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3 DE ABRIL DE 2019

13ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: GILMACI SANTOS e CAUÊ MACRIS

 

Secretaria: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CORONEL TELHADA

Parabeniza os municípios aniversariantes Reginópolis, Cerquilho, Planalto e Jacareí. Comemora a aprovação de lei, de sua autoria, que cria o "Dia do Batalhão Tobias de Aguiar" em 1º de dezembro. Faz críticas à matéria do jornal "Agora" sobre o aumento de mortes em confrontos com policiais, neste ano. Opõe-se a pronunciamento do ouvidor da Polícia do estado de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, sobre as ocorrências policiais estarem atípicas neste ano.

 

3 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Anuncia a presença de alunos do curso de Relações Internacionais da Escola de Propaganda e Marketing - ESPM, acompanhados da coordenadora professora doutora Paola Gonçalves Rangel do Prado. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão solene a realizar-se no dia 06/05, às 19 horas, com a finalidade de celebrar o "Dia do Profissional de Contabilidade", por solicitação do deputado Itamar Borges.

 

4 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Para comunicação, manifesta seu apoio à aprovação da PEC 02. Apresenta vídeo com promessas de campanha do governador João Doria em relação ao reajuste dos policiais militares.

 

5 - PAULO LULA FIORILO

Manifesta-se favoravelmente à PEC 02/18 e defende sua apreciação em plenário. Apresenta e comenta frases do governador João Doria sobre temas políticos. Informa que amanhã, dia 03/04, o governador deverá vir a esta Casa para ouvir demandas dos parlamentares.

 

6 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão solene a realizar-se no dia 10/05, às 10 horas, com a finalidade de homenagear os "Conselhos Comunitários de Segurança - Conseg's", por solicitação do deputado Delegado Olim.

 

7 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Responde críticas do deputado Campos Machado à constituição de CPIs. Considera que esta Casa deve atuar conjuntamente ao Ministério Público na apuração de crimes e irregularidades.

 

8 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão solene a realizar-se no dia 17/05, às 10 horas, com a finalidade de homenagear o "Dia Estadual do Trabalhador da Saúde", por solicitação do deputado Rafael Silva.

 

9 - DELEGADO OLIM

Parabeniza o governador João Doria e o coronel Marcelo Vieira Salles, comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo, pela Operação Morumbi Mais Seguro, que considera exitosa. Comunica que o governador comprometera-se a conceder reajuste aos policiais civis e militares. Defende a aprovação da PEC 02/18.

 

10 - SARGENTO NERI

Para comunicação, manifesta-se favoravelmente à aprovação da PEC 02/18 em reunião do Colégio de Líderes.

 

11 - ISA PENNA

Saúda os trabalhadores da Emplasa e os policiais militares presentes nas galerias. Considera que a sociedade brasileira é violenta, inclusive culturalmente. Pede que o governador João Doria retroceda no corte de 23% do orçamento destinado à Cultura no Estado. Discorre sobre a importância do investimento em Cultura no combate à violência.

 

12 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Convoca os Srs. Deputados para uma sessão solene a realizar-se no dia 20/05, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o "Dia da Comunidade Turca", por solicitação do deputado Carlão Pignatari.

 

13 - DOUGLAS GARCIA

Elogia a produtora Brasil Paralelo pelo documentário, publicado no Youtube, sobre o período de Regime Militar de 1964. Repudia o PL 327/19, que institui o Programa Memória, Verdade e Justiça no estado de São Paulo.

 

14 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, considera que não é possível reescrever a história do Brasil, tendo em vista que houve uma Ditadura Militar no País. Lembra que seu tio fora torturado durante o período do regime militar.

 

15 - ISA PENNA

Para comunicação, informa ser a autora do PL 327/19 que institui o Programa Memória, Verdade e Justiça no estado de São Paulo. Defende a importância da matéria. Critica o pronunciamento do deputado Douglas Garcia. Critica o esvaziamento do debate político.

 

16 - ERICA MALUNGUINHO

Presta solidariedade aos familiares de policiais militares mortos em serviço durante o ano. Considera que o investimento em Educação e a redistribuição de renda fazem parte da luta por Segurança Pública. Critica o PL 346/19, de autoria do deputado Altair Moraes, que define o sexo biológico como o único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no estado de São Paulo. Rebate os argumentos do projeto de lei. Defende os direitos da população transgênero.

 

17 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, manifesta apoio ao PL 346/19, de autoria do deputado Altair Moraes. Critica o uso de banheiros femininos por mulheres transexuais.

 

18 - ERICA MALUNGUINHO

Para comunicação, faz pedido que se abra processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado Douglas Garcia por incitação ao ódio contra pessoas transexuais.

 

19 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Informa que o pedido da deputada Erica Malunguinho deve ser feito de forma escrita.

 

20 - GIL DINIZ

Manifesta seu apoio ao PL 346/19. Defende declaração do técnico Bernardinho sobre a presença de transexuais em campeonatos esportivos. Comenta caso de homem que fora baleado pela ex-companheira após invadir a casa dela. Defende o acesso à arma de fogo para a defesa dos cidadãos.

 

GRANDE EXPEDIENTE

21 - ERICA MALUNGUINHO

Para comunicação, afirma que para a discussão na tribuna é necessário argumentação e não apenas opiniões. Esclarece que há instituições sérias que discorrem sobre este assunto. Afirma que está aberta a discussões.

 

22 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Informa que a palavra para comunicação não deve ser usada para debates, mas sim para comunicados importantes.

 

23 - RAFA ZIMBALDI

Para comunicação, defende a função regimental das comunicações em plenário. Afirma que cada um deve defender o seu ponto de vista, mas sem discursos de ódio e discriminação. Destaca que esta Casa precisa representar o ocorrido para a Corregedoria e Presidência. Defende o respeito a todos, aos parlamentares e à população que os elegeram como representantes.

 

24 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Informa que este pedido deve ser feito à Corregedoria por escrito.

 

25 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, informa que fará uma representação do ocorrido hoje nesta Casa.

 

26 - ISA PENNA

Para comunicação, lamenta que uma colega de partido tenha sido vítima de um discurso de ódio. Afirma que a bancada do PSOL não vai se acovardar. Ressalta a necessidade de construção de uma sociedade não violenta. Informa que o PSOL irá entrar com pedido de quebra de decoro parlamentar e de cassação do mandato do deputado Douglas Garcia.

 

27 - MARCIA LULA LIA

Solidariza-se com a deputada Erica Malunguinho pelo ocorrido hoje. Diz ser necessário maior investimento na Cultura no estado de São Paulo. Discorre sobre o prejuízo que causaria a extinção do projeto Guri. Cita equipamentos de Cultura que estão sendo afetados pelo corte de recursos na área. Diz ser necessário aprofundar os programas culturais. Considera a Cultura e a Educação como investimentos. Comenta a situação precária das unidades escolares em São Paulo. Esclarece que 60% das escolas precisam de reforma e de melhorias nas condições para receber os alunos. Destaca a dificuldade de ser professor no estado de São Paulo. Combate a venda da Emplasa. Pede que São Paulo seja novamente o estado que alavanca a economia do País. Ressalta que as promessas de campanha do governador não estão sendo cumpridas.

 

28 - LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA

Saúda os trabalhadores da Emplasa. Solidariza-se com os funcionários da Emplasa. Esclarece que a bancada do PT é contra qualquer privatização. Afirma que o projeto precisa analisar empresa por empresa e não dar carta branca ao governador. Cita a reforma do Palácio dos Bandeirantes. Lamenta a venda de diversos ativos do Estado, sem que o mesmo tenha dinheiro para pagar os servidores públicos de diversas áreas. Informa que o PT apoia a PEC 02. Diz que São Paulo perdera a luta da Segurança Pública e que não existe enfrentamento ao crime no Estado. Discorre sobre a atuação do PCC. Critica o comportamento do deputado Douglas Garcia. Ressalta que as pessoas devem estar preparadas para estar nesta Casa. Afirma que irá representá-lo no Conselho de Ética.

 

29 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, combate o discurso de ódio do deputado Douglas Garcia. Diz terem sido desrespeitados nesta tarde. Informa que o PT fará por escrito uma representação em defesa da deputada Erica Malunguinho.

 

30 - CARLOS GIANNAZI

Registra a presença de mães das escolas Paulo Rossi e Rui Bloem. Associa-se aos deputados Luiz Fernando Lula da Silva e Professora Bebel Lula. Afirma que o PSOL tomará providências cabíveis em relação ao ocorrido hoje. Esclarece que esta Casa é um lugar de debate e discussão de ideias. Considera que a violência é estimulada pelo presidente da República. Discorre sobre o abandono e a falta de reforma nas escolas. Lembra a realização de audiência pública, amanhã, às 19 horas, em defesa da Cultura.

 

31 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, afirma que os deputados do PSL solidarizam-se com a deputada Erica Malunguinho. Reconhece o excesso do deputado Douglas Garcia. Compromete-se a conversar com o mesmo, para que defenda suas ideias de maneira cortês e cautelosa. Pede que acontecimentos isolados não sejam considerados genéricos. Esclarece que o presidente da República e ministros não incentivam a violência contra as mulheres, negros, homossexuais ou outros.

 

32 - ERICA MALUNGUINHO

Para comunicação, discorre sobre os crimes de ódio. Lembra casos de transexuais mortas em razão de crimes de ódio e discursos como o do deputado Douglas Garcia. Ressalta que o mesmo precisa responder pelos seus atos. Cita matéria do canal Fox News, dizendo, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, que o mesmo é conservador e tem discursos homofóbicos. Ressalta que qualquer analogia entre o discurso do deputado Douglas e o presidente não são coincidências.

 

33 - SEBASTIÃO SANTOS

Cita requerimento feito à Cetesb para prestar esclarecimentos a respeito do problema da floração das algas. Discorre sobre o posicionamento da Cetesb. Afirma que o problema é recorrente e que traz prejuízo enorme à flora e à fauna, além do turismo e da pesca. Exibe vídeo da sua visita a cidade de Barbosa. Considera esta uma situação grave para as cidades da região. Comenta a retirada das linhas férreas do perímetro urbano na região de Rio Preto. Exibe vídeo sobre o assunto. Agradece a entrega da ponte na cidade de Mirassol.

 

34 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência. Informa a visita de Selma Pinheiro, presidente da Câmara Municipal de Turmalina.

 

35 - LECI BRANDÃO

Pelo art. 82, manifesta-se a favor da PEC 2/18. Valoriza os Direitos Humanos. Comenta reunião ocorrida ontem, no Colégio de Líderes. Defende a verdade e a igualdade de direitos. Cita frente parlamentar sobre a defesa do patrimônio e dos serviços públicos de qualidade. Informa respeito pela deputada Janaina Paschoal. Aduz que associara a partidos contra manifestação de deputado do PSL. Mostra-se honrada por ser comunista.

 

36 - SARGENTO NERI

Para comunicação, informa a interrupção do serviço de transplante de fígado e de rins no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Clama por providências do governo estadual.

 

37 - PROFESSORA BEBEL LULA

Pelo art. 82, defende a colocação de projetos de deputados nas pautas das sessões. Critica o projeto de privatização de empresas, enviado a esta Casa pelo Poder Executivo. Opina que seus pares não devem se submeter à vontade do governador Doria. Reflete acerca da postura de deputados do PSL, durante a presente sessão. Enaltece a relevância do debate na tribuna.

 

38 - RODRIGO MORAES

Pelo art. 82, rende homenagens a policiais militares, por recuperarem o automóvel de seu pai, assaltado em Itu. Defende interesses da corporação. Lista os nomes dos integrantes da guarnição em serviço na ocorrência. Defende mobilização em prol da preservação da pesca, no Estado.

 

39 - CONTE LOPES

Para comunicação, enaltece o trabalho cotidiano da Polícia Militar. Defende a valorização dos profissionais da categoria.

 

40 - PAULO LULA FIORILO

Pelo art. 82, justifica voto contrário a projeto relativo ao uso de agrotóxicos. Defende a instauração da CPI da Dersa e a colocação, na pauta das sessões, de projetos de deputados. Manifesta apoio à PEC 2/18. Critica o número de decretos assinados pelo Governo do Estado. Enaltece as prerrogativas parlamentares. Lamenta o pronunciamento do deputado Douglas Garcia direcionado à deputada Erica Malunguinho. Informa que deve encaminhar pedido à Comissão de Ética, contra o citado parlamentar.

 

41 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, comenta fala de Che Guevara sobre ternura. Afirma que hoje acontecera ofensa à deputada Erica Malunguinho. Lembra a existência do PTB Diversidade, departamento criado na sigla partidária. Mostra-se a favor da aprovação da PEC 3/18. Compara remunerações de defensores públicos e delegados de polícia. Clama a seus pares que apoiem seu pleito. Reflete acerca da constitucionalidade da PEC 2/18.

 

42 - SARGENTO NERI

Pelo art. 82, reflete acerca da relevância da PEC 2/18. Defende a colocação da matéria na pauta, para discussão. Solicita à Presidência que prestigie a Comissão de Constituição e Justiça, pela emissão de parecer de constitucionalidade. Assevera que deve protocolar Adin contra a Lei 731/93.

 

43 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Comenta a inconstitucionalidade da matéria, apesar de apoiar o mérito.

 

44 - SARGENTO NERI

Para comunicação, reitera o pedido de colocação da propositura na pauta, para discussão.

 

45 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Reafirma que não deve discutir temas inconstitucionais no plenário. Sugere a realização de audiência pública para tratar do assunto.

 

46 - PAULO LULA FIORILO

Para comunicação, defende reunião do Colégio de Líderes para tratar do tema.

 

47 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Afirma que já fizera reuniões para informar a posição institucional desta Casa a respeito da PEC 2/18.

 

48 - MAJOR MECCA

Para comunicação, reflete acerca da relevância da citada propositura, a fim de socorrer profissionais de Segurança Pública.

 

49 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anuncia que amanhã, nesta Casa, deve acontecer reunião com o Governo do Estado.

 

50 - ADRIANA BORGO

Pelo art. 82, saúda visitantes presentes nas galerias. Comenta presença do presidente Cauê Macris em reunião para tratar da PEC 2/18.

 

51 - ALTAIR MORAES

Pelo art. 82, discorre acerca de projeto de sua autoria, que visa a estabelecer o sexo biológico como único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no estado de São Paulo. Afirma-se não homofóbico. Acrescenta que seu fundamento é baseado na fisiologia. Manifesta respeito à deputada Erica Malunguinho. Exibe vídeo sobre posicionamento médico a respeito da influência da testosterona no esporte. Aduz que defende a justiça, e não o preconceito.

 

52 - DOUGLAS GARCIA

Para comunicação, pede desculpas por seu discurso, apesar da imunidade parlamentar.

 

53 - ERICA MALUNGUINHO

Pelo art. 82, critica o deputado Douglas Garcia. Mostra-se contrária ao projeto do deputado Altair Moraes. Lista problemas sociais a exigir reparação, por justiça. Lamenta práticas que violentam pessoas, como crimes de ódio alimentados por discursos. Assevera que sua humanidade é inegociável e não será apagada. Lembra o fim da escravidão e o voto feminino, a ilustrar o fluxo da história e do tempo. Defende o acesso à cidadania e práticas parlamentares construtivas.

 

54 - BARROS MUNHOZ

Para comunicação, comenta fala de Marco Antonio Villa a respeito da não relação do Nazismo com a esquerda. Defende o combate ao desemprego, no País. Lembra a postura de Nelson Mandela, isenta de ódio, após 27 anos de prisão. Clama pelo engrandecimento desta Casa.

 

55 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que há 14,5 milhões de brasileiros desempregados.

 

56 - RAFA ZIMBALDI

Pelo art. 82, manifesta que nada justifica palavras de ódio. Cumprimenta Laurentino, vereador à Câmara Municipal de Jaguariúna. Menciona requerimento de convocação do secretário da Cultura para explicar o posicionamento do Governo do Estado sobre o projeto Guri. Lamenta o corte de cinco milhões de reais do Hospital Celso Pierro, de Campinas, considerado referência nacional.

 

57 - DELEGADO OLIM

Pelo art. 82, parabeniza o deputado Campos Machado pela PEC 3/18. Discorre a respeito da matéria. Parabeniza a Defensoria Pública por defesa a policial militar. Revela que o tema deve ter apoio de seus pares, em eventual votação. Defende a inclusão da propositura na pauta.

 

58 - MÁRCIA LULA LIA

Para comunicação, manifesta apoio à PEC 3/18.

 

59 - DELEGADA GRACIELA

Para comunicação, enaltece o trabalho do deputado Campos Machado em defesa de delegados da Polícia Civil.

 

ORDEM DO DIA

60 - RAFAEL SILVA

Para comunicação, reflete a respeito do nazismo. Defende a busca da verdade, nesta Casa.

 

61 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação requerimento de método de votação ao PL 147/18.

 

62 - BETH LULA SAHÃO

Encaminha a votação do requerimento, em nome da Minoria.

 

63 - BARROS MUNHOZ

Encaminha a votação do requerimento, em nome do PSB.

 

64 - TEONILIO BARBA LULA

Encaminha a votação do requerimento, em nome do PT.

 

65 - MÁRCIA LULA LIA

Para comunicação, clama por urbanidade no plenário. Critica fala do deputado Douglas Garcia direcionada à deputada Erica Malunguinho.

 

66 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação ao PL 147/18.

 

67 - MÁRCIA LULA LIA

Solicita verificação de votação.

 

68 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

69 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita a prorrogação da sessão por duas horas e 30 minutos, duas horas e 29 minutos, e duas horas e 28 minutos.

 

70 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anota o pedido.

 

71 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, solicita esclarecimentos à Presidência, sobre o requerimento de método de votação ao PL 147/18.

 

72 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa o teor do requerimento de método de votação: 1) Projeto de lei nº 147, de 2018, salvo emendas; 2) emenda aglutinativa nº 9; 3) demais emendas englobadamente.

 

73 - CARLOS GIANNAZI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSOL.

 

74 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PT.

 

75 - CARLA MORANDO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSDB.

 

76 - MARCIO DA FARMÁCIA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PODEMOS.

 

77 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PATRI.

 

78 - GIL DINIZ

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSL.

 

79 - VINÍCIUS CAMARINHA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

 

80 - ROGÉRIO NOGUEIRA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do DEM.

 

81 - LECI BRANDÃO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PCdoB.

 

82 - THIAGO AURICCHIO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PR.

 

83 - SARGENTO NERI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do AVANTE.

 

84 - ALEXANDRE PEREIRA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do SD.

 

85 - JORGE CARUSO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.

 

86 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Carlão Pignatari, de prorrogação da sessão por duas horas e 30 minutos.

 

87 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita verificação de votação.

 

88 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

89 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, saúda visitantes presentes nas galerias.

 

90 - BRUNO GANEM

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PODEMOS.

 

91 - JORGE CARUSO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.

 

92 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PT.

 

93 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSOL.

 

94 - LECI BRANDÃO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PCdoB.

 

95 - ALEXANDRE PEREIRA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do SD.

 

96 - ANDRÉ DO PRADO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PR.

 

97 - VINÍCIUS CAMARINHA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.

 

98 - GIL DINIZ

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSL.

 

99 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior. Coloca em votação o PL 147/18, salvo emendas.

 

100 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, comenta o requerimento de método de votação. Indaga à Presidência se após o fim da votação dos itens os trabalhos serão encerrados.

 

101 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que há Ordem do Dia na sequência do trabalho, após ultimada a votação. Reitera os itens do requerimento de método de votação ao PL 147/18.

 

102 - EMIDIO LULA DE SOUZA

Encaminha a votação do PL 147/18, salvo emendas, em nome do PT.

 

103 - PROFESSORA BEBEL LULA

Encaminha a votação do PL 147/18, em nome da Minoria.

 

104 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, defende a antecipação das votações.

 

105 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, afirma que a postura do PT decorre da decisão do presidente Cauê Macris, no Colégio de Líderes, ontem.

 

106 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Faz breve relato do exercício de seus mandatos, neste Parlamento. Justifica sua conclusão, no Colégio de Líderes, a respeito do trâmite do PL 147/18.

 

107 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, lembra resposta dada ao deputado Barros Munhoz, no Colégio de Líderes.

 

108 - CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovado o PL 147/18, salvo emendas. Coloca em votação a emenda aglutinativa 9.

 

109 - JANAINA PASCHOAL

Indaga à Presidência explicações sobre o andamento da sessão.

 

110 - CAUÊ MACRIS

Comenta instrumentos regimentais a serem usados nessa fase da sessão.

 

111 - JANAINA PASCHOAL

Declara voto contrário ao PL 147/18, salvo emendas.

 

112 - TEONILIO BARBA LULA

Declara voto contrário ao PL 147/18, em nome do PT.

 

113 - BETH LULA SAHÃO

Para comunicação, explica o voto contrário da bancada do PT ao PL 147/18, salvo emendas. Acrescenta que a realização de audiência pública não revela anseio protelatório.

 

114 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Afirma que o PT retirara assinatura quando soubera que não seria realizada audiência pública.

 

115 - ENIO LULA TATTO

Encaminha a votação da emenda aglutinativa 9, em nome do PT.

 

116 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Solicita à plateia comportamento regimental.

 

117 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara voto contrário ao PL 147/18 salvo emendas, em nome do PSOL.

 

118 - PAULO LULA FIORILO

Para reclamação, afirma que não entendera a não realização da audiência pública para tratar do tema agrotóxico.

 

119 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Informa que audiência pública não consta no processo legislativo. Lembra que a matéria está na Casa desde 2018.

 

120 - PAULO LULA FIORILO

Para comunicação, explica que seu questionamento é político, em nome do bom senso, a seu ver.

 

121 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Paulo Fiorilo.

 

122 - MÁRCIA LULA LIA

Encaminha a votação da emenda aglutinativa 9, em nome da Minoria.

 

123 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Encaminha a votação da emenda aglutinativa 9, em nome do PSOL.

 

124 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara aprovada a emenda aglutinativa ao PL 147/18.

 

125 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita verificação de votação.

 

126 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

127 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, anuncia a presença do vereador Nelinho, da Câmara Municipal de Águas de São Pedro.

 

128 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

129 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

130 - VINÍCIUS CAMARINHA

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

131 - JORGE CARUSO

Declara obstrução do MDB ao processo de votação.

 

132 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do PODE ao processo de votação.

 

133 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

134 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior. Coloca em votação, englobadamente, as emendas de nº 1 a 8 ao PL 147/18.

 

135 - PAULO LULA FIORILO

Para reclamação, discorre sobre os partidos que, a seu ver, fazem parte da base do Governo nesta Casa, destacando o PSL.

 

136 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, responde ao deputado Paulo Lula Fiorilo. Ressalta o voto favorável de alguns parlamentares do PT ao PL 147/18.

 

137 - ROQUE BARBIERE

Para comunicação, discorda do deputado Paulo Lula Fiorilo. Afirma que o PTB age de forma independente.

 

138 - BETH LULA SAHÃO

Para comunicação, rebate o pronunciamento da deputada Janaina Paschoal. Justifica o posicionamento do PT em relação ao PL 147/18.

 

139 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Encaminha a votação das emendas de nº 1 a 8 ao PL 147/18, em nome do PT.

 

140 - TEONILIO BARBA LULA

Para comunicação, responde ao pronunciamento da deputada Janaina Paschoal quanto à postura do PT na presente votação. Tece elogios à deputada Professora Bebel Lula.

 

141 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para reclamação, justifica posicionamento do PT na presente sessão. Pede que a autonomia do partido seja respeitada.

 

142 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, explica que, em seu pronunciamento, estava respondendo ao deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

143 - GIL DINIZ

Para comunicação, defende o PSL de acusações de fazer parte da base do Governo. Rebate fala do deputado Dr. Jorge Lula do Carmo sobre o presidente Jair Bolsonaro.

 

144 - PAULO LULA FIORILO

Para comunicação, reitera suas palavras anteriores a respeito da postura do PSL, a seu ver favorável ao Governo. Faz comentários sobre a votação na presente sessão.

 

145 - BETH LULA SAHÃO

Encaminha a votação das emendas de nº 1 a 8 ao PL 147/18, em nome da Minoria.

 

146 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as emendas de nº 1 a 8 ao PL 147/18.

 

147 - TEONILIO BARBA LULA

Solicita verificação de votação.

 

148 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

 

149 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Para comunicação, defende o PSOL das acusações feitas pelo deputado Gil Diniz. Afirma que o partido sempre será contra qualquer tipo de violência.

 

150 - CARLÃO PIGNATARI

Faz questionamento sobre o processo de votação.

 

151 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Presta esclarecimentos sobre o processo de votação ao deputado Carlão Pignatari.

 

152 - DR. JORGE LULA DO CARMO

Para comunicação, responde ao pronunciamento do deputado Gil Diniz. Explica suas afirmações acerca do presidente Jair Bolsonaro.

 

153 - TEONILIO BARBA LULA

Declara obstrução do PT ao processo de votação.

 

154 - BRUNO GANEM

Declara obstrução do PODE ao processo de votação.

 

155 - SEBASTIÃO SANTOS

Declara obstrução do PRB ao processo de votação.

 

156 - THIAGO AURICCHIO

Declara obstrução do PR ao processo de votação.

 

157 - VINÍCIUS CAMARINHA

Declara obstrução do PSB ao processo de votação.

 

158 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução do PATRI ao processo de votação.

 

159 - GIL DINIZ

Declara obstrução do PSL ao processo de votação.

 

160 - JORGE CARUSO

Declara obstrução do MDB ao processo de votação.

 

161 - MONICA DA BANCADA ATIVISTA

Declara obstrução do PSOL ao processo de votação.

 

162 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Registra as manifestações. Dá conhecimento do resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior.

 

163 - CARLÃO PIGNATARI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

164 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS

Defere o pedido. Anuncia a publicação de ato em que se determina a composição de grupo de trabalho para realizar revisão do Regimento Interno desta Casa. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 04/04, à hora regimental, com Ordem do Dia e aditamento. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Coronel Telhada para a leitura da Resenha do Expediente.

 

O SR. SECRETÁRIO - CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, nós temos aqui uma indicação do prezado deputado Aprigio, indicando, nos termos regimentais, ao  governador do estado para que determine a adoção das medidas necessárias junto aos órgãos competentes da administração estadual, objetivando a liberação de recursos para serem utilizados em pavimentação e recapeamento em diversos logradouros no município de Potim.

Temos também uma indicação do prezado deputado Jorge Caruso, indicando, nos termos regimentais, ao Sr. Governador do estado que determine aos órgãos competentes providências necessárias visando à liberação de recursos para abrigo de idosos no município de Tupã.

Está lida a Resenha, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Coronel Telhada. Iniciamos, neste momento, nosso Pequeno Expediente e convidamos para o uso da palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Telhada, tem V. Exa., como sempre, o tempo regimental.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Sr. Deputado, funcionários aqui presentes, assessores, público presente, sejam todos bem-vindos. Quero saudar a nossa assessoria policial militar na figura da cabo Vanessa e do cabo Jahnke e saudar a todos que nos assistem pela TV Assembleia.

Como sempre, Sr. Presidente, quero iniciar as minhas palavras saudando as cidades aniversariantes na data de hoje. Hoje nós temos quatro municípios, o município de Reginópolis, o município de Cerquilho, o município de Planalto e o município de Jacareí. Essas quatro cidades são hoje aniversariantes, Reginópolis, Cerquilho, Planalto e Jacareí, no Vale do Paraíba.

Sr. Presidente, eu quero aqui também agradecer, pois ontem foi sancionada mais uma lei de nossa autoria. Muitas pessoas dizem: “Por que vocês fazem projetos nominativos, comemorativos?”. Porque as pessoas pedem para que nós façamos. São projetos importantes que, a partir do momento que passam a ser lei, passam a ingressar no calendário comemorativo do estado de São Paulo, no calendário oficial.

Ontem, dia 2 de abril, foi editada a Lei nº 16.993, criando o Dia do Batalhão Tobias de Aguiar, do 1º Batalhão de Choque, nossa querida Rota, que é comemorado anualmente dia primeiro de dezembro. Portanto, passa agora a pertencer ao calendário oficial do estado de São Paulo.

Eu estou vendo aqui os amigos da PEC 02, sejam todos bem-vindos e contem com o nosso apoio. Nós estamos inclusive oficiando à Presidência também, pedindo para que a PEC 02 seja pautada neste plenário, porque não há mais motivo para que não seja pautada. Já passou por todas as comissões, está pronta para votação e eu acho que tem que vir a voto, para os deputados falarem se querem votar ou não, e não ficar enrolando, segurando isso aí.

Estou vendo uma faixa, inclusive: “Já somos 93 policiais mortos”. Isso é o mínimo, porque é só em São Paulo, né? Em todo o estado nós temos centenas de policiais mortos. Isso é no Brasil todo? Do ano passado, do ano passado. Este ano nós temos já um número bem grande de policiais mortos. Falei aqui outro dia que no Rio de Janeiro já são 13 policiais.

O interessante é que tem pessoas que acham que é brincadeira. Aliás, a imprensa não se manifesta, né? Quando morre um policial, é como se tivesse morrido... Aliás, eu ia falar morrido um cachorro, mas que engano! O cachorro tem mais valor do que a vida do policial. Com todo o valor que tem a vida do animal, mas, para a imprensa e para muitas pessoas, a vida de um animal vale mais do que a de ser humano, principalmente se esse ser humano for um policial.

Um exemplo disso é que novamente o jornal de hoje se preocupa com uma situação que eu acho ridícula. Hoje, em uma das matérias dentro do jornal, está o seguinte: “número de mortos em confrontos com policiais sobe 48%”. É pouco. Deveria subir 100%. Está aqui escrito; dados desse ano.

Em março desse ano, 64 suspeitos - não são bandidos; a imprensa sempre trata o bandido como suspeito - foram mortos em casos considerados como intervenção policial. No ano de 2018, em março, foram quarenta e três. Então, aumentou 48 por cento. Como eu digo, é pouco.

O que eles não viram é que, graças a Deus, neste último mês, morreram menos policiais também - porque os criminosos estão saindo nas ruas super bem armados. Nós vemos diariamente isso: na televisão, no WhatsApp, no Facebook. Diariamente, são passados vídeos onde criminosos executam pais de família, cidadãos que estão chegando em casa vítimas de roubo. Imagina quando é policial que está armado? Eles não pensam duas vezes para atirar no policial.

Mais uma vez, o falador - e não ouvidor do estado (porque ele está lá para ouvir e tomar providências, mas ele gosta de falar) -, Benedito Mariano, vem aqui à tona e diz... Olha só que absurdo! A pessoa, que é ignorante do assunto e quer dar uma de esperto, como fala besteira - para não falar outra palavra, respeitando as senhoras aqui presentes. Vejam as palavras do Benedito Mariano: “a quantidade de pessoas mortas por policiais militares em serviço, em março desse ano, é atípica”. E qual é a tipicidade? Tem um número x? A polícia pode matar só dez? Ou a polícia pode matar cem?

É um ignorante falando disso! Não existe tipicidade em ocorrência. Nenhum policial sai para a rua pensando em matar um cidadão. Eu falo isso com muita propriedade porque eu servi 33 anos na Polícia Militar dentro de uma viatura. É a fala, mais uma vez, de uma pessoa que quer se projetar! Ele deve estar pensando politicamente para a campanha de vereador no ano que vem - porque quem quer sair todos os dias no jornal só pode querer isso!

Mais uma vez se manifesta de uma maneira ignorante, no sentido de desconhecer o que fala, e fala besteira. Então, mais uma vez, o senhor Benedito Mariano fala besteira.

E ainda fala o seguinte: que a Polícia Militar não investiga o fato adequadamente; que só 3% das ocorrências vão para a Corregedoria e os 97% ficam nos Batalhões. Mas isso é o que a lei determina! Os IPMs - inquéritos policiais militares - são feitos nos Batalhões da Polícia Militar.

Então, senhor Benedito Mariano, mais uma vez o senhor vem aqui falar besteira no jornal. Pense antes de falar! O senhor tem uma responsabilidade, tem um trabalho que deve ser feito com excelência e não com simplicidade e, muitas vezes, com tendência a criticar uma corporação que o senhor acha que conhece, mas o senhor não conhece o mínimo das nossas corporações.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS - PRB - Esta Presidência tem a grande satisfação de anunciar a visita dos alunos do curso de Relações Internacionais da Escola de Propaganda e Marketing - ESPM. Eles estão acompanhados da coordenadora professora doutora Paola Gonçalves Rangel do Prado.

Sejam bem-vindos e recebem os cumprimentos de todos nós, deputados, desta Casa.

Continuando, convidamos para uso da palavra no pequeno expediente o nobre deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Lula Fiorilo.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Itamar Borges, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, I, “r” do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia seis de maio de 2019, às 19h, com a finalidade de celebrar o Dia do Profissional de Contabilidade.

Com a anuência do deputado na tribuna, tem a palavra, para um comunicado, o deputado Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, amigos da ESPM, alunos, guerreiros da PEC 2, estamos com os senhores, guerreiros da Emplasa, parabéns por estarem defendendo o que é justo, podem contar com a nossa defesa cada vez que estivermos aqui no microfone.

Vou pedir auxílio para os colegas da Casa para lançar um vídeo e, mais uma vez, comunicar o que foi promessa de campanha no ano passado. Basta os senhores olharem e já vão perceber qual é a cobrança deste deputado, Agente Federal Danilo Balas em relação a Segurança Pública de nosso estado de São Paulo.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

* * *

 

Sr. Presidente, senhoras e senhores, governador do nosso querido estado de São Paulo, eu suplico pelo cumprimento dessa promessa de campanha. Os policiais do estado de São Paulo precisam de recomposição salarial.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o nobre deputado Paulo Lula Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, companheiros da Emplasa que estão em uma luta permanente, contem com o apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores para essa luta.

Policiais que têm a PEC 2 como sua reivindicação prioritária, queria fazer um parêntese e dizer o seguinte: quem tem defendido a PEC 2 tem que propor que ela venha ao plenário para que seja discutida, debatida e votada. Porque, se a gente ficar fazendo só discurso, a PEC 2 vai continuar onde ela está. E ainda tem o risco de a PEC 2 ser considerada inconstitucional.

Então, queria propor aos companheiros que são policiais, que sofrem no dia a dia - como também os professores, que não tiveram aumento do governador -, que pressionem para que a PEC venha a plenário.

Bom, eu queria aproveitar a apresentação feita pelo deputado Balas para retomar essa questão do Doria com o Bolsonaro, que é como termina, a dobrada Doria/Bolsonaro contra a velha política.

Eu trouxe aqui algumas frases. Eu jurei ontem que eu não retomaria o debate, mas eu preciso fazer isso. Queria pedir ao pessoal da técnica para exibir as frases. Eu vou ajudar na leitura e a gente vai facilitando. Isso daqui é uma revelação para os deputados do PSL, importante até porque vocês vão ter outra tarefa daqui para a frente.

Olhem só: “O PSDB tem que respeitar os posicionamentos à esquerda e à direita. Tem que condenar os extremismos em uma ponta e na outra. Tem que ter a capacidade de diálogo com a esquerda e com a direita, mas com sentimento liberal do ponto de vista econômico, apoiando a livre iniciativa, a desestatização”.

