17 DE ABRIL DE 2019
23ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CORONEL TELHADA, LECI BRANDÃO, SARGENTO NERI e
CAUÊ MACRIS
Secretaria: DOUGLAS GARCIA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca uma sessão
extraordinária a ser realizada hoje, às 19 horas. Altera a finalidade de sessão
solene convocada para o dia 10/05, às 20 horas, para "Alusão à Primeira
Outorga da Medalha Eterno Herói - Capitão PM Alberto Mendes Jr.", a pedido
da deputada Adriana Borgo. Anuncia a visita de membros do grupo auto-organizado
de mães e filhos, a convite da deputada Marina Helou e de Anne Rammi, da
Bancada Ativista.
2 - SARGENTO NERI
Para comunicação, informa que é vice-presidente da Comissão
de Segurança Pública. Informa ser o único parlamentar policial no Colégio de
Líderes. Afirma que deve defender a classe policial. Manifesta apoio à PEC
02/18.
3 - GIL DINIZ
Afirma que fora do quadro administrativo da Polícia Militar
do Estado de São Paulo. Discorre acerca de sua experiência na corporação.
Valoriza a lealdade e a constância. Critica o deputado Sargento Neri por
opinião veiculada a respeito de oficial da polícia militar. Revela que defende
a instituição, independente da hierarquia interna.
4 - SARGENTO NERI
Para comunicação, justifica seu posicionamento a respeito de
praças e de oficiais da Polícia Militar. Comenta a eleição da Comissão de
Segurança Pública. Afirma-se sargento em exercício de mandato parlamentar.
5 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Lamenta embate entre os deputados Gil Diniz e Sargento Neri.
Defende a harmonia, em prol dos profissionais da Segurança Pública.
Manifesta-se a favor da PEC 02/18. Informa que participara do Seminário Resíduo
de Valor, em Sorocaba. Comenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Exibe
fotos de aterros. Acrescenta que há tecnologia para o aproveitamento do lixo.
Cita o grupo Votorantim como transformador do lixo em energia. Exibe foto de
incineração de drogas.
6 - CORONEL TELHADA
Anuncia a visita de autoridades de Capela do Alto.
7 - ISA PENNA
Saúda visitantes presentes nas galerias. Lista medidas em
benefício dos profissionais de Segurança Pública, de autoria da Ouvidoria
policial. Assevera que é falsa a polêmica entre defensores das polícias e dos
Direitos Humanos. Indaga por qual motivo o deputado Frederico d`Avila pretende
a extinção do citado órgão de fiscalização.
8 - DOUGLAS GARCIA
Manifesta apoio à aprovação da PEC 02/18. Revela preocupação
com a postura adotada pelo Supremo Tribuna Federal, sob justificativa de
combate a fake news. Lembra que sofrera acusações por notícias falsas. Defende
a liberdade de expressão. Conclui que todo poder emana do povo.
9 - LECI BRANDÃO
Parabeniza defensores da PEC 02/18, pela resistência. Clama
aos deputados Gil Diniz e Sargento Neri que cessem ofensas pessoais, em
benefício da harmonia nesta Casa. Assevera que a campanha eleitoral findou-se e
que todos os parlamentares já foram eleitos. Elogia a deputada Janaina
Paschoal. Defende debates em prol do povo de São Paulo. Valoriza o civismo e a
gentileza no plenário.
10 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
11 - CORONEL TELHADA
Faz coro ao pronunciamento da deputada Leci Brandão. Defende
o respeito entre os parlamentares. Informa que visitara o comando de
policiamento rodoviário. Lamenta discussões ideológicas levadas a efeito nesta
Casa. Clama pela apresentação de projeto e de ideias. Saúda a cidade de Jarinu
pela data comemorativa de seu aniversário. Lamenta o falecimento de policiais
militares do Rio de Janeiro e de Goiás. Defende a extinção da Ouvidoria da
Polícia Militar.
12 - CONTE LOPES
Corrobora o discurso da deputada Leci Brandão. Tece
considerações sobre sua experiência nesta Casa. Afirma que sem conquistar o
governador do Estado não há que se pensar em aumento salarial. Defende
interesses do funcionalismo público. Lembra que votara contra a reforma da
Previdência municipal, quando fora vereador.
13 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
14 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
15 - MAJOR MECCA
Defende a aprovação da PEC 02/18. Lê e comenta carta aberta
ao governador João Doria, em defesa de policiais. Lembra promessa de campanha
da citada autoridade, a respeito da valorização da categoria. Comenta a
remuneração bruta de soldados de segunda classe.
GRANDE EXPEDIENTE
16 - CARLOS GIANNAZI
Informa que o governo estadual proibiu a remoção dos agentes
de organização escolar. Opõe-se à medida, que considera ilegal. Enfatiza a
importância de tais profissionais para o funcionamento das escolas. Cobra a
chamada de aprovados em concurso para o cargo. Comenta reportagem acerca da
redução do programa Escola da Família. Tece críticas ao governador João Doria,
a quem acusa de tentar desmontar os equipamentos de cultura do Estado.
17 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
18 - SARGENTO NERI
Assume a Presidência.
19 - CORONEL TELHADA
Observa que as sessões desta Casa têm sido transmitidas pela
TV Assembleia sem a tradução simultânea em Libras. Pede que o problema seja
resolvido com urgência. Lamenta que as disputas ideológicas entre deputados
estejam, a seu ver, impedindo a discussão de temas de interesse da população
paulista. Critica a atuação da Ouvidoria da Polícia de São Paulo. Lembra
episódio envolvendo integrante do Condepe, que tinha ligações com o crime organizado.
20 - CORONEL TELHADA
Assume a Presidência.
21 - SARGENTO NERI
Para comunicação, solicita que o governo estadual preste
ajuda para que a cidade de Ibiúna compre uma nova ambulância. Concorda com o
pronunciamento do Coronel Telhada sobre a Ouvidoria da Polícia de São Paulo.
22 - MARCIO DA FARMÁCIA
Relata sua participação em eleições das comissões temáticas
desta Casa. Comunica que foi eleito presidente da Comissão de Administração
Pública e Relações do Trabalho. Declara que a comissão fiscalizará o Executivo
e defenderá os interesses da população. Cita demandas do município de Diadema
que levou ao conhecimento do secretário da Saúde e do governador. Manifesta sua
oposição ao PL 01/19.
23 - CORONEL TELHADA
Parabeniza o deputado Marcio da Farmácia por ter sido eleito
presidente da Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho.
24 - DR. JORGE LULA DO CARMO
Expressa apoio à PEC 02/18 e oposição ao PL 01/19. Descreve
sua visita a uma delegacia da zona leste, cuja fachada desabou. Argumenta que
fatos como esse demonstram a ausência de políticas públicas do governo
estadual. Lembra que hoje é o Dia Internacional em Defesa da Reforma Agrária.
Defende as reivindicações dos trabalhadores rurais sem terra. Parabeniza o
bairro de Cidade Tiradentes pelo seu aniversário, em 21/04.
25 - DOUGLAS GARCIA
Para comunicação, informa que protocolou, nesta Casa, moção
de aplauso à Polícia Militar, cumprimentando dois agentes que salvaram a vida
de um recém-nascido. Cobra a concessão de reajuste salarial aos policiais.
Apoia a PEC 02/18.
26 - SEBASTIÃO SANTOS
Exibe vídeo de sessão do Senado Federal, em que se aprovou
projeto de lei que permite a recondução ilimitada de conselheiros tutelares ao
cargo. Comemora a aprovação da propositura. Expressa sua expectativa de que o
presidente Jair Bolsonaro sancione a matéria o quanto antes. Agradece a várias
autoridades que auxiliaram um conselheiro tutelar em problemas relativos à
importação de uma cadeira de rodas da China.
27 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, faz questionamentos sobre o pronunciamento
do deputado Sebastião Santos.
28 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Anuncia a visita do deputado federal Cezinha da Madureira.
29 - VINÍCIUS CAMARINHA
Pelo art. 82, faz comentários sobre sua atuação, enquanto
prefeito de Marília, em benefício da Educação. Faz críticas à redução do
programa Escola da Família em São Paulo. Pede ao governador e ao secretário da
Educação que revejam esta decisão.
30 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, faz coro à fala do deputado Vinícius Camarinha
em defesa da manutenção do programa Escola da Família. Critica a gestão do
governador João Doria na área da Educação e da Cultura. Pede aos seus pares que
denunciem o desmonte do programa Escola da Família, que considera essencial
para diminuir a violência nas escolas.
31 - PAULO LULA FIORILO
Para comunicação, informa que participou de marcha do MST
solicitando ao governador João Doria a utilização do Parque da Água Branca para
a realização de feira de produtos orgânicos. Destaca os benefícios da feira
para os munícipes. Comunica que os moradores da região e os administradores do
Parque da Água Branca são favoráveis à realização da feira.
32 - CARLÃO PIGNATARI
Pelo art. 82, rebate a fala do deputado Carlos Giannazi sobre
o programa Escola da Família. Considera que há contingenciamento de gastos em
quase todas as áreas da Administração Pública estadual. Informa que o
impedimento da realização da feira de produtos orgânicos do MST foi uma decisão
do Conselho Gestor do Parque da Água Branca.
33 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Anuncia a presença dos ex-deputados Bruno Caetano e João
Caramez nesta Casa.
34 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, responde a fala do deputado Carlão
Pignatari sobre desmonte do programa Escola da Família. Faz críticas à gestão
dos governos do PSDB na área da Educação.
35 - BETH LULA SAHÃO
Para comunicação, informa que o secretário do Meio Ambiente,
Marcos Penido, foi deselegante ao tratar do impedimento da realização da Feira
Nacional da Reforma Agrária. Considera que foi o governador João Doria quem
proibiu que a feira ocorresse no Parque da Água Branca.
36 - VINÍCIUS CAMARINHA
Para comunicação, defende a manutenção do programa Escola da
Família em todo o Estado.
37 - JANAINA PASCHOAL
Pelo art. 82, considera que o PL 01/19 chegou a esta Casa de
maneira muito vaga e ampla. Pede maior detalhamento sobre o programa de
desestatização estadual. Informa que esteve reunida com cientistas do Jardim
Botânico sobre o projeto de lei que propõe a concessão do Zoológico e do Jardim
Botânico.
38 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Para comunicação, discorre que os investimentos feitos em
Educação e Cultura poupam verbas que seriam destinadas à Segurança no futuro.
Elogia o programa Escola da Família. Critica o governador João Doria pela
proibição da realização da Feira Nacional da Reforma Agrária no Parque da Água
Branca.
39 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, informa que não haverá diminuição de vagas
no programa Escola da Família. Considera que realizou projeto semelhante
enquanto prefeito do município de Votuporanga.
40 - TEONILIO BARBA LULA
Pelo art. 82, manifesta-se contrariamente à privatização da
Emplasa e demais empresas públicas englobadas no PL 01/19, que trata da
desestatização do governo estadual. Critica a reforma da Previdência
apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro.
41 - EMIDIO LULA DE SOUZA
Para comunicação, apresenta dados da execução orçamentária do
Estado de São Paulo, considerando que houve diminuição das verbas destinadas ao
programa Escola da Família.
42 - DRA. DAMARIS MOURA
Pelo art. 82, enaltece a atuação de cabos da Polícia Militar,
em Marília, que salvaram a vida de bebê de 21 dias. Informa sua visita ao
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em Brasília, para
discutir o tema da intolerância religiosa no País.
43 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, rebate o pronunciamento do deputado Emidio
Lula de Souza sobre a execução orçamentária do Estado.
44 - BRUNO GANEM
Pelo art. 82, reforça que o partido PODEMOS é favorável ao
diálogo e não apoia nenhum partido cegamente. Comemora sua eleição como
vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente desta Casa. Informa que debateu
com o secretário da Educação, Rossieli Soares da Silva, a respeito do programa
Projeto de Vida, que visa a dar motivação às crianças e jovens.
45 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Pelo art. 82, parabeniza o deputado Ricardo Madalena por sua
eleição como presidente da Comissão de Transportes desta Casa. Informa que foi
eleito vice-presidente da mesma comissão e destaca a importância desta área.
Comemora que a empresa Toyota, instalada na cidade de Indaiatuba, lançou novo
modelo de Corolla, primeiro carro híbrido e flex do mundo. Elogia as escolas da
rede municipal de Indaiatuba em comparação às escolas estaduais, que considerou
precárias. Manifesta confiança na gestão do governador João Doria.
46 - MÁRCIA LULA LIA
Pelo art. 82, informa que hoje comemora-se o Dia
Internacional de Luta dos Trabalhadores Rurais pela Reforma Agrária, e explica
que a data faz referência ao massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás, no
Pará. Lamenta que hoje faz três anos do impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff. Faz questionamentos a respeito de acordos firmados entre o Ministério
Público do Paraná e demais instituições internacionais.
47 - CAMPOS MACHADO
Pelo art. 82, denuncia cortes orçamentários realizados pelo
governador João Doria. Informa que recebeu prefeito e reitor de universidade
particular com críticas ao governo estadual.
ORDEM DO DIA
48 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA
Coloca em discussão requerimento de urgência ao PL 182/19.
49 - CARLA MORANDO
Discute requerimento de urgência ao PL 182/19.
50 - BARROS MUNHOZ
Discute requerimento de urgência ao PL 182/19.
51 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Assume a Presidência.
52 - SARGENTO NERI
Para comunicação, pede respeito dos assessores parlamentares
em relação ao Corpo Policial desta Casa.
53 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Informa que deputados que têm assessores com patente policial
estão dando comandos aos policiais da Casa e que esta atitude é inadmissível.
Pede respeito à hierarquia da Polícia Militar nesta Casa.
54 - CORONEL NISHIKAWA
Para comunicação, faz coro ao pronunciamento do presidente
Cauê Macris e defende o respeito à hierarquia da Polícia Militar, bem como a
todos os funcionários desta Casa.
55 - VINÍCIUS CAMARINHA
Para comunicação, enaltece a atuação de cabos do 9º Batalhão
da Polícia Militar da cidade de Marília, que salvaram a vida de bebê de 21
dias. Pede o envio de moção de aplausos a estes policiais.
56 - CARLÃO PIGNATARI
Solicita a suspensão dos trabalhos, por acordo de lideranças,
e a desconvocação da sessão extraordinária convocada para realizar-se após o
término desta sessão.
57 - GIL DINIZ
Para comunicação, informa que o assessor da liderança do PSL
que destratou policial militar da Casa deverá ser exonerado.
58 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Cumprimenta a posição do deputado Gil Diniz em relação a este
caso.
59 - GIL DINIZ
Para comunicação, destaca que todos os funcionários desta
Casa merecem respeito.
60 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, parabeniza a atuação do deputado Gil Diniz
em relação à atitude de assessor da liderança do PSL que destratou policial
militar.
61 - SARGENTO NERI
Para comunicação, parabeniza, igualmente, a atuação do
deputado Gil Diniz em relação à exoneração de assessor da liderança do PSL que
destratou policial militar.
62 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Questiona se há anuência dos líderes da Casa para dar por
discutido por uma hora o PL 01/19. Desconvoca, havendo acordo entre os
parlamentares, a sessão extraordinária convocada para realizar-se após o
término desta sessão.
63 - DOUGLAS GARCIA
Discute requerimento de urgência ao PL 182/19.
64 - CARLOS GIANNAZI
Discute requerimento de urgência ao PL 182/19 (aparteado pela
deputada Janaina Paschoal).
65 - JANAINA PASCHOAL
Solicita a prorrogação da sessão por cinco minutos.
66 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado o requerimento, da
deputada Janaina Paschoal, de prorrogação da sessão por cinco minutos. Coloca
em votação e declara aprovado requerimento de urgência ao PL 182/19.
67 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, informa que respeita o trabalho realizado
pela ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Sra.
Damares Alves.
68 - VALERIA BOLSONARO
Para comunicação, pede respeito à família Bolsonaro.
69 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia
18/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Encerra a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Telhada.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e convida o nobre deputado Douglas Garcia para ler a resenha do
expediente.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Está
sobre a mesa uma indicação da nobre deputada Leticia Aguiar: “Indico, nos
termos do Art. 159 da Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr.
Governador João Doria, que destine uma unidade do Poupatempo Móvel para atender
aos moradores de São José do Barreiro”.
Também está sobre a mesa um projeto de
lei enviado pelo secretário da Fazenda e Planejamento, Sr. Henrique de Campos
Meirelles, que altera a Lei nº 6.374, de 1º de março de 1989, a qual institui o
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação, o ICMS. De autoria do governador.
Está lida a Resenha.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Perfeito, Sr.
Deputado. Muito obrigado.
Antes de iniciarmos o Pequeno
Expediente, quero dar ciência à Casa do seguinte teor: “Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art.
100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão
extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente
sessão, ou às 19 horas, caso a sessão não atinja o seu tempo limite, com a
finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
- Projeto de lei nº 01, de 2019, de
autoria do Sr. Governador, que autoriza
o Poder Executivo a adotar providências relacionadas à inclusão das sociedades
que especifica no Programa Estadual de Desestatização.” Está lido.
Também quero dar ciência à Casa: Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação da nobre
deputada Adriana Borgo, altera a finalidade da sessão solene convocada para o
dia 10 de maio de 2019, às 20 horas, para “Sessão solene alusiva à primeira
outorga da medalha eterno herói capitão PM Alberto Mendes Júnior”. Está lida.
E também quero dar ciência à Casa que
nós estamos recebendo hoje o grupo auto-organizado de mães e filhos. É isso?
Sejam bem-vindas as senhoras. São aqui de São Paulo. Sejam bem-vindas, é um
prazer recebê-las.
Também tem a observação aqui que
Dominique está fazendo dois anos. Quem é o Dominique? Parabéns ao Dominique, o
garoto de vermelho ali. Apoio da deputada Marina Helou e da Anne Rammi, da
bancada ativista. Sejam todas bem-vindas, viu? Muito obrigado pela presença.
Senhores e senhoras deputadas, neste
momento vamos iniciar o Pequeno Expediente. Chamarei os deputados inscritos. O
primeiro deputado, deputado Mauro Bragato. (Pausa). Deputado Paulo Lula Fiorilo
(Pausa). Deputado Gil Diniz. Fará o uso da palavra o deputado Gil Diniz? Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação,
presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Comunicação do
deputado Neri é regimental. Vossa Excelência tem dois minutos.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, ontem, teve a eleição das
comissões. É com grata satisfação, representando a Polícia Militar, estou na
vice-Presidência da Comissão de Segurança Pública e quero dizer ao pessoal que
está no plenário da CEPM e a todos os policiais militares que por curiosidade
eu sou o único policial militar que está no Colégio de Líderes. Então, eu sou o
único, Balas, que representa a minha corporação com um cargo realmente
instituído, que é da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
E agora também represento essa
instituição também na Comissão de Segurança Pública. Então, pode ter certeza a
Polícia Militar, os policiais militares, os policiais civis, todos os agentes
de Segurança Pública, que estarei lutando incansavelmente não só pela parte
salarial, mas por Habitação, por Saúde, por Educação e tudo mais que nós
policiais e todos os agentes necessitam. E venho para essa comissão, e estou no
Colégio de Líderes sem vaidades, porque eu quero realmente travar uma luta a
favor dos nossos agentes de Segurança Pública e é o que eu sempre fiz fora aqui
da Assembleia e continuarei fazendo na Assembleia Legislativa.
E não posso deixar de expressar todo o
meu apoio à PEC 02 para que consigamos aí no futuro colocar em discussão ou que
pelo menos sensibilize o governo para que ele mande de lá esse projeto tão bom
para a nossa classe.
Então, obrigado, presidente, e boa
tarde a todos.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado. Com a palavra o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PSL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, boa tarde. Boa tarde a toda a
Mesa, aos presentes aqui na galeria, ao grupo de mães aqui, as crianças, a
CEPM, que se encontra presente aqui também, aos nobres deputados aqui no
plenário, a nossa assessoria, a assessoria militar e policial civil.
Mas Neri, me
permita discordar de Vossa Excelência. Tudo bem, o senhor é praça, sargento de
carreira efetivo, mas eu me permito dizer que eu fui soldado PM temporário e
tenho muito orgulho disso. Fui do quadro administrativo da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, mas vesti a farda cinza bandeirante que esses policiais
aqui vestiram também.
Nunca fui para
a rua, nunca fui para o confronto, mas sempre admirei a Polícia Militar e
dentro ali da Escola de Sargentos (CFAP), que o senhor passou, repito, foi o
local onde eu aprendi a camaradagem, Major Mecca, e a lealdade, acima de tudo a
lealdade. Frase no brasão da Polícia Militar: “Lealdade e Constância”.
Eu
vi um vídeo de V. Exa. hoje que me chamou a atenção e me deixou profundamente
triste, quando o senhor fala que o senhor não foi e não será capacho de oficial
de Polícia Militar. Nós o procuramos, Sargento Neri. Que fique claro aqui para
todos, a você que nos acompanha em casa, aos policiais militares aqui da CPM, nós
o procuramos. A bancada do PSL o procurou sugerindo à V. Exa. que fosse
candidato não a vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, mas à
Presidência, e o senhor teria o nosso voto, o meu voto e o voto do Major Mecca.
Nós
o procuramos antes - que fique claro -, antes de qualquer eleição. Agora, muito
bom o senhor não ser capacho de oficial. Eu também não sou, assim como não sou
capacho do PSDB, assim como não sou capacho do PT, mas eu entendo a Polícia
Militar do Estado de São Paulo, com seus quadros de oficiais e praças, como um
conjunto, como um todo.
Eu
luto aqui pelo policial militar independentemente de ser oficial, praça,
subtenente, sargento, cabo, soldado. É
claro que nós sabemos que tem ali as diferenças, é claro que nós sabemos que
há, inclusive, muitas injustiças muitas vezes, por conta até da hierarquia, mas
nesse vídeo o senhor falta com a verdade, porque nós o procuramos e fomos muito
sinceros com o senhor. Teria, se quisesse, o nosso voto para o cargo de
presidente, de presidente da Comissão, e o senhor nos disse: “Não, já tem um
acordo” - novamente um acordo.
Nunca
nos procurou, nunca veio conversar com a bancada do PSL, então nos respeite.
Quer respeito? Será respeitado. Se faltar com o respeito com a nossa bancada,
com os nossos pares, com os nossos quadros, se faltar com a verdade, com a
verdade de que nós o procuramos, nós vamos subir à tribuna e vamos ter que
falar, porque esse vídeo que o senhor fez...
Espero
que os policiais militares aqui vejam esse vídeo, espero que esse vídeo aqui,
essa fala se espalhe, porque nós o procuramos, nós pedimos que o senhor saísse
candidato à Presidência da Comissão de Segurança Pública, e um major, um
tenente-coronel de Polícia Militar foi pedir sim, a um praça, a um sargento de
Polícia Militar, que saísse candidato à Presidência da Comissão, ele foi pedir.
Então aqui não
se trata de guerra de oficial e praça, não se trata de uma guerra entre AVANTE
e PSL, trata-se aqui de lealdade, e a nossa lealdade o senhor teve. Eu
inclusive votei no senhor, inclusive o Major Mecca votou no senhor. Podíamos
muito bem nos posicionar e não votar, mas votamos em Vossa Excelência. Agora é
triste ver um vídeo do senhor na rede social incentivando, incendiando a guerra
entre praças e oficiais, quando nós estamos lutando aqui nesta Casa de leis
para aprovar a PEC 02.
Então eu tenho
orgulho de ter o senhor no Colégio de Líderes como praça da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, mas eu vesti a farda cinza bandeirante da Polícia Militar
como soldado temporário e tenho muito orgulho disso. Não precisei disso para
ser eleito deputado estadual e vou defender os nossos valores. Contem comigo,
pessoal da PEC 02.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Sr. Presidente...
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deixe eu
chamar o próximo orador. O próximo orador é o Agente Federal Danilo Balas.
Enquanto ele se desloca à tribuna, V. Exa. tem dois minutos.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA
COMUNICAÇÃO - Gil, primeiro, como você diz, você foi temporário, pouco você
sabe de praças e oficiais. Eu, com 26 anos de Polícia Militar e praça, eu sei
bem o que eu falei. Segundo, eu não falei nenhuma mentira e eu não omiti que eu
fui convidado, pelo contrário, eu só falei que não precisava do convite, era só
você ter indicado. Eu falei isso, você não assistiu ao vídeo.
Segundo, vocês
falaram que eu dei a minha cadeira para o Major Mecca como vice. Eu falei para
ele lá fora, abro mão da vice-presidência para o senhor sair como vice na chapa
do Olim, para não rachar, para que a PM tivesse uma cadeira na Comissão de
Segurança Pública. Ele está aí, eu falei para ele, estou falando na frente
dele.
Vocês lançaram
a candidatura dele para rachar. Se eu saio com ele poderia não levar a cadeira
para a Polícia Militar, então eu não entrei lá para defender PSL ou AVANTE, eu
fui para a comissão para assegurar uma cadeira para a Polícia Militar do Estado
de São Paulo.
E vou te falar
outra coisa, quando eu falei que eu sou o único policial militar do Colégio de
Líderes, é porque é verdade. Você foi temporário, eu sou sargento da Polícia
Militar do Estado de São Paulo. Estou deputado, mas jamais deixarei de ser
sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
E, quando eu
falei que não vou ser capacho de oficial aqui dentro, não vou ser. Defendo a
minha classe de praça e defendo a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Aqui
é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e aqui vamos lutar com as
mesmas armas.
Quanto ao PSL,
a Dra. Janaina já me deixou claro que eu não preciso contar com os senhores. E
eu falei naquela tribuna que os 15 deputados do PSL não me botam medo, porque
eu tenho uma postura íntegra, tenho dentro da minha profissão a postura íntegra
e venho para esse plenário, cumprimento todo mundo e faço a política como tem
que se fazer, pelo menos de forma cordial.
O acordo que
foi feito foi o de montar uma chapa, acordo esse que eu disponibilizei ao Major
Mecca a minha cadeira de vice-presidente. A minha preocupação era não ter a
cadeira para a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Se vocês pensam no PSL e
não pensam na PM é um problema de vocês. Eu penso na PM.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado.
Com a palavra o deputado Agente Federal
Danilo Balas.
O
SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, obrigado pela
oportunidade de expressar o meu sentimento quanto a essa guerra de palavras e
ações que não levam a Polícia Militar e até a Polícia Civil a lugar algum. Os
nossos inimigos vibram quando nós temos deputados aqui estimulando a discórdia
entre praça e oficial.
Tenho 26 anos
de polícia, senhores da PEC 2, que têm total apoio do Agente Federal Danilo
Balas. Vinte e seis anos de polícia e me elegi para tentar compor um trabalho a
favor da gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo e também da
importantíssima Polícia Civil do Estado.
Quando eu vejo
aqui brigas de palavras e um partido sendo jogado contra o outro, quem perde
somos todos nós, a Polícia Militar perde. Essa briga de praça e oficial não
pode ser requentada como tempos atrás, isso só denigre a nossa imagem e
atravanca nossos projetos. Vamos levantar a bandeira da transparência, da
harmonia.
Menos
beligerância, se não seremos traidores daqueles senhores que estão sentados
ali, da PEC 2. Temos que ter hombridade e respeitá-los, pois há dois anos lutam
pela aprovação da PEC 2. Se depender do Agente Federal Danilo Balas menos
embates aqui e mais ação, senhores. Contem comigo.
Sr. Presidente,
segunda-feira, na cidade de Sorocaba, mudando um pouco de assunto, participei
do seminário “Resíduo de Valor”, presentes ministro Ricardo Salles, do
Meio-Ambiente. O palestrando era Xico Graziano, ambientalista e professor, e o
advogado e consultor ambiental, Antonio Pinheiro Pedro.
Em 2010 nós
tivemos, há quase uma década, a Lei 12.305, que instituiu a política nacional
de resíduos sólidos. Técnica, por favor, enquanto eu falo, exiba a primeira
imagem. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre os princípios do
poluidor, pagador, protetor, recebedor, a eco eficiência, a cooperação entre as
esferas União, estado e município estabeleceram objetivos - olha que coisa
maravilhosa -, em 2010: proteção à Saúde pública, qualidade ambiental, redução
do volume dos resíduos.
