24 DE ABRIL DE 2019
9ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: CAUÊ MACRIS
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anuncia a presença do Sr. Ricardo Salaro, prefeito de São Manuel,
acompanhado de seu secretário de Comunicação e de seu secretário de Finanças,
Srs. Tony e Cláudio, a convite do deputado estadual Frederico d'Avila.
2 - MARCIO DA FARMÁCIA
Para comunicação, saúda o prefeito de São Manuel e questiona
trâmites da sessão.
3 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz esclarecimentos ao deputado Marcio da Farmácia.
4 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, faz questionamentos sobre o protocolo de
emenda aglutinativa ao PL 1/19.
5 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Faz esclarecimentos ao questionamento da deputada Janaina
Paschoal sobre o momento de apresentar emenda aglutinativa. Anuncia a discussão
do PL 1/19.
6 - PROFESSORA BEBEL LULA
Discute o PL 1/19.
7 - MÁRCIA LULA LIA
Discute o PL 1/19.
8 - MÁRCIA LULA LIA
Requer verificação de presença.
9 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Indefere o pedido, ante a evidência de quórum.
10 - ED THOMAS
Para comunicação, faz apelo contra o fechamento de delegacia
da Receita Federal em Presidente Prudente, com sua posterior transferência para
a cidade de Araçatuba.
11 - BARROS MUNHOZ
Discute o PL 1/19.
12 - BRUNO GANEM
Para comunicação, condena a criminalização dos votos de
parlamentares nesta Casa. Defende a aprovação do PL 4/19, referente à política
salarial dos agentes fiscais de renda.
13 - JANAINA PASCHOAL
Para comunicação, discorda do posicionamento do deputado
Bruno Ganem a respeito do PL 4/19.
14 - RICARDO MELLÃO
Para comunicação, rebate a fala do deputado Bruno Ganem.
Manifesta-se contrariamente ao PL 4/19.
15 - MARCIO DA FARMÁCIA
Para comunicação, faz coro ao posicionamento do deputado
Bruno Ganem em defesa dos direitos dos fiscais de renda.
16 - CARLÃO PIGNATARI
Para comunicação, rebate o discurso do deputado Ricardo
Mellão. Comenta caso de vice-governador de Minas Gerais, membro do Partido
NOVO, que utilizou helicóptero de forma indevida.
17 - TEONILIO BARBA LULA
Discute o PL 1/19.
18 - CARLÃO PIGNATARI
Discute o PL 1/19.
19 - CARLÃO PIGNATARI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Anota o pedido.
21 - JOSÉ AMÉRICO LULA
Para comunicação, faz críticas à reforma da previdência
proposta pelo presidente Jair Bolsonaro, considerando que os maiores
prejudicados deverão ser os mais pobres.
22 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido do deputado Carlão Pignatari. Levanta a
sessão.
*
* *
- Abre a sessão o Sr.
Cauê Macris.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Por sugestão do nobre deputado Frederico d'Avila, estamos recebendo, a convite
dele, o prefeito Ricardo Salaro, prefeito de São Manuel. Uma salva de palmas
para o prefeito. (Palmas.) Prefeito, obrigado pela sua presença. Ele está
acompanhado do seu secretário de Comunicação e do seu secretário de Finanças, o
Tony e o Cláudio.
O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE -
Presidente, cumprimentar o prefeito. Eu sou quase vizinho de Reginópolis, ali
pertinho de você. Seja bem-vindo à Assembleia Legislativa.
Presidente,
queria fazer o encaminhamento aqui do deputado Bruno, para falar em nome do
PODEMOS.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Neste momento, como nós trocamos... Talvez eu não tenha sido... Nós trocamos de
projeto. Na verdade, na sessão ordinária, nós estávamos discutindo um projeto e
na extraordinária nós estamos agora discutindo o Projeto 1/19. O Projeto 1/19
ainda está no processo de discussão. Então, se o deputado Bruno quiser se
inscrever aqui para discutir o projeto, ele pode se inscrever.
Pelo tempo
remanescente, convido a deputada Bebel para usar a palavra pelo tempo de 3
minutos e 29 segundos.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
Uma comunicação, Sr. Presidente, enquanto a deputada...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Enquanto a deputada Bebel vai à tribuna, tem a palavra para comunicação a deputada
Janaina.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL -
PARA COMUNICAÇÃO - Na verdade, é quase um pedido de esclarecimento, pelo
seguinte. Esta semana eu sentei com o deputado Carlão Pignatari, que me mostrou
uma minuta de uma emenda aglutinativa referente ao PL 1, que é um assunto de
que nós temos tratado aqui reiteradamente. A emenda está indo por um bom
caminho, tornando um pouco mais claro o PL relativamente às três primeiras
empresas.
A minha
pergunta é a seguinte: se está tendo um trabalho em cima de uma emenda
aglutinativa, nós vamos discutir o quê? Não seria melhor aguardar essa emenda
aglutinativa e a gente falar sobre ela, excelência?
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputada Janaina, na verdade, a emenda aglutinativa só pode ser apresentada, de
fato, durante o processo de discussão. Então, o processo de discussão nada mais
é do que o lugar em que os deputados colocam as posições e as divergências,
para que se construa durante o processo de discussão uma emenda que resolva
parte dos problemas que possam ser feitos durante a discussão. Aí, sim, ao
final da discussão, se protocola a emenda. A discussão é justamente para
construção da emenda. Você só consegue saber quais são as dificuldades dos projetos
com as falas dos deputados, sejam favoráveis ou contrárias. É por isso que a
emenda aglutinativa só se protocola ao final da discussão.
Todas as outras
emendas, antes de passar por comissões, são feitas anteriormente. O papel da
aglutinativa é para se protocolar e se discutir depois da discussão, senão não
faria sentido a emenda aglutinativa ser protocolada ao final da discussão,
quando ela deveria ser protocolada no começo da discussão. O Regimento é claro
quanto a isso.
Com a palavra a
deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, nobres deputados, nobres deputadas, público presente, o objeto da
minha fala é exatamente esse público, o que eles têm por detrás, que é
exatamente a privatização de seis empresas.
Eu
quero dizer para os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que nós não podemos
aceitar que empresas que cumpram um papel fundamental no desenvolvimento do estado
de São Paulo sejam privatizadas. Aliás, é de se perguntar: por que privatizar
empresas como a Emplasa, como o Sifuspesp, como também a CPOS - a Companhia
Paulista de Obras e Serviços -, a Imesp, a Prodesp? Todas essas empresas têm
produzido. Vejam bem, senhores.
A
Prodesp é o processamento de dados, é o coração do Estado, porque ali estão os
dados dos cidadãos paulistas, das empresas e tudo. Então, entregar para a
iniciativa privada... Qual é o objetivo disso? Eu não tenho dúvida, senhores e
senhoras, que isso é - e repito - fatura de campanha. E vocês - me dirijo aos
funcionários - não podem ficar à deriva dessas promessas. Toda vez que um
governo do PSDB ganha as eleições, pronto: vem uma fatura de campanha. A
anterior foi desoneração de empresas. Nós temos aí um furo, no que diz respeito
à sonegação de impostos.
Este
governador, o atual eleito, tem como fatura de campanha privatizar, entregar
para a iniciativa privada as empresas que estão funcionando bem. Então, não dá
para concordar, porque por detrás das empresas tem pessoas, tem vidas, tem
empregos, tem pessoas que somaram para que esse estado de São Paulo andasse.
Por isso, eu, como professora, costumo dizer: hoje, são vocês; amanhã, seremos
nós. (Manifestação nas galerias.)
Há
pouco tempo, nós tínhamos, por exemplo, um tal de contrato de impacto social na
Educação. E quero fazer jus ao ex-secretário da Educação, que foi o
desembargador que assumiu a Secretaria da Educação, Dr. Nalini. Ele assumiu
contrariamente, junto com a Apeoesp e disse: “não há contrato de impacto social
se os professores estão dizendo que não tem acordo”.
Portanto,
não tem acordo com a privatização. E recebam vocês o apoio da bancada do
Partido dos Trabalhadores, contra a privatização dessas empresas que têm um
papel fundamental no desenvolvimento do estado de São Paulo. Muito obrigada.
(Manifestação nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Para discutir contra, a nobre deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez, boa tarde aos deputados, às
deputadas. Esse projeto de lei que nós estamos discutindo agora, na sessão
extraordinária, o PL 01, é um projeto de lei extremamente complicado, porque,
no fundo, ele pretende ser um cheque em branco assinado por esta Casa para o
Sr. Governador, porque ele está numa política de desestatização de todas as
empresas. E, nessa política, ele pretende privatizar tudo aquilo que for
possível, e a gente está extremamente preocupado, porque o patrimônio público
tem que dar estrutura para que o Governo do Estado consiga manter os seus
serviços essenciais.
