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6 DE MAIO DE 2019

34ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CORONEL TELHADA e VINÍCIUS CAMARINHA

 

Secretaria: PAULO LULA FIORILO

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para sessões solenes a serem realizadas em: 14/06, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Marinha, por solicitação do deputado Castello Branco; 14/06, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Assembleia de Deus, a pedido do deputado Tenente Nascimento; dia 17/06, às 20 horas, com a finalidade de Homenagear os 100 anos de Nelson Gonçalves, a pedido do deputado Campos Machado; 24/06, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Imigrante, por solicitação do deputado Roque Barbiere; e 24/06, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a pedido do deputado Carlão Pignatari.

 

2 - MAJOR MECCA

Lamenta a morte dos policiais militares cabo Fernando Flávio Flores, da Rota, e cabo Fábio Oliveira Silva, do 37º Batalhão da zona sul de São Paulo. Descreve o assassinato do cabo Fernando, que recebeu mais de 60 tiros dentro de veículo. Agradece a presença de policiais civis no velório em homenagem ao policial.

 

3 - CORONEL NISHIKAWA

Solidariza-se com o pronunciamento do deputado Major Mecca sobre a morte de policiais militares em São Paulo. Defende a união da Polícia Civil e da Polícia Militar. Critica a privatização das penitenciárias, em especial o trabalho realizado pelos agentes penitenciários. Pede a emancipação do Corpo dos Bombeiros em relação à Polícia Militar.

 

4 - VINÍCIUS CAMARINHA

Assume a Presidência.

 

5 - CORONEL TELHADA

Parabeniza os municípios aniversariantes de Biritiba Mirim e Garça, em 05/05, e Irapuru, hoje. Comunica que comemora-se hoje o Dia de Arma de Comunicações do Exército. Lamenta o assassinato do cabo Fernando Flávio Flores, da Rota, em frente a sua casa, na zona sul de São Paulo. Apresenta vídeo do ocorrido. Lembra que sofreu atentado semelhante em frente a sua casa, em 2010. Critica o combate à letalidade policial. Lembra a morte do cabo Fábio de Oliveira Silva, da Polícia Militar, ontem. Cobra aumento salarial e valorização da Polícia Militar.

 

6 - CORONEL TELHADA

Assume a Presidência.

 

7 - VINÍCIUS CAMARINHA

Presta solidariedade aos policiais militares mortos neste final de semana, cabos Fernando Flávio Flores e Fábio Oliveira Silva. Considera o Código de Processo Penal brasileiro ultrapassado. Defende ação policial forte somada a programas sociais que garantam Educação e emprego.

 

8 - DOUGLAS GARCIA

Discorre sobre a relação entre a criminalidade e a ideologia de esquerda. Lembra morte dos cabos Fernando Flávio Flores e Fábio Oliveira Silva, neste último final de semana, em São Paulo. Defende aprovação do pacote anti-crime do ministro Sérgio Moro. Pede aprovação do reajuste salarial dos policiais militares.

 

9 - ISA PENNA

Manifesta-se favoravelmente à ação de metroviários contrários à proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro. Defende proposta dos trabalhadores do Metrô a favor de plebiscito sobre a reforma da Previdência. Elogia decisão do Tribunal Regional do Trabalho favorável aos metroviários. Discorre a favor do direito de luta de todos os trabalhadores, inclusive os policiais militares.

 

10 - CONTE LOPES

Faz trajetória de sua atuação profissional na Polícia Militar de São Paulo. Lembra de atentado que sofreu enquanto policial. Considera que a sociedade está perdendo a guerra contra o crime.

 

11 - PAULO LULA FIORILO

Lamenta o assassinato de Larissa Rodrigues da Silva, 21 anos, transexual morta a pauladas. Considera que falta segurança no Estado. Critica alterações na área da Educação no Estado de São Paulo, como alteração nas férias dos professores. Relata visita a diversas escolas estaduais. Convida deputados e deputadas para reunião que deverá realizar-se amanhã, às 14 horas, com membros da Federação Israelita.

 

12 - MAJOR MECCA

Informa dados sobre assassinatos, tentativas de assassinato e ameaças a policiais militares ocorridas no estado de São Paulo e no Brasil nos últimos anos. Compara estes dados com informações de países europeus. Defende alterações no Código de Processo Penal Brasileiro. Defende fortalecimento dos Baep, Batalhão de Ações Especiais da Polícia, a fim de combater as facções criminosas. Considera que os investimentos em inteligência policial são necessários para enfrentar o crime. Lamenta condições de trabalho dos policiais militares. Reflete acerca de riscos a policiais, em abordagens.

 

GRANDE EXPEDIENTE

13 - ISA PENNA

Pelo art. 82, critica a reforma da Previdência. Lamenta a cultura de desvalorização das mulheres. Comenta casos de bulling e de suicídios. Discorre acerca da evolução de direitos. Assevera que a segurança independe do gênero. Revela que o maior medo feminino é o de ser vítima de estupro. Lembra ofensa a policial militar feminino em exercício nesta Casa. Anuncia que deve haver paralisação geral no País, no dia 14/06, organizada pelas centrais sindicais.

 

14 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Orienta assessores de deputados a solicitarem autorização da Mesa, para filmagens, em obediência ao Regimento Interno desta Casa.

 

15 - FREDERICO D`AVILA

Pelo art. 82, manifesta consternação pelo assassinato do cabo Fernando Flores, ocorrido no sábado. Defende alteração na legislação penal e a aplicação da força, a exemplo do que faz Israel, como meio de combate à violência. Transmite condolências ao 1º Batalhão de Choque.

 

16 - PRESIDENTE CORONEL TELHADA

Endossa o discurso do deputado Frederico d’Avila. Lembra sessão solene a ser realizada hoje às 19 horas, para celebração do Dia do Profissional da Contabilidade. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 07/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

-Assume a Presidência e abe a sessão o Sr. Coronel Telhada.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Presente o número regimental de Sras. Deputadas, Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior, e convida o nobre deputado Paulo Fiorilo para ler a Resenha do Expediente.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - Sr. Presidente, Indicação: “Indico nos termos do Art. 159, da XIV Consolidação do Regimento Interno, o Exmo. Governador do Estado de São Paulo, nobre Dr. José Antonio para denominar o trevo de acesso ao bairro de Santa Mônica, no município de São Manoel, localizado na SP-255, Rodovia deputado João Lázaro de Almeida Prado. Deputado Ricardo Mellão.”

Outra Indicação: “Indico nos termos do Art. 159, XIV Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo, que determine aos órgãos competentes do Poder Executivo a realização de estudos, bem como adoção de todas as medidas necessárias para a liberação de recursos orçamentários, em parceria com o município de Cruzeiro, em São Paulo, para reforma, melhorias e ampliação do Centro de Controle de Zoonose da citada cidade, especial para o fomento de programas gratuitos de castração. Assina a indicação, deputado Bruno Ganem.”

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. Antes de iniciarmos o Pequeno Expediente, quero dar ciência à Casa de alguns ofícios. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Esta Presidência, atendendo à solicitação do nobre deputado  Castello Branco, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” do Regimento Interno, para a sessão solene para realizar-se no dia 14 de julho, de 2019, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Marinha.

Está lido.

Senhoras Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Tenente Nascimento, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra "r", do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 14 de junho de 2019, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Assembleia de Deus.

Lido.

Senhoras Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Campos Machado, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra "r", do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 17 de junho, com a finalidade de homenagear os 100 anos de Nelson Gonçalves.

Lido o Nelson Gonçalves.

Senhoras Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Roque Barbiere, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra r, do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 24 de junho de 2019, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Imigrante.

E, finalmente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Carlão Pignatari, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra "r", do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 24 de junho de 2019, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Lidas as sessões solenes, começamos o Pequeno Expediente. Na data de hoje, nós temos 24 inscritos e mais nove na lista suplementar.

Portanto, o primeiro deputado inscrito é o Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma boa tarde ao Sr. Presidente, aos integrantes da Mesa, aos deputados e deputadas presentes no plenário, a todos os nossos funcionários, que nos apoiam e dão suporte ao nosso trabalho e aos nossos irmãos que estão na galeria, e a todos os que nos assistem pela TV Alesp.