A próxima: “O senhor está indo para a China.” “São Paulo fará todo o esforço para a captação de novos investimentos, nisso a prioridade é a China, que já é o maior parceiro comercial do Brasil e tende a crescer ainda mais”.

A próxima: “O que o senhor achou da comemoração do golpe de 1964, sugerida por Bolsonaro?” “A meu ver, o governo não agiu bem ao promover ou ao pedir que isso fosse comemorado. Eu não creio que o golpe de 1964 deva ser objeto de comemoração. Trinta e um de março foi um golpe. Nós não podemos negar isso.” Então essa história existiu. Negar a existência de uma história real não é recomendável. Não se pode apagar o passado.

Por favor, a próxima. “Eu prefiro não emitir a minha opinião sobre Olavo de Carvalho.” Ele não falou, mas eu vou falar. O astrólogo, professor de filosofia online. “Até porque não considero importantes as opiniões que ele tem a emitir sobre o Brasil. Porque ele nem sequer vive aqui [e sim nos Estados Unidos].”

Por fim, a última tela, para que a gente possa aqui fazer a revelação. Eu queria propor à bancada do PSL que colocasse uma tarja “Doria é comunista, fora Doria”, porque, com essas declarações e depois de declarar que era Bolsodoria, eu quero dizer aqui que eu preciso reconhecer o governador de São Paulo, apesar de ser da oposição, apesar de discutir os projetos aqui, ser contra a privatização da Emplasa, ser a favor de remunerar bem os funcionários do estado, eu preciso reconhecer que o governador deu passos importantes nesse debate para colocar o debate entre direita, entre esquerda no seu lugar.

O governador mostra, dá um exemplo, quem sabe o Bolsonaro pudesse seguir, do que significa fazer política. E não tem a ver com velha ou com nova política, tem a ver com debate, aliás, um debate que é fundamental, não da radicalização, não aquele que propõe levantar as pessoas contra as outras, mas um debate que constrói, que constrói consensos, que constrói unidade, que avança, que diminui o desemprego de 13 milhões de trabalhadores, que diminui a pobreza. Esse é o debate que nós precisamos fazer. Espero que o Bolsonaro possa ouvir o Doria, porque é fundamental, tanto no que diz respeito ao Olavo de Carvalho, que é o professor de filosofia online, o astrólogo, como também com relação a esse debate sobre 64, sobre direita, sobre esquerda.

Termino, Sr. Presidente, dizendo que amanhã o governador virá a esta Casa para um diálogo que ele estabeleceu, que propôs estabelecer com os deputados periodicamente. Infelizmente, eu não poderei estar, mas eu queria dizer que o governador dá uma demonstração de maturidade. Talvez tenha aprendido muito com São Paulo, quando tinha uma postura parecida com a do Bolsonaro e não resolveu absolutamente nada para a cidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Paulo Lula Fiorilo. Convidamos agora o nobre deputado Wellington Moura. (Pausa.) Nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. Tem V. Exa. o tempo regimental no Pequeno Expediente.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo à solicitação do nobre deputado Delegado Olim, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, do Regimento Interno, para uma sessão solene, a realizar-se dia 10 de maio de 2019, às 10 horas, com a finalidade de homenagear os Conselhos Comunitários de Segurança - Consegs.

Com a palavra o nobre deputado Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, mais uma vez obrigado a todos pela presença.

Na data de ontem tivemos uma discussão alongada aqui, até quase 11 horas da noite, sobre projetos que tramitam nesta Casa. O nobre deputado Campos Machado - sou obrigado a trazer o nome do nobre deputado, porque a colocação foi dele e o Pequeno Expediente é aberto a todos; eu espero que ele não diga que estou falando pelas costas mais uma vez, porque o Expediente é aberto a todos os deputados. O nobre deputado Campos Machado teceu algumas críticas sobre CPIs, as Comissões Parlamentares de Inquérito.

Senhoras e senhores, nós temos por direito constitucional, no Art. 58 da Constituição Federal. Lá em Brasília os deputados têm poderes próprios de autoridades judiciais de investigação. A Constituição Estadual nos autoriza, nos dá legalidade no Art. 13, §2º. O próprio Regimento Interno desta Casa, no caput 34, permite que nós, deputados estaduais, trabalhemos com os poderes próprios de investigação de autoridades judiciais.

Então, se nós fizermos um trabalho de excelência aqui, pautado na legalidade, na moralidade, frente a essas CPIs, e foi mais uma reclamação do nobre deputado que toda investigação ia lá para a Rua Riachuelo. Para quem não sabe, o Ministério Público fica na Rua Riachuelo. Se nós cumprirmos o nosso papel nesta Casa, de investigação, através de CPIs, nós poderemos contar com a Rua Riachuelo.

O Ministério Público tem que ser encarado como parceiro desta Casa. Se nós fizermos um bom trabalho aqui, daremos subsídios para promotores de justiça darem sequência, oferecendo ação penal e oferecendo denúncia. Quem ganha com isso é a população. Não temos que disputar espaço pela investigação, como foi a famigerada PEC 37, lá em Brasília.

A PEC 37 objetivava que a apuração das investigações criminais seria atividade privativa da Polícia Judiciária: da Polícia Civil, nos estados; e da Polícia Federal, na União. Ora, por qual motivo nós vamos dar um poder privativo, se o Ministério Público, investigando, melhora o combate da corrupção e atua a favor da população? Graças a Deus, fui a Brasília defender a queda dessa PEC.

A PEC 37 não passou, e hoje promotores de justiça de todo o Brasil, procuradores e promotores do estado de São Paulo podem, sim, investigar. Então, deputado Campos, se nós, unidos, os 94, quando em uma comissão parlamentar de inquérito, trabalharmos de forma organizada, decente, todos pautados na legalidade, faremos um excelente trabalho para a nossa Nação e para o nosso estado de São Paulo, em parceria com a Rua Riachuelo.

O nosso relatório... O relator da CPI vai enviar documentos importantes, probatórios, ao Ministério Público, e o MP de São Paulo, sim, instituição parceira desta Casa, pode dar sequência ao combate à corrupção em nosso país. Então, deputado, infelizmente, o senhor não está neste momento. Talvez, algum assessor do senhor já passe a V. Exa. as minhas palavras. Estamos abertos, obviamente, ao debate; eu, em defesa da investigação do Ministério Público e em defesa das comissões parlamentares de inquérito desta Casa.

Muito obrigado a todos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o nobre deputado Delegado Olim. Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, mais um comunicado:

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a Presidência, atendendo à solicitação do nobre deputado Rafael Silva, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 17 de maio de 2019, às 10 horas, com a finalidade de “homenagear o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde”.

Com a palavra o nobre deputado Delegado Olim.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, policiais militares, nossa faculdade, que vieram os alunos do curso de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM de São Paulo, parabéns, é uma bela faculdade. Os senhores realmente são feras. Parabéns.

Quero aqui, hoje, somente cumprimentar o belo trabalho realizado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, em nome do Coronel Telhada, que ele saiba, Operação Morumbi - Cidade Mais Segura, feita pelo governador João Doria, promessa de campanha de viaturas na rua, e o mesmo está cumprindo. 581 policiais militares, cavalaria, um helicóptero, fizeram uma operação ontem na região do Morumbi.

Polícia tem que ser vista, então, quero aqui hoje parabenizá-lo. Quando sai alguma coisa errada, nós somos os primeiros a vir falar, mas quando está trabalhando, mostrando trabalho e para o que veio, temos que parabenizar o governador. São 1.038 pessoas abordadas, são seis flagrantes, quatro recapturados foragidos e mais ou menos 70 quilos de droga.

Não sei dizer se tiveram armas presas. Mas, com certeza, uma operação desse tamanho deve ter tido algum armamento. Mas não tenho quais armas foram, ou não, apreendidas. Quero cumprimentar o coronel Salles, comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo. E mostrar que é isso: a população quer polícia na rua. Polícia na rua é o que está interessando hoje.

Como disse aqui o deputado Balas, nosso agente federal, meu amigo: a polícia está realmente aguardando o que o governador se comprometeu, do aumento. Mas, nas conversas que tive com ele, só não saiu um aumento para nós, agora, no começo do ano, porque o Governo não está com o caixa de acordo com o que ele acha que deve ter, como sempre teve.

Acredito - não estou falando em nome do governador, nem para defendê-lo - que, a partir do segundo semestre, já venha um aumento bom para as polícias. Ele disse que os salários dos policiais militares e civis serão os melhores salários da Federação. Para ser o maior salário da Federação, ele tem que dar um bom aumento.

Porque estamos defasados há 25 anos. Há 25 anos estamos defasados com os governos que estiveram durante esses anos todos. Acabaram com as polícias, acabaram com os salários dos funcionários públicos. Acabaram com tudo aquilo que restava dos bons funcionários que abraçam o Governo de São Paulo.

Acredito eu: vamos dar esse apoio e vamos dar esse crédito para o governador, que ele venha com esse aumento que tanto precisamos. Quero cumprimentar, também, a PEC 02. Os senhores podem contar conosco. Estamos juntos nessa batalha. A batalha é difícil. Mas tenho certeza que, no Colégio de Líderes, tem gente brigando pelos senhores lá. As pessoas que vieram agora, no novo mandato, estão pedindo e brigando pelos senhores.

Estamos juntos. Desde o ano passado, no outro mandato, os senhores foram na minha sala. Vocês podiam contar comigo. E não mudou nada. Estamos juntos nessa briga. É uma briga... Precisamos, primeiro, vencer a batalha. Mas acho que a gente vai conseguir. Vamos ser persistentes. A maioria dos deputados são a favor dos senhores.

Voltando ao aumento dos policiais: quero dar um crédito ao governador. Quero parabenizar a Polícia Militar. Quero parabenizar a Polícia Civil. Quero parabenizar a Polícia Cientifica. Todos trabalhando em torno da Segurança Pública.

As pessoas precisam sentir que vão sair de casa e estão seguras. As pessoas têm que saber que vão sair de casa e não vão ser roubadas. As pessoas têm que saber que vão sair de casa e não serão abordadas e mortas por causa de um telefone, de um relógio ou de um automóvel. Eu conto com esse trabalho - que continuará - feito pelas polícias.

Acho que o governador está mantendo a sua palavra. E deve, com certeza, manter a palavra dada, que será o aumento aos policiais do estado de São Paulo. Que abraçaram a sua causa, trabalham junto com ele, vestiram a sua camisa. Já estamos recebendo viaturas e armamento de primeiro mundo. Só falta uma coisa: o nosso salário. Porque, sem o salário, não há dignidade. Sem salário, não há condições de nós, pais de família, podermos continuar com as nossas obrigações.

Obrigado a todos. Parabéns a essa faculdade maravilhosa. Parabéns a todos. E muito obrigado aos deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Convidamos, agora, para falar no Pequeno Expediente, o nobre deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Nobre deputada Isa Penna. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a anuência da deputada na tribuna, tem V. Exa. uma comunicação.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado.

Presidente, está lá o pessoal da PEC 02, que vem lutando incansavelmente. É a única PEC que teve mais moção na história da Assembleia Legislativa. Ontem, no Colégio de Líderes, pedi ao presidente para que a colocasse em pauta. Para que nós, em plenário, discutamos a validade, ou não, dessa PEC.

Mas, principalmente, a injustiça que a Lei nº 731, de 1993, votada nesta Casa, cometeu com os policiais e com os praças da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Até falei para o presidente que me incluo como parlamentar, dentro da minha culpa, no presente, por uma inconsequência do passado desta Assembleia Legislativa.

Que poderá ser corrigida pelo menos com a discussão da PEC 02, para que possamos sensibilizar o Governo que está com um projeto de indicação do mesmo teor, da mesma pauta, e possa mandar para nós da forma correta.

Então, venho mais uma vez pedir à liderança, aos líderes de partidos que nos ajudem a colocar a PEC 02 em pauta.

Agradeço ao Dr. Olim por mencionar a PEC 02. E iremos lutar incansavelmente para que ela entre em pauta para que possamos discutir ela e que se for votado ou não, isso vai depender da Assembleia Legislativa. Porém, precisamos pelo menos discutir para que a sociedade e os parlamentares conheçam esse teor da PEC 02.

Peço à nobre deputada, que é muito simpática à Polícia Militar, que nos ajude também nessa luta. Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra a nobre deputada Isa Penna.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR – Obrigada, Sr. Presidente. Queria saudar a presença de todas e todos, de todos os trabalhadores da Emplasa que estão ali, queria saudar também os policiais que estão ali reivindicando que já são 93 policiais militares mortos.

Queria começar falando que quando a gente está debatendo sociedade a gente não pode fragmentar os assuntos. Quando a gente fala da importância de uma sociedade com segurança nós estamos falando de uma sociedade menos violenta do ponto de vista cultural. Hoje, a verdade é que nós temos um país que culturalmente estimula a violência. Estimula-se o ódio. Estimula-se a violência contra as mulheres na televisão todos os dias, estimula-se a violência contra a população LGBTQI+, estimula-se a violência de uma forma geral. E é por isso que quando nós tratamos de Segurança Pública e Cultura, nós não estamos falando de coisas diferentes, porque nós estamos aqui debatendo projetos de políticas públicas que tratam sobre uma sociedade. E quando nós falamos de projeto de sociedade, nós estamos falando de um projeto totalizante.

Então, eu quero dialogar. Como será que nós podemos chegar a uma sociedade menos violenta, que é, ao que me parece, o que todos nós queremos: avançar para uma sociedade em que não tenha 93 policiais mortos e que não tenha 60 mil assassinatos por ano e que a gente não tenha, inclusive, até para os próprios policiais, o alto de letalidade policial que a gente tem no estado de São Paulo que é ruim. É ruim, de uma forma geral, para a sociedade.

Então, se é do nosso interesse aqui construir uma sociedade culturalmente menos violenta, Sr. Presidente, nós precisamos amanhã de conjunto, exigir para o governador  João Doria que retroceda no corte de 23% que fez no orçamento da pasta da Cultura. Dentro do congelamento de 22,95%, aproximadamente 23%, do orçamento da pasta de Cultura. É preciso de transparência no Fundo Estadual da Cultura que já existe. Para onde esse dinheiro vai, Sr. Presidente? A população paulistana quer saber para onde vai o dinheiro do Fundo Estadual da Cultura.

É preciso ter espaços de participação e, portanto, garantir que o Conselho Estadual de Cultura funcione. Estou falando isso aqui porque nós estamos vendo que o debate de Segurança Pública está sendo um debate muito falado aqui na Assembleia Legislativa. Mas nós sabemos que esse é um debate que pode ser feito de forma isolada. É preciso fazer um debate de sociedade totalizante.  E para isso, é preciso debater a questão da Cultura. A cultura do estupro que coloca as mulheres cotidianamente como objetos, que podem ser assediadas nas ruas, em especial das mulheres negras.

Essa cultura misógina que incentiva a violência doméstica nos coloca numa posição de submissão dentro de casa. Quantas mulheres já não foram assassinadas este ano? Só em 2019 já se fala em uma epidemia de feminicídio. Tudo isso tem a ver com debate de Cultura que nós queremos fazer. Portanto, aos policiais que estão aqui presentes é do interesse de vocês também que nós tenhamos uma Cultura e uma valorização da Cultura no estado de São Paulo. Por isso nós pedimos e fazemos um apelo para que não só os deputados que estão aqui falando sobre a questão da Segurança Pública, mas que também a categoria dos policiais militares e os policiais civis se somem na luta para que o governador retroceda nos cortes que fez na pasta de Cultura.

Porque nós sabemos que quando a gente fala de um serviço público, estamos falando de um direito da população, um direito da população de se expressar. Para competir com o crime organizado, que alicia a juventude nas periferias brasileiras, é preciso Educação e Cultura.

Então, é por isso que nós precisamos, sim, valorizar este debate. E, amanhã, quando o governador estiver na Casa, eu peço ajuda de todos para que nós coloquemos para ele esse debate com prioridade.

Porque não haverá uma sociedade segura sem uma sociedade que valorize a Cultura.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o nobre deputado Douglas Garcia.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, mais um comunicado.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Carlão Pignatari, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, no inciso I da letra “R” do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 20 de maio de 2019, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Dia da Comunidade Turca.

Com a palavra o nobre deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Muito boa tarde a todos os caros pares aqui presentes. Quero começar meu discurso parabenizando o Brasil Paralelo pelo excelente documentário que foi promulgado ontem, que foi publicado ontem no YouTube. Mais de um milhão e trezentas visualizações já foram feitas. Trezentas mil visualizações já foram feitas, e eu tenho certeza de que esse documentário a respeito de 64 vai conseguir, sim, mudar muita coisa a respeito do entendimento daquela época.

Senhores, aproveitando que estamos falando de 64, eu gostaria de deixar o meu repúdio nesta Casa ao Projeto de lei 327, de 2019, que diz o seguinte: “Fica instituído o Programa Memória, Verdade e Justiça”, que diz o seguinte, os seguintes objetivos, que esse projeto aqui tem:

“Promover a memória sobre violações de Direitos Humanos da ditadura militar.” Que ditadura militar, pelo amor de Deus? Que ditadura militar? De 64 até o final de tudo o que ocorreu, as pessoas podiam sair de casa de manhã e voltar tarde da noite sem serem assaltadas, sem serem roubadas. Tinha Saúde, tinha Segurança, tinha Educação. Lula rasgou elogios às oportunidades de trabalho que os governos de Médici e Geisel trouxeram para o nosso Brasil.

De 434 mortos e desaparecidos - por favor, faça um exercício mental - se são 434 em 20 anos, você vai ter a média de 20 pessoas mortas e desaparecidas por ano. Que ditadura? Alguém em sã consciência pode me dizer em que ditadura 20 pessoas morrem por ano? Foi assim durante a ditadura comunista de Stálin? Foi assim durante a ditadura comunista... É assim durante a ditadura comunista na Venezuela e também em Cuba? Não, senhores.

E esse projeto aqui continua: “Promover os valores dos Direitos Humanos”. Mentira. Vocês querem promover os valores do direito dos manos.

“Inciso III - Desenvolver no corpo discente e docente o sentimento de cidadania, respeito, ética e empatia.” Mentira. Vocês querem promover uma ditadura do politicamente correto.

“Inciso IV - Promover o pensamento crítico e as liberdades democráticas.” Mentira. Vocês querem promover a doutrinação ideológica como já têm feito.

“Inciso VI - Estimular a tolerância à diversidade.” Exceto se eu discordar disso, não é? Porque se eu discordar, aí eu viro fascista. Como é que é mesmo que eles falam? “Lugar de fascista é na ponta do fuzil.”

“Inciso VII - Impedir que práticas como a tortura, a violência física e o extermínio de posições políticas diferentes das promovidas pelo Estado sejam relativizadas na sociedade.” Maravilha. Eu gostaria que algum esquerdista subisse aqui e também denunciasse aquilo que está acontecendo na Venezuela. Isso daqui não vale para o regime de Nicolás Maduro, não?

E o pior, trata-se uma contraposição ao Projeto de lei 92, de 2019, que propõe a criação do programa cívico-militar: “Ao nosso ver, o projeto reitera a cultura de valores autoritários”. Está falando que a criação de colégios cívico-militares é autoritária. Pelo amor de Deus, quem escreveu essa porcaria aqui já visitou um colégio cívico-militar, para saber como é que é lá?

Ninguém é tratado no chicote. A Educação nos colégios cívico-militares no nosso Brasil são as melhores. O Exame Nacional de Ensino Médio. As filas para se matricular são enormes. Os pais apoiam.

Este projeto aqui, que está aqui na minha mão, ele é uma aberração, ele é um absurdo político, ideológico, legislativo, seja lá o que vocês imaginarem. Pior do que isso daqui foi o que foi legislado nesta Casa em 2001 e em 2017, que diz o seguinte: “Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte Lei: Fica o estado de São Paulo autorizado a efetuar o pagamento da indenização, a título reparatório, às pessoas detidas sob acusação de terem participado de atividades políticas.” Aí, aqui, ele diz: “Terão direito a indenização os que comprovadamente sofreram torturas que causaram comprometimento físico ou psicológico.” Eu quero saber: qual método foi utilizado para saber se a pessoa sofreu danos, porque a ex-presidente Dilma Rousseff, que também é ex-guerrilheira e ex- terrorista, participou do grupo que assassinou Mário Kozel Filho, diz ter sido torturada; passou por um processo de tortura. Aí eu me pergunto se, de fato ela foi torturada, ou ela, através de suas palavras, é que torturou os militares daquela época.

Senhores, eu estou abrindo requerimento de informação para o nosso secretário de Justiça, porque eu quero saber qual é a relação dos beneficiários de indenizações pagas pelo estado de São Paulo, bem como os valores pecuniários. Se constar que foi pago de forma indevida, ou seja, para pessoas que promoviam o terrorismo e outras coisas do tipo, eu quero o ressarcimento ao erário, porque nós estamos cansados dessa farra das indenizações.

Também estou trazendo para esta Assembleia o Dia Estadual da Restauração das Liberdades Democráticas, a ser comemorado todo dia 31 de março, porque esse dia, sim, é para ser comemorado.

E também gostaria de convidar a todos a participar do documentário que será exibido nesta Assembleia Legislativa, no Auditório Paulo Kobayashi, do “Brasil Paralelo”, que conta assim uma outra versão dos nossos militares, da época de 64 até o final.

Mais uma vez eu venho aqui para repetir: terrorismo nunca mais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra a nobre deputada Erica Malunguinho.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a anuência da nobre deputada na tribuna, tem V. Exa. uma comunicação. Dois minutos, enquanto ela se dirige à tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Aguardo ou já...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Pode fazer a sua comunicação.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO -Posso?

Bom, primeiro eu quero começar dizendo o seguinte: eu acho que História não tem jeito. Ela aconteceu e não se reescreve a História. A História está escrita. Não fui eu que fui aos livros escolares e escrevi que houve uma ditadura militar, sim, em 64, que os estudantes foram duramente reprimidos, que o trabalhador Dias foi morto - está certo? -, tantas outras pessoas foram mortas, para citar o Vladimir Herzog, enfim Rubens Paiva, e tantos outros aí foram mortos na ditadura.

E eu aqui, quando faço a fala, não estou fazendo a fala de quem olha um lado ou outro, um lado e outro. Eu costumo dizer que choraram Marias e Clarices, fazendo uma alusão à nobre e saudosa Elis Regina. Porque choraram os dois lados. Choraram aqueles militares que morreram, e choraram também as mulheres de..., as famílias das pessoas que foram duramente torturadas. E digo aqui: na minha família teve uma pessoa que foi torturada, meu tio, 52, duas modalidades de tortura. Isso não é invenção, está no livro do Rebello, “Guerrilha de Caparaó”, que esse, lamentavelmente, era um método que sobrava para quem discordava da ditadura militar. A ditadura militar existiu, sim, e foi muito danosa para a população brasileira. Se não, o que foi o Diretas Já? O que foi,  para a gente poder voltar a votar? Voltar a votar. Foi uma mentira, uma alusão ao fato? Se vocês têm o direito de subir ao microfone, tenho certeza de que é graças aos que lutaram para que vocês tivessem vozes e virem aqui ao microfone.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra a nobre deputada Erica Malunguinho.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Presidente, se a deputada me permitir.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Para uma comunicação?

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Permite?

Então, tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria... eu sou a autora do projeto de lei mencionado, com muito orgulho, que implementa, propõe implementar nas escolas estaduais o programa educacional “Memória, Verdade e Justiça”. Como alguns devem saber, existiu uma Comissão de Memória, Verdade e Justiça nacional, que produziu um relatório a partir de investigações. Esse relatório é a versão oficial do estado brasileiro. Então, como o Ministério Público Federal já declarou, qualquer tipo de negação desse relatório por autoridades públicas comete crime de responsabilidade.

Não vou entrar aqui em disputas despolitizadas que favoreçam e levantem a bola daqueles que não merecem, porque sequer têm conteúdo para fazer uma discussão histórica que exige, enfim, que se atenham aos fatos, que exige uma honestidade que não está sendo respeitada, uma honestidade com a história do Brasil que não está sendo respeitada.

Mas quero sim dizer que há um projeto político do qual o deputado Douglas Garcia é representante neste País que quer justamente isso, que quer justamente se promover e bater no peito em cima de declarações inflamadas, mas que, na verdade, são absolutamente esvaziadas de conteúdo.

E por que isso? Porque há um projeto político em curso no Brasil cujo principal propósito é o de desinformar a população brasileira e, para isso, implementar os piores ataques aos direitos conquistados duramente pela luta. E é disso que eles têm medo: de que o povo brasileiro se lembre de que esses direitos conquistados - o 13º, a licença maternidade - foram conquistados a partir da luta.

O povo brasileiro não irá esquecer e não será a partir de palavras tão vazias e tão mal preparadas que permitiremos que o debate político seja esvaziado nesta Casa.

Muito obrigada, presidente. Obrigada, deputada Erica.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem a palavra a nobre deputada Erica Malunguinho.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a “todxs” os presentes. Boa tarde, Sr. Presidente. Temos muitos temas para debater, mas vou me ater a um.

Quero começar me solidarizando aos policiais militares que foram assassinados. Meu pai também foi militar. Embora tentem, a todo o momento, dizer que algumas pessoas não pensam na morte dos militares, é exatamente por pensar na morte das pessoas, militares ou civis, que o discurso que sempre tenho colocado aqui sobre Segurança Pública não pode ser um discurso que se pauta só na política armamentista. Um discurso sobre Segurança Pública precisa, obviamente, pensar em Educação, redistribuição de renda, acesso aos bens materiais e imateriais. Para se pensar em Segurança Pública, precisa-se pensar em como diminuir a violência. Para diminuir a violência, é necessário garantir acesso às pessoas que estão desprovidas e foram alijadas do direito básico à vida.

Bom, vim aqui para falar sobre um projeto de lei. Concordo com a deputada Isa: faltam-nos muitas coisas, enfim, acho que não é só neste Plenário, acho que é um sintoma da sociedade brasileira, desse projeto de desinformação e de elaboração de ideias e de temas sem fundamento, ou com pouco embasamento.

É um projeto de lei que foi protocolado pelo deputado - pena que ele não está aqui - Altair Moraes, de nº 346, no qual ele diz que “estabelece o sexo biológico como único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no estado de São Paulo”. Ou seja, mais uma vez, é mais uma pessoa tentando precarizar o processo de construção de cidadania de pessoas que já estão em condição de precariedade.

O que faz um deputado desta Casa, eleito pela população, fazer uma escolha como essa, uma acepção como essa? O que significa “pessoas transgêneros”? A gente sabe o que são pessoas transgêneros? Vocês já viram pessoas transgêneros além de mim? Já apertaram a mão, já deram um oi, já almoçaram juntos? O que me parece é que uma pessoa que protocola um projeto desses, no mínimo, precisa ter algum fundamento, seja ele jurídico, seja ele científico, se é de biologia que ele está falando.

É necessário que as comissões desta Casa comecem a funcionar, porque isso é inconstitucional. Isso fere a Constituição. Isso é um absurdo. O que são pessoas transgênero? São pessoas que se identificam de forma diferente ao sexo biológico, ao sexo que foram designadas socialmente. Isso não diz respeito só à biologia. Diz respeito à cultura, diz respeito à sociedade. Em diversas sociedades não ocidentais, se a gente pegar qualquer livro, pode ser enciclopédia, para não ser muito prolixa. Até no Google tem, já que tem gente que gosta de acessar o Google.

A gente sabe que, em diversas culturas, a construção social de gênero se dá de forma específica e de forma diversa. É um absurdo quando ele diz que mulheres trans não podem competir com mulheres cis. Uma pausa para o momento pedagógico: mulheres cis são mulheres que se identificam com o sexo biológico com o qual nasceram. Janaína Paschoal é uma mulher cis, Isa Penna é uma mulher cis, Leci Brandão é uma mulher cis, eu sou uma mulher trans.

Ele fala que apenas as mulheres cisgênero podem concorrer nas atividades esportivas com outras mulheres cisgênero, quando ele não sabe que, por exemplo, o Comitê Olímpico Internacional já fez diversas determinações a respeito da transgeneridade nas práticas esportivas. Ele diz, por exemplo, que, para uma mulher trans estar apta para concorrer em atividades com mulheres cis, ela precisa passar por um período de tratamento hormonal. Já sabemos que o processo de hormonoterapia faz uma equivalência, de modo que tanto a musculatura como a estrutura óssea se equivalha à de uma mulher cis.

Ou seja, não há discurso biológico que diga respeito à força ou disposição ou qualquer outro que justifique essa segregação. O que eu quero dizer mais ainda? Eu quero dizer que práticas como essa e formas de formulação de discursos como essa resultam nesse projeto violento no qual nós precisamos a todo momento precisar de uma sociedade armada para garantir o mínimo de segurança, e isso não está certo. Pensar em segurança, pensar em vida é pensar como as pessoas podem ter garantia de circulação, de respeito e de dignidade. É disso que estamos falando.

Para concluir, Sr. Presidente, esta Casa é uma Casa de Leis, esta é uma Casa de Leis. Tenhamos absoluta consciência de que as leis que serão descritas, escritas e aprovadas por aqui ressoarão no futuro, mas lembrem-se: tragédias como a escravidão já foram garantidas pela lei. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o nobre deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr. Presidente, para fazer uma breve comunicação, com a anuência do meu líder.

 

 O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria aqui de parabenizar o projeto de lei do deputado Altair Moraes. É um projeto de lei muito eficiente, assim como o projeto de lei do deputado Wellington Moura, que proíbe a ideologia de gênero.

Se um homem nasce homem e se sente mulher, daqui a 50, 100 anos, 200 anos, se for encontrado um osso dele e for estudado pela medicina, ele vai constatar que veio de um homem. Portanto, Sr. Presidente e caros pares aqui presentes, nós estamos falando de uma questão de equidade biológica. Não pode um homem que se sente mulher jogar dentro de um time feminino, porque é lógico que ele vai ter vantagens físicas. Ele vai ter vantagens, sim, sobre as demais mulheres que estão ali dentro.

E não apenas esse tipo de descalabro vem acontecendo, no nosso Estado e no nosso País, como eu já vi, em muitos banheiros, como, por exemplo, no Centro Cultural São Paulo, um absurdo escrito lá: “Este banheiro é de homens cis, homens trans, homens não sei das quantas, homens daquilo outro”. E das mulheres exatamente a mesma coisa: “mulheres cis, mulheres trans, mulheres sei lá sabe o quê”.

A população brasileira, assim como o resto do mundo, nasceu homem ou mulher.  Com total respeito, você pode fazer o que você quiser da sua vida. Você pode ser homem, você pode ser mulher, você pode ser travesti, você pode ser trans, não interessa para mim a denominação, ou o nome, a colocação que você diz, mas você precisa, sim, respeitar os valores do nosso povo e respeitar, principalmente, a própria biologia.

Porque, Sr. Presidente, com todo o respeito, se acaso, dentro do banheiro de uma mulher em que a minha irmã ou a minha mãe estiver utilizando entrar um homem que se sente mulher, que... Pode ter arrancado o que ele quiser, colocado o que ele quiser, porém, eu não estou nem aí, eu vou tirar primeiro no tapa, depois chamar a Polícia para ir levar, porque é esse o ponto que chegou no nosso Brasil, é esse o ponto que chegou no estado de São Paulo.

Então, aqui, parabenizo o deputado Altair Moraes. No que depender de mim, eu vou incentivar para que esse Projeto de lei vá para frente e seja aprovado.

Muito obrigado.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Peço que o deputado seja investigado por quebra de decoro parlamentar.

Você é um deputado eleito e você está, por mais de uma vez, incitando o ódio e a violência. Você falou que iria tirar uma pessoa no tapa, de um banheiro. Você sabe que discursos como os seus matam pessoas todos os dias?

Eu exijo desta Casa que abra um processo de quebra de decoro parlamentar por incitação ao ódio. Isso é incitação ao ódio!

Deputada Janaina Paschoal, eu tenho muito respeito pelas suas colocações. Você, como professora de Direito da Universidade de São Paulo, sabe muito bem o que o seu companheiro de partido acabou de cometer aqui: ele incitou o ódio e a violência contra as pessoas transexuais.

Sr. Deputado, aliás, eu não deveria me referir a você desta forma, mas educação me cabe e sempre me coube. Quero lhe dizer uma coisa: você não sabe absolutamente nada! Absolutamente nada! Você não sabe de biologia, você não sabe de sociologia, eu não sei o que você está fazendo aqui! Você sabe o que habita dentro do seu corpo?

Eu já te falei, e todo mundo sabe, que valor não é um espírito que se baixa no corpo. Eu acabei de dizer que a escravidão estava prevista em lei. Valor, assim como lei, se modifica conforme o tempo e a cultura - aprenda isso! Se você está aqui agora, você, oriundo da quebrada, é porque houve possibilidade de acesso de muita gente pobre que militou e que desconstruiu imaginários para que pessoas pobres, como você e como eu, estivessem aqui. Você acha que esta Casa, com a quantidade de tempo que ela tem, sempre esteve pelas hóstias da elite - elite não, da classe dominante? Elite é muito sofisticado para dizer; elite só tem na África e na Europa, o que no Brasil é classe dominante. Você só está aqui porque houve perfuração dessa bolha. Entenda isso e se coloque no seu lugar.

Exijo abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.

 

O SR. PRESIDENTE – GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputada, esse pedido tem que ser feito por escrito, na forma regimental.

Tem a palavra o nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, funcionárias e funcionários desta Casa.

Eu ia começar falando de uma outra questão de gênero também, mas eu não posso me furtar a não falar. Eu não preciso dizer que eu tenho profundo respeito pela deputada Erica, mas eu concordo, sim, com o projeto do deputado Altair Moraes, inclusive eu disse para ele que eu gostaria de ter assinado também, já que ele tinha protocolado antes.

Não é por transfobia, homofobia, nem nada. E não vai ser o politicamente correto que vai nos fazer não falar, não subir à tribuna e defender o que nós acreditamos. Ele me deu bons argumentos e reforçou o que eu já acreditava.

Você pode ser transexual ou homossexual, não tem problema, mas é fato que há uma vantagem biológica sim. Os ossos, os músculos, o coração, o pulmão e etc. Não é o que o Gil acha, o que o Douglas acha, o que o Altair acha. O argumento é científico. Os ossos foram regados, até 25, 30 anos, com hormônios masculinos. Eu sei que há um controle hormonal, eu sei que há protocolos.

O que não pode haver é, por exemplo, o técnico Bernardinho fazer, no calor do momento, uma declaração e ser linchado - e eu não vi o pessoal do NOVO defender ele aqui, já que ele pertence ao partido - por uma declaração que ele fez. Infeliz ou não, ele também tem o direito de falar.

Então, a gente precisa, sim, trazer ao debate. Eu sei do seu posicionamento e, novamente, eu não preciso vir à tribuna e dizer que eu te respeito - porque eu respeito qualquer parlamentar: de direita, de esquerda, hetero, trans, cis. Não importa para mim, é um ser humano. Agora, nós precisamos nos posicionar.