Nesse projeto de lei, especificamente, nós temos a solicitação do Governo
do Estado para que a gente possa autorizá-lo a alienar as ações, de propriedade
do Estado, de seis empresas: da CPOS, que é a Companhia Paulista de Obras e
Serviços, da Emplasa, que é a
Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, que cumpre um papel
fundamental, é a cabeça do estado de São Paulo, é a cabeça pensante do estado
de São Paulo. Ele pretende privatizar a Dersa, que é o Desenvolvimento
Rodoviário do Estado de São Paulo. A gente sabe de todos os problemas que
aconteceram na Dersa.
Quero
perguntar se o argumento que se utiliza para privatizar a Dersa é que a Dersa
não cumpre mais o seu papel; se ela, num determinado momento, ficou
deficitária. Agora, se ela ficou deficitária, as pessoas que a gerenciaram, que
geriram a empresa, são as grandes responsáveis por tudo que aconteceu naquela
empresa. A gente sabe das histórias escabrosas do Paulo Preto, as histórias
escabrosas que aconteceram nessa gestão.
Nós
temos também a Codasp, que é a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado
de São Paulo, que cumpre um papel fundamental no desenvolvimento da Agricultura
no estado de São Paulo. Também no bojo desse projeto de lei, temos o Imesp, que
é a Imprensa Oficial do Estado, e a Companhia de Processamento de Dados, que é
a Prodesp, que é quem tem a informação sistematizada no estado de São Paulo.
Portanto,
seis empresas fundamentais: uma na área rodoviária, outra na área de
Planejamento, outra na área de obras e serviços, outra na área na Imprensa
Oficial do Estado, a outra que é o gerenciamento de todos os dados do estado de
São Paulo, quem faz a folha de pagamento, quem organiza tudo aquilo que depende
de informação no estado de São Paulo.
Nós
discordamos, terminantemente, não só da privatização dessas empresas, da
extinção dessas empresas, mas, de forma muito significativa, nós discordamos do
método, do processo, da forma como esse projeto de lei chegou a esta Casa.
Estão tentando nos enrolar, estão tentando passar um tapetão aqui para que a
gente vote a extinção e o fim dessas empresas.
Eu
queria colocar um dado muito importante que é o que isso significa, do ponto de
vista acionário e do ponto de vista do patrimônio dessas empresas, para o estado
de São Paulo. A composição acionária dessas empresas é da ordem de dois bilhões
e 760 milhões de reais. Portanto, são empresas extremamente importantes, que
têm um patrimônio considerável.
Dessas
empresas, a Emplasa, como ela não é uma empresa que tem como seu escopo
principal a geração de lucro e a geração de recursos para os cofres do Governo
do Estado de São Paulo, mas é pensar a região metropolitana, é planejar as
regiões metropolitanas, ela não tem nenhuma obrigação de ser uma empresa
superavitária. Ela não tem essa obrigação, porque a Emplasa é uma empresa de
prestação de serviços para o próprio governo, para as prefeituras e para os
órgãos oficiais do Estado. Então, quem é que cumpre o papel de colocar recursos
para que a Emplasa funcione adequadamente?
São
os nossos tributos. É aquilo que a gente paga de ICMS, é aquilo que a gente
paga quando compra e vende um imóvel, é aquilo que a gente paga quando a gente
paga o IPVA. São os impostos que têm que cumprir a função de cobrir as despesas
oriundas de uma empresa de planejamento, assim como a Prodesp, e também alegam
que a Codasp é outra empresa que não cumpre a sua “necessária” lucratividade,
que ela também deixa a desejar do ponto de
vista de ser uma empresa superavitária.
A
gente entende o papel do governo, e a gente aqui quer fazer um parênteses, e
uma abertura para que a gente possa conversar, porque se a gente ficar sem a
Codasp, nós teremos problemas no estado de São Paulo, e a gente sabe - nós não somos
bobos - que a ideia é passar os serviços que são realizados pela Codasp, passar
esses serviços para iniciativa privada, para que empresas privadas possam
realizar esse serviço.
A
experiência deste país tem demonstrado que a privatização... Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Tenho um pedido da deputada Márcia Lula Lia para que os deputados no plenário
possam prestar atenção na fala dela.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA
- PT -
Então, como eu estava dizendo, a Codasp é fundamental para a manutenção do
atendimento das nossas estradas rurais, é fundamental no interior do estado de São
Paulo, onde a gente
tem quilômetros e quilômetros de estradas de terra dentro dos assentamentos,
dentro das propriedades rurais, e nós não podemos prescindir do trabalho da
Codasp, até porque a iniciativa privada só visa lucro, ela não visa, de forma
alguma, a prestação de serviços para atender o usuário.
A
gente sabe, eu tenho tido inúmeros problemas com a CPFL, temos tido problema
com os telefones móveis, que são concessões que foram feitas, que foram
entregues à iniciativa privada, e, muitas vezes, a gente não tem nem onde
reclamar da má qualidade da prestação dos serviços. Então, é muito temerário a
gente discutir a privatização, a extinção das empresas, a cisão, a fusão de
algumas empresas, porque, inclusive, principalmente...
A SRA. MÁRCIA LULA LIA
- PT -
Sr.
Presidente,
eu gostaria de pedir uma verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Nós temos quorum neste momento.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA
- PT -
Tem quórum?
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputada,
é a Mesa que diz que tem quorum, o tempo de V. Exa. está correndo.
A
SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Pois não. Então, voltando aqui ao debate, nós
temos, nessas seis empresas, aproximadamente 3.604 servidores que serão, de alguma forma,
disponibilizados. Foi dito para nós, em algumas reuniões que a gente participou,
em alguns diálogos que a gente fez aqui nesta Casa, que a grande maioria dos
servidores dessas empresas que serão extintas são servidores que já poderiam
ter saído do serviço, porque a grande
maioria, segundo as informações que nos foram prestadas, são servidores
aposentados, são servidores que já não têm mais função "profissional” para
as empresas.
Eu
quero dizer que o Brasil carece de conhecimento. O Brasil carece de pessoas
preparadas, que, muitas vezes, dedicaram a sua vida à pesquisa, dedicaram sua
vida a planejamento, tem uma expertise naquilo que fazem, naquilo que falam.
Então, despender dessas pessoas tão importantes para o estado de São Paulo, que
acumulam uma riqueza de conhecimento infinita, é extremamente triste para o
estado de São Paulo.
Hoje,
pela manhã, a gente fez uma audiência pública. É bom que o pessoal da Emplasa,
o pessoal da CPOS, o pessoal do sindicato, as pessoas que estão aqui, saibam: o
pessoal do Meio Ambiente e da Agricultura também estão sofrendo.
Os
servidores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e os servidores da
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente estiveram conosco até as 2 horas
da tarde, numa audiência pública, onde discutimos a falta de transparência, a
falta de organização, a falta de diálogo com os servidores dessas duas pastas.
Receberam
a informação de que, por meio de um decreto, algumas coordenadorias passariam
do Meio Ambiente para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. É uma grita
geral. Tivemos mais de 200 pessoas conosco, hoje, na nossa audiência pública.
Pessoas, sindicatos, associações, representações.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Mais uma vez, peço aos deputados do plenário que, se quiserem fazer qualquer
reunião paralela ao discurso e ao debate que está sendo feito que, por favor,
não o façam em plenário.
A SRA. MÁRCIA LULA LIA - PT - Obrigada. Essa falta de transparência, essa falta de diálogo com os
conselhos, com a participação social, tudo isso é contestável na Justiça. E, se
não houver a possibilidade de um acordo, de um diálogo franco e aberto, vamos
enfrentar esse autoritarismo na Justiça. Vamos enfrentar nesta Casa, e vamos
enfrentar esse autoritarismo na Justiça.
Devo dizer que a deputada
Beth Sahão trouxe uma informação, na nossa audiência pública de hoje, que é
gravíssima. Já foram expedidos 170 decretos. Decreto é coisa que vem de cima
para baixo. É autoritarismo. Decreto não dialoga nem com esta Casa. Se
pretende, em algumas situações... Falo com a nossa advogada. Em algumas
situações, estão usando decreto para mudar a lei. O senhor sabia disso,
deputado Vinícius?
Decretos estão sendo
utilizados para modificar leis. Isso não pode. A gente sabe que só lei pode
modificar lei. Só lei derruba outra lei. Uma lei que substitua a outra lei.
Decreto não pode, de forma alguma, fazer essas modificações na lei. Porque a
lei está hierarquicamente acima dos decretos. Então, vamos estudar todas essas
matérias, vamos enfrentar esse debate nesta Casa. E, no que depender da bancada
do Partido dos Trabalhadores, não vamos aprovar esse projeto.
Queremos o desmembramento
desse projeto. (Palmas.) Queremos e exigimos que esse projeto venha para esta
Casa, para que possamos discutir uma a uma das empresas. O que será feito com
os servidores? O que será feito com o patrimônio? Como será colocado o
patrimônio à disposição? Como as pessoas serão utilizadas e aproveitadas dentro
de outra estrutura? Seja na Secretaria de Planejamento e Gestão, seja em outra
secretaria, que seja. Portanto, vamos votar contrariamente ao projeto.
