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5 DE ABRIL DE 2019

15ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e CORONEL NISHIKAWA

 

Secretaria: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CARLOS GIANNAZI

Comenta que, ontem, o diretor da Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, em Guarulhos, chamou a Polícia Militar durante protesto dos alunos. Considera que a resolução de questões pedagógicas cabe à direção e coordenação da escola e não aos policiais militares. Defende reivindicação dos alunos do período noturno para poderem entrar na segunda aula quando houver atraso em razão do trabalho. Pede providências à Secretaria da Educação sobre o caso.

 

3 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Anuncia a visita do escritor e professor Hermelindo Lopes Filho, autor do livro História Geral da Aeronáutica Brasileira.

 

4 - CORONEL NISHIKAWA

Lembra visita do governador João Doria neste Parlamento, ontem. Informa que sugeriu ao governador o reaproveitamento de policiais debilitados permanentemente para o exercício da profissão e/ou aposentados, no serviço administrativo da coorporação. Critica o prefeito Bruno Covas devido à corte de orçamento destinado ao Corpo de Bombeiros da Capital. Manifesta preocupação com a questão de enchentes no entorno do Rio Tamanduateí. Critica a burocracia que dificulta o acesso de policiais à Cruz Azul.

 

5 - CORONEL NISHIKAWA

Assume a Presidência.

 

6 - CORONEL TELHADA

Lembra o aniversário da cidade de Mococa. Comemora a aprovação de lei, de sua autoria, que prevê a criação do Dia do Batalhão Tobias de Aguiar, em 01/12. Lamenta o assassinato do soldado Marcos Vinícius de Souza Ribeiro da Poícia Militar do Rio de Janeiro. Pede apoio do governador João Doria em relação ao reajuste dos policiais militares. Defende que o Corpo de Bombeiros seja separado da Polícia Militar no estado de São Paulo.

 

7 - PRESIDENTE CORONEL NISHIKAWA

Defende reajuste aos funcionários públicos do estado de São Paulo.

 

8 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

9 - PROFESSORA BEBEL LULA

Critica atitude do diretor da Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, em Guarulhos, que chamou a Polícia Militar para conter protesto dos estudantes. Informa que a Apeoesp entrou com representação no Ministério Público em relação a este caso. Cobra do governador João Doria uma posição mais assertiva em relação ao aumento de salários dos professores da rede pública estadual. Critica a superlotação das salas de aula.

 

10 - CASTELLO BRANCO

Destaca a presença de Sérgio Henrique de Souza, membro da Sociedade Brasileira de Eubiose. Comunica sua presença na LAAD International Defence & Security Exhibition, no Rio de Janeiro, a maior feira de defesa nacional e Segurança Pública da América Latina. Explica que a feira é voltada à indústria bélica, à indústria de defesa e a produtos ligados, direta ou indiretamente, à defesa nacional e à Segurança Pública. Informa que o general Schons passou o comando da Escola Superior de Guerra para o almirante Alípio Jorge. Comemora os 100 anos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro.

 

GRANDE EXPEDIENTE

11 - PROFESSORA BEBEL LULA

Elogia o ex-presidente Lula pela instituição do Fundeb e pela ampliação dos recursos destinados à educação básica. Explica que, após a criação do programa de escola de tempo integral no estado de São Paulo, o ensino médio passou a ser oferecido apenas no período diurno, causando prejuízo aos alunos trabalhadores que só podem frequentar o período noturno. Defende que o primeiro ciclo do ensino fundamental seja oferecido de forma integral, e não o ensino médio. Tece comentários a respeito de pesquisa sobre desempenho dos alunos no mercado de trabalho.

 

12 - CASTELLO BRANCO

Para comunicação, informa que dia 13/04 é o Dia do Hino Nacional. Diz que na Câmara de São Paulo haverá uma solenidade para antecipar este dia, além de uma palestra técnica deste deputado. Convida todos a participarem desta palestra.

 

13 - JANAINA PASCHOAL

Faz esclarecimentos para a população a respeito das missões e funções dos deputados estaduais. Esclarece que há, em seu gabinete, três advogados capacitados para o atendimento das pessoas que a procuram. Afirma ter dado prioridade à elaboração de proposituras, acompanhamento dos projetos em andamento e fiscalização do Executivo. Lamenta a aprovação de projeto ontem, com a presença de apenas quatro deputados. Considera que o Regimento Interno está sendo aplicado de maneira errada. Critica o uso da votação simbólica na aprovação de projetos nesta Casa. Ressalta que não existe representatividade desta maneira. Comunica que realizará uma audiência pública para discutir candidaturas avulsas, que considera um direito fundamental do cidadão.

 

14 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para reclamação, concorda com o pronunciamento da deputada Janaina Paschoal. Sugere que seja feita a chamada da lista de deputado antes das votações para que todos possam participar do processo. Critica a demora para a constituição das comissões desta Casa. Esclarece que as comissões são os espaços de início da construção de projetos.

 

15 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Informa que foi publicado ontem no Diário Oficial a constituição de todas as comissões, a serem instaladas na próxima semana. Discorre sobre o seu trabalho, na legislatura passada, para a reforma do Regimento Interno, que foi arquivado. Pede que os deputados da nova comissão analisem este documento.

 

16 - JANAINA PASCHOAL

Para comunicação, afirma que, apesar do Regimento Interno prever a votação simbólica, é necessária a presença de parlamentares para a votação de projetos, para que todos os votos possam ser computados. Esclarece que, desta maneira, fere-se o Estado Democrático de Direito.

 

17 - JOSÉ AMÉRICO LULA

Informa que o PL 863/17, que visa a garantir assistentes sociais e psicólogos dentro das escolas, deve ir para a pauta de votação na próxima semana. Informa que foi feita uma emenda aglutinativa com as correções propostas na audiência pública. Discorre sobre a proposta atual do Governo de reforma da Previdência. Comenta a retirada de dinheiro da Previdência por meio da DRU. Ressalta que é necessário melhorar a fiscalização para evitar a sonegação de impostos. Defende a cobrança administrativa das dívidas, para agilizar o recebimento do dinheiro de devedores. Esclarece que deveriam analisar os gargalos financeiros.

 

18 - JANAINA PASCHOAL

Discorre sobre a dimensão tomada pela discussão, nesta Casa, do polêmico projeto de disputas esportivas envolvendo transexuais e as discussões geradas. Afirma que o deputado Douglas Garcia recebeu ameaças, muitas delas referentes à sua vida particular, que seria trazida a público. Informa que o deputado Douglas Garcia pediu para que ela comunicasse a todos que o mesmo é homossexual. Esclarece que o mesmo não gostaria de prejudicar a bancada do PSL. Diz que o deputado tem as suas posições e que está consciente de que precisa se manifestar de maneira mais urbana. Agradece a honra de poder fazer esta comunicação. Deseja que o deputado se encontre e que sua família o acolha (aparteado pelo deputado Douglas Garcia).

 

19 - PROFESSORA BEBEL LULA

Para comunicação, afirma que assumir é a melhor coisa que a pessoa pode fazer. Diz querer que o deputado seja feliz e que deixe os outros serem felizes também. Esclarece que a sociedade é plural.

 

20 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, afirma que errar é difícil, mas assumir os erros e pedir perdão é uma honra. Diz que todos têm o direito de errar e que reconhecer o erro é humildade. Esclarece que opção sexual não diminui ninguém. Parabeniza o deputado Douglas pela sua postura e coragem.

 

21 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Demonstra o seu apoio. Parabeniza o deputado Douglas Garcia pela sua postura em assumir sua posição sexual. Considera o ocorrido aquele dia como uma falha. Esclarece que a internet tanto ajuda como atrapalha os deputados.

 

22 - DIRCEU DALBEN

Discorre sobre a dificuldade da população em relação às vagas de hospitais na rede estadual. Destaca a necessidade de ampliação das vagas destes hospitais. Comenta a quantidade de policiais envolvidos no deslocamento de presos para prestar depoimentos nas audiências em fóruns. Ressalta que os depoimentos podem ser feitos por vídeo conferências, permitindo aos policiais ficarem no policiamento ostensivo e preventivo. Lamenta o baixo aproveitamento do transporte ferroviário na região de Campinas. Informa que as linhas, além de atrapalharem o acesso aos municípios paulistas, não atendem a população. Pede a implantação do trem intercidades para atender a população da região de Campinas. Considera o trem um transporte mais seguro, mais barato e menos poluente. Solicita melhorias em diversas rodovias da região. Menciona a criação de frente parlamentar para discutir o transporte intercidades.

 

23 - MAJOR MECCA

Ressalta a necessidade de ajudar o próximo independente de quem quer que seja. Exibe vídeo do programa Morning Show da Jovem Pan, sobre o quanto merece ganhar o policial que arrisca a sua vida para defender a sociedade. Informa que os policiais ganham 2.800 reais para enfrentar a guerra contra o crime organizado. Cita a ocorrência de Guararema. Considera a pauta salarial dos policiais militares urgentíssima. Diz que o presidente se manifestou, parabenizando a ação dos policiais. Convida todos a participarem, na próxima terça-feira, de discussão sobre o assunto.

 

24 - PAULO LULA FIORILO

Pelo art. 82, comenta que o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que o ministro da Educação Ricardo Vélez deverá deixar o cargo na próxima segunda-feira. Informa que o Ministério Público pediu esclarecimentos sobre ações do ministro da Educação. Comunica que, dia 09/04, às 14 horas e 30 minutos, haverá a visita do cônsul da Itália para a discussão de assuntos sobre a relação Brasil-Itália.

 

25 - PAULO LULA FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

26 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 08/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Srs. Deputados e Sras. Deputadas, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e convida o nobre deputado Carlos Giannazi para ler a Resenha do Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, nós temos duas indicações. Uma do deputado Bruno Ganem e uma outra minha, deputado Carlos Giannazi. Está lida a Resenha do Expediente.

 

  O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado deputado. Ingressaremos, nesse momento, no Pequeno Expediente. Por acordo dos deputados, damos a palavra ao nobre deputado Carlos Giannazi, tendo em vista ele ter outro compromisso, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

  O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Coronel Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui apresente, telespectadores da TV Alesp, ontem nós acompanhamos um episódio muito triste numa escola pública do estado de São Paulo, na Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, que fica na região de Guarulhos. É uma escola onde os alunos estão mobilizados reivindicando, fazendo reivindicações pela melhoria do ensino, pela melhoria das instalações, mas sobretudo combatendo uma espécie de autoritarismo da direção da escola.

  Ontem o diretor da escola chamou a Polícia Militar para adentrar dentro da escola, porque os alunos estavam fazendo uma manifestação, exatamente pedindo melhorias no ensino, querendo dialogar com o diretor e, sobretudo, também porque como é uma escola que fica no centro da cidade e oferece o ensino médio, ela atende alunos trabalhadores, alunos que não conseguem chegar na primeira aula. E é comum, em qualquer escola, que um aluno trabalhador, quando ele não consegue chegar às 19 horas, que é o início da primeira aula, ele entra na segunda aula. Isso está garantido pela Constituição Federal, pela LDB que diz que o ensino noturno tem que se adequar às necessidades e à realidade do aluno e não o contrário. No entanto, o diretor, segundo as informações que nós estamos recebendo de professores ligados à Apeoesp, de alunos, de pais de alunos da região, o diretor colocou empecilhos nesse sentido. E houve uma manifestação nesse sentido.

  Mas, estranhamente, o diretor chamou a Polícia Militar. A Polícia Militar não está preparada para resolver questões pedagógicas e educacionais. A questão pedagógica, a questão educacional e a questão da gestão da escola é da direção, é da coordenação é da Diretoria de Ensino e não da Polícia. Não podemos militarizar a Educação, tratar uma manifestação de alunos, uma insatisfação, um protesto de alunos dentro de uma escola com Polícia Militar lá dentro. Quem tem que resolver o conflito é a direção da escola, a coordenação. E aqui nós temos as cenas que foram apresentadas.

 

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- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

  Olhem que situação deplorável. O diretor aqui orientando a Polícia Militar a prender os seus próprios alunos.