Tivemos um final de semana extremamente pesado para todos nós operadores de Segurança Pública. Nesse final de semana, como vem acontecendo há muitos anos em São Paulo e no Brasil, foram executados mais dois policiais militares, mais dois pais de família.

O cabo Fernando, da Rota, com 38 anos de idade; o cabo Fábio Oliveira Silva, do 37º Batalhão, na zona sul de São Paulo, situações que nos chamam a atenção; situação que nos leva a uma condição onde nós nos sentimos extremamente inúteis, e nos sentimos ninguém diante desse cenário que vivemos hoje.

O cabo Fernando trabalhou comigo na minha viatura. Flávia, digo a você: trabalhou comigo, um pai de família, que deixou uma esposa com 39 anos, fazendo um curso de auxiliar de enfermagem. Um policial que deixou três filhos: uma menina de 15 anos de idade, uma menina de 10 anos de idade e um menino de 11. Um policial que fazia, - para sustentar sua família, ele morava de aluguel na zona sul de São Paulo -, fazia bico num supermercado; fazia atividade delegada e fazia a Degen. A delegada é a atividade na hora de folga do policial, que é pago pela Prefeitura; e a Degen é paga pelo Estado.

Como conversávamos, no sábado, durante o velório, e no enterro, ontem, no domingo, o Fernando andava até com olheira, de tanto que fazia bico e trabalhava para sustentar a sua família. Acredito que todos acompanharam, através da imprensa e das redes sociais, como o cabo Fernando foi executado na porta de casa, às 6:20 da manhã, tirando o carro da garagem para ir trabalhar. Um veículo prata, I30, todo insufilmado parou ao lado, o cabo Fernando fechou o portão, entrou no seu veículo para ir trabalhar, foi executado a tiros de fuzil, metralhadora, mais de 60 tiros na porta de casa, uma ação extremamente ousada de criminosos que não respeitam a Polícia, não respeitam a sociedade, não respeitam a família. Se a esposa e os filhos estivessem dentro do veículo, os criminosos teriam executado a família inteira desse policial, sem um mínimo de piedade.

Nós precisamos trazer aqui, enaltecer, e não podemos deixar de falar do apoio da Polícia Civil, que esteve presente no enterro do cabo Fernando, ontem. Fizeram um comboio, o helicóptero Pelicano sobrevoou o cemitério Campo Grande, na zona sul, em apoio, em solidariedade à família policial militar pelo ocorrido, nesse final de semana. E digo aos nossos irmãos policiais civis: se nós, se nós levarmos para a parte operacional, se nós levarmos para a rua essa nossa união - Polícia Militar, Polícia Civil -, nós seremos imbatíveis contra o crime e no trabalho em prol do povo e do cidadão de bem de São Paulo.

Escutem isso, meus irmãos: seremos imbatíveis. Fizemos uma audiência, aqui nesta Casa, convocando policiais militares e os policiais civis estiveram. Os policiais civis, convocados pelo Delegado Bruno Lima, estiveram aqui - para concluir, a Mesa - e nós também estivemos. Talvez seja reflexo desse caminho que começamos a trilhar, nesse momento. Nós seremos imbatíveis, meus irmãos, em São Paulo, se estivermos unidos.

Muito obrigado aos policiais civis pela solidariedade prestada.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Próximo deputado inscrito, deputado Emidio Lula de Souza. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Lula da Silva. (Pausa.) Deputada Adriana Borgo. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Beth Lula Sahão. (Pausa.) Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PSL - Boa tarde a todos, aos colegas deputados, assessorias, pessoal presente na galeria, fazer discurso para o presidente, mais o Camarinha, mais dois deputados da nossa bancada, porque, está bom, não é, acho que está melhorando, nós estamos em três do PSL aqui.

 Quero me solidarizar com as palavras do nosso colega... Não tem jeito, Tenente Coronel Mecca. Ele gosta de ser major, porque ele usou major na campanha, mas para mim será tenente coronel. É doloroso para nós, policiais militares, ver o irmão de farda ser executado, como foi. O que a gente vê como... tem lado positivo e o lado negativo.

O lado positivo que estamos vendo é a união dos irmãos da Polícia Civil. Trabalhei 30 anos na ativa e nunca tinha visto coisa igual. Não sei de quem foi a iniciativa; pelo que eu tinha visto e entendido, o Delegado Bruno Lima teria tido essa iniciativa. É um momento histórico. A partir de agora, iremos agir contra a marginalidade, doa a quem doer; estaremos unidos, principalmente contra os ditos crimes organizados. Acho que é o momento oportuno. Eu nunca tinha visto, em 30 anos de carreira, uma participação tão maciça da Polícia Civil em um evento dessa natureza. Eu não gostaria de ver mais, porque não quero ver mais enterros de irmãos. É uma coisa dolorosa.

Foram dois eventos no final de semana. Até mudaram o horário do enterro: estava marcado para as 15 horas, se não me engano, e mudaram para as 10 horas. Não pude participar, pois não tive a informação. É uma coisa que deixa a gente muito triste.

Passando essa fase que passamos agora, hoje de manhã participamos de uma audiência pública sobre uma parceria que a Secretaria da Administração Penitenciária está querendo fazer com particulares. A minha intenção, a nossa intenção - acredito que seja a de todos - é de que a privatização não venha a acontecer nesta Casa dessa forma.

A execução penal - quem é advogado sabe - é privativa do estado, seja a União, seja o estado em que nós vivemos. Então, não tem como privatizar esse serviço. Se privatizarem a área de apoio administrativo, como hotelaria, como até lavagem de roupa e essas coisas, tudo bem. Mas não a guarda do preso. A guarda do preso é privativa do estado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Vinícius Camarinha.

 

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Sr. Governador, se a nossa polícia é considerada a melhor do Brasil, independentemente de ter verba ou não ter verba, está na hora de começar a pensar no nosso aumento. Pelo menos diga: “Nós não vamos dar aumento”. Mas seja sincero e honesto. Nós sofremos sendo a melhor polícia do Brasil, modelo para o Brasil inteiro.

Outro dia, eu estava em Brasília e encontrei com os irmãos da Força Nacional. Por incrível que pareça, o Brasil vai participar, por meio da Força Nacional, da ajuda a Moçambique. Quem está comandando essa tropa que irá para Moçambique é um major da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o que nos causou muito orgulho. Eu visitei instalações, eu dei o nosso apoio. O que precisarem de nós, terão.

Inclusive, agentes penitenciários federais com quem casualmente me encontrei  pediram para ajudarmos na PEC deles para se tornarem polícia penal. Falei que temos aliados no governo federal e que também estamos à disposição.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Finalizando, Sr. Presidente, estamos brigando pela nossa PEC da emancipação. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Seguindo a lista de oradores inscritos: nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Coronel Telhada. Vossa Excelência tem a palavra pelo prazo de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero saudar a todos aqui, começando pela Assistência Policial Militar, nas figuras da cabo Flávia e do cabo Agnelo. Quero saudar a nossa Assistência Policial Militar, sempre presente aqui nos dias de expediente; mesmo nos dias de folga, a nossa assistência militar está sempre tomando conta da Assembleia.

Quero saudar os Srs. Deputados, os assessores e assessoras presentes, as pessoas que estão no plenário, sejam bem-vindas - apesar de boa parte ser de assessores nossos, mas é bom que vocês acompanhem nossos discursos -, e quem nos assiste pela TV Assembleia.

Quero saudar aqui inicialmente as cidades aniversariantes. Ontem, domingo, tivemos duas cidades aniversariando: a cidade de Biritiba Mirim, lá na região de Mogi das Cruzes, e a cidade de Garça aniversariam ontem, domingo. Um grande abraço a todos. Hoje hoje nós temos a cidade de Irapuru, que aniversaria hoje, a cidade do meu saudoso amigo Elias Bernal, que morava lá em Irapuru e infelizmente já não está mais conosco. Um abraço a todos os amigos, irmãos e irmãs da cidade de Irapuru.

Ontem também - falando em assunto militar - foi o dia em que foi comemorada a Arma de Comunicações do Exército. Parabéns a todos os homens e mulheres da Arma de Comunicações do nosso Exército Brasileiro.