Espero, sinceramente, que os
deputados desta Casa tenham o mesmo compromisso e o mesmo comprometimento com
3.604 servidores que estão vendo, do dia para a noite, a situação de várias
empresas - que são importantes para a estrutura do estado de São Paulo - serem
entregues nessa política de desestatização do estado de São Paulo.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. ED THOMAS - PSB - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Pela ordem, deputado Ed Thomas.
O SR. ED THOMAS - PSB - Para uma
comunicação, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Antes porém, já convido o deputado Barros Munhoz, que possa ir à tribuna. É o
próximo a falar, a favor ao projeto.
Deputado, para
uma comunicação, o deputado Ed Thomas.
O SR. ED THOMAS - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente,
é um comunicado e, ao mesmo tempo, um apelo. Recebi uma informação da cidade de
onde venho, que é Presidente Prudente, que é do oeste paulista, que é capital
regional. Assunto esse, que me trouxeram pela União das Entidades de Presidente
Prudente. É uma união de desenvolvimento da cidade e da região. Teríamos uma
notícia do fechamento da Delegacia da Receita em Presidente Prudente com a
transferência para a cidade de Araçatuba.
Eu
quero usar este microfone neste instante e buscar essa informação, porque não
pode acontecer. Prudente é uma sede realmente regional e que esse fechamento já
seria no dia 30 de abril. Eu queria fazer esse registro e ao mesmo tempo esse
apelo até porque a Receita Federal é União. Pedir ajuda da bancada federal do
estado de São Paulo, das Sras. Deputadas e Srs. Deputados desta Casa, do
governador do Estado, porque é uma perda muito grande para uma capital regional
de 53 municípios, que é a 10ª Região Administrativa do Estado que compreende 53
municípios.
E
nós temos uma esperança enorme de um crescimento muito grande. Até porque, nós
estaremos - 12 municípios - recebendo a linha férrea, que pode ser a redenção
para parte da nossa região. Lá temos uma linha férrea sucateada e que agora,
com a empresa Rumo, vencedora do leilão, ela teria que cumprir os 5% restantes
dessa linha férrea em dois anos. Perder a delegacia da Receita para a nossa
região seria, com certeza, algo muito triste, ao mesmo tempo em que nos tiraria
parte desse desenvolvimento.
Fica
nesse apelo aqui ao Governo do Estado, ao Sr. Henrique Meirelles, que cuida da
economia desse Estado, ao presidente desta Casa, digno presidente Cauê Macris,
que não meça esforços para que isso não aconteça. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Peço
para encaminhar o discurso de V. Exa. ao presidente Jair Bolsonaro, e também a
todos aqueles que são diretamente ligados a essa decisão.
Deputado Barros
Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSB – SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, senhores colaboradores da Assembleia, senhoras
e senhores que nos honram com suas presenças, senhores telespectadores da TV
Assembleia, eu me senti obrigado a vir à tribuna porque não posso aceitar o que
aconteceu nesta Casa hoje. Eu nunca vi nada igual desde que aqui cheguei em
1997. Eu tenho impressão que nunca houve nada igual na história da Assembleia.
Tinha um
deputado dedo duro aqui que era o Afanasio Jazadji. Ele foi eleito com 572 mil
votos porque tinha um programa de muita audiência na rádio. E ele gostava de
fazer isso: “Assembleia tem sauna, a Assembleia tem não sei o quê, carro de
deputado não sei o quê”. Coitado da sauna: só um deputado usava. Ele andava
aqui no Ibirapuera, o Sylvio Martini, e ele vinha tomar banho aqui e trocava de
roupa. Nunca ninguém fez sauna aqui. Enfim, e outras denúncias desse tipo. Daí
ele caiu de 562 mil votos para 50 mil e ainda conseguiu se eleger. Mas na outra
eleição ele já não se elegeu mais.
Eu nunca vi
nada igual ao que aconteceu aqui hoje com o deputado Arthur. Eu não sei se eu
uso o ditado “nem tudo que reluz é ouro”, ou eu uso o ditado daquele pessoal
que bate a carteira de alguém e sai correndo dizendo “pega ladrão, pega ladrão,
pega ladrão.” Eu não sei o que é que eu falo. Mas eu nunca vi nada igual na
minha vida.
Eu vou fazer
aqui um relato: eu fui líder do Governo quando toda essa PEC 5 tramitou. O deputado Cauê segurou o rojão junto com o
líder do Governo que era eu, para não ser votada essa PEC. Aí, o que houve? O
Campos Machado é duro de ser enfrentado, e esses fiscais foram maravilhosos.
Eles ficaram um ano e meio vindo aqui e lotando as galerias. Todos educados,
respeitosos. Nunca vaiaram, nunca xingaram, nunca fizeram nada de errado. Eles
foram conquistando a amizade dos deputados e o respeito dos deputados e o
respeito dos deputados, e nada até que o Colégio de Líderes, todos os líderes,
menos um, assinaram um pedido ao presidente que pautasse o projeto. O presidente
falou: “Não, só se for unanimidade.” Muito bem, o Campos entrou na Justiça, e a
Justiça disse que estava certo o presidente de exigir unanimidade.
Muito
bem, mudou o governo. Saiu o Alckmin, entrou o Márcio França. Aí o Massafera
assinou, nosso querido Massa, que estava aqui até agora há pouco. Está lá nosso
querido Roberto Massafera. Segurou até quando pôde. A hora que não pode mais, explicou:
“Eu tenho que assinar.” A pressão sobre ele, eu nunca vi alguém aguentar a pressão
que o Massafera aguentou, esse fantástico deputado e grande companheiro que nós
tivemos aqui na Assembleia.
Muito bem. Aí era o Márcio o governador.
Chegou o Caio França e falou: “Eu vou retirar a minha.” Várias pessoas que estão
aqui me ouvindo, presenciaram e viveram tudo isso. Todos vocês assistiram,
viram isso. Aí, mesmo assim, já com a unanimidade, o Cauê segurou o rojão.
“Não, eu não vou permitir que o Caio tire a assinatura.” E aí ficou esse imbróglio.
E o Campos: “Eu vou para a Justiça outra vez.” E isso e aquilo, isso e aquilo,
isso aquilo, e acabou ficando a unanimidade. E ele fez o que, então?
Respeitando a decisão judicial, em junho,
colocou o projeto em pauta e o projeto foi votado e aprovado. Muito bem. Qual a
origem desse problema do teto salarial do funcionalismo? Um erro, e eu tenho
coragem para vir aqui dizer isso: governador Geraldo Alckmin, o senhor lembra
quantas vezes eu lhe falei “Não faça isso. O senhor não tem o direito de fazer
isso, governador. O senhor está judiando de famílias de trabalhadores, de gente
honrada.” “Serra, não faça isso.” Sabe o que é fazer isso? É segurar o aumento
do próprio salário, porque governador pode ganhar até 50 centavos por mês, que
vive bem. Não precisa de nada, principalmente o Alckmin, que tinha, que morava
no Palácio. Desculpa, governador Alckmin; desculpa, governador Serra, mas eu
fui líder de vocês, sou companheiro, admiro vocês, mas eu tenho que falar a
verdade. E o povo de São Paulo precisa conhecer a verdade inteira. E a minha
defesa, como líder do governo, eu dizia para eles: como é que vai um governador
concordar com uma PEC que aumenta o salário de vocês, o teto de 21 para 31 mil?
Mas que culpa nós temos de ficarmos represados, porque o governador não deixava
aumentar?
E agora eu quero dar um dado para vocês.
Eu quero dar, porque eu segurei esse rojão. Verdade, presidente Cauê? Eu fui, eu
pedi verificação aqui de presença. Só eu; se não tivesse pedido de verificação,
a PEC teria sido aprovada em março. Eu fui aqui pedir verificação, como líder
do Governo que era.
Muito
bem. Esse período de mais de 10 anos que o Alckmin e o Serra não permitiram
reajuste do salário deles represou e chegou em 2018 a ser 21 mil reais o teto
dos maiores salários do Estado, e 33 dos defensores públicos, dos promotores de
Justiça, dos juízes e dos desembargadores. Muito bem; olha o que aconteceu
depois. Passou a PEC 5, que previa o quê? Ia passar de 21 para 33, ia ser igual
o do Ministério Público, dos defensores, e etc, só a partir de 2020. Dois mil e
dezenove, nada de reajuste, e em quatro anos - está aqui o Caruso que foi um
grande lutador também dessa PEC. Então, vejam, eles tiveram a PEC aprovada. Ficaram,
não diria contentes, porque ninguém fica contente com o seguinte número que vou
dar aqui agora.
Chegou
em fevereiro deste ano, caiu a PR. O que é a PR? Participação de resultado.
Como o Alckmin e o Serra não permitiam aumentar o salário deles, foi criada uma
fórmula. Vivemos no Brasil, minha gente, aqui é o país do jeitinho. Deu-se um
jeitinho: vamos dar uma participação de resultado, que aí não entra no teto. A
Procuradoria Geral do Estado, o Dr. Elival, procurador geral, foi contra:
“Entra no teto, sim!” E então não podia ser pago como foi. Chega agora em
fevereiro, a Justiça derruba a PR, participação de resultado. E quando foi?
Quando foi? Derrubou a PEC.