  Eu falo isso, presidente, não como nenhuma satisfação, até porque eu sou diretor de escola também. Eu sei que é difícil fazer gestão de uma escola, eu sei dos conflitos de uma escola, mas nada justifica um diretor mandar prender alunos que estão se manifestando dentro da escola, reivindicando a melhoria do ensino, reivindicando, sobretudo, um direito fundamental que é ingressar após à primeira aula. O aluno que trabalha tem esse direito. Esse direito não pode ser negado porque ele é garantido pela LDB  que diz  que o ensino noturno tem que se adequar à realidade dos alunos, e não o contrário, os alunos se adequarem à organização da escola; nesse caso específico do ensino noturno. A lei é uma clara em relação a isso. Isso é deprimente, Sr. Presidente.

Os alunos continuam lá indignados, mobilizados, professores. Muitos professores estão nos procurando, os conselheiros da Apeoesp, todos eles indignados com a gestão da escola e com a omissão da diretoria de ensino. A Diretoria de Ensino de Guarulhos foi omissa, já sabia desse problema e nada fez. Esse diretor, segundo as informações que nós recebemos, já foi acusado de assédio em cima de alunos. Já foi para o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente, de assédio em cima de professores. Já tem várias denúncias contra esse diretor, parece que ele já tem um histórico de autoritarismo, segundo os professores que nós consultamos, alunos e setores da comunidade escolar.

A Diretoria de Ensino de Guarulhos Sul sabia disso e nada fez. Foi omissa em relação e não fez nenhum tipo de intervenção e de mediação em relação ao comportamento desse diretor, que agora culminou com esse ato de violência.

Mas, repito que o lugar da Polícia não é dentro da sala de aula, não é dentro da escola. Isso foi um erro grave da gestão da escola, que deveria resolver isso de uma outra maneira, com diálogo, com muito diálogo, com negociação, atendendo as reivindicações básicas dos alunos.

As escolas estão abandonadas pelo Governo do Estado, estão caindo. As escolas não têm papel higiênico, não têm giz, não têm máquina de xerox. Muitas escolas estão sem eletricidade, sem água, estão desabando, sem quadras, sem cobertura das quadras, também. Quando tem a quadra, não tem a cobertura da quadra, Sr. Presidente.

É uma degradação total da parte estrutural das escolas estaduais. Os alunos estão se colocando contra isso. Então, nós queremos providências imediatas, Sr. Presidente, em relação ao que aconteceu na Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, em Guarulhos.

Nós estamos aqui acionando a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. Queremos a presença da dirigente de ensino. Ela tem que explicar isso, sua omissão. Queremos a presença do diretor de escola também. Queremos providências da Secretaria de Educação, que permite uma situação como essa, que não faz nenhum tipo de intervenção, que abandona as escolas, não fiscaliza corretamente uma situação como essa, não reforma as escolas, não orienta corretamente os diretores nesse sentido.

Então, nós vamos pedir providências, Sr. Presidente, aqui, acionando a nossa Comissão de Educação e Cultura. E vamos tomar outras medidas que forem necessárias também contra esse ato de violência contra os nossos alunos e também os professores, que sofrem muito nessa situação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado, parabéns por sua luta. Eu vou chamar os oradores inscritos.

Oradores inscritos. Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, quero fazer ciente aos deputados: nós estamos recebendo a visita aqui hoje do meu amigo escritor professor Hermelindo Lopes, que está à esquerda nossa. Professor Hermelindo Lopes Filho, nosso amigo há muito tempo, um pesquisador da história da nossa Força Aérea Brasileira.

Hoje ele me trouxe este trabalho, que foi compilado com vários autores, e entre eles o professor Hermelindo Lopes Filho, que fala da história geral da Aeronáutica brasileira. Conta a história da nossa Força Aérea Brasileira.

Muito obrigado pela lembrança, professor. Aconselho a todos que gostam da história brasileira adquirirem este livro. Está no Incaer, no Rio de Janeiro. Pelo site da Força Aérea, é possível adquirir esta obra.

Professor, muito obrigado pela obra. Conte com meu apoio. Deus abençoe. Sucesso. Parabéns por mais este livro, além dos vários que o senhor tem já escrito.

Deputado Coronel Nishikawa, V. Exa. tem os cinco minutos regimentais. Fique à vontade.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde aos presentes na galeria e aos assessores.

Ontem nós protocolamos aqui na Assembleia a utilização dos policiais que por algum motivo se afastaram do serviço operacional e estão debilitados permanentemente para o exercício da profissão e aposentados.

Foi um assunto que, antes, conversamos com o nosso governador João Doria, que esteve ontem aqui presente. Eu expus o problema do pessoal que fica até meio deprimido dentro de casa, sem atividade nenhuma.

E ele até me elogiou pela iniciativa de indicar que esses policiais sejam reutilizados no serviço administrativo. Nós fizemos então um PL para poder efetivar a utilização dos policiais militares na administração, tanto na escrituração, quanto no meio de comunicação. São pessoas que têm expertise de rua, trabalharam na rua e têm conhecimento de forma de atendimento do Copom, ou Cobom, dos bombeiros.

Outra coisa que eu tinha alertado e sobre a qual também falei com o governador... Ele falou que iria intervir para que não houvesse uma grave crise no Corpo de Bombeiros da Capital. O prefeito Covas cortou 68 milhões de investimento do Corpo de Bombeiros aqui da Capital. Com isso, o bombeiro ficaria sem nenhuma assistência na parte de manutenção, de combustível, de alimentação.

Inclusive, para quem não conhece o Resgate... O Serviço de Resgate, que o bombeiro presta por excelência, seria também prejudicado. Em relação ao resgate, eu me lembro de que, na década de 90, eu estava trabalhando na Secretaria da Saúde. Foi-nos solicitado para que o projeto Resgate, que ainda era um projeto, fosse destinado ao Corpo de Bombeiros. Como eu estava trabalhando na Secretaria da Saúde, eu tive a honra de encaminhar que os bombeiros fossem os responsáveis pelo Resgate. Então, temos um carinho muito grande pelo Resgate.

Outra coisa que também solicitamos ao governador e gostaríamos que todos tomassem conhecimento: as enchentes que constantemente tem assolado e levado grandes prejuízos à região do ABC, principalmente o leito do Rio Tamanduateí. O Rio Tamanduateí, por estar com sujeira no seu leito, com falta de desassoreamento. Tudo isso foi colocado para o nosso governador. Ele prometeu que fará ações para minimizar esses problemas, para também tentar diminuir as perdas dos nossos moradores do entorno do Rio Tamanduateí.

Seria construído, ou vai ser construído, já está previsto no Orçamento da União - pelo que ele falou, são 160 milhões de investimentos da União -, o piscinão do Jaboticabal, no Rio dos Couros, que tiraria um pouco da água que desceria até o Rio Tamanduateí.

Outra coisa também que abordamos com o nosso governador é que policiais nossos, que mudam para o interior e se desligam da Cruz Azul, quando, eventualmente, são reclassificados aqui na Capital, eles não têm mais a chance de voltar para a Cruz Azul. Conversei com ele sobre isso, conversei com o secretário da Casa Civil, e ele está para marcar uma reunião conosco para poder resolver esse problema também.

Nós estamos caminhando sempre junto com a Polícia Militar, junto com as forças de segurança, seja a Polícia Civil, seja a Polícia Militar, sejam os agentes de segurança penitenciária ou a polícia científica. Contem conosco. Nós estamos à disposição. Temos agora a maior chance que tivemos dentro desta Casa, com 16 deputados eleitos pela bancada da Segurança.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Solicito que o senhor assuma a Presidência dos trabalhos para que eu possa fazer uso da palavra.

 

* * *

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Nishikawa.

                                                           * * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Com a palavra o deputado Frederico d'Avila (Pausa.) Com a palavra o deputado Coronel Telhada.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Presidente. Sra. Deputada e Sr. Deputado presentes, funcionários e assessores, estou vendo que a Casa está voltando ao que era. Sexta-feira e segunda nós estamos diminuindo o número de deputados, logo estarão somente os mesmos no plenário. Não estou gostando disso, mas, enfim, quem sou eu, né?

Quero agradecer aqui, Sr. Presidente, a oportunidade e parabenizar hoje a cidade que aniversaria, a querida cidade de Mococa. Grande abraço a todos os amigos e amigas da querida cidade de Mococa. Contem com o nosso serviço, com o nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa.

Também quero dar ciência à Casa... Muita gente reclama, deputado Castelo Branco, deputado Nishikawa e deputada Bebel, que muitas vezes o trabalho do deputado é sem fruto, principalmente quando nós fazemos projetos de lei nominativos, comemorativos, mas as pessoas esquecem que esses projetos normalmente são feitos por pessoas e entidades que nos solicitam esses projetos. A partir do momento que nós fazemos um projeto nominativo, damos nome a um determinado local, damos uma personalidade àquele local, e os projetos de dias comemorativos permitem que aquele dia seja comemorado no Calendário Oficial do estado de São Paulo. 

Esta semana, no dia 2 de abril, eu tive mais uma lei aprovada, a Lei nº 16.993, do dia 2 de abril. É minha 22ª lei aprovada nestes poucos anos de deputado, que institui o Dia do Batalhão Tobias de Aguiar. É o Batalhão que eu comandei, a Rota, que, aliás, esta semana teve uma maravilhosa ocorrência. Ficou instituído o dia do Batalhão Tobias de Aguiar a ser comemorado anualmente no dia 1º de dezembro.

Para quem não sabe, o Batalhão Tobias de Aguiar foi criado no dia 1º de dezembro de 1891. A Rota, o tipo de policiamento Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, foi criada em 1970, no dia 15 de outubro. Então, parabéns aos nossos irmãos de Rota, parabéns por mais essa data em que está sendo comemorado o aniversário do Batalhão Tobias de Aguiar.

Ontem, nós comemoramos aqui que a PM conseguiu uma ação com nenhum PM ferido - graças a Deus - e 11 mortos, mas hoje, infelizmente, nós temos um morto a lamentar, um jovem de 34 anos, soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ele morreu na Tijuca quando passava na altura de Caxias, atacado a tiros por criminosos que estavam em outra motocicleta. O jornal aqui, acho que é o G1, dá como o 16º policial morto, é o 16º policial militar morto em 2019.

Eu queria mostrar a foto dele aqui, um jovem policial que morreu simplesmente pelo fato de ser policial. Este ano - hoje é dia 5 de abril - nós já temos 16 policiais mortos, 16 policiais mortos, e ninguém pergunta quem matou esse jovem policial Marcos Vinicius de Souza Ribeiro, ninguém pergunta quem matou o coronel Ubiratan. Enfim, não interessa saber. Quando se fala de policial, não interessa saber quem matou, simplesmente. Eu sempre digo que, infelizmente, para grande parte da sociedade e das autoridades, a vida do policial não vale nada. Precisamos mudar essa triste realidade.

O Marcos Vinicius de Souza Ribeiro, de 34 anos, é o 16º policial morto em 2019. Outra motocicleta emparelhou com ele, mas ele não parou, porque viu que ia ser abordado, e os bandidos acabaram atirando e mataram esse jovem policial. Ele estava na Corporação desde 2014, portanto há cinco anos, e deixou um filho que a partir de ontem é um jovem órfão. Mas, como eu disse aos senhores e senhoras, infelizmente isso não interessa a muitas autoridades.

Eu quero aqui, mais uma vez, falando de autoridades, solicitar ao nosso governador João Doria que não se esqueça de suas promessas em campanha. Vossa Excelência prometeu o reajuste para a Polícia Militar logo no início do mandato, nós estamos aguardando.  Prometeu também que até o final do seu mandato a Polícia Militar de São Paulo... a polícia de São Paulo, ele não falou a Polícia Militar, ele falou a polícia de São Paulo, seria a polícia mais bem paga do País.

Quero dizer aqui que não só a polícia, professores, saúde, médicos, enfermeiras, são de suma importância. Eu estive ontem, no Palácio, em uma reunião com o Rodrigo Garcia, o vice-governador, e ele foi enfático em afirmar que a visão do Governo era sobre Educação, Saúde e Segurança.