Já foi citado aqui, mas eu não poderia me furtar a falar da infelicidade que sofremos este final de semana aqui no estado de São Paulo. Nós tivemos um policial militar morto, um cabo brutalmente assassinado. Mais de 66 tiros foram disparados contra esse policial militar. Salvo engano, mais de 30 disparos atingiram o corpo do cabo Fernando Flávio Flores, que infelizmente faleceu.

Ele foi sepultado ontem aqui na zona sul de São Paulo. Eu não pude estar presente porque estava viajando, estava na cidade de Itatiba, voltando de uma missão que eu fui cumprir lá, e infelizmente não pude participar. As más línguas na internet para falar besteira não tem igual, né? Falaram que a gente não quis ir, mas a gente não foi porque estava viajando, senão teria comparecido para homenagear esse policial militar que foi morto.

Esta é uma foto do estado em que ficou o carro que ele usava, que era um Doblò.  Usa mais o zoom, por favor, para mostrar bem o vidro, as marcas de tiro, veja se você consegue mostrar. Dá para ver na câmera as marcas de disparo de arma, de fuzil? Tem um vídeo no ponto para vocês verem que o policial militar não teve chance de reação alguma. Ele foi morto brutalmente por dois, três criminosos que se encontravam em um carro branco. Temos o vídeo aqui para mostrar para os senhores, pode soltar o vídeo.

Vejam que o cabo está saindo da casa dele, aquele é o carro que ele tem, um Doblò verde. Se vocês olharem lá no alto, no canto direito da tela, tem um carro branco estacionado. É naquele carro que os indivíduos se encontram. Ele vai descer do veículo e vai fechar o portão da casa dele. Quando ele entra no carro dele, o veículo branco vai se aproximar, fiquem prestando atenção. Ele vai, fechou o portão da casa, e lá vem o carro branco. Próximo dali tem uma lombada, e ele não viu o carro, infelizmente ele não viu esse carro se aproximando.

Lá vem o carro branco, prestem atenção no que vai acontecer. A Polícia Militar que é violenta, né? Olhem o naipe... Começaram os tiros, vejam os tiros, atravessam o carro. Podem ver que a fumaça sai do outro lado, são estilhaços, tiros de fuzil. Eles estão atirando de dentro do carro. Um dos vagabundos desce, e outro vai descer pela porta de trás, atrás do motorista. Ele está com um fuzil, podem ver que é um fuzil, uma arma longa. O outro que vai descer também vai desembarcar com um fuzil. Desembarcou com um fuzil e olhem o que ele vai fazer. Mas bandido é gente boa, não é perigoso. Perigosa é a Polícia, que é violenta. Fiquem vendo, ele vai disparar inclusive usando uma mão só, não vai nem usar as duas mãos no fuzil, olhem só.

Isso todo mundo deve ter visto, o Datena mostrou a semana inteira isso aí. Eu queria lembrar aos senhores que esse é o resultado do crime organizado no estado de São Paulo: um policial militar cruelmente assassinado. O policial cabo Fernando Flávio Flores, do 1º Batalhão, de 38 anos de idade, deixou três filhos e a esposa, lembrando que há menos de 15 dias o cabo Gonçalves, também da Rota, foi morto lá no litoral, também de uma maneira covarde, porque foi morto pelas costas.

Queria lembrar a todos que no dia 31 de julho de 2010 eu sofri um atentado da mesma maneira na porta da minha casa. Não morri porque os vagabundos estavam de pistola, não estavam de fuzil. Deus me guardou aquele dia, por isso eu estou aqui. Essa é a realidade da Polícia Militar, do que enfrenta a Polícia Militar. Sabe o que é pior? Tem gente que vem falar em contenção da letalidade da Polícia Militar, “vamos conter a letalidade da Polícia Militar”.

Nossos policiais estão morrendo que nem mosca, sendo caçados, e alguém do governo, de ONGs, que deveriam apoiar a Polícia, estão falando na letalidade policial.

Aliás, alguém até se preocupou. “Fique tranquilo, porque a Rota não vai responder à altura. A Rota vai agir dentro da legalidade.” A Rota sempre agiu dentro da legalidade, mas e o medo de que a gente vá matar os vagabundos? E o medo? Tem que responder à altura, sim. Tem que mostrar para bandido que quem manda em São Paulo é a polícia, é a lei, não é o crime.

Só para fechar, Sr. Presidente, 30 segundos. Esse foi outro policial militar morto na data de ontem, domingo, o soldado da Polícia Militar Fábio de Oliveira Silva. Foi morto domingo, quando ele se envolveu em um problema. Acabou baleando dois indivíduos e acabou sendo baleado no rosto com a própria arma, por indivíduos que acabaram cercando esse policial e matando-o. Nesse final de semana, dois policiais mortos em São Paulo.

E pessoas vêm aqui e em outros lugares falar da letalidade policial, capitão Conte Lopes. O senhor lembra quando eu sofri um atentado. O senhor e o coronel Mecca estiveram na minha casa, viram o que aconteceu, apesar de que muitos idiotas - é o termo exato - muitos idiotas falaram um monte de impropérios. Se nós estamos vivos aqui, hoje, é porque Deus é bom. Infelizmente, o cabo Fernando foi vítima dessa atrocidade, fuzilado.

Nós precisamos ter uma polícia forte, uma polícia bem paga. O Sr. Governador prometeu que no início do governo dele já haveria um aumento para a Polícia Militar. Eu estou aguardando esse aumento, porque eu entendo que o início do governo, vamos entender que seja até o primeiro ano. Nós estaremos aqui, diariamente, aguardando e cobrando. Toda vez que estivermos com o governador vamos cobrar esse aumento, essa valorização das Forças de Segurança do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Seguindo a lista de oradores inscritos, nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputado Adalberto Freitas. (Pausa.) Nobre deputada Professora Bebel. (Pausa.) Nobre deputado Marcio da Farmácia. (Pausa.) Nobre deputado Frederico d'Avila. (Pausa.) Nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.) Nobre deputado Teonilio Barba Lula. (Pausa.)

Entramos agora na Lista Suplementar. Nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Nobre deputado Enio Lula Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Lula Fiorilo. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Nobre deputado Vinícius Camarinha. Este deputado pede que o deputado Coronel Telhada reassuma a Presidência para que eu possa fazer uso da palavra.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Coronel Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Reassumindo a Presidência, convido o deputado Vinícius Camarinha para uso da tribuna durante cinco minutos.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nobre presidente, deputado Coronel Telhada, colegas que estão aqui na Casa, queria me somar aos oradores que me antecederam para prestar a minha solidariedade a todos os policiais, à família militar. Minha solidariedade ao Estado brasileiro, minha solidariedade ao povo de São Paulo pelas constantes chacinas que a polícia vem sofrendo, execuções ora de soldados, ora de tenentes, ora de civis, ora de militares. No fundo, quem perde, deputado Conte Lopes, V. Exa. que é um militante de rua, de polícia, no fundo quem perde é o Estado brasileiro.

Eu, refletindo sobre esse cenário, o que nós estamos passando, o que nós estamos vivendo, qual seria o caminho, o que nós poderíamos fazer. Seria com mais violência? Seria a polícia metralhar todos os bandidos que encontrar, sem distinção de inocência, sem distinção de um julgamento lícito, legal? Qual seria o caminho que nós teríamos para fazer o enfrentamento dessa violência?

Eu, quando estava na minha faculdade de Direito, uma vez fiz uma dissertação a pedido de um promotor. Ele pediu aos alunos que fizessem uma dissertação para o combate à violência. Eu apontei duas ações. Primeiro, de imediato, uma ação forte da polícia de Estado, uma reação forte, mas em um amparo legal. O nosso Código de Processo Penal, deputado Major Mecca, é de 1940, é ultrapassado. O pensamento daquele período de 1940, a conjuntura daqueles anos, a cabeça dos legisladores; o momento social naquele período era completamente outro. O perfil social, a sociedade, o que nós vivemos hoje em dia, com falta de Educação, a periferia massacrada e as pessoas vivendo em todos os tipos de situações... Era totalmente diferente, de tal modo que nós precisamos urgentemente...