Então,
olha o quadro, minha gente. Um fiscal... Eu nunca defendi os fiscais, nunca
defendi os maiores salários do estado, mas vou falar um pouquinho sobre isso.
Um fiscal, que ganhava o equivalente, em valores de hoje, a 10 mil reais, há 15
anos, perdeu 50% do valor do seu salário. Caiu para cinco. Agora, com a queda
da participação de resultado, caiu mais 1,5. Aquele que ganhava dez mil reais
hoje ganha 3.500 reais.
Esse
pessoal é o pessoal que arrecada. Não é que ele vá se prostituir, que ele vá
vender o trabalho dele para receber salários. É que todo ser humano que
trabalha tem que ter um reconhecimento digno, tem que ganhar um salário justo.
Não é possível haver redução de salário neste país desde 1943, quando Marcondes
Filho, como ministro do Trabalho, e Getúlio Vargas, como presidente da
República, assinaram a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho. Só pode haver
tal queda de ganho para os fiscais de renda do estado de São Paulo.
Muito
bem, agora vejo aqui o pessoal falando: “Nós não podemos votar uma coisa que é
um penduricalho. Isso vai sumir do teto”. Pisar no fiscal como foi pisado,
pode. A Justiça dizer que para o fiscal não pode, ela diz. Por que ela não fala
que o promotor também não pode? Hoje, lá na CPI... Desculpe, pode ser até que
eu tome o tempo todo. Se eu parar aqui, vou ter um enfarte. Desculpe.
Então,
eu queria dizer a vocês o seguinte, minha gente. Lá, o moço falou: “Um promotor
mandou um ofício aqui que tem universidades que têm professores que ganham além
do teto”. (Risos.) Sabe quanto ganha a juíza de direito de Itapira, para não
fazer nada? Só faz compras e pinta a unha e o cabelo. E, como diz o povo lá em
Itapira, “viajeia”. “Viajeia” pra chuchu. Sabe quanto ela ganha? Setenta e
quatro mil reais. Sabe quanto ganha um promotor de São Paulo? Sessenta,
setenta, oitenta mil reais. Sabe como? Uai, o piso é 33. Sabe como? Vinte e
três penduricalhos. Vinte e três! Tem auxílio-moradia, auxílio-passeio,
auxílio-terno, auxílio-livro, auxílio não sei o quê. O que vocês puderem
imaginar. São 23 penduricalhos.
E
o pior é que esse povo quer falar que é o pobre que vai perder com a reforma da
Previdência. Eles ficam aposentados por 50 anos ganhando 80 mil reais por mês.
Todo trabalhador brasileiro ganha cinco mil no máximo de aposentadoria e nós em
São Paulo, saibam os senhores, também, desde 2012, quando eu era presidente,
modéstia às favas, e nós aprovamos aqui o que hoje o governo federal não
consegue aprovar, que foi a reforma da Previdência que criou a capitalização.
Sabe como é que se aposenta um
funcionário que entrou no estado desde 2012? Máximo de cinco mil reais, que é o
teto do INSS. “Não, mas eu ganho trinta mil, eu quero continuar ganhando trinta
mil”. Muito bem, contribua. Eu sou contribuinte dessa carteira e já tem quase um
bilhão de reais nessa carteira. Vai demorar, mas um dia vai ser solucionado
esse problema. Então, minha gente, essa é a verdade dos fatos. Chega de lançar
pedra. A gente não aguenta mais.
Não vai ser destruindo a política que
nós vamos construir um Brasil melhor. A política é a mais nobre das artes. É a
arte de servir, é a arte de fazer. Como pode alguém chegar aqui e fazer uma
acusação e sair da tribuna dizendo: “Tem mais nomes”. Que nomes será que o
Arthur quis esconder? Tem mais? Tem mais? Olhe que covardia. Então, imagine,
minha gente. Coisa que nem aqui do Caio, que nem do Cauê, contribuições pequenininhas,
imagine.
Tem candidaturas aí que parecem que
gastaram quinze mil reais, vinte, mas gastaram na verdade - a gente que conhece
o trampo - bilhões de reais. Chega, minha gente. Eu vou terminar pedindo a Deus
que me dê força para enfrentar essa situação. Que nojo, meu Deus! Me perdoa,
meu Deus. Eu estou com nojo, eu estou com nojo. É revoltante. Será que tem
gente que usa e por isso cuida? Porque todo corrupto pensa que todo mundo é
corrupto.
Todo sem-vergonha pensa que todo mundo é
sem-vergonha, mas aqui nesta Casa nós temos gente séria e gente honrada. Gente que
deu a maior parte da sua vida em prol de São Paulo, em prol do nosso povo. Nós
vamos sair do buraco sim. Não interessa ficar discutindo quem foi que nos levou
para ele, se foi a esquerda, se foi a direita. Vamos nos dar as mãos e vamos
construir, minha gente. Chega de caça às bruxas.
E agora me falaram que ele mesmo teve as
contas rejeitadas. Eu podia chegar aqui e jogar isso para o ar, mas não sei,
parece que foi rejeitada sem razão. Ele foi vítima de um golpe, não é isso,
Bruno? Você vai falar sobre isso. Eu fiquei de dar cinco minutos para ele, para
comunicação.
Eu quero dizer finalmente o seguinte: nós
não podemos ficar silentes diante disso. Eu não sou e a grande maioria dos que
foram aqui citados, senão todos, não são o que o deputado Arthur quer fazer
parecer. Ele não tem o direito de jogar o nome de ninguém desta Casa à lama, à
execração pública e nós falamos de peito aberto, de coração aberto e sem medo
da verdade.
Justiça, justiça e justiça acima de tudo.
E viva a arte da política. (Palmas.)
O SR. BRUNO GANEM - PODE -
Presidente, breve comunicação.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa Excelência tem a palavra para uma comunicação e
já convido o deputado Giannazi, que é o próximo orador. (Pausa.) Deputado Barba
para se colocar na tribuna.
O
SR. BRUNO GANEM - PODE - PARA
COMUNICAÇÃO - Difícil falar depois
do Barros, mas V. Exa. está coberta de razão e eu quero aqui pontuar algumas
questões que eu considero fundamentais.
Bom,
em primeiro lugar, não é a primeira vez que a gente se vê aqui nesta Casa criminalizando
posição de voto, e isso eu não posso admitir. A Casa não pode admitir que a
gente vire criminoso por votar de um jeito ou do outro. Tem gente aqui que é a
favor do projeto, tem gente que é contrário - que apresente argumentos. Agora,
falar que quem pensa diferente é bandido é um ato de bandido, é um ato de
bandido, e a gente não pode deixar que a nossa Casa descambe para isso.
A
nossa Casa é uma casa de respeito, com pessoas que estão aqui representando a
população. É óbvio, é evidente que as doações, principalmente essas que são
fracionadas, pequenas, vêm das pessoas que são do meu relacionamento, do nosso relacionamento.
Aliás, eu quero aqui registrar uma questão importante. Eu estou falando tudo
isso porque eu estou me metendo no assunto, porque eu não recebi um centavo de
nenhum fiscal de renda.
Por
sinal, vou votar sim a favor do projeto, e não é porque eu sou sensível à causa
deles não. Eu vou explicar por que eu vou votar a favor: eu vou votar porque eu
estou entendendo a estratégia do governo. É uma estratégia no sentido de ter
uma categoria que é fundamental na arrecadação de uma maneira firme, e os
liberais que estão aqui presentes fazem isso nos bancos, nas empresas,
estimulando bancos onde se ganham bônus de milhões.
Alguém
acha que é uma questão de merecimento ganhar milhões de bônus? Não é uma questão
de merecimento, é uma questão de gestão, é uma questão de ter a máquina pública
nas mãos para poder fazer o estado andar, para poder dar aumento para a Polícia,
para poder dar aumento para o médico, para o enfermeiro, para quem tanto
necessita. É uma estratégia de gestão.
Então,
nesse sentido... Claro, cada um tem o direito de ter a sua posição. Agora,
chamar de bandido quem pensa diferente é uma canalhice. Muito obrigado.
A
SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - Vossa Excelência
permite um aparte?
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado Barba,
permite uma comunicação? Tem a palavra a deputada Janaina Paschoal.
A SRA. JANAINA PASCHOAL - PSL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu só gostaria, Sr.
Presidente, de fazer uma ponderação em relação à fala do deputado Ganem pelo
seguinte: com todo respeito, não tem nenhuma lógica em votar favoravelmente a
este PL para melhorar a situação dos médicos ou dos policiais, a não ser que esteja
por trás disso incentivar autuações indevidas, porque as devidas os agentes
fiscais têm que fazer porque é seu dever. A não ser que haja o intuito de
incentivar autuações indevidas, a aplicação de multas indevidas, para que os comerciantes,
os produtores, os agentes privados, além de todos os tributos pagos, tenham que
financiar a máquina toda pública.
Então,
desculpa. Os liberais defendem sim o mérito, defendem sim aqueles que produzem
a riqueza e que não podem ser autuados indevidamente porque existe um estímulo
para que se multe mais, para se ganhar mais. Então, não corroboro nenhum tipo
de fala no sentido de criminalizar quem quer que seja pelos seus votos, mas nós
temos que ter cautela com esse discurso.