Eu não sou o tipo de pessoa que fica gritando aos quatro ventos, já notei que a senhora também não é assim. Tem gente que fica gritando, ofendendo as pessoas, eu não sou assim, eu sou um cara enérgico na minha postura, tenho uma postura enérgica, todo mundo sabe disso, uma postura única. Não tem meio grávido comigo, ou está grávido ou não está, é simples assim.

Mas a gente cobra e, quando a gente cobra para a Polícia Militar aqui a gente cobra para todo o funcionalismo. A Educação é primordial para o nosso País. Primordial. Se não tivermos Educação, não temos um país do futuro. Saúde? Nenhum ser humano vive sem saúde. E Segurança. São os três pilares para a sociedade.

Então, contem com o nosso apoio na luta para os professores, para a Saúde, e conto com o apoio dos senhores e senhoras para a nossa Segurança Pública também. São três pilares da sociedade moderna que não podem ser abandonados.

Então, Sr. Governador, por gentileza, estamos aguardando esse reajuste que V. Exa. nos prometeu.

E também, mais uma vez aqui, Coronel Nishikawa, o senhor falou do bombeiro, lembrando que temos a PEC 09 nesta Casa. Falei ontem com o vice-governador também, sobre a necessidade de emanciparmos o Corpo de Bombeiros, ou seja, tirar o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, criarmos um Corpo de Bombeiros militar, como existe em todo o País, menos em São Paulo e no Paraná.

Então, V. Exa., governador, falei com o senhor em campanha e tem um vídeo em que o senhor prometeu que estudaria essa situação e que faria isso. Nós vamos, com toda a educação, com toda a ética, mas com toda a energia, cobrar do senhor para que sejam cumpridas essas promessas, porque tudo é o melhor para o cidadão.

Solicito que as minhas palavras sejam encaminhadas ao governador do estado, nosso governador João Doria, e também ao comandante do Primeiro de Choque, tenente-coronel Mário, sobre a criação e instituição do dia do Batalhão Tobias de Aguiar, criado pela Lei 16.993.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL NISHIKAWA - PSL - Obrigado, Coronel Telhada. Conte conosco nesse Projeto 09/15 e também, falando sobre aumento da Polícia Militar e de todos os profissionais do estado de São Paulo, Educação, Saúde, Segurança, contem conosco.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Coronel Nishikawa, pelo tempo que o senhor exerceu a Presidência.

Continuando na lista de deputados inscritos, vou chamar todos os deputados, porque houve uma reclamação de que não estávamos chamando os deputados. Normalmente já chamávamos só os que estavam no plenário, até para antecipar, mas houve uma reclamação de alguns deputados de que estaríamos pulando as pessoas estando elas em plenário.

Então, Srs. Deputados, vão me desculpar, mas vou ler toda a lista até chegar em Vossas Excelências.

Próximo deputado, Gil Diniz. (Ausente.) Mauro Bragato. (Ausente.) Rafael Silva. (Ausente.) Deputado Carlos Gianazzi já falou por permuta tendo em vista que tinha um compromisso. Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal. (Ausente.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Ausente.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Professora Bebel Lula. Vossa Excelência tem os cinco minutos regimentais.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, boa tarde, Sr. Presidente, cumprimento os membros da Mesa, assessoria, deputados presentes neste plenário, público presente, TV Alesp, todos que nos assistem nesse momento.

Primeiro, vou começar por uma questão que já foi colocada aqui neste plenário, que é com relação à Escola Frederico de Barros Brotero.

Essa é uma escola de Guarulhos onde, lamentavelmente, houve uma posição errada do diretor em chamar a polícia para a escola. Não, a escola ela tem um papel fundamental e a equipe gestora tem que saber gerir os conflitos, enfim, as dificuldades que são enfrentadas lá dentro. Isso não pode ocorrer.

O Estatuto da Criança e do Adolescente garante que essa questão de policiamento dentro da escola, isso sem nenhum demérito... Eu não tenho nenhum problema com a bancada dos que representam a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Eu tenho como princípio que a polícia tem que cumprir o papel de proteção, e cumpre, na sociedade, mas, na escola, eu acredito que quem tem que tratar é a equipe escolar, é o conselho de escola, enfim, é um espaço de persuasão. É disso que eu estou falando.

E quando você fala de persuasão, você está falando em convencimento, está falando que tem que demover de uma posição que não está certa. Enfim, é a Educação assumindo um papel como parte de um processo civilizatório. É assim que eu entendo a Educação.

Eu não entendo a Educação somente como conteúdo, passar conteúdo. Também, mas não só. A Educação altera comportamentos. E alterar comportamentos não é simplesmente a gente dizendo “faça assim ou faça assado”. Não é assim. A Educação tem um papel que, no processo, quando termina, você vai vendo que vai formando cidadão. É dessa forma que eu acredito que a escola deva atuar.

Então, eu quero repudiar a posição do diretor de escola e avisar que a Apeoesp entrou no Ministério Público, nos termos do que deve ser o papel do diretor e da Polícia Militar.

Eu queria chamar atenção, porque ontem fiquei muito preocupada com a fala do governador. O Coronel Telhada falou aqui e eu também vou falar. Não gostei do termo que ele falou. “Nós vamos apoiar os professores”. O governador falou isso. Não, os professores têm apoio da sociedade. Nós precisamos de salário. Os professores estão ganhando abaixo do piso salarial profissional nacional. Nós ganhamos uma ação de 10,15% e nós precisamos, no mínimo, desses 10,15 por cento. No mínimo, para ganhar o piso salarial profissional nacional.

Este estado já pagou 59% acima do piso salarial profissional nacional para os professores. Por isso, a gente não concorda com a fala do governador de ontem. Teria que ser uma fala mais incisiva no que diz respeito a salários de professores, que vêm sendo aviltados, diminuídos ano a ano, tais quais os dos policiais militares, viu, Coronel Telhada, presidente?

Tal qual os policiais, nós não somos reconhecidos. Os senhores têm importância, os professores têm importância, mas nós não somos reconhecidos, a não ser quando os senhores são chamados para fazer uma coisa. “Ah, os policiais”. “Ah, os professores”. Ou na campanha. A gente é muito útil na campanha também.

Mas quando vira prática, eu não vi nenhuma medida do secretário da Educação, por exemplo, para acabar com superlotação de salas de aula. De acordo com os relatórios do Tribunal de Contas do Estado, 67% das escolas do ensino médio possuem salas com, pelo menos, 44 alunos. No ensino fundamental, eles indicam 30 por cento. E 87,23% das escolas do ensino fundamental, classes, estão acima dos 30 alunos. E é muito aluno para o ensino fundamental e muito para o ensino médio.

Como falar em Educação Pública de qualidade se há essa afronta no que diz respeito à superlotação de salas de aula? E cobram dos professores a qualidade. Que qualidade? Veja bem, houve uma diminuição em função da taxa de natalidade, até por conta das campanhas que foram feitas.

Por que não trabalhar já com o número ideal de alunos por sala de aula? Por que tem que trabalhar com superlotação? Por que tem que trabalhar com a lógica de enxugamento da máquina? Não vai ter qualidade de ensino enquanto os professores tiverem classes de aula abarrotadas de alunos. O episódio da escola, ontem, é o quê? É exatamente não ter esse olhar para a qualidade do ensino.

Porque olhar a qualidade de ensino significa tratar disso. Ter um comprometimento com a qualidade de ensino também tem a ver com os salários dos professores. Porque, aí sim, se o professor ficar num único posto de trabalho, a dedicação dele é plena e exclusiva naquele posto de trabalho.

Sr. Presidente, quero dizer o seguinte: nós, o funcionalismo público, somos a parte que levamos os serviços do Estado. Nós é que levamos. Se tem um Estado que anda, o governador governa. Mas quem é que faz a escola funcionar? Quem é que protege as famílias da porta de casa pra rua? São vocês. Quem é que cuida da Saúde? São os profissionais da Saúde. Então, em que ter essa sensibilidade com o funcionalismo público estadual. Não somos vilões. Não somos, senão, guardiões da sociedade paulista.

E precisamos ter um olhar bastante ponderado no que diz respeito aos nossos reajustes. Até março não saiu nada. Entramos em abril, e zero de reajuste. É isso o que eu gostaria de dizer. E eu gostaria, Sr. Presidente, que isso fosse registrado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Conforme solicitação da deputada Bebel, determino que as palavras do discurso dela sejam encaminhadas ao Sr. Governador do Estado de São Paulo.

Continuando a lista. Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Ausente.) Deputada Erica Malunguinho. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)

Vossa Excelência vai fazer uso? Vai fazer uso da palavra? Não? Não fará uso da palavra?

Deputado Tenente Coimbra. (Ausente.) Deputado Edmir Chedid. (Ausente.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Damares Moura. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (na Presidência dos trabalhos.) Deputado Castello Branco, V. Exa. tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, povo paulista. Eu gostaria de destacar a presença, entre nós, de Sérgio Henrique de Souza, membro da Sociedade Brasileira de Eubiose. E registrar a minha presença na maior feira de defesa nacional e Segurança Pública da América. A LAAD, Latin América Authority Defense. É realizada anualmente no estado do Rio de Janeiro. E, a cada dois anos, mais forte, uma vez que une, principalmente, empresas de defesa nacional.

É uma feira voltada à indústria bélica, à indústria de defesa, máquinas, equipamentos, veículos e produtos ligados, direta ou indiretamente, à defesa nacional e à Segurança Pública. E o que teve isso com o estado de São Paulo? Setenta por cento do Produto Interno Bruto dessa área, desse segmento, é produzido no estado de São Paulo. Principalmente na área de pesquisa, inovação, ciência e tecnologia, no nosso parque industrial e no comércio realizado pelas empresas deste segmento.

Ou seja, o segmento gera, no estado de São Paulo, muitos empregos e um ganho financeiro considerável e um recolhimento tributário. Nesta feira, estiveram presentes 56 países, 25 mil pessoas. 27 estados da União estiveram representados. Mais de 1.500 estandes com empresas do mundo inteiro. A grande notícia é a modernização das nossas corvetas, que está bem encaminhada. A aquisição do caça Gripen, da Saab, que estava lá representada, uma nova geração de veículos blindados, lançadores de foguetes e a retomada do crescimento do projeto espacial brasileiro que estava parado há mais de dez anos.

Podemos também estar presentes na passagem de comando na Urca, da Escola Superior de Guerra responsável pelo pensamento estratégico de nação e do entendimento do Brasil como protagonista e líder do mundo, general Schons passou o comando para o almirante Alípio Jorge. O general Schons que agora comandar a diretoria de ciência e tecnologia em Brasília, com uma ligação grande com centros de pesquisa aqui no estado de São Paulo. Estivemos presentes também na passagem de comando de operações navais, realizada na nau capitânia Atlântico, um porta-helicóptero de múltiplo uso, e uma embarcação extremamente moderna chegada recentemente da Inglaterra, aonde lá também exercia papel da nau capitânia da esquadra. Ela está substituindo o aeródromo São Paulo, que foi desativado pela Marinha do Brasil por questões técnicas e pudemos constatar o grande nível de operacionalidade do porta-helicópteros Atlântico, principalmente para missões de operações especiais.

Finalmente, comemoramos hoje os 100 anos, Coronel Telhada, da escola de aperfeiçoamento de oficiais do Exército Brasileiro, lá em Realengo, 1919 com a missão militar Francesa, e agora a nossa escola de capitães completa 100 anos, onde nós formamos aqueles que vão depois poder ter acesso a oficialato superior, principalmente como major.

A Escola de Capitães, como é carinhosamente chamada, é um curso obrigatório para promoção e os capacita taticamente para funções de Estado Maior.

Finalmente nós pudemos nestes dias aumentar o nível de relacionamento da Assembleia Legislativa com outros órgãos, através de mais relações bilaterais, diplomáticas, comerciais, tecnológicas e políticas.