A minha posição tem que ser clara. Eu concordo, sim, com o projeto do Altair e vamos lutar, nesta Casa, no embate político, para que o projeto seja aprovado como eu sei que você vai lutar para que esse projeto não seja aprovado. Direito teu e você tem que dar uma resposta aos seus eleitores.

Para finalizar era de gênero também, mas era outra questão. Em Mococa, vejam vocês, um homem de 27 anos levou um tiro da ex-companheira de 26 após invadir a casa dela armado. Esse homem invadiu a casa dela. Ele estava armado de uma faca. O caso aconteceu no Jardim Botânico, em Mococa.

Segundo a Polícia Militar, o casal estava separado há um mês. A mulher já havia registrado vários boletins de ocorrência por ameaça e tinha medida protetiva. Por volta das 22, o homem pulou o muro da casa e entrou pela janela, armado com uma faca.

Mas ele foi surpreendido, vejam vocês, pela mulher que estava com uma espingarda e disparou contra ele. O tiro acertou o peito do homem, que foi socorrido para o hospital. Parabéns a essa mulher que defendeu a sua vida desse marginal, desse vagabundo, que entrou na casa dela com uma faca. Para quê? Para matá-la, com certeza. Havia vários boletins de ocorrência e, olha só, olha só, o que salvou a vida dessa mulher? Uma arma de fogo bem utilizada.

Parabéns a essa mulher e tomara Deus que todas as mulheres vítimas de violência pelos seus maridos, seja lá por quem for, tenham o direito à legítima defesa. É isso o que nós pregamos, não pregamos discurso de ódio, não queremos que todos se armem, mas, se essa mulher não tivesse essa espingarda, se essa mulher não tivesse essa arma de fogo, ela estaria morta. Seria mais um número de feminicídio, como vocês trabalharam para isso e aprovaram, homicídio e feminicídio. Seria mais um número.

Então, o que nós defendemos? Defendemos, em Brasília, o PL 3722 para flexibilizar o acesso à arma de fogo, lembrando, arma de fogo não é instrumento de morte, arma de fogo é um instrumento de defesa, é um instrumento de vida.

E eu protocolei, ontem, um projeto que visa à isenção de ICMS para policiais militares e civis, nossas Forças Armadas, nossos Cacs, tenham acesso mais barato a armas de fogo. Por quê? Porque arma de fogo no Brasil, Erica, é elitizada. Ela está na mão de quem tem o acesso, de quem tem o dinheiro. Os mais pobres, como nós, que viemos da periferia, trabalhadores, não temos o acesso. Por quê? Porque é caro. É caro para se comprar uma arma e é caro para conseguir a documentação.

Então, a elite, ou como você falou, esses donos do poder, eles já moram em condomínios, já têm uma polícia militar e civil que dá uma proteção, quiçá Deus, um dia, a periferia tenha isso também. Só que o pobre não tem. Ele já sofre com esse serviço público que não existe e também não consegue acessar essa arma de fogo que é, novamente, para defender o seu patrimônio, para defender a sua vida.

Tomara Deus que toda mulher no estado de São Paulo, tomara Deus que toda mulher no Brasil, cis ou trans, tenha o seu direito garantido à legítima defesa.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Neste momento encerramos, então, o Pequeno Expediente e iniciamos, agora, o Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Chamamos para o uso da palavra, por uma cessão de tempo, a nobre deputada Márcia Lia.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - Para uma comunicação, por favor, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a anuência da deputada na tribuna, tem V. Exa. a palavra, para uma comunicação.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Acho que esse filme vai se chamar Faroeste Caboclo no futuro.

Mas não vou me estender muito, só queria perguntar, o senhor estudou biologia, medicina? Vocês que têm um discurso tão potente, não é? Porque eu já falei sobre isso. Opinião e senso comum são muito diferentes de discurso científico. É diferente, tem argumentação, fundamentação, análise, sabe? Estudo, empirismo, tem tudo isso.

Para se produzir ciência e conhecimento, precisamos de uma porção de elementos de comprovação, de negar, enfim, todos os eventos. Isso que vocês estão falando é opinião, não é um critério, não é qualificado para se debater em uma tribuna. Opinião não é ponto de argumento para uma tribuna, não pode ser. Precisa de fundamentação. Estamos discutindo, sim, sobre o Comitê Olímpico Internacional, estamos falando sobre a Faculdade de Medicina da USP, estamos falando de diversas, posso citar inúmeras instituições sérias, científicas, que dialogam sobre esse tema, e vocês vêm com o discurso raso, para me dizer que eu estou falando errado? Por favor. Eu me disponho ao debate. Eu prometo que eu terei essa paciência, mas venham com o mínimo tratado, porque opinião, por favor, isso aí a gente faz na mesa de um bar. Comigo não.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputado, vamos dar a palavra à deputada. Nós estamos aqui há muito tempo.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Eu concedo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Concede? Fique à vontade então. Dois minutos para comunicação.

Só para avisar, mais uma vez, aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas - essa não é uma repreensão a V. Exa. nem aos demais - que comunicação não é para se debater determinados temas. A comunicação é para se fazer realmente um comunicado importante e relevante. Não é para nós debatermos. Os microfones de aparte para comunicação não podem ser usados para debatermos determinados temas. Somente isso. Muito obrigado.

Com a palavra.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, era exatamente isso que eu ia dizer. A função regimental do comunicado é outra, então acho que nós precisamos nos ater e respeitar o Regimento Interno.

Mas o que eu queria falar, presidente, como cristão, assim como V. Exa., é que eu acho que nós temos os nossos pontos de vista, eu acho que nós devemos defender as nossas ideologias, os nossos ideais. Agora, nós não podemos, presidente, aceitar discurso de ódio e de discriminação como nós vimos aqui hoje.

Eu acho que nós precisamos, esta Casa precisa representar isso para a corregedoria, para a Presidência da Assembleia Legislativa.

Eu acho que nós devemos ter o nosso ponto de vista, eu acho que nós devemos defender, assim como eu defendo. Eu tenho os meus posicionamentos cristãos, sou da igreja católica. Agora, presidente, nós não podemos aceitar isso. Como cristãos, nós precisamos respeitar a todos.

O que nós vimos aqui, uma incitação de ódio, de discriminação, não pode ser aceita, mesmo sendo opinião. Não é aceitável esse tipo de coisa. O Regimento permite opinião, palavra e voto, mas não discriminação. Então, acho que nós precisamos respeitar a todos aqui, não só como parlamentar, mas nós precisamos respeitar a população que nos acompanha, a população que nos elegeu para representar aqui, independente de ideologia partidária, independente de religião, independente de opinião. Discurso de ódio e discurso de discriminação nós não podemos aceitar aqui. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Nobre deputado, eu quero pedir de Vossa Excelência... Sobre corregedoria, conselho de ética, enfim, tudo isso tem que ser feito por escrito, da forma regimental.

Tem a palavra a nobre deputada Márcia Lia.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Deputada, só um minutinho. Um minuto mesmo. Comunicação mesmo. Simples assim, telegráfica.

A bancada do Partido dos Trabalhadores fará representação do que aconteceu aqui hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Só informando mais uma vez, deputada: tem que ser feita por escrito, na forma regimental.

Com a palavra a nobre deputada Márcia Lia.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria lamentar, acima de tudo, não no nome de uma pessoa individualmente. A gente tem uma colega de bancada que acabou de sofrer o impacto de um discurso de ódio aqui neste plenário. Principalmente, lamentar, em nome do povo brasileiro, que esse tipo de expressão vergonhosa, violenta, cúmplice, sim, da violência que a gente vê se reproduzindo na sociedade, se reproduza aqui.

Queria dizer, Sr. Presidente, que a bancada do PSOL não vai se acovardar. Nós não daremos um passo atrás na defesa dos direitos, aí sim, civilizatórios, dos direitos básicos das mulheres, das negras e dos negros, das LGBTs, mas não só. Quando a gente vem e fala, e quando a Erica fala e se dirige aos policiais, ela o faz de coração, porque ela não quer ver a violência, não quer ver a morte de ninguém. Isso é sincero da nossa parte. Construir um projeto de sociedade não violenta é sincero e é honesto. O que se faz aqui, com esse tipo de discurso, é a mais barata manipulação ou tentativa de manipulação de um povo que carece de Educação, que carece de Cultura, que carece de direitos básicos.

Portanto, deixo claro que o PSOL irá, sim, entrar com o pedido de quebra de decoro e de cassação do mandato do deputado Douglas Garcia, por uma violência que ele acaba de cometer neste plenário.

É só isso. 

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra a nobre deputada Márcia Lia. Tem V. Exa. o tempo regimental no Grande Expediente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Boa tarde a todas. Eu quero hipotecar toda a nossa solidariedade à nossa deputada Erica Malunguinho e dizer que a bancada do Partido dos Trabalhadores, assim como a bancada do PSOL e assim como a deputada Leci também - nós já estamos muito cansados de ver esta Casa sendo vítima de ódio, vítima de discriminação, vítima de preconceito -, nós tomaremos as medidas regimentais cabíveis para a gente dar um fim a este problema.

Dito isso, que quero falar de coisa boa, quero falar de Cultura. Precisamos discutir, no estado de São Paulo, mais investimentos para a Cultura. Nessa semana, nós sofremos um prejuízo muito grande, que foi a possibilidade de termos o projeto Guri extinto. Nós fomos procurados pelo pessoal de Ribeirão Preto, Araraquara e por vários núcleos do projeto Guri. Seriam aproximadamente 60 mil alunos que perderiam a possibilidade de ter uma vida um pouco mais voltada para a Educação.

Então, quero dizer para o governador Doria que, atendendo aos reclamos da população, porque muitas unidades seriam desmontadas, o governador recuou, mas não recuou em algumas outras situações, deputada Leci, que são graves. Por exemplo: alguns equipamentos de Cultura estão afetados por mais um corte, porque todas as vezes em que se fala em redução de investimentos e em cortes no Orçamento, a Cultura é a primeira a sofrer com o facão.

Então, nós estamos sabendo que a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, a Biblioteca de São Paulo, a Pinacoteca de São Paulo, o Museu de Imagem e do Som, o Museu Afro Brasil, as fábricas de Cultura, o Teatro São Pedro, o Conservatório de Tatuí - eu estive em Tatuí, e a situação é muito triste -, a São Paulo Companhia de Dança e outros projetos estão sofrendo cortes significativos.

Esses programas e esses projetos impactam, anualmente, a vida de 13 milhões de pessoas que vivem no estado de São Paulo. Então, nós precisamos falar para o governador João Doria que Cultura é importante, que Cultura é fundamental, que Cultura tira as crianças da rua no contraturno da escola e faz com que as pessoas tenham educação e civilidade, com que as pessoas estudem e compreendam, de fato, o que é a história deste País, das mazelas que essa sociedade faz para o povo pobre, para o povo negro e para as nossas crianças que vivem nas favelas.

A Cultura tira as pessoas dessa situação, e nós precisamos aprofundar os programas culturais. Nós precisamos fazer com que o governador João Doria entenda que não é gasto, Cultura é investimento. Educação é investimento. Por falar em Educação: olha a situação em que nós estamos, na Educação, no estado de São Paulo. Estamos no dia 3 de abril e as nossas crianças, que começaram as suas aulas em fevereiro, não receberam os uniformes até hoje.

No ano passado, fizemos vários pedidos para o governador em exercício, o governador Márcio França, para que ele pudesse fazer a reforma de algumas unidades escolares que estão em situação precária. Tivemos um compromisso de que seriam examinadas essas escolas. Várias escolas na região de Ribeirão Preto e Araraquara.

Sabem qual é a demanda por reforma nas escolas do estado de São Paulo? Sessenta por cento das escolas do estado de São Paulo precisam de reforma. Sessenta por cento das escolas do estado de São Paulo precisam de melhoria nas condições para poder receber os nossos jovens. O secretário de Educação de São Paulo, o senhor Rossieli, disse que 2 milhões e meio de alunos podem ficar sem aula por falta de professores. Não podemos deixar os nossos alunos sem professores.

Tivemos problema com a alimentação das crianças. Tem criança comendo arroz com farofa. Foi entregue carne estragada em escola. Sabemos da dificuldade que é ser professor nesse estado de São Paulo.

É um estado que não valoriza os servidores. Que não valoriza os nossos policiais militares. Que não valoriza os nossos delegados. Que não valoriza os nossos policiais civis. Que não tem a menor compreensão da importância de manter uma empresa como a Emplasa. Porque é uma empresa que tem um planejamento. Como a gente vende a cabeça? Como a gente vende o cérebro do Governo?

Vocês fazem o planejamento. Vocês fazem aquilo que é mais importante para que o estado de São Paulo possa crescer e se desenvolver com qualidade, com mobilidade urbana, com tudo aquilo que vai melhorar a vida do cidadão paulista. Temos deficiência na Educação. Temos deficiência nos serviços públicos, na Polícia Civil, na Polícia Militar. A gente conversa muito com o pessoal da Polícia Cientifica. Faltam profissionais.

Passou aqui um deputado. Não sei que deputado foi. Mas um deputado passou um vídeo do Sr. Governador. O Balas, isso. Do Sr. Governador dizendo que, com ele era só verdade. Que, com ele, não tem essa história de mentira. Que ele vai fazer tudo o que ele combinou.

Não é verdade, Balas. Não é verdade, porque tenho sido procurada pelos delegados, tenho sido procurada pelo pessoal da Polícia Científica, pelo pessoal da Polícia Civil. A situação continua exatamente a mesma. E já estamos no mês de abril. Nada foi feito, nada foi movimentado. A gente está vendo que vai continuar tudo da forma como já estava antes.

São 25 anos do governo do PSDB nesse estado. São 25 anos de retrocesso. São 25 anos de mentira. São 25 anos que as empresas públicas estão sendo precarizadas. Se há deficiência, se há situação financeira deficitária no estado de São Paulo? A gente sabe que há.

Muitas dessas empresas foram precarizadas pela má gestão. Muitas dessas empresas foram precarizadas pela falta de compromisso público. O interesse público tem que se sobrepor ao interesse privado. E não é isso que acontece, há 25 anos, no estado de São Paulo.

Portanto, temos que dizer: queremos mais Cultura; queremos Educação de qualidade; queremos o servidor público valorizado; queremos que as empresas públicas sejam valorizadas; queremos que a Emplasa permaneça porque, sem cabeça, ninguém faz planejamento e ninguém faz uma gestão com qualidade. Queremos que o estado de São Paulo continue crescendo e se desenvolvendo.

Queremos que o estado de São Paulo seja de novo - porque ele já retrocedeu muito - o estado que alavanca a economia do País. E isso não tem sido verdade. Tudo aquilo que foi combinado na campanha, e nós temos tudo isso armazenado, não vem sendo cumprido. Portanto, senhor governador, o senhor vai estar nesta Casa amanhã. Que o senhor venha com boas notícias, que o senhor venha com informações sobre a melhoria da Educação, que o senhor venha para dizer para nós que não vai encerrar as empresas e que vai valorizar o servidor público. Estamos cansados de mentira. Queremos compromisso com seriedade para que a gente possa ter este estado de São Paulo novamente nos trilhos do desenvolvimento, do respeito ao ser humano e que nós possamos construir uma sociedade mais justa, uma sociedade com menos ódio, uma sociedade onde a gente não seja obrigado a ver o que aconteceu nesta Casa, neste plenário, há alguns minutos atrás. Queremos, sim, construir uma sociedade solidária, uma sociedade humana, uma sociedade onde um olhe para o outro e tenha respeito. E não é isso que nós estamos vivendo nesta Casa e nestes dias.

Portanto, Erica Malunguinho, nós estamos com você. O que for necessário fazer, seremos testemunha nesse processo. Conte conosco.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra, por permuta, o nobre deputado Luiz Fernando Lula da Silva.

 

O SR. LUIZ FERNANDO LULA DA SILVA - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres pares, quero cumprimentar os presentes aqui, saudar os trabalhadores da Emplasa, quero dizer a vocês, como já foi dito aqui, que não se vende o cérebro. A não ser que você queira pôr um fim à sua vida você tira o cérebro, não vai mais pensar. Talvez por inexperiência do atual governador de São Paulo, que não conhecia São Paulo, se tornou prefeito da Capital, no dia seguinte da sua posse começou a fazer campanha para Presidência da República e abandonou a Capital. E por um acidente absurdo dessa loucura que o nosso País passou elegendo o despreparado Bolsonaro à Presidência da República, isso levou Doria ao Governo do estado de São Paulo. E agora propõe à Assembleia Legislativa vender o cérebro, vender o pensamento.

A Emplasa não tem ativos. Você não vende a ideia. Você vai vender o quê? Os funcionários da Emplasa? É isso? Vai vender o que pensam os funcionários da Empasa? É um absurdo.

Quero dizer aqui da solidariedade eu tenho certeza de que da maioria dos deputados desta Casa. Eu já vi, da extrema direita que hoje tem assento nesta Casa, a todos os demais partidos falarem que de fato não vão aceitar esse pacote de maldades que o senhor governador manda a esta Casa. Precisamos separar o joio do trigo. Você tem empresas que, efetivamente, você pode até discutir se servem ao Estado, se tem prestado um bom serviço, sobretudo a bancada do Partido dos Trabalhadores é contra qualquer privatização. Somos radicalmente contra qualquer privatização e não aceitaremos que a Emplasa vá a qualquer lugar, até porque acho, Sr. Presidente, que para esse projeto ter vida nesta Casa, primeiro nós precisamos fatiá-lo. Temos que analisar empresa por empresa e não dar uma carta branca ao senhor governador como se dele fosse, até porque chegou ao Palácio dos Bandeirantes mudando tudo. Mudou a cor, móveis históricos dali ele resolveu passar uma laca preta e agora acha que ele está se desfazendo de um carro, ou de uma geladeira dele, ou de uma chácara, de um sítio ao vender as nossas empresas paulistas. O PSDB já sucateou o nosso Estado.

Rapidamente queria lembrar aonde é que está o Banco do Estado de São Paulo, Leci Brandão, a nossa Fepasa, a nossa Telesp, o nosso Ceagesp, a Cesp, a CPFL, a Eletropaulo. Venderam todos os nossos ativos.

E cadê esse dinheiro? São Paulo não tem dinheiro para pagar os seus policiais. São Paulo não tem dinheiro para pagar, sobretudo, os nossos servidores públicos de todas as áreas. Os professores hoje pagam para dar aula.

Assim, quero também me solidarizar com os policiais que ali estão defendendo a PEC 2. A Bancada do Partido dos Trabalhadores apoia a PEC 2, até porque nós entendemos que quem de fato faz a Segurança Pública no nosso Estado são os policiais, que serão privilegiados na PEC 2.

Não são os grandes coronéis, que estão nos quartéis, mas quem vai para o combate: são os cabos, são os policiais, são os soldados - perdão -, os soldados, os cabos, os sargentos, essas pessoas que enfrentam o crime organizado.

Diga-se de passagem, em São Paulo não existe combate ao crime organizado. O estado de São Paulo, deputada Bebel, perdeu a luta da Segurança Pública. Não basta não ter nenhum projeto que abrigue as nossas crianças e jovens. Mas, definitivamente, parece.

Uma vez, eu perguntei para o secretário de Segurança Pública, que foi um desserviço que passou no estado de São Paulo, um tal de Alexandre de Morais, que depois o Temer fez esse homem virar ministro do Supremo Tribunal Federal.

Eu perguntei a ele, Paulo, quando veio aqui prestar conta na Comissão de Segurança Pública, se por acaso o Governo do Estado de São Paulo tinha feito algum acordo com o PCC. Porque você não vê mais enfrentamento.

Não existe enfrentamento. Desde muito tempo nós... Deve ter tido um grande acordo. Um grande acordo. Porque o PCC hoje é quem manda nas comunidades. A Polícia, muitas vezes, não tem sequer o aparelhamento, nem armas, que comparam ao que o crime organizado está em São Paulo.

E eu costumo dizer que o grande serviço que o Governo do Estado de São Paulo fez, que o PSDB fez em São Paulo foi criar o PCC e exportar o PCC. Exportamos para outros estados; exportamos para outros países, inclusive.

Quero saudar vocês da PEC 2 e dizer: contem conosco, toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Agora, quero alertá-los de uma coisa. Não se empolguem com discursos nessa tribuna. Muitos vão vir aqui para dizer: "Estamos com vocês".

Quero dizer: para estar com vocês, tem que brigar no Colégio de Líderes para que seja pautado esse projeto. E nós precisamos trazer os policiais militares para esta Casa, para pressionar os deputados da Capital, do interior, do Estado todo.

Porque esse é um aumento que vocês merecem. Vocês foram injustiçados, assim como os professores do estado de São Paulo. Só que agora os professores elegeram uma deputada que não vem fazer discurso; vai brigar com o governador para que os professores sejam bem tratados.

E eu desejo a vocês, peço a todos os policiais militares desta Casa - vários deles se elegeram deputados - que honrem os votos que vocês deram a eles. E honrar é conseguir tirar essa PEC 2 da gaveta, botar para votar e aprovar essa PEC 2. Aí, sim, vão honrar os votos que os policiais militares confiaram a vários companheiros deputados desta Casa.

Eu venho a esta tribuna hoje. Primeiro, quero me solidarizar à Erica com o que passou aqui hoje. Um absurdo. Esse moço, esse moço, que pouco conteúdo ou nenhum tem, não é a primeira vez que esse rapaz vem aqui na tribuna com vários impropérios desrespeitando.

Ele acha que ele está no grupo escolar, quando, na verdade, o povo, ignorante - porque eleitor desse moço, para mim, é ignorante, porque esse moço não serve para fazer parte desta Casa. E eu digo isso com muita tranquilidade. Hoje ele cometeu um crime, mas todos esses dias esse moço vem falando muita besteira. No dia da posse, ele se portou como um moleque em cima desta tribuna. É um cara provocativo, é um cara que não tem limites. E como nós temos nesta Casa mulheres, transexuais, homens e...temos de tudo, nós precisamos de pessoas que estejam preparadas para estar aqui nesta Casa. E ele é um despreparado, e nós vamos representá-lo no Conselho de Ética. Uma pessoa assim, seja do partido que for, se for do meu partido, não tem direito de continuar nesta Casa. Não vamos aceitar, vamos às últimas consequências. Esse moço tem que pagar pelo crime que cometeu contra você, mas, sobretudo, contra todos os homossexuais no nosso País.

Então, quero trazer a nossa solidariedade, a solidariedade do PT. O PT vai representá-lo no Conselho de Ética, como já foi dito pela deputada Bebel, como já foi dito pela deputada Márcia Lia. Quero trazer também a nossa solidariedade a você e a todos os homossexuais do nosso País.

E queria agora, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, tratar de um tema que é muito complexo, o feminicídio, Leci. A cada momento e cada dia mais a gente acompanha pela imprensa, foi mais uma mulher morta, mais outra mulher morta, mais outra mulher morta, e os números são absurdos, Leci. E aí você pega o governador, ao mesmo tempo, querendo desmontar as políticas que podem formar, seja a educação, seja a cultura.

Enfim, para concluir, Sr. Presidente, eu quero dizer, comunicar a Casa que diariamente nós vamos abordar o tema feminicídio aqui. Vamos trazer a denúncia, e nós vamos cobrar políticas públicas da Assembleia Legislativa e do governo do Estado para poder fazer o enfrentamento a esse feminicídio que aí vem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, nobre deputado Luiz Fernando Lula da Silva.

Convidamos, agora, para uso da tribuna no Grande Expediente, o nobre deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi.

Professora Bebel, para uma comunicação?

Com a anuência do nobre orador na tribuna, tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Bem, Sr. Presidente, todos que nos assistem também através da TV Alesp, eu acho que diante de tudo o que aconteceu nesta tarde, e a gente às vezes, as pessoas tocam como questões naturais. Eu não posso achar natural, nenhuma de nós, nenhuma, nenhum de nós pode achar natural o que o deputado Douglas fez aqui.

Eu não sou daquelas de criminalizar, não sou daquelas de... longe, mas aí ele foi longe demais, e aí... Olha, eu, por várias vezes, vim aqui, fiz fala, professor foi chamado de vagabundo. Quantas vezes eu vim aqui: nós fomos chamados de vagabundos, porque fomos fazer a nossa justa paralisação no dia 22 de março contra a reforma da Previdência e pelos salários. Mas parece que o rapaz, Carlos Giannazi, não entende essas coisas. O negócio dele é dar pau em quem pensa diferente. E aí quando a gente vai lá e rebate, aí ele vem com mais raiva e joga mais ódio.

Eu acredito, Carlos Giannazi, o senhor está há um tempo na Casa, tem uma experiência muito maior que a minha, mas sabe perfeitamente o papel de uma tribuna, o papel de quem usa uma tribuna e a responsabilidade disso. Nós estamos aqui para defender, enfim, defender o povo paulista, lutar pelos direitos dos professores,  do funcionalismo público e pela sociedade paulista. Agora, o que não dá, é para a gente também ser eleito e ser obrigado a sermos desrespeitados da forma como nós fomos, nesta tarde.

Então, fica aí, reafirmo, que o Partido dos Trabalhadores fará por escrito a representação em defesa da deputada Erica.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, trabalhadores da Emplasa que estão na luta contra a privatização, contra o desmonte do estado, contra o PL nº 1, quero aqui registrar a honrosa presença das mães das comunidades escolares da Escola Estadual Rui Bloem e também da Escola Paulo Rossi, que estão aqui presentes hoje trazendo uma grave denúncia. Vou falar daqui a pouco sobre a presença dessas mães aqui na Assembleia Legislativa.

Neste momento, eu gostaria, primeiramente, de me associar ao que disse o deputado Luiz Fernando aqui na tribuna, ao que disse a deputada Professora Bebel no microfone de apartes. Eu não estava aqui, cheguei há pouco, estava conversando em nosso gabinete com as mães dessas duas escolas que citei, mas o Marcos me relatou o que houve.

Quero registrar que vamos tomar as providências cabíveis pela liderança do PSOL, vamos fazer os encaminhamentos legais aqui dentro do Regimento da Casa, pois foi muito grave o que aconteceu. Não vamos aceitar intolerância, agressão. Aqui é um lugar de debate, um lugar de discussão de ideias. Estamos vivendo um momento histórico extremamente difícil, em que a violência é estimulada inclusive pelo presidente da República, que defende o armamento, que defende a violência aberta contra negros, contra a comunidade LGBT, contra as comunidades indígenas.

Não vamos aceitar que isso ocorra dentro do Parlamento. Se um deputado faz isso aqui dentro, fico imaginando o que ele faz fora do Parlamento. Isso é abuso, inclusive, de autoridade.

Então, Sr. Presidente, quero fazer o registro: a bancada do PSOL vai tomar as medidas cabíveis, juntamente com outras bancadas, pois as medidas serão feitas coletivamente por muitas bancadas. A deputada Leci Brandão já se pronunciou, assim como a bancada do PT. Tenho certeza de que outras bancadas não vão aceitar esse tipo de comportamento dentro da Assembleia Legislativa.

Queria dizer, Sr. Presidente, que a situação do Estado é muito grave na área da Educação também. As escolas estão abandonadas, não há mais financiamento da Educação em nosso estado. As escolas não estão sendo mais reformadas há um bom tempo, as escolas estão sucateadas, degradadas, abandonadas, sem iluminação, sem funcionários. Não temos mais funcionários do quadro de apoio escolar. É muito difícil encontrar uma escola da rede estadual com o quadro completo de servidores do quadro de apoio escolar.

Essas escolas estão passando também por essa situação. A Escola Rui Bloem é uma escola muito conceituada, uma das escolas mais bem avaliadas nas avaliações institucionais, essas avaliações como o Saresp, por exemplo. Essa escola está sendo degradada pela falta de funcionários do quadro de apoio escolar.

Além disso, essa escola também está sendo vítima de algo que acontece em boa parte da rede, que é a superlotação de salas. Essa superlotação, no caso específico da Escola Rui Bloem, é deliberada. Eu tenho já denunciado exaustivamente há quatro ou cinco anos isso, inclusive na tribuna. Já levei a denúncia para a Secretaria da Educação, para a Diretoria de Ensino Centro Oeste. Eles estão transferindo, esvaziando, querendo fechar a Escola Alberto Levy, que fica na mesma diretoria de ensino, na mesma proximidade, e encaminhando os alunos para a Rui Bloem, superlotando as salas da Escola Rui Bloem, que tem um número excessivo de alunos, acima de 40 alunos por sala.

Estão esvaziando as salas, os períodos e os turnos da Escola Alberto Levy. Então, é uma atitude criminosa da Secretaria da Educação, de fechar escolas, turnos, salas, superlotando outras escolas. Então, o que está acontecendo com a Escola Rui Bloem faz parte dessa política de desmonte da Educação.

Há falta de funcionários. Inclusive, houve um concurso público de agente de organização escolar, houve a chamada desses servidores, eles escolheram as escolas, mas não tomaram posse ainda. É um absurdo isso.

Mesmo com toda essa situação de violência nas escolas, com tudo o que aconteceu agora em Suzano, na Escola Raul Brasil, o governo não toma nenhuma providência para fazer a chamada desses servidores que são importantes para o funcionamento da escola.

Então, nós estamos levando novamente a denúncia da escola de vocês para a Secretaria da Educação e vamos acionar novamente o Ministério Público, fazer o debate aqui na nossa Comissão de Educação. Parabéns pela mobilização de vocês, a comunidade escolar tem que estar atenta, mobilizada e participando, porque a Constituição Federal garante a gestão democrática na escola pública, com a participação dos alunos, dos pais, dos professores e também, logicamente, dos funcionários. Parabéns pela mobilização de vocês.

Aproveito ainda, Sr. Presidente, deputados e deputadas, para aqui reafirmar a nossa audiência pública amanhã às 19 horas. Nós mantemos a audiência pública em defesa da Cultura, contra o desmonte também da Cultura no estado de São Paulo. Nós conseguimos reverter a primeira parte, que era o Projeto Guri, mas o desmonte continua. Haverá o desmonte da Emesp Tom Jobim, que é uma das melhores escolas de música da América Latina; da Osesp; o desmonte da Pinacoteca, que será atingida pelos cortes; do MIS - Museu da Imagem e do Som; e das Oficinas de Cultura - várias oficinas serão praticamente fechadas no estado de São Paulo.

As Fábricas de Cultura também terão um impacto criminoso com esse corte. Elas vão perder muitos professores, programas... Enfim, o corte continua, o governador só recuou em relação ao Projeto Guri porque teve uma ampla mobilização em todo o estado de movimentos sociais, de organizações, de vereadores, prefeitos... Os deputados aqui tiveram uma participação importante, fazendo pressão em cima do governador Doria, a imprensa... Ele recuou, mas em relação ao Projeto Guri. Em relação aos outros projetos, continua o corte, continua o desmonte. 

Eu já acionei o Ministério Público, nós já pedimos a convocação do secretário de Cultura. Estamos convidando-o para participar amanhã da nossa audiência pública, porque é um desmonte, é um corte de 148 milhões de reais no orçamento da Cultura, que já é um orçamento muito baixo. Ele ficou reduzido a praticamente 600 milhões de reais.  É um absurdo um estado rico, um estado que tem um orçamento de 230 bilhões de reais, com 45 milhões de habitantes, ter um orçamento de 600 milhões para área da cultura. Sem contar também os cortes do ProAC, que é o programa de financiamento estadual de Cultura. Vários programas já foram cortados, várias licitações, é um desmonte total da Cultura como também da Educação Pública, das nossas escolas.

Então eu queria fazer aqui o registro dizendo que a audiência continua e pedir o mesmo empenho dos deputados e das deputadas para que continuem pressionando o governador Doria. O governador Doria continua desmontando a Cultura, ele só recuou em relação ao Projeto Guri, mas tem os outros projetos também. Então, por favor, deputados, deputadas, continuem pressionando o Doria.

O governador continua cortando, ele fez aquele congelamento a partir de um decreto publicado em janeiro que congelou o orçamento de várias áreas sociais. É importante que a gente faça aqui o descongelamento aprovando o nosso PDL, o projeto de decreto legislativo que revoga, que anula o decreto do governador que contingenciou, que congelou os recursos da Cultura. Então é muito importante a mobilização dos deputados.

Eu participei agora de uma assembleia com os alunos da Emesp, e eles estarão aqui amanhã, mobilizados, exigindo a imediata suspensão desse congelamento. A deputada Janaína queria falar, fazer um aparte?

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pode ser, ou pode ser uma comunicação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então era isso, Sr. Presidente. Gostaria, em relação ao que eu disse sobre a Escola Paulo Rossi e a Escola Rui Bloem, que essa parte do meu pronunciamento fosse encaminhada ao governador do estado e ao secretário da Educação, para que as providências sejam tomadas em relação à falta de funcionários e à superlotação de salas.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - É regimental, nobre deputada, e será feita nos termos regimentais. Convidamos agora para o uso da palavra o nobre deputado Sebastião Santos. Tem V. Exa. o tempo regimental. Nobre deputada Janaina Paschoal, tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu e meus colegas do PSL já nos solidarizamos com a deputada Erica. Não consigo, com todo respeito, vislumbrar um crime por parte do colega Douglas, mas reconheço que ele exorbitou. A gente pode defender as ideias de uma maneira mais cautelosa e mais cortês e nós assumimos o compromisso, como bancada, de conversar com o colega.

Eu reitero o nosso carinho, o nosso apreço e a nossa admiração pela deputada Erica - e não é algo pro forma, é algo real. Acredito que nós teremos condições de debater essas ideias de maneira democrática e tranquila e chegar a um denominador comum.

Eu gostaria de fazer também um registro. Não me parece justo pegar um acontecimento pontual e isolado - e quero crer que não mais se repetirá - para tornar uma situação genérica de que o governo federal estaria a incentivar a violência contra os negros, contra os homossexuais, contra os transexuais, contra as mulheres, porque isso não é real. Pode haver uma diferença de pensamentos de como chegar na proteção desses grupos, mas não existe uma fala do presidente, dos ministros mais envolvidos com essas questões, que seja no sentido de incentivar a violência.

O que aconteceu aqui hoje, que desagradou a todos nós - e vamos nos unir para que não aconteça mais - , não fosse tomado como algo genérico. Quando a gente coletiviza responsabilidades, a gente acaba incorrendo em injustiça.

Seria essa ponderação que eu queria fazer, assumindo o compromisso de conversar com o deputado, que eu sei que é uma pessoa boa e que vai trabalhar para modificar essa maneira de expor as suas ideias. Isso não significa que a colega que se sentiu ofendida e os demais colegas não possam tomar as providências que entendam que devam tomar. É um compromisso que nós assumimos com a deputada e com a Casa.

Muito obrigada.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Com todo respeito, deputada Janaina, acredito muito nas suas palavras, mas o que aconteceu aqui é uma prática recorrente que já habita o imaginário de grande parte da população brasileira. Conversei com a senhora agora há pouco e você sabe bem que existem crimes de ódio. Você estudou crimes de ódio e sabe o motivo pelo qual eles são praticados. Eles são praticados, exatamente, por conta de pensamentos como os que foram proferidos aqui pelo deputado.