O
que é isso? Incentivar os fiscais a multarem para elevar o dinheiro do erário
para poder pagar? Desculpa, mas é uma distorção esse raciocínio, Sr. Deputado,
respeitosamente. Não corroboro criminalizar nenhum colega pelo que pensa,
respeito muito, mas daí a dizer que a gente vai estimular a aplicação de multa
para poder pagar salário é uma injustiça com quem produz riqueza aqui, que é o
setor privado.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ
MACRIS - PSDB - O deputado Barba permite uma comunicação?
O SR. TEONILIO BARBA LULA -
PT - Vai
ser uma honra ouvir o Mellão falar.
O
SR. RICARDO MELLÃO - NOVO - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado.
O deputado Bruno Ganem afirmou aqui que os liberais seriam a favor disso de
alguma forma. Eu quero dizer o seguinte: como liberal, eu jamais vou defender
que uma categoria do estado que recebe em média 24 mil reais de salário precise
ainda de um incentivo para cobrar uma dívida daqueles que não estão pagando. Já
não é o suficiente para fazer o seu trabalho? Como liberal, eu jamais vou
estimular a sanha arrecadatória do estado, que já é grande. A população não
aguenta mais pagar por isso. Muito obrigado.
O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE -
Sr. Presidente, gostaria de fazer uma breve comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputado Barba? Para uma comunicação, deputado Marcio.
O SR. MARCIO DA FARMÁCIA - PODE - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu
gostaria de citar a fala do Bruno Ganem, que esteve aqui. Acho que os deputados
liberais que vieram aqui estão interpretando da maneira deles.
Acho
que é óbvio que cada um interpreta da sua maneira, mas tem que entender que a
defesa também é de trabalhador. Esses fiscais não são trabalhadores não? Não
ganham o salário para poder trabalhar?
E
tem mais uma, presidente. Não tem nada de errado nos fiscais não. Se eles fazem
o trabalho de uma maneira ou de outra, mas sendo honesta, têm que fazer. E
outra coisa, presidente, ninguém está pedindo aqui para fazer nada de errado
para fiscal nenhum. O fiscal recebe esse bônus de três em três meses e só está
pedindo para receber mensal.
Qual
é o erro em receber o que é de direito? Ou não é de direito esse valor? É
errado pagar isso para o fiscal? Receber de três em três meses está errado?
Porque está atingindo o teto? É deles. É ganho que eles causaram. Ninguém veio
fazer crítica de liberal nenhum aqui.
O
Bruno tem aqui o seu palpite, sua razão e veio colocar o seu conceito na defesa
do que ele acha interessante. Cada deputado responde pelo seu voto. Por isso,
eu venho aqui fazer a defesa do Bruno também.
E
quero dizer o seguinte, os fiscais têm que trabalhar honestamente, corretamente,
sem prejudicar o próximo ou qualquer que seja o comerciante na indução de
aumentar a arrecadação. Mas tem que trabalhar. É no seu dia a dia e, se tem o
direito de receber o seu bônus de três em três meses ou mensal, é direito do
trabalhador. Ou eu estou enganado e um fiscal não é trabalhador?
Obrigado,
presidente.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputado Barba? Uma comunicação, deputado Carlão.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB -
Com anuência, uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Peço que seja a última, por favor. Temos um orador na tribuna.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Quero
cumprimentar o deputado Bruno. Um menino simples, trabalhador, que deu, aqui, a
realidade do que é esse projeto de lei.
Quando
eu ouço as pessoas dizerem que são liberais, que não pode multar, como a
deputada Janaina, uma pessoa que eu respeito tanto... O fiscal está para fazer
com que as empresas cumpram o seu dever, paguem seus impostos em dia. Eu não
defendo empresa que não paga imposto, por isso precisamos, infelizmente, no
Brasil, de uma classe de fiscalização muito forte. Cada vez mails.
Poderia
vir para os liberais que estão aqui e dizer, por que não fizeram nada em repressão
- não ouvi fala de ninguém - do vice-governador de Minas Gerais, que veio de um
SPA de luxo nesse feriado com o helicóptero de luxo do Governo de Minas Gerais.
Eu digo que eu não compactuo com isso. E as pessoas têm que vir aqui.
Quando
o presidente, o então presidente do meu partido, ex-senador e hoje deputado
Aécio Neves, foi pego em algumas escutas, eu gravei um vídeo dizendo que ele
deveria ser expulso do meu partido, que isso eu não quero dentro do meu
partido. E eu acho que vocês, dos partidos liberais, teriam que vir aqui e
dizer a mesma coisa.
É
muito fácil fazer o discurso de que tudo é reduzir, é fazer. Quando chega à
própria carne, deputado Enio, ninguém fala nada. Está hoje em toda a imprensa
do Brasil todo. Helicópteros de luxo trazendo o casal de vice-governador de
Minas Gerais de um SPA de luxo, onde ele foi passar o feriado.
Então,
poxa vida. Quatro meses de governo do partido NOVO, não é? Então, acho que é
fácil a gente fazer críticas às outras pessoas e aos partidos alheios ou a uma
categoria qualquer. Eu não acho justo colocar todo mundo no mesmo balaio.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Deputado Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, novamente cumprimento o pessoal da
Epaesp. Já vi aqui o Jabá, estão ali os agentes penitenciários, cumprimento o
pessoal da Emplasa, da CPOS.
Sr.
Presidente, eu, agora há pouco, descobri que já tem uma emenda aglutinativa
rodando por aí. Com certeza vários partidos receberam, mas o Partido dos
Trabalhadores não recebeu a emenda aglutinativa sobre o Projeto 01, de 2019. A
emenda que, me parece, está separando a Dersa, o Prodesp e o Imesp desse debate
do 01; e deixa separado, para debater a extinção, a CPOS, a Codasp e a Emplasa.
É extinção, não é mais privatização. Acaba com vocês. E aí, na emenda, diz:
“olha, os trabalhadores poderão...”. Poderão. Não é “os trabalhadores serão
admitidos por outra empresa; serão transferidos, serão requisitados para outra
atividade dentro do estado, outra atividade do Governo do Estado”. É “poderão”,
deputado Ed Thomas.
Esse
projeto, eu já vi o NOVO falar que vota nele. Acho que não vota do jeito que
está; mas na hora que for para extinguir, vota, porque eles são a favor de
enxugar o estado cada vez mais. Também ouvi o PSL falar que vota nele; não vota
do jeito que está. Mas, se fatiar, também vota nele. Ainda não os vi subirem
aqui para falar para vocês que eles topam votar nisso.
E
eu vou provocando, deputada Janaina, em função disso. Porque eu acho que quem é
a favor... Eu disse, na minha primeira fala, que a senhora colocou uma questão
importante aqui: se extinguir, acabou a empresa, tudo bem; mas se extinguir e
botar outra no lugar, é favorecer os gatunos, os amigos do rei. Os amigos do
governador Doria. Na verdade, é isso, porque ele é desse mundo, do mundo do
negócio. Muito marqueteiro. (Manifestação nas galerias.) Quando prefeito, disse
que ia privatizar Interlagos. Deixou a prefeitura e não conseguiu privatizar,
nem o Bruno Covas também. Mas é bom de marketing.
Mas
querem privatizar vocês. Privatizar, não: extinguir vocês, acabar com vocês. E
com um discurso muito chato, que diz o seguinte: “são todos trabalhadores
aposentados, na Codasp, na Emplasa, na CPOS”. Eu já disse aqui: a CPOS, em
2017, realizou 54 contratos, que renderam 67 milhões para os cofres do estado
de São Paulo. Tem dotação orçamentária própria; é uma empresa que não dá
prejuízo. E a Emplasa é uma empresa de investimento em mapas, em cartografia do
estado de São Paulo, planejamento metropolitano.
E
a Codasp apoia a questão da agricultura no estado de São Paulo, inclusive
discutindo vários temas ligados à agricultura familiar, ao pequeno e médio
produtor. E a CPOS, Companhia Paulista de Obras, também cumpre uma função
importante agora no Estado. Aliás, eu li aqui ontem o folder que vocês
entregaram, não sei se para todos os deputados, mas eu recebi no meu gabinete.
Somado
a isso, tem aqui o pessoal do Epaesp, que quer que aprove um projeto deles, que
faz uma correção. São executivos dos agentes penitenciários do estado de São
Paulo, das penitenciárias do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)
Eu não tenho problema, pois sempre defendi e sempre vou defender... Trabalhei
no setor privado 41 anos, e o que eu mais discuti na minha vida, no setor
privado, foi plano de cargos e salários e carreira profissional. Assim como
defendi, aqui - e não tive dúvida de assinar -, a PEC 2, da Polícia Militar, e
a PEC 3, dos delegados de polícia. Onde houver luta de defesa de salário dos
trabalhadores, eu vou estar do lado. Essa é a minha característica, é de onde
eu venho.