É a nossa contribuição à população do estado de São Paulo que merece sempre o melhor. Brasil acima de tudo.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado capitão Castello Branco, oficial do Exército Brasileiro, piloto de helicóptero, pela participação de V. Exa. aqui no nosso Pequeno Expediente.

Não havendo mais oradores inscritos para o Pequeno Expediente, eu encerro neste momento o Pequeno Expediente e abrimos o Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. Ausente. Professora Bebel Lula. Tem V. Exa. dez minutos regimentais.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu volto novamente para esta tribuna e vou continuar expondo a situação nossa da escola pública paulista. Eu acredito que nós que temos no dia a dia, na sala de aula, enfim, nós que acompanhamos diuturnamente a situação dos professores, dos alunos, nós temos clareza de uma coisa, Sr. Presidente

Houve nesses últimos anos, veja bem, de que tem uma demanda reprimida de atendimento de ensino médio de cerca de 80, mais de 80% é demanda reprimida. Por que isso? Porque a lei que regulava o financiamento de Educação até 2007 era toda prioridade para o ensino fundamental. Então tinha o Fundef. E aí eu tenho que fazer jus ao ex-presidente Lula, não é fazer jus de forma encolhida, não, orgulhosa, não é?

O presidente Lula, ele, então, acabou o Fundef, terminou aquele fundo, e ampliou o conceito de Educação para toda a Educação básica, e instituiu o Fundeb - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. E jogou mais de dez vezes o que se aplicava no ensino fundamental em termos de fundo.

Bom, e aí, então, pudemos ter a inclusão da Educação Infantil, que estava fora do financiamento. Educação Infantil compreende creches, pré-escolas. O ensino fundamental ganhou mais um ano no governo Lula, era de oito e foi para nove anos. Então, vai do primeiro até o nono ano.

E o ensino médio, que também estava fora do financiamento e entrou no financiamento. E as modalidades de ensino. O que eu chamo de modalidades de ensino? As modalidades de ensino são aquelas que...

Sr. Presidente, saíram da tela as imagens.

 

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-          É feito exibição de imagem.

 

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As modalidades de ensino é quem não pôde estudar em idade própria, EJA - Educação de Jovens e Adultos -, educação técnica. Enfim, todas as que saem dessa etapa e que está na idade própria.

Aí você vai falar: mas, se houve tudo isso, por que há essa demanda de mais de 80 por cento do ensino médio descoberta? Ou seja, não há atendimento de ensino médio.

Você fala: "não é possível, Professora". Não, não há. Por quê?

Aqui no estado de São Paulo, de forma criminosa - uso o termo - foi utilizado o chamado Programa de Escola de Tempo Integral, a que não tenho contrariedade, muito pelo contrário. Sou favorável.

E colocou que o ensino médio seria integral, diurno. Só que, acompanhado disso, o que aconteceu: fechou o noturno e fechou a modalidade regular de ensino médio que fosse concomitante.

O que acabou acontecendo: os alunos do noturno não puderam mais estudar. Por quê? Eu acompanho essa história porque se não tivesse ensino médio noturno, eu não poderia ter estudado.

Assim é a maioria dos jovens que estão no ensino médio que, de certa forma, eles acabam saindo do ensino médio porque têm que trabalhar. Porque ainda a gente não resolveu a desigualdade social, a pobreza.

Então, ele tem que contar com o salário em casa. A família conta com o salário desse jovem, que não pode estudar. E o que ele faz? Ele aposta no EJA - Educação de Jovens e Adultos - depois.

Então, o que acaba acontecendo? Nessa escola de tempo integral, que era para ser positiva, que era para ser de inclusão, passa a ser de exclusão. Por quê? Porque o projeto destina-se àqueles alunos que não precisam trabalhar.

É um tempo integral esquisito, que vai até às três horas da tarde. Olha só, deputado presidente: essas escolas, os professores que trabalharem nela, ganham 75% de bonificação a mais. E as regulares não têm nada. É o reconhecimento de quê? De que para dar certo tem que pagar mais, para ter professores nessa escola. Se ficassem irregular, não iam estar lá. Está certo?

E tem meio que ilhas de excelência. Então, o que acaba acontecendo: essas escolas, por conta de um olhar, a escala social, há dificuldade. Porque o aluno trabalha, ele é aluno trabalhador, então só fica uma parcela. Então, não chega a 300 ou 400 alunos por escola. Não otimiza aquele prédio. Têm-se os melhores prédios, mas não são otimizados, viram ilhas de excelência. É isso que a gente quer? Ou a gente quer uma escola de qualidade para todos?

Será que é no ensino médio que tem que ter ensino integral? Ou é no ensino fundamental? Eu defendo que é no fundamental, do primeiro ciclo, inclusive, na alfabetização. A gente ajuda as mães de duas formas, porque está lá dando a formação e, ao mesmo tempo, prepara para poder ir para o segundo ciclo do ensino fundamental, com outro nível de formação, melhor alfabetizado. E vai para o ensino médio, que é um aprofundamento, que é a etapa da terminalidade.

O lamentável é que estou vendo que a terminalidade, que é, na verdade, um conceito de quando vai se acabar um ciclo, uma etapa da educação básica, está virando terminalidade de estudos para ampla camada da população, que são os filhos e filhas da classe trabalhadora, porque os filhos da elite não estão nas escolas públicas.

Chamo atenção para isso, porque somos deputados e deputadas eleitos com um compromisso. Tenho certeza de que o tema da Educação perpassou o discurso de todos os que estão aqui, de todas as que estão aqui. Perpassou o discurso do Executivo, perpassou, enfim, todo o discurso de quem quer se eleger. Não estou dizendo dos meus colegas deputados, não tenho nenhuma reclamação a fazer, até porque, para minha satisfação, essa legislatura é a legislatura... Até vou tomar o cuidado de pedir para minha assessoria contar quantas vezes estamos falando de Educação aqui nesta Casa. Quantas vezes por dia a gente fala de Educação? Isso é bom, porque eu sou daquela tese de que água mole em pedra dura bate até que fura. Assim é a bancada dos policiais e nós, da Educação. Tenho certeza de que podemos inverter essa lógica, ter mais alunos nas escolas públicas com qualidade.

Aí falam assim: “Mas a senhora defende o ensino noturno!”. Defendo, porque a gente não vai conseguir resolver o problema da pobreza e é melhor que o aluno estude no noturno do que não tenha nada para estudar, porque estão fechando o ensino noturno. Isso é injusto, isso é acirrar as desigualdades. Quando não há igualdade educacional, acirram-se as desigualdades sociais.

Ontem, saiu uma pesquisa interessantíssima, que vou trazer a este plenário, sobre o desempenho dos alunos no mercado de trabalho, que vai exatamente ao encontro do que estou dizendo aqui. Por não ter a oportunidade de estudar em idade própria, por fazer cursos aligeirados, os jovens trabalhadores não estão conseguindo atuar no mercado de trabalho com qualidade. É estrutural. Nós temos que resolver esse problema.

É isso, Sr. Presidente. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Professora Bebel. Nós amamos o que fazemos, mas precisamos de salário para sustentar a família. Não tem como a gente sair disso.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Sr. Presidente, gostaria de fazer um comunicado.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental. Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - No dia 13 de abril, comemora-se o dia do Hino Nacional Brasileiro. Hoje, na Câmara Municipal de São Paulo, vai haver uma solenidade específica quanto a isso, antecipando o dia 13, bem como a apresentação de uma palestra técnica sobre o tema, na qual terei a oportunidade de expor algumas curiosidades históricas. Estão todos convidados. Na semana que vem pretendo fazer uma moção em homenagem à data do Hino Nacional, que agora em 2022 vai completar 200 anos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Qual será o horário da palestra de Vossa Excelência?

 

O SR. CASTELLO BRANCO - PSL - Às 19 horas, na Câmara Municipal, no Salão Nobre.

 

 O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Parabéns, deputado. Se houver oportunidade, estaremos lá presentes prestigiando Vossa Excelência. O próximo orador inscrito na lista é o Tenente Nascimento, que, por permuta, passa o tempo à deputada Janaina Paschoal.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR -Obrigada, Sr. Presidente. Sr. Presidente, cumprimento todos os parlamentares presentes, os servidores da Casa, os cidadãos que nos brindam com suas presenças e os que nos acompanham a distância. Primeiro eu queria justificar que eu me inscrevi para o Pequeno Expediente e não estava presente porque eu estava no gabinete, e, quando a gente entra no gabinete, é tanta gente que é impossível chegar até aqui. 

Quero aproveitar esse esclarecimento para também explicar para a população que um deputado estadual tem várias missões, o que às vezes a população não compreende. Então, tem acontecido muito de a pessoa ir ao gabinete, seja um vereador, um prefeito, um assessor, um líder comunitário, e querer falar com o deputado.

Então está acontecendo isto: vão ao meu gabinete e querem falar comigo, e dizem: “Ela está no plenário”. Primeiro as pessoas não acreditam, dizem: “Como assim?”. E então respondem: “Esta no horário de plenário, ela está no plenário. Se o senhor quiser ir até lá olhar...”. Aí as pessoas não se conformam de eu não sair do plenário para ir ao gabinete atendê-las.

Na minha assessoria, eu tenho três advogados formados pelo Largo São Francisco, os três foram meus alunos, dois são mestres, e uma das mestres já está fazendo doutoramento, está terminando. Por que eu estou dizendo isso? Porque são pessoas capacitadas para fazer o atendimento. Quando a senhora que recepciona quem vai ao gabinete diz: “Olha, a Dra. Janaína está no plenário, mas tem aqui os assessores para atendê-los”, a pessoa diz que não quer falar com os assessores.

Eu estou falando “a pessoa”, mas são muitos os casos. Reclamam, acham que foram maltratados. É óbvio que, se alguém destratar, eu quero saber, para poder tomar uma providência, mas o fato de a gente não atender pessoalmente gera uma situação de revolta, houve casos de as pessoas até se exaltarem.

Então, eu queria explicar para a população que o deputado estadual até tem esse papel de fazer atendimentos, de receber demandas, mas o papel primordial dele é fazer proposituras e acompanhar projetos em andamento, fazer a fiscalização do Executivo. No caso específico da minha pessoa, pela minha formação jurídica, que não significa ser melhor ou pior do que ninguém, eu estou dando prioridade a este papel.

Eu imagino que um colega que seja médico vai ter outra prioridade, mas eu estou priorizando o plenário e a análise dos muitos projetos que já estão prontos para serem votados, eventualmente me reunir com algum colega para discutir um projeto dele, dar alguma sugestão. Eu estou priorizando esse trabalho jurídico ao atendimento, e eu sei que, sob o ponto de vista eleitoral, isso é até - vamos dizer assim - prejudicial, mas é uma escolha, porque eu entendo que eu posso colaborar mais, e eu deixo pessoas boas, qualificadas, para fazerem esse atendimento enquanto eu estou no plenário.

Tenho tentado reservar as segundas e sextas, dividindo em plenário, atendimento e visitas externas. Por que eu estou explicando isso? Para que as pessoas não se sintam mal recepcionadas, não se sintam desprezadas. Quando a gente diz: “Olha, conversa com o assessor”, não é para fugir de conversar com a pessoa, é porque nós precisamos estar atentos.

Todos viram o que aconteceu aqui ontem. Ontem nós saímos da reunião com o governador, e houve ali um pequeno tumulto, natural, muita gente junta, havia pessoas a serem atendidas, havia jornalistas ali na porta, porque, infelizmente, a semana foi conturbada.

Quando eu consegui chegar ao plenário, o presidente já tinha aprovado a Controladoria com quatro, cinco pessoas no plenário. É uma situação muito complicada. Por que estou dizendo isso? Apenas para criticar o que aconteceu aqui ontem? Não, mas também para alertar à população de que eu me sinto no dever de estar aqui o tempo inteiro.

Quando a gente chegou, deputada, já tinha votado. Então, eu pergunto, que Estado Democrático de Direito em que um projeto de, no caso, de resolução, mas que um Projeto de lei, uma modificação, é aprovada com quatro, cinco parlamentares, por melhores que sejam? Isso não pode acontecer.