Ele dizer que se a mulher dele, a mãe dele e a irmã dele estiverem em um banheiro e entrar uma transexual, ele vai encher de tapa, é o mesmo discurso que autoriza que a transexual Quelly dos Santos, há menos de dois meses, fosse assassinada, teve o seu coração arrancado e dentro do seu coração colocaram a imagem de uma Santa. É o mesmo discurso que faz Dandara dos Santos ser abatida por uma pá e colocada dentro de um carro de mão. Isso é crime de ódio e o crime de ódio acontece, exatamente, pelo imaginário que foi alimentado, sim, por um parlamentar eleito. Ele precisa responder por isso, sim.

Em relação à analogia do governo federal, eu tenho uma coisa a dizer. Eu nunca subi à tribuna para falar nada do Jair Bolsonaro, embora eu tenha inúmeras questões e possa falar inúmeras coisas sobre ele. Mas, uma coisa eu quero dizer - e não saiu da minha boca. A Fox News, que é um canal de televisão declaradamente de direita, que apoiou o Trump, quando Jair Bolsonaro fez a sua visita aos Estados Unidos, a Fox News fez questão de dizer, em rede nacional, que Jair Bolsonaro, além de ser um presidente conservador, tem discursos homofóbicos e uma das falas clássicas dele é que ele preferiria um filho morto a um filho homossexual. Isso, não sou eu quem está dizendo.

Então, qualquer analogia entre o discurso do deputado e o do governo federal não é mera coincidência. Existe aí uma ideologia em curso. Quando eu falo em ideologia, é uma ideologia violenta, conservadora, homofóbica, transfóbica e racista. Se querem se livrar dessa pecha, por favor, trabalhem.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, senhores deputados, deputadas, funcionários, pessoas que nos visitam nessa tarde, pessoas que nos assistem pela TV Alesp, pelas redes sociais, ontem recebemos em nosso gabinete a resposta do ofício que enviamos aos órgãos do estado de São Paulo e um deles à Cetesb.

Esse ofício responde o seguinte requerimento: “Nos termos do Art. 20 da Constituição do Estado de São Paulo, de acordo com a matéria divulgada pela imprensa, a Cetesb colheu amostras da água do Rio Tietê para averiguar a existência de bactérias tóxicas nas imediações dos municípios de Pereira Barreto, Barbosa, Sabino e outros. Sendo assim, este parlamentar pleiteia informações a respeito do posicionamento da Cetesb sobre o ocorrido, bem como as medidas que serão tomadas para a solução dos supostos problemas e apresentação dos laudos técnicos”.

Recebemos as respostas aqui. Vieram embasadas e também assinadas pela bióloga Maria do Carmo Carvalho.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Senhoras e senhores, lembro que tem um orador na tribuna. Por gentileza.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Também pelo engenheiro Nelson Menegon Jr., que é gerente da divisão de qualidade de águas e do solo e outros também, técnicos envolvidos.

Para a gente poder ser rápido aqui, estivemos naquela região por causa de várias denúncias. Todos os anos, quando estamos chegando perto do mês de dezembro, acontece a floração das algas.

E isso, nós estamos vendo ano a ano, e o prejuízo é enorme à flora e à fauna. Mortandade de peixes, desuso da população das praias locais ao redor do Tietê, como também a questão do alimento que é retirado daquele local pelos pescadores, pelas pessoas que vão com suas famílias para o local e que, infelizmente, passam a não ter mais o benefício do turismo de pesca, item esse colocado sobre a lei 1261 com a aprovação desta Casa. Um item de nossa autoria.

A pesca no estado de São Paulo e a produção de peixes é uma das maiores do País. Temos que preservar o meio ambiente e, com isso, preservar, também, os rios do nosso estado. Dia 9 de dezembro de 2018 estivemos nesses locais, em Barbosa, em Pereira Barreto, Adolfo, e em vários locais que questionavam que as águas estavam ficando esverdeadas ao ponto de formar-se uma lama por cima das águas.

Em dezembro, protocolei esse requerimento à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, para que nos prestasse informações a respeito.

Sr. Presidente, fica muito difícil estar na tribuna e ter vozes paralelas, com outros assuntos que não tratam do assunto deste deputado na tribuna. Por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Senhoras e senhores, por favor, lembro que tem um deputado na tribuna. Por gentileza.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Eu queria, por favor, que colocassem um vídeo da nossa visita à cidade de Barbosa.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

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A resposta é a seguinte: que, em Sabino, a Agência Ambiental de Marília, da Cetesb, atendeu a denúncia sobre a mortalidade de peixes ocorrida em afluente do córrego Esgotão, afluente da margem esquerda do rio Tietê, onde foi realizada a coleta de água para investigar a causa. Porém, ainda não sabemos a situação da água por causa da fluoretação das águas.

Atualmente, a Praia do Pôr do Sol está interditada. Veja que todo ano nós temos o problema, mas nós não temos a solução. Isso é preocupante, porque muitos municípios recorrem ao rio Tietê para buscar água para o consumo da população. Então nós temos que ter uma solução por parte dos órgãos ambientais.

Já em Barbosa, a Agência Ambiental de Araçatuba foi acionada, que é o lugar onde a gente estava. Há existência de fluoretação com formação de uma nata verde no próprio rio Tietê, onde realizamos uma amostragem de água do Clube de Pesca Salto do Avanhandava em dois dias. Embora as diversas amostragens tenham mostrado melhoras na condição da água, recomenda-se que a população evite contato direto e ingestão. Veja que a situação é grave.

Já em Pereira Barreto, em função do evento de Sabino e Barbosa, a Prefeitura de Pereira Barreto também se mostrou preocupada com relação à quantidade de água devido à utilização na área de recreação. A Cetesb também realizou amostra da água e, atualmente, se encontra em boas condições.

Isso foi em dezembro. Nós recebemos a resposta no dia 02/04/18. Veja que nós temos quatro meses de análise por parte da Cetesb, para agora chegar uma resposta à população.

Eu acho que quando se fala de desmontar áreas regionais, de retirada de funcionários de locais específicos, com conhecimentos específicos também, nos traz uma preocupação muito grande. Essa população há quanto tempo está utilizando o local? Será que ela deixou o turismo por todo esse tempo? Porque, em fevereiro, Sabino teve um prejuízo de mais de 500 mil reais. Para uma cidade de porte pequeno, 500 mil reais faz uma diferença muito grande.

Outro assunto também, Sr. Presidente, rapidamente, eu queria que colocasse o vídeo.

 

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- É exibido vídeo.

 

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Estamos sendo questionados na região noroeste sobre a questão... Ali é um ponto onde o DNIT está estaqueando uma variante que vai retirar a linha férrea do perímetro urbano de Rio Preto, de Mirassol e de Cedral. Nós estamos tendo questionamentos. “Como vai ficar?” “Arrumo?” “Vai tomar atitude, vão continuar as obras?” Aí é uma área rural que já está toda estaqueada.

 

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 - Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

* * *

 

Nós sabemos que é uma obra que vai ter muito ainda do que se falar, vai muito tempo para construir essa variante da ferrovia, mas uma coisa está acontecendo. Depois de dez anos de trabalho nós estamos tendo resultado para mostrar à população, porque a população já vê interferência da ferrovia dentro da área urbana há muitos anos e agora nós estamos vendo uma saída. Eu quero agradecer a toda a direção da Rumo pela ponte de Mirassol que foi entregue em fevereiro deste ano, antiga Ponte do Beija-flor, que agora está trazendo dignidade à população.

A segunda saída da cidade de Mirassol já está sendo utilizada pela população. Que a Rumo continue realizando obras como essa e possa, com rapidez, executar a variante, retirando os trens de dentro do perímetro urbano da cidade de Mirassol, de Rio Preto e de Cedral.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, pedirei a palavra pelo Art. 82, como líder.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra pelo Art. 82, em nome da liderança do PCdoB. Enquanto V. Exa. se dirige ao plenário, quero agradecer. Estamos recebendo a presidente da Câmara de Turmalina, Selma Pinheiro. Agradeço em nome do Legislativo a sua presença na Assembleia.

Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - PELO ART. 82 - Deus abençoe, proteja e ilumine todas e todos que aqui estão. Sr. Presidente, ontem, no Colégio de Líderes, nós tivemos a oportunidade de receber não só os empresários e presidentes das empresas, mas também os empregados, os funcionários.

Foi uma coisa muito importante a colocação do Sargento Neri em relação à questão da PEC 2. Queria aqui também dizer que, desde o ano passado, nós recebemos lá um grupo de policiais que falaram sobre a PEC 2. É uma PEC que já está andando nesta Casa há algum tempo, e não é a primeira vez que vou dizer aqui que o PCdoB está favorável à demanda dos senhores e das senhoras.

A gente, é claro, sempre defendeu os direitos humanos. Todo mundo sabe disso. Aliás, eu também recebo muito ataque aqui pelo fato de ser a favor dos direitos humanos, da Cultura e da Educação, mas temos que ser equilibrados, temos que ter bom senso. A gente tem que entender que todo mundo tem direito a defender os seus interesses, e nós estamos aqui para isso.

Aqui é uma Casa de Leis, é uma Casa que tem representantes do povo do estado de São Paulo. Como a gente tem uma história de vida de muita humildade, de muita luta, de muita tranquilidade e de muita simplicidade, é claro que eu jamais vou deixar de estar ao lado dos trabalhadores, é claro que eu jamais vou me furtar a entender a luta das pessoas que estiveram ontem lá, no Colégio de Líderes. Vou até citá-los aqui: da Dersa, da CPOS, da Emplasa, da Codasp, da Prodesp. Foram lá e relataram todas as suas necessidades, os seus direitos, a importância desse trabalho.

A gente não pode aceitar, porque eu não faço jogada de política, nem jogada partidária. Eu faço a jogada da verdade, da igualdade e do direito. É isso que a gente faz nesta Casa. Agora, veja bem, quando nós iniciamos esta 19ª Legislatura, nós apresentamos a proposta da criação de uma frente parlamentar, que foi assinada por 16 partidos e 36 deputados de todos os partidos nesta Casa, que é sobre a privatização e em defesa do patrimônio e dos serviços públicos de qualidade, que é o serviço dos funcionários dessas empresas que estão sendo ameaçadas de acabar, de serem desmontadas.

Mas eu acredito na sensibilidade e no entendimento dos parlamentares desta Casa. Aqui tem muita gente de bem, aqui tem muita gente que tem bom senso, aqui tem muita gente que, para chegar aqui, lutou muito na vida e, então, não vai ser contra os senhores, de forma alguma. E tem mais: quem sempre vem aqui para esta Casa e fica aí assistindo o que acontece aqui, vem com as suas faixas e camisetas, continue sempre, porque tem que ter fé.

Já houve vários grupos nesta Casa de servidores que ficaram aqui dois anos, lutando, e que conseguiram as suas coisas. A fé é a coisa mais importante que existe. O que não pode existir nesta Casa é falta de bem-querer, porque tem gente aqui que, infelizmente... Estou aqui desde 2011, fui eleita em 2010. Nunca tive nenhum atrito com qualquer deputado ou deputada nesta Casa.

Nunca aconteceu isso. Pela primeira vez, tive que usar o microfone de aparte para poder me defender. Porque houve uma fala, no púlpito, que mexeu com a minha dignidade. Eu tive que me colocar. Não quero entrar na questão que aconteceu hoje. Foi uma coisa muito ruim, uma coisa muito triste.

Quero me dirigir à deputada Janaina Paschoal, que é uma pessoa que respeito bastante. Sei que ela quer o bem, ela quer o melhor. Ela é uma pessoa do diálogo. É uma mulher que, quando vem aqui, fala da conjuntura nacional e explica uma série de questões que são interessantes para o nosso povo.

Mas a questão que aconteceu hoje com o deputado do partido dela foi extremamente grave. Extremamente grave. Quero dizer, em nome do PCdoB, que já me associei ao PSOL, ao PT e a todos os partidos que vão entrar com ação. Porque acho que a coisa está demais. Está havendo exagero. Se ninguém tomar uma posição, não sei onde vai parar. Se ninguém tomar uma posição, a gente não sabe onde isso vai chegar.

Não sou da confusão, nunca briguei nesta Casa. Quem me acompanha sabe que sou do diálogo. Sou de juntar, de discutir, analisar. Mas a gente não pode deixar que isso vire... “A Assembleia virou um circo.” Circo é coisa séria. Circo tem palhaço, e o palhaço é artista.

Isso aqui está ficando pior. Está ficando a casa do desrespeito. A casa em que cada um faz o que quer, diz o que quer, e as pessoas têm que ficar quietas. Eu já disse e vou repetir: a próxima vez que for ofendido o meu partido, o PCdoB... Eu tenho muita honra de ser comunista. Tenho muita honra de ser comunista. Se me ofenderem, vão levar resposta. E a gente vai entrar com ação.

Desculpe, Sr. Presidente. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Pela ordem.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Não, não vale.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Primeiro as mulheres. Pela ordem, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Quero falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra, com a anuência do líder, pela Minoria. Pela liderança da Minoria, V. Exa. tem a palavra, pelo Art. 82.

Mesmo numa fila, as mulheres têm a precedência, deputado. Vossa Excelência, como um bom cavalheiro, com certeza vai reconhecer isso.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação, enquanto a deputada Bebel se dirige à tribuna.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Boa tarde, presidente. Presidente, houve a interrupção do setor de transplante de fígado, pâncreas e rim do HC de Ribeirão Preto. Segundo informação, o nosso governador não tem ciência do que está acontecendo lá.

Então peço a V. Exa., se assim for possível, que faça o requerimento ao governador. Porque, segundo informação do setor, o Governo não está sabendo do que aconteceu lá e as dificuldades que está tendo para a interrupção desse serviço, que é essencial para a região. Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Requeiro à Secretaria Geral Parlamentar que encaminhe a fala do deputado Sargento Neri ao governador, para ciência.

Com a palavra, a deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento todos os membros da Mesa, as assessorias dos dois lados, o público presente, a todos que nos assistem através da TV Alesp.

Eu começo num assunto que, acredito, é o que está pegando. A gente não suporta mais. Nesta Casa, vamos completar um ciclo de um mês. E estamos correndo atrás dos projetos do Governo.

Esta Casa tem que andar com os projetos, também, dos deputados da Casa. É prerrogativa. Fomos eleitos para isso. Veja bem: esse megaprojeto de privatização é um projeto que vai fazer um desmantelamento global de toda a política pública no estado. Porque, o que é a Emplasa? Trata do planejamento da função pública. A Prodesp... Cada uma tem a sua especificidade.

Não dá para ser tratada com um grande pacote, que ajunta, faz um bloco de um lado, bloco de outro, e todo mundo brinca de fazer todo mundo. Não! Vocês se especializaram, constituíram tecnologias. Constituíram a carreira de vocês. Se não tem, lutou para ter a carreira.

Agora caminha para o processo de privatização. Eu defendo os serviços públicos, e os fortalecimentos dos servidores públicos com digna valorização. Se não fossem os servidores públicos do estado de São Paulo eu tenho certeza de que o estado não andaria. Não adianta fazer aquele movimento Acelera São Paulo se a 100 dias do Governo João Doria o estado está parado, a Educação está parada. Tentou-se acabar com o Projeto Guri. E o que acabou acontecendo? Os outros projetos também estão em cheque.

Então, o apelo que a gente está fazendo para as Sras. Deputadas, Srs. Deputados é o seguinte: nós não podemos mais nos ajoelhar diante daquilo que o Governo tem feito, que é só mandar projeto, mandar projeto, mandar projeto. Temos que começar a nos apressar e a mandar os nossos projetos. Há propostas de deputados muito boas nesta Casa para que elas sejam debatidas.

Terminando, à luz do que aconteceu aqui hoje, eu quero chamar atenção para o seguinte: no dia de ontem a bancada do Partido dos Trabalhadores e do PSOL, juntamente com o PCdoB, sozinhos, fizeram o debate, contrários, é verdade, ao agrotóxico. Mas, nós ficamos aqui o tempo todo debatendo, não é, deputada Leci Brandão, Dr. Jorge, Paulinho? Ficamos aqui debatendo. Mas interessantemente eu não vi ninguém, mais ninguém, com exceção da deputada Janaina, ninguém do PSL vir aqui à tribuna falar sim ou não, ou concordar até com o projeto do Governo; não fizeram isso. Mas hoje, subiram na tribuna primeiro para criminalizar política de quem quer fazer política de humanização, acabar com a tortura. Depois foi lá na comunicação, fazer uma reclamação, aliás, e dizer que se fosse na casa dele uma mulher travestida de homem não entraria no banheiro, ou sairia na porrada. Então, o que virou esta Casa? Aqui que é o lugar de debate. É aqui que nós temos que, de fato, fazer desse espaço a tribuna. As grandes ideias, os embates, a concordância, a discordância é aqui, não pode ser longe daqui, porque senão, desculpem o termo para mim, eu não gosto de usar termos chulos, mas é fugir do debate. E eu sou mulher. Eu enfrento debate contra o governador, a favor do governador, mas estou aqui em pé para enfrentar qualquer tipo de debate. Muito obrigada.

 

O SR. RODRIGO MORAES - DEM - Pela ordem, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Rodrigo Moraes.

 

O SR. RODRIGO MORAES - DEM - Para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra pela liderança dos Democratas, pelo Art. 82.

 

O SR. RODRIGO MORAES - DEM - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público aqui presente, telespectadores da TV Alesp, venho a esta tribuna nessa 19ª Legislatura, quero cumprimentar todos os colegas, os novos deputados, os que foram reeleitos e dizer que estamos à disposição para apoiar, para contribuir com os projetos importantes que venham para esta Casa e também lutar contra as injustiças e tudo aquilo que venha a fazer parte de ofensas, porque nós vivemos numa sociedade, e numa sociedade nós temos que saber respeitar as pessoas e colaborar, para que a gente possa, cada vez mais, professora Bebel, estar fazendo com que a nossa sociedade amadureça e possa crescer mais.

O que eu venho aqui dizer hoje a esta tribuna - até render as minhas homenagens também à Polícia Militar, porque a nossa família também sofreu esses dias um assalto.

Meu pai estava no carro, saindo de casa, ele parando para usar o telefone acabou sendo assaltado. Levaram o carro e deixaram-no lá, graças a Deus não o machucaram. Mas, o susto, não é? Levaram o veículo.

Graças a Deus, e também à força e ao apoio da nossa Polícia Militar, conseguiram achar o veículo, fizeram todas as tratativas para que as coisas pudessem andar. A gente sabe, até como a gente vê nas faixas, os policiais que, através da sua vida, defendem a sociedade, defendem as pessoas, e merecem serem valorizados.

Por isso, a gente tem buscado aqui dentro, junto com o governo. A gente sabe, também, as dificuldades que existem. Nós precisamos que a Polícia possa estar mais capacitada com mais veículos, com mais estrutura, para que possa desempenhar esse belo trabalho que já fazem com uma estrutura muito reduzida.

E, principalmente, da questão salarial, que a gente sabe que dentro dos outros estados, o estado de São Paulo paga menos e - não querendo puxar a sardinha para o nosso lado, mas - que tem a Polícia melhor qualificada, e que consegue atender muito a população.

Eu queria até aqui deixar os nomes dos policiais que cuidaram dessa ocorrência. Depois, eu pude conhecê-los também, e agradecê-los pessoalmente. Mas, também queria fazer isso formalmente nesta Casa.

É o cabo PM Cláudio, os soldados PM Weller, o Ricardo Donato e o Fidélis. São os PMs que cuidaram. E o comandante da equipe, o tenente Afonso. Então, quero deixar aqui as minhas homenagens, cumprimentá-los pelo trabalho. Não demorou meia hora e conseguiram.

Nós estávamos na cidade de Itu. O assalto ocorreu ali na Avenida Victorio Bombana, próximo ao condomínio onde meu pai reside, o José Olímpio, no Campo de Santo Antônio, e entre a Rodovia Dom Gabriel Bueno Paulino Couto.

E eles foram encontrar o carro em Salto, que é a cidade vizinha ali. Graças a Deus fizeram o trabalho rápido e deu tudo certo. Então, quero cumprimentá-los.

Também pegando um gancho aqui com o pronunciamento do deputado Sebastião Santos, também quero me colocar à disposição, deputado Sebastião. Não sei se você vai fazer alguma frente parlamentar ou algo do tipo aqui nesta Casa, para que a gente possa se mobilizar. Quero ser um soldado seu aqui nessa luta.

Que eu estive também lá na semana passada. Até encontrei também o Vonei, que você conversou com ele também lá. Que eu gosto, também, como o meu pai, gostamos muito de pescar. E agora a gente já está aprendendo, Barba, uns pontos novos lá na região ali.

Porque eu soube que o deputado Sebastião também gosta de pescar. E para nós é uma tristeza nós não sabermos o que está acontecendo; você chegar lá e ver a água esverdeada. Um rio daquele, que tem uma diversidade de peixes.

Então, nós precisamos lutar pela preservação, e precisamos também apoiar os pescadores que sobrevivem ali da pesca para sustentar a sua família.

Então, eu queria deixar esses registros e pedir ao presidente desta Casa, o meu querido amigo deputado Cauê Macris, que encaminhe este meu pronunciamento ao governador do estado, ao vice-governador, ao secretário de Segurança Pública, e também ao Comando da Polícia Militar ali de Sorocaba e de Itu, para que eles tenham ciência dessa nossa homenagem aos policiais militares.

Muito obrigado.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Pela ordem.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Só para indicar o deputado...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só por precedência aqui de idade, agora, não que o deputado Conte seja um deputado mais velho, mas é um deputado mais antigo que todos nós.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - Por favor.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Desde 86, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Alguns não eram nascidos.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Deputado Conte Lopes, pela ordem.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Só queria falar a respeito das colocações do nobre deputado Rodrigo Moraes elogiando os policiais militares, que o pai dele teve uma ocorrência e os policiais agiram. É o trabalho da Polícia Militar no dia a dia, que a gente tem que valorizar nesta Casa. Porque às vezes a gente entra até no discurso, às vezes entra um discurso aqui, como a briga que houve aqui, a gente acaba misturando com segurança pública, com essas coisas mais, com Polícia, acho que a Polícia de São Paulo é a melhor que tem do Brasil. E ela deve ser valorizada, Sr. Presidente. Eu não sei se é com a PEC 2, se ela é inconstitucional, ou constitucional, mas o problema é o seguinte: os policiais, tanto civis como militares, devem ser valorizados aqui em São Paulo. E nós temos que lutar por isso, porque temos a melhor Polícia e a pior paga no Brasil inteiro. Eu acho que é um momento de a gente reestudar isso e arrumar uma forma de aprimorar, de valorizar esses homens, como falou o nobre deputado, que quando precisou, como muitas pessoas aqui precisam. O policial militar não pergunta de que partido é. O policial militar não pergunta se é da direita, da esquerda, do centro, se a pessoa é homossexual, se é trans. O policial atende a ocorrência e ajuda muitas pessoas.

Então, por isso, Sr. Presidente, eu queria só fazer essa colocação elogiando o cumprimento desses policiais, para que realmente a gente possa valorizar a Polícia de São Paulo.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Com a palavra o deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Presidente, é para indicar o deputado Paulo Fiorilo para falar pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está indicado pelo Art. 82.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, leitores do Diário Oficial, queria agradecer aqui a indicação do meu líder, Teonilio Barba, para fazer uso da palavra pelo artigo 82.

Eu queria começar com uma preocupação, que é a discussão, aliás, é a votação do projeto que ontem foi discutido ao longo da tarde, uma parte da noite. A bancada do Partido dos Trabalhadores vai votar contra o projeto. Primeiro porque continua na linha que é a de instalar a sexta CPI, para que se investiguem os desmandos na Dersa. Esse objetivo traçado pelo PT vai continuar. Foi por isso que a gente propôs a inversão de pauta, foi por isso que a gente obstruiu, pediu verificação. Não será diferente, hoje, sempre dentro dos limites regimentais, que eu aprendi com o deputado Enio Tatto, que é um professor, nesse aspecto. Por isso, nós faremos um esforço necessário para que esse debate possa continuar aqui, hoje, naquilo que é possível com relação aos encaminhamentos, às votações, e assim por diante.

Espero que o PSL e que outros partidos possam serrar fileiras nessa discussão, até para que a gente inverta a lógica trazida aqui pela Professora Bebel, que é de pautar projetos dos legisladores. Eu já..., eu tenho insistido nesse discurso, ao longo desses quase 20 dias, de que a Assembleia tem que deixar de ser puxadinho do governador e passar a aprovar projetos de interesse do parlamentar, do deputado.

Há um movimento aqui para que a gente paute a PEC 02. Acho salutar isso. Aliás, o líder do PT já deve ter assinado, junto com outros líderes, o pedido para que se paute a PEC 02. Nós vamos continuar nessa toada, porque achamos que seja fundamental trazer ao legislador as suas prerrogativas. E o governador tem também as suas. Aliás, eu fiquei abismado, eu acho que outros deputados aqui também, com o número de decretos editados nesses primeiros meses de governo. São mais de 100 decretos. E vou dizer mais: alguns, na minha opinião, podem ser inconstitucionais, e serão questionados, principalmente aqueles que dependem do amparo, do voto do Parlamento. Esses nós vamos questionar com certeza. Esse governo tem produzido muitos decretos e, infelizmente, poucas políticas que possam contribuir com aqueles que mais precisam.

Aliás, quando pode, tira. O projeto Guri é um exemplo desses. Se não fosse a gritaria dos prefeitos, dos deputados, daqueles que estavam sendo atingidos, possivelmente o governador daria de barato que o projeto iria ser reduzido. Agora ele está anunciando, inclusive, a ampliação do projeto, com, é óbvio, aquilo que faz parte de sua expertise, ajuda da iniciativa privada.

Aliás, o deputado Jorge do Carmo deve se recordar que na cidade de São Paulo sempre era com ajuda da iniciativa privada. Foi assim até para fazer propaganda nos estádios, o senhor deve se recordar, no Brasil e fora dele, usando o artifício da Eurofarma. Então, vamos ficar de olho. É por isso que é importante esse debate sobre as prerrogativas do legislador. Nós não podemos abrir mão.

Por fim, mas não menos importante, quero reforçar aqui a posição da bancada do PT quanto às declarações feitas nesta tribuna, neste plenário, do deputado Douglas, que ofendem não só a deputada Erica, mas todos aqueles que entendem da importância de defender o espaço do outro, a democracia e ser contra o ódio, a intolerância, os discursos que não contribuem para que a gente tenha um país em que o ódio e a intolerância não se sobreponham aos nossos direitos.

Por isso, junto com outras bancadas, o Partido dos Trabalhadores fará o encaminhamento por escrito, junto com o PSOL, junto com o PCdoB, de um pedido de comissão de ética ao deputado Douglas.

Queria agradecer ao deputado presidente pela tolerância de quatro segundos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela liderança do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Partido Trabalhista Brasileiro, em nome do deputado Campos Machado, tem a palavra por até cinco minutos.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 -  Sr. Presidente, nobre deputado Cauê Macris, meu amigo deputado Barba, Che Guevara dizia: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”.

Fico sabendo hoje que houve uma ofensa muito grave à deputada Erica. As ofensas, as palavras têm sangue, elas têm que ser sopesadas. Não podem ser soltas de maneira descabida.

Quero deixar claro aqui que tenho muito orgulho de um departamento do PTB: é o PTB Diversidade. Nós criamos esse departamento, defendemos esse departamento até o fim. É o direito que cada pessoa tem de escolher o que quer, o que deseja, o que sonha e o que almeja.

Infelizmente, a deputada Erica não se encontra em plenário. E como o deputado Douglas Garcia também não se encontra, eu não falo na ausência de deputados. Não falo. Vou deixar para falar oportunamente. Mas desculpe-me, Sr. Presidente, a ofensa foi mais do que grave. Foi gravíssima e atentou contra toda a Casa.

Quero dizer agora, já disse várias vezes, que estou empenhadíssimo na aprovação da PEC 03, que equipara salários de delegados de polícia aos dos defensores públicos. Isso é profundamente injusto. Como é que um defensor público entra na carreira ganhando 21 mil reais? E só trabalha cinco dias por semana. Se tiver que trabalhar no fim de semana - tem um projeto na Casa -, ele quer diárias, gratificações.

Tem um projeto aqui, o 49, da Defensoria Pública. Eu quero ressaltar aqui que eu só posso votar esse projeto diante e mediante a aprovação da PEC 03. Não tem sentido, não há como explicar que um delegado de Polícia entre ganhando 6 mil e 500 reais e o defensor já entre ganhando 21 mil reais.

E os defensores públicos querem ser o Ministério Público 2. Eles acham que têm todos os direitos, e, mais do que isso, o defensor público se acha no direito de não ter a carteira da Ordem dos Advogados de São Paulo. Olhem o absurdo! Como é que um defensor público diz que não há necessidade de ser aprovado pela Ordem dos Advogados? Onde nós estamos? Não, não dá para aceitar.

Então, eu quero reiterar uma vez mais. Embora pareça que eu estou cantando no deserto, eu peço o apoio dos profissionais, principalmente dos delegados de Polícia da Casa, meu amigo Dr. Oli; a grande delegada de Franca, minha amiga; o delegado Bruno. Eu sou só um advogado, mas tenho esse compromisso com os delegados de Polícia, como acho também que não há por que não votar a PEC 02.

Por que não votar a PEC 02? Qual é o problema? “Ah, é inconstitucional.” Mas, tirando os juristas daqui da Casa, quem é que sabe que é constitucional ou inconstitucional? Eu quero reiterar, deputado Conte Lopes e deputado Sargento Neri, o meu total apoio à aprovação da PEC 02. Assinei essa PEC e assino tantas vezes quanto forem necessárias.

Eu já vivi o drama dos senhores. Eu consegui todas as assinaturas de todos os líderes, faltando um. O PSDB não assinou. Eu fui ao Tribunal de Justiça, não consegui a liminar, porque é uma prerrogativa do presidente, quando falta uma assinatura, de pautar ou não. É uma luta árdua, mas tudo vale a pena, meu caro Sargento Neri, se a alma não é pequena.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Pela liderança, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra pela liderança, pelo Art. 82. 

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PELO ART. 82 - Boa tarde ao Sr. Presidente e a todos os parlamentares, a todos da plateia. A PEC 02 é uma realidade. Como diz Campos Machado, se é inconstitucional ou não, não deveria ter passado na Comissão de Justiça, não é, Barba? Se assim passou, é porque há assim uma intenção de constitucionalidade.

 Não pode o primeiro e o segundo tenente, que têm a mesma função, ter uma diferença salarial de 33 por cento. Então, eu venho mais uma vez pedir às lideranças que assinem o pedido para entrar na pauta. É claro que o PSDB não vai querer assinar, isso é medo da discussão. O que eu estou pedindo não é a votação, estou pedindo - e pedi ao Presidente agora há pouco - para que colocasse em pauta para discussão, até porque esse projeto também foi feito em forma de indicação ao Governo do Estado, o qual fez uma promessa em campanha que ia diminuir essa diferença salarial do segundo tenente com primeiro-tenente.

Essa diferença foi feita de forma maldosa na Lei nº 731, de 93. Eu falei no Colégio Líderes que esta Casa é responsável por essa injustiça, porque foi ela que votou a legalidade da 731/93. O que nós queremos é só a correção dessa injustiça. Se todos os projetos que passarem pela CCJ, o presidente da Casa barrar por convicção dele, então não têm validade os pareceres da CCJ.

Nós precisamos, presidente, que o senhor pelo menos prestigie a CCJ, porque ela deu um parecer favorável à PEC 02. E que o PSDB tenha a prudência, tenha o respeito conosco para debater as pautas que são, no entendimento dele, contra o governo.

Essa PEC é a favor do segundo tenente, que realmente houve uma injustiça na 731, e que nós queremos corrigir. E por que não o debate? Por que não a discussão? O que o governo tem medo dessa discussão?

Então, eu já informei ao presidente, nós vamos entrar com um pedido de Adin contra a 731/93 por uma inconstitucionalidade, através da Mesa. Peço que o presidente se sensibilize, não só pela luta desses homens que estão na plateia, mas também pela Comissão que nós temos na Casa, Comissão esta feita por deputados, por pessoas que, realmente, foram colocadas aqui para analisarem todos os parâmetros legais para colocar um instrumento para votação, ou, pelo menos, para análise.

Hoje, nós temos um tampão na classe de praças, que chama segundo tenente da Polícia Militar do estado de São Paulo. Através dessa patente, nós não conseguimos desenvolver a política salarial dos praças da Polícia Militar do estado de São Paulo. Se ela é inconstitucional ou não, fica fácil para o PSDB debater na Casa.

Agora, o que nós precisamos? Realmente fazer um trabalho para mostrar para o governo que o parlamento concorda com essa PEC, que ele mande de lá para cá, que ele envie essa proposta para a Casa. Pouco podemos fazer pelos profissionais, os funcionários públicos.

O Art. 24 da Constituição Estadual dá exclusividade para o governador demandar todos esses projetos - e nós vamos ficar aqui chancelando projetos do governo, como se fosse uma Casa de protocolo?

Então, eu quero pedir, mais uma vez, aos líderes dos partidos: assinem a pauta da PEC 02. Com certeza, não teremos uma única assinatura, que será do PSDB, por covardia para debater neste plenário.

Peço, mais uma vez, ao presidente que, pelo menos, respeite a CCJ, que deu o parecer favorável.

Muito obrigado.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental.

Antes, porém, colocando ao deputado Sargento Neri, infelizmente, de fato, até então a Comissão de Constituição e Justiça desta Casa não realiza o controle de constitucionalidade em relação aos seus projetos. Vamos ser sinceros àquilo que acontece.

É fato, quero, inclusive, que o deputado que discordar da minha posição venha a este microfone e fale a respeito disso, e, por conta disso, nós temos que ser muito corretos e francos - até porque a história mostra que muitos funcionários públicos, por conta de projetos e pontos de vistas que podem ser considerados eleitoreiros, que foram apresentados, muitos projetos acabam enganando o funcionalismo público.

Este projeto é flagrantemente inconstitucional. Vossa Excelência, inclusive, concorda com a inconstitucionalidade dele e já disse isso para mim.

Então, trazer o debate de um projeto flagrantemente inconstitucional, nada mais é do que enganar os nossos policiais militares, o que a Assembleia Legislativa de São Paulo e eu, como presidente, que tenho responsabilidade, não vou fazer.

Só deixando isso claro. Já dei, inclusive, a V. Exa. e a todos os líderes uma opção, que já foi usada no passado, em uma PEC aprovada nesta Casa, que, por sinal, enganou os funcionários que tiveram a sua aprovação, porque ela foi declarada inconstitucional logo em seguida.

Eu disse isso em plenário, repito e reafirmo neste mesmo momento. Então, acho a luta justa, fui inclusive com a deputada Adriana Borgo buscar o caminho correto da luta, agora, vir aqui, tanto V. Exa. ou qualquer outro deputado, defender esse projeto vir à pauta e ser aprovado, nós, única e exclusivamente, estamos levando ao erro os policiais que tanto lutam por essa batalha.

Não é esse o caminho. E deixo claro que não tenho nenhum óbice, pelo contrário, acho o tema justo e temos que lutar por ele.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Presidente, o senhor me permite?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Você permite, deputada Adriana?