Não cabe à Assembleia Legislativa, não cabe a nós deputados estaduais. É bom dizer isso, porque há uma confusão generalizada na sociedade: não cabe a nós, deputados estaduais, mas ao Congresso Nacional se debruçar urgentemente em cima do Código de Processo Penal, assim como do Código Penal também. Atualizar as novas necessidades à realidade do dia a dia da nossa população. O que é justo, o que é injusto; onde precisar apertar, onde precisa adequar.

Enquanto não fazem, nós assistimos isso que está acontecendo. Aí, o bandido mata o policial; o policial vai lá e reage, às vezes até no fervor da emoção. E a gente não pode tirar a razão de quem tem a sua vida o tempo todo sob risco. Aqui, nós temos diversos colegas que são militares. A gente sabe o que é essa pressão, mas a polícia vai lá e reage. E parece que fica um bangue-bangue, e isso não tem fim. E o Estado tem que atuar, porque o Estado, o povo, todos nós não podemos jamais perder essa queda de braço.           

Mas na outra vertente, além de atuação firme e forte da polícia e da nossa lei, tem uma medida que vai de médio a longo prazo, Major Mecca, Coronel Telhada, que é a Educação, que é o investimento no social, que é o investimento no ser humano. Não deixar que aquela criança, que aquele jovem vá para o crime, seja cooptado pelo tráfico, seja cooptado pela coisa ruim. É tirar a criança da rua, é pôr na escola; é fazer escola de tempo integral, é deixar a família amparada com emprego. É pôr na cabeça dessa juventude uma perspectiva de vida: ter um bom curso técnico, um curso profissionalizante.

Hoje, li numa pesquisa da “Folha de S. Paulo” que 50% dos professores reconhecem que os jovens não vão terminar a escola. Se nós temos 50% dos professores que reconhecem que os jovens, deputado Douglas Garcia, não vão concluir o ensino médio, qual é o fim do nosso país, aonde nós vamos chegar? Então, o que nós precisamos fazer - e aqui é muito mais o Congresso Nacional, a Câmara Federal - é nos debruçar nas reformas das leis penais e, ao mesmo tempo, implementar, de médio a longo prazo, de forma urgente, programas sociais, programa educacional.

Para encerrar, Sr. Presidente, eu fui Prefeito Amigo da Criança, coloquei minha cidade com os melhores índices de Educação do Brasil, com escola de tempo integral, formação qualificada de jovens. E você vê hoje que Marília, nossa cidade, tem um dos melhores índices de geração de emprego. As empresas vão à cidade porque podem contratar mão de obra qualificada.

Então, Sr. Presidente, nessa guerra que nós vivemos, o Estado precisa agir dessa maneira. De imediato, boas leis, punição, Estado forte. E, de médio a longo prazo, ação no social, na Educação e na geração de emprego. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. O próximo deputado é Douglas Garcia.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caros pares aqui presentes, demorei, mas cheguei. Gostaria de desejar uma boa tarde a todos, ao público que nos assiste pela TV Alesp, ao público da galeria. Que Deus abençoe a todos.

É com prazer que, mais uma vez, subo a esta tribuna, representando a população paulista e vindo falar em nome do meu eleitorado. Senhores, no século passado, a união de revolução e crime foi tão exaltada que passou a virar corrente teórica entre pensadores marxistas, principalmente na Escola de Frankfurt.

Você tinha aí a classe proletária. Ela já não servia mais como classe revolucionária, porque ela estava apaixonada pelas benesses do capitalismo “malvadão”. Nascia, então, o famoso socialista de iPhone. Herbert Marcuse tentou consertar essa fracassada teoria marxista, simplesmente buscando novas classes revolucionárias. Qual foi o critério que ele adotou?

O que iria definir não seria mais a desvantagem econômica, mas qualquer frustração psicológica. Então, dentro desses grupos, nós temos os intelectuais e estudantes, sempre revoltados com a sociedade que, no caso, são representados pelos movimentos estudantis e sindicatos de professores.

Nós temos outro grupo que são todos os insatisfeitos com qualquer coisa: os gays, irritados com a virilidade masculina, que hoje encontram a sua representatividade no movimento LGBT; as mulheres, que iam muito além da questão de luta por direitos iguais, chegando ao ponto de, histericamente, de forma histérica, defender o ódio pelo homem, que hoje encontram a sua representatividade no movimento feminista; e as crianças rebeldes à autoridade paterna, que hoje são representados pelos famosos Black Bloc.

Por último, há os marginais, em geral, que hoje são representados pelo crime organizado, que levam o seu slogan e o seu tema, quase o mesmo lema da Revolução Francesa, “Liberté, Égalité, Fraternité”. Para ficar mais bonitinho, só faltou um “Fora PT”. Esse Triunvirato, senhores, é semelhante àquele que é levado pelo PCC, “Paz, Justiça e Liberdade”.

Isso não é apenas coincidência. Inclusive, eu gostaria de lembrar que o Sr. Roberto Jefferson, durante uma entrevista na Rádio “Jovem Pan”, disse que o partido mais presente nesses presídios é nada mais nada menos que o PSOL - Partido Socialismo e Liberdade.

Eu gostaria de lembrar também que, durante a época do regime militar, esses presos comuns foram presos com os presos terroristas, ou seja, eles receberam treinamento dessas guerrilhas, receberam organização dentro dos presídios. Hoje, a gente tem aí o crime organizado. Por que estou dizendo tudo isso?

Porque estou trazendo a vocês a relação entre a criminalidade e a esquerda, essa alimentação que eles trazem ao crime organizado, essa exaltação que eles trazem ao crime organizado. Como resultado, nós tivemos, nessa semana, a morte do cabo Fernando Flávio Flores, do cabo Daniel Gonçalves Correa, e do soldado PM Fábio de Oliveira Silva.

O que me surpreende é que eu vi muitos esquerdistas, muitos deputados, senadores, vereadores, defendendo a Polícia Militar. Aí eu pergunto: por que, diante desse histórico que eu trouxe para os senhores, dessa política que eles sempre trouxeram, de ódio, de assassinato, de repreensão à Polícia Militar, por que, agora, eles estão querendo mudar a bandeira?

“Sim, eu quero o fim da Polícia Militar.” É isso que é dito em todas as manifestações de esquerda. Eles tentam taxar a polícia de racista, de assassina, diz que está a serviço dos ricos e dos brancos, quando na Polícia Militar, principalmente do estado de São Paulo, a maior parte do corpo é pobre, é negra, vem da periferia também, e está lá sofrendo, assim como qualquer outro trabalhador.

Se acaso a esquerda quer mesmo ajudar os PMs, eu peço, por favor, que aprovem o pacote anticrime de Sérgio Moro. Vamos trabalhar para a pena máxima, no mínimo 50 anos, vamos acabar com essa coisa de redução de pena. Assim, vocês vão ajudar os policiais militares. Por quê?

Porque a gente vai mostrar para a criminalidade que ela deve ser combatida, que a criminalidade não pode simplesmente assassinar a vida de um policial militar, de um cidadão de bem e saber que ela tem todo o aparato estatal para conseguir sair impune. O PSOL, inclusive, começou uma campanha, a chamar o pacote anticrime de pacote antipobre.

Quero dizer que eu nunca vi uma discriminação e um preconceito tão grande, porque o pacote anticrime veio para combater o criminoso, ele não veio para combater o pobre. A partir do momento que o PSOL chama o pacote anticrime de pacote antipobre, ele está dizendo que todo pobre é criminoso, que todos aqueles que vivem na favela são criminosos, quando não é verdade.

No Congresso Nacional, por metro quadrado você encontra muito mais bandidos do que dentro da periferia.

Então, eu gostaria aqui que, por gentileza, os partidos de esquerda tomassem mais consciência antes de abrir a boca para falar, principalmente quando a maior parte daqueles que fazem parte desse partido nunca pisaram na favela para saber como é que é a realidade dessa população. O Estado deve ser forte sim. Eu defendo o Estado forte, à medida que eu defendo um Estado pequeno. Porém, nós não podemos nos dobrar à criminalidade.