Segunda foto,
por favor. Incentivo à reciclagem, prioridade nas contratações e aquisições por
parte do Governo de produtos reciclados e bens, serviços e obras relacionadas
ao Programa Nacional de Resíduos Sólidos.
Terceira foto.
Isso em 2010, em Sorocaba, toneladas - são duas toneladas diárias - vão para a
cidade de Iperó. É o município que recebe da região metropolitana. Certo, Sr.
Prefeito de Capela do Alto? Parabéns pela presença, Kéke, que está aqui na
tribuna. Capela do Alto também gasta milhões de reais para levar para um
aterro, um lixão lá em Iperó.
Ora, desde
2010, prefeito de Capela do Alto e senhores que nos acompanham pela TV
Assembleia, a legislação instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Segunda-feira, no seminário, debatemos sobre isso, Sr. Presidente e Srs.
Parlamentares. É preciso coragem, porque nós temos, sim, tecnologia para
aproveitamento dos resíduos.
Mais uma foto,
por favor. Enquanto famílias se alimentam do lixo, disputando com urubus
alimentos, nós brigamos aqui em plenário. Então vamos cobrar os governos. Desde
2010 foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Muito bonito no
papel, mas nada de implementação verdadeira.
Japão já queima
seus resíduos e transforma em energia. Os Estados Unidos também queimam
resíduos e transformam o lixo em dinheiro. A Comunidade Europeia também.
Sozinha, Salto
de Pirapora, com o grupo Votorantim - para concluir, Sr. Presidente -, com
coragem, tem recebido alguns resíduos, queimado e transformado em energia. Isso
é o combustível derivado de resíduos. Estamos queimando milhões e milhões de
reais aterrando e sujando o nosso solo, acabando com o lençol freático.
Podemos, sim...
Mais uma foto,
só para concluir. A Polícia Federal, que, para alguns aqui... Falaram deputados
que a polícia não trabalha. Ajudamos também o combate ao tráfico, produzindo
energia. Sete toneladas de drogas sendo incineradas. Nessa foto, a atuação dos
agentes federais. Sou eu ali, ajudando a carregar sete toneladas de drogas em
uma incineração lá em Salto de Pirapora, no grupo Votorantim. Precisamos evoluir
com inteligência e transformar lixo em energia.
Muito obrigado,
Sr. Presidente e todos que nos acompanham.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado.
Quero dar ciência aos Srs. Deputados
que se encontra hoje visitando a Assembleia Legislativa, se encontra no
plenário, o prefeito de Capela do Alto, Sr. Péricles Gonçalves, Kéke. Seja
bem-vindo, prefeito. É um prazer recebê-lo. Está acompanhado da sargento Nilce,
que é minha assessora e também do presidente do Conseg, Nivaldo Daguano. Seja bem-vindo,
Nivaldo. Prazer em vê-lo. Paulo Menck, também de Capela. Seja bem-vindo. É um
prazer receber a todos aqui. Posteriormente conversaremos, na hora em que eu
conseguir sair da Presidência da Casa. É um prazer recebê-los.
Continuando, na lista...
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma reclamação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado, eu
vou segurar um pouquinho as informações, porque tenho vários deputados
inscritos, senão nós vamos perder horário dos deputados inscritos. Eu não posso
ficar concedendo toda hora comunicação, Srs. e Sras. Deputadas, senão os
deputados que estão...
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - É uma reclamação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não há
reclamação no Pequeno Expediente. É comunicação. Se eu começar a abrir
comunicação direto, os deputados inscritos terão os seus horários prejudicados.
O senhor, inclusive, vai ser um dos próximos... Não, o senhor é mais para
frente. Também está inscrito no horário. Então, deixe-me chamar os deputados.
Havendo oportunidade eu abro para os senhores, para comunicação. Por gentileza.
Próximo deputado é o deputado Enio Lula
Tatto. (Pausa.) Deputado Frederico d’Avila. (Pausa.) Deputada Professora Bebel
Lula. (Pausa.) Deputada Isa Penna. Vossa Excelência tem o tempo regimental de
cinco minutos.
A SRA. ISA PENNA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu queria, em
primeiro lugar, fazer uma saudação para os trabalhadores que estão aqui
presentes. Vocês estão me ouvindo? Quero perguntar se vocês estão me ouvindo:
estão ouvindo? Perguntar o que vocês acham das seguintes propostas. A primeira:
estabelecimento de piso salarial para as três polícias de São Paulo e elevação
do salário-base em torno de 35%, é bom? (Manifestação nas galerias.)
Aumentar,
urgentemente, o efetivo da Polícia Civil, já que o suicídio na Polícia Civil
aumentou em mais de 100% nos últimos dois anos, é bom? (Manifestação nas
galerias.) Fortalecer as Corregedorias das polícias, é bom? (Manifestação nas
galerias.) Melhorar e ampliar o programa de Saúde para os profissionais de
Segurança, é bom? (Manifestação nas galerias.) Melhorar e retomar o programa de
Assistência Social nos distritos policiais, é bom? (Manifestação nas galerias.)
Recomendar o convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e a Associação
dos Policiais Militares Portadores de Deficiência, é bom? (Manifestação nas
galerias.)
Alguém
sabe de quem são essas propostas? Essas propostas foram feitas pela Ouvidoria
da Polícia para melhorar os serviços da Polícia Civil, Militar e da Polícia
Tecnológica, tecnologia militar. Eu quero fazer uma pergunta aqui: vocês sabiam
disso? Sabiam que essas propostas tenham sido entregues? Sabiam? Pois é, parece
que está havendo algum interesse de comprometer ou de deturpar o que é a
finalidade da Ouvidoria da Polícia no estado de São Paulo.
E
aí eu quero acabar com essa falsa polêmica que só serve a quem está no poder e
lucrando, verdadeiramente, com o tráfico de drogas, que é essa falsa polêmica
entre quem defende os policiais e quem defende os direitos humanos. Eu quero
dizer aqui que eu defendo o direito humano do policial. Eu quero dizer aqui que
não há diferenças entre seres humanos, que todos nós buscamos aqui uma
sociedade mais segura, que todos os profissionais de todas as áreas tenham
melhores condições de trabalho.
É
por isso que eu faço uma pergunta, essas propostas foram entregues à Secretaria
de Segurança Pública pelo ouvidor e pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São
Paulo, eu me pergunto, então, por quê? Por que o deputado estadual Frederico
d'Avila protocolou um projeto, pedindo a extinção da Ouvidoria da Polícia? Quem
tem medo da Ouvidoria da Polícia?
A
quem interessa o fim da Ouvidoria? Aos policiais? Não, não interessa, porque
senão os próprios policiais ficam reféns de uma lógica que é engessada do ponto
vista de mecanismos para denunciar as próprias condições e as próprias
reivindicações que a categoria tem, seja policial militar, seja policial civil,
todas as categorias, essas categorias das forças de Segurança Pública têm
reivindicações para melhorar suas condições de trabalho.
É
por isso que essa instituição, que foi criada em janeiro de 1995, ela precisa
ser defendida, e que o fim dessa instituição e desse órgão de fiscalização
interessa só àqueles que realmente lucram com o crime, que não são nem os
policiais, mesmo aqueles, os maus policiais, que se coromperam, nem mesmo
aquele outro lado, do crime organizado, aquele jovem que é aliciado. Interessa
assim aos grandes barões do tráfico de drogas. A esses sim interessa a extinção
da Ouvidoria da Polícia, e é por isso que nós temos que repudiar essa iniciativa.
Muito obrigada,
presidente. Fica a minha solidariedade à categoria e às reivindicações do
trabalho.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
senhora deputada. Muito obrigado. Próximo deputado, deputado Rafa Zimbaldi.
(Pausa.) Deputado Adalberto Freitas (Pausa.). Deputado Douglas Garcia. Vossa
excelência tem cinco minutos regimentais.
Lembrando os senhores e senhoras
deputados, nós não estamos cerceando, por favor, o direito de ninguém aqui. Se
nós ficarmos dando comunicação, os deputados que estão inscritos, que têm o
direito de falar sobre qualquer assunto, terão o seu tempo prejudicado.
É uma questão de bom senso, para que a
Casa possa andar dentro do tempo regimental e dentro do que ela se propõe. Por
favor, deputado.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, caros pares aqui
presentes, senhoras e senhores deputados, muito boa tarde a todos, aos
servidores, ao pessoal da TV Alesp, ao público que nos assiste aí na galeria do
plenário. O pessoal da PEC 2 pode contar 100% com o meu apoio. Se Deus quiser,
a gente vai aprovar essa PEC aqui nesta Assembleia.
Senhores, eu
subo a esta tribuna com uma imensa preocupação, infelizmente, para falar sobre
esse assunto, que eu acredito que é um dos acontecimentos que mais fazem o
nosso país estar em risco, coloca a democracia do nosso país em risco.
A Dra. Janaina
Paschoal, deputada Janaina Paschoal, já veio aqui compartilhar desse mesmo
sofrimento. Então, venho aqui, mais uma vez, para reiterar aquilo que foi dito
pela deputada Janaina Paschoal. O Supremo Tribunal Federal, infelizmente adotou
a censura como um de seus métodos institucionais. Isso é muito triste.
A gente está
vendo aí Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, censurando, com todas as letras,
censurando, as pessoas por falarem, por emitirem opinião, palavras e
expressões. Já passou o tempo, desde a época do século XX em que nós tivemos
ditaduras espalhadas no mundo afora, e que censuravam a liberdade de expressão.
Infelizmente, isso está voltando.
A desculpa do Supremo Tribunal Federal é que
deveria combater as fake news, combater as ditas notícias falsas. Ora,
senhores, nos últimos 15 dias, nas últimas duas semanas, eu fui sim, nesta
Casa, uma das principais vítimas de notícias falsas veiculadas por imprensa,
por artigos jornalísticos, dizendo até mesmo que a minha par, a deputada Erica
Malunguinho... Dizendo que eu tiraria a Erica Malunguinho de um banheiro aqui
da Assembleia Legislativa a tapas. Isso é mentira. Tiraram completamente do
contexto. Mudaram por completo aquilo que eu tinha falado aqui no plenário da
Assembleia Legislativa.
Então, o que eu
fiz. Eu corri atrás de justiça, para que seja feito o meu contraditório, a
minha ampla defesa, para que seja publicada uma nota minha. Os nossos ministros
do Supremo Tribunal Federal, ao invés de adotarem as mesmas medidas, para
conseguirem fazer com que a verdade chegue ao povo, eles acham melhor censurar,
eles acham melhor perseguir.
É um absurdo.
Jamais eu, como parlamentar, como agente público, vou brigar pela censura. A
liberdade de expressão deve existir, mesmo que ainda a pessoa que detém esses
métodos, todo esse aparato para que a informação chegue ao público aja de má
fé. A liberdade de expressão deve existir.
Eu vivi para
ver um capitão do Exército e um general defendendo a liberdade de expressão, à
medida que Caetano Veloso aplaudia o pedido de prisão de um humorista. Que
tempos nós estamos vivendo? Então, senhores, fica aqui o meu repúdio ao Supremo
Tribunal Federal, e para lembrar aos 11 ministros que, muito embora eles sejam
guardiões da Constituição, todo poder emana do povo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado. Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Carla Morando.
(Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. Vossa Excelência tem
cinco minutos regimentais.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Coronel Telhada, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste, boa tarde. Povo da
galeria, mais uma vez, parabéns pela permanência, parabéns pela resistência.
(Palmas.) Porque resistência é a palavra mais importante, no nosso País, nos
dias de hoje.
Eu queria falar
com o nobre deputado Diniz, do PSL. Eu também queria falar com o Sargento Neri.
Quero falar com os dois, quero falar para os dois.
Sargento
Neri...
É complicado,
porque a gente fala e as pessoas estão conversando paralelamente. Você não pode
nem ser ouvido.
Sargento Neri e
deputado Diniz. Eu queria dizer para os dois, ambos do mesmo partido. Não? Não
são, não? Felizmente não? (Risos.) Vejam bem, eu gosto muito de ambos. Respeito
ambos, assim como respeito todos aqui. Assim como o Major Mecca.
Estou pedindo
encarecidamente, que, nesses dias que vêm agora, na Semana Santa, as pessoas
façam reflexão, cada um na sua religião. Ontem expliquei, no Colégio de
Líderes, por que a Semana Santa é importante para mim. Não é só para os
católicos. Para os de matriz africana também é muito importante.
Que a gente
aproveite essa semana para cessar as discussões, as ofensas pessoais. Porque o
que está acontecendo é o seguinte: os funcionários concursados, e até os que
são comissionados na Casa, está todo mundo muito triste. Ninguém está
suportando mais conviver aqui na Assembleia Legislativa. Porque o ambiente de
respeito, o ambiente de prazer que a gente tinha... A gente tinha prazer de vir
para cá. E esse prazer está acabando.
Ontem o
presidente da Casa suspendeu o Colégio de Líderes. Por quê? Porque aconteceu
uma discussão que não tinha nada a ver com o projeto que é interessante para o
nosso povo. O povo de São Paulo não está sendo respeitado. Porque nenhum
projeto de lei, até agora, foi aprovado, nem votado. Porque cada um está
procurando a sua conveniência, o seu interesse.
Gente, acabou a
campanha. Todo mundo que está aqui já foi eleito. Todo mundo que está aqui foi
eleito, os 94 deputados. Por que a gente vai continuar com essa agressão? O
Grande Expediente está sendo usado para ofensas. Quem é da esquerda ofende quem
é da direita, e assim sucessivamente. Confesso que sou sozinha no PCdoB e não
falo mais nada. Fico só olhando. Resolvi observar.
Agora, isso
está afetando, inclusive, a minha sensibilidade. Está afetando o desejo que
tenho de discutir, de trazer determinadas pautas para esta Casa. A deputada
Janaina Paschoal sabe que fui contra ela quando ela fez todo o processo para
tirar a Dilma Rousseff. Eu sou da esquerda, ela sabe disso. Mas, ontem, ela
teve a capacidade de dizer que a gente chega nesta tribuna para falar de coisas
diferentes. Mas sou incapaz de ofender quem quer que seja.
É claro que
falo do Governo? Falo sim. Falo desse governo porque ele está fazendo um
retrocesso no meu País. O País não é dele, o País é do povo. E a gente tem que
falar isso aqui. Agora, eu gostaria e, sinceramente, sou uma pessoa que vivi e
sou da arte. A política é uma coisa que aconteceu na minha vida. Foi uma
transformação que o povo de São Paulo fez. E fez porque tenho uma missão de
Deus para estar aqui.
Agora, pelo
amor de Deus, vamos tratar de coisas que nos interessam. Mas que interessam ao
povo também. Porque, se cada um ficar aqui discutindo, ofendendo e achando que
aqui é um bar, uma feira... Os deputados falam aqui e ninguém presta atenção.
Os colegas não prestam atenção. Ontem vi isso aqui por várias vezes: o pessoal
fazendo rodinha aqui dentro e não prestando atenção no que o deputado fala.
Presto atenção a qualquer deputado que chega aqui, porque todos nós somos
iguais, somos seres humanos. E as pessoas que estão aí nessa galeria que vem
para cá quase todos os dias devem ficar decepcionadas, porque às vezes eles têm
esperanças de que as coisas serão resolvidas. Mas aqui às vezes a coisa é uma e
lá em cima é outra. E tem que ter coragem para chegar aqui e falar isso.
Eu não tenho
medo da mídia. Devo à mídia? Devo à mídia a divulgação da minha carreira, com
certeza. Mas o povo foi quem me transformou, foi o povo que me colocou onde eu
estou.
Peço
encarecidamente a todos os deputados, sejam civis ou militares, vamos parar com
esse clima. O clima não está ruim. A Casa está parada, a Casa está parada. E a
gente não pode ficar aqui nessa lerdeza. Temos o que fazer. Temos obrigação por
brigar pelo povo de São Paulo. Mas brigar de forma cívica, brigar de forma
gentil, de forma educada e com dignidade. Peço desculpas a todos os deputados
desta Casa pelo o que eu estou falando. Eu nunca usei a tribuna para fazer uma
fala como essa. Mas eu estou cansada. Estou cansada e muito triste. Muito
obrigada, Srs. Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputada. A senhora está cansada, mas pode assumir um minutinho para mim?
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Leci
Brandão.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo a
lista de oradores, convido o nobre deputado Coronel Telhada para o uso da
palavra pelo tempo regimental.
O
SR. CORONEL TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores e
funcionários aqui presentes, quero saudar as duas policiais militares, a cabo
Elaine e a cabo Débora, que representam a nossa assessoria policial militar,
saudar a todos os senhores e senhoras aqui presentes, o pessoal da PEC 02, o
pessoal de Capela do Alto, meus amigos de Tatuí também, muito obrigado.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, antes de entrar no assunto de hoje, eu sou obrigado
a falar aqui uma coisa que eu não queria falar; a deputada Leci Brandão mexeu
comigo. Eu estava quietinho, ela foi falar e me provocou. Ela está certíssima
no que ela falou. Ela deu um puxão de orelha em todo mundo. Estamos aqui
perdendo tempo.
Vou confessar a
vocês. Quando teve a nova eleição, Leci, eu falei “que bom, um monte de gente
aliada, nós vamos desenvolver um trabalho, vamos ter mais força, sete policiais
militares, três delegados, um agente federal, poxa vida, várias pessoas
aliadas”.
O primeiro dia
já foi um inferno. Já fomos chamados de traidor, de petista, de comunista. A
Leci Brandão é comunista e ela sabe que nós temos um respeito muito grande um
pelo outro, apesar da nossa diferença ideológica. É assim que tem que ser.
Somos deputados. Temos que respeitar as pessoas aqui. Os senhores me viram ter
que pedir para o pessoal se acalmar porque nem no Pequeno Expediente a gente
pode mais falar o que a gente pensa. A gente é criticado por colegas.
Ontem, o que
aconteceu aqui, não pode. Eu não vou chamar atenção de deputado porque não sou
pai de ninguém e nem tenho essa liberdade. Enquanto nós estávamos na Polícia
Militar tinha a nossa hierarquia, disciplina, mas aqui todos nós somos iguais,
somos deputados. Mas nós não podemos continuar assim: eu discordar do que o
deputado falou e jogar o deputado na rede social como traidor, como “não
aceitou acordo”. Não é assim que funciona. Assim nós nunca chegaremos num
denominador comum. Me desculpem, mas ficar jogando oficial contra praça também
não é o termo certo. Todos os senhores têm que refletir as palavras.
Trabalhamos juntos na Polícia Militar, nos encontramos nos distritos da vida.
Todos nós temos os mesmos ideais e não estamos nos entendendo.
Hoje cedo eu
estive na assunção de comando, ou na troca de comando do Comando Policiamento
Rodoviário, e todos perguntaram: “Como é que está lá, Telhada?”. Eu falei: “Tá
ruim. Eu perdi até a vontade de ir para a Assembleia”. O que eu tinha prazer de
fazer aqui, de discutir, trazer as propostas, eu não estou tendo mais esse
prazer. Eu chego aqui e fico vendo briga ideológica, falar de Brasília, coisa
que não tem nada a ver com a gente. Nós temos assuntos pendentes, PECs aqui
para serem votadas, projetos para serem votados, cidades para serem ajudadas, e
nós estamos aqui discutindo o sexo dos anjos.
Pergunto... Eu
peço silêncio às assessorias porque fica difícil eu falar assim com o pessoal
falando na minha orelha. Por favor, por favor. Então, acho que nós temos que
colocar aqui as coisas em ordem: ou nós somos aliados, ou não somos. Então,
cada um vai puxar para um lado e a Casa vai ficar parada quatro anos. É o que
vai acontecer. Vocês viram esta Casa aqui ontem, gente.
Então, gente,
vamos refletir um pouquinho. Acabou a campanha. Vamos desenvolver projetos,
vamos trazer ideias, vamos conquistar vitórias para o nossos eleitores, para
quem votou na gente. Se nós continuarmos assim... os senhores viram que eu me
afastei, não estou mais falando com ninguém. Eu chegava, orientava, não oriento
mais ninguém, porque quando você chega e vai orientar, a pessoa acha que você
está ganhando alguma coisa. Pessoal, vamos refletir no que está acontecendo.
Ninguém está ganhando com isso, e quem está perdendo, principalmente, é o povo
de São Paulo.
Voltando
ao meu discurso, quero, hoje, saudar a cidade de Jarinu por mais um
aniversário, saudar meus amigos e amigas da querida cidade de Jarinu.
Infelizmente temos duas mortes a lamentar, hoje, de policiais militares. Dois
policiais militares mortos, um no Rio de Janeiro, que é o sargento de 44 anos
José Eduardo Farias da Silva. Ele morava em Itaboraí, no Rio de Janeiro, e
quando ele estava chegando em casa, no final da tarde de ontem, terça-feira,
foi abordado por criminosos e foi assassinado no portão de casa. Ele trabalhava
há mais de 20 anos na Polícia Militar e atuava no Batalhão de Policiamento
Rodoviário. Deixa esposa e dois filhos, uma menina e um menino. Minto, dois
filhos, é, uma menina e um menino. Quinze policiais mortos no Rio de Janeiro, e
nós estamos discutindo aqui o sexo dos anjos.
Também outro policial morto, em Goiânia,
Goiás, policial militar, sargento com a mesma idade do outro, sargento José
Pereira da Silva, de 44 anos. Também foi morto na manhã de quarta-feira. Ele se
deslocava com uma moto, quando foi abordado por dois indivíduos que
imediatamente anunciaram o assalto. Reagiu, houve troca de tiros e o policial
militar foi baleado e morreu no local. Um outro vagabundo foi baleado também.
Só para fechar, Sra. Presidente, me
conceda 30 segundos. Falaram aqui da Ouvidoria da Polícia Militar. Como disse,
respeito todas as opiniões, mas na minha opinião a Ouvidoria da Polícia Militar
é uma comédia. Da Polícia Militar, não, do Governo de São Paulo; não é da
Polícia Militar. A Ouvidoria é feita para ouvir as reclamações e encaminhar. É
para isso que é feita a Ouvidoria. A Ouvidoria não tem que abrir processo, não
tem que abrir sindicância, nada disso compete à Ouvidoria. Então, nós
reafirmamos aqui, sim, do jeito que a Ouvidoria está sendo feita, está sendo
tratada, ela tem que ser desativada, porque ela não serve para nada. E outra:
eu estou vendo aqui o desespero dos deputados do PT e do PSOL, com medo que a
gente desative a Ouvidoria. Por quê? Você vai levar levantar o número de
funcionários lá, Neri, é tudo do PT e do PSOL os funcionários, é um cabide de
emprego, como seria um cabide também aquela comissão de tortura que nós
seguramos aqui.
Então, eu respeito muito, como eu disse
aqui, todo mundo, mas da maneira que está sendo tocada a Ouvidoria, hoje, ela
tem que ser extinta, porque o que ela está fazendo... Nós temos a Corregedoria
da Polícia Militar e a Corregedoria da Polícia Civil para fazerem; não precisa
de uma Ouvidoria. A Ouvidoria, hoje, está com seu papel totalmente distorcido e
trazendo problema para as polícias, e não solução para os cidadãos.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
(Manifestação nas galerias.)
A SRA.
PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Continuando aqui a lista de oradores,
convido o deputado Conte Lopes. E agora retoma aqui a presidência o Coronel
Telhada.
O SR. CONTE LOPES - PP
- Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha da tribuna da Assembleia,
queria cumprimentar a deputada Leci Brandão pelas palavras, e como artista e
pela sensibilidade. Na verdade é isso, nós estamos nesta Casa, passamos nesta
Casa em 86, outros passaram antes de nós: coronel Palácios, cabo Wilson, que
passou aqui conosco, sargento Anauí, coronel Ferrarini, vários delegados
também. É lógico; todos aqui lutam pelas corporações. Eu acho que não tem
nenhuma pessoa ligada à polícia, ao funcionalismo público, que vai votar contra
o funcionalismo público.
Agora,
aquilo que eu falei no primeiro dia de reunião lá no QG: o pessoal acha que a
pessoa, em sendo eleita, chegando aqui em um mês ela consegue arrumar um
aumento para a polícia. Ela não vai arrumar, não vai arrumar porque quem dá
aumento é o Executivo. Qualquer coisa a se falar em termo de verba, é
inconstitucional e só o governador que pode fazer isso, de forma que se tem de
conquistar o governador. Já tivemos outras políticas. Vi governador, como o
Geraldo Alckmin, ser vaiado por meia hora, uma hora, lá na Academia do Barro
Branco. Eu estava lá, estava do lado, até na época em que era presidente desta
Casa. Fui presidente, na época do Barros Munhoz. Ouvi uma vaia estrondosa ao
governador.
Pergunto: isso
é forma de se fazer política? Vai ganhar o quê? No grito? No grito não se ganha
nada. Evidentemente que, na política, como diz o Campos Machado, “palavra dada
é flecha lançada”. Quando a pessoa dá a palavra, ela tem que cumprir a palavra
dela. Cada um tem o seu caminho. Então, é importante que a gente realmente se
conscientize disso.
Daqui a pouco,
vejo às vezes falando: “Ah, o Deputado não conseguiu dar aumento, o Deputado
não fez nada, o coronel Camilo não fez nada”. Querem que o Deputado faça o quê?
Não entendo. Ele deve ter lutado, como o Telhada luta, como a gente luta e
outros vão lutar aqui pelo bem da corporação. Mas é evidente, todos temos que
pensar da forma melhor.
Quando você leva
ao conhecimento da tropa, do Comando da Polícia: “Olha, está na hora de a
pessoa pensar em carreira jurídica”. Quando o Campos Machado vem aqui, o
deputado, e fala em carreira jurídica para os delegados, tem a sua validade,
não é? Como eu falei, nós aprovamos aqui a Defensoria Pública. Eu estava aqui
na Casa quando criamos a Defensoria Pública. O Carlos Giannazi também estava
aqui na época. Hoje, o defensor público, que tem carreira jurídica, ganha igual
o promotor e o juiz.
Ora, em
qualquer debate, quando a gente senta com o governador, com o secretário,
quando a gente vai falar em aumento para nós, o cara já joga o curso superior e
a carreira jurídica. Não adianta cantar que a Escola de Formação de Soldados é
o curso superior de formação de soldados. Para nós, é.
Eu dou um
exemplo aqui: às vezes a gente ganha a eleição, às vezes a gente perde. Quando
a gente perde a eleição e tem que trabalhar fora... Às vezes a gente perde a
eleição, não tem mais aposentadoria, para quem não sabe. Nós derrubamos a aposentadoria,
derrubamos tudo aqui também. Derrubamos aposentadoria, estão derrubando os
carros.
O juiz vai a
uma solenidade e vai com o carro dele. O delegado vai com o carro dele, o
coronel vai com o carro dele, o capitão vai com o carro dele. Só o deputado vai
a pé. Ou de Uber. O problema é de cada um. Se ele quer chegar a uma solenidade
de Uber, ele chega. Desce a pé e o soldado fala para ele: “Para aqui e vai até
lá, olha”. O outro chega e vai parar lá na frente. É questão de
representatividade.
Então, na
verdade, acho que, nessa briga aí, tem que se conquistar primeiro o Governo.
Tem que se conquistar o Governo. Quem pode dar aumento ou não é o governador do
estado. Essa é a grande jogada, que também está difícil aqui dentro desta Casa.
Na verdade, é isso.
Temos, na
política, oposição e situação. E até faço uma colocação aqui: o PT, por
exemplo, cumpre acordo. O PT pode falar o diabo, mas eles cumprem acordo. Se
eles acordaram alguma coisa, eles cumprem. Infelizmente, é meio diferente com o
PSDB, que é difícil de cumprir acordo. Pelo contrário.
E a gente
sempre defendeu o interesse do funcionalismo público. Se o João Doria perdeu a
Previdência no município de São Paulo, foi com o meu voto. Faltou um voto; foi
o meu. Tiraram-me até as calças, mas foi com o meu voto. Então, a gente não
vota contra o funcionalismo público. Não é xingando em rede social, ofendendo,
que vai se falar alguma coisa e depois se resolver.
Na verdade, é
isso. Todo mundo que está aqui que é funcionário público, evidentemente, vota
com o Governo. Mas política não é só xingar os outros, não. Ao invés de você
conseguir um amigo, você consegue um inimigo. E o inimigo não te dá nada. É pão
e água mesmo.