Por uma comunicação, V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, se é justo, coloca para discussão. Ninguém pediu para votar, pedimos para discutir. Fizemos na sala de V. Exa., dei a ideia de se fazer a indicação para o governo.

Foi feito e foi enviado. Agora, é importante o governo saber o que pensa esse parlamento sobre esse projeto. Não estou pedindo para que ele seja votado, estou pedindo que ele seja discutido, para que cada parlamentar aqui possa se sensibilizar e pedir para o governo, através de uma moção ou de uma indicação. A discussão não é levar em pauta de votação, é abrir a discussão para que, realmente, esses homens sejam respeitados.

Houve uma aprovação pela CCJ, concordo com o senhor que muitos dos projetos não deveriam ser aprovados na CCJ, mas eles não têm culpa. Podemos, pelo menos, colocar isso em discussão para que eles tenham uma ideia do que o parlamento pensa. Eu sei que o senhor é a favor do tema, mas é contra a parte legal. Sou solidário ao senhor nesse pensamento, tanto é que eu dei a minha opinião pela indicação, mas o apelo para V. Exa. é que coloque em discussão, não em votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Agradeço o apelo de V. Exa, deputado Sargento Neri, e já adianto a V. Exa. que as posições que vão acontecendo ao longo do tempo vão formando aqui um pouco das ações que a gente tem que colocar.

Não é o papel do plenário da Assembleia Legislativa discutir um tema que é inconstitucional, muito menos um tema que não temos intenção de votar. Para isso existem outros instrumentos, por exemplo, as audiências públicas e outros instrumentos de pressão e também de discussão que a gente pode ter.

Não é o local do plenário da Assembleia e esse é o meu papel como presidente. Construir. Para cá eu devo trazer pautas que impactam e que afetam, de fato, a vida das pessoas, como discussão e votação. Trazer uma discussão de uma PEC que todos aqui entendem, inclusive V. Exa., que é inconstitucional, mesmo falando que não vamos chegar à votação, nada mais é do que fazer com que o plenário da Assembleia Legislativa caminhe para uma direção que não vai dar solução alguma. A solução não é através do plenário.

Afirmo, reafirmo. Claro que essa posição minha como presidente eu já externei aos líderes, volto a externar publicamente. Não sou contra o mérito, pelo contrário, defendo o mérito, tanto é que fui com a deputada Adriana Borgo - e a deputada Leticia estava presente - em uma reunião com o secretário de Segurança Pública pedir para que o secretário envie o projeto ao governador e que o governador envie um projeto semelhante a esta Casa, mas não posso ser conivente com a gente trabalhar e gerar um sentimento nos policiais - em que pese à justa causa - em um tema que não vai gerar, concretamente, um resultado para eles.

A deputada Adriana Borgo tem a palavra, pelo Art. 82.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela Ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pode ser depois do Art. 82?

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - É que se fosse antes eu poderia sugerir um encaminhamento que talvez resolvesse esse debate.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pode ser, deputada Adriana?

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Peço anuência para um comunicado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pode ser primeiro o deputado Paulo Fiorilo, depois V. Exa. e depois eu passo a palavra à Adriana, pode ser?

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Não por uma questão de idade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, nesse caso a idade é semelhante.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu já ouvi, por mais de uma vez, as explicações que o senhor trouxe com relação à PEC 02. Entendo, sou um regimentalista, tenho lido e aprendido muito com o regimento, mas queria fazer uma sugestão.

Por que não se abre uma reunião do Colégio de Líderes com os representantes para que se diga exatamente isso. Por quê? O que tem acontecido? Vários membros da corporação procuram os deputados dizendo “tem que pôr a PEC 02, o Cauê, o Cauê”. Não é o Cauê.

Então eu queria sugerir à Presidência que pudesse ter uma reunião com os líderes e os representantes, aqueles que têm defendido a PEC 02, para que se esclareça e se construa esse caminho alternativo e não inconstitucional.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tanto V. Exa. tem razão, deputado Paulo Fiorilo, que já fizemos. Já fiz isso, conversei com os presidentes de todas as entidades, que me acompanharam em reunião, inclusive, com o secretário da Segurança Pública para tratar do tema. Então foi feito isso. Eles estão cientes da posição institucional do Legislativo através de mim, como presidente, e da minha posição pessoal sobre esse tema. Agora, eu não tenho como conversar com todos os policiais militares a respeito do tema, mas com os principais representantes de cada uma das entidades que representam e lutam por esse tema eu já deixei muito clara essa posição, na linha do que V. Exa. colocou.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Só esse adendo, que pudesse ser feito com os líderes, porque aí você evita que haja pressão de fora.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sem problema nenhum. Podemos convidá-los para participar de um Colégio de Líderes, a sugestão de Vossa Excelência.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Nós ouvimos vários posicionamentos em relação à formalidade da PEC. Ninguém contesta em relação ao mérito, porque a situação pela qual passa as nossas praças da Polícia Militar é uma situação gravíssima. Muitos passam necessidade. Essa PEC os ampararia.

Amanhã nós teremos a visita do excelentíssimo governador do estado de São Paulo a esta Casa, a esses deputados. Nós poderíamos pautar essa questão para que então o caminho mais adequado para que nós alcançássemos esse socorro aos nossos policiais, levássemos a efeito, porque é uma situação de urgência para esses profissionais de Segurança Pública. Eles, dentro de todo o cenário de segurança, hoje, são os que passam maior necessidade. Eles e seus familiares. Então, com a visita do governador amanhã, que nós possamos pautar esse assunto e levar ao nosso governador a emergência desse tema, para que nós possamos fazê-lo da maneira mais rápida possível e dentro da formalidade, se for o caso.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. A presença de V. Exa. é importante. Amanhã, todos os parlamentares - é uma reunião com parlamentares - estarão à disposição para tratar com o governador desse e de outros assuntos que julguem necessário. Deputado Sargento Neri, deputada Adriana, deputado Mecca, Nascimento também, Coronel Nishikawa, todos os deputados que têm relacionamento com o tema, que possam fazê-lo junto ao governador.

Com a palavra a deputada Adriana Borgo.

 

A SRA. ADRIANA BORGO - PROS - PELO ART. 82 - Boa tarde a todos. Gostaria de mandar um abraço especial para os guerreiros da Emplasa, que todos os dias estão aqui, todas as sessões. O meu apoio de sempre. Vai dar tudo certo, se Deus quiser. Também a todos os meus colegas da CEPM presentes aqui, lutando pela PEC 02.

Eu queria, primeiro, agradecer ao Sr. Presidente, porque, cumprindo a palavra, ele saiu pela primeira vez em uma atitude de presidente da Casa para ir junto com os policiais, junto comigo, junto com a deputada Leticia até o secretário da Segurança para indicar, para pedir que a nossa indicação já feita ao governador seja analisada, para que venha do governo para cá o projeto o mais rápido possível, um estudo, para que esta Casa possa votar. Também temos o comprometimento do presidente Cauê de que, assim que chegar a esta Casa o projeto, em uma semana ele colocará em votação. Nós temos o apoio da maioria dos deputados - acho que de todos - se vier da forma correta.

Gostaria também de dizer que nós tivemos reunidos com todos os representantes da CEPM, da Subtenentes e Sargentos, da Associação dos Oficiais, juntos, na Presidência. Foi explicado claramente pelo presidente que ela era inconstitucional. Por isso nós tomamos o caminho certo de fazer via governador, mas também sou solidária e apoio que essa PEC venha ao plenário para discussão, já que ela foi votada na CCJ, por um acordo ou não, errado ou não. Os policiais, mais uma vez, não devem pagar o ônus.

Essa é a minha consideração. E espero, mais rápido possível. Amanhã vou cobrar do governador isso, com certeza. Que este estudo chegue a esta Casa para que seja votado pela maioria e, com certeza, será aprovado.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Sr. Presidente, para indicar o deputado Altair Moraes para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Altair Moraes, pelo Art. 82.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - PELO ART. 82 - Boa tarde a todos os deputados e ao presidente Cauê. Vou me pronunciar em relação ao projeto de minha autoria. Está bem claro que não é homofóbico, de forma nenhuma, porque não tenho preconceito e nunca tive. Quem me conhece na minha estrutura do dia a dia, sabe muito bem que eu nunca fui homofóbico. Isso é questão de fisiologia.

O que venho tratar no projeto, caros colegas, é simples, muito simples. Entendam bem: nas competições oficiais, que se permaneça com o sexo biológico, por causa de justiça. Não é justo uma pessoa, como a gente tem um caso agora, que nasceu homem - entendam bem, por favor, senhores -, nasceu homem, até 30 anos de idade treinou como homem, jogou como homem, sexo masculino, jogou nos times masculinos. Depois de 30 anos, fez a cirurgia, tomou hormônio e, agora, joga no time feminino, com uma vantagem imensa em cima das jogadoras mulheres.

Estou aqui, não é questão de homofobia, é fisiologia. É biológico, é o sexo biológico que tem que manter, é só isso, é simples. Vai ter discussão, vai ter debate, vamos para o debate, não tem problema nenhum. Na minha primeira fala, eu disse que, da minha boca, não ia sair nenhuma ofensa, e não vai sair, porque eu quero um debate equilibrado.

Eu ouvi aqui dizer que era inconstitucional. Não é, eu tenho embasamento disso. Eu ouvi dizer que não tinha base sólida na medicina. Tem, há estudos falando sobre isso. Então, é só isso, é muito simples. Eu não vim aqui para fazer apologia a nada. Sou contrário a isso, mas sou contrário, de verdade. Agora, sou a favor das boas discussões, no nível. Quer discutir? Vamos discutir. Tenha embasamento. A gente discute, não tem problema. Eu só acho muito injusto, e é o que está acontecendo nos dias de hoje, uma pessoa que nasceu no sexo biológico, foi homem até os 30 anos, competir com mulheres.

Nós colocamos ontem, acho que alguns deputados não estavam aqui. Se pudessem rever, era bom. Nós colocamos ontem uma matéria com a jogadora Tandara, falando justamente sobre isso. Ela fala: “ela tem vantagem, ela tem vantagem. Quando sobe, sobe mais que a gente, bate mais forte que a gente. A gente que está no dia a dia jogando, a gente sente isso”.

Meu Deus do céu! Será que tem que ser um expert, super inteligente, para entender isso? Isso é muito simples, isso é fisiológico, é biológico, é natural. Torno a dizer à deputada Erica, a respeito de verdade, de verdade. Agora, eu não estou faltando com o respeito, com a sexualidade de ninguém. Muito pelo contrário, vamos para o debate, vamos para o debate.

Agora, o que não é justo é que uma pessoa que foi homem até os 30 anos, porque fez uma reposição, vá competir com mulher. Não é justo. É questão de justiça. Tenho sido procurado por federações, por atletas, por esportistas, falando justamente sobre isso. É muito simples, não tem dificuldade nisso.

Agora, eu não posso dar direito a um e tirar direito do outro. Está bem, está comprovado, é científico, está igual à mulher, não vai ter nenhuma disparidade? Tudo bem! Eu rasgo o meu projeto e o jogo no lixo. Fim de papo, vou ser a favor disso. O que eu quero dizer é que a gente tem que entrar no campo das boas discussões. Está certo, senhores?

Queria colocar, agora, um vídeo, rapidamente, de um médico falando, até para ver que tem embasamento.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

* * *

 

É isso aí. Acho que foi explicado, por alto. Mas a gente vai discutir mais sobre isso. Torno a dizer: tenho respeito. Mas não acho justo. Torno a dizer: não acho justo uma pessoa que foi criada até os 30 anos de idade com todo o treinamento fisiológico de homem, com a testosterona em cima, competir agora, porque fez a cirurgia ou está tomando hormônio, competir com mulher.

Não acho justo. Até porque, as próprias jogadoras falam isso. Torno a dizer: não é questão de preconceito. É questão de justiça. É só isso. “Ah, mas é injusto.” Então estou sendo injusto com as mulheres também.

Muito obrigado a todos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem também, Sr. Presidente.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Para uma breve comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Libero o deputado Douglas Garcia, tem a palavra para uma comunicação.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pode ser por questão de tempo na Casa. Por favor, deputado Carlos Giannazi. Fique à vontade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência pediu primeiro, tem a palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu só quero indicar a deputada Erica para usar a palavra pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Já convido a deputada Erica para se dirigir à tribuna. Enquanto isso, dou uma comunicação ao deputado Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr. Presidente, caros pares presentes. Muito embora eu possua imunidade parlamentar, assim como os demais 93 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, eu gostaria de pedir desculpas, caso as palavras que eu tenha proferido hoje, mais cedo, tenham ofendido alguém.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É importante essa posição.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - É importantíssimo, mas desculpas não reparam mortes.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Erica.

 

A SRA. ERICA MALUNGUINHO - PSOL - PELO ART. 82 - Desculpas não reparam mortes. (Palmas.) Porque o que você fez, aqui, foi incitação ao ódio. Discursos como o que você proferiu, nesse plenário, matam vidas todos os dias. Você legitimou as práticas de violência que acontecem, constantemente, em relação à comunidade LGBT.

Volto a dizer: você mencionou aqui. E isso, não existem desculpas que apaguem. Você mencionou que se a sua mãe ou a sua irmã estivessem no banheiro, e uma transexual fosse usar, você arrancaria a tapas. Isso foi dito por você. E desculpas não apagam o sentimento e a construção dos seus valores, que eu sei que estão nesse lugar.

Em relação ao projeto do deputado Altair. Ele fala sobre virar uma coisa e virar outra. Ao que eu saiba, o senhor se tornou um pastor. Então parece que alguma coisa se transforma no universo e no processo histórico das culturas. Sinto muito, mas esse embasamento médico que o senhor trouxe não me diz nada. Não me diz nada. Uma consulta particular não é argumento suficiente para tratar de uma questão tão profunda quanto essa.

Uma outra coisa, senhor da justiça, que não acha justo ou não acha injusto uma coisa ou outra: acho que deveríamos estar muito mais ocupadas em pensar na quantidade de desempregados que tem nesse estado. A gente deveria estar ocupada em pensar na água que falta na torneira de muitas pessoas desse estado.

Deveríamos estar preocupadas com os índices alarmantes de violência. Deveríamos estar preocupadas com as escolas, que não têm estrutura física tampouco e, ao mesmo tempo, estão sendo precarizadas humanamente. É com isso que deveríamos estar preocupadas, em termos de reparação e de justiça. E não, em ficar cutucando e mexendo e tentando tirar o mínimo de acesso que a comunidade transexual  tem. O senhor está ouvindo, deputado? É disso que estamos falando sobre justiça. E não me venham aqui falar sobre respeito, porque o nome disso é hipocrisia disfarçada de belas palavras. E aqui é o lugar da verdade. Respeito da boca para fora não conta. Não estamos falando de teorias flutuantes, estamos falando de práticas, práticas que todos os dias violentam pessoas.

A deputada Janaina Cheguei a conversar com a deputada Janaina agora pouco e ela tem uma tese que fala sobre crimes de ódio. Talvez fosse importante que cada um de nós lêssemos sobre o que é crime de ódio. Crimes de ódio são alimentados por falas como a do deputado Douglas. O deputado Douglas, o que ele fez aqui foi incitação ao ódio. E uma coisa eu quero deixar bem explícita aqui: não adianta tentar negar e apagar minha humanidade. Pessoas como eu, existem, independente e a despeito de toda opressão e de toda a lógica sistêmica. E como diria uma grande mestra, uma militante, uma referenciada intelectualidade negra, Sueli Carneiro, nossa humanidade é inegociável. Você está entendendo isso? Minha humanidade é inegociável. Isso não é negociável.

Outra coisa que eu quero dizer para você: por favor, acompanhe a história, o tempo. Entenda o que era natural e absolutamente normal há anos atrás, hoje é impossível estar sendo praticado. Como eu falei anteriormente, a escravidão esteve garantida em lei. As mulheres até pouco tempo não votavam. Entenda que isso faz parte da história do fluxo da organização das mentalidades e das culturas. Entenda que isso faz parte de um processo. Não adianta querer nem bloquear, tapar o sol com a peneira. Pessoas como eu existem. Até quando vocês só vão naturalizar presença de mulheres transexuais quando estão nas esquinas se prostituindo?

É disso que estamos falando. Toda vez que negamos a possibilidade de acesso à cidadania, à Educação, ao ambiente familiar nós estamos dando um passo para que nós estejamos na rua, não só na condição de prostituição, como na condição de moradia de rua. Você já pensou sobre isso? Já pensou que todas as vezes que você neutraliza corpus como o meu, num banheiro que seja, porque afinal de contas eu tenho necessidades fisiológicas, e você, inclusive, quer me negar o acesso ao banheiro, você está dando um passo para que eu esteja numa condição de precarização. É disso que estamos falando. O sangue das mulheres, transexuais e travestis, que estão sendo derramado escorre pelas suas mãos. É disso que eu estou falando. Esses sangues escorrem pelas suas mãos.

Para finalizar, Presidente, não há desculpa. Eu quero prática desconstrutiva. Eu quero que você apresente aqui se posicione e milite e elabore pautas que mostrem que você não desrespeitou, não desrespeita e não violenta pessoas LGBTs. Do contrário, você o faz, sim.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente..

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Vinicius Camarinha.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, para indicar o deputado Rafa Zimbaldi, para o uso da palavra pelo Art. 82, pela bancada do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Rafa Zimbaldi, pelo Art. 82.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barros Munhoz.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para comunicação tem a palavra o nobre deputado Barros Munhoz.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria fazer um apelo sincero. O Brasil está sofrendo muito com esses temas que têm sido permanentemente suscitados, que tem dividido a Nação brasileira.

Eu ouvi um comentário do Marco Antonio Villa, já me criticou muito, já critica sempre e desde há muito a Assembleia, mas que eu respeito e cada vez mais respeito as suas opiniões atuais. E ele deu uma aula ontem sobre o fato de o nazismo ser de esquerda constituir uma das maiores asneiras que já se proferiu em toda a história da humanidade. E cita livros, cita dados, cita fontes. Ele é uma enciclopédia ambulante. Mas aí ele diz: “Ainda que não fosse assim - que fosse verdade que o nazismo é de esquerda -, em que isso ajuda para tirar treze milhões de brasileiros do desemprego? Nós temos uma situação aflitiva, calamitosa. O mundo não acredita no Brasil; nós precisamos recuperar o nosso crédito”.

E, daí, ele termina fazendo um comentário: “Que o presidente Bolsonaro e que cada um de nós aqui sigamos o exemplo de Mandela. Esse homem ficou 27 anos preso. Saiu da cadeia, não dedicou um milímetro de ódio a quem quer que seja. Só pensou na sua pátria e na sua gente”.

Vamos nos respeitar todos. Vamos nos irmanar todos. E vamos trabalhar pelo engrandecimento da Assembleia e de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barros, no novo IBGE, são 14 e meio milhões de desempregados.

Deputado Rafa Zimbaldi.

 

O SR. RAFA ZIMBALDI - PSB - PELO ART. 82 – Sr. Presidente Cauê Macris, Sras. e Srs. Deputados.

Bom, presidente, eu já, numa breve comunicação, me posicionei aqui. Eu acho que todos nós temos os nossos posicionamentos; alguns posicionamentos conservadores, outros não conservadores. Mas volto a dizer: nada justifica palavras destiladas, palavras de ódio, palavras de discriminação. Então, já me manifestei e quero deixar, mais uma vez, registrado aqui, porque não são só os deputados que estão discutindo o assunto, mas, sim, toda a população de São Paulo acompanhando.

Quero, presidente, fazer um cumprimento. Não sei se está na plateia ainda, mas o nosso sempre vereador do PSB, o Laurentino, lá da cidade de Jaguariúna, que esteve aqui nos visitando; cumprimentar os policiais, o pessoal, os funcionários da Emplasa e de outras empresas públicas. Nós, como partido, já estamos nos posicionando referente a esses projetos: tanto a PEC 2, quanto o Projeto 1, do governador.

Mas a minha vinda aqui, presidente e Srs. Deputados, é para dizer sobre o requerimento que nós apresentamos de convocação do secretário de Cultura para explicar a questão do Projeto Guri, embora nós tenhamos um posicionamento do governador. Mas não está superado, porque nós temos... os professores ainda não receberam a não comunicação do aviso prévio. Porque foi dada a comunicação de aviso prévio, e isso não foi retirado ainda.

Então, é importante a presença. O nosso líder de Governo, Carlão Pignatari, se comprometeu a entrar em contato conosco ainda na segunda-feira para nós marcarmos uma data e vermos como nós conduziremos a vinda do secretário de Cultura para explanar aqui.

Lembrando que não existe ainda um acordo no sentido da retirada do requerimento, mas, sim, um entendimento. Nós vamos tentar nos entender junto com o líder de Governo, de chegar num consenso, discutir isso amplamente com os professores, com o pessoal de entidades, pais, e também, principalmente, os deputados que trouxeram o tema aqui.

Mas quero, presidente, e aí ao líder de Governo Carlão Pignatari e deputados, que a minha preocupação dos cortes que estão acontecendo em áreas essenciais no nosso estado de São Paulo. E fiquei abismado, Srs. Deputados. Hoje eu recebi a informação de que o nosso hospital da cidade de Campinas, o Hospital Celso Pierro, o hospital da PUC, teve o corte de um convênio de cinco milhões de reais.

Para quem conhece a importância do Hospital Celso Pierro da cidade de Campinas, para toda a região e para todo o estado de São Paulo, sabe que cinco milhões de reais faz muita falta a um hospital tão importante como nós temos o Hospital Celso Pierro.

Então, essas informações não chegam a todos os deputados, para que todos os deputados levantem a bandeira. E quando eu disse aqui, na terça-feira, sobre os cortes, os deputados se posicionaram referente ao projeto Guri, mas nós temos vários outros convênios sendo cortados, que muitas vezes essa informação não chega aqui, não chega a esta Casa, não chega aos Srs. Deputados.

E eu estou trazendo aqui uma preocupação. Hospital de Campinas, saúde pública, que são verbas essenciais, está sendo cortado o convênio, como aconteceu lá no Hospital Celso Pierro, cinco milhões de reais. Então quero fazer um apelo ao governador, ao governo do Estado, a todas as secretarias que analisem, coloquem na balança a necessidade de determinados convênios serem cortados. O Hospital Celso Pierro é referência nacional. O Hospital Celso Pierro dá orgulho à cidade de Campinas, e é um hospital que presta serviço à população. É um hospital filantrópico. É um hospital que é referência.

Então, Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero aqui fazer um apelo ao governo do Estado, aos secretários, para que tomem muito cuidado no corte desses convênios.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Sr. Presidente, pelo 82?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra pelo Art. 82.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - PELO ART. 82 - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, presidente, policiais militares aqui presentes, funcionários, plateia, eu gostaria aqui de falar, rapidamente, sobre a PEC 03, do deputado Campos Machado, PEC essa que os delegados de Polícia ganhariam igual à Defensoria Pública. Aliás, também têm policiais civis aqui presentes, nosso investigador Paulo, eu queria dizer sobre essa nossa PEC, PEC essa que eu quero parabenizar o deputado Campos Machado, que está há anos aqui nesta Casa.

Hoje nós ganhamos o que ganha... o desconto do salário do defensor público. Não sou contra o salário do defensor público, não. Eu acho que eles brigam por ótimos salários, mas chegaram agora, eles não são..., acho que não tem nem sete anos de carreira e ganham cinco vezes mais do que ganha um delegado de Polícia. Um delegado de Polícia inicial é seis ou sete mil reais; é o desconto de um salário do defensor público.

Então, queria aqui, juntamente com os senhores, conseguirmos colocar essa PEC, que o presidente colocasse essa PEC para discutirmos, para conseguirmos mandar para o Palácio e mostrar que não dá mais para um delegado de Polícia ganhar esse salário tão insignificante, um salário tão baixo. Eu torno a repetir, não tenho nada contra a Defensoria. A Defensoria passou de longe, aos pouquinhos tudo consegue nesta Casa.

Ontem fiquei muito feliz, tem uma lei que foi aprovada aqui, ontem na Corregedoria de Polícia, o primeiro caso lá na Corregedoria, a Defensoria foi defender um policial. Todo mundo me mandou, fico feliz. Quero parabenizar a Defensoria de ter ido, ontem, lá, e feito seu trabalho, cumprindo a lei de um projeto feito aqui por esse deputado. Mas queria também que abríssemos os olhos para os salários tão baixos que são, não só do delegado, mas de toda a Polícia Civil, e de toda a Polícia Militar. Mas nós temos uma PEC aqui para podermos brigar. O deputado Campos Machado tem insistido, tem conversado com todos os deputados. Certeza se essa PEC entrar aqui, se o presidente colocar, nós ganharemos. Nós teremos os votos de quase todos os deputados desta Casa. Certeza absoluta que teremos os votos que precisamos para aprovar essa PEC.

Gostaria, então, de sensibilizar o nosso presidente para que ele colocasse essa PEC na pauta, para que venha para cá para discutir. Vamos ver quem é contra o salário de delegado, de policiais, quem vai ser contra nesse salário tão baixo que ganhamos. Certeza absoluta que teremos o apoio de todos.

Deputado Campos Machado, muito obrigado. Deputado, eu já vou terminar, muito obrigado por ter dado... por ter feito essa PEC. E conte conosco, com todos aqui, deputados. Certeza que estarão apoiando a PEC 03, para que os delegados de Polícia ganhem igual à Defensoria Pública.

Muito obrigado.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para fazer um comunicado?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por uma comunicação, a deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para fazer um comunicado.

 

A SRA. DELEGADA GRACIELA - PR - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação, a deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de comunicar o Delegado Olim, o Campos Machado e toda esta Casa sobre o nosso apoio à PEC 03.

Sabemos da importância que é a carreira... A 02 também, mas, neste momento específico, estou falando da PEC 03, que é importante porque estamos recebendo, conversando com os delegados, e é aviltante a situação dos delegados. Não podemos aceitar que uma carreira tão importante quanto a carreira dos delegados esteja nessa situação.

Então, Delegado Olim, Delegada Graciela, Campos Machado, estamos aí pedindo para que a PEC 03 venha, para que possamos debatê-la e para que possamos votá-la. Nosso apoio a todo o trabalho de vocês.

 

A SRA. DELEGADA GRACIELA - PR - Sr. Presidente, pela ordem. Um comunicado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Graciela tem a palavra para uma comunicação.

 

A SRA. DELEGADA GRACIELA - PR - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Sr. Presidente, queria também manifestar aqui o meu apoio e parabenizar o colega Campos Machado, que tem lutado insistentemente pela nossa classe, os delegados de polícia, que realmente estão penalizados há muito tempo pelos seus salários, trabalhando imensamente, insistentemente, em plantões e no dia a dia, mas não estão tendo, até hoje, o reconhecimento necessário.

É uma questão de justiça. Então, acho que chegou a hora. Essa manifestação, esse sentimento que o deputado Campos Machado tem efetuado, não só agora, mas de tempos atrás, no seu mandato passado, sempre colocando em pauta, é muito importante para nós.

Então, conte conosco, Campos, Delegado Olim e todos. Esperamos contar com todos para que isso venha, seja discutido e realmente reconheça o valor e a importância dessa função, não só a nossa, mas de todos os policiais civis que lutam sem estrutura, sem o salário devido, sem o reconhecimento devido. Estão constantemente fazendo o que podem com a estrutura pequena, com o salário reduzido, mas cumprindo sua função.

Parabéns, Campos Machado. Estamos juntos nessa luta.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

                       

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para uma comunicação.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo é a principal Assembleia do Brasil. De repente, nós vemos o envolvimento de coisas esquisitas que são ditas.

Aqui nestes dois minutos, quero dizer: Hitler cresceu na Alemanha, em 1933, sendo indicado chanceler. Um mês depois, teve um incêndio no Reichstag. Quando eles falam “hashtag” eu não entendo muito, porque eles falam na internet. Mas o Reichstag de lá era o prédio do Parlamento, orgulho do povo da Alemanha. Inclusive, a Constituição de 19 foi dita, cantada e anunciada lá.

E aí, de repente, pegou fogo. Prenderam um coitado ali, sem camisa. “Ah, é um líder comunista!”. Chegaram Hitler e seus companheiros: “Olha, os comunistas botaram fogo”. Ele forçou o presidente, com esse incêndio que aconteceu e que mexeu com o orgulho do povo alemão, a colocar os comunistas como os grandes inimigos da pátria. Não sei se estava certo ou errado, não estou fazendo juízo de valores. Então, impediram que os deputados comunistas tomassem assento no Parlamento alemão. Ou seja, foram cassados. Vamos colocar dessa forma para se entender bem.

Com Hitler assumindo mais e mais poder, houve uma caça gigantesca contra muita gente, inclusive contra os comunistas, que eram fortes na Alemanha e se enfraqueceram. Tudo isso constou para arrebentar com a moral e com o moral desse pessoal.

Então, acho que devemos conhecer um pouquinho da história.

Agora eu quero dizer o seguinte: esta Casa - eu peço a atenção dos colegas -melhorou muito. O PSL veio trazer uma nova esperança. Nós temos a Janaína, que teve mais de dois milhões de votos, e ela, com certeza, com seu nível de professora - se bem que o título de professor é importante, mas René Descartes falava muito sobre isso daí -, com o seu nível elevado, e o pessoal do PSL, que é um pessoal ativo, quando nós temos essa capacidade, nós temos também a capacidade da busca da verdade.

Na medida em que nós construímos os fatos sobre a verdade, esses fatos continuam, então a verdade tem que prevalecer. Não importa quem seja o líder. Se aconteceu alguma coisa em Brasília, ou em Israel, ou seja onde for, na China...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputado Rafael Silva.

 

 O SR. RAFAEL SILVA - PSB - ...os deputados não têm culpa, mas eles têm o poder de ajudar a implantar a verdade na cabeça das pessoas. Então, apenas que o Parlamento Paulista, que é o melhor do Brasil, no meu entendimento, tem que assumir essa condição, a condição da verdade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Item 1 - Votação adiada do Projeto de lei nº 147, de 2018, de autoria do Sr. Governador, que dispõe sobre o registro de empresas, o cadastro de produto e a fiscalização do uso, do consumo, do comércio, do armazenamento, do transporte, da prestação de serviço na aplicação e na destinação de embalagens dos agrotóxicos e afins de uso fitossanitário em área agrícola, alterando a Lei nº 15266, de 26 de dezembro de 2013, que dispõe sobre o tratamento tributário relativo às taxas no âmbito do Poder Executivo estadual e dá outras providências.

Existe uma emenda aglutinativa apresentada nos termos do inciso 4º, Art. 175, do Regimento Interno, e Art. 26 da Constituição do Estado de São Paulo.

Há sobre a mesa requerimento do método de votação. Em votação o requerimento de método de votação.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sr. Presidente, para encaminhar a votação pela liderança da Minoria, quero indicar a deputada Beth Sahão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Beth Sahão para encaminhar em nome da liderança da Minoria.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, deputadas e deputados desta Casa, público da galeria, é um prazer mais uma vez recebê-los aqui. Antes de entrar na discussão do projeto, eu quero aqui primeiro trazer minha solidariedade à deputada Erica e dizer que a sua causa é a nossa causa também. Estaremos sempre caminhando juntas para poder fazer com que cheguemos um dia, quem sabe, a um país sem discriminação, sem preconceito, sem intolerância e sobretudo sem ódio.

Por falar em ódio, ainda há pouco houve mais um episódio de racismo na rede de lanchonetes McDonald’s. Eu já estou cansada, na verdade, de ouvir essas histórias, histórias de seguranças que impedem pessoas de adentrarem dentro dos estabelecimentos comerciais e de consumirem nesses estabelecimentos comerciais, como foi agora há pouco.

Uma senhora negra, com duas crianças, entrou numa das redes McDonald's aqui na Rua Domingos de Morais, e o segurança da rede não a deixou consumir, dizendo que ali era proibido pedir esmolas. Primeiro, ela não estava pedindo, ela entrou lá com o cartãozinho do programa Bolsa Família para poder tomar um sorvete, dar um sorvete para suas crianças.

Isso é um problema seriíssimo, porque a rede já imediatamente vira e fala assim: “Não, nós não temos responsabilidade nenhuma, porque esse funcionário é um funcionário terceirizado”. Ora, claro que tem. Primeiro porque a terceirização é e sempre foi - a gente disse, quando discutiu a reforma trabalhista, que ela seria desastrosa para o País, como de fato está mostrando ser, haja vista o número de desemprego que nós temos aí divulgado nestes últimos dias.

Segundo, tem responsabilidade sim, porque é responsabilidade solidária. O proprietário do estabelecimento comercial responde solidariamente.

Então, não tem essa de afastar o trabalhador, o segurança. Mas e aí? E a humilhação que essa mulher passou? Como ela foi subjugada no lugar? E o racismo, que é um crime tipificado nas nossas leis? E precisa ser punido como crime! Até quando nós vamos aguentar isso? De uma rede multinacional importante, que retira dinheiro do nosso País - e muito dinheiro, porque vende muito e acaba atraindo, sobretudo, as nossas crianças e os nossos adolescentes. Leva esse dinheiro para fora e ainda destrata a nossa população e ainda comete crime com a nossa população - e fica por isso mesmo! Mas não pode ficar por isso mesmo.

Eu quero manifestar o meu repúdio, mais uma vez, com a rede McDonald´s. Não é a primeira vez que essa rede comete esse tipo de crime e eu espero que haja uma punição exemplar para que eles possam, eles têm que capacitar os seus trabalhadores. Eles têm que treinar os seus seguranças, instruí-los, para que eles não cometam mais essas práticas que tanto machucam não só a pessoa, certamente ela foi a mais machucada, mas a todos nós que temos o mínimo de consciência e de sensibilidade para estabelecer um conjunto de ações que possa proteger essas pessoas.

Eu queria, agora, falar um pouco do Projeto 147. Foi um projeto que a gente conseguiu avanços importantes. Fizemos debates, discussões. Algumas das nossas questões que nós apontamos durante essas discussões foram incorporadas nessa emenda aglutinativa, como por exemplo estender a participação conjunta da Secretaria de Agricultura, mas agregada às Secretarias de Saúde e de Meio Ambiente, a participação de representantes aqui desta Casa, as Comissões do Meio Ambiente, a Comissão de Atividades Econômicas, a Comissão de Saúde, para que possam, conjuntamente, trabalhar e acompanhar como está sendo feita a aplicação desses agrotóxicos.

Eu quero dizer, muito particularmente, eu, enquanto pessoa, sou contra agrotóxicos. Prefiro sempre buscar uma alimentação mais natural porque entendo que isso é mais saudável. Da mesma forma que quero isso para mim, quero isso para toda a população paulista.

Quando a gente insistiu, a deputada Márcia Lia participou da nossa bancada, juntamente comigo e com os nossos assessores, para que fossem colocados vários itens nessa emenda aglutinativa, foi apenas para proteger a população, para fazer com que o alimento que chegue às nossas mesas seja um alimento que possa estar preservado e livre de venenos, de herbicidas, de agrotóxicos e de qualquer tipo de produto químico que possa desconfigurar a qualidade desse alimento quando a gente vai ingeri-lo.