Não é a política de encarceramento que vive o nosso país. É a cultura da impunidade. O Brasil só vai mudar quando nós paramos de tratar os bandidos como vítimas da sociedade. O Brasil só vai mudar quando os Direitos Humanos atenderem as famílias das vítimas, e não dos seus algozes. O Brasil só vai mudar quando o nosso país, de fato, lutar pelas famílias e pelo cidadão de bem.

Fica aqui, é claro o meu pesar todos os policiais militares que foram assassinados, e peço para que nós venhamos pensar na Polícia Militar e na Polícia Civil também como corporações dignas de respeito, e venhamos votar também. Peço ao governador do estado de São Paulo que faça o reajuste salarial, a recomposição salarial, a toda classe de Segurança Pública do nosso estado, pois sem os policiais militares nós estamos largados às traças. A Polícia Militar é a última trincheira entre a ordem e o caos.

Muito obrigado, senhores.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado. A próxima deputada é a deputada Isa Penna. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Boa tarde a todas e todos, todos que me escutam aí, todos que me escutam aí de casa pela TV Alesp, eu queria dizer, em primeiro lugar: todo o apoio à ação dos metroviários.

Que ação é essa? Não sei se os senhores estão vendo aqui o colete que eu estou usando. O colete que eu estou usando fala: “Privatização mata” e “Contra a reforma da Previdência”. Essa foi uma ação dos trabalhadores do Metrô, que passaram a usar esse colete e chamar o povo que passa, os usuários do metrô, que pegam o metrô todo dia,  para dialogar sobre a reforma da Previdência, defendendo, inclusive a realização de um plebiscito, para que o povo possa dizer se é ou não é a favor da reforma da Previdência.

O Tribunal Regional do Trabalho, inclusive, decidiu, em favor dos trabalhadores, ou seja, que a direção do Metrô não pode cercear o direito desses trabalhadores de usarem os coletes e de terem essa manifestação, já que, gostem ou não alguns deputados, o direito de manifestação, o direito de organização política está previsto na Constituição Federal de 88, e é por isso que é preciso saudar essa decisão do Tribunal Regional do Trabalho.

É preciso dizer, e eu vou fazer isso mais tarde, sobre porque é tão importante a luta contra a reforma da Previdência. Porque o sistema de Previdência no Brasil era um dos poucos mecanismos de distribuição de renda, e é isso que não se fala no Brasil. Não se fala. Os deputados sobem aqui, falam de privatização, falam da reforma da Previdência, mas não falam que a privatização é um mecanismo de concentração de renda, e a reforma da Previdência, como ela está prevista, é o mecanismo de concentração de renda.

Então, para você, trabalhador, policial, para você trabalhador metroviário, para você trabalhadora empregada doméstica, saiba que é você que está sendo atingido com as privatizações, com o pacote de privatizações, e também com a reforma da Previdência.

Agora eu queria falar sobre o conceito de luta. A tentativa de criminalizar aqueles que lutam é da história da humanidade. A gente tem um regime imposto, um regime que sempre tem uma classe dominante, que é muito menor do que a classe que sustenta a sociedade, a classe que efetivamente trabalha pela sociedade.

Portanto, a luta, a luta política, a luta para se fazer pressão, para conquistar direitos, faz parte da história da humanidade, e podem chorar, podem surtar, mas ela vai continuar fazendo. Aquela coisa: atura ou surta. Não é? Não sei, pode escolher, mas o direito de lutar vai continuar existindo.

É preciso talvez lembrar que hoje nós somos deputados aqui nesta Casa... O deputado Douglas Garcia só é deputado porque pessoas lutaram para que existisse um Parlamento. Só existe capitalismo porque houve uma revolução. A revolução burguesa na França: liberté, egualité, fraternité. Enfim, vem daí. Só acabou a escravidão porque teve luta. E, portanto, a luta do povo, a luta daqueles que sofrem com as medidas de fato que são aprovadas cotidianamente a canetadas, essa luta é digna, essa luta é um direito. Deixar questionar o direito de lutar é quase que como se questionar o iluminismo, é querer voltar para bases obscurantistas de sociedade. Ou seja, mal informadas, absolutamente precárias do ponto de vista intelectuais, como são as manifestações recorrentes dessa extrema direita aqui nesta Casa. É por isso que nós defendemos inclusive o direito de luta dos policiais militares, que vêm aqui todos os dias com suas bandeiras e que estão ali, sim, muito respeitados e reivindicados pela bancada do PSOL. Isso porque nós entendemos que eles são trabalhadores e que têm o direito de lutar pelos seus direitos, assim como qualquer outra categoria.

Por fim, eu queria dizer o seguinte: nós vamos continuar lutando. Não estranhem. Não se surpreendam: a flor nasce do asfalto. Podem matar um, podem matar uma, mas não podem deter a primavera. Essa frase é de uma pessoa que sonhou com um mundo mais justo e de que acima de tudo acreditava que esse mundo viria por meio da luta. Estamos aqui para lutar contra as privatizações e contra a reforma da Previdência, mas, acima de tudo, pelo direito de lutar. Disso nós nunca vamos abrir mão. E entristeçam os senhores: a classe trabalhadora também nunca vai abrir mão.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado Sra. deputada. O próximo deputado é o deputado Conte Lopes. Deputado, o senhor tem o tempo regimental de cinco minutos. O nosso tenente da Rota, hoje capitão Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PP - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, falava muito bem o presidente Coronel Telhada. Antes de ser tenente da Rota eu fui soldado da Polícia Militar. Entrei na Polícia Militar como soldado em 67. A deputada Isa Penna nem era nascida ainda - nossa colega da Câmara Municipal. Naquele tempo davam para a gente um cassetete e um apito para a gente fazer patrulhamento - em 67. O cassetete eu até sabia para que servia. Mas o apito, até hoje eu não sei para que era. Depois, eu entrei para a Academia do Barro Branco, em 70, saí em 74 e fui para a Rota.

Como o próprio Coronel Telhada falou, ele foi vítima de um atentado. Eu também fui, quando trabalhava na Rota e morava em Guarulhos, na Vila Galvão. Eu havia pegado alguns bandidos, amigos de um tal de Lenão. Esse Lenão resolveu comprar uma passagem para a Bahia e comprou um 38 para me matar na véspera de Natal. E quando eu chegava em casa, na véspera de Natal, essa cara estava na porta da minha casa. Houve um entrevero e ele acabou morrendo na porta da minha casa.

O Coronel Telhada também, como comandante da Rota foi atacado e eu fui lá, era deputado, fui na casa do Coronel Telhada, que era comandante da Rota na época em que sofreu o atentado.

Agora, por que eu estou falando tudo isso aí? Porque nós estamos perdendo a guerra. Não adianta o Doria falar, o Bolsonaro falar, Jesus Cristo falar, nós estamos perdendo a guerra para o crime. Essa é a verdade. O que vai fazer eu não sei. Eu estou com mais de 50 anos de polícia. Eu não sei. Acho que os outros têm que vir e falar, porque nós estamos perdendo. Bandido mata quem quiser. O que o Coronel Telhada mostrou aqui qualquer um que estivesse ali, se fosse eu - é até triste falar - a família dele, morria todo mundo. O cara chega de fuzil, três ou quatro, quem vai encarar uma coisa dessas aí? Quem vai segurar um pepino desses aí? Se o cara quiser matar o governador ele mata. Tanto é verdade que o Bolsonaro quase morre com um cara com uma faca na mão. Não foi com fuzil, não. Foi com uma faca. O camarada quase o matou na frente de todo mundo. Cheio de Polícia Federal, tudo de óculos. Hoje os caras usam óculos, bonitinho e tal, não é? O cara fez na frente de todo mundo.

Então, essa é a grande verdade. Eu não sei o que a gente vai fazer. Mas que nós estamos perdendo a guerra, estamos. E não falo da Polícia Militar, Polícia Civil, não. Eu falo é da sociedade. A sociedade tem que ter segurança. Tem que ter uma Polícia que dê segurança à sociedade, não só no discurso, não, na realidade. O bandido vai lá, fez o que fez e foi embora.

Ora, até eu, quando era tenentinho da Rota lá, quando se matou investigador no meu turno de serviço, enquanto nós não fossemos buscar o bandido ninguém foi para casa, não.