Quem
quiser defender os empresários, que venha aqui e defenda. Não tenho problema
com isso, é legítimo. O setor empresarial é forte no Brasil. Quem quiser, que
defenda. É que a maioria vem aqui defender o setor empresarial em função de
atacar o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras. E aí eu vou entrar
nesse tema agora.
Começou
isso com a PEC 95, que congelou o teto dos gastos. Depois, veio a Lei da
Terceirização, que mudou o contrato de trabalho temporário de 90 dias para 180
dias, prorrogáveis por mais 70; é a Lei no 6.019, de 1971. Tudo para
precarizar direitos. E, nessa lei, diz que pode terceirizar, inclusive, todo o
funcionalismo do estado de São Paulo, que é a Lei da Terceirização. Depois,
veio a reforma trabalhista, que é para ajudar a ratificar a precarização dos
direitos. Mas não basta isso, faltava uma coisa muito importante, faltava uma
coisa que é a reforma da Previdência. O Bolsonaro, na campanha, gravando
vídeos, disse que jamais faria a reforma da Previdência.
Delegado
Olim, a reforma da Previdência, proposta por ele, diz que é para acabar com os
privilégios. Se for para acabar com os privilégios, o deputado Barros Munhoz
acabou de dar o exemplo de Itapira. A juíza que ganha 74 mil reais vai se
aposentar ganhando 80 mil reais. Quer discutir acabar com os privilégios de
aposentadoria?
Eu
topo discutir isso. Você topa? Eu topo discutir os salários dos
desembargadores, dos procuradores, do Comando das Forças Armadas, do Comando da
Polícia Militar e da força policial, que tudo aposenta ganhando o salário da
ativa, e são altos salários, que consomem 35% da receita da Previdência.
E
olhe o absurdo da proposta do Paulo Guedes. Está propondo uma coisa chamada
capitalização na Previdência. O que é capitalização? Vamos imaginar que o deputado
Ed Thomas tivesse 40 anos de idade, entrou no trabalho hoje e trabalhou por 25.
Ficou com 65 anos de idade, 25 anos de contribuição, e a capitalização dele é o
desconto da Previdência dele, bota numa conta.
Ele
trabalhou por 25 anos seguidos. Nesses 25 anos, arrecadou lá 200 mil reais. E
aí, completou 65, pode se aposentar. Aí você vai falar assim: “Eu quero receber
a minha aposentadoria”. Como é que será feita a conta, deputado Ed Thomas? Porque
ninguém está falando isso. É pela expectativa de vida. Vamos imaginar que a
expectativa de vida do homem seja de 78 anos, daqui a 25. Você tem 65, mais 13,
78.
Então,
13 anos vezes 12 meses dão 156 meses. Pega os 200 mil reais que você
capitalizou - você só, ninguém botou mais nada -, e divide por 156 meses. Vai
dar, mais ou menos, 1.200 e uns quebrados por mês. Aí você recebe isso durante
156 meses. Você vai viver mais do que 78, mas acabou a sua aposentadoria. Essa
é a capitalização do Paulo Guedes, que está proposto para fazer a capitalização
da Previdência. Disse que é para acabar com os privilégios.
Olhe
o que está fazendo com nós, trabalhadores, de baixa renda, não os deputados. Deputados
são trabalhadores de alta renda. Deputado ganha quase 26 mil reais por mês. Na
verdade, o que está por trás disso? É a privatização da Previdência.
Olhe
outro absurdo, estão dizendo o seguinte: “Tem que ter idade mínima, senão o
País quebra”. Hoje no Brasil, deputados e deputadas, nós temos próximo de 32
milhões de aposentados. Dos 32 milhões de aposentados hoje, 53% são aposentados
sabem por quê? Por idade, 65 anos o homem, 15 anos de contribuição; 60 anos a
mulher, 15 anos de contribuição na cidade, no meio urbano. Lá no meio rural, 60
anos o homem, 55 anos a mulher. Isso dá um total de mais ou menos 16 milhões e
700 mil trabalhadores que são aposentados por idade, com tempo mínimo de
contribuição, tempo mínimo de carteira registrada.
Sabem
quanto ganham esses trabalhadores? Um salário mínimo. Eles falam assim:
“Precisa aumentar a idade”. Na verdade, existe, 65 anos. Na verdade, o que ele
esconde é que quer aumentar o tempo de contribuição. Além de aumentar o tempo
de contribuição, faz uma outra grande sacanagem aí dentro, porque hoje qualquer
um de nós que formos nos aposentar, quem é do setor privado, você pega as
melhores 80 contribuições, os melhores 80 meses que a pessoa pagou, e dali faz
a nossa média.
Na
proposta do Paulo Guedes, não! Se eu trabalhei 20 anos, são 20 anos vezes 12
meses, são 240 meses, então é mês a mês. Quando eu começo a minha vida
profissional, eu ganho menos. No final da carreira, eu ganho mais. É assim que a
gente funciona. Então, além de reduzir, que é 20 anos, com 65 anos de idade,
para o homem, e 20 anos e 62 para mulher, ainda reduz já para 60 por cento. Se
a pessoa ganhou salário mínimo a vida inteira, e ele fosse mil reais, seriam 600
reais a aposentadoria.
É
o privilégio que eles estão acabando. É dos pobres, para dar dinheiro aos
banqueiros. É assalto aos trabalhadores. É roubo aos trabalhadores o que os deputados federais estão fazendo,
assaltando para entregar na mão dos banqueiros.
Aliás,
ontem votaram lá 48 canalhas a favor da admissibilidade da reforma da
Previdência dos deputados federais. Dá para piorar mais a vida do trabalhador
comum, Roquinho? Dá. Dá para piorar mais, porque se ele quiser se aposentar com
100%, está com 65 anos de idade, trabalha mais 20 anos, multiplicado por dois, para
ter mais 40%, para inteirar os mil reais de salário mínimo.
Esse
é o privilégio que eles estão acabando. Dos militares não mexeu nada. A
proposta dos militares, das Forças Armadas, virou plano de carreira,
reestruturação de plano de cargo de carreira e plano salarial.
Dá
para continuar piorando a vida dos trabalhadores, das trabalhadoras? Dá. No
Brasil e no mundo existem várias funções que são especiais, são insalubres,
periculosas. A vida dos agentes penitenciários, por exemplo, sob pressão,
alguns cometendo suicídio. A vida dos policiais, por exemplo, matando, arriscando
a morrer e cometendo suicídio. Os policiais comuns, que estão aqui. Esse vai
sofrer. Comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo não vai sofrer, porque
ele vai ter um puta salário quando se aposentar.
A
mexida que fizeram foi para melhorar o plano de cargo de carreira dos militares
e das Forças Armadas e as Polícias Militares do Brasil, e todas as polícias,
foi para melhorar o salário. Então, na verdade, o que é que está por trás disso?
Além de aumentar o tempo de contribuição mínimo, que é de 20 anos, e se quiser
aposentar com 100% tem que ter 40 anos
de contribuição, eles não querem pagar a Previdência.
Então,
em uma tacada, reduz de 40 para 60 e, na hora que eu fizer a conta de todo
tempo de contribuição, mês a mês, eu reduzo ainda mais o salário. Mais grave
ainda. Pasmem, senhores. Como é que a receita, a arrecadação da Previdência
funciona hoje? É o que eu contribuo e o que o empregador contribui. Eu pago de
oito a 11% e o empregador paga de oito a 20 por cento.
Essa
é uma fonte de receita da Previdência. A outra fonte de receita é o PIS Pasep, que foram direcionados para a Previdência,
para receita, o Cofins e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido. A outra
composição da receita da Previdência são os jogos prognósticos. Dezoito por
cento de todas as loterias do Brasil vão para a Previdência. Mais os impostos
sobre produtos e bens e serviços importados. Isso é que compõe hoje a receita
da Previdência, para pagar a gente no sistema de repartição.
A
proposta do Paulo Guedes acaba com tudo isso. Ainda estava propondo acabar com
os 40% de multa do Fundo de Garantia, que ontem deram um nó, dizendo que isso
não tem problema, dá pra abrir mão lá, quando for discutir o mérito na comissão
especial.
É
um banqueiro tomando conta do dinheiro dos trabalhadores e das trabalhadoras,
para botar para o setor privado. Lógico que um deputado aqui... E o deputado Barros
Munhoz afirmou aqui que ele paga previdência privada, e eu também pago, porque eu
conheço. Eu pagava isso na Ford, eu conheço esse debate. Aconselho quem não
sabe o que é a pagar, porque é importante, é bom. Não vou nem explicar, porque
eu não vou ter tempo.
Lógico
que um deputado, igual nós, nós podemos pagar previdência privada, mas dos 32
milhões de trabalhadores, hoje, com carteira registrada - dados do IBGE, viu
deputado Carlão, não são meus - algo em torno de cinco milhões ganha acima de
dois salários mínimos, ganha acima de 1.974 reais. Mas é porque ganha dois mil,
dois mil e duzentos, dois mil e trezentos. Não é que ganha o que se paga em uma
montadora, o que se paga numa Emplasa ou o que se paga em uma petroleira.