Obrigado, Sra.
Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr.
Coronel Telhada.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Leci
Brandão.
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Seguindo a
lista de oradores, convido o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Marta
Costa. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Sargento Neri. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo de cinco minutos para usar a palavra.
O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhores,
uma boa tarde a todos, aos deputados, deputadas, aos nossos funcionários que
nos dão suporte, aos nossos irmãos da galeria, nossos irmãos da PEC 02. Nós
vamos colocar essa PEC 02 em pauta. Como disse aqui que não sabe quem está
levando vantagem, com certeza, deputada Leci Brandão, alguém leva vantagem em
cima de toda essa conturbação.
Alguém
leva vantagem, menos nós, policiais, e o cidadão trabalhador que está nas ruas
batalhando pelo seu pão de cada dia. A gente realmente nunca leva vantagem
nenhuma. Alguém que está mais acima que leva muita vantagem. Então, eu queria
hoje ler um trecho aqui, uma carta aberta ao Exmo. Sr. Governador do Estado,
que nós estamos com uma reunião marcada para semana que vem e nós vamos
entregar.
Eu
só queria levar ao conhecimento de todos alguns dados extremamente importantes
em relação à nossa polícia. “De janeiro de 2014 a dezembro de 2018, o índice de
inflação calculado foi de 31,16% pelo IPC, que é o Índice de Preço ao
Consumidor, calculado pela Fipe, e em 34,36% pelo ICV, que é o Índice de Custo
de Vida.
No
mesmo período, nós tivemos na polícia duas revisões no padrão de vencimento.
Nós tivemos 8% em 2014 e tivemos mais 4% em 2018. Nós podemos assim chancelar
um déficit de revisão remuneratória de 19,16% em relação ao Índice de Preço ao
Consumidor e em relação ao Índice do Custo de Vida, 22,36 por cento”.
Senhores,
o que eu quero levar ao conhecimento de todos é que a promessa de campanha do
governador João Doria, a qual nós estamos nos ancorando e temos uma fé extrema
que ele irá cumprir, a nossa luta diária é levar ao conhecimento dele que nós
necessitamos de uma sinalização de como isso será feito, porque nós estávamos
observando e estudando.
Hoje,
um soldado de segunda classe do Distrito Federal ganha R$ 5.284,00. Então, para
que nós possamos chegar próximo a isso, o nosso soldado de segunda classe ganha
hoje bruto R$ 3.500,00. É uma diferença de R$ 1.784,00. Então, essa solicitação
de sinalização por parte do governador de como ele pretende fazer essa
recomposição e conduzir as nossas polícias ao patamar de segundo colocado no
ranking das polícias mais bem pagas do País, é por conta dessa diferença.
Porque
vamos supor que ele esse mês desse 20% de aumento, cumprisse com os 24,16%,
porque nós nessa carta aberta estamos pedindo 24,16% - os 19,16% de diferença
inflacionária e um reajuste de 5%, perfazendo um total de 24,16 por cento.
O
nosso soldado de segunda classe vai para um salário de R$ 3.100,00 nesse
primeiro ano. Estaria numa distância muito grande dos R$5.284,00 pagos pelo
Distrito Federal, o soldado de segunda classe. O soldado de segunda classe em
Brasília permanece por seis meses como soldado de segunda classe. Aqui, em São
Paulo, permanece por dois anos.
Concluindo, o
soldado de primeira classe, em Brasília, ganha de subsídio 5.245, com mais 850
reais de auxílio moradia e auxílio alimentação de 365. Ele vai para quase sete
mil reais de salário, um soldado de primeira classe em Brasília. Isso seria uma
distância muito grande, motivo pelo qual nós imploramos por essa sinalização de
como essa proposta de recomposição salarial.
Muito obrigado
à Mesa pela oportunidade.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Encerrando o
Pequeno Expediente, abrimos agora o Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Convido o
nobre deputado Carlos Giannazi para o uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público presente, telespectadores da TV Assembleia, saúdo os nossos colegas da
PEC 2, servidores da Segurança Pública, colegas servidores da Emplasa, que
estão na luta, fazendo a resistência contra a aprovação do perverso PL 01, de
2019, que, na prática, representa o desmonte do Estado, das nossas empresas.
Gostaria,
presidente, deputada Leci Brandão, de dizer que o Governo ataca mais uma vez os
servidores da Educação, agora proibindo a remoção dos agentes de organização
escolar. Foi publicado pela Secretaria da Educação um comunicado interno
proibindo, dizendo que não haverá a remoção dos agentes de organização escolar,
que já são massacrados pelas políticas do estado de São Paulo.
Pela política
salarial, um servidor do quadro de apoio escolar tem um salário inferior ao
salário mínimo regional, sem contar as outras mazelas que esse segmento
importante da Educação sofre, como, por exemplo, desvio de função, estresse no
trabalho. A condição de trabalho é a pior possível, hoje, de um agente de
organização escolar, que é um profissional importante e estratégico para o
funcionamento das nossas escolas.
A escola
estadual, a escola pública, não funciona sem o trabalho do agente de
organização escolar. Ela nem abre na verdade. Os professores são importantes, a
gestão, todos os profissionais da Educação são fundamentais, mas sem a
presença, sem o trabalho dos agentes de organização escolar, a escola nem abre,
não funciona, porque eles têm uma função importante, são eles que cuidam do
prontuário dos alunos, dos professores, a vida funcional de todos os
servidores, eles que cuidam da segurança, da disciplina, enfim, o papel deles é
fundamental hoje para o funcionamento da rede estadual, porém são os servidores
mais desvalorizados, hoje eu diria que, talvez, de todo o estado de São Paulo.
E eles estão
presentes nas nossas mais de cinco mil escolas da rede estadual de ensino.
Quero fazer essa denúncia e cobrar a Secretaria da Educação, para que reabra o
concurso de remoção para esses servidores. É um direito garantido no Estatuto
do Funcionalismo Público Estadual, garantido a todos os servidores.
Esse comunicado
é um atentado criminoso contra um setor, contra profissionais da Educação que
já estão em uma situação extremamente dramática. Uma situação dramática
salarial, funcional, de precarização das condições de trabalho.
Então, nós
exigimos que o Governo cancele esse comunicado e abra imediatamente o concurso
de remoção. Como também que chame os aprovados no concurso, porque temos um
déficit enorme nessa área, faltam servidores em quase todas as escolas da rede
estadual. Nós não temos profissionais dessa área contratados em número
suficiente. Não é à toa que a violência aumenta nas escolas, porque sem esses
funcionários fica difícil para a escola funcionar, como eu disse.
Então é
importante. Teve um concurso, houve a chamada de 1.450 servidores, que foram
aprovados, chamados, mas não tomaram posse, porque o Alckmin publicou um
decreto em 2015 dificultando. O decreto é mantido mesmo com as nossas ações
aqui.
Eu protocolei
uma representação do Ministério Público, entrei com PDL, apresentei um PDL para
revogar o decreto do Alckmin, já fiz vários pronunciamentos, audiências
públicas aqui, inclusive com esses servidores. Até agora o Governo não cedeu.
Então é
importante que os deputados aprovem o nosso PDL. PDL é projeto de decreto legislativo,
que anula o decreto do ex-governador Alckmin, de 2015. Eu faço esse apelo aos
deputados e às deputadas. Nós temos que valorizar os agentes de organização
escolar e todos os servidores do quadro de apoio escolar da rede estadual de
ensino. Então fica aqui o nosso apelo e a nossa exigência à Secretaria Estadual
de Educação.
Também, Sr.
Presidente, deputado Coronel Telhada, eu gostaria de comentar uma matéria que
foi publicada hoje pelo jornal “Agora”, pela “Folha de S. Paulo” e pelo “UOL”
também, que foi fruto de uma denúncia que eu fiz recentemente, aqui mesmo, na
Assembleia Legislativa, mas que já fiz também em outras oportunidades. Falei
ontem, inclusive, no microfone. Fiz essa denúncia durante o debate do PL 01 -
nós estamos obstruindo esse projeto.
Eu falei que o
governo estadual está desmontando o programa “Escola da Família”. O programa
“Escola da Família” foi reduzido já pela metade na gestão Doria. O Doria é o
exterminador, é o inimigo da Educação pública. Ele está exterminando os
programas estratégicos. Um deles é esse daqui, o programa “Escola da Família”,
que já tem a duração de 15 anos, que foi reduzido agora, no início do ano, pela
metade, na verdade. A matéria de hoje dá conta exatamente disso.
Eu realizei
recentemente uma audiência pública aqui, com alunos, com pais de alunos, com
entidades, com professores, com diretores de escolas estaduais, dando conta
desse desmonte.
Ou seja, é um
programa que ajuda na prevenção da violência nas escolas, é um projeto que faz
a integração da família com a comunidade escolar. Esse projeto funciona nos
finais de semana. É uma parceria das escolas, da Secretaria da Educação com
algumas universidades, sobretudo universidades que oferecem cursos na área das
licenciaturas, como pedagogia, história, geografia, até mesmo em cursos de
direito. Nós temos vários alunos dos cursos de direito participando desse
programa. É um programa importante. Ele combate, ajuda a prevenir e a combater
a violência. Trabalha com cultura, com esportes nos finais de semana através
dessas parcerias.
No entanto, o
governo Doria está desmontando o programa. Ele cortou 43... Aqui a matéria
mostrando claramente que ele cortou as bolsas, cortou as parcerias. Quarenta e
seis por cento das bolsas foram cortadas com as universidades, ou seja, os
alunos estagiários das universidades que participavam desse projeto ficaram
alijados, ficaram de fora.
Além disso, ele
já tinha também, o Governo tinha publicado uma resolução no início do ano
retirando os vice-diretores do projeto. Então o projeto foi minado pelo corte
das bolsas - quase 50% das bolsas foram cortadas - e também pela retirada dos
vice-diretores do programa “Escola da Família”.
É um crime o
que está acontecendo. Nós tivemos o episódio agora em Suzano, aquele massacre,
que foi o ponto mais alto do que nós chamamos de violência nas escolas, dentro
e fora das escolas, e o governador não toma nenhuma atitude, não contrata
funcionários, as escolas estão sem os funcionários do quadro de apoio escolar,
e os agentes de organização escolar, os que estão na rede, não são valorizados,
como eu disse há pouco aqui, no meu pronunciamento, e agora o governador corta
metade de um programa que previne a violência nas escolas.
Ele foi lá de
forma demagógica no dia, disse que tomaria providências. Na verdade, o governo
Doria é uma farsa, é um marqueteiro de quinta categoria. O que ele fez na
prefeitura de São Paulo ele está fazendo no estado de São Paulo também,
cortando programas importantes nas áreas sociais, como tentou agora,
recentemente, na área da Cultura. Tentou desmontar o projeto Guri, tentou
cortar o financiamento de museus e oficinas culturais, do Museu Afro Brasil, da
Pinacoteca, da Escola de Música Tom Jobim, do Conservatório de Música de Tatuí
e de tantos outros equipamentos de Cultura, de programas, de cursos.
Houve
uma tentativa de um desmonte. Houve uma forte reação da classe artística, dos
movimentos de Cultura, dos deputados estaduais, de vereadores e prefeitos do
interior, até porque esses programas têm uma capilaridade. Ele foi pressionado
pela imprensa, inclusive. A imprensa, na verdade, repercutiu toda essa
movimentação, e o governador recuou, porque ele é covarde. Quando ele percebe
que a imagem dele está sendo desgastada, ele recua imediatamente.
É
um Governo muito sensível, no mau sentido, à pressão popular e à opinião
pública. Então, ele recuou com medo do desgaste que estava sofrendo, e nós não
vamos aceitar isso. Eu já acionei o Ministério Público em relação ao corte do
programa Escola da Família. Já acionei o Tribunal de Contas, que tem que
investigar isso, porque é um programa importante o combate à violência nas
escolas.
Como
que o governador corta, deputado Neri, metade do programa? Vossas Excelências
que trabalham aqui com Segurança Pública sabem muito bem, o deputado Telhada
também, que é uma pessoa que defende, o tempo todo, aqui a Segurança Pública do
estado de São Paulo e os servidores. Vossas Excelências sabem da importância da
prevenção. É melhor prevenir do que remediar.
Então,
esses programas são fundamentais. Os nossos colegas da PEC 2 sabem disso
também. Se a gente tem escola funcionando, com qualidade, oferecendo programas
de prevenção, é muito melhor, você previne a violência. E o governador Doria
cortou o programa pela metade.
É
um crime, é uma afronta ao Estado, à Educação, a esses estudantes que estavam
fazendo os estágios com as bolsas e, sobretudo, às comunidades escolares que
usufruíam das escolas nos finais de semana, aos sábados e domingos. Mas nós
estamos tomando providências, Sr. Presidente, no Ministério Público e no
Tribunal de Contas. Já pedi a convocação do secretário aqui na nossa Comissão
de Educação.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr.
Coronel Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado. O próximo orador inscrito é o deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) O
próximo deputado é o Coronel Telhada. Eu solicito ao deputado Sargento Neri que
assuma a Presidência dos trabalhos, por gentileza.
*
* *
- Assume a Presidência
o Sr. Sargento Neri.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - SARGENTO NERI - AVANTE - Assumindo
temporariamente, o senhor tem dez minutos, presidente.
O SR. CORONEL TELHADA - PP – Muito obrigado, presidente Sargento
Neri. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessores, funcionários, público aqui
presente, eu venho à tribuna nesta tarde, porque já venho notando, há alguns
dias, que na nossa televisão, na TV Alesp, nós estamos sem a comunicação por
libras.
Eu
não sei se os senhores notaram, ficava, inclusive, naquela parte onde o cidadão
que era formado em libras, ele fazia lá os gestos com as mãos, para as pessoas
que têm problema de deficiência auditiva pudessem acompanhar as nossas falas e
pudessem acompanhar o desenvolvimento das sessões, tanto ordinária quanto
extraordinária, para que as pessoas que têm essa deficiência pudessem
acompanhar o que estava acontecendo.
Aliás,
eu tenho alguns seguidores que sempre me ligavam e me perguntavam por que, nos
nossos vídeos caseiros, vamos dizer assim, no YouTube e no Facebook, a gente
também não colocava libras, porque a pessoa tem necessidade disso. Eu tenho
notado, eu queria saber, não sei se o repórter Sérgio sabe me informar o que
aconteceu, porque nós estamos sem o pessoal de libras aqui.
Sabe
o que aconteceu? Não sabe? Então, eu faço uma pergunta pública aqui.
Publicamente, pergunto ao presidente da TV Assembleia ou ao diretor da TV
Assembleia: cadê o nosso comunicador de libras? Porque nós temos uma lei no
Brasil, que é a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002. Está quase fazendo
aniversário. No dia 24, faz aniversário, vai fazer 17 anos. Diz o seguinte: “é
reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de
Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados”. Lá no Art.
2º, diz o seguinte: “Deve ser garantido, por parte do Poder Público em geral, e
empresas concessionárias de serviços públicos...”. Acho que é o caso da
televisão aqui, que também é uma empresa que faz serviço. “...formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da língua brasileira de sinais,
Libras, como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das
comunidades surdas do Brasil”.
Eu peço à
Taquigrafia, nosso querido pessoal da Taquigrafia, que sempre nos acompanha
aqui diariamente, que essas palavras sejam encaminhadas com urgência ao Sr. Presidente da Assembleia
Legislativa, porque é uma falha grave o que está acontecendo na TV Alesp. Nós
já tivemos vários problemas este ano. Diminuição de salários de funcionários,
cortes que não foram bem-vindos, não só pelos funcionários, mas por todos os
deputados, e agora nós notamos que o serviço de Libras não é transmitido. Quem
está me vendo agora está vendo somente a mim, e não vê, aqui ao lado do
monitor, a pessoa fazendo gestos.
Aliás, a mulher
do nosso presidente, a dona Michele, é formada nesse tipo de comunicação. Então
eu acho que nós não só estamos desrespeitando uma lei federal, como nós estamos
desrespeitando uma necessidade básica do cidadão, que é a comunicação.
Então, solicito
aqui ao Sr. Presidente da Assembleia Legislativa e ao senhor
diretor aqui da TV Alesp que, de imediato, corrijam essa falha, porque é uma
falha grave, que não pode prosperar.
Também quero
aqui novamente fazer alusão ao que nós dissemos aqui, ao problema que está
ocorrendo entre os deputados, entre os partidos. Nós não estamos nos
entendendo. Até nós brigarmos, no bom sentido - “discutirmos” fica melhor -,
discutirmos no plenário ideologias, propostas, acho que nós somos eleitos para
isso. Agora, nós não podemos partir para o campo da ofensa, da falta de ética.
Nós temos notado falta de ética. Isso não pode acontecer e tem acontecido.
Esta Casa
precisa colocar a mão na consciência. Nós precisamos fazer uma pauta produtiva.
Ontem nós ficamos até às 22:40 horas nesta Casa, e não resolvemos nada, não
discutimos nada. Então, nós precisamos, senhores deputados, parar de falar assuntos que não competem à Assembleia
Legislativa. Os assuntos aqui são relativos ao povo de São Paulo. Lógico que os
assuntos federais são também necessários, mas nós estamos aqui para discutirmos
assuntos estaduais, e não estamos fazendo isso.
Nós não estamos
votando projeto. Aliás, mais um pedido ao Sr. Presidente da Casa: projetos de deputados não estão sendo votados. Todos os deputados aqui têm
vários projetos em andamento, alguns já prontos para votação. Eu queria
perguntar por que nós não trazemos esses projetos ao plenário. “Um é mais
polêmico, o outro...”, mas existem projetos que são unanimidade, e todos
concordam. Então, vamos trazer esses projetos para o plenário.
Nós estamos
trabalhando para criarmos leis, para fiscalizarmos, e é justamente isso que nós
não estamos fazendo. Nós estamos deixando a nossa obrigação para ficar
discutindo coisas que não levam a nada em âmbito de Assembleia Legislativa. Nós
precisamos sim voltar a uma pauta produtiva, para que tenhamos um resultado
satisfatório.
Eu quero aqui
fechar. Eu ouvi muita coisa sobre Ouvidoria. Eu respeito a opinião de todo
mundo, como todos sabem. Eu tenho minha opinião e gosto de ser respeitado. Repito
mais uma vez aqui, a Ouvidoria de São Paulo, do jeito que ela tem se conduzido,
não está condizente com a necessidade da criação dela.
Ouvidoria é
para receber as reclamações, os problemas, as denúncias, e a essa Ouvidoria
cabe encaminhar aos órgãos competentes para que sejam tomadas as providências.
O que nós temos visto, ao longo dos últimos anos, não só com o último ouvidor,
que falava mais do que ouvia. Aliás, muito mais que ouvia, Júlio Neves.
Com o atual
ouvidor eu tenho um bom relacionamento. Não vou aqui, de maneira alguma,
ofender meu ouvidor, mas tem que tomar uma medida que no meu entendimento não é
cabível. Eles estão mais para artistas de jornal e de televisão. Em vez de se
manterem no serviço deles, eles querem ficar dando entrevista sobre assuntos
que não lhes competem. São muitas vezes opiniões totalmente distorcidas,
opiniões por ouvir dizer e opiniões tendenciosas.
Isso não agrada
ninguém. Isso não ajuda e não fortalece nenhuma instituição. Nós precisamos de
uma Ouvidoria? Sim. Todas as grandes instituições governamentais, as grandes
instituições, têm a sua ouvidoria. É necessário. Mas nós temos que ter
profissionalismo. Não podemos ficar no exibicionismo, na promoção pessoal.
Aqui, quando foi proposta a extinção da Ouvidoria, a CCJ vai discutir se é
legal, ou não, essa proposta.
Mas já falei
mais de uma vez neste plenário, não é a primeira vez que estou falando: a
posição do ouvidor é uma posição para a recepção de reclamações e problemas. E,
a partir daí, tomar as suas providências. E não, ficar falando que vai fazer
sindicância. Ele não tem que fazer nada, ele tem que comunicar. A competência
dele é a comunicação dos problemas que são trazidos.
A deputada
veio, com toda a alegria, trazer algumas propostas da Ouvidoria. Lógico que,
qualquer proposta que possa ajudar a polícia, que possa ajudar o Estado, é
lógico que é bem vinda. Agora, propostas são vindas de todos os lados. Não é
por isso que a Ouvidoria é santa, porque fez propostas que ajudam a polícia.
Agradecemos e queremos mais essa contribuição.
No ano passado
fui presidente da CPI do Condepe, que é um órgão de Direitos Humanos que,
infelizmente, tinha na sua vice-presidência um indivíduo que era do PCC: o
advogado Luiz Carlos, do PCC, condenado. Está preso inclusive. E trouxe uma
mácula muito grande para cima do Condepe. Fizemos uma CPI onde foi esclarecido
que o Condepe não tinha nenhuma ligação com aquele órgão.
Mas aí é que
vem o problema. Aquele indivíduo, o tal de Luiz Carlos, não só estava como
vice-presidente como ele pertencia a uma ONG de Direitos Humanos que nunca
ninguém tinha ouvido. Nunca ninguém tinha ouvido falar naquela ONG. E, através
dessa ONG, que ninguém nunca tinha ouvido, ele chegou à vice-presidência.
Então
precisamos tomar cautela. Assuntos institucionais não podem ser discutidos com
ideologia. Nós temos que pensar no povo. Nós temos que pensar no povo. As
pessoas que se exaltam, as pessoas que saem do caminho da legalidade, têm que
responder por isso. Agora, nós usarmos os órgãos institucionais para fazer
ideologia ou promoção pessoal? Isso não pode acontecer.
Mais uma vez,
neste plenário, chamo a atenção do senhor ouvidor para que não faça isso. É uma
pessoa que conhecemos há muitos anos. Trabalha sério. É uma pessoa que tem um
conceito.
Mas,
ultimamente, tem escorregado e tem derrapado quando vai a público falar coisas
que não lhe competem. E, muito menos, dar o seu parecer, o que não é função
dele. Srs. Deputados, aqui fica a minha posição. Como eu disse, respeito a
postura e a posição de todos os senhores. Mas temos a nossa posição também, que
deve ser respeitada. Vamos trabalhar, vamos nos ajudar, vamos ajudar o povo de
São Paulo.
Quero, mais uma
vez, dizer do meu apoio aos amigos da PEC 02. (Palmas.) Essa PEC está pronta
para ser votada. Pedimos para que ela venha para o plenário. É simples: os que
concordam votam sim, os que não concordam votam não. É para isso que existe o
plenário. Não podemos ficar atravancando os projetos, travando, não deixando
chegar. Se o projeto está pronto para votar, ele deve vir para o plenário.
Temos 94 deputados que colocarão o sim ou não naquele projeto. Parabéns aos
senhores da PEC 02.
Sejam
bem-vindos os amigos da Emplasa também. (Palmas.) Contem com o nosso apoio.
Esse projeto, estão querendo votar hoje, na extraordinária. Não vai ser votado.
Não vai ser votado - tenham certeza disso - enquanto não for bem conversado e
todo mundo explicar, direitinho, o que está acontecendo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Coronel
Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado Sargento Neri. O próximo deputado é o deputado Marcio da
Farmácia. Está presente, o deputado Marcio da Farmácia. Enquanto o deputado
Marcio da Farmácia se desloca para a tribuna, o Sargento Neri pediu uma
comunicação. Tem V. Exa. o tempo de dois minutos.
O SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente,
primeiramente, a cidade de Ibiúna tem 90 mil habitantes e duas
ambulâncias. E uma delas pegou fogo
ontem.
Então fiz um
ofício ao secretário da Saúde e ao governador para que se sensibilizem e façam
o pagamento de uma ambulância para aquela cidade que tanto necessita.
Quero
aproveitar o gancho do Coronel Telhada e falar da Ouvidoria. Ouvidoria que, num
embate da Polícia Militar com um garoto de 10 anos, onde o garoto atirou nos
policiais e, nessa troca de tiro, o garoto faleceu, infelizmente. Não queremos
isso. O ouvidor condenou os policiais do 16º da Rocam. Fizemos duas
manifestações, eu coloquei advogado, perito para trabalhar nesse caso e
conseguimos provar a inocência dos policiais. E essa condenação antecipada
traz, de certa forma, uma insegurança jurídica aos policiais, porque leva o
clamor público, a opinião pública contra os policiais.
Dr. Mariano foi
meu professor na faculdade, é um grande amigo, mas na função de ouvidor ele
está deixando a desejar. E nós precisamos colocar um ouvidor lá que realmente
seja imparcial nos assuntos e que espere, pelo menos, esclarecer as ocorrências
para depois ele emitir opinião. E isso não acontece.
Então, eu sou a
favor, sim, de pelo menos reestruturar a ouvidoria, até essa eleição que faz
eleito o ouvidor das Polícias.
A Polícia
Militar não trabalha pela ilegalidade. Pelo contrário, ela prima pela
legalidade. A Polícia Militar ela corta na própria carne. Ela pune e condena
aqueles que erram.
Então, nós
precisamos realmente fazer essa reestruturação. Obrigado presidente, obrigado,
viu Maurício.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
senhor deputado. O deputado Marcio da Farmácia tem dez minutos regimentais.
O
SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado Sr. Presidente. Hoje é uma tarde importante.
Acabei de participar agora há pouco de eleições de comissões. Foi muito
importante o discorrido hoje.
Hoje,
participei da eleição do Meio Ambiente, onde tive o privilégio de ter ouvido o
presidente Caio França e também eleito o deputado Bruno Ganem, que é do
PODEMOS, e é o vice-presidente do Meio Ambiente.
Fiquei muito
feliz também de poder participar da Comissão de Administração Pública e Trabalho,
aonde eu me coloquei como presidente e fui eleito presidente dessa comissão,
onde tive o privilégio de ter como vice-presidente o Marcio Nakajima, que hoje
faz um trabalho junto com a gente. E é histórico. Hoje o partido do PODEMOS é a
primeira vez que tem uma Presidência na Assembleia Legislativa e uma
vice-Presidência na Assembleia Legislativa, onde tive o privilégio de agradecer
pessoalmente, e vou agradecer de novo hoje aqui desta tribuna a todos os
deputados que nos ajudaram a conquistar esse espaço aqui na Assembleia para
poder fazer um trabalho desenvolvido a esse povo mais carente que está aí fora,
esperando um trabalho digno de cada deputado que está aqui hoje.
Quero agradecer
imensamente a você, meu amigo e minha amiga, aos deputados que votaram em mim
para essa comissão onde sou presidente hoje. Quero dizer que uma das metas a
ser feita aqui é justamente a fiscalização do Governo do Estado, fiscalizar os
atos do governo, defender o ato dos trabalhadores e também discutir o PL
01/2019 que vai cair justamente na comissão onde vou ser o presidente.
Quero dizer
também que no Congresso Federal está sendo discutida a Previdência do Brasil e,
automaticamente vai discorrer na mão aqui da Comissão de Administração Pública,
onde sou presidente e tenho a honra de ter o Marcio Nakashima como
vice-presidente.
Queria
parabenizar a todos os deputados e agradecer o voto. E pode acreditar
população, que estou a trabalho, quero fazer um trabalho onde você munícipe do
estado de São Paulo, de todas as 645 cidades que tem aqui no Estado. Quero
fazer um bom trabalho e respeitar o voto que tivemos para poder fazer uma boa
administração aqui pela Comissão de Administração Pública do Estado de São
Paulo.
Gostaria
também, Sr. Presidente, de fazer uma colocação. Na cidade de Diadema aconteceu
um ato de um cidadão e uma cidadã entrarem num hospital chamado Quarteirão da
Saúde e roubar os equipamentos para fazer exames médicos. Roubaram um aparelho
de fazer exame gástrico, de fazer um exame aonde hoje já existe uma fila represada
já com o aparelho dentro do município e também um exame onde pode fazer um
diagnóstico da parte intestinal de cada cidadão que tenha problema na cidade de
Diadema.