Policial que morreu no meu turno de serviço: enquanto o bandido não foi preso... Se ele voltasse em pé ou deitado, o problema era dele, ele que escolhia; mas, que ele voltava, ele voltava. Ninguém ia para casa, não.

Quando o bandido vai lá e executa, na frente de todo mundo, na frente de câmera, de fuzil, metendo bala na população, na policia, parece que ninguém sente nada. Não é discurso, é a realidade: nós estamos perdendo a guerra. O que vai fazer? Não sei.

O Coronel Erasmo Dias, que foi secretário da Segurança Pública,  chegou a fazer nós policiais militares, trabalharmos unidos com a Polícia Civil.

Naquele tempo ele enxergava que tinha que ter uma integridade. Não dá para você levar um bandido para a delegacia de polícia e você vai embora e você não sabe o que aconteceu com o bandido: se ele vai ser preso, se ele vai ser indiciado.

O cidadão de bem: se ele liga para o 190, o 190 manda ele ir na delegacia. Se ele vai na delegacia, o delegado manda ele ligar no 190. Então, eu acho que nós estamos perdendo a guerra. Não adianta viver de passado; quem vive de passado é museu.

Os bandidos estão de fuzil. Se quiserem matar o governador, hoje, matam, na cara dura. Se quiserem matar o secretário de Segurança, matam; se quiser matar deputado, mata. Vai correr para onde?

É só o cara emparelhar com você, com a arma dele, e meter um tiro de fuzil. Com uma rajada de fuzil está morto, vai fazer o quê? Então, a gente fica se virando aí, autorizando andar com uma pistolinha 380. Vai na praia com uma 380.

Hoje eu vi num vídeo uma mulher sendo executada. Três bandidos cortando o pescoço de uma mulher. Os bandidos: "Aqui é comando vermelho. Aqui é comando vermelho."

E onde nós vamos parar? Agora, não tem punição. O bandido vai para a cadeia, ele manda na cadeia. O Marcola tinha mulher na cadeia todo dia. Tinha lagosta na cadeia. Tinha tudo na cadeia. Que prisão é essa? Os bandidos comandam a cadeia de dentro da prisão. Comandam, de dentro da prisão, o crime.

Então, desse jeito, Sr. Presidente, vai me desculpar: nós vamos de mal a pior. Não sei o que vai se fazer; alguma coisa tem que se fazer. Porque tem que, primeiro, proteger a população. Essa é a grande verdade. E, do jeito que está, nós não estamos protegendo nem a nós mesmos.

Dois policiais da Rota morreram em uma semana, foram executados dentro de casa. Então, se  um policial da Rota - superpreparado - não consegue se proteger, que dirá o resto da população? Como é que a população se sente?

Então, sei lá, eu acho que está na hora de estudar o que é que vamos fazer para melhorar a segurança do povo de São Paulo e também dos policiais, é óbvio.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado.

O próximo deputado é o deputado Paulo Fiorilo. Isso.

Paulo Fiorilo, V. Exa. tem o tempo regimental.

 

O SR. PAULO LULA FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Senhores e Senhoras Deputadas, público presente, telespectadores da TV Alesp, Larissa Rodrigues da Silva, 21 anos, foi morta a pauladas na noite de ontem, às 22 horas e 10 minutos, no Planalto Paulista.

Da mesma forma covarde como o policial da Rota foi morto, deputado Conte Lopes, a Larissa foi morta a pauladas. Sabe o que ela era? Uma trans. Uma pessoa que estava lá tentou evitar a morte dela. E o bandido - eu vou chamar ele de bandido - expulsou o cara para matar a pauladas Larissa Rodrigues, 21 anos.

Nós estamos vivendo num estado em que não há segurança. O senhor tem razão. Se quiserem matar o governador, não matarão. Mas, eles vão matar outras pessoas, inocentes. A Larissa não devia nada.

Possivelmente, o soldado da Rota não devia nada; foi executado. E, aí, vão lá para as homenagens para a família. Até quando nós vamos ter que ver crimes bárbaros, como esse, da Larissa, ou dos dois policiais da Rota, ou de gente que mora na periferia, e morre todo dia da forma mais brutal possível, enquanto o governador fica fazendo live, postando no Instagram, jogando bola. Até quando?

Até quando a gente vai ter que ouvir aqui falas defendendo retrocesso, por exemplo no caso da Educação. O governo federal, o governo Bolsonaro, disse que vai reduzir recursos para área de Humanas, e com o argumento de que a escola precisa ter mais Exatas, precisa ter mais recurso para outras áreas. Aí... ou para áreas... para a Educação Básica. Ele reduz na universidade e reduz na Educação Básica. Um governo como esse não tem absolutamente compromisso nenhum com a Educação deste País. Absolutamente nenhum compromisso. Talvez seja melhor o cara não ter Educação, para ter uma dificuldade maior de fazer uma análise do que é o Brasil, do que é o seu governo, da vergonha que nos traz, para dentro e para fora, porque é mais fácil. Agora o governador resolve mexer na Educação do Estado. Ele deveria mexer na Educação do Estado reformando as escolas, melhorando o salário dos professores, acabando com a categoria “O”. Não, sabe o que ele vai fazer? Ele mudou as férias; agora vamos fatiar férias. Eu fico pensando o pai que tinha uma organização de férias em julho e em janeiro; agora ele precisa repensar toda a vida dele. Deve ser fácil, porque ele deve trabalhar numa multinacional, ele deve ter um emprego regular, ele deve trabalhar com carteira registrada. Então, ele pode tirar as férias quando ele quiser. Agora a gente vai ter mais uma mudança. Vai mudar a quantidade de minutos da aula. Em vez de 50, 45, para ter seis matérias e não cinco. É impressionante discutir qualidade da Educação mexendo em grade de horário, em grade curricular, em férias. Onde isso, deputada Isa Penna? Não é possível.

Bom, eu deixo aqui registrado que tenho visitado várias escolas estaduais A última, deputada Isa, me deixou chocado, com a informação da diretora, que disse o seguinte: “A escola tem mais ou menos 1700 alunos; 30 alunas, 30, se automutilaram, 30. E não é só nessa escola”. O “Estadão” fez uma matéria, ontem, mostrando que é um programa no País. Sabe qual é o problema do Estado? É que o Estado não está preparado para poder acolher, para ter um tratamento, um acompanhamento psicológico. Esse é o problema do Estado. Aliás, tem um projeto de lei que foi aprovado aqui, que deve estar na lista de derrubar vetos, que discute exatamente isso, a possibilidade de ter um reforço nas escolas, com profissionais que pudessem ajudar. Sabe o que a diretora me falou, Sr. Presidente, para eu encerrar. Disse assim: “Paulo, eu sou professora de Português; eu não sei o que eu vou fazer com essas meninas, como é que eu vou tirá-las dessa situação”.

Bom, Sr. Presidente, para encerrar de verdade, eu queria deixar aqui um convite aos deputados e deputadas: amanhã, às 14 horas, nós vamos receber aqui o presidente da Federação Israelita, o Sr. Luiz Kignel, que é o presidente; o Ricardo Berkiensztat, que é presidente executivo; o Claudio Muller, que é diretor; e o Jairo Roizen, que é assessor de Comunicação. Eu queria estender o convite a todos os deputados e deputadas: às 14 horas, a Federação Israelita vai estar aqui para uma primeira conversa, das várias que a gente já tem promovido. Fizemos com o cônsul da Itália. Tivemos aqui o cônsul de Portugal, para comemorar a Revolução dos Cravos. Infelizmente o deputado Frederico não pôde comparecer. Não mandou aqueles que defendiam a ditadura do Salazar, mas não tem problema. A gente... no ano que vem tem mais. E traremos, agora, a Federação Israelita, e depois as outras representações internacionais.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância de sempre.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Estaremos presente na reunião.

Próximo deputado, e último deputado, devido ao tempo, é o deputado Coronel Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez uma boa tarde a todos que estão aqui presentes, a todos que nos assistem; nós... é preciso... A questão, deputado Paulo Fiorilo, dos professores é extremamente crítica. A Educação no estado, nós sabemos que ela está abandonada e nós estamos juntos nessa demanda também.

