mala de dinheiro, sai correndo, olha lá, o
Bolsonaro que mandou pôr o cara lá e o cara foi pego com uma mala de dinheiro.
Talvez o presidente Bolsonaro esteja com medo disso.
Agora, não sei, o cara está há três
meses e já está todo mundo para ele ir embora, a grande imprensa, para pôr o
general Mourão, que, esse, nunca foi político. Eu não sei, não estou entendendo
mais nada de política.
Só isso que eu queria colocar, Sr.
Presidente.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO -
Tendo em vista as palavras dos últimos deputados, queria informar que estamos
muito preocupados com os assuntos de Brasília e os de São Paulo mesmo nós não
estamos discutindo.
Mas já que foi comentado sobre o dia 31
de março, eu queria dizer, então, que eu sou criminoso, porque dia 28 próximo
estaremos comemorando a revolução de 1964 sim, inclusive com as tropas do
exército.
Então, convido a todos os deputados,
dia 28 de março, agora, quinta-feira, às nove e trinta, Ed Thomas, se quiser
nos acompanhar, no comando militar do sudeste, estaremos comemorando a
revolução de 1964.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Só para alertar os deputados que compõem as Forças Armadas,
a Polícia Militar ou outro tipo. É verdade que sempre existiram as
comemorações. É verdade, sempre existiu. Nunca foram proibidas as comemorações.
Mas não é o que o Bolsonaro está propondo.
O Bolsonaro está propondo outra coisa.
O Bolsonaro está propondo comemorar o dia 31 de março como um dia para
comemorar a Revolução de 64, que não foi revolução, foi um golpe. Foi um golpe
institucional, no País, das Forças Armadas naquele momento, que torturou e que
matou muita gente. Nós não vamos nos calar sobre isso.
A mesma coisa o direito de greve. Eu
estava brincando com o coronel Conte Lopes. Falei assim: “O coronel Conte Lopes
mandou muita ‘polícia’ para nos bater.” Ele falou assim: “Mas vocês jogaram
muito miguelito nas rodas das viaturas.” Quem não sabe o que é miguelito, é um
prego que você joga e ele fica em pé, furava as rodas. Não fizemos isso.
(Pronunciamento fora do microfone.) Bolinha de gude, as cavalarias. Mas foi uma
luta importante, a conquista ao direito de greve na comissão da Constituição de
88, porque era proibido.
Vocês, da Polícia Militar, às vezes têm
vontade de fazer greve. Nesta Casa, no Governo do Estado de São Paulo, vocês
ficaram três anos e oito meses sem receber a reposição da inflação. Foi assim
que o governo Alckmin tratou vocês. Eu falei isso em frente ao Palácio dos
Bandeirantes e os policiais não podiam concordar comigo, porque estavam com o
escudão plantado no chão, mas eu tenho certeza de que naquele momento eu
representei o sentimento deles.
Agora, é um absurdo querer criar o dia
31 como o dia de comemoração nacional da Revolução de 64. Sessenta e quatro foi
revolução? Foi um golpe militar. Na Comissão da Verdade, nós tentamos montar a
Comissão da Verdade e não cassar ninguém, mas reconhecer que 64 foi um golpe em
que se tirou o direito civil do povo brasileiro.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário,
solicito o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSB - Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, desconvoca a sessão
extraordinária marcada para às 19 horas e convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.
Esta
Presidência quer lembrar também que houve um acordo de lideranças para amanhã
proceder a uma reunião no Salão Nobre da Presidência, com autorização do
presidente Cauê Macris, para discutir o PL 147.
Está levantada
a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 18 horas e 48 minutos.
*
* *