Fico
chateado de saber que existem pessoas que não pensam no próximo, que fazem um roubo
de um equipamento, igual foi feito lá no município de Diadema. Então, tive o
prazer de marcar uma reunião com o secretário de Saúde. Fui atendido e levamos
à mesa desse secretário o pedido de recuperação desses aparelhos de exames para
nossa cidade. Também levei um pedido de dois raios X novos para poder
incrementar o hospital e poder satisfazer a necessidade da população. Também
fiz um pedido diretamente aqui, quando o governador veio dar suas respostas às
demandas que foram acatadas aqui dentro, na reunião da semana retrasada, no
Colégio de Líderes. E eu tive o prazer de fazer uma colocação ao governador
sobre o programa Lucy Montoro, onde existe, na cidade de Diadema, uma
instalação pronta, equipada, toda reformada no segundo andar do quarteirão da Saúde,
mas sem atividade até hoje, lá em Diadema. Várias datas, no governo passado,
foram marcadas para inauguração e implantar efetivamente o trabalho na cidade,
e não foi cumprido.
Então, hoje, quero trazer aqui um pedido
ao governador. Já fiz pessoalmente a ele, fiz ao secretário e quero colocar
aqui nessa tribuna, hoje, e pedir para que os pares que estão aqui hoje,
parlamentares desta nobre Casa, nos ajudem a cobrar também para a cidade de
Diadema o programa Lucy Montoro, que é só efetivamente colocar em
funcionamento. Quero dizer ao governador que acredito que ele vai ter um olhar
especial para a cidade de Diadema e vai fazer, realmente, a implantação.
Gostaria também de levar mais um
propósito que foi colocado na mesa do secretário. Diadema, com 420 mil
habitantes, hoje tem dois hospitais, um que é um pronto-socorro no centro da
cidade, e outro na parte sul do nosso município de Diadema. Tem um hospital que
vive lá há mais de 40 anos no mesmo prédio. Quando foi implantado esse hospital
na cidade tinha 240 mil habitantes e, hoje, com 420 mil habitantes é o mesmo
hospital que atende o município. E levamos em consideração um prédio que está
desativado no centro da cidade que, com uma boa reforma e com olhar especial do
Governo do Estado, a gente pode fazer mais uma unidade para atender aqueles
munícipes daquela cidade, para atender a necessidade de hoje lá no centro de
Diadema e todos os bairros circunvizinhos no município, para que a gente possa,
realmente, dar qualidade de vida para essa população.
Então, hoje, estou aqui nessa tribuna
para fazer esse pedido ao governador do estado de São Paulo que tenha um olhar
especial para a Saúde de Diadema, onde eu pus os aparelhos, os raios X, também
o programa Lucy Montoro e também o hospital para Diadema.
Gostaria também de aproveitar esse
momento e dizer que existe um programa no estado de São Paulo que já contribui
bastante com muitas cidades e também com regiões onde é carente a parte
alimentar. Já contribui, que é chamado de Bom Prato. E deixo aqui um pedido exclusivo
ao governador, que leve um Bom Prato para a cidade de Diadema. Fiz um ofício e
a indicação para ser encaminhada à Secretaria determinada e às mãos do
governador do estado de São Paulo, que implante na cidade de Diadema um Bom
Prato que possa trazer para a nossa cidade um pouco mais de alegria para esse
povo que tanto precisa.
Quero
dizer uma importância grande aqui na Assembleia Legislativa. Tem um projeto
nesta Casa protocolado, que é o 01 de 2019, que está causando um processo
polêmico. Todos os deputados aqui, sem dúvida nenhuma, estão desconfortáveis
com essa ação do governador aqui na Casa que é justamente onde fala de várias
empresas estatais e fala também de a imprensa e a Prodesp terem uma fusão
dentro desse projeto. Fala de extinção.
Mas o que nós
sabemos desse projeto? Poucas linhas foram trazidas para que fizéssemos um
estudo econômico, social, do impacto que esse projeto pode trazer aqui para a
Assembleia Legislativa e também para esse povo que depende do nosso voto aqui
dentro.
É importante
que cada deputado e deputada que se sinta insatisfeito abrace essa causa, que o
governador retire ou que caia esse projeto, para que a gente possa fazer um
estudo e trazer para esta Casa todas as empresas, divididas uma a uma, para
serem analisadas e discutidas nesta Casa por cada deputado, por cada comissão
aqui representada pelos deputados.
É importante
realizar um trabalho com um olhar transparente para o projeto, em que podemos
ter um olhar em que você vai saber o início, o meio e o fim que vai discorrer
em cada projeto, que você possa ler cada projeto e entender o que o projeto
realmente quer realizar no seu final.
Para encerrar,
gostaria de deixar aqui estas palavras a este estado de São Paulo. Quero deixar
aqui estas palavras a esta Casa Legislativa e dizer que nós quatro, do PODEMOS
- o deputado Aprígio, o deputado Bruno Ganem, o deputado Ataide Teruel e o
Marcio da Farmácia -, queremos ver um projeto digno, em respeito a todos os
funcionários da empresa.
Obrigado.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado. Quero, inclusive, parabenizar o deputado Marcio da Farmácia
pela eleição à Presidência da Comissão de Administração Pública e Relações do
Trabalho. Quero me desculpar por não ter podido estar presente à reunião, pois
estava aqui justamente presidindo a sessão ordinária. Vamos trabalhar bastante
nessa comissão e, se Deus quiser, produzir muito.
O próximo deputado inscrito é o
deputado Luiz Fernando Lula da Silva que, por permuta, concede o tempo ao
deputado Jorge do Carmo. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.
O
SR. DR. JORGE LULA DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa
tarde, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Quero cumprimentar a nossa assessoria,
o pessoal da TV Alesp e todos os que estão nos ouvindo. Mais uma vez, volto a
esta tribuna para falar sobre alguns assuntos, alguns desmandos, o modo tucano
de desgovernar.
Antes de falar
sobre esse assunto, quero saudar o pessoal da PEC 02 e dizer que já recebi um
representante de vocês em meu gabinete. Saibam que estarei firme e forte na
defesa, pois sei exatamente a importância que tem essa PEC. Contarão com o meu
apoio, contarão com o meu voto.
Quero também
saudar e cumprimentar, mais uma vez, o pessoal da Emplasa, que, firmes e
fortes, estão aqui na defesa da permanência dessa empresa e da não privatização
dela, como quer o governador João Doria.
Sobre o Projeto
de lei nº 01, quase todos os deputados têm falado da aberração que é. O
governador quer fazer aqui no estado de São Paulo o que fez na prefeitura, que
é passar um cheque em branco, quer que a gente passe um cheque em branco para
ele. Isso nós não vamos fazer. Tenham certeza de que os deputados,
principalmente da bancada do Partido dos Trabalhadores, e tenho certeza de que
de outras bancadas, outros colegas, não vão permitir que esse Projeto 01/19
seja votado. Somos contrários a ele e quero reafirmar isso aqui, assim como,
tenho certeza, toda a nossa bancada.
Quero também
falar, como eu disse antes, do desgoverno do PSDB. Hoje, estive lá no extremo
da zona leste, onde eu moro, e tive a oportunidade de ver lá o distrito 68º DP.
Pasmem, Srs. Deputados, a fachada caiu. “A casa caiu”, como disse aqui o nosso
presidente. A fachada caiu e está lá. Isso demonstra a falta de compromisso e o
descaso do governador com as políticas públicas e aqui em especial a questão da
Segurança Pública, deputado, que V. Exa. é um especialista.
Dizer
que todos nós não podemos ver aquilo, os deputados, a população, e achar que o
governador, um governo, um partido que governa este estado há 25, 26 anos acha
que está fazendo alguma coisa para melhorar a vida das pessoas. Então, tive a
oportunidade de ir lá e fiquei extremamente triste, chateado em saber que o
nosso governador que faz muito marketing, faz muita propaganda, mas de fato
políticas públicas mesmo muito pouco.
Quero
também falar na caminhada pela falta de políticas públicas, quero falar do
governador que como ele implantou o tal “Corujão da Saúde” lá na cidade de São
Paulo. Lá, ele dizia que ia acabar com as filas, acabar com os exames, não ia
ter mais ninguém esperando para fazer exames na cidade de São Paulo, mas na
verdade era muito mais uma atitude de marketing, uma propaganda, do que mesmo
para resolver o problema da Saúde.
E
eu quero falar aqui do relatório do TCM, Tribunal de Contas do Município, que
diz que a espera lá continuou por mais de 100 dias e o governador fazendo
propaganda que realmente estava acabando com as filas através do programa
“Corujão” e quer trazer esse “Corujão”.
Já
implantou o “Corujão do PSDB” aqui no estado de São Paulo. Levou lá para a
região de Campinas e disse que também está resolvendo, mas também não é verdade
que está acabando com as filas para realização de exames. Em Campinas, dos
1.200 exames contratados junto ao Hospital Vera Cruz, somente 92 foram
realizados até 10 de abril, ou seja, 100 dias de mentira, 100 dias de propaganda,
100 dias de marketing e na verdade não tem nenhuma solução para os problemas
sociais do nosso estado. E por aí vai.
Se
a gente for falar de Habitação; se a gente for falar de Educação, que já foi
muito falado aqui; se a gente for de Segurança Pública; se a gente for falar de
todas as políticas sociais, é um desastre o governo do PSDB. Então, eu quero para concluir esse assunto,
falar exatamente que não é possível que nós, deputados aqui, assistimos o
governador se promovendo. Toda hora falando que vai resolver e que tem a
solução dos problemas, mas na verdade não resolve os problemas porque está
provavelmente interessado em fazer campanha para a próxima eleição, como fez lá
na cidade de São Paulo.
Ficou
apenas um ano e três meses, deixou a prefeitura e se candidatou a governador e
o povo paulista e paulistano, infelizmente, caíram mais uma vez no conto do
vigário. E para ir concluindo aqui, voltando um pouco essa questão dos
desmandos e da falta de política de Segurança Pública, eu quero relembrar.
Hoje, estive ali na Superintendência do Incra aqui na cidade de São Paulo,
prestigiando e apoiando a luta dos trabalhadores rurais sem terra.
Hoje,
é o dia que a gente relembra com muita tristeza e reflexão, é o Dia
Internacional em Defesa da Reforma Agrária. Por que esse dia? Porque há 23
anos, no dia 17/04/1996, nós tivemos lá em Eldorado dos Carajás, lá no estado
do Pará, infelizmente, a morte de 21 camponeses, que foram assassinados pela
Polícia Militar do Pará. Trabalhadores, camponeses, que estavam lá na defesa da
terra, na defesa dos seus direitos, na defesa de ter dignidade e um dia melhor.
Por
isso a gente não pode deixar de relembrar esse dia e saudar a luta dos
trabalhadores rurais sem terra, porque esses trabalhadores, esses companheiros,
essas companheiras são pessoas que estão lutando para fazer a reforma agrária.
A reforma agrária é uma reforma que prevê garantir a dignidade e a distribuição
da terra. Isso não é tirar terra, não é chocar com a Constituição Federal, não
é infringir o direito de propriedade, é dar função social para a propriedade, é
garantir para aqueles trabalhadores também um pedaço de terra, um direito à
terra e à dignidade deles.
A
luta que nós fazemos também aqui no município de São Paulo e nos pequenos
municípios é a reforma também urbana, é a luta em defesa da terra, é a luta em
defesa da moradia, é a luta em defesa da dignidade. Por isso, Sr. Presidente,
estive lá hoje para cumprimentar, para prestigiar, para fortalecer a luta dos
trabalhadores e dizer que nosso mandato vai estar sempre à disposição para
ajudar os trabalhadores sem-terra do nosso Estado.
Para
concluir, eu quero dizer que eu sou um nordestino que veio para São Paulo há 35
anos e, destes 35 anos, eu moro há mais de 30 lá no extremo da zona leste, na
Cidade Tiradentes. A Cidade Tiradentes completa neste final de semana, no dia
21 - exatamente no Dia de Tiradentes, do Joaquim José da Silva Xavier, dia em
que foi morto e esquartejado -, 34 anos.
Eu
tenho a honra de morar lá e de dizer que durante esses mais de 30 anos lá nós
conseguimos melhorar muito aquele bairro. É um bairro ainda dormitório, mas é
um bairro que tem crescido graças aos governos do Partido dos Trabalhadores.
Hoje tem subprefeitura, hoje tem hoje dois CEUs, hoje tem hospital, hoje tem
infraestrutura. É evidente que ainda precisamos de muito mais para o nosso
querido bairro da Cidade Tiradentes, e eu tenho orgulho, pois tive lá, deputada
Márcia Lia, sete mil votos honrosos. Eu vou sempre defender o povo da Cidade
Tiradentes.
Quero
aproveitar a oportunidade para parabenizar o povo da Cidade Tiradentes,
parabenizar e dizer que a Cidade Tiradentes agora tem um deputado estadual.
Eles votaram em mim, me ajudaram e eu vou estar sempre na defesa do povo de lá,
dos moradores da Cidade Tiradentes, porque eu confio e acredito que nós
podemos, juntos, melhorar a vida do povo da Cidade Tiradentes e do povo da
região do extremo da zona leste, assim como do povo de outras regiões
periféricas da cidade e da Grande São Paulo.
Por isso, amigos e amigas, que dia 21 seja um
dia de festa, um dia de luta e um dia de muita reflexão, porque a Cidade
Tiradentes tem uma história bonita, a Cidade Tiradentes tem uma história que
orgulha o povo daquela região, e eu me orgulho de morar lá e de defender o povo
da Cidade Tiradentes. Quero agradecer a oportunidade, Sr. Presidente,
parabenizar todos aqui e cumprimentar a todos os amigos e colegas. Um abraço,
boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado. Pela lista, o próximo deputado inscrito é o deputado Mauro Bragato,
que, por permuta, passa o tempo ao deputado Sebastião Santos.
O
SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - Sr. Presidente, com a anuência do
orador, gostaria de fazer uma breve
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Enquanto ele se
desloca para a tribuna, V. Exa. tem dois
minutos.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, é com
muita alegria que eu venho a esta Casa dizer que eu protocolei uma moção de
aplauso no dia de hoje. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aplaude
a Polícia Militar do Estado de São Paulo em nome dos cabos Renato Taroco e
Robson Thiago de Souza, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que salvaram
a vida de um recém-nascido na cidade de Marília, São Paulo, reconhecendo a
dedicação e a eficiência das atividades por eles desenvolvidas.
Então
fica aqui esta moção de aplauso que eu estou protocolando aqui na Assembleia
Legislativa, para que esses policiais militares que salvaram a vida desse
recém-nascido possam ser parabenizados. Gostaria de aproveitar a oportunidade,
já que nós estamos falando, para que nós possamos também votar a PEC 2, que é
muito importante para os nossos policiais militares.
Faço
outro apelo ao Governo do Estado de São Paulo, para que ele venha fazer a
recomposição salarial dos policiais militares do estado de São Paulo. Acima de
qualquer outra coisa, isso é muito importante, porque a nossa polícia é uma das
que menos recebe no País inteiro. Quando a gente olha para a questão de
qualidade de vida, o salário do policial militar precisa ser melhorado, ele
precisa de um aumento para que nós consigamos ter um padrão, uma elevação no
padrão do serviço da Polícia Militar do Estado de São Paulo e uma maior
qualidade de vida também para os nossos policiais. Muito obrigado, deputado; muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL
TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado. Bem lembrada a moção de apoio para os policiais que salvaram o
bebezinho. Muito obrigado em nome da Polícia Militar.
Nobre deputado Sebastião
Santos, Vossa Excelência tem dez minutos.
O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, deputado Coronel Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
pessoas que nos acompanham aqui no plenário, senhores funcionários,
pessoas que nos assistem pela TV Alesp, eu queria fazer um comentário aqui
sobre dois assuntos, mas eu queria que primeiro colocassem o momento da
votação a favor do Conselho Tutelar do nosso País pelo Senado Federal.
* * *
- É
exibido vídeo.
* * *
Essa
foi a votação dos senadores na semana passada. Com essa votação através do
projeto de lei que foi votado na Câmara dos Deputados, 1.783 de 19, do
deputado federal Sóstenes Cavalcante, deu condição à recondução ilimitada aos
conselheiros tutelares do nosso País.
Nós
teremos aí, no mês de outubro, uma eleição para escolha do conselheiro tutelar
e, nessa escolha, muitos deles, uma grande parte, não poderiam fazer parte
de um futuro, de uma futura luta em prol da criança e do adolescente, porque
essas pessoas que já estão capacitadas, que fizeram cursos, que fizeram
toda uma mobilização pessoal para se colocar à disposição do comprimento da lei
do Estatuto da Criança e do Adolescente, por causa de um de uma
determinação por lei não poderiam mais vir a essa disputa. Eles não poderiam
ser reconduzidos.
Com a
votação do Senado, que agora aguarda a sanção do presidente Bolsonaro, que
eu acredito que vai acontecer o mais breve possível, e quero pedir aqui à
deputada Janaina Paschoal e a todos os deputados do PSL que possam falar
com o líder do Governo lá do PSL ou alguém do Palácio, que possa
sancionar o mais breve possível essa lei que foi aprovada tanto pela
Câmara dos Deputados como pelo Senado, que dá condição a homens e
mulheres que querem fazer a disputa para se tornar um conselheiro tutelar
no mês de outubro possam ter essa condição.
Sem a
sanção do nosso presidente eles estarão impedidos, mesmo com a Câmara dos
Deputados e com o Senado aprovando. Sem a sanção do nosso presidente não vamos
a lugar nenhum e vamos prejudicar muitas e muitas pessoas que já estão no
Conselho Tutelar por dois mandatos, com toda a condição de debater as questões
em prol da política pública de criança e adolescente.
Então,
peço a vossa senhoria, deputada, que possa interceder por esses conselheiros.
Aqui no estado de São Paulo são mais de sete mil que dependem dessa
votação, dessa sanção do presidente da República para o mais breve possível,
porque muitos editais já estão sendo lançados no estado de São Paulo
erroneamente. Em muitos municípios já estão lançando mesmo sem entender que
essa emenda à Constituição foi votada, esse projeto foi votado, e que os
conselheiros têm direito à reeleição.
Então
quero contar com apoio do deputado para interceder junto ao presidente da
República nesse sentido.
Outro
assunto, e eu gostaria que colocasse outro vídeo, é de um conselheiro
tutelar também que estava sendo cerceado de ter o seu direito.
* * *
- É
exibido vídeo.
* * *
Já dá para nós
termos uma noção do que estamos falando no estado de São Paulo. Nós estamos
falando de uma pessoa que é tetraplégica, tem movimento no pescoço e em uma das
mãos, que, por misericórdia, Deus deixou com movimento, apenas sem poder
fechar.
O que acontece?
Essa cadeira estava no Porto de Santos e diziam para ele que ele teria que
pagar mais 40 mil reais para poder retirá-la.
Quero aqui,
hoje, agradecer em público o apoio da minha rede social, que foi onde começamos
toda essa mobilização, agradecer à secretária Célia Leão e a toda a sua equipe
da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Quero agradecer ao
diretor da Record de São José do Rio Preto, Dr. Adauto. Quero agradecer a toda
a equipe e aos apresentadores, que também se envolveram nesse assunto. Quero
agradecer também a todas as emissoras, às tevês locais, às rádios, a toda a
imprensa escrita, porque nós conseguimos ontem a liberação da cadeira de rodas
do Luciano, que já está a caminho para ser montada lá em Rio Preto, para que
ele possa continuar sua vida, se locomover muito melhor, ficar em pé novamente;
com isso, melhorar a saúde, porque ele está com várias escaras.
Com
isso, nós estamos aqui, muitas vezes, saudáveis, mas não sabemos o que está
acontecendo do outro lado. Pessoas como essa, nós encontramos todos os dias no
estado de São Paulo. Se não é a luta de todo um conjunto de pessoas, nós
teríamos o Luciano por muito mais tempo, lá na cadeira, sendo puxado por uma
talha, sem poder se locomover direito, mas agora nós conseguimos isso, e eu
quero agradecer a todas essas pessoas.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado Sebastião Santos, pelo assunto que o senhor nos traz. Srs. Deputados,
neste momento, eu encerro o Grande Expediente.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO -
Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento o colega deputado que acabou de se
manifestar. Assumo com ele o compromisso de estudar o projeto de lei que foi
aprovado nas duas Casas e me manifestar a respeito, mas eu fiquei com uma
dúvida a respeito da fala de Vossa Excelência.
A que título foi a
cobrança dos 40 mil reais para liberar a cadeira? Era uma cobrança lícita ou
era uma exigência de propina? Porque, veja bem, eu fiquei na dúvida, porque a
cadeira custou 15 mil. Como é que pode a taxa de liberação custar 40 mil?
Porque se essa solicitação foi ilícita, nós temos que noticiar a Polícia
Federal, porque pode ser que haja alguma taxa de liberação, mas essa taxa tem
que ser proporcional.
Então, foi só isso?
Então, está bem. Obrigada. Cumprimento V. Exa. pela iniciativa.
O SR. VINÍCIUS
CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, requerer a
V. Exa. para usar a tribuna pelo Art. 82, pela bancada do PSB.
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental, Sr. Deputado. Por gentileza, ocupe a
tribuna por cinco minutos, Art. 82, pelo PSB. Quero saudar aqui o nosso amigo,
deputado federal Cezinha de Madureira, que nos dá o prazer da sua visita. Muito
obrigado, deputado. Segundo o nosso amigo, deputado Barros Munhoz, o mais
influente em Brasília.
Deputado Camarinha, V. Exa. tem cinco minutos.
O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PELO ART. 82 - Muito
obrigado. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, saudar o deputado
federal e meu amigo Cezinha de Madureira, saudar a plateia que está aqui, os
telespectadores da TV Assembleia. Boa parte dos colegas aqui e o deputado
Nishikawa sabem da nossa trajetória.
Fui prefeito de
Marília, dediquei o meu mandato com ênfase absoluta na área da Educação.
Marília foi reconhecida como uma das cidades com as melhores notas no Ideb.
Entre as dez cidades do Brasil, Marília ficou entre as primeiras no índice do
Ideb. O Tribunal de Contas, na nossa gestão, deu letra A, máxima, para os
investimentos que nós fizemos na Educação.
Então, eu tenho
um conceito que, através de políticas públicas, nós vamos salvar o Brasil,
salvar a juventude e salvar a população. É o caminho da Educação. Hoje, eu
fiquei triste, triste mesmo, de abrir a “Folha de S. Paulo” e ler que o
programa “Escola da Família” é cortado pela metade em São Paulo.
Para quem não
sabe o que é o programa “Escola da Família”, é um programa em que, há 15 anos,
o Governo do Estado abria as escolas aos finais de semana, na periferia, nos
distritos, nos bairros, lá de Marília, de Osasco e de todas as regiões do
estado de São Paulo.
E o Governo do
Estado dava uma bolsa para os universitários, sejam os universitários
estudantes de Fisioterapia, de Educação Física, de qualquer área, para que
esses alunos pudessem, junto com os professores, estimular os jovens, aos
finais de semana, a ocupar a escola.
Hoje, eu li,
com tristeza, que o Governo do Estado está cortando em 46% as bolsas concedidas
aos universitários em 2019. Dos 10 mil bolsistas, apenas 5.360 continuarão com
as bolsas. E pasme, deputado Campos Machado, pasme, a bolsa do programa Escola
da Família é de 500 reais. Isso não é custo, é investimento nas escolas, é
investimento para os alunos no final de semana, que vão ter as suas escolas
abertas à comunidade.
Eu, com
tristeza, vejo essa notícia que o governo do estado cortou pela metade esse programa.
Eu tenho certeza absoluta que o governador João Doria não sabe disso, como
aconteceu com o Projeto Guri. Não é possível. O governador deve estar mal
orientado, porque esse é um programa de impacto social. É um programa que vai
trazer prejuízo às comunidades mais carentes, às pessoas que mais precisam,
àquele que não tem um clube para ir, aquele que não tem uma orientação.
Eu, como
prefeito, cansei de investir e apoiar esse programa. Deputado Giannazi, a
prefeitura oferecia bola, oferecia equipamentos, ajudava a estruturar o
programa, era um programa de qualidade, que deveria e deve ser investido,
ampliado, para que novas escolas possam ser beneficiadas.
Lá em Marília,
na minha região, por exemplo, de 38 escolas, o programa caiu para vinte e
quatro. Então eu quero fazer um apelo aqui ao nosso governador e ao secretário
da Educação, para que revejam essa atitude, para que repensem e devolvam este
programa à população. Devolva esse programa aos bairros da periferia. Devolva
esse programa aos universitários. Que nós possamos, se for o caso, ampliar, se
for o caso, rediscutir, se for o caso, melhor trabalhar esse programa.
Então, eu queria aqui fazer essa constatação.
É um programa maravilhoso, há 15 anos está funcionando. É um programa tem todo
o carinho da população. Eu queria pedir o apoio desta Casa, de todos os
líderes, de todos os deputados,
como fizermos com o Projeto Guri, para que nós possamos fazer um movimento e
devolver às nossas escolas o programa Escola da Família.
Eu repito, esse
é um programa que deu certo. É um programa de sucesso. Diante das dificuldades
que vive o ensino estadual, este é um case que nós tivemos sucesso no governo
do estado. Fica aqui meu apelo ao Sr. Governador, ao Sr. Secretário.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado Camarinha. Pela ordem, Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de
utilizar a tribuna pelo Art. 82, do Regimento Interno.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental,
deputado. Por gentileza, dirija-se à tribuna. Vossa Excelência tem cinco
minutos regimentais.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, de volta a esta
tribuna. Gostaria aqui de me associar ao que disse o deputado Camarinha, em
relação, deputado Camarinha, ao desmonte do programa Escola da Família. Eu
tinha feito, inclusive, essa denúncia ontem aqui no microfone, durante os
nossos debates que ocorreram ontem na Assembleia Legislativa, denunciando o
desmonte do programa Escola da Família.
Também quero
dizer que eu já acionei o Tribunal de Contas do Estado, já acionei o Ministério
Público, em relação a esse desmonte. Pedimos, deputado Camarinha, a convocação
do secretário da Educação na
Comissão de Educação, que começa a funcionar exatamente na semana que vem.
Ontem teve a eleição, a formação, e a nossa comissão começa a funcionar na
semana que vem. Já tem um requerimento protocolado.
Eu tenho
certeza de que o governador Doria sabe, sim. O governador Doria é o inimigo
número um da Educação no estado
de São Paulo, como foi o inimigo número um também na Prefeitura de São Paulo.
No pouco tempo em que ele ficou na prefeitura de São Paulo, ele desmontou a
Educação Municipal, fechou salas de aula, fechou brinquedotecas, salas de
leitura, sala de informática da Educação Infantil.
Ele fez um
desmonte. Reduziu o número de professores dos módulos de professores da rede
municipal. Faz parte do DNA do governador Doria desmontar programas sociais,
programas educacionais, programas culturais. Tudo isso tudo isso que ele está
fazendo aqui ele fez na prefeitura de São Paulo.
Cortou 43% do
orçamento da Secretaria Municipal de Educação. E agora quase desmontou o
projeto Guri, quase desmontou o Museu Afro, a Pinacoteca, a Escola de Música de
Tatuí, a Escola de Música Tom Jobim. Se não houvesse uma mobilização e uma
pressão e, sobretudo, a imprensa não desse visibilidade para a movimentação que
ocorreu, ele teria cortado, também, uma boa parte do orçamento da Cultura.
Mas é um
governador covarde. Porque ele, quando percebe que a opinião pública está
contra ele, volta rapidamente. Ele é um governador sem escrúpulos, ele vai de
acordo com a maré. Essa é a personalidade política do desgovernador Doria no
estado de São Paulo. Ele vai cortando. Quando tem resistência, ele recua. Ele
percebe que a opinião pública está contra, a imprensa, ele recua rapidamente.
Como aconteceu com o projeto Guri e outros setores da Cultura.
Agora, é
lamentável que, num momento em que estamos tendo aumento da violência nas
escolas públicas do estado de São Paulo - está aí o exemplo de Suzano -, o
governador de São Paulo, o governador Doria, corte quase que pela metade o
programa “Escola da Família”. É um absurdo. A Assembleia Legislativa tem que
reagir a isso. Tem que reagir.
Quero que todos
os deputados venham à tribuna denunciar o desmonte do programa “Escola da
Família”, que é um programa que integra a comunidade, a escola, a família.
Deputado Camarinha, é um programa importante, V. Exa sabe disso. Vossa
Excelência foi prefeito de Marília e fez essa integração. Tenho certeza que V.