Hoje em dia, há centenas de estudos que demonstram, de forma científica, a relação que existe entre o consumo de alimentos que contém agrotóxicos com as doenças, sobretudo as doenças mais modernas que acometem grande parte da população.

Entendemos, por outro lado, e eu sou uma pessoa do interior e sei que a economia de dezenas de cidades do interior está pautada na agricultura, tem, na agricultura, a sua principal base econômica. E também entendo que, às vezes, a utilização desses produtos é importante para que se possa aumentar a produção, para que os agricultores possam ter mais lucratividade, para que a gente possa aumentar a exportação de produtos, para que haja a produção de mais alimentos.

A minha região, por exemplo, é essencialmente sucroenergética, onde há uma plantação de cana muito intensa ocupando praticamente todas as áreas agriculturáveis daquele espaço do estado, região norte, região noroeste. Mas, é preciso também fazer essa discussão com responsabilidade e com maturidade.

Ou seja, os proprietários de terra, os agricultores, as associações que os representam, também precisam compreender que nós temos que fazer um esforço e esse esforço é de todos aqueles que estão envolvidos nessa cadeia produtiva. Fazer um esforço para, gradualmente, irmos retirando a utilização desses agrotóxicos.

A agricultura também tem pesquisas. Hoje você tem pesquisas nas universidades públicas, nos institutos de pesquisa, sobretudo o Instituto Agronômico e o próprio setor também financia pesquisas em entidades de cunho privado, capaz de o resultado dessas pesquisas ser introduzido na produção, melhorando a forma como isso é produzido, como os produtos são colhidos, haja vista que hoje quase não temos mais o corte de cana, esse corte de cana é praticamente mecanizado em todo o estado de São Paulo. Mas ainda se utiliza muito. E São Paulo tem uma utilização muito grande.

Quase 15% da quantidade de agrotóxico utilizada no Brasil corresponde ao que é utilizado no nosso estado de São Paulo. Portanto, é preciso evoluir nessa discussão. Este projeto, esta emenda aglutinativa que está sendo apresentada hoje, o Partido dos Trabalhadores vai se posicionar contra. E por quê? Porque ela não atendeu a tudo aquilo que gostaríamos que estivesse contemplado, principalmente a não realização de audiências públicas.

Todos sabem que para nós da bancada do Partido dos Trabalhadores ouvir os diferentes atores envolvidos em determinados segmentos é fundamental. Havia um compromisso da parte do governo de que nós teríamos a realização de uma audiência pública, mas, de forma atropelada, o governo vem, a Presidência da Casa vem e pauta esse projeto, que vai ser votado na tarde de hoje, aqui na Assembleia.

Temos que dizer que, para nós, isso é inadmissível, porque deixamos de ouvir os envolvidos, deixamos de ouvir a população que vai lidar com essa realidade em seu cotidiano, em seu trabalho, em seu dia a dia.

Portanto, fica aqui a nossa marca de que nós não vamos votar favoravelmente a esse projeto. Vamos nos posicionar contrários, porque, infelizmente, apesar de conseguirmos algumas questões como citei anteriormente, que são importantes, infelizmente, deixou-se de observar outras tantas que poderiam ter sido contempladas e não o foram, prejudicando o conjunto da população paulista.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - Para encaminhar, em nome da bancada do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, caríssimos colaboradores da Assembleia, senhores e senhoras que nos honram com suas presenças nas galerias, telespectadores da TV Assembleia, eu queria dizer que como homem ligado, não ao agronegócio, mas à agricultura de São Paulo em seus diversos aspectos, tendo sido, honrosamente, secretário de agricultura desse Estado antes de ministro da Agricultura, fico extremamente feliz e orgulhoso, por que não dizer, de fazer parte da Assembleia Legislativa de São Paulo.

E por uma razão muito simples, esse projeto que estamos discutindo para votar logo em seguida, o 147, trata de um tema explosivo, complexo, extremamente difícil de ser discutido e votado em qualquer parlamento do mundo. É um tema que aflige a humanidade, não é o Brasil e não é São Paulo apenas.

Conseguimos fazendo uma reunião na semana passada, outra reunião essa semana, congregando os líderes e interessados com seus assessores, discutir item a item

os pontos discutíveis do projeto encaminhado a esta Casa em março de 2018 pelo então governador Geraldo Alckmin.

Muito bem. Conversamos com todas as bancadas, exceto - faço questão de repetir - o PSOL, porque já tinha manifestado expressamente a sua opinião o nobre deputado Carlos Giannazi, mas respeitosamente. Enfim, entendemos a posição e sempre respeitamos toda posição a favor e toda posição contrária. Essa é a história do Parlamento, é para isso que nós estamos aqui discutindo.

Mas, olha, minha gente, conseguimos mudar, com essa aglutinativa, se ela for aprovada, o Art. 3º, parágrafo único - uma mudança -, o Art. 4º, §3º - duas mudanças -, o Art. 5º, §§1º, 3º e 4º - três mudanças, com as outras duas, cinco -, o Art. 7º, inciso XIII e inciso XVI - portanto, sete mudanças -, os incisos V, VI e X do Art. 8º - portanto, dez mudanças -, uma nova redação do Art. 17, uma nova redação do Art. 18, o parágrafo único - fomos a 13 alterações - e a criação de um novo artigo - 14 alterações. Quatorze alterações foram acolhidas através de uma emenda aglutinativa assinada por 24 dos 26 partidos com assento nesta Casa. O PT, como foi explicado, por outras razões que não a do texto, desistiu, com muita razão, sem nenhum trauma, digamos assim, muito respeitosamente, de assinar a emenda.

Minha gente, é importante que a gente saiba que tem erro aqui de monte. Graças a Deus alguns estão diminuindo. Teve até festa na garagem outro dia. Mas, enfim, as coisas estão melhorando bastante.

Eu queria dizer de quando o projeto que trata de agrotóxico no Congresso Nacional está caminhando. PLS 526 - prestem atenção, minha gente -, de 1999, apresentado em primeiro de setembro de 1999. Trinta e um novos projetos com o mesmo teor ou sobre o mesmo assunto, agrotóxico, foram apresentados na Câmara Federal até 25 de junho de 2018, portanto, 19 anos depois da apresentação do projeto. Trinta e um outros projetos foram unificados em um Substitutivo nº 1 ao Projeto 6.299, de 2002, da Câmara dos Deputados. E esse projeto não foi votado ainda, está na pauta para votação. Quem sabe daqui um ano, dois, três, cinco, dez, quinze ou vinte.

Então eu quero dar os parabéns. E eu não tenho mérito nenhum. Eu sou da área, eu desempenho o meu papel. Quero ajudar o agricultor, o produtor, eu quero ajudar aqueles que lidam com o campo, que produzem alimentos, aqueles que comercializam, enfim, eu quero ajudar São Paulo, eu quero gerar empregos. É essa a função nossa, fundamentalmente, no Parlamento. Então eu quero parabenizar vocês todos, todos os deputados desta Casa e, emblematicamente, meu caro Frederico d’Avila, este é o primeiro projeto aprovado nesta legislatura.

Então, meu caro Campos Machado, veterano, lutador, guerreiro, irmão e todos os companheiros de todos os partidos, respeitosamente, recebam deste que, tristemente, para mim, já é chamado de decano, - eu gostava de chamar o Curiati de decano; o Campos, não, o Campos fica bravo, mas, enfim -, recebam deste veterano lutador que acredita no Poder Legislativo o abraço fraterno e o agradecimento.

Vamos perseguir na luta em prol de São Paulo, da Agricultura, sustentáculo deste País. Um grande abraço a todos.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, para encaminhar pela bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha, eu já me esqueci, são tantas siglas que a gente acaba se perdendo, mas todo o nosso apoio a vocês. Quero nos solidarizar com os familiares dos falecidos, têm a nossa solidariedade da bancada do Partido dos Trabalhadores. Os policiais militares estão ali, com 93 policiais militares mortos, então, toda a nossa solidariedade.

Antes de entrar no projeto que eu quero debater, primeiro, deputado Barros Munhoz, você fez uma exaltação com a qual eu concordo plenamente, na questão de Nelson Mandela. Ficou 27 anos preso, filho assassinado pelo sistema, denunciado pelo carcereiro, com quem ele construiu uma amizade, mas, mesmo assim, assassinaram o filho dele, mesmo assim, mataram milhares e milhares de negros e negras na África, mesmo ele virando presidente, conseguindo unificar a África, mesmo ele não tendo ódio.

Nós temos que combater o ódio, não dá para aceitar o que aconteceu aqui, hoje, com a deputada Erica Malunguinho. Não é só com a deputada Erica, gente. São vários temas debatidos que se utilizam de preconceito no Brasil, a questão das mulheres, dos LGBTs. E mais: a questão dos nordestinos, quando estão em um estado, quando estão em outro, a questão dos negros e das negras.

Meu avô paterno nasceu escravizado, nasceu escravizado. A minha avó materna era cabocla. Então, gente, só sabe o que é preconceito, quem vive ele na pele. Quero me solidarizar com você, Erica, porque você sentiu ele na pele, dentro de uma Casa Parlamentar, pela sua questão identitária, pela questão de gênero. Nós não podemos aceitar. Reconheço que a deputada Janaina Paschoal tentou aqui dar uma pacificada. É importante fazer isso, mas não dá para nós, progressistas, aceitarmos esse tipo de preconceito.

Já disse aqui que eu respeito a direita, a direita que defende a democracia, a direita que não prega o ódio, a direita que não seja raivosa. Vá disputar os projetos de prefeitura, de vereador, de Governo do Estado, de Presidência da República, ganhe as eleições e tenha que governar para um país.

Mas não dá para aceitar o que foi feito com a deputada Erica aqui, hoje. Não é só com a deputada Erica. Quero lembrar aqui que, no dia da posse, o deputado Arthur, no auge do calor, a deputada Adriana Borgo foi votar, e ele tomou o microfone da mão dela. Então, não dá para aceitar deputado tomar microfone da mão do outro, principalmente da mão de uma deputada mulher.

Nós não podemos aceitar esse tipo de comportamento. Embora ele tenha vindo pedir desculpa, é a desculpa que eles estão tentando pedir, nesse país, há quase 500 anos.

Pelos negros que foram mortos, pelos quilombolas, pelos indígenas, pela irmã Dorothy, por Chico Mendes, por Santo Dias, por vários operários que foram mortos nesse regime de morte, nesse regime de ódio e ditadura. Por que estou falando isso? Porque, mesmo o deputado Douglas Garcia vindo aqui pedir desculpa, tanto a Erica não aceitou como a bancada do Partido dos Trabalhadores não aceitará. Vamos escrever e assinar, junto com o PSOL e o PCdoB, pedindo o Conselho de Ética para ele.

Porque esse comportamento, que ele adotou aqui, pode pedir desculpa, mas pode continuar pregando aí fora. Vejam bem, estou isolando o caso. Estou tratando ele. Não estou tratando, neste momento, o PSL. Estou tratando o comportamento individual de um deputado. Cada comportamento desse, deputado Gil Diniz, líder do PSL, temos que tentar... Isso é diferente de discutir se é esquerda, se é direita, quem foi comunista, quem não é comunista. Isso é diferente. Isso foi um comportamento muito ruim do deputado.

Eu sei que me parece abalado. Mas vamos manter a nossa posição. A não ser - e aí vou subscrever o que a deputada Erica falou - que ele apresente projetos nessa linha de defesa do LGBT. Na linha de defesa dos negros e das negras desse país. Na linha de defesa dos indígenas. Na linha de defesa do gay, da lésbica, da trans, do transexual, do travesti.

Porque aí, realmente, ele está pedindo com gestos. Aí podemos aceitar o pedido de desculpa. Eu subescrevo a sua emenda, deputada Erica. Toda a minha solidariedade a você, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Essa é a primeira coisa.

A segunda coisa é em relação ao projeto, muito bem relatado e explicado pelo deputado Barros Munhoz, que teve um trabalho importante. É um setor importante da economia, o setor do agronegócio, o setor dos agrotóxicos. É um setor que recebeu, só no ano passado, 2 bilhões de reais de isenção.

Uma das primeiras teses que levantei, porque eu era contra o projeto, é em função de eles receberam essa renúncia fiscal. Eu já disse, várias vezes, que não sou contra a renúncia fiscal. Mas é que o governador esconde, dentro do Orçamento. É um setor que está sob sigilo.

Essa é a primeira coisa.

A segunda coisa. As minhas duas companheiras de bancada, a deputada Beth e a deputada Márcia participaram da construção. Não são 100% igual a gente queria, são 70 por cento. Mas foi uma construção. Melhorou em relação ao projeto original. A emenda aglutinativa saiu bem melhor.

Mas a nossa oposição ao projeto foi em função da posição do presidente da Assembleia, do Cauê Macris. É um projeto que estava sendo debatido à luz do dia, em várias mãos. O deputado Vinícius Camarinha fez uma proposta que atendia ao que fizemos ontem, que era de discutir o projeto, não votar essa semana, jogar para semana que vem, e construir a audiência pública.

O deputado Cauê Macris quis convocar uma audiência pública que eu chamei, ontem, de fraude. A gente sai do Colégio de Líderes por volta das seis horas, vem para o plenário, e tem que convocar todo mundo para a audiência pública às nove ou dez horas da manhã. Depois mudou para as 14 horas. Foi muito duro quando chamei de fraude. Mas acho que ele até reconheceu, porque ele desmarcou. Ele perguntou: “Barba, tem que marcar?” Esse é um dos problemas.

Temos vários deputados, da bancada do Partido dos Trabalhadores que moram nas regiões. A Beth é de Catanduva, a Márcia é de Araraquara. São as duas do interior, fora os outros deputados que moram na região onde se utiliza do agronegócio, do pequeno, do médio, da agricultura familiar. Que usam o que o José Américo chamou, ontem, de defensivos agrícolas. O agronegócio gosta muito quando a gente fala isso.

Mas eu vou continuar chamando de agrotóxico. Porque é o nome técnico, não tem problema. É um nome técnico. Defensivo agrícola é um nome que arrumaram para tentar fazer um caminho do meio. Então, nós da bancada do Partido dos Trabalhadores, além de votarmos contra, nós vamos verificar. E hoje aqui nesse debate cabe quatro encaminhamentos. Oito encaminhamentos, só da bancada do Partido dos Trabalhadores que é, primeiro: nós estamos discutindo o roteiro, depois nós vamos discutir o projeto, depois nós vamos discutir a emenda aglutinativa e depois nós vamos discutir as emendas. Só da bancada do Partido dos Trabalhadores cabem oito encaminhamentos. Estamos fazendo dois agora, porque agora só cabe encaminhamento. Depois nós vamos fazer o restante.

O deputado Carlão Pignatari me procurou, sou uma pessoa que às vezes eu gosto de fazer acordo, mas às vezes não. Hoje não tem acordo com relação a gente fazer o debate. Vamos debater, vamos esgotar o debate, porque eu me senti ontem atropelado pela posição do presidente deputado Cauê Macris. Eu sei que é regimental, que V. Exa. pode convocar audiência pública para quando você quiser, mas havia uma solicitação que jogasse a proposta do Vinícius Camarinha; ela foi uma proposta muito correta do ponto de vista do debate que aconteceu ontem em duas extras. Saímos daqui um pouco mais tarde, não tem problema. Mas hoje nós vamos levar esse debate até o final. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para fazer o encaminhamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para encaminhar em nome da liderança da Minoria. Só lembrando que já houve o encaminhamento, é verdade.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Então eu quero fazer um comunicado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação tem a palavra a nobre deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Na verdade, eu quero relatar e pedir a V. Exa. que a gente tenha um pouco mais de urbanidade dentro desse plenário. Hoje, nós vivenciamos uma situação muito triste, neste plenário, com uma fala do deputado do PSL em relação à deputada Erica Malunguinho. Isso não pode acontecer numa Casa que se proponha a ser uma Casa democrática, que se proponha ser uma Casa que de fato tenha o congraçamento dos companheiros, dos deputados. Foi lamentável a forma como o deputado Douglas Garcia se referiu às pessoas, dizendo que ele poderia, se encontrasse uma pessoa que não fosse do mesmo sexo que ele, entrar na porrada. Isso é incitação à violência, fez uma apologia aí à ditadura. Foi um clima muito tenso nesta Casa. Vários deputados presenciaram. Somos testemunhas da forma inadequada, eu diria inadequada com que esse assunto foi trabalhado aqui no plenário desta Casa no dia de hoje. Foi lamentável, viu, Campos. Lamentável a forma como a nossa deputada Erica Malunguinho foi tratada nesta Casa.

Espero que a gente possa ter um diálogo mais franco, um diálogo mais fraterno nesta Casa para que coisas desta natureza não aconteçam mais. As divergências ideológicas, os debates têm que acontecer porque esta Casa é a Casa de democracia, porém, não faltando com o respeito com as pessoas. Era esse o comunicado que eu queria fazer a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o requerimento de método de votação. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) aprovado o método de votação.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela Ordem, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela Ordem , deputada Márcia Lia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para pedir verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, neste momento vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente, por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas, Srs. Deputados, não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, é possível pedir nesse momento, enquanto chegam os deputados, a prorrogação da presente sessão por duas horas e trinta minutos?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade, V. Exa. pode fazer o requerimento. Eu não posso colocar em votação antes de encerrar esse processo de votação. Mas se V. Exa. assim o quiser, no momento oportuno colocaremos em votação.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, requeri prorrogação da sessão por 2 horas e 30; 2 horas e 29; 2 horas e 28 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado. No momento oportuno, colocarei em votação.

 

SR. GILMACI SANTOS - PRB – Presidente, só uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Questão de Ordem, deputado Gilmaci.

 

 O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Nós estamos votando agora não o projeto, mas, somente o método?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Neste momento, nós estamos votando apenas o método de votação.

O que seria o método de votação? É a maneira como nós procederemos o processo de votação. Não entramos nem na votação do projeto, nem na emenda aglutinativa, nem das demais emendas.

Depois, se aprovado este método de votação, nós teremos a votação dividida em três etapas. A primeira etapa será o projeto sem as emendas; a segunda etapa será a emenda aglutinativa que foi apresentada de número nove; e a terceira etapa, as demais emendas do projeto.

 

 O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para declarar a obstrução da Bancada do PSOL.

 O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Declarar obstrução do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Carla, pela ordem.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - O PSDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSDB está em obstrução.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Marcio.

 

O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - Eu queria colocar o PODEMOS em obstrução.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PATRI - Pela ordem, Sr. Presidente. Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Paulo Correa.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PATRI - Colocar o PATRIOTA em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PATRIOTA está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Gil.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - O PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA- PSB - Declarar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Deixar o DEM em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O DEM está em obstrução.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - O PCdoB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PCdoB está em obstrução.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PR - Colocar a bancada do PR em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PR está em obstrução.

 

O SR. SARGENTO NERI - AVANTE -  O AVANTE em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O AVANTE está em obstrução.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA - SD - O Solidariedade em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Solidariedade está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Manifestar a obstrução do MDB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 75 Srs. Deputados: 62 votaram “sim”, 12 votaram “não”, e este deputado na Presidência, quórum suficiente para aprovar o método de votação.

Coloco em votação, neste momento, o pedido de prorrogação da sessão por duas horas e 30 minutos.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, neste momento, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro, para que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

Só lembrando aos deputados que neste momento a votação será da prorrogação dos nossos trabalhos por mais duas horas e 30 minutos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, enquanto estamos esperando o tempo regimental, gostaria de fazer uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para uma comunicação, deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Quero cumprimentar os executivos públicos associados do estado de São Paulo e o deputado Campos Machado, que propôs o PLC n° 32/18, da reestruturação da carreira, e o PLC nº 04/19, emenda 1.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Transcorridos os quatro minutos, neste momento ficarão abertos os terminais eletrônicos para que os deputados possam votar “sim”, “não” ou abstenção nos terminais postos em suas mesas. Estão abertos os terminais.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Sr. Presidente, o PODEMOS está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PODEMOS está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando aos senhores deputados que estamos votando a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e trinta minutos.

Neste momento, estão abertos os microfones de aparte para aqueles deputados que não conseguiram fazer os seus votos pelos terminais eletrônicos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Eu gostaria de fazer um esclarecimento sobre o método de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Nós estamos no processo de votação. Vossa Excelência, depois do processo, pode entrar com uma questão de ordem.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do MDB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do MDB.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PT está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PT.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSOL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSOL.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PCdoB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PCdoB.

 

O SR. ALEXANDRE PEREIRA - SD - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do SD está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do SD.

 

O SR. ANDRÉ DO PRADO - PR - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PR está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PR.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSB está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSB.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente, gostaria de informar que a bancada do PSL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de obstrução da bancada do PSL.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 69 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 68 votaram “sim”, e este Presidente que não vota, quorum suficiente para a prorrogação dos nossos trabalhos.

Em votação o Item nº 1, do Projeto de lei 147, salvo emendas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Indico o deputado Emidio de Souza para falar em nome do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Emidio.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Aviso aos nossos companheiros deputados que temos ainda a votação do projeto em si, da aglutinativa e também das emendas. Então, temos mais três votações hoje ainda para podermos terminar de votar esse projeto importante para São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando que a nossa sessão ordinária, como foi prorrogada, termina às 21 horas e 30 minutos e temos, ainda, em votação, o item nº 1 do roteiro, que é exatamente o que está sendo encaminhado, neste momento, pelo deputado Emidio, que é a votação do Projeto de lei 147, de 2018, salvo as emendas, o item nº 2 do roteiro, que é a emenda aglutinativa de nº 9 e o item nº 3 do roteiro, que são as demais emendas, nº 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, englobadamente.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Apenas se, por ventura, encerrar a votação, está encerrada a sessão?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não senhor, temos o item primeiro.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Não, depois do último das emendas. Se por ventura a gente conseguir encerrar todo o método de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Temos a Ordem do Dia ainda, é necessário continuar a Ordem do Dia conforme a publicação do Diário Oficial. Não é encerrada a sessão porque existe a Ordem do Dia e estamos na Ordem do Dia.

Com a palavra o deputado Emidio.

 

O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Cauê Macris, deputados e deputadas aqui presentes, é bom, mas é raro ver esta Casa tão cheia.

Quero aproveitar esse momento para conversar com os Srs. Deputados e com as Sras. Deputadas sobre o encaminhamento desse projeto do governador do estado, de nº 147, que é um projeto que trata da questão dos agrotóxicos, da destinação das embalagens.

Nós tivemos a oportunidade de conversar, já na sessão de ontem, enquanto discutíamos outro projeto. Nós tivemos a condição de falar sobre o quanto esse projeto é um projeto que casa tanto a maneira de encaminhar como casa com o espírito desse atual Governo do Estado, chefiado pelo João Doria. É um projeto que se casa com tudo que ele vem fazendo, tirar o Estado das responsabilidades que lhes são próprias.

Eu não vi um anúncio, até hoje, desse governador visando qualquer criação, de qualquer política pública, atendimento de qualquer reivindicação, as escolas no estado que apresentei aqui ontem, a questão das reformas das escolas, a necessidade das escolas terem verbas suficientes, o desabamento de 80% dos recursos disponíveis para manutenção das escolas.

E o governador, tudo o que ele diz é que tem que vender. Tem que vender Dersa, tem que vender Emplasa, tem que vender Codasp, tem que vender Imprensa Oficial, tem que vender Prodesp. Ontem declarou também, para incluir nesse rol, a CDHU. Hoje incluiu, já em uma declaração para agradar investidores, colocou também à venda a Sabesp. Ou seja, não sei se nós elegemos um governador, se São Paulo elegeu um governador, ou se elegeu um mercador, daquele que gosta de vender tudo o que aparece na frente. É uma coisa, deputado Jorge do Carmo, impressionante, o espírito destruidor, demolidor desse governador. Sabe, provar que um estado pequeno, um estado...

Aí eu fico pensando. A gente discute a situação da Polícia Militar, dos salários dos policiais militares, civis, bombeiros, professores, e não tem dinheiro para nada disso.

Eu fico pensando, daqui a pouco ele abrindo as portas para a privatização também do ensino público, quem sabe da Segurança. Eu sugiro a V. Exa., presidente, que tome cuidado até para ele não vender a sede da Assembleia Legislativa e o Palácio dos Bandeirantes, que é a única coisa que até agora ele sabe fazer.

Então, quero deixar registrado aqui que, chegando perto de 100 dias de governo, o Sr. João Doria, a única coisa que ele tem a dizer para São Paulo é que quer vender tudo.

Eu quero saber como é que o Estado funciona sem planejamento, as regiões metropolitanas, com a falta da Emplasa. Quero saber o que vão fazer as empresas privadas quando tiverem de posse de todos os dados de milhões de paulistas, que hoje têm os dados colocados na Prodesp, que administra o Poupatempo. Quero saber o que ele vai fazer com a Imprensa Oficial, que interesse tem uma empresa privada para controlar a Imprensa Oficial do estado de São Paulo.

Outra coisa que eu queria abordar na discussão desse projeto, Sr. Presidente, foi o ocorrido aqui com a deputada Erica. Eu quero... Desde já o deputado Barba, nosso líder, já o fez, mas eu quero fazer também, em nome pessoal, a minha mais absoluta solidariedade à companheira Erica. Ela foi vítima aqui, exatamente na Casa feita para defender o cidadão. Ela foi vítima de uma agressão inominável, nojenta. Mais do que inominável, é nojenta a agressão de que ela foi vítima.

Falar de ódio aqui, deputada Bebel, virou, vamos dizer, uma coisa comum. Eu fico olhando de onde vem tanto ódio. O Brasil já viveu momentos de embates muito grandes entre PSDB e entre PT; em outros momentos contra o malufismo; em outros momentos contra o quercismo, em um debate com o MDB, mas qual foi o momento que se chegou a tamanho ódio, à propagação de ódio, a ponto de um deputado vir aqui e usar a tribuna para agredir a deputada, falar que se encontrar algum familiar dele no mesmo banheiro que a Erica estiver usando, tira ela de lá a tapas?

Eu acho que isso tudo, companheira Bebel, é de onde, é o nascedouro do espírito do que o Bolsonaro fez neste País, nos últimos meses, desde a campanha eleitoral.

Não sabe fazer outra coisa que não destilar o ódio. É outro que não apresenta uma solução concreta para nada, nem para os 14 milhões de desempregados, nem para a pequena agricultura sofrida do País, com a perda de crédito, nem para a Educação. Projetos em andamento, como o ProUni e como o Fies, estão completamente paralisados.

Ele quer cuidar, agora, de quais são as questões que vão cair no Enem, como se ele fosse censor de alguma coisa. Isso não é função de presidente da República, isso é função de quem é técnico do Ministério da Educação. Sempre foi assim e sempre deu certo assim. Eu quero saber qual é o projeto dele para ampliar aquilo que o nosso governo do PT criou, que é essa situação, por exemplo, das escolas técnicas, criadas com número de vagas que o Brasil jamais viu.

Eu quero dizer: de um governo que começou dizendo que ia fuzilar a petralhada do Acre, pelas mãos e pela voz do próprio candidato e, hoje, presidente eleito, vai se esperar o quê? De um governante, ele próprio, que, enquanto deputado, falou que não estupraria outra deputada, porque ela era muito feia?

Talvez isso aqui seja consequência do que nós já vivemos pela voz do presidente. Ele devia ser um magistrado da Nação, não devia ser propagador de ódio, deveria ser alguém que zelasse pela conciliação da Nação, para que o país se encontre no seu caminho de desenvolvimento, supere a sua miséria, acabe com a violência contra as mulheres, mas, não! Ele é aquele que destila e estimula o ódio, cada vez mais.

O que esperar de um presidente que põe uma criança no colo e a ensina a atirar? É uma criança de quatro ou cinco anos. O que esperar de um presidente que fala que nordestino deveria comer capim? Esperar o quê? Então, o ódio vem sendo dissimulado desde antes da campanha eleitoral, passou por ela e continua no governo. Todo mundo achou que, uma vez chegada ao governo, como acontece em todas as campanhas eleitorais, em algum momento, ia cair a ficha, ia falar: “Eu tenho que sentar nessa cadeira de presidente e tenho que governar o País”. Mas, não!

Mais do que isso, os seus filhos parecem que vão no mesmo caminho. Um fala que quer que o Hezbollah se exploda. Eu espero que o Hezbollah não fale isso para o Flávio Bolsonaro, porque o Hamas e o Hezbollah, quando falam que vão explodir, explodem. Este país é de paz. A primeira coisa que ele faz é se alinhar, automaticamente, aos Estados Unidos, de joelhos, para a exploração econômica do nosso país, e para a cessão da nossa base militar de Alcântara, para fazer com que o Brasil participe das agressões internacionais que os Estados Unidos costumam fazer.

Eu quero saber qual é a vantagem que tem nós entrarmos em conflitos, como estamos entrando no Oriente Médio, com o povo árabe? O comércio Brasil-Israel, deputado Jorge do Carmo, responde por, aproximadamente, 400 milhões de dólares, por ano. O comércio com os países árabes responde por mais de 11 bilhões de dólares. Talvez essa seja, deputada Beth Sahão, a tal política externa sem ideologia que ele dizia. Sem ideologia, não! É sem amor ao Brasil, é isso que ele faz, sem amor.

Ao brigar com a China, ao classificar a China como um país inimigo, como um país que não merece crédito, ele não está fazendo um gesto ideológico, ele está fazendo um gesto que pode desmontar a nossa indústria, o nosso agronegócio e a nossa agricultura, que exportam para a China, porque ela é o maior parceiro comercial que nós temos.

Então, esse ódio, Bebel, tem lugar de onde vir. Eu queria dizer à deputada Erica que, até onde ela quiser, nós vamos juntos. Porque a agressão, quando é a um, é a todos. E não podemos permitir, exatamente na Casa da democracia, que isso se faça contra uma deputada.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para indicar a deputada Bebel para falar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite Sr. Presidente, nobres deputadas e deputados, público presente, e todos que nos assistem através da TV Alesp.

Sempre é uma honra estar aqui nessa tribuna, expressar e cumprir o nosso papel de parlamentares. Eu até brincava com o presidente que estava substituindo o presidente Cauê Macris. Ele disse que nós, mulheres, falamos o dobro dos homens. Porque, o tempo todo, a gente está querendo falar.

Mas acho que não é a questão de ser mulher. Por ser mulher, nós ficamos tolhidas, muito tempo, do poder da fala, de ter o espaço. Esse espaço, como espaço da mulher. A política também é um espaço da mulher. Eu fiz um debate, na sexta-feira, em Mogi das Cruzes, e no sábado. O que a gente perguntava: “Onde é o lugar da mulher?” É onde ela quiser. Onde ela quiser estar, é o lugar da mulher.

Fazendo um link com o que disse o deputado Emidio. Eu gosto muito de citar o Bertolt Brecht numa questão que tem tudo a ver com o que aconteceu aqui à tarde. Peço a atenção dos senhores deputados e das senhoras deputadas pelo seguinte. É claro que não vou recitar o poema como um todo. Mas ele faz uma remissão. Sempre que são os outros, está indo. Foi o policial, ninguém se importou. Foi uma outra pessoa, ninguém se importa. Ninguém vai se importando. Mas, quando chega a vez da gente, a gente também vai. E, um dia, chega a vez da gente.

Hoje, quem foi discriminada e espezinhada, em palavras, foi a deputada Erica. Mas amanhã pode ser eu. Aliás, eu sou, também. Esse é o problema. Mas o problema é o seguinte: é que o dela foi algo que ultrapassou as barreiras do suportável. Porque tem aquilo: às vezes tem a agressão e se fala “sempre é insuportável”.

Não. Tem coisa que vai além. Ela vai além, nas entranhas, é aquilo que você sente, que você luta. No caso dela, a resistência física e moral. Dela, como trans. É isso que foi profundamente atingido. Por isso o Bertolt Brecht é muito preciso nesse poema dele. Sempre que tem esses momentos eu me lembro disso. Eu quero dizer, para vocês, que o ódio é algo que não tem lugar na política. Na política, não tem lugar para o ódio. Porque a política é meio. Ela não pode ser uma expressão de sentimento pessoal.

A política é concepção coletiva. Ela não pode ser individual. Por isso a política é meio. É meio de transformação, é meio de a gente articular aspectos coletivos. É um meio. Ou é meio, até, para o status quo. Manutenção, inclusive. A política é meio. Não tem espaço para ódio na política. Ou eu dialogo, ou converso, ou eu tento convencer e saio convencida.

Mas não em espaço para expressar posições pessoas, muito embora, às vezes, você, tomado pela emoção, você emita palavras que você não queira emitir. Mas eu acho que o deputado Douglas, sem cair no caminho da criminalização, que é o que eles fazem conosco, o PSL faz isso com a gente, nos criminaliza, criminaliza o Partido dos Trabalhadores muito duramente.

Eu não criminalizo. Eu pego o deputado Douglas pessoalmente e quero crer que o PSL tem uma concepção conservadora, de direita, liberal, de estado mínimo. É concepção. Se vocês assumirem isto, isto é o caminho que vocês devem assumir. Não sou eu que tenho que dar... Essa, na verdade, deve ser a posição de quem é signatário de um partido. O partido é isso. Ele não é o todo, ele é parte, mas ele expressa uma concepção. “Ah, você é do Partido dos Trabalhadores”. Sim, com muito orgulho. “Seu presidente está preso”. Não teve oportunidade de se defender até a última instância. Então, quer dizer, esse debate rico é que poderia estar acontecendo, e não um debate centrado no pessoal, tudo no pessoal. Isso é muito perigoso, muito perigoso.

Ontem, nós debatemos não sei quantas horas... foi o dia de ontem; muitas horas. Eu, uma vez; o Barba, duas; a Beth, mais uma; a Márcia Lia, mais uma; o Paulinho, enfim, todos nós aqui querendo entrar no processo de discussão, querendo, sim, deputado Barros Munhoz, que fosse sensibilizado o Governo, o governo não, mais houvesse uma sensibilidade que eu tenho certeza, eu sei da maturidade do meu partido. Sei sim. Ainda que a gente fosse vencido no debate de uma audiência pública, mas, pelo menos, nós teríamos dado muito mais transparência naquele voto que nós vamos depositar. Eu daria, talvez, um não, mas um não consciente, ou talvez caminharia na perspectiva, ou talvez nós poderíamos cair na perspectiva, de construir um marco regulatório, porque ninguém está criminalizando ninguém, e é impossível segregar quem é agroecológico, quem é agrotóxico.

Não estou colocando em termos diametralmente opostos. Estou dizendo o seguinte: tem que ter um marco regulatório para essa coisa, para não tomar dimensões maiores. O senhor mesmo, deputado, citou o tempo que leva para se debater um tema dessa - o senhor usou esse termo - complexidade. É complexo, mas leva muito tempo para debater.

E a gente, tão somente, acho que para a bancada do Partido dos Trabalhadores, e eu aqui representando a líder da Minoria, é... faz uma audiência pública, talvez para ter mais tranquilidade, mais, enfim, não avançamos nisso.

Porém, no corpo do texto também, eu vim aqui e me lembro até que, eu não me importo, eu já sou tão acostumada com lida de coletivo, enfim, com indiferença que um dá importância pelo que eu estou falando, outros não dão. Azar de quem não dá. Alguém sempre deixa um recado. Alguém sempre toca em alguma coisa que o outro não lembrou.