Eu estudei o Regimento bem. Claro que não tenho ainda essa dinâmica do dia a dia, mas a maneira como o Regimento está sendo aplicado está errada, porque votação simbólica não significa não votação. É necessário dizer assim “olha, os que estão aqui estão de acordo?”. Se V. Exa. levantar a mão, o presidente tem que computar que V. Exa. não está de acordo e assim por diante.

O que acontece é o seguinte, estabeleceu-se votação simbólica como não votação, e isso é muito grave. É grave para a democracia, porque nessa sistemática não existe representatividade. Uma colega está no gabinete, outro colega está atendendo uma pessoa ali, porque a gente sai do gabinete para vir para cá e vem um monte de gente, aí você não consegue chegar. Quando chega, o projeto já foi aprovado. Mas quem estava aqui? Quatro pessoas. Excelentes pessoas, mas não tem representatividade.

Então, estou dando essa explicação pública porque quero que as pessoas compreendam que, não sei se é inexperiência minha, se é romantismo, mas quero estar aqui da hora que começa à hora que termina para garantir, acompanhar efetivamente, o que está sendo votado e garantir o mínimo em um parlamento, que meu voto seja levado em consideração.

Porque, quando eu vim aqui declarar o voto, já por duas vezes, o presidente disse: “Vossa Excelência pode declarar para que conste”. Eu falei: “Mas eu não quero que conste, eu quero que conte”. Eu não fui eleita para o voto constar, eu fui eleita para o voto contar. “Ah, mas não vai fazer diferença o seu voto”. Mas é meu, faz diferença para mim.

Como é que pode? Eu sinto a necessidade de estar aqui, então quero esclarecer não só os meus eleitores, mas aos cidadãos, de que, quando estou aqui, estou fazendo um trabalho que acredito importante para todos nós. Não estou enrolando no plenário, porque estou sendo muito cobrada no gabinete por não estar no gabinete.

Outra coisa que eu decidi: eu não estou aceitando convites para palestras. Tenho recebido convites interessantíssimos em São Paulo, em outras cidades, em outros estados, até em outros países, e adotei o critério de rejeitar esses convites a não ser que se trate de um evento diretamente relacionado a um projeto que eu estou desenvolvendo.

Quando eu fui para o Rio de Janeiro, era referente ao projeto do parto e da cesárea, como as visitas que eu estou fazendo aos estabelecimentos de saúde, mas não vou me comprometer com palestras neste momento porque preciso dessa energia para a atividade central que eu me dispus a fazer.

Se eu vou ser bem sucedida ou não, não sei, só o tempo vai dizer, mas eu preciso eleger prioridades. E as pessoas acham que temos que estar em todos os eventos. Se nós não estamos, as pessoas se sentem rejeitadas, então quero dar esse esclarecimento para que as pessoas entendam que não é má vontade da nossa parte. É meio que uma prestação de contas mesmo.

Aproveito para comunicar publicamente que estou organizando uma audiência pública para o dia 10 de maio, às 16 horas, e estou convidando ainda algumas pessoas que lidam com Direito Constitucional, Direito Eleitoral, para que nós possamos discutir as candidaturas avulsas.

Eu não faço isso como crítica a nenhum partido em especial. Fui muito bem recebida no PSL, tenho uma relação muito positiva com os colegas de bancada, mas eu tenho a convicção filosófica de que a candidatura avulsa é um direito fundamental do cidadão.

Então, eu vou promover - todos ficam já convidados - essa audiência pública no dia dez, para que nós possamos refletir se não seria um passo importante para a tal reforma política que todos nós aguardamos tanto.

Muito obrigada, Sr. Presidente e todos que prestaram atenção.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Seja bem-vinda ao mundo político. Tudo o que a senhora fizer, a senhora vai ser criticada. Pode se acostumar, porque a senhora não é mais pedra, agora a senhora é vidraça, que nem todos nós aqui.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Eu ouvi a deputada Janaina e eu quero dizer que eu concordo, porque eu também estava na Casa e eu fiz um esforço supra-humano para estar nos três eventos que teve, que foi a coletiva da deputada Erica Malunguinho, também estive com o governador Doria e subi. Um minuto subi ao gabinete; quando desci, acabou.

Eu acho que, de fato, isso não pode acontecer. Faz uma chamada. Por que quando interessa faz chamada? Faz chamada. Qual é o problema de nos esperar descer? Eu também quero saber o mérito das matérias que são votadas. Eu não quero votar cegamente. Eu tenho um pouco de cuidado com essas coisas, porque eu represento também. Todos nós aqui representamos.

Deputada e deputados, eu acredito, eu já falei na tribuna e outros tantos já falaram, que está muito demorada a constituição das comissões, porque são elas que dão corpo para os debates que nós vamos fazer aqui. São as comissões. Se a gente não fizer isso, o que vai acontecer é que a gente vai receber propostas feitas pelo governo e a gente vai ter que estar votando projeto do governo. E cadê os nossos projetos? O espaço de construção começa nas comissões. Vossa Excelência com audiência pública, eu com audiência pública, todos fazendo audiência pública e dando movimento para esta Casa.

Eu acho que nem é uma comunicação, é uma reclamação. Ela tem que ser constada nos autos, para que a gente, de fato, faça valer nossos mandatos e exigir. Vai, vota, faz a chamada. Não custa. Noventa e quatro nomes você lê. A gente é professor e lê os nomes. Por que não ler dos deputados?

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Só para constar, hoje foi publicada no Diário Oficial a constituição de todas as comissões. Elas vão ser instaladas na próxima semana agora, ok?

Quanto às reclamações das senhoras, é o Regimento. Nós temos que mudar o Regimento. Esse é o problema, eu já falei. Ano passado eu fiz um trabalho. Praticamente, do lado da comissão, só ia eu e, de vez em quando, o Camilo. Nós fizemos toda a reforma do Regimento. Ela não foi nem apreciada. A maioria dos deputados não topou e já arquivada. Estão constituindo outra comissão hoje.

Até oriento quem estiver na comissão - não quis pertencer à comissão, porque vi que o trabalho não foi valorizado, então não vou fazer de novo -, os deputados que estiverem na comissão, solicito que deem uma olhada nesse trabalho. Nós perdemos dois meses nele e nem foi apreciado. Precisa realmente mudar o nosso Regimento Interno.

Um minutinho só. Quero chamar para fazer uso da palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Meu amigo, deputado José Américo Lula. É o senhor agora, a Marta não está presente.

Enquanto o senhor se dirige à tribuna, estou vendo que a deputada Janaina quer uma comunicação.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Respeitosamente, Sr. Presidente, o Regimento prevê a votação simbólica. Entretanto, para que haja votação, é necessário haver parlamentares. E votação implica poder votar “sim” e poder votar “não”. Então, pode ser simbólico, levantar um braço, levantar efetivamente. Entretanto, quem preside a Mesa tem que computar o voto divergente. Então, quando o Regimento Interno fala “votação”, implica computar os votos convergentes, “sim”, e os votos divergentes, “não”. Para isso, não é necessário reformar o Regimento Interno. É bem, verdade, Excelência, que o Regimento Interno carece de modificações. Pena que o trabalho de V. Exa. não foi utilizado, valorizado. Agora, é outra comissão.

Porém, esta questão da votação, com todo o respeito, a Casa está fazendo errado relativamente ao que já está escrito no Regimento Interno. Porque votação implica quorum real. Implica que as pessoas presentes possam manifestar a sua vontade. E o presidente diz assim, muitas vezes olhando para baixo: “Quem está de acordo...” Acabou. A gente está ali gritando, e vem aqui na frente, e ele diz: “O voto da senhora não vai ser computado.”

Isso não é votação. Isso fere o estado democrático de direito. Com todo o respeito.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Deputado José Américo Lula da Silva. Vossa Excelência tem 10 minutos.

 

O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Presidente Coronel Telhada. Eu queria saudar os senhores deputados e deputadas aqui presentes. Deputado Castello Branco, um abraço para o senhor. Deputado Nascimento, nosso grande amigo aqui. Deputado Dalben, deputada Janaina, deputado Douglas, deputado coronel Mecca. E a deputada, minha amiga, Maria Izabel, presidente da Apeoesp e representante dessa grande categoria que são os professores da rede oficial do Estado.

Em primeiro lugar, eu queria informar o pessoal que me acompanha. Principalmente assistentes sociais e psicólogas. Que o nosso PL 863, de 2017, deve ir para a pauta da votação na terça-feira. Junto com ele, deve ir uma emenda aglutinativa fazendo algumas correções que foram propostas na audiência pública que realizamos.

Então, estou avisando o pessoal das entidades: podem ficar tranquilos, que todas as propostas de emendas que foram feitas foram incorporadas aqui. Portanto, o projeto vai ficar devidamente adequado. Já tenho pelo menos dois deputados junto comigo nesse projeto: a deputada Bebel e o deputado Paulo Fiorilo.

Esse projeto visa a garantir... É importante a presença da Bebel porque, como presidente da Apeoesp, acompanha isso. Para garantir o assistente social e o psicólogo dentro das escolas. O psicólogo para orientar aluno e orientar professor. E o assistente social, também, para orientar professor. E, principalmente, as famílias.

Episódios como esse, que vimos em Suzano, evidentemente precisa de muita gente atuando aí evitar esse tipo de problema. Mas uma das coisas é a presença do assistente social e do psicólogo. Acho que ajuda muito. Porque, hoje, todo mundo sabe que as famílias são fundamentais no processo de ensino e aprendizado.

É muito importante. A pessoa às vezes está com um problema familiar, de repente, chega à escola. O professor, evidentemente, não fica sabendo. E os problemas que aquela criança tem se agravam em função disso. Então, assistente social é importante para isso. Era essa a informação que eu gostaria de dar.

Eu queria falar um pouco do tema candente do momento, que é Previdência, reforma da Previdência. Quero dizer que é óbvio que o problema do Brasil se resolve de um jeito ou de outro. O Brasil tem um déficit público grande, em torno de 200 bilhões de reais.

A proposta do Paulo Guedes, do governo Bolsonaro, é uma proposta de resolução conservadora, de ajuste conservador. Que visa a conseguir um superávit na Previdência. Ou seja, deixar de gastar na Previdência, alguma coisa em torno de 100 bilhões por ano. Nem é a metade do déficit. Mas visa resolver por aí.

Acho que é um grande erro. A Previdência Social, no Brasil, em primeiro lugar, é uma conquista importante dos trabalhadores. A Previdência está deficitária, nesse momento, apenas conjunturalmente, por conta do desemprego que temos na sociedade. E, também, por conta dos vários ataques, digamos assim “não ilegais”, que ela sofreu ao longo dos anos, que são a DRU, Desvinculação de Receita da União, que permite que o Tesouro vá lá e retire dinheiro da previdência. Aí todos os governos fizeram isso, inclusive os governos do meu partido; foram lá e foram tirando dinheiro da previdência.

Bom, o que acontece? Se não tivesse acontecido isso, por exemplo, em 2015, foram tirados 92 bilhões da previdência pela DRU; totalmente legal. Isso foi uma coisa que foi aprovada. Mas foi retirado esse dinheiro. Se esse dinheiro não é retirado da previdência ao longo dos anos, a previdência teria um capital para aguentar um período de dificuldade. Então, acho que a estrutura da previdência é boa. O problema é que os governos não deram a devida atenção para que essa estrutura fosse preservada. Então, a DRU, terrível, ela vem tirando dinheiro da previdência e vem esgotando a capacidade da previdência, graças a ela.

Bom, nós temos outra coisa que fala-se muito pouco, que é o seguinte: a dívida. De cada três reais arrecadados - primeiro a arrecadação, a sonegação - da previdência, um é sonegado, 30% é sonegado. Ou seja, precisam melhorar as condições de arrecadação: aperfeiçoar, aumentar o número de fiscais.