Exa. percebeu a diminuição da violência nas escolas e em várias regiões de
Marília. Então foi muito importante o depoimento de V. Exa. porque V. Exa.
conhece essa realidade.
Agora, é
importante que todos os deputados e deputadas reajam e se coloquem na defesa e
façam intervenções aqui na tribuna. Tem que denunciar o governador. Ele está
desmontando um programa que combate a violência nas escolas. É um crime. Doria
é demagogo. Foi lá naquela escola de Suzano, na Escola Estadual Professor Raul
Brasil, onde morreram 10 pessoas, e fez
demagogia. Mas agora corta um programa como esse.
Ele falou que
estava preocupado com a violência nas escolas e que haveria alguma proposta de
política pública nesse sentido. É mentira, ele está desmontando o pouco que
existe. Está aqui a matéria da “Folha de S. Paulo”, o jornal cita o meu
depoimento. Como eu disse, já fiz essa denúncia.
Desde o início
do ano estou denunciando. Fiz uma audiência pública com alunos, pais,
professores, organizações, diretores de escolas. No plenário Franco Montoro,
denunciamos isso. Acionei o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado.
É uma vergonha, governador Doria. É um absurdo o que V. Exa. está fazendo,
cortando programa, desmontando programa, o “Escola da Família”, que previne e
ajuda a combater as violência nas escolas. Isso é um crime, é uma vergonha.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sr. Deputado. Pela ordem, o deputado Carlão.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Para falar pelo Art.
82, pela liderança do Governo.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Vossa Excelência se desloque à tribuna, por gentileza.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Para uma comunicação,
com a anuência do orador.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Dois minutos, deputado. Enquanto ele se desloca para a tribuna, o senhor tem a
comunicação.
O
SR. PAULO LULA FIORILO - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estive hoje acompanhando a Marcha do MST que
foi ao Incra, pela manhã, e em seguida até o Parque da Água Branca. Os
companheiros do MST fizeram uma solicitação ao governador João Doria - aliás,
quero aproveitar o líder do Governo - para que utilizasse o Parque da Água
Branca para a realização de mais uma edição da feira que já se realiza ali há
muito tempo.
É uma feira que
reúne milhares de pessoas, 500 toneladas de alimento. É uma possibilidade
impressionante que as pessoas daqui de São Paulo têm para conhecer a
experiência do MST.
E o governador,
segundo ele, amparado pelo conselho do parque, se negou a conceder aquele
espaço para a realização de mais uma edição da feira. É impressionante. Porque
todo o entorno do parque, tem 17 mil assinaturas, o pessoal do parque não vê
problema. O governador, na minha opinião, não por uma decisão técnica ou
administrativa, deputado Carlão Pignatari, mas por uma decisão ideológica
resolve impedir que a feira ocorra no Parque da Água Branca.
Aqui, a
deputada Márcia Lia, o deputado Jorge do Carmo estiveram na caminhada, deputado
Jorge esteve no Incra, deputada Márcia Lia, também, acompanhou a audiência,
inclusive parece que com a presença de militares e também representantes da
Polícia Federal, que é um absurdo. Havia ali a intenção de dialogar com o Incra
e depois de dialogar com o parque e com a cidade, para que a feira pudesse se
realizar.
A feira
significa recurso para a cidade, significa divisas e é impressionante que um
governador míope, que acaba com o programa Escola Aberta, que deixa as
delegacias como a que nós vimos hoje, que o Dr. Jorge esteve lá em na região de
Guaianases, do Lajeado, uma delegacia em que caiu com o beiral, acabou com dois
carros, está vazando, tem buraco, assim como o resto do Estado.
Então, queria
deixar registrado mais uma vez o desagravo aos companheiros do MST e ao
governador, que não tem capacidade de enxergar um palmo além das privatizações.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado. Deputado Carlão.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB – PELO
ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, uma palavra muito
rápida e breve. Primeiro dizer que não é verdade as afirmações aqui do deputado
Carlos Giannazi. O Governo, em momento algum, a Secretaria da Educação está
terminando com a Escola da Família. Tirou, sim, os vice-diretores que recebiam
outro salário apenas para cuidarem da Escola da Família, o que é um absurdo.
Temos que ter recursos para investir no nosso professor, nos nossos alunos, nas
nossas escolas. Então, não é verdade isso.
Eu estou aqui
com o deputado Carlos Giannazi há oito anos. Isso é o mesmo discurso todos os
dias, todos os dias, o desmonte. O
governador João Doria pegou um Estado que infelizmente, com a falta de recurso
enorme, enorme a falta de recurso do estado de São Paulo, aonde ele contingenciou
recursos de todas as secretarias. O deputado Emidio já foi prefeito de uma
cidade e sabe o que é quando você tem deficit orçamentário. As três únicas
secretarias que não houve nenhum contingenciamento foi na área da Saúde, na
área da Educação e na área da Segurança Pública, aonde além de não ter nenhum
tipo de contingenciamento, o governador João Doria ainda aumentou 500 milhões
de reais de dívidas do Governo passado, que não pagou o bônus dos policiais, no
primeiro trimestre, no segundo trimestre, no terceiro trimestre e no quarto
trimestre. O Governo João Doria já pagou este ano quase 300 milhões de reais de
bônus devido pelo Governo passado, pelo Governo Márcio França, que ia dar um
aumento para os nossos profissionais, que mandou um orçamento menor e além
disso, ele não pagou o bônus do primeiro trimestre que vencia em abril, do
segundo trimestre, que vencia no mês oito e do terceiro trimestre.
Então, esse sim
é um governador que faz as coisas acontecerem.
Sobre a fala do
deputado Paulo Fiorilo, a gente fica preocupado, porque ouve o Conselho do
Parque da Água Branca e o Conselho do Parque da Água Branca vetou a feira do
MST. Foram eles que vetaram. Não foi o governador de São Paulo. Lá existe
um conselho gestor. Ele está me dizendo
que foi lá, que tem 15 mil assinaturas, tem 20 mil assinaturas. Mas tem o
conselho. É só levar para o conselho. O conselho é que tem que definir o uso de
cada parque. Não foi um conselho que foi
nomeado por esse Governo, mas que vem do Governo passado. Então, eu não tenho
preocupação disso. A Escola da Família é o melhor programa para trazer os
nossos jovens para dentro da sala de aula, para dentro das escolas. É um
programa que nunca que foi feito pelo Governo do PSDB e que sempre será feito e
será respeitado por todos os governos do PSDB.
Então, a gente
tem que respeitar e vir aqui e dizer a verdade para as pessoas e não ficar
contando histórias, não ficar contando inverdades; não houve. Eu acho que é
digno das pessoas como houve o contingenciamento na Cultura, na hora que houve,
na hora que o governador Doria viu, eu não vejo nenhum problema em dizer “olha,
eu errei, voltei atrás, vou fazer tudo que estava”, no entanto quer 100% do
recurso da Cultura; está lá na Cultura.
Eu tenho
certeza de que mesmo contra os partidos de esquerda, mesmo os partidos de
esquerda sendo contra nós vamos aprovar esse ano a reforma da Previdência. Aí o
Brasil vai crescer, o Brasil vai se desenvolver, o Brasil vai gerar mais
emprego, o Brasil vai gerar mais renda, e aí, sim, a gente ter um funcionário
público muito bem remunerado. O que nós não podemos esquecer, o que a gente não
pode esquecer é que nós estamos há 100 dias no Governo. É um novo Governo para
São Paulo, um Governo moderno, um Governo correto, um Governo que quer melhorar
a vida do povo paulista, e isso nós temos que saber.
Vir
aqui defender o MST, eu não vou defender nunca, nunca, mas se fosse direito...
tanto que eles mudaram a feira para agosto. Deputada Beth Sahão, colocamos
cinco ou seis parques para que pudesse ser escolhido pelo movimento, para que
se fizesse a sua feira, mas são aquelas crianças pequenas, “tem que se fazer
aqui”. Por que tem que se fazer ali, se o conselho gestor do parque não quer...
Então, nós temos que respeitar a vontade dos conselhos, ou então, deputado
Campos Machado, acabar com os conselhos do Estado. Para que, se eles têm uma
decisão e o Governo vai contra? Isso é inadmissível acontecer em São Paulo.
Então, não é verdade que vai acabar com a Escola da Família. O deputado
Vinícius Camarinha ouviu muito bem, falou muito, dizendo que precisava ver se
existia, se isso era verdade ou não. Então, nós temos que ter respeito e
responsabilidade, porque a gente fala em cada um dos nossos pronunciamentos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para
uma comunicação, pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Antes
de V. Exa. fazer a comunicação, queria saudar o deputado Bruno Caetano, que se encontra aqui presente. Deputado João
Caramez, prazer em revê-los; sempre bem-vindos.
Deputado
Carlos Giannazi para uma comunicação, dois minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente,
primeiramente responder aqui ao deputado Carlão Pignatari, que é o líder do
Governo Doria na Assembleia Legislativa.
Primeiramente, o deputado Carlão
Pignatari disse que eu sou deputado do “samba de uma nota só”, que falo sempre
as mesmas coisas, falando do desmonte. Infelizmente eu serei sempre o deputado
de uma nota só enquanto o PSDB também for o governo do “samba de uma nota só”.
É o Governo do desmonte, das privatizações, das terceirizações, dos ataques aos
servidores públicos. Então, eu vou ser obrigado a fazer as denúncias que eu
sempre fiz e vou continuar fazendo. Vossa Excelência tem que reconhecer; é um
desmonte, sim, do programa Escola da Família. Começou já com o Governo Serra. A
gestão Serra desmontou já uma boa parte, e agora o Doria está cortando pela
metade. Os convênios foram cortados com as universidades, com os estagiários,
os vice-diretores foram retirados. Nós realizamos uma audiência pública, disse
aqui recentemente, com alunos, com professores, com estudantes das
universidades, com os vice-diretores, com entidades, e isso ficou provado. Nós
temos relatos mostrando que houve uma diminuição do programa. O Governo Doria
desmonta programas. Ele fez isso na Prefeitura; faz parte do DNA atacar as
áreas sociais, não só dele, mas do PSDB, deputado Camarinha. Tem desmonte, sim.
Vossa Excelência está sentindo lá em Marília essa situação. Consultem, visitem
as escolas que tinham ou que têm ainda o que restou do programa Escola sem
Família. É o desmonte, sim. E eu serei sempre um deputado de “uma nota só”
contra o PSDB, denunciando o desmonte do Estado, que teve início aqui no
Governo Covas, em 1995, e está sendo acelerado agora pelo Governo Doria.
Infelizmente V. Exa. vai ter que
continuar me ouvindo aqui com o mesmo discurso, com as mesmas denúncias de
desmonte, de ataque às áreas sociais, de ataque ao patrimônio público, que o
PSDB está vendendo e dilapidando no estado de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado.
A
SRA. BETH LULA SAHÃO – PT - Presidente, para uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental. Vossa
Excelência tem dois minutos.
A SRA. BETH LULA SAHÃO – PT – PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero apenas fazer uma fala aqui com o deputado Carlão
Pignatari. Eu até reconheço que o deputado Carlão Pignatari, no episódio da
realização da Feira Nacional da Reforma Agrária até tentou, mas quero dizer
para V. Exa. que o secretário de Meio Ambiente foi muito deselegante, inclusive,
embora tenha nos recebido, mas ele, inclusive, virou para mim, na ocasião, e
falou o seguinte: “Se eu soubesse que a senhora teria vindo aqui para essa
finalidade, eu não teria recebido, porque o deputado Carlão Pignatari falou que
a senhora viria falar sobre outras coisas.” Eu falei: “Então, o deputado Carlão
Pignatari não falou a verdade, pois vim aqui para resolver a realização da
Feira da Reforma Agrária”.
É uma feira,
para quem não sabe, importantíssima, pois traz produtos da terra, sustentáveis,
de uma agricultura sustentável, de uma agricultura orgânica, e nunca, Sr.
Presidente, em nenhum momento da realização, nesses anos todos, cometeu
qualquer problema no Parque da Água Branca.
Ali é bem
localizado, as pessoas têm acesso. Aquilo que foi oferecido para o pessoal
fazer a realização da feira simplesmente era impossível, porque cada um desses
locais tinha muitos problemas. Então, a feira teve que ser adiada, com a
possibilidade... E movimenta a economia. No ano passado, a feira foi visitada
por 200 mil pessoas. Não é pouca coisa.
Infelizmente, o
governo não cedeu e colocou a culpa no conselho do Parque da Água Branca. Não é
verdade. Não é verdade que o conselho tenha poder para vetar uma feira. Na
verdade, quem vetou a realização da feira lá tem nome e sobrenome: foi o
governador João Doria. É isso que o Carlão Pignatari, líder do Governo, tem que
admitir e assumir aqui.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - O Art. 82 pelo PSL,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pelo Art. 82,
V. Exa. se dirija à tribuna. Tem cinco minutos regimentais.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, para
uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Dois minutos.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB -
PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria dizer aqui ao meu amigo, líder do
Governo, que concordo em parte com ele.
Ele fez a
explanação, nós confiamos na palavra dele de que o programa não será cortado.
Isso é um alívio, líder, para a nossa população. O senhor foi prefeito e sabe o
impacto que isso gera para a população, de modo geral, em cultura, entretenimento,
interação e, sobretudo, prevenção às drogas.
Mas quero
discordar de V. Exa. e não quero ficar retomando, porque as eleições já
passaram. Acho que aqui não cabe mais falar das eleições, mas o governador
Márcio França assumiu do governador Geraldo Alckmin, de 20 anos de PSDB, o
governo com contingenciamento de oito bilhões de reais. Ele programou os nove
meses de governo, deixou o governo com caixa para o governador João Doria pagar
a folha de salários, pagar o 13º, pagar janeiro, pagar fevereiro.
Então, não
concordamos que o governador deixou um déficit, pois não são essas as
informações. O governador deixou dinheiro em caixa para o governador João Doria
fazer os devidos pagamentos.
Fica aqui,
líder do Governo, o nosso apelo para que V. Exa. acompanhe o caso do programa
“Escola da Família”, que é um programa que merece todo reconhecimento da nossa
população.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado Camarinha. Deputada Janaina, V. Exa. tem cinco minutos.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
PELO ART. 82 - Muito obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento todos os
parlamentares presentes, funcionários da Casa, cidadãos que nos honram com suas
presenças. Gostaria de fazer breves comentários sobre assuntos diversos que são
objeto de discussão nesta Casa, nesta semana.
Ainda sobre o
PL 01, é muito importante deixar claro que o PSL não tem uma objeção de ordem
ideológica ao projeto. O PSL, como bancada, é favorável ao enxugamento da
máquina pública, à ideia de privatização, de desestatização, respeitando,
obviamente, os colegas que pensam de forma diversa.
Entretanto,
desde o primeiro momento, temos feito críticas construtivas ao PL, porque o PL
veio muito sem detalhes a esta Casa, com verbos de magnitude muito ampla: “fusão”,
“venda”. São verbos que podem dar ao governo um poder ilimitado.
Quando esse
projeto chegou, lembro que fiz um dos primeiros pronunciamentos a respeito e eu
disse o seguinte: “Nós precisamos saber quem prestará os serviços que hoje
essas empresas prestam”.
É preciso
compreender que algumas das empresas que serão extintas - e o governo, pelo
menos, agora já definiu quais serão extintas e quais serão reunidas -, algumas
dessas empresas prestam serviços essenciais para o próprio governo. Então, o
temor que a bancada tem é de que, em extinguindo essas empresas, na semana
seguinte, esses serviços sejam contratados por valores muito elevados para os
próprios cofres públicos.
Então, queremos
saber quais órgãos já do próprio estado prestarão esses serviços, como por
exemplo, o mapeamento de áreas, fotografias aéreas, a questão de visibilidade
com satélites, que um colega disse que nem são mais utilizadas essas
fotografias. Vamos debater, nós queremos esses esclarecimentos.
Alguns
funcionários nos procuraram dizendo que as empresas estão instaladas em imóveis
muito valiosos e que eles acreditam que existe um interesse na venda desses
imóveis. Se isso é verdade, nós gostaríamos de saber do Governo o que pretende
fazer com o dinheiro oriundo da venda desses imóveis.
Então, o nosso
intuito não é inviabilizar esse processo de desestatização, não é prejudicar,
não é fazer queda de braço para mostrar força. É apenas ajudar para que esse
processo seja o mais detalhado, o mais transparente e o mais seguro possível. Eu
já antecipo que fiz uma análise do projeto da concessão do Zoológico, do Jardim
Botânico, e na sexta-feira passada, no final do dia, recebi vários cientistas
do Instituto Botânico, que é o que coordena o Jardim Botânico.
Estes
cientistas vieram ao meu gabinete acompanhados de uma advogada e eles estão
muito preocupados porque eles estão fazendo uma leitura do projeto de concessão
que eu confesso que até conversar com eles eu não tinha vislumbrado essa
possibilidade, mas eles estão fazendo uma leitura de que o instituto será
transformado num estacionamento. Eu li o projeto junto com a advogada deles e
não consegui tirar da redação esta possibilidade.
Então, eu já
agendei com eles, eu vou visitar o instituto para compreender como é que eles
funcionam, como estão sendo desenvolvidas essas pesquisas. Eles estão temerosos
pela continuidade das pesquisas. Eu me comprometo com a Casa em fazer um
relatório dessa visita e podermos trabalhar para que - claro, isso vai ser
debatido - mas se decidirmos pela concessão e eu já antecipo que sou favorável,
que esta concessão não prejudique os estudos que vêm sendo feitos pelo
instituto, que inclusive já recebeu verba das ações de fomento para pesquisa
para esta finalidade.
Então, é muito
importante que a população acompanhe os dilemas que estão presentes no nosso
debate porque quem olha de fora fala assim: “Ah, derrubaram a sessão. Ah, não
compareceram, não tinha quórum”. Não é isso que está ocorrendo. Nós estamos
tentando preparar esses projetos da melhor forma para o nosso estado. O Governo
ajudaria muito se tivesse uma participação pró-ativa neste processo, porque
algumas dúvidas que vêm sendo postas desde o primeiro momento ainda não foram
respondidas.
Mesmo nas
reuniões que foram promovidas pela Presidência da Casa, os técnicos que vieram
pelo Governo não tinham essas respostas. Então, é muito simples resolver o
impasse que está posto nesta Casa. Haveria outros assuntos, mas eu agradeço e
ao longo do dia a gente vai conversando.
Muito obrigada,
senhores.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem,
deputado Teonilio Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para encaminhar pelo
Art. 82, pela bancada do PT.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Não é
encaminhar, é usar pelo Art. 82. É regimental. Vossa Excelência tem cinco
minutos.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado
Emidio, pela ordem.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Para uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Vossa Excelência tem dois minutos.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Com a anuência do
orador, meu líder que está subindo lá, eu gostaria de dizer o seguinte,
presidente, ao deputado líder do Governo, deputado Carlão Pignatari. Primeiro,
a questão realmente da “Escola da Família”. Deixe eu te falar uma coisa.
Eu,
como todos sabem, fui prefeito de Osasco quando foi lançado esse programa, eu
não me lembro o ano exato, pelo governador Alckmin quando estava secretário da
Educação o Chalita e essa questão eu sei a importância que isso teve. Então,
quando você fala assim: “Ah, ele não cortou investimento em Segurança”.
Talvez
o melhor investimento que ele pudesse fazer em Segurança fosse exatamente
prevenir e para prevenir precisar abrir os espaços do estado à Cultura, ao
Lazer, ao Esporte, que é o que fazia. Está certo? Então, a pequena economia que
ele faz aqui custa caro depois. Então, acho que o Governo do Estado deveria
parar com essa política de diminuir.
Aqui,
não está falando de extinção, ele não disse que extinguiria o programa e eu
espero que não extinga mesmo, mas há uma clara diminuição desse programa.
Quando você olha os dados orçamentários, quando você olha os dados do que foi
empenhado necessariamente, há um decréscimo constante dessa questão, o que para
os municípios, principalmente para a periferia das grandes cidades, tem sido
uma tragédia, as pessoas não terem o que fazer e não terem lugar para esportes,
lugar para lazer.
A
segunda coisa, deputado, é essa questão do MST, do Parque da Água Branca. Note
uma coisa, se é o Conselho que o senhor está falando que impede e se esse
conselho é o mesmo de outros anos, eu pergunto, por que nos outros anos o
conselho não impediu e esse ano impediu?
Ora,
porque se é o mesmo Conselho... Há tantos anos que já se faz a feira que é de
alimentos orgânicos, que é para estimular as pessoas ao consumo de alimento
orgânico, por que isso não se fez? Qual é o problema que tem?
A
paixão da gente pode ser para qualquer um, a do senhor pode ser por ruralistas,
a minha pode ser pelos que lutam pela reforma agrária, como é, mas eu acho que
dizer que uma feira de alimentos orgânicos não pode ser realizada em um parque
como o da Água Branca pela sua localização, eu realmente não acredito.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Dizer para o deputado
Emidio, primeiro, que eu tenho certeza, deputado, que não vai haver diminuição
nenhuma das vagas do “Escola da Família”. Nenhuma. Nenhuma. O que pode estar
sendo feito é uma nova reorganização.
Eu
fui prefeito, como o senhor foi, mesmo de uma cidade pequena, que não tinha, às
vezes, bairros periféricos tão grandes como são os daqui da grande cidade, como
os de Osasco, de São Paulo, da Grande São Paulo, mas era um programa que era o
melhor programa de inserção de jovens para conhecer a escola, para ficar dentro
da escola, para defender a sua família. É ali que nós temos que fazer.
Inclusive,
eu recebi, deputada Marina, uma canetada do Tribunal de Contas quando eu era
prefeito. Eu resolvi abrir as escolas do município para as famílias no fim de
semana. Com isso você fazia ali uma refeição para o cidadão, sem ser dinheiro
da Educação, dinheiro do Tesouro, mas para poder trazer a população de baixa
renda para dentro da escola, para ajudar a escola.
E
eu fui penalizado pelo Tribunal de Contas e obrigado a encerrar esse programa
que, para mim, era um dos programas mais exitosos que a gente tinha. Todo fim
de semana abriam todas as escolas. Não tinha o “Escola da Família” ainda, foi
em 2001/2002, e a gente trazia as famílias para dentro da escola. Isso é
importante. O ambiente escolar é um ambiente que faz, e o governador tem essa
sensibilidade. Ele não vai diminuir.
Quando
você fala em orçamento, o orçamento que está aí é o mesmo orçamento que nós
aprovamos aqui em novembro, dezembro do ano passado. É lógico que todo começo
de ano a metodologia de empenho, o deputado Emídio sabe disso, você começou um
novo ano, um novo governo, é moroso, demora mais, você acaba perdendo um pouco
de tempo até as pessoas entenderem melhor cada um.
Então,
eu não vejo dificuldade. As pessoas da “Escola da Família” estão lá dentro da
Secretaria e vão fazer um grande papel. E um papel que o PSDB faz ao governo de
São Paulo há mais de 20 anos, eleito legitimamente no voto pela maioria do povo
paulista. Isso é duro de as pessoas entenderem. Quando você faz críticas, nós
estamos em uma democracia, o povo escolheu o PSDB, 20 anos, para governar São
Paulo. Por quê? Porque foi uma administração correta, que melhorou a vida do
povo paulista.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - Pela ordem,
presidente, com a anuência do deputado Barba, eu queria pedir uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado, comunicação
eu darei depois que o deputado fizer uso da palavra, porque tem um orador na
tribuna. Por gentileza, em seguida darei a comunicação para Vossa Excelência.
O
SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - O deputado nem começou
ainda e ele concede.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Deputado, vamos
preservar o orador na tribuna. Posteriormente eu darei a comunicação a Vossa
Excelência.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, cumprimento o pessoal do Epaesp, o pessoal da
Emplasa, os policiais que estão ali defendendo a PEC 2 o tempo todo,
trabalhadores desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, deputado Campos
Machado, ontem, nós, aqui, inauguramos uma coisa importante aqui neste
plenário.
Qual
foi? Pela primeira vez, acho que pela primeira vez, a oposição pediu a
prorrogação da sessão ordinária e colocamos 75 votos. Depois que o governo viu
que estava perdido ele resolveu votar a favor. E depois nós derrubamos a
sessão.
Estou
chamando atenção, começando a minha fala com isso, por quê? Porque eu sei que
na hora do debate do PL 01, na hora em que fatiar ele, tem vários deputados e
deputadas que concordam com privatização, com extinção, com junção. Não tem
problema. Isso é uma coisa natural do parlamento. Por que não tem problema?
Porque as pessoas votam de acordo com a consciência política, com seu
pensamento ideológico.
O
que os deputados precisam entender... Eu vou chamar atenção do PODEMOS, de
parte da bancada do PODEMOS, vou chamar atenção da bancada do NOVO e de outras
bancadas que não vou citar - em outros debates eu vou citando. Não sorria,
deputada, eu estou muito tranquilo. Porque isso é um instrumento para que a
gente possa fazer o governador respeitar esta Casa. Esta Casa tem que deixar de
ser o puxadinho do governador.
Nós
passamos aqui - eu disse para vocês, deputado Bruno - quatro anos. Só oposição
subia aqui e batia, batia, batia. Na hora de votar, a base aliada do governo ia
lá e votava tudo a favor.
Está
cheio de deputados e deputadas novos aqui, cheios de boa intenção. Quero chamar
atenção para a fala da deputada Janaina Paschoal, que ela fez aqui agora a
pouco pelo Art. 82. A preocupação dela está corretíssima. As quatro empresas
que o governo está propondo extinguir, amanhã ou depois vão ser contratadas no
setor privado com altos salários, altos contratos. Os trabalhadores terão
baixos salários, os empresários altos contratos. A deputada Janaina tem razão,
ela fala “eu quero saber se vai extinguir realmente e acabou, não existe mais
nada, ou se vai botar alguém no lugar”.
Aí,
alguns deputados aqui que defendem a extinção ou a privatização, eu quero ver,
porque uma coisa é defender quietinho, só votando igual a carneirinho, “sim”,
“sim”, “sim”, outra coisa é vir aqui, subir e defender que quer ver a extinção
da Emplasa. Eu sou contrário. Da Emplasa, da Codasp, da CPOS, que é
superavitária, e da Dersa. Agora, é a favor, suba aqui e diga que é a favor,
não tem problema. Se ganhar no voto, eu não tenho problema em perder a votação,
faz parte. A disputa no parlamento é isso. Agora, eles têm que olhar na cara de
vocês. (Palmas.)
Sabe
o que eles estão dizendo? A Emplasa não tem problema acabar, porque estão todos
aposentados. É verdade que pode ter uma parte aposentada. Isso é verdade. Mas
eu estou vendo gente ali que não tem cara de aposentado. Tem gente ali que
começou, entrou no mercado de trabalho com mais de 25 anos de idade, então não
atingiu o tempo para aposentar ainda.
Então
eu quero fazer esse debate, como eu vou querer fazer nesta Casa aqui o debate
da aposentadoria, da reforma da Previdência, porque ela vai passar na Casa em
algum momento. Em algum momento nós vamos ter que discutir nos estados as
aposentadorias dos funcionários do setor público. Eu vou querer fazer esse
debate. Eu vou ainda tentar montar um jeito aqui para a gente poder falar,
Emidio, 40 minutos, 40 em seguida, porque já que o governo se inscreve, se ninguém
mais se inscrever, botar nossa bancada e o pessoal passar o tempo para
explicar, para desmentir a história da idade mínima na Previdência.
Bolsonaro
está mentindo. Essa coisa da idade mínima. Idade mínima, para quem não sabe, já
existe hoje. Dos mais de 30 milhões que têm de aposentado, deputado Campos
Machado, 53% é por idade mínima. São 65 anos de idade e 15 de contribuição se
for homem, 60 anos de idade se for mulher e 15 de contribuição. Lá no campo, 60
anos o homem e a mulher 55 com 15 de contribuição. Então já existe. Isso é
mentira. O objetivo da Previdência é outro e eu vou querer fazer esse debate
nesta tribuna.
Mas
quero ver os deputados que defendem a extinção das quatro empresas, que
defendem a junção da Prodesp e da Imesp subirem aqui na tribuna, os que
defendem, e falar que são a favor. Eu quero ver o deputado Heny vir aqui, o
Daniel José vir aqui, eu quero ver o Marcio da Farmácia vir aqui, subir e
defender. É isso que eu quero ver.