Por isso é um espaço coletivo, por isso é proporcional, por isso é necessário fazer debate de mérito, e não só verbalizar. Não, de mérito. E eu me lembro que eu toquei na questão do que eu acho, da concepção que eu tenho com relação - está certo que são uso, são as embalagens e tal -, mas tem a ver com agrotóxico. E teve um comportamento muito ruim. O que vocês consideram, o deputado que vocês consideram, ser aquele que mais entende do agronegócio.

Deu risada, não achou bom. Porque, enfim, eu me opus à questão do agrotóxico. Mas, isso é um direito de opinião minha. E eu terei essa opinião. Eu não estou falando do senhor, não, porque eu não me lembro.

Mas, em todo o caso, calma. O senhor quer falar comigo? Ah, meu amor, então está bom. Eu vou terminar. Eu vou admitir.

E, para terminar, então, eu quero agradecer, de qualquer forma, a oportunidade de me expressar e dizer que, apesar das divergências, nos respeitamos todos aqui nesta Casa.

Muito obrigada e uma boa noite para nós.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, conversando com as bancadas, depois do esforço hercúleo que o deputado Barros Munhoz fez com os deputados de todas as bancadas, eu verifico que há um caminho já percorrido de mais de 90%, Sr. Presidente.

Todos vão votar esse projeto. Se estão prestes a fazer um acordo, eu indago: por que motivo estamos discutindo? Porque não foi marcada uma audiência pública? Isso não é motivo suficiente.

Eu verifico que há grande possibilidade de esse acordo ser feito. E a Bancada do PT teve um grande trabalho, se esforçou muito. A Bancada do PSL e outras bancadas. Não nós. Nós não participamos. Mas, a Bancada do PT, a Bancada do PSL e outras bancadas se dedicaram horas e horas, Sr. Presidente, para chegar a um bom termo, a um acordo.

Então, faço um apelo para que todas as bancadas saiam vitoriosas aqui nesta noite, que nós antecipemos, Sr. Presidente, as votações. Os resultados foram obtidos pelas bancadas. Não é uma vitória do governo. É uma vitória desta Casa e do acordo entre partidos.

Faço, portanto, Sr. Presidente, esse apelo aos demais deputados e lideranças desta Casa.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Quero fazer vir a debate, Sr. Presidente, o deputado Campos está fazendo uma interrogação de maneira generalizada. Sabe do respeito que eu tenho por você.

O que nos levou - é bom que todos os deputados saibam disso -, o que nos levou a ter esse comportamento aqui hoje foi a postura do presidente, ontem, no Colégio de Líderes.

Nós fizemos um apelo para que tudo bem, uma proposta do deputado Vinícius Camarinha se debatesse. Mas, que não votasse, jogasse para a semana que vem e fazer a audiência pública.

O líder do Governo remeteu para o presidente, que tem a prerrogativa de convocar audiência pública ou não. Ele convocou uma audiência pública. A gente disse lá no Colégio de Líderes quase seis horas, para acontecer hoje, pela manhã, às dez horas; depois, mudou para a tarde, às 14 horas.

Aí, nós abrimos mão da audiência, ele me consultou. Eu chamei a audiência de fraude, ele me consultou se mantinha ou não, e eu respondi que ficava à vontade dele. Então, em função desse comportamento.

Porque esse projeto dava tranquilamente para ser votado na semana que vem, sem passar por esse estresse, à luz dos fatos, como ele estava sendo construído com duas deputadas em que eu confio plenamente, que estavam lá representando a Bancada do Partido dos Trabalhadores, com a nossa assessoria.

Então, eu só estou aqui respondendo uma indagação com a permissão do presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só antes de passar a palavra, meu amigo, deputado Barba, sou deputado nesta Casa há oito anos. Já fui líder da Bancada do meu partido, já fui líder do Governo. Estou no meu segundo biênio como presidente desta Casa.

Conheço cada um dos parlamentares e conheço cada uma das práticas adotadas. Legítimas, reconheço. Mas, reconheço, sei como funciona. Inclusive, lidei com a bancada de V. Exa. muitos anos como líder do Governo. Conheço como são as coisas.

A adoção da medida que eu tomei foi depois de uma resposta que V. Exa. deu a uma indagação do deputado Vinícius Camarinha. Que se a gente jogasse a discussão para a semana que vem e jogasse a audiência pública para a semana que vem, ter-se-ia o apoio do PT, uma vez que o PT concorda com o texto - a Bancada do Partido dos Trabalhadores concorda com o texto apresentado pela emenda aglutinativa -, se o PT apoiaria, aí sim, a votação.

E V. Exa. respondeu: "Cada semana com a sua agonia; cada momento com a sua agonia.” Então, assim: nós sabemos a posição de obstrução; sabemos como isso funciona; sabemos a legitimidade dessa questão. Porém, nós, a semana que vem, passaríamos exatamente o que nós estamos passando esta semana. Igualzinho, porque se fosse diferente, V. Exa. teria falado, porque eu conheço V. Exa., uma pessoa de palavra, teria falado: “Não, se fizermos audiência pública semana que vem, nós votaríamos o projeto, porque nós concordamos com o texto”. E V. Exa. mesmo foi claro: a nossa obstrução é a qualquer projeto de governo, independente da posição e do tema do projeto. Não é ao projeto em si da Agricultura, que as deputadas Beth Sahão e Márcia Lia ajudaram na construção.

Então, assim: eu compreendo, eu tive anuência aí, com exceção do PT, de todos os outros líderes da Casa que pensaram da mesma maneira que eu. Por isso tomei essa decisão, e o regime presidencialista, no que pese a decisão ser minha, eu tento dividir com a amplitude da Casa das decisões. E a amplitude da Casa zelava para a gente ter esse caminho. Por isso da decisão que foi tomada.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Permite só fazer uma correção?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É que eu não queria fazer debate sobre esse...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Não, não, não. Vossa Excelência colocou com relação à agonia.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Não foi esse o termo que eu usei. Eu respondi ao deputado Campos Machado, que me fez a pergunta...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Não, o Camarinha. Vinícius Camarinha fez a pergunta. Não foi o deputado Campos Machado.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Deputado Barros Munhoz, Barros Munhoz, e fez a pergunta: “Se houvesse audiência, se a gente iria obstruir o projeto a semana que vem”. Eu disse para o deputado Barros Munhoz: de todo o Colégio de Líderes, nada mais, nada melhor do que uma semana antes da outra. Não foi agonia. Foi isso que eu disse.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Então, corrijo-me e me penitencio de ter usado uma palavra equivocadamente. Perfeito?

Em votação o Item 1. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação.

Deputado Barba. Peço a V. Exa. ...

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - Para indicar o deputado Enio Tatto para encaminhar pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.

Item 2 - Em votação a Emenda Aglutinativa nº 9.

Para encaminhar, o nobre deputado Enio Tatto.

Só lembrando aos deputados, nós votamos o Item 1, não houve verificação. Então o item foi aprovado, o Item 1. Aqueles que sejam contrários e queiram registrar contrariamente seus votos, porque foi uma votação simbólica. Foi isso o que aconteceu dessa vez.

Deputado Ed Thomas, fez o pedido primeiro.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Para uma comunicação, com anuência do líder Enio Tatto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade, tem um pedido de registro de voto antes, da deputada Janaína.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - Para a deputada Janaina, por favor.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Então a deputada Janaina.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sr. Presidente, eu quero pedir primeiro perdão pela minha ignorância, mas eu quero saber exatamente, respeitosamente o que é que eu estou votando. Esse voto, esse Item 1.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O Item 1 é o Projeto de lei nº 147...

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sim.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sem as emendas.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sim, na sua origem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito, como se fosse a origem do projeto foi aprovada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Eu voto “não”.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Você, na verdade, já votou “sim”, porque foi uma votação simbólica.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - É porque eu não entendi. Peço desculpas.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O que é possível ser feito neste momento, deputada Janaina, como é de praxe desta Casa, para que conste nas notas taquigráficas, é que a tua posição é contrária. Então...

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Então eu queria...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registro de voto.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sim, um esclarecimento: quando V. Exa. perguntar dessa forma...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Item 2. Eu estou lá, não abriu o painel. A minha pergunta é: o que eu devo fazer para votar diferente do consenso?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Na verdade, V. Exa. é vice-líder do PSL? Não sendo vice-líder, V. Exa. tem que, primeiro, ou solicitar ao seu líder que faça uma verificação de votação.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Certo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Aí o voto aparece no plenário, ou registrar, posteriormente, o seu voto no microfone, depois da votação simbólica. Só lembrando que o registro não significa que V. Exa. votou “não”, e, sim, deixa registrado que por conta de um entendimento V. Exa. tem uma posição divergente, mas respeitou a votação simbólica.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Eu entendo, Sr. Presidente. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência quer registrar o seu voto “não” no Item 1?

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sim, Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” de Vossa Excelência.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Só para registrar, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado o voto “não” da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Com a palavra o deputado Enio Tatto, para encaminhar a Emenda Aglutinativa nº 9.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO – PT - Não, eu queria pedir uma comunicação antes do Enio Tatto, deputado Enio Tatto falar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só se o deputado Enio Tatto autorizar, que já está com a palavra. Pergunto ao orador se autoriza a comunicação.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - Comunica, deputada Beth.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra a deputada Beth Sahão, para uma comunicação.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO – PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, deputado Enio Tatto. Apenas eu queria fazer dois registros aqui. O primeiro é de que a nossa votação aqui... embora nós tivéssemos participado ativamente da construção dessa aglutinativa, ontem, por exemplo, nós não assinamos a emenda aglutinativa. Portanto, deixamos claro que, apesar de conseguirmos ter construído alguns itens, não era ainda de nosso agrado.

Quando fizemos a solicitação da realização de uma audiência pública, não era uma medida protelatória. Como de praxe, esta bancada sempre, em várias matérias, fez esse tipo de solicitação e muitas vezes foi atendida. Muito nos indigna o fato de, nesta questão em particular, não termos sido atendidos para a realização dessa audiência.

Então, é bom deixar isso bem claro, porque senão dá a impressão de que queríamos fazer a audiência pública para ganhar mais tempo. Nesta semana ou na semana que vem, certamente V. Exa. colocaria esse projeto em votação. Mas, para nós, é muito caro ouvirmos os envolvidos, os representantes e as pessoas que serão afetadas por esse projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só registrando, deputada Beth: de fato, na verdade, vocês assinaram a emenda e retiraram a assinatura quando souberam que não faríamos a audiência pública na semana seguinte. Só para fazer essa pequena correção.

Tem a palavra o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO LULA TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, nossos companheiros das empresas que estão se organizando para que a gente faça um grande debate e tente inviabilizar essas privatizações no estado de São Paulo, subi à tribuna para falar sobre esse projeto. E esse projeto, a pressa, a inviabilização de uma audiência pública resulta nisso que a gente acabou de assistir neste plenário: a deputada Janaina chegar ao microfone e falar que queria mudar o voto e pedir como muda o voto, depois de o partido votar favorável.

Por que é bom você ter audiência pública? Porque você consegue clarear, você consegue esclarecer um monte de coisas, você consegue ouvir especialistas, pessoas da área que vêm debater e questionar alguns pontos. É por isso que a audiência pública é importante.

Ao mesmo tempo, por que não foi aceito que se fizesse audiência pública? Porque audiência pública é democrática, ela esclarece, ela dá oportunidade para todo mundo expor seu ponto de vista.

Um projeto como esse, tratando do agrotóxico, do veneno, a gente não pode simplesmente aprová-lo fazendo uma discussão meia boca, pensando só em uma adaptação burocrática de uma lei federal.

Esse projeto era uma oportunidade enorme de aprofundarmos a questão da qualidade, da saúde da nossa alimentação, do que todo mundo come todos os dias. É aquilo que vai na mesa de cada um de nós, ou da água que a gente bebe. Essa era uma grande oportunidade de debatermos e não simplesmente, de forma rápida, querermos aprovar e nem sequer concordar com uma audiência pública.

Todo mundo aqui representa setores da sociedade, é lógico. Defende seus eleitores, o segmento que o elegeu, em todas as áreas. Mas seria muito mais rico se a gente tivesse o pessoal, os especialistas do agronegócio, debatendo esse projeto aqui na Casa. Seria importante a gente ouvir o pessoal ligado ao Meio Ambiente, debatendo esse projeto e falando sobre o problema do veneno, do agrotóxico, no planeta, no Brasil, no estado de São Paulo.

Seria tão importante a gente ter o pessoal da agricultura familiar, o pessoal do MST, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que produz alimentos orgânicos, que fornece alimentos para as prefeituras, para as escolas. Eles viriam aqui conversar e discutir sobre a experiência do alimento saudável, do alimento orgânico. Uma audiência pública daria essa possibilidade. Seria importante os órgãos do governo, do meio ambiente, da Cetesb virem aqui discutir tudo isso com a população, de forma transparente, e com os deputados. Depois disso, a gente debatia e tomava uma decisão aqui no plenário. Nada disso aconteceu, e o pior de tudo...

Quero chamar a atenção dos deputados que estão no seu primeiro mandato. O que aconteceu ontem aqui? Tinha um monte de gente inscrita. Eu estava inscrito e achei que não ia conseguir falar, porque ia esgotar a sessão extraordinária e não daria tempo.  De repente aconteceu aquilo que acontece há muito tempo aqui nesta Casa: obviamente veio uma orientação do governo, que pediu, através do seu líder, para que retirasse as inscrições, que não debatesse, para deixar só a oposição se inscrever e debater para acabar o tempo e o projeto ficar pronto para ser votado.

Deputados, isso a gente presencia há mais de 20 anos do governo do PSDB, o que aconteceu ontem à noite aqui. Vai acontecer essa orientação do governo quando discutir as privatizações, as incorporações e outros projetos de interesse do governo. Isso é muito ruim para o Parlamento, isso é muito ruim para os parlamentares, é muito ruim porque não há debate, não há defesa de ideias.

O PSL, por exemplo, que chegou aqui para inovar, me parece que teve dois deputados que se inscreveram, os demais não se inscreveram. O que eles vão explicar para as redes sociais, para o eleitorado deles? No primeiro projeto do Doria, que o governo encaminhou para cá, simplesmente fugiram, não se inscreveram, não debateram. Por quê? Com certeza eles gostariam de debater, de se inscrever, de falar, estão com uma volúpia admirável, mas de repente retiraram as inscrições para agilizar o projeto, para a gente estar votando, tudo a interesse do governo.

Por que essa pressa? Por que esse projeto chegou há tanto tempo e nem pautado não era? Porque esse projeto é polêmico, porque esse projeto precisa ser mais bem discutido. Quando se trata de veneno, de agrotóxico - e eu trabalhei na roça até os 18 anos, eu conheço muito bem - se trata da vida do ser humano, do Planeta, dos animais. Quando você joga veneno numa produção, esse veneno penetra, vai para o lençol freático, contamina a água que a gente bebe, gente.

Hoje, no agronegócio, não há 20 dias, deputada Mônica, qualquer plantação que não tem que colocar veneno na alimentação, naquilo que é produzido. Isso uma hora chega e vai para a mesa da gente, vai para a nossa alimentação. Ou não é verdade o aumento das doenças, o aumento do câncer, o aumento da diabete, da artrose, de tudo quanto é tipo de doenças hoje? Não tem nada a ver com isso? Tem tudo a ver com isso daqui.

Por que a gente não aproveitou um projeto dessa envergadura para fazer um debate mais profundo sobre a questão do veneno, do agrotóxico no estado de São Paulo? Porque, se debater, abre a mente, abre a cabeça. A pessoa não vai votar sim lá só porque teve uma orientação do líder do Governo, orientado pelo Governo do Estado.

Isso é muito ruim para a primeira votação desta Casa, principalmente para os deputados novos. Vocês vieram para cá para oxigenar este Parlamento, para inovar, para melhorar, não para manter aquilo que sempre foi: deputados do PT, do PCdoB e do PSOL de um lado e todo mundo do outro lado. Isso se repetiu mais uma vez - e vai se repetir em outras vezes. E aí, cada um vai prestar contas para o seu eleitorado. Com certeza, tem muita gente recebendo mensagem questionando sobre a votação desse projeto e vão receber muito mais - porque esse projeto é muito mais importante que a gente está imaginando.

Era uma grande oportunidade para a gente fazer um grande debate sobre a questão da saúde, da alimentação de todos nós. Há tempo ainda de suspender, fazer uma audiência pública, ouvir todas as partes, aprofundar e depois, sim, votar, mas votar de mente aberta.

Volto a dizer: foi muito ruim, foi muito negativo. E a gente vai denunciar o tempo todo deputados que se inscreveram para discutir o projeto ontem e, por orientação do líder do governo e por orientação do governo, retiraram a assinatura e fugiram do debate. E, hoje, simplesmente, apertaram o botão do sim ao governador Doria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostaria de pedir que as pessoas presentes no plenário não se manifestem. No que pese a boa voz, eu gostaria de pedir. Nós temos um Regimento Interno a ser cumprido e não é lícito que alguém se manifeste nas galerias, afinal, nós estamos encaminhando a votação.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Gostaria de manifestar o voto contrário da bancada do PSOL ao item 1.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está registrado.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, eu entendi o diálogo que o senhor travou com o líder da bancada do PT sobre a decisão, consultados os outros líderes, de iniciar o processo de votação deste PL.

O que eu não consigo entender é por que o parlamento não poderia possibilitar uma audiência pública para que se discutisse um pouco mais este projeto. Me parece que há um açodamento. Aliás, se puder tirar as inscrições, se puder tirar a obstrução, vamos votar logo. Nós estamos na obstrução e nós vamos continuar obstruindo, nós vamos levar a sessão até o final - e o líder do Governo vai pedir para prorrogar. Nós vamos prorrogar, vamos votar para prorrogar. Por quê? Porque o governo já construiu uma base - está claro isso. O deputado Carlão Pignatari já observou isso. A base do governo tem 55, 50 votos e precisa dos votos do PSL. Os votos do PSL são fundamentais, neste momento, para o governo do Doria.

É uma baita contradição, deputado Carlão Pignatari, por quem eu tenho grande respeito. Agora, é preciso deixar claro: esse projeto poderia ter uma audiência pública. Qual é o problema se a base está constituída? Se tem 50, 55 deputados que vão votar a favor? Aliás, ao não ter tido a votação nominal, impossibilitou alguns de registrarem o voto contrário, mas não a impossibilidade de continuar o processo de discussão.

Por isso, eu queria deixar consignado que, no parlamento, a possibilidade de ampliar o debate sempre ajuda. Aliás, ajudou na discussão da emenda aglutinativa. Podia ajudar se tivesse a capacidade de ouvir mais gente - mas parece que não tem. E, aí, tem razão o deputado Enio Tatto, que pergunta: “por que a pressa?”.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Paulo Lula Fiorilo, grata surpresa aqui no parlamento, uma pessoa inteligente e que contribui muito com o debate aqui na Assembleia Legislativa. Eu já fiz esse elogio pessoalmente e agora o faço publicamente.

Única e exclusivamente porque audiência pública não consta no processo legislativo. Para a votação de projetos não existe pré-requisito de audiências públicas. Única e exclusivamente por isso.

É claro que esse projeto está há dois anos e meio na Casa. Todas as audiências públicas já poderiam ter sido feitas. As audiências públicas não necessariamente precisam ser feitas no dia em que vamos votar o projeto.

Então, deputado Paulo, eu conheço muito bem cada um dos parlamentares, principalmente aqueles que foram reeleitos, entendo a posição de cada um, inclusive de V. Exa., da bancada do Partido dos Trabalhadores, porém a Presidência da Casa nada mais é do que um equilibrista de pratos.

Não estou aqui para defender nem um lado e nem outro lado. Estou aqui para buscar entendimentos. E a ampla maioria da Casa tem o entendimento de que este é o momento e o timing dessa votação. Se não, pode ter certeza, essa votação não estaria ocorrendo.

E não estou aqui, deputado Paulo - se V. Exa. quiser a palavra, vou conceder a palavra - e não quero continuar com esse debate. Já prestei esclarecimentos ao deputado Barba, estou prestando a V. Exa., mas acho que não estou aqui para ficar debatendo com os parlamentares, porque a decisão já foi tomada e a votação já está ocorrendo. Então, é melhor a gente avançar e dar continuidade.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a recíproca é verdadeira. Não o conhecia como presidente desta Casa, tive a oportunidade de conhecê-lo agora e registro aqui que o senhor tem conduzido de uma forma, como o senhor mesmo disse, de equilibrar pratos, de malabares.

Eu, em minha fala, não fiz nenhuma referência à norma regimental, até porque conheço o processo legislativo e sei que as audiências públicas ocorrem antes da votação e deveriam já ter ocorrido, já que o PL é de 2018.

O que eu fiz aqui foi apenas um apelo, porque o senhor, com o bom senso que tem, sabe que poderia, inclusive, dialogar com os líderes que construíram essa unidade a possibilidade de ouvir mais gente. Era só isso.

Não é um questionamento regimental, é um questionamento político para que a gente possa amadurecer. É só isso. E sei também que não cabe mais, até porque já estamos no processo de votação. Aprendi isso com pouco tempo na Câmara de São Paulo, mas sei da importância de poder argumentar com quem gosta de ouvir.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela Ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Campos Machado e, depois, eu gostaria que a gente votasse. Estamos já no processo de votação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero fazer uma ressalva à fala do deputado Paulo Fiorilo. Como ele pode afirmar que o Governo tem uma base genérica? Ele sabe se eu sou da base ou não sou da base? Ele sabe que eu não sou.

Então, genericamente, ele, o que fez? Jogou flores. Como noivo apaixonado joga flores em uma rua. Não se sabe onde é a casa da noiva, foi isso o que ele fez essa noite aqui.

Eu não posso aceitar essa posição do deputado Paulo Fiorilo. Tem um mapa na mão? Vossa Excelência deveria chegar e dizer “a base é essa”. Fala, fala quais são os partidos, amigo, mas não seja, desculpe, não falte com a verdade em relação ao PTB, por favor. Fale nome por nome, não faça isso, porque isso não coaduna com sua história na Câmara Municipal de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vamos à votação, depois o deputado Paulo Fiorilo pode passar o nome que quiser aqui. Depois do processo de votação, por favor.

Em votação a emenda aglutinativa nº 9. Os favoráveis permaneçam como se encontram.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência pode encaminhar pela liderança da Minoria.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Sim, pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Quero aproveitar a oportunidade, estamos encaminhando os itens do processo de votação desse Projeto de lei 147, dizendo que esta Casa e a política são fundamentais para que a gente possa fazer acordos, fazer conversas. Parlar. O parlatório é exatamente a possibilidade de a gente dialogar, de a gente conversar, de a gente parlar. 

E nós parlamos muito na construção da emenda aglutinativa que modificou esse projeto de lei e fez com que ele melhorasse muito. Fez com que o projeto de lei fosse um projeto de lei que atendesse a todas as necessidades do meio ambiente, do diálogo com a saúde, da importância que é a discussão, como bem ressaltou o deputado Enio Tatto, porque nós vivemos em uma sociedade, pasmem, que, desde 2015,
teve a liberação de 1.200 novos agrotóxicos no Brasil.

Essa informação foi colocada em um site bastante confiável no dia de hoje. Ela relata que nós, habitantes deste País, consumimos 7,3 litros de veneno por ano. A gente nem percebe. A gente come uma maçã deliciosa, a gente come uma alface gostosa, a gente ingere legumes e a gente está consumindo, no bojo de toda essa alimentação, 7,3 litros. É como se você bebesse sete litros de veneno. É isso que nós consumimos enquanto pessoas que se alimentam de produtos que deveriam ser saudáveis, e que não são. 

Esse veneno tem aumentado muito nos últimos três anos, segundo a matéria que nós lemos hoje. Um dado extremamente importante: hoje, no Brasil, nós temos 2.184 produtos consolidados, produtos para utilização na agricultura, veneno, diga-se. Desses 2.184, deputado Wellington Moura, 715 desses 2.184 venenos são classificados como extremamente tóxicos e 319 são considerados altamente tóxicos.

Então, dentro desse mundo dos venenos, em que a gente se alimenta desses venenos, em que a gente consome sete litros de veneno por ano, nós podemos adquirir algumas doenças. E eu vivo isso no dia a dia, na minha casa, porque o meu marido é gastroenterologista e ele cuida, ele faz oncologia, então eu sei muito bem o que é o estado terminal de um paciente de câncer, eu sei muito bem o que é uma criança com câncer.

Quais são as complicações, deputada Maria Lúcia, que nós podemos ter advindo desses 2.184 produtos-veneno que nós ingerimos na nossa alimentação? Nós podemos ter intoxicação aguda, nós podemos ter fraqueza, vômitos, tonturas, convulsões, nós podemos ter alterações cromossômicas, nós podemos ter alergias, nós podemos ter Parkinson, que é uma doença grave, nós podemos ter má formação fetal, a mulher grávida pode ter uma criança deficiente, uma criança com má formação, por conta do veneno que a gente nem percebe que a gente come todos os dias, e a gente pode ter câncer. A gente pode ter várias formas, vários tipos de câncer diferentes por conta da ingestão desse veneno que a gente não percebe.

Então, foi muito importante que a gente pudesse ter trabalhado na elaboração de uma melhoria nesse projeto de lei.

Nós fizemos isso com toda a dedicação de vários parlamentares, diga-se de passagem, parlamentares da situação e da oposição, porque este projeto era fundamental para que a gente pudesse ter critérios de fiscalização, porque, pasmem todos, nós não temos fiscalização no estado de São Paulo.

A lei federal é de 1989. A lei estadual foi considerada inconstitucional, parcialmente inconstitucional, e aí ficou todo esse espaço de tempo sem que houvesse legislação que regulamentasse essa questão dos agrotóxicos no estado de São Paulo. Este projeto de lei chegou aqui, deputado Cauê, presidente desta Casa, em março do ano passado, 25 ou 26 de março de 2018, se não me engano.

Ele chegou em regime de urgência. Foi o governador Geraldo Alckmin que mandou o projeto para cá. Ele ficou pronto em maio, porque ele veio com urgência constitucional, não passou pelas comissões, não teve a possibilidade de os deputados se debruçarem sobre ele. E aí, como mudou o governador no fim de abril, começo de maio, o PSDB se colocou contra esse projeto, e ele ficou engavetado.

Ninguém se deu conta de que este projeto era tão fundamental para o estado de São Paulo, porque ninguém trouxe à baila a discussão deste projeto. Ninguém trouxe este projeto para que nós pudéssemos convocar audiências públicas, para que nós pudéssemos fazer o debate, chamar os ambientalistas e todos aqueles que têm interesse no não consumo do tóxico, do veneno.

Então, não é verdade que não houve interesse dos deputados, porque ninguém podia imaginar que este projeto de lei seria o carro-chefe, seria a mola propulsora das primeiras semanas deste Parlamento paulista. Parece que virou uma saga nesta Casa aprovar - de inopino, na rapidez, de uma urgência constitucional - um projeto de lei que estava desde março de 2018, passeando aí pelas gavetas da Assembleia Legislativa.

Então, quero dizer que nós nos esforçamos muito. O deputado Barros Munhoz e o deputado Carlão Pignatari são testemunhas disso. Eles participaram de todos os diálogos e eles sabem o quanto nós melhoramos este projeto, mas não é verdade que este projeto esteve na Ordem do Dia, que foi levado para as comissões, que este projeto foi debatido em comissões, que este projeto se fez presente na vida dos parlamentares desta Casa. Não é verdade.

Ele foi ressuscitado no começo desta legislatura e foi bailado à situação de um projeto fundamental para esta Casa, o que, diga-se de passagem, a votação do projeto é importante, mas ele não tinha a famosa urgência, porque ele também ficou engavetado pelo governo por quase dois anos, então vamos pôr os pingos nos “is” para a gente poder entender, de fato, o que está acontecendo.

Agora, eu quero fazer uma manifestação, algo inacreditável que aconteceu no nosso país no dia de hoje. O presidente da República Jair Bolsonaro declarou que governar o Brasil é um abacaxi. Está rodando nas redes sociais. Um presidente da República, que deveria estar se sentindo extremamente valorizado pelo povo brasileiro, se sentindo importante, querendo criar condições para melhorar a economia deste país, para dar emprego para 16 milhões de pessoas que estão desempregadas, ele diz que é um abacaxi governar o Brasil.

Oras, por que se colocou presidente da República então? Por que foi disputar a eleição? Por que fez tantas “fake news”? Para dizer que é um abacaxi ser presidente do Brasil? Ora, o que é isso, minha gente? Não estou acreditando. Estamos com 16 projetos de lei que foram encaminhados, pelo presidente Jair Bolsonaro, para a Câmara dos Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Márcia.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Nenhum desses projetos, ele conseguiu fazer articulação política para votar. Nada acontece na Câmara dos Deputados desde janeiro, desde fevereiro. Estamos vivendo uma situação... O empresariado paulista já seu deu conta disso. Está desesperado, está desanimado. O agronegócio, idem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para concluir, deputada Márcia, por favor.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou concluindo. O agronegócio já se deu conta da tremenda fria que entrou. Muito obrigada.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Presidente, eu queria encaminhar pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental, V. Exa. tem a palavra. Deputado Carlão?

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos e a todas. Eu queria falar um pouquinho sobre o tema do dia e sobre as inúmeras dificuldades desse momento que vivemos. Para o nosso mandato da bancada ativista é um momento bastante complexo.

Porque a gente chega na Casa com regime de urgência de um projeto que versa sobre um tema bastante caro e bastante importante. Que são os venenos no estado de São Paulo. Como sempre falo, é disso que se trata os agrotóxicos.

A gente está vivendo um dia bastante difícil, na bancada do PSOL, depois do ataque à companheira Erica Malunguinho e da forma como tudo isso se desdobra. Nessa Casa, que chega tão efervescente e cheia de vontade do debate, cheia de debate de construir, democraticamente, em cima das nossas divergências, diferenças, e pautar o Governo do Estado.

Ouvimos bastante. A gente ouviu, com muita disposição, os argumentos contrários, favoráveis, a necessidade de se construir esse projeto. A gente reconhece que é necessário modernizar a legislação. A gente reconhece que é necessário falar sobre agrotóxicos. Embora a gente queira pautar a diminuição do consumo, a gente precisa falar do agrotóxico.

Precisa regulamentar, por exemplo, a destinação de embalagens. Mas é com muita tristeza que a gente percebe que o governo manda para nós e a Casa coloca para a gente um ritmo muito acelerado de debates, que não nos permite o aprofundamento das ideias. Eu gostaria muito de poder ouvir mais. Eu gostaria muito de poder falar mais.

A bancada do PSOL gostaria de contribuir mais. A bancada ativista, que tem como centro da sua política o Meio Ambiente, gostaria de contribuir mais. Mas o ritmo acelerado das coisas não nos permite falar sobre. Então, nesse sentido, a gente acha que a gente precisava caminhar para um projeto de lei que previsse a redução de danos.

É importante a gente aceitar que, assim como me foi questionada nessa tribuna ontem que “se a gente não tiver agrotóxico, a gente vai ter um colapso na produção agrícola desse estado”, é importante a gente aceitar que, se a gente continuar nesse  ritmo tão elevado de consumo de agrotóxicos, a gente vai ter um colapso no SUS. A gente vai ter um colapso de Saúde Pública.

A gente precisa falar, também, sobre a forma como a gente permite que sejam usados os agrotóxicos. E a gente precisa falar de redução de danos. Por isso é importante a proposta da REDE Sustentabilidade, na aglutinativa, de um comitê de fiscalização.

Que não fosse consultivo e sim deliberativo. Que juntasse a sociedade civil, que juntasse cientistas, que juntasse a Saúde e juntasse o agricultor. E os mais diversos tipos de agricultor que existem. Para controlar e, de forma sistêmica e gradual, a gente ir reduzindo o consumo.

Então, pedi para encaminhar pela bancada do PSOL para dizer que a gente está na disposição do diálogo. Principalmente nessa pauta, a bancada ativista está na disposição do diálogo. Está, inclusive, com muita vontade de contribuir com o debate ambiental. Mas a gente não sentiu de volta a abertura para diálogo dessa forma como a votação foi encaminhada.

É por isso que, hoje, a gente está na obstrução do projeto. É por isso que, hoje, a gente tem encaminhado voto contrário ao projeto. É um  tema delicado. É um tema sensível. É um tema que diz respeito às vidas. Não é a vida no abstrato. Não é a vida só do trabalhador. Mas é importante a gente falar, primeiro, do trabalhador do campo, que é quem tem contato primeiro com os agrotóxicos.

Mas é sobre a vida de todos nós. É sobre tudo o que a gente consome: do café, da maçã, da água, do alface, do arroz, do feijão, de cada uma de nossas refeições e das doses diárias de veneno que a gente consome. Mais uma vez, então, eu quero dizer que a gente se esforçou e que a gente está disponível para o debate e que a gente gostaria muito que a gente caminhasse junto para um debate real sobre a real necessidade do problema.

Eu sei que o agronegócio é 20% do PIB do estado de São Paulo. Eu sei que a gente tem 800 mil hectares de plantação. Eu sei que a gente tem 300 mil unidades. Eu sei que essa é a única forma que o agricultor reconhece. Mas eu também reconheço que a pulverização, por exemplo, dos agrotóxicos é um tema muito sensível. Antes de a gente falar das embalagens, a gente precisa falar da liberação do uso sistêmico contínuo em grande quantidade, de larga escala desse tipo de veneno.

Então, é por isso que, muito sinceramente, pela bancada do PSOL e pela bancada Ativista, eu venho aqui dizer que a gente esteve à disposição do debate, a gente esteve à disposição de contribuir, mas a gente entendeu que isso não aconteceu. E a gente lamenta profundamente ter chegado nesta Casa e ser obrigado a votar o primeiro voto da gente, que é dessa pauta, que é da causa ambiental, de forma tão atribulada e com tão pouco debate e com tantas dificuldades para construir juntos e melhorar. Melhorar, para a gente, não significa melhorar apenas essa lei, mas a gente precisa parar de aceitar trabalhar com menos pior. O melhor para o estado todo, para o agricultor, para o trabalhador e para cada um de nós que consome comida diariamente seria a gente começar a discutir como é que a gente reduz o uso de substâncias venenosas na agricultura do estado.

Então, a nossa fala de encaminhamento foi mais para justificar o nosso posicionamento, que vai ser contrário nesta noite. Obrigada presidente, obrigada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o item nº 2, emenda aglutinativa nº 9. Os Srs. Deputados, Sras. Deputadas que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará. Só lembrando que estamos votando o item nº 2 do roteiro, a emenda aglutinativa de nº 9.

 Em votação.

Transcorridos os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto por 30 segundos. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, votem "sim", "não" ou registrem abstenção nos terminais dispostos em suas mesas.