Se você pegar, por exemplo, a quantidade de fiscais que tem as declarações de renda na Inglaterra, é de três a quatro vezes maior do que a do Brasil. Então, aumentar o número de fiscais para poder evitar a sonegação. E com relação aos devedores, nós deveríamos aprovar um projeto que está até hoje tramitando no Congresso, que é o Projeto 5080, e que envolve a cobrança administrativa. Ou seja, ao invés de ir para a Justiça e ficar lá 30 anos, seguinte: não pagou a justiça administrativa, ou seja, a própria receita, o departamento da receita vai lá tenta receber, tenta fazer acordo. Não deu pra receber, o que ela faz? Ela vai lá e penhora os bens daquela empresa. Então, isso dá uma velocidade muito grande. Você elimina a figura do devedor contumaz. Hoje o devedor contumaz, o maior devedor da previdência é o grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista, são figuras bastante conhecidas aí.  É uma empresa que vai muito bem, do ponto de vista econômico. Isso não corresponde ao caráter dos donos, mas a empresa vai bem e não paga. O Bradesco também. Então, fica disputando isso na Justiça. E não estou nem reclamando da Justiça, porque a Justiça tem o seu... Vamos fazer a justiça administrativa que a gente recebe bem mais rápido. Eu duvido que esses caras vão deixar de pagar - justiça administrativa.

Por outro lado gente, o Brasil vive uma financeira. A crise brasileira não é uma crise de falta de produtos, de oferta de produtos em excesso; é uma crise financeira. Significa o quê? Que algumas decisões dos últimos governos que foram feitas elas estão trazendo problemas e nós podemos resolver por aí a crise.

Então, eu vou dar um exemplo para vocês. Tem uma operação bancária que se chama Operação Compromissada. Janaina que é advogada deve saber disso, todos vocês sabem. Isso é normal. Qualquer sistema bancário tem isso. Quando o banco está sobrando dinheiro ele empresta, às vezes até para o tesouro, e quando não está ele devolve.

Bom, no Brasil, como o juro é muito alto os bancos estão emprestando pouco, Coronel Telhada. Então, as operações compromissadas foram subindo, subindo. Hoje, em 2018 dispôs de 120 bilhões para pagar a Operação Compromissada. Ele tomou um dinheiro emprestado que ele não precisava ter tomado, alegando o quê? “Ah, se a gente não fizer isso os bancos não emprestaram vai sobrar dinheiro e vai aumentar a liquidez no mercado.” Qual é o problema? Se o banco não emprestou, ele que abaixe o juro. Se ele não quer abaixar o juro - não é proibido que ele abaixe o juro - não abaixou o juro, não emprestou, ele que arque com a responsabilidade de ter um dinheiro parado. Por que o Governo tem que pagar isso. Então, são 120 bilhões. Eu não sou radical a ponto de dizer assim: "Não, não. Vai acabar com a operação compromissada".

Não, não precisa acabar. Vamos acabar paulatinamente. Cento e vinte bilhões o ano passado, este ano vai dar por aí. Vamos fazer o seguinte: a gente elimina 40% da operação compromissada.

O que acontece? Vamos ganhar 40 bi. Quarenta bi. Nós temos 350 bilhões de renúncia fiscal. Nós temos renúncia fiscal na Previdência, renúncia fiscal na Zona Franca de Manaus, renúncia fiscal em várias coisas, no Simples.

Nós temos hoje um número muito grande de empresas no Simples que não deveria estar no Simples. Por quê? Porque a empresa, ela já tem tamanho para estar fora do Simples. Então, ela já está tendo um benefício fiscal que ela não devesse ter.

O Dr. Jorge Rachid - vocês talvez não o conheçam - é a maior autoridade brasileira em arrecadação e foi diretor da Receita Federal Brasileira durante muitos anos.

O Dr. Jorge diz o seguinte: "Se cortar metade dos 350 bilhões que nós temos de renúncia fiscal, o Brasil vai funcionar do mesmo jeito." Eu não sou tão radical quanto o Dr. Jorge Rachid.

Vou falar o seguinte: vamos devagar. Vamos tirar 30 por cento. Só 30 por cento. Com 40% das operações compromissadas, que dá mais ou menos 48 bilhões, 120 por quatro. E 30% da renúncia fiscal, que a gente corta este ano, depois 40, depois 50, chegamos na...

Nós vamos ter aí o quê? Nós vamos ter 150 bilhões de reais sem aumentar um centavo de imposto de ninguém. E dá muito mais economia do que a proposta do Guedes, que está voltada, principalmente, para o pessoal do INSS.

Setenta por cento do pessoal do INSS ganham até dois salários mínimos. E até três salários mínimos é quase 90% do pessoal do INSS. É daí que ele pretende economizar 750 bilhões em dez anos. E o resto em benefício de prestação continuada, que também é terrível, porque diz às pessoas mais vulneráveis.

Então, essa reforma da Previdência não deveria existir, pelo menos dessa forma. E nós deveríamos resolver em cima dos gargalos financeiros: operação compromissada, renúncia fiscal e outras medidas que depois eu possa alinhavar para vocês.

Gente, muito obrigado. Muito obrigado, presidente Coronel Telhada, muito obrigado, Srs. Deputados e Sras. Deputadas.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado José Américo. Quanto ao vosso projeto, o deputado Kenny, que é professor, também, no nosso partido, nos convenceu a apoiá-lo, tendo em vista o ótimo projeto de Vossa Excelência. Conte com nosso apoio. Conte conosco.

Prosseguindo na lista dos oradores inscritos.

Deputado Daniel José. (Pausa.) Deputado Ricardo Mellão. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada. (Na Presidência.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Delegado Bruno Lima. (Pausa.) Deputado Wellington Moura. (Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Erica Malunguinho. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Rodrigo Gambale. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. Vossa Excelência vai fazer o uso da palavra?

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu gostaria de permutar com a Dra. Janaina, se fosse possível.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental. É ceder o tempo. Depois os senhores assinem, por favor, o papel.

Deputada Janaina, tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, esta semana houve uma situação aqui no plenário, um colega apresentou um projeto de lei, que eu reconheço polêmico - colega Altair Moraes -, tratando da questão das disputas esportivas envolvendo pessoas transexuais.

A deputada Erica Malunguinho veio, fez a sua manifestação, entendendo o projeto inadequado. O deputado Douglas Garcia veio e defendeu o projeto. Infelizmente, ao defender o projeto, exagerou; depois reconheceu, pediu desculpas.

Ocorre que a situação ganhou uma dimensão, dentro da Casa, bastante grande. Mas também ganhou uma dimensão fora da Casa bastante grande. O deputado Douglas passou a receber algumas ameaças. Comunicou à polícia da Casa ameaças contra a integridade física e assim por diante. Só que algumas ameaças o incomodaram ainda mais do que aquelas à sua integridade física, ameaças referentes à sua vida particular, muitas mensagens no sentido de que a sua vida particular seria trazida a público. É claro que a gente não tem como saber quem fez isso, por que fez isso. Ele foi chamado de cínico, de hipócrita e assim por diante.

Hoje, desde cedo, ele está me procurando para conversar. Disse que queria falar pessoalmente, que queria falar comigo, mas uma hora eu estava em uma reunião, outra hora eu retornava e ele estava falando com alguém e assim por diante. E somente agora há pouco consegui conversar com ele. Ele tomou uma decisão e, como ele está um pouco abalado, ele pediu para eu fazer essa comunicação por ele.

Hoje, depois de 25 anos, ele conseguiu conversar com os pais dele e dizer para os pais dele que ele é homossexual. Ele veio falar comigo incrivelmente preocupado de que isso pudesse prejudicar a bancada e eu falei para ele: “Filho, pelo amor de Deus! Só se fossem pessoas absolutamente irracionais. Não tem o menor sentido”.

Aí ele conversou com o coronel e nós decidimos - ele decidiu, eu estou só... - fazer essa comunicação pública para que eventualmente não venha alguém com o intuito de constrangê-lo, com o intuito de mostrar que ele defende uma coisa e é outra, fazer uma exposição pública de sua vida pessoal.

Ele tentou conversar comigo e eu quero tentar explicar: o fato de ele ser homossexual não significa que ele não possa pensar de uma maneira ou de outra com relação a um projeto. Então, ele tem as posições dele.

Ele está crescendo, amadurecendo, é um representante da juventude. Ele está consciente de que precisa se manifestar de uma maneira mais urbana com relação às suas ideias.

Ele me pediu, me deu a honra, vamos dizer assim, de trazer a público a sua orientação sexual e tenho certeza de que esta Casa vai ser muito acolhedora com ele, assim como a população paulista e a população brasileira também. Eu até agradeço a honra de fazer essa comunicação. Sei que não é fácil.

Sou professora há 20 anos, eu atendo os meus alunos nas situações mais complexas e, às vezes, para o jovem... Não estou diminuindo o seu dilema, que você falou que, no fim, a deputada Erica, com esse conflito todo, te ajudou a conversar com os seus pais. Olha que coisa. Então, não estou diminuindo, mas, às vezes, para o jovem,  algo que é muito simples fica muito grande e a gente acaba desabando em coisas ruins. Você tem uma situação, uma briguinha de namorados na adolescência que pode um menino ou uma menina desistir até da vida.

Eu sempre estou muito atenta aos meus alunos, qualquer mudança de comportamento... Aquele que é muito aplicado e para de aparecer ou aquele que é muito brincalhão e de repente fica sério. Essas coisas parecem tão maiores quando a gente é jovem e ele estava tão apavorado. Ele falava assim: “Doutora, preciso falar com a senhora, porque vou prejudicar a bancada”. Eu imaginei algo terrível. Eu falei: “O que foi que esse menino fez?”. Então, assim, eu faço esta comunicação desejando que ele se encontre nessa sua verdade e que a sua família o acolha, porque eu tenho convicção de que os colegas vão acolher.

           

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Doutora, eu queria agradecer por todo o carinho que a senhora tem por mim. Quando eu falei a respeito da bancada, na verdade, não era nem por dentro da bancada do PSL, porque eu sei que todos eles são acolhedores. O que acontece, doutora, é que, infelizmente, a gente tem alguns veículos de comunicação maldosos que, enfim, iriam querer constranger o partido - “nossa, o partido do presidente da República”, etc., etc.

Mas eu acredito que agora, mais do que qualquer outra coisa, a gente mostra que o PSL é completamente o inverso daquilo que é mostrado pela imprensa, pela mídia e etc., até porque, doutora, como uma questão particular minha, eu nunca quis trazer a público, porque é uma coisa de foro íntimo, minha, eu nunca utilizei isso como uma bandeira política e etc.

Então, eu acredito que há males que vêm para o bem. A minha família já está ciente, e os meus amigos mais próximos todos já sabiam. Fico extremamente feliz com isso, porém ficaria para o resto da minha vida resolvido. Eu sou uma pessoa resolvida, sempre fui uma pessoa resolvida e extremamente feliz, mas, como estão chegando essas ameaças - e como eu sei que muito em breve pode ser que exploda alguma coisa na internet -, resolvi contar com apoio da senhora e com o apoio de toda a minha bancada para me adiantar, antes que acabem denegrindo a imagem do nosso partido e acabe impactando toda a bancada do PSL.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Eu acho que um pai, uma mãe, um professor, o que ele quer para um jovem? Ele quer que ele seja feliz, não é? Ele quer que ele seja feliz, que ele constitua uma família. E o que é uma família? É um grupo de pessoas unidas por um laço de amor, não é assim? Então, é só ter paciência para ter compreensão, querer ouvir. Quem ama quer a felicidade do outro, então acho que é importante isso que o deputado está fazendo, até para que outros jovens não sofram com uma situação que não necessariamente tem que trazer sofrimento, não é? Os dilemas, quando divididos, ficam menores. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - E isso não diminui em nada as bandeiras que eu venho defendendo aqui na Assembleia Legislativa contra a ideologia de gênero, enfim, todas as bandeiras continuam de pé.

 

A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – É. Eu acho que a gente pode sentar e conversar com calma sobre tudo isso.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Muito obrigado, doutora. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - Uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

 A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - O que eu falar aqui não envolve a deputada Erica. Ela se pronunciou, sentiu o que sentiu na carne, e a gente tem que, de certa forma, reafirmar aquele triste momento que ela passou, mas eu chamo atenção para o seguinte, deputado Douglas Garcia. Eu de novo digo: antes tarde do que nunca.