Em 2019, é preciso alertar e chamar a atenção para os números. Em 2019, até o presente momento, até a data de hoje, já temos oito policiais militares executados. Em 2019! Estamos no início do mês de maio. Em quatro meses, praticamente, oito policiais militares mortos; 15 tentativas de assassinato. Oito mortos e 15 tentativas. Temos hoje, em São Paulo, 92 policiais militares ameaçados pelo crime organizado.

Em 2018, passaram dos 60 policiais mortos, 138 tentativas de assassinato a policiais militares e 234 policiais militares ameaçados pelo crime.

Em uma breve comparação, para os senhores terem uma ideia, no Reino Unido, nos últimos sete anos, morreram dois policiais; em Portugal, nos últimos 19 anos, dois policiais mortos. Esses números, aqui, acontecem em um final de semana. Em um final de semana!

O Estado precisa, de forma urgente... Quando digo “Estado”, é o Sr. Governador. Nós, parlamentares, precisamos fazer pressão sobre o governo federal, o Congresso, para que leis sejam adotadas, para que o Código Penal, o Código de Processo Penal e a Lei de Execuções Penais sejam reformados. Não podemos permitir que criminosos que agem a exemplo dos que agiram neste final de semana tenham progressões de pena, recebam visitas íntimas dentro da cadeia.

Nessa Operação Jiboia, que foi levada a efeito na sexta-feira por policiais da Rota, junto com a Polícia Federal e o Ministério Público, teve um criminoso, um integrante do Primeiro Comando da Capital, que, segundo o serviço de informações do Ministério Público, o Gaeco, só com garotas de programa, ele gastava mais de 20 mil reais por mês. Casas de luxo!

O Estado precisa se estruturar por meio das reformas dos nossos códigos. Não podemos permitir ferramentas famigeradas como a audiência de custódia, em que o preso em flagrante vai ser sabatinado pelo juiz, se ele já se alimentou. O policial está mais de 24 horas em pé, sem alimentação, sem nada. Mais de 24 horas de serviço. Precisa saber se o preso foi alimentado, se ele está bem. Quantos documentos de procedimento para apuração porque o preso fala que foi agredido, passa por exame de corpo de delito, nada é constatado e você tem que abrir um procedimento. Da mesma forma, sabe que é natimorto, não há prova alguma, não há materialidade, mas, por capricho do preso, o policial tem que ser prejudicado.

E esse resultado, quem está colhendo é a sociedade, é o pai de família, é o policial militar que os senhores viram aqui, apresentado pelo Coronel Telhada nas imagens. Todos acompanharam durante o final de semana que, se estivessem a esposa e os filhos dentro do carro, todos estariam mortos neste momento.

Governador, ministro Sérgio Moro, os senhores querem combater o crime organizado? Sabem como faz para combater o crime organizado? O senhor está criando vários Baeps. O Baep, Batalhão de Ação Especial de Polícia, tem como missão precípua o combate a facções criminosas.

O senhor precisa fortalecer e estruturar o serviço de inteligência do batalhão. Não adianta o senhor pegar a viatura do Baep para ficar batendo lata em avenida atrás de caráter geral. Isso é para outro programa de policiamento que já existe. O senhor fortaleça os serviços de inteligência dos Baeps com, no mínimo, 20 policiais desse serviço de inteligência trabalhando em conjunto com a Polícia Civil, falando em conjunto com a Polícia Federal, com o Ministério Público, com a inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária. O senhor una as forças especiais, a Rota, os Baeps, as forças táticas, a Polícia Civil, através do Garra, do GOE, do GER. Una todas essas forças e, em conjunto, faça frente ao crime organizado em São Paulo.

O Ministério da Segurança Pública precisa dar um direcionamento ao emprego da Força Nacional nessas capitais que estão sofrendo com essas facções criminosas. É preciso uma unidade de inteligência no Brasil inteiro, as bases de dados, os serviços de inteligência.

É dessa forma que nós vamos fechar o cerco ao crime organizado, que é o tráfico de drogas, que em termos de lucro só perde para o petróleo no planeta. Aí a gente vê por que tem tanta gente graúda envolvida no crime. É muito dinheiro o tráfico de drogas, o tráfico de armas, o tráfico de pessoas e órgãos. É muita coisa que o crime organizado movimenta. E a nossa polícia está com as mãos atadas, porque não tem essa estrutura para o patrulheiro.

O crime organizado hoje está executando quem? Está executando policial militar que está na ponta da linha. Executa a polícia, o que aconteceu esse final de semana com o cabo Fernando, que deixou a esposa e três filhos. E agora, como faz essa mulher para sustentar os três filhos, pagar aluguel, sem emprego? 

Nós precisamos estruturar a nossa força policial em São Paulo, que está abandonada. Estão abandonadas as forças policiais. Nós queremos cooperar com esse trabalho, porque nós conhecemos. Aqui tem parlamentares que dominam esse tema e esse assunto. Nós só queremos participar e levar ao governo, como nós fomos.

Nós tivemos a nossa reunião com o governador semana passada, a nossa bancada do PSL. Eu falei para o governador João Doria: “Governador, nós sempre fomos extremamente leais. Dentro dessa lealdade, eu tenho que trazer a verdade para o senhor. O nosso soldado hoje está insatisfeito. Pergunta para ele, para o nosso soldado qual é a situação que ele passa hoje. Situação de penúria, de dificuldades, num círculo de stress físico, psicológico e espiritual fora do comum. O número de suicídios bate junto ao número de homicídios. É desumano isso.” 

Quem não sabe, pergunta para quem sabe. Isso é o que nós aprendemos na polícia. Não sabe, pergunta. Quer criar Baep? Vamos criar então, mas vamos dar atribuição a esses integrantes do Baep, da Rádio Patrulha, para que façam da maneira como deve ser feito.

Os senhores imaginem, Coronel Telhada, Conte Lopes, todos que estão aqui. Vocês imaginem se aquele i30 com três indivíduos, pelo menos, que tinha dentro do carro, a hora que foi à casa do policial, se uma Rádio Patrulha com dois policiais que estão aqui no plenário, com vocês dois, os dois policiais aqui, se vocês se deparam numa Rádio Patrulha com aquele i30, suspeitam, fechado no filme o carro, o que aconteceria com vocês numa tentativa de abordagem àquele i30? O que aconteceria, Luiz? Vocês seriam executados.

Vocês podem imaginar o risco que sofre um soldado da PM hoje? Imagine uma Rádio Patrulha numa tentativa de abordagem àquele veículo I-30 que executou o cabo Fernando. Morre todo mundo.

Imagine uma patrulha da Rocam fazendo uma abordagem - e isso já aconteceu em São Paulo. O tenente Pontual fez uma abordagem na Fernão Dias. Um indivíduo num Fox, também fechado no filme. Na hora que a viatura se posicionou atrás do veículo, os tiros se iniciaram de dentro do Fox, na direção da viatura. O tenente Pontual, com 24 anos de idade, foi executado. Inúmeros outros policiais. Na área do Dois de Ouro, 2o Batalhão da Zona Leste, um policial foi morto numa abordagem policial. Ficaria até amanhã, ininterruptamente citando exemplos.

Então, o estado tem que fazer polícia, tem que fazer segurança da forma como tem que ser feita, e não brincar de fazer segurança. Não adianta criar um batalhão e não dar estrutura a esse batalhão. Eu comandei o 4o Baep na zona leste, foi meu último comando. Eu não consegui estruturar o serviço de inteligência do batalhão. Tive reuniões com promotores do Gaeco, com a inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária, e fui podado em todas as iniciativas de combate ao crime organizado na zona leste da capital. Fui podado! E isso não pode continuar. Muito obrigado à Mesa. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado, efusivamente aplaudido. Fechamos o Pequeno Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE  EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - Sr. Presidente, eu queria falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental, Sra. Deputada.

 

O SR. MAJOR MECCA - PSL - Pelo Art. 82, indicar o deputado Frederico d’Avila para fazer uso da palavra na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - É regimental. Após a deputada Isa Penna, o deputado Frederico d’Avila. Deputada Isa Penna, V. Exa. tem cinco minutos regimentais.