Só lembrando que nós estamos votando, neste momento, o item número dois do roteiro, que é a Emenda Aglutinativa nº 9.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Sr. Presidente, pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Não tem a ver com a votação. É só uma pequena comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Enquanto os deputados fazem a votação, passo a palavra a Vossa Excelência.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - É que está aqui entre nós o Nelinho Noronha; ele é do Partido dos Trabalhadores de Águas de São Pedro e é vereador, também, com sua esposa. Por sinal, é meu irmão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Registro a sua presença, então, vereador nominado já pela nobre deputada Bebel, e agradeço a sua presença.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - A bancada do Partido dos Trabalhadores está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Queria colocar o PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSOL está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA- PSB - Colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Para manifestar obstrução do MDB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Colocar o PODEMOS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PODEMOS está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Colocar o PSL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 72 Srs. Deputados: 66 votaram “sim”, cinco votaram “não”, e este deputado na Presidência, quórum suficiente para aprovar a emenda aglutinativa.

Item nº 3 - Emendas de nº 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, englobadamente.

Em votação.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, indico o Dr. Jorge para encaminhar em nome da bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O deputado Dr. Jorge encaminha em nome da liderança do PT.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Sr. Presidente, posso fazer uma reclamação, com anuência do orador?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Enquanto o orador se encaminha à tribuna, V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - É apenas para fazer um reparo em função da fala do deputado Campos Machado, que não sei se está no plenário... Desculpa! Deputado Campos, como eu não poderia vê-lo? Até porque o senhor é daqueles que não utilizam o farfalhar das palavras secas. Por isso, venho aqui para fazer um reparo ou, melhor, para informá-lo sobre a minha fala anterior.

Eu disse que o Governo estava construindo uma base. Essa base girava em torno de 55 votos. É verdade que, nessa votação, o Governo chegou a 65 votos, 66. Mas a base a que eu fazia referência não tinha o PTB. Não tinha. Mas, como disse o deputado Enio, o tempo é o senhor da razão e da verdade. É aí que a gente começa a ver para onde vão os partidos.

O PSL foi todinho para o colo do Governo, nesse caso. O AVANTE também não, mas o PSL foi.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A palavra está com o deputado Paulo Fiorilo. Por favor, gente. Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Obrigado, presidente. Sr. Presidente, garanta a minha palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Vou falar de novo, para a deputada Janaina observar o que eu disse.

Eu disse o seguinte: o Governo vem construindo uma base para aprovar os seus projetos. Nesse caso, nas várias votações anteriores, o PSL votou unificado em prol do Governo. É uma constatação, ela é numérica. Estou dizendo do processo, não estou dizendo deste voto. Estou dizendo do processo. Por isso, faço aqui uma única ressalva à deputada Janaina que, do PSL, votou contrariamente. Dois votos. Mas não posso deixar de registrar que houve todo um movimento do PSL a favor do Governo. É só isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. É necessário.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Temos um orador na tribuna. Pergunto se existe anuência do orador para uma comunicação. Existindo anuência, V. Exa. tem a palavra para uma comunicação.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - É só um registro respeitoso a S. Exa., o deputado Fiorilo. Os fatos mostram: durante dois dias, os parlamentares do PT fizeram discursos bonitos, bateram no Governo, bateram no projeto. Aí, V. Exa. faz votação simbólica e fica todo mundo bonitinho, quietinho, porque é bom passar por votação simbólica. Todo mundo faz discurso bonito, que é o que o povo ouve e registra, mas, na hora H, vai com o Governo, não é?

Pois nós solicitamos... Depois veio o líder e falou, mas fui eu que comecei a confusão, reconheço: “Vamos fazer votação aberta”. Porque eu ainda não estava convicta com esse texto, prefiro votar não, respeitosamente aos colegas que defenderam o projeto e trabalharam pelo projeto. Reconheço isso. 

Aí eles obstruem, porque entraram em pânico, e as colegas que passaram horas falando mal do Governo e do projeto e da falta de democracia e da falta de audiência pública votaram “sim”. Os fatos mostram.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Sr. Presidente, para uma reclamação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto se existe anuência. Temos um orador na tribuna. Pergunto se existe anuência do orador na tribuna. Existindo anuência do orador na tribuna, para uma reclamação, para uma comunicação, o nobre deputado Roque Barbiere.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Quero saber, presidente, do deputado Paulo, que citou o PTB como base do Governo... Primeiro, quero dizer a ele que voto em quem eu quiser. O PTB é um partido em que nós dois somos irmãos, o Campos Machado e eu. Cada um tem sua opinião em determinados assuntos. Não somos reféns de nada. Eles deveriam cuidar dos presos deles, que estão na cadeia, ao invés de encher o saco do PTB. Era muito melhor.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto ao orador da tribuna se existe anuência à deputada Beth Sahão.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Sim, Sr. Presidente, claro que sim.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Por favor, peço para que esta seja a última comunicação, deputados, e vou passar a palavra ao orador na tribuna. Deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero dizer à deputada Janaina, Sr. Presidente, que nós, desde o início, tivemos uma posição muito clara em relação a esse projeto. Nós nos pautamos pela coerência daquilo que a gente defende. Levamos as nossas convicções para as reuniões que nós fizemos, debatemos nessas reuniões, deputada Márcia Lia e eu, representando a bancada do Partido dos Trabalhadores.

Teve itens com os quais nós não concordamos, e nós votamos contra o projeto, como fazemos nesta Casa em todas as ocasiões. Agora, neste item em particular que estava em votação, nós votamos favoravelmente, deputada Márcia Lia e eu. Tanto é verdade que muitos membros da bancada do Partido dos Trabalhadores não votaram, continuaram o seu processo de obstrução.

O deputado Barba, nosso líder, também votou, porque esse foi o item, deputado Gil Diniz, em que nós evoluímos, em que nós conseguimos obter alguns avanços junto ao deputado Carlão, junto ao deputado Barros Munhoz sobretudo. Por isso, a gente não pode ser incoerente. Se nesse item nós conseguimos avançar, a resposta que nós poderíamos dar, no mínimo, para manter a nossa coerência, seria votar favoravelmente, e foi o que fizemos. Acredito que tenhamos esclarecido a dúvida que paira sobre a deputada Janaina.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem a palavra o deputado Dr. Jorge, para encaminhar em nome da liderança do PT.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pessoal da galeria, da Emplasa, quero registrar que recebi hoje uma comissão dos representantes da empresa e dizer que contem com a gente. Saibam que nós somos contrários a esse projeto da forma como o Governo encaminhou aqui para esta Casa e saibam que terão com certeza o apoio da nossa bancada. Imagino que os deputados que aqui estão e os que não estão vão avaliar esse Projeto 01 da forma atabalhoada como veio, da forma global como veio, com outras empresas. Certamente a nossa bancada vai votar contrário dessa maneira aí.

Eu quero corroborar os colegas meus que falaram aqui e prestar minha solidariedade à deputada Erica Malunguinho, que não está no plenário, e dizer que a postura do também colega Douglas Garcia não é uma postura de um parlamentar que respeita o seu par. Nós estamos aqui para respeitar uns aos outros, e não para fazer um debate homofóbico, discriminatório, de forma a demonstrar falta de respeito pelo seu par.

Eu aprendi com a minha mãe e com meu pai, deputado Douglas, que, se você não respeitar o próximo, você não merece o respeito dele. Se você não respeitar o seu filho, você também não merece o respeito dele, e isso vale também para o Parlamento, isso vale para os pares. Então toda a minha solidariedade à deputada Erica Malunguinho pela sua postura de defesa, de dizer que ela é contrária, e todos nós somos contrários a essa postura de Vossa Excelência.

Você já pediu desculpa aqui, mas, como disse o deputado Campos Machado, sábio Campos Machado, “as palavras, quando estão conosco, elas são nossas; quando nós lançamos a palavra, aí não tem como a gente recolhê-las mais, elas já não são mais nossas, elas já são explicitadas”. Então, a partir do momento em que eu lanço uma palavra ofensiva ao meu colega, ao meu par, eu já tenho que saber que ele não vai gostar e que ele vai retribuir, de forma educada ou de forma não educada, mas certamente ele vai retribuir.

Quero dizer também que a nossa deputada Márcia Lia falou do abacaxi que é o governo Bolsonaro, e que abacaxi, deputado. Na verdade esse abacaxi é com casca e nó.

Infelizmente os trabalhadores, a maioria do povo brasileiro, nós todos, brasileiros, vamos ter que descascar esse abacaxi. Um abacaxi que criaram para nós, que plantaram depois de fake news, depois de muita mentira, depois de muita falta de debate, não debatemos ideias, não debatemos projetos, as pessoas que votaram no governo Bolsonaro, do presidente Bolsonaro, não sabiam o que ele pensava para o Brasil. 

Por que não sabiam? Porque aquela facada que teve lá em Minas Gerais vitimizou ele, tornou ele uma vítima e, a partir daí, ele se deu o direito de não ir mais a debate nenhum. E a partir de não fazer nenhum debate a sociedade brasileira ia votar em um presidente e não sabia o que ele ia fazer. 

Mas ele já está mostrando o que vai fazer. A famigerada reforma da Previdência é exatamente um sinal de que ele quer dar continuidade ao governo golpista do Temer. Governo de exclusão social, governo de retirada de direitos, governo que, depois da reforma trabalhista, teve a extinção do Ministério do Trabalho.

Mas para que Ministério do Trabalho, Srs. e Sras. Deputados, se não tem emprego? O desemprego está aumentando a cada dia, para que Ministério do Trabalho? Então, extinguiu o Ministério do Trabalho.

Esse é o resultado de um governo que, de fato, não tem compromisso com a sociedade brasileira. Mas o povo, infelizmente, vai pagar esse preço, vai ter que descascar esse abacaxi por mais um tempo. E todas as vezes que ele abre a boca para falar, acaba falando essas asneiras, essas bobeiras, em vez de se debruçar em resolver os problemas do nosso País, que não são poucos.

Mas, enfim, eu não me inscrevi aqui para fazer um debate sobre a questão nacional. Eu me inscrevi aqui para falar do Projeto 147, de 18. Esse projeto, e eu sou militante do movimento social, sou defensor das cooperativas, sou um defensor da qualidade da alimentação, sou um defensor do movimento rural, dos trabalhadores rurais, aqueles que produzem, aqueles que produzem com o fruto do seu trabalho para sobreviver.

Eu não posso concordar que nós temos que ter produtos cada vez mais nocivos à saúde das pessoas. Eu não posso concordar que nós tenhamos, cada vez mais, alimentação que faça mal à saúde das pessoas. Nós não podemos concordar que nós tenhamos um projeto que tenha outros interesses, que tenha interesses que nós não podemos aqui saber exatamente de onde vêm.

Então, eu quero dizer para todos os Srs. e Sras. Deputados que nós somos contrários a esse projeto. Sabemos do esforço que as colegas, deputadas Márcia Lia e Beth Sahão, tiveram para melhorar esse projeto. Mesmo assim ele ainda não está da maneira como nós gostaríamos, porque esse é o local do debate. Esse é o Parlamento onde as ideias têm que prevalecer. Não podemos simplesmente deixar que um projeto passe aqui sem... nós não podemos concordar, porque com a nossa concordância ele seria rejeitado, reprovado, porque não dá para aprovar qualquer projeto que venha ao encontro, para piorar a vida das pessoas. Nossos projetos têm que ser projetos.

Quando vim para o Parlamento, quando fiz campanha, quando me elegi deputado, foi para defender a qualidade de vida das pessoas e não para piorar a vida das pessoas. Por isso, quero registrar aqui que nós somos contrários a esse projeto, que nós gostaríamos que ele fosse melhorado, que tivesse audiência pública, que tivesse condições de debate, que nós pudéssemos ouvir mais pessoas, que o Parlamento pudesse se debruçar melhor sobre esse projeto para que a gente pudesse, depois, aprovar ou não aprovar ele.

Quero registrar aqui que, apesar do esforço das colegas aqui, nós vamos, certamente, votar contra esse projeto, vou seguir a orientação do meu líder, mas exatamente por conta da nocividade dele, do quanto ele faz mal para toda a sociedade.

E, para concluir, eu quero dizer que estou pela primeira vez no Parlamento. Estou há 30 anos na política, mas é a primeira vez que eu sou parlamentar, e está sendo muito legal perceber o quanto o debate ideológico está, muitas vezes, sobrepondo às ideias. Todos os dias a gente enfrenta aqui os colegas, especialmente os colegas do PSL, ofendendo o nosso partido, ofendendo as pessoas nossas, ofendendo o ex-presidente Lula, falando que ele está preso.

Ele está preso porque não teve o devido processo legal e a garantia que a Constituição nos deu. Se ele estivesse livre, e nós somos defensores do Lula Livre, nós o teríamos como presidente do Brasil, porque, antes de ele ser preso, mais de 40% do povo brasileiro no primeiro turno já queria o Lula presidente. Mas, enfim, fizeram uma manobra, manobra essa que fez com que o Lula não fosse candidato. Com o fato de ele não ser candidato, a gente não conseguiu elegê-lo.

Mas nós somos defensores da Justiça, apesar de a Justiça, muitas vezes, ser falha e seletiva, infelizmente. Então nós somos defensores da Justiça e acreditamos que o Lula será livre para que o povo brasileiro possa defender a democracia neste País. E não é isso que está sendo colocado no Brasil.

Neste final de semana, completará um ano do nosso presidente, um preso político. Completará um ano. Nós vamos a Curitiba para defender a democracia, para defender o Lula Livre, para defender que a Justiça seja para todos, inclusive para a direita, inclusive para a extrema-direita, porque nós queremos justiça e paz social. Nós não queremos que ela seja seletiva, seja para uns e para outros não.

Por isso, colegas deputados do meu partido e colegas, nós somos contrários a esse projeto, porque nós defendemos o diálogo e a Saúde pública para toda a sociedade paulista e paulistana.

Muito obrigado.

 

A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para indicar a deputada Beth Sahão para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Beth Sahão para encaminhar em nome da liderança da Minoria.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto se existe anuência da oradora para uma comunicação, deputada Beth Sahão.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, só para fazer um esclarecimento para o questionamento da deputada Janaina Paschoal. Nós votamos a favor da emenda aglutinativa porque o projeto original era muito ruim. Tudo o que sofreu de melhora nesse projeto teve a participação da bancada do Partido dos Trabalhadores, representado pelas duas deputadas, a companheira Beth Sahão e a companheira Márcia Lia. Então, para esclarecer isso. Quando a gente conserta um projeto, deputada, nós só votamos na emenda aglutinativa por conta disso. Ao objeto do projeto, que era o principal, nós somos contrários, exatamente em função de a gente ter consertado aquele projeto, então não admitia aquele. Só para deixar isso claro.

Segunda coisa, você foi homenageada aqui hoje pelo deputado Rafael Silva como professora, eu não lembro se da PUC ou se da USP, como jurista e como professora. Também quero lembrar que nós temos outra professora aqui. Tenho muita honra e orgulho de andar ao lado dela, que é a professora Maria Bebel, que é do ensino fundamental do estado. Também, se quiser, pode dar aula em curso superior, porque é bacharel nisso. Ela tem a honra de fazer essa luta aqui. Parabéns, Professora Bebel, por ser companheira do PT.

Muito obrigado.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - O meu é uma reclamação, mas uma reclamação sem fazer cavalo de batalha.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só pergunto antes se existe anuência da deputada Beth Sahão, que já está há algum tempo na tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Eu acho que de forma respeitosa também não me dirigiu a deputada Janaina, porque, ontem, ela questionou o fato de o deputado Barba ter tido um posicionamento que questionou a bancada do PSL, no sentido de dizer que, enfim, estaria tentando interferir no PSL. Eu quero dizer que também, deputada, nós queremos ter essa liberdade. Ele explicou para V. Exa. o porquê aconteceu, a forma como está sendo encaminhado, e eu espero que a senhora tenha entendido. Então, por essa razão, fiz a reclamação.

Muito obrigada.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só me manifestei, deputada Bebel, porque o deputado Fiorilo quis fazer crer que o PSL teria apoiado o governo, e aí eu achei importante esclarecer que, na verdade, o PSL deu liberdade para os seus parlamentares; eu e outros colegas votamos contra o governo, e os parlamentares do PT que votaram, votaram a favor do governo.

Eu entendi importante esclarecer, eu não faria isso em outra circunstância, porque o deputado Fiorilo quis interpretar o painel de maneira contrária ao que estava no painel. Então, de maneira nenhuma, eu quis me meter, desrespeitar a autonomia do partido. Só quero esclarecer isso, agradeço.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto se existe anuência da oradora na tribuna.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Gente, fiquem à vontade.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pessoal, eu vou dar mais duas comunicações, encerrar, e vou passar, porque nós estamos caminhando para o fim da sessão. Nós estamos no processo de votação. Acho que não tem nenhum sentido essa discussão de comunicações, está certo?

Então, vou passar às últimas duas e encerro. Deputado Gil.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Aos deputados do PT que nos acusaram de estar aderindo ao governo, a reclamação da deputada Janaina é mais do que justa, porque vocês passam mais de dois dias aqui, nos acusando de aderir ao governo, sendo que vocês são anexos da bancada governista, que é um conjunto de partidos, inclusive, já votaram no PSDB aqui, no primeiro dia de mandato.

Então, ficou claro, na primeira votação, para quem acompanhou, que não houve qualquer manifestação dos deputados do PT. A Janaina correu aqui no microfone e registrou o seu voto contrário. Nenhum parlamentar do PT, na votação simbólica, se manifestou contrário ao voto.

No segundo, quando o Barba pede a verificação de votação, cinco parlamentares do PT votam favoráveis à emenda aglutinativa, e os outros se mantiveram em obstrução. É legítimo, mas ninguém do PT se manifestou contrário ao projeto na hora do vamos ver, na hora do voto, e isso tem que ficar mais do que registrado.

Para finalizar, presidente, não poderia deixar passar o nome do deputado Dr. Jorge do Carmo. Deputado Dr. Jorge do Carmo, quando o senhor fala que o presidente se vitimizou, desculpe-me, mas eu passei aquela madrugada do dia 6 para o dia 7 de setembro na UTI, com o presidente Bolsonaro.

Um militante do PSOL, Adélio Bispo, esse sim com sangue nas mãos, não com um discurso de ódio, ele foi lá e tentou assassinar o então candidato a presidente, hoje presidente, num ato político. Isso, sim, é um crime político. Isso, sim, tem que ficar registrado, que um militante do PSOL, Adélio Bispo, tentou assassinar o presidente Jair Messias Bolsonaro.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para restabelecer a verdade sobre o que aconteceu. É simples. Nós estamos num processo de obstrução aos projetos do governo. Na sessão do dia 27/03, o PSL, na sua totalidade, votou contra a inversão proposta pelo deputado Teonilio Barba.

No dia 02/04, o PSL inteiro votou contra a verificação solicitada pelo deputado Teonilio Barba. No dia 03/04, o PSL inteiro votou contrário ao pedido da deputada Márcia Lia. Na votação de hoje, é verdade o que disse a deputada Janaina.

Como o presidente encaminhou a votação simbólica, muita gente não se ateve a isso. E deveria ter pedido verificação nominal. Que poderia pedir o PT, o PSL, o PSB. Qualquer partido poderia. Não cabe só ao PT pedir votação nominal. Também o PT poderia. Não pediu. Mas, em seguida ao registro da deputada Janaina, o deputado Barba pediu para registrar os votos contrários. Do mesmo jeito que a deputada Janaina fez, o deputado Barba o fez.

Na votação da emenda aglutinativa, não cinco, mas quatro deputados do PT, votaram favoráveis à emenda aglutinativa, em função do debate que foi feito. Os outros continuaram a obstrução e não votaram. É preciso  deixar claro o procedimento. Quando fiz referência ao PSL, não fiz à votação de agora, da emenda aglutinativa. Fiz a partir de um histórico que está registrado e que todo mundo tem acesso.

Só isso. Não sei por que esse cavalo de batalha. Basta reconhecer a verdade: “A gente votou contra a inversão, a gente votou a favor nisso, a favor daquilo”. Não tem problema. Cada partido responde pelo que votou. Não tem crise. É simples assim. Está registrado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Beth Sahão tem a palavra.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Posso agora, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência é que autorizou todas as comunicações. Se não tivesse, eu com certeza não daria comunicação.

 

A SRA. BETH LULA SAHÃO - PT - Se tivesse mais, eu também autorizaria.

Mas só para eu me partilhar com aquilo que o deputado Paulo Fiorilo fala. É exatamente isso. Votamos contra em vários dos itens que foram colocados em votação. E votamos a favor dessa emenda aglutinativa. Porque foi uma emenda que trabalhamos. E seria um contrassenso nos colocarmos contrários a ela.

Quero, antes de entrar em algumas questões, me solidarizar, mais uma vez, com uma deputada do PSOL, a deputada Erica. Que teve hoje um assessor seu que foi abordado, mais uma vez, pela Polícia Militar lá fora.

Não é a Polícia Militar da Casa. A Polícia Militar da Casa, por sinal, é preciso reconhecer, tem um carinho e um tratamento extremamente respeitoso para conosco e para com as pessoas que aqui trabalham. Esse parêntese precisa ser feito.

O assessor da deputada Erica, um negro, mais uma vez. Acabei de falar, agora há pouco, da questão da mulher negra do Mc Donalds. Agora volto a essa tribuna para mais um episódio lamentável de perseguição policial. Muitas vezes, de desconfiança, apenas pela pessoa ser negra. Essa é a verdade. Isso também tem que acabar. Essa cultura precisa mudar. Essa coisa do racismo não pode mais continuar a acontecer.

Ele abordou e prendeu o assessor da deputada Erica. Se ele não ligasse para ela e se ela não pedisse a ajuda dos policiais militares da Casa, ele estaria preso até agora. Graças a ela e Polícia Militar da Casa foi possível livrar o seu assessor. Portanto, a nossa solidariedade. A gente sempre espera e sempre falamos isso: que esses episódios não podem mais acontecer. Estamos cansadas de trazer esse tipo de denúncia aqui na Casa. Portanto, fica aqui a nossa solidariedade.

Voltando à questão do que hoje foi dito. Eu queria fazer... O deputado Emidio trouxe alguns dados sobre a questão do comércio do Brasil com os países árabes. Eu queria falar um pouco mais. Descendente que sou, de libaneses, meus quatro avós são do Líbano. Portanto, sou raça pura. (Risos.)

Quero dizer uma coisa. Sem querer tomar partido, mas já tomando. Até porque, sempre defendi a paz entre árabes e judeus. Sempre defendi a paz. Jamais acho que ali pode ser um espaço de guerra. Mas sempre defendi os palestinos. Acho que eles têm direito ao seu espaço, ao seu naco de terra que lhes foi tirado desde o final da Segunda Guerra Mundial.

De lá para cá, eles nunca mais conseguiram ter uma pátria. E lutam por um espaço. Eles foram confinados. Já tive a oportunidade de chegar muito próximo à Faixa de Gaza e conhecer a situação de vida dos palestinos. Não é tão fácil assim. É uma  desproporcionalidade entre Israel e o Estado da Palestina. E o presidente Bolsonaro, ele instiga ainda mais esse tipo de divisão, o que é lamentável, seguido, inclusive, pelo seu filho, Flávio Bolsonaro, que provoca, que faz provocações. E, talvez alguém mais avisado deve ter dado um recado para ele, ele imediatamente retirou a publicação que ele fez nas suas redes sociais em relação ao grupo Hamas.

Quero dizer que muitos desses grupos nos países árabes, têm se institucionalizado como o Hezbollah, por exemplo, que se institucionalizou e se tornou partido político. E mais do que isso, além da questão da falta de diplomacia e da falta de cuidado para com esses países, o que é lamentável, ainda vamos perder muito do ponto de vista das nossas exportações. Como bem colocou o deputado Emidio aqui, com números, que eu não estou com eles disponíveis neste momento, mas os países árabes são muito mais consumidores dos produtos brasileiros, principalmente dos produtos agrícolas, do que Israel. Três bilhões de dólares contra 400 milhões de dólares. Olha a diferença. Isso vai impactar, deputado Barros Munhoz, que é ligado à agricultura, isso vai impactar as exportações brasileiras. Eu não tenho dúvidas sobre isso. Por exemplo, a Arábia Saudita é um país que consome muito a carne de frango, as aves. E nesse sentido já disseram que vão diminuir, senão interromper todo o processo de exportação de carne de frango do Brasil. Tudo isso por uma falta de competência, por uma falta de capacidade.

 E para concluir ainda, o presidente Bolsonaro confundi, ou por falta de conhecimento, ou por má fé, o nazismo e atribui, diz que o nazismo foi um movimento de esquerda. E agora mesmo, os judeus pela democracia, acabaram de lançar uma nota de repúdio ao ministro Ernesto Araújo, após o governo afirmar que o nazismo é algo de esquerda, uma prática política nociva, que nunca mais deve ser repetida na nossa história, que dizimou milhões de pessoas, principalmente judeus. Mas não foram só judeus que foram dizimados. Foram negros, foram mulheres, foram prostitutas, foram homossexuais, deficientes, porque o paranoico do Hitler queria montar uma raça pura. E isso é querer compara... Gente, vamos contar essa história para quem? Quem que acredita nisso?

Ontem ele foi destruído pelos jornais da televisão e foi seguidamente destruído pelos jornais impressos e por todos aqueles que têm um mínimo de conhecimento histórico. Talvez ele tenha faltado em todas as aulas de história; com certeza ele faltou. Porque se ele frequentou pelo menos uma meia dúzia de aulas de história ele deveria saber que o nazismo foi um dos períodos mais obscuros da história contemporânea do nosso mundo. E a gente, todo o dia deve pedir a Deus para que uma história como essa nunca mais se repita na humanidade, porque foi péssimo, porque destruiu milhões de pessoas, porque matou, porque fez experiências terríveis com o ser humano. E isso precisa ser lembrado, para nunca mais ser repetido e não um presidente da República que se presta fazer uma viagem internacional e se remeter a essa comparação infeliz.

E eu parabenizo aqui os judeus pela democracia, porque eles estão realmente trazendo, tentando recuperar o período histórico e dizer que isso foi vergonhoso para o Brasil. É uma vergonha para o Brasil, um presidente fazer esse tipo de comparação. Se ele quiser fazer críticas à esquerda, pode fazer, não tem problema nenhum. Estamos muito habituados a esse tipo de coisa. Faz parte da democracia, mas faça críticas argumentadas. Faça críticas com competência. Saiba aquilo que você está falando. Defenda o seu. Aliás, deveria mais defender do que criticar. Mas, se for preciso criticar, faça, porque nós vamos rebater sempre, uma a uma dessas críticas.

Então, fica aqui o nosso repúdio a esse tipo de declaração, o nosso repúdio a essa tentativa de estimular a divisão que já existe entre os povos.

A nossa tarefa, como parlamentares, é poder unificar, é poder buscar a paz, é poder fazer com que os povos - embora, às vezes, a gente não tenha esse poder, às vezes nos sentimos impotentes para isso -, mas é poder fazer, através das nossas ações, das nossas narrativas, dos nossos discursos, que os povos possam viver em paz.

Eu acho que é isso. Estimular essas práticas, estimular violência, não vai nos levar a nada, pelo contrário, vai fazer com que a gente ocupe essa tribuna, não só aqui, mas em todos os espaços disponíveis, para denunciar esse tipo de retórica, que somente acirra os ânimos e acirra o ódio entre os povos e entre as nações.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - Para uma comunicação, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Gostaria só de pedir que se eu pudesse concluir o processo de votação, aí eu passo quantas comunicações que possam ser suficientes. Pode ser, deputada Monica?

Em votação o item nº 3. Emendas nº 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, englobadamente. Os contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para pedir uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Coloco em verificação de votação.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

Neste momento, passo para uma comunicação à deputada Monica. Tem a palavra.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu acho que a gente pode fazer uma escolha aqui sobre que tipo de debate a gente vai travar e qual vai ser o ritmo do diálogo, nesta Casa.

Eu acho que essa escolha está se dando justamente hoje. A gente viveu um marco aqui sobre como é que nós vamos viver e conviver.

A gente sabe, deputado Gil, que o PSOL representa um projeto de oposição ao fascismo, à tortura, à violência, ao preconceito, ao debate antidemocrático. A gente sabe em que sentido a gente se opõe.

Mas a gente faz aqui um debate sobre a lisura. Quando o Bolsonaro foi atacado, a gente lamentou profundamente a ação de uma pessoa que, comprovadamente - tem vários indícios de investigação e a gente apoia toda e qualquer investigação nesse sentido -, que, comprovadamente, tem distúrbios mentais.

Agora, a gente não apoia e não esconde assessores que desviam dinheiro e que têm relações com a milícia; a gente não quebra placa de vereadoras mortas numa situação de violência que qualquer parlamentar aqui poderia estar sujeito; e a gente não comete transfobia naquele plenário.

Então, a gente vai aqui ter debates, e a gente vai, sim, ser violento e vai ser violento mesmo no sentido de não aceitar - não aceitar - desonestidades intelectuais e preconceitos.

Em nome da verdade, na verdade, que fica explícito. Vocês podem manobrar o quanto vocês quiserem o argumento da realidade. O que aconteceu é uma tristeza, que todos nós lamentamos, lamentamos profundamente.

Que nenhum ser humano passe por isso. Nenhum ser humano Bolsonaro, nenhum ser humano Marielle, nenhum ser humano Erica Malunguinho, nenhum ser humano presidiário. Que fique claro, aqui, o nosso posicionamento contra a violência.

Nós não vamos aceitar, seja ela violência verbal, física ou psicológica. E toda vez que isso acontecer, nós vamos demarcar aqui o constrangimento que foi para o Sr. Douglas, hoje, que recebeu o repúdio de toda esta Casa.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, deputado Carlão.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Apenas para, pelo método de votação, para rejeitar, nós temos que votar "não".

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Só lembrando que se forem aprovadas as emendas e o item nº 3, a emenda aglutinativa fica prejudicada, vai ter problema.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Fica prejudicada toda a construção que nós fizemos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Porque ela entra claramente em confronto com o item nº 2. Então, a votação para manter o item nº 2, que foi aprovada sem conflito de redação, precisa ser rejeitado.

Ou seja, os deputados têm que votar "não".

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente, para fazer uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço, se puder... Pois não. Depois eu vou já passar ao processo de votação e peço que as demais comunicações sejam posteriores ao processo de votação, que nós já demos o tempo.

Deputado Jorge.

 

O SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Eu quero aproveitar essa oportunidade para responder ao nosso líder aqui do PSL, deputado Gil Diniz. Dizer, deputado, que eu não quero ser confundido, eu não tenho meias palavras e nem quero que você coloque palavras na minha boca.

Quando falei da vitimização, eu falei em plenário, aqui, que o que aconteceu depois daquela violência, que nós repudiamos, nós não somos do ódio. Nós somos da paz. Nós repudiamos toda e qualquer violência, como disse a nossa deputada aqui, a Monica da Bancada Ativista. Nós somos pela paz.

Quando falei da vitimização, eu me referi posterior àquilo, àquela violência que houve contra o presidente Bolsonaro, porque a partir dali o médico dele e todo o acompanhamento dele não deixou que ele participasse, orientou-o a não mais participar de nenhum debate, e isso prejudicou o Brasil. Prejudicou por quê? Porque nós não tivemos um debate das ideias e dos projetos para este país, porque a orientação, salvo melhor juízo, era de que o candidato não estava em condições de participar do debate. E com isso, as pessoas votaram sem saber em quê, sem saber em qual proposta, porque não foi apresentada nenhuma proposta para o Brasil. Aliás, a gente ficou sabendo depois, a chamada, famigerada reforma da Previdência.

Por isso quero dizer para você que nós não somos do ódio; nós pregamos a paz, nós pregamos uma sociedade justa, igualitária e solidária. Está bem?

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Depois do processo de votação, passo a todas as comunicações que sejam necessárias.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA – PT - Para botar o PT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PT está em obstrução.

 

O SR. BRUNO GANEM - PODE - Colocar o PODEMOS em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PODEMOS em obstrução.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Colocar o PRB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PRB está em obstrução.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PR - Presidente, colocar a bancada do PR em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PR está em obstrução.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA- PSB - Declarar obstrução da Bancada do PSB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSB está em obstrução.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PATRI - O PATRIOTA em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PATRIOTA está em obstrução.

 

O SR. GIL DINIZ - PSL - Obstrução da bancada do PSL.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O PSL está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Manifestar obstrução do MDB.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O MDB está em obstrução.

 

A SRA. MONICA DA BANCADA ATIVISTA - PSOL - PSOL em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A deputada Monica coloca o PSOL em obstrução.

 

O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr. Presidente, quero registrar voto a favor de todas as emendas do PT.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 70 Srs. Deputados: oito votaram “sim”, 61 votaram “não”, e este presidente, que não vota, quórum que rejeita o item nº 3 do roteiro de votação.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, assim que terminar o processo de votação e outros informes, gostaria de pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Perfeito. Vou consultar o Plenário logo mais, se existe acordo para levantamento.

Gostaria de dizer que amanhã estou publicando o seguinte ato do presidente:

“O presidente da Assembleia Legislativa, tendo em vista a importância de que se reveste a modernização das normas regimentais para a atuação parlamentar em consonância com a realidade atual, nomeia, a partir das indicações dos senhores líderes partidários, deputadas e deputados abaixo relacionados para, sob a coordenação do nobre do deputado Jorge Caruso, compor o grupo de trabalho para revisão do Regimento Interno da Assembleia Legislativa.

Estão constantes nesta nomeação o deputado Rafa Zimbaldi, do PSB; deputado Altair Moraes, do PRB; deputado Wellington Moura, do PRB; deputado Roque Barbiere, do PTB; deputada Isa Penna, do PSOL; deputada Mônica da Bancada Ativista, do PSOL; deputado Teonilio Barba, do PT; deputado Enio Tatto, do PT; deputada Adriana Borgo, do PROS; deputado Tenente Nascimento, do PSL; deputada Analice Fernandes, do PSDB; deputada Carla Morando, do PSDB; deputada Maria Lúcia Amary, do PSDB; deputado Ricardo Mellão, do NOVO; deputada Marina Helou, da REDE; deputado Alex de Madureira, do PSD.

Então amanhã será publicado no Diário Oficial. Só digo aos Srs. Líderes que queiram incluir nomes que, por favor, oficiem este Presidente, pois todos os nomes são bem-vindos. Só lembrando que não existe proporcionalidade nesta Comissão, uma vez que esta Comissão não tem função deliberativa, então não tem a necessidade de proporcionalidade, e sim daqueles deputados que querem participar.

Lembro que esse estudo foi feito na legislatura anterior, aqui estão o deputado Coronel Telhada, a deputada Maria Lúcia Amary e outros deputados que participaram desse estudo, que também será apresentado a esta comissão, que pode fazer uma proposta para a Mesa Diretora.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência adita à Ordem do Dia da sessão ordinária de amanhã o Projeto de lei Complementar nº 28, de 2017, que tramita em Regime de Urgência, lembrando que esse projeto é a Controladoria da Assembleia Legislativa.

Questiono aos líderes presentes no plenário se existe acordo entre as lideranças para o levantamento da presente da sessão. Não havendo divergência, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje e com o aditamento ora anunciado. Está levantada a presente sessão. Boa noite a todos.

 

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- Levanta-se a sessão às 21 horas e 07 minutos.

           

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