Quem sabe o momento por que ele passou nesta Casa esta semana não foi um momento da tomada correta de posição, não é? Assumir é a melhor coisa que tem. Quer dizer, a gente tem o direito de ser feliz. Eu acho que o senhor tem o direito de ser feliz, assim como todos os homossexuais têm direito de serem felizes, os transexuais, os héteros, todos têm o direito de serem felizes. Eu quero que o senhor seja feliz, mas também deixe os outros serem felizes, porque eu acho que isso é importante, né?

Nós estamos em uma sociedade, e isso só demonstra que a nossa sociedade é plural, e, por ser plural, a gente tem que aceitar a pluralidade. O debate da ideologia de gênero vai continuar, é um pouco a mediação que a deputada Janaina faz. Isso tem que ser mais bem mediado, porque o senhor pode estar sendo excluído de alguma coisa que lá na escola... Isso brota de alguma coisa, como se tivesse criminalizando alguém que tem o direito de ser o que é, porque é isso. O que está dito para o senhor? O senhor tem direito, é direito do senhor, assim como é direito da deputada Erica Malunguinho, como é direito de tantos outros que se assumiram e querem e foram felizes. Então, seja feliz, deputado, mas deixe os outros serem felizes também. Um forte abraço.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Antes de eu passar a palavra ao próximo deputado, queria continuar na lista. Enquanto ele se dirige ao plenário, ou melhor, à tribuna, os deputados farão uso da palavra.

Deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputada Janaina Paschoal, que passou o tempo para o Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

Queria alertar aos deputados, principalmente aos novos deputados, que quando forem interpelar o presidente, a palavra é “pela ordem” e, aí sim, fazem a comunicação ou a reclamação.

 

O SR. ALTAIR MORAES - PRB - PARA COMUNICAÇÃO - Achei muito bonito o que aconteceu agora com o deputado Douglas, com o apoio da nossa querida deputada Janaina.

Agora aflora em mim o meu devocional de pastor. E vou deixar bem claro, não vou me reter aqui ao meu projeto de lei, que vou trabalhar - muito mesmo - para que passe. Acho justíssimo, que não tem nada a ver com homofobia, transfobia ou qualquer coisa que seja.

Como pastor, meu amigo Douglas, se você me permite chamar assim, eu lhe digo que errar é muito difícil. Sabe, quando há críticas e tudo. Agora, assumir erros e pedir perdão é honra. Assumir erros e pedir perdão é honra. Vi um deputado aqui pedindo perdão e sendo desrespeitado no perdão que pediu.

Acho que todos nós temos direito de errar. Todos nós. Mas, quando a gente reconhece o erro, isso é hombridade, isso é bonito, isso é honra. Com respeito à afirmação que nosso deputado fez aqui, tenho todo o respeito e tenho mais respeito agora pelo seu posicionamento, porque isso não diminui ninguém. A sexualidade não diminui ninguém, a opção sexual não diminui ninguém.

Em relação ao nosso projeto, que o deputado Douglas falou com muita propriedade, não tem nada a ver com transfobia, com homofobia, de forma nenhuma, meu Deus do céu. É questão de justiça no esporte. É só isso.

Não é justo que uma pessoa, com toda característica de homem, mesmo que tenha sido feita a cirurgia, não é justo, até trinta anos de idade competindo, levantando peso, tendo toda a carga genética de homem, isso nunca vai mudar, meu Deus do céu. É muito simples isso.

Então, quero, aqui, parabenizar o deputado Douglas pela sua postura. Parabéns de verdade, de coração, pela sua coragem de ter assumido na frente de todos. A deputada Janaina Paschoal, me perdoe deputada, mas digo, como uma mãe para o jovem deputado Douglas.

E vou sempre te chamar de deputado, porque eu também não aceito certas coisas que foram feitas aqui, chamado de moleque, de você, não, o senhor é um deputado e merece ser respeitado.

Obrigado, Sr. Presidente, obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado Altair Moraes. Eu queria, antes de passar a palavra ao deputado Dircer Dalben, dizer o seguinte ao deputado Douglas Garcia e à deputada Janaina: deputado Douglas, não muda em nada o nosso relacionamento. O respeito que eu tenho pelo senhor, a consideração e o carinho que o senhor sabe que, desde o primeiro dia, tive com Vossa Excelência.

Continue contando com meu apoio. Acho que isso é da pessoa. Não muda nada, nada. Parabéns aí pela postura de assumir. O que aconteceu naquele dia eu também vejo como uma falha, até pela juventude do senhor.

O que o senhor está sofrendo e o que a deputada Janaina sofreu, infelizmente, é o resultado da internet. Ela ajuda e atrapalha. As redes sociais ajudam e atrapalham. Vocês viram o que eu passei, até de petista eu fui chamado, com todo respeito. O Zé Américo queria me levar para o partido já. Falaram que eu sou comunista, socialista e petista. E eu tenho um grande respeito por todos, todos sabem disso.

Mas isso é rede social. As pessoas que não concordam com a gente nos tacham de traidor, não importa o que o senhor e a senhora fizeram. Agora vocês se preparem, daqui para frente é assim, vocês são deputados agora. São vidraça, já falei isso para todos os deputados aqui. Em tudo o que fizerem os senhores serão agredidos e agredidos violentamente, porque estamos em uma situação, em um radicalismo que me assusta.

Eu sou policial, tenho 40 anos de serviço militar junto com o Mecca, que foi meu aspirante, foi meu tenente, foi meu capitão. Eu me assusto porque eu fui ensinado a tratar as pessoas, mesmo como policial de Rota, eu fui ensinado a tratar as pessoas com tanta educação e, de repente, a recíproca não é verdadeira. Você é chamado de traidor. É uma coisa terrível.

Nós precisamos mudar isso. Se preparem que vem mais coisa pela frente. Não vai parar aí não. E nós estamos juntos nessa batalha. Tenho tranquilidade de que tudo na frente vai se acalmar.

Deputado Dirceu Dalben, V. Exa. tem os dez minutos regimentais.

 

O SR. DIRCEU DALBEN - PR - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Coronel Telhada, presidindo esta sessão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, em primeiro lugar sempre agradecendo a Deus pela vida, pela saúde, por nos permitir estar aqui mais uma vez nesta sessão ordinária fazendo o nosso direito-dever constituído nas eleições de 2018.

Faço uso da fala neste Expediente para comentar sobre algumas necessidades que nós vivemos nos municípios paulistas, especialmente em algumas regiões mais necessitadas. Em um primeiro momento, quero fazer um comentário, nobres colegas vereadores, Sr. Presidente, sobre a dificuldade que a população, que os pacientes têm encontrado não de hoje, já há algum tempo, na questão das vagas de hospitais na rede estadual, principalmente no sistema da fila Cross.

Sabemos que a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde, a tal da Cross, essa sigla... Muitas vezes o cidadão, a cidadã fica em uma maca, na UPA ou em um pronto-socorro ou em hospital de menor porte, aguardando a transferência para um caso de maior complexidade nos grandes hospitais, deputado Mecca. Ali, é essa fila Cross que vai determinar quem vai ser atendido e quem não vai ser atendido. A demanda de vagas, Sr. Presidente, é muito menor que a necessidade que a população tem.

Aqui eu quero, na minha fala, deixar consignado e registrado, deputada Janaina, a necessidade de ampliar as vagas nos hospitais da rede estadual e também da federal, mas como nós estamos aqui tratando em um parlamento estadual, refiro-me à questão estadual.

Infelizmente, é duro o que eu vou falar, mas essas pessoas é que escolhem quem vai viver e quem vai morrer, em determinadas ocasiões, porque tem pacientes em situação grave, ruim, necessitando de um socorro na mesma condição, mas às vezes abre uma vaga. Então, aí há uma balança difícil para quem escolhe e pior ainda para quem está na outra ponta dependendo da vaga.

Trago essa situação para conhecimento de toda a Casa, certo de que muitos deputados já comentaram sobre isso. Sei que a Casa já está debatendo, mas é importante a gente não perder o foco e continuar trabalhando no sentido de que haja essa ampliação de oferta de leitos, de vagas para atender esses casos de alta complexidade, que não são possíveis de resolver em uma UPA ou em hospital de pequeno porte ou em pronto-socorro.

Sr. Presidente, nobres colegas vereadores, outro assunto que traz... Colegas deputados - obrigado, Sr. Presidente -, deputadas, para mim é uma honra poder estar aqui de volta a esta tribuna e poder comentar também um assunto sobre o qual V. Exa., deputado, presidente Coronel Telhada, tem conhecimento, como o nobre deputado Mecca, a própria deputada Janaina, que é a questão da segurança e do transporte dos presos para prestar depoimentos nos fóruns.

Hoje nós sabemos que temos um grande efetivo da Polícia Militar, que fica encarregada de fazer essa custódia, esse transporte na hora dos depoimentos, nas audiências, nos fóruns de diversos municípios. E é um grande número de efetivo de policiais militares e todo o staff que fica à disposição do transporte desses presos.

Já existe, no nosso meio jurídico, a possibilidade das videoconferências. Inclusive o nosso governador João Doria, na visita que fez a esta Casa na tarde de ontem, comentou sobre o assunto de que já estava em conversa com o presidente do Tribunal de Justiça, com o Ministério Público e com a Ordem dos Advogados do Brasil. No sentido de implementar mais rapidamente as videoconferências como forma de fazer as audiências. Evitando que esse efetivo da Polícia Militar pudesse, em vez de fazer esse transporte, ficar na situação do policiamento ostensivo e preventivo, para dar segurança ao povo paulista.

Quero deixar registrado o meu total apoio. Que as videoconferências possam, cada vez mais, ser manuseadas e usadas na tratativa das audiências, para que possamos, dessa forma, ter mais agilidade dos serviços. E a Polícia Militar poder estar mais nas ruas, de forma que já vem atendendo, e muito bem, o povo paulista.

Quero, também, comentar sobre alguns gargalos que temos na questão da Mobilidade Urbana, do Transporte, nas grandes regiões metropolitanas de São Paulo. Em específico, a Região Metropolitana de Campinas. É uma região onde estamos aglomerados em 25 municípios. E vivemos gargalos, tanto no transporte rodoviário e, também, temos uma questão de um transporte ferroviário muito pouco aproveitado para o transporte de passageiros.

Mas, ao mesmo tempo, com as linhas férreas fechando, atrapalhando e transformando em verdadeiros gargalos os acessos aos municípios paulistas. Desde Americana, Santa Bárbara d´Oeste, Nova Odessa, Sumaré, Campinas, Monte Mor. E tantas regiões e cidades que são cortadas pela linha do trem, que não serve à população como transporte de passageiros.

É importante, para o transporte de carga. Mas seria muito interessante que pudéssemos, através dessas ferrovias, também implementar o transporte de passageiros. Sei que o presidente da Casa, Cauê Macris, e o deputado federal Vanderlei Macris, têm se esforçado no sentido de trabalhar essa questão.

Quero, também, ser um deputado que vai abraçar essa questão do transporte ferroviário e rodoviário. No sentido de, efetivamente, o governo federal e o governo estadual implantarem o Trem Intercidades. Que vai atender grandes regiões, e não, fazer concorrência ao transporte rodoviário. Porque o medo do operador do transporte rodoviário é ter uma queda no número de passageiros se implantar o trem. Ao contrário. A minha visão é de que isso vai ampliar a oferta, sem prejuízo do transporte rodoviário.

E vai atender grandes regiões do interior paulista, ligando à capital, São Paulo. Como é o caso do trem previsto: de Americana, passando por Sumaré e Campinas, vindo até a capital, São Paulo.

Defendo mais ainda: que esse trem não fique limitado a Americana: que vá até Piracicaba e traga os passageiros num transporte seguro, mais barato, menos poluente, até a capital. Quero deixar registrada a necessidade.