São
trabalhadores de baixa renda. Esse trabalhador não consegue comprar previdência
privada.
É
exatamente isso que os deputados do estado de São Paulo vão ter que discutir.
Os deputados do estado de São Paulo vão ter que discutir o debate da
Previdência. Já foi feita uma reforma aqui. O Barros Munhoz era o presidente da
Assembleia em 2007, li na cartilha dele. Já foi feita uma reforma aqui, mas vai
vir outra para ser feita. E vocês vão ter que dizer de qual lado vocês estão.
Quero ver vocês dizerem: “Vamos votar a favor dessa proposta de reforma da
Previdência, porque a proposta do Bolsonaro é boa.”
A
proposta do Bolsonaro ataca diretamente os trabalhadores de baixa renda com uma
grande mentira, dizendo que, se não for feita a reforma, o Brasil quebra. O que
precisamos, no Brasil, é proibir trabalho informal. Dá para proibir todo
trabalho informal? Não. Tem trabalho que não dá. Tem trabalho que não dá para
proibir. O pedreiro que vai fazer o puxadinho, acabou o puxadinho, vai embora.
A Prefeitura contrata obra de seis meses, acabou, vai embora.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para concluir, deputado Barba.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Para concluir, presidente, porque o Carlão está nos policiando.
O SR. PRESIDENTE -
CAUÊ MACRIS - PSDB -
Passou 1 minuto e 40 segundos.
O SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Está correto. Para fechar, para encerrar, presidente.
Quero ver os deputados,
nesta Casa, vamos ter que discutir a reforma da Previdência aqui. Vou me
posicionar contra. Quero ver os deputados, se vão ficar calados, votando a
favor e mentindo para o povo, igual estão fazendo no PL 01, onde eles votam a
favor e não sobem para falar por que votam a favor.
Muito obrigado, Sr.
Presidente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para falar a favor do projeto, nobre deputado Carlão Pignatari.
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, boa noite. Muito rapidamente, para vir à tribuna, primeiro,
quero cumprimentar o nosso presidente e sempre líder, deputado Barros Munhoz.
Acho
que hoje ele deu, aqui, uma aula de oratória, a todos nós. Com muita coerência;
com um discurso com uma fala de começo, de meio e de fim. Explicando para as
pessoas um pouco do que foi a contribuição de cada um dos deputados desta Casa.
Não
tenho nenhuma dificuldade. O deputado Arthur não falou. Recebi contribuição dos
fiscais de renda. Como recebi, não só em 2018. Mas recebi, também, em 2014.
Recebi, também, em 2010. Legalmente, está lá na minha prestação de contas. Não
tenho nenhuma dificuldade de fazer isso e vir dizer aqui, a todas as pessoas.
Nenhuma dificuldade de falar.
Porque,
quando você faz... O que acho que o deputado Arthur tem que fazer, é vir
trabalhar um pouco mais nesta Casa. Vir um pouco na Assembleia Legislativa de
São Paulo. Ficar aqui no plenário. Chegar aqui às quatro e meia da tarde e
ficar aqui, como hoje, às 20 horas e 30 minutos, discutindo projeto, falando
projeto, ou encaminhando, ou obstruindo. Acho que isso é importante para um
parlamentar.
O
deputado Barba fez uma colocação. Deputado estadual é muito bem pago, muito bem
remunerado. Então tinha que estar aqui, trabalhando. Agora, ele vive, não é
daqui. Esse não é o negócio dele. O negócio dele é fazer vídeo e pôr isso na
rede social. Não recrimino. É um nicho de mercado, que ele arrumou, como
qualquer outro. Acho que é importante a gente fazer essa discussão.
Quero
cumprimentar o deputado Bruno, o que já fiz por comunicação. É uma pessoa que
chegou agora na Assembleia, mas que fez colocações realistas nesta Casa. Não
queremos... Fiscal de renda, em momento algum, recebe bonificação ou
participação de resultado de auto de infração. Isso não é verdadeiro. Recebe,
isso sim, por produtividade, do estado de São Paulo.
Para
falar como o deputado Bruno falou. Que a gente possa fiscalizar as nossas
empresas, para que elas façam as suas contribuições e façam o pagamento dos
seus impostos que, no meu ver, é exagerado, é alto, e pode ser reduzido.
Mas
o empresário, temos todo tipo de empresário no Brasil. Eu sou empresário.
Votamos um projeto de lei, chamado “Nos Conformes”. Foi um dos melhores
projetos da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Não lembro se foi encaminhado
pelo ex-governador Geraldo Alckmin ou pelo ex-governador Márcio França. O
Barros é que coordenou isso, ele era o líder aqui. Então, acho que foi no
governador Geraldo Alckmin. Onde você dá notas às empresas. As empresas que não
têm auto de infração, que não sonegam. Elas têm um privilégio. Quando você tem
um crédito outorgado, você entrega, o Estado te paga o que você tem aí eles vão
te fiscalizar depois.
Então,
isso foi para melhorar. Para melhorar o atendimento às pessoas que são
sacrificadas neste País, que são os empresários brasileiros. São sacrificados
pelas altas taxas de juros, pela alta rotatividade. Por que nós não podemos
pagar mais para os funcionários nas nossas empresas? Pela alta taxa de inflação
que nós tivemos aqui, pelo endividamento que o Brasil teve nos últimos 20 anos.
Eu
vi ontem, deputada Janaina, a hora que eu saí daqui já era tarde, acho que nós
saímos daqui eram mais de dez horas da noite, cheguei em casa estava lá passando
na TV Câmara, deputado Barba, a votação da Comissão de Constituição e Justiça.
Uma vergonha, uma vergonha, o que alguns deputados da oposição fizeram para
obstruir a sessão. Eles não querem o melhor para o País. Eles não querem que o
País cresça. Eles não querem que o País se desenvolva. Eles querem, sim, o
quanto pior, melhor, para ter um pouco de expectativa, o que eu acho difícil,
de um dia voltar ao poder. E não isso que foi o recado na urna do povo
brasileiro. É uma mudança de metodologia. Uma mudança do que é que nós queremos
para o nosso Brasil. Temos que fazer o Brasil crescer, nós temos que fazer o
Brasil desenvolver-se.
Eu
espero que eles façam a lição de casa, e que lá resolvam os problemas dos
municípios, porque é muito bonito os estados do Norte e do Nordeste. A grande
maioria é governada pelos partidos de esquerda, que fazem um discurso em
Brasília pedindo pelo amor de Deus para aprovar a Previdência e assim melhorar
o déficit do seu estado e vão lá para os eleitores deles e fazem um discurso
que são contra a Reforma da Previdência, mentindo à população que vai tirar
dinheiro de pobre para dar para rico. Vou dizer uma coisa: eu não votei no
Bolsonaro no primeiro turno. Eu votei nele no segundo turno. Não tenho vergonha
nenhuma de dizer isso.
Ele
é um home sério, correto, decente, que quer o melhor para o nosso País. Ele
quer extirpar. Se o partido dele teve problema, deputada Márcia Lia, o partido
vai pagar pelas contas. As pessoas têm que ser penalizadas.
Eu
vi aqui a deputada Janaina: se o filho cometeu algum ato ele que pague pelo seu
erro. Não vamos discutir. O que é que o filho tem a ver com o pai? Ele vai ser
um grande presidente da República, que é a esperança que nós temos hoje. É
isso.
Eu
vejo a grande Imprensa brasileira ficar colocando fala de Olavo Carvalho, que
está nos Estados Unidos, para falar que ele que está falando, que está
comandando. Isso não é verdade. É que não tem o que falar. É porque foi
retirado o recurso das grandes empresas, das grande redes de televisões, das grandes
redes de comunicações do nosso País e que eles vão ser contra. Um governo que
não vai mais dar moleza. Não tenho nenhum direito e nenhuma prerrogativa,
ninguém me pediu de vir aqui, deputado Major Mecca, fazer defesa do Governo
Bolsonaro. Mas o que nós temos que corrigir são as injustiças que alguns
partidos de esquerda estão fazendo com o governo federal que nós temos que ter
paciência. Um homem sério.
Eu
tenho um amigo que foi secretário do presidente Fernando Henrique, o
ex-deputado Xico Graziano, que conviveu com o deputado Jair Bolsonaro, em
Brasília, por dois mandatos. Nunca, em algum momento, se ouviu algum tipo de
falcatrua, ou de algum tipo de desvio de conduta do deputado Jair Bolsonaro.
Acho que nós temos que fazer a defesa, sim, do que é bom para o Brasil.
Quando
alguns partidos da oposição vêm aqui fazer defesa, eles vão fazer defesa de
fato, eles fazem reclamação, falando do que foi, que fez isso, que fez aquilo.
Isso não é verdade. Mais uma vez estão querendo ludibriar o povo brasileiro não
dando chance para que o Brasil tenha uma nova era, uma nova vida e um
desenvolvimento que todos nós precisamos: de gerar mais emprego, de gerar mais
renda, de melhorar a vida das pessoas que moram no nosso País, de norte a sul,
de norte a sul.