 

A SRA. ISA PENNA - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, pela trabalhadora rural que agora, se aprovada essa reforma da Previdência, vai ter o tempo de idade de 60 anos e o tempo de contribuição de 20 anos para se aposentar. Pelas professoras que vão ter o tempo de idade de 60 anos e o tempo de contribuição de 30 anos. Pelo direito dos policiais militares, sim, de se aposentar. Pelo direito dos estudantes contra o corte dos 30%. Pelo direito daqueles que hoje sobrevivem graças ao BPC - Benefício de Prestação Continuada. Pelo direito de lutar nesse país, pelo direito das mulheres.

Contra essa cultura que a todo momento nos diminui, a todo momento diminui as mulheres, as mulheres negras, as mulheres indígenas, as mulheres trans. Contra a cultura do estupro, e essa na verdade é uma pauta muito propositiva, porque ao falar da cultura do estupro, ao falar do feminismo, nós estamos falando também daquilo que é masculino. Nós estamos falando também para que aquele menino que sofre bullying, que apanha no banheiro da escola porque usou um batom... Aliás, eu fui advogada de um adolescente que sofreu exatamente essas circunstâncias.

Para que cada menina estuprada, que teve um vídeo íntimo seu colocado nas redes sociais... Porque eu não sei se os deputados sabem, mas nós tivemos uma epidemia de suicídios de mulheres. Por cada mulher mais velha que hoje, ao ouvir as jovens feministas falarem, reconhecem na sua experiência histórica casos de assédio, casos de abuso, casos de estupros, em que elas mesmas nem se davam conta de que haviam sido assediadas, de que haviam sido estupradas. Por quê? Porque o estupro, por exemplo, no casamento... O sexo no casamento já foi uma obrigação em lei para a mulher. O direito ao divórcio já houve um momento da história em que não existiu.

Então, o direito de lutar, a garantia do direito de luta para todos esses setores.

Eu quero dizer para todos aqueles que me assistem em casa: desconfiem muito quando vocês virem um deputado ou uma deputada que sobe aqui à tribuna e coloca povo contra povo, porque a luta pelo direito das mulheres não está contra a luta por um projeto de segurança pública que faça com que todos e todas se sintam seguros.

Porque vocês, homens, não sabem o que é o medo de ser estuprada. O maior medo de quase todas as mulheres, quando saem às ruas e têm que ficar lá, à noite, no ponto de ônibus, não é ser assaltada. Claro que esse é o medo geral da população, e é razoável que as pessoas estejam inseguras, mas não é esse o maior medo das mulheres.

O maior medo das mulheres é sofrer uma violência sexual, é ser estuprada, é de ter a sua dignidade e intimidade, aquilo que tem de mais íntimo na vivência e na experiência do ser humano, violadas. É por isso que, por exemplo, o que aconteceu aqui nesta Casa, com uma oficial, policial mulher, que foi destratada por um chefe de gabinete, esses seres que recebem micropoderes e passam a se achar deuses do mundo, esses seres que se acham no direito de subjugar as mulheres, de subjugar as pessoas por serem LGBTs, de subjugar as pessoas por serem negros e negras.

É assim que nos querem, nos querem subjugados. Azar o deles. Dia 14 de junho, as centrais sindicais estão preparando uma paralisação geral no País. E é com essa fala que eu quero chamar todos e todas, desde os policiais militares até os professores, até as feministas, principalmente as feministas, a se juntarem às mobilizações da paralisação do dia 14 de junho.

É assim que nós vamos mudar o mundo, unindo povo com o povo. Desconfiem daqueles que sobem aqui para nos dividir. Nós temos que estar juntos para enfrentar os poderosos e distribuir a renda, e distribuir o acesso aos direitos. Por isso, viva a luta, viva a greve, a nossa mandata vai, sim, construir a greve geral dia 14 de junho, no Brasil inteiro.

Viva a luta!

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada. Por autorização do vice-líder do PSL, o próximo a usar a tribuna, pelo Artigo 82, é o deputado Frederico d'Avila. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

Queria alertar aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas que, quando quiserem que alguém filme a sua fala, por gentileza, é necessária a autorização da Presidência. Então, orientar as assessorias para que oriente os deputados, que falem conosco antes, por gentileza. Não há problema algum, nós vamos autorizar, mas, por Regimento, conversem com a Mesa, para que a gente faça essa autorização. Muito obrigado.

Deputado Frederico d'Avila, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. FREDERICO D'AVILA - PSL - PELO ART. 82 - Deputado Coronel Telhada, presidente, meus colegas aqui presentes, gostaria, comandante, que o senhor pedisse à assessoria da Mesa que mandasse uma mensagem de profunda consternação desta Casa para o 1º Batalhão de Choque por ocasião da execução do cabo Flávio Fernandes.

O caso ocorrido no último sábado foi de extrema gravidade, uma afronta ao poder do Estado, ao poder de polícia. Mais uma vez, eu não vi a figura do ouvidor em lugar nenhum. Eu acho que, apesar de ele ter, rapidamente, aprendido a cantar a canção da Polícia Militar no dia que nós estivemos na Rota, estava até o deputado Conte Lopes junto comigo, ele ostentava lá aqueles símbolos tradicionais da ação popular, teologia da libertação, como aquela aliança preta que eles costumam usar.

O cabo Fernando é mais um, Major Mecca. Mais um soldado das fileiras do Brigadeiro Tobias que vem a tombar, justamente porque o enfrentamento do Estado ainda vale a pena.

Nós temos que fazer um movimento drástico, rápido, no sentido de mudar a legislação penal, com nossos colegas deputados em Brasília, senadores, e também contar com o apoio do nosso presidente Bolsonaro, que tem todo interesse que essa questão evolua, e isso já está bastante bem explicitado no pacote anticrime do ministro Sérgio Moro.

Então, essa questão, Coronel Telhada, o senhor que foi comandante da Rota... Eu não conheço melhor maneira de combater a violência, a não ser como faz Israel, que é com mais violência, até que ela cessa. Mais força, mais violência, mais efetividade, até que ela cessa. Nós não podemos aceitar mais que um policial em dia de folga seja executado na porta da sua casa.

Então, quero manifestar aqui... Não vou usar o meu tempo todo, estou muito triste com essa situação. Inclusive, estou ostentando aqui a medalha da Rota, que foi o senhor que me outorgou ela naquele pátio sagrado. Com muita honra, estou usando ela aqui hoje no lugar do broche do deputado. Eu quero pedir para esta Casa, em meu nome, e em nome de toda a Casa, mandar nossas condolências ao 1º Batalhão de Choque.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado, novamente efusivamente aplaudido pelo pessoal do PSL. Muito obrigado. Agradecer, Sr. Deputado, pela demonstração de carinho do senhor, que é um amigo da Rota e da Polícia Militar, para com a triste ocorrência envolvendo o cabo Fernando Flores.

Me permita, só corrigindo, Sr. Deputado, não é combater violência com violência. É com força, porque a polícia usa a força de maneira legal e de maneira adequada. A violência vem quando ela é feita desmedidamente, ela é feita de uma maneira que atinge todas as pessoas. Ela atinge pessoas desarmadas, crianças, mulheres e idosos. A força legal é usada diretamente, cirurgicamente, no criminoso, e dentro da lei.

Então, nós usamos a força. O crime só se combate com força. Não é virando as costas ou distribuindo flores ou fazendo pomba da paz. Isso não resolve nada. O crime se combate com força. É a única lei que o criminoso entende, a força. Muito obrigado, Sr. Deputado, pelo discurso de Vossa Excelência.

Encerrados os assuntos da nossa sessão ordinária de hoje, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia os seguintes projetos de lei vetados: 340/12, 104/16, 312/17,  480/18 e 20/19. Adita ainda o Projeto de lei nº 91, de 2019, que tramita com urgência constitucional.

Havendo acordo de líderes, e esgotado o assunto da presente sessão, antes de dar por levantados os presentes trabalhos, convoco V. Exas.  para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quinta-feira, e os aditamentos anunciados. Lembrando-os, ainda, da sessão solene a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de celebrar o “Dia do Profissional em Contabilidade”.

Quero agradecer a todos os assessores presentes aqui hoje, muito obrigado pelo apoio, a todos os senhores presentes, aos policiais militares, que fizeram a nossa segurança. Agradeço a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 54 minutos.

 

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