Obrigado,
presidente, pela tolerância. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr.
Deputado.
A
SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS - Para falar pelo 82.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental. Enquanto
V. Exa. se desloca para a tribuna, eu vou conceder a comunicação para o prezado
deputado Emidio, pedindo desculpas, porque a gente está querendo dar celeridade
ao processo. Deputado Emidio, V. Exa. tem os dois minutos regimentais.
O SR. EMIDIO LULA DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr.
Presidente. Com a permissão da deputada Damaris, eu quero dizer só o seguinte:
se um dia eu for chefiar algum Executivo de novo, for chefe do Executivo, vou
convidar o deputado Carlão Pignatari para ser meu líder.
Vou
chamá-lo para ser meu líder, porque ele tem uma capacidade de defender até o
que é indefensável, porque é notável o esforço dele para defender um governo
que não mostra nada, transformou o Bandeirantes numa imensa feira de negócios.
Quando não dá aqui, ele vai vender na China, vai vender em outro lugar.
Na
verdade, deputado, mostrar alguns dados, porque o senhor mesmo fala que nós
temos que partir da verdade. Vamos partir da verdade? A verdade é a seguinte:
eu quero até mostrar para a câmera aqui. Esses são os dados da execução
orçamentária do próprio Governo do Estado. No ano de 2018, o “Escola da
Família” estava orçado em 72 milhões de reais. No primeiro trimestre, que é o
que está vencido, já estavam empenhados 39 milhões e pouco, e estavam
liquidados sete milhões e 700, deputado.
Quando
chega em 2019, primeiro, o que era 72 virou 48 milhões. O que era 39 milhões
empenhados virou 90 mil reais no primeiro trimestre. O que era sete milhões e
700 liquidados, agora são 72 mil reais. Ou seja, esses são dados, presidente. O
resto é discurso que o PSDB gosta de fazer, gosta de defender, e é um esforço
notável do grande deputado Carlão Pignatari de defender o governador Doria, que
é a função de líder.
Agora,
os fatos são outros. Os fatos são que o Governo não acabou oficialmente, mas
ele reduziu a um nível que o programa se tornou insignificante. Nós não estamos
criticando o programa, nós estamos condenando o fato de ele estar sendo,
paulatinamente, desmontado no estado de São Paulo.
Muito
obrigado.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, com a
anuência da deputada Damaris, uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Sr. Deputado, em
gentileza, eu vou dar a palavra à deputada Damaris, que já está na tribuna. Em
seguida, darei a palavra a Vossa Excelência. Deputada Damaris.
A SRA. DRA. DAMARIS MOURA - PHS – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, servidores aqui da Casa, eu subo novamente aqui para fazer
alguns registros. O primeiro deles é para parabenizar a Polícia Militar.
Eu
sou mãe e hoje acompanhei - certamente, muitos acompanharam - a atuação pronta
e muito assertiva de dois cabos da Polícia Militar em Marília, que atenderam um
jovem casal, uma mãe e um pai desesperados, com um bebê recém-nascido de 21
dias, que já estava sem respirar. Entregaram aquele bebê nas mãos de dois
policiais militares, que declararam estar preparados para atender uma
emergência daquela e salvaram aquela criança.
Eu
queria deixar este registro de louvor, de homenagem e reconhecimento à ação
daqueles policiais, especialmente pela Polícia Militar estar preparada para
atuar numa situação tão emergencial e grave como essa, e também para fazer uma
breve prestação de contas.
Eu
estive, há dois dias, no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos, em Brasília. Eu tenho atuado, nos últimos anos, com temas bastante
relacionados a esse ministério, que hoje tem uma atribuição amplificada.
Acompanhei, na antiga formatação do Ministério dos Direitos Humanos, a criação
de um comitê da diversidade religiosa.
Eu
atuo com o tema do combate à intolerância religiosa e eu fui até lá para
constatar, e constatei. Voltei bastante esperançosa de que a maneira como o
ministério vai conduzir temas de tamanha relevância...
Talvez pouco
saibam, porque ainda é muito árida a discussão a respeito da intolerância
religiosa neste País, e que precisa de um tratamento bastante qualificado
intencional do governo, das instituições, da sociedade civil organizada. E eu
não poderia deixar de fazer essa prestação de contas para os que acompanharam a
minha visita ao ministério, para constatar que lá haverá sim um espaço
especial, educativo, preventivo, em toda sociedade, para transformar uma
realidade de intolerância religiosa, que os números já apontam aqui no Brasil
em amplo crescimento. Transformar essas realidades por meio da educação de
pessoas.
Tive a
oportunidade de conversar com alguns secretários nacionais, mas, especialmente,
me debrucei ali em uma longa reunião com o secretário de Proteção Global, e ele
está disposto, inclusive, a trazer um conteúdo e um acúmulo que ele tem a
respeito desse tema para estados e municípios.
Então, apenas
para prestar contas, inclusive ao meu eleitor que me assiste e sabe que estive
em Brasília para buscar emancipar ainda mais a defesa e a proteção de um
direito caríssimo à dignidade humana, que é o direito de escolher, professar e
se organizar em torno da religião que escolheu.
Volto
esperançosa, e me coloquei, inclusive à disposição, para que com a vivência que
também tenho com esse tema nos últimos 16 anos, eu possa contribuir por um País
mais fraterno. Nós falamos muito de alguns ideais como a igualdade, e, às
vezes, nos esquecemos de outro grande ideal, que é a fraternidade entre todos.
Portanto, eram
estes os registros feitos. Parabenizar as eleitas na Comissão de Direitos
Humanos. É uma comissão que nós guardamos enorme expectativa de que vai poder
indicar rumos e caminhos muito produtivos para as discussões que envolvam
direitos humanos e dignidade humana.
Parabenizar as
minhas colegas deputadas eleitas hoje para conduzirem neste biênio a Comissão
Direitos Humanos.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputada.
O SR. BRUNO GANEM - PODE - Pela ordem, Sr. Presidente. Pelo
Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Qual partido?
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - PODEMOS.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Vossa Excelência se desloque à tribuna, por gentileza. Queria convidar o
deputado Carlão Pignatari, porque eu fiquei devendo uma comunicação. Vossa
Excelência tem os dois minutos regimentais.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem,
deputado Rogério.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - Após o Bruno Ganem, eu
quero pedir pelo Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Está
registrado. Após o deputado está V. Exa., pelo Art. 82. Deputado Carlão
Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Vou falar para uma
comunicação. Vendo aqui o deputado Emidio, eu espero, já disse isso a ele, que
nós nunca mais voltemos a ser prefeitos. É uma experiência que o Barros já
passou, o Emidio já passou, eu já passei.
Eu espero que
não caia isso nem na vida dele e nem na minha vida, mas eu quero dizer que ele
conhece. Quando ele vem fazer a comparação do ano de 2018, 40 milhões ou 39
milhões, com dois meses de 2019, não é justo. O Orçamento deste ano é o mesmo
Orçamento do ano passado, 39 milhões, quase 40 milhões.
Agora não
passam informação. Das universidades que tinham os alunos na escola, 18
universidades não entregaram a documentação. O Estado publicou novamente, para
dar um novo prazo às universidades, porque os alunos ainda estão entrando. Não
tenha dúvida que vai ser um programa exitoso, como sempre foi.
Agora, comparar
12 meses de 2018 com dois meses de execução, ou um mês de execução de 2019,
isso não é justo. O senhor conhece de orçamento, como eu conheço. A gente sabe
que isso não é correto fazer. Isso não é. Você não pode comparar um ano com um
mês, dois meses ou, mesmo que seja, três meses de um novo governo que está
engrenando e vai fazer a melhor administração da história de são Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado,
deputado.
Deputado Bruno Ganem, V. Exa. tem cinco
minutos.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE – PELO
ART. 82 - Obrigado. Boa tarde a todos.
Estou falando
não apenas em meu nome, mas em nome do partido PODEMOS, na condição de
vice-liderança. Primeiro, em relação ao que o deputado Barba colocou aqui na
tribuna. Entendo o seguinte: que, dentro de uma construção, dentro de um
diálogo, nada mais natural do que você dar algum crédito inicial a algo que
está começando. Dar um voto de confiança. É claro, essa confiança se cristaliza
ou se dissipa. Nesse momento, o PODEMOS tem feito, sim, um diálogo.
Aliás, não só
com o Governo, mas com todos daqui da Casa. Acreditando que, claro, todos
queremos o melhor para o estado de São Paulo. Acreditando que o Governo vai
oferecer o melhor para o estado de São Paulo. Estou dizendo no sentido geral,
no sentido amplo. Dentro do sentido geral, do sentido amplo, nada mais natural
que se discuta procedimentos. Isso é totalmente natural.
A gente não
está aqui... Com relação à data de ontem, votamos a favor do prolongamento da
sessão. Votamos a favor do prolongamento da discussão. Votamos e permanecemos
aqui na sessão extraordinária. Que, por sinal, é uma questão natural,
permanecer numa sessão que está ocorrendo aqui na Casa. Agora, isso não quer
dizer, de forma alguma, uma questão de apoio cego a esse ou a qualquer Governo.
O PODEMOS tem
essa característica. Isso não é só no estado de São Paulo, é em Brasília. É uma
prática que, inclusive, a nossa presidente Renata Abreu sempre nos prega e
sempre nos pede essa postura, que é nunca dar um apoio cego. O PODEMOS não dá
apoio cego. Cada projeto, não votamos a favor de projeto por adesão. Não é
dessa forma que o PODEMOS trabalha. Estamos na discussão, assim como toda a
Casa está. Temos dúvidas, como toda a Casa tem.
Agora, o
procedimento, participar de uma sessão extraordinária devidamente convocada,
entendo que é algo extremamente natural onde existe diálogo. Quando se quebra o
diálogo, é claro que os instrumentos legais existem e estão sendo utilizados da
maneira que os senhores consideram correta.
Agora eu queria
falar a respeito da sessão da Comissão de Meio Ambiente. Estou muito grato, fui
conduzido à vice-presidência da Comissão de Meio Ambiente. Quero cumprimentar o
deputado Caio França, que foi eleito o presidente da Comissão de Meio Ambiente.
Quero também colocar que a nossa política - ou, a minha forma de trabalhar aqui
na Casa - é uma política com foco em resultado para a comunidade.
Tenho bandeiras
que defendo e vou fazer a construção, com muito diálogo na via do diálogo, e
com muito combate na via do combate, daquilo que for necessário na defesa do
Meio Ambiente e na defesa da proteção animal. Isso, do ponto de vista temático.
Do ponto de vista regional, claro, defendo a região de Campinas e Indaiatuba.
Essa é a nossa luta, o nosso trabalho.
Entendo que o
diálogo, quando ele é - vamos dizer assim - profícuo, quando ele caminha, é
sempre a melhor via. Quando falha, aí concordo que realmente tem que utilizar
todos os instrumentos possíveis. Mas, enquanto houver diálogo, seguiremos nessa
linha. Aliás, quero registrar uma questão, com o próprio Governo, que foi muito
positiva. Estive com o secretário da Educação, discutindo. O debate sobre a
Educação aqui na Casa está bastante intenso e bastante rico.
Eu queria
colocar uma coisa que apresentei para o secretário da Educação. Ele já conhece
como funciona aqui no estado e em outros lugares. O Instituto Ayrton Senna
trabalha com isso. É o projeto de vida. O Daniel José, não sei se está aqui.
Ele falou que não existe bala de prata para salvar a Educação. Fiquei pensando:
a minha conversa com o secretário foi mais ou menos na busca dessa tal bala de
prata. Se existe uma bala de prata, se chama projeto de vida, que vai na linha,
não da Educação, mas antes, da motivação para a Educação, da cultura de
Educação. É colocar as crianças para discutir aquilo que elas sonham para o futuro.
Isso é muito rico, não é uma coisa que existe só no estado de São Paulo, existe
em outros locais. O resultado é muito concreto, muito positivo, não só na linha
do português e matemática, que sem dúvida tem que ser foco, mas vai além. A
questão da violência nas escolas, a questão do combate às drogas. Quando as
crianças têm uma motivação para estudar, para ter algo no seu horizonte, com
certeza as coisas vão muito melhor. Muito obrigado.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Pela ordem,
deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Para falar pelo Art.
82, pela liderança da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental.
Mas à frente está o deputado Rogério Nogueira, que já havia pedido. Concederei
a palavra a ele e em seguida a Vossa Excelência. Deputado Rogério Nogueira, V.
Exa. tem cinco minutos regimentais.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - DEM - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente, amigos nobres deputados, quero aproveitar aqui e
parabenizar o deputado Ricardo Madalena, presidente da Comissão de Transporte
hoje eleito. Estivemos lá com todos os membros, apoiamos, eu fiquei com a
vice-Presidência. E vamos debater muito, não é, Ricardo? Vai ser muito
importante essa comissão. Discutimos aí grandes investimentos no Transporte,
que vai ser no estado de São Paulo. O governo vai aplicar aí mais de sete
bilhões na área de transporte. Há também o final das concessões de pedágio, que
nós vamos ver como é que vamos debater isso na comissão junto com o governador,
em abaixar esse custo altíssimo para a população do estado de São Paulo. Eu
quero parabenizá-lo, Ricardo. E também, aproveitando a oportunidade, dizer que
hoje nós estivemos no Palácio do Governo, de tantas notícias ruins. Mas a
gente, muitas vezes, vê um investimento tão alto no estado de São Paulo, e isso
é bom para o Brasil. A Toyota que já comemorou 20 anos em Indaiatuba, há mais
de 60 anos no estado de São Paulo, hoje lançou o Corolla que vai renovar. É o
primeiro carro no mundo híbrido e flex. Tem um investimento de um bilhão e
seiscentos mil reais para estar investindo não só em Porto Feliz, mas também na
cidade de Indaiatuba. Porto Feliz vai fazer os motores, Indaiatuba a montagem
do carro, também São Bernardo do Campo fica com a parte da tecnologia, serão
criados mais de mil empregos diretos aqui junto a Toyota.
Isso é um
investimento que a gente tem que aplaudir, principalmente na cidade de
Indaiatuba, onde eu moro, está aqui o Bruno Ganem, também lá da cidade de Indaiatuba.
Temos que comemorar porque a Toyota na cidade é parceiro do município em todas
as áreas: na área da Educação, no Meio Ambiente. Colocam muito dinheiro,
investem na cidade de Indaiatuba.
Parabéns para
todos. Hoje são mais de 7 mil funcionários em todas as empresas da Toyota no
estado de São Paulo.
Queria
aproveitar também que o debate aqui a gente vê não só a oposição, mas também o
governo defendendo a respeito da Educação. Eu estou aqui desde 2003 e venho
acompanhando o governo PSDB, a forma que vem tratando os professores e as
escolas estaduais. Hoje não tem uma cidade do estado de São Paulo que não tenha
uma escola estadual caindo pedaço, ou com mato, ou com maus tratos, com drogas
dentro da escola. E a gente vê como está a situação hoje do estado de São
Paulo. Eu falo porque na minha cidade de Indaiatuba nós temos um exemplo do
ensino fundamental, com lousas, que não se usa mais lousas é tudo digital, com
laptops, as crianças têm acesso à comunicação de primeiro mundo. Quando vai
para a escola do Estado é aquela calamidade. Escolas sem professores, escolas
lotadas, escolas caindo pedaço, mas, gente, vamos dar um crédito ao governador
João Doria, João Doria que está no PSDB, mas não segue a linha que seguiu
outros governadores. O tratamento está sendo diferente, hoje, com a Educação.
Acabou de sentar na cadeira, está fazendo um esforço muito grande. Eu estive na
FDE, já estive com o secretário da Educação. O planejamento para melhorar as
escolas, reformar as escolas, investir em professor, eu quero dar o meu voto de
confiança que vai haver essa melhora, que vai existir essa melhora, mas
colaboro com o que está hoje e com que foi feito anos atrás, foi a decadência
para as escolas públicas do estado de São Paulo, e é como nós enxergamos as
escolas, hoje, em toda região.
Não
estou aqui para defender coisas erradas e, sim, coisas certas, e o estado das
escolas estaduais, hoje, está uma vergonha. Mas quero dar esse crédito para
esse novo governo, que pensa diferente, que pensa como executivo e pensa em mudar
não só a vida dos profissionais, dos professores, mas também mudar a cara da
Educação do estado de São Paulo. Então, vamos dar essa oportunidade para esse
próximo governo, que é esse governo, para que ele possa melhorar a Educação do
estado de São Paulo.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado.
Próxima
oradora inscrita é a deputada Márcia Lia.
O
deputado Campos Machado havia me solicitado pelo Art. 82 também, deputado?
Então, em seguida V. Exa., após a deputada Márcia Lia, V. Exa. fará uso da
palavra pelo Art. 82.
Deputada
Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - PELO ART. 82 - Muito boa tarde a todos,
a todas, os deputados, as deputadas, pessoal da Emplasa, que está aqui, o
pessoal aí dos outros projetos, do PL 32, enfim todos aqueles que estão aqui na
luta para que a gente possa encaminhar as demandas de vocês.
Quero utilizar esse tempo que me foi
concedido aqui pelo Art. 82 para dizer que hoje é o Dia Internacional de Luta
dos Trabalhadores Rurais pela Reforma Agrária, é um dia muito triste para os
trabalhadores rurais, porque o dia 17 de abril é o dia em que nós lembramos da
tragédia que foi Eldorado de Carajás. Então, eu quero falar do nosso
compromisso com os trabalhadores rurais, com a reforma agrária e com a luta dos
trabalhadores por um pedaço de terra para dar dignidade para suas famílias.
Hoje, também, dia 17 de abril, a gente se
lembra do impeachment da presidenta Dilma há três anos. O Brasil começava um
processo que deu numa situação muito grave. Nós estamos vivendo no Brasil,
hoje, uma calamidade econômica sem precedentes, estamos vivendo uma calamidade
social sem precedentes, estamos vivendo um governo de perseguição aos
movimentos sociais, um governo de perseguição àqueles que não comungam com as
mesmas pautas desse governo, um governo medíocre, um governo que não consegue
uma atitude positiva no sentido de acabar ou de propor medidas para que a
economia seja aquecida, para que a gente comece a gerar empregos, posto que nós
temos uma quantidade imensa de trabalhadores e trabalhadoras desempregadas.
Nós
temos, e eu quero falar um pouco sobre esse assunto, nesse momento, um assunto
muito delicado para tratar com as pessoas que nos assistem pela TV Alesp e
também para conversar com todos os nossos apoiadores, com os deputados, que é o
pacote que foi trazido pelo Sérgio Moro, um pacote que ele diz que é anticrime,
mas na verdade é uma abertura para que se faça cada vez mais a violência e o
crime aconteça neste País. Um pacote que os juristas que estão analisando estão
dizendo que é uma barbaridade, que é inconstitucional, e que é inadmissível que
alguém possa cometer um crime e não responder por esse crime. É disso que se
trata, é disso que nós estamos falando. E quando o Congresso Nacional chama o
Deltan Dallagnol e chama o Moro para que eles possam explicar algumas situações
que não foram muito bem esclarecidas, diga-se de passagem, eles simplesmente
não comparecem às chamadas que lhes são feitas.
Quero falar
aqui de dois acordos que foram feitos pelo Ministério Público Federal, dois
acordos espúrios, dois acordos absurdos, dois acordos que não passaram sequer
pelo Ministério da Justiça.
São os acordos
que foram feitos pelo Ministério Público do Paraná, um acordo que foi feito com
o departamento de justiça dos Estados Unidos, um acordo que foi celebrado para
que dois milhões e meio de recursos da Petrobras, a título de pagamento de
multas por conta de lesão a direitos de americanos... Dois bilhões e meio de
reais! Eles foram encaminhados, na surdina, para o Ministério Público do Paraná
e esse acordo foi homologado pela juíza Gabriela Hardt, que está respondendo no
Conselho Nacional de Justiça por ter feito um acordo passando por cima das
autoridades, passando por cima da soberania nacional, passando por cima do
ministro da Justiça, passando por cima de tudo e de todos.
O outro acordo
também foi feito com o departamento de justiça dos Estados Unidos e com a
Suíça, no valor de seis bilhões e 200 milhões, feito pelo Ministério Público do
Paraná, na pessoa do Sr. Deltan Dallagnol, com a Odebrecht.
A Odebrecht
destinou, de forma não tão clara, passando por cima do Ministério da Justiça,
passando por cima do Congresso Nacional, passando por cima do Judiciário, do
Supremo Tribunal Federal, de tudo aquilo que está acima do Ministério Público
do Paraná, da primeira instância do Paraná, que acumulou um absurdo de quase 10
bilhões de reais... Ninguém sabe a que título isso chegou ao Ministério Público
e de que forma isso seria tratado, porque uma fundação privada iria administrar
dinheiro público.
Então, um
absurdo dos absurdos. Estamos tendo agora a CPI do BNDES lá no Congresso
Nacional...
O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Para concluir, Sra. Deputada, por
gentileza.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Estou concluindo. No dia de ontem,
a CPI pediu acesso a esses autos dos acordos que foram celebrados no Paraná,
para que a CPI pudesse tomar posse e conhecimento de fato do que é que está
acontecendo.
Então, nosso
país está sem controle, nosso país está sem liderança, nosso país está uma
verdadeira bagunça. Nós precisamos entender por onde passam tantos recursos,
tantos bilhões de reais que vão para a conta do Ministério Público Federal.
Como diria o caipira: “Nesse mato tem coelho”. A gente precisa saber quais são
os coelhos dos quais a gente precisa correr atrás.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. Convido o deputado Campos Machado para fazer uso da
palavra.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu
queria que prestassem atenção, por gentileza: regimentalmente, para qualquer
pessoa entrar no plenário... É só deputados, ex-deputados, senadores. Qualquer
assessor, para entrar no plenário, por favor, peçam autorização ao presidente
da sessão. É regimental. Eu gostaria que isso fosse observado, para que
mantivéssemos a Casa em ordem. Muito obrigado a todos.
Deputado Campos Machado, V. Exa. tem o
tempo regimental.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO
ART. 82 - Meu caro presidente em exercício, nobre deputado Coronel Telhada, que
já conheço há muitos anos. Conheci como militar e sei de sua grandeza moral e
de seu caráter.
Meu caro
presidente efetivo desta Casa, deputado Cauê Macris, dizia um velho poeta que a
montanha, por maior que seja, não impede a chegada do sol. Então, não há como o
líder do Governo, deputado Carlão Pignatari, tentar esconder de que não tem
cortes. O que é que o governador Doria não cortou? Tudo!
Recebi hoje a
visita de um prefeito. Com lágrimas nos olhos e dizia que tinha sido humilhado
em praça pública porque o governo não pagou o correspondente ao DAD do Turismo.
Mas só não pagou você, prefeito? “Não pagou nenhum município”. Mas o deputado
Carlão Pignatari falou da Assembleia que não cortou nada. Todas as emendas, os
convênios assinados pelo ex-governador Márcio França, todos com destino a
atender a população, todos foram ceifados, não permaneceu um.
Será que foi
por política? Não acredito, deputado Conte Lopes. Seria muito pequeno se fosse
apenas por motivos eleitorais, mas não há nada neste estado que não tenha sido
cortado. E também, deputado Barros Munhoz, recebi hoje a visita de um reitor de
universidade privada e ele me contou a angústia que esse secretário de
Habitação que veio lá do Amazonas - nada contra Amazonas - mas o que é que o
secretário de Educação lá no Amazonas conhece de São Paulo? Foi ministro da
Educação, mas de São Paulo não conhece nada, não sabe nada da cidade.
Se perguntar
para ele onde fica Icém, ele fala que fica na Paraíba, Pernambuco. Por isso nós
estamos aqui para deixar claro que tudo o que o governador Márcio França tentou
fazer em benefício de grande parte das cidades do estado, tudo foi cortado em
nome do que, da economia? Mas o governador quer governar o estado vendendo,
acabando com empresas? Será que isso é justo extinguir empresas, fechar
empresas, em nome do quê? Por isso eu vim aqui para dizer e reiterar. Eu quero
que o governo venha através do líder do Governo dizer qual área que não foram
cortados investimentos.
Pergunte ao
deputado Barros Munhoz. Pode até ser que por educação, por respeito, o deputado
Barros Munhoz não fale, mas pergunte para ele, que é um grande líder do
interior, pergunte para ele. Pergunte para qualquer deputado desta Casa se
houve ou não corte em todas as áreas sem exceção. Por isso, deputado Barros
Munhoz, eu indago: o que está fazendo o nosso governador do estado? O quê? Em
que área ele está atuando? Em favor da Polícia Militar? Acho que não. Da
Polícia Civil? Acho que não. Da Educação? Tenho certeza.
Tem cinco
secretários de estado que vieram de fora. O secretário presidente da CPTM nunca
ouviu falar em Guaianazes. Como é que ele pode conhecer a cidade? Guaianazes
ele pensa que fica no Maranhão. É aqui, Sr. Secretário, é aqui mesmo que é
Guaianazes. Portanto, Sr. Presidente, meu nobre deputado Coronel Telhada, eu
não consigo ultrapassar o tempo, por isso eu estou encerrando aqui e deixo essa
indagação: em que área que o governo do estado não fez cortes? Para que e em
nome de quê?
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado,
Sr. Deputado.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Há sobre a mesa
requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 182, de 2019, de autoria do nobre
deputado Tenente Nascimento, que estabelece
procedimentos e medidas para assegurar a proteção dos professores, servidores
ou empregados da Educação no âmbito do Estado.
Em discussão. Oradores inscritos para
discussão: o primeiro deputado inscrito é a deputada Carla Morando. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de 15 minutos.
A
SRA. CARLA MORANDO - PSDB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, Sr. Presidente, boa
tarde a todos, a todos também na galeria. Realmente, depois que aconteceu
aquele incidente na escola em Suzano, alertou-se sobre esse tema de Segurança.
É um tema muito relevante, e eu acredito que...
Não tive oportunidade ainda de apreciar o projeto todo do Tenente
Nascimento, mas, de antemão, já posso dizer que é uma questão que a gente
precisa estar realmente discutindo e entendendo como a gente pode estar
trazendo mais segurança não só para a questão dos professores, mas dos
diretores e também das crianças.
Eu acho que o
País sofre com essa violência em todos os aspectos. A gente tem muitos
problemas e muitos acabam sendo gerados através desse problema com drogas e
vícios. A gente precisa ter um programa para poder ajudar essas pessoas a
saírem dessa doença que hoje se instalou e que, na verdade, só acaba
atrapalhando a cada dia mais toda a sociedade brasileira.
Essa parte de
questão de drogas e o crack principalmente, que anda solto... A gente vê aí
apreensões gigantescas de drogas e entorpecentes, e a gente precisa ter alguma
coisa muito mais efetiva em conseguir segurar e barrar esse tipo de alastro que
se encontra na sociedade hoje. Não só aqui no Brasil, mas em todo o mundo isso
virou uma epidemia, e a gente precisa estar, a cada dia, discutindo novas
maneiras de se combater esse tipo de tráfico.
A gente tem
hoje, graças à nossa Polícia Militar e Polícia Civil, toda nossa estrutura de
segurança, pela qual eu tenho muita admiração, tenho eles como heróis sim. Eu
acho que a gente precisa ter uma atenção especial, mais ainda do que eles já
vêm hoje atuando em apreensões de drogas e carregamentos gigantescos que estão
aí sendo distribuídos nas nossas escolas.
É muito
importante a gente ter um foco nesse tipo de problema que acaba entrando na
escola e corrompendo os jovens que ali estão. Quem acaba sofrendo bastante,
além dos jovens, é toda a família, todo o corpo de professorado, a diretoria e
os funcionários das escolas. A gente precisa ter realmente alguma coisa mais efetiva.
Então, quanto
ao projeto do Tenente, eu quero estar me aprofundando nesse tema e vendo
exatamente tudo que é proposto, para assim poder dar as minhas opiniões e
colocar algum tipo de mudança, colocar para o Tenente Nascimento alguma coisa
que eu ache que seja pertinente ao caso, mas é muito importante, realmente,
todos nós, Sr. Srs. Deputados e Sras. Deputadas, pensarmos efetivamente o
quanto os nossos jovens, os nossos professores e as nossas instituições de
ensino estão abalados com a violência.