Inclusive, o governador tocou nesse assunto, na renovação do sistema de transporte rodoviário, das concessões de rodovias, e incluir melhoria em algumas rodovias através dessas parcerias no sentido de melhorar o acesso a algumas rodovias que convivemos, no dia a dia, na região metropolitana de Campinas. Isso tem trazido transtornos às pessoas, aos moradores, aos trabalhadores.

É o caso da SP101, a rodovia José Francisco Aguirre Proença, conhecida como Campinas-Monte Mor. No horário de pico, é impossível transitar ali. É trabalhador que chega atrasado no serviço, é aluno que não consegue cumprir o horário para chegar na escola. E, também, a rodovia Professor Zeferino Vaz, que liga Paulínia a Campinas, liga a Unicamp até o centro de Campinas, conhecida como Tapetão, precisa de uma intervenção urgente de melhoria e duplicação.

E também a rodovia José Lozano de Araujo, que liga Paulínia a Hortolândia e Campinas, passando por Sumaré. É impossível, no horário de pico, circular ali. Ali, a pesquisa da DER é em torno de 240 carros que passam diariamente. E a rodovia é mão única.

Já passou da hora de termos um investimento nessa área. Aproveitando a boa vontade do nosso governador, o João Doria, que já está colocando à disposição os seus secretários para resolver esses gargalos. Quero deixar aqui a minha intenção: que, se não estiver criada na Casa, criar uma frente parlamentar para discutirmos a questão desse transporte intercidades, no sentido de melhorar a condição para que o trabalhador, para que a população possa circular melhor, com transporte de qualidade, menos poluente e com preço mais acessível.

  Agradeço a atenção e a oportunidade, nobres colegas, Sr. Presidente. Meu muito obrigado e que Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado Dirceu Dalben, nosso sempre prefeito da cidade de Sumaré. Mande um abraço para o seu filho e para todos os irmãos lá de Sumaré.

Aproveitando, quero dizer que esse final de semana eu estive na querida cidade de Jundiaí, lá no bairro do Agapeama, congreguei com os irmãos lá e também estive com o o meu tio Silas Telhada, enfim, um abraço a todos aí de Jundiaí, querida cidade de Jundiaí. Prosseguindo, deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Cezar. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge Lula do Carmo. (Pausa.) Deputado Professor Kenny. (Pausa.) Deputado Bruno Ganen. (Pausa.) Deputado Caio França. Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Deputada Beth Lula Sahão. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo de dez minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde à Mesa, boa tarde aos nobres deputados e deputadas, aos nosso funcionários que dão suporte ao nosso trabalho, como sempre é uma honra enorme poder trabalhar e servir a todos os senhores. Vimos aqui, há pouco, um ocorrido que é um exemplo de qual é o nosso papel nessa caminhada e nessa jornada aqui nessa Terra. A nossa missão é sempre estar com as mãos estendidas para ajudar o nosso próximo, independente de quem quer que seja, independente da sua raça, da sua opção sexual, da sua religião. A nossa missão divina é trabalhar em benefício do próximo. Isso é que vai proporcionar a todos nós a evolução moral, a evolução espiritual. E nós, aqui nesta Casa, senhores deputados, devemos dar o exemplo para a nossa sociedade, porque a nossa sociedade, assistindo o nosso comportamento aqui, isso pode se reproduzir de forma potencializada lá fora. Não é à toa que nós vemos em manifestações agressões verbais, agressões físicas que, na verdade, não levam a nada e não proporcionam a nenhum de nós a evolução moral e a espiritual. Então, devemos sempre nos ajudar, dialogar para que nós possamos sempre ajudar uns aos outros.

Gostaria de fazer o uso da palavra em relação ao tema que eu vou falar dos nossos policiais militares, fosse reproduzido um vídeo para que nós pudéssemos acompanhar. 

 

* * *

 

  - É exibido o vídeo.

 

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Bom, senhores, esse programa é o Morning Show, da Jovem Pan. O apresentador Edgard Piccoli e o comentarista Caio Coppolla, a gente sempre acompanha esse programa, é uma das ferramentas, oportunidade de aprendizado que nós temos.

E foi justamente uma das falas que eu fiz ontem: Quanto merece ganhar esse policial que arrisca sua vida para proteger a sociedade? Ele fez essa mesma pergunta. Eu respondi ontem para o Caio Coppolla, e vou responder hoje novamente aqui.

Sabe quanto ganha esse policial? Eu mostrei o holerite ontem aqui neste plenário. Ganha dois mil e oitocentos reais, para enfrentar essa guerra contra o crime organizado. Os policiais, teve policial que participou daquela ocorrência em Guararema que entrou de serviço às 11 da manhã; a ocorrência aconteceu durante a madrugada. Ele foi para a delegacia apresentar ocorrência. Ele recolheu no quartel na outra madrugada. Ele puxou 48 horas de serviço ininterruptas.

Então, nós queremos chamar a atenção. É com todo o respeito que temos ao governador João Doria, que esteve ontem aqui nesta Casa, e abriu uma porta de diálogo com todos os deputados, acolhendo todas as suas pautas.

Governador, lembre-se de que a nossa pauta salarial dos nossos policiais militares é urgentíssima. É urgentíssima. O reconhecimento já veio. O nosso presidente Jair Bolsonaro se manifestou parabenizando a ação técnica e cirúrgica dos policiais. Não teve um civil ferido.

Os nossos policiais, graças a Deus e à sua capacidade tática de atuar no terreno, também não se feriram. Tivemos várias viaturas alvejadas. E a escolha foi do marginal, do resultado.

Esse reconhecimento, feito também pelo governador João Doria, que falou que essa semana que entra convidará esses policiais da Rota, do GOE, os policiais da área, do 17º Batalhão, para irem ao Palácio dos Bandeirantes serem homenageados.

Extremamente importante para todos nós. Mas, governador, alerto o senhor, com todo o respeito: não é o suficiente hoje para o nosso soldado que está ganhando R$ 2.800, deputado Paulo Fiorilo. Dois mil e oitocentos reais, líquido, para sustentar sua família.

Então, reforço: na terça-feira próxima agora, no dia nove, às dez horas da manhã, no auditório Franco Montoro, aqui na Assembleia Legislativa, a nossa Frente Parlamentar de Segurança Pública, onde o nosso vice-presidente aqui na Mesa, o Coronel Telhada, faz parte. Nós estamos convidando todas as nossas associações, nossos veteranos, para que nós possamos conversar e nos posicionar em relação ao nosso pedido ao Exmo. Governador João Doria.

Governador, é urgente a nossa questão salarial. A nossa recomposição salarial é algo que não podemos esperar. Na próxima reunião com o senhor aqui, no mês que vem, serei o primeiro da lista a expor as nossas pautas. Mas essa causa, governador, não pode esperar até o mês que vem, porque é o alimento que falta na mesa da família do soldado da Polícia Militar. É o policial que está endividado. Sou policial militar e tenho dois empréstimos no Banco do Brasil. Sou um tenente-coronel com 31 anos de serviço. Imagine um soldado, a situação que ele atravessa.

Então, governador, por favor, ouça o nosso grito de socorro. Foi uma promessa de campanha do senhor, a recomposição salarial. Sinalize a todos nós quais são as pretensões do seu governo para que possamos alcançar o patamar de uma das polícias mais bem pagas do Brasil. Temos vídeo do senhor, em campanha, prometendo que as polícias de São Paulo, a Polícia Militar e a Polícia Civil, só ficariam atrás da Polícia Militar e da Polícia Civil de Brasília.

Aguardamos, governador, a sua manifestação, com uma expectativa enorme, porque está faltando comida na mesa do nosso policial. Nosso policial está morando em barraco.

Muito obrigado pela oportunidade. Que Deus abençoe a todos nós.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Prosseguindo na lista, deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Márcia Lula Lia. (Pausa.) Deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Sergio Victor. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.)

Não há mais oradores inscritos. Conseguimos, até que enfim, zerar a lista dos dias 15, 16, 17 e 18 de março. Acreditam nisso?

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Vossa Excelência tem os cinco minutos regimentais, deputado.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectador da TV Assembleia, leitores do Diário Oficial, eu queria aproveitar esse tempo que me é concedido pelo Art. 82 para registrar uma situação que ocorre no governo federal, em uma das áreas mais importantes, que é a área do MEC, Ministério da Educação.

Parece que vamos viver dois dias de queimação do ministro, que não quer abrir mão do cargo, depois de o presidente ter dito, pela manhã, que deve trocar o ministro na segunda-feira. É uma coisa interessante, porque o presidente toma uma decisão e o seu ministro toma outra.

Aliás, é importante ressaltar que o próprio MP pede ao ministro esclarecimentos sobre o uso do slogan do Bolsonaro em cartas, entra com representação para que ele se explique por conta das várias trocas de funcionários, depois pede explicação por uma opção de ensino única, a mudança da história nos livros. Parece que demorou muito para que o ministro fosse apeado de seu cargo.

A gente ainda não sabe o que vai acontecer. O presidente disse que é como namorado, casamento. É sempre assim, uma coisa estranha. No governo, as metáforas são agora sobre casamento e namorados. O senhor viu, recentemente: ele fala do presidente da Câmara, que vai tratá-lo como se fosse o namorado, depois agora o ministro como se fosse namorado. Eu confesso ao senhor que fico preocupado, porque essa coisa devia ser tratada de outra forma. Com a autoridade do presidente, com o respeito ao ministro, é preciso que o País comece a andar.

E no Ministério da Educação é mais grave, porque são medidas que, se não tomadas, vão atrapalhar o ano letivo, vão acabar com os exames que são feitos para avaliar a situação da Educação no Brasil. Então, eu fico muito temerário e espero que esse caso não se arraste, que essa discussão de namorado e de namorada não se arraste, que se resolva o mais rápido possível.

Eu queria, Sr. Presidente, aproveitar a parte que me resta para duas questões que eu quero registrar. Na próxima terça-feira, às 14 horas e 30 minutos - e eu tenho certeza de que o deputado Alex de Madureira vai estar presente -, nós teremos a visita do cônsul da Itália na sala do presidente. Eu também sei que os colegas deputados e deputadas vão prestigiar. A ideia é de que o cônsul possa dialogar com os deputados, principalmente sobre as questões econômicas que têm relação com o estado de São Paulo. Então, será aqui, terça-feira, às 14 horas e 30 minutos, na sala do presidente.

 A gente sabe que, recentemente, a Eletropaulo foi adquirida por uma empresa italiana, e todos sabem da importância que tem essa relação de uma fornecedora de serviços como de energia elétrica. A gente quer aproveitar também para discutir outros assuntos ligados à relação Brasil-Itália. Então, queria deixar já o convite público, na próxima terça-feira, dia 9, às 14h30, na sala do presidente. Espero contar com todos os deputados e deputadas.

Por fim e não menos importante, Sr. Presidente, nós teremos que enfrentar ainda o debate da Educação no Estado. Nós tivemos lá a escola de Suzano, e ontem a escola em Guarulhos, em que estudantes, ao se manifestarem, tiveram a repressão da Polícia. Eu não quero julgar aqui a situação dos policiais, mas quero dizer que a Educação precisa ser enfrentada de outra forma, com mediação de conflitos, por exemplo.

Eu apresentei um projeto aqui nesta Casa que dialoga sobre mediação de conflitos com estudantes, professores e funcionários, para que a gente fuja da violência no espaço das escolas, no espaço da Educação. Eu sempre defendi e vou continuar defendendo que o espaço da escola e o espaço da universidade são o espaço sagrado do livre pensar e não podem ser tratados de outra forma senão dessa, com os alunos, com os estudantes. Na próxima semana, eu farei uma visita à Escola João de Deus, lá na zona sul, que já foi motivo de matéria do Jornal da Globo.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Sr. Presidente, aproveito para encerrar e pedir o levantamento da sessão, com o acordo dos líderes.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado Deputado, deputado Paulo Fiorilo, meu colega de viagem até Israel.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental. Obrigado a todos que nos acompanharam até esse momento. Agradeço a todos os assessores e funcionários, tenham um ótimo final de semana.

Está levantada a sessão.

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                        - Levanta-se a sessão às 16 horas e 38 minutos.

 

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