O
presidente comete erros, como todos nós cometemos. Eu acho que é natural de um
ser humano. A gente tem que fazer, deputado Ed, em sã consciência, o que é que
nós queremos? Nós temos que fazer uma grande reflexão no nosso País. O que nós
queremos do Brasil? O que nós queremos na política brasileira? Queremos
políticos que fiquem fazendo discursos bonitos, fazendo denúncias que não são
verdadeiras? Eu não conheço, deputado Barros Munhoz, o pai da deputada Marina
Helou, mas não é possível um fiscal de renda ganhar, na média do ano, 90 mil
reais. É possível um juiz de Direito ganhar; é possível um promotor público
ganhar; é possível um desembargador ganhar, mas não um agente fiscal de renda.
Não tenho aqui procuração para defender, que eu nem o conheço, nem o conheço. Puxei
no Portal da Transparência: janeiro, 14 mil e poucos reais; fevereiro, 14 mil,
15 mil e poucos reais; e realmente, em março, houve aquilo lá, que é ação de
indenização. E nós precisamos saber o porquê. Alguma indenização que ele teve,
por algum motivo que isso foi.
Então, eu acho que isso, a gente ficar
fazendo falsas histórias, não é possível mais. Nós temos que ter a serenidade,
temos que ter a tranquilidade. Eu acho que as pessoas têm que vir aqui, você
pauta o projeto, você vota a favor ou você vota contra. Não vamos jogar pedra
aqui em quem votou contra, e nem jogar pedra para quem votou a favor. Vamos
fazer... cada um defenda o seu pensamento. Eu defendo o que é melhor para o
Estado, e eu defendo sempre o que é melhor para o nosso País, porque o Brasil
passa por momentos dificílimos, dificílimos por erros de muitos anos.
Um exemplo, no Orçamento de São Paulo, que
às vezes as pessoas não têm conhecimento. Nós pagamos por ano, por ano de
dívida fundada o estado de São Paulo paga, por ano, 21 bilhões de reais, 21
bilhões de reais. E pagamos também para a SPPrev, que é a Previdência do Estado
de São Paulo, que foi votada nesta Casa, eu não era deputado ainda, mas deve
ter sido em 2010, ou 2011, quase 1 bilhão e meio, quase 1 bilhão e 400, é um bilhão,
380 por mês de suplementação, de problemas que nós tivemos há 30, 40, 50 anos
atrás, para que o nosso servidor público não fique a ver navios, para que a
gente tenha a certeza que a contribuição vai ser paga para aquela pessoa que
trabalhou, e que vai receber o seu salário. Nós temos, então, aqui em São Paulo,
um Orçamento de 230 bi, quase 35 bilhões de reais, por ano, mais de três, quase
três bilhões por mês, que poderiam estar sendo investidos nos nossos municípios,
no desenvolvimento econômico do Estado, para melhorar a Educação, para melhorar
a Saúde, para melhorar o salário do servidor público que, infelizmente, nós
estamos pagando dívida de um passado não muito distante.
Então, as pessoas têm que conhecer o que
é verdadeiro, como eu vejo agora. Você sabe, deputado Barros, sabe que eu
sempre defendi isso, eu sou contra qualquer tipo de CPI. CPI são projetos que
não é possível a gente fazer mais. Eu quero dizer, a CPI das Universidades nada
mais é que apenas para fiscalizar, para saber qual é o problema, porque todo
ano querem um bilhão a mais, dois bilhões a mais. É necessário, não é
necessário? Nós temos que saber o que é. Não é para usar um termo, agora, “desesquerdizar”,
os jornais estão... ninguém falou esse termo, não; “desindireitar”, não é isso.
Eu estive, hoje, com os reitores, falei isso para a deputada Janaina Paschoal,
que é professora do Largo São Francisco. Nós queremos saber o seguinte: por que
não dá o dinheiro, ou por que dá? Onde está sendo gasto? Por que se gastam 90 e
tantos por cento em folha de pagamento?
O
SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Deputado,
você me dá um aparte?
O
SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - É
só isso, é só isso, é só isso.
Eu estou terminando, faltam apenas dois
minutos, eu quero terminar meu raciocínio, deputado.
Então,
a gente tem que fazer uma reflexão. Nós temos que ter o direito, porque nós
cansamos de fazer aqui nesta Casa, na Comissão de Educação, na Comissão de
Finanças, convocação, convite para que os reitores, os diretores
administrativos viessem aqui nos explicar. “Por que o senhor quer mais
dinheiro? Por que o senhor quer mais isso?” É só isso que nós queremos saber,
nada mais do que isso.
Felizmente,
a Justiça, hoje, fez justiça. O mandato de segurança da deputada Beth foi
rejeitado pelo Tribunal de Justiça e nós vamos ter o direito de, pelo menos,
saber onde estão sendo gastos os quase 10 bilhões de reais do estado nas nossas
universidades.
E
não tenho nenhuma dúvida, deputada Janaina: São Paulo é o estado mais
desenvolvido pelas grandes universidades públicas que temos, pelos grandes
investimentos, pelas grandes cabeças que temos em nossas universidades
públicas. Não tenho nenhuma dúvida disso. São Paulo está caminhando, caminhando
bastante, rápido, mais do que os outros, pelo grande setor de ensino que sempre
fomos. E com recurso nosso, do Tesouro Paulista. Universidade federal só tem
uma ou duas. Aqui, as universidades são estaduais, bancadas pelo cofre, pelo
dinheiro do contribuinte paulista. E são esses fiscais de renda que fazem a
arrecadação para nós.
Então,
isso é o que eu queria deixar muito claro para todas as pessoas daqui. A gente
não tem que ficar fazendo críticas. É muito fácil. Quando hoje você vê uma
discussão, é muita esquerda, é muita direita. O Brasil está perdendo tempo, não
temos que discutir se é de direita ou se é de esquerda. Temos que discutir qual
é o caminho de desenvolvimento econômico que nós queremos para São Paulo, para
o Brasil, para que a gente possa, juntos, construir um caminho muito melhor,
para que a gente possa, juntos, melhorar o emprego, melhorar a renda, melhorar
a empregabilidade, trazer desenvolvimento econômico para as grandes regiões de
São Paulo.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - Sr.
Presidente, queria fazer um comunicado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para uma comunicação, V. Exa. tem a palavra. E já passo a palavra para o
deputado...
O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Antes
do comunicado, quero dizer que fizemos um acordo de lideranças para pedir o
levantamento da presente sessão, após o comunicado do deputado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Depois do comunicado, vamos questionar. O próximo inscrito seria o deputado
Marcio da Farmácia. Se houver acordo entre todos os líderes, levantaremos a
sessão. Para uma comunicação, o deputado José Américo.
O SR. JOSÉ AMÉRICO LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - É rápido, é
sobre um tema candente neste momento, que é a reforma da Previdência.
Acho
que o Carlão fez uma fala de defesa em abstrato da reforma da Previdência.
Quero que os telespectadores da TV Assembleia e os Srs. Deputados tenham
consciência de que a economia de um trilhão e 100 bilhões que está prevista na
proposta de reforma da Previdência do governo, em dez anos, está voltada
substantivamente para o pessoal que recolhe pelo INSS, ou seja, o pessoal que
ganha até três salários mínimos. Quem ganha até três salários mínimos será
penalizado nessa reforma, que não precisaria ser feita. O estado brasileiro
pode economizar em outras áreas. Vou dizer daqui a pouco onde ele poderia
economizar.
Por
exemplo, os setores privilegiados não foram mexidos, deputado Barros Munhoz. As
Forças Armadas provocam sozinhas um déficit de 40 bilhões de reais. Pois bem.
Não só não vão ser penalizadas, como o que eles vão pagar a mais vai servir
para fazer uma reestruturação salarial. Vão economizar 90 bilhões em dez anos
nas Forças Armadas, mas 80 bilhões vão ser usados para reestruturar o salário,
ou seja, aumentar os salários, inclusive dos generais, dos oficiais graduados.
Então, o privilégio das Forças Armadas vai continuar sendo mantido.
Os
privilégios dos altos funcionários públicos, como juízes e promotores, também
continuam sendo mantidos. Eles dão um déficit de 40 bi por ano também. Também
vai ser mantido. E por último só queria dizer para vocês. O estado brasileiro,
o Banco Central do Brasil investe 120 bilhões por ano pagando as operações
compromissadas.
Vocês sabem o
que é isso? O banco sobra dinheiro hoje, além do depósito compulsório. Sobra
dinheiro porque o juro é muito alto, ele não consegue emprestar. E o Tesouro
vai lá e recolhe esse dinheiro e paga juros sobre esse dinheiro sem precisar
para não deixar os bancos arcarem com esse prejuízo. É só cortar isso, aí a
gente resolve o problema de 100 bilhões por ano.
Então, só para
dizer para o deputado Carlão Pignatari que existem lugares para buscar dinheiro
e não nas costas dos trabalhadores que recolhem INSS. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Pergunto
se todos os líderes concordam em levantar a presente sessão. Havendo acordo de lideranças,
então está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 20 horas e 46 minutos.
*
* *