É importante
que a gente se debruce nisso e coloque todo o nosso empenho e a nossa força de
vontade, porque hoje são nossos filhos, amanhã serão os netos, e isso daí acaba
sendo, a cada dia, um drama maior na família e em toda a sociedade. O tráfico
de drogas, o consumo de drogas e essa questão toda de jovens sendo cooptados
para fazer o aviãozinho, como eles chamam, isso daí a gente só consegue
destruir cada dia mais toda nossa sociedade.
Eu acho que
todos nós devemos isso a toda a sociedade. As pessoas que votaram em cada um de
nós esperam que a gente tenha olhos para a melhoria da qualidade de ensino,
para a melhoria da segurança das crianças, e isso depende da gente agora. Eu
acho muito importante, é um projeto muito válido, a gente está discutindo essa
segurança, viu, tenente? Eu estou falando sobre o seu projeto aqui.
Então,
eu acredito que é uma questão de urgência. Realmente é uma urgência, não é,
Malunguinho, a gente combater esse tipo de epidemia que hoje se alastrou por
toda a nossa sociedade. Então, eu peço a todos que se debrucem, tragam
propostas e tragam soluções para que a gente consiga viabilizar esse tipo de
mudança no comportamento geral da nossa sociedade.
Eu
tenho feito um trabalho em São Bernardo do Campo, na Fundação Casa, desde quando
eu estava à frente do Fundo Social de Solidariedade, e são jovens, numa grande
parte, que foram pegos fazendo esse tráfico e esse, como um aviãozinho, que
eles chamam, nas escolas. Isso é muito triste. Eu fui até a Fundação Casa,
entrei, conversei com todos eles e a gente percebe que eles têm vontade de
mudar. A gente precisa ter instrumentos mais efetivos ao invés de simplesmente
colocá-los separados da sociedade.
Então,
eu tive uma conversa grande com a promotora de infância e juventude da nossa
cidade. Já fizemos também uma conversa com o secretário de Justiça, com os
diretores da Fundação Casa e, semana que vem, temos também uma conversa com o
Ministério Público e com o Ministério Público do Trabalho.
É
um projeto novo que eu sei que é bastante difícil de se colocar em prática por
não estar dentro de nenhuma legislação. São como temas que hoje não se pode
dizer, sobre uma criança trabalhar, mas eu trabalho desde os 14 anos de idade.
E isso não me tirou nenhum tipo de liberdade da minha infância, não me deixou
fora da escola, muito pelo contrário, a gente fica muito mais compenetrado, a
gente consegue entender todo o trabalho que se dá para ganhar. E isso só faz
bem às crianças.
Então,
coloquei esse projeto, estou tentando colocá-lo em prática, nós já tivemos lá
aprovação para pintura e, na verdade, dentro de um curso de pintura para os
jovens dentro da Fundação Casa. Seria um curso de pintura de 40 horas de
preparação de parede e também de pintura de todas as texturas. Que eles saiam
dali com esse certificado para que possam exercer fora uma profissão e não que
eles saiam dali e caiam novamente na mão do tráfico.
Então,
é um projeto audacioso, eu acho que não vai ser uma coisa muito fácil, muito
simples de a gente conseguir viabilizar, mas eu estou muito empenhada e
acredito que se for liberado apenas um projeto piloto para que a gente consiga
colocar isso em prática, ver os resultados, e, aí sim, tomar algum tipo de
decisão sobre se pode ou não um jovem dentro da Fundação Casa estar
trabalhando, eu acho que é de grande valia e esclarece se realmente isso
funciona ou não.
O
projeto consiste em jovens que estão presos hoje na Fundação Casa e que estão
lá internados em regime de internação total, não tem saída, para que eles
tenham, ali dentro, junto com um curso profissionalizante, um trabalho
remunerado.
O
que foi proposto foi que nós abríssemos uma conta em nome de cada um desses
jovens e quem tomaria a conta seria a promotora da infância da cidade, ela sim
teria o poder de estar liberando essa conta para o jovem a partir do momento
que ele sair da Fundação Casa. Ou não.
Esses
jovens, durante esse período de internação, estariam fazendo o trabalho lá
dentro por alguma empresa que... Na verdade, a gente ainda não fez nenhuma
captação de empresas que queiram fazer esse tipo de serviço mais por conta de
ainda ter esse impedimento jurídico para o qual a gente está tentando achar uma
saída, mas que eles trabalhassem lá dentro, durante algumas horas por dia,
fazendo produção, montagem de peça, aquelas empresas que fazem esse tipo de
trabalho, como montar cabeça de boneca. Com isso tudo, eles teriam um ganho,
eles estariam recebendo, sendo remunerados e tendo uma educação financeira ao
mesmo tempo.
Dali,
quando eles saíssem, aí sim a promotora estaria, conforme o jovem tenha ou não
condições de estar tomando conta do seu próprio dinheiro, gerenciando, ou até
mesmo estar construindo o seu próprio negócio... A minha ideia é que eles saiam
como empresários dali, deles mesmos - eles são donos do próprio trabalho -, e
tenham uma remuneração e uma renda.
Eu
acredito que, aí sim, a gente consegue mostrar para esses jovens o quanto é
gratificante trabalhar e ganhar o seu dinheiro ao invés de fazer esse tipo de
serviço ilícito e que somente prejudica todos nós e toda a sociedade.
Então,
é um trabalho que a gente faz nesse intuito. Eu acho que as pessoas que ficam
presas hoje, na minha visão, saem piores do que quando entraram, porque muitas
vezes elas ficam ali sem ter muito o que fazer.
Claro
que na Fundação Casa existem cursos, eles fazem aula, tem escola lá dentro, tem
o horário em que eles fazem alguma atividade física, então eles têm uma carga,
lá dentro, de aulas, mas eu ainda acho que falta um pouquinho, que é o
trabalho. Mostrar para eles que quanto mais a gente trabalhar, quanto mais a
gente se dedicar a alguma coisa, mais fácil para a gente conseguir, ao invés de
ficar entrando e saindo da Fundação Casa, que é o que, na verdade, acontece com
muitos jovens.
Gostaria
muito de dizer que, tanto na parte da educação dos jovens quanto na parte de
trabalho das pessoas que são mais novas, o jovem aprendiz, na Fundação Casa,
existem alguns ainda um pouco mais novos. Eu acredito que mesmo nesse sentido
de eles terem essa idade menor do que poderia, 16 anos, eu acredito que isso já
seria uma coisa a mais, uma luz no fim do túnel para o que esses jovens hoje
passam.
Muitos
deles saem da Fundação Casa e quando eles chegam à casa a família fala para que
eles façam de novo, porque é o dinheiro fácil, é o dinheiro na hora. Aí eles
vão de novo à Fundação Casa, se forem pegos, ou acabam sendo assassinados ou
até mesmo matam as pessoas por estar fazendo esse trabalho.
Então,
eu acho que Educação, Cultura e todo tipo de envolvimento que a sociedade possa
ter em torno disso tudo é muito importante, só tem a agregar ao nosso País, ao
nosso povo. Isso é uma das minhas bandeiras, trabalhar para que a gente tenha
uma mudança nessa didática que existe dentro da Fundação Casa.
Muito
obrigada a todos. Uma boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra.
Deputada. Para falar contra, convido o prezado deputado Barros Munhoz. Tem V.
Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
companheiro, deputado Telhada, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, companheiros da
assessoria, senhoras e senhores que nos honram com suas presenças,
telespectadores da TV Assembleia, na verdade eu queria explicar, companheiro e
amigo, deputado Nascimento, que me inscrevi para falar contra por um artifício
regimental. Eu sou a favor do projeto.
Aliás,
tive o cuidado de ler e tive o privilégio de receber algumas informações suas.
Quero parabenizá-lo por logo no início do mandato apresentar um projeto tão
importante quanto esse. Parabéns. Se Deus quiser, será aprovado brevemente.
Mas
eu queria dizer, extravasando aqui uma sensação que eu acho que é quase todos,
a frustração que a gente sente de viver esse marasmo que é a nossa vida
parlamentar, aqui na Assembleia, especialmente, no prédio da Assembleia, no
plenário da Assembleia.
Isso
vai começar a ser quebrado um pouco. Principalmente os novos que estão chegando
aqui, eles estão se assustando, estão se frustrando, “não era isso que eu
imaginava”, “é isso que nós vamos vivenciar?”, com muita razão, inclusive.
Agora, com o funcionamento das comissões, isso vai melhorar, mas, na verdade,
vai continuar altamente frustrante, porque nós precisamos, desesperadoramente,
urgentemente, melhorar esse nosso Regimento.
Nós
temos temas da máxima importância para debater, nós temos projetos da máxima
importância para debater, e nós ficamos debatendo o sexo dos anjos, na maior
parte do tempo. É altamente frustrante, mas não é especificamente sobre isso
que eu gostaria de falar.
Eu
gostaria de falar o seguinte: eu fico muito chateado quando se fala das
atribuições de um deputado estadual, ou de um deputado federal, ou de um
político de uma maneira geral, mas especialmente do deputado estadual. O que é
que se fala? Que a função do deputado estadual número um, mais importante, é
legislar. Eu não vou discutir se é a mais importante ou a menos importante.
Só
que 80% dos assuntos sobre os quais nós poderíamos legislar, nós somos
proibidos de legislar, é de competência da União, é de competência do Congresso
Nacional, e a autoria desses projetos é de competência privativa do chefe do
Executivo, portanto, do presidente da República. Eu disse 80%, 15% são de
interesse dos municípios, e são as câmaras municipais que legislam sobre esses
assuntos.
Também
80% desses 15 são de competência privativa do prefeito, então, a coisa que o
legislador menos faz no Brasil é legislar, é o único país do mundo onde o
legislador é proibido de legislar. Seria cômico se não fosse trágico, mas é a
grande verdade.
Mas
tem uma outra atribuição do legislador que também é importante: fiscalizar o
Executivo. E a Assembleia de São Paulo tem algo que nenhuma outra Assembleia do
Brasil tem: um Tribunal de Contas fantasticamente idealizado, organizado,
preparado e constituído. O nosso Tribunal de Contas tem especialistas em tudo
que os municípios possam precisar e o estado possa precisar.
Tem
auditores sérios e competentes, tem os conselheiros, enfim, uma estrutura
fantástica. E a nós cabe muito pouca coisa, porque o nosso órgão fiscalizador
não são as CPIs, não são. Aliás, eu tenho muitas objeções contra as CPIs. Eu
acho que, em 90% dos casos, elas são mais para exibicionismo e outras
finalidades do que verdadeiramente para fiscalizar.
Mas
o Tribunal de Contas envia um parecer para nós. Quando eu assumi a Presidência
da Assembleia na primeira vez, havia 2.000 pareceres parados. Então, nós
esvaziamos isso e fizemos a comissão competente cumprir a sua missão, que é
decidir sobre o parecer. O nome já diz, não é uma decisão do tribunal, não é um
julgado do tribunal, é um parecer. Então, esse parecer, quando é condenando as
contas, reprovando as contas, apurando irregularidades, é encaminhado ao
Ministério Público.
Então,
eu quero dizer, minha gente, uma coisa. Para quem servir de consolo, como serve
a mim, pode usar. Eu costumo dizer que a política é terrível. A vida do
político idealista e trabalhador é terrível. São milhares de aborrecimentos por
dia, ou por um determinado período de tempo. É contrariedade, é injustiça, é
insatisfação, é ingratidão, é crítica contundente, é misturação - digamos assim
- de alhos com bugalhos, todo mundo jogado no mesmo saco, ninguém presta.
Enfim, tudo a
fazer com que o político desanime, descreia. Como disse Rui Barbosa, rir-se da
honra e ter vergonha de ser honesto. Mas olha, minha gente, eu estou falando
hoje porque exatamente hoje eu vivi um dos momentos em que a gente fala: “valeu
a pena”, “vale a pena”, “isso é política”.
Eu estive na
Unicamp, lá na nossa querida Campinas vendo aquele movimento impressionante.
Peruas, ônibus, carros, caminhonetes, tudo que se possa imaginar da região
toda. Começando por Itapira, logicamente, a grande Itapira, mas Sumaré também,
toda a região, sul de Minas, de longe, todo mundo acorre à Unicamp.
A Unicamp tem
uma UTI pediátrica. Que desespero, quantas vezes eu sofria, porque precisava
internar uma criança de três meses, de seis meses, para que ela não morresse,
porque ela precisava ser operada, e não havia como operar e como internar, e a
Unicamp, que sempre foi uma entidade, uma instituição fantástica, sempre
procurando nos atender.
Sabem desde
quando a Unicamp, o Hospital das Clínicas da Unicamp, quer aumentar a UTI
pediátrica, de 10 para 20 leitos? Desde 2008, 11 anos. Quantas crianças
morreram por falta de leito pediátrico nesses 11 anos?
Hoje,
finalmente - eles conseguiram, no governo federal, há algum tempo, três milhões
e meio - fizeram uma coisa linda, maravilhosa, nunca vi tão bonita na minha
vida. Para pobre. A Unicamp só atende SUS. Se alguém quiser pagar, e pagar
regiamente, não atende, em um exemplo de que o SUS enfrenta todas as
adversidades, mas é uma instituição que é o último socorro do nosso povo, da
nossa gente.
Eu estou aqui
falando porque, se eu não tivesse vivido isso hoje, eu não estaria contente
como estou, apesar de tantas frustrações que a política traz. A Dra. Terezinha
é a chefe da unidade pediátrica, e tem muitos anos de casa. Ela, quando foi
comemorar com seus colegas esse feito, me comoveu, e me deixou verdadeiramente
sensibilizado, e é nisso que eu acredito, é no povo brasileiro, é nos nossos
trabalhadores, é na nossa gente boa, formada de uma união, de uma simbiose de
povos de todos os lugares do planeta, e que construíram essa raça fantástica,
que é a raça brasileira.
Então eu quero
aqui homenagear a Dra. Terezinha, que desde 2008 não arredou o pé e não duvidou
de que essa UTI pediátrica poderia acontecer. Quero parabenizar o governador
Márcio França. Foi no governo dele, no curto período do governo dele, e quero
também parabenizar o governador João Doria, porque essa verba não foi cortada,
esse convênio, felizmente, está em vigor, e as crianças serão salvas em maior
número do que vinham sendo.
Então, minha
gente, é um pouco de desabafo de um velho franciscano, como a doutora Janaina,
como o doutor Campos Machado. Que, assustado, vê o Supremo Tribunal Federal
rasgar a Constituição Federal e fazer o que está fazendo.
Mas é o
desabafo de alguém que está vendo tanta coisa que não é como gostaria que
fosse. Acreditar nessa terceira missão que, para mim, é a mais importante do
deputado: representar a sua comunidade; defender o seu povo e as cidades onde é
votado; trabalhar por eles; diminuir o sofrimento, a angústia e a desesperança
do povo brasileiro. Eu concito todos a valorizarem essa missão e essa tarefa
dos deputados. Eu me inspiro muito naqueles que me ensinaram a seguir essa
trilha. Política é a arte de servir.
Um abraço, e
vamos em frente.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.
*
* *
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para uma comunicação,
o deputado Sargento Neri.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu gostaria que o senhor prestasse atenção no
que vou comunicar agora. Porque é um assunto diretamente à Presidência. Temos
um corpo policial de policiais gentis, educados, que sempre nos assessoram.
Está havendo alguns problemas com assessores de deputados. Ontem tivemos um
problema. E, às vezes, tem problemas que nem chegam ao conhecimento de Vossa
Excelência.
Vou deixar bem
claro: tenho assessores que são sargentos, subtenentes. Se um assessor meu
tratar mal um policial desse, mando ele embora. É a postura que o deputado tem
que ter. Independente se é praça ou oficial. Não quero jogar a culpa em
qualquer graduação ou patente. O que precisamos, como deputados, primeiro, é
respeitar o trabalho dos policiais civis e militares.
Segundo, que os
assessores tenham em mente que, principalmente, eles, que são militares, têm
que respeitar esses policiais. Estou, de certa forma, cobrando V. Exa. por uma
postura séria. E, de certa forma, enérgica, contra essas coisas. Acho que o
corpo policial não está subordinado a assessor de deputado. E nem a nenhum
deputado. Está subordinado a V. Exa. que é o presidente da Assembleia.
Não cabe, ao
Sargento Neri, chamar a atenção ou até passar em cima do serviço de um soldado.
Se eu estiver com algum problema com um policial, vou conversar com o
comandante dele ou até mesmo mando um requerimento para Vossa Excelência.
Mas peço a
compreensão dos deputados. E peço para o senhor que aja energicamente contra
essas coisas. Porque é muito ruim um policial estar ali, cumprindo o dever
dele, vir um superior e querer passar por cima dele. Acho que isso não se pode
admitir. O regulamento existe na Polícia Militar, mas não é um regulamento para
extravasar as questões de trabalho.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Sargento Neri, quero pedir uma atenção de todos os parlamentares sobre essa sua
fala. Inclusive, de Vossa Excelência. Pela primeira vez, aqui na Assembleia
Legislativa, estamos tendo um corpo de equipe dos parlamentares vinculado,
normalmente, com ex-policiais. Policiais que já estão na reserva e que têm
vindo para atender os parlamentares. Já não foi um só caso.
Já recebi vários casos de assessores de
parlamentares que têm patente, desde coronel até patentes de praça. Que estão
usando das suas patentes sobre os policiais da Assembleia Legislativa. Que
cumprem os seus deveres e cumprem as suas funções.
Quero deixar muito claro para todos os
deputados que têm funcionários que são ex-policiais que, dentro da Casa, eu,
como presidente, não vou aceitar que patente de assessor - está aqui o Coronel
Nishikawa, que tenho certeza que compactua com a minha posição - que patente de
assessor sobreponha-se aos deveres funcionais dos policiais da Casa. Eu não vou
aceitar isso. Inclusive, sob pena de eu convidar o presidente da Justiça
Militar do Estado de São Paulo, para conversar sobre quais ações concretas nós
possamos tomar sobre esse tipo de caso.
Ontem, inclusive, aconteceu um caso que
eu orientei um policial militar aqui a dizer que assessores de deputados não
estão autorizados a ir à sala, aqui em cima, onde fica o lanche dos deputados,
porque lá é uma sala de deputados e não uma sala de assessores. E um assessor
usou claramente, eu vi isso, da sua patente, sobre o cumprimento de ordem de um
policial militar da Casa. É inadmissível esse tipo de comportamento; está
certo? Só para dizer e pedir aqui o bom senso dos parlamentares que têm
funcionários com patentes, que respondem e responderam no passado para a
Polícia Militar que nós não vamos aceitar esse comportamento. E que fique muito
bem claro que aqui dentro a Polícia Militar tem o seu comando hierárquico e que
os nossos policiais que estão ouvindo não têm autorização para obedecer comando
daqueles que não sejam os seus superiores hierárquicos aqui dentro da
Assembleia Legislativa. Então, fique aqui bem claro e considero os
parlamentares, os assessores e os policiais avisados dessa decisão. Muito bem
lembrado, deputado Sargento Neri.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Coronel Nishikawa.
O
SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL – PARA COMUNICAÇÃO - Bom, nós temos como princípio a
hierarquia e a disciplina. Isso se aplica em qualquer lugar em que a pessoa circule.
Se a pessoa que tem patente maior do que aqueles que trabalham aqui, que sejam
denunciados. Eu sou contra qualquer tipo de autoridade nesse sentido. Sempre
respeitei as regras militares. Quem me conhece, quem trabalhou comigo, os
funcionários da Casa sabem aqui que eu respeito a todos, independente de ser
soldado a coronel. Podem perguntar a todos eles se um dia dirigi uma palavra, e
a minha assessoria, o dia que fizer isso, pode falar comigo que eu mando
embora. Não é papel de assessor nenhum, seja lá militar, seja lá civil
desrespeitar os seus auxiliares desta Casa. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Muito lembrado,
Coronel Nishikawa e já lembrando que qualquer um dos nossos policiais que
passar por isso, comunique imediatamente o seu oficial, porque quem vai fazer a
denúncia do assessor do deputado não vai ser o policial que sofreu, vou ser eu
mesmo. Como presidente da Assembleia, vou fazer a denúncia à Justiça Militar.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem,
deputado Vinícius Camarinha.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência tem a palavra.
O
SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, teve uma repercussão um caso que hoje saiu na Imprensa, os
deputados usaram a palavra aqui de dois cabos da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, dois valorosos militares, cabo Renato Taroco, cabo Robson Thiago,
que salvaram a vida de um bebê. Essa família que entrou desesperada no 9º
Batalhão de Polícia Militar da cidade de Marília. Eu estou aqui para dizer da
minha alegria e do meu orgulho de saber que esses dois soldados pertencem à
Polícia Militar do Estado de São Paulo, mas, sobretudo, que atuam e são
marilienses que ajudaram, deram exemplo, salvaram uma vida. É a Polícia Militar
preparada, não só para fazer o combate nas ruas, mas para salvar vidas fazendo
esse tipo de atendimento. Parabéns aos dois cabos, Renato e Robson vão receber
aqui a Moção de aplauso deste parlamentar por honrar o nome da cidade de
Marília, por honrar a patente da Polícia Militar. Parabéns à Polícia Militar,
em especial aos dois cabos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Havendo acordo de lideranças, quero pedir a suspensão
da sessão, a desconvocação da extra, e depois que o deputado Douglas falar, aí
a gente fala.
Pois
não, deputado.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Sr. Presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A palavra está com o
deputado Carlão Pignatari.
Só
isso?
Deputado
Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, quero fazer minhas aqui a palavra do Sargento Neri,
vossas palavras. Já identifiquei o assessor que tratou mal um soldado de
Polícia Militar. Faz parte da liderança do PSL e será exonerado.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Muito
bem, parabéns, deputado.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Não
tem, não tem desculpa. Trato todo mundo, todo mundo igualmente aqui, do
presidente da Casa ao coronel de Polícia Militar, à assessoria parlamentar, independente aqui à
direita ou à esquerda. Trato todos iguais, do funcionário da faxina até os
policiais militares que ficam aqui na portaria. E já fui parado algumas vezes,
e dei parabéns pelo trabalho que fizeram, porque é isso que têm que fazer. Tem
que parar na portaria, tem que se identificar e quando for liberado aí sim
entra nesta Casa.
Eu fico triste, eu fico triste, por um
comportamento, não porque é do PSL, não porque é da minha bancada, da
liderança, mas porque atrás dessa farda há um trabalhador, há um pai, há uma
mãe de família, e tem que ser respeitado. Então, no mínimo, que esse assessor
vá, peça desculpas, mas será exonerado a bem, não só da bancada do PSL, mas a
bem desta Casa. Nós não aceitamos, de forma alguma, que qualquer funcionário,
qualquer funcionário, da faxina, dos serviços gerais até a Presidência desta
Casa seja desrespeitado por estar trabalhando. E todo o meu apoio aos nossos
policiais militares.
Obrigado, presidente.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Antes de passar a
palavra ao deputado Carlão, eu cumprimento a posição do deputado Gil, que
identificou o funcionário. Nesse caso eu sabia quem era, mas não tinha
identificado aqui publicamente, mas eu acho que a tua posição, deputado Gil, é
importantíssima, porque é o exemplo que nós temos que dar para aqueles que
daqui para frente não façam e não desrespeitem mais os nossos policiais, que
estão cumprindo ordens e as suas funções.
Eu
cumprimento V. Exa. pela postura, cumprimento a bancada do PSL pela posição, e
que este caso sirva de exemplo para que outros casos não venham a acontecer
mais. Eu acho que é importante a sua posição, a sua postura, a sua firmeza
frente a esse caso específico, porque é muito triste a gente ver. Eu que
convivo, no dia a dia, com esses policiais, nós convivemos com esses policiais
que estão aqui para zelar pela nossa segurança, pela nossa atividade e para o
nosso cumprimento do nosso exercício funcional, que é representar a população
de São Paulo. Então, a hora que vem um assessor, no que pese ele ter uma
patente superior, aqui no campo da Assembleia ele não está exercendo a sua
patente. Ele está exercendo a sua função de assessor. Então, a hora que ele tenta
sobrepor a sua função de assessor sobre a patente do policial, nós acabamos
gerando um conflito de interesse, internamente dentro da Casa.
Então,
cumprimento Vossa Excelência. Acho que é muito importante esse recado que V.
Exa. dá, porque isso vai servir, com certeza, de exemplo para que isso não
aconteça novamente.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - Só para finalizar, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pois não, deputado Gil.
O
SR. GIL DINIZ - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu não estava no plenário. Assisti agora à fala do deputado Neri, a sua
fala. Eu estava na Assessoria Militar, estava no meu gabinete. O pessoal da
base militar ligou no gabinete. Assim que me informaram, já desci na base
militar. Fui agora aqui à Assessoria Militar me inteirar do que aconteceu.
Então, por isso, não estava presente no plenário. E falando ali com os
policiais militares, vi ali a fala de V. Exa., mas já estava tomando a
providência antes mesmo de ser falado aqui em plenário. Eu espero que... não
quero ser exemplo para ninguém, mas espero que todo funcionário desta Casa,
independente da sua função, seja respeitado pelos parlamentares e também, por
que não, pelas suas assessorias. Eles merecem respeito.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Carlão
Pignatari.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, primeiro cumprimentar a
fala do Sargento Neri, que foi para alertar todos os deputados, e cumprimentar
o deputado Gil Diniz. Acho que essa atitude é a atitude de um líder, de a gente
defender as pessoas que precisam. Não é possível a gente ter aqui, como já
vimos muitas vezes, policiais militares sendo empurrados, inclusive por
deputados. Nem deputados podem ter essa atitude na Casa. O policial militar
está ali para guardar as nossas vidas e para nos defender. Então, esse é o
papel.
Parabéns, parabéns a todos. A você,
Neri, meus parabéns.
O
SR. SARGENTO NERI - AVANTE - PARA COMUNICAÇÃO -
Presidente, só quero agradecer ao Gil. Gil, faz favor. Temos nossas diferenças
de pensamento, isso é normal, mas quero te agradecer e falar para você... Uma
vez, falei em uma reunião que um sargento é um amortecedor da tropa. E mostrei
aqui na Casa. O sargento amortece todas as pancadas do governo e do comando da
tropa. É ele que recebe tudo. Como sargento, vim aqui amortecer a pancada
deles. Então, obrigado, parabéns! Era o mínimo que eu esperava, de postura.
Você está de parabéns.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - O deputado
Carlão fez uma solicitação para que eu faça a desconvocação da sessão
extraordinária que está convocada para discutir o Projeto nº 1, de 2019, em
virtude de um acordo entre os líderes da Casa.
O que quero questionar aqui é se existe
anuência. Pelo que me foi passado, o acordo seria de dar mais uma hora como
discutido o projeto. O que questiono aqui é se existe anuência de todos os
líderes da Casa sobre esse acordo de dar por discutida uma hora a mais no
Projeto nº 01, de 2019.
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, apenas para dizer que há um acordo e também para que na
terça-feira, na extra, não se paute esse projeto. É o único pedido. “Eu vou
pedir, pois isso é prerrogativa do presidente”, eu disse aos deputados, mas que
eu iria pedir isso ao senhor, para que, se houvesse acordo de todos, na
terça-feira não tivéssemos a discussão desse projeto em sessão extraordinária.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Existe acordo
entre todos os líderes? Existe? Então, está desconvocada a sessão
extraordinária do dia de hoje. Só a desconvocação.
Continuamos com a discussão do
requerimento de urgência ao PL nº 182, de 2019, do Tenente Nascimento. Para
falar a favor do requerimento, o deputado Douglas Garcia tem a palavra.
O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa
tarde, Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, Srs. Deputados, público que
nos assiste na TV Assembleia e aqui presente nas galerias da Assembleia
Legislativa. Sejam muito bem-vindos.
Quero começar
minha fala parabenizando o líder do meu partido, Gil Diniz. Parabéns pela
atitude, tem nosso total apoio. Seja lá qual foi o assessor que destratou o
policial militar, ele deve sim ser exonerado. A Polícia Militar, e não só a
Polícia Militar, como também qualquer outro funcionário que trabalhe aqui na
Casa, merece total respeito.
Senhores,
quanto ao projeto de lei do nosso amigo deputado estadual Tenente Nascimento,
que é o Projeto de lei nº 182, de 2019, é um projeto bastante urgente.
Recebi uma
carta da Câmara Municipal de São Carlos, que pediu para que nós legislássemos a
respeito desse assunto, porque a questão da falta de autoridade do professor na
sala de aula está afetando, e muito, a educação, não só do estado de São Paulo,
mas também brasileira.
Esse projeto
dispõe sobre a proteção dos professores, servidores ou empregados da Educação
no âmbito do estado de São Paulo. Em que pese uma deputada do PT ter dito ontem
que não tenho conhecimento nenhum a respeito de Educação, acho que este ano
completa-se sete anos que concluí o ensino médio, então acho que não estou tão
distante assim da questão educacional. E também estou cursando o ensino
superior, no curso de Direito. Então, não estou tão longe assim para comentar
essa questão da Educação.
Parabenizo o
nobre deputado Tenente Nascimento por este projeto. É um projeto muito
importante para o estado de São Paulo, pois, de fato, a Educação no estado de
São Paulo está um caos e os professores não estão sendo respeitados.
A prova disso é
que nós tivemos aqui alguns casos que eu trouxe, dos mais polêmicos, em que
ocorreu uma agressão a um professor aqui na cidade de Lins, aqui no estado de
São Paulo. O professor Paulo Rafael Procópio, ele dava aula de geografia e na
Escola Estadual Otacílio Santana. Ele foi agredido por um estudante de 14 anos.
Infelizmente, não dá para mostrar sequer a imagem de como o professor ficou, a
situação do rosto do professor, que é uma imagem que realmente choca, é uma
imagem que traz muita revolta e você não consegue acreditar que um adolescente de
14 anos pode chegar a esse nível de agressão a um professor dentro da sala de
aula.
Além disso, não
muito distante da cidade de Lins, como aqui na capital também, nós tivemos um
caso que ocorreu no ano passado e trouxe muita revolta na Vila Gumercindo, na
zona sul da cidade de São Paulo, onde um estudante de 20 anos de idade do
Ensino Médio, secundarista de 20 anos de idade, estava agredindo o professor
durante o horário noturno. Ele não gostou da nota que recebeu do professor e
decidiu esmurrar o professor dentro da sala de aula. De 2014 a 2017, nós
tivemos 50.448 casos de violência no nosso Brasil dentro das salas de aula.
Isso dá em
média 34,5 casos por dia, ou seja, esse assunto é um assunto de extrema
importância para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e nós
precisamos nos debruçar sobre o tema. Eu gostaria aqui de puxar um gancho
também, caro deputado Tenente Nascimento, a respeito de um outro projeto que
também faz com que a autoridade do professor seja respeitada na sala de aula, que
a integridade física e moral do professor seja respeitada na sala de aula e que
já tramita também na Assembleia Legislativa, que é a respeito da criação de
colégios cívico-militares.
A minha
proposta, a minha ideia quando eu cheguei aqui na Alesp, é converter colégios
convencionais em colégios cívico-militares. Os detratores desse projeto
costumam dizer: “Nossa, mas isso vai trazer mais gastos ao estado. Um colégio
militar traz muito mais gasto que um colégio convencional”.
Um colégio
militar, quando é feito pelo Exército Brasileiro, de fato, ele traz um pouco
mais de gasto, porém, o padrão, a qualidade daquilo que é entregue pelo
estudante, o rendimento do estudante, é muito maior do que os convencionais.
Mas o que eu quero trazer aqui para a Assembleia Legislativa para que nós
tragamos esse modelo também para o estado de São Paulo, é a conversão de
colégios convencionais em colégios cívico-militares. Isso é diferente. De que
forma? Fazer uma parceria com a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança
Pública.
Assim como foi
feito no estado do Amazonas, no estado de Goiás, no estado de Alagoas. O estado
de Alagoas é o principal destacado, porque nós pegamos o pior colégio do estado
de Alagoas, que era uma escola completamente sucateada, o ensino era
completamente ruim. O pior colégio daquela região se tornou, após ser
convertido em colégio cívico-militar, no melhor colégio, no primeiro colocado
no Exame Nacional de Ensino Médio no estado de Alagoas. Então, nós queremos
trazer esse modelo aqui também, por quê?
Porque além de
nós melhorarmos o rendimento e a qualidade de ensino dos nossos estudantes, nós
também trazemos essa questão da proteção e do respeito aos nossos professores.
Eu não estou pedindo para nós pegarmos todos os colégios espalhados pelo estado
de São Paulo e convertemos em colégios cívico-militares. Não, apenas que nós
peguemos aqueles colégios piores avaliados no Saresp e aqueles em condições
precárias para a gente fazer esse método, conseguir convertê-los em colégios
cívico-militares.
E além dessa
melhoria da qualidade do ensino, esse projeto também traz mais segurança aos
professores, porque eu nunca vi caso nenhum, absolutamente nenhum, em colégios
cívico-militares de professores sendo agredidos por alunos, de professores
sendo agredidos por estudantes ou até mesmo briga entre os próprios alunos nas
instituições de colégios cívico-militares.
Então, esse é
um modelo também que nós podemos trazer para esta Casa além do projeto de lei
do deputado Tenente Nascimento, que traz essa proteção e respeito à autoridade
do professor dentro da sala de aula. Eu tenho aqui uma lista das dez melhores
escolas públicas de Goiás, em 2015. E dessa lista, nós temos aqui seis escolas
cívico-militares. Ou seja, das dez, seis escolas são cívico-militares.
Outra lista da
Bahia. Dessas dez melhores escolas públicas, oito são colégios
cívico-militares. Se isso está dando tão certo em outros estados, por que nós
não podemos trazer para o estado de São Paulo também? Agora, voltando ao tema
com relação ao projeto de lei do deputado Tenente Nascimento, há um projeto
sensacional, fica assegurada a autoridade do professor no local da sala de
aula.
A única coisa,
deputado, eu vou fazer algumas emendas com relação ao seu projeto. Sou 100%
favorável, porém eu defendo que deva haver, sim, algumas emendas, algumas
alterações.
Cabe ao
professor autorizar a entrada no local da sala de aula de pessoa que não seja
estudante ou integrante da instituição de ensino. Até aí tudo bem, porém, fica
um pouco subjetiva essa questão, porque o professor autorizaria qualquer pessoa
a entrar dentro da sala de aula.
Nós vimos,
recentemente, aconteceu aqui na semana passada, uma deputada federal do PSOL
visitou um colégio estadual aqui no estado de São Paulo. Não vou falar o nome
porque eu já estou cansado de tanto processo, mas ela visitou um colégio
público aqui no estado de São Paulo e adivinhem o que foi que ela fez? Ela foi
problematizar as ações do partido dentro do colégio estadual, dentro da escola
pública estadual.
Ela foi falar a
respeito de feminismo, foi pregar contra a reforma da Previdência, foi trazer a
pauta que o PSOL tanto defende para dentro de uma escola estadual. Aí eu
pergunto, uma escola é o local, de fato, onde os alunos devem aprender
português, matemática, biologia e tudo que compete um professor a ensinar, ou
um local onde uma deputada federal utiliza da audiência cativa dos alunos para
fazer proselitismo político?
E deputada
Valeria, adivinha só, eu liguei para essa escola e pedi para a diretora me
conceder o mesmo espaço para fazer uma palestra sobre o “Escola sem Partido”. A
diretora me respondeu, eu não vou nem falar o nome, me respondeu que
infelizmente não poderia me conceder esse espaço, porque ela não estava ciente
de que a deputada federal iria até aquela escola para poder, enfim, fazer o seu
proselitismo político, não é? O que para mim foi uma surpresa, porque não é a
primeira vez que essa deputada em questão, ela visita as escolas.
Então, Tenente
Nascimento, fica a minha preocupação com relação a isso, porque, infelizmente,
alguns deputados federais, outros deputados estaduais, algumas pessoas
mal-intencionadas, não somente parlamentares, mas militantes, principalmente de
esquerda, utilizam as escolas hoje não para tentar fazer com que os alunos se
tornem futuros acadêmicos, mas simplesmente para transformá-los em militantes
políticos.
Então, esse
artigo um pouco me preocupa, porque ficou um pouco subjetivo e o professor, ele
tem autonomia aqui para decidir quem é militante, quem não é militante, quem
vai fazer proselitismo político, quem não vai fazer proselitismo político,
então, de repente, a gente pode trabalhar em uma emenda para conseguir melhorar
isso daqui.
Outra questão
também, deputado, eu acredito que essa seja a última, é o inciso III, do Art.
3º, que fala de apreensão de objeto que der causa à perturbação. Nós tivemos
nesses últimos meses, não é, aqui o senhor coloca que o professor teria
autoridade para fazer apreensão de objeto que der causa à perturbação. De fato,
o aluno que estiver perturbando, o professor tem que ter total direito, tem que
ter total autoridade para retirar. O problema, deputado, é que nos últimos
meses nós tivemos alguns casos em que se o estudante não tivesse, por exemplo,
essa ferramenta, o celular, se ele não tivesse isso, ele não conseguiria
comprovar que ele estava sendo aliciado. Que o direito à liberdade de
pensamento não estava sendo transgredido se não tivesse essa ferramenta chamada
celular, porque o que nós tivemos, deputada Valeria Bolsonaro, nessas últimas
eleições de 2018, a quantidade de doutrinadores travestidos de professores que
utilizaram a audiência cativa dos alunos para falar que o Bolsonaro é nazista,
que o Bolsonaro é fascista, não é? Para tentar radicalizar a situação dentro da
sala de aula.
Teve um caso
aqui na cidade de São Paulo, um estudante amigo meu, secundarista, o nome dele
é Gabriel, não vou revelar o segundo nome para não deixá-lo numa situação
complicada, que o professor chegou a chamar o aluno de nazista dentro da sala
de aula, não é? Você imagina a situação, o professor é autoridade, ele não pode
utilizar da autoridade dele para tentar constranger os alunos.
Então, esse
artigo um pouco me preocupa, porque eu acredito que gravações em sala de aula
não impactam tanto a questão de ensino, porque o professor, quando ele não faz
nada de errado, ele não tem o que esconder. Se o professor não utiliza do
discurso dele para fazer proselitismo político, ele não tem o que esconder.
E outra coisa,
nós vivemos em novos tempos, não é? Outras tecnologias. Eu acredito que até
para o maior aprimoramento estudantil, para a gente que está na faculdade é
permite, os professores permitem fazer gravação e etc para posteriormente fazer
um melhor estudo. Acredito que isso pode ser levado também para as escolas públicas
do estado de São Paulo.
Esses são os
dois únicos dispositivos dessa lei que me preocupam, não é? A gente pode
conversar posteriormente a respeito disso, trabalhar aqui em uma emenda, mas a
gente não pode trabalhar a questão da Educação olhando para classe, para a
categoria dos professores, como se todos eles estivessem empreendidos em
melhorar a qualidade. É diferente, bem diferente, porque nós precisamos separar
aquilo que é professor e aquilo que é doutrinador.
Infelizmente,
alguns deles têm utilizado a audiência cativa dos alunos não para prepará-los
para o ensino superior, não para prepará-los para entrar em uma faculdade, em
uma USP, em uma Unifesp da vida, mas simplesmente para doutriná-los, para
colocá-los dentro de ônibus e invadir o Palácio dos Bandeirantes, tentar
invadir o Palácio do Planalto, como a gente viu acontecendo ano passado,
diversos estudantes na Esplanada dos Ministérios cometendo quase que atos de
terrorismo, explodindo tudo. Infelizmente isso acontece.
Então, fica
aqui registrado, Tenente Nascimento, a minha proposta de a gente trabalhar
essas duas emendas para esse projeto, porque eu acho que é um projeto
sensacional, muito importante, além, é claro, de a gente trabalhar a questão da
criação de colégios cívico-militares para que a autoridade do professor seja
respeitada na sala de aula.
Quero adiantar
também que já estou protocolando outro projeto, que retira, para não deixar de
forma alguma que Paulo Freire venha a ser colocado como patrono da Educação
paulista. A gente já viu que esse método infelizmente não funciona. Esse método
não funcionou, esse método nunca vai funcionar.
Nós temos aqui
a Educação do estado de São Paulo, um verdadeiro caos, a Educação brasileira um
verdadeiro caos e o Brasil nos últimos lugares no exame do Pisa. Tudo isso tem
um responsável.
O responsável a
gente olha naquilo que se reflete ao patronato da Educação brasileira. Aliás,
quando eu olho para o patronato da Educação brasileira, eu tenho certeza de que
escolheu o patrono certo. Enquanto a nossa Educação estiver um verdadeiro caos,
o Brasil formando e formando mais analfabetos funcionais, Paulo Freire está no
lugar devido. Mas, se Deus quiser, ainda nesses próximos quatro anos nós
tiraremos e traremos para o estado de São Paulo e para o nosso Brasil a
educação de qualidade que nós merecemos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Continua em
discussão. Para falar a favor do requerimento, o nobre deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente, nossos colegas servidores mais uma vez da Emplasa, na
luta contra o PL 01, que é o desmonte do Estado, o PLC 32 também, contem com
nosso total apoio, as outras empresas estatais que estão nesse pacote de
desmonte.
Sr. Presidente,
rapidamente, antes de aprovar a urgência ao projeto do deputado Nascimento, eu
gostaria de manifestar o meu total repúdio e indignação à nomeação pelo
ministro da Educação, sinistro da Educação, porque saiu, deputado José Américo,
um sinistro da Educação e entrou outro sinistro, tão pior quanto, nessa ala
psiquiátrica do governo Bolsonaro.
Ali tem uma ala
psiquiátrica, que é o próprio presidente com seus filhos, que são os defensores
das milícias, os milicianos. Nós temos outro setor da ala psiquiátrica, que é o
Ministério das Relações Exteriores - o ministro Araújo faz parte dessa ala dos
lunáticos. Nós temos a Damares, que nem se fala, aquela ministra da cidadania,
que é uma vergonha nacional e internacional, e esse Ministério, Sr. Presidente,
esse Ministério da Educação.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência me concede um
aparte?
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dentro de alguns instantes,
deputada Janaina, com todo o prazer.
Aí tem outra
ala, infelizmente, na nossa área de atuação, que é a área da Educação, que está
totalmente à deriva. Então o Bolsonaro tirou, logicamente porque estava
insustentável a presença dele, desse ministro colombiano, mas colocou um tão
pior quanto. Houve a troca de seis por meia dúzia.
Esse ministro
atual, deputados e deputadas, nomeou para o Inep, que é um órgão importante do
Ministério da Educação, um delegado da Polícia Federal. Um delegado da Polícia
Federal no Inep. Um absurdo. Nem os militares fizeram isso, nem a ditadura
empresarial-militar teve essa ousadia, colocar um delegado da Polícia Federal
no órgão educacional estratégico para a Educação brasileira. Isso é um absurdo.
Nada contra os
delegados, mas o delegado cumpre uma função na área dele, da Segurança Pública,
não na área da Educação. Isso é um retrocesso, isso é um ataque frontal à
Educação brasileira, mas eu entendo, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, porque o Bolsonaro faz isso. E aí, nunca é o Darcy Ribeiro, o grande
antropólogo brasileiro, o grande educador, grande sociólogo, que tem uma
produção vastíssima. Aliás, para quem pretende conhecer o Brasil, tem que ler
Darcy Ribeiro.
A
obra do Darcy Ribeiro, juntamente com a obra de Florestan Fernandes, de Sérgio
Buarque de Holanda, de Caio Prado Júnior, de Celso Furtado, essas obras são
fundamentais para que a gente consiga entender o Brasil, a formação política,
econômica e social do Brasil e entender o Brasil atual.
E
o Darcy Ribeiro tem a famosa frase de que a crise na Educação não é uma crise;
na verdade, é um projeto das elites econômicas. O que o Bolsonaro está fazendo
é isso, está produzindo mais crise na Educação, ele está promovendo um grande
desmonte da Educação nacional.
Então,
ele faz esse diversionismo com essa ala psiquiátrica do governo, para tirar o
foco da principal discussão, que é a reforma da Previdência, as privatizações,
a venda das nossas estatais e das nossas riquezas naturais, a venda do Brasil.
Ele tira o foco, tirando um pouco a nossa atenção, deputada Erica Malunguinho,
das questões principais hoje, no Brasil, principalmente da pauta econômica.
Então,
eles criaram o diversionismo. Agora, a pauta principal do governo foi
apresentar um projeto de ensino domiciliar, como se fosse a coisa mais
importante da Educação brasileira, ou ficam fomentando e estimulando debates
sobre essa bobagem que é o Escola sem Partido que, na prática, significa
introdução da censura e da mordaça.
É um ataque frontal ao Magistério e aos
professores de todo o Brasil essa proposta de Escola sem Partido, ideologia de
gênero nas escolas. Aí já é o diversionismo para desviar o foco do principal
problema da Educação, que é a questão do financiamento público da Educação, que
é a questão da universalização do acesso das nossas crianças à Educação
infantil, que estão fora das creches, fora da pré-escola, fora do ensino
fundamental, universalização do acesso ao ensino fundamental.
Nós
temos milhões de crianças que ainda que não têm acesso a uma escola pública no
Brasil, no ensino médio, no ensino superior. Nós queremos debater a questão da
gestão democrática da escola pública, que também é uma questão totalmente
escanteada hoje no Brasil, a questão da valorização dos profissionais da
Educação e do Magistério, que está sendo atacado pelo Bolsonaro, agora, nessa
criminosa proposta de reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria
especial do Magistério.
Uma
professora, por exemplo, que se aposenta hoje com 50 anos de idade e 25 anos de
contribuição, deputado Tenente Nascimento, pela proposta do fascista, do
nazista Bolsonaro, ela vai trabalhar dez anos a mais. Ela só vai poder se
aposentar com 60 anos de idade, se ela quiser a integralidade dos seus
vencimentos.
Deputada
Valeria Bolsonaro, V. Exa. é professora da Rede Pública de Ensino de Campinas;
outro dia nós conversamos. Então, as suas colegas da Rede Municipal de
Campinas, professoras, se a proposta for aprovada, elas terão que trabalhar 40
anos, não mais vinte e cinco. Quarenta anos de contribuição para ter a
integralidade dos vencimentos na aposentadoria, e ter 60 anos de idade, não
mais 50 anos. É uma proposta criminosa que ataca frontalmente o Magistério
brasileiro, tanto das escolas públicas, como das escolas privadas.
Os
professores também serão afetados, logicamente, com a idade de 60 anos. Enfim,
a proposta da reforma da Previdência representa o fim da aposentadoria no
Brasil. Se ela for aprovada, ninguém aqui mais vai se aposentar. Preparem-se
aqui para o fim da aposentadoria. Essa é a proposta do projeto de
capitalização, do neoliberalismo selvagem do Paulo Guedes, que se inspirou lá
no Chile, naquela proposta que não deu certo, que está levando milhares de
velhinhos aposentados ao suicídio, no Chile.
É
disso que se trata a proposta do Bolsonaro da reforma da Previdência Social,
mas voltando aqui à questão da Educação, nós estamos à deriva, e estamos também
com um processo de desconstrução do que já foi construído aqui, que já não era
grande coisa.
Já não era
grande coisa, o nosso piso nacional salarial é uma vergonha, é de 2.557 reais
por 40 horas semanais de trabalho. Isso é uma vergonha, e mesmo isso, por
exemplo, aqui no estado de São Paulo, não é pago. O professor da rede estadual
não tem aqui acesso ao piso nacional salarial.
Foi por isso
que nós ganhamos na Justiça, aqui no Tribunal de Justiça, uma ação obrigando o
estado a dar um reajuste de 10,15%, só que o Governo, o ex-governador Geraldo
Alckmin, recorreu no Supremo Tribunal Federal e interditou esse reajuste.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência concede um
aparte? É realmente importante.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Já vou terminar, porque tem que
votar ainda a urgência do deputado Nascimento, antes das sete horas. Mas então,
quero manifestar o nosso total repúdio à nomeação de um delegado da Polícia Federal
para o Inep, órgão que controla o Enem. Isso é uma vergonha inadmissível. É
execrável. A Educação do Brasil está sendo destruída por esse governo, por essa
ala psiquiátrica do governo Bolsonaro, que está a serviço do grande capital
nacional e internacional, está a serviço da exploração econômica do povo
brasileiro.
Concedo a
palavra, logicamente, à deputada Janaina Paschoal, que é professora da
Universidade de São Paulo. É importante ouvir a deputada professora, educadora,
em relação a esse governo. Eu até quero elogiá-la, porque V. Exa. fez críticas
já ao governo Bolsonaro. Gostei da coerência de Vossa Excelência.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Sim. Eu peço cinco minutos de
prorrogação da sessão, Excelência. É possível?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - É possível? Coloco em votação a
prorrogação da sessão por cinco minutos. Os favoráveis permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Eu
gostaria, deputado, de fazer uma solicitação a Vossa Excelência. Vossa
Excelência, como qualquer um de nós aqui, tem todo o direito de ser contundente
nas ideias, mas eu ando muito incomodada com o excesso de adjetivos que V. Exa.
utiliza, e eu fico pensando até que ponto um educador usar tantos adjetivos
constitui um exemplo positivo para os alunos deste País.
Vossa
Excelência utilizou adjetivos como nazista, fascista, ala psiquiátrica, loucos
e outros tantos. Eu fico magoada, não é pelas pessoas, porque... É pela fala. É
agressivo, é desnecessário, e vem de um educador, Excelência. De todas as falas
de Vossa Excelência, as que mais estão me machucando são as que dizem respeito
à ministra Damares.
Eu tenho
divergências para com a ministra Damares, já falei em entrevistas, já falei
para ela pessoalmente, mas ela é uma mulher de origem simples, ela é uma mulher
trabalhadora, ela é uma mulher que foi vítima, ela é uma mulher que tem
bandeiras importantíssimas de defesa dos nossos jovens.
Eu entendo que
ela merece ser respeitada como cidadã, como mulher, como profissional, e toda
vez que V. Exa. se dirige a ela como alguém da ala psiquiátrica, como alguém,
sabe, que não merece o devido respeito, V. Exa. ofende também a mim, e não tem
nada a ver com partido. É porque é uma mulher que está defendendo suas ideias.
Então, eu rogo
a Vossa Excelência respeito. Vamos discutir pesadamente as ideias, vamos
brigar, isso é natural, isso é saudável, mas, por favor, use menos adjetivos,
especialmente com a ministra Damares. Ela não merece esse tratamento. Por
favor.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Está acabando o meu tempo,
deputado Cauê Macris, mas é a primeira vez que eu vejo alguém tendo a coragem
de defender essa ministra Damares. Eu acho um absurdo. Ela é uma vergonha
nacional, deputada Janaina. Como que a senhora consegue defender essa ministra?
O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Pela ordem. Vossa Excelência me dá um aparte?
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Ela tem propostas bizarras e
patéticas para o Brasil para a área que ela representa. Para nós, é uma
vergonha uma ministra como essa, que envergonha o Brasil.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência, fale das ideias,
e não da pessoa. Vossa Excelência é um professor.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - E V. Exa., o que é?
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência é um professor.
Ensine os alunos a respeitar.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada Janaina.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presidente, é a minha opinião.
Vossa Excelência quer que eu tenha mordaça? Vossa Excelência quer me censurar.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - A palavra está com o deputado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Deputado José Américo, a
deputada Janaina quer me censurar aqui na tribuna. Deputado Cauê Macris, estou
sendo censurado, Cauê Macris. Estou sendo censurado. É um absurdo.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vou pedir à deputada Janaina...
Preservado o seu tempo, deputado Giannazi. Só lembrando que todos os deputados
podem apartear quem está na tribuna. Precisa se pedir, com a anuência do
orador. A deputada Janaina pode usar a palavra depois. A gente tem algumas
regras. Vossa Excelência tem a palavra. E vamos garantir a palavra de todos
aqueles que estejam na tribuna.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - É que não vejo a mesma veemência
da deputada Janaina em criticar, por exemplo, o que o ministro da Justiça está
fazendo. Requisitou a Força Nacional para reprimir os índios lá em Brasília,
agora, vai ter manifestação. Não vejo a mesma veemência da deputada Janaina
criticando a relação da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro.
Onde está a
deputada Janaina, que não faz críticas veementes ao presidente Bolsonaro que,
em muitos momentos, já se manifestou uma pessoa racista, homofóbica, machista?
Tem vários exemplos. Posso colocar os vídeos dele agredindo mulheres,
homossexuais; atacando a comunidade LGBT, índios; ridicularizando esses
setores.
Não vejo a
deputada mobilizada nesse sentido. Mas me atacando porque estou representando,
na minha fala, a indignação do povo brasileiro, que está sendo massacrado pela
violência da reforma da Previdência Social, o desmonte da Previdência, as
privatizações, e toda essa política de desmonte do estado brasileiro, sobretudo
na área da Educação. Um delegado da Polícia Federal, no Inep, isso é
inadmissível. Não quero atrapalhar a aprovação do pedido de urgência do
deputado Nascimento. Por isso vou encerrar a minha fala agora. Mas quero voltar
a esse debate com a deputada Janaina para a gente continuar esse debate em
relação à ala psiquiátrica do governo Bolsonaro. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Coloco em
votação o requerimento de urgência do Projeto de lei nº 182, de 2019. Os
deputados favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Encerrada a discussão, foi em votação.
O
SR. CARLOS CEZAR – PSB - Pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pela ordem, o
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR –
PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Para uma
comunicação, Sr. Presidente. Vi a manifestação do deputado Carlos Giannazi,
falando que ninguém defende a nossa ministra dos Direitos Humanos, a Damares
Alves. Quero dizer que sou um admirador da ministra. Lamento muito que ela foi
destratada numa comissão na Câmara dos Deputados.
Lamento muito
as palavras do deputado Giannazi, que não conhece a ministra Damares, que é uma
pessoa séria, que foi zombada pela sua fé e pelo trabalho que ela desenvolve;
pelo trabalho que ela faz, não agora, que assumiu como ministra, mas ao longo
de vários anos.
Então, quero me
somar à deputada Janaina, que é uma pessoa extremamente séria e competente, que
tem trabalho na Câmara dos Deputados há muitos anos, não apenas em defesa dos
princípios cristãos, mas também com os indígenas, com as mulheres que são
abandonadas, com as crianças, contra a pedofilia. É alguém que tem projeto para
esse País.
Sou um
admirador da ministra Damares Alves e creio que ela merece ser respeitada,
sobretudo na sua fé. Alguém zombou porque ela falou que encontrou Jesus na goiabeira.
Jesus pode estar na goiabeira, no quatro de hospital, pode estar onde quer que
a pessoa esteja. Ele continua sendo o mesmo. Eu sou um admirador da ministra
Damares Alves.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputada
Valeria, só lembrando que temos mais dois minutos de sessão. Mas dou a palavra
a Vossa Excelência.
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - É coisa rápida. Eu só queria fazer uma colocação. Consultei
a doutora Janaina. Não vou mais admitir ofensa pessoal à minha família.
O que o senhor
acha ou o que o senhor deixa de achar, é bom que seja guardado para você.
Inclusive, como pessoa, como educador que se apresenta, que bate na mesa
dizendo que é. Todos esses adjetivos que V. Exa. tem proferido aqui, espero que
sejam guardados para Vossa Excelência.
Aqui tem que
ter respeito. Porque, se continuar dessa forma, vou pedir a quebra de decoro,
vou entrar com processo por injúria e difamação. Porque é isso que o senhor,
sem o menor respeito, a qualquer um que seja, fica falando aqui neste plenário.
O mínimo de respeito que o senhor, como educador, deve demonstrar neste
plenário e para o seu público e para o meu também. Desta forma, o senhor
ofende, inclusive, a minha classe de professores, que não é a baixaria que o
senhor está representando aqui.
Então, eu peço
a gentileza, educadamente, que o senhor pare de se referir dessa forma, porque
ninguém aqui é obrigado a escutar os adjetivos que o senhor acha que pode falar
para qualquer pessoa aqui dentro. Eu peço o mínimo de respeito.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o
tempo da presente sessão, se dá por encerrados os trabalhos. Essa Presidência
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a
mesma Ordem do Dia de hoje. Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 19 horas e 05
minutos.
*
* *